hoje macau 18 mar 2015 #3293

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB SALÁRIOS Mínimo só chega lá para o ano SELECÇÃO Fim de um sonho de Primavera TRABALHO Fantasmas na Função Pública PATRIMÓNIO IDENTIDADE VOTADA AO ESQUECIMENTO POLÍTICA PÁGINA 4 DESPORTO PÁGINA 20 POLÍTICA PÁGINA 5 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUARTA-FEIRA 18 DE MARÇO DE 2015 ANO XIV Nº 3293 Os pátios chineses fazem parte da identidade de Macau. No entanto, e apesar de existir desde 2011 uma Lei de Salvaguarda do Património, poucos são os que ainda resistem ao abandono. Exemplo disto mesmo é a degradação do Pátio das Seis Casas, sem intervenção desde 2011. Arquitectos apelam a uma acção rápida do Governo indo de encontro à ideia daquilo que é uma cidade património mundial. Pátios sem cantigas hojemacau PUB CCDREAMLAND GRANDE PLANO PÁGINA 3

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Hoje Macau N.º3293 de 18 de Março de 2015

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AgênciA comerciAl Pico • 28721006

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saláriosMínimo só chega lá para o ano

selecçãoFim de um sonho de primavera

trabalhoFantasmas na Função pública

patriMónio identidadevotada ao esqueciMento

política Página 4

desporto Página 20

política Página 5

Director carlos morais josé www.hojemacau.com.mo Mop$10 q ua r ta - f e i r a 1 8 D e m a r ç o D e 2 0 1 5 • a n o X i v • n º 3 2 9 3

Os pátios chineses fazem parte da identidade de Macau. No entanto,e apesar de existir desde 2011 uma Lei de Salvaguarda do Património, poucos são os que ainda resistem ao abandono. Exemplo disto mesmo é a degradação do Pátio das Seis Casas, sem intervenção desde 2011.

Arquitectos apelam a uma acção rápida do Governo indo de encontroà ideia daquilo que é uma cidade património mundial.

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2 hoje macau quarta-feira 18.3.2015

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por Carlos Morais José

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l i g u e - s e • pa r t i l h e • v i c i e - s ePropriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Edite Ribeiro(estagiária); Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

diárioDE

boRDo

UMA AMbUlânCIA leva o corpo de Muhammad Afzal, condenado por homicídio e enforcado na prisão de Karachi no Paquistão.O Paquistão condenou e enforcou 12 pessoas ontem, tendo sido este o maior número de execuções num dia desde Dezembro.

Cómicos ou quase...

O acidente entre um jornalista e os seguranças do MGM, que motivou protestos da Associação de Jornalistas de Macau, vem ilustrar aquilo que há muito é preciso fazer nesta cidade: a saber, promover um código deontológico das profissão de jornalista, um estatuto e carteira profissional e, numa palavra, todos os instrumentos necessários para o reconhecimento e dignificação profissional, intramuros e no estrangeiro.Quando o Governo resolveu mexer na Lei de Im-prensa e, para esse efeito, contratar uma empresa para efectuar um estudo do sector, o resultado foi a simplificação da lei na medida em que os jor-

nalistas não estavam de acordo com a existência de órgãos como o Conselho de Imprensa, nem mostraram capacidade para se organizar num órgão reconhecidamente capaz de emitir carteiras profissionais.Para a agora ofendida Associação dos Jornalistas de Macau qualquer tentativa para acabar com a rebaldaria desde sempre instalada e pela dignifica-ção da profissão, foi sempre referida com o objec-tivo de “controlar” ou “manipular” os jornalistas. O resultado é que não existem regras em Macau para o exercício da profissão, nem uma entidade realmente representativa de todos os jornalistas.

Este facto só prejudica os profissionais e abre a porta a todo o tipo de abusos e enganos, para além de ter impedido o reconhecimento internacional.Por isso seria quase cómico ver a referida as-sociação, que tão má imagem gosta de dar do exercício da profissão em Macau nos fóruns internacionais (nomeadamente apregoando que não existe liberdade de imprensa), vir agora protestar por falta de regras no tratamento dos jornalistas, se não fosse triste para os verdadeiros profissionais a situação que enfrentam na RAEM por culpa dos seus próprios colegas ou qualquer coisa do género.

“Será que três anos são suficientes? Não sabemos como é que a economiade Macau vai ser daqui a três anos, nomeadamente a diversificação da economia.

Será que temos tudo pronto para o futuro?”chan chak Mo, presidente da 2.ª comissão Permanente, sobre a generalização do salário mínimo no prazo de três anos | P. 4

“Podiam-se criar critérios mais apertados no que diz respeito à idoneidade [dos junkets], no sentido de dar mais credibilidade à indústria de Macau”• Jurista que prefere ficar no anonimato

“O Governo deve primeiro rever o que foi insuficiente na disciplina, para não continuar a desperdiçar dinheiro dos cofres públicos a promover essa educação, nem organizar delegações”Bill chOu• Ex-professor, sobre a disciplinade Educação Cívica

“É preciso abarcar não só as relações comerciais, mas também deveria abranger a área da governação cultural. Para que os estudantes chineses possam ter uma boa relação com os países de língua portuguesa, épreciso haver uma ligação à cultura”Rita SantOS• Ex-secretária geral do FórumMacau sobre o novo cursode Relações ComerciaisChina-Países Lusófonos do IPM

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hoje macau quarta-feira 18.3.2015 3grande plano

AndreiA SofiA [email protected]

n o Pátio das Seis Casas cheira a velho em cada pedaço de pedra que pisamos. Do lado direito

da histórica estrutura, há uma porta com sinais de habitabilidade. São “duas pessoas de idade a viver no edifício com uma parte do tecto degradado, sem ar condicionado”. o HM contactou o Instituto Cul-tural (IC) para saber o que é que o Governo quer fazer para recuperar o edifício que é um dos últimos resquícios dos pátios chineses. A resposta dada revela que o grosso das decisões está nas mãos do proprietário.

“A coordenação entre o IC e o proprietário realizada em 2011 visou a manter a segurança deste edifício. Já foi concluído o restauro estrutural do edifício. Relativamente a um plano de im-plementação no futuro, é preciso considerar vários aspectos com a situação actual, as condições e as intenções de desenvolvimento do proprietário, entre outros”, aponta o organismo.

o HM contactou os arquitectos Rui Leão, membro do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), e Francisco Vizeu Pinheiro, liga-do ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). E ambos referem: é preciso agir já. Caso contrário, os pátios vão acabar por desaparecer.

“Vamos ficar sem nenhum

“Se vão esperar pelas condiçõesdo proprietário,vai cair”

“Em Macaudemora maisa aprovar um projecto do que a nascer uma criança”Francisco Vizeu Pinheiro arquitecto

“Vamos ficar sem nenhum pátio. Se não arranjam incentivos e um programa próprio vai acabar tudo.O proprietáriodecide sempre demolir, porque é mais fácil e barato”

“Estes pátios chineses? É uma desgraça vê-los desaparecer e continuarem a ser usados para o enriquecimento dos proprietários. Isso é incompatível com a ideia de cidade património mundial”rui Leão arquitecto

Em 2011 o Pátio das Seis Casas sofreu uma intervenção do Instituto Cultural para garantir a segurança das estruturas, mas desde então, o espaço permanece degradado. o Governo diz que a renovação depende dos planos do proprietário. Arquitectos dizem que os pátios podem acabar por desaparecer, se não forem criados incentivos e programas próprios

Património IC sem planos ConCretos para reCuperar pátIo das seIs Casas

um dia o tecto vem a baixo

pátio. Se não arranjam incentivos e um programa próprio vai acabar tudo. o proprietário decide sem-pre demolir, porque é mais fácil e barato”, referiu Rui Leão. “Se vão esperar pelas condições do proprietário, vai cair”, acrescenta Vizeu Pinheiro. “Se já recupe-raram a estrutura é porque têm capacidade de intervenção, caso contrário estaria a violar-se a lei. A nova Lei [de Salvaguarda do Património) dá mais poder [ao IC], até prioridade em relação às obras Públicas. Podia ser feito um

trabalho de restauração integral”, apontou ao HM.

Apoios A fundo perdidoQue tipo de incentivos devem então ser criados? Para Rui Leão, devem ser criados apoios financeiros a fundo perdido para quem quer preservar na zona histórica. “Há necessidade de um enquadramento administrativo. Primeiro para que a pessoa não fique um ano à espera de ver um projecto aprovado. Se não vai demolir, o projecto deveria ser aprovado mais depressa. o preço da construção está muito alto e o Governo deveria seriamente implementar esses apoios a fundo perdido, e já propus isso no CPU. Para que o investimento não fosse tão elevado”, disse ao HM.

Francisco Vizeu Pinheiro lem-bra que “em Macau demora mais a aprovar um projecto do que a nascer uma criança” e que, por isso, deveria haver critérios diferentes. “Usa-se o mesmo critério, por exemplo para um projecto da dimensão de um casino ou para as zonas históricas, que são locais mais pequenos”.

Com A lei tudo mudARui Leão lembra que, em 2011, a Lei de Salvaguarda do Património

não estava em vigor, pelo que, ac-tualmente, a situação muda de figura. “Não pode ser uma coisa que fica à mercê do proprietário. Há quatro anos o IC tinha maior dificuldade em resolver este tipo de situações. Hoje tem mais instrumentos para definir a preservação. Estes pátios chineses? É uma desgraça vê-los desaparecer e continuarem a ser usados para o enriquecimento dos proprietários. Isso é incompatível com a ideia de cidade património mundial. A zona histórica não deveria ser um tabuleiro para o enriquecimento de privados”, aponta.

À semelhança do Pátio das Seis Casas, muitos outros lugares continuam por preservar e sem a nova vida que poderiam ter. Recen-temente o IC anunciou a intenção de renovar o Pátio do Musgo, mas, para Rui Leão, é preciso mais. “o IC tem dado provas de que em cer-tas situações consegue lidar com o processo de forma bastante capaz, mas acho que no caso dos pátios devem definir-se as condicionantes de forma clara. Como tenho visto, há muitos casos de pátios em que muito poucas vezes é exigida a preservação. Infelizmente só se exige a preservação das fachadas e não se fala do interior”, concluiu.

4 hoje macau quarta-feira 18.3.2015política

“p revemos que no iní-cio de [2016] possamos implementar o salário mínimo. Neste momen-

to não há dificuldades técnicas”. As palavras são de Ho Iat seng, presidente da Assembleia Legis-lativa (AL), e foram ditas ontem à margem do almoço de Primavera organizado pelo hemiciclo. Ho Iat seng reconhece que os deputados podem aprovar o diploma só a tem-po de ter efeitos a partir de 2016.

Também um dia depois do secretário para a economia e Finanças, Lionel Leong, ter decla-rado que até 2018 o salário mínimo vai chegar a todas as profissões, e não apenas aos profissionais da limpeza e segurança dos edifícios, o presidente da AL mostrou estar receptivo à proposta do executivo.

“Depois de ser implementada [a proposta de Lei do salário mínimo], pode haver uma gene-ralização. Não sentimos pressão”, adiantou Ho Iat seng.

