Vinte e duas obras do artista de Macau sobre poetas e escritores podem ser vistas na Residência Consular. Só até dia 18.

O pontapé de saída é dado esta madrugada. Portugal goleoua Irlanda no ensaio geral. Daqui para a frente é a doer.

EXPOSICÃOCarlos Marreiros mostra “Letras”

Apesar das garantias de segurança por parte do Governo, os residentes queixam-sede não ter sido ouvidos e alertam para os perigos de construção da bomba numa área perto da zona

de lançamento de panchões. Pereira Countinho e Leong Veng Chai juntam-se ao protesto.

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 Q U I N TA - F E I R A 1 2 D E J U N H O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 1 0 8

hojemacauTAIPA RESIDENTES CONTRA BOMBA DE GASOLINA

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PÁGINA 4

RELACÕESPERIGOSAS

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POLÍTICA PÁGINA 2

EVENTOS PÁGINA 12

Pereira Coutinho voltaao ataque e acusa o governode não querer educara população no âmbito político.

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A FESTA VAI COMEÇARMUNDIAL

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hoje macau quinta-feira 12.6.20142 POLÍTICA

JOANA FREITASjoana.freitas@hojemacau.com.mo

“O Governo não tem intenções de edu-car as pessoas no âmbito político”.

Quem o diz é José Pereira Couti-nho, que denunciou ontem que o Executivo não tem qualquer inten-ção de incluir no plano educacional dos próximos 20 anos no ensino não superior matérias relacionadas com a educação política. O deputa-do já entregou um projecto de lei à Assembleia Legislativa (AL) para incluir a política no ensino.

Em declarações ao HM, o de-putado – que organizou uma con-

UM artigo publicado ontem pela revista de

Hong Kong Next asse-gura que, há dois anos, a Comissão de Inspecção Disciplinar do Partido Co-munista da China abriu uma investigação a Edmund Ho, ex-Chefe do Executivo de Macau. A publicação diz que esta entidade não “descobriu nada”, mas salienta que,

recentemente, o Governo Central – que anunciou um ataque à corrupção – voltou a abrir o caso. “O Governo de Pequim reabriu a in-vestigação a Edmund Ho, obrigando a que sejam dadas informações e a que sejam investigados os colegas antigos de Edmundo Ho”, diz a revista, citando “fontes importantes”.

O grupo Consciência de Macau, que também já entregou uma queixa junto do Ministério Público a pedir que Ho seja investi-gado por abuso de poder e corrupção em negócios relacionados com casinos, lançou um comunicado ontem à noite para debater o assunto hoje, frente aos jornalistas.

“O Governo não tem intenções de educar as pessoas no âmbito político, para poder propositadamente continuar a controlaras massas pela ignorância, desconhecimentoe falta de informação política”

PEREIRA COUTINHO ACUSA GOVERNO DE NÃO QUERER EDUCAR PESSOAS AO NÍVEL POLÍTICO

Esta mania de criar carneirinhosCoutinho volta ao ataque: o Governo não introduziu qualquer componente educacional política no plano para o ensino não superior dos próximos 20 anos. Uma acção que Pereira Coutinho diz ser propositada, para que as pessoas vivam sem informação.O deputado entregou um projecto de lei sobre o assunto

ferência para falar no assunto – fez questão de frisar que não considera normal a decisão do Governo.

“É estranho que, no plano educacional para os próximos 20 anos, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) e o Governo não tenham um plano a nível educacional no âmbito políti-

co. São 20 anos e é estranho que o Governo não tenha integrado esta componente tão importante para os jovens, quando muitos deles, futuramente, podem vir a ocupar funções na Administração”, frisa Pereira Coutinho.

O deputado pode achar estra-nho, mas ressalva também que

considera a acção do Governo propositada.

“O Governo não tem intenções de educar as pessoas no âmbito político, para poder proposita-damente continuar a controlar as massas pela ignorância, desco-nhecimento e falta de informação política, porque, assim, as políti-cas autoritárias e as elaboradas à porta fechada dentro dos gabinetes podem ser facilmente implemen-tadas sem contestação, porque as pessoas não conhecem nem os procedimentos, nem as formas como são feitas as coisas”, acusa Pereira Coutinho. O deputado diz que não ensinar bases de política é mais “conveniente” para o Go-

verno ter uma “população menos educada neste aspecto”.

Só recentemente se viu um maior movimento de pessoas nas ruas contra o Regime de Garan-tias para os Altos Cargos, que o Governo acabou por retirar. Mas esta – que juntou 20 mil pessoas - foi a única grande manifestação contra políticas implementadas pelo Executivo, desde o estabele-cimento da RAEM.

Pereira Coutinho recorda ao HM que a sua geração ainda chegou a ter educação política nas escolas, para dizer que este é um assunto importante a ensinar, ainda que de forma básica.

COM ESPERANÇA NA LEI O deputado evoca ainda o recente relatório da ONU, que destaca problemas relacionados com a Lei contra a Violência Doméstica, a que regula a habitação pública a e anti-discriminação, para notar que os alunos deveriam aprender, pelo menos, os acordos internacionais que Macau assina.

“Achamos por bem que as Convenções Internacionais, nome-adamente os pactos internacionais sobre direitos políticos e cívicos, façam parte da componente edu-cacional, quer a nível pré-univer-sitário, quer universitário.”

Questionado sobre o facto de as escolas poderem vir a ensinar polí-tica de forma diferente, consoante as opções dos professores, Pereira Coutinho diz que a ideia é ensinar algo mais geral, apenas para que os estudantes tenham noções básicas de política.

“Acho que a maior parte das escolas públicas e privadas tem interesse em dar esse tipo de edu-cação política e cívica aos seus alunos. Mas, o que estamos a fazer é construir um conjunto de obriga-ções ao Governo, no sentido deste trabalhar na promoção e sensibi-lização às escolas, para que estas ministrem aulas políticas básicas.”

Na semana passada, o deputado entregou um projecto de lei para que seja promovido nas escolas o ensino politico. Agora, diz ao HM, resta esperar.

“Assim que o presidente da AL agendar a discussão na generalidade, se conseguir reunir os votos todos e se for para discussão na especiali-dade, então vamos trazer uma nova onda de participação da sociedade em geral para dar a entender ao Governo o que queremos”, explica como forma de acções futuras.

Para o deputado – que já tinha feito recentemente uma interpela-ção sobre o assunto - não restam dúvidas: “o futuro de Macau passa pela educação política dos jovens” para que estes sejam mais com-petitivos comparativamente aos das regiões vizinhas. “Eles têm formação que nós não temos”, remata Pereira Coutinho.

O projecto de lei ainda não tinha sido aceite pela AL até ontem à noite.

Revista Next acusa Edmund Ho de corrupção

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3 políticahoje macau quinta-feira 12.6.2014

Os deputados querem sugerir ao Governo que parte das contribuições da Segurança Social dos empregadores também entrem no Fundo de Garantias de Créditos Emergentes, de modo a que o Executivo não tenha de injectar dinheiro sozinho para pagar dívidas de outros JOANA FREITASjoana.freitas@hojemacau.com.mo

O S deputados estão a pensar sugerir ao Executivo que per-mita a transferência

de parte das contribuições dos em-pregadores do Fundo de Segurança Social para o Fundo de Garantia de Créditos Emergentes das Relações de Trabalho. Isso mesmo explicou Cheang Chi Keong aos jornalistas após uma reunião da 3ª. Comissão Permanente da Assembleia Legis-lativa (AL), que analisa na espe-

Autocarros CCAC “não comenta” contratos ilegais de operadorasInstado pelo HM a comentar sobre o recente anúncio do Executivo de que a TCM e a Transmac iriam continuar a operar até ao final do contrato, o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) recusa-se a dizer seja o que for. Numa resposta enviada ao HM, o organismo vinca que “relativamente às perguntas colocadas, o CCAC vem informar que não fará qualquer comentário sobre o assunto”. O HM questionou o organismo sobre a possibilidade de a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) manter o vínculo com as duas mais antigas operadoras de autocarros, quando o CCAC disse expressamente que estes seriam ilegais. Mais ainda, o HM questionou o organismo sobre se não deveria ser obrigatório rescindir os contratos e se o CCAC pretendia fazer algum tipo de alerta sobre o caso. Recorde-se que se ficou a saber esta semana que o Governo vai esperar que os contratos com a TCM e a Transmac cheguem ao fim para os alterar, apesar de o CCAC ter sugerido que os contratos fossem rescindidos por violarem a lei. A Macau Nova Era, que fica com os serviços da Reolian, já terá de respeitar um contrato no âmbito do Regime de Concessão de Serviços Públicos, mas as duas empresas em funcionamento vão manter-se com o actual contrato que prevê apenas a exploração de serviços de autocarros, algo visto pelo CCAC como a “violação à lei mais grave de sempre”. Os contratos com a TCM e a Transmac só terminam em 2018, altura em que se farão, então, as negociações para novos contratos. - J.F.

LEONOR SÁ MACHADOleonor.machado@hojemacau.com.mo

N UMA resposta dada à interpelação do de-putado Zheng Anting

sobre o terrorismo na China, as autoridades de Macau as-seguram que estão preparadas para qualquer ataque terrorista que possa ocorrer, embora Vong Chun Fat, chefe de gabinete do Secretário para a Segurança tenha dito que não há espaço para alarme.

De acordo com Vong, foi efectuado um despacho pelo Secretário para a Segurança, em Março deste ano, que pre-via a determinação de várias medidas e procedimentos no sentido de uma maior prevenção contra eventuais terroristas. Contudo, o chefe de gabinete de Cheong Kuok Vá assegura que não há razão

TERRORISMO AUTORIDADES ASSEGURAM MECANISMOS DE PREVENÇÃO

Fronteiras e casinos armados

CRÉDITOS EMERGENTES DEPUTADOS QUEREM EMPREGADORES A CONTRIBUIR PARA O FUNDO

Quem deve, tem de temercialidade o Regime de Garantia de Créditos Emergentes das Relações de Trabalho.

“Estamos a pensar seriamente se é possível aditar uma norma sobre o princípio da sustentabili-dade, porque só o Governo é que passa a ter a responsabilidade sobre o pagamento”, começou por explicar Cheang Chi Keong. O presidente da Comissão recorda que, com a nova lei, o Governo pretende pagar em adiantado aos trabalhadores, quando os patrões lhes ficarem a dever salários.

O Governo já disse que será criado um fundo de 160 milhões de patacas – injectadas pelo Executivo. Os deputados temem que haja problemas com o erário público porque, dizem, faltam garantias na lei.

“Logo de início achamos [o Regime] muito complicado, por ser o que é: isto cria um regime de pagamento adiantado, mas o dinheiro pago ao trabalhador depois tem de ser reembolsado, então e se este não conseguir obter o crédito através da via judicial, como é que recuperamos esse adiantamento?”

Esta foi uma dúvida colocada por muitos deputados na altura da aprovação da lei na generalidade. O principal problema, diz a Co-missão, é que, ainda que o Gover-

no só pague metade das dívidas do empregador ao funcionário, para que este receba tudo o que lhe é devido tem de intentar uma acção judicial. Ora, esta demora e não garante que o trabalhador receba o dinheiro, ficando o Governo sem garantias que o vai receber. A ideia dos deputados é, por isso, criar mais normas que dividam a responsabilidade também pelo empregador.

“Não podemos pedir mais contribuições aos empregadores, mas podíamos aproveitar parte das contribuições do Fundo de Segurança Social para outros fun-dos – neste caso, este – que visem proteger os trabalhadores”, frisou Cheang Chi Keong. “Estamos a pensar incluir nesta lei, de forma a transferir alguma responsabili-dade e a tirar, digamos, 1/3 desse dinheiro para aqui. Não é novo, é apenas incluir parte da matéria do Regime de Segurança Social neste Regime.”

Ainda não há consenso sobre o assunto, sendo que só depois de concordarem todos neste aspecto é que os deputados vão apresentar a proposta ao Governo.

Cheang Chi Keong disse ainda que há muitas melhorias que têm de ser feitas na proposta de lei antes desta ser votada na especialidade.

“Não podemos pedir mais contribuiçõesaos empregadores, mas podíamos aproveitar parte das contribuições do Fundo de Segurança Social para outros fundos (...)que visem proteger os trabalhadores”CHEANG CHI KEONG

para alarme, justificando que “Macau não se encontra ac-tualmente sujeito a qualquer ameaça concreta”.

No mesmo documento, Vong explica, por exemplo, que os sistemas de segurança e prevenção foram melhorados.

Para além da patrulha em volta dos casinos e áreas urbanas ter sido reforçada, os oficiais e os agentes do posto fronteiriço das Portas do Cerco terão que estar munidos de armas de fogo, tendo a PSP também aumentado a sua colecção de escudos anti-motim e cassetetes.

De acordo com Vong, a cooperação entre as autorida-des policiais de Guangdong, Hong Kong e Macau tem sido frequente e inclui acções e seminários de formação, bem como exercícios periódicos anti-terroristas, tudo para “elevar o nível profissional do pessoal” e “servir de intercâm-bio das experiências” entre as autoridades das três regiões da China. O chefe de gabinete aproveita para referir que em 2006 foi já criado um sistema de criptografia – sistemas de

informação codificada – que actualmente continua com “bom funcionamento”.

