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O Executivo revela detalhes sobre a opera- ção de substituição da Reolian. Contrato de três anos com o apoio de 17 milhões de patacas por mês. A experiência foi o motivo principal da escolha. NOVA ERA O prometido é devido GCS O Dia de Portugal foi celebrado em várias cerimónias com elogios mútuos às relações históricas. BIR, Consulado ou pensões de reforma ficaram fora da agenda. Do lado português reforça-se a ideia de Macau como porta de entrada para um inesgotável mundo de oportunidades. Relíquias de Coloane Associação pressionou e o Governo avançou DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUARTA-FEIRA 11 DE JUNHO DE 2014 ANO XIII Nº 3107 hojemacau PUB 10 DE JUNHO COMEMORAÇÕES EM MACAU PUB AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB PÁGINAS 2 E 3 PORTUGAL APERTA O LACO ´ INTERNET Escondidos em casa PÁGINA 5 SOCIEDADE PÁGINA 8 SOCIEDADE PÁGINAS 6 E 7 O deputado Zheng Anting aponta o dedo ao Governo por não tomar medidas num caso que afecta cada vez mais jovens.

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Hoje Macau N.º3107 de 11 de Junho de 2014

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Page 1: Hoje Macau 11 JUN 2014 #3107

O Executivo revela detalhes sobre a opera-ção de substituição da Reolian. Contrato de três anos com o apoio de 17 milhões de patacas por mês. A experiência foi o motivo principal da escolha.

NOVA ERAO prometido é devido

GCS

O Dia de Portugal foi celebrado em várias cerimónias com elogios mútuosàs relações históricas. BIR, Consulado ou pensões de reforma ficaram fora

da agenda. Do lado português reforça-se a ideia de Macau como portade entrada para um inesgotável mundo de oportunidades.

Relíquiasde ColoaneAssociação pressionou e o Governo avançou

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 Q UA R TA - F E I R A 1 1 D E J U N H O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 1 0 7

hojemacau

PUB

10 DE JUNHO COMEMORAÇÕES EM MACAU

PUB

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

PÁGINAS 2 E 3

PORTUGAL APERTA O LACO

´

INTERNETEscondidosem casa

PÁGINA 5

SOCIEDADE PÁGINA 8

SOCIEDADE PÁGINAS 6 E 7

O deputado Zheng Anting aponta o dedo ao Governo por não tomar medidas num caso que afecta cada vez mais jovens.

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hoje macau quarta-feira 11.6.20142 10 DE JUNHO

LEONOR SÁ [email protected]

O secretário de Es tado das comunidades portuguesas,

José Cesário, esteve on-tem reunido com mem-bros da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), mas o assunto das pensões que tem vindo a ser levantado pela associa-ção “não foi discutido no encontro”, disse Jorge Fão aos jornalistas.

O problema das pensões é um assunto que tem vindo a ser discutido há já vários meses e que envolve cida-dãos portugueses residentes em Macau. Quem antes da transição de soberania tenha escolhido ir para Portugal com despesas de viagem

APOMAC PENSÕES FORA DA DISCUSSÃO COM SECRETÁRIO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS

Uma questão de coerênciaA APOMAC reuniu com José Cesário que mais uma vez esteve de visita ao território.Para o fundador da associação de reformados, Jorge Fão, o assunto das remuneraçõesde aposentação não esteve em cima da mesa por “coerência política e respeito”.As críticas recaem na actuação do governo local

pagas pela administração lusa, deixou de ter direito à pensão de aposentação atribuída pelo Governo da RAEM, ainda que tenha regressado ao território. A APOMAC defende que este valor mensal deveria ser atribuído aos residentes aposentados.

Ontem, apesar da presen-ça de José Cesário, o assunto não veio à baila.

“A questão das pensões

tem que ver apenas com Portugal e não foram fo-cadas aqui porque estão a ser tratadas com o Tribunal Constitucional. O Governo [português] vai ter que aceitar, ou não, o acórdão do tribunal”, comentou Fão, presidente da assembleia--geral da APOMAC, à saída do encontro. No fundo, diz, foi por uma questão de “co-erência política e respeito” que o assunto das remune-

rações de aposentação não foi mencionado na reunião entre os dirigentes da as-sociação de reformados da RAEM e o Secretário das comunidades portuguesas, em Macau apenas por um dia para assinalar a importância do 10 de Junho.

Jorge Fão diz que as preocupações da associação “são poucas e têm mais a ver com o Governo local” do que com o português, pelo que nenhuma das questões relativas às pensões ou a subsídios estiveram na ordem do dia.

Já José Cesário aprovei-tou para focar que “a APO-MAC tem sido um parceiro fantástico do consulado de Portugal”, nomeadamente ao nível do reconhecimento das provas de vida, algo que o secretário considera que apenas é possível com

o envolvimento de várias instituições das diversas comunidades.

SUBSÍDIO REEMBOLSÁVELEm relação aos subsídios governamentais destinados à APOMAC, Fão explicou ao HM que discorda da política de gestão financeira que tem sido feita pelo Go-verno, continuando a criticar o reembolso dos fundos à fonte, caso não tenham sido utilizados no prazo devido. “É preciso que associações como a nossa tenham saldo para poder transitar para o ano seguinte e enfrentar futuros desafios e questões imprevistas”.

Sobre um financiamento proveniente do gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, o fundador da associação de residentes aposentados

queixa-se do mistério em volta da data e do valor de atribuição do subsídio, que continuam até hoje desco-nhecidas. “Até esta data, ainda não recebemos um tostão. Ou se diz que não dá e nós não contamos com o subsídio, ou então há que dar. Não é fechar-se em copas e deixar-nos aqui a pensar se afinal temos ou não temos.”

Fão comparou o finan-ciamento governamental dado às companhias de au-tocarros com aquele atribu-ído às associações sem fins lucrativos, questionando-se sobre porque é que o dinhei-ro que sobra às empresas de transportes não é igualmente devolvido aos bolsos do Governo.

“Uma empresa privada, com fins lucrativos, pode ter o privilégio de ficar com os subsídios, mas uma associação como a APOMAC não pode?” Esta é a pergunta central de Fão sobre a lógica dos subsídios do Governo.

Questionado sobre o apoio – em termos gerais – que o Governo tem dado à associação, Fão comenta que “felizmente tem estado a apoiar a APOMAC desde o início”, embora confesse que nota “um desequilí-brio” quando comparando com outras associações de carácter mais “tradicional”. Talvez por o Governo consi-derar que os reformados são “um grupo de velhinhos para esquecer”, diz.

Outras dos problemas que tem vindo a ser refe-rido pela direcção é a falta de espaço para expandir as instalações da associação. “A intenção é criar uma clínica virada para a área de estomatologia, outra di-reccionada para a medicina chinesa e talvez até incluir um salão de beleza. Isto vai ao encontro da política de saúde do Governo”, diz Fão. A APOMAC requer mais um andar do edifício onde se encontra, para acções que deverão “antecipar as políticas de saúde e ajudar o Governo”, assim poupando--lhes tempo e trabalho.

A criação dos espaços de saúde seriam geridos pela própria associação e estão pensados para ocupar o segundo piso da associação, que actualmente serve de secretaria. Com a adição de mais um andar, Fão acredita que a APOMAC poderia ajudar mais reformados do que ajuda hoje em dia, ali-viando espaço e dinheiro aos Serviços de Saúde.

“Até esta data, ainda não recebemos um tostão. Ou se diz que não dá e nós não contamos com o subsídio, ou então há que dar. Não é fechar-se em copas e deixar-nos aqui a pensar se afinal temos ou não temos”JORGE FÃO

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ALEXIS TAM CONDECORADO

3 10 de junhohoje macau quarta-feira 11.6.2014

O Chefe do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, disse ontem que

o Governo local continua a “valo-rizar as relações históricas” com Portugal e salientou a comunidade portuguesa como uma das que mais contribui para a prosperidade da cidade.

Ao intervir na recepção à co-munidade portuguesa no âmbito das comemorações locais do 10 de Junho, Fernando Chui Sai On, que recebeu a camisola do

capitão da selecção portuguesa, recordou o “sucesso” da recente vista de Cavaco Silva à China e a Macau e garantiu que a parte chinesa está já a trabalhar no restabelecimento das ligações aéreas directas entre os dois países.

“Será”, disse, uma forma de “fomentar” a troca de mercado-rias e o fluxo de pessoas entre os dois países.

Chui Sai On, que este ano conclui o seu primeiro mandato

como chefe do Executivo de Macau e se mostrou satisfeito por participar numa “cerimónia e momento especiais” para a co-munidade portuguesa, salientou ainda a vontade e disponibilida-de de Macau e do seu Governo em continuar a apoiar a escola portuguesa local, esperando também que as reuniões, a partir de agora anuais, da comissão mista Macau/Portugal, venham a contribuir para o reforço dos laços.

Consulado José Cesário sem novidadesO secretário de Estado das Comunidades Portuguesas não avançou se a equipa de funcionários do Consulado de Portugal em Macau será aumentada para fazer face às dificuldades. Depois da cerimónia do içar da bandeira que iniciou as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, José Cesário lembrou apenas que foram contratadas pessoas para os serviços de call centre do consulado, avança a Rádio Macau. “[Os funcionários do consulado] tiveram uma novidade muito recente, foi constituído um call centre que implicou a colocação de cinco pessoas a trabalhar no consulado que vieram corrigir parte da situação que tinha ficado em aberto anteriormente”, apontou José Cesário, em declarações à Rádio Macau.

Obtenção de BIR fora da agendano Dia de Portugal

POR ocasião do feriado português de 10 Junho,

Macau recebeu a presença do secretário das comunidades portuguesas, José Cesário. A questão da dificuldade na obtenção do Bilhete de Iden-tidade de Residente (BIR) a cidadãos portugueses não foi referida até ao final da tarde, na recepção da comunidade lusa na residência consular. “Há um trabalho permanente do consulado com as auto-ridades do território para irem resolvendo progressi-vamente esses problemas. Compreendemos que eles existem sempre, porque também compreendemos que localmente há algumas res-trições à entrada de pessoas (...)”, disse o secretário das comunidades portuguesas durante a recepção na resi-dência do cônsul, que teve início às 18 horas.

Ainda que José Cesário tenha participado em várias outras actividades durante o dia de ontem, o HM sabe que ninguém da Associação de Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) ou da Associa-ção dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) referiu qualquer debate relativo à polémica questão do BIR para cidadãos portugueses.

O presidente da ATFPM e deputado, José Pereira Couti-nho foi um dos que considera a discussão desnecessária. “Acho que já não vale a pena falar sobre esta questão, tendo em conta que o mais alto magistrado português já tem conhecimento sobre esta matéria”, disse o deputado ao HM.

“Macau é um ponto também muito importante na relação com a China, porque Macau vale por si próprio, mas também vale pela relação”JOSÉ CESÁRIO

CHEFE DO EXECUTIVO VALORIZA “RELAÇÕES HISTÓRICAS” COM PORTUGAL

Laços de sucesso

O cônsul-geral de Portugal em Macau disse ontem que a RAEM é “porta privilegiada” da entrada

de Portugal na China, mas vincou a necessidade do tecido empresarial apostar na inovação e na elevada qualidade dos produtos. “Portugal tem em Macau uma porta de entrada para a China, um balão de ensaio para os produtos de excelência produzidos no nosso país, mas não podemos es-quecer que a aposta tem de conjugar a qualidade à inovação dos produtos que as empresas nacionais são capa-zes de criar”, disse.

Para Vítor Sereno, que falava à margem das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, as empresas portuguesas não se podem esquecer que a China é um “mercado muito vasto” em que uma pequena encomenda para os padrões locais pode fazer toda a diferença em termos nacionais. “Como disse o Presidente da República na sua recente visita à China, uma encomenda de algumas décimas pode fazer toda a diferen-ça e a aposta tem de passar pelos pequenos mercados e não apenas por Pequim, Xangai ou Cantão, porque uma qualquer pequena cidade da China tem a população de Portugal e uma encomenda no contexto chinês terá, com certeza,

Em dia de comemorações, os elogios das relações entre Portugal e China vieram de diversos quadrantes. Macau voltou a ganhar destaque como a porta de entrada para o gigante asiático

CÔNSUL PORTUGAL TEM DE APOSTAR NA INOVAÇÃO E QUALIDADE

Macau, o cantinho especial

• O chefe de gabinete do Chefe do Executivo, Alexis Tam, foi ontem uma das sete personalidades a ser agraciada com a Ordem do Mérito.

impacto na vida de uma empresa portuguesa e na economia nacio-nal”, defendeu.

Vítor Sereno faz mesmo da aposta no conceito em “Macau para a China” um objectivo que deve ser “transversal” a todas as empresas nacionais “potenciado pelo prestígio que a comunidade tem em Macau e pelo reconhecido da qualidade dos produtos”.

“Hoje, que comemoramos o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades portuguesas, deve-mos vincar mais uma vez que os portugueses são acolhidos como técnicos de referência em Macau, são reconhecidos pela sua compe-tência e acarinhados pelo seu empe-nho no desenvolvimento da cidade e é nesse princípio de qualidade da mão-de-obra e produtos nacionais que temos de investir contribuindo assim também para a melhoria da economia nacional”, sustentou.

