hoje macau 20 mar 2015 #3295

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GONÇALO LOBO PINHEIRO HOJE MACAU hojemacau SUBSÍDIOS Apoio complementar dura mais um ano TRABALHO Vidas em risco requerem maior segurança São cerca de 700 e vivem em barcos principalmente na zona do Porto Interior. Para muitos, o berço que os viu nascer foi a própria embarcação. Embalados pelas ondas são hoje cidadãos apátridas, sem registo ou certidão de nascimento que os distinga de um qualquer imigrante ilegal. Pescadores de Macau. Filhos do mar DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 SEXTA-FEIRA 20 DE MARÇO DE 2015 ANO XIV Nº3295 EDGAR TEIXEIRA, JOGADOR DO BENFICA DE MACAU Nós por cá todos bem DESPORTO PÁGINAS 12-13 REPORTAGEM PÁGINAS 2-3 POLÍTICA PÁGINA 4 SOCIEDADE PÁGINA 9 PUB Ter para ler AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB

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Hoje Macau N.º3295 de 20 de Março de 2015

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hojemacausubsídiosApoio complementardura mais um ano

trAbAlhoVidas em risco requerem maior segurança

São cerca de 700 e vivem em barcos principalmente na zona do Porto Interior. Para muitos, o berço que os viu nascer foi a própria embarcação. Embalados pelas ondas são hoje cidadãos apátridas, sem registo ou certidão de nascimento que os distinga de um qualquer imigrante ilegal. Pescadores de Macau.

Filhos do mar

Director carlos morais josé www.hojemacau.com.mo Mop$10 s e x ta - f e i r a 2 0 D e m a r ç o D e 2 0 1 5 • a N o x i v • N º 3 2 9 5

eDgar teixeira, jogaDor Do beNfica De macau

Nós por cá todos bem desporto págiNas 12-13

reportageM páginas 2-3

política página 4 sociedade página 9

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Ter para ler

agência comercial pico • 28721006

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hoje

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2 hoje macau sexta-feira 20.3.2015reportagem

735foi o número de pessoas registadas

em 2011 a viver em barcos. uma

redução desde 2001, quando se

registaram 1163 pessoas

Passam os dias no mar ou nos cais localizados do Porto Interior. São os pescadores desta terra, que vivem daquilo que a água salgada lhes dá. No entanto, dezenas deles contribuem para a mesa de todos nós, sem nunca teremsido registados como cidadãosda RAEM.Vivem em barcosde forma anónima

Pesca Dezenas De pessoas nasciDas no mar vivem anónimas em barcos

até que a morte os identifiqueFlora Fong [email protected]

leonor Sá [email protected]

N AScER a bordo de um barco e nunca ter sido registado faz deles, à luz das leis, imigrantes

ilegais, pessoas sem certidão de nascimento, passaporte ou sequer terra natal. Muitos dos pescadores que atracam barcos nos cais do Porto Interior tiveram uma vida difícil, sendo forçados, pela vida, a trabalhar desde muito novos, quan-do a maioria brincava no parque e aprendia as regras da Matemática e dos caracteres chineses.

Ká che é apenas uma de en-tre centenas de pescadores que passaram por esta experiência, apenas descrita como “uma de tantas outras”. Agora, na casa dos 60 anos, a actual gestora do cais “Hip Lei” – ou Ponte 30 – conta com a ajuda de mais meia dúzia de sexagenários para a confecção das refeições diárias e mais uns quantos ajudantes que facilitam a aproximação e estacionamento dos barcos junto ao cais.

Macau foi, desde o início, uma cidade particularmente virada para o mar. A pesca insere-se no sector primário, juntamente com a agricultura. Uma vez que a cidade era rodeada pelo rio, os habitantes fizeram por usufruir disso mesmo. No início do século XX, cerca de 1/3 da população local vivia nos barcos, ainda que muitos se ficassem pelos cais e não estivessem no mar a tempo inteiro. Actualmente, o sector tem vindo a perder adeptos, tanto no caso de trabalhadores, como de compradores. A grande maioria do peixe aqui consumido provém do continente e das águas do território vizinho, sendo também pescado por embarcações destes locais. No entanto, o Governo tem vindo a desenvolver uma série de projectos de apoio ao sector, de forma a ressuscitar a pesca em Macau.

É tudo uma questão de peixeKá gere aquele local, cobrando uma taxa diária aos barcos que por ali quiserem atracar. “cada dia de atra-cagem neste cais custa 120 patacas por barco e há espaço para seis”, ilustra a pescadora reformada, que conseguiu a residência permanente em Macau devido a um acordo en-tre o sector e o Governo, que data já das décadas de 40 e 50, quando a grande maioria dos pescadores nascia no mar, mas tinha família de Macau.

A agora idosa passa os seus dias entre ferro-velho, redes de pesca usadas e peixes em pro-cesso de seca, aguardando pela chegada dos seus dois irmãos, ambos dedicados ao mar. No entanto, Ká che não esquece a

sua história, já que hoje em dia o tempo é muito e as memórias infinitas.

“A vida no mar é muito difícil e eu comecei a trabalhar com 10 anos de idade”, começa por contar. Ao HM confessa ainda que o horário de trabalho nunca é definido, já que só acaba quando o mar assim dita. Entre explicações e ensinamentos, Che deixa fugir uma confissão: “eu também nasci no mar”, diz.

No entanto e ao contrário de vários dos seus sobrinhos, a ges-tora do cais Lei Hip conseguiu, ao

abrigo de um acordo feito entre o sector da pesca e o Governo, obter a identidade local e residência permanente.

“O meu irmão mais novo tem sete filhos, mas só um deles tem BIR. Naquela altura, de perdão especial por parte do Governo destinado a imigrantes ilegais, os pescadores estavam em trabalho e desconheciam a existência des-ta regalia, não tendo conseguido o bilhete de identidade nem a residência”, lamentou che. No entanto, a gestora daquele cais mostra-se esperançosa quanto à maleabilidade do Executivo. Embora os nascimentos em barcos tenham tido forte impacto entre 1920 e 1960, há ainda muitas famí-lias que vão, a pouco e pouco, cres-cendo no mar. Neste acordo estão inseridas dezenas de outras pessoas que, pelo azar da vida ou sorte do vento, nasceram e cresceram no

mar, nunca tendo oportunidade de obter um passaporte ou sequer uma certidão de nascimento.

meio ano entrecorrentes marítimasO período de trabalho pode variar entre os três e os seis meses, a grande maioria ficando-se pelo meio das ondas durante cerca de meio ano. “Existem mais de dez pessoas [na nossa família] que nasceram no mar e o meu pai é residente de Macau, mas a minha mãe não e por isso não tem iden-tidade”, explica che.

O mais preocupante, no entan-to, parece ser a constrangimento na vivência em terra e em sociedade, que advém precisamente do facto destas pessoas se considerarem ilegais. “A vida destas pessoas é feita nos barcos e alguns têm mais de 70 anos, mas não têm coragem de sair para as ruas por causa dessa

“Existem mais de dez pessoas [na nossa família] que nasceram no mar e o meu pai é residente de Macau, mas a minha mãe não e por isso não tem identidade”

“A vida destas pessoas é feita nos barcos e alguns têm mais de 70 anos, mas não têm coragem de sair para as ruas por causa dessa falta de identidade”Ká che ex-pescadora actual gestora do cais “hip Lei”

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3 reportagemhoje macau sexta-feira 20.3.2015

APN FAOM Pede AlArgAMeNtO de cONtrAtAçãO de PescAdOres

“Dantes gostava muito do que fazia, mas hoje reconheço que a água está muito mais poluída, o que implicamais tempo de viagem para encontrar peixe”

“Normalmente acordava de madrugada, perto das quatro. O almoço faz-se às oito da manhã e o jantar às quatro da tarde”Fung Hee Presidenteda Associação de Auxílio Mútuo dos Pescadores de Macau

PescA Dezenas De pessoas nasciDas no mar vivem anónimas em barcos

Até que A Morte os identiFique

falta de identidade”, confessa a antiga profissional de pesca.

A esperança é, alegadamente, a única a morrer, mas Che conta que, devido à falta de conheci-mentos de leitura e escrita destes pescadores, é pouco provável que o Executivo lhes forneça permissão de residência.

TNR que esTão lá paRa ajudaR“Este negócio já tinha desapare-cido se não fosse pelos TNR da China que trabalham nos barcos”, confessou Fung Hee. O presidente

da Associação de Auxílio Mútuo dos Pescadores de Macau abre a porta da sede a todos os curiosos da profissão.

Naquele primeiro andar ou-vem-se peças de majong a ser baralhadas e o cenário é logo ali imaginado: um grupo de homens a passar o tempo livre enquanto o mar não chama por eles. “Em média, há seis ou sete TNR em cada barco e neste momento há em circulação cerca de 160 barcos, o que contrasta com os 600 que havia na década de 80”, explica o diri-

gente. No total, cada embarcação não leva mais de dez pessoas, dois deles sendo frequentemente o casal proprietário do transporte.

loNge da poluiçãoNeste momento, as águas prefe-ridas dos pescadores locais estão perto de Hong Kong e a norte da China. Há ainda quem opte por se ficar por Hainão, uma ilha bastante mais longe do território. É o caso da família de Sze Lam, residente em Macau e filha de pescadores. “O meu pai tem um barco juntamente com dois irmãos e passa a maioria do tempo em alto-mar”, começa a jovem por explicar.

Hoje em dia, algumas coisas parecem ter sido facilitadas, como são os regressos do pai e dos tios ao território em ocasião de festivi-dades como o Ano Novo Chinês. “Quando há datas importantes, eles vêm muitas vezes de avião porque é mais barato do que voltar no barco”, conta.

Sze nunca teve uma relação próxima com o mar nem trabalhou na embarcação da família, mas a sua voz denota felicidade quando refere que hoje em dia vê o seu pai mais vezes, em termos anuais, do que há uma década.

Na associação e nos cais, as tardes vão-se enchendo de jogos chineses, conversas de café e bafos de cigarro, enquanto o enjoo de estar em terra não assola o estô-mago dos mais sensíveis. Hee, o presidente da associação, também já foi pescador.

“Dantes gostava muito do que fazia, mas hoje reconheço que a água está muito mais poluída, o que implica mais tempo de viagem para encontrar peixe”, refere. A poluição obriga a mais gastos de combustível, algo que Sze diz influenciar bastante o lucro de todos os meses. O pai da jovem tem 50 anos e percorre rio e mar durante vários meses, na esperança de dar à sua família um nível de vida aceitável. Shantou – zona do Mar da China do Sul – é outras das áreas preferidas para a actividade piscatória.

empResTaR paRa supRiRa escassezVida de pescador é, como referido, passada entre mar e terra, ondu-lação e chão firme. Este método faz com que apenas seis meses do ano potenciem lucros, deixando a restante metade à mercê da sorte, dependente do número de peixe vendido. Para tentar minorar esta dificuldade, a Direcção de Serviços

Duas representantes da FAOM pediram, na Assembleia Popular Nacional, que fosse alargado o escopo de contratação de pescadores além da província de Guangdong. Leong Iok Wa e Ho Sut Heng justificaram o pedido com a necessidade

de desenvolvimento do sector piscatório da RAEM, sendo apenas permitido aos proprietários locais de embarcações contratar TNR de Hong Kong e Guangdong. “Actualmente os donos de embarcações só podem recrutar pescadores de Guangdong e o

processo de contratação é complexo, o limite no número pessoas e os regulamentos de penalização não são adequados para as necessidades do território no sector da pesca”, disseram. Ambas querem que o âmbito de recrutamento seja alargado,

possibilitando a contratação de pessoas do interior da China com qualificações específicas, mas para isso é necessário que as quotas de trabalhadores por cada barco sejam aumentadas. As representantes da FAOM sugerem ainda que seja

feito um estudo relativo à eventual exploração do ramo no Mar da China Meridional, que está ainda pouco percorrido. Isto dará, na opinião das representantes, uma nova oportunidade de desenvolvimento para o sector.

para os Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) desenvolveu uma série de ajudas destinadas ao sector piscatório.

Um dos mecanismos dá pelo nome de “plano de formação para pescadores durante o período de defeso da pesca” e pretender ajudar estes profissionais durante o período “morto” da profissão. “Este programa pretende reduzir as dificuldades económicas dos pescadores que não têm ordenado durante a interregno da actividade, bem como ajudá-los a elevar as competências e dominar outras técnicas”, refere a DSAMA em resposta ao HM.

De acordo com a entidade, foram mais de 400 pessoas as que integraram o programa do ano

passado. Há ainda o Fundo de Desenvolvimento e Apoio à Pesca, que distribui dinheiro ao sector. A DSAMA explica que foram investidas mais de 50 milhões de patacas desde a sua criação, em 2007. A justificação para a existên-cia deste fundo é, de acordo com o Governo, “a importância do sector piscatório” para Macau. Já no ano passado, foram aprovados apenas dez casos com um investimento de 5,7 milhões de patacas. Ao todo, a DSAMA diz ter aprovado e investido em 159 casos desde a criação desde fundo.

À parte dos dois modelos re-feridos, Hee conta que há ainda a possibilidade de pedir emprésti-mos ao Executivo, podendo estes chegar às 800 mil patacas. “Além do empréstimo, que é fácil de pedir e obter, também temos isenção de imposto”, revela o presidente da associação. No entanto, há que lembrar o caso já referido, de pescadores sem identidade nem passaporte, que por não saberem ler nem escrever, são forçados a permanecer anónimos, presos pelo vergonha de sair à rua.

o feRRy de hojefoi o peixe de oNTemFung Hee conta como se faz a vida lá fora, até porque se há coisa que não falha é a memória. “Normal-mente acordava de madrugada, perto das quatro. O almoço faz-se às oito da manhã e o jantar às quatro da tarde”, começa por explicar. A cama recebe os pescadores perto das seis da tarde, hora em que descansam os braços e a redes, apenas para recomeçar as lides algumas horas depois. Se, por um lado, algumas profissões foram facilitadas pelo tecnologia, a pesca não parece ter sido uma delas. As queixas são várias e entre elas está a necessidade de percorrer mais quilómetros para encontrar peixe de qualidade e, consequentemente, um maior gasto de combustível.