A resposta surgiu depois de Zheng ter questionado o Governo acerca das medidas de segurança existentes em Macau para combater crimes como o que aconteceu na estação de comboios de Kun-ming, na província de Yunan. O ataque terrorista teve lugar a 1 de Março deste ano e pro-vocou a morte a 30 pessoas, deixando mais de 130 feridos. O crime aconteceu perto das 21 horas e foi cometido por um grupo de homens armados, que começaram por esfaquear vários dos presentes de forma aleatória. Este não foi o único caso recente na China, que tem testemunhado uma onda de violência caracterizada de “terrorista” pelas autoridades do Governo Central.

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4 hoje macau quinta-feira 12.6.2014SOCIEDADE

JOANA FREITAS*joana.freitas@hojemacau.com.mo

J OSÉ Pereira Coutinho e Le-ong Veng Chai vão juntar-se a moradores da Taipa para protestar contra a construção

de um posto de abastecimento de combustível. O Governo anunciou na terça-feira a construção desta instalação, depois de ter tomado a decisão de trocar os locais da construção, inicialmente previsto para ser erguido em Macau.

Em comunicado, enviado na terça-feira à noite, a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Pú-blicas e Transportes (DSSOPT) anunciava que o posto de com-bustível ia ser construído junto da Estrada Almirante Marques Esparteiro, depois de o Governo ter desistido de usar um terreno na Avenida do Hipódromo, do lado de Macau.

O Executivo justifica a decisão com as mudanças que têm aconte-cido na Taipa e assegura que tudo foi analisado para decidir o local.

“A fim de escolher um terreno adequado para a troca, após a DS-SOPT ter recebido em Novembro de 2011 o estudo prévio entregue

Venetian “Local de utilidade turística de forma definitiva”

“O que mais preocupa é que perto daqui há zonas para a queima de panchões, fogo de artifício e foguetes e é possível haver perigo se se construir uma bomba de gasolina perto”CHANG Porta-voz do grupo de residentes

TAIPA DEPUTADOS E MORADORES CONTRA CONSTRUÇÃO DE BOMBA DE GASOLINA

Barril de pólvoraA bomba passou de Macau para a Taipa, numa zona onde, para além de residências e templos, existe também uma área para o lançamento de panchões. Pereira Coutinho e Leong Veng Chai juntam- -se aos moradores no protesto contra esta decisão

O Governo declarou o Venetian como um local de utilidade turística de forma

definitiva. O anúncio foi feito ontem, em Boletim Oficial.

“É declarado de utilidade turística, a títu-lo definitivo, o Hotel The Venetian Macao, classificado em cinco estrelas, localizado no Cotai, em benefício da Venetian Cotai, S.A.”, escreve um despacho do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U.

Os motivos que levaram o Governo a tomar a decisão prendem-se principalmente com o facto de o Venetian ser gerido por um grupo hoteleiro “de nível internacio-nal”, mas também por ter em conta es-pecificidades locais e dar prioridade aos

locais. O despacho indica que o Venetian recebeu a distinção por ter restaurantes de gastronomia macaense e portuguesa, por dar prioridade de emprego aos residentes locais e os que tiraram cursos no Instituto de Formação Turística e outras instituições locais de formação na área hoteleira e por serem capazes de contratar funcionários “habilitados a falar correctamente as lín-guas oficiais e o inglês”.

Estes são considerados “requisitos es-peciais” que o Venetian cumpre, além das normais regras que um hotel tem de seguir.

O HM tentou obter um comentário do resort, mas o Venetian informa não ter nada a dizer. - J.F.

pelo concessionário de construção do posto de abastecimento de com-bustíveis, foi solicitado às várias entidades para se pronunciarem sobre a questão, no sentido de garantir que o local escolhido para a construção do posto de abastecimento de combustíveis não tenha impacto tanto para os cidadãos, como para o trânsito e

que as condições de segurança do posto de abastecimento de com-bustíveis cumpriam o exigido pela Administração.”

CIDADÃOS MANIFESTAM-SE O Executivo diz ter recebido pareceres favoráveis de três de-partamentos do Governo, tendo optado pelo terreno na Taipa para

construir o posto. Os cidadãos não concordam e já se manifestaram contra a decisão, que dizem nem sequer ter sido feita com base em opiniões da população.

“Perto daqui há templos e casas de idosos. Se o posto for construído, vai diminuir a estrada e causar poluição, sendo que esta é uma estrada principal de acesso dos moradores”, começou por di-zer Chang, porta-voz do grupo de residentes que se manifestaram na terça-feira à noite. “Na Taipa já há muitas bombas de gasolina, ainda é preciso mais?”

Os moradores queixam-se de que o Governo já começou a pre-parar os trabalhos para a construção do posto, tendo inclusive fechado a área “sem que nenhuma consulta pública fosse feita”.

O principal problema apontado é não só a proximidade das casas, como o facto de aquela ser uma zona de recreação. “Espero que o Governo mantenha esta área de recreação, porque já quase não há e, além disso, o que mais preocupa é que perto daqui há zonas para a queima de panchões, fogo de arti-fício e foguetes e é possível haver perigo se se construir uma bomba de gasolina perto”, disse Chang.

O local fica próximo à zona de lançamento de foguetes da Taipa, utilizada nas festividades do ano novo chinês.

Mais de dez moradores senta-ram-se no chão perto do terreno, onde recolheram assinaturas de outros residentes para entregar ao Governo. Na manifestação esteve o deputado Leong Veng Chai, que hoje se junta novamente aos mora-dores com José Pereira Coutinho, para entregar uma petição. “Fomos solicitados pelos moradores da zona

para ajudar a resolver esta questão de fundo, que é o facto de o Governo pretender construir essa gasolineira numa zona tão residencial e perto das zonas dos panchões. Além dis-so, vai provocar um grande impacto no ambiente”, disse Pereira Couti-nho ao HM, justificando o apoio aos moradores. Para a porta-voz dos residentes, há que lutar até ao fim para impedir que o Executivo avance com a ideia.

No comunicado onde anuncia a construção, contudo, o Governo garante que há segurança suficien-te. “O terreno, com uma área de

508 m2, é adequado para a cons-trução do posto de abastecimento de combustíveis uma vez que se encontra bastante distante das zonas habitacionais e pelo facto deste terreno não ter grande con-centração pedonal, podendo assim atenuar o receio da população”, frisa em comunicado. “A fim de garantir as condições de segurança do posto de abastecimento de com-bustíveis, a Administração exigiu ao concessionário o cumprimento dos padrões e dos requisitos exigi-dos na elaboração do projecto do posto, na sua construção e na sua futura exploração.”

A Asia Environmental Energy S.A. é a empresa responsável pela construção e gestão do posto que terá dois pisos e foi quem trocou o terreno que detinha em Macau por este, na Taipa. A empresa tem de “executar dentro da área do terreno concedido uma zona verde com uma área de 296 metros quadrados”, acrescenta o Executivo.

O terreno que inicialmente ia servir para a construção do posto vai ser encaixado nas obras do metro ligeiro. - *com Flora Fong

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5 sociedadehoje macau quinta-feira 12.6.2014

FLORA FONGinfo@hojemacau.com.mo

O S Serviços de Saúde (SS) descartam as acusações de negli-gência no caso de um

estudante que caiu na escola há cerca de quatro anos e que se quei-xa de não ter recebido assistência médica suficiente. O caso remonta a 2010, mas esta semana voltou à baila, quando a Macau Consciência organizou uma conferência para ajudar o aluno.

O rapaz foi empurrado por um colega na escola há quatro anos, e até hoje assegura não estar totalmente recuperado. O jovem não se conse-gue sentar, nem fazer “movimentos simples”. Tanto o rapaz, como a mãe acusam a escola, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) e o Centro Hospitalar Conde de São Januário de terem demorado muito a prestar assistência médica e pediram a transferência do jovem para um hospital de Hong Kong.

O jovem diz ter sido diagnosti-cado com fractura no cóccix e diz que o médico que o atendeu só lhe receitou pomadas e analgésicos. Os SS garantem que não há qualquer fractura e criticam tanto o aluno, como a mãe.

“O diagnóstico efectuado na altura [em 2010] referenciou uma contusão no cóccix, não tendo sido evidenciada nenhuma fractura. Pe-rante este quadro clínico o paciente foi transferido para o Serviço de Medicina Física e de Reabilitação e o Serviço de Ortopedia para acom-panhamento. Desde essa altura que o Centro Hospitalar Conde de São Januário tem vindo a proporcionar continuadamente tratamentos di-ferenciados ao doente, incluindo ortopedia, medicina física e reabi-litação e neurocirurgia”, reiteram os SS em comunicado enviado na noite de terça-feira.

“Também temos proporciona-do ao doente diversos exames clíni-cos e (...) o internamento, de modo a submetê-lo a um tratamento diferenciado face às dores sintomá-ticas que apresentava. Salienta-se, contudo que apesar do empenho e dedicação dos profissionais de saú-de de Macau quer o doente quer a família não foram prestáveis com a

A Universidade de Ma-cau (UM) registou dois grandes avan-

ços na área da medicina, relacionadas com as doenças crónicas da diabetes e da esclerose múltipla. No caso da diabetes – doença que provoca a impossibilidade do

corpo humano processar os açúcares ingeridos –, a equi-pa liderada pelo professor e investigador Siu-wai Leung conseguiu criar uma terapia para diabéticos do tipo 2 com predisposição para a obesi-dade, algo pelo qual se tem esperado há já várias décadas.

Leung, juntamente com a sua equipa, que descobriu que a adição da substância química dapagliflozin a medicamentos convencionais para diabetes do tipo 2 poderia ajudar a controlar os níveis de glicémia (açúcar) no sangue. A pesquisa foi conduzida pela equipa do

instituto de ciências médicas chinesas da UM e pelo State Key Laboratory of Quality Research in Chinese Medicine.

A UM também registou outro importante avanço para a medicina mundial e que tem como base as células estami-nais como elemento de com-

bate da esclerose múltipla, uma doença degenerativa e crónica que afecta milhões de pessoas em todo o mundo. A pesquisa, encabeçada pelo investigador e professor Xu Ren-He, ainda se encontra em estudo, mas uma notícia da UM assegura que, “se bem

sucedida, pode beneficiar os pacientes de esclerose múltipla e portadores de outras doenças auto-imunes. O estudo de Xu, professor recém-chegado à faculdade de ciências da saúde da UM, foi já publicado no jornal académico Cell Press. - L.S.M.

Aluno na sede da Macau Consciência, deitado para “estar mais confortável”

SERVIÇOS DE SAÚDE SANGUE É SUFICIENTE

“...quer o doente quer a família não foram prestáveis com a situação, demonstraram (...) falta de sinceridade no preenchimento das informações...”COMUNICADO DOS S.S.

UNIVERSIDADE DE MACAU AVANÇOS NA ÁREA DA MEDICINA

Novas descobertas sobre diabetes e esclerose múltipla

A troca de acusações entre a família do jovem e os vários organismos envolvidosno caso, (escola, Centro Hospitalar Conde de São Januário e DSEJ), já dura há quatro anos sem que até hoje se tenha conseguido apurar responsabilidades

S.S. DESCARTADAS ACUSAÇÕES DE NEGLIGÊNCIA EM CASO DE ALUNO QUE CAIU NA ESCOLA

De quem é a culpa, afinal?

situação, demonstraram em vários momentos falta de sinceridade no preenchimento das informações e inclusive chegaram a recusar a execução de alguns exames, entre outras situações.”

O aluno decidiu mudar de esco-la, por se queixar da falta de atenção e de apoio financeiro, acabando por abandonar os estudos devido “às dores e incapacidade de se sentar”. A Macau Consciência acusou esta semana os SS de negligência médica e pediu que o aluno fosse transferido para Hong Kong.

O jovem já chegou a ir à região vi-zinha, mas diz que teve de abandonar os tratamentos por falta de dinheiro. Já os SS referem que o relatório que receberam de Hong Kong não especifica claramente o relatório de diagnóstico e o médico apenas pres-creveu algumas vitaminas, usando a metodologia idêntica à aplicada pelo hospital público de Macau.

Os SS dizem ainda que a decisão de enviar o aluno para Hong Kong é da responsabilidade do médico e atiram que, apesar das acusações, vão continuar a prestar apoio ao jovem.

Ao contrário do que alguns boatos deram a entender durante o dia da passada terça-feira, os Serviços de Saúde asseguraram, na noite do mesmo dia, que o stock de sangue dos hospitais de Macau é suficiente. Os rumores referidos são de origem desconhecida e apelavam para a dádiva de sangue para uma jovem que se encontra hospitalizada, alegadamente necessitando de

sangue do tipo A. Pedia-se aos cidadãos que se dirigissem ao Centro de Transfusões de Sangue para fazer doações. A informação – erradamente difundida, de acordo com o organismo – implicou pedidos de informação de mais de cem pessoas até ao local de doação de sangue durante a passada terça-feira. Os SS apressaram-se, na

mesma noite, a desmentir os boatos, afirmando que “não há falta de sangue e lamentavelmente esta situação perturbou alguns cidadãos dadores”. Para além de haver stock suficiente de sangue tipo A, a entidade responsável frisa que também existe sangue suficiente de todos os restantes tipos de sangue, não havendo a necessidade de mais doações por parte da população.