Igual postura teve o deputado Cheang Chi Keong, que preside à 3.ª Comissão Permanente da AL, encarregue de analisar o diploma. “Depois de ouvir a intenção do executivo, isso representa um

o presidente da Assembleia Legislativa prevê a Lei do salário mínimo para os trabalhadores da limpeza e segurança só possa entrar em vigor em 2016. sobre a medida anunciada por Lionel Leong, que pediu salário mínimo para todos até 2018,os deputadosdão o seu aval

AndreiA SofiA [email protected]

florA [email protected]

Ho iAt Seng gArAnte dAr voz A todoS

“O Governo deve ter a determinação de criar agendas concretas para a implementação do salário mínimo para trabalhadores de todas as áreas dentro de três anos. De facto, o valor de 30 patacas por hora está bastante aquém se compararmos com o rendimento mensal de Macau”Kwan Tsui Hang Deputada

salário MíniMo Sector da limpeza e Segurança Só recebe em 2016

“avanço” em prol dos trabalhadores

grande avanço no processo legisla-tivo. Foi com satisfação que vi essa notícia do secretário de que, depois de três anos de implementação, o salário mínimo será generalizado. Depois de anunciada a intenção do executivo temos um processo

de revisão e temos de acelerar o trabalho”, apontou.

Cheang Chi Keong lembrou ainda o facto de poderem ocorrer desigualdades salariais. “Depois de aprovada a lei, haverá cerca de 15 mil pessoas que não vão ser ainda

Depois das críticas da Associação Arco-Íris de macau, por não ter sido ouvida pelos deputados no âmbito da proposta de Lei da violência Doméstica, Ho Iat Seng recusou ontem que entidades estejam a ser postas de parte. “Procuramos sempre ouvir o máximo de vozes da sociedade e os deputados também

têm essa intenção. Para fazermos o nosso trabalho procuramos contactar associações para que transmitam as suas preocupações, como é o caso da proposta de lei da violência doméstica. É nossa competência poder equilibrar os diferentes interesses e temos de ver em concreto como é que podemos complementar

melhor as aspirações da sociedade. Temos tido certas dificuldades porque o proponente [da proposta de lei] não é a AL, muitas propostas de lei são do Governo e tem de haver uma articulação em termos de trabalho. esperamos poder reforçar o diálogo com o executivo para realizar melhor o trabalho”, disse.

contempladas. se protegermos apenas uma parte dos trabalhado-res, como é que vai ser? Vamos procurar reunir o quanto antes para evitar situações que possam afectar a moral dos trabalhadores”, disse.

Chan Chak mo, presidente da

2.ª Comissão Permanente e em-presário da área da restauração, também se mostrou favorável à postura do Governo. “se a decisão do Governo é essa, vamos apoiar”, referiu, apontando dúvidas à data de concretização.

“será que três anos são su-ficientes? Não sabemos como é que a economia de macau vai ser daqui a três anos, nomeadamente a diversificação da economia. Será que temos tudo pronto para o futu-ro? Já se discute há muito tempo esta proposta de lei, empresários ou os trabalhadores têm diferentes pontos de vista. eu não acho que nos estejamos a atrasar muito, mas vamos acabar em breve. se arras-tarmos, não vale a pena”, explicou. “[Quanto à generalização do salário mínimo] para outros sectores, ainda está a ser discutido no seio do Con-selho Permanente de Concertação social (CPCs) e não vamos arrastar. Penso que em termos gerais não temos tido grandes problemas com o Governo”, adiantou.

E os condomínios? Apesar de concordar com a política anunciada, Cheang Chi Keong lembrou que é importante avançar com a revisão do regime de Propriedade Horizontal, para que fique clarificada a gestão dos condomínios e, por conseguinte, o pagamento dos salários aos seguranças e pessoal de limpeza.

“As pessoas estão preocupadas com o aumento das despesas de condomínio. Temos de ver a qua-lidade de gestão [dos edifícios], porque com a subida dos custos, as pessoas esperam que essa qualida-de possa ser melhorada”, apontou.

“O Executivo está confiante de que [a proposta de lei] vai ser apre-sentada depois da entrada em vigor do salário mínimo. Temos de saber em que ponto está o andamento dos diplomas complementares, para se saber de quem vai ser a responsabi-lidade de pagamento das despesas de condomínio. se o Governo se com-prometer a apresentar uma lei para esse fim o quanto antes, poderemos ficar mais descansados”, disse.

Também Kwan Tsui Hang pediu avanços nesse sentido, caso contrá-rio, “o desejo de implementação da lei será apenas uma conversa vazia”.

“o Governo deve ter a determi-nação de criar agendas concretas para a implementação do salário mínimo para trabalhadores de todas as áreas dentro de três anos. De facto, o valor de 30 patacas por hora está bastante aquém se comparar-mos com o rendimento mensal de macau, já que não atinge metade de 16 mil patacas”, lembrou.

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5 políticahoje macau quarta-feira 18.3.2015

Flora [email protected]

O deputado Si Ka Lon voltou a criticar o Concurso Centrali-zado de Ingresso da

Função Pública, o qual diz ser processado de forma lenta desde a sua implementação. Tão lenta, que, conforme denuncia o deputado, muitos dos candidatos recrutados não conseguiram ainda começar a trabalhar oficialmente.

Numa interpelação escrita, Si Ka Lon relembra que foram orga-nizadas cinco fases do Concurso Centralizado de Ingresso desde 2011, mas que uma parte dos ins-critos está há três anos em processo de recrutamento, não tendo este sido ainda concluído.

“Isso aplica-se no caso do cargo de assistente técnico por exemplo, no qual passam 14 meses de aviso do concurso até à conclusão do

o Conselho para as Indústrias Cultu-rais reuniu-se on-

tem pela primeira vez este ano e do encontro saíram várias sugestões e a promes-sa de que o Governo promete estudar e ter mais empenho face a este Conselho, que ainda preocupa deputados.

“A partir de agora, te-mos de trabalhar mais. Já expliquei, só tomei posse há pouco tempo, há dois meses. Mas, daqui para a frente, temos de trabalhar muito mais”, sublinhou Alexis Tam, no final do encontro, citado pela Rádio Macau.

Uma das principais preocupações demonstrada foi a falta de espaços para os empresários e artistas locais mostrarem os produ-tos, com a deputada Angela Leong a criticar as políticas

IndústrIas CrIatIvas Governo promete empenho e maIs trabalho

Longa jornada para a arte“aquém” das expectativas do Executivo. Leong enu-merava o aeroporto, o novo terminal marítimo da Taipa e a zona onde vai chegar a

ponte Macau-Hong Kong--Zhuhai como locais por excelência para expor as criações locais.

Já o também deputado Si

Ka Lon defendeu, de acordo com a rádio, mais formação para os gestores culturais e uma aposta nas exportações dos produtos de Macau. O deputado, que também tem assento no Conselho para as Indústrias Culturais, tam-bém sugere que os criativos locais tenham oportunidades na Ilha da Montanha. Uma pretensão igualmente defen-dida pela empresária Kong Mei Fan.

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, mostrou-se satisfeito com o debate “bastante construtivo”. “Po-demos avançar com algumas

ideias”, referiu o governan-te, no final da reunião.

Muito para calcorrearDe acordo com a rádio, o Executivo vai ainda “ajudar as empresas criativas”. Além disso, Alexis Tam deixou em aberto a possibilidade de a Administração “adquirir produtos locais, por exem-plo, trabalhos de designers”.

Sobre a fraca capacidade de gestão dos empresários da área das indústrias culturais e criativas, o Secretário admite que há um longo caminho pela frente. “Penso que podemos convidar algu-mas pessoas, especialistas

estrangeiros, fora de Macau. Por exemplo, de Hong Kong, Taiwan e da China. Também de Portugal, da Europa. Viriam a Macau para dar workshops e, no fim, ensinar os empresários locais das indústrias criativas para a gestão de empresas: como gerir as companhias, vender os produtos, o marketing”, exemplificou Alexis Tam, aos microfones da rádio.

A reunião ficou ainda marcada pelos apelos a uma maior rentabilização de espaços públicos, como a Casa de Vidro, a antiga zona de bares junto ao lago Nam Van e a Macau Dome. Neste último caso, a ideia dos membros do Conselho para as Indústrias Culturais vai no sentido de o recinto ser utilizado para espectá-culos.

“Até ao momento, existem candidatos que já foram seleccionados e contratados, mas que ainda não trabalham oficialmente na Função Pública”sI Ka lon

Si Ka Lon denuncia e critica aparentes casos de funcionários públicos que já foram contratados, mas ainda não exercem oficialmente funções. O deputado repete, por isso, o pedido de melhorias do Concurso Centralizado de Ingresso

Função públICa Denuncia De trabalhaDores contrataDos mas sem funções

trabalhar, mas só no papel

exame de conhecimentos profis-sionais, o que no fundo obriga ao desperdício de quatro meses, período de espera até que saiam as notas finais”, começou por dizer o deputado. “No entanto, até ao momento, existem candidatos que já foram seleccionados e contrata-dos, mas que ainda não trabalham oficialmente na Função Pública”, acusou.

Que lógica afinal?Além disso, o deputado refere ainda que as metas originais do respectivo regime são assegurar justiça na contratação e diminuir os custos de departamentos. Po-rém, todos os processos demora-ram mais de três anos e, para Si Ka Lon, não só se “sacrificou o tempo dos candidatos”, como é um problema que levanta suspeitas sobre o verdadeiro alcance dos objectivos.

Na interpelação, Si Ka Lon questiona o Executivo sobre esta

situação, pedindo justificações para os atrasos e responsabilização por estas acções. No documento, o deputado recorda ainda o anúncio dos Serviços de Administração e

Função Pública do ano passado, no qual referiam a futura melhoria dos processos do concurso, selecção e contratação por via da revisão dos regulamentos. Si Ka Lon ques-

tiona ainda em que fase é que os processos de recrutamento estão, quando é que serão aperfeiçoados e pede um prazo para a revisão dos regulamentos da Função Pública.

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8 hoje macau quarta-feira 18.3.2015sociedade

Joana [email protected]

a renovação de edifícios classificados é uma das medidas prometidas pelo Governo de Macau

no mais recente relatório sobre o património entregue à UNESCO. Num resumo do documento, disponível online, o Executivo compromete-se a ter medidas mais concretas sobre o segundo plano de gestão e salvaguarda do patrimó-nio - pedido pela organização - na segunda metade deste ano.

O relatório, citado na edição de ontem do Jornal Tribuna de Macau e agora analisado pelo HM, explica, por exemplo, que vão ser “optimizadas as rotas e a paisagem visual entre os edifícios históricos” e ainda construída uma rota que faça o património estender-se para dentro da comunidade, de forma a “estender a sua influência” às áreas adjacentes. A ideia, continua ainda o sumário, é que todo o desen-volvimento urbano de Macau se

Acidente Jovemque faleceuestudava no IFTUma das vítimas mortais do acidente ocorrido na passada segunda-feira envolvendo uma mota, um táxi e um camião, perto do aeroporto, era um aluno do Instituto de Formação Turística (IFT). Por isso mesmo, a entidade, em comunicado à imprensa, apresenta as suas condolências à família. “Toda a equipa de trabalho e estudantes do IFT estão profundamente tristes com esta tragédia”, pode ler-se no documento. O acidente ceifou a vida a outra pessoa, de 26 anos, natural do interior da China, que estava no território com um visto de trabalho e seguia na mota como passageiro.

UM Mais de cem empresas em feira de emprego

A Universidade de Macau (UM) está a organizar, até

ao final desta semana, uma feira de emprego e estágios, onde será possível marcar e fazer entrevistas no local. Este ano, estão presentes na feira mais de cem empresas à procura de pessoas para preencher mais de cinco mil vagas em 20 sectores da indústria local. No entanto, as áreas mais procuradas são a do Entretenimento e Jogo e Hotelaria e Educação.