“Dantes, havia muito peixe naquela que hoje é a rota do ferry entre Macau e Hong Kong”, diz Hee. Os tipos de peixe, esses, são variados, mas no caso de Hee, eram enguias e Peixe Dourado que mais caíam na sua rede.

As ruas do Porto Interior, onde estamos, não são tão barulhentos como a zona que lhe antecede, do Patane. O Rio das Pérolas não cheira ao Tejo e o céu não é o de Lisboa, mas é precisamente isso que faz daquele local único, um dos mais marcantes da cidade e que melhor a define.

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4 hoje macau sexta-feira 20.3.2015

Fil ipa araú[email protected]

F oi pela voz de Leong Heng Teng, porta-voz do Conselho Executivo, que chegou o anúncio: o subsídio com-

plementar de rendimentos vai ser estendido até ao final deste ano, pelo menos. o porta-voz não exclui a hipótese desta medida de apoio se manter até ser aprovado um salário mínimo geral, algo proposto recente-mente por Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças.

“Havendo uma base mínima que assegure o salário mínimo, quanto a mim, posso dizer que esta medida provisória tem a missão completa”, esclareceu ontem.

Deixando em aberto a hipótese de manter esta medida provisória durante mais tempo, Leong Heng Teng reforçou que a decisão de prolongar ou não a medida é feita

Conselho Económico muda, mas não mudaEm debate no Conselho Executivo esteve também a alteração ao regulamento sobre o Conselho para o Desenvolvimento Económico, ainda que poucas novidades tenham surgido. Além das competências que já lhe cabiam, o Conselho poderá a partir do dia 9 de Abril emitir pareceres e apresentar propostas sobre assuntos relacionados com as políticas de diversificação adequada da economia, sobre as políticas de exploração e desenvolvimento das micro, pequenas e médias empresas e ainda sobre as políticas de incubação das industrias emergentes. Será ainda extinguido o cargo do secretário-geral e passa a competir à Direcção dos Serviços de Economia prestar apoio técnico-administrativo ao Conselho.

Carreira MédicaGrau de consultor integrado

o Conselho Executivo anun-ciou ontem que terminou

o debate para a obtenção da graduação em consultor dentro do Regime da Carreira Médica, algo que foi aceite.

“o Governo aprovou o projecto (...) relativo às con-dições para a obtenção da graduação em consultor”, disse o porta-voz, Leong Heng Teng. o regulamento agora aprovado “estende a aplicação do procedimento do concurso do regime geral ao concurso para a obtenção da graduação em consultor”, sendo que é introduzido o mecanismo de apreciação e avaliação através de uma prova de conhecimen-tos. Assim, o grau de consultor será atribuído depois de reali-zada uma avaliação curricular, a prova de conhecimento e o exercício efectivo de funções, durante cinco anos, só contados depois de obtenção do grau de especialista.

Na avaliação curricular será levado em conta o exercício das funções no âmbito da es-pecialidade, a capacidade de aptidão para gestão, organiza-ção e chefia, trabalho e artigos publicados, entre outros. o procedimento para obtenção do respectivo grau “deve iniciar-se, anualmente” no primeiro mês de cada ano, “sendo organizado por áreas funcionais”.

SubSídio Complementar GovErno EStEnDE mEDiDA Com o mESmo vAlor

Garantido, por enquantoo subsídio complementar aos rendimentos do trabalho foi prorrogado por mais um ano permitindo assim ao requerentes autorizados receber um apoio de cinco mil patacas para combater o custo de vida em Macau. Sobre o valor, não haverá uma actualização daquele que foi praticado em 2014 e Leong Heng Teng esclarece: o subsídio é apenas uma medida de apoio, que pode durar apenas até existir salário mínimo

28milhões de patacas,

total anual

política

5388patacas, montante do subsídio atribuído

durante o ano passado

anualmente e que, por agora, “está garantida até todo o ano 2015”.

A medida, que surgiu em 2008, tem contribuído “para aliviar pres-sões atinentes à vida quotidiana de trabalhadores que requeiram o devido apoio, tendo também obtido efeitos positivos no que respeita à procura de emprego por indivíduos que tenham completado 40 anos idade”, como explicou o porta-voz.

o Governo vai assegurar a atribuição contínua do subsídio complementar aos rendimentos do trabalho durante este ano no “montante máximo de cinco mil patacas mensais”, desde que os

empregadores reúnam os requisi-tos definidos.

Menos a pedirDesde 2008 o número de reque-rentes tem diminuído, tendo no pri-meiro ano de aplicação ultrapassado os 2300 pedidos e no ano de 2014 registado menos de 1500 pedidos. o montante do subsídio atribuído durante o ano passado foi de 5388 patacas, perfazendo um total anual de cerca de 28 milhões de patacas.

Para o próximo ano, as esti-mativas do Governo rondam os 37 milhões de patacas. o porta--voz indicou ainda que 80% dos

requerentes abrangidos por este subsídio provisório pertencem ao sector da manufactura, limpeza e segurança de edifícios.

É suficiente?Questionado pelos média sobre o valor atribuído – cinco mil patacas – ser suficiente para a sobrevivên-cia dos requerentes, Leong Heng Teng clarificou que esta é “apenas uma medida de apoio e por isso as pessoas com dificuldades podem ainda recorrer a outros serviços públicos”, tais como o instituto de Acção Social (iAS).

Sobre as condições de pedidos, o porta-voz explica que os requi-sitos são os mesmos que no ano passado: os trabalhadores devem prestar, no mínimo, 152 horas mensais de serviço, à excepção dos trabalhadores do sector do vestuário e do couro, que basta trabalharem por mês 128 horas.

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5 políticahoje macau sexta-feira 20.3.2015

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Resultados do sorteio da actividade “Espectáculo de projecção de Video Mapping”

A Direcção dos Serviços de Turismo realizou em Dezembro do ano passado o espectáculo de projecção de Video Mapping, tendo ao mesmo tempo, lançado o sorteio da actividade “Espectáculo de projecção de Video Mapping” que terminou no dia 31 de Dezembro, e ontem dia (19 de Março) foram sorteados os 10 vencedores.

No âmbito da actividade que teve lugar de 20 a 31 de Dezembro do ano transacto, em três diferentes pontos de atracção, no Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo na Taipa e na Igreja de São Francisco Xavier em Coloane, os participantes que obtiveram 3 carimbos no cartão próprio dos três locais, e colocar numa das caixas de sorteio, ficaram habilitados a candidatar-se ao sorteio.

A Directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, acompanhada dos subdirectores Cecilia Tse e Cheng Wai Tong presidiram ao sorteio da actividade “Espectáculo de projecção Video Mapping”, que sorteou 10 vencedores, a lista dos vencedores é a seguinte:

Nome N.o do BIR (quatro primeiros digitos)

iPhone 6 (64GB) Ma Wai San 5184xxxx

馬泳生 5037xxxx

楊學慧 7255xxxx

Wong Leng Leng 7443xxxx

Chan Soi Kam 7348xxxx

iPAD Air 2 (64GB) Vong Noi Kio 5147xxxx

Wong Soi Tou 7347xxxx

Tang Pui Tim 5117xxxx

Cheong Sio Lan 7360xxxx

Leong Sio Hong 7238xxxx

Os vencedores serão notificados individualmente. Para mais informações sobre o resultado do sorteio, podem consultar a página da DST http://www.macautourism.gov.mo

AndreiA SofiA [email protected]

É com base na lei que já existe em Taiwan que a Associação Novo Macau (ANM)

avança para uma consulta pública sobre o crime de assédio sexual. Até ao dia 26 de Abril, o público poderá enviar as suas opiniões para o email [email protected], estando ainda previstos seminários públicos sobre o assunto. O objectivo é, posteriormente, a elabora-ção de um projecto de lei, que deverá ser levado ao hemiciclo pelos deputados

A s associações de protecções de animais discordam de uma eventual diminuição na punição a quem mal-

tratar animais. Os deputados que discutem a proposta de Lei de Protecção dos Animais na especialidade receberam três associações da área ontem de manhã para uma troca de ideias e uma das opiniões apresentadas está relacionada com a discordância em relação a uma eventual diminuição da moldura penal nestes casos.

De acordo com a Rádio Macau, no encontro estiveram a Associação de Protecção aos Animais Abandonados de Macau (APAAM), a Associação Protec-tora para Cães Vadios e ainda a Paradise for Homeless Dogs. De acordo com a presidente da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), Kwan Tsui Hang, estas associações estão preocupadas com a posição de alguns deputados que consideram “demasiado severa” a pena de prisão até três anos para quem maltrate os animais. Os defensores dos direitos dos animais entendem que a moldura penal é adequada e apelaram à Comissão para não alterar esse ponto da versão inicial da proposta de lei.

Mais espaçosOutra opinião expressa pelas associações está relacionada com a falta de espaços. “Falaram da falta de espaço para a criação de animais e para a sobrevivência das

associações. segundo a proposta de lei, tem de haver um espaço suficiente para alojamento de animais, mas não sabemos qual é o âmbito concreto desse espaço”, referiu Kwan Tsui Hang, acrescentando que os representantes associativos alerta-ram ainda “para a existência de um canil municipal em Coloane que não está a ser utilizado”.

As opiniões deixadas abrangem tam-bém as questões do abandono e da euta-násia, a proibição de experiências com animais nas escolas, o alargamento do prazo para os donos reclamarem animais perdidos e o licenciamento de cães, de acordo com a rádio, que acrescenta que as associações querem também que a responsabilidade de cumprimento desta lei fique a cargo da polícia e não do IACM.

Kwan Tsui Hang disse que a Comissão “espera terminar” a discussão na especiali-dade ainda durante esta sessão legislativa.

AnimAis críticAs A penA mAis leve pArA mAus-trAtos

Em defesa dos indefesos

A Associação Novo Macau lança, até ao dia 26 de Abril, uma consulta pública sobre o crime de assédio sexual, onde propõe que este continue como crimesemi-público, mas que seja punível até dois anos de prisão.É ainda proposta a criaçãode “comissões de género”

Assédio sexuAl Novo Macau laNça coNsulta e propõe prisão de dois aNos

À luz da lei Formosa

“Aqueles que forem beijados ou abraçados à força por outro indivíduo ou sejam tocados nas ancas, seios ou outras partes íntimas (...) podem estar sujeitosa uma pena de prisão de dois anos”propostA no documento de consultA dA novo mAcAu

Ng Kuok Cheong e Au Kam san, caso estes aceitem, ou por outros deputados ainda a escolher.

segundo um comuni-cado, a ANM “considera que esta é uma matéria de grande prioridade”, uma vez que “a falha ou a ausência de uma legis-lação local virada para o assédio sexual tem vindo a atrair muito a atenção do público nos últimos me-ses”. Recorde-se que, em Macau, o crime de assédio sexual é punido como se fosse crime de injúria.

No documento de con-sulta da Novo Macau, é

proposto que o assédio se-xual permaneça como crime semi-público, sendo que “aqueles que forem beijados ou abraçados à força por outro indivíduo ou sejam tocados nas ancas, seios ou outras partes íntimas (...) podem estar sujeitos a uma pena de prisão de dois anos”.

Além disso, é ainda pro-posto que “o procedimento criminal dependa da queixa apresentada”. O público é ainda questionado sobre a definição de assédio sexual e sobre o grau de punição.

as coMissões de géneroA ANM considera ainda que o assédio sexual está ligado a questões de orientação sexual e de identidade de género, pelo que deveria apostar-se na prevenção por parte das entidades educati-vas e das próprias empresas e organizações.

Por isso, a Associação presidida por sou Ka Hou propõe que “as entidades empresariais, associações

com relações laborais ou entidades educacionais com trabalhadores, que excedam as 20 pessoas,

sejam obrigadas a formar Comissões do Género para lidar com as queixas de assédio sexual”.

No caso das queixas não poderem ser resolvidas por essas comissões, a ANM quer que as queixas cheguem até aos serviços públicos, quer seja a Direcção dos serviços para os Assuntos Laborais (DsAL), no caso de serem entidades em-presariais, ou a Direcção dos serviços de Educação e Juventude (DsEJ), caso as queixas ocorram em espaços educacionais. As consequências deverão ser um processo disciplinar ou o despedimento por justa causa.

Recorde-se que a Direc-ção dos serviços de Reforma Jurídica e Direito Internacio-nal confirmou ao HM que a revisão do Código Penal iria incluir a revisão do crime de assédio sexual.

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6 política hoje macau sexta-feira 20.3.2015

Flora [email protected]

N ão importa quem é o director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), os

problemas de trânsito em Macau não se resolvem sem a implemen-tação de um regime de respon-sabilização. É o que defende o deputado Ho Ion Sang, que con-sidera que os actuais problemas que se sentem no tráfego já não podem ser resolvidos pela própria direcção, mas dependem de uma reforma do Governo.

Para o deputado, as coisas só mudam se o Governo alterar a forma de liderar e implementar

o S deputados da 2.ª Co-missão Permanente da Assembleia Legislativa

(AL) concluíram ontem a discussão na especialidade da alteração à Lei das Relações do Trabalho, no que diz respeito ao aumento das indem-nizações no caso de despedimentos por justa causa. A proposta de lei prevê o aumento das indemnizações de 14 para 20 mil patacas.

Tratando-se de um diploma que gerou muita controvérsia por parte dos deputados na primeira votação, ainda há um consenso generalizado no seio dos membros do hemiciclo quanto ao aumento das indemnizações.

“Posso dizer que todos concor-daram. Claro que há membros que

entendem que este é o primeiro passo a dar e há deputados da área laboral que acham que é insuficiente. Mas a nível da Comissão ninguém está contra, [ainda que] fora da Co-missão sim. Na votação na generali-dade também houve opiniões de que este é o primeiro passo”, disse Chan Chak Mo, deputado e presidente da 2.ª Comissão Permanente.

