hoje macau 7 jun 2013 #2867

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 7 DE JUNHO DE 2013 ANO XII Nº 2867 PUB PUB VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) Ter para ler MOP$10 PUB Paul Pun quer levar cidadãos a encontrar um caminho A mudança social PUB • caso das campas Chui Sai On averigua Raymond Tam página 5 macau cable tv ganha recurso em tribunal página 4 ANTENEIROS Não é o número de votos que move o secretário-geral da Cáritas na candidatura para a AL. Paul Pun quer ter a possibilidade de operar uma mudança social. “Acredito que há expectativas por parte das pessoas que votam em mim e nunca desistiram.” O candidato assume que a comissão eleitoral deveria mudar “para haver um processo continuado e permanente” e deixa o recado: “Vou continuar a ser o mesmo Paul Pun.” páginas 2 e 3 aguaceiros ocasionais min 26 max 31 hum 75-95% euro 10.1 baht 0.2 yuan 1.2 10 de junho Fernando gomes e novais Ferreira agraciados última autocarros Dados da fiscalização vão ser reanalisados página 7 h MACAU EM VENEZA ELEIÇÕES 2013 ENTREVISTA

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2867 de 7 de Junho de 2013

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Page 1: Hoje  Macau 7 JUN 2013  #2867

AgênciA comerciAl Pico • 28721006 D irector carlos morais josé • sexta-feira 7 de junho de 2013 • Ano Xi i • nº 2867

pub pub

Venham mais cinco (séculos)

Ter para lermop$10

pub

paul pun quer levar cidadãos a encontrar um caminho

a mudança socialpub

• caso das campas

Chui Sai Onaverigua Raymond Tam

página 5

macau cable tv ganha recurso em tribunal página 4anteneiros

Não é o número de votos que move o secretário-geral da Cáritas na candidatura para a AL. Paul Pun quer ter a possibilidade de operar

uma mudança social. “Acredito que há expectativas por parte das pessoas que votam em mim e nunca desistiram.” O candidato

assume que a comissão eleitoral deveria mudar “para haver um processo continuado e permanente” e deixa o recado: “Vou continuar a ser o mesmo Paul Pun.” páginas 2 e 3

aguaceiros ocasionais min 26 max 31 hum 75-95% • euro 10.1 baht 0.2 yuan 1.2

10 de junho

Fernando gomes e novais Ferreira

agraciados última

autocarros

Dados da fiscalização vão ser reanalisados

página 7

hMaCaueM veneza•

eleiÇÕes 2013 entreVista

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hoje

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sexta-feira 7.6.2013entrevista2 www.hojemacau.com.mo

Para explicar o seu modo de actuação na futura campanha para as legislativas de Setembro, Paul Pun usou uma metáfora: não vai fazer um “incêndio”, só quer “riscar o fósforo”, ou seja, levar os cidadãos a encontrar um caminho. Em entrevista ao Hoje Macau, o secretário-geral da Cáritas diz que o hemiciclo não irá representar nenhum estatuto e que não é o número de votos que o move, mas sim a possibilidade de fazer uma mudança social

Andreia Sofia [email protected]

Já é um candidato tradicional às eleições. Porque decidiu partici-par este ano? Acredito que há expectativas por parte das pessoas que votam em mim e nunca desistiram. Sinto--me encorajado por elas. Há 12 anos tinha a mesma intenção de participar nas eleições para servir a população. Quero uma mudança social e ser uma voz que mostra uma mentalidade positiva, e isso vai de encontro aos que me apoiam e me pedem para continuar. Mas a minha decisão também partiu de mim. Tive de me convencer a mim mesmo e dizer “vai em frente, não penses demasiado”. Porque eu não vou participar para ganhar muito dinheiro para a campanha. Não tenho de pedir às pessoas que votem por mim. Tenho de ser diferente dos outros candidatos e estar lá pelas pessoas que não têm voto na matéria. Sinto-me com mais forças do que nunca, mais do que há 12 anos. Há uma motivação para continuar. Não vou pensar em ganhar ou perder, não é esse o meu objectivo e não sou esse tipo de pessoa. As pessoas perguntam-me o que é que eu posso mudar. E eu acredito que posso contribuir com algo, e a sociedade pode mudar.

Paul Pun, secretário-geral da Cáritas e candidato às eleições para a AL

“Não estou interessado em ter mais votos”

Como vai fazer essa mudança?É muito simples. Vou olhar para as pessoas que querem ser in-dependentes, neutras, com um sentimento de ajuda para com a sociedade. São pessoas simples, que não são necessariamente académicos ou muito conhecidas. Eu não preciso disso porque as pessoas já me conhecem, não preciso de encontrar ninguém que puxe pela minha popularidade e fazer com que mais pessoas me conheçam.

Quer com isso dizer que já se sente uma figura popular na sociedade? Só digo que vou ser eu próprio. As pessoas estão à procura de alguém que promova um estatu-to, mas eu não preciso disso. Só quero pessoas que tenham a minha mentalidade e que queiram incutir uma atitude positiva na sociedade. Eu vou aprender com eles e posso obter mais poder espiritual a partir daí. Não preciso de ser um bom orador, ou mesmo encantador (risos). Basta simplesmente apre-sentar as minhas ideias. Basta ser eu mesmo.

O que pensa dos outros candida-tos que vão concorrer às eleições? Não preciso de pensar neles. Eles têm os seus próprios talentos e capacidades, poder e influência. Acredito que os eleitores vão encontrar, de entre os candidatos, aquele que os pode represen-tar. Não vou culpar os que não votarem em mim, vou aceitar e respeitar as suas escolhas. Se eu conseguir um assento na Assembleia Legislativa (AL), vou continuar com as mesmas iniciativas. A única diferença é que se eu for eleito vou ter mais lugar e espaço para falar. Mas se não for, terei de encontrar outras formas e usar outros canais. A AL é um canal formal de passar

as informações, mas não preciso de mudar por causa de um nome.

Já tem um número dois para a sua lista?Ainda não. Não tenho nenhuma ideia. O número dois ou três não é importante, o mais importante é que eu vou concorrer. E essa decisão já a fiz.

Participou nas últimas três elei-ções e perdeu. O que vai mostrar aos eleitores de diferente este ano para obter mais votos?Não vou fazer nada para ter mais votos. Não é esse o caminho correcto, e se eu alguma vez fizer isto para ter mais votos é melhor não concorrer. Em todas as vezes eu penso como é que posso servir melhor a sociedade. Em segundo lugar, penso como é que posso manter a minha unidade e trabalhar com as pessoas. Em terceiro penso como posso captar as oportunida-des para mostrar os problemas da sociedade. Depois quero fazer su-gestões positivas para a sociedade, e como posso fazer uma mudança social. Não interessa a quantidade de tempo dos meus discursos, mas

sim a mentalidade. No processo das eleições se eu encontrar algo de bom para a sociedade vou partilhar com as pessoas, elas vão escolher se votam ou não por mim.

Mas como vai apresentar as suas ideias?É fácil dizer que se devem construir mais habitações, dar propinas gra-tuitas aos alunos do ensino superior ou criar a licença de maternidade de dez dias. Mas há que saber como implementar. Quando propomos algo temos de saber os recursos que temos e fazer algum esforço de mudança. Não é apenas fazer a promessa, é ter a capacidade de mudar. Não sou tão atractivo porque a minha plataforma não é grande e não mostro ilusões. Entre há 12 anos e agora estou pratica-mente igual, mas a sociedade e a plataforma mudaram. O elemento chave é trabalhar com os que estão comigo. As pessoas vão fazer uma escolha e temos de agir de acordo com o que pensam.

Disse não querer mais votos...Não quero, mas claro que faz parte do jogo ter. A maneira mais certa

Quero uma mudança social e ser uma voz que mostra uma mentalidade positiva, e isso vai de encontro aos que me apoiam e me pedem para continuar

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3entrevistasexta-feira 7.6.2013 www.hojemacau.com.mo

Acredito que os eleitores vão encontrar, de entre os candidatos, aquele que os pode representar. Não vou culpar os que não votarem em mim, vou aceitar e respeitar as suas escolhas. Se eu conseguir um assento na Assembleia Legislativa (AL), vou continuar com as mesmas iniciativas

de dizer é que não estou interes-sado em ter mais votos. Não tenho fundos ou influências.

Mas acredita que pode conseguir um lugar na AL?Não diria isso. Em 2009, quando estava em campanha, sabia que não ia conseguir o número suficiente de votos, porque as pessoas não me conheciam. As pessoas olhavam para um número e não se preocu-pavam com o candidato. Eu per-guntava “quem é este candidato?” e diziam-me “não sei, apenas estou a olhar para o número”. Nesse mo-mento eu percebi que os eleitores não sabiam porque é que iam votar, e tive de aceitar a realidade. Isso foi em 2005.

Isso mudou entretanto?Têm mais conhecimentos e noção, mas da última vez não (risos).

O que levou a essa mudança?Os jovens que votaram na altura estão hoje mais maduros.

Comissão eleitoral devia mudar

Esta semana foi notícia a saída de Raymond Tam da Comissão para os Assuntos Eleitorais. Estava à espera desta decisão? Li as notícias sobre a ida ao tribu-nal, ele fez uma decisão que só tem de ser respeitada. Tenho a dizer que se for provado que não fez nada errado, então não deve desistir. Mas se for provado que fez, então tem de ser corrigido o erro.

Acredita que esta saída pode causar alguma mudança nas eleições deste ano? Não. Porque é uma comissão, não é uma pessoa que vá mudar a co-missão. O sistema está instalado.

Disse que as regras eleitorais são muito rígidas. A comissão poderia saber mais sobre as leis eleitorais? Deveriam saber. Seria melhor se a comissão fosse criada imedia-tamente às eleições. As pessoas iriam apoiar mais as eleições. Porque nesse intervalo (em que não há uma comissão formada) já houve influências e as pessoas auto-promoveram-se. Diria que

ajudaria se, na próxima vez, a comissão pudesse ser criada ime-diatamente a seguir às legislativas, para haver um processo continuado e permanente.

Como se pode parar de forma efectiva a corrupção nas elei-ções? é possível?Não se pode parar, não há forma de parar, mas pode-se travar. As pessoas são pessoas, se querem ser más, são más, se querem ter ganhos de forma mais rápida, vão encontrar a sua maneira de o conse-guir. As pessoas podem ser vitimas

deste processo e isso não é correcto. Estamos numa sociedade em que uma pessoa conhece a outra e já há algum tipo de ligação. Na corrup-ção há a pessoa que dá e a pessoa que recebe. Por isso digo que um maior conhecimento por parte das

pessoas é importante. Há pessoas que dizem que não recebem nada e que votam de forma limpa, mas depois há outros que dizem “eu recebo e vou votar em si”. E há ainda os que dizem “dê-me qual-quer coisa que eu voto”. Podemos

fazer com que as pessoas tenham mais maturidade sobre as escolhas que vão fazer para o futuro. Não estão simplesmente a escolher uma pessoa para votar. Por isso é que a comissão deveria ter um orçamento só focado para a educação a este nível. Mas seis meses de trabalho não são suficientes para isto e é algo que deveria mudar.

Estas são as primeiras eleições depois do processo de reforma política, em que o hemiciclo terá mais dois deputados directos e dois indirectos. Acredita que as coisas vão mudar na AL? Há apenas mais oportunidades para as pessoas participarem, e só por isso já é algo positivo. Vamos ter mais quatro deputados a falar deste e daquele assunto. Deveriam ser mais, mas isso temos de ver no futuro. Os que forem eleitos devem olhar para a sua responsabilidade. Interessa como se gasta o tempo de forma afectiva a lidar com as questões. Não é ir todos os dias para a rua sem falar com as pes-soas. No meu caso eu não preciso de causar um grande fogo com a minha participação, quero apenas riscar o fósforo. Quero fazer uma campanha calma que permita às pessoas sentirem, elas próprias, o calor, quase como se fosse uma purificação, para verem o fundo do túnel e uma direcção.