De acordo com um comu-nicado da UM, os cursos que acabaram no passado ano lecti-vo 2013/2014 tiveram uma taxa de sucesso de empregabilidade de 92%, tendo os estudantes adquirido um salário mensal médio de 14 mil patacas. Esta é, de acordo com o responsável do departamento de Aconselha-mento e Desenvolvimento da instituição, Elvo Sou, “a maior [feira] de sempre” da UM.

Além da oportunidades de organização de entrevistas ‘in loco’, está ainda agendada a realização de 35 sessões sobre recrutamento. A feira, que co-meçou na passada segunda-feira, estende-se até à próxima sexta.

“O Instituto Cultural vai recolher e juntar opiniões relevantes [sobre o património] e completar o plano [de gestão] na segunda metade do ano 2015, bem como formular medidas de gestão dos espaços mais específicas e detalhadas (...), atingindo assim os objectivos de uma preservação efectiva do Centro Histórico de Macau em linha com um desenvolvimento urbano sustentável”Governo

A protecção do património em linha com o planeamento urbano é a promessa do Governo à UNESCO, no mais recente relatório entregue à organização. O novo plano de gestão – requerido pela instituição – vai estar pronto na segunda metade do ano

Património SegUndO PlanO de geSTãO PrOnTO a ParTIr de JUnhO

o legado e o sustentável

faça de forma a atingir não só um desenvolvimento sustentável, mas um desenvolvimento também em linha com o contexto da preserva-ção e manutenção do património cultural.

Para isso, o Governo assegura ter já planos concretos, ainda que no sumário do relatório entregue à UNESCO não seja possível per-ceber detalhes.

“A primeira fase dos trabalhos ficou completa nos inícios de Dezembro de 2014 e, na segunda fase, o Instituto Cultural vai reco-lher e juntar opiniões relevantes [sobre o património] e completar o plano [de gestão] na segunda metade do ano 2015, bem como formular medidas de gestão dos espaços mais específicas e deta-lhadas, implementado o plano de forma ordenada, atingindo assim

“As políticas de protecção do Centro Histórico vão ser implementadas em três níveis, nomeadamente na expansão de trabalhos de renovação dos edifícios históricos do Centro Histórico e no respeito pela sua paisagem urbana e histórica”Governo

os objectivos de uma preservação efectiva do Centro Histórico de Macau em linha com um desen-volvimento urbano sustentável”, pode ler-se no documento.

Vizinhos em contaRecorde-se que a UNESCO rece-beu o relatório sobre os trabalhos do plano de salvaguarda e gestão do centro histórico de Macau poucos dias antes do prazo que terminava a 1 de Fevereiro. O documento está a ser analisado pelo Comité do Património Mundial e deverá ficar disponível na internet “em meados de Maio”, seis semanas antes da 39.ª sessão do Centro do Património Mundial, a decorrer em Bona, na Alemanha, entre Junho e Julho. A UNESCO exigiu, em 2013, a apresentação de um novo plano de gestão das zonas classi-

ficadas por considerar o existente “insuficiente para a sua protecção eficaz”.

O Comité do Património Mundial da UNESCO falava so-bretudo nos impactos negativos que projectos construídos ao lado do património poderiam ter e a integridade visual do património, bem como a gestão “actualmente inadequada” do primeiro plano do Governo.

Agora, o Governo assegura que isso vai mudar. “As políticas de protecção do Centro Histórico vão ser implementadas em três níveis, nomeadamente na expansão de tra-balhos de renovação dos edifícios históricos do Centro Histórico e no respeito pela sua paisagem urbana e histórica.”

O Governo assegura que têm sido feitas melhorias na forma de conservação das propriedades e que mantém uma “política estrita” no que ao planeamento urbano e design de arquitectura e paisagem diz respeito.

No sumário do relatório en-tregue à UNESCO, o Governo garante ainda que, de forma a en-riquecer culturalmente os edifícios históricos, “tem instalações para diferentes actividades culturais” nos locais classificados, de forma a que estes sejam utilizados.

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9 sociedadehoje macau quarta-feira 18.3.2015

Translator/Interpreter or Senior Translator/Interpreter (Chinese/Portuguese)

The Rector’s Office of the University of Macau invites applications for the position of Translator/Interpreter or Senior Translator/Interpreter (Chinese/Portuguese). The successful candidate will be employed at the rank of Administrative Officer/Senior Administrative Officer with a taxable monthly salary ranging from MOP34,760 to MOP54,510 (Index 440 to 690).

Responsibilities 1. Translating a wide range of office documents, such as minutes, public speeches, reports, proposals, press releases and statutory documents;2. Conducting consecutive and simultaneous interpretation (Cantonese, Mandarin and Portuguese);3. Performing other language-related tasks, such as editing/proof-reading, writing and providing professional advice on language-related matters;4. Assisting with quality assurance in translation and writing and the coaching of junior staff;5. Performing other administrative work as assigned by the superior.

Requirements1. Bachelor’s degree or above in Portuguese, translation or other related areas; 2. A solid track record of at least 5 years of working experience as a translator and interpreter. Applicants with substantially more experience may be considered for Senior Administrative Officer; 3. High proficiency in Chinese and Portuguese (written and spoken) with a good working knowledge of English; 4. Cooperative, hardworking and meticulous in details; a logical thinker and quick learner.

Application ProcedureApplicants should visit http://www.umac.mo/vacancy for more details (Job Ref.: RTO/AO/03/2015), and apply ONLINE at Jobs@UM (https://isw.umac.mo/recruitment). Review of applications starts on March 30, 2015 and will continue until the vacancy is filled. All applicants are required to submit with their applications at least 2 samples of their past translated works (Chinese to Portuguese and vice-versa) and attach the source texts for reference. Other contact points are:

Human Resources OfficeUniversity of Macau, Av. da Universidade, Taipa, Macau, China

Website: https://isw.umac.mo/recruitment; Email: [email protected]: +853 8822 8574; Fax: +853 8822 2412

The effective position and salary index are subject to the Personnel Statute of the University of Macau in force. The University of Macau reserves the right not to appoint a candidate. Applicants with less qualification and experience

can be offered lower positions under special circumstances.

***Personal data provided by applicants will be kept confidential and used for recruitment purpose only***

** Under the equal condition of qualifications and experience, priority will be given to Macao permanent residents**

Faz-se saber que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para a Economia e Finanças, de 4 de Fevereiro de 2015, foi determinada a abertura do Concurso Público n.º 1/CP/DSF-DAF/2015, para a prestação de aplicações em dispositivos móveis da Direcção dos Serviços de Finanças.O respectivo programa do concurso e o caderno de encargos encontram-se disponíveis, para efeitos de consulta, durante o horário de expediente, no 14.º andar do Edifício Finanças, sito na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585, em Macau, a partir da data da publicação deste anúncio no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, e também disponíveis gratuitamente, a partir da mesma data, na <<homepage>> desta Direcção de Serviços (http://www.dsf.gov.mo).As propostas devem ser entregues até às 12,00 horas da manhã do dia 4 de Maio de 2015, na Divisão Administrativa e Financeira da Direcção dos Serviços de Finanças, sita no 14º andar do Edifício Finanças.É obrigatória a prestação de uma caução provisória a favor da RAEM, no valor de $ 30 000,00 ( trinta mil patacas), a qual garante o exacto e pontual cumprimento das obrigações a assumir com a apresentação da proposta. A caução provisória pode ser feita por depósito em dinheiro, para o que se deve solicitar a respectiva guia de depósito na Divisão Administrativa e Financeira da Direcção dos Serviços de Finanças, ou mediante garantia bancária.

O acto público do concurso realiza-se no dia 5 de Maio de 2015, pelas 10,00 horas, no Auditório da Cave do Edifício Finanças, sito na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585, em Macau. Em caso de encerramento destes Serviços por causa de tempestade ou de outros motivos de força maior, o termo do prazo de entrega das propostas ou a data e a hora estabelecidas para o acto público do concurso, são transferidos para o primeiro dia útil seguinte.No critério que preside à adjudicação intervêm os seguintes factores com a ponderação que se indica:

a) Preço proposto ( 40%);b) Serviço de apoio e despesas de garantia (20%);c) Qualificação profissional, experiência sobre o desenvolvimento de apli-

cações, nomeadamente aplicações de dispositivos móveis, capacidade técnica e financeira da equipa (30%);

d) Extensibilidade e capacidade de convergência do sistema de aplicações ( 5%);e) Plano de formação ( 5%).

Direcção dos Serviços de Finanças, aos 11 de Março de 2015.

A Directora dos Serviços, Vitória Alice Maria da Conceição.

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DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE SOLOS, OBRAS PÚBLICAS E TRANSPORTESAnúncio

Faz-se saber que em relação ao concurso público para a execução da “Obra de Remodelação das instalações da DSE no 3o andar do Edifício Banco Luso Internacional”, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n° 9, II Série, de 4 de Março de 2015, foram prestados escla-recimentos, nos termos do artigo 2° do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso.

Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta duran-te o horário de expediente no Departamento de Edificações Públicas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, n°33, 17° andar, Macau.

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, aos 13 de Março de 2015.

O Director dos Serviços,Li Canfeng

Fil ipa araú[email protected]

O caso remonta a 2012, quando um investiga-dor criminal

de 2ª classe da Polícia Judiciária (PJ) foi acusado e condenado por crimes de injúria qualificada, ameaça e ofensa à integridade físi-ca qualificada. Com uma condenação de dois anos e nove meses, com pena suspensa por três anos, o investigador foi punido por ter feito, juntamente com a ajuda de terceiros, vários telefonemas aos seus chefes e familiares ameaçando-os e insultando-os. O agente foi demitido, depois da decisão do Tribunal Judicial de Base, pelo director da PJ, após este ter ainda aberto um processo disciplinar contra o condenado.

O agente recorreu, en-tão, ao Tribunal da Segunda Instância (TSI) por não concordar com a decisão do processo interno, alegando que “o acto recorrido apli-cou a pena de demissão ao recorrente pelo motivo de que o recorrente ‘perdeu

Tribunal RecuRso de agente da PJ negado Pelo tsI

Demissão com razãoUm investigador da PJ, condenado por crimes de injúria, foi alvo de uma investigação interna o que levou à sua demissão. Sem concordar, o acusado recorreu ao TSI, que lhe negou o pedido de recurso

completamente a conduta profissional e moral que o agente de investigação cri-minal e funcionário público devem possuir’”, como se pode ler no acórdão do TSI. No entanto, o acusado alegou que a “perda da con-duta profissional e moral é mesmo o pressuposto para a aplicação da pena de apo-sentação compulsiva, pre-visto no artigo 239º, nº 1 do Estatuto dos Militarizados das Forças de Segurança de Macau (EMFSM)”, sendo ainda esta, defendeu, uma pena “excessiva”, violando o princípio da proporcio-nalidade. Numa última argumentação, o ex-inves-tigador alega ainda que o

“acto recorrido é nulo por falta de fundamentação”.

Sem fundamentoDepois da apreciação, o TSI diz que a fundamentação para o recurso não era válida, até porque o EMFSM não se apli-ca ao pessoal da PJ. O tribunal diz ainda que não detectou a existência de erros grosseiros e que os princípios das impar-cialidade, da igualdade, da justiça, da proporcionalidade e da boa-fé não foram violados.

