hoje macau 17 mar 2014 #3051

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PUB Ter para ler AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB hojemacau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO PUB Chegaram finalmente ao fim os julgamentos dos casos La Scala e ETAR. O tribunal decidiu condenar todos os arguidos. Luc Vriens, Pedro Chiang, Joseph Lau e Steven Lo terão que cumprir pena de prisão efectiva. Defesa vai interpor recurso. MOP$10 SEGUNDA-FEIRA 17 DE MARÇO DE 2014 ANO XIII Nº 3051 JUSTIÇA DESPEDIMENTOS NA STDM Empresa diz que queixas não passam de especulação BARCOS DE DRAGAGEM PÁGINA 7 CANAIS BÁSICOS EM ABRIL PRISÃO PARA TODOS DESVIO FOI “ACTO DELIBERADO” INVESTIGAÇÃO CONTINUA PÁGINA 8 PÁGINAS 2 E 3 Voo MH370 Televisão GOVERNO GARANTE PÁGINA 4

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Hoje Macau N.º3051 de 17 de Março de 2014.

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Page 1: Hoje Macau 17 MAR 2014 #3051

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Ter para ler

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

hojemacauDIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO

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Chegaram finalmenteao fim os julgamentosdos casos La Scala e

ETAR. O tribunal decidiu condenar todos os arguidos. Luc Vriens, Pedro Chiang,

Joseph Lau e Steven Lo terão que cumprir pena

de prisão efectiva. Defesa vai interpor recurso.

MOP$10 S E G U N DA - F E I R A 1 7 D E M A R Ç O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 0 5 1

JUSTIÇA

DESPEDIMENTOS NA STDM

Empresa diz que queixas não passam de especulação

BARCOS DE DRAGAGEM PÁGINA 7

CANAISBÁSICOSEM ABRIL

PRISÃO PARA TODOS

DESVIOFOI “ACTO

DELIBERADO” INVESTIGAÇÃO CONTINUA PÁGINA 8

PÁGINAS 2 E 3

Voo MH370Televisão

GOVERNO GARANTE PÁGINA 4

Page 2: Hoje Macau 17 MAR 2014 #3051

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2 hoje macau segunda-feira 17.3.2014JUSTIÇAO tribunal decidiu condenar todos os arguidos nos casos La Scala e ETAR. Luc Vriens, Pedro Chiang, Joseph Lau e Steven Lo terão agora de cumprir pena de prisão efectiva

TRIBUNAL ADMITE NÃO TER PROVAS DE QUE AO MAN LONG COMETEUACTOS ILEGAIS NA ETAR, MAS ASSEGURA INTERFERÊNCIA NOS TERRENOS DO AEROPORTO

JOANA [email protected]

C INCO anos e três meses de prisão. Seria este o período durante o qual Jose-

ph Lau e Steven Lo teriam de ficar atrás das grades, caso os advogados não tivessem interposto da decisão lida na sexta-feira. O colectivo de juízes do Tribunal Judicial de Base (TJB), presidido por Mário Silvestre, decidiu condenar todos os arguidos no caso La Scala e no caso das ETAR. Luc Vriens, patrão da Waterleau, Pedro Chiang, empresário de Ma-cau tido como o testa de ferro de Ao Man Long, Joseph Lau e Steven Lo, empresários de Hong Kong responsáveis pelo empreendimento de luxo La Scala, foram todos condenados a penas de pri-são efectiva.

Lau e Lo foram quem levou mão mais pesada dos juízes. Os dois empresários responderam por subornar o ex-secretário para ficar com cinco lotes de terreno em frente ao aeroporto. Na leitura da decisão, o tribunal considerou que o ex-secretário interferiu e “sempre foi Ao Man Long quem modelou o concurso, desde a escolha da data a toda a tramitação, até a escolha da Moon Ocean”, a empresa detida por Steven Lo e subsidiária da Chinese Estates Holdings de Lau.

Todos condenados

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O QUE SE DISSE

PALAVRADE ADVOGADO

3 justiçahoje macau segunda-feira 17.3.2014

À saída do tribunal, depois de ter sido lida a decisão, alguns dos advogados prestaram declarações aos jornalis-

tas, onde manifestaram estar confusos com a sentença. A defesa de Joseph Lau, na voz de Luís Mesquita de Melo, de Steven Lo, na voz de Jorge Neto Valente, já tinham dito que iriam interpor recurso da decisão, mas também a defesa de Pedro Chiang, na voz de João Miguel Barros, se manifestou contra a decisão, mesmo não podendo re-correr da decisão, uma vez que Chiang foi julgado na ausência, não sendo notificado do resultado. “Não consegui perceber a decisão, com toda a frontalidade. Quando uma pessoa vem culpada desde o início de um julgamento, nomeadamente em Macau, nunca será inocente”, frisou João Miguel Barros. O advogado acrescentou ainda que “em todos os processos de Ao Man Long há claramente pressupostos políticos” e que este último julgamento – de onde saíram todos condenados – não foi diferente. “O que aconteceu aqui hoje [na sexta-feira] foi claramente um exercício de autoridade.”

QUE FUNDAMENTOS?As “grandes dúvidas” que João Miguel Barros admite ter face à decisão, também parecem existir nos outros advogados. “Não consegui-mos perceber inteiramente os fundamentos da decisão e, nessa medida, temos de a estudar para elaborar o recurso”, explicou Luís Mesquita de Melo. “Mas vamos interpor recurso, não posso dizer agora qual a razão porque não nos foi possível perceber [os seus] fundamentos.” O advogado de Joseph Lau, o empresário de Hong Kong condenado a cinco anos e três meses de prisão por corrupção activa e branque-amento de capitais, reiterou a inocência do seu cliente. “O senhor Lau volta a repetir que não cometeu qualquer acto inapropriado e estamos convencidos que conseguimos demonstrar isso e vamos fazê-lo outra vez durante o recurso”, disse, acrescentando que a defesa acredita numa decisão diferente na Segunda Instância.

Também Neto Valente salientou o que, para si, correu mal durante a sessão da semana passada. O advogado que defende Steven Lo, empresário que detinha a Moon Ocean, subsidiária da empresa de Lau, e que foi condenado pelos mesmos crimes, diz não perceber a decisão. “Steven Lo não

• “Steven Lo não teve qualquer intenção em

ser ele próprio a investir no projecto, apenas

teve um papel de intermediário para que

Joseph Lau conseguisse os terrenos.”

“Não se deu como provado que Ao Man

Long interferiu na escolha da Waterleau.

Provou-se em julgamento que a Waterleau

era a melhor companhia para conseguir a

adjudicação.”

• “Sobre os terrenos junto ao aeroporto, o

valor pago está nas agendas, sabe-se bem

que Joseph Lau tinha a alcunha de ‘Tai Lau’,

por isso há correspondência entre o tipo

de obra e nome. Não deve haver dúvidas

quanto ao nome que Joseph Lau era tratado.

Entendemos que, na agenda, não consta o

nome de Lo porque era Lau quem queria

desenvolver os terrenos.”

• “Camila Chan ajudou no controlo das

contas e estava ciente destas empresas ‘off-

shore’ [de Ao Man Long]”

• “Sempre foi Ao Man Long quem modelou o

concurso, desde a escolha da data a toda a

tramitação, até à escolha da Moon Ocean”

“Não conseguimos perceber inteiramente os fundamentos da decisão e, nessa medida, temos de a estudar para elaborar o recurso”

DEFESA DE JOSEPH LAU

“Quando uma pessoa vem culpada desde o início de um julgamento, nomeadamente em Macau, nunca será inocente”

JOÃO MIGUEL BARROSDEFENSOR DE PEDRO CHIANG

“Achei que [o juiz] leu bem [a decisão], mas achei mal ele dizer que a versão correcta é a chinesa, porque o português também é língua oficial”,

NETO VALENTEDEFENSOR DE STEVEN LO

O juiz disse mesmo que o tribunal entendia que “a Moon Ocean não reunia os requisitos legais para lhe ser adjudicada a obra” e que os terrenos foram ven-didos “a uma empresa sem experiência para ganhar e recentemente constituída”.

WATERLEAUFOI BEM ESCOLHIDAMas, a leitura do acórdão – mais de meio ano depois da primeira sessão de jul-gamento – causou alguma surpresa no público e entre os próprios advogados, que o admitiram aos jorna-listas. O tribunal admitiu, por exemplo, que não se conseguiu provar que os jantares que Lau e Lo mantinham com Ao Man Long realmente serviram para negociar os terrenos e afirmou que Steven Lo não teve um papel tão impor-tante quanto Joseph Lau. “Lo apenas serviu como intermediário e participou na parte [de constituir uma empresa], foi Lau quem se deslocou a Macau até para ver o terreno e mais se provou que foi ele quem controlou a Moon Ocean do início ao fim.”

Mais ainda, o TJB ad-mitiu que não foi possível provar que Ao Man Long interferiu na escolha do consórcio liderado pela Wa-terleau para a gestão e manu-tenção das ETAR do Parque Industrial Transfronteiriço e da segunda fase de Coloane. Mário Silvestre, presidente do colectivo, admitiu inclu-sive que a Waterleau era a empresa mais indicada para vencer o concurso público. “Provou-se em julgamento que a Waterleau era a melhor companhia para conseguir a adjudicação.”

A falta de provas deu origem a que todos os cinco arguidos das ETAR – onde se inclui Pedro Chiang e Luc Vriens – fossem absolvidos dos crimes de branquea-mento de capitais. O TJB considerou, no entanto, que Pedro Chiang e Camila Chan ajudavam Ao Man Long a abrir e controlar as empresas ‘off-shore’ e que Luc Vriens e o ex-secretário mantinham encontros.

No final da leitura da sentença, os advogados de defesa de Luc Vriens, de Joseph Lau e de Steven Lo alertaram o tribunal de que iriam interpor recurso das decisões, sendo que Pedro Redinha, defensor de Luc Vriens, pediu mesmo ao TJB que permitisse Joseph

Lau ficar em liberdade até haver decisão desse recurso. O Ministério Público pediu apenas que fossem mantidas as penas de prisão aplicadas a todos os que pediram recurso.

Seja como for, e de acordo com o que foi dito

pela imprensa chinesa, se Lau e Lo não regressarem a Macau durante dez anos, a sentença a que foram con-denados expira, uma vez que Macau e Hong Kong não têm acordos de extradição para pessoas que ainda não cumprem pena.

JOSEPH LAU, STEVEN LO E LUC VRIENS INTERPÕEM RECURSOS

Advogados confusos

teve qualquer benefício e estamos prontos para recorrer da decisão, não podemos concordar com a decisão, não houve provas suficientes para que o tribunal chegasse a estas conclusões”, disse Neto Valente, acrescentando que considerou a pena do seu cliente “definitivamente muito pesada”.

Steven Lo e Joseph Lau tiveram a mesma sentença, apesar de o tribunal ter admitido que Lo serviu apenas como intermediário, enquanto Lau foi quem teve realmente interesse nos terrenos em frente ao aero-porto. Neto Valente foi questionado pelos jornalistas sobre esta decisão, mas não se estendeu nos comentários. “Não concordo, mas não posso comentar isto.”

CORRECTO EM CHINÊSNeto Valente deixou ainda uma outra crítica ao facto de a sentença correcta ser a chinesa, conforme o tribunal disse antes da leitura do acórdão. “Achei que ele leu bem, mas achei mal ele dizer que a versão correcta é a chinesa, porque o português também é língua oficial”, referiu, não querendo, contudo, comentar se considerava que o julgamento foi politizado. “As pessoas que tirem as suas conclusões sobre a Justiça, os tribunais, como isto funcio-na. Eu não posso. Não percebi muitas outras coisas, mas deve ser deficiência minha, vou ver o que está escrito agora, embora não esteja à espera de muitas surpresas.”

João Miguel Barros frisou também que havia situações conceptuais que “não fa-ziam absolutamente sentido”, uma opinião aparentemente partilhada pelas defesas dos outros arguidos. Um dos exemplos dados pelo defensor de Chiang, que se encontra em Portugal e já foi condenado noutro processo, foi o da pena aplicada a Camila Chan, mulher de Ao Man Long, condenada por branqueamento de capitais. “Foi con-denada por branqueamento de capital, sem ter sido condenada num crime precedente. O branqueamento de capital é um crime que não tem autonomia, exige sempre que exista um crime prévio praticado para que a pessoa, em função desse crime, tenha um proveito ilegal que depois vai branquear”, referiu. “[O juiz também disse que] Ao Man Long não cometeu nada de ilícito e os outros são condenados por factos ilícitos. Como e que o meu [cliente] é condenado?” - J.F.

Joseph Lau

Luc Vriens

Steven Lo

Pedro Chiang

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O Executivo admite estar também a ter problemas com as negociações com a TV Cabo, mas diz, no entanto, que tem uma alternativa para que a televisão não fique suspensa.

O ESSENCIAL

4 hoje macau segunda-feira 17.3.2014TI

AGO

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CECÍLIA L [email protected]

O deputado Ng Kuok Cheong vai entregar hoje à Assembleia Le-

gislativa (AL) uma proposta de debate sobre o projecto do Metro Ligeiro. Uma das razões prende--se com o facto do Governo ter decidido que o metro já não vai passar na rua de Londres, na zona do NAPE, mas sim pela avenida Doutor Sun Yat-Sen, depois da autorização do Governo Central. O deputado, membro da Asso-ciação Novo Macau (ANM), diz que o restante traçado deveria ser mantido, mas que o Governo está novamente “a mudar de ideias”, referindo-se ao troço que deverá passar debaixo da ponte Nobre de Carvalho.

O deputado Si Ka Lon entre-gou mais uma interpelação escrita ao Governo onde

questiona o planeamento de uma política continuada, bem como da legislação própria, para o trabalho das empresas de cariz social. O deputado, número dois de Chan Meng Kam,

TELEVISÃO GOVERNO ASSEGURA QUE RESIDENTES VÃO TER CANAIS BÁSICOS EM ABRIL

Processo enguiçado

METRO LIGEIRO NG KUOK CHEONG QUER DEBATE NA AL

Traçado debaixo da ponte gera dúvidas

EMPRESAS SOCIAIS SI KA LON QUESTIONA POLÍTICA

Será que há mais ajudas para o sector?