TOMAR O PULSOPara o secretário de Estado das comunidades portuguesas, José Ce-sário, que em Macau visitou várias instituições para “sentir o pulsar das

pessoas e para que digam aquilo que os preocupa”, a China tem a impor-tância conhecida e é um “investidor em crescendo”, ao mesmo tempo que as exportações portuguesas também aumentam para o gigante asiático. “As empresas portuguesas começam a olhar para a China de uma forma completamente diferente do que olhavam e as exportações portuguesas têm aumentado de forma impressionante”, disse.

O governante sublinhou ainda que independentemente da importân-cia da China no contexto português,

“...os portugueses são acolhidos como técnicos de referência em Macau, são reconhecidos pela sua competência e acarinhados pelo seu empenho...”VÍTOR SERENO

“Macau é um ponto também muito importante na relação com a China, porque Macau vale por si próprio, mas também vale pela relação” com a segunda economia mundial.

José Cesário esteve em Macau para uma visita de pouco mais de 24 horas, participando nas comemora-ções locais do 10 de Junho. - Lusa/HM

LUSA

GCS

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CÂNT

ARA

hoje macau quarta-feira 11.6.20144 POLÍTICA

Abuso sexual Ng Kuok Cheong duvida da eficácia da lei

NG Kuok Cheong pediu ontem informações ao Governo sobre

a execução da lei sobre o crime de assédio sexual. Numa interpelação escrita, o deputado pede informa-ções sobre se a revisão da lei vai ou não avançar, porque, salienta, muitas pessoas duvidam da sua eficácia.

Ng Kuok Cheong acredita que, apesar de estar legislado o crime de abuso sexual, o sistema legislativo e a promoção nesta área precisam ainda muito de ser melhorados. “De facto, já partilhei muitas opiniões com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça sobre este problema, mas as autoridades afir-maram que já geram consenso e que este crime é tratado de acordo com o Código Penal”, comenta o deputado.

Ng Kuok Cheong não concorda que isto seja suficiente e pede ao Governo o número de casos de tratamento a assédios com base no Código Penal e os avanços no es-tudo sobre a possível revisão desta legislação. - HM

Concurso público Governo abre porta a discussão sobre revisão do regime

ANDRÉ Cheong, director dos Serviços dos Assuntos de Justiça

(DSAJ), abriu ontem a porta à discus-são sobre a possibilidade de se rever o regime dos concursos públicos. Numa conferência de imprensa sobre os autocarros e para apresentar detalhes sobre o novo contrato de concessão, o responsável frisou que isto poderia vir a acontecer. O motivo prende-se com o facto de não ter sido possível ao Go-verno fazer um concurso público para atribuir a concessão dos autocarros da Reolian a uma nova empresa, tendo isto sido feito por ajuste directo, por falta de tempo. Por norma geral, o Governo é obrigado a fazer concursos públicos, salvo em situações de interesse público. André Cheong explicou mais uma vez que, devido à situação urgente dos au-tocarros, não foi possível ser feito um concurso público, que demora cerca de nove meses, mas que este mecanismo sem dúvida que “é uma forma de ele-var a transparência”, notou. “Merece discussão para rever ou alterar a lei do concurso público”, avançou. - J.F.

ELECTRICIDADE LEONG VENG CHAI QUER SABER SE VAI HAVER LIBERALIZAÇÃO

Macau às escuras

“Acresce a isto, a falta nesta cidade de matéria-prima necessária para gerar energia eléctrica, não se podendo, então, imaginar os resultados”LEONG VENG CHAI

LEONOR SÁ [email protected]

O deputado Le-ong Veng Chai critica o Go-verno de Ma-

cau sobre a questão do for-necimento de electricidade ao território, que é efectuado, quase na totalidade, por uma empresa do interior da China (cerca de 90%). A preocupa-ção de Leong surgiu no final de Abril deste ano, depois de vários pequenos apagões terem assolado Macau, que conta apenas com uma fonte de alimentação primária de electricidade proveniente da China continental.

Numa interpelação, o político questionou o Gover-no acerca da implementação de medidas de ressalva, caso haja um apagão mais demorado ou problemas graves no sistema do inte-rior da China. O deputado receia que um eventual fornecimento instável no continente possa fazer com que o funcionamento de Macau fique paralisado.

Depois de dois pequenos apagões terem afectado cerca de cinco mil pessoas, o deputado questiona o governo sobre a abertura do mercado da electricidade monopolizado por uma empresa da China

FLORINDA CHAN CELEBRA ANIVERSÁRIO DA RAINHA DE INGLATERRA

Florinda Chan, Secretária para a Administração e Justiça, esteve ontem presente na celebração do aniversário da Rainha D. Isabel II, em Macau

Neste momento, o mercado da electricidade encontra-se monopolizado por uma empresa chinesa, pelo que Leong Veng Chai pretende saber se e quando irá ser pensada a entrada de diferentes empresas no mercado, possibilitando a sua eventual liberalização. Tal iria beneficiar os cida-dãos e outras empresas de electricidade, impulsio-nando a redução das contas mensais e a competitividade de mercado, por exemplo.

“Acresce a isto a falta, nesta cidade, de matéria--prima necessária para gerar energia eléctrica, não se

podendo, então, imaginar os resultados”, frisou Leong. Outra das questões levanta-das pelo deputado tem que ver com o gás natural e o potencial que este produto tem de ser transformado em energia eléctrica. “Macau já foi equipada para o apro-veitamento do gás natural para gerar electricidade, mas, nestes últimos três anos, ainda não conseguiu o fornecimento de gás natu-ral por parte do interior da China, por isso a empresa local de energia eléctrica não pode aproveitá-lo para gerar energia”, questionou Leong.

Mesmo depois do po-lítico e outras personali-dades terem expressado a sua preocupação com os apagões verificados em Macau durante os pri-meiros meses de 2014 e a falta de competitividade no mercado da energia eléctrica, a Companhia de Electricidade de Macau (CEM) confirmou que não há razões para alarme, uma vez que, assegura, todas as falhas de electricidade serão resolvidas em menos de três minutos.

De acordo com notí-cia avançada pelo jornal Macau Post Daily, Iun Iok Meng, conselheiro da empresa de Macau, acre-dita que o fornecimento de energia eléctrica para Macau está garantido, tendo em conta o facto de 90% provir do interior da China.

Foram cerca de cinco mil pessoas, as afectadas pelos dois apagões que aconteceram nos dias 3 e 5 deste mês, na península de Macau.

GCS

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PUB

HOJE

MAC

AU

5 políticahoje macau quarta-feira 11.6.2014

Pouco ainda se sabe sobre a questão dos jovens “escondidos”. Fechados em casa, abandonam os estudos, presos ao vício do jogo e da internet. Por vezes a tragédia bate à porta

O deputado Zheng An-ting enviou ontem uma interpelação ao Governo onde critica

falta de comunicação entre pais, escolas e alunos e as medidas brandas sobre os jovens que se prendem em casa, sem frequentar sequer estabelecimentos de ensino.

Zheng Anting refere que já fa-lou com o Governo sobre o assunto, mas assegura que a resposta não o deixou satisfeito.

“Fiz umas perguntas num deba-te político em 2013 e as autoridades

A Autoridade Mone- tária de Macau (AMCM) decidiu

restringir o uso de cartões UnionPay e a partir de dia 1 de Julho, as casas de pe-nhores e lojas de joalharia dos casinos do território vão deixar de aceitar transacções através deste mecanismo em específico. A notícia, avança-da pela revista de negócios Bloomberg Newsweek, surge depois de terem sido registados vários casos de burla pelo uso de UnionPay em Macau.

O anúncio desta medida provocou a descida brusca

ZHENG ANTING ACUSA GOVERNO DE NÃO TOMAR MEDIDAS FACE A JOVENS “ESCONDIDOS”

A remediar em vez de prevenir

UNIONPAY GOVERNO PROÍBE USO DE CARTÕES EM CASINOS A 1 DE JULHO

Menos burlas, menos compras

responderam que o mecanismo de apoio é suficiente para os jovens que abandonam da escola, mas não mencionam nada sobre o problema dos jovens ‘escondidos’”, diz o deputado, referindo-se aos jovens que ficam em casa fechados, normalmente viciados em jogos e na internet e conhecidos pela expressão japonesa ‘hikikomori’.

“De facto, os estudos e inves-tigações são muito poucos, apenas se fez um estudo há quatro anos, na altura em que os dados mos-traram que o problema de jovens escondidos estava já muito grave. Mas os apoios reais e os serviços das instituições são quase zero, nem mecanismos ou medidas há para acompanhar os problemas de jovens que abandonam a escola com menos de 16 anos”, criticou o deputado.

PAU DE DOIS BICOSZheng Anting fala do desenvolvi-mento da indústria de jogo como

algo que traz a prosperidade a Ma-cau, mas diz, ao mesmo tempo, que daí derivam muitos problemas so-ciais, especialmente as influências de trabalho por turnos nas famílias, onde os pais têm dificuldades em dedicar-se a tomar conta dos filhos e a ajudá-los no ensino. Isto, diz o deputado, causa indirectamente

problemas aos jovens, por exemplo droga e vício por internet.

“Os pais não conseguem corri-gir os comportamentos desviados dos filhos, os problemas de jovens escondidos estão cada vez piores, inclusivamente aconteceram tragé-dias no seio de famílias que cho-caram muito a sociedade”, frisa.

“Este problema mostra que entre as autoridades e as escolas faltam boas comunicações e o tratamento dado aos problemas é demasiado simples, uma vez que as autoridades não conseguem in-tervir na hora nestes casos e fazem meras reparações até aconteceram as tragédias.”

O deputado pede ao Governo que divulgue relatórios de estudo sobre os problemas de jovens e se vão haver novos estudos e quer ainda saber quais as medidas de apoio aos jovens que abandonam a escola e que, diz, só dependem de instituições sociais.

“Em 2011, as autoridades apon-taram que iam discutir as soluções de acordo com o conteúdo de um relatório [sobre estes jovens] feito em conjunto com instituições, dizendo que, em 2013, iam levar a cabo os trabalhos relativos, mas até agora não ouvimos nenhuns resultados sobre os trabalhos. Qual é o avanço nisto?”, remata. - HM

do valor das acções dos casinos de Macau na bolsa de Hong Kong. As acções dos grupos SJM, MGM China Holdings e Wynn Macau caíram cerca de 5% na bolsa de valores do terri-tório vizinho, sendo que as operadoras Melco Crown, Galaxy Entertainment e Sands China também viram as suas acções diminuir no mercado financeiro.

Foi o director executivo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Ambrose So, quem comentou o assunto e a AMCM ainda não lançou quaisquer informações que justifiquem a sua decisão de retirada das máquinas de pagamento por UnionPay. À Bloomberg, So disse que a implementação desta medida não deverá afectar o grupo SJM, uma vez que

não tem lojas de joalharia ou casas de penhores nos seus estabelecimentos.

A decisão poderá vir a reduzir as receitas do jogo em Macau que, só no primeiro tri-mestre deste ano aumentaram 20% relativamente ao mesmo período de 2013, traduzindo--se num valor oito vezes superior àquele registado na zona do Strip de Las Vegas. Isto porque as restrições no

uso deste tipo de cartões vai fazer com que a aquisição de notas seja menos conveniente para os jogadores de massa dos casinos e os números falam por si. A calcular pelas estatísticas do ano passado, a partir de Julho serão quase mais de 30 milhões de turistas – anualmente – a terem que levantar dinheiro nas máqui-nas multibanco.

Segundo a Bloomberg

Newsweek, tanto o sector das casas de penhores como a UnionPay recusaram-se a co-mentar a decisão da AMCM e posterior implementação da medida.

As autoridades de Macau têm dado especial atenção à questão do uso ilegal dos cartões UnionPay para lava-gem de dinheiro, tendo sido apreendidas 12 pessoas entre Fevereiro e Março deste ano e que se encontravam envolvidas em casos de uso ilegal dos cartões UnionPay com o auxílio de máquinas multibanco móveis alteradas para o efeito.