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6 sociedade hoje macau quinta-feira 12.6.2014

LEONOR SÁ MACHADOleonor.machado@hojemacau.com.mo

O Executivo exige que a Companhia de Elec-tricidade de Macau (CEM) faça a ins-

pecção e manutenção da rede de transporte e distribuição de elec-tricidade no território, de forma a evitar falhas de fornecimento de energia eléctrica durante o Verão. A empresa de electricidade deverá entregar, o mais rápido possível, um plano de prevenção para responder ao pico da procura que caracteriza os meses de Verão em Macau.

O Gabinete para o Desenvol-vimento do Sector Energético (GDSE) está “extremamente apre-ensivo” com os mais recentes apa-gões de electricidade que tiveram lugar nos primeiros meses deste ano. Para prevenir falhas de energia

A recém-criada empresa de autocarros Nova Era anun-ciou o aumento do salário

dos seus funcionários. Há, contu-do, uma fracção dos trabalhadores que receia, mesmo com a subida prevista dos salários mensais, que o valor de subsídios atribuídos possa diminuir. Estes estimam que os ordenados, juntamente com o valor dos subsídios, deverão somar 18 mil patacas mensais, traduzindo--se num valor mais alto do que o atribuído aos trabalhadores das duas outras empresas existentes no mercado. No entanto, existe outra fracção de funcionários que tem confiança na nova gestão e

O Governo pode vir a proibir obras de ligação de esgo-tos nas vias públicas no

caso de se verificarem problemas na água de Macau relacionados com poluição. A eventual proibição foi anunciada ontem pelo Executivo, que tem vindo a prestar atenção à questão da poluição das águas do território como consequência do despejo de detritos e resíduos provenientes de estaleiros de obras.

Assim, o Governo requer que seja criado um sistema de decanta-ção, tratamento e infiltração mais

TERRENO DA CENTRAL DEVOLVIDO AO GOVERNORelativamente ao terreno que a CEM actualmente ocupa com a sua central de electricidade, na Areia Preta, o GDSE já referiu que deu início aos trabalhos de devolução da propriedade, afirmando que esta “sempre pertenceu ao Governo da RAEM”, tendo apenas permitido que a empresa de electricidade a ocupasse por um dado período de tempo. O GDSE prepara-se agora para reaver o terreno, de modo a que os serviços competentes “o possam destinar a outros fins”, até ao momento desconhecidos.

ELECTRICIDADE GOVERNO RESPONSABILIZA CEM POR APAGÕES E DESCARTA EMPRESA CHINESA

Sem culpas no cartóriodurante o Verão, altura do ano em que é utilizada mais electricidade na RAEM, o GDSE pediu à CEM que mobilizasse mais pessoal para inspeccionar as várias subestações espalhadas pelo território e que apertasse o controlo através do sistema de monitorização online. Tal deverá servir para criar medidas de prevenção e garantir a estabili-dade da rede de fornecimento de electricidade em Macau.

Recorde-se que o fornecimento de energia eléctrica tem vindo a ser feito, desde 2008 – através da assi-natura do Protocolo de Cooperação

no âmbito da electricidade, 2010-2020 feito entre Macau e a China Southern Power Grid Corporation, a empresa do interior da China.

De acordo com o Governo de Macau, é a CEM quem tem questões para resolver e melho-rar, a fim de evitar mais falhas

de electricidade como as que têm acontecido. Isto porque, de acordo com o GDSE, “a Power Grid tem vindo a oferecer um forte apoio para o abastecimento de electri-cidade a Macau e para o rápido desenvolvimento da sociedade e da economia de Macau, garantindo o fornecimento seguro e estável de electricidade a Macau”.

É descartada qualquer possibi-lidade de culpa pelos apagões na empresa de fornecimento chinesa, si-multaneamente frisando que a CEM necessita de reforçar a inspecção e manutenção da rede de transporte.

AUTOCARROS NOVA ERA AUMENTA ORDENADOS

Muda a gestão, sobem os salários

que desconhece casos de pessoas que pretendam mudar de empresa.

A Nova Era teve duas reuniões com os trabalhadores da Reolian nas quais foram principalmen-te discutidas as suas regalias e compensações e outras questões concretas que dizem respeito ao trabalho dos funcionários.

Na passada terça-feira, Daniel Fang Linqun, o director da recém--criada Nova Era, confessou-se confiante de que a empresa de autocarros vai conseguir cobrir as despesas da antiga Reolian, pelo menos durante o período de três anos previsto no contrato assinado. O director afirmou ainda que os salários mensais deverão flutuar entre as 12 mil e as 14 mil patacas. Na mesma conferência, Linqun confessou que o escasso número de condutores é um dos principais obstáculos que a Nova Era enfrenta neste momento, tendo-se regista-do a diminuição de cerca de 50 funcionários. Questionado sobre a possibilidade de intercâmbio de condutores da TCM para a nova empresa, o director insistiu que tal não iria acontecer, pois as duas concessionários funcionarão de forma independente. - F.F. com L.S.M.

POLUIÇÃO GOVERNO AMEAÇA PROIBIR OBRAS

Já chega de detritoseficaz, que não afecte os esgotos e a sua capacidade de drenagem, bem como o bom funcionamento das instalações de tratamento de água residual. O não cumprimen-to das normas estabelecidas pelas entidades responsáveis pode não só provocar uma maior poluição das redes hídricas do território, como também inundações em dias de chuva e tempestade, que podem ser consequência de even-tuais entupimentos nos esgotos, por exemplo. O Governo pede aos promotores imobiliários e

empreiteiros que, para além do desenvolvimento económico da RAEM, tenham também em conta a sua própria responsabilidade social. O anúncio da possível proibição da realização de obras aconteceu depois das inspecções do Instituto para os Assuntos Cí-vicos e Municipais (IACM) terem registado a acumulação excessiva de areia e cimento na zona do COTAI. Ontem, o instituto voltou ao local com os jornalistas.

O Governo pede ainda às entidades responsáveis pelas obras que cumpram as regras estabelecidas pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públi-cas e Transportes e pelo IACM, “de modo a evitar inundações e a poluição ambiental”. - L.S.M.

7CHINAhoje macau quinta-feira 12.6.2014

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ANÚNCIO【N.º 67/2014】

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar o representante do agregado familiar da lista de candidatos a habitação social abaixo indicado, no uso da competência delegada pela alínea 1) e 14) do n.º 1 do Despacho n.º 01/IH/2014, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 3, II Série, de 15 de Janeiro de 2014 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

N.º do boletimde candidatura

XNomeXXXX XXXXXXXX

N.º do boletimde abono de residência

Restituiçãodo valor do abono

31200901579 CHEONG POU HEI 30201100242 16,200 patacas

Após as verificações deste Instituto, notamos que o total do rendimento mensal do agregado familiar de candidatos a habitação social acima mencionado ultrapassa o valor constante da tabela I do n.º 1 do Despacho do Chefe do Executivo n.º 179/2012, alterado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 415/2013, pelo que, este não reúne os requisitos exigidos para a candidatura, nos termos da tabela I do n.º 1 do Despacho do Chefe do Executivo n.º 179/2012, alterado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 415/2013, alínea 3 do artigo 2.º e n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 25/2009 (Atribuição, Arrendamento e Administração de Habitação Social). Este Instituto informou-o por meio de ofício, com o no 1403050011/DHS, datada de 5 de Março de 2014, a solicitar ao interessado acima mencionado para apresentar por escrito a sua contestação pelo facto acima referido no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de recepção do referido ofício, entretanto não o fez dentro do prazo indicado. Nos termos dos artigo 5.º e alínea 2) do artigo 11.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, e n.º 2 do artigo 9.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, com as alterações introduzidas pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 141/2012, assim como da decisão do despacho do Chefe do Departamento de Habitação Pública, exarado na Proposta n.º 0335/DHP/DHS/2014, a respectiva candidatura foi excluída da lista geral de espera por IH.

Simultaneamente, foi cessado a concessão de abono de residência por o agregado familiar beneficiário ter sido excluido da lista geral de espera, e implicando a restituição do abono recebido a partir do mês seguinte ao da verificação da respectiva ocorrência, no prazo de 30 dias a contar da data de publicaçao do presente anúncio, de acordo com os termos da alínea 1) do n.º 1 e n.º 3 do artigo 8.º do Regulamento Administrativo n.º 23/2008(Plano Provisório de Atribuição de Abono de Residência a Agregados Familiares da Lista de Candidatos a Habitação Social), com as alterações introduzidas pelos Regulamentos Administrativos n.º 30/2009, n.º 19/2010, n.º 32/2011, n.º 22/2012 e n.º 25/2013, e a decisão do despacho do Chefe do Departamento de Habitação Pública, exarado na Proposta acima mencionada.

Caso queira contestar a respectiva decisão, de acordo com o disposto no n.º 20 do Despacho n.º 01/IH/2014, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 3, II Série, de 15 de Janeiro de 2014 e no artigo 155.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, cabe recurso hierárquico necessário da respectiva decisão adminstrativa, à Presidente do Instituto de habitação, no prazo de 30(trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, o recurso hierárquico tem efeito suspensivo.

O Chefe do Departamento de Habitação Pública, Subst.º

Mio Chan Seng10 de Junho de 2014

C ERCA de 40 mani-festantes protesta-ram ontem em Hong Kong contra a di-

vulgação de um documento visando reafirmar o controlo da China sobre a cidade, bran-dindo rolos de papel higiénico onde tinha sido impresso o documento constitucional da região.

Os manifestantes, que se concentraram junto do escritório da representação de Pequim, queimaram uma cópia do relatório do Conse-lho de Estado da China.

O Conselho de Estado da China publicou na terça--feira um relatório oficial sobre a política para Hong Kong, em que reitera as promessas de aplicação do sufrágio universal para a antiga colónia britânica em

2017, embora condicionada a uma selecção.

O Governo chinês diz apoiar Hong Kong “no de-senvolvimento do sistema de governação democrática”, sublinhando que a implemen-tação do sufrágio universal será “gradual e ordenado”.

Nas negociações para a transferência da soberania de Hong Kong para a Chi-na, concretizada em 1997, Pequim assumiu o compro-misso de aplicar à cidade o sufrágio universal quer na eleição do chefe do Executi-vo, o líder político da Região Administrativa Especial, quer para o Conselho Legis-lativo, o parlamento local.

Actualmente, a popula-ção de Hong Kong escolhe em sufrágio universal apenas metade dos 70 elementos

do Conselho Legislativo, sendo o chefe do Executivo designado por um comité de selecção de 1.200 membros, que permite que Pequim con-siga fazer valer uma posição.

Interpretado como um avi-so para a cidade não ultrapassar os limites da sua autonomia, o documento do Conselho de Es-tado foi divulgado numa altura de crescente tensão política em Hong Kong, onde grupos pró-democracia temem que Pequim recue nas reformas prometidas.

“Foi um passo sem pre-cedentes dado pelo Conselho de Estado com o objectivo de dissuadir as pessoas de exprimirem publicamente o seu apoio à democracia real”, disse ontem o líder do Partido Cívico, Alan Leong, à agência France Presse.

Tailândia Junta militar vai formar um novoparlamento e redigir nova Constituição

REGIÃO

A junta militar da Tailândia vai escolher 150 pessoas para formar um novo parla-

mento e outras 35 para um painel que ficará responsável por redigir uma Constituição para substituir a derrogada após o golpe, informou ontem a imprensa. As designações, em ambos os casos, vão ser aprovadas ao abrigo de uma Constituição provisória que os militares terminaram de elaborar, de acordo com o jornal Bangkok Post.

Os membros do órgão legislativo serão eleitos em representação de sectores profis-

sionais, dos quais cinco vão ser integrados no painel que irá redigir a nova Carta Magna. Este painel será ainda composto por cinco membros da junta militar, bem como por 20 pessoas de um conselho para a reforma e outras cinco de um governo interino, os quais ainda não foram, contudo, criados. A nova Constituição não vai ser submetida a referendo, sendo que a sua validação estará dependente desse conselho para a reforma e, em última instância, da junta militar, explicou fonte daquele órgão ao mesmo jornal, citado pela agência Efe.

HONG KONG PROTESTO APÓS RELATÓRIO DE PEQUIM

Aviso à navegação

LUSA

8 hoje macau quinta-feira 12.6.2014MUNDIAL

JOGOSBRASIL – CROÁCIAArena Corinthians, São Paulo13 de Junho, 04:00

BRASIL – MÉXICOEstádio Castelão, Fortaleza18 de Junho,03:00

BRASIL – CAMARÕESEstádio Nacional, Brasília24 de Junho, 04:00

HORÁRIO DE MACAU

Com Ronaldo recuperado e Nani endiabrado, uma goleada veio mesmo a calhar. O estágio não podia ter corrido melhor

A selecção portuguesa fechou a sua preparação para o Mun-dial 2014 com uma goleada de 5-1 frente à Irlanda, em jogo

disputado no MetLife Stadium, em East Rutherford, em Nova Jérsia.