JOANA [email protected]

O Governo as-segura que os residentes vão ter acesso a

canais básicos de televisão ainda antes de 1 de Abril, mas apresenta dificuldades com o processo de criação da prometida sociedade sem fins lucrativos que ia ficar responsável por estes canais. O Executivo admite estar também a ter proble-mas com as negociações

com a TV Cabo, mas diz, no entanto, que tem uma alter-nativa para que a televisão não fique suspensa.

O anúncio chegou atra-vés de Lau Si Io, na semana passada. O secretário para as Obras Públicas e Trans-portes relembrou que a intenção do Governo é esta-belecer uma sociedade sem fins lucrativos, dependente do capital do Governo, que fique responsável pela transmissão dos canais tele-visivos básicos de televisão, mas admitiu entraves a isto.

culos. “Quanto à renovação do contrato com a TV Cabo, Lau Si Io confessa a exis-tência de dificuldades no processo de negociações, mas o Governo já tem em mão uma alternativa, no sentido de assegurar que os serviços de televisão não serão suspensos”, frisa o comunicado da Direcção dos Serviços de Regulação das Telecomunicações. O secre-tário assegura que o mercado de serviços de televisão vai ser liberalizado após o fim do contrato de concessão, “dando resposta às reivin-dicações da sociedade”.

presa e cuja transmissão não é legal, segundo o tribunal – a emitir os canais.

O contrato de exclusi-vidade que o Governo tem com a TV Cabo expira em Abril, data em que o Exe-cutivo se comprometeu a liberalizar o mercado. Lau Si Io assegura que isso não mudou, mas admite obstá-

está preocupado que o sector não consiga sobreviver ao aumento das rendas, à semelhança do que está a acontecer com as Pequenas e Médias Empresas (PME). “O Instituto de Acção Social (IAS) lançou um plano de apoio financeiro para a promoção do emprego das pessoas com defici-ência, em 2010, mas existem outros departamentos onde faltam medidas de apoio. Há cidadãos que dizem que o atraso no desenvolvimento das em-presas sociais é por causa da falta de políticas de apoio.” O deputado refere mesmo que não há opção de registo de empresas para estas entidades que trabalham com projectos sociais.

O deputado considera ainda que como estas empresas têm como ob-jectivo servir a sociedade, o seu de-senvolvimento necessita de ter como base um melhor ambiente político. “Será que o Governo tem medidas de apoio ou uma política sobre o estabelecimento, desenvolvimento, promoção e crédito ao sector? O Go-verno está a criar uma plataforma de apoio para as PME, mas as empresas sociais também têm dificuldades em procurar uma loja, e também são forçadas a deixar o espaço por causa da renda. Será que o Governo vai oferecer espaços para que possam operar a sua actividade?”- C.L.

“O Governo considera que a estabilidade da ponte Nobre de Carvalho pode influenciar a segurança das rotas, e por isso contratou uma empresa de consultadoria para fazer um estudo. Mas isso não vai apenas servir para desperdiçar o erário público, mas também para atrasar o período de cons-trução”, escreve o deputado na sua proposta de debate.

Ng Kuok Cheong considera que o comportamento do Ga-binete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) resulta num “desperdício de tempo”, o que resulta na falta de previsão de um orçamento global e um calendário para a conclusão do projecto.

“Com base no interesse público, deve fazer-se um de-bate para ajudar o Governo da RAEM a tomar uma decisão, e não realizar mais uma farsa com gastos de dinheiro”, fun-damenta o deputado.

OBRAS POR MAIS DE DEZ ANOSEntretanto, o Governo admitiu, pela boca de Lau Si Io, secretá-rio para os Transportes e Obras Públicas, que as obras do metro

ligeiro poderão levar mais de dez anos a ficar concluídas.

De acordo com a Rádio Macau, a parte do metro que mais rapidamente ficará con-cluída será apenas em 2016. “Segundo a resposta dada, como está a obra, a parte que vai estar concluída mais cedo será em 2016. A médio e longo prazo, os trabalhos podem ir até um período de dez a 15 anos.”

Até agora, as obras do me-tro já custaram 8,4 milhões de patacas. Mas os valores podem subir ainda mais. “Quanto aos valores estimados, como todos sabem, há inflação. O valor dos materiais também vai conhecer aumentos. Por isso é que o Governo não consegue avançar com um orçamento preciso”, indicou o Presidente da Comissão de Acompanhamento para os As-suntos de Terras e Concessões Públicas, Ho Ion Sang, citado pela Rádio Macau. Os depu-tados foram informados que as primeiras composições do metro vão circular em 2016, na Taipa, mas toda a conclusão do projecto pode só acontecer daqui a uma década.

“Depois de uma análise aprofundada nos últimos meses, tendo em conside-ração as questões referen-tes aos direitos de autor e jurídicos, considera-se bastante difícil encontrar uma entidade adequada para o efeito, antes do fim do contrato”, pode ler-se num comunicado que cita

o secretário. “[Enquanto o] Governo [não] tomar a decisão de estabelecer uma entidade só para a transmissão dos sinais dos canais televisivos básicos, mantém-se a técnica de transmissão na presente forma.” Ou seja, com a TV Cabo e os anteneiros – que tem um acordo com a em-

POLÍTICA

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hoje macau segunda-feira 17.3.2014TI

AGO

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NTAR

A

D EPOIS da desco-berta de aves vivas com o vírus H7N9 que estariam a ser

importadas para Macau, o Governo decidiu reunir na passada sexta-feira com res-ponsáveis do Instituto para os Assuntos Cívicos e Muni-cipais (IACM) e dos Serviços de Saúde (SS) a fim de saber o ponto da situação sobre o con-trolo da propagação da doença. Segundo um comunicado oficial, o Chefe do Executivo admite ter como “prioridade” a manutenção da saúde da população local, tendo dito que os dois departamentos devem “providenciar toda a informação de forma a que os habitantes tenham conhe-cimento do ponto de situação e das disposições de prevenção e controlo já definidas pelo Governo”. Tudo para que a população “possa ficar mais descansada”. “Chui Sai On reiterou diversas vezes que a protecção da vida e saúde da população são sempre uma prioridade para o Governo perante crises inesperadas e súbitas de saúde pública”, aponta o comunicado.

“Mesmo que até agora não se tenha detectado qualquer

Angela Leong insiste em combater bares sem licenças A deputada Angela Leong, também directora executiva da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), comentou com a imprensa chinesa o caso de um bar de karaoke que é suspeito de estar a funcionar sem licença. Disse a deputada que, segundo a lei, a polícia não conseguiu apanhar o responsável por falta de uma regulamentação que sustentasse a detenção. Angela Leong considera que casos semelhantes estão a acontecer cada vez mais em Macau e pede que o Governo reforce as leis neste sentido, bem como reforçar a cooperação interdepartamental. “O Governo deve fortalecer o combate à expansão dos lugares ilegais de operação, tornando os meios de aplicação da lei mais eficientes.”

David Chow afirma que PME querem comprar lojas em HengqinO antigo deputado e empresário na área do turismo disse, citado pelo canal chinês da Rádio Macau, que as Pequenas e Médias Empresas (PME) querem comprar lojas na Ilha da Montanha, ao invés de arrendar. David Chow, que foi o primeiro empresário local a investir em Hengqin, através da compra de um terreno por 257 milhões RMB, em 2012, disse que as PME não têm capacidades financeiras para comprar um terreno, mas que existe o objectivo de comprar lojas. David Chow deseja ainda que o Governo de Zhuhai possa reconhecer a qualidade dos produtos de Macau, para que os turistas não tenham de vir à RAEM comprar produtos, mas que possam comprar na Ilha da Montanha. Tal iria ajudar a aliviar a pressão nas fronteiras e do trânsito, defende o empresário. Em relação ao hotel Harbourview, deverá estar pronto em Julho, devendo entrar em funcionamento em Agosto.

Tong Sin Tong não representa todos os moradores do Sin Fong GardenO deputado e vice-presidente da Associação de Beneficência Tong Sin Tong, José Chui Sai Peng, disse que a associação não representa todos os moradores do edifício, porque dos mais de 140 apartamentos, a Tong Sin Tong detém apenas 30. Mas José Chui Sai Peng diz ter vontade de participar na comissão de moradores. “Considero que no final temos de discutir todos em conjunto e chegar a um consenso”, disse, citado pela imprensa chinesa. Os proprietários das casas já tinham convidado a associação para representar os moradores nas negociações com o Governo. José Chui Sai Peng disse que, se uma proposta for aprovada por mais de metade dos moradores, a Tong Sin Tong vai aceitar o desafio, apesar de ser proprietária de apenas 30 casas.

ANÚNCIO

H7N9 CHEFE DO EXECUTIVO REUNIU COM IACM E SERVIÇOS DE SAÚDE

Chui Sai On está atento

EMPRESAS SOCIAIS SI KA LON QUESTIONA POLÍTICA

Será que há mais ajudas para o sector?

O Chefe do Executivo admite ter como “prioridade” a manutenção da saúde da população local, tendo dito que os dois departamentos devem “providenciar toda a informação de forma a que os habitantes tenham conhecimento do ponto de situação e das disposições de prevenção e controlo já definidas pelo Governo”

HM-1ª vez - 17.03.14Execução de Setença sub CV1-10-0033-CES 1º Juízo Cívela forma Sumária n.º ______________________________

Exequente: YEUNG MUK LOI, residente em Hong Kong, 馬鞍山利安村利華樓3009號.---------------------------------------------------------------------Executado: HONG JINDE e LIU HUICHUN, ambos com última resi-dência conhecida em Macau, 宋玉生廣場258號建興龍廣場17樓K座.----

*** FAZ-SE SABER que nos autos acima indicados são citados os cre-dores desconhecidos dos executados para, no prazo de QUINZE DIAS, que começam a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus critérios pelo produto dos bens penhorados sobre que tenham garantia real e que são os seguintes:

Direito e Bens penhorados1) 1/164 avos, sobre a fracção autonomia designada por “UR/C”, destina-

da a estabelecimento, composta por R/C, 1º e 2º andares, do Edf. Lok Yeung Fa Yuen, bl. 1 e 2, Edf. Lei Hong Kuok e Lei Tai Kuok, sito em Macau, na Rua do Comandante João Belo, nº. 361, descrita na Con-servatória do Registo Predial de Macau, sob o nº. 21912 a fls. 97v. do Livro B106, inscrita na matriz sob o nº 073091, estabelecimento nº 74;

2) 1/164 avos, sobre a fracção autonomia designada por “AMR/C”, des-tinada a estabelecimento, composta por R/C, 1º e 2º andares, do Edf. Lok Yeung Fa Yuen, bl. 3 e 4 , Edf. Lei Cheong Kuok e Lei Wo Kuok, sito em Macau, na Rua do Comandante João Belo, nº. 361, descrita na Conservatória do Registo Predial de Macau, sob o nº 21911 a fls. 97. do Livro B106, inscrita na matriz sob o nº 073136, estabelecimento nº 70;

3) Quantia de MOP$2.088.054,00 (Dois milhões, oitenta e oito mil e cin-quenta e quatro patacas), depositada no BANK OF CHINA LIMITED.

Em RAEM, 10/03/2014,

caso de pessoa contaminada no território, os serviços com-petentes não devem descurar a situação, têm de actuar de acordo com os procedimentos já definidos, enfrentar uma eventual mudança da situação e a possibilidade da epidemia no âmbito da lei de prevenção, controlo e tratamento de doen-ças transmissíveis”, terá dito Chui Sai On durante a reunião.

CONTACTOS ESTREITOSO Chefe do Executivo disse ainda que os SS e o IACM deverão “manter contactos estreitos” com a Comissão de Planeamento Familiar e Saúde Nacional, a Organi-zação Mundial de Saúde e outros serviços homólogos dos territórios vizinhos.

Para já continua a vigorar a proibição da venda de aves de capoeira nos mercados durante 21 dias. O vírus, de-tectado nos mercados de São Domingos e de São Lourenço, terá levado a uma avaliação de risco junto de nove tra-balhadores que trabalham directamente com aves vivas em duas bancas de venda di-recta ao público. Seis dessas pessoas foram consideradas “como pessoas com contacto

próximo” desse tipo de ani-mais e terão sido submetidas a isolamento obrigatório no hospital Conde de São Januário, sem apresentarem, contudo, sintomas de serem portadores de gripe das aves. Contudo, segundo um comu-nicado dos SS, a reacção das pessoas terá sido de “emoção

violenta e resistência”, tendo sido pedida a ajuda da polícia.

Até às cinco da tarde de ontem os SS garantem ter efectuado uma análise labo-ratorial a dez casos suspeitos, incluindo as cinco pessoas sujeitas a isolamento. Mas to-dos os resultados se revelaram negativos. – A.S.S.

5 política

PUB

Page 6: Hoje Macau 17 MAR 2014 #3051

hoje macau segunda-feira 17.3.20146 SOCIEDADE

JOANA [email protected]

A defesa de Raymond Tam quer juntar uma decisão do Tribunal de Última Instância

(TUI) sobre as dez campas perpétuas ao processo que agora decorre no Tribunal Judicial de Base (TJB). O colectivo julga Raymond Tam, presidente suspenso do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), e outros três responsá-veis pelo crime de prevaricação.

Álvaro Rodrigues, defensor de Tam, pediu autorização ao juiz para juntar ao processo “o despacho de não pronúncia do TUI”, que ilibava a secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, de acusações de abuso de poder e outros crimes no caso da atribuição alega-damente ilegal de dez campas perpétuas no Cemitério de São Miguel Arcanjo. A defesa responde, assim, a acusações de Paulina Alves dos Santos, assistente no processo, e de testemunhas que asseguram que Florinda Chan terá recebido os documentos relacionados com a atribuição destas se-

A RMANDO de Jesus voltou a ser ouvido em mais uma audiência do caso que colo-

ca Raymond Tam, presidente sus-penso do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), e outros três responsáveis no banco dos réus. A testemunha, contudo, desmentiu o que tinha dito numa sessão anterior, voltando atrás de novo a seguir e modificando as declarações.