Como é o Paul Pun político e o Paul Pun secretário-geral da Cáritas?É completamente igual. Porque eu não penso em ser político, quero ser um representante das pessoas. Se for eleito serei um representante. Eu não que sou secretário-geral, eu digo que sou um trabalhador social. Como representante farei o mesmo, é igual. Não serei um político se for eleito. Se tiver um assento na AL não serei aquele que está sempre a falar, vou estar calmo e apenas acender o fósforo para gerar debate. Actualmente muitos dos deputados já falam sobre os assuntos para os quais eu chamo a atenção.

Vai continuar à frente da Cá-ritas? Se for eleito como representante das pessoas, vou continuar a fazer exactamente o mesmo, porque sou voluntário. Sabia que eu sou voluntário?

Mas ganha um salário com esta função? Não ganho salário, mas tenho o almoço gratuito, o chá gratuito, e se for para o aeroporto dão-me os bilhetes para as viagens oficiais. Para Sichuan, o escritório pagou a minha viagem. Mas eu tenho o meu próprio trabalho. A AL não representa uma posição para mim, irei continuar com as mesmas coi-sas. Vou continuar a ser o mesmo Paul Pun.

Vou olhar para as pessoas que querem ser independentes, neutras, com um sentimento de ajuda para com a sociedade. São pessoas simples, que não são necessariamente académicos ou muito conhecidas

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www.hojemacau.com.mo

Em três meses, os anteneiros não vão poder retransmitir os canais televisivos sob alçada da Macau Cable TV e a DSRT tem de assegurar que isto não vai acontecer. A decisão é do Tribunal de Segunda Instância, que dá razão à empresa, que há muito luta uma batalha contra as históricas antenas comuns

Joana [email protected]

Daqui a três meses, os anteneiros vão deixar de poder transmitir canais televisivos não autori-

zados e o director dos Serviços de Regulação das Telecomunicações (DSRT) é obrigado a assegurar o cumprimento do contrato de con-cessão da Macau Cable TV, fazendo com que acabem as retransmissões. Estas são as principais conclusões

Cecília [email protected]

ESTá entregue a dé-cima comissão de

candidatura às eleições pela via directa para as legislativas de Setembro, segundo noticiou ontem o jornal Tribuna de Macau. Lee Sio Kuan é a figura principal e é dirigente da associação da Força do Povo e dos Operários. De acordo com informações publicadas no Boletim Oficial (BO), apesar da associação ter sido criada a 10 de Maio deste ano, pelo menos desde 2008 que os seus membros participam em acções cívicas, frisa Lee Sio Kuan.

Governo acusado de ignorar segurança na Ilha VerdeNa passada quarta-feira um aluno do terceiro ano da escola Cheong Kit, na zona da Ilha Verde, foi atropelado por uma carrinha no momento em que se encontrava a atravessar a passadeira. Segundo a imprensa chinesa, o director da escola acusa que já foram feitos vários pedidos ao Governo para reforçar a segurança rodoviária numa zona com muitos jovens e idosos, mas que até agora os pedidos foram ignorados. Ontem um cidadão ligou para o canal chinês da Rádio Macau, o Ou Mun Tin Toi, afirmando que já viu quatro acidentes naquela zona e que a Ilha Verde “tem um estado caótico no que diz respeito ao planeamento do trânsito”. Kuok King Man, membro da comissão consultiva dos assuntos de trânsito e vice-director de uma escola no local considera que é necessário acrescentar mais placas de aviso nos cruzamentos e rotundas, lembrando que há acidentes constantes nas ruas e que o Governo tem a responsabilidade de olhar para o problema.

Exigida rapidez nas escrituras das casas económicasA deputada Kwan Tsui Hang entregou uma interpelação escrita ao Governo onde pede que o processo de obtenção das escrituras para a habitação económica seja acelerado. A deputada eleita pelos operários dá como exemplo um caso de cancelamento da escritura quando um membro do agregado familiar em causa decidiu comprar uma casa própria. A deputada diz que são os atrasos nas escrituras que originam estas situações, porque quando os filhos se casam e compram casas, numa fase em que os pais aguardam pela escritura da sua habitação económica, o Governo considera que toda a família perde o direito a ter esse tipo de apartamento. Kwan Tsui Hang diz que a situação “não é justa” e pede que se evitem casos semelhantes.

Negócios dos jovens devem ter mais apoio Ao jornal Ou Mun, a deputada Kwan Tsui Hang lançou criticas ao novo plano de apoio aos jovens empresários promovido pelo Executivo, lembrando a existência de falta de experiência na área do empreendedorismo. “Com uma aprovação facilitada é fácil os jovens sem preparação terem acesso ao empréstimo sem juros. O dinheiro é apenas para uma primeira fase e o mais importante é fazer com que os jovens permaneçam no mercado e sejam independentes e estáveis no seu desenvolvimento.” A deputada lembrou que o Executivo deve ser cauteloso no que diz respeito ao reembolso do empréstimo ao fim de oito anos.

Anteneiros Macau Cable TV ganha recurso em tribunal que exige fim da retransmissão de canais televisões

O adeus aos anteneiros?

Eleições 2013 Décima comissão de candidatura entregue

A estreia e confiança de Lee Sio Kuan

cresceu sobretudo em altura e os edifícios mais baixos foram sendo rodeados por mais altos, que im-pediam a recepção do sinal e, por isso, a solução foi ligar a antena ao edifício mais alto, distribuindo o sinal. Não se pretendeu substituir a actividade dos anteneiros pelos da Macau Cable TV.” a DSRT refere que existem canais abertos, cujo acesso é livre pela população e assegura que a empresa sabia da existência de anteneiros em 1999, quando assinou o contrato. Mas a DSRT foi mais longe e alegou ainda que eliminar os anteneiros iria ser um problema público.

as teses de defesa alongam-se por diversas páginas, mas nada demoveu o TSi da decisão: “não deixamos de ser sensíveis às conse-quências de uma decisão que ordene a paralisação de redistribuição de sinais televisivos, só que não en-contramos nada na lei que consinta [equilibrar] valores de diferente natureza: por um lado o exercício de uma actividade ilegal e violadora de uma lei e contrato, por outro os inconvenientes que resultam da mu-dança [ao que agora está instalado]”. Ou seja, o tribunal compreende que será complicado impedir o uso dos anteneiros – até porque mais de metade das televisões da RaEM funcionam com este sistema -, mas não pode deixar de cumprir a lei.

a lei diz que a retransmissão de canais televisivos é ilegal e viola o contrato entre o Governo e a Macau Cable TV. Por isso mes-mo, e “mesmo que se entenda as especificidades da RAEM em que a população merecia uma liberali-zação no acesso e na retransmissão de sinais televisivos, diz o TSi que, em 90 dias, os anteneiros não podem continuar.

do Tribunal de Segunda instância (TSi), que deu razão à Macau Cable TV na longa batalha que coloca a empresa contra sete ou-tras empresas – conhecidas como anteneiros –, o director da DSRT e a TDM, absolvida pelo tribunal.

a história já não é nova: a Ma-cau Cable TV queixa-se do facto de o Tribunal Judicial de Base ter decidido anteriormente que os anteneiros não tinham que pagar quaisquer valores à TV Cabo por retransmitirem sinais televisivos. a empresa diz, contudo, ter perdido cerca de 180 milhões de patacas por isso e pediu que lhe fosse paga uma indemnização de 60 milhões por não ter feito o trabalho de su-pervisão. No acórdão do TSi ontem analisado pelo Hoje Macau, pode ler-se que o recurso da decisão do TJB é interposto contra os “infrac-tores, que são os anteneiros, quem os assiste – sendo esta a TDM – e quem não age ao nível da fiscaliza-ção, que é a DSRT”.

a Macau Cable TV alega que está a ser feita uma violação da lei que regula a concessão de serviços públicos e também do contrato entre a empresa e o Governo. Contrato que prevê que, apesar de os antenei-ros não fazerem parte do documen-to, protege a empresa contra eles. “a concessão do serviço público é outorgada como um direito exclu-sivo e absoluto do concessionário,

criando em seu benefício um direito de oposição contra quem quer que apareça a explorar a mesma activi-dade no âmbito do seu exclusivo”, pode ler-se como defesa da Macau Cable TV. a empresa diz mesmo que o contrato tem vindo a ser violado de forma sistemática e flagrante, o que leva a “notórios prejuízos”.

ALEgAçõEs DivErsAsanteriormente, o TJB dava razão aos anteneiros por considerar que estes prestavam um serviço incluído no direito à informação da população. Posição contra-riada pela Macau Cable TV, que reitera que os anteneiros exigem pagamento pelos seus serviços.

Numa outra linha, também a DSRT se defende dizendo que, em Hong Kong, nos anos 1960 se instalaram antenas nos telhados, de forma a que se pudesse ver tele-visão, o que “não era ilegal, sendo que qualquer pessoa pode instalar uma antena em sua casa”. Depois, a essa antena, chegavam os canais do interior da China e de Macau. E a comparação continua. “Macau

união de Kwan Tsui Hang fala em difamação Ontem a União para o Desenvolvimento, liderada pela deputada Kwan Tsui Hang, entregou uma carta à Comissão para os Assuntos Eleitorais em que se mostra “descontente pelos actos de difamação ocorridos junto às Portas do Cerco”. A associação afirma ter sido difamada nos últimos dois anos com cartazes afixados na fronteira, que acusam Kwan Tsui Hang de “enganar o público e estar contra os cheques pecuniários”. Leong Iok Wa, comissária da associação, disse que todos os membros da união não “podem suportar esta difamação” e pedem que a comissão investigue a fim de se apurarem responsabilidades e proteger “a justiça das eleições na sociedade”.

O objectivo desta nova lista candidata é de conse-guiu um ou dois assentos na assembleia Legislativa (aL). Com cerca de dez mil votos já obtidos, Lee Sio Kuan diz ter a certeza de conseguir, pelo menos, um assento, mas admite que estas eleições têm “ele-mentos de instabilidade”. “Muitos patrões de grandes empresas obrigam os seus funcionários a dar a sua as-sinatura para determinado candidato, e assim perde-mos os nossos votos. Desta vez conseguimos recolher mais de mil assinaturas, e entregámos quase 500. as restantes serviriam se estas não fossem suficientes”, disse aos jornalistas ontem

aquando da entrega oficial da candidatura junto dos Serviços de administração e Função Pública (SaFP).

“Desta vez as eleições vão ser limpas e subornos como dar dinheiro ou ofere-

cer jantares já não funciona. imagine-se um casal com rendimentos de 30 mil pa-tacas que não conseguem comprar uma casa. Peque-nos favores não compram votos”, acrescentou.

Lee Sio Kuan disse ainda que o seu grupo será composto por oito a nove membros, sendo que as grandes questões estarão relacionadas com a habi-tação e outros assuntos so-ciais. “Peço que o Governo construa mais habitações públicas para os residentes que ganham pouco e que haja mais residências para os funcionários públicos com baixos salários.”

Sendo a primeira vez que participa num acto eleitoral, Lee Sio Kuan disse que foi incentivado a fazê-lo pelos seus apoian-tes. as assinaturas são dos membros da associação e de outros cidadãos que defendem os seus ideais.

sexta-feira 7.6.2013política4

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5políticasexta-feira 7.6.2013 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

Dias depois de ter sido tornado público que o presidente do

instituto para os assun-tos Cívicos e Municipais (iaCM), Raymond Tam, vai ser julgado no Tribunal Judicial de Base (TJB) num caso conexo ao pro-cesso das campas, eis que

Joana [email protected]

Foi Raymond Tam quem pediu para que se atrasasse a entrega

dos documentos requeridos pelo Ministério Público (MP), quando o organismo estaria a investigar o chamado ‘Caso das Campas’. Quem o afirma é o próprio MP, através de um comunicado enviado ontem à imprensa.