Revisões RegulaResApesar do debate gerado, Chan Chak Mo garante que “o essen-cial é ter um mecanismo fixo de revisão de dois em dois anos”, sendo que, aquando dessa revisão, não é necessária nova discussão no seio do Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS),

cabendo ao Executivo apresentar a proposta ao hemiciclo.

“Vai ser melhor porque vamos ter um mecanismo de ajustamento do montante, que vai introduzir uma revisão periódica. Antes este montante esteve dez anos sem ser revisto”, acrescentou.

Aquando da alteração do mon-tante, serão vários os pontos a ser tidos em conta. “Discutimos muito sobre o desenvolvimento e cresci-mento económicos. Há vários facto-res a ter em conta, como a inflação, o preço das mercadorias e a protecção dos direitos dos trabalhadores, para além da aceitação por parte dos empregadores e estabilidade no emprego”, concluiu Chan Chak Mo. - a.s.s.

Lei LaboraL anáLise do aumento das indemnizações concLuída

Tudo a favor do primeiro passo

“Como o regime de responsabilização ainda não foi implementado, os funcionários que trabalham mal despedem-se, deixando apenas a confusão”Ho ion sang deputado

Ho Ion Sang considera que, enquanto não houver uma forma de responsabilizar e avaliar o desempenho dos cargos de chefia, os problemas de trânsito – ao comando da DSAT – não sevão resolver. o deputado defende que,quando fazem asneira,os funcionáriosse demitem e que,agora, é tardepara resolver asquestões de tráfego

trânsito DSAT “não reSolve problemAS” Sem reSponSAbilizAção

não interessa quem dirige

um regime de responsabilização aos altos cargos e cargos de chefia.

Em declarações ao Jornal do Cidadão, Ho Ion Sang assegurou que toda a população compreende os problemas de trânsito em Macau e frisa que estes têm a ver com o número “demasiado alto” de turis-tas, com o facto de haver “cada vez mais passageiros de autocarros” e com as obras que não param nas ruas, “causando um ciclo vicioso”

na confusão no trânsito. Apesar de a população colocar, muitas vezes, as culpas no ainda director da DSAT, Wong Wan, para o deputado, o

poder de execução das leis pelo próprio departamento é insuficiente.

“A DSAT implementou sempre medidas ou políticas fragmentadas.

Primeiro implementa corredores exclusivos, depois controla o aumento de veículos. Não há um planeamento geral do Governo e este nem sequer auscultou as opiniões da população antes da implementação das medidas, que é o mais inaceitável para os resi-dentes. Portanto, as medidas da DSAT não conseguiram os efeitos pretendidos.”

limpeza pRecisa-seRecorde-se que o director da DSAT, Wong Wan, despediu-se do cargo, que deixa a partir de Maio deste ano. Este é o terceiro funcionário da área dos Trans-portes e obras Públicas. Ho Ion Sang considera que as desistências destes oficiais dos cargos que desempenham estão relaciona-das com o excesso de despesas e prorrogação das obras públicas, que merecem críticas constantes da parte da população.

o deputado defende, por isso, que não interessa quem dirige a DSAT, se o Governo não imple-mentar um regime de responsa-bilização.

“Os problemas existentes já não podem ser resolvidos pela DAST, o Executivo deve equilibrar a eco-nomia e o trânsito. Ao mesmo tem-po, é preciso rever os regimes de aquisições públicas e de concursos para obras públicas”, começa por defender, salientando que “como o regime de responsabilização ainda não foi implementado, os funcionários que trabalham mal despedem-se, deixando apenas a confusão”.

Ho Ion Sang apela ao Governo que reforme a equipa de funcio-nários públicos e implemente o regime de responsabilização e de avaliação de desempenho, de forma a “mandar embora os menos [competentes]”.

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7sociedadehoje macau sexta-feira 20.3.2015

AndreiA SofiA [email protected]

e m macau morre-se mais de cancro, so-bretudo maligno, e de doenças respiratórias

e cardíacas. Ainda assim, os números são baixos. Dados oficiais dos Serviços de Es-tatística e Censos (DSEC) revelam que a taxa de mor-talidade na RAEM se situou, no ano passado, em 3,1% - menos 0,1% face a 2013 - o que representa 1939 casos. A taxa de mortalidade infantil continuou nos 2%.

Os falecidos com tumo-res malignos representaram 34,6% do total de mortes, uma diminuição de 2,3%, enquanto que as doenças hipertensivas representaram 13%, menos 0,8% dos casos em termos anuais. Contudo, as mortes por pneumonia e gripe, 11,7%, aumentaram 0,5%.

No total, morreram 679 pessoas com tumores, in-cluindo 671 casos com tumores malignos. Destes, 182 casos dizem respeito a tumores malignos nos brônquios e pulmões, sen-do que 81 casos de morte estiveram ligados a doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas.

Estabelecendo um ponto de comparação face a 2010, as mortes por cancro têm vindo a aumentar desde então. Se em 2010 se regis-taram 581 casos, em 2013 foram 709 casos, com uma ligeira redução o ano passa-do, para 671.

Em segundo lugar sur-gem as doenças do aparelho circulatório, que originaram 467 mortes, com maior

GAES lança formação para docentes e investigadores

O Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) vai abrir pela primeira vez um programa de formação de

docentes e investigadores que pertençam a instituições de ensino superior do território. O programa vai levar 20 candidatos à Universidade de Cambridge para um curso de Verão.

O curso tem duração de uma semana, a começar a 1 de Agosto, e abrange acções diversificadas, tais como, seminários temáticos sobre os conteúdos da pedagogia e investigação, visitas às instituições locais do ensino superior, encontro de intercâmbio académico entre docentes e investigadores de ambas as instituições e visitas culturais de estudo, entre outras.

As inscrições estão já abertas, sendo que os interes-sados precisam de ter BIR, ser docente ou investigador a trabalhar nas instituições do ensino superior - a tem-po inteiro e com três ou mais anos de experiência de ensino e investigação -, ser titulares do grau de mestre ou superior e ter uma carta de recomendação emitida pela instituição onde trabalham. Ao todo, são vinte as vagas disponíveis.

Esta é a primeira cooperação com a Universidade de Cambridge e integra-se no objectivo do Governo em aumentar o investimento de recursos no ensino e “aperfeiçoar a construção dos regimes do ensino superior e fortalecer o desenvolvimento individual dos estudan-tes”, bem como “apoiar os professores a elevar o seu nível de investigação científica e as suas competências profissionais na área de pedagogia”.

Clima Novo grupo para implementar medidas

O Governo anunciou ontem ter estabelecido um grupo de trabalho interdepartamental subordinado

às alterações climáticas. Em comunicado, a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos explica que o objectivo passa por “implementar os deveres da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudan-ças Climáticas e do Protocolo de Quioto”, surgindo como “preparação da ‘Comunicação Nacional sobre as Alterações Climáticas da China’ e do ‘Relatório de Actualização Bienal” a submeter às Nações Unidas.

O grupo de trabalho, liderado pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, e coordenado pelo director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, realizou a sua primeira reunião plenária no passado dia 2. Na sessão, foi apresentada uma re-trospectiva dos trabalhos efectuados contra as alterações climáticas e apresentado o plano de tarefas prioritárias, as quais se dividem, segundo a mesma nota oficial, em duas partes: a mitigação das emissões dos gases de efeito de estufa e adaptação às alterações climáticas. A qualidade do ar em Macau tem sido fonte de preocupação crescente por parte dos residentes.

Saúde CanCro foi a prinCipal Causa de morte em 2014

Tudo dentro da normalidadeDados estatísticos mostram que os tumores, incluindo os malignos, foram a principal causa de morte em macau no ano passado, seguindo-se as doenças do aparelho circulatório e respiratório. Rui Furtado garante que os números são normais e que os Serviços de Saúde “dão uma resposta aceitável”

“É o que se espera de uma estatística de mortalidade como esta, estamos perante números baixos de mortalidade. São estatísticas normais”Rui FuRTado Presidente da associação dos Médicos de Língua Portuguesa

incidência nas pessoas com mais de 80 anos de idade. As doenças hipertensivas causaram 253 óbitos, sendo que 152 casos ocorreram nos idosos.

Já as doenças do apa-relho respiratório surgem em terceiro lugar como a principal causa de morte no território, incluindo os casos

de pneumonia e gripe, com 226 casos.

NormalRui Furtado, presidente da Associação dos médicos de Língua Portuguesa, desdra-matiza os números e considera que fazem parte “da situação geral do que acontece em todo o mundo”. “É o que se espera

de uma estatística de mor-talidade como esta, estamos perante números baixos de mortalidade. São estatísticas normais”, apontou ao Hm.

Questionado sobre se os elevados níveis de poluição de macau ou se um estilo de vida sedentário podem explicar estes resultados, Rui Furtado “não se atreve a tirar essa conclusão”. Nem sequer face à resposta do serviço público de saúde. “Não são números que mostrem a suficiência ou insuficiência [dos serviços]. Podemos dizer que, pelo menos, os Serviços de Saúde têm uma resposta aceitável”, concluiu

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8 sociedade hoje macau sexta-feira 20.3.2015

Fil ipa araú[email protected]

O Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, já entregou o relatório sobre a

capacidade de acolhimento de turistas em Macau ao Chefe do Executivo, Chui Sai On, conforme anunciou ontem o Gabinete do próprio Secretário. Wong Sio Chak defendeu ainda que Macau tem capacidade para receber o número de turistas que se tem registado, de 30 milhões.

“Actualmente os recursos humanos e as infra-estruturas da tutela de segurança podem dar resposta ao actual volume de turistas permitindo ainda espaço para melhorar”, disse. O Secretário considera que actualmente ainda há capacidade para dar resposta aos desafios do futuro, ainda que assuma querer “melhorar constan-temente o mecanismo de execução e elevar cada vez mais a capacidade das forças policiais”.

A elaboração do relatório con-tou com a participação dos serviços de tutela, sendo que estão incluídos estudos, análises e avaliações so-

Bombeiros têm novos veículos O Corpo de Bombeiros (CB) tem 11 novos veículos de socorro e emergência, entre os quais se destacam uma viatura com um canhão de água a jacto, uma para transporte de equipamentos químicos, uma com canhão de água de controlo remoto e uma com colchão de salvamento. Numa cerimónia oficial de lançamento que teve lugar ontem ficou ainda a saber-se que o CB tem também quatro novas ambulâncias. Ainda nem todos os veículos entraram em funcionamento, mas o CB garante que vão começar a servir em breve, após terminarem a fase de treino. O organismo justifica a aquisição de mais viaturas devido ao desenvolvimento da RAEM e “a necessidade do aumento dos serviços de socorrismo pré-hospitalar”.

AAM Examesde admissão na próxima semana As provas orais do exame final do curso de estágio de advocacia da Associação dos Advogados de Macau (AAM) vão ter lugar nos próximos dias 21 e 28 de Março, às 10h00. A realização dos exames, que acontecem na sede da Associação, é aberta ao público.

Reservatório da Guia Reconstrução pode custar até 34 milhõesAs obras de reconstrução e remodelação dos dois reservatórios situados na Guia deverão custar entre 29 e 34 milhões de patacas e arrancam no final deste ano, estando cinco empresas a concurso para o referido projecto. De acordo com comunicado da Direcção de Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), uma das seis empresas inicialmente a concurso foi excluída do processo por falta de documentos e comprovativos de pagamento de impostos. Esta infra-estrutura foi construída há cerca de 40 anos e um dos reservatório sofreu com o desmoronamento de um dos seus muros de contenção em 2006. A obra inclui a demolição do muro para a reconstrução de dois novos reservatórios e a DSSOPT prevê que terá uma duração de 390 dias. A mesma entidade frisa a criação de cerca de 30 novos postos de trabalhos durante o período de duração.

Tribunal de Zhuhai autoriza aplicação da lei de Macau

Turismo SECRETáRiO já ENTREGOu RElATóRiO A Chui SAi ON

Ainda aguentamos maisWong Sio Chak admite necessidade de melhorias, embora assegure que Macau tem capacidade para receber o número de turistas que tem vindo a receber. O Secretário para a Segurança já entregou o relatório sobre a capacidade de acolhimento a Chui Sai On e de uma coisa tem a certeza: não podemos pedir aos turistasque venham em épocas diferentes

“Actualmente os recursos humanos e asinfra-estruturas da tutela de segurança podem dar resposta ao actual volume de turistas permitindo ainda espaço para melhorar”Wong sio ChAk secretário para a segurança

bre “a situação dos últimos anos, principalmente sobre as medidas de controlo de fluxo de pessoas e passagem nas fronteiras durante a época do Nova Ano Lunar, com como o potencial risco e capaci-dade de acolhimento”.

Relativamente à distribuição dos visitantes, o Secretário mos-

trou-se de acordo com a divisão dos turistas pelas diversas fronteiras, mas admitiu ser “impossível exigir que os turistas visitem Macau em épocas distintas”. Ainda assim, Wong Sio Chak mostra-se esperan-çoso perante a proposta de férias com vencimento do interior da Chi-na, fazendo com que os residentes

do continente sejam estimulados a viajar de forma faseada.

Mais e Mais Sobre a aposta em recursos huma-nos, o Secretário confirmou que o Governo pretende recrutar cerca de dois mil novos funcionários, “dos quais 500 para a área da segurança”.

“Quanto à unificação dos sis-temas, nos diferentes serviços, Wong Sio Chak considera que o ponto crucial de ponderação está na capacidade de execução da lei, uma vez que cada serviço abrange a própria especialidade, o que ne-cessita de uma análise abrangente e prospectiva”, pode ler-se ainda no comunicado do gabinete. So-bre os instrumentos de gravação, as câmaras de vídeovigilância, o Secretário anunciou que 820 novos aparelhos serão instalados em três fases.