“No que diz respeito à proporcionalidade da pena disciplinar aplicada, indicou o tribunal colectivo que a aplicação do direito criminal e do direito disciplinar da função pública pelos tribunais, obedece a princípios radical-mente diversos. O primeiro é o exercício de poderes de plena jurisdição e o último é de mera anulação, o Tribunal só pode examinar se a autori-dade administrativa exerceu adequadamente o seu poder”, explica o acórdão. “O Tribunal de Segunda Instância negou o provimento ao recurso conten-cioso interposto, mantendo o acto administrativo que apli-cou ao recorrente a pena de demissão”, clarifica ainda.

10 sociedade hoje macau quarta-feira 18.3.2015

P ELO menos 39 menores foram vítimas de tráfico humano em Macau desde 2012, um número que ape-

nas se refere às jovens que foram acolhidas pelo Centro do Bom Pastor, mas que deverá ser bem mais elevado, segundo uma espe-cialista. Os números foram ontem avançados por Aris Tam, inves-tigadora do Instituto Politécnico de Macau e antiga colaboradora do Bom Pastor, especializada no apoio às vítimas menores, durante a conferência “Business Leader-ship to End Human Trafficking & Modern Day Slavery”.

Desde que este tipo de apoio começou a ser disponibilizado, em 2012, 39 menores, com idades en-tre os 14 e os 17 anos, chegaram às mãos do Centro Bom Pastor, todas vindas da China continental, o que não significa que todas as vítimas de tráfico humano venham de lá, salientou Aris Tam, em declarações à agência Lusa.

As histórias repetem-se: são jo-vens de aldeias empobrecidas, com pouco acompanhamento familiar e que são aliciadas para empregos bem pagos em locais longínquos, como Macau.

A especialista deu o exem-plo de uma rapariga a quem foi oferecido um emprego numa loja de roupa, numa cidade da China, muito longe da sua. Quando lá

Desmantelado grupo de prostituição liderado por jovem de 16 anosMUST Abertura de nova residência ainda este ano

Tráfico Humano Quase 40 menores vítimas desde 2012

Ser um para todos Depois de um encontro que uniu vários especialistas em tráfico humano, organizado pelo Centro do Bom Pastor, a conclusão é clara: as empresas podem e devem ter uma postura activa para com este flagelo que é um problema mundial. Em Macau,desde 2012, quase40 menoresforam vítimas

39 menores, com idades entre os 14

e os 17 anos, chegaram às mãos

do Centro Bom Pastor, todas vindas

da China continental

chegou, a jovem foi recebida por uma “tia” que a levou a um salão de beleza para “a arranjar”. Poucos dias depois essa “tia” pediu-lhe que tivesse relações sexuais com um homem por 300 yuan – essa situação durou um ano, até a rapariga chegar a Macau, sem que tivesse recebido qualquer quantia. Tinha 14 anos.

“É a história típica. Querem fazer dinheiro, comprar uma casa, mas acabam a ser exploradas”, afirmou Aris Tam. “Depois de entrarem na rede, são frequente-mente revendidas por traficantes e mudam-nas de sítio. A economia

de Macau está a florescer, há muita procura e [os exploradores] rece-bem muito mais dinheiro. É por isso que as trazem para Macau”, explicou.

A especialista é cautelosa ao re-lacionar estas redes de prostituição com o sector do Jogo: “Não diria que está directamente ligado aos casinos e hotéis porque não é algo oferecido no menu. E sei que há hotéis e casinos que têm seguranças que verificam a identificação das raparigas, mas se têm mais de 18 anos e estão em Macau legalmente, sem que haja provas concretas, não podem fazer nada”.

Nem todas as vítimas de tráfico humano chegam à cidade de forma ilegal – muitas conseguem vistos de turista que prolongam através de viagens para outros países como a Tailândia. Algumas adquirem vistos em locais tão improváveis como o Burkina Faso.

Aris Tam referiu que algumas jovens sabem que vêm para redes de prostituição, apesar de não ima-ginarem o tratamento a que serão sujeitas e muito menos a ausência de pagamento. No entanto, se forem menores, de acordo com as Nações Unidas, continuam a ser conside-radas vítimas de tráfico humano.

Centros como o Bom Pastor acolhem estas jovens durante as poucas semanas que são autori-zadas a ficar em Macau depois de serem detectadas pela polícia. O destino é sempre o mesmo: são reenviadas para o seu local de origem, uma situação que preocupa a especialista.

EmprEsas activasNa Conferência que ontem decorreu, foi ainda discutido como é que as empresas podem ter uma função crucial no fim do tráfico humano e escravatura moderna. Vários espe-cialistas defenderam a ideia de que as empresas devem ter - e têm possi-bilidade para que isso aconteça - um papel muito mais activo no combate a esta problemática mundial.

“A dificuldade é que a maioria dos problemas está no início da cadeia de fornecimento. Uma dos aspectos que saliento é que muitos dos escravos de hoje, ou a maioria das crianças que trabalham, não estão a trabalhar em fábricas. Não se encontram os problemas nas inspecções que são feitas pelas empresas. Encontram-se os problemas no início da cadeia de fornecimento, onde as empresas não vão”, disse Richard Welford, da CSR Asia, à Rádio Macau.

Richard Welford – que traba-lha em programas de responsa-bilidade social corporativa para ajudar na definição de estratégias para as comunidades –, diz que há empresas que já estão sensibiliza-das para a importância de saber com que meios fazem os negócios. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer: “Muitas empresas continuam a enfiar a cabeça na areia, tentam ignorar o problema. Mas começamos a ver cada vez mais riscos para a reputação das marcas. Começam a perceber que têm de lidar com estas questões. Vivemos num mundo em que é tão fácil divulgar informação. Sabemos que pro-dutos é que estão a ser feitos por escravos. Acho que as empresas vão ter de agir”, frisou.

o reitor da universidade de Ciência e tecnologia de macau (must), Liu Liang, prevê que o novo edifício da residência da universidade possa começar a ser utilizado já este ano. segundo o canal chinês de rádio macau, o reitor referiu que a parte final da obra do edifício com 15º andares terminou o mês passado. a universidade prevê que esta construção possa oferecer 1500 vagas.

a Polícia Judiciária (PJ) descobriu uma rede de prostituição composta por pessoas vindas das províncias de Chongqing, Guangdong e sichuan, entre outras, o que resultou na prisão de mais de 40 pessoas. segundo o canal chinês da rádio macau, um dos líderes do grupo teria apenas 16 anos, sendo que o mais velho teria 27. na passada segunda-

feira foi descoberto que a rede funcionaria desde o final do ano passado, tendo sido presos 34 homens e oito mulheres em quatro quartos de um hotel localizado no Cotai. a rede teria uma aplicação de telemóvel para captar clientes. a PJ prossegue as investigação para saber se há mais pessoas envolvidas.

a must está ainda a estudar a possibilidade de expansão do campus. actualmente, a instituição está ainda a arrendar a residência da Ásia-oriental do antigo campus da universidade de macau (um) e Liu Liang referiu que ainda não tem planos para mudar os estudantes, ainda que tenha frisado que vai tentar que a nova residência reúna as condições para os estudantes ainda este ano.

11chinahoje macau quarta-feira 18.3.2015

O presidente do Par-lamento Europeu, Martin Schulz, de-fendeu ontem que as

“diferentes concepções” da União Europeia e das autoridades chine-sas sobre Direitos Humanos “não devem cortar o diálogo”.

“As relações entre a União Europeia e a China são essenciais para o desenvolvimento susten-tável e pacífico do mundo e não há nenhuma alternativa séria ao diálogo aberto”, disse Schulz numa conferência de imprensa.

“O diálogo aberto é o primeiro passo para a compreensão mutua”, acrescentou.

Schulz iniciou no domingo uma visita de quatro dias à Chi-na, tendo-se já encontrado com o Presidente Xi Jinping e outros líderes chineses.

O presidente do Parlamento Europeu indicou ter abordado a questão dos Direitos Humanos “em termos genéricos” e apelou ao “aprofundamento do debate sobre direitos individuais”.

“Alguns dos nossos valores não são negociáveis”, afirmou.

A União Europeia é o maior parceiro comercial da China.

Referindo-se às negociações em curso para a assinatura de um acordo

A China tenciona abrir 50.000 escolas de futebol durante a próxima década, no âmbito

de um plano para elevar o país ao estatuto de grande potência, já alcançado noutras modalidades, e corresponder ao “desejo do povo”.

“Revitalizar o futebol é uma tarefa obrigatória para transfor-mar a China numa potência des-portiva, o que é parte integrante do sonho chinês e também o desejo do povo”, diz o plano, divulgado ontem na primeira página dos principais jornais do país.

Aprovado no final do mês passado pelo “Grupo Dirigente do Partido Comunista (PCC) encarregue do aprofundamento das reformas”, organismo dirigi-do pelo Presidente da Republica, Xi Jinping, o plano assume a

Têxtil e calçado portugueses apostamno mercado chinêsTreze empresas têxteis e de calçado de Portugal participam esta semana em duas feiras internacionais em Xangai, coincidindo com um bom momento das exportações do país para a China. O têxtil é o sector mais representado, com oito empresas (Lemar, Paulo de Oliveira, Penteadora, Ribera, Riopele, Somelos, Textil Serzedelo e Troficolor) a animar o Pavilhão de Portugal na ‘Intertextile Shanghai 2015’, de 18 a 20 de Março. Na mesma data, a feira internacional de calçado ‘Micam’ contará com a presença de cinco empresas portuguesas: Flex & Co, Fly London, J. Reinaldo, Mocc’s/Boat Dock’s e Nobrand. Sede de um município com cerca de 24,5 milhões de habitantes, Xangai é considerada a “capital económica da China” e uma das mais cosmopolitas cidades chinesas. Pelas contas da Administração-geral das Alfandegas Chinesas, em 2014, as exportações portuguesas para a China aumentaram 18,8% para 1.660 milhões de dólares, mais do dobro de há cinco anos.

Pequim DIReITOS huMANOS e GRéCIA NA AGeNDA De MARTIN SChuLz

Amigos em conversa abertaO presidente do Parlamento Europeu está de visita à China a convite do presidente da Assembleia Nacional Popular chinesa, Zhang Dejiang. Apesar das diferenças de opinião, Martin Schulz diz que não há alternativa a um diálogo franco entre as duas partes

“As relações entre a União Europeia e a China são essenciais para o desenvolvimento sustentável e pacífico do mundo e não há nenhuma alternativa séria ao diálogo aberto”

de investimento entre os dois blo-cos, Schulz salientou que a União Europeia “é um mercado muito aberto” e espera “um espírito de reciprocidade” por parte da China.

Em Janeiro passado, a organi-zação não-governamental Human Rights Watch (HRW) acusou as autoridades chinesas de terem intensificado a “hostilidade contra

os críticos” do regime em 2014, na “mais dura campanha” do género no espaço de uma década.

“Sob a liderança do Presidente Xi Jinping, o governo e o partido comunista desencadearam a mais dura campanha de investigações, detenções e condenações políticas da última década, assinalando uma acentuada viragem no sentido da

desejo de ser PotênciA futebolísticA

Obrigados a atacar

intolerância de críticas”, diz a HRW no seu relatório anual.

Questão gregaMartin Schulz, manifestou-se ainda optimista acerca das negociações entre o novo governo grego e as instituições europeias, afirmando que a zona euro “tudo fará para manter a Grécia” na moeda única.