Raymond Tam foi conside-rado arguido no âmbito do caso da atribuição das dez sepulturas perpétuas no Cemitério de são Miguel arcanjo. o actual presi-dente do instituto para os assuntos Cívicos e Municipais (iaCM) vai ser julgado pelo Tribunal Judicial de Base (TJB), em conjunto com

Caso das Campas Pereira Coutinho diz que acção é “insuficiente”

Raymond Tam averiguado por Chui Sai On

Paul Chan Wai Chi questiona liderança O caso das campas continua a gerar reacções na esfera politica, com o deputado Paul Chan Wai Chi a enviar mais uma interpelação escrita ao Governo onde questiona como se pode melhorar o nível de qualidade da Administração e da confiança do público por causa da saída de Raymond Tam da comissão e da sua permanência na presidência do IACM. “O caso mostra que o Governo da RAEM tem falta de capacidade governativa e de consciência da crise instaurada.” - C.L.

Ministério Público diz que foi Raymond Tam quem pediu para atrasar entrega dos documentos

“Arguidos actuaram de forma coordenada”outros três arguidos, pelo crime de prevaricação.

os homens terão demorado mui-to tempo a entregar os documentos ao MP. No entanto, e de acordo com o organismo, “Raymond Tam [foi] quem decidiu protelar a entrega dos documentos originais ao MP, enquanto os restantes três arguidos – Lei Wai Nong, Fong Wai seng e sio Kuok Kun – também decidiram protelar a entrega dos documentos a pedido de Raymond Tam.”

o MP assegura que este com-portamento foi um impedimento às suas funções de fiscalização e dos procedimentos “com vista à realização da justiça”.

Mas o MP vai mais longe e diz mesmo que, apesar de serem funcionários públicos e cientes

de que têm o dever de cooperar com os órgãos judiciais, os quatro arguidos não o fizeram. “Actuaram de forma coordenada e prejudica-ram a realização da justiça e os interesses públicos da sociedade, assim como os direitos legítimos dos interessados do caso, incluindo os do denunciante.”

MuiTO TeMPOFoi Paulina alves dos santos quem denunciou o caso das sepulturas. Na altura, em 2001, Paulina era presidente do Conselho de ad-ministração da sociedade para o Desenvolvimento dos Parques industriais de Macau – cargo do qual foi exonerada no ano pas-sado – e terá pedido a utilização prolongada de uma campa. Pedido

que lhe foi recusado, levando-a a denunciar que havia a atribuição de dez campas perpétuas no mesmo cemitério.

Em 2010, o MP abriu um in-quérito sobre o caso. “através do envio de ofícios”, o MP pediu a Raymond Tam que entregasse os documentos originais relacionados com as dez sepulturas. o comu-nicado do MP explica isto, mas não revela quantos dias demorou o presidente do iaCM a entregar os documentos. De acordo com uma fonte citada pelo jornal Ponto Final, no entanto, Raymond Tam terá demorado 40 dias a entregar os documentos.

Esta semana, depois de Ray-mond Tam ter pedido a renúncia ao cargo de vogal na Comissão para os

assuntos Eleitorais da assembleia Legislativa, foi anunciado que o ain-da presidente do iaCM, em conjunto com os outros três arguidos, iria ser julgado no TJB. Raymond Tam man-tém o cargo no iaCM, já que Chui sai on indicou ontem não ter ainda recebido o despacho de pronúncia. o comunicado do MP, enviado aos órgãos de comunicação social ontem, contudo, refere que “o Juízo de instrução Criminal emanou o des-pacho de pronúncia contra Raymond Tam, Lei Wai Nong, um dos vice--presidentes do iaCM, Fong Wai seng, Chefe do serviço de Higiene ambiental e Licenciamento, e sio Kuok Kun, funcionário do iaCM. agora, todos terão de responder pelo crime de prevaricação, punível até cinco anos de prisão.

Chui sai on, Chefe do Executivo, garantiu que Tam vai ser alvo de um processo de averiguações. segundo a Rádio Macau, tal vai servir para detectar “eventuais irregularidades e ilegalidades”, e só depois é que será tomada a decisão sobre um eventual processo disciplinar a aplicar não só a Raymond Tam como um dos vice-presidentes do iaCM, Lei Wai Nong. Chui sai on

disse ainda não ter recebido o despacho da pronúncia por parte do Ministério Público (MP).

o deputado José Pereira Coutinho, que entregou ontem uma petição a pedir a demissão de Tam, diz que esta decisão anunciada por Chui sai on não chega, dada a posição que o pre-sidente do iaCM assume na hierarquia de serviços. “Esta medida é insuficiente

enquanto Raymond Tam não pedir a demissão, é um processo inútil. Se não fizer (a demissão) Raymond Tam perde a credibilidade e é mau para a imagem de Macau”, disse ao Hoje Macau.

PRóxiMO de FlORindA ChAna petição, entregue na ma-nhã de ontem junto à sede do Governo, não só exige a demissão imediata do presidente do iaCM como a responsabilização pelo facto deste continuar na presidên-cia da entidade e também por ter sido nomeado para a Comissão dos assuntos Eleitorais. Recorde-se que Tam abandonou esta última posição nos últimos dias. “a pessoa que nomeou cometeu um grave erro, não teve o cuidado de ver o risco que implicaria devido ao pro-cesso que corria no tribunal. sendo a Florinda Chan a titular do principal cargo (secretária para a adminis-tração e Justiça), exige-se a responsabilização política pela decisão errada que foi tomada. a meu ver, constitui uma forma indirecta de pres-sionar os tribunais.”

Dando como exemplos os casos antigos ocorridos na Direcção dos serviços de Finanças (DsF) e Esta-belecimento Prisional de

Macau (EPM), em que os directores saíram dos cargos antes de qualquer caso che-gar a tribunal, Coutinho diz não “perceber porque é que há um tratamento favorável em relação ao presidente do IACM”. E frisa que “a cober-tura que a doutora Florinda está a dar permite que ele

consiga ser presidente do IACM”.

Coutinho gostaria as-sim de ver “a demissão em simultâneo dos cargos”, e a aplicação imediata de um processo disciplinar, segundo o estatuto dos trabalhadores da Função Pública.

O Chefe do Executivo confirmou ontem que o presidente do IACM vai ser alvo de um processo de averiguações e que só depois poderá existir um processo disciplinar. O deputado Pereira Coutinho pede a demissão imediata de Raymond Tam

Deputados pedem suspensão preventivaOuvidos pela imprensa chinesa, três deputados exigem a suspensão preventiva de Raymond Tam do seu cargo de presidente do IACM. Kwan Tsui Hang considera que Tam “se demitiu do cargo da comissão para os assuntos eleitorais porque os seus membros devem ter integridade pessoal e confiança pública. Mas ele ainda é suspeito e, sem uma sentença, seria melhor fazer a suspensão preventiva”, disse ao jornal Ou Mun. Já Paul Chan Wai Chi diz que como o “caso envolve uma investigação sobre suspeitas de prevaricação, o superior de Raymond Tam deveria fazer uma suspensão preventiva. É o mais justo até a verdade ser reconhecida.” Por sua vez, Au Kam San diz que o facto de Raymond Tam ainda permanecer no cargo poderá dar origem ao “cancelamento de provas” e “ameaças de testemunhas”. - C.L.

Page 6: Hoje  Macau 7 JUN 2013  #2867

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sexta-feira 7.6.2013www.hojemacau.com.mosociedade6

A associação dirigida por Eduardo Ambrósio assinou um protocolo com o Instituto Camões onde se prevê não só a realização de cursos de português em Macau como a “possibilidade de criação de um centro de língua portuguesa na província de Cantão”

Andreia Sofia [email protected]

Está firmado um acordo que desde o ano passado só existia no papel. A Associação Comercial

Internacional para os Mercados Lusófonos (ACIML), liderada por Eduardo Ambrósio, assinou há semanas uma parceria com o Instituto Camões (IC) para a rea-lização de cursos de língua portu-

Joana [email protected]

A Venetian livrou-se de pagar três jackpots de

mais de um milhão de pa-tacas, devido a uma avaria da máquina onde a cliente estava a jogar.

O incidente ocorreu na semana passada, no Sands casino. Uma jogadora inseriu cerca de mil dólares de Hong

Está a decorrer no Ve-netian a quarta edição

do Fórum Internacional so-bre o Investimento e Cons-trução de Infra-estruturas, que foi ontem inaugurado com a presença do Chefe do Executivo e de Francis Tam, secretário para a Economia e Finanças.

No evento esteve tam-bém presente o vice--presidente do Banco da China de Exportação e Importação, Zhu Hongjie. Segundo a Rádio Macau, o responsável pede modelos de negócio com mais criati-vidade, tendo aconselhado ao Governo local a aposta em leis claras, estáveis, com planos de desenvol-vimento concretos e com “mais colaboração entre o sector público e privado”, para que “o ambiente de

Ensino Protocolo entre ACIML e Instituto Camões arranca este ano

Empresários vão aprender português

Jogo Venetian descarta-se de pagar jackpot milionário por avaria da máquina

Da indemnização não se safa

Negócios Arrancounovo fórum sobre infra-estruturas

Mais criatividade precisa-se

guesa em Macau vocacionado para empresários.

Tal é referido no protocolo a que o Hoje Macau teve acesso, e que terá a duração de três anos. “A ACIML desenvolverá cursos de língua portuguesa na RAEM com o apoio do IC”, bem como promete desenvolver “a criação de parcerias entre aquela associação, universidades chinesas e o IC para o desenvolvimento de cursos de língua portuguesa”. “A ACIML tem o propósito de fomentar par-cerias no sentido de apoiar cursos de formação linguística e comu-nicativa em língua portuguesa direccionados para futuros quadros de empresas”, lê-se ainda.

Mas não só. As duas entidades “comprometem-se a estudar a pos-sibilidade de criação de um centro de língua portuguesa e de culturas dos países de língua portuguesa na província de Cantão”.

O Hoje Macau sabe que Eduardo Ambrósio se deslocou recentemen-te a Lisboa, tendo firmado o acordo com o IC. “O projecto vai avançar e está tudo acordado”, confirmou o empresário, que garante que “antes do verão” poderão ver-se resultados

práticos. Durante várias semanas foram feitos contactos junto do IC para saber mais informações sobre o projecto, sem sucesso.

ACIML pAgA tudo Tanto o IC como o Instituto Portu-guês do Oriente (IPOR) ficam com a responsabilidade de seleccionar os docentes para os cursos em

Macau e futuras parcerias com universidades do continente.

João Laurentino Neves, director do IPOR, disse que a instituição funciona como “elemento acessó-rio” nesta iniciativa. “Aguardamos o desenvolvimento do protocolo para levar a cabo as competências descritas no protocolo”, disse ao Hoje Macau.

Se o lado da docência fica ga-rantido pelas entidades da língua de Camões, a parte financeira é assegurada pela ACIML. Esta “compromete-se a custear as via-gens de ida e regresso dos profes-sores seleccionados pelo IC sempre que estes residam em Portugal, os honorários dos professores e as actividades de formação.” Quanto aos contratos “serão celebrados entre os professores, ACIML e IPOR por períodos de dois anos”.

Para além de suportar os custos, a associação de Eduardo Ambrósio vai informar o IC, até ao dia 31 de Março de cada ano, a quantidade de professores ne-cessária. O relatório de actividade promete ser mostrado no primeiro trimestre de cada ano.

A intenção deste protocolo existe desde o tempo em que Rui Rocha ocupava a função de director no IPOR, cujo projecto acabou por ficar na gaveta até à posse de João Laurentino Neves. No documento, a associação “assume a importância do conhecimento da língua portu-guesa nas relações económicas e comerciais com os mercados de língua portuguesa”.

Kong e ganhava um jackpot de 31 mil dólares sempre que fazia uma aposta. Cerca de 22 minutos bastaram para que a máquina emitisse 43 bilhetes com um prémio no valor total de 1,334,564 dólares de Hong Kong.

De acordo com a Direc-ção de Inspecção e Coor-denação de Jogos (DICJ), concluiu-se que o jackpot aconteceu devido a uma

impossibilidade estatística. “Só se explica devido a um funcionamento defeituoso da máquina”, frisa um co-municado do organismo, que analisou os relatórios do incidente, os registos da máquina e da videovigilân-cia e o relatório técnico da empresa especializada BMM Macau Ltd.