“[Wong Sio Chak] revelou que as câmaras serão instaladas, principalmente, nos postos frontei-riços, infra-estruturas importantes, rodovias e ‘pontos negros’ – zonas de maior risco de segurança”, es-clarece o documento.

um tribunal da região vizinha de Zhuhai decidiu recentemente que a lei de Macau devia ser aplicada num caso de acção judicial. De acordo com notícia da revista Macau Business, o tribunal justificou esta decisão porque o contrato em causa pedia a utilização do Direito local. Citando a agência Xinhua, a revista informa

que é a primeira vez que um tribunal daquela região pede que seja empregue a legislação da RAEM. A mesma notícia refere um documento publicado pelo Tribunal Municipal de Zhuhai, que explica que ambas as partes litigantes concordaram, no contrato, que este fosse sujeito à legislação de Macau.

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Simulacro

9 sociedadehoje macau sexta-feira 20.3.2015

pub

CONVOCATÓRIAAo abrigo do preceituado no artº.12 e seguintes dos seus estatutos é convocada a Assembleia Geral da Associação Promotora do Desenvolvimento de Macau, para se reunir em sessão ordinária, no dia 26de março de 2015, pelas 15:00 horas, “A”R/C .Edf. Habitacional Vai Long Garden,No.261-265 Rua da Tribuna,Macau com a seguinte Ordem de Trabalho:

1. Apreciação e Aprovação do Relatório e Contas do Conselho Geral e Parecer do Conselho Fiscal relativo ao ano de 2014;

2. Outros assuntos.

A Assembleia Geral funcionará à hora marcada nesta Convocatória com a maioria dos sócios ou decorridos trinta minutos, com qualquer número de sócios presentes, conforme estipulado no artº. 13, nº 1 dos seus estatutos.

Macau, 20de março de 2015.

A Mesa da Assembleia GeralO Preidente

Chow Kam Fai, David

N o dia em que aconteceu mais um acidente fa-tal nos estaleiros

de construção do Cotai, a Comissão de Direitos da Federação das Associações de operários de Macau (FAoM) teve um encontro

o director-executivo da companhia de telecomunicações Mtel, Michael

Choi, disse ontem que, até ao momento, mais de 2000 pessoas já pediram o ser-viço de internet. os pedidos chegam não só de empresas, mas de residências e até de departamentos governativos. Todos teceram “comentários positivos sobre a velocidade da fibra óptica”, assegurou ainda o responsável.

Num almoço de Primavera, Choi anunciou ainda que a rede já cobre 38% da península de Macau, enquanto que chega aos 32% na Taipa e 43% em Coloane. No entanto, por causa de restrições e falhas na coordenação entre a implementação da rede e de obras nas estradas, o processo foi adiado. Choi não explica quanto, mas diz esperar que, apesar de entender que

é importante não incomodar o trânsito, o Governo acelere a apreciação dos pedidos para obras da própria operadora, de forma a tentar que a rede consiga cobrir 40% de Macau em Maio, bem como 99% em 2018.

Michael Choi confessou ainda que existem “grandes dificuldades” em re-crutar técnicos experientes, e justifica-se afirmando que as instituições de ensino de Macau não oferecem suficientes conheci-mentos básicos sobre o serviço, pelo que “os técnicos apenas podem aprender na empresa”. Além disso, três companhias de telecomunicações que ganharam as licenças de 4G - à semelhança de Mtel - pediram a partilha da rede com a empresa, pelo que o director-executivo prevê que, de uma forma geral, as despesas com 4G no futuro poderão ser menores. - F.F.

Morre Mais uM operário no CotaiMorreu mais um operário da construção civil ontem num acidente de trabalho num estaleiro no Cotai. o canal chinês da Rádio Macau avança que a vítima é um homem de 40 anos e morreu depois de um cabo do elevador de carga ter cedido. o acidente aconteceu ao início da tarde na obra de construção do hotel Hollywood Roosevelt. Este mês é o terceiro caso mortal nos empreendimentos do Cotai.

• O Aeroporto Internacional de Macau realizou ontem o exercício “Fire in the Fuel Farm”, onde foi simulado um incêndio que deflagrou no depósito de combustíveis. O objectivo foi testar a capacidade das entidades em resposta a uma eventual emergência. De acordo com um comunicado, as comunicações e a coordenação entre o pessoal das diversas entidades envolvidas na resposta mostraram-se adequadas e eficientes e a evacuação do pessoal processou-se “ordeiramente e em tempo oportuno”. O exercício envolveu cerca de 300 participantes.

A FAoM apela a mais inspecções nos estaleiros de construção civil e mais penalidades para quem não cumprir a segurança ocupacional. o Governo diz que vai tomar medidas a partir de hoje e já está também um estudo a caminho, além da revisão do próprio diploma

Segurança Pedidas mais multas Para Prevaricadores

Pelo trabalho sem acidentes

Flora [email protected]

Joana Freitas [email protected]

mtel Processo de instalação vai ser maior

com o director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Wong Chi Hong, pedindo mais acção face à segurança ocupacional.

Um dos membros do grupo, Ian Man Chit, referiu ao HM que, devido a terem acontecido muitos acidentes em sítios de construção, a FAoM quer que a DSAL implemente imediatamente mais inspecções aos locais de construção, bem como promova a necessidade de existir mais segurança para os trabalhadores.

“Convém que as pessoas saibam dos acidentes que aconteceram recentemente com todos os trabalhadores, de forma a aumentar a cons-

ciência sobre a segurança de equipamentos nas obras de construção”, apontou.

A chefe da Comissão, a também deputada Ella Lei, realça que Macau deverá em breve ter um pico de construção, pelo que apela não só a mais supervisão da parte do Governo, mas também que realmente se “aplique a lei”. A deputada pede ainda, em conjunto com os operários, que se aumentem as penalidades impostas aos construtores que não cumpram as regras da segurança ocupacional.

“Sugerimos ao Governo que exija que os construto-res tenham de recrutar um inspector de segurança por cada cem trabalhadores e assim chegar ao objectivo da implementação de um regime legal para estes fun-cionários.”

GOvernO “AtentO”ontem, aconteceu o terceiro acidente fatal no espaço de um mês, com um trabalha-dor da China continental a perder a vida depois de um cabo do elevador do Hollywood Roosevelt se ter desprendido. Antes deste, um outro homem morreu depois de um cabo que carregava betão ter rompido e feito com que este caísse do 16 andar do empreendi-mento do MGM.

Após o encontro com a FAoM, o Executivo lançou um comunicado assegurando estar atento. o Secretário Lionel Leong, da tutela da Economia e Finanças, afirma estar “muito preocupado com esta situação”. O respon-

sável falou com a DSAL e foi ao local do acidente.

“o Governo está muito atento à segurança ocu-pacional por ser muito preciosa a vida humana e alerta que os diversos pro-jectos de construção devem proceder a uma boa gestão de segurança dos trabalhos nos estaleiros, pondo em execução todas as medidas de segurança ocupacional, proporcionando aos traba-lhadores equipamentos de protecção apropriados, não podendo ser descurado, por qualquer motivo, o cumpri-mento das disposições sobre a segurança na execução de obras”, frisou, citado em comunicado.

Lionel Leong assegurou que já emitiu instruções ao director da DSAL exi-

gindo que “seja concluída, o mais rápido possível, a investigação do presente acidente e apresentado o respectivo relatório”, sendo que, no documento é preciso “discriminar-se, explicita-mente, quais são as formas a adoptar a curto, médio e longo prazo no sentido de reforçar globalmente os trabalhos de sensibilização, monitorização e execução de lei sobre a segurança ocupacional”.

Além da suspensão das obras, o responsável frisa que já hoje vão ser enviados mais funcionários da DSAL a todos os empreendimentos do Cotai para fiscalizar a forma como são levadas a cabo as obras.

“Caso se verifiquem si-tuações não correspondentes

aos requisitos impostos, será ordenada a suspensão tempo-rária das obras no respectivo estaleiro e a retoma das mes-mas só será permitida após confirmada a sua conformi-dade com os requisitos a nível de segurança ocupacional”, assegura Lionel Leong em comunicado.

Page 10: Hoje Macau 20 MAR 2015 #3295

Rota das LetRas

10 hoje macau sexta-feira 20.3.2015eventos

À venda na Livraria Portuguesa Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

triPLo • Ken FollettAutor com mais de 130 milhões de livros vendidos em todo o mundo, Ken Follett tornou-se célebre pelos seus thrillers e romances históricos. “Triplo” é um enredo com contornos de grande suspense, bestseller do New York Times, sobre um espantoso golpe de espionagem – e um dos mais bem-guardados segredos – do século XX.

noSTRadamuS - aS 100 melhoReS pRoFeciaS • mario Reading “… as quadras de Nostradamus, suportadas pela precisão das suas datas de índice, transformavam-se lentamente perante os meus olhos numa onda de conhecimento que abrangia um período que vai desde o mundo clássico, passando pelo nascimento de Cristo, até ao fim do mundo e do armagedão”

e sTá de volta o Baile dos Mascarados organizado pela Associação dos Ma-caenses (ADM) e pela

Confraria da Gastronomia Macaen-se (CGM). No dia 11 de Abril às

Leonor Sá [email protected]

o artista local Eric Fok inau-gura, no próximo dia 25, a sua primeira exposição a

solo do ano, na Associação Art For All (AFA). Fok pretende fazer uma crítica aos problemas do território que advêm do desenvolvimento desenfreado. É precisamente isso que a série ‘1513’ – preparada especialmente para esta exposição – pretende mostrar, simultaneamen-te dando a sua versão de como a chegada dos portugueses a Macau aconteceu.

“Eric combina, nas suas obras, o passado histórico com a situação actual de Macau, como forma de criticar os problemas de tráfego e turismo na cidade”, explica a AFA em comunicado.

“Landfall” é o nome escolhido para a exposição, que tem entrada livre e está aberta ao público até 25

V EM aí o “Rush48”, o desafio onde tudo o que é preciso é

criatividade e iniciativa. Com dois dias para fazer um filme, os inte-ressados terão de esperar até 17 de Abril às 10h00 para saber que tema têm de seguir, mas podem utilizar câmara ou até o próprio telemóvel para fazer um vídeo de três minutos.

Num festival onde quase não há regras - para além do prazo e duração do vídeo – a produção tem de ser finalizada e entregue às 10h00 de dia 19 de Abril na recepção do Centro Cultural de Macau (CCM) para que seja válida. Todas as entre-

gas fora de prazo serão excluídas. O anúncio do tema será feito através de sMs, da página web do CCM e no Facebook e a organização irá então projectar todos os vídeos às 14h00. Após a projecção, o júri anunciar os vencedores.

Não existem quaisquer restri-ções quanto ao equipamento de filmagem, ainda que o trabalho final tenha de ser submetido em três cópias em formato DVD. Não existem também limites à idade ou nacionalidade, ainda que no caso de menores de 16 anos tenha de se apresentar autorização do

encarregado de educação. Cada participante pode entregar apenas um vídeo.

Os inscritos que entreguem as suas obras serão recompensados com um cupão válido para um dos filmes do Festival Internacional de Cinema e Vídeo 2015 e o vencedor recebe cinco mil patacas e um cupão do CCM no valor de 500 patacas. Há ainda quatro Prémios Distin-ção, cada um no valor de duas mil patacas. As produções premiadas também serão projectadas durante o Macau Indies. A inscrição termina a 16 de Abril às 18h00.

Eric Fok DEscobrimEntos contEmporânEos

Passado e futuroentrelaçados

de Abril. A série ‘1513’ é composta por cinco obras e refere-se a uma época da História que diz respeito aos portugueses: os Descobri-mentos. “O nome da série não é composto por números aleatórios, mas pretende recordar a história da chegada do primeiro navegador luso ao território”, explica o autor.

peRgunTaS na ponTa da caneTaOs trabalhos foram feitos à base de caneta, onde Fok “redesenhou” o passado, tentando diluí-lo com o presente. O artista deci-de colocar nas suas obras uma série de perguntas hipotéticas, diretamente relacionadas com o comportamento dos lusos há cinco séculos e a actual complacência da população face à falta de táxis ou lotação dos autocarros.

“se estas situações já se passassem há 500 anos, o que aconteceria à Macau de agora? E como será a cidade futuramente, se as coisas continuarem como estão?”, questiona-se o autor.

A mostra é parcialmente pa-trocinada pelo Instituto Cultural e conta com o apoio de vários meios de comunicação, tendo inauguração prevista para as 18h30 e entrada livre.

A galeria encontra-se aberta diariamente, das 12 às 19 horas, en-cerrando aos domingos e feriados.

Rush48 Festival chega em Abril através do CCM

bailE DE máscaras ADM e CGM orGAnizAM terCeirA eDição A 11 De Abril

tradição e alegria macaense

18h30, o Jardim de Infância D. José da Costa Nunes recebe a terceira edição da iniciativa, que promete muita folia e diversão.

A organização assume querer mais participantes, numa iniciativa

que pretende “sobretudo” reavivar mais uma tradição da comunidade macaense, que todos os anos ocorre nos períodos próximos da Páscoa.

À semelhança do ano passa-do, também este ano há um de máscaras em duas categorias: a colectiva, que conta com as me-lhores máscaras de grupo, e a individual. E quem vencer não vai para casa de mãos a abanar, já que há prémios monetários para os mais originalmente bem vestidos.

Quem ficar em primeiro lugar na categoria de grupos arrecada oito mil patacas, sendo que o segundo lugar se fixa nas cinco mil e o último nas três mil

patacas. Mas, porque festa é festa, há ainda dois prémios de consola-

ção, no valor de mil patacas cada. Já os prémios individuais divi-

dem-se entre três mil patacas para o primeiro lugar, duas mil para o segundo e mil patacas para o último.

Para os mascarados menores – com idades entre quatro a 16 anos – há uma categoria extra, onde os três prémios são iguais e correspondem a mil patacas.

diveRSão com limiTeSHá um regulamento do concurso disponível na página da ADM no Facebook, já que não será admitida

• o Festival Rota das letras, organizado por Ricardo pinto, Yao Jing ming e hélder Beja, arrancou ontem contou com uma conversa entre os escritores murong xuecun e Francisco José viegas. o painel “o papel da escrita: poder e limitações”, foi moderado pelo vice-director do festival, Yao Jing ming. o Festival estende-se até dia 29, com diversas actividades.