O jogo de despedida do estágio que a equipa orientada por Paulo Bento tem vindo a fazer nos EUA realizado a seis dias do jogo de estreia com a Alemanha começou da melhor maneira com um golo de cabeça de Hugo Almeida logo aos três minutos.

Cerca de dez minutos volvidos, Cristiano Ronaldo, que regressou à competição após ter falhado por lesão os particulares com a Grécia e o México, teve uma boa oportunidade para marcar num remate de fora da área, mas o guar-dião irlandês evitou o golo.

Contudo, aos 20 minutos, o guarda--redes David Forde não foi capaz de evitar o segundo tento português, tento que começou no calcanhar de Cristiano Ronaldo e acabou num remate de Fábio Coentrão desviado por Richard Keogh.

A sete minutos do intervalo, numa altura de total domínio da equipa por-tuguesa, Hugo Almeida bisou e elevou a contagem para 3-0, após um primeiro cabeceamento de Cristiano Ronaldo.

Os irlandeses ainda reduziram por James McClean aos 52 minutos, com

Fenómeno «Portugal vai chegar aos oitavos de final» Ronaldo, “O Fenómeno”, considera que Cristiano Ronaldo mereceu a Bola de Ouro conquistada em Janeiro e diz que o melhor jogador do mundo vai levar a selecção portuguesa até aos oitavos de final do Mundial. «Cristiano Ronaldo ofereceu a ‘Décima’ aos madridistas. Fiquei muito feliz por ele quando ganhou a Bola de Ouro. Mereceu. Mundial? Portugal está num grupo difícil mas Cristiano vai ajudar a sua equipa a qualificar-se para os oitavos de final», afirmou o brasileiro ao jornal Times of India. No entanto, os maiores elogios de Ronaldo vão para Messi: «É de um nível diferente. Ganhar quatro Bolas de Ouro é um grande feito. Os críticos dizem que precisa de ganhar um Mundial para ter lugar entre os grandes? Ele pode ganhar. Ainda não anunciou a sua retirada. Ainda só tem 26 anos.»

Balotelli anuncia noivadoA selecção italiana treinou esta terça-feira em Mangaratiba, no Rio de Janeiro, numa sessão marcada pela boa disposição. Tudo porque Balotelli anunciou o noivado com Fanny Neguesha na noite anterior no hotel e os companheiros decidiram fazer-lhe uma brincadeira. Assim, à entrada para o relvado, o avançado foi ovacionado por toda a equipa, num ambiente descontraído em que o único sinal negativo foi a ausência de Verratti. O jogador continua afastado dos trabalhos devido a sintomas febris.

Pai de Messi desvaloriza vómitosLionel Messi voltou a sentir-se indisposto no jogo do passado sábado frente à Eslovénia, mas o pai do jogador desvalorizou o sucedido, garantindo que a situação é acompanhada pelos médicos. «Há alguns anos que Messi está com essa situação. Foi analisado por grandes profissionais do Barcelona e o que dizem os médicos é que não se trata de qualquer preocupação. Não se passa só com ele, mas sim com outros grandes desportistas em outras disciplinas. Por vezes é o stress, outras um pequeno problema... mas não há que dar grande importância», afirmou Jorge Messi, em declarações à rádio argentina La Red. O pai da estrela argentina, de resto, garantiu que o seu filho encontra-se em perfeito estado: «Recuperou muito bem da lesão. Sente-se muito bem, a ´top´ para render bem.» No entanto, não deixou de apelar à calma: «O que ele sempre diz é que está com grande ambição para este Mundial. Espera que todo o grupo faça um bom trabalho e possa estar na final. Mas há que ir passo a passo e ver como se começa, porque tudo está dependente dos primeiros jogos.»

Assim ganhamos Alheiras, chouriços e queijos da SerraA Federação Portuguesa de Futebol divulgou alguns números relativos à bagagem que a Selecção Nacional vai levar para Campinas, nomeadamente a selecção gastronómica que os Conquistadores vão poder consumir durante o Mundial. Eis alguns exemplos: 200 kg de bacalhau graúdo, 20 kg de chouriço de carne, 15 kg de salpicão, 12 kg de alheiras, 20 kg de grão de bico seco, 12 kg de feijão encarnado seco, 2 presuntos, 60 kg de arroz carolino, 12 queijos Serra da Estrela, 10 kg de orelha de porco fumada, 10 kg de pernil de porco fumado, 80 kg de polvo congelado, 48 garrafas de vinho do Porto para oferecer.

Jennifer Lopez confirma presença A cantora norte-americana de origem porto-riquenha Jennifer Lopez confirmou, hoje, a presença na cerimónia de abertura do Mundial-2014, quinta-feira, em São Paulo, contrariando rumores que davam conta da sua ausência. «Jennifer não quer dececionar os seus fãs e os fãs do futebol. Ela estará lá», pode ler-se no comunicado emitido pelos porta-vozes da cantora e atriz, não avançado o porquê de Jennifer Lopez ter chegado a avançar que não estaria presente. A FIFA chegou mesmo a comunicar que o hino do Mundial-2014 “We Are One (Ole Ola)” seria cantado pelo cantor norte-americano Pitbull e pela brasileira Claudia Leitte, dois dos três intérpretes da canção. No entanto, agora, os porta-vozes garantem que a cantora «sempre quis participar na cerimónia de abertura», que antecede o jogo entre Brasil e Croácia, e «estará na Arena Corinthians, em São Paulo».

PORTUGAL GOLEIA IRLANDA NO ÚLTIMO PARTICULAR

Os deuses do estágio

MARCO CARVALHOinfo@hojemacau.com.mo

O palmarés fala por si e é ao mesmo tempo o grande inimigo. A

selecção brasileira é a única a ter triunfado no Campeonato do Mundo em cinco ocasiões e a única também a ter dispu-tado todas as fases finais da competição. Sessenta e quatro anos depois de ter organizado o Mundial pela primeira vez, o Brasil volta a receber o maior evento futebolístico do plane-ta e para os adeptos brasileiros que residem em Macau não há meio termo. A jogar em casa, se a “canarinha” não con-quistar a sua sexta copa sairá derrotada da competição, diz Jane Martins, a presidente da Casa do Brasil em Macau: “A selecção brasileira sempre foi muito acarinhada pelo povo. O povo brasileiro é muito patriota nestas ocasiões e dá muito carinho. O Brasil inteiro torce pela selecção brasileira. Ao longo destas últimas semanas os jogado-res brasileiros terão sentido

BRASILEIROS DE MACAU DE ALMA E CORAÇÃO COM O ESCRETE

Em casa, só a vitória salva o Brasilimensa pressão. Eu acho que eles se sentem na obrigação de ganhar o campeonato em casa para dar uma alegria aos adeptos”, afiança.

Mais do que depositarem fé no génio de um jogador ou na solidez do colectivo, os brasi-leiros confiam em Luís Felipe Scolari. O Sargentão deixou de fora da convocatória jogadores como Kaka, Robinho ou Ro-naldinho Gaúcho mas poucos colocam em causa as escolhas do seleccionador brasileiro. Joseclér Filho, Juninho e Lúcio Leal dizem que as escolhas de Scolari não merecem constes-tação: “A selecção, com estes jogadores jovens, são jogadores com muito potencial, jogadores que estão alguns ainda à procu-ra do seu espaço. Eu acredito que este grupo vai dar o seu melhor e deixar o Brasil bem visto. Aceito sem reservas a opinião do treinador”, assume

Joseclér Filho, treinador de futebol e responsável máximo pelas escolinhas do São Paulo Futebol Clube em Macau.

Juninho alinha pela mesmo diapasão. O guarda-redes do Sporting Clube de Macau diz que Luís Felipe Scolari é o treinador indicado para levar o Brasil ao seu sexto título

mundial: “O Brasil tem ao seu dispor muitos jogadores. Acho que dava até para construir uma outra selecção. O brasileiro confia muito no Scolari e estes 23, a meu ver, são mesmo os melhores”, defende o titular das redes dos leões do território.

Para Lúcio Lemos, chef de cozinha num dos mais conhecidos restaurantes brasi-leiros do território, confiança é também a palavra de ordem e Scolari o líder que faltava à selecção canarinha”: “Ele sabe muito bem o que está a fazer e eu acho que as escolhas que ele fez foram bem feitas. Foram feitas de uma maneira muito profissional. Eu acre-dito que os jogadores que ele escolheu vão representar muito bem o Brasil”, afiança.

COM MAGIAA selecção anfitriã divide as honras no grupo A com

o jogador da Irlanda, após um livre, a conseguir ultrapassar a oposição de Raul Meireles e a bater Rui Patrício, que regres-sou à titularidade na baliza portuguesa.

A resposta portuguesa não tardou e acabou por resultar em dois golos no último quarto de gora, o primeiro dos quais apontado por Vieirinha, que tinha entrado cinco minutos antes para o lu-

gar de Varela e que assim marcou o seu primeiro tento pela selecção.

Quando faltavam sete minutos para o final do encontro, assistido por Nani, que já tinha estado na jogada do quarto golo, Fábio Coentrão fixou o resultado final num remate de pé direito que Forde não conseguiu deter.

Este foi o último jogo de preparação

LUSA

hoje macau quinta-feira 12.6.2014 9 mundial

OS ESCOLHIDOS DE SCOLARIGUARDA-REDES: Júlio César (Toronto FC), Jefferson (Botafogo) e Victor (Atlético-MG).

DEFESAS: Dante (Bayern de Munique), David Luiz (Chelsea), Thiago Silva (Paris Saint-Germain), Henrique (Nápoles), Daniel Alves (Barcelona), Maicon (Roma), Maxwell (Paris Saint-Germain) e Marcelo (Real Madrid).

MÉDIOS: Hernanes (Inter de Milão), Luiz Gustavo (Wolfsburg), Oscar (Chelsea), Paulinho (Tottenham), Fernandinho (Manchester City), Ramires (Chelsea) e Willian (Chelsea).

AVANÇADOS: Bernard (Shakhtar Donetsk), Fred (Fluminense), Hulk (Zenit), Jô (Altlético-MG) e Neymar (Barcelona)

SOFÁ INCLINADOCARLOS MORAIS JOSÉ

Fé, Deus e molhoOs alemães são, como se sabe, os mestres da sistemática. Fazem tudo sistematicamente. Seja na filosofia, onde produziram obras duras aos neurónios de roer; seja no futebol, onde apresentam sempre umas máquinas extremamente bem oleadas e sistemáticas.Basta pensar na obra de um Kant, que nos impossibilita de pensar o real. Sim, uma espécie de pensamento tão redutor como o de Sócrates que não nos quer deixar ver para lá do humano. Ou na teoria de um Hegel, que nos impõe um trajecto bem definido e que exclui todos os outros. Enfim, uns obsessivos de primeira, com sérios problemas de megalomania, aliás detectados por Nietszche, o filósofo que marca a transição para Sul do pensamento.O mais curioso é que foi necessário um espanhol da fronteira (um catalão) introduzir de forma radical o futebol realmente alemão na Alemanha. É que o sonho germânico, na bola e nas finanças, foi sempre não deixar os outros tocar na chicha e na massa. Ora Guardiola caiu-lhes como o euro na economia. “Que maravilha”, pensaram os donos do clube bávaro ao ver jogar o Barcelona, “é mesmo aquilo que nós queremos”. E vai daí contrataram o gajo para treinador. Trata-se, portanto, de um dever civilizacional ganhar ao Alemão. Um dever de todos os que não acreditam nos sistemas obsessivos. De todos os que rejeitam a previsibilidade como valor e preferem o improviso. De todos os preferem Nossa Senhora de Fátima a Ângela Merkel, o vinho à cerveja, o chouriço à salsicha. Enfim, de todos os que, contra a mais básica racionalidade, acreditam na fé, em Deus e no molho.

PORTUGAL GOLEIA IRLANDA NO ÚLTIMO PARTICULAR

Os deuses do estágio

P HILIPP Lahm, lateral direito e capitão da selecção co-mandada por Joachim Low,

considerou ser «indiferente para a Alemanha» que Cristiano Ronaldo jogue ou não no jogo de estreia do Grupo G do Mundial-2014, na próxima segunda-feira, no Estádio Arena Fonte Nova, em Salvador.

«Penso que Cristiano Ronaldo vai jogar contra nós, mas se não

Paulo Bento com os pés na terraDepois da goleada à Irlanda, o seleccionador de Portugal disse ter-se tratado de “mais um momento” da preparação da equipa das quinas. “Tendo em conta os factores que já tinha mencionado: gerir da melhor maneira todos os elementos que temos”, acrescentou.Bento sublinhou ter, no momento da partida para o Brasil, “todos disponíveis em termos físicos”. “Todos participaram nos três jogos de preparação e à excepção do Rafa, do Beto e do Pepe todos jogaram de início. Para nós é importante ter um conjunto de observações que pode dar-nos soluções para aquilo que vamos encontrar no Mundial”, referiu ainda.O técnico disse ter ficado satisfeito com o estágio norte-americano, “tal como no Estoril e em Óbidos”, devido à “boa atitude dos jogadores nos treinos e nos três jogos”. Paulo Bento deixou, no entanto, uma garantia: “Não vamos deslumbrados para o Brasil. Não somos a melhor selecção do mundo, tal como não éramos a pior quando empatámos coma Grécia”, justificou.Sobre Ronaldo e Pepe, que só jogaram neste encontro com a Irlanda, disse terem dado “boas indicações”. A utilização da dupla do Real Madrid estava no “plano de jogo” da equipa técnica a partir do momento em que treinaram sem limitações.“Agora temos uma longa viagem, amanhã vamos descansar e na quinta-feira começar a preparar o jogo com a Alemanha”, concluiu Bento.