Ouvida pela terceira vez na sexta-feira, a testemunha tinha antes confirmado que Florinda Chan, secretária para a Adminis-tração e Justiça, recebeu “duas caixas pretas com documentos sobre as campas” em Março de 2010, altura em que o Ministério Público procurava os documen-tos. Papéis estes que estariam ligadas ao caso da atribuição ale-gadamente ilegal de dez campas

CASO DAS CAMPAS DISCORDÂNCIA SOBRE DECISÃO DO TUI LEVADA AO JULGAMENTO DE RAYMOND TAM

Distintos ou conexos?

TESTEMUNHA CONTRADIZ DECLARAÇÕES ANTERIORES E ADMITE QUE FLORINDA CHAN PODE NÃO TER RECEBIDO DOCUMENTOS

“Agora, estou baralhado”perpétuas e que o MP precisava para investigar.

A defesa tem vindo a dizer que a testemunha está a mentir: não pode ter visto caixas a saírem para o gabinete da secretária a 5 de Março de 2010, porque esses documentos estavam no gabinete de Ng Peng In, ex-administrador e uma testemunha no processo que, agora, pode vir a ser julgado. Mais ainda, a defesa insiste que uma das listas com o índice dos documentos que Armando de Jesus, que era chefe de expediente do IACM à altura dos factos, asse-gura ter visto sobre documentos das

clusive leitura de declarações dadas pela testemunha ao MP, levando

Armando de Jesus a admitir que poderia

ter cometido um erro no MP e que “agora não se lem-b r a ” d o que disse. À defesa, a testemunha

ainda disse não ter visto

a lista, dizendo, por fim, que tinha

visto a lista, mas que “não sabia onde foram

entregues”. Armando de Jesus afirmou ainda que não podia con-

firmar se tinha visto os documentos sobre as dez campas perpétuas ou outras campas. “Agora, estou baralhado”, confessou. - J.F.

Pedida autorização para juntar ao processo “o despacho de não pronúncia do TUI”, que ilibava a secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan. Paulina Alves dos Santos contra

campas, foi feita após 5 de Março. As declarações de Álvaro Rodrigues fizeram o procurador-geral adjunto protestar, acusando o advogado de Tam de estar a “fazer batota”, a induzir as testemunhas em erro e a fazer-lhes questões sob “falsos pres-supostos”. Álvaro Rodrigues negou estar a intimidar as testemunhas e acrescentou que o próprio MP está a ser vítima do que estas dizem.

Ao longo da inquirição – tanto pela defesa, como pelo próprio tri-bunal -, Armando de Jesus acabou por se contradizer, admitindo, por fim, estar confuso. Confrontado

com as listas que tinha identificado como tendo sido entregues à secretá-ria na sessão anterior, disse não se lembrar se eram as mesmas. “Mas, tinha confirma-do que eram”, começou por dizer o juiz presidente. “Se não se lembra bem, diga. Mas, não pode dizer que é, depois que não é... se não, então, suscita estes problemas de que está a mentir.” A defesa pediu in-

A defesa pretende juntar documentos do TUI ao processo, para provar que Florinda Chan não recebeu documentosÁLVARO RODRIGUES Advogado

pulturas, numa altura em que eram pedidos pelo Ministério Público (MP), no âmbito de uma investigação. A acusação, recorde-se, é de que a secretária os terá retido, fazendo com que os responsáveis do IACM não os conseguissem entregar a tempo ao MP, dando origem ao crime por que respondem agora no TJB. “A defesa pretende juntar documentos do TUI ao proces-so, para provar que Florinda Chan não recebeu documentos enviados por [Raymond Tam], [Lei Wai Nong] e [Fong Vai Seng], como se deu a enten-der que eles tinham enviado”, começou por dizer Álvaro Rodrigues, que acrescentou

que isso tinha ficado provado em tribunal.

Paulina Alves dos Santos, contudo, não deixou que a defesa continuasse. Para a as-sistente no processo, a decisão do TUI que ilibou a secretária, “é um processo independente”, que foi “arquivado por falta de elementos”, mas que “diz que há indícios de que Florinda Chan participou no crime de prevaricação e que tinha de se averiguar melhor”. Segundo a advogada, esta decisão passou para outro magistrado, que também arquivou o processo. Paulina Alves dos Santos está contra a anexação do despacho de não-pronúncia. “O tribunal não pode ser influenciado, não pode usar a decisão do TUI para impedir este processo, isso afecta a independência do TJB e os processos são distintos.”

A situação deu motivos para novas trocas de palavras entre bancadas, mas a defesa conse-guiu demonstrar que discorda do que diz a assistente. “Estes processos não são distintos, são conexos. As provas testemunhal e documental são exactamente as mesmas.” O tribunal ainda não decidiu sobre o pedido.

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TIAG

O AL

CÂNT

ARA

TIAGO ALCÂNTARA

7 sociedadehoje macau segunda-feira 17.3.2014

CONVOCATÓRIAAo abrigo do preceituado no artº.12 e seguintes dos seus estatutos é convocada a Assembleia Geral da Associação Promotora do Desenvolvimento de Macau, para se reunir em sessão ordinária, no dia 26 de Março de 2014, pelas 15:00 horas, “A”R/C. Edf. Habitacional Vai Long Garden, No.261-265 Rua da Tribuna, Macau com a seguinte Ordem de Trabalho:1. Apreciação e Aprovação do Relatório e Contas do Conselho Geral e Parecer do Conselho

Fiscal relativo ao ano de 2013;2. Outros assuntos.A Assembleia Geral funcionará à hora marcada nesta Convocatória com a maioria dos sócios ou decorridos trinta minutos, com qualquer número de sócios presentes, conforme estipulado no artº. 13, nº 1 dos seus estatutos.Macau, 10 de março de 2014.

A Mesa da Assembleia GeralO Preidente

Chow Kam Fai, David

A STDM diz estar a dialogar com DSAL na resolução do caso e que vai pagar todas as compensações aos trabalhadores dos barcos de dragagem

CECÍLIA L [email protected]

A S queixas dos 40 traba-lhadores locais despedi-dos pela Sociedade de Turismo e Diversões de

Macau (STDM), e que trabalha-vam nos barcos de dragagem, não passam de “especulação”, afirma a empresa, em comunicado. Na passada sexta-feira, os trabalha-dores dirigiram-se à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) para apresentar uma quei-xa e reunir com os dirigentes do departamento do Governo, alegan-do despedimento sem justa causa e substituição por trabalhadores não residentes. “Em 2008, a STDM passou o departamento dos barcos de dragagem para a Sociedade de Dragagens de Macau (SDM), uma sub-empresa da STDM, para continuar a oferecer esse serviço. Mas esse é um ajuste técnico feito pela empresa, não foi feito nenhum dano aos empregados. A empresa fez essa melhoria com boa-fé.”

“Todos os trabalhadores locais foram convidados pela nova em-presa para continuarem o emprego e a fazer o mesmo tipo de trabalho. As outras condições de trabalho permaneceram inalteradas”, aponta o mesmo comunicado.

A STDM garante que o factor antiguidade foi tido em conta na transferência dos trabalhadores para a nova empresa, sendo que a questão salarial se manteve “favorável”.

EPM Concluídas obras na ala feminina na prisão Estão finalmente concluídas as obras de renovação e ampliação da ala feminina do Estabelecimento Prisional de Macau (EPM), o que irá permitir a transferência das reclusas para o novo espaço, agora com capacidade para 315 presas, ao invés das anteriores 184 vagas. Em comunicado, o EPM explica que, até ao momento, as reclusas se encontravam provisoriamente num edifício junto à Escola Superior das Forças de Segurança, depois do inicio das obras, em 2012. A partir do próximo dia 19 de Março a transferência das presas deverá estar concluída, sendo que o local e as horas de visita deverão ser alteradas.

STDM TRABALHADORES ACUSAM EMPRESA DE DESPEDIMENTO SEM JUSTA CAUSA

Empresa sugere “especulação”Mas em relação ao cálculo de

antiguidade, a STDM discorda dos trabalhadores e fala em “mal entendido”. “Como uma empresa responsável, estamos a rever a fórmula de cálculo segundo a lei para pagar as compensações segundo a legislação e regu-lamentos aos ex-funcionários afectados. Os ex-funcionários já fizeram queixa à DSAL e a STDM vai empenhar-se no diálogo com a DSAL. Espera-se que o caso possa ser resolvido de forma satisfatória segundo as circuns-tâncias legítimas e razoáveis.”

Apesar da empresa negar qual-quer situação desfavorável para estes funcionários, a verdade é que estes se recusam a aceitar as condições de transição para a nova empresa e insistem em receber as compensações por antiguidade na STDM, antes de decidirem se que-rem continuar no mesmo trabalho.

Na passada sexta-feira, o senhor Sam, porta-voz dos antigos empre-gados da STDM, disse, citado pela imprensa chinesa, que no passado dia 18 de Fevereiro a empresa enviou cartas a avisar da situação de despedimento. Os empregados

despedidos trabalham, na sua maioria, na STDM há mais de 20 anos. Um grupo é responsável pelo trabalho de dragagem no terminal marítimo, com três dias seguidos de trabalho e outros três de descanso. Outro grupo de trabalhadores é responsável pelos serviços na Ilha Verde, cujo horário é das oito da manhã às nove da noite.

HORAS EXTRAOs trabalhadores consideram que, como sempre houve horas extra no trabalho, normalmente o salário de-veria ser 20% acima do salário base.

Segundo a lei laboral em vigor, o salário base mais as compensações devem ser tidas em conta, mas a STDM terá recusado calcular a compensação por cada hora extra de trabalho. Outro trabalhador diz que recusaram passar a trabalhar para a SDM porque os novos contratos continham uma cláusula que deter-minava o fim do factor antiguidade para com a STDM e, com isso, o fim do cálculo dos anos de serviço. Acusam a empresa de ter no servi-ço mais de cem trabalhadores não residentes, mas apenas dezenas de trabalhadores locais.

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8 hoje macau segunda-feira 17.3.2014CHINA

O primeiro-ministro da Malásia disse este sábado que os movi-mentos do avião da

companhia aérea Malaysia Airli-nes, cujo voo 370 está desaparecido desde a madrugada de sábado, indiciam que alguém, num “acto deliberado”, desviou o aparelho da sua rota prevista. Esta é a primeira confirmação oficial de que este de-saparecimento não foi um acidente e, entretanto, a polícia malaia está a fazer uma busca à casa do piloto do voo 370. “Apesar de notícias sobre o avião ter sido sequestrado, quero ser muito claro: estamos a investigar todas as possibilidades sobre o que causou o desvio do voo 370”, frisou Najib Razak, citado pela Reuters, não afastando assim alternativas à possibilidade de desvio. Mas “até ao momento em que deixou a cobertura principal do radar militar, estes movimentos são consistentes com acção deliberada de alguém no avião”, disse.

Uma fonte do New York Times disse, porém, que a tese de desvio é a tese “oficial” neste momento.

Em conferência de imprensa, Najib Razak anunciou que o aparelho voou sete horas após ter sido detectado pela última vez nos radares e que as buscas no mar do Sul da China terminaram, podendo o Boeing 777 estar na Ásia Central, em regiões que podem chegar ao Cazaquistão e Turquemenistão ou entre a Indonésia e o sul do Oceano Índico.

O DESCONHECIDOO desaparecimento do voo 370 da Malaysia Airlines intriga o mundo há uma semana, com sucessivas teorias sobre o que pode ter acon-tecido ao avião, que transportava 239 pessoas, a serem goradas pelas buscas. Agora, nesta conferência de imprensa, o chefe do Execu-tivo malaio confirmou então que os movimentos do avião perdido indicam que os mesmos foram de-liberados, afastando-o da sua rota prevista – Kuala Lumpur-Pequim - bem como que os sistemas de comunicações e localização foram desligados intencionalmente.

Segundo cita a Reuters, os ditos movimentos do aparelho tê-lo-ão feito recuar e atravessado a Malá-sia rumo a Oeste – isto depois de os investigadores do caso terem dado conta do desaparecimento do voo 370 num radar militar, provavelmente depois de as co-municações do avião terem sido desligadas, quando este chegava à costa leste da Malásia. A área de buscas agora redefinida, que abarcará uma vasta região do norte

MALAYSIA AIRLINES PRIMEIRO-MINISTRO MALAIO CONFIRMA QUE VOO 370 FOI DESVIADO DELIBERADAMENTE

Tripulação e passageiros investigados

da Ásia Central e no sul do Índico, resulta do último avistamento do avião, por um satélite, às 8h11 de dia 8 (hora malaia) – cerca de oito horas depois de ter levantado voo de Kuala Lumpur e sete horas depois de ter sido detectado pela última vez pelos controladores aéreos civis, um dado até agora desconhecido.

Estas conclusões, disse Najib Razak na mesma conferência de imprensa, citado pelo jornal britânico The Guardian, tinham já sido apuradas de forma in-dependente por várias agências - não só as autoridades malaias, mas também a Federal Aviation Administration e o US National Transportation Safety Board dos EUA e o Aviation Accidents Investigation Branch britânico. Estas entidades, juntamente com o ministro dos Transportes malaio, formam a equipa de investigação deste acidente.

Os investigadores estão foca-dos na possibilidade de o piloto ou outra pessoa a bordo terem provocado o desvio do avião da sua rota, e o próprio primeiro-ministro disse na conferência de imprensa, citado pelo Guardian, que “à luz deste último desenvolvimento, as autoridades malaias redirecciona-ram o seu foco de investigação para

a tripulação e passageiros a bordo”. Esta manhã (tarde na Malásia), estão a decorrer buscas à casa do piloto do aparelho. Trata-se do capitão Zaharie Ahmad Shah, de 53 anos. A bordo seguia outro piloto, de 27 anos e que só há pouco tempo tinha completado a formação ne-cessária para comandar o Boeing 777, um dos aviões comerciais mais seguros do mundo.

MAIS DADOSNa conferência de imprensa des-te sábado, o primeiro-ministro da Malásia acrescentou que um outro sistema de transmissão do avião que indica a sua altitude, localização ou velocidade parou de emitir dados quando o avião estava a atravessar o Golfo da Tailândia em direcção ao Vietname, escreve o New York Times. Isto aconteceu pouco depois de as comunicações do avião (o sistema ACARS) terem sido desactivadas. Os dois sistemas teriam deixado de emitir simultaneamente se o Boeing se tivesse despenhado ou explodido no ar, como assinala um perito norte-americano envolvido na investigação ao Washington Post.