“Queremos manter a Grécia dentro da zona euro. Ainda estou optimista que nos próximos dias encontraremos uma solução”, disse Schulz numa conferência de imprensa em Pequim.

O novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, vai encontrar-se na sexta-feira em Bruxelas com Martin Schulz, e com o presidente da Comis-são Europeia, Jean Claude Juncker.

“Estou optimista que encontra-remos uma solução para melhorar a situação, mas precisamos de tem-po para encontrar os necessários passos seguintes”, disse Schulz, em Pequim.

Em Fevereiro passado, o Euro-grupo chegou a um acordo sobre o prolongamento da assistência fi-nanceira à Grécia por quatro meses, mas em contrapartida, as autorida-des gregas comprometeram-se a conduzir uma série de reformas, em linha com as condições previstas no atual programa.

Martin Schulz está na China, a convite do presidente da Assem-bleia Nacional Popular chinesa, Zhang Dejiang.

ambição da China de organizar um dia um Mundial de futebol pela primeira vez.

“Sendo o desporto mais po-pular do mundo, o futebol pode impulsionar um enorme cresci-mento económico e uma maciça participação social na China. O seu desenvolvimento ampliará também o poder cultural do país”, disse um comentador citado pelo Global Times.

Disciplina obrigatóriaO futebol só foi profissionalizado na China no início da década de 1990, quando a liderança do PCC aboliu o sistema de “planifica-ção central”, típica dos regimes comunistas, e adoptou um novo modelo, chamado “economia de mercado socialista”.

Vinte anos depois, o país mais populoso do planeta, com cerca de 1.370 milhões de habitantes, tornou-se a segunda maior eco-nomia mundial, logo a seguir aos Estados Unidos, mas figura em 83.º no ranking da FIFA.

Em 2014, o numero regista-do de estudantes chineses que jogavam futebol rondava os 190.000, menos um terço do

que dez anos antes, salientou ao China Daily o secretário--geral da Associação Chinesa de Futebol (CFA).

De acordo com o plano reve-lado ontem, nos próximos cinco anos, a prática do futebol será uma “componente obrigatória” da disciplina de educação em 20.000 escolas, número que em 2025 deverá chegar aos 50.000.

12 hoje macau quarta-feira 18.3.2015eventos

À venda na Livraria Portuguesa Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

ÁlvaRo Cunhal no paíS doS SovieTeS • Helena MatosNo centenário do nascimento do carismático secretário-geral do Partido Comunista Português, Álvaro Cunhal, a jornalista e comentadora Helena Matos assina um texto a ilustrar cerca de meia centena de fotografias inéditas do dirigente comunista em terras soviéticas e que pela primeira vez chegam a Portugal pela mão do jornalista José Milhazes. São imagens desconhecidas que retratam os anos de apogeu de Cunhal na ex-URSS logo após a fuga de Peniche em 1961 e que se estenderam até ao fim do exílio com a Revolução de Abril de 1974; mas também as múltiplas visitas posteriores, reveladoras do esmorecimento do entusiasmo dos líderes socialistas face a Cunhal, assumindo o dirigente comunista português um papel cada vez mais secundarizado a partir do início da década de 80.

os HiPoPótaMos CozeraM nos seus TanqueS • William s. Burroughs“Os Hipopótamos Cozeram nos Seus Tanques” é o livro perdido de W.S. Burroughs, o livro perdido de Kerouac, o livro que permaneceu inédito durante mais de 60 anos e se tornou uma lenda.

Leonor Sá [email protected]

o evento Som & Imagem, que tem lugar todos os anos desde 2003, traz

este ano novidades, a principal sendo a transformação do con-curso em festival e a introdução

o investigador que tenta localizar os restos mortais de

Miguel de Cervantes afir-mou ontem que “é possível considerar que entre os fragmentos encontrados” na igreja das Trinitarias em Ma-drid se encontram “alguns” que pertencem ao autor de D. Quixote.

Francisco Etxebarria, o cientista que dirige a in-vestigação promovida pela autarquia de Madrid disse à EFE que os fragmentos que foram encontrados permitem concluir “sem discrepâncias” que se tratam de restos mortais do escritor espanhol Miguel de Cercantes Saavedra, autor da obra D. Quixote de La Mancha

restos mortais de Cervantes terão sido desCobertos

Busca de quatro séculossound & image Challenge ConCurso passa a festival e junta-se à músiCa

Com espaço e tempo para todosEste ano, o Sound & ImageChallenge transforma-se num festival e estreia-se com a colaboraçãode cinematógrafos e editores com músicos na realização de videoclips. Continuam, no entanto, a existir as categorias de anos anteriores como Documentário, Identidade Culturalde Macau ou Animação

da categoria ‘Volume’, onde os candidatos deverão criar um videoclip em parceria com músicos locais. A iniciativa é um conjunto de dois con-cursos paralelos destinados a premiar vários artistas em diferentes subcategorias de curta-metragem, como Me-lhor Animação, Melhor Spot

Publicitário, Melhor Local, ou Melhor Documentário.

O período de entrega dos trabalhos a concurso teve iní-cio na passada segunda-feira e encerra a 16 de Junho, pelo que cada concorrente poderá submeter um máximo de três trabalhos, necessariamente produzidos entre 1 de Janeiro e o último dia da entrega. De acordo com comunicado da Creative Macau, o processo de entrega é gratuito, estando as categorias de Publicidade e Animação sujeitas a um período máximo de filme de 15 minutos, e as de Ficção e Documentário não podem exceder os 30 minutos.

Serão seleccionadas um total de 25 curtas-metragens por um júri composto por dois especialistas da área audiovisual, um membro da organização, um professor de cinema e um curador.

A edição deste ano conta com a participação, na selec-

A edição deste ano conta com a participação, na selecçãoe no painel de jurados, Mário Dorminski, fundador do festival de cinema ‘Fantasporto’

e que morreu em 1614. Os especialistas apresentaram ontem, em conferência de imprensa, os resultados ofi-ciais da investigação sobre Miguel de Cervantes.

Segundo declarações à Efe, o mesmo responsável disse que no local foram en-contrados os restos mortais de Miguel de Cervantes, da mulher Catalina de Salazar, assim como de outras pes-soas que foram enterradas na igreja primitiva e que se localiza num local diferente do que aquele onde se en-contra o templo actualmente.

eFeméRideSA publicação do segundo volume de D. Quixote de

La Mancha (1615), con-siderado como o primeiro romance moderno, é assi-nalada este ano e em 2016 assinala-se o quarto cente-nário da morte de Miguel de Cervantes Saavedra (23 de Abril de 1616).

Na semana passada, o director do Instituto de Cervantes em Lisboa disse à Lusa que há um “rasto português” na obra de Miguel de Cervantes marcado pela passagem do escritor espanhol pela ca-pital portuguesa em finais do século XVI e que deve ser aprofundado.

Javier Rioyo pretende, por isso, organizar um congresso a realizar em Lisboa sobre os aspectos portugueses na obra do autor espanhol.

“Em, Abril do ano que vem cumprem-se os 400 anos sobre a morte do autor. O congresso terá carácter internacional, com univer-sidades portuguesas, espa-nholas, norte-americanas e outras, além dos grandes biógrafos de Cervantes que são franceses, ingleses e italianos. É preciso envol-ver gente diferente”, referiu Rioyo.

13hoje macau quarta-feira 18.3.2015 eventos

Universidade de São José Actividades lúdicas no Dia do PortuguêsA Universidade de São José (USJ) celebra o Dia do Português na terça-feira da próxima semana, com um conjunto de actividades lúdicas dedicadas ao país de Camões. Além da realização de jogos tradicionais e um espectáculo de dança folclórica, está também pensado um workshop de gastronomia tipicamente macaense e uma conferência sobre a língua patuá que tem Miguel de Senna Fernandes como orador. As actividades terão lugar entre as 11h00 e as 19h00, estando agendado um concerto do grupo local português “80 e Tal”, das 16h00 às 16h50. Findo o workshop de comida macaense – conduzido por Cecília Jorge –, está planeado uma outra aula, desta vez de gastronomia lusa, que dura das 14h45 às 15h15. O programa completo deste dia, que está integrado no Festival de Línguas e Culturas, pode ser consultado no website oficial do USJ e tem entrada livre.

Creative Exposição“Sensibility” inagura amanhãO espaço Creative Macau inaugura uma nova exposição amanhã, pelas 18h30, de pinturas e esculturas do artista Fernando Simões. Com o título “Sensibility”, a mostra mistura formas geométricas no esplendor da natureza e sensibilidade e abstraccionismo numa mistura de sensações. A exposição tem entrada livre e decorrerá até 18 de Abril.

Madrid Tesouros da Suíça por amor a Pablo PicassoFotografia Erwin Olaf expõetrabalhos na Fundação Oriente

O fotógrafo holandês Erwin Olaf vai expor na Fundação

Oriente, numa mostra que está naquele local até dia 8 de Maio. Olaf estará presente durante o evento de inauguração, que acon-tece às 18h00 do próximo dia 26, onde também haverá espaço para a apresentação do seu novo livro, publicado pela Aperture.

O holandês estudou Jornalismo em Utrech, mas foi a fotografia que conquistou o artista, que tem feito uma série de exposições em várias cidades, simultaneamente criando campanhas publicitárias para gigantes como a Levi’s, a Nokia ou a Microsoft. Além disso,

foi convidado para desenhar as moedas Euro da Holanda e faz trabalhos para várias revistas inter-nacionais, como a Vogue. À parte disso, participou igualmente numa campanha de publicidade institu-cional pela prevenção da SIDA, com imagens fortes e chocantes. O seu trabalho foi inúmeras vezes apelidado de controverso e provo-cador, nomeadamente no que toca a três das séries mais conhecidas: “Grief”, “Rain” e “Royal Blood”.

A exposição vai contar com a presença do artista e está aberta ao público todos os dias, durante o horário de funcionamento da Fundação. Tem entrada livre.

Sound & Image Challenge COnCUrSO PASSA A FeSTivAL e JUnTA-Se à MúSiCA

Com espaço e tempo para todosção e no painel de jurados, de Mário Dorminski, fundador do festival de cinema ‘Fan-tasporto’. Os filmes finalistas, que podem ser de artistas de

todo o mundo, serão exibidos no final deste ano, de 1 a 6 de Dezembro, num cinema local a definir. É de realçar que, tal como em anos anteriores, tam-

bém desta vez serão atribuídos prémios pecuniários aos ven-cedores das oito categorias. O montante do galardão vai das 3000 às 20 mil patacas e conta com o patrocínio de entidades locais públicas e privadas.

A músicA tAmbém tem lugArA presente edição traz ori-ginalidade ao cinema, mas também ao mundo da música, com a expansão do concurso a quem pretenda criar um videoclip para uma música já existente. Contudo, e porque se trata de um projecto-piloto, haverá apenas espaço para um artista no pódio, cujo trabalho será igualmente exibido entre 1 e 6 de Dezembro. O processo de candidatura e entrega de trabalhos é também gratuito.

O júri para este concurso será composto por três espe-cialistas da área audiovisual e os trabalhos candidatos ao prémio final não devem exce-der em mais de 30 segundos a duração original da música escolhida. A iniciativa dita ainda que a banda responsá-vel pela música escolhida irá tocar durante a cerimónia de entrega de prémios.