BRASILEIROS DE MACAU DE ALMA E CORAÇÃO COM O ESCRETE

Em casa, só a vitória salva o Brasilas selecções da Croácia, do México e dos Camarões. O onze “canarinho” inaugura as hostilidades da vigésima edi-ção da Copa do Mundo a 13 de Junho, horário de Macau, frente à selecção croata, na Arena Corinthians, em São Paulo. Mesmo salientando o valor do colectivo, são muitos os adeptos do Brasil que esperam que a magia de Neymar empurre a “canari-nha” para um inédito sexto título mundial: “O Neymar é um grande futebolista. É um cara que joga um futebol fantástico e eu acredito que no Mundial ele vai jogar mais ainda para que se torne para o povo brasileiro uma razão de orgulho ainda maior do que já é”, considera Lúcio Leal. Juninho complementa: “Neymar, seria a hora dele mostrar todo o seu valor para que no próximo ano ou

daqui a dois anos, ele possa lutar pelo estatuto de melhor jogador do mundo”, espera o guarda-redes do Sporting e Natasha Fellini subscreve. A professora não fala apenas por si quando garante que todos os brasileiros têm os olhos postos em Neymar: “Temos muita confiança no Neymar. É o jogador que desperta mais expectativas. O que nós queremos ver é o jogo dele e esperamos que ele faça bastante dentro das qua-tro linhas”, deseja a docente.

CAMINHO PARA O MARACANÃA Croácia é o primeiro adver-sário na desejada caminhada para o título na próxima ma-drugada e depois dos croatas, o Brasil defronta o México em Fortaleza, ao início de 18 de Junho. A selecção canarinha volta a entrar em campo seis dias depois para o derradeiro jogo da fase de grupos, frente aos Camarões e a aventura, esperam os adeptos brasileiros, deverá prolongar-se até ao Mara-canã, o mítico palco de uma

das maiores desilusões do futebol brasileiro. O “Ma-racanaço” ainda hoje deixa amargos de boca e há quem queira saldar contas antigas ou rivalidades de sempre no encontro decisivo do Mun-dial que se avizinha: “A final ideal teria que ser disputada com o Uruguai. Aquela der-rota da década de cinquenta ainda continua engasgada no orgulho dos brasileiros”, defende Juninho.

Se pudesse escolher um adversário, Lúcio Leal tam-bém se ficaria pela América do Sul, mas optaria pelo rival de sempre: “Eu gostava de ver o Brasil jogar com a Argen-tina. Somos grandes rivais no futebol, somos vizinhos e grandes rivais, mas penso que a Espanha é novamente a grande favorita”, assume o chef de cozinha. Joseclér Fi-lho, por sua vez, aposta numa final cem por cento lusófona. Que bom seria, diz, ver um Brasil- Portugal no Maracanã: “Eu acredito que é possível termos o Brasil e Portugal na final. Seria maravilhoso.”

entre todas as 32 equipas que participam no Mundial 2014, que começa na quinta--feira com o Brasil-Croácia.

Sob a arbitragem de Baldomero Toledo, dos EUA, no Metlife Stadium, em East Rutherford, Nova Jérsia, com assistência de 46063 espectadores, as equipas alinharam da seguinte forma:

• PORTUGAL: Rui Patrício, Rúben Amo-rim (Miguel Veloso, 81), Ricardo Costa, Luís Neto (Pepe, 65), Fábio Coentrão, William Carvalho, Raul Meireles (André Almeida, 65), João Moutinho, Varela (Vieirinha, 73), Cristiano Ronaldo (Nani, 65) e Hugo Almeida (Hélder Postiga, 65).Suplentes: Eduardo, Beto, André Al-meida, João Pereira, Bruno Alves, Pepe, Miguel Veloso, Rafa, Vieirinha, Nani, Hélder Postiga e Éder.• IRLANDA: David Forde, Stephen Kelly (Simon Cox, 75), Richard Keogh, Alex Pearce, Stephen Ward (Stephen Quinn, 67), David Meyler, Jeff Hendrick, Aiden McGeady (Kevin Doyle, 75), James Mc-Clean (Anthony Pilkington, 67), Jon Walters (Shane Long, 63) e Wes Hoolahan (Robbie Keane, 63).Suplentes: Rob Elliot, Shane Duffy, Paul Green, Anthony Pilkington, Stephen Quinn, Robbie Keane, Shane Long, Kevin Doyle, Simon Cox e Ian Lawlor.ACÇÃO DISCIPLINAR: cartão ama-relo para James McClean (56) e Alex Pearce (80).

ALEMANHA CAPITÃO «INDIFERENTE» A CR7

A importância do primeiro jogo

estiver em campo é-nos indife-rente. Trata-se de um jogador excepcional, mas preparamo-nos normalmente como se ele fosse jogar», disse Lahm, considerando que reencontrar a Alemanha na estreia no Campeonato do Mundo «também deve ser especial para o jogador português, que tem, assim, a oportunidade de vingar a derrota (0-1) na estreia no Euro-2012.

Em relação ao potencial de Portugal, o jogador do Bayern disse de sua justiça. «Portugal tinha uma equipa muito forte há dois anos, no Euro-2012, e com uma pontinha de sorte poderia até ter-nos ganho logo no primeiro jogo. De resto, só foram elimi-nados pela Espanha, nas meias--finais, com alguma infelicidade, nos penalties», destacou.

Lahm vai mais longe e consi-dera mesmo Portugal uma equipa «muito forte, até fisicamente», e lembrou ter comentado, após o sorteio do Mundial-2014, que a Alemanha teria de «apostar tudo no primeiro jogo e com uma táctica a roçar a perfeição», porque, subli-nha, caso não consiga vencer, «irá ficar sob grande pressão», razão pela qual entende que o primeiro jogo «é crucial».

LUSA

10 mundial hoje macau quinta-feira 12.6.2014

RICARDO PEREIRAAntropólogo

O seleccionador português de futebol, Paulo Bento, anunciou no passa-do dia 19 de Maio os vinte e três jogadores que iriam representar a

bandeira das quinas no mundial da modalidade a ter lugar no Brasil, em Junho.

Não discutindo os argumentos nem as justificações técnicas dados por Bento sobre a convocatória que acabara de apresentar, torna--se importante esboçar uma análise sobre a ‘amplitude geográfica’ que tal escolha acarreta.

Entre os jogadores escolhidos encontram--se ‘ representantes’ de quase todas as regiões portuguesas (à excepção, por exemplo, do ar-quipélago dos Açores que, durante anos, tiveram em Pedro Pauleta o seu).

E mesmo de outras latitudes: alguns joga-dores nasceram em países africanos (ou lá têm as suas raízes familiares) com os quais Portugal partilha uma relação económica, social e cultural há séculos e que tem sido permanentemente renovada, sobretudo nos últimos anos – Nani

A selecção portuguesa de futebol é, pois, uma ‘extensão’ ao campo desportivo da componente étnica e identitária que, actualmente, se encontrana sociedade portuguesa

Uma selecção lusófonanasceu em Cabo Verde, Éder na Guiné-Bissau e William Carvalho em Angola.

Entre eles há mesmo um que nasceu no Brasil (Pepe).

Tais escolhas emprestam, assim, à selecção portuguesa de futebol um ‘capital’ de simpatia a que muitas outras não conseguirão aspirar já que muitas das mais de duzentas e cinquenta milhões de pessoas que vivem na “Lusofonia”

vêm que aquela selecção, apesar de estrangeira, as representa, de certa forma.

O que, diga-se, já sucede há muitos anos e mesmo ao nível de clubes.

Pense-se em Eusébio (que foi, recentemente, distinguido, pelo jornal britânico The Guardian como o melhor jogador português de sempre a actuar em campeonatos mundiais de futebol), em Coluna, em Hilário, em Vicente Lucas e em tantos outros.

A selecção portuguesa de futebol é, pois, uma ‘extensão’ ao campo desportivo da componente étnica e identitária que, actualmente, se encontra na sociedade portuguesa e, ao mesmo tempo, uma certa imagem do lugar que Portugal ocupa no mundo.

Apetece relembrar o lema dos primeiros jogos da lusofonia que, em 2006, tiveram lugar em Ma-cau – quatro continentes, uma língua, unidos pelo desporto – e, embora modificando-lhe o número de continentes e o contexto em que serviu, ‘aplicá-lo’, hoje, à principal selecção portuguesa de futebol.

11 mundialhoje macau quinta-feira 12.6.2014

PARA grande desgosto dos seus adeptos, a selecção chinesa de futebol voltou a falhar a

qualificação para a fase final do Mundial, mas, em muitos aspectos, a China já ganhou a competição que começa esta quinta-feira no Brasil.Além da “Brazuca”, a bola oficial, fabricada em Shenzhen, uma zona económica especial adjacente a Hong Kong, também a mascote do Mundial2014, o “Fuleco”, é “made in China”.“Embora a China tenha falhado a qualificação para a grande festa global do futebol, a marca do país está presente na maioria dos acessórios e recordações do Mundial disponíveis no Brasil”, realçou ontem o China Daily.O jornal não se referia apenas à Yingli Solar, um dos oito patrocinadores do Mundial e o único da área da energia seleccionado pela FIFA: milhões de bandeiras, cachecóis, cabeleiras e outros produtos que irão colorir as bancadas dos estádios brasileiros foram igualmente fabricados na China.No plano desportivo, porém, o futebol chinês continua muito aquém do nível já atingido por alguns países asiáticos, e em particular a Coreia do Sul e o Japão.A única vez que a China participou na fase final de um Mundial foi em 2002, quando aqueles dois países organizaram a competição, e com resultados pouco animadores: perdeu os três jogos que disputou e não marcou um único golo.Cerca de dez anos depois, a Associação Chinesa de Futebol contratou o espanhol José António Camacho para orientar a selecção do país, mas como nos Mundiais de 2006 e 2010, a China não conseguiu qualificar-se.Em Junho de 2013, a derrota em casa frente à Tailândia por 5-1 suscitou quase um motim entre os adeptos e Camacho foi afastado. No “ranking” da FIFA, a China ocupa actualmente o 103.º lugar, contrastando com a crescente popularidade da modalidade entre a população chinesa.O próprio presidente Xi Jinping, o novo secretário-geral do Partido Comunista Chinês, o cargo político mais importante na China, é referido na imprensa oficial como sendo um adepto de futebol e no mês passado, quando recebeu em Pequim o homólogo português, Cavaco Silva, falou-lhe de “C Luo” (Cristiano Ronaldo, em chinês).Apesar da diferença horária, a Televisão Central da China (CCTV) transmitirá em directo os jogos do Mundial2014: o jogo inaugural, por exemplo, começará às 04:00 (hora de Pequim).E como mais de 500 milhões de chineses (cerca de 80% da população online do país) acedem à internet através de dispositivos móveis, a CCTV criou uma aplicação para ver o Mundial em qualquer “smartphone”. Antes de o PCC ter adoptado a política de “Reforma Económica e Abertura ao Exterior”, no final da década de 1970, a República Popular da China não estava sequer filiada na FIFA e a televisão era um artigo de luxo.A profissionalização do futebol chinês é ainda mais recente: começou apenas em 1993, depois de o PCC se converter à “economia de mercado socialista”.

A indústria chinesa já ganhou

ANTÓNIO CAEIROLusa

Q UANDO o Brasil ganhou a corri-da à organização do campeonato do mundo de futebol de 2014, ninguém podia imaginar que

centenas de milhares de brasileiros das mais diversas profissões, estejam a amedrontar o Governo Brasileiro, principalmente a sua Presidente, acusando-a de despesismo com a construção de estádios, que custaram centenas de milhões de reais, deixando para segundo plano a solução de graves problemas na saúde, na educação, nos transportes e nos salários de miséria com que vivem milhões de cidadãos naquele País!

Para os que pensavam, que desde que houvesse futebol, o povo aceitava tudo, enganaram-se redondamente!

As pressões sobre o Governo, já o leva-ram a aceitar aumentos de 15% os venci-mentos da polícia federal!

Os auto proclamados cidadãos sem tecto, que habitam em favelas na periferia da cidade de S. Paulo, conseguiram já a promessa do Governador em alargar o plano de urbaniza-ção da cidade, de forma a incluir no mesmo a construção de habitações sociais!

Por outro lado, mantém-se o braço de fer-ro com o Governador da Cidade de S. Paulo relativamente ao aumento de vencimentos quer para os condutores de transportes urbanos, quer para os condutores do metro em greve por aumentos salariais, lançando o caos nos transportes urbanos, numa cidade com 13 milhões de habitantes.

Também os professores, que recebem ordenados de miséria, reclamam aumentos nos seus salários!