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 253/AI/2014

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor Chan, David (portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da Hong Kong n.° G2164XXX), que na sequência do Auto de Notícia n.° 83/DI-AI/2012 de 08.08.2012, levantado pela DST, por controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.° 1321, Edf. Hung On Center, Bloco 3, 15.° andar U, Macau, e utilizada para a prestação ilegal de alojamento, bem como por despacho da signatária de 30.05.2014, exarado no Relatório n.° 414/DI/2014, de 26.05.2014, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenada a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e n.° 1 do artigo 15.°, todos da Lei n.° 3/2010. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. -----Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010. ---------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. -------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 30 de Maio de 2014.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

Nos termos previstos no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 26 de Maio de 2014, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para a prestação de serviços de manutenção e reparação do sistema de climatização das seguintes instalações desportivas situadas na Taipa afectas ao Instituto do Desporto, durante o período de 1 de Setembro de 2014 a 31 de Agosto de 2016:

Designação das Instalações1 Centro Desportivo Olímpico

2 Campo de Futebol e de Atletismo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau

3 Centro de Formação4 Centro Desportivo Olímpico - Piscina5 Piscinas do Carmo6 Centro de Medicina Desportiva

A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados poderão dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, s/n, Fórum de Macau, Bloco 1, 4.o andar, no horário de expediente, das 9,00 às 13,00 e das 14,30 às 17,30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo,

mediante o pagamento da importância de $ 1 000,00 (mil) patacas.Os interessados deverão comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para tomar conhecimento dos eventuais esclarecimentos adicionais.O prazo para a apresentação das propostas termina às 12,00 horas do dia 9 de Julho de 2014, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de $ 60 000,00 (sessenta mil) patacas. Caso o concorrente opte pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na RAEM e à ordem do Fundo de Desenvolvimento Desportivo ou efectuar um depósito em numerário ou em cheque na mesma quantia, na Divisão Administrativa e Financeira na sede do Instituto do Desporto.O acto público de abertura das propostas do concurso terá lugar no dia 10 de Julho de 2014, pelas 9,30 horas, no auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, s/n, Fórum de Macau, Bloco 1, 4.o andar.As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data do acto da sua abertura.Instituto do Desporto, aos 11 de Junho de 2014.

O Presidente,José Tavares

AnúnciosConcurso Público

«Prestação de Serviços de Manutenção e Reparação do Sistema de Climatização das Instalações Desportivas Situadas na Taipa Afectas ao Instituto do Desporto»

Page 6: Hoje Macau 11 JUN 2014 #3107

hoje macau quarta-feira 11.6.20146 SOCIEDADE

O Governo vai esperar que os contratos com a TCM e a Transmac cheguem ao fim para os alterar. Isso mesmo disse ontem André Cheong, director dos Serviços para os Assuntos de Justiça, apesar de o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) ter sugerido que os contratos com as duas operadoras fossem rescindidos por violarem a lei. “Concordamos com o CCAC e negociamos com as operadoras. Quando chegar ao termo, faremos um contrato novo”, frisou. A Macau Nova Era, que fica com os serviços da Reolian, já terá de respeitar um contrato no âmbito do Regime de Concessão de Serviços Públicos, mas as duas empresas em funcionamento vão manter-se com o actual contrato que prevê apenas a exploração de

serviços de autocarros, algo visto pelo CCAC como a “violação à lei mais grave de sempre”. Esta semana, André Cheong, director dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), disse que os contratos estariam em vigor e não poderiam ser mudados, mas ontem o responsável já explicou que “ambas as partes podem alterar os contratos se o quiserem”. Sobre se o Governo não teme que as operadoras não aceitem os novos modelos de contrato, Cheong diz que o Governo tem “formas de resolver o problema”, mas acredita que não será necessário chegar a tribunal. “Temos de garantir justiça. Se o novo modelo favorecer o funcionamento das operadoras, qualquer operadora vai querer mudar”, ressalvou. - J.F.

O QUE PREVÊ O CONTRATO

• a empresa terá de ter um delegado do Governo escolhido

pelo Chefe do Executivo, cujo salário será encargo da

operadora

• a operadora tem de divulgar relatório de contas anual

• Governo deixa de pagar a taxa de serviço à operadora,

mas tarifas são receitas da empresa

• a operadora só pode criar novas carreiras ou cancelar

carreiras mediante autorização do Governo

• o cancelamento de carreiras não pode ultrapassar 5% do

número total de carreiras

• o prazo de concessão pode ser renovado por prazo

idêntico ou mais curto “por razões especiais de interesse

público”

• a revisão das tarifas é da competência exclusiva da RAEM

• se a RAEM alterar as tarifas e isso causar prejuízos

à operadora esta pode ser recompensada com valor

estimado das perdas

• a operadora tem de adquirir até 30 de Junho todos os bens

da Reolian

• até seis de Junho a empresa tem de entregar um plano

geral sobre os serviços

• a operadora tem de manter a forma da sociedade como

sociedade anónima

• a operadora vai ser avaliada em Dezembro

AUTOCARROS NOVA ERA ATÉ 2017 COM APOIO DE 17 MILHÕES POR MÊS

A experiência é um posto

JOANA [email protected]

A Macau Nova Era de Autocarros Públicos, S.A. vai começar a

funcionar a partir de 1 de Julho. O anúncio foi feito on-tem aos jornalistas por Wong Wan, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, no dia em que, ficou a saber--se, a operadora assinou o contrato com o Governo. A Macau Nova Era substitui a Reolian pelo menos até 2017, uma vez que os serviços são válidos por três anos.

O contrato que a ope-radora tem com o Governo - assinado um dia depois do Executivo desvendar o mis-tério do nome da empresa - vai permitir que a RAEM atribua um apoio financeiro de 17 milhões de patacas por mês à Nova Era. Isto, porque o acordo prevê que seja a operadora a ficar com as receitas das tarifas dos

Como compensação pelas “baixas tarifas” dos autocarros, a empresa que substitui a Reolian vai receber ajuda financeira do Governo no valor de 17 milhões de patacas por mês. O contrato foi ontem assinado e fica em vigor por três anos. O Governo assegura que a experiência foi o principal motivo para a escolha da Nova Era

bilhetes, mas não a alterar os seus valores. O Governo defende que, devido a isto, a empresa não consegue obter lucro suficiente.

“Tendo em conta a políti-ca de tarifas baixas que o Go-verno da RAEM implemen-

ta, é impossível à companhia manter a exploração apenas com as tarifas cobradas, pelo que o Governo criou um mecanismo de assistência financeira para assegurar a estabilidade dos serviços de autocarros”, explicou Wong

Wan. “Feito um cálculo, é previsto que a assistência financeira mensal seja de 17 milhões de patacas entre 2014 e 2015.”

Este valor baseia-se na diferença entre as receitas das tarifas e as despesas

ANDRÉ CHEONG CONTRATOS COMTCM E TRANSMAC VÃO ATÉ AO FIM

Assine-o TELEFONE 28752401 | FAX 28752405E-MAIL [email protected]

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7 sociedadehoje macau quarta-feira 11.6.2014

HOJE MACAU [email protected]

A Fundação Macau quer que as associa-ções se preocupem

mais com o bem-estar da população e Wu Zhiliang assegura que as relações entre o organismo e as associações não se podem cingir a receber e atribuir dinheiro.

Citado pelo jornal Ou Mun, o presidente da ins-tituição, salientou mesmo que os esforços das asso-ciações estão intimamente ligados à prosperidade de Macau.

Numa reunião que ser-viu para partilhar com mais de 50 associações formas e regras para a obtenção de subsídios, a Fundação Macau disse esperar que, com os recursos, as associa-ções possam aumentar os benefícios sociais, de forma a melhorar o bem-estar dos residentes.

“Macau é uma socieda-de de associações, por isso, estas responsabilizam-se por resolver as dificuldades e eliminar as preocupações da população, bem como promover a estabilidade e harmonia de Macau e a cultivar talentos. Podemos dizer que os resultados da prosperidade de Macau e os esforços de associações estão paralelos”, frisou Wu Zhiliang.

Para o presidente, a relação entre a Fundação Macau e as associações não podem ser apenas de “patrocínio e patrocinado” e de “supervisionar ou ser supervisionado”, mas também ser “parceiros” em conjunto para que, diz, ambos consigam o objecti-vo de melhorar o bem-estar da população.

“A relação entre a Fundação Macau e as associações não deve ser limitada à simples oferta de recursos, mas deve ser também uma entrega de serviços. Servir as as-sociações é sempre uma missão de trabalho da Fun-dação Macau, mas através destes recursos e destes serviços, as associações devem servir Macau de forma completa e com vontade”, frisou.

A Fundação Macau é

ANÚNCIO

ERRATA

CSR - O HM ERROU

Na notícia publicada na edição de segunda-feira, 9 de Junho, relativa às demonstrações financeiras da Companhia de Resíduos de Macau, (CSR), referentes ao exercício da empresa no ano passado, no título informava-se erradamente que a referida empresa teria tido “lucros superiores a cem mil milhões de patacas em 2013”. A notícia carece de qualquer fundamento, uma vez que o relatório financeiro do exercício do ano passado da Companhia de Resíduos de Macau ainda não foi apresentado ao público. Como tal, tais valores são desprovidos de qualquer veracidade. Pelo lapso, pedimos desculpa aos visados e aos leitores.

“A relação entre a Fundação Macau e as associações não deve ser limitada à simples oferta de recursos, mas deve ser também uma entrega de serviços”WU ZHILIANG Presidente da Fundação Macau

WU ZHILIANG RELAÇÃO COM ASSOCIAÇÕES NÃO PODE SER SÓ FINANCEIRA

Para pessoas, pelas pessoas

constantemente criticada pela forma como atribui os apoios financeiros – algo que faz trimestralmente -, sendo que Wu Zhiliang já anunciou a implementação

de uma série de medi-das para melhorar esta situação. Estas incluem “mais pressão para que as associações entreguem as contas”, por exemplo.

Neste momento, a Funda-ção Macau assegura que está a rever novamente as medidas, para que esses procedimentos sejam me-lhorados.

estimadas da empresa e corresponde a 60% do total dos custos da empresa, sendo que 40% dizem respeito às receitas dos bilhetes.

O Governo fez uso dos seis meses em que esteve res-ponsável pela Reolian, falida no ano passado, para calcular o montante, que é superior ao fornecido pelo Governo à antiga empresa de autocarros verdes: o Governo gastava 21 milhões de patacas por mês com os serviços da Reolian. Já durante o funcionamento da operadora, atribuiu à Re-olian cerca de 14 milhões de patacas mensais.

Esta assistência financeira tem um limite máximo, avisa a DSAT, e depende de uma avaliação aos serviços presta-dos pela empresa, sendo que o valor vai descendo consoante a pontuação que a Nova Era tiver. “Depende da qualidade dos serviços que prestam, senão vão ter prejuízos”, fri-sou Wong Wan. A operadora pode pedir o reajustamento do valor em 2016.

CONCURSO PÚBLICO EM TRÊS ANOS O director da DSAT voltou on-tem a repetir que a entrega dos serviços da Reolian à Nova Era se deveu principalmente ao factor “experiência”.

A Sociedade de Trans-portes Colectivos de Macau (TCM) é a maior accionista da operadora, que é ainda de-tida ainda pela Nam Kwong e pela Serviços de Reparações Mecânicas Macau S.A.R.L. Esta última e a TCM são em-presas também pertencentes à Nam Kwong.

Recentemente, numa con-ferência de imprensa, o Go-verno indicou que iria ser uma operadora local a ficar com os serviços da Reolian, porque a experiência contava muito. A empresa, contudo, foi criada apenas no dia 30 de Abril, o que causou dúvidas aos jor-nalistas sobre a experiência da empresa. Isto, porque o Governo estaria a negociar com mais cinco operadoras de transportes. Wong Wan foi questionado sobre se a Nova Era teria sido criada propositadamente para ficar com os serviços da Reolian, mas o director da DSAT as-segura que não. “Tinha que se ter em conta experiências locais, principalmente na área dos serviços públicos de transportes. Quando se entrou numa nova fase de negociações, tinha de se criar uma nova empresa e a TCM é uma empresa de grande envergadura a funcionar há muitos anos.”

Também o director dos Serviços para os Assuntos de Justiça, André Cheong, garantiu que não houve negociação directa com a Nam Kwong. “Depois do sequestro da Reolian, a TCM e a Transmac contactaram--nos e outras e nós entrámos em negociações com as operadoras, estudamos e decidimos. As negociações ainda estavam em andamen-to em Abril.”

O facto de haver exi-gências para ficar com os equipamentos e autocarros da Reolian – que vão custar à Nova Era mais de 96 mi-lhões de patacas – e com os funcionários, dizem os dois responsáveis do Governo, não foram apelativos para muitas operadoras.

“Quando se entrou numa nova fase de negociações, tinha de se criar uma nova empresa e a TCM é uma empresa de grande envergadura a funcionar há muitos anos” WONG WAN Directorda DSAT

Wong Wan garante que daqui a três anos vai haver um concurso público para os serviços de autocarros – ainda que o contrato preveja que pode haver renovação com a Nova Era – porque “o Governo aprendeu com a lição”. A adjudicação à Nova Era, recorde-se, foi feita por ajuste directo porque “não havia tempo” de fazer um concurso público.

Os principais nomes dos órgãos sociais da nova empresa estão ligados à TCM: um deles é o do presidente do conselho de administração, O Hoi Fan, e, na vice-presidência, o do empresário Ng Fok, fundador inicial da TCM. A sociedade é anónima, pelo que não se sabe quem são os detentores, e André Cheong diz que essa é uma obrigação para a empresa que ficar com os serviços públicos. O contrato refere que nunca pode ser alterada esta característica.

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8 sociedade hoje macau quarta-feira 11.6.2014

LEONOR SÁ [email protected]

O Instituto Cultu-ral (IC) anun-ciou ontem que vai começar a

analisar a possibilidade de conservação dos artefactos arqueológicos encontrados

Marks & Spencervai abrir loja em Macau

A famosa cadeia Marks & Spencer (M&S) anun-ciou ontem que vai entrar no mercado local,

estando previsto a abertura da sua loja no Sands Cotai Central ainda este Verão.