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11hoje macau sexta-feira 20.3.2015 eventos

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“Obcecado com Beethoven” pela Orquestra de MacauA Orquestra de Macau apresenta no próximo dia 27 de Março o concerto de música de câmara “Obcecado com Beethoven”. O programa do concerto inclui três peças de música de câmara do compositor e inicia-se com ‘Octeto de Sopros em Mi bemol Maior’, uma obra do período inicial e uma das mais admiráveis obras de música de câmara. A Orquestra interpreta ainda duas das consideradas mais brilhantes obras que contribuíram para estabelecer o nome de Beethoven como um dos maiores compositores de sempre, o ‘Quarteto de Cordas N.º 1 em Fá Maior’ e a sua última composição ‘Grosse Fugue’. O concerto tem lugar no Teatro D. Pedro V às 20h00 e os bilhetes para o concerto custam entre 80 patacas e cem patacas, estando disponíveis na bilheteira online de Macau.

Casa de Portugal Jorge Arrimar apresenta novo livro

Jorge Arrimar apresenta na próxima quarta-feira, dia 25 de

Março, a sua obra literária mais recente, “Macau no Primeiro Quar-tel de oitocentos”. o livro é um trabalho de investigação histórica, editado em 2014 pelo Instituto Cultural (IC). Tem dois volumes, sendo o primeiro ‘Influência e poder do ouvidor Arriaga’ e o segundo ‘António José da Costa, uma voz dissonante’.

A história abrange as verten-tes política, económica, social e também cultural do território de Macau no primeiro quartel do século XIX. Jorge Abreu Arrimar nasceu em Angola e radicou-se em Macau de 1985 a 1998, onde

desempenhou o cargo de director da Biblioteca Central. É douto-rado em Ciências Documentais e História Moderna.

Poeta, publicou em Macau “Fonte do Lilau” e “Secretos Sinais e Confluências”, este último em par-ceria com Yao Jingming. A sua obra temática angolana compreende as ficções históricas “O Planalto dos Pássaros”, o “Planalto do Salalé” e o “Planalto do Kissonde”, assim como a obra poética “Murilaonde”, entre outras. É autor de vários trabalhos na área da História e das Bibliotecas.

o livro é apresentado pelo IC no próximo dia 25 de Março às 18h30, na Casa de Portugal, que é co-organizadora do evento. A apresentação da obra tem entrada livre e será seguida de uma sessão de autógrafos.

Baile de Máscaras ADM e CGM OrGANizAM TerCeirA eDiçãO A 11 De ABril

Tradição e alegria macaense“É o espírito da folia que presidiráao ambiente que se pretende criar. Assim,realçamos desde já que os participantesdo concurso serão especialmente valorizadospela criatividade artística, originalidade do tema e sentido humorístico do respectivo traje”

qualquer expressão de natureza ultrajante ou atentatória contra a honra de qualquer figura pública, mas a promessa é de muita diversão.

“É o espírito da folia que pre-sidirá ao ambiente que se pretende criar. Assim, realçamos desde já que os participantes do concurso serão especialmente valorizados pela criatividade artística, originalidade do tema e sentido humorístico do respectivo traje. os temas serão da responsabilidade dos concorrentes,

sejam de mera fantasia, de escárnio ou de crítica social”, realça a organi-zação em comunicado. “Fazemos o apelo a todos que se associem a esta iniciativa, reforçando a reabilitação de uma velha tradição de Macau”, acrescentam ainda.

o preço dos bilhetes é de 250 patacas para adultos e de 150 para crianças, sendo que incluem co-mida macaense, petiscos de países lusófonos e bebidas. estão à venda a partir de dia 28. - J.F.

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FICHA DE JOGADOR

PERCURSO

12 desporto hoje macau sexta-feira 20.3.2015

Gonçalo lobo [email protected]

N ascido em santa Ma-ria da Feira, Portugal, o médio Edgar Teixeira joga há quatro épocas

no Benfica de Macau. Aos 25 anos, o atleta vê-se em Macau por mais alguns anos e a defender as cores das águias. Tem como ídolo de futebol Ronaldo, o Fenómeno, e admira a geração de atletas que tornou o Fc Porto campeão várias vezes nos anos 90.

Quem é o Edgar Teixeira?Neste momento é um jogador profissional de futebol que actua no Benfica de Macau desde há quatro anos. Toda a vida jogou futebol, desde que se lembra. Foi um sonho de muito pequenino que, felizmente, foi tornado realidade. Penso que alcancei um bom nível no futebol, independentemente de nunca ter actuado numa i ou II Ligas de Portugal. Seja como for, vivo bem com isso e sinto-me muito feliz com o que já consegui e com o que tenho.

Falando um pouco do seu per-curso. Começou com que idade a jogar futebol?comecei com oito anos num clube da minha terra, em argoncilhe, mas nem cheguei a ser inscrito uma vez que o meu avô me levou para o Feirense, uma equipa com muito maior expressão no concelho. Ali fiz o meu percurso até ao segundo ano de juvenil. Na passagem para a idade júnior foi para o Boavista e em seguida fui para o Sp. Espi-nho. Nessa altura crucial, em que iria passar do futebol de formação para o futebol sénior, surgiram coi-sas que não me deixaram evoluir como queria.

Assim como?Promessas. Dizem-nos que vamos para ali e para acolá, mas nada. A verdade é que nem sequer no Sp. Espinho fiquei, muito culpa de uns acontecimentos com um director da altura, que preferiu ficar com outros jogadores. Nessa altura, desci uns patamares e fui jogar no Grijó, nas Distritais do Porto. seguiu-se a ii divisão B onde joguei no Lourosa e Fiães antes de vir para Macau.

Como surgiu a hipótese de vir para Macau?Fui tudo através de um conhecido. Uma pessoa lá de Portugal, que nem trabalha no futebol, conhecia umas pessoas aqui e surgiu, na al-tura, este projecto do Benfica. Foi uma situação que, sinceramente, não estava à espera.

Já tinha ouvido falar de Macau e do futebol do território?Não fazia a mínima ideia, admito. Na altura, não sabia e nem fui pes-quisar. Só depois de ter chegado ao

EntrEvista Edgar TEixEira, jogador do BEnfica dE Macau

“Estou feliz em Macau e estou feliz no Benfica de Macau”

território e que comecei a inteirar--me da história e da cultura local. Era a minha primeira experiência fora e aceitei logo, sem pensar muito. Tinha 21 anos.

Numa altura em que o Boavista estava na “mó-de-baixo”, assim como o Sp. Espinho, como é que não teve oportunidades de, pelo menos, ficar no plantel?Não fiquei no Boavista porque não era opção para o treinador. Fui para lá pela mão de um director, na altura Manuel Barbosa. Lembro--me que tive várias conversas com vários responsáveis para saber se seria opção, se iria jogar. Da parte dos dirigentes sempre me disse-ram que contavam comigo. Con-tudo, para o treinador, era apenas mais um entre muitos. Raramente era convocado e quando isso su-cedia, não jogava. No tempo que estive lá fiz dois ou três jogos. No Sp. Espinho, já com contrato pro-fissional, também fui convocado mas nunca joguei. Treinava nos

juniores e nos seniores. Faz-se isso quando estamos na fase de transição. Só que nunca joguei. o plantel estava feito e ninguém contou comigo. Penso que tinha condições para ficar mas acabei por bater no fundo. A partir daí tive de ir à luta. Ainda surgiu uma oportunidade de ir para o Sp. Covilhã, pela mão do Álvaro Magalhães, mas como era aposta do treinador e ele apenas fez 15 dias de pré-época, tive de deixar o clube com ele. Nessa altura, o clube estava na ii Liga e teria sido uma excelente oportunidade.

Há quatro anos em Macau. Que balanço faz deste tempo?Um balanço extremamente po-sitivo. Pelas condições que o Benfica sempre me deu. Posso confirmar que nunca me faltou nada. O Duarte Alves está a fazer um grande trabalho à frente do clube. Temos tido bons planteis e bons treinadores. Os dirigentes do Benfica fazem tudo o que está ao seu alcance. Cumprem com as suas palavras.

Pretende continuar mais anos por aqui?Neste momento sim. Estou numa fase da minha vida em que pretendo ficar mais alguns anos. Quando tive a minha lesão grave pensava muito em regressar a Portugal mas

depois tudo correu bem, recuperei totalmente, e acabei por decidir ficar em Macau. Ainda tive pro-postas de Portugal mas nada que se equiparasse à estabilidade que ganhei em Macau.

Portanto, podemos dizer que o Ed-gar Teixeira está feliz em Macau.Sim. Estou feliz em Macau e estou feliz no Benfica de Macau. Podemos afirmar, sem dúvidas, as duas coisas. Vou fazer 26 anos e não tenho como objectivo ser um craque do futebol, que vou jogar na I Liga em Portugal. Entretanto, também tenho aqui a minha mu-lher, o que faz toda a diferença. Para ela também é difícil ter emprego em Portugal e aqui consegue traba-

lhar. Os dois com o BIR acho que podemos ter um futuro engraçado em Macau.

O ano passado foram campeões da Liga de Elite. A fasquia con-tinua elevada?Exactamente. Tenho a certeza que voltaremos a ser campeões este ano. Temos as garantias todas para revalidar o título e acho que não nos vai escapar. Penso que a equipa este ano tem mais qualidade. Nestes últimos quatro anos, afirmo mes-mo que este ano temos o melhor plantel. Com as entradas do Juary, chan Man, Luisinho, Marco ou o Leonel, a continuidade do Nibra, o Niki, o William, o Fabrício, o Amorim, etc. Temos, de facto, um

2005/2006 Feirense (POR)

2006/2007 Boavista (POR)

2007/2008 Sp. Espinho (POR)

2008/2009 Grijó (POR)

2009/2010 Lourosa (POR)

2010/2011 Fiães (POR)

2012 Benfica de Macau (MAC)

2013 Benfica de Macau (MAC)

2014 Benfica de Macau (MAC)

2015 Benfica de Macau (MAC)

“Estou numa fase da minha vida em que pretendo ficar mais alguns anos [em Macau]”

Nome: Edgar Jesus Pereira Oliveira Teixeira

Nacionalidade: Portugal

Data de Nascimento: 01-12-1989 (25 anos)

Posição: Médio-centro

Altura: 180 cm

Peso: 70 kg

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13 desportohoje macau sexta-feira 20.3.2015

“A liga deve ser divulgada pela televisão uma vez por semana, nem que seja apenasum jogo transmitido em directo”

EntrEvista Edgar TEixEira, jogador do BEnfica dE Macau

“Estou feliz em Macau e estou feliz no Benfica de Macau”

plantel com mais qualidade. Temos muitas opções. O nosso objectivo é entrar em qualquer competição para ganhar. Isso é o que nos é transmitido desde que cheguei a Macau.

Quem são os principais adver-sários do Benfica?Penso que só o Ka I. Naturalmente que tudo pode acontecer mas não vejo mais qualquer clube com capacidade para contrariar o nosso favoritismo. O Benfica a continuar como está, a trabalhar bem, muito dificilmente perderemos pontos.

E sobre Macau. Como se sente no território?É uma cidade pequena. Penso que

aqui se vive bem e se tem uma óp-tima qualidade de vida, apesar do nível de vida não ser propriamente barato. O que não gosto prende-se com o facto do território ser muito pequeno e ter vontade de sair e nem sempre posso. É que, em dois

meses, conhece-se Macau perfei-tamente e depois nada há mais para ver. Quem vive em Macau tem sempre a necessidade de, por uns dias, sair daqui. Fugir a este aglomerado de gente. É benéfico para a saúde das pessoas tirarem uns dias e sair daqui. Depois até se volta com mais energia.

Voltando ao futebol. Como vê as competições de Macau?Na minha opinião, e a contrário do que alguns defendem, não existe futebol zero. Nem aqui, nem em outro país. Existe futebol mais fraco e futebol mais forte. Macau tem uma liga como ou-tra qualquer. É um campeonato onde há estrangeiros que conse-

guem singrar e outros que não conseguem. Existem jogadores que não conseguem jogar em Macau e depois vão para outros campeonatos e jogam. Enfim, é futebol. A única coisa que me deixa triste é a falta de profissio-nalismo. Penso que mesmo sendo amador, o campeonato pode ser gerido de forma profissional. Há clubes em Macau que encaram as competições com muito pro-fissionalismo.

E o que é que pode ser melho-rado?Primeiro, a questão dos campos de futebol para treinos e jogos. A realidade está à vista de todos, Macau não tem muitos campos

mas nem é esse o meu problema. O que acho é que os clubes podiam ter mais tempo e disponibilidade para treinar. As equipas marcam os treinos em cima do aconteci-mento, e reservam logo tudo de uma assentada. Quase todas as semanas, as equipas adversárias treinam no mesmo recinto. É preciso que a Associação, assim como o Instituto do Desporto, te-nham presente esta realidade e que conversem mais com os clubes. É preciso que haja uma melhor organização. Em segundo, a liga deve ser divulgada pela televisão uma vez por semana, nem que seja apenas um jogo transmitido em directo. Isso iria melhorar e muito o futebol de Macau, trazendo mais pessoas a gostarem da modalida-de e, com certeza, mais apoios e patrocínios.

Acredito que acompanha a Liga portuguesa. Como acha que vai acabar?O Benfica está fortíssimo. O FC Porto adormeceu por completo na primeira metade da época. Penso que o treinador não soube gerir os recursos que tinha à sua mercê. O Sporting está a demonstrar que não consegue chegar ao primeiro lugar e penso, muito sinceramente, que o campeão será mesmo o Benfica. Não vejo que o Benfica possa per-der mais pontos a não ser no jogo com o FC Porto.

O Edgar que jogou no Boavista, como vê o regresso da equipa aos grandes palcos?Estão a surpreender. Tinham, a meu ver, um plantel fraco e estão a conseguir aguentar-se. Agora, muito dificilmente devem des-cer. Mostram que estão unidos e a fazer um campeonato muito bom, digo mesmo acima das expectativas.