Um dos movimentos, mais temidos pela polícia, é o comité popular da Copa, com gente contestatária, nas doze capitais onde se realizam os jogos. Eles criticam duramente os elevados gastos públicos, por imposição da FIFA.

Para eles a realização do campeonato do Mundo de futebol e os Jogos Olímpicos de 2016,na cidade do Rio de Janeiro, só vêm aumentar as desigualdades sociais, que já existem e onde o salário mínimo é inferior a 135 euros!

Este clima de alta tensão já se havia sen-tido, quando da realização do campeonato das Confederações de futebol há um ano.

Entretanto o Governo Brasileiro mobili-zou 600 mil polícias e militares, bem como Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) considerado uma máquina de guerra tipo Marines da USA, capazes de enfrentar as mais difíceis situações e para quem a morte não lhes é estranha!

Está também mobilizado o Corpo de franco-atiradores, que serão colocados em pon-tos estratégicos, nomeadamente em edifícios junto aos estádios onde vão ocorrer os jogos.

Helicópteros e viaturas anti-motim estarão

FERNANDO VINHAIS GUEDESinfo@hojemacau.com.mo

O inimaginável a acontecer!igualmente envolvidos no plano de segurança desenhado para contrariar as manifestações e as desordens, que venham a acontecer durante este campeonato do mundo de futebol.

Em entrevista dada ao semanário Expresso em Junho de 2013 e publicado no passado dia 29 de Março de 2014, o Ministro da Presidência do Governo de Dilma Rousseff, com a pasta das questões Sociais, Gilberto Carvalho, afirmava: ”o aparelho do Estado no Brasil serve o grande, não o pequeno”.Ou ainda: ”o nosso aparato de Estado é voltado para financiar o grande capital e isso está nas leis. A palavra é pesada, mas isso é um roubo.”

O Ministro, quando questionado pela jornalista se os gastos com a realização do campeonato do mundo e com os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, não eram um despesismo, devendo ser aplicados noutros sectores que não nos estádios e como tal difíceis de justiçar aos olhos de milhões de brasileiros, respondeu: ” é muito forte, sim! Se para o Governo é um incómodo, vai ser um grande incómodo durante o Mundial - ter, grandes mobilizações durante os jogos, como aconteceu na Taça das Confederações, por outro lado, temos de reconhecer que isso significa um amadurecimento da sociedade. Antes ela era passiva e agora diz:”Não! Se há um estádios padrão - FIFA eu quero um hospital padrão - FIFA! Na abertura do estádio de Brasília em 2013, naquela grande mani-festação, eu fui lá conversar com os jovens. Eles gritavam-me que, na semana anterior, a mãe deles tinha estado deitada numa maca do hospital porque não havia camas livres e agora nós gastamos milhões num estádio? Eu acho muito positivo. Quem está no Governo

tem de saber aceitar essa pressão e trabalhar ainda mais”- Respondeu o Ministro!

Também o antigo campeão do mundo Edu-ardo Gonçalves Pereira mais conhecido por Tostão que 1966 em Inglaterra, jogou contra Portugal, fez declarações acerca do mundial, que hoje começou na cidade de S. Paulo.

Para ele, irá haver problemas com roubos a turistas e a jornalistas, mas considera que o aparato policial vai ser tão grande, tão absurdo e tão astronómico, que reprimirá qualquer manifestação.

O que mais o indigna, como à maioria dos brasileiros, é o que aconteceu nos anos que se seguiram á atribuição dos jogos ao seu País. O absurdo dos gastos públicos, o desalojamento de famílias pobres que viviam em redor dos estádios construídos, alguns dos quais considera verdadeiros “elefantes brancos”, por não existirem ali, clubes nas divisões nacionais!

Diz ainda que: “ o facto de o Brasil parar em função do Mundial, como se fosse a coisa mais importante que existe, é absurdo. O País ainda tem milhões de problemas sociais para resolver e essa história sempre repetida de que o Brasil é o País do futebol não tem sentido. Metade da população do Brasil não acompanha a bola”.

Com todo este arsenal de polícias e mili-tares, que o Governo mobilizou, mais parece tratar-se da preparação para uma guerra, do que um dispositivo de segurança para acontecimento desportivo, isto, num País, que ama o futebol, mas onde, para surpresa do mundo, levantou outras bandeiras, que considera bem mais necessárias para uma existência mais digna!

Na” cidade maravilhosa” do Rio de Janei-ro, acontecem 50 mil homicídios em cada ano!

De acordo com as estatísticas, entre 1980 e 2010, cerca de 1 milhão de pessoas foram assassinados, mas menos de 10% destas mortes são investigadas!

Surpresa ou talvez não, o facto de a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, ter anunciado no passado dia 9 de Junho, que não estará presente na cerimónia de abertura do Mundial, no dia 12 no Arena Corínthias, em S. Paulo! O facto prende-se com a crescente onda de protestos contra a realização da prova no país. O governo brasileiro estará representado pelo ministro do desporto, Aldo Rebelo!

Esta ausência não pode deixar de estar relacionada com o facto de haver eleições para a presidência da República em Outu-bro, onde a actual Presidente é candidata a novo mandato!

Se no meio de todas estas contrariedades,o Brasil não conquistar o título de campeão do Mundo, e corre esse risco, como dizem os Brasileiros, então as coisas vão ficar muito negras.

Se no meio de todas estas contrariedades,o Brasil não conquistar o título de campeão do Mundo, e corre esse risco, como dizem os Brasileiros, então as coisas vão ficar muito negras

HOJE

MAC

AU

12 EVENTOS hoje macau quinta-feira 12.6.2014

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

MIXÓRDIA DE TEMÁTICAS • Ricardo Araújo Pereira“Vasco: Então o senhor esteve um bocadinho deslocado na manifestação. Eu: Foi, porque estava tudo a gritar: «Está na hora, está na hora / de o governo se ir embora» e eu era o único a dizer «Gaspar, tudo se arranja / vê lá se a gorda quer uma canja». Sozinho, mas aguentei-me ali a gritar as minhas palavras de ordem, parecia o Che Guevara das canjas.” Uma compilação dos guiões da rubrica radiofónica da Rádio Comercial que tem o mesmo elegante nome. A rubrica que fez com que a Rádio Comercial se tornasse líder de audiências.

UMA MORTE SÚBITA • J. K. RowlingAcolhido com enorme expectativa, este surpreendente romance sobre uma pequena comunidade inglesa aparentemente tranquila, Pangford, começa quando Barry Fairbrother, o conselheiro paroquial, morre aos quarenta poucos anos. A pequena cidade fica em estado de choque e aquele lugar vazio torna-se o catalisador da guerra mais complexa que alguma vez ali se viveu. No final, quem sairá vencedor desta luta travada com tanto ardor, duplicidade e revelações inesperadas? Um livro a não perder.

“Letras” é a mais recente mostra do artista de Macau e reúne uma colecção de trabalhos antigos e recentes que versam o tema de poetas e escritores relacionados com Macau

LEONOR SÁ MACHADOleonor.machado@hojemacau.com.mo

F OI na passada terça-fei-ra que Carlos Marreiros abriu portas ao público à sua exposição de

pintura intitulada “Letras”. In-tegrada nas comemorações do 10 de Junho, dia de Portugal, de Camões e das comunidades portuguesas, a mostra com-preende 22 obras de pinturas a óleo e acrílico e pretende ser uma homenagem a vários es-critores e poetas portugueses.

PINTURAS DE CARLOS MARREIROS EM EXPOSIÇÃO NA RESIDÊNCIA CONSULAR

“O intelectual é cada vez menos tido em conta”Blick Bassy actua em Macau

no dia 22 de JunhoO cantor Blick Bassy actua no território no dia 22 de Junho, num espectáculo inserido nos “Concertos ao Anoitecer”. Organizado pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) com a colaboração da Alliance Française, o espectáculo tem lugar no Anfiteatro das Casas-Museu da Taipa, pelas 17h30. Blick Bassy é francês de origem africana e conta já com várias actuações a nível mundial, tendo sido premiado nos Kora Awards. O cantor vai proporcionar um espectáculo onde a música africana será dominante, nomeadamente a música tradicional ‘hongo’ e ‘assiko’, mas onde se pode também esperar samba e alguns ritmos com características de jazz. O IACM tem vindo a organizar os Concertos ao Anoitecer desde 2003 e este ano estes terão lugar até Outubro nas Casas-Museu da Taipa. Com uma frequência mensal e entrada livre, contam com a participação de artistas locais e outros oriundos dos Estados Unidos da América, França, Hong Kong, Filipinas, Pequim e Equador.

IACM lança concurso para música sobre VerãoO Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e a Alliance Française de Macau estão a promover um concurso para compositores e amantes de música. A ideia é que os músicos – nomeadamente os amadores - gravem as suas próprias criações num vídeo, com a duração máxima de 300 segundos, que deve a seguir ser colocado no site do Youtube. Intitulado Dia Mundial da Música 2014 – Música no Youtube 300 segundos, este concurso promete prémios para os cinco melhores colocados. As inscrições estão abertas até às 23:59 do dia 21 de Junho e os premiados serão anunciados na página electrónica do IACM no dia 28. A letra e a língua utilizada na canção são livres, mas o tema deverá ser o Verão, sendo que o IACM pede que sejam músicas de Verão as que entrarão a concurso. O concurso é aberto a todos os interessados.

Tributo a Gabriel García Marquez na Fundação Rui CunhaA Fundação Rui Cunha e a Associação de Macau para a Promoção de Intercâmbio entre Ásia-Pacífico e América Latina vão promover um tributo a Gabriel García Márquez, integrado no Festival Cultural da América Latina. A homenagem ao escritor conta com três eventos que terão lugar na galeria da Fundação. No dia 16, às 18:30, o Professor Chen Hsiao-chuan encabeça um seminário intitulado “Gabriel García Márquez: Ficção ou Realidade” com tradução simultânea entre mandarim e inglês. No dia 23, também às 18:30, a galeria mostra o filme “Amor em Tempo de Cólera”, dirigido por Mike Newell. Também no dia 30, à mesma hora, será projectado o filme “Sobre o Amor e outros Demónios”, com direcção de Hilda Hidalgo. Durante os eventos, a Livraria Portuguesa vai juntar-se à Fundação e à Associação, vendendo livros de Gabriel García Marquez.

De acordo com o arquitecto macaense, que já tem exposto várias peças suas mundo fora e principalmente no território e em Portugal, a exposição versa essencialmente sobre “poetas e escritores relacionados com Macau” e inclui personalida-des como Luís Vaz de Camões, Fernão Mendes Pinto, Camilo Pessanha, Fernando Pessoa, Almada Negreiros e Bocage. Há ainda dois quadros que fogem ao plano da escrita. “O quadro [sobre os arquitectos] chama-se Fai Chi Kei e é de meados dos anos 80, quando a zona estava em construção. Faço referência ao trabalho dos arquitectos”, explica o artista.

A mostra compreende várias peças de coleccionado-res de Macau e Hong Kong, bem como algumas inéditas e outras até inacabadas. Em-

bora “Letras” integre algumas peças mais recentes, a maioria foi criada há já alguns anos, marcando um determinado estilo, próprio de uma fase da vida artística do arquitecto.

Antes de ingressar na Faculdade de Belas Artes, em Portugal, criou, juntamente com alguns outros artistas – incluindo o seu irmão Vítor Hugo Marreiros e Guilherme Ung Vai Meng – o Círculo dos Amigos da Cultura de Macau.

“Iniciámos um movimen-to de artes experimentais que foi, ao longo dos anos 80 e 90, reconhecido em toda a Ásia e até em Portugal, quando fizemos uma exposição na Gulbenkain”, disse Marreiros ao HM. Na altura, o arquitecto macaense identificava-se especialmente com o estilo abstraccionista, mas nunca deixou de experimentar ou-tros géneros de pintura.

Questionado sobre a po-sição e a perspectiva social que existe dos artistas e do

mundo intelectual hoje em dia, Marreiros queixa-se do papel pouco relevante que esta classe desempenha na sociedade. Acrescenta que “o intelectual é cada vez menos tido em conta”, recordando--se de dias melhores e mais sorridentes para o mundo da arte e dos intelectuais.

“A Humanidade não é só cifrões nem sistemas de estre-lato”, acrescenta o arquitecto.

“A sua [dos artistas] opi-nião não é pedida para os aspectos da esfera pública, da qualidade de vida e nem mesmo da política. Antiga-mente, era pedida opinião aos intelectuais sobre as coisas. É uma classe que anda a ser maltratada nos últimos 20, 30 anos”, comenta. O autor da exposição que estreou com Cavaco Silva considera que o artista plástico e o escritor devem ter os mesmos direitos, qualidade de vida e poder de compra que outras pessoas que contribuam, com o seu conhecimento específico, para a “edificação da humani-dade”. Marreiros aproveitou ainda para dizer que, para si, “a humanidade não são só cifrões nem só sistemas de estrelato”.

“Letras” teve duas datas de inauguração. A primeira aconteceu a 18 de Maio e inseriu-se no programa restri-to de visitas do Presidente da República português, Cavaco Silva, enquanto a segunda serviu para dar a conhecer as 22 obras ao público e teve lugar na passada terça-feira. Actualmente, encontra-se patente até dia 18 deste mês na renovada galeria de arte da residência consular, no antigo hotel Bela Vista.