Depois, segundo os dados captados pelo radar militar, o avião voou sobre o norte da Malásia até ao extremo norte do Estreito de

Malaca, tendo estabilizado em velocidade de cruzeiro quando rumava ao Índico. Neste momento, de acordo com o diário Guardian, estão envolvidos nas buscas 14 países, 43 navios e 58 aviões. Mas dada a amplitude da nova zona de buscas, vários governos dos países da região estão a ser contactados para que possam ajudar, sabendo-se já que a Ma-rinha indiana e norte-americanas estavam já envolvidas. Continua sem ser conhecida a quantidade de combustível que o Boeing 777 tinha a bordo, sendo que o voo até Pequim era directo e tinha uma duração inferior a seis horas.

Já sexta-feira, a tese de que o avião tinha sido desviado, e por alguém com conhecimentos so-bre pilotagem e navegação aérea, ganhava força visto que o radar secundário do aparelho terá sido desligado 12 minutos depois de o voo 370 ter levantado voo de Kuala Lumpur, de acordo com informa-ções de investigadores à agência Associated Press. Em causa está um transmissor que emite a identidade do avião e a sua localização e que permite aos controladores de trá-fego aéreo identificar exactamente qual o avião que estão a ver no radar. Também ontem, autoridades norte-americanas e investigadores

próximos do caso revelaram que o aparelho sofreu várias alterações na sua altitude e rota, o que indiciava que o seu percurso estava a ser ditado por um piloto.

No momento em que começa não só uma nova fase da procura pelo avião desaparecido mas também a segunda semana sem respostas sobre o paradeiro do voo 370, o primeiro-ministro malaio re-sumiu o que foi a primeira semana de buscas, sob o olhar “impassí-vel”, como descreve o New York Times, do embaixador da China no seu país: “Conduzimos operações de busca em terra, no sul do Mar da Chiba, no Estreito de Malaca, no Mar de Andaman e no Oceano Índico. A cada etapa, agimos com base em informação verificada e seguimos cada pista credível. Às vezes, estas pistas não nos levaram a lado algum”.

Como lembra a agência Reu-ters, é raríssimo que um avião comercial que tenha atingido a velocidade de cruzeiro e que te-nha problemas de qualquer tipo desapareça desta forma sem que seja encontrado poucas horas ou dias depois perto da sua última posição conhecida. O Boeing 777 da Malaysia Airlines transportava 227 passageiros e 12 tripulantes, na sua maioria chineses.

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9 chinahoje macau segunda-feira 17.3.2014

COMISSÃO DE REGISTO DOS AUDITORES E DOS CONTABILISTAS

AVISO

Faz-se público, em conformidade com deliberação da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, de 14 de Fevereiro de 2014, e nos termos do disposto no nº.1 do artigo 18º. do Estatuto dos Auditores de Contas, aprovado pelo Decreto-Lei nº.71/99/M, de 1 de Novembro, no nº.1 do artigo 13º. do Estatuto dos Contabilistas Registados, aprovado pelo Decreto-Lei nº.72/99/M, de 1 de Novembro, bem como do disposto no ponto 3) do artigo 1º. do Regulamento da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº.2/2005, de 17 de Janeiro, que nos dias 24, 25, 31 de Maio e 1, 7 de Junho do corrente ano, irá realizar-se a prestação de provas para inscrição inicial e revalidação de registo como auditor de contas, contabilista registado e técnico de contas.

1- Prazo, local e horário de inscriçãoPrazo de inscrição: De 10 de Março a 21 de Março de 2014Local de inscrição: Instalações da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, no 1º.andar do “Centro de Recursos da Direcção dos Serviços de Finanças”, sito na Rua da Sé, nº30, em MacauHorário de inscrição:De 2ª a 5ª feira; das 09H00 às 13H00: das 14H30 às 17H456ªfeira: das 09H00 às 13H00: das 14H30 às 17H30

2. Condições de candidatura Auditores de contas: Podem candidatar-se todas as pessoas maiores, residentes ou portadores de qualquer título válido de permanência na Região Administrativa Especial de Macau, que reúnam os requisitos gerais para registo como Auditores de Contas nos termos do artigo 4º. do Estatuto dos Auditores de Contas, aprovado pelo Decreto-Lei nº. 71/99/M, de 1 de Novembro, e que, no caso de revalidação de registo, tenham cumprido o disposto no artigo 10º. do mesmo Estatuto. Contabilista registado e técnico de contas: Podem candidatar-se todas as pessoas maiores, residentes ou portadores de qualquer título válido de permanência na Região Administrativa Especial de Macau, que reúnam os requisitos gerais para registo como contabilistas registados ou técnicos de contas nos termos do artigo 4º. do Estatuto dos Contabilstas, aprovado pelo Decret-Lei nº. 72/99/M, de 1 de Novembro, e que, no caso de revalidação de registo, tenham cumprido com o disposto no artigo 10º. do mesmo Estatuto.

3. Local de levantamento do boletim de inscrição O boletim de inscrição, os esclarecimentos relativos à prestação de provas, o regulamento das provas e as regras da prestação de provas relativas aos canditatos e conteúdo das provas podem ser obtidos no sítio da internet da Direcção dos Serviços de Finanças, no local relativo à CRAC (www.dsf.gov.mo) ou levantados nos seguintes locais:

1) Instalações da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilstas, no 1º. andar do “Centro de Recursos da Direcção dos Serviços de Finanças”, sito na Rua da Sé, nº.30, em Macau;

2) Rés-do-chão do Edifício da Direcção dos Serviços de Finanças, sito na Avenida da Praia Grande, nº.575, 579 e 585;3) Centro de Serviços da RAEM, Rua Nova de Areia Preta, nº.52;4) Centro de Atendimento Taipa, Rua de Bragança, nº.500, r/c, Taipa.

Em caso de dúvidas, agradecemos o contacto com a CRAC, durante as horas de expediente, através do telefone número 85995343 ou 85995344, ou através do e-mail [email protected].

Direcção dos Serviços de Finanças, aos 3 de Março de 2014.

O Presidente da CRAC,Iong Kong Leong

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A organização Repór-teres Sem Fronteiras (RSF) denunciou

domingo que quatro jorna-listas chineses foram detidos por fazerem a cobertura de protestos, na semana passada, na Praça de Tiananmen, que coincidiram com a abertura do plenário anual da Assem-bleia Nacional Popular.

Em causa, quatro jorna-listas do portal noticioso 64 Tianwang, incluindo o seu director, Huang Qi, detido na passada sexta-feira.

Um dos detidos, a jor-nalista Wang Jing, publicou uma notícia sobre uma mulher que, no dia 05, dia da abertura da sessão ple-nária anual da Assembleia Nacional Popular, se tentou imolar pelo fogo no norte

A China, que se abs-teve na votação do Conselho de Segu-

rança da ONU contra o refe-rendo que se realizou ontem na Crimeia, afirmou que uma resolução nesse sentido “apenas traria confrontos e maiores complicações para o conflito”. “A China não concorda que se tome uma medida de confrontação”, indicou Qin Gang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, num comunicado, em que defen-de, como alternativa, a adop-ção de soluções políticas.

N OVE suspeitos deti-dos em Hong Kong pelo seu alegado

envolvimento no ataque perpetrado contra um antigo editor de um jornal local, em Fevereiro, foram libertados sob fiança, enquanto se aguarda uma investigação mais aprofundada.

De acordo com a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), os suspeitos têm de se apresentar às autori-dades no período de um mês.

Kevin Lau, antigo editor--chefe do Ming Pao, esfaque-ado a 26 de Fevereiro por desconhecidos que fugiram

Changsha Pelo menos três mortos em novo ataque com facasPelo menos três pessoas morreram sexta-feira depois de um grupo de indivíduos ter esfaqueado civis na cidade de Changsha, capital da província central de Hunan. O incidente surge duas semanas depois de um ataque similar ter tido lugar na estação ferroviária de Kunming, no sudoeste da China, que resultou na morte de 29 pessoas e em mais de 130 feridos, o qual foi atribuído pelo Governo chinês a “terroristas”. “Três pessoas morreram”, disse fonte oficial de Changsha à agência AFP por telefone. “Posso assegurar que não foi um ataque terrorista. Aconteceu num mercado devido a uma disputa”, frisou. A polícia terá abatido um dos presumíveis atacantes e detido outro suspeito no local do crime, mas as suas identidades não foram divulgadas. Segundo a imprensa chinesa, citada pelas agências, o ataque teve origem numa disputa entre comerciantes da zona com residentes.

DENUNCIADA DETENÇÃO DE JORNALISTAS EM PROTESTOS

Profissão de riscoCRIMEIA RESOLUÇÃO CONTRA REFERENDO TRARIA CONFRONTOS

Defesa de solução políticada praça, perto da entrada da Cidade Proibida.

Wang foi detida dois dias depois e enviada para a sua província natal, Jilin, onde continua sob custódia policial, acusada de ter provocar altercações, um delito que poderá resultar numa pena de até dez anos de prisão, segundo a RSF.

Outro dos detidos, Liu Xuehong, informou que, no passado dia 06, um homem de cerca de 30 anos lançou tinta contra o retrato de Mao Zedong e foi detido pouco depois enquanto as forças de segurança faziam um cordão na zona, visitada diariamente por milhares de turistas e onde um atropelamento premeditado, em Outubro, resultou em cinco mortos.

Huang, galardoado em 2004 pela RSF com o “Prémio Ciber-liberdade” já tinha estado preso duas vezes, uma das quais pós ser acusado de revelar se-gredos de Estado, quanto tentava recolher informa-ção sobre as vítimas do sis-mo ocorrido em Sichuan, província em que vive, em 2008. “Condenamos veementemente a detenção de jornalistas-cidadãos e o assédio a Huang Qi e exigimos a libertação dos colaboradores do portal (64 Tianwang), que con-tinuam detidos de forma arbitrária e sem qualquer acusação”, destacou o chefe do departamento da RSF para a Ásia-Pacífico, Benjamin Ismail.

A China, com poder de veto dada a sua qualidade de membro permanente do Conselho de Segurança, absteve-se na votação da resolução, que teve lugar no sábado, a qual se destinava a defender a integridade territorial da Crimeia não reconhecendo o referendo.

A China, um dos países que enviou observadores à consulta popular, “respeita sempre a soberania e a inte-gridade territorial da Ucrâ-nia”, embora Pequim “tenha tomado em consideração as complexas causas actuais da

situação na Ucrânia”, disse Qin Gang.

As palavras do porta-voz da diplomacia chinesa mos-tram a posição ambígua que o conflito gerou na China, já que, por um lado, o gigante asiático é relutante em rela-ção a qualquer movimento secessionista, mas por outro tem figurado como o tradi-cional aliado da Rússia em questões internacionais nos últimos anos, incluindo no que toca aos conflitos na Líbia ou na Síria. “No actual contexto, pedimos a todas as partes que permaneçam calmas e se contenham a fim de evitar uma escalada da tensão”, disse a mesma fonte, acrescentando que Pequim continua disponível para mediar uma hipotética solução política.

Face à abstenção da China, a Rússia vetou, no sábado, a resolução, cujo projecto, apresentado pelos Estados Unidos, tinha gran-jeado 13 votos a favor.

HONG KONG LIBERTADOSNOVE SUSPEITOS NO CASODO JORNALISTA ESFAQUEADO

Noves fora doisnuma moto, continua no hospital.

Desde o início da semana foram detidos 11 suspeitos, incluindo os dois presumí-veis atacantes, capturados no interior da China.

Kevin Lau editou o Ming Pao durante dois anos, mas foi substituído, em Janeiro,

por um editor pró-Pequim da Malásia, o que gerou críticas pelos colegas de trabalho, que temiam alterações à li-nha editorial do jornal, a qual pugnava pelo jornalismo de investigação.

O ataque aconteceu num momento de crescente pre-ocupação sobre a liberdade de imprensa em Hong Kong e sobre eventuais tentativas de Pequim para aumentar o controlo na Região Admi-nistrativa Especial chinesa.

Milhares de manifestan-tes saíram às ruas em Hong Kong para protestar contra a alegada erosão da liber-dade de imprensa, depois de dois recentes relatórios internacionais darem conta de que a autocensura é cada vez mais comum na antiga colónia britânica.

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10 EVENTOS

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

RASHOMON E OUTRAS HISTÓRIAS • Ryunosuke AkutagawaUm dos escritores mais importantes da literatura japonesa finalmente traduzido e editado em Portugal. As suas histórias, de leitura obrigatória nas escolas japonesas, influenciaram gerações de escritores, como Haruki Murakami, e inspiraram filmes de culto, a exemplo do famoso filme de Akira Kurosowa: “Rashomon — às portas do Inferno”. O presente volume colige as 18 mais significativas histórias deste autor em quatro períodos da história do Japão, servindo igualmente de guia ao leitor numa viagem fascinante pela história do país e da sua cultura: do Japão medieval, habitado por xoguns, camponeses e missionários cristãos portugueses até à sociedade moderna de início do século XX, que vive as consequências da guerra contra a China e a Rússia e a pré-euforia imperialista.

O ESTRANHO CASO DA RAPARIGA RAPTADA • Spencer QuinnO Estranho Caso da Rapariga Raptada apresenta uma das mais originais duplas de detectives do romance contemporâneo. Bernie é o anti-herói, divorciado, sem um tostão no bolso e que se bate pela custódia do filho. Chet é o narrador canino, que tenta sem muito sucesso compreender os bizarros costumes humanos. Juntos oferecem uma história onde não falta nada: humor, ritmo, uma intriga inteligente e um suspense arrepiante. E, sobretudo, uma visão tocante da relação ancestral entre o homem e o seu cão. “Spencer Quinn fala duas línguas fluentemente – a dos cães e a do suspense. Por vezes revela-se hilariante, noutras tocante e aqui e ali chega a ser assustador. O meu sincero conselho é que corram para a livraria mais próxima e agarrem este romance único”, diz Stephen King.

hoje macau segunda-feira 17.3.2014

C ATÓLICOS e judeus ame-ricanos criticam filme de Darren Aronofsky, mas, no Médio Oriente, vários paí-

ses foram mais longe e boicotaram a sua exibição. O filme, que conta com as interpretações de actores bem conhecidos como Russell Crowe, Jennifer Connelly e Anthony Ho-pkins, está a enfurecer o mundo árabe mais conservador. Mas católicos e

O primeiro museu do cine-ma indiano está prestes a abrir as portas em Mum-

bai, o coração de Bollywood, após sete anos de trabalho, celebrando mais de um século de uma arte exuberante e colorida.