Quem é o melhor jogador do mundo?É o Cristiano Ronaldo. E o prémio que recebeu foi mais do que mere-cido pelo trabalho que tem vindo a desenvolver. Messi e Ronaldo são dois jogadores fantásticos. Não existe, na actualidade, outro qualquer jogador que chegue perto do que estes dois podem e conseguem fazer. Penso que Ronaldo foi melhor o ano passado e vamos andar mais dois ou três anos a discutir a Bola de Ouro entre Ronaldo e Messi. Essa é a minha convicção.

E o seu ídolo?De sempre é o Ronaldo, o Fe-nómeno. EM Portugal, admiro todos os jogadores da equipa do FC Porto nos anos 90 como o Jorge Costa, Fernando Couto, Paulinho Santos, Vítor Baía, Do-mingos, etc. Mas o maior ídolo é o Ronaldo, o Fenómeno. Foi o único jogador do qual comprava revistas e posters [risos].

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14 hoje macau sexta-feira 20.3.2015

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N a China, durante o período da dinastia Jin (265-420) vi-veu o calígrafo Wang Xi Zhi (303-361) que, pela excelên-

cia do seu trabalho e com uma graciosi-dade de traço, admirado por todos e se-guido pelos seus colegas, lhe foi atribuí-do o título ‘O Supremo dos Calígrafos’.

Wang Xi Zhi, também chamado Yi Shao e You Jun, nasceu a 303 em Linyi, na província de Shandong, mas passou a maior parte da sua vida em Zhejiang. Na cidade de Wenzhou foi Governador da Prefeitura (Jun Shou), tendo depois ido residir para Shaoxing.

O fim da dinastia Jin do Oeste co-meçara com o quarto imperador, Min Di (313-316), que não conseguia con-trolar o país e por isso, internas disputas ocorriam quando as tribos nómadas, a viver nas fronteiras Norte e Noroeste, invadiram a China. Uma delas ocupou a capital Luoyi (Luoyang) em 316 e pôs fim à dinastia Jin do Oeste (265-316). alguns membros da casa dos Jin fugiram para Sul e fundaram em 317 a dinastia Jin do Leste, no vale do Rio Yangtzé com a capital em Jiankang (Nanjing). Wang Dao ajudou Si Ma Rui a fundar a dinastia Jin do Leste (317-420) e por isso dizia-se ser ela governada por Ma em conjunto com Wang.

Enquanto jovem, Wang Xi Zhi vi-veu em casa do seu tio Wang Dao, onde com os outros primos estudaram e fo-ram preparados para se tornarem oficiais civis.

XiZhi aprendeu a arte da Caligrafia com a Senhora Wei Shuo, tornando-se excelente em todo o tipo de escritas e em particular, na semi-cursiva e escrita corrida. Por tal, foi-lhe conferido o títu-lo de Shusheng 书圣, Mestre Supremo dos Calígrafos, perpetuado até aos nos-sos dias.

O seu passatempo predilecto eram os gansos, história que vem a pertencer a um conjunto de realidades ligadas à vida de Wang Xi Zhi e das quais, segui-mos a relatar a do seu casamento.

Quando Xi Jian, com o cargo de Tai Fu, querendo casar a filha com al-guém de igual posição social, sabendo da imensa prole masculina na casa da distinta família Wang, após trocadas mensagens, aí se marcou um dia para ser escolhido o marido.

Todos os jovens elementos masculi-nos se aperaltaram, vestindo uma farda de festa e assim se apresentaram, cada

GESTUALIDADE DO CALÍGRAFO WANG XI ZHI (王羲之)

um melhor parecido que o outro. Im-pressionado o emissário, com uma difí-cil escolha que teria de transmitir, estava a despedir-se quando, dos fundos da sala escutou alguém a trincar um biscoito. Viu então um jovem sentado numa cama com a barriga à mostra. Pensando tratar--se de um elemento não pertencente à família, não mais reparou nele, mas nas

despedidas ficou a saber ser também um dos Wang a casar.

O relato do emissário a Tai Fu foi pormenorizado sobre os belos rapazes que encontrou na família, avaliando as qualidades físicas e de eloquência e só num pequeno aparte mencionou essa estranha personagem, que não se mos-trara. Logo Tai Fu arrebitou ao escutar

tal particular e sem querer saber mais dos outros tão prendados candidatos, escolheu-o para marido da sua filha. as razões foram, por ser uma pessoa since-ra e não se querer esconder por baixo de vistosas roupas, tendo-se mostrado tal qual era. assim ficou Wang Xi Zhi genro do Tai Fu Xi Jian.

Shaoxing e o monge injuStiçado

Pessoa honesta, Wang Xi Zhi não gos-tava do governo Jin de Leste pois, dizia ele, não trabalhava correctamente para as pessoas, sendo os lugares, que deve-riam ser ocupados por pessoas inteli-gentes e com grandes conhecimentos, usados apenas para promover amizades e interesses próprios.

Quando fora governador, todos os anos havia grandes calamidades e por isso, tivera muitas vezes de abrir os ar-mazéns para acudir às necessidades do seu povo. Escreveu ao imperador a pedir que as taxas fossem reduzidas, já que o povo se encontrava na miséria.

Por gostar bastante de viajar e não se sentir bem permanecendo no lugar que ocupava, no ano de 355 deixou o seu trabalho e foi viver para ShanYin, hoje Shaoxing, também na província de Zhejiang.

Estamos em Shaoxing, para visitar a casa de Wang Xi Zhi, que se localizava no número 72 da Rua Oeste, na parte Sul da Montanha Ji. Pintada de amarelo, demarcava-se das casas térreas brancas, sendo na parte da frente desta onde o nosso calígrafo estudava e vivia. No átrio da entrada, um altar com o retra-to de Wang Xi Zhi e continuando para os fundos, após um pátio encontra-se o Templo Chang an. a razão da exis-tência deste templo, com uma área de 1470 metros quadrados e que foi tendo outros nomes, sendo em 852 chamado Jiezhu, deveu-se à história que a seguir contamos.

Estava Wang Xi Zhi na sua biblio-teca a observar uma pérola, muito per-feita, quando um monge o veio visitar. Há relatos que referem ser este monge quem lhe fornecia os pincéis. Pousando a pérola na mesa foi recebê-lo à porta e convidando-o para entrar, levou-o para a sala dos livros.

Os gansos serviam na altura como animal de guarda às casas, hoje trabalho para o cão e Wang, como gostava muito destas aves, tinha algumas a viver com

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15 artes, letras e ideiashoje macau sexta-feira 20.3.2015

José simões moraistexto e fotos

ele. Sem que Wang se apercebesse, um dos gansos entrara também para a sala. Wang foi fazer chá e após uma longa conversa com o monge, despediram--se. Quando ia buscar a pérola, ela de-saparecera e após muito procurar, até pelo chão, como para ele só ali estivera o monge, relutantemente foi criando a ideia de ter sido o religioso a levá-la.

Quando o monge soube o que Wang pensou ter ele feito, suicidou-se. Passa-dos tempos, um dos gansos morreu e o cozinheiro encontrou-lhe no estômago a pérola. Ao saber de tal, Wang Xi Zhi arrependidíssimo pelos seus pensamen-tos, que levaram à morte do monge, ofe-receu a sua casa para aí ser feito um tem-plo a honrar a memória daquele monge injustiçado.

Pelo templo passaram estudiosos e sábios, como o grande filósofo Zhu Xi, que aí deu lições. Hoje o templo é de-dicado ao Buda Deitado e quando aí es-tivemos em Outubro de 2014 encontra-va-se em reconstrução e a ser ampliado.

Foi Wang You Jun quem caligraFou

Próximo deste templo encontra-se a Ponte Tishan, que atravessa um dos mui-tos canais da cidade. Entre as escadas para a água do pequeno ancoradouro e a ponte, Wang Xi Zhi caligrafou uns leques para ajudar uma idosa senhora, que durante muito tempo ali os tentava vender. Pobres leques para uso diário, feitos a partir de bambu e que sem al-gum valor, pouco interesse tinham para o normal uso desse tempo.Wang, ao reparar que a pobre senhora ainda não tinha vendido nenhum, resol-veu ajudá-la e dirigindo-se-lhe, pergun-tou porque não decorava os leques, para mais fácil os vender?

Como a resposta foi a de não saber sequer pegar num pincel, vai daí Xi Zhi, com rápidas e gestuais pinceladas deco-rou todos os leques que a pobre senhora ali tinha. Olhando para eles, agora sujos com tinta, a idosa ainda ripostou que se não vendesse nenhum ele ter-lhe-ia que pagá-los. Já a afastar-se atirou: “- Diga--lhes que foi Wang You Jun quem cali-grafou!”

Ali continuou a idosa a tentar vender, mas as pessoas passavam e nem olhavam para os leques quando, lembrando-se de apregoar serem eles caligrafados por Wang You Jun, logo por toda a cidade tal se fez constar. Pouco depois, uma multidão de compradores em torno dela se aglomerava, esgotando rapidamente o estoque e ainda lhe perguntavam se arranjava mais, encomendando todos os que ela trouxesse.

Prosseguimos esta história com uma versão mais popular, onde consta que,

quem de longe presenciou tudo fora Xi-Zhi e sabendo que se voltasse a passar pela vovó, ela lhe iria pedir para cali-grafar mais leques, quando ao longe na travessa a via, virava para outra quelha.

Ao lado da ponte, o Pavilhão Tishan erguido mais tarde para honrar as virtu-des de Wang Xi Zhi e entre ambos, uma estátua de bronze a representar esta his-tória dos leques.

Continuando a percorrer aquelas es-treitas ruas, pavimentadas com longas pedras de granito e cheias de travessas e becos, encontramos um pouco mais à frente o Pavilhão de Exposição da Cali-grafia de Wang Xi Zhi

O seu mais famoso trabalho, “Prefá-cio aos Poemas Compostos no Pavilhão das Orquídeas” onde caligrafou trezen-tos e vinte e quatro caracteres, era de tal maneira admirado pelo imperador da dinastia Tang Tai Zong, que se diz estar com ele no seu mausoléu. Fora realiza-do no ano de 353 em Shaoxing durante um encontro de grandes poetas, que se juntaram no dia 3 do terceiro mês lunar,

Duplo 3, reverenciando a Deusa Mãe do Oeste pelo seu aniversário. Qual banquete dos Pêssegos reuniu quarenta e um dos melhores artistas e celebrando com todas as divindades e imortais, daí saiu uma colecção de poemas escritos, para os quais Wang Xi Zhi caligrafou o prefácio.

Com o original perdido, valeram as preciosas cópias, sendo a de Feng Chen-gsu, feita entre 627 e 650, a que mere-ceu ter mais valor e por isso, encontra-se no Museu do Palácio em Beijing. Ainda hoje por somas astronómicas são vendi-das reproduções da sua caligrafia feitas por grandes calígrafos, nas suas provas de sagração para a disciplina de Caligra-fia.

uma ninhada de gansos

Certa vez, um mestre do Dao querendo ter um livro do Dao De Jing com a ca-ligrafia de Wang Xi Zhi necessitou de arte e engenho pois, pela fama do calí-grafo, nem se atrevia a fazer tal pedido,

sabendo que, nem por preço algum ele vendia os seus trabalhos.Então, pensando o que poderia trocar com Xi Zhi, que teria de ser algo por ele pretendido, teve a informação do amor que este nutria por gansos brancos.

Assim, após encontrar uma ninhada que lhe pareceu pelos progenitores sau-dável, comprou-a e diariamente levando as belas crias de gansos brancos ao lago para nadarem, tornou-se comentado pela cidade.

Ao escutar a existência de tão gra-cioso bando de aves e logo as suas pre-feridas, não resistiu e foi de longe vê-las. Tão irresistíveis se tornaram que, no se-gundo dia, foi ter com o guardador dos gansos brancos e quis comprá-los.

O monge logo os ofereceu, com um simples pedido, o de Wang Xi Zhi ca-ligrafar os cinco mil caracteres do Dao De Jing e assim foi consumada a troca.

Wang Xi Zhi passou desta vida em Shaoxing no ano de 361, mas mais fa-moso ficou durante a dinastia Tang, quando os seus quadros se tornaram preciosidades, tal como a história ante-rior refere, tendo ao longo dos tempos a sua fama se tornado inigualável.

Todos os sete filhos, devido aos seus ensinamentos, foram notáveis calígra-fos, sendo o mais novo, Wang Xian Zhi de excepcional qualidade e para muitos, igual ou ainda melhor que o pai, sendo por isso ambos considerados os Dois Magníficos Wang. A virtude do gesto!

XiZhi aprendeu a arte da Caligrafia Com a Senhora Wei Shuo, tornando-Se eXCelente em todo o tipo de eSCritaS e em partiCular, na Semi-CurSiva e eSCrita Corrida. por tal, foi-lhe Conferido o título de ShuSheng 书圣, meStre Supremo doS CalígrafoS, perpetuado até aoS noSSoS diaS.

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16 china hoje macau sexta-feira 20.3.2015

COMISSÃO DE REGISTO DOS AUDITORES E DOS CONTABILISTASAviso

Faz-se público, em conformidade com deliberação da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, de 9 de Fevereiro de 2015, e nos termos do disposto no nº 1 do artigo 18º do Estatuto dos Auditores de Contas, aprovado pelo Decreto-Lei nº 71/99/M, de 1 de Novembro, no nº 1 do artigo 13º do Estatuto dos Contabilistas Registados, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 72/99/M, de 1 de Novembro, bem como do disposto no ponto 3) do artigo 1º do Regulamento da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 2/2005, de 17 de Janeiro, que nos dias 30, 31 de Maio e 6, 7, 13 de Junho do corrente ano, irá realizar-se a prestação de provas para inscrição inicial e revalidação de registo como auditor de contas, contabilista registado e técnico de contas.