“A Humanidade não são só cifrões nem só sistemas de estrelato”

hoje macau quinta-feira 12.6.2014 (F)UTILIDADES 13

João Corvo fonte da inveja

C I N E M ACineteatro

TEMPO POUCO NUBLADO MIN 26 MAX 32 HUM 55-90% • EURO 10.8 BAHT 0.2 YUAN 1.3

ACONTECEU HOJE 12 DE JUNHO

SALA 1MALEFICENT [B]Um filme de: Robert StrombergCom: Angelina Jolie, Sharlto Copley, Elle Fanning, Sam Riley14.30, 16.30, 21.30

MALEFICENT [3D] [B]Um filme de: Robert StrombergCom: Angelina Jolie, Sharlto Copley, Elle Fanning, Sam Riley19.30

SALA 2 SABOTAGE [C]Um filme de: David SingerCom: Arnold Schwarznegger,

Olivia Williams, Sam Worthington14.30, 16.30, 19.30, 21.30

X-MEN: DAYSOF FUTURE PAST [B]Um filme de: Bryan SingerCom: Patrick Stewart, Ian McKellen, Hugh Jackman, James McAvoy14.30, 19.15

SALA 3EDGE OF TOMORROW [C]Um filme de: Doug LimanCom: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton, Kick Gurry16.45, 21.30

PoluiçãoOs elevados níveis de poluição que nos assolam é das coisas que mais me preocupam – pois até os gatos sofrem com isso. Ou é o ar que está contaminado, ou a água, ou a comida, até mesmo os produtos que usamos todos os dias. Agora, dizem que o wi-fi e os sinais dos telemóveis também nos estão a fazer doentes...A RAEM chegou a declarar guerra aos escapes dos automóveis mais poluentes, mas andando um pouco pela cidade cedo se percebe que a fiscalização ficou aquém do pretendido. O elevado número de autocarros de turismo, que certamente não obedecem aos padrões de emissões da UE, exacerbam ainda mais o problema. Ainda por cima o ar da província de Guangdong já é altamente poluído, tendo em conta a vasta quantidade de fábricas e centrais de geração de eletricidade abastecidas por carvão aí existentes.Será que vamos ver em breve mais carros eléctricos, ou para uso pessoal ou para transporte de passageiros? Hong Kong já tem táxis eléctricos e na Coreia do Sul estão a desenvolver autocarros eléctricos que recarregam as baterias enquanto em andamento – segundo me dizem os meus contactos por aquelas bandas!Macau, com as dimensões diminutas que tem e com os seus largos excedentes financeiros, podia bem ser um líder de mercado nestas andanças.Outro problema com que nos vamos ter que debater é o elevado número de carros nas ruas de Macau, que impossibilita até o uso de bicicletas. Sei que se queixam dos transportes públicos, mas isso é um pau de dois bicos – os fornecedores de transportes públicos não podem oferecer melhores serviços se as ruas estiverem permanentemente congestionadas. Lá fora consta que os serviços de ‘car sharing’ estão cada vez mais na moda, mas duvido que tal venha a acontecer em Macau, visto a população local ser muito pegada aos seus bólides, não fossem eles parte do seu status...

Pu Yi

LÍNGUADE gATO

Portugal e Espanha assinam o tratado de adesão à CEE• A 12 de Junho assinala-se a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia (CEE), juntamente com Espanha, no que representa o acolhimento dos dois países ibéricos no projecto europeu, cuja origem está nos Tratados de Roma de 1957. Hoje é dia de recordar a entrada de Portugal para o projecto europeu, com a assinatura do tratado de adesão à CEE a 12 de Junho de 1985, quando Mário Soares era líder do IX Governo Constitucional. Portugal vivia uma grave crise financeira, com um governo de coligação entre PS e PSD, que se viria a diluir após a assinatura deste tratado. Em Outubro de 1985, a coligação desfaz-se, com a dissolução da Assembleia da República. A entrada para a CEE cons-tituiu um facto histórico, na medida em que permitiu a Portugal abraçar o projecto europeu, nascido dos dois Tratados de Roma de 1957 (em vigor desde 1958), com a finalidade de estabelecer um mercado comum euro-peu. Depois do Tratado de Maastricht, em 1992, a CEE passa a chamar-se “Comunidade Europeia”. E também no Tratado de Maastricht, cria-se oficialmente a União Europeia, que actualmente reúne 27 países do Velho Continente. Hoje é dia de recordar a adesão de Portugal à CEE. Nasceram neste dia Cosmo de Médici, fundador da dinastia dos Médici (1519), Mouzinho da Silveira, político português (1780), Roberto Ivens, explorador português (1850), David Rockefeller, banqueiro norte--americano (1915), George W. Bush, ex-presidente dos EUA (1924), Anne Frank, escritora holandesa e vítima judia dos nazis (1929) e Bert Sakmann, investigador alemão, Nobel de Medicina (1942).

Através de cenas passadas e presentes, “12 Macacos” trata tanto a demência do indivíduo inserido na sociedade contemporânea, como a premonição fictícia de um hipotético apocalipse. Esta obra passa-se em 2035 e fala de um mundo devastado por vírus fatal que matou 6 mil milhões de pessoas em 1996. Apenas 1% da população sobreviveu à epidemia e acabaram por construir uma cidade subterrânea. Bruce Willis é um dos sobreviventes e decide regressar ao passado e tentar perceber como foi proliferado o vírus letal, procurando forma de o evitar. Contudo, é erradamente enviado para o ano de 1990 e acidentalmente encarcerado numa instituição psiquiátrica. As roupas, as pessoas e os locais são sujos e nauseabundos e em parte é isso que faz de “12 Macacos” um filme a não perder. Mais do que um excelente trabalho de ficção de Terry Gilliam, é uma importante chamada de atenção para todos nós. - Leonor Sá Machado

12 MACACOSTERRY GILLIAM (1995)

U M F I L M E H O J E

SABOTAGE

A única verdade reside na rectificação histórica da mentira.

14 hoje macau quinta-feira 12.6.2014

O actual momento político em Portugal está a ser marcado pelo desafio de António Costa ao secretário-geral do PS, António José Segu-ro, quanto à liderança do partido e consequentemente ao processo que irá levar às eleições legislativas do pró-ximo ano e, se o PS vencer,

a um novo Primeiro-Ministro.As opiniões – tanto internas quanto

externas – têm-se colocado em dois planos. A eticidade do comportamento de Costa e a legalidade da convocação de um Congresso extraordinário dos socialistas.

Ambas as perspectivas parecem-me desfocadas pois ignoram que o combate político, seja dentro dos partidos ou no plano mais geral da governabilidade dos Estados, pouco tem a ver com juízos morais, senti-mentos nobres, camaradagem, desinteresse e interesse geral. Como pouco ou nada tem a ver com normativos legais que os líderes criam – quando eleitos – para dissuadirem as oposições internas e neutralizarem o espaço de manobra de potenciais inimigos.

Uso este último substantivo em sentido literal, porque repristinando a lição de Wins-ton Churchill é nos partidos que os líderes encontram aqueles cujo único propósito é a sua derrota e a ascensão alternativa ao leme do poder interno. Os adversários, no sentido dos que professam outros programas ou soluções políticas para as questões da governabilidade dos Estados, estão nas opo-sições. Pelo menos na oposição democrática, porque tem sido provado à saciedade que a oposição da esquerda comunista apenas tem como objectivo o incendiar das paixões, a galvanização do descontentamento, o des-mantelamento, pedra por pedra, do edifício do Estado democrático. Nunca o socialismo marxista teve outro objectivo, embora a cordialidade do debate no espaço público e o ‘arredondamento’ da retórica induza sentimento diverso.

Interessa-me mais observar o caso--estudo ‘António Costa’ numa perspectiva do fenómeno político em si e dos critérios do que se pode entender por uma liderança de sucesso. Até porque muito do que se tem comentado, nas últimas semanas e nas que levarão ao congresso extraordinário de Setembro, têm a ver no essencial com a adequabilidade do perfil político de Costa e de Seguro.

Muito do que se tem passado levou--me a reler com mais atenção, um livro de cabeceira de muito anos, “O Príncipe’ de Nicolau Maquiavel, que é um dos três livros essenciais para se entender, de forma séria, o fenómeno político e a actuação dos políticos. Num dos capítulos mais fascinantes desta obra, o XV “As coisas pelas quais os homens principalmente os príncipes são louvados ou vituperados”, Maquiavel elabora sobre as atitudes e maneiras do príncipe quer com os seus súbditos e amigos.

crepúsculo dos ídolosARNALDO GONÇALVES

Como dizia Maquiavel ‘nas acções de todosos homens e mormente dos príncipes, em que não há um tribunal paraonde reclamar, olha-seé ao resultado’

O ‘tempo’ de António CostaInsurgindo-se contra os que exercitam a

imaginação sobre repúblicas e principados que não foram jamais vistos, nem se soube se existiram de verdade, Maquiavel assevera que é tanta a distância de como se vive a como se deveria viver ‘que aquele que deixa fazer o que se faz por aquilo que se deveria fazer,

mais depressa conhece a sua ruína do que a sua preservação”. E acrescenta ‘porque um homem que em todos os aspectos queira fazer profissão de bom arruína-se forçosamente entre tantos que não são bons’. Donde é necessário ‘querendo-se um príncipe manter, aprender a poder ser não bom e usá-lo e não usá-lo consoante a necessidade’. E incidindo, na linguagem própria de fins do século XV, na oponibilidade entre bons vícios e más qualidades, o florentino recomenda que não podendo um príncipe ter todas as qualidades que são tidas por boas é necessário que ‘ele saiba fugir à má fama dos vícios que lhe tiram o estado’, não se preocupando em ‘incorrer na má fama daqueles vícios sem os quais dificilmente pode salvar o estado’. Porque – e conclui – tudo bem considerado encontrar-se-á ‘alguma coisa que parecerá virtude e que seguindo seria a sua ruína e alguma outra que parecerá vício e que, seguindo-a, dela nasce a sua segurança e bem-estar’.

Se Maquiavel dedica a sua conhecida obra de ensaio ao jovem aristocrata Lourenço de Médicis Junior que governaria a cidade de Florença a partir de 1513, sem nunca ter alcançado a glória de ser o seu principal conselheiro, o acerto da sua reflexão sobre a política perduraria ao longo dos tempos, como uma análise realista do exercício do poder tendo em conta a observação que

fazia da acção de estadistas e monarcas da Europa do seu tempo.

No caso em análise a questão não está nos sentimentos que António Costa nutre em relação ao secretário-geral do seu par-tido mas na certitude e oportunidade do seu repto, na leitura que fez da correlação

de forças internas, na avaliação que ama-dureceu das fraquezas do partido motor do governo, o PSD, minado e coarctado por três anos de governo em condições críticas, quando foi necessário (segundo uns) ou despropositado (segundo outros) alavancar um conjunto de medidas eco-nómicas que caíram, com estrépito, na qualidade de vida dos portugueses, nos rendimentos do seu trabalho ou nas pou-panças das gerações mais velhas.

Nessa perspectiva, a candidatura de Costa foi apresentada no melhor momento, quando saído de uma luta eleitoral equivocamente marginal, o secretário-geral do PS não con-seguiu mais que uma vitória escassa de 3 por cento sobre a coligação de centro-direita que

governa. Acresce ainda que na própria noite eleitoral uma sondagem de opinião dava, se realizadas ao tempo eleições legislativas, o PS teria uma escassa vantagem percentual de meio ponto percentual sobre o bloco de direita. Mais recentemente segundo o baró-metro de opiniões da agência Pitagórica, o PS terá perdido significativa percentagem das intenções de voto, colocando-se agora na casa dos 30%, dois pontos e meio à frente do PSD. Há dois meses e meio Seguro re-colhia 39% de votos potenciais. Também a Eurosondagem que trabalha para a SIC e o Expresso creditava a António José Seguro, 33% de intenções de voto, cinco pontos percentuais a menos dos que lhe eram atri-buídos há pouco tempo.

Segundo a maioria das análises, Seguro não convence os portugueses e mostra-se incapaz de impulsionar uma ‘vaga de fun-do’ que dê a vitória ao PS. O que tornaria possível, na aritmética das probabilidades, uma vitória do PSD por maioria simples e o reatar de uma coligação governativa com o PP. Também do ponto de vista da equipa que o rodeia existe um sentimento de falta de coesão e inexperiência rodeando o antigo deputado no Parlamento Europeu. Para além de Alberto Martins, antigo ministro da Justiça ou de João Proença, ex-líder da UGT, políticos como Óscar Gaspar, Eurico Brilhante Dias, Miguel Laranjeiro, Álvaro Beleza ou António Galamba dizem pouco aos portugueses e também pouco ao PS histórico.

Diferentemente, por características pró-prias da sua personalidade, que associam simpatia e carisma pessoal, um calculismo felino, uma prudência maquiavélica, um uso balanceado mas sonante da retórica, António Costa surge como um líder natural, um credí-vel Primeiro-Ministro que acumula experiên-cia política e governativa, um sentido invulgar de posicionamento no palco político e uma gestão ponderada do tempo político. Em termos de apoiantes Costa agrupa socratistas e PS históricos como Carlos César, Vieira da Silva, Marcos Perestrello, Capoulas Santos, José Lello ou Isabel Moreira. Em que medida Costa estará já refém do grupo que rodeou o antigo Primeiro-Ministro e é responsável pelo descalabro de gestão económica e pela prática de favores e tráfico de influências à volta da clientela do PS, já se pergunta.