O Kunstmuseum de Basi-leia (Suíça) está fecha-

do para obras. Mas as suas peças não ficaram fechadas também. A direcção resol-veu expor algumas noutro país e escolheu Espanha por causa de uma história de amor antiga entre os suíços e o pintor Pablo Picasso. Assim, a desde ontem e até Setembro obras de Van Gogh, Renoir, Chagall, Soutin, Redon, Pissarro,

Manet, Modigliani, Monet, Cézanne, Jawlensky, Kan-dinsky, Hodler e... Picasso instalam-se no Museu Reina Sofia, em Madrid. São 166 obras dos grandes mestres da pintura dos séculos XIX e XX, que formam parte da sua colecção pública e das colecções privadas Rudolf Staechelin e Im Obersteg. Estas obras são consideradas um dos conjuntos artísticos mais importantes do mundo.

Existe uma história que explica esta escolha de Ma-drid e há um culpado, Pablo Picasso. A família de um dos primeiros coleccionadores do museu, Rudolf Staeche-lin, vendeu duas obras do artista espanhol, Arlequín sentado e Dos hermanos, por motivos económicos. Quan-do o presidente da Câmara se apercebeu do sucedido, em 1967, decidiu fazer um referendo para saber se a cidade queria ficar com os quadros. Ouvido o sim, as autoridades pagaram seis milhões de francos suíços e os cidadãos juntaram os outros dois milhões. Picas-so acompanhou a história desde Paris e, comovido, decidiu doar outras quatro obras ao museu.

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14 hoje macau quarta-feira 18.3.2015

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WANG CHONG 王充 OS DiScurSOS POnDeraDOS De WanG cHOnG

Invenções sobre a morte – 9 & 10

O Rei Cheng de Chu depôs o príncipe herdeiro, Shangchen, desejando substitui-lo pelo príncipe Zhi, Ao saber destas notícias, Shangchen fez cercar o rei recorrendo aos guardas do palácio. Antes de morrer, o rei pediu para comer patas de urso, o que Shangchen recusou. O rei acabou por ser enforcado e morrer, vindo a receber o nome póstumo de “Ling” [“aquele que não diminui a desordem”]. Porém, como manteve os olhos abertos, mudaram-lhe o nome para “Cheng” [“aquele que estabelece a ordem”] e o rei acabou por fechar os olhos. Isto provaria que, mesmo depois de morto, o rei ainda estava consciente: dado não gostar do nome póstumo “Ling”, mantivera os olhos abertos, fechando-os só quando mudaram esse nome para “Cheng”. Os seus espíritos subtis terão escutado as deliberações a propósito do seu nome póstumo e, quando foi decidido mudá-lo, o rei fechou-os, satisfeito. Isto nada tem que ver com uma doença ocular, nem com uma história de consolação: os olhos estavam abertos e, depois, por si mesmo se fecharam. Como explicar este fenómeno senão por uma intervenção sobrenatural?

* * *

A isto respondo que se trata de uma história do mesmo género da de Xun Yan. É certo que o rei Cheng não sofria de uma doença ocular, mas os seus olhos também não se mantiveram abertos sem razão. No momento em que se enforcou, o seu qi ainda era abundante e os seus olhos mantiveram-se abertos por alguns instantes após a morte; foi nesse momento que lhe foi dado o nome póstumo de “Ling”. Pouco depois o qi enfraqueceu, justamente quando lhe mudaram o nome póstumo para “Cheng” e no momento em que estes se fecharam: foi apenas por coincidência que os olhos se fecharam nesse instante, mas para quem observou essa coincidência, o rei Cheng estaria ainda consciente. Mas se o rei estivesse deveras consciente nunca teria fechado os olhos! E porquê? Porque o assassinato perpetrado pelo príncipe herdeiro era um crime mais odioso do que a ofensa menor que consistiu em lhe dar um nome póstumo desfavorável: não se revoltar contra um crime odioso, mas irritar-se comuma pequena ofensa, ora eis algo que não aponta para uma inteligência sobrenatural! E, para mais, isto não dá seguramente prova de que os espíritos dos mortos se possam manifestar aos vivos.Entre os título póstumos desfavoráveis não existe só “Ling”, existe também “Li” [“cruel”, “severo”, “tirânico”] e, segundo os anais escritos em bambu ou seda, foram numerosos aqueles que receberam um destes nomes póstumos. Contudo nenhum dentre eles manteve, que se saiba, os olhos abertos. Será que esses numerosos soberanos nada quiseram dizer sobre o assunto; que só o rei Cheng se mostrou insatisfeito com o seu? Porque é que de entre todos aqueles que receberam o nome “Ling” nenhum se recusou a fechar os olhos?

Tradução de Rui CascaisIlustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.

15 artes, letras e ideiashoje macau quarta-feira 18.3.2015

Dado não gostar do nome póstumo “Ling”, mantivera os olhos abertos.

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20 desporto hoje macau quarta-feira 18.3.2015

Gonçalo lobo [email protected]

B ateu-se um recorde de assistência em jogos da selecção de Macau ontem no estádio da taipa na

segunda mão da pré-eliminatória entre Macau e o Camboja, a contar para a qualificação asiática para o Mundial de 2018 na Rússia, que terminou empatada a uma bola.

Cerca de 1500 pessoas viram os pupilos de Joseph tam come-çarem bem a partida com algum ascendente. Contudo, a primeira oportunidade de perigo pertenceu ao Camboja, aos 10 minutos, através do remate do médio Va Quentin.

Macau continuou por cima durante a partida e quatro minutos volvidos o defesa-direito Chan Man perdia clamorosamente a oportunidade de dar vantagem às cores do território, depois de não conseguir emendar à boca da baliza, enviando a bola ao lado.

a selecção de Macau pareceu abanar um pouco com a perdida de Chan Man, um dos jogadores mais esclarecidos da equipa da Flor de Lótus, principalmente durante a primeira parte do encontro.

Com ataques de parte a parte, o Camboja acaba por rematar com perigo aos 26 minutos fazendo brilhar Ho Man Fai na baliza de Macau. esteve seguro o guarda-redes.

Mas, dois minutos depois, através de um lance de bola parada, a selecção cambojana acaba por chegar ao golo. De livre directo, thierry Bin mete a bola dentro da baliza de Macau, com a barreira a trair o guarda-redes Ho Man Fai, sem culpas no golo.

Depois desse lance o Camboja acabou, naturalmente, por acalmar e só houve Macau, sem nada a perder – aliás como desde o início do jogo – até ao intervalo. Niki

a selecção de Macau tudo fez para, pelo menos, vencer a sua congénere cambojana ontem no estádio da taipa. Não conseguiumas mereceu a ovação de cercade 1500 pessoasno final do jogo

Qualificação Mundial 2018 EmpatE a um golo com o camboja no Estádio da taipa

Macau acreditou mas não conseguiu

torrão – muito desamparado na frente de ataque e constantemente a pedir aos colegas para subir no terreno – acabou ter oportunidades aos 30 minutos e aos 36.

O discernimento nem sempre existiu na equipa comandada por Joseph tam que falhou novamente aos 39 minutos num remate forte de Leong Ka Hang, jogador que evolui no tai Po do campeonato vizinho de Hong Kong.

aos 41 minutos, o árbitro de Omã Yaqoob abdul Baki poderá ter comprometido o jogo de Macau ao não assinalar uma alegada gran-de penalidade – que nos pareceu existir - contra o Camboja depois do derrube de Pang Chi Hang na grande área cambojana.

se já era difícil, desta forma pior ainda.

até ao apito para intervalo, uma oportunidade para o Camboja, aos 43 minutos, e três para Macau para Chan Man, aos 44, para Pang Chi Hang, aos 45, e alexandre Matos, aos 46, na sequência de um pontapé de canto.

Um golo e mUito qUererMacau não deixou as esperanças no balneário e trouxe o mesmo onze de volta ao jogo. apesar disso, quem esteve mais perto do golo nos instantes iniciais da segunda parte – aos 49 minutos - foi a selecção do Camboja, com duas bolas na barra da baliza à guarda de Ho Man Fai, primeiro por Va Quentin e depois por Prak Mony Odom.

três minutos depois apareceria o golo de Macau na transforma-ção de uma grande penalidade. O avançado Leong Ka Hang não desperdiçou a oportunidade e deu

justiça ao marcador do estádio da taipa, fazendo o empate no jogo.

Depois, e com alguns jogadores a perderem fulgor físico, o que se viu foi um cá e lá de oportunidades, com Macau a ter as mais flagrantes e perigosas. Ho Chi Fong, entrado aos 59 minutos para o lugar de Kong Cheng Hou, rematou com selo de golo, aos 80 minutos, e permitiu uma grande defesa ao guarda-redes do Camboja, um sereyroth.

Do lado de Macau o defesa do Lai Chi Lei Ka Him e o guarda--redes do Monte Carlo Ho Man

Fai mostravam ser peças prepon-derantes no xadrez de Joseph tam. Fizeram uma segunda metade de jogo de grande nível.

Macau teve sinal mais até ao final do jogo com, aos 90 minutos, Lao Pak Kin, entrado três minutos antes, a ter uma boa oportunidade para dar a vitória às cores da RaeM.

trabalho ementalidade ganhadoraNo final do encontro, a desilusão estava patente nos rostos de trei-nador e jogadores que ainda assim

ficha do jogo

maCaU 1 CamboJa 1leong Ka hang, g.p. 52´ thierry bin 28´

1. ho man Fai 18. Um Sereyroth2. lei Ka him 2. Sun 45’+15. luís amorim 3. Visal7. Chan man 4. Sovan8. Paulo Cheang (cap.) 5. ngoy9. leong Ka hang 81’ 6. Va 80’10. niki torrão 7. Prak mony odom 62’12. ho man hou 8. thierry bin16. alexandre matos 9. Khuon laboravy (cap.)17. Kong Cheng hou 59’ 12. Sos21. Pang Chi hang 87’ 17. Chhin Chhoeun

• SubStituiçõeS59’ – ho Chi Fong 45´+1 – ros Sam oeurn81´- Sio Ka Un 62’ – Chan Vathanaka87´- lao Pak Kin 80’ - hoy

• treinadortam iao Sam lee tae-hoon

• Árbitro Yaqoob abdul baki (omã)

admitiram sensação de dever cumprido. “Mostrámos, acima de tudo, que queríamos vencer o jogo. Mesmo admitindo que tanto nós como o Camboja podiam ter vencido, penso que a nossa vitória se ajustava”, começou por dizer ao HM o seleccionador Joseph tam.

“Começámos bem mas depois do golo deles perdemos confian-ça. se já não era fácil, tornou-se impossível. Depois, na segunda parte, estivemos novamente bem e alcançamos um golo justo.”

O seleccionador da RaeM mostrou-se agradecido pelo apoio do público. “Jogámos perante uma excelente atmosfera. Obrigado a todos os que se deslocaram ao es-tádio para nos apoiar, sabendo que a eliminatória não estava fácil.”

agora o que importa é o futuro. Com muito trabalho e mentalidade vencedora, Joseph tam acredita que a selecção pode fazer muito melhor e pede ajuda aos clubes e aos atletas. “Não podemos con-trolar tudo. Mas transmito sempre uma mentalidade vencedora aos meus jogadores. agora, eles pró-prios têm de trabalhar mais nos seus clubes.”