1. Prazo, local e horário de inscrição > Prazo de inscrição: De 12 de Março a 25 de Março de 2015 > Local de inscrição: Instalações da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, no 1º andar do “Centro de Recursos da Direcção dos Serviços de Finanças”, sito na Rua da Sé, n.º 30 em Macau. > Horário de inscrição: De 2ª a 5ª feira: das 09h00 às 13h00; das 14h30 às 17h45 6ª feira: das 09h00 às 13h00; das 14h30 às 17h30

2. Condições de candidaturaAuditores de contas:Podem candidatar-se todas as pessoas maiores, residentes ou portadoras de qualquer título válido de permanência na Região Administrativa Especial de Macau, que reúnam os requisitos gerais para registo como Auditores de Contas nos termos do artigo 4º do Estatuto dos Auditores de Contas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 71/99/M, de 1 de Novembro, e que, no caso de revalidação de registo, tenham cumprido o disposto no artigo 10º do mesmo Estatuto.

Contabilista registado e técnico de contas:Podem candidatar-se todas as pessoas maiores, residentes ou portadoras de qualquer título válido de permanência na Região Administrativa Especial de Macau, que reúnam os requisitos gerais para registo como contabilistas registados ou técnicos de contas nos termos do artigo 4º do Estatuto dos Contabilistas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 72/99/M, de 1 de Novembro, e que, no caso de revalidação de registo, tenham cumprido com o disposto no artigo 10º do mesmo Estatuto.

3. Local de levantamento do boletim de inscriçãoO boletim de inscrição, os esclarecimentos relativos à prestação de provas, o regulamento das provas e as regras da prestação de provas relativas aos candidatos e conteúdo das provas podem ser obtidos no sítio da internet da Direcção dos Serviços de Finanças no local relativo à CRAC (www.dsf.gov.mo) ou levantados nos seguintes locais:1) Instalações da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, no 1º andar do “Centro de Recursos da Direcção dos Serviços de Finanças”, sito na Rua da Sé, nº 30, em Macau;2) Rés-do-chão do Edifício da Direcção dos Serviços de Finanças, sito na Avenida da Praia Grande n.ºs 575, 579 e 585;3) Centro de Serviços da RAEM, Rua Nova de Areia Preta, Nº 52;4) Centro de Atendimento Taipa, Rua de Bragança, Nº500, R/C, Taipa.

Em caso de dúvidas, agradecemos o contacto a CRAC, durante as horas de expediente, através do telefone número 85995343 ou 85995344, ou através do e-mail [email protected].

Direcção dos Serviços de Finanças, aos 6 de Março de 2015.

O Presidente da CRACIong Kong Leong

pub

a ltos funcionários dos Negócios Estran-geiros e da Defesa do Japão e da China en-

contraram-se ontem em tóquio para as primeiras conversações bilaterais sobre segurança em quatro anos.

“A segurança internacional mudou dramaticamente nestes quatro anos e a situação em torno da China e do Japão tornou--se também mais complexa”, disse o ministro-adjunto chinês dos Negócios Estrangeiros liu Jianchao, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

As conversações regulares entre a China e o Japão sobre questões de segurança, lançadas há 22 anos, foram interrompidas em 2011, depois de o governo japonês ter “nacionalizado” as ilhas Diaoyu, um minúsculo arquipélago desabitado do Mar do leste da China, cuja soberania é reivindicada pelos dois países.

liu Jianchao apelou à “since-ridade” e ao “pragmatismo” para

Sete turistas morreram devidoa queda de rochasde montanhaSete turistas morreram ontem na China ao serem atingidos por rochas que caíram de uma montanha em Guilin, na região de Guangxi, informou a imprensa oficial. As rochas atingiram o grupo de viajantes quando estes esperavam para embarcar no barco na montanha de Diecai, em Guilin, informou a China Radio International (CRI). “Quatro pessoas morreram no local e outras quatro ficaram feridas”, informa a CRI na sua página de Internet. “Três dos feridos morreram no hospital”. O local do incidente é descrito como uma das maiores atracções turísticas do país e bastante visitado por turistas nacionais e estrangeiros.

(Japão e China) “Devem falar directamente de modo a resolverem os problemas existentes nas suas relações e alcançar uma cooperação relevante através de conversações”ShinSuke Sugiyama Vice-ministro japonês dos negócios estrangeiros

PeQuIm e TóQuIO ReTOmARAm COnveRSAçõeS SObRe SeGuRAnçA

Olhos nos olhos quatro anos depois“melhorar as conversações”, afirmando que o encontro de ontem “é também significativo para manter a paz regional”, referiu a Xinhua.

Ligeiras meLhoriassegundo a mesma fonte, o vice-ministro japonês dos Negócios Estrangeiros, shin-suke sugiyama, disse que os laços entre o Japão e a China “melhoraram” desde o ano pas-sado, depois de as duas partes terem acordado estabelecer um mecanismo de contacto de emergência sobre segurança aérea e marítima”.

Japão e China “devem falar directamente de modo a resol-verem os problemas existentes nas suas relações e alcançar uma cooperação relevante através de conversações”, afirmou o gover-nante, citado pela Xinhua.

As últimas conversações sino-japonesas sobre segurança decorreram em Janeiro de 2011, em Pequim.

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tempo muito nublado min 20 max 26 hum 75-100% • euro 8.5 baht 0 .2 yuan 1.2

João Corvo

Aconteceu Hoje 20 de março

fonte da inveja

C i n e m aCineteatro

Sala 1cinderella [a]Filme de: Kenneth BranaghCom: Lily James, richard madden, Cate Blanchett14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Sala 2the divergent SerieS: inSurgent [c]Filme de: robert SchwenteCom: Shailene Woodley, Theo James, Kate Winslet14.30, 16.45, 21.30

the divergent SerieS: inSurgent [3d] [c]Filme de: robert SchwenteCom: Shailene Woodley, Theo James, Kate Winslet19.15

Sala 3run all night[c]Filme de: Jaume Collet-SerraCom: Liam Neeson, Joel Kinnaman, Common ed Harris14.30, 16.30, 17.30, 21.30

O que fazer esta semana?

A cada passo me aproximo de ti, velha capitã. Recebe-me resplandecente.

17(f)utilidadeshoje macau sexta-feira 20.3.2015

É fundada a Academia Sueca, que atribui o nobel da Literatura• A 20 de Março de 1786, o rei Gustavo III funda a Academia Sueca, em Estocolmo, com o objectivo de promover a Língua e Literatura suecas. A Academia Sueca é a instituição incumbida de atribuir o Prémio Nobel de Literatura, desde 1901. Cumpriu o seu objectivo, através da elaboração de uma gramática e um dicionário da língua sueca, bem como de outros trabalhos que ajudassem na arte de bem escrever.Ao longo de dois séculos, a Academia Sueca conheceu a ascensão e o declínio financeiro. Após uma situação difícil, que coincide com a morte do rei Gustavo III, em 1792, só renasceria em 1834, com a intervenção de Bernhard von Beskow.Também neste dia, em 1760, dá-se o ‘Grande Incêndio’ de Boston (EUA), que destrói 349 prédios. Já em 1800, Alessandro Volta exibe à Royal Society em Londres um equipamento que construiu, capaz de produzir corrente eléctrica contínua. Ficou conhecida como a Pilha de Volta.No dia 20 de Março de 1815, Napoleão entra em Paris, depois de fugir do exílio em Elba. Inicia-se o seu ‘Governo dos Cem Dias’. Em 1916, Albert Einstein publica a Teoria Geral da Relatividade.A invasão do Iraque arranca a 20 de Março de 2003, nas primeiras horas do dia, com os EUA e mais três países a iniciar a operações militares. Exactamente três anos mais tarde, inaugura-se o Museu da Língua Portuguesa, na cidade de São Paulo, no Brasil.Nasceram neste dia Ovídio, poeta romano (43 aC), Joana de Portugal, rainha de Castela (1439), Torbern Bergman, químico sueco (1735), Napoleão II de França (1811), Spike Lee, actor e director de filmes norte-americano (1957), Holly Hunter, actriz norte-americana (1958), e Pedro Lamy, automobilista português (1972).

aqui não se vende apenas artigos de uso diário, mas oferece-se consultas para eliminar preo-cupações. Quem deixar uma carta na porta da mercearia, pode receber uma carta de resposta numa caixinha de leites. e cada vez mais pessoas escrevem cartas, até acontecer algo incrível: as cartas são respondidas 30 anos à frente do tempo onde são escritas e, apesar da mercearia parecer estar abandonada, ainda brilha como se fosse nova. O livro é mais um das colecções de ficção e enigma do autor de Osaka. - Flora Fong

MiLAgre dAS MerceAriAS nAMyAkeigo HigASHino (2012)

U m l i v r O h O j e

HojeROTA DAS LETRAS – “O LUGAR DA ESCRITA NA NOSSA VIDA QUOTIDIANA”, COM BEI DAO, YAN GELING, SHENG KEYI, ANDRéA DEL FUEGO E JOãO PAULO BORGES COELHOCampus da Universidade de Macau, 10h00 entrada livre

ROTA DAS LETRAS – ABERTURA DA FEIRA DO LIVROTeatro dom Pedro Ventrada livre

ROTA DAS LETRAS – RECITAL DE POESIA “A ROSA DO TEMPO”Biblioteca Sir Robert Ho Tung, 18h00entrada livre

ROTA DAS LETRAS - FESTõES DE SOM – SESSãO MUSICAL COM CANTORA DE JAzz zHAN XIAO LITeatro dom Pedro V, 20h30entrada livre, mas com lugares marcados

SábadoROTA DAS LETRAS – SESSãO DE CINEMA COM “ACCIDENT”, DE CHEANG POU SOI Cineteatro de macau, 10h30

ROTA DAS LETRAS – MACAU NA LITERATURA CoNTemPorâNeaTeatro dom Pedro V, 16h00

ROTA DAS LETRAS - AUTORES E OS SEUS LIVROS (APRESENTAçãO DE OBRAS)Com João Borges Coelho Teatro dom Pedro V, 17h00entrada livre

ROTA DAS LETRAS – ESCREVER NO FEMININO Teatro Dom Pedro V, 18h00

domingoWORKSHOP DE JORNALISMO E LITERATURA,COM CLARA FERREIRA ALVESLivraria Portuguesa, 11h00

diariamente EXPOSIçãO “VALQUíRIA”, de JoaNa VaSCoNCeLoS MGM Macauentrada livre

EXPOSIçãO “NIHONGA CONTEMPORâNEA”,DE ARLINDA FROTA Fundação Rui Cunhaentrada livre

EXPOSIçãO DE SâNDALO VERMELHO (ATé 22/03)Grande Praça, MGMentrada livre

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18 opinião hoje macau sexta-feira 20.3.2015

Propriedade Fábrica de notícias, lda Director Carlos morais José Editores Joana Freitas; José C. mendes Redacção andreia sofia silva; Filipa araújo; Flora Fong; leonor sá machado Colaboradores antónio Falcão; antónio graça de abreu; gonçalo lobo Pinheiro; José simões morais; maria João belchior (Pequim); michel reis; rui Cascais; sérgio Fonseca Colunistas antónio Conceição Júnior; arnaldo gonçalves; david Chan; Fernando Vinhais guedes; isabel Castro; Jorge rodrigues simão; leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula bicho Cartoonista steph Grafismo edite ribeiro(estagiária); Paulo borges Ilustração rui rasquinho Agências lusa; Xinhua Fotografia Hoje macau; lusa; gCs; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade madalena da silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de santo agostinho, n.º 19, Centro Comercial nam Yue, 6.º andar a, macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

N iNguém nos diz que com outro qualquer teria sido diferente. mas, em terra de consensos, existe uma indiscutível unanimidade no balanço feito ao traba-lho de Wong Wan: passou demasiado tempo à espera do comboio na paragem do autocarro.

Também é certo que um director de serviços é só um director de serviços – não é o Chefe do Executivo. mas não partilho da ideia que um director de serviços é um mero executor das ordens que vêm de cima. um director de serviços deve ter cabeça para pensar, ideias para propor, saber do que tem em mãos. E bater com a porta se, esgotadas todas as tentativas, sentir que não consegue

Pernas para que vos queroUm director de serviços deve ter cabeça para pensar, ideias para propor, saber do que tem em mãos. Bater com a porta se, esgotadas todas as tentativas, sentir que não consegue fazer o trabalho que lhe compete. É assim que se passa na vida real

contramãoIsabel [email protected]

fazer o trabalho que lhe compete. é assim que acontece na vida real, na esfera além--funcionalismo público.

O trânsito em macau piorou substan-cialmente nos últimos sete anos, tempo de vida da direcção de serviços que Wong Wan está prestes a deixar. é claro que, no caso do trânsito, a culpa não morre sozinha – macau cresceu, os turistas aumentaram e os casinos são mais do que as mães, tudo questões que ultrapassam Wong Wan –, mas muito podia ter sido feito para se evitar o sofrimento em que se transformaram as deslocações em macau.

Autocarros: houve um concurso pú-blico, uma novela com contornos cami-lianos com tanto por esclarecer. E depois o drama Reolian, um francês à beira de um ataque de nervos, uma empresa que

pediu a insolvência e uma era novíssima em que tudo corre, como que por milagre, sobre rodas. O concurso juridicamente mal feito. mas claro que a culpa não foi do director de serviços.

Táxis: as confusões. Os táxis que não estão em lado algum – só à porta dos ca-sinos. Os anos que são necessários para se descobrir que é preciso inventar paragens, inventar regras, fazer valer as que já exis-tem. Os preços absurdos das viagens, os fiscais com medo, o poder de quem manda em quatro rodas. Depois, os táxis amarelos e a incapacidade de negociação. Os prazos adiados, as decisões que ninguém entende. mas claro que a culpa não foi do director de serviços.

A organização do trânsito: o trânsito que está desorganizado. mas às tantas não é para isso que servem os Assuntos de Trá-fego e a culpa, neste caso, seja toda – mas toda – das Obras Públicas. As estradas com obras e a sinalização em cima dos buracos, sem que os condutores tenham tempo para pensar. As obras em que não se respeitam peões. A inexistência de sinalização para se avisar dos acidentes, dos carros parados na estrada. Enfim, modernices que se vêem por esse mundo fora.

A ponte: a experiência que correu tão bem para a direcção de serviços que passou a ter o estatuto de eterna e imutável. A experiência que não corre bem para quem atravessa a ponte todos os dias.