Esse é provavelmente o tendão de Aquiles do candidato a líder. Se até ver os portugueses não parecem preparados para o regresso de Sócrates à primeira linha da política, a sofreguidão já revelada por alguns dos seus próximos pelo regresso dos grandes contratos do Estado é um indício preocupante do que será o poder socialista quando essa ‘corte’ regressar aos corredores do Poder. Já em vésperas do congresso de Setembro saberemos como Costa saberá (ou não) resistir a essa operação de sedução e cerco. Como dizia Maquiavel ‘nas acções de todos os homens e mormente dos príncipes, em que não há um tribunal para onde reclamar, olha-se é ao resultado’.

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15 opiniãohoje macau quinta-feira 12.6.2014

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Redacção Joana Freitas (Coordenadora); Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; José C. Mendes; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo

O mundo gira, a bola rola A partir desta madrugada o mundo é da forma de uma bola que rola nos relva-dos do país do futebol, o Brasil. Macau não ficará indiferente, e apesar do contributo muito modesto que o território faz para o desporto-rei, não faltará quem perca noites a as-

sistir aos 64 jogos que se irão disputar nas 12 cidades que acolherão o evento até ao dia 13 de Julho. Dos mundiais a que assisti desde que cheguei a Macau, este é dos que mais apela à resistência desde o mundial dos Estados Unidos em 1994. Tivemos jogos a horas mais ou menos decentes no França 98 ou no Alemanha 2006, e na África do Sul há quatro anos beneficiámos da mesma latitude. Agora é a vez do continente ame-ricano se vingar da conveniência que foi para nós o mundial da Coreia do Sul e do Japão em 2002, e obrigar-nos a ficar de pé a horas proibitivas. Um teste às capacidades dos fãs a sério.

***

Cada vez que há um mundial de futebol, não falta quem se venha lamentar da impor-tância que se dá ao desporto-rei (e um rei é um rei, e há que respeitá-lo), e do tempo de antena que a ele é reservado. Eu próprio sou adepto de futebol desde pequeno, mas não faço disso o princípio, meio e fim de todas as coisas, e abomino qualquer espécie de fanatismo – e mesmo o clubismo é algo que me incomoda. No entanto compreendo quem não goste de futebol, pois há sempre aquela componente homo-erótica da coisa, com homens de calções a correr atrás de uma bola, suados, intensificando o contacto físico nos lances de bola parada, e saltando em cima uns dos outros quando marcam um golo, e no fim vão tomar banho todos juntos. Sei, sei, isto soa mal, mas também temos que olhar para o futebol como uma alegoria da própria vida, da procura pela vitória, em busca de novos limites, e da própria guerra, pois a estratégia é defender, construir e atacar. Era bom que todos os conflitos fossem resolvidos num jogo de futebol. Aliás durante as famosas tréguas natalícias no decorrer da I Guerra Mundial, as tropas aliadas confraternizavam com as alemãs através de um jogo de futebol, e não de xadrez ou de chinquilho. Apraz-me ter nascido numa era em que o “ópio do povo” é o futebol, e não o circo romano, os autos--de-fé ou os duelos ao pôr-do-sol. Mas claro, quem só sabe falar de futebol é normalmente alguém pouco interessante, uni-dimensional, e portanto no que me toca estou aberto a falar de outra coisa, de arte, de música, cinema ou literatura, desde que esteja dentro dos meus limites – engenharia nuclear ou astrofísica não fazem parte dos meus temas de eleição – desde que se fale também...de futebol. Ser eclético é isso mesmo, saber um pouco de tudo e evitar cair na monotonia. A este respeito há

bairro do or ienteLEOCARDO

uma anedota que tem barbas, mas que para mim se mantém sempre actual:

Um jornalista aborda um transeunte e pergunta: - “Posso pedir o seu palpite para os jogos do Totobola desta semana?”O homem, revoltado, responde:- “Futebol, futebol...é só disso que sabem falar. Ninguém quer saber das letras, da cultura, é só futebol!”.Surpreendido mas complacente, o jornalista reformula a questão:- “Muito bem, então o que nos pode dizer sobre Almada Negreiros?”.E responde o homem, decidido:- “Bem, penso que vai ser um jogo difícil, mas o Almada ganha, com toda a certeza”.(Os franceses têm a mesma versão desta anedota para Toulouse-Lautrec).

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O que me tem feito mesmo muita con-fusão é a histeria que tem reinado no Brasil, não com o futebol, que seria de esperar do

país que é penta-campeão mundial e onde o talento para a bola parece vir do útero materno, mas com “o que faz mais falta” em vez de estádios de futebol. Muito bem, aceita-se que tenha havida mescambilha com o dinheiro que estava reservado à construção das infra-estruturas para receber o mundial de futebol, que as obras estejam atrasadas (nada que comprometa a realização dos encontros ou a acomodação dos adeptos, há que referi-lo), mas daí a provocar o caos e deixar o país à beira da anarquia em nome da miséria, da falta de escolas, hospitais e tudo mais é um perfeito disparate. Os meus

amigos brasileiros que me desculpem, mas isto mais parece vontade de “aparecer” do que outra coisa. Quer dizer, há quatro anos o mundial na África do Sul decorreu sem que se levantassem questões desta natureza, e não me venham dizer agora que naquele país não existem também problemas por resolver. Por esta ordem de ideias, não se constrói mais nenhuma sala de espectáculos, seja um teatro, um cinema ou uma ópera enquanto existirem os sem-abrigo, ou não se vai jantar fora enquanto houver crianças a passar fome, e por aí fora. Já sei que estas podem parecer associações um pouco parvas, mas também é parvoíce pensar que com o dinheiro que foi investido no mundial se resolviam de uma assentada todos estes pro-blemas, que no fundo afectam quase todos os países, até os mais ricos. Permitam-me que a este respeite cite o Novo Testamento, mais exactamente o livro de João, 12:8 :

“Pois os pobres sempre os tendes con-vosco; mas a mim nem sempre me tendes”.

E sabeis quem disse tão doutas palavras? Sim, esse mesmo. Pensai, ó pecadores.

Apraz-me ter nascido numa era em que o “ópio do povo” é o futebol, e não o circo romano,os autos-de-fé ou os duelos ao pôr-do-sol

NOTAS DE UM MUNDIAL

cartoonpor Stephff

VAI COMEÇAR!

hoje macau quinta-feira 12.6.2014

Maradona “FIFA é um poder feio”O ex-internacional argentino Diego Maradona, um dos melhores futebolistas mundiais, considera que a FIFA “está a comer a bola”, em referência aos ganhos que o organismo tem com o Mundial de futebol.“A FIFA é um poder feio. Porque é que ganha 4 mil milhões de dólares e o campeão ganha 35 milhões, há uma diferença inacreditável. Todos têm de saber isso. A multinacional (FIFA) está a comer a bola”, disse “El Pibe” na estreia de um programa televisivo. Maradona dirigiu também críticas ao presidente da FIFA, o suíço Joseph Blatter. “Se nos vir, tem de se esconder na casa de banho. Bill Gates ganhava dinheiro, mas ele não. Ele leva quatro mil milhões de dólares sem fazer nada”, sublinhou. A antiga estrela disse ainda que a competição, que tem início esta quinta-feira, tem tudo para ser um “grande Mundial”, mas que não pode esquecer-se das pessoas. “Sou um adepto da Dilma (Rousseff), mas o cimento levou muitas pessoas que não devia ter levado. Se tivessem feito as coisas de uma outra forma já estaríamos em ‘campo’.

Toyota 2,27 milhões de viaturas chamadas para a revisão O construtor automóvel japonês Toyota anunciou ontem que vai chamar à revisão 2,27 milhões de veículos em todo o mundo devido a um defeito no sistema de ‘airbag’. A chamada à revisão abrange um universo de 650 mil veículos no Japão e 1,62 milhões no estrangeiro de aproximadamente 20 modelos, incluindo os Corolla e os Yaris. O defeito detectado no sistema de ‘airbag’ é passível de originar um incêndio, de acordo com um comunicado do maior construtor automóvel do mundo enviado ao Ministério dos Transportes do Japão. O comunicado, citado pela agência AFP, não faculta, porém, detalhes sobre o potencial risco de incêndio, mas um porta-voz da empresa, em Tóquio, disse que a Toyota recebeu uma queixa por parte de um cliente no Japão, dando conta de que os bancos de passageiros da sua viatura arderam parcialmente devido a essa falha. A mesma fonte ressalvou, contudo, que não foram registados ferimentos graves nem acidentes relacionados com o defeito reportado. Dez mortos em explosão de gás em mina na China

EUA Vírus obriga Paul McCartney a cancelar digressãoPaul McCartney está outra vez de baixa. O músico sofreu uma nova infecção viral, depois de em Maio um outro vírus o ter obrigado a anular quatro concertos no Japão e um na Coreia do Sul, e por “conselho médico” adiou os espectáculos de ‘Out There’, a digressão prevista para este mês nos EUA. “Desculpem, mas vão passar-se mais algumas semanas antes que possamos tocar de novo. Estou a sentir-me muito bem, mas sigo o conselho dos médicos para repousar durante alguns dias. Espero ver todos vocês brevemente”, explicou-se Paul McCartney, através de um texto publicado no site oficial. Dez pessoas morreram ontem na sequência de uma explosão de gás no interior de uma mina de carvão, na província chinesa de Guizhou, no sudoeste do país. De acordo com a agência Xinhua, o acidente ocorreu ao início da madrugada numa altura em que estavam no interior da mina 130 trabalhadores, dos quais 120 conseguiram escapar. A mina, situada em Liupanshui, é da propriedade da Guizhou Hualong, uma ‘joint-venture’ entre uma empresa local e a gigante mineira China Resources Power Holdings, que está cotada na Bolsa de Hong Kong. As minas da China figuram como as mais perigosas do mundo, com um registo anual de cerca de 3.000 mortos em acidentes.

Coreia do Sul Quatro detenções na busca por dono de ‘ferry’ Milhares de polícias invadiram ontem o complexo de um grupo religioso na Coreia do Sul numa operação de busca pelo dono do ‘ferry’ que resultou na detenção de quatro pessoas que poderão ter ajudado Yoo Byung-eun a fugir. A operação teve lugar nas instalações de retiro da Igreja Evangélica Batista, em Anseong, a cerca de 80 quilómetros a sul de Seul, informou a televisão pública KBS, indicando que os agentes tinham mandados judiciais contra dois membros do grupo religioso de que Yoo Byung-eun é um dos fundadores. A polícia – que destacou cerca de seis mil agentes para o local – voltou a procurar pelo dono de facto da Cheonghaejin Marine, a empresa proprietária do ‘ferry’ que naufragou a 16 de Abril, mas sem sucesso, à semelhança do que sucedeu, em meados de Maio, quando entraram no complexo por acreditarem que ali se encontrava aquele que é actualmente o homem mais procurado da Coreia do Sul.Seul anunciou uma recompensa de cerca de 3.5 milhões de patacas para quem entregar o milionário Yoo Byung-eun. O empresário de 73 anos foi acusado de desvio de fundos, evasão e suborno.

D OIS homens ucranianos foram detidos pelas autoridades de Macau,

acusados de intercepção ile-gítima de dados informáticos e falsificação de moeda. Um comunicado do Ministério Público (MP) dá conta que os homens pertencem a uma organização internacional de criminalidade informática que modificou máquinas de multi-banco em Macau.

Os ucranianos – com 28 e 52 anos de idade – actuavam no território desde o Verão do ano passado. Depois de, em Março, a polícia ter recebido uma denúncia de um estudan-te estrangeiro – que indicava

que os seus cartões de crédito tinham sido furtados e utiliza-dos -, foi possível identificar os homens. Os dois foram identi-ficados através das câmaras de vigilância junto a uma máquina multibanco.

No final de Maio, os dois homens foram detidos num hotel no território, onde a polí-cia apreendeu vários aparelhos electrónicos, cartões bancários, chips e outros aparelhos.

“Os suspeitos admitiram que estavam a actuar desde o Verão de 2013 e que intro-duziram vírus no sistema da máquina ATM, roubaram infor-mações de 63 cartões bancários e transmitiram as informações

para a Ucrânia, onde as cartões falsos foram produzidos”, frisa um comunicado do MP.

Os homens estavam envol-vidos em mais de 50 casos deste tipo e os cartões eram usados em transacções na Tailândia e na Rússia, onde foram levan-tados mais de 490 mil patacas. Os suspeitos receberam como remuneração 2000 euros por cada furto.

O delegado do procurador considerou haver fortes indícios do crime de intercepção ilegítima de dados informáticos e contra-facção de moeda. Os dois homens estão em prisão preventiva e o caso foi devolvido à polícia para mais investigação. - J.F.

CARTÕES BANCÁRIOS AUTORIDADES DESMANTELAM ORGANIZAÇÃO

Com o dinheiro dos outros