A Marks & Spencer, que foi fundada há 130 anos e é conhecida pela venda de roupa, produtos para casa e comida, já está representada em mais de 54 territórios diferentes. A abertura desta loja em Macau faz parte da sua nova estratégia de ex-pansão, que vai culminar na abertura de mais 250 lojas fora de Inglaterra nos próximos três anos, salienta a empresa em comunicado.

De momento, a cadeia opera já 140 lojas na Ásia, estando 15 situadas na China e 17 em Hong Kong.

Turismo Consultapública de alojamentoem residências de família

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) lan-çou ontem uma consulta pública para apurar

a viabilidade do alojamento em “residências de família”. O intuito do estudo é perceber até que ponto a implementação legal desta medida é viável e se a população concorda. Os inquéritos serão feitos online e pessoalmente e compreendem perguntas sobre a viabilidade do projecto, as zonas adequadas para a sua implementação e o modo e condições da mesma. Contudo, devido ao adiantado da hora, não foi possível ao HM saber mais informações sobre esta matéria.

D ADOS recentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) mostram

que, só nos primeiros três meses do ano, houve mais de 800 casos registados de condutores que não cederam a passagem aos

COLOANE IC PONDERA PRESERVAR ACHADOS ARQUEOLÓGICOS

A bem da culturaDepois de várias pressões, o IC pensa finalmente avançar para a criação de um projecto de conservação das relíquias de Coloane

PASSADEIRAS CONDUTORES QUE NÃO PARAM AUMENTAM 6%

Mau comportamento geralpeões nas passadeiras. No total, foram 890 os casos apanhados pela polícia, um aumento de 6,1% face ao ano passado.

Mas, nem só os condu-tores violaram as regras. Também os transeuntes que

atravessaram fora das passa-deiras aumentaram: a polícia registou quase 970 destes casos, um aumento de 1,8% face ao ano de 2013, onde o total de casos registados ascendeu aos 1324 casos.

Depois de terem aconte-cido acidentes recentes, dos quais resultaram vítimas, dados recentes de PSP mos-tram ainda que houve 4862 acidentes nos primeiros três meses do ano, mais 5,37% do que no ano passado, dos quais resultaram cinco mortos.

Aumentos também para os casos de excesso de velocidade (mais 8%), de desrespeito pelo sinal vermelho (mais 8%) e de estacionamento ilegal mais 4,3% -, mas menos casos em que o condutor conduzia alcoolizado.

O número de veículos em Macau atingiu os 230 mil e as autoridades admitem que a pressão de ruas é cada vez maior. O Governo já angariou mais de 50 milhões de patacas com o valor das infracções, um aumento de 6,8%. - HM

na Rua do Estaleiro, em Coloane. Antes de mais, o IC terá que auscultar a po-pulação e elaborar um plano de conservação que seja considerado mais adequa-do, tendo em conta factores como o estado dos artigos encontrados e o local onde estão. O Governo deverá ainda ter em conta o pare-cer de vários especialistas da área da arqueologia que poderão ajudar a criar o projecto de preservação. De acordo com notícia avança-da pelo jornal Macau Post Daily, é a primeira vez que são descobertas provas de que os antepassados do perí-odo Neolítico preparavam e confeccionavam alimentos.

A principal prioridade do IC em relação a esta matéria é o de salvaguardar o património cultural, sendo que os objectos encontrados são tidos como “bens cultu-rais valiosos da população”

da RAEM. O processo de conservação dos artefactos deverá consistir em três eta-pas das quais a investigação arqueológica, as escavações em si e a elaboração de um programa de conservação

adequado. A iniciativa foi tida pelo próprio IC, que formou um grupo de es-pecialistas em arqueologia provenientes do continente e de Hong Kong para co-laborarem nos trabalhos

de conservação de outras estações arqueológicas an-teriormente descobertas em Macau. Contudo, é apenas desde Maio que os peritos estão a trabalhar na Rua do Estaleiro especificamente. Depois de concluídas as três fases referidas pelo IC, o programa estabelecido será alvo de auscultação públi-ca, período durante o qual os cidadãos poderão fazer sugestões.

É de frisar que são já várias as entidades que advo-gam em prol da conservação das peças encontradas na semana passada na ilha de Coloane. Prova disso foi a petição no Facebook e a carta que a Juventude Dinâmica de Macau entregaram ontem ao Governo, pedindo o tra-tamento e preservação dos artefactos arqueológicos, acção muito importante para Macau e que vem explicada na edição de ontem do HM.

Rua do Estaleiro

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9CHINAhoje macau quarta-feira 11.6.2014

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Marinha chinesa participaem exercício internacional Um esquadrão da Marinha da China partiu pela primeira vez para participar num exercício naval mundial conduzido pelos EUA, no Hawai, afirmou o Ministério da Defesa. A participação da China no exercício RIMPAC é visto como uma oportunidade para construir uma relação mútua de confiança face às tensões marítimas com países vizinhos. O exercício é o maior do mundo e envolve 23 países, em operações entre 26 de Junho e 1 de Agosto. Em comunicado, o Ministério da Defesa da China disse que o destroier Haikou, a fragata de mísseis Yueyang, o petroleiro Yueyang e o navio-hospital Peace Ark partiram na segunda-feira. O esquadrão transporta 1.100 funcionários e dois helicópteros. O vice-chefe do Estado Maior da Marinha, Hong Xumeng, disse que a participação da China constitui uma importante missão de diplomacia militar e mais um passo para fortalecer os laços com os EUA. A China nunca participou nos exercícios, embora em 1998 tenha enviado observadores militares para observar o evento.

Inflação atinge 2,5% em MaioO Índice de Preços no Consumidor (IPC) da China, um dos principais indicadores da inflação, aumentou 2,5% em Maio em termos anuais, anunciou ontem o Gabinete Nacional de Estatísticas do país. O valor do IPC de Maio é sete décimas mais elevado do registado em Abril – 1,8% –, altura em que a inflação registou a sua taxa mais baixa num ano e meio. Apesar disso, a inflação da segunda maior economia mundial mantém-se muito abaixo da meta de 3,5% preconizada pelo governo. O preço dos produtos alimentares, que representam um terço do cabaz com base no qual é calculado o IPC, subiu 4% em termos anuais, muito acima do aumento de 2,3% registado em Abril. Face ao mês anterior, os preços registaram um crescimento de 0,1%. A economia da China, a segunda maior do mundo, a seguir aos Estados Unidos da América, cresceu 7,7% no ano passado.

A mulher que alega-damente violentou durante oito meses a sua empregada

doméstica, em Hong Kong, negou todas as acusações contra ela.

Law Wan-Tung, de 44 anos e mãe de dois filhos, foi presa em Janeiro por alegada res-ponsabilidade nos ferimentos provocados a Erwiana Sulis-tyaningsih, a sua empregada doméstica natural da Indonésia.

A mulher enfrenta acusa-ções de danos corporais graves infligidos de forma intencional, intimidação e falta de pagamen-to de salários, num total de 20 delitos ou crimes, alguns dos quais relacionados com funcio-nárias mais antigas.

A acusação refere que a su-posta agressora utilizava artigos

A residente da RAEK enfrenta em tribunal mais de vinte acusações de delitos e crimes graves. O caso prossegue em Julho

HONG KONG MULHER ACUSADA DE AGREDIR EMPREGADA NEGA ACUSAÇÕES

Um mal nunca vem só

do lar, tais como esfregões, réguas, cabides como “armas” contra as suas empregadas.

Erwiana Sulistyaningsih, que relatou à polícia ter sofrido meses de abusos, deixou Hong Kong em Janeiro e foi internada num hospital indonésio com baixo peso e em estado crítico.

Numa sala de audiência repleta, Law Wan-Tung per-

maneceu sempre em silêncio e de cabeça baixa, tendo sido o seu advogado de defesa a alegar inocência para todas as acusações.

Os juízes decidiram adiar o caso para 10 de Julho.

Fora do tribunal o agente Chung Chi-ming disse aos jornalistas que poderiam ser chamadas a depor mais de uma dúzia de testemunhas, inclusivamente a empregada indonésia, alegadamente, ví-timas dos abusos, outras duas antigas empregadas de Law Wan-Tung, médicos e represen-tantes de agências de emprego.

O caso atraiu atenções para a forma como são tratadas as empregadas domésticas em Hong Kong, tendo gerado pro-testos e alertas para a necessida-de de melhorias legislativas que

concedam melhor protecção a esta classe de trabalhadores.

A Amnistia Internacional condenou em Novembro as condições “idênticas à escrava-tura” enfrentadas por milhares de indonésias que trabalham em Hong Kong e acusou as autoridades de falta de acção “indesculpável”.

Foi descoberto que as indonésias foram exploradas por agências de recrutamento e emprego, que lhes confiscavam os documentos e cobravam taxas excessivas com falsas promessas de salários elevados e boas condições de trabalho.

A revista Time, na edição de Abril, considerou Sulistyaning-sih como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, des-tacando a sua coragem em falar contra a sua ex-patroa.

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Pelé quer ver o BarcelonaPelé confessa estar ansioso por ver em acção a equipa do Barcelona, perdão, a seleção espanhola, no Mundial que se avizinha. Questionado pelo diário “AS” sobre qual a seleção presente em terras de Vera Cruz que mais o empolga, o astro brasileiro respondeu: «O Barça». O Barça?! «Sim, claro! Identifico muito o sistema de jogo de Espanha com o do Barça. O Barcelona é a equipa de Espanha. Deve haver oito jogadores do Barça na seleção», justificou Pelé. De entre as várias estrelas da equipa catalã, há uma em particular que faz reluzir os olhos ao brasileiro. «Xavi, é dele que se deve falar. É excelente. É sobretudo por causa dele que gosto do Barcelona», confessou.

Mulher evita asneira de Mourinho Pouco tempo depois de ter sido despedido do Chelsea, no decorrer da época 2007/2008, José Mourinho foi convidado a orientar a selecção de Inglaterra. Inclinado a aceitar a proposta, o treinador encontrou na mulher uma acérrima opositora da ideia. «Estive muito perto de assumir a selecção de Inglaterra, mas a minha mulher fez-me ver que estava errado. E ela tinha razão. Não podia esperar dois anos por uma grande competição e defrontar adversários como o São Marino e o Cazaquistão», disse o treinador português, em declarações ao Yahoo. «O que é que eu iria fazer durante a semana? Assistir aos treinos dos jogadores nas respectivas equipas e pedir autorização para estar com eles? Preciso de trabalhar com eles, participar na sua evolução, blah, blah, blah...», observou Mourinho, explicando que, à data, estava impedido de orientar outra equipa em Inglaterra por força do acordo de rescisão com o Chelsea. «Estive muito perto, mas a minha mulher tinha razão. Não era o trabalho certo para mim há sete anos, não é no presente e penso que não será nos próximos sete anos», referiu.

Espanha é a selecção mais cara A Espanha vale cerca de 672 milhões de euros, sendo deste modo a selecção mais cara do Mundial 2014, superando a Alemanha, segunda, e o Brasil. A Espanha vale 9,5% do valor de mercado total da prova, escreve a revista Time, que revela ainda que a Alemanha vale cerca de 606 milhões de euros e o Brasil 505 milhões de euros. Em relação a estrelas individuais, Messi é o jogador mais cotado em termos de mercado: 129.737.460 euros. De acordo com o levantamento da magazine norte-americana, Ronaldo surge em segundo, com 107.748.060 euros.

Neymar assusta o BrasilNeymar provocou um valente susto nesta segunda-feira. O internacional brasileiro torceu o pé, sozinho, durante o treino da selecção e causou a apreensão no Brasil. No entanto, o avançado do Barcelona continuou a sessão, depois de ter sido assistido pelos médicos.

LUSA

10 hoje macau quarta-feira 11.6.2014MUNDIAL

JOGOSESPANHA – HOLANDAArena Fonte Nova,Salvador14 de Junho, 03:00

ESPANHA – CHILEEstádio do Maracanã,Rio de Janeiro19 de Junho, 03:00

ESPANHA – AUSTRÁLIAArena da Baixada,Curitiba24 de Junho, 00:00

HORÁRIO DE MACAU

MARCO [email protected]

A Espanha chega pela primeira vez à fase fi-nal de um Campeonato

do Mundo de Futebol com a incumbência de defender o título mundial. A formação orientada por Vicente del Bosque vai procurar garantir nos relvados brasileiros um feito inédito, o quarto triunfo consecutivo noutras tantas competições internacionais. Em dezanove edições da Copa do Mundo, só o Brasil e a Itália conseguiram defender com sucesso o título, numa altura em que a prova era disputada noutro formato.