De acordo com o regula-mento que prevê as regras e deveres para as operadoras de jogo, a Venetian pode recu-sar o pagamento de prémios ou créditos acumulados na máquina. A operadora tem, no entanto, que indemnizar a jogadora e o Governo “por todos os danos provocados pelo incidente”.

Tanto a jogadora como a Venetian Macau, que lidera o casino da Sands, vão ser no-tificadas da decisão da DICJ.

investimentos seja trans-parente e apetecível”. “A diversificação da capa-cidade e a versatilidade das nossas companhias é muito importante para nos integrarmos numa prática global. O nosso modelo de negócio é bastante importante para melhorar os nossos projectos de

investimento e, muitas vezes as necessidades de investimento não são satisfeitas”. Por isso, “pre-cisamos de novas formas de fluxos de capitais e de recorrer a mão-de-obra importante para completar todos os nossos projectos”, acrescentou.

Francis Tam falou dos projectos de cooperação que estão a decorrer neste sector no quadro do Delta do Rio das Pérolas e de-fendeu que essa mesma ligação é importante para enfrentar a “situação de incerteza e risco no pa-norama internacional”. Quanto à futura ponte entre Macau-Zhuhai-Hong Kong, entre outros projec-tos semelhantes, poderão gerar emprego e riqueza a esta região. Francis tam

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7sociedadesexta-feira 7.6.2013 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Trá-fego (DSAT) tem mais de cinco milhões de car-

reiras percorridas pelos autocarros de Macau e mais de 300 milhões de dados para analisar, de forma a con-seguir perceber o que correu mal na fiscalização deste serviço público. A informação foi avançada ontem por Wong Wan, director da DSAT, aquando de uma visita às oficinas dos autocarros da TCM. A DSAT tem, agora, um novo software que vai ajudar o organismo. “Iremos, através de um software novo que temos, fazer a fiscalização de todos os dados dos últimos dois anos”, revelou o responsável. “Isto tem a ver com mais de cinco milhões de carreiras de autocarros percor-ridas durante dois anos e mais de 300 milhões de dados diários que temos de tratar também, para ver se houve realmente autocarros que não levaram passageiros mas cobraram os subsídios [das tarifas] ao Governo.”

A visita de ontem surgiu de-pois de uma reunião que juntou os deputados da Comissão de Acompanhamento dos Assuntos de Terras e Concessões Públicas e responsáveis do Governo no plenário da Assembleia Legislativa (AL). O Executivo foi convidado a ir à AL para esclarecer eventuais dúvidas. De uma reunião à porta fechada que durou apenas uma hora poucas foram as conclusões que saíram. O Governo voltou a repetir a necessidade de reforçar a fiscalização do novo modelo de autocarros públicos, após ter ficado conhecido um relatório do Comis-sariado de Auditoria (CA) que dava conta de uma gestão deficiente do sistema, do não cumprimento das tarifas e de autocarros “fantasma”, que alegadamente circularam nas vias públicas vazios para apenas receberem os subsídios das tarifas do Governo.

EntidadE indEpEndEntEConclusão há uma: os deputados pedem que a fiscalização dos dados sobre os autocarros seja entregue a uma entidade independente, de acordo com Kwan Tsui Han, deputada da AL e presidente da Comissão. “Sugeriu-se que, para

Autocarros Dados que serviram de base ao Comissariado de Auditoria vão ser reanalisados

pedida “entidade independente”Vão ser dois anos passados a pente fino. Os dados que serviram para apontar falhas na gestão do novo modelo de autocarros pelo Comissariado de Auditoria estão armazenados num software e vão agora ser analisados novamente. Numa reunião que ontem juntou deputados e Governo, os primeiros pediram, contudo, que esta análise seja feita por alguém independente à DSAT

Tsui Hang afirma que não houve resposta sobre o desaparecimento do dinheiro por parte do Governo, pelo que os deputados pediram as respostas por escrito. “Quero referir que o Governo reconheceu que há lacunas na fiscalização”, acrescentou ainda a deputada, que explicou que a proposta da visita para ver “especialmente as caixas das tarifas” foi feita pelo Governo. “É um assunto sério e pode implicar matéria penal, o desaparecimento do dinheiro.”

A presidente da Comissão ad-mite que o tempo de reunião entre deputados e Governo foi “curto” e refere ainda que foram coloca-das questões sobre os contratos. Independentemente de haver ou não renovação dos contratos, assegura contudo deputada, tem que ser analisado o que falhou no trabalho da DSAT.

De acordo com Wong Wan, os dados que serão agora analisados – não se sabe ainda por quem - vão ser divulgados ao público até “finais do ano”.

uma melhor transparência, esse caso [da análise dos dados] fosse entregue a uma terceira entidade independente, para realizar a ave-riguação”, explicou a deputada aos jornalistas.

“Através dos dados recolhidos por esse software, [através do qual] se conhecem os casos mencionados no relatório do CA, há informações que podem ser utilizadas para ave-riguar os casos e o Governo disse que vai recolher essas informações e dados para apurar os factos.”

Para já, o Governo ainda não dá a certeza de que esta fiscalização será entregue a outra entidade, mas também não diz que não. “Os deputados sugerem um mecanismo de auditoria independente da DSAT e esta não será uma hipótese a pôr de lado, ter uma terceira entidade para analisar os dados recolhidos”, assegura Wong Wan. Também Lau Si Io, secretário para os Transportes e Obras Públicas, admite a possibi-lidade. “Não excluímos a hipótese de ter os dados analisados por outras pessoas. Mas, por enquanto,

os dados têm de ser analisados e temos de perceber quem vai fazer essa averiguação.” Lau Si Io não se alongou muito nas respostas, não tendo sequer tempo para falar aos jornalistas da imprensa portuguesa. Além disto, o secretário limitou--se a dizer que muitos problemas envolveram este novo modelo de autocarros devido a ser um modelo novo, assegurando que o importante, agora, é a melhoria da prestação dos serviços.

Visita às oFicinas Foi neste software de recolha de dados que o CA se baseou para analisar o comportamento dos autocarros de Macau e elaborar o relatório que apontou diversas críticas à DSAT. Dados que voltam, então, agora, a ser analisados.

E é nas novas tecnologias que a DSAT pretende apostar no futuro. Ontem, ficou ainda a saber-se que existem apenas 15 pessoas a fazer a fiscalização dos autocarros. Ainda assim, Wong Wan não considera que a aposta deve ser no reforço

de staff. “A fiscalização não passa pelo reforço do pessoal, porque isso só vai fazer crescer o quadro de pessoal da DSAT. Precisamos de empregar as novas tecnologias para melhorar a fiscalização.”

A visita de ontem às oficinas da TCM, contudo, esteve relacio-nada com a acusação do CA de que terão desaparecido receitas provenientes de tarifas de viagens. Aos jornalistas, foi mostrado o procedimento no que toca aos mealheiros de cada autocarro, para como que provar que não poderão ter havido desvios. Ora, o método consiste em tirar a caixa do dinheiro com a porta do autocarro aberta em frente a uma câmara de vigilância – isto é feito pelo con-dutor -, sendo que esta é depois levada para uma sala onde é feita a contagem “sob vigilância de um supervisor”, explica uma funcio-nária da DSAT. Posteriormente, o dinheiro é colocado no cofre da empresa, que será aberto para depósito no dia a seguir por um ou-tro supervisor. No plenário, Kwan

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sexta-feira 7.6.2013nacional8 www.hojemacau.com.mo

O Ministério dos Negócios Estran-geiros (MNE) re-agiu esta quarta-

-feira à decisão da Comissão Europeia de aplicar direitos ‘anti-dumping’ provisórios à importação de painéis sola-res da China afirmando que o Governo português defende “uma solução negocial”. “O Governo português defende e continuará a incentivar uma solução negocial”, e sublinha, nesse quadro, “a abertura manifestada pela Comissão Europeia para trabalhar com a China, com vista a chegar a um acordo que vá ao encontro dos in-teresses de todas as partes”, disse o porta-voz do MNE, numa nota enviada à Lusa.

Também o ministro da Economia alemão apelou quarta-feira à realização de negociações sobre o diferen-do entre a União Europeia e a China, para evitar uma guerra comercial que pode atingir outros sectores.

Falando na televisão pública alemã ARD, Philipp Roesler reiterou que a de-cisão tomada na terça-feira por Bruxelas de impor direi-tos ‘anti-dumping’ [venda a preços artificialmente baixos] à importação de painéis solares da China foi “um erro grave”.

O ministro sublinhou que o Governo alemão tinha sempre deixado claro que queria diálogo e não con-frontação e acrescentou que

A China desbloqueou tempo-rariamente, pela primeira

vez em cinco anos, o acesso às redes sociais Facebook e Twitter exclusivamente na localidade de Chengdu, onde decorre um fórum económico até sábado.

Segundo noticiou ontem o diário South China Morning Post (SCMP), as autoridades de Cheng-du, capital da província de Sichuan, no oeste da China, surpreenderam com esta “abertura” os jornalistas acreditados para a cobertura do Fortune Global Forum, organizado pela revista Fortune, que arrancou ontem e termina no dia 08.

À chegada, os profissionais puderam comprovar que podiam aceder ao Facebook e Twitter sem terem de recorrer às chamadas “VPN”, redes virtuais privadas que permitem navegar na Internet

China/UE Pequim defende solução negocial para diferendo

Temores de guerra comercial

Internet China desbloqueia acessotemporário ao Facebook e Twitter numa única localidade

Brecha na muralhaFoi criada uma área no Twitter

para comentários sobre o encontro (FortuneGlobal), a que assistem mais de cem directores executivos e presidentes de cerca de 500 em-presas de todo o mundo.

A livre navegação nas redes sociais é relatada como a primei-ra em cinco anos desde que as autoridades de Pequim deixaram a imprensa estrangeira aceder ao Facebook e Twitter durante os Jo-gos Olímpicos de 2008, realizados na capital chinesa.

A China tem um dos sistemas de censura mais sofisticados em todo o mundo, chamado “Great Firewall” ou “Grande Muralha Digital”, que filtra resultados nas pesquisas na In-ternet e mantém bloqueadas páginas internacionais como as mencionadas redes sociais ou o portal de partilha de vídeos Youtube.

como se se estivesse fora da China, para evitar a censura imposta sobre as páginas das redes sociais.

Não obstante, o acesso ao Fa-cebook e Twitter é apenas possível a partir do hotel de Chengdu, onde está sediado o fórum.

O jornal explica que esta medida responde a um “aparente esforço” para publicitar o evento, depois de os próprios organiza-dores terem instado os jornalistas a “partilhar o mais que possam” a sua experiência no evento nas redes sociais.

Em resposta às medidas da UE, Pequim anunciou que abriu uma investigação anti--dumping ao vinho europeu, e Bruxelas já reagiu, afir-mando que as exportações de vinhos europeus para a China não beneficiam de qualquer subvenção. “Esta-mos convencidos de que não há dumping ou subvenções às exportações de vinhos europeus para a China”, declarou o porta-voz da Comissão Europeia, Olivier Bailly, em conferência de imprensa.

“Registámos o anúncio da China. Consideramo-lo um anúncio importante, ao qual responderemos”, acrescentou

Segundo Roger Waite, porta-voz do comissário europeu da Agricultura, “existem subvenções para a produção de vinho na Europa, mas não para as exportações”.

Depois de o comissário europeu do Comércio, o belga Karel de Gucht, ter indicado que os painéis solares chineses estavam a ser vendidos 88 % abaixo do custo no mercado europeu e que o dumping estava a prejudicar a indústria solar europeia, a UE optou por medidas progressivas.

Assim, a partir de quinta--feira, será aplicada uma tarifa média de 11,8% e dois meses depois, a 6 de Agosto, passará para 47,6%, caso a Comissão não chegue a acordo com Pequim.

Pequim “opõe-se vee-mentemente” à medida da UE, descrevendo as tarifas como “impostos injustos contra os produtos fotovol-taicos chineses exportados para a Europa”.

o objectivo deve ser “em últi-mo caso, impedir uma guerra comercial que abrangeria muitos mais sectores além do sector fotovoltaico”. “A Comissão [Europeia] ainda tem todas as oportunidades para seguir o caminho das negociações e evitar uma guerra comercial entre a UE e a China”, afirmou

Roesler, que é também vice--chanceler do Governo de coligação de centro-direita de Angela Merkel.