Com mais de cerca de 160 mi-lhões de patacas de investimento, o museu nacional do cinema indiano, financiado pelo Estado, está ins-talado numa elegante mansão no sul de Mumbai.

Os fãs do cinema colorido, cheio de danças e músicas, podem traçar a sua história desde os filmes mudos em preto e branco para sucessos de bilheteira nos últimos anos, que se espalharam pelas telas de todo o mundo. “Já era altura de a Índia ter o seu museu do cinema. Nós temos arquivos, mas não um museu. E nos dias de hoje um museu pode ganhar vida através da tecnologia e da inter-actividade”, declarou o curador do museu, Amrit Gangar, durante uma visita da agência France Presse.

Em dois andares, num edifício com 560 metros quadrados, o

BOLLYWOOD MUMBAI ESTREIAPRIMEIRO MUSEU DO CINEMA INDIANO

Século exuberantee cheio de cor

museu apresenta objectos antigos, gravações e ferramentas de produ-ção de filmes.

Os visitantes podem ver um cartaz pintado do famoso melodra-ma “Mãe Índia”, de 1957, e ouvir cantar KL Saigal, considerado a primeira estrela do cinema hindi.

O museu não celebra apenas o cinema indiano em hindi, co-nhecido sob o termo genérico de Bollywood, mas também realizados em outros idiomas e outras partes da Índia, um país que produz cerca de 1.500 filmes, cada vez mais exportados para todo o mundo. O museu está pronto e abrirá dentro de algumas semanas.

Ao contrário de Hollywood, situado numa parte de Los Angeles, nos Estados Unidos, Bollywood não designa um bairro, mas a in-dústria do cinema em hindi, com epicentro em Mumbai.

O potencial turístico de Bollywood começa agora a ser explorado, com itinerários que passam nas casas das estrelas do cinema e com visitas aos estudos da “Cidade dos Filmes”.

CINEMA FILME NOÉ BOICOTADO PELO ISLÃO E CRITICADO POR CATÓLICOS

O profeta mostra a cara

judeus também têm censurado o filme, cuja estreia em Portugal está anunciada para 10 de Abril.

Até agora, os boicotes mais se-veros têm surgido de uma série de países como os Emirados Árabes Unidos, Qatar, Bahrein e Koweit, que proibiram a exibição de Noé, com a alegação de que a história entra em conflito com o Islão. O Egipto e a Jordânia ainda estão a decidir se vão

manter a estreia para 28 de Março ou se também irão proibir a exibição nos seus territórios.

O que parece incomodar mais estes países é o facto de Noé ter uma representação física no filme, o que é considerado pecaminoso. O director de conteúdos de media no National Media Center dos Emirados Árabes Unidos, Juma Al-Leem, disse à Associated Press

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eventos 11hoje macau segunda-feira 17.3.2014

A polícia japonesa identifi-cou sexta-feira um homem como o principal suspeito

pela destruição de mais de 300 centenas de cópias de o “Diário de Anne Frank” em 38 bibliotecas e livrarias da capital, após uma confissão do próprio.

O suspeito, de 36 anos, foi deti-do depois de ter sido surpreendido, na quinta-feira, a colocar, sem autorização, cartazes numa das livrarias onde foram encontrados livros destruídos ou danificados.

A polícia de Tóquio ordenou a abertura de um inquérito con-tra o suspeito, depois de este ter confessado ser o autor do acto de vandalismo e de se terem en-contrado páginas arrancadas dos exemplares na sua casa, indicaram fontes da investigação à agência Kyodo.

A lei japonesa permite reter suspeitos por 48 horas. Para pro-longar a detenção e iniciar um processo é necessário que existam provas que o relacionem com o delito. O ministro porta-voz do

D EPOIS do anúncio do guia Michelin de 2014 para as principais cidades da

Europa, Frederick Dhooge, chef do restaurante ‘t Huis Van Lede, na zona este da Flandres (Bél-gica), decidiu entregar a estrela conquistada.

Numa carta aos “amigos e sim-patizantes”, colocado na página de Facebook do restaurante, o chef, de 36 anos, explica a decisão e refere que “a cozinha do ‘t Huis van Lede baseia-se no produto, preparado de forma clássica e com respeito pelas tradições e valores. “Nós temos reparado que isto não é compreendido pelos comensais Visitas guiadas à exposição “Pintar a Ideia” de Manuel Casimiro

DIÁRIO DE ANNE FRANK DETIDO SUSPEITODE DANIFICAR CENTENAS DE CÓPIAS

Inquérito em curso

ORGANIZADA pelo Instituto Cultural do Governo da R.A.E.

de Macau e co-organizada pela Funda-ção Rui Cunha, a exposição “Pintar a Ideia – Manuel Casimiro” está patente na Galeria Tap Seac, oferecendo a organização visitas guiadas gratuitas e visitas para portadores de deficiências visuais, de modo a levar os visitantes a compreender mais a fundo as obras expostas bem como os seus conceitos criativos, informa o comunicado de imprensa da organização.

A Galeria Tap Seac organiza

visitas guiadas abertas ao público e visitas para grupos, contando com guias que irão dar a conhecer a obra e o percurso criativo do artista por-tuguês Manuel Casimiro. As visitas para o público têm lugar aos Sábados e Domingos entre 22 de Março e 6 de Abril e entre 19 de Abril e 18 de Maio, pelas 15h30, 16h30 e 17h30, sendo conduzidas em cantonense, mandarim e inglês. As visitas guiadas para grupos e escolas necessitam de marcação prévia, estando disponíveis aos Domingos entre 23 de Março e

6 de Abril e entre 20 de Abril e 18 de Maio, das 10 às 13h, podendo ser seleccionado o idioma de prefe-rência, entre cantonense, português, inglês e mandarim. Cada visita tem a duração aproximada de uma hora e cada grupo deverá ser constituído por um máximo de 25 pessoas.

Em Abril, serão ainda disponibili-zadas visitas guiadas para portadores de deficiências visuais nos dias 12, 13, 20 e 27 de Abril, pelas 14h30, tendo cada visita guiada a duração aproximada de uma hora.

GASTRONOMIA QUANDO UM CHEFDEVOLVE A ESTRELA MICHELIN

Essência da cozinhaque estão mais à espera de um es-pectáculo na cozinha de estrelas e de pontuações”, confessa.

Frederick não esconde que a estrela foi difícil de conquistar, mas acredita que prefere rumar por um caminho diferente, onde pode escolher a cozinha que quer no seu restaurante. “A estrela caiu do céu, literalmente. Foram 18 anos desde a abertura. Infelizmente, há críticos que não percebem a essência do guia Michelin. E são essas pessoas que vão marcar daqui para a frente, um futuro decepcionante, porque o guia está-se a tornar refinado, reduzido e elitista. Felizmente, notamos que há um grande grupo de gastrónomos que anseiam o tipo de cozinha que fazemos, onde os tempos de preparação, molhos e qualidade são fulcrais.”

O chef flamengo conclui ao referir que “nada vai mudar o con-ceito do restaurante nesta vila rural da Flandres e o esforço e dedicação vão ser os mesmos.”

Este não é o primeiro chef a renunciar à estrela conquistada, mantendo o foco numa cozinha mais simples. Em 2011, o restau-rante francês Le Lisita devolveu a estrela para se transformar numa brasserie.

CINEMA FILME NOÉ BOICOTADO PELO ISLÃO E CRITICADO POR CATÓLICOS

O profeta mostra a cara

que o filme não será permitido nos cinemas daquele país, porque con-tradiz o tabu geralmente assumido no Islão de representar um profeta. “Há cenas que contradizem o Islão e a Bíblia, por isso, decidimos não o exibir”, disse.

No Qatar e Bahrain, também confirmaram que não vão estrear o filme, porque ele “contradiz os ensinamentos do Islão.”

Em Noé, Russell Crowe encarna o papel do profeta que construiu a arca que viria a ter o seu nome. Já nos Estados Unidos, grupos católicos conservadores têm-se manifestado junto das salas de cinemas, argu-mentando que o filme desvirtua uma das histórias mais conhecidas da Bíblia. Alguns judeus, para quem Noé é igualmente uma referência essencial, dizem, por sua vez, que o

filme acaba por aligeirar a sua figura e a sua relação com Deus.

O realizador do filme, o judeu Darren Aronofsky, defende que foi “muito respeitoso” relativamente à história original. A Paramount incluiu uma nota no início do filme, explicando que foram tomadas “li-berdades artísticas” na maneira de contar a história, mas mesmo assim os ânimos não acalmaram.

Governo japonês, Yoshihide Suga, descreveu, na quinta-feira, o suce-dido como algo “verdadeiramente vergonhoso”, em conferência de imprensa.

No mês passado, 38 bibliotecas e livrarias de 11 distritos de Tóquio encontraram 306 exemplares do livro com as páginas cortadas ou arrancadas e de outras obras relacionadas com a sua biografia e com o Holocausto.

Depois de conhecido o inciden-te, a embaixada de Israel no Japão e Casa-Museu de Anne Frank, em Amesterdão, anunciaram a doação de vários milhares de exemplares do livro aos locais afectados.

“O Diário de Anne Frank” foi escrito por uma menina que vivia escondida com a família em Amesterdão durante a ocupação nazi, e que morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen em 1945.

O manuscrito foi traduzido em 55 línguas e é considerado um dos relatos mais comoventes do holocausto.

Frederick Dhooge

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hoje macau segunda-feira 17.3.2014

hARTE

S, L

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IDEI

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13

José de souza JúniorIN RESENHAS

“It was the best of times, it was the worst of times, it was the age of wisdom, it was the age of foolishness, it was the epoch of belief, it was the epoch of incredulity, it was the season of Light, it was the season of Darkness, it was the spring of hope, it was the winter of despair, we had everything before us, we had nothing before us, we were all going direct to Heaven, we were all going direct the other way— in short, the period was so far like the present period, that some of its noisiest authorities insisted on its being received, for good or for evil, in the superlative degree of comparison only.”

Charles Dickens, “A Tale of Two Cities”

D IZ-SE que “A Tale of Two Cities” é o livro mais lido de todos os tempos. Publicado em 1859, “História de duas

cidades”, de Charles Dickens, é daque-las obras, como “Romeu e Julieta” ou “D. Quixote de La Mancha”, que atravessam tempos e sobre as quais qualquer pessoa parece ter uma ideia ou outra, mesmo se delas nunca leu sequer uma linha. É e não é o meu caso. Apesar de nunca ter lido Di-ckens (nem Shakespeare, penitencio-me, embora já me tenha aventurado com Cer-vantes, ainda que sem a lealdade de um Sancho Pança), conheço bem as primeiras palavras do seu “best-seller” (“It was the best of times, it was the worst of times...”). A frase é tão perfeita, tão simples, que diz quase tudo sem precisar de dizer mais nada. E deixa a pensar, por exemplo, na natureza e na causa das coisas, em como tudo é divisível, como no mesmo tempo convivem metades diferentes, às vezes havendo diferentes tempos no mesmo espaço, que assim se decompõe por mais pequeno e ínfimo que pareça.

Em Macau, neste último mês de Feve-reiro, foi assim. Em apenas 28 dias, parece que quase tudo aconteceu e quase todos os destinos se separaram, divididos pela mesma fatalidade que os unira. Como num romance. De Dickens, às tantas.

Então, num muito mal amanhado jei-to “dickensiano” poderíamos também di-zer: “Foi o melhor mês de sempre para os casinos, foi o pior mês de sempre para associações de apoio a crianças, para as-sociações de solidariedade social e até associações de artistas...”

O melhor mês de sempre para o Go-verno de Macau em termos de impostos directos sobre o jogo, a grande para não dizer única fonte de receitas, foi um mês para esquecer para a Art For All, associa-ção que reúne uma boa parte dos artis-tas locais mais interessantes e que é res-

próximo oriente Hugo Pinto

HUGO

PIN

TO

HISTÓRIA DE DUAS CIDADES

ponsável por iniciativas arrojadas numa cidade em que não há mercado de arte e em que os “eventos” raramente não se resumem a encontros onde os mesmos de sempre com as mesmas lapelas enfeitadas de sempre se entretêm com uma “cultura” que não provoca nem pensa, antes pres-ta embasbacada devoção ao “giro” e ao “espectacular” que não chega tão-pouco para distrair do blá blá blá ou dos sorrisos de circunstância.

Segundo contou o jornal Ponto Final, a galeria da AFA na Areia Preta, pelos vis-tos uma nova espécie de zona cinzenta do luxo asiático, teve que fechar as por-tas devido a um aumento da renda de 163 por cento. Sem dinheiro para estar de portas abertas em Macau, a associação abandonou também a galeria que tinha em Pequim.

Aqui, numa terra onde não são preci-sos os dedos de uma mão para contar os artistas que vivem do seu ofício, a AFA depende dos apoios financeiros do Go-verno, que, no entanto, é acusado de não ter qualquer calendário para os distribuir. Aparentemente, nem a única coisa que fa-zem, dar o dinheiro arduamente arrecada-do nos impostos sobre o jogo, é bem feita.

Mais grave, soube-se ainda nesse mês de Fevereiro em que o jogo voltou a ba-ter um recorde absoluto que a escola da

Caritas em Coloane para crianças com necessidades especiais está na iminência de encerrar devido ao aumento da ren-da superior ao dobro. À Rádio Macau, o secretário-geral da instituição revelou ainda que também um centro para ido-sos com demência está ameaçado pelo mesmo problema das rendas aumentadas pela ganância sem freios dos senhorios, sem qualquer senso ou regra.

Gravíssimo, a Macau Child Develop-ment Association, fundada por um grupo de pais e que acolhe 560 crianças com autismo, entre outras dificuldades, con-fessava-se, nesse mês dos recordes, sem soluções para os problemas crescentes que enfrenta e que se devem, sobretudo, à falta de apoios. Nem há terapeutas que cheguem nem há dinheiro para as obras ou para um novo contrato de arrenda-mento. “Macau devia ter vergonha”, disse a este jornal a presidente da associação.