Apesar da história não fa-vorecer as ambições da Fúria Roja, os adeptos espanhóis radicados em Macau acre-ditam que os campeões do mundo podem chegar longe na competição, até porque há quatro anos Espanha não era tida como favorita e acabou por surpreender: “Poucos espanhóis pensavam que Espa-nha poderia chegar a sagrar-se campeã do mundo. Desta vez,

ESPANHÓIS DE MACAU ACREDITAM EM TRIUNFO DA ROJA

Si, a revalidação do título é possívelsem relutância, poderemos dizer que sim. Poderemos dizer que os espanhóis acreditam que o título é possível”, jus-tifica Antonio Martinez, actor que há seis anos fundou a So-ciedade Artística Maranatha.

Se para Martinez, os prog-nósticos só se devem fazer no fim do jogo, há quem não tenha pejo em colocar os campeões do mundo pelo menos nas meias-finais da competição: “

Olhando para o resto das selecções eu creio que po-demos esperar estar entre os

melhores e quebrar a maldição dos quarto-de-final. Eu acredi-to que Espanha poderá chegar às meias-finais”, prognostica Oscar Guijarro, jornalista ra-dicado no território há pouco mais de meio ano. Antonio Guijarro vai ainda mais longe. O empresário do sector da res-tauração acredita que Espanha vai esgrimir argumentos com o anfitrião Brasil no encontro decisivo da competição: “Do meu ponto de vista, a final ideal seria entre o Brasil e a Espanha. Agora, como digo, são noventa minutos e a bola é redonda”, aposta.

ESTREIA REPETE FINAL No Brasil, a roja divide as hon-ras do grupo B com a Holanda, o Chile e a Austrália e quis a sorte que no encontro de estreia na competição, espanhóis e holandeses reeditem a final de há quatro anos. Na África do Sul, um golo de Andrés Iniesta

valeu a Espanha a conquista do seu primeiro título mundial e a Holanda chega ao Brasil com sede de vingança, mas o embate não assusta os espa-nhóis que têm Macau como casa: “Qualquer que seja o resultado, será o primeiro encontro. No último mundial perdemos o primeiro desafio e ganhámos a competição. Por isso, se perdermos com a Holanda, mas conseguirmos ganhar o Mundial, dar-me-ei por satisfeito”, afiança Oscar Guijarro.

António Martinez não está tão convencido de que Espanha possa atingir a se-gunda fase do Mundial com tanta tranquilidade. Para o empresário do sector das artes e espectáculos, o grupo dos campeões do mundo não é difícil, mas é exigente: “Os holandeses têm muita sede de vingança, depois de terem perdido a final que disputaram

O seleccionador português de fute-bol, Paulo Bento, garantiu hoje que

não assinava já um empate com a Alemanha, na estreia no Mun-dial2014, considerando, por outro lado, que é desonestidade intelectual colocar Portugal junto aos principais favoritos. “Não assino empates antes dos jogos. Até posso ficar satisfeito no final de um jogo, mas antes não”, garantiu Paulo Bento, na conferência de imprensa de antevisão da partida com a República da Irlanda, na terça--feira em New Jersey.

Questionado sobre a entre-vista do seleccionador espanhol Vicente del Bosque, na qual coloca Portugal entre os princi-pais favoritos ao título mundial, Paulo Bento considerou o seu congénere “uma pessoa extre-mamente educada, extrema-mente simpática”, mas alertou que estão nesse lote também a Colômbia, o Chile e algumas equipas africanas, recusando colocar a equipa das “quinas” junto às potências mundiais.

“O mais grave é que parece--me que alguns, por recados ou por algum excesso de confiança, considerem Portugal favorito ao título ao pé de outras selecções. Isso só se faz por pouca infor-mação ou por desonestidade intelectual. Portugal tem um primeiro grande objectivo e não sairemos daqui, que é passar

Chefe do Executivo recebe camisola de RonaldoO cônsul-geral de Portugal em Macau, Vítor Sereno, ofereceu ontem ao chefe do Executivo Fernando Chui Sai On uma camisola do capitão da selecção nacional, Cristiano Ronaldo, num acto que decorreu na recepção à comunidade no âmbito das comemorações locais do 10 de Junho. “Como sinal da nossa franca e sã amizade gostaria de oferecer-lhe uma camisola do capitão da selecção nacional de Portugal, Cristiano Ronaldo para

que juntos possamos torcer por Portugal no campeonato do mundo”, disse Vítor Sereno perante as autoridades de Macau e com uma salva de palmas vindos da assistência. Fernando Chui Sai On recebeu a camisola do capitão da selecção e mostrou-a para a fotografia quando faltam poucos dias para o início do Campeonato do Mundo de futebol no Brasil, que em Macau poderá ser visto através dos canais da Teledifusão de Macau.

PAULO BENTO NÃO ASSINA EMPATE COM A ALEMANHA

“Eu e mais ninguéma fase de grupos. A partir daí, lutaremos com todas as equipas pelo melhor resultado. Por mais que me obriguem, eu não saio deste objectivo, porque quem tem de gerir expectativas desta

equipa sou eu e mais ninguém”, frisou o técnico luso.

Paulo Bento referiu ainda que, se o Mundial2014 come-çasse na terça-feira, a equipa “teria de responder”, mas que

pode atingir níveis diferentes até ao encontro com a Alema-nha, dentro de uma semana, a 16 de Junho. “Evidentemente que tendo mais uma semana de trabalho, podemos colocar

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LUSA

LUSA

hoje macau quarta-feira 11.6.2014 11 mundial

O joelhoTerá passado o problema que afligia o joelho de Cristiano Ronaldo? Eis a questão cuja resposta poderá ser dada hoje, depois do jogo contra a Irlanda. E, caso as notícias sejam positivas, poderão respirar de alívio os portugueses, os organizadores do Mundial, a Nike, a Irina e eu próprio, embora não entenda plenamente porque razão a recuperação do rapaz me faz libertar um suspiro (de alívio, entenda-se).Raramente, na História da Humanidade, um joelho assumiu tamanho protagonismo. Fala-se da mão escondida de Napoleão, do pé de Louis XIV no quadro de Le Brun, nos lábios de Scarlett Johansson, da cabeça de Maria Antonieta, até das pernas de Marlene Dietrich (que estavam no seguro, dizem as más línguas), mas os joelhos têm, talvez injustamente, sido ignorados pela literatura e pelo jornalismo.As razões pelas quais tal facto decorre são misteriosas. Existe uma conhecida referência popular ao cotovelo – o seu homólogo nos membros superiores –, a famosa “dor de cotovelo”, que refere a inveja, um sentimento “verde” bastante espalhado entre os elementos da espécie humana. Por que motivo discriminatório não deparamos com um rifão popular, de igual fama, no qual se fala do joelho, afinal um zona do corpo humano de grande relevância?Repare-se que existem especialistas em dobrar o joelho e religiões que o exigem, como se a “dobra” estivesse imbuída de um particular significado. A dobra, repare-se, e não o joelho. Uma vez mais, um caso de óbvia discriminação. Agora, graças a Cristiano Ronaldo, o joelho adquiriu finalmente a dignidade que merece. Acreditamos que daqui para a frente o joelho se liberte deste caso concreto e passe a ser tomado como elemento de notícia e dissertação literária.

OS ESCOLHIDOS DE DEL BOSQUEGUARDA-REDES: Iker Casillas (Real Madrid), Pepe Reina (Nápoles) e David De Gea (Manchester United)

DEFESAS: César Azpilicueta (Chelsea), Gerard Piqué, Jordi Alba (Barcelona), Sergio Ramos (Real Madrid), Javi Martínez (Bayern), Raúl Albiol (Nápoles) e Juanfran (At. Madrid)

MÉDIOS: Sergio Busquets, Xavi Hernández Andrés Iniesta e Cesc Fábregas (Barcelona), Xabi Alonso (Real Madrid), Koke (Atlético de Madrid), David Silva (Manchester City), Juan Mata (Manchester United) e Santi Cazorla (Arsenal)

AVANÇADOS: Pedro Rodríguez (Barcelona), Diego Costa e David Villa (At. Madrid), Fernando Torres (Chelsea)

SOFÁ INCLINADOCARLOS MORAIS JOSÉ

ESPANHÓIS DE MACAU ACREDITAM EM TRIUNFO DA ROJA

Si, a revalidação do título é possívelconnosco. O Chile também é uma selecção com grandes jogadores. Uma das estrelas do Chile joga no Barcelona. A Austrália é uma equipa que poderiamos considerar mais modesta, mas na fase final de um Mundial não podemos me-nosprezar ninguém”, defende.

António Guijarro, por sua vez, não espera grandes complicações. Espanha e Holanda, defende, deverão passar sem grandes problemas à fase seguinte da prova: “A meu ver é um grupo fácil, na verdade. Acredito que as me-lhores equipas passarão sem grandes surpresas. Espero vê-las nos quartos-de-final”, assegura.

Espanha e Holanda de-frontam-se em Salvador da Baía ao início da madrugada do próximo sábado, horário de Macau. Os campeões do mun-do voltam a entrar em campo às primeiras horas da manhã de

189 de Junho, para defrontar o Chile e despedem-se da fase de grupos cinco dias depois, frente à selecção australiana.

EXPERIÊNCIA E JUVENTUDEPara seguir em frente na com-petição, Vicente del Bosque conta com a experiência de Iker Casillas, de Xavi e de Andrés Iniesta, mas tam-bém de uma mão cheia de jovens mais valias. A misto de experiência e juventude é receita que agrada aos adep-tos espanhóis radicados na RAEM: “É uma questão de introduzir alguma juventude e deixar alguma experiência. Ao fim de um ano, dois anos, três anos, a renovação far-se--á tangível. É uma evolução lógica na química da equipa”, defende António Guijarro. Oscar Guijarro complementa, ao afirmar que o processo de renovação do grupo de traba-lho às ordens de Vicente del

Bosque é inevitável: “Pouco a pouco vão entrando os jo-gadores que chegaram à final do Campeonato de Sub-21 no ano passado. Creio que estes jogadores têm que mostrar o que valem. A selecção não poder ficar atrofiada”, estipula o jornalista.

Mesmo com Xavi, Iniesta, Iker Casillas e David Villa a disputarem aquele que prova-velmente será o seu derradeiro Campeonato do Mundo, An-tonio Martinez não teme pelo futuro da selecção espanhola, até porque há muito talento à espera de uma oportunidade para brilhar nas fileiras da Roja: “Em Espanha, há joga-dores jovens muito bons que estão a trabalhar bem para abrir o seu próprio espaço nesta selecção espanhola. São jogadores que jogam a bom nível e que podem ajudar a Espanha a competir pelo título”, defende.

Espanha tem credenciais mais do que suficientes para brilhar nos relvados brasilei-ros, mas no Brasil as dificul-dades serão muitas e há quem prefira manter os pés no chão.

Para Antonio Martinez, bom seria se Espanha pudesse reva-lidar o título com a agilidade com que dança uma sevilhana:

“Se Espanha tiver que disputar a final, que a jogue contra o Albacete, não?”, remata o actor com um sorriso.

O Gana bateu a Coreia do Sul, em Miami, no último jogo de

preparação para o Mundial 2014 antes da partida das duas equipas para o Bra-sil. Os africanos marcaram cedo e foram construindo a vantagem, na última vez que se pôde avaliar o segundo adversário de Portugal no Campeonato do Mundo. O seleccionador Kwesi Appiah fez dez mudanças em relação à equipa que defrontou e perdeu com a Holanda, a 31 de Maio.

Asamoah Gyan foi titu-lar, mas curiosamente foi um suplente quem saltou para a ribalta primeiro. Jor-dan Ayewu teve de entrar aos seis minutos, devido a lesão de Majeed Waris. As primeiras informações são de que não é nada de grave e que a troca foi por precaução. Ora, quanto ao jogo, Jordan entrou aos seis minutos e marcou aos 11, numa transição rápida e a aproveitar um desvio num coreano. O 1-0 che-gou numa altura em que nenhuma das seleções tinha supremacia no jogo.

GANA BATE COREIA DO SUL 3-0

Não vai ser fácil

A partir daí, o Gana de-monstrou alguma fragilida-de defensiva e ansiedade na primeira zona de construção, algo que a Coreia não soube aproveitar, apesar de duas boas ocasiões para marcar: uma delas ao poste, num remate de Min Son Heung.

Quando os asiáticos aparentavam estar mais próximos do empate, Gyan roubou uma bola perto do meio-campo (o coreano reclamou falta) e arrancou para a área contrária. Só parou quando fez o 2-0, num remate bem colocado. Ao intervalo, o Gana estava tranquilo no jogo.

Na segunda parte, a

Coreia teve menos ânimo, e a defesa ganesa melhorou. Talvez uma equipa mais experiente e cínica que a asiática faça diferença pe-rante o sector recuado do Gana. Na frente, porém, tudo bem feito. Jordan Ayew chegou ao terceiro com um remate da entrada da área, com os coreanos a darem demasiado espaço e depois a responder de forma letal a um cruzamento da direita.

Em resumo, viram-se fragilidades na equipa gane-sa, mas também a certeza de que do meio-campo para a frente há muita velocidade e talento para estragar planos a muita gente.

PAULO BENTO NÃO ASSINA EMPATE COM A ALEMANHA

“Eu e mais ninguémos jogadores num patamar di-ferente. Temos mais um jogo, mais alguns treinos e dia 16 os jogadores estarão prontos. Se fosse amanhã, estaríamos prontos para competir”, disse.