O porta-voz governa-mental Steffen Seibert disse que na semana passada, aquando da visita à Alema-nha do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, este e Merkel expressaram a

urgência de uma solução negocial. “Não é no interesse da Europa, da Alemanha ou da China entrar num conflito comercial”, disse o porta-voz em conferência de imprensa, acrescentando que a Alemanha continuará a exercer pressão para que a Comissão Europeia tente, nos próximos meses, encon-

trar uma solução “amigável” em conversações com a China, para evitar que as tarifas provisórias se tornem permanentes.

Ao contrário da Ale-manha, França acolheu de forma positiva a decisão de Bruxelas de taxar a im-portação de painéis solares à China.

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sexta-feira 7.6.2013 www.hojemacau.com.mo 9região

O Governo chinês anun-ciou esta quarta-feira

que vai organizar uma conferência internacional da ONU sobre o conflito israelo-palestiniano em Pequim, a 18 e 19 de Ju-nho, com o objectivo de promover a solução de dois Estados na região.

Durante a conferência de imprensa diária, o porta--voz do Ministério dos Ne-gócios Estrangeiros chinês, Hong Lei, refere que esta conferência responde ao “direito inalienável do povo palestiniano” de que seja reconhecido o seu Estado.

Segundo a mesma fon-te, vão participar na con-ferência representantes de vários países, da ONU e académicos, mas não foi es-pecificado a que nível esta-rão representados Israel e a Palestina. “Esperamos que este encontro consiga (…) promover as negociações de paz”, disse o porta-voz, acrescentando que a China pretende “desenvolver um

papel construtivo para se adopte uma solução justa” para o conflito.

A China tem intensifica-do o seu papel mediador no conflito, em especial duran-te a visita à China, no mês passado, do primeiro-mi-nistro israelita, Benjamin Netanyahu, e do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas.

Na altura, o Presidente chinês, Xi Jinping, ma-nifestou então a Abbas o apoio da China à criação de um Estado palestiniano independente com as fron-teiras de 1967 e que conviva pacificamente com Israel.

Entretanto, Abbas deu esta quarta-feira ao se-cretário de Estado norte--americano, John Kerry, um prazo até 20 de Junho para apresentar um plano para o retomar das negociações, advertindo que vai depois adoptar medidas unilaterais na ONU, segundo fontes israelitas citadas pelo diário Haaretz.

A Coreia do Norte acusou o Governo sul-coreano de querer sequestrar

um grupo de nove desertores norte--coreanos recentemente repatriado para o país comunista a partir do Laos, segundo um despacho ontem publica-do pela agência KCNA.

A deportação dos nove jovens pelas autoridades do Laos despertou em Seul o receio de que os desertores norte-coreanos que empreendem uma longa e dura travessia a partir

AS autoridades sul--coreanas encontram-

-se a preparar medidas para bloquear o acesso à página do Facebook através da qual é transmitida em directo a cadeia de televisão da Coreia do Norte, revelou ontem a agência Yonhap.

A emissora estatal norte--coreana, KCTV, criou a sua página em inglês na rede social em Novembro e começou a emitir em directo através de serviços de ‘streaming’ de vídeo a 11

de Março. Por regra, Seul impede os sul-coreanos de acederem a material norte-coreano através da Internet, em virtude da Lei de Segurança Nacio-nal que tem como objecti-vo “restringir actos contra o Estado que ponham em perigo a segurança nacio-nal” e limita a circulação de propaganda comunista e relacionada com o regi-me de Pyongyang.

Sobre a página no Face-book da KCTV, um porta-

-voz da Agência Nacional de Polícia sul-coreana explicou à Yonhap que se pediu à Comissão Regu-ladora de Comunicações da Coreia o bloqueio do acesso face à existência de materiais na mesma que violam a referida lei. A pá-gina do Facebook transmi-te em directo, teoricamente nos mesmos horários em que a KCTV oferece a sua programação na Coreia do Norte: das 17 às 23h30 de segunda a sábado e das

9 às 24h aos domingos. Além das emissões tele-visivas, o perfil da KCTV no Facebook, que ainda pode ser visualizado na Coreia do Sul, inclui desde notas propagandísticas do regime até fotografias de Pyongyang após um nevão ou as previsões do tempo.

A KCTV tem ainda, desde Maio de 2011, uma página no Facebook em francês e desde o início deste ano também em co-reano e em alemão.

Detidos três suspeitos de violar norte-americana na ÍndiaA polícia indiana anunciou a detenção de três homens suspeitos de terem violado uma turista norte-americana quando esta pediu boleia numa localidade do norte da Índia. “Três homens foram detidos no âmbito deste caso de violação”, declarou o chefe da polícia do distrito de Kullu, no Estado de Himachal Pradesh, Vinod Dhawan, citado pela agência AFP. A mulher tinha pedido boleia e entrou num camião, onde estavam três homens que a violaram.

ONU China acolhe conferência sobre conflito no Médio Oriente

À procura de soluções

Crise nas Coreias Pyongyang acusa Seul de querer raptar nove desertores norte-coreanos

Complot em colaboração com os EUA

Crise nas Coreias Sul prepara-separa bloquear emissão de televisão do Norte no Facebook

Segurança nacional

da China - muitas vezes através do Laos - para pedir asilo na Coreia do Sul, deixem de contar com o apoio do Vietname, indica a agência Efe.

O despacho publicado pelo regi-me de Pyongyang através da agência noticiosa oficial descartou a possibi-lidade de um repatriamento forçado e acusou a Coreia do Sul de querer sequestrar os nove norte-coreanos.

Pyongyang assegura que Seul enviou “traficantes de pessoas,

disfarçados de religiosos” para a fronteira norte-coreana com a China para sequestrar os jovens.

O documento indica que “esses indivíduos” forçaram os norte-core-anos a ler a bíblia, acusando Seul de “lavagem cerebral” e de complot em colaboração com os Estados Unidos contra a Coreia do Norte.

Em resposta, um porta-voz do governo sul-coreano citado pela agência Yonhap disse que as acu-sações da Coreia do Norte “são absurdas e infundamentadas”.

Os nove jovens foram detidos a 10 de Maio pelas autoridades de Laos, alegadamente por atravessarem ilegalmente a fronteira com a China.

Apesar de a embaixada sul--coreana ter pedido a custódia dos jovens, Vienciana entregou-os a Pequim, que os devolveu à Coreia do Norte no dia 28 de Maio.

Segundo o governo sul-coreano, os jovens, guiados por missionários sul-coreanos, chegaram ao Laos - uma das rotas mais utilizadas pelos desertores norte-coreanos - com a intenção de chegar à Coreia do Sul.

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sexta-feira 7.6.201310 saúde www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

Num mundo feito de economias incons-tantes, o equilíbrio na alimentação in-

fantil continua a ser algo difícil de atingir pelos governos de todo o mundo. Prova disso é o aviso feito ontem pela Or-ganização mundial de Saúde (OmS) que diz que mais de 75% das crianças com excesso de peso vivem nos países em desenvolvimento, que têm políticas para reduzir a sub-nutrição, mas negligenciam o peso das doenças associadas à obesidade. “Cada vez mais, encontramos crianças com excesso de peso a viver em países onde a subnutrição ainda é uma questão”, disse à agência Lusa o director do departamento de Nutrição para a Saúde e o Desenvolvimento da OmS, Francesco Branca.

Embora afirme que é “vital manter os esforços para reduzir a subnutrição”, o responsável sublinha que “o mundo precisa de fazer muito mais para prevenir e cuidar do número crescente de pessoas com excesso de peso e obesidade que vivem em países de médio e baixo rendimento”.

As declarações de Bran-ca, citadas num comunicado da OmS, surgem a propósito do lançamento pela organi-zação de uma revisão das políticas globais de nutrição e de um pacote de 24 medi-das essenciais para abordar os problemas da nutrição a nível mundial.

A OmS alerta que tan-to a subnutrição como a obesidade e o excesso de peso - todos eles formas de malnutrição - têm causas e consequências intimamente ligadas às falhas dos sis-temas de alimentação. um sistema alimentar que não fornece uma quantidade suficiente de alimentos de qualidade pode levar tanto a um fraco crescimento como a um excesso de peso, alerta a organização.

A nível global, mais de 100 milhões de crianças com

malnutrição afecta 3,1 milhões e obesidade não pára de aumentar

Alimentação infantil, uma faca de dois gumesrisco de morte e doença para as grávidas e as crianças.

Embora a prevalência de baixa estatura esteja a dimi-nuir há 20 anos, as taxas não estão a cair a um ritmo que permita cumprir as metas estabelecidas no ano passa-do na Assembleia mundial de Saúde, que previam uma quebra de 40% no número de crianças com baixa estatura até 2025.

Os autores estimam que pelo menos 165 milhões de crianças em todo o mundo sofressem de raquitismo (baixa estatura para a idade) em 2011. No mesmo ano, pelo menos 50 milhões de crianças sofriam de desnutrição (bai-xo peso para a altura) e 100 milhões tinham baixo peso para a idade.

mais de 90% destas crian-ças estavam na Ásia ou em África, sendo esta última a única região do mundo onde o número de crianças com ra-quitismo aumentou na última década.

Os autores recordam que a subnutrição não afecta apenas as hipóteses de sobrevivência e as medidas das crianças, mas também tem efeitos negativos no seu desenvolvimento, com consequências no desempe-nho escolar e na susceptibi-lidade a doenças infecciosas, entre outras.

Num outro artigo incluin-do na edição especial da “The Lancet”, são referidas dez intervenções, que, juntas, poderiam salvar 900.000 vidas de crianças por ano, com um custo estimado de 9,6 mil milhões de dólares. mais de metade deste custo seria suportado pela Índia e pela Indonésia, que têm recursos suficientes para suportar a luta contra a malnutrição, pelo que, retirados os con-tributos dos restantes países afectados, restaria aos doado-res externos contribuir com três a quatro mil milhões de dólares, menos do que o que a Coca-Cola e a mcDonald’s juntas gastam num ano em publicidade.

Tal poderia resultar na salvação de quase um milhão de vidas, na redução de 20% de prevalência do raquitismo nas crianças com menos de cinco anos e nas melhorias de perspectivas de 33 mi-lhões de crianças em todo o mundo. - *com Lusa

menos de cinco anos têm baixo peso e 165 milhões têm baixa estatura para a idade, um indicador melhor para a subnutrição crónica, alerta a agência da ONu para a saúde. A organização estima que 35% de todas as mortes entre crianças com menos de cinco anos estejam associadas à subnutrição. Ao mesmo tempo, 43 milhões de crianças da mesma idade sofrem de excesso de peso ou obesidade.

Segundo a OmS, mais de 75% das crianças com excesso de peso vive em países em desenvolvimento e a prevalência em África quase duplicou nos últimos 20 anos.

“Com o prazo de 2015 dos Objectivos de Desenvol-vimento do milénio a menos de 1000 dias de distância, estes relatórios fornecem aos países e aos parceiros uma análise urgentemente

necessária do que tem de ser feito e um guia consolidado de como chegar lá”, disse Branca.

O lAdO dA mAlnutriçãONo mesmo dia a agência Lusa divulgou um estudo que afirma que a malnutrição é responsável pela morte de 3,1 milhões de crianças por ano, segundo um estudo da revista ‘The Lancet’. Os problemas nutricionais estarão por detrás

de 45% de toda a mortalidade infantil.