Niki torrão, que jogou muito desamparado no ataque na maioria do jogo, mostrava-se resignado no final do encontro, contudo ciente de que os jogadores fizeram tudo. “Era muito difícil inverter a eliminatória mas podíamos ter ganho este jogo. O nosso objectivo sempre foi a vitória. uma palavra de apreço aos meus colegas que tudo fizeram para vencer o Camboja.”

Quem também falou ao HM foi o defesa-direito da Flor de Lótus. Para Chan Man, que perdeu uma oportunidade flagrante de marcar um golo durante a primeira metade do encontro, o jogo “foi muito bom” e lembrou também o apoio incansável vindo das bancadas. “Quero, antes de mais, agradecer o apoio do público que se deslocou ao estádio da taipa. Foi a primeira vez que vi tanta gente nas bancadas. agradeço igualmente, aos meus colegas pelo espírito de entrega ao jogo. Penso que estamos a construir uma boa equipa.”

Os jogadores de Macau tudo tentaram para chegar, pelo menos, à vitória no jogo. Nem sempre com o discernimento necessário mas com muito querer, os jogadores do território tiveram galhardia na procura da vitória que, a nosso ver, seria prémio justo pelo que fizeram no encontro. Agora, uma qualificação para um mundial só daqui a quatro anos a pensar no Qatar em 2020.

tempo muito nublado min 20 max 25 hum 75-100% • euro 8.4 baht 0 .2 yuan 1.2

João Corvo

Aconteceu Hoje 18 de março

fonte da inveja

C i n e m aCineteatro

Sala 1cinderella [a]Filme de: Kenneth BranaghCom: Lily James, richard madden, Cate Blanchett14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Sala 2chappie [c]Filme de: Neill BlomkampCom: Hugh Jackman, Sharlto Copley, dev Patel14.30, 16.45, 19.15, 21.30

Sala 3the boy next door [c]Filme de: eric darnell, Simon J. SmithCom: Jennifer Lopez, ryan Guzman, John Corbett14.15, 16.00, 17.45, 21.30

Stand by me doraemon [3d] [a](FaLado em CaNtoNêS)Filme de: takashi Yamazaki, ryuichi Yagi19.30

O que fazer esta semana?HojeVeNetiaN CarNeVaLe (até 18/03)Venetian macau, todo o dia entrada livre

aPreSeNtação do LiVro “oS raPazeS doS taNqueS”,de adeLiNo GomeSedifício do antigo tribunal, 18h00entrada livre

amanhãiNauGuração oFiCiaL do FeStiVaL Literáriorota daS LetraSedifício do antigo tribunal, 16h30entrada livre

rota daS LetraS - “a eSCrita Como ViaGem:maCau eNtre o reaL e o imaGiNário HiStóriCo”,Com CLara Ferreira aLVeS eYaN GeLiNGCentro de Ciência de macau, 19h00entrada livre

Sexta-feirarota daS LetraS – “o LuGar da eSCrita Na NoSSa Vida quotidiaNa”, Com Bei dao, YaN GeLiNG, SHeNG KeYi, aNdréa deL FueGo e João PauLo BorGeS CoeLHoCampus da universidade de macau, 10h00 entrada livre

rota daS LetraS – aBertura da Feira do LiVroteatro dom Pedro Ventrada livre

rota daS LetraS – reCitaL de PoeSia “a roSa do temPo”Biblioteca Sir robert Ho tung, 18h00entrada livre

rota daS LetraS - FeStõeS de Som – SeSSão muSiCaL Com CaNtora de Jazz zHaN Xiao Liteatro dom Pedro V, 20h30entrada livre, mas com lugares marcados

Sábadorota daS LetraS – SeSSão de CiNema Com “aCCideNt”, de CHeaNG Pou Soi Cineteatro de macau, 10h30

rota daS LetraS – maCau Na Literatura CoNtemPorâNeateatro dom Pedro V, 16h00

rota daS LetraS - autoreS e oS SeuS LiVroS (aPreSeNtação de oBraS)Com João Borges Coelho teatro dom Pedro V, 17h00entrada livre

rota daS LetraS – eSCreVer No FemiNiNo teatro dom Pedro V, 18h00

domingoWorKSHoP de JorNaLiSmo e Literatura,Com CLara Ferreira aLVeSLivraria Portuguesa, 11h00

diariamente eXPoSição “VaLquíria”, de JoaNa VaSCoNCeLoS mGm macauentrada livre

eXPoSição “NiHoNGa CoNtemPorâNea”,de arLiNda Frota Fundação rui Cunhaentrada livre

eXPoSição de SâNdaLo VermeLHo (até 22/03)Grande Praça, mGmentrada livre O que é a vida? Uma oportunidade perdida.

Morre António nobre,o poeta romântico• É dia 18 de Março e assinala-se a morte do poeta António Nobre, em 1900, na cidade do Porto, onde nascera 33 anos antes. influenciada por almeida Garrett e Júlio dinis, a poesia de Nobre é marcada pelo romantismo saudosista. Neste dia, lembra-se também michael Schiavo, um ícone norte-americano que lutou pelo direito a morrer.António Nobre, o poeta ultra-romântico cuja escrita é mar-cada pelas influências de Garrett e Júlio dinis. apesar de morrer jovem, com apenas 33 anos, António Nobre deixou uma marca bem profunda na poesia portuguesa. ‘Só’, publicada em Paris em 1892, é a obra mais marcante da sua produção poética. Nascera a 16 de agosto de 1867, na Foz do douro. morreu também na cidade do Porto, a 18 de março de 1900. uma tuberculose tirou a vida ao poeta António Nobre, que travou uma luta persistente contra a doença.a data de 18 de março é considerada, segundo Beda, o dia em que o mundo foi criado, em 3953 aC. Foi também neste dia, muitos anos mais tarde, em 1965, que o cosmonauta soviético aleksei Leonov saiu da nave Voskhod 2, durante 12 minutos, tornando-se na primeira pessoa a caminhar no espaço.Neste dia, em 2005, é retirada a sonda de suporte alimentar a theresa Schindler-Schiavo, a pedido do marido. este caso faz renascer a discussão sobre a eutanásia. Schiavo é considerada o ícone norte-americano do direito de morrer.Sofreu aos 27 anos um ataque cardíaco, que lhe provocou uma grave e irreversível lesão cerebral. o marido, michael Schiavo, lutou para que fosse satisfeita a vontade de theresa, que queria que lhe fosse retirada a sonda. e a 18 de março o seu desejo cumpriu-se, com a remoção da sonda, sendo que theresa viria a morrer a 31 de março de 2005, depois de 14 dias de fome e sede.

a banda vem dos estados Unidos e já existe há dez anos. Com este álbum, lançado há dois anos, intitularam-se embaixadores da paz e da magia, mas fizeram mais do que isso. Conseguiram criar um disco coeso com boas mú-sicas para ouvir do início ao fim, sem cansar. Shuggie, lá mais para o fim, é a cereja no topo do bolo. Fazem parte da cena musical Indie e constituem uma boa descoberta. Eis os Foxygen. - Andreia Sofia Silva

“We Are tHe 21St century AMbASSAdorS of PeAce & MAgic”(foxygen, 2013)

21(f)utilidadeshoje macau quarta-feira 18.3.2015

U m d I S C o h o j E

22 opinião hoje macau quarta-feira 18.3.2015

urbanidadesAntónio ConCeição Júnior

N este húmido mês de Março, servido por uma frente fria, a cidade, com o nevoeiro que a invade, nem se reflecte nas águas pouco transparentes e lodosas deste braço do delta, num momento em que se vertem ao conheci-mento do público algumas decisões para enfrentar o

grave problema do excesso – sempre o ex-cesso – da imensa população automóvel e outros veículos, que foi invadindo, impune e desregradamente, a cidade até ao pejamento e total insustentabilidade.

Durante todo este processo de impor-tação de automóveis, que se estendeu por anos, não se vislumbrou – por parte, su-postamente, da DsAt – qualquer medida capaz de evitar o descalabro existente, que, além do pejamento, da tremenda po-luição, conduziu à autêntica lotaria que é encontrar um lugar de estacionamente na cidade.

Mas compreende-se todo este processo de necessidade de aquisição, de mostrar poder de compra. Compreende-se a ne-cessidade de, à falta de outros objectivos, ostentar. Uma margem, muito marginal, de habitantes busca o sonho do estatuto, e nada melhor que a equação entre a falta de espaço e a cilindragem de alguns auto-

Para que tudo fosse algo diferente, importava que as LAG trouxessem consigo uma verdadeira reorganização urbana, uma Cartilha para o Mando e para os Cidadãos, na certeza porém que as águas do delta continuarão impassíveis, apesar de os vivos se esquecerem vezes sem conta que a Memória não é deferência, antes a obra que deixarem atrás de si

A Cartilha

móveis – que já não são poucos – para se perceber quanto de novo-riquismo infesta esta velha e bela urbe.

Cruzei-me com um Ferrari negro, de tinta fosca, possivelmente para mostrar o vanguar-dismo do fascinado dono, que se passeia em segunda e atravessa a ponte em terceira. Mais além um BMW topo de gama, também negro fosco (ele há modas que sim), entalado como eu no trânsito. Pouco depois, passou por mim um Mazda desportivo rubro, dois lugares, ronronante, a ameçar velocidade. Acolá um Bentley negro, silencioso.

e por esta cidade, que tão excelente seria se passeada a pé, sem pressas, em sintonia com as temperaturas que lhe pre-sidem, perpassam estas peculiaridades de quem, à maneira do Macaco Nu, de Des-mond Morris, não tendo mais que mos-trar, exibe o carro.

De entre o nevoeiro que se abateu, ain-da assim se vislumbram as metades infe-riores dos prédios, não se sabendo quantos têm parques de estacionamento ou são por-tadores da tecnologia de papelão, nem se alguns dos autores serão porventura cha-mados a depôr sobre as novas técnicas de construção, antes que a natureza, que tudo comanda, pense em despir certas paredes ao primeiro abalo.

estamos num mês do faz de conta. Não chove nem faz frio ou calor. Mas este mês dedicado a Marte, que se en-tretém mais para o Oriente-Médio, vai revelar também quais as linhas da acção governativa desta nova equipa executi-va. Muito se espera e muitas são as ex-pectativas sobre as soluções a apresentar para resolução dos problemas que mais afligem a população que, segundo son-

dagens recentes, passam prioritariamen-te pela habitação e transportes.

Mas Março foi, é e será ainda montra para outros importantes eventos, como a inauguração da instalação da portuguesa Joana de Vasconcelos no MGM, o “Car-nevale” dito Veneziano do Venetian, e o Festival Literário Rota das Letras, a arran-car com a apresentação d”Os Rapazes dos tanques” de Adelino Gomes, que também por Macau andou nos tempos heróicos da tDM.

tirando o capacete plúmbeo que nos toca a todos, ressalta o facto de os dias des-te tempo de transição serem todos muito iguais para muitos, sobretudo para aqueles cujo prazer máximo é rodar sonora e des-medidamente de madrugada, sendo indife-rentes ao que realmente importa, enquanto as águas do delta correm silentes para o mar, também indiferentes às desmesuras dos homens, a ambições, ódios, afectos ou simplesmente omissões.