O seleccionador lamentou ainda o facto de ter tido algu-mas contrariedades ao longo do estágio, que o obrigaram “a perspectivar de uma ma-neira diferente” a preparação, sobretudo devido às lesões de Cristiano Ronaldo, Pepe e Raul Meireles, garantido que, à parte destes três casos, há também “a preocupação de gerir a equipa em termos tácticos e físicos”.

No último jogo de prepa-ração para o Euro2012, Paulo Bento colocou em campo uma equipa muito próxima daquela que atuou no início da compe-tição, considerando, contudo, que não se podem comparar as duas competições.

Sobre a República da Irlanda, Paulo Bento consi-derou que o adversário de terça-feira não foi escolhido para ganhar de forma fácil e salientou que é “uma equipa com qualidade, com um jogo marcadamente britânico”, não se mostrando preocupado com um possível excesso de agressividade.

Sobre o surto de dengue em Campinas, onde Portugal terá o seu quartel-geral no Brasil, Paulo Bento disse que não lhe parece que “haja motivos para alarme ou para preocupação”, enquanto sobre a instabilidade social no Brasil acredita que a FIFA “estará com o controlo de tudo”.

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34,944,664.71

Provisões, Amortizações e Menos-Valias

Resultados transitados de exercícios anteriores

12 publicidade hoje macau quarta-feira 11.6.2014

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hoje macau quarta-feira 11.6.2014 13 publicidade

ANÚNCIO

【N.º 66/2014】

Paraosdevidosefeitosvimosporestemeionotificarosrepresentantesdos agregados familiaresda listade candidatos ahabitação social abaixoindicados,nousodacompetênciadelegadapelaalínea11)e14)don.º1doDespachon.º01/IH/2014,publicadonoBoletim Oficial da RAEM, n.º 3, II Série, de 15 de Janeiro de 2014 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º doCódigodoProcedimentoAdministrativo,aprovadopeloDecreto-Lein.º57/99/M,de11deOutubro:

Nome N.º do boletim de candidaturaIO CHON KENG 31200905404SUN WA HENG 31200903238

Por causa dos representantes dos agregados familiares acimamencionados se recusarem a assinar o contrato de arrendamento, semmotivo justificativo, as respectivas candidaturas serão excluídas na listageral de espera, de acordo com os termos da alínea 3) do artigo 11.º doRegulamentodeCandidaturaparaAtribuiçãodeHabitaçãoSocial,aprovadopelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, com as alterações introduzidaspeloDespachodoChefedoExecutivon.º141/2012. De acordo com os artigos 93.º e 94.º do Código do ProcedimentoAdministrativo,aprovadopeloDecreto-Lein.º57/99/M,de11deOutubro,devem apresentar, por escrito, as suas contestações e todas as provas testemunhais,materiais,documentaisouasdemaisprovas,noprazode10dias,acontardadatadepublicaçãodopresenteanúncio. Senãoapresentaremascontestaçõesnoprazofixadoouasmesmas não foremaceitesporesteInstituto,asrespectivascandidaturasserãoexcluídasda listageraldeesperapor IH,nos termosdaalínea3)doartigo11.ºdoRegulamentodeCandidaturaparaAtribuiçãodeHabitaçãoSocial,aprovadopelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, com as alteraçõesintroduzidaspeloDespachodoChefedoExecutivon.º141/2012.Simultaneamente, serãocessadosasconcessõesdeabonoderesidênciaporos agregados familiares beneficiários terem sidos excluidos da lista geraldeespera,deacordocomostermosdaalínea1)don.º1doartigo8.º do Regulamento Administrativo n.º 23/2008(Plano Provisório deAtribuiçãodeAbonodeResidênciaaAgregadosFamiliaresdaListadeCandidatosaHabitaçãoSocial). Nocasodedúvidas,poderãodirigir-seaoIH,sitonaTravessaNortedoPatane,n.º102,IlhaVerde,Macau,duranteashorasdeexpediente,oucontactarSr.Wongatravésotel.n.º28594875(Ext.266),paraconsultadoprocesso.

OChefedoDepartamentodeHabitaçãoPública,Subst.º

MioChanSeng10deJunhode2014

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14 hoje macau quarta-feira 11.6.2014

Yao FengPOEMAS E FOTOGRAFIAS

OS MEUS VERBOS ESTÃO CANSADOSDE SER TÃO CONJUGADOS

Em Paris

Zhuhai

Macau

hARTE

S, L

ETRA

S E

IDEI

AS

1pela janela vê-se desfolharoutubro num ramo ainda como floro cantar de um pássaro 2o peixe no aquáriobate com a cabeçaem todas as direcções agitar-se o mar ao longe 3a árvore que cresce de pé não sabe fugir em tormentos as raízes como tempestade 4a noite tão iluminadadeixou de ser o endereço da noite escrevo-te um versonum dado, à mesa do casino

5na loja de metáforas em saldo as rosas mas escolhí uma pedra

6saí de mim próprio

o rosto de outropartiu o espelho

7o teu sorriso na fotografialembrou-metudo o que tinha vivido contigopara além da moldura

8contemplo o céu altodeitado no relvado  sinto-me enterradono vazio

9a minha mão

à procura da direcção dentro da tua mão

tantos caminhos

10boca em flor, boca na fonte

lábios abertos ao horizonte março não se esqueceude chegar em março

11algemado pela lua na prisão das tuas saudades

12tanto usei o rostoque agora já não me ama

cinquenta e seis anos depois o rosto tornado máscara

13no fundo do copo de vinhonão encontrei o que me tinha prometido para a esquadra de políciafui levado

14o imperador come três refeições por diacomo eu

embora em tigela de ouro

15quando não se apaga o fogo

guardam-no com a palavra

são analfabetos os bombeiros

16disseste que a solidão é velha feia e careca

não, esta solidão não é a minha ainda sou jovem no coração

17o pardal, a ave mais humilde no céu e na terraas penas confundíveis com a poeiradeixou morrer a gaiola

18amor prazer felicidade saúde ou esperança

nada se adquire por grosso

19um tigre libertou-senos teus gestos

Devido a uma troca de ficheiros, ontem publicámos uma versão errada dos poemas de Yao Feng. Aqui deixamos hoje a sua versão definitiva.

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15 artes, letras e ideiashoje macau quarta-feira 11.6.2014

Diálogo com Camões Rossio

Lisboa Manhã

correndo ao meu encontro

20já não choro por ninguémpor nada

choro quando me lavo interiormente

21não, este peixe e a sua espinhanão são ofertas do mar

22em Cotai Venetian onde o céu é azul durante vinte e quatro horasvi um dedo cortado de operária a sangrar numa lâmpada barroca, de luxo, de plásticofabricada em Dong Guan

23ao sábado a igreja cheiaDeus tão sozinho no céuprecisa de companhia

24sonho a humanidade a evoluir: cada pessoa só uma paixãosó um amoraté à morte 25como convidado especialfui cortar a fita da cerimónia,de burro

26quando esqueci as estaçõescomeçaste a estar em flor

tão florescente que nem frutos deste

27um corvo na varandaperguntou-me crocitando:

queres voarqueres voar comigo?

28dei muitos errosporque os meus verbos estão cansados de ser tão conjugados

digo “eu amar-te”em vez de “amo-te

29ora, deixa de me amar assim:

meter o meu mar na tua jaula

30no funeral de um amigovi que a morte está jacentemas nunca morreu

lembrei-me de que já tinha vivido20376 dias

31não posso cortar todas as canas de açúcarapesar de seres o único amor da minha vida

32ele morreu no vigésimo quinto andarainda assim teve ser metido na terrapara subir ao paraíso

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16 EVENTOS hoje macau quarta-feira 11.6.2014

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

SEGREDOS • Danielle SteelTendo como cenários Los Angeles e Nova Iorque, Segredos explora os dilemas com que os homens e as mulheres dos nossos dias se vêem confrontados.Com a sua rede de personagens mais complexa e so-fisticada, Danielle Steel pinta um quadro apaixonante de um mundo sofisticado e dos problemas surpreendentemente reais das pessoas que o habitam.

OS DOZE • William GladstoneEste romance extraordinário e inesquecível conta a história de Max, um herói invulgar que é lançado pelo destino numa viagem de descoberta do segredo por trás da antiga profecia Maia sobre o final dos tempos - previsto para 21 de Dezembro de 2012. Através de várias aventuras espectaculares em Jerusalém, Atenas, Londres, Índia, Istambul, China, Japão e México, vai sendo revelado aos leitores como Max e Os Doze cumprem a missão que o destino lhes reserva. Estará a antiga profecia Maia correcta? Estará de facto próximo o fim do mundo tal como o conhecemos? Ou haverá um sentido oculto, mais profundo e misterioso, para esta profecia arcana? Combinando elementos do ‘thriller’ do romance iniciático e da literatura esotérica, Os Doze é um dos livros mais invulgares e cativantes dos últimos tempos.

B OXE de colarinho branco, o desporto de contacto para empresários que

mais tem crescido no mun-do, estreia-se pela primeira vez em Macau, no Venetian. No dia 18 de Julho, o pri-meiro espectáculo vai ter lugar no território, com o propósito de angariar fundos para a caridade.

“Mayhem in Macao” apresenta nove combates de boxe para amadores entre 18 executivos que se pre-pararam durante três meses para o desafio.

Esta modalidade, que teve origem no lendário Gleason’s Gym de Nova Iorque, é destinada a exe-cutivos, masculinos ou femininos, que treinam para lutar em eventos especiais.

Budismo em debate na UMA sexta Conferência Internacional sobre Estudos Budistas vai ter lugar na Universidade de Macau nos dias 16 e 17 de Junho, sendo a primeira vez que este evento tem lugar no território. Mais de 30 peritos de países como a China, Hong Kong, Macau, Taiwan, os Estados Unidos, Canadá, Japão e a Coreia do Sul vão estar presentes para discutir os resultados das suas investigações. A conferência é organizada pela Faculdade de Artes e Humanidades da UM com apoio do Centro para o Estudo do Budismo Humanista da Universidade Chinesa de Hong Kong, da Universidade Sun Yat-sen e do Instituto para Estudos Religiosos da Universidade Chengchi de Taiwan. O evento começa às 9h da manhã do dia 16, no Edifício Luso-Chinês da Universidade, sendo de entrada livre.

LOUIS-JEAN Calvet vai estar presente na Livraria

Portuguesa na próxima quinta--feira. O linguista vem a Macau para dar uma conferência sobre noções de política linguística e a intervenção do Estado sobre a língua ou sobre as relações entre as línguas e a planificação linguística.

A palestra é organizada pela Alliance Française de Macao, com a colaboração da Livraria Portuguesa, e será conduzida em francês. Nascido na Tuní-sia, Louis-Jean Calvet obteve o doutoramento de 3º Grau em linguística na Universidade de Sorbonne, em 1970, e o douto-ramento em Letras e Ciências Humanas na Universidade de Paris V, em 1978. Professor na Sorbonne (Universidade René

Descartes), leccionou socio-linguística até 1999. Louis--Jean Calvet é actualmente Professor na Universidade de Provence.

Colaborador da Organiza-ção Internacional da Francofo-nia, mas também das organiza-ções lusófonas e hispanófonas, Louis-Jean Calvet trabalha nas políticas linguísticas no quadro da luta pela defesa da diversidade linguística.

Desde as suas primeiras pu-blicações, tem vindo a analisar as relações entre o discurso lin-guístico e o discurso colonial sobre as línguas, bem como as ligações entre língua e poder e o papel linguístico das cidades.

O encontro está marcado para as 13 horas, no próximo dia 12. - HM

A cantora Russian Red vai actuar em Hong Kong a 12 de Junho, num espec-

táculo a acontecer no KITEC. Lourdes Hernández, a mulher por trás de Russian Red, é uma artista solo que faz melodias enigmáticas muitas vezes relacionadas com as suas experiências pessoais, sendo normalmente comparada

VENETIAN BOXE DE COLARINHO BRANCO ESTREIA-SE EM MACAU

Empresários ao soco por caridade

HK RUSSIAN RED ACTUA ESTA QUINTA-FEIRA

Do ‘folk’ ao rock

Livraria Portuguesa Globalização e Línguas em discussão esta quinta-feira

É de salientar que a maior parte dos participantes não tem nenhuma experiência prévia de boxe.

No primeiro evento do gé-nero realizado no ano 2000 e apelidado de “Capital Punish-ment”, uma equipa de ban-queiros de Wall Street comba-teu uma outra proveniente da City em Londres. Mais de 100 combates seguiram-se desde então, incluindo “Celebrity Boxing” que contou, entre outros, com a participação dos comediantes Les Dennis e Ricky Gervais da série The Office.

A China Sports Promo-tions, baseada em Xangai, já fez uma série destes eventos em Xangai (“Brawl On The Bund) e Pequim (“Brawl on the Wall”) ao longo dos últimos seis anos. “Mayhem

in Macao” é o 14º evento realizado na China por esta companhia, que já angariou cerca de 350 mil dólares americanos para caridade.