Liderado por Robert Black, da Escola de Saú-de Pública Johns Hopkins Bloomberg, em Baltimore, EuA, o estudo resulta de uma análise exaustiva das diferen-tes causas e consequências da malnutrição, incluindo a baixa estatura para a idade, o baixo peso para a altura e o baixo peso para a idade, os quais resultam num maior

Cerca de 3,1 milhões de crianças morrem todos os anos vítimas de malnutrição, segundo um estudo norte-americano divulgado ontem. No mesmo dia, a Organização Mundial de Saúde alertou que mais de 75% das crianças obesas vivem nos países ditos desenvolvidos

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11sexta-feira 7.6.2013 publicidadewww.hojemacau.com.mo

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NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 57/2013(Solicitação de Comparência do Trabalhador)

Nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 6.º do “Regulamento da Inspecção do Trabalho”, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugado com o artigo 58.º e o n.º 2 do artigo 72.º do “Código do Procedimento Administrativo”, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se o SR. CHAN KAM TONG, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do primeiro dia útil seguinte à da publicação do presente édito, comparecer no Departamento da Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221 a 279, Edifício Advance Plaza, em Macau, a fim de prestar declarações ao processo n.º 10379/2012, relativamente à matéria de contribuição para o Fundo de Segurança Social.

Mais se comunica que nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 103.º do aludido Código, o procedimento é extinto quando por causa imputável ao notificado este esteja parado por mais de seis meses.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento da Inspecção do Trabalho, aos 31 de Maio de 2013.

A Chefe do DepartamentoLurdes Maria Sales

ANÚNCIO

[N.º99/2013]

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares do concurso de habitação económica abaixo indicados, no uso da competência delegada pela alínea 20) do n.º 2 do Despacho n.º 34/IH/2013, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 22, II Série, de 29 de Maio de 2013 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do boletimde candidatura

Nome N.º do boletimde candidatura

LEONG YENG YENG 269 LEI SIO WAI 96382WONG MEI KAM 30713 LEI SIO PANG 96387LEONG IAN CHI 32458 LEONG KA KIN 99621UN CHOI MAN 71781 WONG KA MAN 107937LOU WAI KIT 76114 LEI PAI KIN 108113LO CHI YAU 92069 SIO KIN CHI 111707SI IEONG I 94502 KAM HIO TAK 114933

Após as verificações deste Instituto, notamos que os representantes dos agregados familiares e/ou os seus cônjuges de candidatos a habitação económica acima mencionados são proprietários de fracções autónomas com finalidade habitacional na Região Administrativa Especial de Macau, desde à data da apresentação da candidatura e até à data de celebração da escritura pública de compra e venda da fracção, pelo que, estes não reúnem os requisitos exigidos para a candidatura, nos termos do n.º 3 do artigo 14.º e n.º 5 do arigo 60.º da Lei n.º 10/2011(Lei da habitação económica). De acordo com os artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, devem apresentar, por escrito, as suas contestações e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou as demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio. Se não apresentarem as contestações no prazo fixado ou as mesmas não forem aceites por este Instituto, os representantes dos agregados familiares e/ou os seus cônjuges forem retirados dos agregados familiares e as respectivas candidaturas serão excluídas da lista geral de espera, por não reunirem os requisitos para aquisição de habitação económica, nos termos do n.º 2 do artigo 16.º do Regulamento de acesso à compra de habitações construídas no regime de contrato de desenvolvimento para a habitação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, revisto pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002. No caso de dúvidas, poderão dirigir-se ao IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar Sr. Wong, através o tel. n.º 2859 4875 (Ext. 366), para consulta do processo.

O Chefe do Departamento de Assuntos de Habitação Pública, Subst.º

Chan Wa Keong 5 de Junho de 2013

12 publicidade sexta-feira 7.6.2013www.hojemacau.com.mo

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sexta-feira 7.6.2013 www.hojemacau.com.mo 13www.hojemacau.com.mo vida

Há 55 milhões de anos, o clima na Terra era quente e húmido. No centro do que é hoje a China, perto

do actual rio Yangtze, a vegetação luxuriante de uma paisagem lacustre albergava primitivos primatas. Com apenas sete centímetros de altura e 30 gramas de peso, estes animaizi-nhos diurnos eram parecidos com os saguis (macacos hoje comuns no Brasil). Possuíam uma longa cauda, eram exímios em saltar de copa de árvore em copa de árvore e tinham uma predilecção alimentar pelos insectos, que trincavam com os seus dentes pequenos e afiados.

Trata-se de uma recém-des-coberta espécie fóssil, baptizada Archicebus achilles (explicação do nome mais à frente), e é, segundo afirma hoje na revista Nature uma equipa internacional de cientistas, o mais antigo antepassado conhecido dos antropóides - macacos, grandes símios e humanos actuais. E também o mais antigo primata conhecido, incluindo os primatas, para além dos antropóides, os társios (cujos representantes actuais vivem na ásia), os lémures e os galagos (que vivem em áfrica). “É a primeira vez que temos uma visão razoa-velmente completa de um primata que, na árvore da evolução, se situa mais ou menos na divergência dos társios e dos antropóides”, diz em comunicado Xijun Ni, paleontólogo da Academia Chinesa de Ciências de Pequim e co-autor da descoberta. “Isso representa um grande avanço no esforço de mapear as primeiras fases da evolução dos primatas e dos humanos.” O fóssil foi encontrado há vários anos por um agricultor, numa pedreira perto da cidade de Jingzhou, província de Ubei, China, acabando por ser doado à instituição onde tra-balha Ni. Como estava encapsulado

Paleontologia Descoberto na China o mais antigo esqueleto de sempre de um primata

Em causa a evolução da espécie humana

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www. iacm.gov.mo

Aviso

Devendo o sistema do teleférico da Colina da Guia ser submetido, de 10 a 24 de Junho de 2013, à obra de substituição do cabo de tracção, o mesmo se encontrará encerrado ao público. Pelo incómodo causado, pedimos sinceras desculpas.

Macau, 23 de Maio de 2013.

O Vice-Presidente do Conselho de AdministraçãoLo Veng Tak

caracteres anatómicos de 157 mamíferos.

E o que descobriram foi um animal “diferente de qualquer outro primata conhecido, vivo ou fóssil”, diz o co-autor Chris Beard, do Museu Carnegie de História Natural de Pittsburgh (EUA). “É um estranho híbrido, cujos pés parecem os de um pequeno maca-co, com os braços, patas e dentes de um primata muito arcaico, com um crânio primitivo e uns olhos curiosamente pequenos.” É precisamente esta estranha mis-tura que os cientistas interpretam como sendo um indício de que o Archicebus achilles representa um elo entre o ramo dos társios e o dos antropóides. Donde o nome que deram ao fóssil, cuja primeira parte significa “primeiro macaco de cauda comprida”, enquanto a segunda faz referência ao calca-nhar curiosamente “moderno” da espécie. “Isto vai forçar-nos a res-crever a história dos antropóides”, salienta Beard. De facto, explica, a descoberta põe em causa noções enraizadas sobre a evolução dos primatas. Por exemplo, ao sugerir (corroborando outros dados) que os primeiros primatas apareceram na ásia - e não em áfrica, como se pensava; ou ainda, ao ir contra a ideia de que os nossos ante-passados mais longínquos eram grandes animais.

“O Archicebus achilles era um diminuto e delicado primata, talvez mais pequeno do que qual-quer primata actual”, disse Beard em teleconferência de imprensa organizada pela Nature. “Era provavelmente um animal fre-nético, ansioso, ágil. E o mundo que habitava era uma espécie de “planeta dos macacos” antes de haver macacos.”

numa pedra, só ficou à vista quando esta foi partida ao meio, revelando duas “metades”, muito frágeis e delicadas, de ossos e de impressões “em negativo” de ossos deixadas na matriz rochosa.

ImagIologIa para ajudarPara o estudar sem o danificar, os cientistas recorreram a téc-

nicas de imagiologia. A partir de 2008, começaram a produzir imagens “às fatias”, de altíssima resolução, das duas “metades” do fóssil graças ao feixe de raios X mais potente do mundo, sito no Sincrotrão Europeu (ESRF), perto de Grenoble (França). Reu-nindo as imagens, obtiveram uma visão 3D extremamente porme-

norizada do esqueleto original. “Virtualmente falando, pusemos o esqueleto de pé”, diz o co-autor Paul Tafforeau, paleontologista do ESRF. Também determinaram a posição do Archicebus achilles na árvore evolutiva, de forma a relacioná-lo com os outros primatas. Para isso, compara-ram, em paralelo, mais de mil

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei n.º 8/91/M de 29 de Julho, conjugado com o artigo 2.º e o artigo 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que, deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.

Localização dos terrenos:- Estrada Marginal do Hipódromo, nºs 35 a 55, Rua Dois do Bairro Iao Hon, n.ºs 2 a 22, Rua Quatro do Bairro Iao Hon, n.º 82 e Avenida da Longevidade, n.ºs 7 a 21, em Macau.

2. Agradecemosaoscontribuintesque,noprazode30diassubsequentesàdatadanotificação,sedirijamaoNúcleodaContribuiçãoPredialeRenda, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento da Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Nafaltadepagamentodacontribuiçãonoprazoestipulado,proceder-se-áàcobrançacoercivadadívida,deacordocomodispostonoartigo6.º da Portaria acima mencionada.

Aos, 9 de Maio de 2013.

A Directora dos Serviços de Finanças,Vitória da Conceição

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sexta-feira 7.6.2013www.hojemacau.com.mocultura14

Tiago [email protected]

AlgumAs das ques-tões mais importan-tes, resultantes da experiência estética,

são a busca do sentido e da nossa identidade, na relação com outras identidades, e na forma como esta pode ser re(a)presentada. Este processo cons-titui uma revisão de como nos vemos a nós próprios (o eu) e o outro, de como imaginamos e construímos (na espacialidade) o(s) projecto(s) do homem (na temporalidade).

A produção estética e ar-tística de James Chu pretende re(a)presentar a representação

Música SAS VS. The Robot no Clube CubicNo próximo Sábado, dia 8 de Junho, entre as 23h30 e a 6h, o Clube Cubic recebe o DJ Sesco, ATL e Spyzitrix numa actuação que promete estruturas sonoras muito variadas, com um ênfase muito particular no Hip-hop, Electro House, Mashups e Party anthems. O repertório dos DJ’s em actuação vai consistir numa abordagem musical eclética e multicultural, à imagem de Macau, numa base de registos frenéticos e electrizantes. A noite vai contar com várias surpresas, numa produção que se espera de celebração da música de dança.

Música Orquestra de Filadélfia no VenetianA Orquestra de Filadélfia actua, nos próximos dias 8 e 9 de Junho, pelas 19.45 no Auditório do Venetian. A primeira vez que a Orquestra de Filadélfia actuou na China foi em 1973, tendo, depois disso, regressado por diversas vezes. Os concertos em Macau estão integrados numa digressão que celebra os 40 anos da primeira visita da Orquestra da Filadélfia à China. Depois de Macau, a Orquestra de Filadélfia passará por Shenzhen, Xangai e Pequim, entre outras cidades. A dirigir a Orquestra estará o Maestro Donald Runnicles, um dos maiores especialistas em Wagner. O programa constituído por obras compostas por Elgar (Pomp and Circumstance Military March in G major, Op. 39, No. 4), Dvorák (Slavonic Dance in E minor, Op. 72, No. 2), Strauss (Don Juan, Op. 20) e Tchaikovsky (Capriccio Italien, Op. 45) (dia 8); Wagner (Overture to Tannhäuser) e Brahms (Symphony No. 2 in D major, Op. 73) (dia 9) irá percorrer a trajectória da forma sinfónica.

Arte e Educação BABEL celebrou o Dia Internacional da Criança em Cheoc VanA BABEL celebrou, no passado dia 1 de Junho, o Dia Internacional da Criança em Cheock Van, num encontro inter-geracional que decorreu ao longo de todo o dia. Ver, experimentar, criar, brincar, passear ou até nadar, percorrendo caminhos de exploração através de conversas, piqueniques e instalações colectivas à descoberta da arte e dos artistas mas também do ambiente, da arquitectura e da paisagem, constituiu a proposta da BABEL para o dia 1 de Junho. Entre outras acções foi desenvolvida uma instalação colectiva, denominada o “Nó do Desejo”, inspirada num conjunto de tradições orientais que se traduzem na utilização de papeis exprimindo desejos que se actam às árvores em diferentes ocasiões do ano, tanto na China como no Japão. Remetendo para essas tradições, o “Nó do Desejo” traduziu-se num espaço participativo e colaborativo no qual se articularam desejos antigos ou sonhos de futuro, dando origem a uma malha gigante de afectos, que procurou aproximar, através do conhecimento mútuo, todos os participantes. A BABEL é uma organização cultural sem fins lucrativos que procura gerar oportunidades de aprendizagem e partilha, nos campos da arquitectura, da arte contemporânea e do ambiente, dirigidas a crianças, jovens e famílias. A BABEL é concebida como um museu sem paredes e pretende trabalhar explorando as relações entre culturas e disciplinas diferentes. A BABEL definiu como um dos aspectos fundamentais da sua missão criar um programa de intercâmbios com instituições de reconhecido mérito educativo e cultural, tanto a nível regional como internacional.