Para que tudo fosse algo diferente, im-portava que as LAG trouxessem consigo uma verdadeira reorganização urbana, uma Cartilha para o Mando e para os Cidadãos, na certeza porém que as águas do delta continuarão impassíveis, apesar de os vi-vos se esquecerem vezes sem conta que a Memória não é deferência, antes a obra que deixarem atrás de si. Vem numa Cartilha.

hoje macau quarta-feira 18.3.2015 ócios / negócios 23

Leonor Sá Machado [email protected]

a grande maioria segue as modas, mas poucos são aqueles que a estabelecem e exploram. É o caso

de F. Cheung e Charlotte Long, fundadores da Doll’s Tattoo, a nova loja e estúdio de tatuagens e piercings do território, loca-lizada no Beco do Caracol, perpendicular à Avenida Coronel Mesquita.

A exploração da pintura corporal a título definitivo é uma tendência crescente e bem assente em algumas sub-culturas da Europa, mas parece ter tido pouca adesão em Macau. Há, decerto, países e regiões asiáticas que fizeram por desenvolver este sector, como são os casos do Japão ou de Hong Kong. Foi precisamente a pensar nisso que os dois proprietários e artistas decidiram inaugurar este espaço no passado dia 28 de Feverei-ro. Com uma história ainda francamente recente, seria de esperar preocupações por parte de Cheung e Charlotte relativamente ao preço das rendas ou falta de clientela, mas a verdade é que a exploração e criação

Doll’s TaTToo, esTúDio De TaTuagens e piercings F. cheung, proprieTário e arTisTa

A Arte Antes de tudo

O Beco do Caracol conta agora com uma loja de tatuagens, um negócio pouco explorado por estes lados, mas esta é uma tendência que um dos seus fundadores, F. Cheung, quer inverter.A Doll’s Tattoo considera-se única na sua arte, uma vez que ninguém sairá de lácom uma tatuagem igual

artísticas parecem estar antes de qualquer lucro financeiro. “Nada é impossível quando se quer muito algo e não creio que a rendas seja um problema porque é bastante mais em conta quando comparada com as de Hong Kong, mas algo que por vezes é complicado é a falta de tempo”, disse Cheung, em entrevista ao HM. Neste momento, a equipa está especialmente focada na questão do marketing e de como fazer chegar o nome e qualidade da marca à clientela que por aí anda. A publicidade tem sido maioritariamente feita através de redes sociais como o Facebook, onde o lema do “passa-a-palavra” tem sido essencial para a expansão do nome da Doll’s Tattoo.

Arte AcimA de tudoA arte está, para os dois, acima de qualquer outra preocupação, à parte da higiene, que

consideram essencial num local como este. “A coisa mais importante para nós é a segu-rança na saúde”, frisam. Esta foi, também, uma das razões que levou à abertura do negócio, uma vez que nem Charlotte, nem Cheung conheciam um local “verdadeira-mente adequado em termos de cuidados e saúde e higiene” para servir aquilo que dizem ser uma cultural de tatuagens “em crescimento”. Ao HM, Cheung explica que no Reino Unido – país onde residiu alguns anos – é obrigatório ter qualificações profis-sionais específicas para exercer a profissão de tatuador, sendo também necessário uma licença para operar neste ramo. “Foi com base nisso que decidimos abrir esta loja, para que Macau tivesse um estúdio de tatuagens com pessoal profissionalmente qualificado”, justificaram.

ViAgens que inspirAmNo entanto, não pense o comum mortal que um tatuador se faz apenas de talento natural para o desenho e a agulha de tinta. Cheung e Charlotte embarcaram numa grande e demorada viagem pelo mundo, mais especificamente pela Europa, “onde a cultura das tatuagens está muito presente”, dizem. Foi também a pensar no estilo de lojas lá existentes que escolher a decoração da loja, bem como o estilo de desenhos e imagens que pintam e desenham. Também o nome do espaço é inteiramente original: baseia-se no género preferido de desenho de Charlotte, umas bonecas totalmente pensadas pela artistas. Embora os dois

estejam agora a pensar ficar por Macau a produzir arte e gerir o estúdio, Charlotte e Cheung não pararam durante mais de quatro anos, passando por Londres, Ale-manha e Austrália. Depois de viverem por algum tempo no território vizinho, decidiram-se por um estilo de vida mais calmo. “Tentámos desacelerar o ritmo de vida que tínhamos em Hong Kong e Macau é um lugar relaxante, onde podemos levar um estilo de vida mais calmo”, afirmaram.

todos diferentes, todos iguAisSe, por um lado, as pessoas que entram na Doll’s Tattoo têm um mesmo espírito de querer eternizar uma imagem ou frase no corpo, nenhuma das criações será igual. É que de acordo com Cheung, “ninguém sai do estúdio com uma tatuagem que já tenha sido feita, porque todos os desenhos são totalmente originais”, assegurou o também artista. A loja foi desenhada para mostrar os trabalhos dos dois artistas e dar uma sensação de segurança e frescura a quem por aquela porta entre. Os preços das tatuagens começam nas 1.500 patacas e variam consoante o desenho, tamanho ou local do corpo a serem executadas.

“Nada é impossível quando se quer muito algo”

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Índia Escolas e lojas fechadas na cidade onde freira foi violada

ESCOLAS e lojas esta-vam ontem fechadas

em Ranaghat, no leste da Índia, em protesto contra a violação em grupo de uma freira septuagenária e para pressionar a polícia a encontrar os autores do crime.

A polícia interrogou uma dezena de pessoas, mas ainda não deteve ninguém desde o ataque contra a religiosa na sexta--feira.

Os atacantes entraram na sexta-feira numa escola adjacente a um convento, dominaram um guarda, violaram a religiosa e saquearam as instalações.

“Lançámos um apelo para o encerramento das empresas e das lojas na ci-dade para apoiar a religiosa e conseguir a detenção imediata dos malfeitores”, explicou à agência France Presse Samiran Paul, por-ta-voz de uma associação local de empresários.

“Tais actos de tortura desumana sobre uma reli-giosa de idade que dedicou a sua vida ao serviço da humanidade são inimagi-náveis. É uma vergonha para nós”, adiantou.

O primeiro-ministro, Narendra Modi, expressou a sua “profunda preocupa-ção” após o ataque e infor-mou que os seus serviços “pediram um relatório rápido sobre os factos e as acções decididas após o incidente”.

O dirigente naciona-lista hindu prometeu em Fevereiro que o Governo puniria os autores de vio-lência religiosa após uma série de actos de vandalis-mo contra igrejas.

O Banco Mundial e o De-partamento para o Desen-volvimento Internacional

(DFID) do governo britânico anunciaram ontem o lançamento de um fundo de apoio a países em desenvolvimento para financiar projectos inovadores de capacitação das comunidades contra catástrofes naturais.

De acordo com um comunicado conjunto do Banco Mundial e do DFID, o “Fundo de Desafio” pre-tende auxiliar os decisores políticos dos países em desenvolvimento a fazerem melhor uso da tecnologia e dados através de novas abordagens e parcerias inovadoras, em parceria com empresas de tecnologia, as organizações não-governamentais e as populações em risco de desas-tres naturais.

A iniciativa foi anunciada no decurso da III Conferência Mun-dial das Nações Unidas sobre a Redução de Riscos de Desastres, que arrancou no fim de semana e decorre até quarta-feira na cidade japonesa de Sendai.

Na primeira fase, o Fundo de Desafio fornecerá entre 19 mil e 142 mil euros para finan-ciar até 20 projectos, a serem apresentados por organizações não-governamentais, que de-verão desenvolver abordagens inovadoras para a comunicação

Hong Kong Protestos contra morte de indonésia

ACTIVISTAS protestaram ontem em Hong Kong contra

a morte de uma empregada domés-tica indonésia que foi esmagada por uma placa de cimento, numa altura em que se intensificam as preocupações com as trabalhadoras domésticas do território.

A polícia já abriu uma inves-tigação criminal ao que indica ser um caso de homicídio contra Elis Kurniasih, de 33 anos, atingida por uma placa de cimento que caiu de um andar superior na casa da agên-cia de trabalho onde estava alojada.

Elis Kurniasih foi atingida quando estava na varanda durante a madrugada da passada quarta--feira e morreu na segunda-feira à noite, depois de não resistir aos ferimentos.

Um grupo de manifestantes juntou-se à porta do edifício onde a agência aloja as trabalhadoras para protestar contra o que dizem ser as “terríveis condições de vida” das empregadas domésticas que ali vivem.

O caso de Elis Kurniasih surge depois do de Erwiana Sulistyaning-sih, outra empregada indonésia que foi violentamente maltratada pela sua empregadora, que acabou por ser condenada a seis anos de prisão.

Para os activistas, a morte de Kurniasih foi causada pelas más condições do alojamento, onde mais de 20 mulheres dormem no chão.

De acordo com a AFP, os relatos dividem-se sobre o motivo por que a indonésia, uma viúva mãe de dois filhos, estava na varanda na altura do acidente - uns dizem que estava a dormir, outros que rezava.

“A Elis morreu porque eles acham que somos escravos em Hong Kong”, disse Eni Lestari, porta-voz do Grupo Coordenador dos Migrantes Asiáticos.

“As pessoas pagam muito dinheiro a estas agências e vejam só como tratam as indonésias”, lamentou.

Foi lançada uma campanha para angariação de fundos para a família de Kurniasih e já foi agenda-do outro protesto para domingo em frente ao Consulado da Indonésia em Hong Kong.

Cerca de 30.000 empregadas domésticas trabalham em Hong Kong, a maioria vindas da Indo-nésia e das Filipinas.

lançado fundo contra desastres naturais

Desafio aos mais pobres

Na primeira fase, o Fundo de Desafio fornecerá entre 19 mil e 142 mil euros para financiar até 20 projectos

de informação de risco, visando responder a desastres naturais.

A vice-presidente do Banco Mundial, que é igualmente enviada especial para Mudanças Climáti-cas, Rachel Kyte, disse esperar que o Fundo de Desafio possa ajudar a “expandir ainda mais a inovação” para os países pobres, porque as novas formas do uso de tecnologias visando capacitar as comunidades para enfrentar riscos de desastres “têm-se mostrado eficaz desde Nepal à Nova Orleães”.

O ministro de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido, Des-mond Swayne, apontou, citado no comunicado, os vários benefícios da utilização de tecnologias no auxílio aos países em desenvolvimento atin-gidos por desastres naturais.

“Os sistemas de alerta precoce salvaram milhares de vidas quando

o ciclone ‘Sidr’ atingiu o Bangladesh em 2007, os trabalhadores humani-tários no Haiti usaram o software ‘crowd-sourcing’ para encontrar pessoas após o terramoto de 2010, e a previsão do tempo está a ajudar as Fi-lipinas a preparar-se para catástrofes como o tufão Haiyan”, exemplificou Desmond Swayne.

Milhões de prejuízosDe acordo com estimativas do Banco Mundial, o mundo gasta anualmen-te entre 47 mil milhões e 190 mil milhões de euros para fazer face aos desafios climáticos, mas muitos países subdesenvolvidos “continuam a enfrentar dificuldades” em aceder e utilizar informação que ajuda a prevenir as catástrofes.

“Para limitar os custos finan-ceiros e humanos, é vital que os países compreendam os riscos e como reduzir o impacto dos desastres naturais sobre os indiví-duos, comunidades e governos”, consideram o Banco Mundial e o governo britânico.

Ontem, o Presidente do Vanuatu Baldwin Lonsdale, que participou na III Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a Redução de Riscos de Desastres, pediu ajuda do mun-do para reconstruir “tudo” naquele arquipélago, composto por mais de 80 ilhas, que, na sexta-feira à noite, foi devastado pelo ciclone ‘Pam’.