Para a luta em Macau, cinco dos nove combates são entre participantes locais e os outros quatro contam com participantes do estrangeiro. Os 18 executivos, com ida-des compreendidas entre os 20 e os 50 anos, receberão formação gratuita durante 12

semanas no ginásio Man O War Boxing Club Macao em preparação para o evento.

Os oponentes são esco-lhidos de acordo com o peso e os assaltos são de três roun-ds com dois minutos cada.

Shane Benis, o fundador da China Sports Promotions, salienta que “em mais de 1500 lutas sancionadas pela Associação Mundial de Boxe de colarinho branco, nunca houve ferimentos graves, apenas narizes en-sanguentados”.

Os bilhetes podem ser adquiridos a partir de hoje com preços que vão desde as 500 patacas às 30 mil patacas.

O evento destina-se à angariação de fundos para o Programa de Atletas Saudáveis das Olimpíadas Especiais de Macau.

“Em mais de 1500 lutas sancionadas pela Associação Mundial de Boxe de colarinho branco, nunca houve ferimentos graves, apenas narizes ensanguentados”SHANE BENIS Fundador da China Sports Promotions

com Lana Del Ray, Feist e Ellie Goulding.

Apesar de ter nascido e cresci-do em Madrid, Russian Red canta sempre em inglês – uma decisão, segunda a cantora, que se deve às influências da sua juventude e à sua predilecção por tudo o que vinha de fora de Espanha. Para Hernández, ser capaz de comunicar numa lin-

guagem universal foi uma dádiva que quis partilhar através da música.

O lançamento do seu primeiro LP, “I Love Your Glasses”, em 2008 e a sua participação regular em festivais viram as suas composições ‘folk’ obter um estatuto de culto no circuito indie, especialmente em Hong Kong, onde já tem inúme-ros seguidores. Algumas das suas músicas mais memoráveis incluem colaborações com Elvis Presley - com ajuda das novas tecnologias - e uma reinterpretação de “Girls Just Wanna Have Fun” de Cindy Lauper.

Não querendo permanecer estática, Hernández experimentou novos sons para o seu mais recente álbum, Agent Cooper, onde se afasta das suas raízes ‘folk’ e entra no que descreve como a sua “fase de transição”, enveredando num estilo mais rock.

Os bilhetes custam 360 dólares de Hong Kong e já estão à venda. O concerto está marcado para as 20h. - HM

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hoje macau quarta-feira 11.6.2014 (F)UTILIDADES 17

João Corvo fonte da inveja

C I N E M ACineteatro

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 26 MAX 30 HUM 70-90% • EURO 10.8 BAHT 0 .2 YUAN 1.3

ACONTECEU HOJE 11 DE JUNHO

SALA 1MALEFICENT [B]Um filme de: Robert StrombergCom: Angelina Jolie, Sharlto Copley, Elle Fanning, Sam Riley14.30, 16.30, 21.30

MALEFICENT [3D] [B]Um filme de: Robert StrombergCom: Angelina Jolie, Sharlto Copley, Elle Fanning, Sam Riley19.30

SALA 2 X-MEN: DAYSOF FUTURE PAST [B]Um filme de: Bryan SingerCom: Patrick Stewart, Ian McKellen, Hugh Jackman, James McAvoy14.15, 16.30, 21.30

THE ETERNAL ZERO [C](FALADO EM JAPONÊS, LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Takashi YamazakiCom: Junichi Okada, Haruma Miura, Mao Inoue19.00

SALA 3EDGE OF TOMORROW [C]Um filme de: Doug LimanCom: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton, Kick Gurry14.30, 16.30, 21.30

EDGE OF TOMORROW [3D] [C]Um filme de: Doug LimanCom: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton, Kick Gurry19.30

Diário de um gato Tenho andado chato nos últimos dias, mas esta semana bati o meu recorde. Desde manhã que não parei de miar, não sei o que tenho. Sinto que não devo chatear os meus companheiros do trabalho, mas não consigo evitar. Ando inquieto e acho maravilhoso partilhar isso com eles. Subir para as mesas, pôr as patas nos teclados, deitar abaixo a lata das canetas, beber das canecas que estão em cima da mesa e, sobretudo, atirar-me à recepcionista. Não sei o que se passa, mas desde que virei gato adulto só me apetece fazer disto. Quero atenção, nem eu sei bem porquê. Cheira-me que uma gata também me dava jeito... antes ainda me dava pica tentar escapar pela porta do escritório e vê-los logo a correr atrás de mim. Mas, agora que eles viram que não me aguento muito tempo no corredor, deixam-me a porta aberta para trás e eu já só fico paradinho à frente dela, sem nada para desafiar. Às vezes, aqui, ninguém me entende. Quando faço ron-rons lá vêm uma dar-me umas festas na barriga e lá me ponho a rolar, de um lado para o outro. Estico as pernitas e... nhami, preguiça. Mas, depois lá vem a vontade de chatear o pessoal outra vez. Há aqui uns colegas que eu prefiro atacar, outros que só gosto mesmo de miar aos ouvidos e depois a porta mágica. Esta porta dá para uma sala gigante para onde, de vez em quando, os meus companheiros entram não sei bem fazer o quê. Mas ninguém percebe que eu não gosto da porta fechada, porque gosto de saber tudo o que se passa. Sempre que a fecham, lá vou eu, bater nela, miar alto para me deixarem entrar. E depois eles deixam e dá-me vontade de, do lado de dentro, arranhar a porta e miar outra vez. E eles voltam-me a abrir a porta mágica e a pôr-me lá fora. Não percebem nada. Não percebem que só quero ficar no meio do caminho e chatear toda a gente... o que é preciso um gato fazer mais? Ao menos ainda tenho o rolo de papel higiénico para me entreter... esse ninguém mo tira, porque sabem que eu fico sossegadinho. E é ver a neve... neve por todo o lado.

Pu Yi

LÍNGUADE gATO

Geldof é distinguido pela luta contra a fome em África• A 11 de Junho de 1986, o irlandês Bob Geldof recebe a mais alta comenda dada pela rainha da Inglaterra: ‘Cavaleiro da Ordem do Império Britânico’. Esta distin-ção resulta da luta do músico, activista que combateu a fome em África e que mantém viva a esperança de erradicar esse mal. O músico e compositor, responsável pelo festival Live Aid, foi distinguido neste dia, em 1986, pela sua luta contra a fome em África (ainda hoje, Geldof leva a cabo a sua batalha pelo perdão da dívida dos países africanos). E por isso hoje é dia de recordar este cantor, compositor e humanista irlandês.Depois do apogeu dos ‘Boomtown Rats’, Bob Geldof assistiu a uma reportagem sobre a fome no continente africano. Ficou sensibilizado e decidiu levar a cabo uma iniciativa que ajudasse a combater aquele drama humanitário.Os Midge Ure e os Ultravox juntam-se a Geldof e escrevem o tema ‘Do They Know It’s Christmas?’, que contou com as participações de Bono e The Edge (ambos dos U2), Boy George, Paul McCartney, Duran Duran, entre outros grandes nomes da música.O sucesso daquele trabalho expressa-se em números: Bob pretendia angariar 70 mil libras para pôr termo à fome na Etiópia, mas o disco acabou por ser o single mais vendido em toda a história do Reino Unido, gerando milhões de libras.Mais tarde, Geldof propôs-se organizar um concerto de caridade, intitulado ‘Live Aid’, que angariou fundos sem precedentes. Chegou a ser nomeado para o Prémio Nobel da paz e conquistou o título honorário de cavaleiro atribuído pela Rainha Isabel II, precisamente a 11 de Junho de 1986.

O segundo romance de Inês Pedrosa é um romance de mulheres, para mulheres. A vida da avó Jenny nunca seria igual a uma outra do nosso tempo contemporâneo, a sua filha Camila foi rebelde, independente e mãe solteira no Portugal conservador dos anos 70. Natália, filha desta, prefere a avó e vive entre um casamento confortável e uma paixão cheia de altos e baixos. Uma análise de vidas desencontradas e do Portugal do antes e pós-25 de Abril. - Andreia Sofia Silva

NAS TUAS MÃOSINÊS PEDROSA

U M L I V R O H O J E

MALEFICENT

Hoje Macau. Amanhã Zhuhai.

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18 OPINIÃO hoje macau quarta-feira 11.6.2014

O S impactos para a saúde pú-blica derivadas da poluição atmosférica urbana são mui-tas, quer a curto quer a longo prazo. A poluição atmosfé-rica urbana aumenta o risco das doenças respiratórias agudas, como a pneumonia e outras de natureza crónica, como o cancro do pulmão e

as doenças cardiovasculares. A poluição do ar afecta de forma distinta

os diferentes grupos de pessoas. Os efeitos mais graves ocorrem em pessoas que se encontram doentes. Os grupos de pessoas mais vulneráveis são as crianças, os idosos e as famílias de menores rendimentos com acesso limitado aos cuidados de saúde, sen-do as mais susceptíveis aos efeitos nocivos deste fenómeno.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que cerca de 1,3 milhões de pessoas morrem por ano, no mundo, devido à polui-ção atmosférica urbana, sendo que mais de metade dessas mortes ocorre nos países em desenvolvimento. A poluição atmosférica é um grave problema de saúde ambiental que afecta as pessoas dos países em desenvol-vimento e desenvolvidos.

Os habitantes de cidades com altos níveis de poluição do ar sofrem de mais doenças cardiovasculares, problemas respiratórios e cancro do pulmão quando comparadas com as que vivem em áreas urbanas, onde o ar é mais limpo. Os efeitos na saúde pela exposição à poluição atmosférica urbana a curto e longo prazo são muitos e de diversa índole como por exemplo, o caso das pessoas que sofrem de asma e que enfrentam um maior risco de ter uma crise nos dias em que as concentrações de ozono ao nível do solo são mais elevados.

As pessoas que sofrem durante vários anos altas concentrações de material par-ticulado (MP) têm um risco acrescido de sofrer de doenças cardiovasculares. A OMS tem respondido aos efeitos da poluição at-mosférica urbana na saúde humana através do reconhecimento e controlo dos poluentes atmosféricos que têm o maior efeito sobre a saúde humana, o que ajuda os Estados--Membros a concentrarem a sua atenção em intervenções mais eficazes para prevenir ou minorar os riscos para a saúde.

MINORAR CONSEQUÊNCIASA OMS está envolvida na análise dos da-dos recolhidos e apoia-se nas opiniões de especialistas para retirar conclusões sobre a forma como os vários poluentes atmosféricos

perspect ivasJORGE RODRIGUES SIMÃO

A poluição atmosférica e a saúde pública“Control of air pollution is a multifaceted activity involving many groups of people. Of these, both as producers and as those affected by air pollution, the general public are perhaps the most important.”

Air Pollution and HealthStephen T. Holgate, Hillel S. Koren, Jonathan M. Samet

and Robert L. Maynard

afectam a saúde com o fim de recomendar intervenções eficazes. A OMS defende a tese de que reduzindo os valores médios da polui-ção atmosférica urbanos num determinado local, é possível conseguir-se uma redução significativa da mortalidade a longo prazo.

A OMS estima que, se a concentração média anual de PM10 diminuir de 70 a 20 ug/m3, que é o objectivo estabelecido no guia da qualidade do ar de 2005, é possível evitar 15 por cento da mortalidade a longo prazo causados pela poluição atmosférica. Atingir uma redução dessa magnitude, também faz diminuir os casos de doenças respiratórias e cardiovasculares e aumenta a esperança de vida da população local.

As medidas para reduzir a poluição atmosférica, também reduzem as emissões de gases de efeito estufa e outros poluentes que contribuem como causa das mudan-ças climáticas, produzindo muitos efeitos nocivos sobre a saúde, incluindo os riscos de secas e fenómenos climáticos extremos como por exemplo, temporais, inundações e doenças transmitidas pela água e alimentos, bem como aumenta o predomínio de doenças de transmissão vectorial como a febre de dengue e a malária.

É possível reduzir o impacto da doença e da angústia das pessoas que sofrem de infecções respiratórias, doenças cardíacas e cancro do pulmão, como resultado da exposição à poluição atmosférica urbana através de acções que melhorem a qualidade do ar que respiramos.

A aplicação de normas e regulamentos destinados a controlar as emissões de poluentes atmosféricos pode melhorar a qualidade do ar e por sua vez, minorar a carga de morbilidade e melhorar a saúde. O aumento da consciência pública acerca das intervenções mais sensíveis, como a melhoria dos fogões de cozinha e as vantagens do uso dos transportes públicos em detrimento do automóvel, pode ajudar a reduzir as causas da poluição atmosférica e do ar interior, traduzido em consideráveis melhorias da saúde.

CASO A CASOO impacto na saúde da poluição atmosférica urbana que uma cidade sofre depende da concentração de poluentes e do número de pessoas que respiram o ar poluído. Os países de rendimento médio carregam um peso des-proporcionado em termos de problemas de saúde devido à poluição atmosférica urbana.