Pintura James Chu apresenta Backyard na Arts For All

Da soma dos gestosdas emoções, situada em dife-rentes espaços-tempos, como algo que podemos sentir como fluxo contínuo da experiência do mundo (exterior/espaço) pelo eu-corpo (interior/tempo). Em Backyard, exposição que inaugura hoje, pelas 18h na Arts For All, James Chu apreende o seu eu enquanto unidade de todas as suas percepções, logo representação das suas repre-sentações, como se o artista visse através da janela que é esse eu-corpo. Parafraseando malebranche, “é através da luz e através de uma ideia clara que a mente vê a essência das coisas, dos números e da extensão. É através de uma ideia vaga ou através de um sentimento que a

mente ajuíza sobre a existência das criaturas e se apercebe da sua própria existência.”

Com o conjunto de obras que agora apresenta, James Chu pensa ou percepciona a “janela” como visão de uma consciência que é a sua e que é intencional, subjectivamente virada para o seu objecto de pensamento (macau e o mundo) e onde o “dentro” (pensamento) é o “fora” (mundo) e o “fora” é o “dentro” (macau), obrigando aquele que observa a abandonar o paradigma moderno de pensar a verdade como representação e adequação às coisas/objec-tos. mas o que com Backyard James Chu nos quer contar, é que os nossos mais recônditos pensamentos e as nossas acções, a alegria e a dor, exprimem a nossa necessidade de abertura ao sentido, sentido esse que impregna culturalmente com-portamentos, emoções e von-tades, em busca da felicidade, do prazer, da verdade, mesmo que situadas historicamente. Porque a arte é tributária da identidade do autor, porquanto tanto o pintor como o pintado são parte de uma mesma história da existência.

Uma consTanTe mUTaçãoToda a pintura se situa nos limi-tes da figuração e da abstracção, toda a pintura se situa nos limi-tes do mental e do visual, toda a pintura se situa nos limites da sugestão e da representa-ção. A pintura é, certamente, o universo de um processo de mutações, de metamorfoses entre o pensar e o fazer. E, nessa metamorfose, a ideia funda-menta a necessidade do acto de pintar como acto de um senti-do de imprevisibilidade. Em Backyard, a imprevisibilidade está inscrita numa paisagem que se estende, que narra o vazio e

simultaneamente, a desgraça e o desejo. somos convidados a olhar uma pintura sem forma nem fundos declarados. As formas revelam-se através de um processo construtivo como se um descarnar da superfície e da matéria se tratasse. É uma área cujo fundo se descobre da soma dos gestos ou da subtrac-ção das leituras desses mesmos somatórios. Pintura que, com esta forma de pensar e agir, divulga e encobre as camadas e as sessões na consequência e conclusão, tanto na superfície do suporte físico como no su-porte lugar expositivo. É, por isso, uma pintura que respeita os materiais na escolha, na eleição, na colocação e na disposição desses agentes.

Trabalhos como Overwin-tering, Enough ou Farewell são expressão de uma estética do fracasso, da banalização, do acidente e da possibilidade ou impossibilidade de continuar-mos num jogo imbecil. O turis-mo e a construção imobiliária fazem parte deste jogo de desejo massificado, desmesurado, real e fatal. Com efeito, toda a obra de James Chu é atravessada por uma espécie de fascinação pelos exemplos que ela mesmo acolhe, evidenciando-se nela o sentido de uma interrogação que está longe de se esgotar numa sim-ples denúncia. Fascinação essa que se torna evidente em quanto diz respeito à modificação da paisagem urbana de macau, como também quanto ao modo como ela agora se configura, e fascinação ainda pelas próprias possibilidades não apenas da pintura como, como mais em geral, do objecto, na perspec-tiva inquieta de construir uma imagem através de modelos de articulação. A exposição de James Chu estará patente ao público até ao dia 19 de Julho.

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15culturasexta-feira 7.6.2013 www.hojemacau.com.mo

A Casa de Portugal em Macau, em parceria com o Consulado Ge-

ral de Portugal em Macau e Hong Kong e o Instituto Português do Oriente, come-mora o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e os 500 Anos do Encontro Luso-Chinês com um recital de piano por um dos maiores vultos do piano português, o pianista Sequeira Costa, a realizar no dia 15 de Junho, no Grande Auditório do Centro Cultu-ral de Macau, pelas 20:00 horas.

Após mais de 15 anos de ausência dos palcos de Macau, Sequeira Costa apre-senta neste recital, intitulado “O Regresso do Mestre”, obras de Bach, Beethoven, Vianna da Motta, Áureo de Castro e Chopin, informa o comunicado de imprensa da organização.

Desde a sua infância, Sequeira Costa recebeu formação musical ao mais alto nível. O seu primeiro professor, o pianista portu-guês José Vianna da Motta, foi um dos últimos alunos do eminente Franz Liszt e ainda do famoso maestro, compositor e virtuoso do piano Hans von Bülow. Transportando consigo esta importante herança musical, Sequeira Costa expandiu o seu conhecimento estilís-tico, estudando as escolas alemã e francesa com Mark Hamburg, Edwin Fischer, Marguerite Long e Jacques Fevrier.

NOS últimos anos, o mercado cinemato-

gráfico da parte continental da China tem crescido a uma taxa anual composta de 15%. Os dados foram divulgados pela consultora Price Waterhouse Coopers (PwC) num relatório pu-blicado esta quarta-feira, em Xangai, sobre as “Ex-pectativas para o Sector de Entretenimento e Media Global entre 2013 e 2017”.

De acordo com este documento, o investimento na indústria deverá subir de cerca de 24 mil milhões de patacas em 2012 para cerca de 50 mil milhões de pata-cas em 2017. As receitas de bilheteira vão manter até 2017 um crescimento anual de 15,6%, com lucros de cerca de 43 mil milhões de patacas.

O relatório realça ainda que o rápido desenvolvi-

mento das salas de cinema tem impulsionado o cres-cimento da indústria. Por dia abriram nove salas de cinema na parte continental da China. Só em 2012, fo-ram criadas 4000 unidades. O número de salas cresceu dez vezes nos últimos dez anos, sublinhou o relatório, acrescentando ainda que muitas destas salas estão equipadas com tecnologia avançada.

Música Casa de Portugal promove Recital de Piano por Sequeira Costa

Mestre volta a Macau 15 anos depois

Cinema Quatro mil salas abriram na China em 2012

Nove por dia

Não é assim de estranhar que as suas interpretações de Albéniz, Beethoven ou Ra-chmaninov frequentemente descritas como verdadeira-mente autênticas, acrescenta a nota de imprensa. Ao longo de uma carreira que já percorreu seis décadas, o alcance expansivo da variação no seu timbre e da coloração concedem-lhe o primado da autoridade em qualquer estilo, diz a nota.

Em 1951, Sequeira Cos-ta recebeu o Grand Prix de Paris no Concurso Inter-nacional Marguerite Long. Desde então, desempenhou um papel de relevo nos círculos pianísticos inter-nacionais, tendo fundado em Lisboa, aos 27 anos, o Concurso Internacional de Piano Vianna da Motta. No ano seguinte, foi convidado por Dmitri Shostakovitch para integrar o júri do pri-meiro Concurso Internacio-nal Tchaikovsky, em Mos-covo, ao lado de Sviatoslav Richter, Dmitri Kabalevsky, Aram Khachaturian e Emil Gilels, tendo regressado sete vezes a este prestigia-do concurso. Como o mais jovem membro do júri na história da competição, era apenas alguns anos mais velho do que o famoso ven-cedor do primeiro certame, o recentemente falecido pianista americano Van Cliburn. A partir de 1976, passou a ocupar o lugar “Cordelia Brown Murphy Distinguished Professor of Piano” na Universidade do Kansas, nos Estados Unidos

da América, tendo vários dos seus alunos, entre os quais se conta o conhecido pianista português Artur Pizarro, recebido primeiros

prémios em concursos inter-nacionais de piano. No Verão de 2010, teve lugar em Lisboa o 17.º Concurso Internacional Vianna da Motta, ao qual

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei n.º 8/91/M de 29 de Julho, conjugado com o artigo 2.º e o artigo 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que, deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.

Localização dos terrenos:- Rua Um Bairro Iao Hon, n.ºs 8 a 20A, Rua Dois do Bairro Iao Hon, n.ºs 7 a 21 e Rua Quatro do Bairro Iao Hon, n.ºs 52 a 72, em Macau;- Estrada Marginal do Hipódromo, n.ºs 15 a 33, Rua Um do Bairro Iao Hon, n.º 8 e Rua Dois do Bairro Iao Hon, n.ºs 1 a 7, em Macau,

(Edifício Iau San);- Rua Quatro do Bairro Iao Hon, n.ºs 67 a 81, Rua Seis do Bairro Iao Hon, n.ºs 66 a 86, Avenida da Longevidade n.ºs 23 a 47 e Rus Dois

do Bairro Iao Hon, n.ºs 24 a 48, em Macau, (Edifício Centro Comercial Wong Kam).

2. Agradecemos aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam ao Núcleo da Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento da Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, proceder-se-á à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.

Aos, 24 de Maio de 2013.A Directora dos Serviços de Finanças,

Vitória da Conceição

ainda preside. A 12.ª e 13.ª edições deste Concurso realizaram-se em Macau em 1997 e 1999, respecti-vamente.

A relação de Sequeira Costa com Macau remonta a 1953, ano em que deu dois recitais no Teatro Dom Pedro V, a convite de um membro destacado da elite macaense da altura, Pedro José Lobo, um importan-te empresário, político, filantropo, funcionário público, músico, dirigente associativo e dinamizador cultural de Macau, de quem o pianista foi muito amigo. Em 1980, regressou ao território com a Orquestra Gulbenkian, como solista, com a qual tocou o Concer-to para Piano e Orquestra N.o 1 em Dó Maior, op. 15, de Beethoven. Na mesma ocasião, apresentou-se também com a Orques-tra Gulbenkian em Hong Kong. Em 1995, inter-pretou os cinco concertos para piano e orquestra de Beethoven com a Orques-tra Sinfónica de Xangai e a Orquestra Filarmónica de Hong Kong no IX Festival Internacional de Música de Macau. O pianista fez ainda amizade no território com o renomeado músico e compositor P. Áureo de Castro, fundador e director da Academia de Música D. Pio X e da Orquestra de Câmara de Macau.

Hoje em dia, continua a realizar digressões e a actuar nos mais importantes palcos internacionais, a orientar cursos de aperfeiçoamento e a integrar os júris de pres-tigiados concursos interna-cionais, finaliza a nota de imprensa. - J.C.M.

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Sérgio [email protected]

sexta-feira 7.6.2013desporto16 www.hojemacau.com.mo

Marco [email protected]

O onze do Organis-mo Autónomo Desportivo da Casa de Portugal

em Macau complicou ao iní-cio da noite de quarta-feira as contas da manutenção no Campeonato de Futebol da II Divisão. Vinte minutos de futebol sofrido deitaram a perder um bom resultado no frente-a-frente com a

A Federação Internacional do Automo-bilismo (FIA) terá já decidido. A Taça

Intercontinental FIA de Fórmula 3, um dos pratos fortes do programa da 60.ª edição do Grande Prémio de Macau, não será a primeira corrida internacional da disciplina a seguir à risca os regulamentos escritos para 2013, ao contrário do que a própria federação internacional tinha inicialmente desejado para o evento do mês de Novembro.