Foi também em Fevereiro que, talvez em nome da “harmonia”, o Instituto de Acção Social propôs que a violência do-méstica seja um crime público apenas se as agressões forem “continuadas”. Não se sabe ao certo o que isto significa, mas acredita-se que não bastam o medo, as ameaças, a tortura psicológica nem se-quer a violência física; as vítimas de um crime particularmente cobarde, porque

cometido geralmente dentro das paredes de um lar contra os indefesos e vulne-ráveis, têm que sofrer não como se não houvesse amanhã mas sim como se os amanhãs não servissem para outra coisa senão sofrer. Triste.

No mês em que os casinos arreca-daram 38 mil milhões de patacas em receitas brutas, mais 40 por cento do que no mesmo mês de 2013, o Gover-no anunciou que o salário mínimo para os trabalhadores de limpeza e segurança de edifícios vai ser fixado em 28 patacas por hora, o que corresponde a um salá-rio mensal de 5824 patacas. Uma medida meramente simbólica e sem outro objec-tivo que não o de apaziguar eventuais consciências, mais do que (como deveria ser) ajudar devidamente quem dela be-neficia, não serve sequer para pintar uma pálida imagem de justiça social ou respei-to por quem mais precisa. Nada.

Os melhores e os piores tempos estão sempre a cruzar-se nesta cidade cada vez mais dividida por desigualdades e por um dilema cada vez mais irresolúvel que opõe “quantidade” a “qualidade”. Muitos falam em “dores de crescimento”, mas o que mais aflige são, na verdade, as do-res de atrofiamento. Do que definha e do que tolhe o desenvolvimento. Assim, sem mais nem menos.

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14 hoje macau segunda-feira 17.3.2014h

RicaRdo aRaújo PeReiRaIN VISÃO

O grande erro das pessoas que dizem falar com os mortos é o aparente su-cesso da comunicação.

Eu tenho muita dificuldade em falar com os vivos, em perceber o que di-zem, em fazer-me entender. No en-tanto, a comunicação com os mortos faz-se sempre sem problemas. Não há equívocos, mal-entendidos, peque-nas imprecisões. Nenhum morto diz: “Não me recordo”, “Pode repetir a per-gunta?”, “Desculpe, enganei-me, não era bem isso que eu queria dizer.” O leitor de jornais tem experiências de comunicação muito mais estranhas e até misteriosas. Ainda esta semana me aconteceu. Primeiro, ouvi uma voz do Além. Vítor Gaspar, que eu julgava já não estar entre nós, deu uma entrevis-ta em que dizia: “É insultuoso ser con-siderado o quarto elemento da troika.” Dias depois, apareceu uma notícia in-titulada: “Gaspar confirmado em alto cargo do FMI”. É possível achar insul-tuoso ser considerado um elemento

da troika enquanto se integra um or-ganismo da troika? Talvez. Nada me impede de achar insultuoso que me chamem palhaço quando estiver no palco, com o nariz vermelho, sapatos muito grandes e uma flor na lapela que esguicha água. Resta esperar que Gas-par possa fazer por nós, junto do FMI, apenas metade do que fez pelo FMI junto de nós.

Mais ou menos na mesma altura, Miguel Relvas reapareceu também, sa-cudindo poeira e teias de aranha, para integrar um órgão do PSD. Tive pena que o regresso não tivesse sido acom-panhado por música porque, a fazer fé em certo videoclip do Michael Ja-ckson, os mortos-vivos dançam todos muito bem. Após o ressurgimento de Relvas, a imprensa voltou a registar fe-nómenos estranhos: os comentadores disseram não compreender o mistério de Relvas ter sido convidado para vol-tar à política; Relvas disse que ia expli-car aos comentadores o mistério de ter aceitado o convite. Não sei se a confu-

são ficou clara. Relvas não precisa de explicar porque é que aceita convites. Já sabemos que os aceita quase todos. Misterioso é o facto de ele continuar a ter convites para aceitar. Foi por isso que tomei nota de mais este caso de falhas de comunicação entre pessoas relativamente vivas.

Antes de tudo isto, já Jorge Coe-lho tinha aparecido no PS. Tinha saí-do do Governo na sequência da que-da da ponte de Entre-os-Rios, “para que a culpa não morresse solteira”. Entretanto, a culpa, após o matrimó-nio de conveniência com Coelho, deve ter falecido, e o antigo minis-tro foi CEO da Mota-Engil já viúvo da culpa. Até porque seria estranho que um homem casado com a culpa por um episódio de desmoronamento de uma construção fosse comandar uma empresa de construções. Coe-lho, Relvas e Gaspar, cada um à sua maneira, casaram todos com a culpa. Mas foram casamentos breves, e os divórcios muito amigáveis.

MIGUEL RELVAS REAPARECEU,

SACUDINDO POEIRA E TEIAS DE

ARANHA, PARA INTEGRAR UM

ÓRGÃO DO PSD. TIVE PENA QUE

O REGRESSO NÃO TIVESSE SIDO

ACOMPANHADO POR MÚSICA

PORQUE, A FAZER FÉ EM CERTO

VIDEOCLIP DO MICHAEL JACKSON,

OS MORTOS-VIVOS DANÇAM

TODOS MUITO BEM

O NOSSO HOMEM NO FMI

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15 artes, letras e ideiashoje macau segunda-feira 17.3.2014

A S operações de busca e de salvamento do Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines, avião comercial desapareci-

do a 8 de Março de 2014 e que leva-va a bordo mais de duas centenas de passageiros e tripulantes de 15 nacio-nalidades e de quatro continentes, já ganharam contornos que vão além da humanitária, e que já é hoje considera-da geopolítica.

A imediata intervenção das mari-nhas de guerra de cerca de 15 países e regiões, nas suas valências do duplo uso militar e diplomático, no principal corredor marítimo do comércio inter-nacional que vai dos Mares do Sul da China, passando pelo Estreito de Ma-laca até à entrada do Índico (Andaman e Nicobar), garante a capacidade de in-fluência na região a estas potências que é tão necessária não só à diplomacia política e militar mas também à econó-mica, pois não existe desenvolvimento económico sem segurança, nem soft power sem hard power.

Ao longo dos anos temos assistido a alguns desastres humanitários de gran-de dimensão no sudeste-asiático que vai do ataque bombista em Bali, do ma-remoto de 2004 ao tufão nas Filipinas e hoje, assistimos ao desaparecimento de uma aeronave nesta região que está no centro da dinâmica económica mun-dial, e que todas estas situações quer tenham origem na natureza ou por intervenção humana, o que há em co-mum é a elevação da actividade militar naval e aeronáutica nesta zona que ao longo da história sempre teve um ele-vado valor geoestratégico.

Há quase uma década, ao abrigo de uma parceria entre a Fundação Ásia--Europa e o Centro de Investigação e Análise em Relações Internacionais tive a oportunidade de convidar e de acom-panhar o então Conselheiro para os as-suntos Geoestratégicos do Presidente da República da Indonésia e Secretário Regional para a Observação Geopolíti-ca do Conselho Marítimo da Indoné-sia, o Comandante Djuanda da Mari-nha de Guerra Indonésia, para uma pa-lestra no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEP) sobre “As Dimensões Política e Geopolítica da Intervenção Humani-tária em Aceh: Uma visão de Jacarta”. Nesta iniciativa que também foi apoia-

PELO CENTRO DE GRAVIDADE DA ECONOMIA

MUNDIAL SE ENCONTRAR ENTRE OS OCEANOS

ÍNDICO E PACÍFICO, É NATURAL QUE AS GRANDES

POTÊNCIAS NA REGIÃO ASIÁTICA E AS OUTRAS

OCIDENTAIS SE FAÇAM NOTAR E QUE DISPUTEM

TODAS AS OPORTUNIDADES QUE A CRISES VÃO

GERANDO, AFINAL DE CONTAS, CADA ESTADO ZELA

PELOS SEUS PRÓPRIOS SUPERIORES INTERESSES

NACIONAIS NO MUNDO

A DIMENSÃO GEOPOLÍTICA DAS OPERAÇÕES DE BUSCA E SALVAMENTO DO MH370

Vitório rosário Cardoso*

da pela Marinha Portuguesa, marcara presença num dos painéis o Porta-Voz da Marinha, o então Capitão-de-Fra-gata Henrique Gouveia e Melo, que viria a comandar até há poucos anos a esquadrilha de submarinos portu-gueses, e moderado pelo Almirante Nuno Vieira Matias, antigo Chefe do Estado-Maior da Armada, e membro do Conselho Científico do IEP, e to-dos chegaram à conclusão que no mar não existem espaços vazios e que se o próprio país não conseguir garantir os meios necessários para assegurar as suas obrigações na segurança do seu espaço marítimo, alguém fá-lo-á, arriscando-se a ingerências de partes terceiras. Numa outra perspectiva, as intervenções hu-manitárias internacionais em qualquer região têm em simultâneo a intenção de afirmação e projecção dos interesses das potências intervenientes, além do

intuito de apoio aos esforços de busca e salvamento, constituem igualmente oportunidade para as demais potên-cias estrangeiras realizarem operações diplomáticas, operações de charme para ganhar as mentes e corações, e de vigilância e mapeamento de informa-ções. O Comandante Djuanda, SIP, fa-lecido em 2005, fora director-adjunto das informações militares da Marinha de Guerra Indonésia e primeiro oficial das Forças Armadas Indonésias a visi-tar Portugal após a normalização das relações diplomáticas entre Lisboa e Jacarta.

No actual cenário das operações em curso de busca e salvamento da aero-nave da Malaysian Airlines, assistimos principalmente à intervenção de meios aero-navais (mais de 35 aviões e 40 na-vios) especializados em vigilância ma-rítima e na luta anti-submarina, como

exemplo são a utilização dos aviões P-3 Orion, helicópteros Westland Lynx, contratorpedeiros da última geração, fragatas, corvetas, patrulhas, navios anfíbios, entre outros de busca e sal-vamento das autoridades marítimas, e todos oriundos da Malásia, Austrália, Bangladesh, Brunei, China (Marinha do Exército de Libertação Popular e da Formosa), Coreia do Sul, Estados Uni-dos da América, Índia, Indonésia, Fili-pinas, Singapura, Tailândia e do Vie-tname. Estes meios estão preparados para detectar sinais electromagnéticos dos submarinos que em tudo poderão assemelhar-se aos sinais emitidos pe-las caudas dos aviões, sendo que estes meios estão ainda munidos de tecno-logias de imagem por radiações infra-vermelhas, e dotados de spotters para detecção de potenciais rastos de des-troços nos perímetros de busca. Por outro lado, tem sido intensificado a coordenação com os diversos serviços de informações e de segurança das po-tências envolvidas nas operações e que as agências terão certamente um papel fundamental para entender toda a ló-gica humana por detrás desta tragédia, que se especula com laivos de ataque terrorista.

Por fim, um dos aspectos a salien-tar e que marca a diferença geopolítica da actual situação com aquela aquando do surgimento das mais variadas mari-nhas de guerra no apoio humanitário a Aceh, na Indonésia, é que a Malásia é um Estado-membro da Commonweal-th Britânica e accionou desde o primei-ro momento o pedido de apoio mútuo ao abrigo dos Acordos de Defesa das Cinco Potências (FPDA), que envol-vem a Malásia, Singapura, Austrália, Nova Zelândia e o Reino Unido.

Pelo centro de gravidade da eco-nomia mundial se encontrar entre os oceanos Índico e Pacífico, é natural que as grandes potências na região asiática e as outras ocidentais se façam notar e que disputem todas as opor-tunidades que a crises vão gerando, afinal de contas, cada Estado zela pe-los seus próprios superiores interesses nacionais no mundo.

*Membro da Associação de Jovens Auditores

para a Defesa, Segurança e Cidadania de Portugal (DECIDE Portugal)

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16 DESPORTO hoje macau segunda-feira 17.3.2014

O seleccionador portu-guês de futebol, Pau-lo Bento, afirmou

ontem que admite utilizar Cristiano Ronaldo ao lado do ponta de lança no Mun-dial2014, num sistema táctico alternativo. “Numa situação inicial, à partida, não. Durante o jogo, [Cristiano Ronaldo] jogando acompanhado por outro colega na frente, é pos-sível que possa acontecer”, admitiu esta tarde o seleccio-nador nacional, durante uma conferência na Associação Recreativa e Cultural da Orca, concelho do Fundão.

Jogar com dois homens na frente, substituindo o habitual sistema 4x3x3 por um 4x4x2, “é uma possibilidade que tem de estar sempre na mente”, admitiu Paulo Bento. “O que pretendemos é criar o maior

número de alternativas, para que os jogadores se sintam o mais confortáveis possível, para terem o melhor rendi-mento”, justificou.

O técnico falava a propó-sito da maior dificuldade, nos últimos anos, em encontrar jogadores para a frente de ataque na quantidade preten-dida, depois de questionado sobre as lesões de Hugo Almeida, Hélder Postiga e Éder e acerca da possibili-dade de Cristiano Ronaldo ser utilizado como ponta de lança. “Temos conseguido arranjar sempre [pontas-de--lança], embora não na quan-tidade que desejávamos. Não deixamos de ter um leque de jogadores que, estando em condições, nos devem deixar tranquilos”, sublinhou Paulo Bento.

F1 Nico Rosberg vence primeira corrida da épocaO alemão Nico Rosberg, em Mercedes, venceu este domingo o Grande Prémio da Austrália, o primeiro da nova época da Fórmula 1. Uma vitória segura e convincente por parte do alemão, que partiu do terceiro lugar da grelha mas que de imediato se colocou em primeiro, liderando da primeira à última volta. Além da vitória de Rosberg, a quarta do alemão na Fórmula 1, o grande destaque vai para os primeiros pódios das carreiras do australiano Daniel Ricciardo (Red Bull), que foi segundo, e do dinamarquês Kevin Magnussen (Mclaren), que foi terceiro. Ricciardo fez a sua primeira corrida pela Red Bull depois de ter rodado na Toro Rosso, enquanto Magnussen cumpriu a sua primeira corrida na Fórmula 1. Os veteranos Jenson Button (Mclaren) e Fernando Alonso (Ferrari) tiveram de contentar-se com o quarto e quinto lugares, respectivamente. Destaque também para o oitavo lugar de Kimi Raikkonen no regresso à Ferrari e para o 10.º lugar e um ponto conquistado pelo russo Daniil Kvyat (Toro Rosso) na sua primeira corrida na Fórmula 1. O GP da Austrália ficou marcado pelo abandono, logo nas primeiras voltas, de dois campeões do mundo, casos de Sebastian Vettel e de Lewis Hamilton, que tiveram problemas no Red Bull e Mercedes, respectivamente. A Fórmula 1 regressa dentro de 15 dias com o Grande Prémio da Malásia, no circuito de Sepang.