As rotundas: mal desenhadas e atra-palhadas, cheias de carros, de autocarros, de obras por sinalizar. As estradas: com buracos, com os mesmos buracos de há sete anos, os buracos que me fazem pensar que o único alcatrão que se gasta nesta terra vai direitinho para o circuito do grande prémio. mas claro que a culpa não foi do director de serviços.

Os veículos que andam por aí: e que de verdes só têm a cor. Os carros a desfazerem--se em fumo. Os autocarros que continuam a cuspir nuvens negras nas paragens, nas ruas, nas estradas. Os autocarros públicos e os outros. Os táxis que não sabem ser modernos e a quem ninguém lhes exige contemporaneidade. mas claro que a culpa não é do director de serviços.

Os parquímetros: a inexistência de reci-bos, a lei a ser violada todos os dias, a cada minuto, a cada pataca. Os olhos fechados de quem tem obrigação de zelar pela lei, de garantir a legalidade dos contratos que assi-na, de assegurar que os cidadãos têm direito a que os seus direitos sejam respeitados. mas é claro que a culpa não é do director de serviços.

Ninguém nos diz que com outro qualquer teria sido diferente. mas que podia ter sido, lá isso podia.

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hoje macau sexta-feira 20.3.2015 19PerfilFil ipa araú[email protected]

C om uma situação profissional estável, um emprego de 12 anos na cidade que a acolheu como jovem, onde se tornou

mulher e com os amigos por perto, Filipa Guadalupe não se podia queixar da vida que tinha. Mas a vida conseguiu surpreendê-la, como sempre faz.

“Um dia um amigo que em nada está re-lacionado com a área de Direito, numa visita a Macau, conheceu o advogado Rui Cunha, que lhe falou do projecto que tinha para criar a Fundação. O meu amigo comentou que tinha a pessoa ideal para o projecto”, começa por contar ao HM a agora coordenadora do Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau (CRED-DM) da Fundação Rui Cunha.

Quase a completar três anos de presença em Macau, Filipa Guadalupe teve pouco mais de um mês e meio para preparar a sua vinda para o outro lado do mundo. “Acho que Macau é o melhor sítio para [um português] emigrar”, começa por apontar. A gastronomia, o idioma, “os sinais de trânsito em português” e a influência histórica são marcas que facilitam a integração no território.

“Desde que aqui estou – e já lá vão três anos, como o tempo passa – nunca em mo-mento algum senti aqueles momentos de quem está longe do seu país, a nível de integração. Fui muito bem recebida, as pessoas que me rodeiam sempre me trataram muito bem e fizeram com que pouco ou nada sentisse que estava longe”, conta.

Do outro laDo Do munDoA verdade é que “estamos do outro lado do mundo” e desde a sua primeira e última visita ao território – Filipa veio visitar uns amigos em 2002 – tudo mudou. “Lembrava-me de Macau como um espaço de província, com um cariz de aldeia portuguesa. Foi muito engraçado ver a mescla das culturas chinesa-portuguesa numa área tão pequena em termos de dimensão. Fiquei sempre com aquela visão romântica da terra”, recorda.

Dez anos depois tudo mudou e a coordena-dora ficou espantada com as mudanças. “Quando voltei lembro-me de que, no dia em cheguei, o Dr. Rui Cunha foi-me buscar ao terminal marítimo e levou-me a um restaurante português para o choque não ser tão grande e disse-me ‘agora vou-lhe mostrar uma coisa que de certeza que a vai surpreender” e andou às voltas comigo no Cotai”, relata.

A mistura de sentimentos foi inevitável. Se por um lado existia a ideia de província, todo este novo ar de Macau fez Filipa Guadalupe ficar muito confusa.

“Só pensei que estava numa cidade futurista, nem sequer conseguia ter perspectiva do sítio que tinha conhecido uns anos antes. Senti que era uma cidade completamente espacial”, conta.

Nos primeiros dias tudo parecia arriscado. A coordenadora ficou numa casa na Taipa e achava que as ruas eram todas muito parecidas dando a sensação de uma dimensão maior do que a que realmente é. “Deram-me um conselho muito engraçado, sempre que me perdesse que olhasse para o céu de Macau, porque é o céu que distingue: num lado tens o casino Lisboa no outro lado tens os outros todos”, brinca.

Com o tempo tudo normalizou. As viagens de autocarro e os passeios pelas ruas trouxeram de novo a tranquilidade de quem sabe o chão que pisa. E são de facto os passeios que Filipa Guadalupe aponta como o que mais gosta de fazer em Macau. “Quando vivia na Taipa, que adorava, caminhava muito pela zona da Velha Taipa. Agora estou do lado de Macau numa zona muito típica e apesar de não ser uma pes-soa que goste de multidões, aos fins-de-semana passeio-me pelas ruas pequeninas”, partilha.

Filipa Guadalupe, Coordenadora do Cred-dM/Fundação rui Cunha

“NuNca seNti que estava loNge do meu País”

A cultura portuguesa, diz a coordenadora, está patente neste lado mais antigo e isso enche-a de orgulho. “Não é um motivo de superioridade ou sinal de colonialismo, é só a sensação que chegámos sempre tão longe”, partilha. Macau não é para si um local de cultura portuguesa ou chinesa, “Macau é um mistura de gentes” e isso o que mais embeleza o território. Ainda assim, sempre que pode viajar, pela vantagem do ponto estratégico no globo que o território tem, Filipa Guada-lupe não perde a oportunidade de conhecer outras locais.

Coimbra e o futuroSão os amigos do que mais sente falta. “Sou filha única e sempre estive afastada da minha família por estudar fora, portanto faço dos meus amigos a minha família. Posso não parecer, mas sou muito emotiva e é o afecto dos meus amigos aquilo que mais sinto falta”, conta.

O céu, o sol, concertos e uma boa opção nos cinemas são ausências que também se fazem sentir.

Sobre Coimbra, Filipa Guadalupe conta que foi uma descoberta muito interessante, até porque esta se assemelha a Macau. “Quando abriram o curso de Direito em Macau com a cooperação da Universidade de Coimbra muitos professores vieram para cá”, começa por contar. “Coimbra funciona um pouco como Macau. É uma cidade pequena, provinciana que teve a sorte de ter a primeira universidade. A massa populacional é feita de pessoas que optam por estudar lá e por isso criam laços mais intensos”, relata.

Chegar a Macau e encontrar tantas pessoas que partilham o mesmo sentimento face à cidade dos estudantes foi para a coordenadora um cheiro a casa. “Coimbra e o seu espírito entranha-se e por isso é giro e talvez haja esta tendência clubista de ‘estudaste em Coimbra, és o maior’. Mas o mais interessante é ver pessoas que passaram por lá que

agora têm 70 anos. Depois de criada a Associação dos ex-estudantes de Coimbra [em Macau] mais se nota, é giro ver pessoas que viveram as mesmas experiências há cinco, dez ou trinta anos”, frisa.

Sobre o futuro, Filipa Guadalupe não tem dúvidas: “Macau não é para sempre”. “Há sempre a história das pessoas que vieram por um ano e ficaram 20, aceito isso. Eu ficarei até o projecto estar em crescimento, mas tenho que fazer o meu balanço. A vida não é só trabalho e é fácil viver aqui, arranjas os teus escapes. Mas há a parte emocional e é só isso que levas quando chegares ao fim da linha”, mostra.

A coordenadora exige a si própria um equi-líbrio emocional e não quer ver as pessoas que ama “duas vezes por ano”. “Não vou ficar aqui a viver para sempre, quero aproveitar agora a parte profissional, mas o lado do afecto é o que mais importa e quando essa parte começar a dar sinais então é hora de sair da zona de conforto e lutar para o bem emocional”, remata.

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hoje macau sexta-feira 20.3.2015

Sérgio [email protected]

C riado em 2003 e sus-penso em 2011, o Cam-peonato Mundial red Bull air race regressou

em força em 2014. Mas, apesar da presença nos mais importantes palcos internacionais, a China continua a ser um destino por concretizar para os organizadores deste espectáculo aéreo, a empresa red Bull air race GmbH.

Um evento chegou a estar agendado para a China em 2014. No entanto, este, que seria lo-calizado algures na cidade de Xangai no mês de Novembro, foi cancelado sem que fosse dada uma justificação oficial. Mesmo após a frustrante anulação da final do ano transacto, o interesse em realizar uma prova no país da Grande Muralha não morreu, porém, este ano, a China nem sequer figura no calendário.

“o Campeonato Mundial red Bull Air Race é um fenómeno desportivo global e a sua organi-zação está empenhada em dar aos pilotos e fãs uma oportunidade de estarem representados no seu país. Como resultado desse empenho, há mudanças de calendário ano após ano, com ciclos e regressos a certas

Tailândia Julgamento da ex-PM a 19 de Maio

a antiga primeira-mi-nistra da Tailândia,

Yingluck Shinawatra, vai ser julgada por negligência, confirmou ontem o Tribunal Supremo do país, que fixou a data do início do julgamento para 19 de Maio.

Yingluck Shinawatra incorre numa pena de até dez anos de prisão, refere a agência aFP.

o início do julgamento ocorre a poucos dias do pri-meiro aniversário do golpe de Estado de 22 de Maio 2014, que fez cair o governo de Yingluck Shinawatra.

a antiga primeira-mi-nistra tailandesa Yingluck Shinawatra foi formalmen-te acusada de negligência no âmbito do caso do programa de subvenção do arroz, implementado durante o seu mandato, no dia 19 de Fevereiro.

a ex-chefe do Gover-no tailandês declarou-se inocente das acusações relacionadas com o plano de subvenções, que consis-tia na compra de arroz aos agricultores a preços acima dos praticados no mercado.

Segundo as autorida-des tailandesas, o plano resultou em prejuízos na ordem de 518 milhões de baht (cerca de 14 milhões de euros), fomentou a corrupção e causou danos aos agricultores devido ao atraso nos pagamentos.

Yingluck Shinawatra, que dirigiu o governo tailandês até ser destituída pelo Tribunal Constitu-cional no início de Maio do ano passado, chegou a estar detida depois do golpe militar de 2014.

Timor PM recebeu alta hospitalar

o primeiro-ministro timo-rense recebeu na quarta-

-feira alta na unidade hospitalar em que se encontrava sob obser-vação, em Singapura, e deverá realizar um último exame antes de regressar no fim de semana a Timor-Leste, informou ontem o Governo.

Em comunicado ontem di-vulgado, o executivo timorense explica que rui Maria araújo deverá realizar “um último exame médico na sexta-feira”, regressando no sábado a Timor--Leste.

ontem, rui araújo man-teve um encontro de cortesia com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Singapura, K. Shanmugam, “para agradecer a hospitalidade e o apoio conce-dido durante o seu tratamento e manifestar a solidariedade de Timor-Leste pelo estado de saúde do ministro mentor Lee Kwan Yew”.

durante a sua estadia no Hospital Nacional Universitário de Singapura, o primeiro-mi-nistro timorense, rui araújo, médico de formação, reuniu--se com a equipa de gestão hospitalar “para compreender melhor o funcionamento do sector da saúde em Singapura e os tratamentos disponibilizados à população”.

“Timor-Leste e o Hospital Nacional Universitário de Singapura têm colaborado em matéria de cuidados de saúde nos últimos dois anos e, durante a reunião, foi abordada a possi-bilidades de futura cooperação com Timor-Leste”, explica o Governo, no comunicado.

rui Maria araújo tinha sido internado no Hospital Nacional Guido Valadares, em díli, no domingo, depois de se ter sentido mal em casa, após uma viagem de trabalho de fim de semana para fora de díli.

ao início da tarde de segun-da-feira seguiu com uma equipa médica para Singapura.

Red Bull Air rAce por concretizAr nA chinA

Ases pelos ares

O Campeonato Mundial Red Bull Air Race tem sido seguido por milhões de fãs, nas mais de 50 localizações que visitou até hoje

localizações após uns anos”, expli-cou ao HM fonte da competição.

apesar do espaço aéreo da região do Delta do Rio das Pé-rolas ser um dos mais conges-tionados da região, com cinco aeroportos separados por cerca de 200 quilómetros, para além das movimentações militares, a possibilidade de organizar um evento neste ponto do globo terá sido colocada em cima da mesa, o que a organização austríaca não comenta “como princípio”, pois a Red Bull Air Race “não informa sobre projectos correntes”.

o Campeonato Mundial red Bull air race tem sido seguido por milhões de fãs, nas mais de 50 localizações que visitou até hoje. A competição envolve os melhores pilotos do mundo de corridas aéreas, num desafio que

o grande ditador

pub

combina velocidade, precisão e destreza. Equipados com as mais modernas aeronaves da actualidade, os ases dos ares dão o seu melhor ao cronómetro num traçado delimitado por enormes pórticos insufláveis, atingindo velocidades acima dos 300 km/hora a baixa altitude. depois do evento realizado este mês no abu Dhabi, a competição viaja pela primeira vez até Chiba, no Japão. Sochi, cidade russa que ganhou uma projeção planetária graças aos últimos Jogos olímpicos de inver-no, e Budapeste, a capital húngara que recebeu a competição entre os anos de 2003 a 2009, seguem-se no calendário. as restantes quatro etapas - Ascot (Grã-Bretanha), Spielberg (Áustria), Fort Worth e Las Vegas (EUa) - representam uma continuidade em relação à época de 2014.

recorde-se que o red Bull air race chegou a ter um evento em Portugal, em pleno rio douro, que acabou por ficar célebre pela guer-ra Porto-Lisboa para a organização do evento. a saída do evento do Porto, onde se realizou durante três anos, alegadamente por “li-mitações naturais” do rio douro, que condicionavam o desenvol-vimento técnico da corrida aérea, provocou inúmeros protestos das instituições da região, nomeada-mente devido ao apoio dado pelo Instituto de Turismo à realização do evento na capital. Contudo, os aviões, que custavam cerca de sete milhões de patacas aos cofres das autarquias nortenhas, acabaram por nunca sobrevoar o rio Tejo.

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