O aumento rápido e volumoso de veículos automóveis, que têm motores antiquados e utilizam combustível de má qualidade, assim como o aumento da geração de energia eléc-trica a partir do carvão e de outros combus-tíveis poluentes, tem criado um maior risco para a saúde, dado que o ar poluído criado afecta sobremaneira as populações das economias emergentes. Em muitas dessas economias de rápido crescimento ainda não foram implantadas normas e regulamentos rigorosos que ajudem a reduzir as emissões e a manter o ar limpo e saudável.

A necessidade de actuar no sentido de limpar o ar e proteger a saúde dos habitantes cresce em paralelo com o crescimento eco-nómico dessas regiões. As preocupações no que diz respeito à saúde não se circunscrevem às cidades mais poluídas. São observados efeitos consideráveis sobre a saúde das populações inclusive em cidades com uma atmosfera limpa da Austrália, Europa, Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá, onde as concentrações de MP são em geral, três a dez vezes menores que as cidades com poluição elevada.

Quanto menor for o nível de poluição atmosférica de uma cidade, maior protegida estará a saúde dos seus habitantes. As cida-des podem determinar quais são as fontes principais de poluição atmosférica e pôr em prática políticas que melhorem a qualidade do ar, como o incentivo ao uso de transportes públicos, ir aos locais a pé ou de bicicleta, ao invés de depender do automóvel; a promoção das centrais eléctricas que em vez de carvão utilizem combustíveis limpos e renováveis e a melhoria na eficiência energética dos edifícios e industrias.

SENSIBILIZARA consciencialização sobre o elevado peso de morbilidade relacionada com a poluição atmosférica urbana e as suas principais fon-tes, bem como pôr em relevo a importância da actuação presente com o fim de imple-mentar intervenções adequadas a cada país são outro tipo de medidas suplementares.

A prossecução eficaz das intervenções é outro meio importante para aumentar a sen-sibilização, pois pode ajudar a impulsionar medidas normativas que contêm benefícios para a saúde, clima e meio ambiente. O re-latório da OMS publicado em 25 de Março de 2014, revela que sete milhões de pessoas morreram em 2012, ou seja, uma de cada oito do total de mortes no mundo é consequência da exposição à poluição atmosférica. Esta conclusão duplica as previsões anteriores e confirma que a poluição atmosférica consti-tui actualmente, por si só, o risco ambiental mais importante do mundo para a saúde. Se for reduzida a poluição atmosférica poderão ser salvas milhões de vidas.

Os novos dados revelam, em particular, um vínculo mais estreito entre a exposição à poluição atmosférica em geral e do ar de interiores e as doenças cardiovasculares sendo que 80 por cento das mortes ocorridas dentro das habitações, são devidas a aciden-tes vasculares cerebrais que representam 40 por cento e as cardiopatias isquémicas que representam, igualmente 40 por cento, bem como entre a poluição atmosférica e o cancro.

A função que desempenha a poluição atmosférica no desenvolvimento de doenças respiratórias, como as infecções respiratórias agudas e as doenças pulmonares obstrutivas crónicas são responsáveis por 11 por cento das mortes ligadas à poluição interior, en-quanto o cancro do pulmão é responsável por 6 por cento das mortes.

A OMS prevê que as três Américas tive-ram quase cento e trinta e umas mil mortes relacionadas com os efeitos conjuntos da poluição ambiental e em interiores em países de baixos rendimentos. Outras noventa e seis mil pessoas morreram pelas mesmas causas nos países da região com altos rendimentos.

As novas previsões da OMS não só se devem a um conhecimento mais amplo das doenças provocadas pela poluição atmosfé-rica, mas também devido a uma melhor ava-liação da exposição humana aos poluentes atmosféricos graças a medições e tecnologia mais avançadas, permitindo aos cientistas analisar mais pormenorizadamente os riscos para a saúde a partir de uma distribuição demográfica mais ampla que inclui as áreas rurais, além das urbanas.

Os países de rendimentos baixos e médios nas regiões do Sudeste Asiático e do Pacífico Ocidental suportaram o maior peso relacionado com a poluição em 2012, com um total de 3,3 milhões de mortes derivadas da poluição do ar de interiores e 2,6 milhões de mortes relacionadas com a poluição atmosférica.

A limpeza do ar que respiramos impede o desenvolvimento de doenças não transmis-síveis e reduz os riscos de doenças entre as mulheres e os grupos vulneráveis, como as crianças e idosos. As mulheres e as crianças pobres pagam um alto preço pela poluição do ar de interiores uma vez que passam mais tempo nas suas casas respirando os fumos das cozinhas de carvão e lenha com fugas.

A excessiva poluição atmosférica é uma consequência de políticas que não são sustentáveis em sectores como o do transporte, energia,gestão de resíduose indústria pesada

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19 opiniãohoje macau quarta-feira 11.6.2014

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T EMERIDADE, segundo o dicionário, significa ousadia perante um perigo quase certo; ato ou dito irrefletido com possíveis consequências desagradáveis ou perigosas, ou ainda, imprudência.

Transposto o conceito para a política, poderemos dizer que não é aconselhável tentar

apagar «fogos» com gasolina, deitar achas para a fogueira. Bem pelo contrário, muitas vezes, é revolucionário dar dois passos atrás para preparar, com segurança, um passo em frente.

Só um cego é que não vê que, de for-ma inesperada (para muitos, incluindo eu próprio), a consciência social e política das gentes de Macau, se alterou substancialmen-te. Na verdade, as recentes manifestações revelam não apenas alterações quantitativas (quanto ao número de participantes) mas sobretudo qualitativas. Isto é, os funda-

a pal içadaCORREIA MARQUES

Este artigo é escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

As novas previsões baseiam-se nos últimos dados da OMS sobre mortalidade de 2012 e nas provas de que a exposição à poluição atmosférica é um risco para a saúde. As previsões da exposição das pes-soas à poluição atmosférica em diferentes partes do mundo foram formuladas através de uma nova cartografia de dados mundiais que incluem dados recolhidos por satélite, medições provenientes da vigilância em terra e dados sobre emissões poluentes proceden-tes de fontes fundamentais, bem como de modelos sobre as tabelas de deslocação da poluição no ar.

Os riscos devidos à poluição atmos-férica são superiores ao que previamente se pensava ou entendia, em especial para as doenças cardiovasculares. Actualmente existem poucos riscos que afectem tanto à saúde no mundo como a poluição atmosfé-rica. As provas apontam para a necessidade de medidas concertadas para limpar o ar que todos respiramos.

CAUSASA excessiva poluição atmosférica é uma consequência de políticas que não são sustentáveis em sectores como o do trans-porte, energia, gestão de resíduos e indústria pesada. É mais económico a longo prazo aplicar estratégias que dêem prioridade à saúde devido à poupança nos custos das instituições de saúde, além dos benefícios para o clima. A OMS e os sectores da saúde desempenham uma função única para trans-ferir as provas científicas sobre a poluição atmosférica em políticas que podem marcar a diferença e contribuir para significativas melhorias que salvarão vidas.

A maioria dos países decidiu através de po-líticos irresponsáveis que os desgovernam fazer ouvidos moucos a todas as resoluções, regras, directrizes e relatórios da OMS, preocupando--se com o discurso medíocre e eleitoralista não entendendo que o cada vez menor poder que detém como afirma Moisés Naím em “O Fim do Poder” só tem servido para o decrescimento do progresso, do bem-estar social e da qualidade de vida dos governados.

Os países que carecem de legislação nes-tas e em outra áreas tão sensíveis devem em consonância com as universidades criar grupos multidisciplinares de feitura das leis, onde os juristas especializados em temas de saúde e ambientais têm um papel preponderante, tudo na subordinação da realidade de cada país e em conformidade com as resoluções da OMS, sem perder o estreito intercâmbio com os países signatários das convenções internacionais sobre os temas em apreço.

É trabalho difícil, tanto mais que formar um jurista leva no mínimo dez anos e um jurista legislador no mínimo vinte anos. Se essas breves noções forem apreendidas e implementadas, as legislações deixarão de ter tão má qualidade, de difícil execução prática e de emaranha interpretação. Tudo em benefício da saúde, do ambiente e da qualidade de vida das populações.

(Em política) a temeridadenão é boa conselheira

Amigo não é aquele que está sempre de acordo connosco, mas sim aquele que nos alerta para os perigos

Com o mundo pouco te importasPorque julgas ver direito.Como há-de ver coisas tortasQuem só vê em seu proveito?

António Aleixo (1899-1949), poeta popular português.

mentos da contestação extravasaram de uma situação ou problema concretos para o questionar das políticas gerais (saúde, habitação, transportes, poluição, destino dos dinheiros públicos) por um lado, e, por outro, a contestação deixou de se centrar neste ou naquele secretário, para apontar baterias diretamente para o próprio Chefe do Executivo. E, finalmente, a dimensão das últimas manifestações não só facilita a participação das pessoas, porquanto reforça o anonimato, como veio demonstrar a força da «rua» e que «vale a pena lutar». O que incentiva adesões a futuras iniciativas.

E, em minha opinião, a situação ainda não se encontra «pacificada», bastando um qualquer pretexto para reacender as reivindicações.

Assim, o silêncio do poder não é bom conselheiro. Urge explicar aquilo que se pretende (e não pretende) fazer. É necessário esclarecer, face à tendência populista de querer rever todas as leis an-tigas -muitas vezes sem identificar aquilo que eventualmente esteja desatualizado e necessitado de revisão e esquecendo a Lei Básica que consagra a manutenção da maneira de viver anteriormente existente (artigo 5.º) e a continuidade do sistema jurídico (artigo 8.º)-, que não é a idade de uma lei, mas sim o seu conteúdo que

deve determinar a sua alteração ou a sua revogação.

Importa, como diz a quadra acima cita-da, ver para além do proveito de cada um, em nome do interesse geral, pois só assim se consegue a harmonia social, identificando o que está errado e arrepiando caminho, fazendo melhor.

Sinceramente, penso que muitos ainda não interiorizaram a nova reali-dade. E, dou como exemplo o recente estudo encomendado por um grupo de deputados sobre uma eventual revisão da lei do arrendamento urbano em que foram ouvidos sobretudo proprietários e senhorios, ou seja, foi menosprezada a parte mais vulnerável da população: os inquilinos. Assim, o referido estudo não revela distanciamento e credibilida-de suficientes para uma solução justa e equitativa, e corre o risco de ser mais um foco de tensão social e política.

Amigo não é aquele que está sempre de acordo connosco, mas sim aquele que nos alerta para os perigos.

cartoon por Stephff O JOGADOR

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hoje macau quarta-feira 11.6.2014

SÉRGIO FONSECA [email protected]

A NTÓNIO Félix da Cos-ta, vencedor do Grande Prémio de Macau de

Fórmula 3 em 2012 e segundo classificado em 2013, poderá este ano regressar ao Circuito da Guia para tentar vencer a prova pela segunda vez, feito que não conseguiu o ano passado. O pi-loto português que este ano está a disputar o campeonato alemão de turismos DTM, com a BMW Motorsport, e continua ligado à Red Bull Racing, sendo respon-sável pelo trabalho de simulador da equipa de Fórmula 1, tem uma proposta interessante para fazer a clássica de Fórmula 3 em Novembro.

O jovem de Cascais disse à revista inglesa Autosport que está a pensar seriamente parti-cipar na corrida. “Recebi uma proposta e irei pensar sobre o assunto. Gostaria imenso de ir, mas veremos”, afirmou Félix da Costa. O piloto português, o primeiro luso a vencer com a bandeira de Portugal a actual prova rainha do Grande Prémio. Félix da Costa correu pela pri-meira vez no Circuito da Guia em 2010 e sempre demonstrou um imenso carinho pelo evento do território, confirmando isso mesmo em várias entrevistas, colocando o Circuito da Guia no topo das suas preferências.

Depois de ter perdido a vaga na Toro Rosso no Campeonato do Mundo de Fórmula 1, Félix da Costa aceitou corajosamente o desafio da Red Bull e tentou o ano passado vencer pela segun-da vez na prova, o que lhe valeu os mais rasgados da imprensa internacional especializada. O português terminou no se-gundo posto, não conseguindo igualar a proeza de Edoardo Mortara, numa prova em que os motores Volkswagen, que Félix da Costa utilizou, foram claramente inferiores aos da rival Mercedes-Benz.

Vencedor de 2013 também é hipótese

Alex Lynn, o vencedor da edição passada da prova, poderá estar igualmente à partida. O inglês, que depois da vitória no Circuito da Guia se juntou ao Red Bull Junior Team, está este ano a competir na GP3 Series a mando do braço des-portivo do gigante das bebidas energéticas. Contudo, Lynn vai fazer a prova do Campeonato Britânico de Fórmula 3 em Thruxton, o que o qualifica para o Grande Prémio de Macau. Caberá à Red Bull decidir se o inglês regressa à RAEM para tentar repetir o sucesso do ano transacto. Como curiosidade, a família de Lynn comprou à Prema Power Team o Dallara F312 que o britânico conduziu para vencer entre nós.

PORTUGUÊS TEM PROPOSTAPARA FAZER O GP MACAU DE F3

Félix da Costa pode voltar