Benfica Funes Mori reclama atenção de Jorge JesusFunes Mori foi o grande destaque da equipa B do Benfica ao assinar um póquer diante do Sp. Covilhã. O internacional argentino, de 23 anos, alcançou assim um feito inédito na sua carreira, pois até ao momento o melhor registo havia sido um hat-trick alcançado com a camisola do River Plate, em 2009/10, diante do Racing Avellaneda, numa partida referente ao campeonato argentino.

LIGA DE ELITE - 5.ª JORNADA

• CLASSIFICAÇÃO

Equipa J V E D GM-GS Pontos

Sporting 4 4 0 0 11-1 12

Benfica 5 3 1 1 16-2 10

Monte Carlo 5 3 1 1 15-4 10

Chao Pak Kei 4 3 0 1 15-4 9

Ka I 4 2 1 1 7-3 7

Polícia 4 1 1 2 3-4 4

Lai Chi 4 1 0 3 1-13 3

Sub-23 5 1 0 4 1-19 3

Kei Lun 5 0 0 5 3-27 0

• RESULTADOS

Monte Carlo 10 – 0 Sub-23

Lai Chi 1 – 4 Sporting

Benfica 11 – 0 Kei Lun

Ka I 1 – 0 Chao Pak Kei

Folgou a Polícia

MUNDIAL 2014 PAULO BENTO ADMITE UTILIZAR RONALDO NA FRENTE DE ATAQUE

Tácticas e companhia

Page 17: Hoje Macau 17 MAR 2014 #3051

hoje macau segunda-feira 17.3.2014 FUTILIDADES 17

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 17 MAX 22 HUM 70-98% • EURO 11.1 BAHT 0 .2 YUAN 1.3

HOJE NA CHÁVENA

Pervinca

Paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

Nome botânico: Vinca minor L.Família: Apocynaceae.Nomes populares: Congossa; Con-gossa-menor; Pequena-pervinca; Vinca; Vinca-menor.

Formando vastos tapetes verdes, a Pervinca apresenta caules pros-trados e radicantes de 1 a 3 metros de comprimento, de onde surgem pequenos ramos com cerca de 20 cm de altura sustentando belas flores solitárias de cor azul-violácea, mais raramente branca; as folhas são brilhantes e persistentes. Cresce espontaneamente nos bosques hú-midos e sombrios da Europa, sendo igualmente cultivada nos jardins como planta ornamental.A sua utilização medicinal remonta à Antiguidade Clássica, sendo recomen-dada por Dioscórides e Galeno. No sé-culo XVI, Mattioli aconselhava-a para o tratamento das hemorragias nasais. Mais recentemente a investigação debruçou-se sobre ela e atualmente integra o arsenal terapêutico farma-cológico. As suas folhas continuam a ser usadas em fitoterapia.

COMPOSIÇÃOContém até cerca de 35 alcaloides, sendo a vincamina o mais relevante para a sua ação; contém ainda tani-nos, flavonoides, ácidos orgânicos, pectina e um glicósido, além de glúcidos, sais minerais e vitamina C. Sabor muito amargo.

AÇÃO TERAPÊUTICAO que se destaca na Pervinca é a sua capacidade de dilatar as artérias, especialmente as coronárias e ce-rebrais, proporcionando uma maior irrigação sanguínea e, consequente-mente, um maior aporte de oxigénio ao coração e ao cérebro. Apresenta ainda propriedades sedativas do sistema nervoso e antiespasmódicas, reduz a pressão arterial, tonifica a circulação venosa e dos capilares, sendo usada na hipertensão, arteriosclerose, an-gina de peito e enfarte do miocárdio, bem como em transtornos circulató-rios periféricos e fragilidade capilar.Enquanto vasodilatadora cerebral é uma planta de primeira escolha para as manifestações de insufici-ência circulatória neste órgão, tais como dores de cabeça, enxaquecas, vertigens, zumbidos nos ouvidos, perda de capacidades cognitivas associada ao envelhecimento (me-mória e atenção), alguns casos de perturbações psíquicas e demência;

é igualmente útil na recuperação de acidentes vasculares cerebrais e traumatismos cranianos. É de referir que a vincamina, o alcaloide a que se atribui a maioria destes efeitos, pode ser tomada isoladamente, no entanto, a planta com todos os seus constituintes vê enriquecida e potenciada a sua ação.

OUTRAS PROPRIEDADESDevido à presença de taninos com efeito adstringente, a Pervinca contrai os tecidos e capilares con-tribuindo para deter as hemorragias, sendo tradicionalmente empregue nas perdas de sangue pelo nariz, boca, ânus ou útero; com este intuito já foi usada na tuberculose. Ainda pela sua atividade adstringente, combate a diarreia tendo indicação em caso de gastrenterite e colite. Além disso, a planta é um amargo, estimulando os sucos digestivos e favorecendo a digestão, e tónica, fortalecendo estes órgãos e o organismo em geral. É igualmente usada na diabetes e para secar o leite às mulheres que amamentam.Aplicada externamente na pele ou mucosas, esta erva limpa as lesões, detém pequenos sangramentos, desinflama, seca e facilita a cica-trização, sendo recomendada nas feridas, contusões, hematomas, úlce-ras da boca, gengivites, amigdalites, faringites, leucorreia, inflamação da mama ou quando seja necessário suspender a lactação.

COMO TOMARUSO INTERNO• Infusão: 1 colher de sobremesa por chávena de água fervente. Tomar 2 a 4 chávenas. Pode adoçar-se com mel.• Em ampolas, gotas, cápsulas em fórmulas para o cérebro.USO EXTERNO• Cozimento: 30 a 50 g por litro de água, dois minutos de fervura. Em lavagens e compressas, bochechos e gargarejos. Em caso de hemor-ragias ou hematomas a aplicação deve ser fria.

PRECAUÇÕESAs posologias devem ser respeita-das. Doses não terapêuticas podem originar hipotensão arterial (com tonturas, tremores, desmaio) e perturbações gastrintestinais. A Per-vinca está contraindicada em caso de tumores cerebrais e gravidez. Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.

João Corvofonte da inveja

MELISSA CASTAGNOLI GOSTA DE FUTEBOLISTAS

A rifa calhou agora a Maxi López, que, recém-chegado à Sampdoria, e após a polémica separação de Wanda Nara, já foi apanhado nos braços de nova companhia feminina. A eleita é uma habituée nas revistas cor--de-rosa italianas: Melissa Castagnoli, ex-miss Itália e ex-sra. Balotelli. Segundo a imprensa transalpina, a modelo foi vista junto do avançado argentino numa discoteca, onde celebravam a vitória da Sampdoria frente ao Livorno. Os dois, dizem os media italianos, deixaram o local lado a lado, esboçando um largo sorriso nos lábios.

Encerrada parte de uma auto-estrada para procurar um pénis• A polícia fechou um trecho de uma estrada movimen-tada em Middlesbrough (Inglaterra) para procurar um pénis. De acordo com o “Metro”, um homem de 40 anos foi encontrado à beira da auto-estrada A66, com o pénis decepado. Um homem de 22 anos foi preso horas depois sob suspeita de ter feito o ataque, conforme noticiou a BBC. A vítima foi levada a um hospital próximo, onde lhe foi induzido o estado de coma. Não foi adiantada informação de se o pénis foi recuperado.

‘Professoras do sexo’ dãoaulas a prostitutas iniciantes• Barcelona é uma das cidades mais liberais da Espanha. Lá, a prostituição é legalizada. Para ajudar as jovens que querem começar na carreira de trabalhadora sexual, a Aprosex, uma ONG sediada na cidade da Catalunha, está a oferecer um curso intensivo. As iniciantes no mercado do sexo recebem dicas sobre truques para aplicação na cama e apoio emocional. O curso com “noções básicas para a profissionalização” é ministrado por “professoras do sexo” – profissionais com grande experiência no mercado. Entre elas, Conxa Borrell que trabalha como terapeuta sexual e prostituta há sete anos. A Aprosex também oferece curso de “reciclagem” para mulheres já estabelecidas no mercado.

Em Turim, Nietzsche abraçou-se a um cavalo e chorou. O animal ficou extremamente incomodado.

C I N E M ACineteatro

SALA 1NEED FOR SPEED [B]Um filme de: Scott WaughCom: Aaron Paul, Dominic Cooper, Imogen Poots14.30, 16.45, 21.30

NEED FOR SPEED [3D] [B]Um filme de: Scott WaughCom: Aaron Paul, Dominic Cooper, Imogen Poots19.15

SALA 2 300: RISE OF AN EMPIRE [C]Um filme de: Noam Murro

Com: Sullivan Stapleton, Eva Green, Lena Headey14.15, 17.50, 21.30

MR. PEABODY & SHERMAN [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Rob Minkoff16.05, 19.45

SALA 3NON-STOP [B]Um filme de: Jaume Collet-SerraCom: Liam Neeson, Julianne Moore14.30, 16.30, 19.30, 21.30

NEED FOR SPEED

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18 OPINIÃO hoje macau segunda-feira 17.3.2014

1. O sol ergue-se a pique no firmamento e abraça as serras com um ensejo estival. Nos recôncavos das montanhas há zonas de sombra, enseadas onde os dedos fulgurantes do astro-rei entram a custo. Há pouco mais de um mês, nas encostas por onde agora se espreguiça o sol, torrentes titânicas de água e lama despedaçavam-se em indómitas convulsões. O Inverno foi bruto e semeou a paisagem de sulcos e cicatrizes: por todo o lado há despojos de derrocadas, muros derrubados, rombos e feridas no asfalto. Ma-zelas em demasia para um país assombrado pelo desconcerto das contas públicas e pelo calvário da dívida. O sol anuncia a Primavera mas não mitiga a imponderabilidade da crise, o percalço feito pergaminho que sequestrou a capacidade de crença de todo um povo. São poucos os que acreditam que o muito que se perdeu por obra e graça dos desígnios de austeridade possa ser recuperado e menos ainda os que colocam as mãos no fogo pelo futuro do Portugal pós-troika.

2. Em Lisboa, onde os buracos da rodovia se contam pelos dedos das mãos, Cavaco Silva não teve pejo em lembrar que as responsabi-lidades dos portugueses não terminam com o adeus do Fundo Monetário Internacional, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia. Como que a preparar o país para novas dificuldades, o insípido chefe de estado apelou de novo a um compromisso político de médio prazo entre os partidos do arco da governação por entender que Portugal está pouco preparado para assumir os problemas que poderão e deverão certamente emergir a

expediente c ín icoMARCO CARVALHO

O amarelo cálido dos maços de Português Suave desapareceu dos escaparates das tabacarias antes ainda do país sonhar com o espectro de uma santíssima trindade de austeridade. Um desaparecimento premonitório, à luz do estado geral de desalento e de amargura que se apoderou dos portugueses

Português suavepartir de Maio, com a retirada da troika. Sem nunca referir a possibilidade de um segundo resgate ou a hipótese, cada vez mais tangível, de um programa cautelar poder vir a ser insti-tuído, Cavaco lá avisa que Portugal tem à sua espera mais 20 anos de disciplina orçamental e de supervisão externa, considerando iludidos os que acreditam que as exigências de rigor orçamental vão desaparecer. Dois dias depois da intervenção de Cavaco, Pedro Passos Coelho garantiu que o fim do programa de assistência será sinónimo de um futuro mais próspero, com oportunidades para todos. Ao fim de três anos de ajustamento e dos brutais sacrifícios a ele inerentes, os portugueses continuam sem saber no que acreditar. Ou se vale a pena acreditar de todo.

3. A contradição emerge, brusca, não apenas nas intervenções dos que governam Portugal, mas também nos círculos próximos do poder. Um manifesto assinado por mais de sete de-zenas de personalidades do domínio público causou enorme comoção jornalística, ainda que pelas razões erradas. No documento, que valeu aos seus signatários um tsunami de impropérios por parte de comentadores políticos e de correligionários do governo de Passos Coelho, exige-se a reestruturação da dívida pública portuguesa, para evitar uma espiral de austeridade que provoque um definhamento irreparável da economia portuguesa. Assinado por 74 personalidades das esferas política, económica e académica, o memorando foi veementemente criticado pelo momento inoportuno em que surge, a menos de dois meses do adeus à troika. Os

mais passistas (quem sabe também os mais passivos?) sustentam que por detrás da ini-ciativa não está mais do que uma irrefreável sede de protagonismo, mas as perguntas que importa fazer continuarão sem resposta. O que sabem estes “ilustres” que Portugal desconhece? O que reservam o Banco Central Europeu, o Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia a Portugal a partir de Maio? Uma saída à irlandesa ou novos pergaminhos de austeridade? A oratória do governo português no que respeita ao diálogo com a troika nunca teve a transparência como expoente e as garantias de Pedro Passos Coe-lho têm, objectivamente, o valor que cada um se lhes apresta a dar. Nenhum, deixam claro os 74 signatários do vituperado documento.

4. A reacção assanhada com que o manifesto foi recebido por parte quer do governo,

quer do núcleo de comentadores e opinion makers com os quais se urde actualmente a intelligentsia cívica do país esconde uma tragédia de dimensões insondáveis. Cultu-ralmente monolítico, Portugal nunca esteve tão estilhaçado como agora, tão rispidamen-te impaciente, tão afogado em desespero. Polido e permeável fora de portas, Pedro Passos Coelho referiu-se ao grupo dos 74 - um grupo onde se encontram figuras como António Sampaio da Nóvoa, Manuela Ferreira Leite ou Adriano Moreira - como “essa gente”, num desabafo incomodado para com os tais para quem já não há paci-ência. Da entourage do primeiro-ministro emergiram posições ainda mais vincadas, a meio termo entre o ódio e o fundamen-talismo, entre o niilismo da não aceitação do outro e a presunção de que se é rei e senhor de toda a verdade. À baila vieram as soezes acusações de anti-patriotismo, misturadas com expressões como “traição” ou “esquerdalha”. Os fundamentalistas são previsíveis e o governo de Pedro Passos Coelho está como que atolado neles, mas quero crer, com um rasgo de ingenuidade, que o primeiro-ministro não é pau da mes-ma cepa. Mal seria se Portugal tivesse um Chefe do Executivo que acreditasse com convicção que a liberdade de expressão pode ou deve ser limitada pelos humores do mercado. Não é verdade, Pedro?

5. O amarelo cálido dos maços de Portu-guês Suave desapareceu dos escaparates das tabacarias antes ainda do país sonhar com o espectro de uma santíssima trinda-de de austeridade. Um desaparecimento premonitório, à luz do estado geral de desalento e de amargura que se apoderou dos portugueses. Se o país se definisse por uma marca de tabaco, neste momento a rudeza brusca do Kentucky de antigamente - cigarros mínimos sem filtro com um travo áspero que anestesiava o palato - é a que melhor encaixa na taciturna predisposição dos portugueses. A austeridade não lhes fez mossa apenas na carteira; turvou-lhes também o rosto. Os que fazem a apologia do sorriso encontram em Portugal um país sombrio, em contraste directo com o azul esmaltado do céu, com um sol solícito e o ensejo de uma Primavera que explode por todo o lado, no branco imaculado das flores de ameixoeira ou no carmim angelical dos rebentos de pessegueiro. Não que a do-lência ou a tristeza não sejam também um direito. O preço que se paga por ela é que é, porventura, demasiado elevado para um povo com recursos mínimos e perspectivas ainda menores. Para um país que tinha até há muito pouco tempo uma enorme tradi-ção de hospitalidade, a austeridade é uma catástrofe. Muitas vezes, um sorriso ou a cordialidade de um abraço valem mais do que o melhor dos planos de negócio, abrem portas insondáveis, constroem mitos. Que o diga Santos Pinto, o mais suave dos portu-gueses do Oriente. Viciante e não é tabaco.

JIM JA

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19 opinião

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

hoje macau segunda-feira 17.3.2014

macau v is to de hong kongDAVID CHAN*[email protected] • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog

A cerimónia de “bater no velhaco” era uma antiga prática mágica de Cantão, China. Nasceu durante a Dinastia Tang. Mais tarde a prática mudou e passou a ser uma actividade do quotidiano do povo chinês.

O Jingzhe (驚蟄), i.e. “Despertar dos Insectos”

teve lugar no dia 6 de Março de 2014. O “Despertar dos Insectos” é o terceiro dos 24 termos solares do Calendário lunar chinês. Cada um destes termos está associado a uma época climatérica. A ciência e a tecnologia não era tão desenvolvida antigamente como o é nos dias de hoje, e o clima era um factor vital para a agricultura. Os camponeses chi-neses eram espertos. Sabiam que um clima favorável resultaria numa boa colheita e por isso estavam sempre atentos às mudanças de clima. Acabaram por criar o “calendá-rio chinês”. Contrariamente ao calendário moderno, o calendário chinês contém dias, meses, ano e termos solares. Cada termo solar corresponde a um período específico do ano. O período do “Despertar dos Insectos” começa no dia 6 de Março e acaba no dia 20 deste mês. Esta é uma época de trovoadas.

Os termos solares não são apenas ferra-mentas para os agricultores, os videntes e adivinhos também os usam. Os adivinhos acreditam que as mudanças de clima sig-nificam mudanças de sorte. Os adivinhos predizem o futuro a partir das teorias do “Yin e Yang” e dos cinco elementos: metal, madeira, água, fogo e terra.

Os videntes acreditam que o primeiro dia do “Despertar dos Insectos” é o dia em que as pessoas maldosas fazem mal aos outros. Para o evitar, sugerem que se faça a cerimónia de “bater no velhaco”, (uma prática tradicional para afastar as pessoas maldosas).

Esta cerimónia é simples e misteriosa. É realizada por uma bruxa. As bruxas antiga-mente eram feias, mas actualmente costumam ser bonitas e bem-educadas. A cerimónia de “bater no velhaco” deve ter lugar entre as sete e as 17h. Por vezes, se a bruxa tiver muitos clientes, pode ser feita depois das 17h.

Ao início, a bruxa queima incenso e diz umas palavras mágicas para as estatuetas dos deuses. A seguir usa um sapato velho para bater num papel onde está escrito o nome do velhaco em causa. Se o cliente acreditar que são várias pessoas que lhe querem mal, o número de papéis multiplica-se. Se o cliente não souber o nome da pessoa que lhe quer mal, o papel fica em branco. Também podem ser usadas fotografias. Durante o “espancamento” a bruxa vai dizendo várias palavras mágicas para reforçar a sua acção.

É preferível acreditar na ciência e não na superstição. Mais importante ainda, devemos dar-nos bem uns com os outros. É a melhor maneira de não praticarmos a cerimónia de “bater no velhaco”

O Despertar dos Insectos 2014

*Professor Associadono Instituto Politécnico de Macau

Acabada esta fase, a bruxa recorre ao divino através de uma casca de tartaruga. Se o deus chinês estiver na disposição de ajudar o cliente a lutar contra a pessoa má, a bruxa pede ao cliente para pôr um pedaço de porco na boca dum tigre amarelo. O “tigre amarelo” é em dos deuses chineses responsável por matar os velhacos. O porco é o sacrifício exigido. Se o tigre comer o porco, significa que está disposto a ajudar o cliente.

Como é que o tigre amarelo luta contra o velhaco? É simples. A bruxa põe o papel com o nome do malvado na boca do tigre para que este o morda e o mate. Por fim, a bruxa atira arroz para o cliente num sinal de boa sorte.

Em Hong Kong, a cerimónia de “bater no velhaco” custa à volta de 50 dólares de Hong Kong. Em Macau, o preço é similar. As razões mais frequentemente apresentadas pelos clientes têm a ver com insatisfação no trabalho, com colegas ou com o patrão, e problemas com familiares, sobretudo com os parceiros, em casos de adultério.

Uma das bruxas disse que “talvez hoje o Sr. B seja o velhaco, mas amanhã já pode ser uma boa pessoa, e ajudar a salvar o Sr. A. Quem pode adivinhar estas mudanças?

Do ponto de vista de uma sociedade

moderna, esta cerimónia apenas serve para diminuir a pressão psicológica a que estamos sujeitos diariamente. Não deve ser vista como magia. Se acreditarmos que uma bruxa consegue afastar aqueles que nos querem mal, isso não passa de uma superstição que deve ser evitada.

Como dissemos anteriormente, na ceri-mónia de “bater no velhaco”, o Sr. A escreve o nome do Sr. B num papel. Tecnicamente o Sr. A está a dizer que o Sr. B é má pessoa. Será que o Sr. B pode processar o Sr. A por difamação, ou insulto, num caso destes?

O artigo 30 da Lei Básica de Macau

RENÉ

CLA

IR, I

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A W

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protege os cidadão contra insultos. É inte-ressante pensarmos se a cerimónia de “bater no velhaco” é, ou não, um insulto?.

Em Hong Kong, não existe lei contra insultos. O Sr. B, provavelmente pode pro-cessar o Sr. A por difamação, se este realizar a cerimónia. Ao fazê-lo, o Sr. A está a passar uma mensagem difamatória contra o Sr. B, afirmando que este tem mau carácter. Em Hong Kong, a difamação, pode ser de na-tureza civil ou criminal. Mas este caso deve ser civil porque não afecta outras pessoas.

E se o Sr. A entregar à bruxa uma foto-grafia do Sr. B para que ela lhe bata com o sapato, será que a bruxa pode ser acusada de agressão? Não me parece, porque esta não o agrediu fisicamente.

Independentemente do resultado do ponto de vista legal, a cerimónia de “bater no velhaco”, é um costume local de Cantão e não o devemos encarar como magia. É preferível acreditar na ciência e não na su-perstição. Mais importante ainda, devemos dar-nos bem uns com os outros. É a melhor maneira de não praticarmos a cerimónia de “bater no velhaco”.

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hoje macau segunda-feira 17.3.2014

Imobiliário portuguêsà conquista da ChinaNove empresas portuguesas ligadas ao imobiliário iniciaram, em Xangai, uma digressão de uma semana pela China destinada a captar o investimento local e a fomentar a internacionalização do sector. A primeira etapa da “Portugal-China Property and Investment Road Show 2014” constitui também uma das maiores participações portuguesas na “Shanghai Overseas Property & Investment Immigration Show”, cuja 10.ª edição decorre com 160 expositores de 25 países e regiões. “O nosso produto imobiliário é seguro e rentável”, salientou à agência Lusa Sandra Fragoso, gestora da Fundação AIP (Associação Industrial de Portugal) e do Salão Imobiliário de Portugal.

Há cada vez mais interesse na Língua Portuguesa A China mostra cada vez mais interesse na Língua Portuguesa e pretende transformar Macau num centro de excelência de ensino da língua, devido ao interesse económico em países lusófonos, disse a académica Carmen Mendes, em Coimbra. “Há um crescente interesse da China na Língua Portuguesa” que acompanha o próprio interesse económico do país asiático em países como Brasil, Moçambique ou Angola, disse hoje a professora da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Carmen Mendes, à margem da apresentação do seu livro “Portugal, China e as negociações de Macau”. Tal fenómeno “extravasa a vontade de Portugal” e este “não tem voto na matéria”, observou, frisando que, “enquanto houver interesse da China no mercado lusófono, a língua e o legado lusófono mantêm-se em Macau”.

“Eu quero ser tua” vence Festivalda Canção da RTPA canção “Eu quero ser tua”, da autoria de Emanuel e interpretada por Suzy, foi a vencedora da 50.ª edição do Festival da Canção da RTP. O tema vai representar a televisão estatal portuguesa no Festival da Eurovisão, em Copenhaga (Dinamarca), que irá decorrer entre os dias 6 e 10 de Maio.

NATO Piratas ucranianos fazem ataque informáticoO ataque efectuado, ontem, contra várias páginas na Internet da NATO, já foi reivindicado por um grupo de hackers ucranianos. “Nós declaramos que hoje, às 18h, lançamos um ataque contra a NATO. Não admitiremos em território da nossa pátria a presença da NATO”, assumiu um grupo auto-denominado de “CyberBerkout” num comunicado publicado avançado pela agência AFP.

Índia Seguidoresnão reconhecema morte do seu guruUm guru indiano foi declarado morto há seis semanas, porém o seu corpo ainda não foi enterrado, encontrando-se conservado dentro de um frigorífico pelos seus fiéis seguidores. Os discípulos de Ashutosh Maharaj acreditam que ele está apenas a meditar e que assim que terminar as suas orações vai regressar como se nada fosse. “Mahara manda mensagens aos seguidores quando todos estão a meditar, dizendo para protegerem o seu corpo até ele acordar”, afirmou à BBC, o porta-voz, Swami Vishalanand. “Ele não está morto. A medicina não entende coisas como a ciência do yoga”, acrescentou. A situação motivou uma acção em tribunal do antigo motorista do guru, que não concorda com o que está a ser feito ao cadáver de Mahara, contudo o seu pedido foi recusado.

Robô bate recorde de cubo mágico em apenas 3,2 segundosO robô ‘Customer 3’ quebrou o recorde do cubo mágico ao resolver o quebra-cabeças em apenas 3,235 segundos. O episódio deu-se durante a feira de ciência e tecnologia ‘Big Bang’, em Birmingham, no Reino Unido. Segundo o site da BBC, o recorde anterior pertencia à mesma equipa, com os designers David Gilday e Mike Dobson, tendo sido registado há três anos atrás com a marca de 5,27 segundos. O robô foi construído com peças de Lego e destina-se especificamente a resolver o cubo, possuindo ainda um ‘smartphone’ para tirar fotos e decifrar o quebra-cabeças mais rápido.

A Câmara Municipal de São João da Pesqueira estima que as exportações do con-

celho para a China aumentaram cerca de 234% entre 2012 e 2013. Segundo um comunicado enviado às redacções, só a venda de vinho do Porto para o continente terá registado um aumento entre os 110 e 130 mil euros, com o preço médio de um litro de vinho ronda agora os 28,59 euros, ao invés dos anteriores 8,25 euros. “No caso de São João da Pesqueira, estima-se um crescimento de cinco a seis mil litros de vinho DOP Douro ex-portados para o espaço da grande China”, lê-se ainda.

Actualmente o município pos-sui um protocolo de cooperação com a Associação para a Promo-

SÃO JOÃO DA PESQUEIRA REFERE AUMENTOS ACIMA DOS 200%

Vendas para a China “em alta”ção do Intercâmbio Económico, Comercial e Cultural entre a China e os Países Lusófonos (APCL) e um outro acordo entre uma associação industrial e co-mercial de São João da Pesqueira com o grupo Paladar, de Macau. Tudo com vista a aprofundar “a estratégia de reforço dos canais de cooperação entre o concelho e o mercado chinês, aproveitando o papel de plataforma da RAEM”. O objectivo desses acordos pas-sam pela mostra dos produtos e dinamização dos mesmos junto do mercado chinês.

O município de São João da Pesqueira já esteve presente em duas edições da Feira Internacio-nal de Macau (MIF), sendo que o ano passado teve um pavilhão

só para si, graças ao apoio do Fórum Macau. Para este ano já está a ser preparada mais uma edição da festa Vindouro 2014, outro dos meios de dinamização dos produtos vitivinícolas. Paulo Tolda, responsável pelo gabinete de empreendedorismo da câmara municipal, “apelou perante os empresários de Macau a uma maior participação de delegações empresariais não só de Macau mas também do continente chi-nês, anunciando que a Câmara Municipal, à semelhança dos anos transactos, irá providenciar apoio logístico, além do lança-mento de um guia bilingue dos produtos do Concelho para faci-litar o acesso à informação dos empresários chineses.” - A.S.S.

cartoonpor Stephff

A VERDADEIRAVOTAÇÃO