Depois de várias discussões de basti-dores, a solução encontrada passará for-çosamente pelo uso dos motores de 2012 na edição deste ano do Grande Prémio, tal como tem acontecido esta temporada no Campeonato FIA da Europa de Fórmula 3, em vez do uso das novas motorizações.

Com esta medida, as principais prejudica-das vão ser as equipas japonesas, visto que o campeonato nipónico é o único no mundo que esta temporada aplicou no terreno a última regulamentação da FIA, com os construtores locais a investirem recursos consideráveis durante o Inverno para que tal acontecesse. “Estamos a falar de um número limitado de carros (sete carros no total) e temos que encontrar a melhor solução para o desporto em conjunto”, afirmou recentemente Gerhard Berger, o ex-piloto de Fórmula 1 e presidente da comissão de monolugares da FIA, à revista inglesa Autosport.

O austríaco, que foi terceiro classificado na primeira corrida da história da Fórmula 3

no Circuito da Guia em 1983, também deixou claro que este é “o único caminho lógico a seguir”. Barry Bland, o co-organizador da Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau, que foi um critico desde a primeira hora sobre as intenções iniciais da FIA, também expressou a sua satisfação com a resolução encontrada e elogiou a atitude das equipas japonesas. “As equipas japonesas foram bastante simpáticas em dar a sua aprovação para às regras de motores de 2012 para o Grande Prémio de Macau deste ano”, explicou Bland ao portal português de desportos motorizados SportMotores.com, acrescentando que “infelizmente, este ano não há outra opção, mas esperemos que ainda haja algumas equipas japonesas a correr com os seus motores de 2012”.

Os custos para as equipas japonesas, entre elas a TOM’S Toyota, a equipa com mais vitórias e participação na prova da RAEM, converterem os seus monolugares para as especificações de 2012 são elevados, o que poderá reduzir drasticamente a presença ni-pónica na prova. Toda esta situação aconteceu porque em Novembro de 2011 a FIA cedeu à pressão da Volkswagen e da Mercedes-Benz e adiou para 2014 a introdução global de novos motores na disciplina. Os novos motores da Fórmula 3, que mantém a linha tradicional de 2.0-litros aspirados, têm cerca de 20 cavalos de potência a mais que os actuais, e apesar do seu peso superior e instabilidade que criam na traseira dos monolugares, traduzem na prática a uma melhoria de cerca de um segundo por volta num circuito convencional.

SEIS formações do ter-ritório vão disputar no

próximo domingo a edição de 2013 do Festival de Crí-quete de Macau. A competi-ção, organizada pela Macau Cricket Association, volta a ter o relvado da Escola Internacional da Taipa como palco, mas este ano perde a dimensão internacional que sempre teve. Pela primeira vez desde 2007, o evento não conta com a participação de nenhum representante de fora das fronteiras de Macau, depois de ter sido disputado por formações de Hong Kong e por formações da ci-dade continental de Cantão.

Futebol Sporting soma 14.ª vitória consecutiva na II Divisão

Casa de Portugal complica contasformação dos Serviços de Alfândega e enviesaram a aritmética da permanência no segundo escalão do conjunto orientado pelo são-tomense Pelé.

O emblema de matriz portuguesa precisava de vencer para afastar de uma vez por todas o espectro da descida e até esteve duran-te alguns minutos com a permanência no segundo escalão praticamente asse-gurada, mas dois momentos

de precipitação por parte do sector recuado da Casa de Portugal acabaram por comprometer as aspirações da equipa. Organismo Autónomo Desportivo e Serviços de Alfândega nulificaram-se durante os primeiros 45 minutos da partida disputada no campo da Universidade de Ciência e Tecnologia e o marcador permaneceu inalterado até aos 69 minutos, quando Jean Perez levou a bom

porto um contra-ataque rá-pido da formação de matriz portuguesa e propulsionou a Casa de Portugal para a frente do marcador.

O grupo de trabalho orientado por Pelé festejou de forma efusiva, mas a festa do emblema presi-dido por Amélia António revelou-se sol de pouca dura. A resposta do onze dos Serviços de Alfânde-ga materializou-se quatro minutos depois, a partir da

marca de onze metros, na conversão da primeira de duas grandes penalidades que acabaram por mudar a história da partida.

Batido com facilidade, João Guedes voltou a reve-lar-se uma presa fácil dos Serviços de Alfândega aos 84 minutos, ao sofrer nova grande penalidade a punir falta de um defesa da Casa de Portugal sobre um dos elementos mais adiantados do onze de matriz chinesa.

O antigo guarda-redes do Benfica voltou a consentir novo tento em período de descontos, na sequência de uma jogada rápida de contra-ataque da formação dos Serviços de Alfândega.

Bem melhor esteve o Sporting Clube de Macau. Os já vencedores do Cam-peonato de Futebol da II Divisão derrotaram o Hong Ngai por três bolas a zero e somaram a décima quarta vitória consecutiva na com-petição. Os leões abriram o marcador aos cinco mi-nutos, com João Godinho a responder a um bom cruzamento do brasileiro Leandro Fernandes com um indefensável remate de primeira.

GP Macau F3 Motores de 2012 para todos. Construtores japoneses serão os sacrificados

Problema resolvidoCríquete Prova será disputada

por seis formações locais

Festival regressa à Taipa

No domingo, as for-mações da Air Macau, dos Macau Muppets, dos Sands China Chargers, dos Spice Garden Galaxy, do Magnifi-cent Macau e do grupo IAB Investments vão lutar entre si para determinar qual das equipas irá suceder aos Macau Reds na lista dos vencedores da mais emblemática compe-tição de críquete do território.

Este ano o certame volta a disputar-se de acordo com as regras da variante de seis da modalidade, ainda que sob novo formato competiti-vo. Para tornar a competição mais atractiva, a Associação de Críquete de Macau divi-

diu as seis equipas por dois grupos, que baptizou com o nome de duas das maiores figuras – Confúcio e Luís de Camões – da cultura chinesa e da cultura portuguesa. As equipas que integram cada um dos grupos vão lutar entre si para determinar qual das formações ocupa a primeira, a segunda e a terceira posição de cada uma das poules. Os terceiros classificados de cada um dos grupos vão depois jogar entre si para determinar qual das formações ocupará o quinto e o sexto lugar do certame. As equipas que levarem a melhor sobre os adversários na fase de gru-pos vão discutir entre si o nome do vencedor da prova.

O arranque da edição de 2013 do Festival de Críquete de Macau está agendado para as nove horas da manhã de domingo e a prova deve estender-se até ao final da tarde e ser rematada por um convívio entre as seis equi-pas participantes, seguindo--se depois uma cerimónia de atribuição de troféus às melhores formações em prova. – M.C.

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17sexta-feira 7.6.2013 www.hojemacau.com.mo futilidades

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

Aqui há gato

[Tele]visão

Pu Yi

SoluçõeS do problema

HORIZONTAIS: 1-COPAL. GASTA. 2-ARI. EIS. 3-CROMO. LI. 4-RISADA. IN. 5-OURO. TREM. 6-AI. TRAVOR. 7-IR. ZERO. ELO. 8-SUL. NUCA. EU. 9-MI. SOÃO. 10-AVOEJO. SOVA. 11-LOURO. VIZIR.VERTICAIS: 1-CZAR. SISMAL. 2-MIO. RUIVO. 3-PO. SUA. OU. 4-CARIZ. SER. 5-LARDO. ENOJO. 6-ROA. TRUÃO. 7-GIM. TROCO. 8-OIRA. SI. 9-SE. NEVE. NOZ. 10-TIL. MOLE. VI. 11-ASIR. ROUBAR.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUçÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: Diz-se de um suco, resinoso e aromático, que se extrai de algumas árvores leguminosas das regiões tropicais; danificada, deteriorada. 2 – Nome próprio masculino; aqui está (adv.). 3 – Abreviatura de antes do meio-dia; pequeno desenho impresso a cores, frequentemente autocolante; medida itinerária chinesa. 4 – Gargalhada; índio (s.q.). 5 – Metal precioso (elemento número 79 da classificação periódica) de cor amarela, dúctil e maleável; conjunto de malas ou bagagem de um viajante. 6 – Grito aflitivo; sabor adstringente de comida ou bebida. 7 – Mover-se de um sítio para o outro; algarismo que por si só não tem valor algum, mas que, colocado à direita de um algarismo significativo, aumenta dez vezes o seu valor; cada um dos anéis que faz parte de uma cadeia. 8 – Ponto cardeal oposto ao Norte; parte superior e posterior do pescoço situada abaixo do occipício; a minha pessoa. 9 – Terceira nota musical; vento que sopra do lado onde nasce o Sol; desenho caprichoso em cerâmica e peças de charão; tareia. 11- Folhas de loureiro; cada um dos principais oficiais do conselho do imperador da Turquia.VERTICAIS: 1 – Título do soberano russo no tempo do Império; diz-se da linha que indica a direcção de um terramoto. 2 – Voz do gato; loiro-avermelhado. 3 - Porção de tenuíssimas partículas que andam suspensas no ar e se depositam sobre os corpos; dela; designa alternativa (conj.). 4 – Semblante; existir. 5 – Toucinho, especialmente quando cortado em talhadinhas para entremear peças de carne; enjoo. 6 – Corte e triture com os dentes; bobo. 7 – Instrumento para encurvar as calhas das linhas férreas; dinheiro miúdo. 8 – Enfeita com objectos de oiro; sétima nota da escala musical. 9 – A si mesmo; extrema brancura (fig.); fruto da nogueira. 10 – Sinal gráfico que serve para nasalar a vogal a que se sobrepõe; massa informe; observei. 11 – Sustentar; subtrair violentamente.

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Sala 1after earth [c]Um filme de: M. Night ShyamalanCom: Will Smith, Jaden Smith14.30, 16.30, 19.30, 21.30

AFTER EARTH

TdM13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360° (diferido)14:45 RTPi DIRECTO19:00 TDM Talk Show (Repetição)19:30 Vingança20:30 Telejornal21:15 ler + ler melhor21:30 Cenas do Casamento22:15 Escrito nas Estrelas23:00 TDM News23:30 Portugueses Pelo Mundo00:20 Telejornal (Repetição)01:00 RTPi DIRECTO

INFORMAçÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Ligados à Terra15:05 SAL NA LÍNGUA15:30 Consigo16:00 Bom Dia Portugal17:00 Decisão Final17:50 Vingança18:40 Best of Portugal19:10 VOO DIRETO20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo22:10 Portugal no Coração

30 - FOX Sports13:00 Archery World Cup 2013 - Shanghai13:30 2014 FIFA World Cup Brazil Asian Qualifiers Qatar vs. IR Iran15:30 MLB Regular Season 2013 Texas Rangers vs. Boston Red Sox18:30 (Delay) Baseball Tonight International 201319:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 (LIVE) Asean Basketball League 201322:00 FOX SPORTS Central22:30 Football Asia 2013/1423:00 (Delay) The Causeway Trophy

31 - STAR Sports13:00 Inside Grand Prix 201313:30 2 Wheels

14:00 USA Swimming Grand Prix15:30 Inside Sailing 201316:00 Hot Water 2013/1417:00 Inside WTCC17:30 2014 FIFA World Cup Brazil Asian Qualifiers Oman vs. Iraq19:30 FIM Mx3 World Championship 2013 - Highlights Grand Prix of Ukraine 20:00 Rugby 7s season review21:00 Inside European Rally Championship21:30 (LIVE) Score Tonight 201321:55 (LIVE) FIA F1 World Championship 2013 - Practice Session 1 Grand Prix du Canada23:30 2 Wheels

40 - FOX Movies12:30 Safe14:05 50/5015:50 Once Upon A Time16:40 Da Vinci’S Demons17:40 The Big Year19:20 Up21:00 This Means War22:40 Bad Ass00:10 Con Air

41 - HBO11:15 Bridesmaids13:15 Enemy Of The State 15:25 Ghost17:30 Dumbo18:35 Hercules20:10 The Bourne Supremacy22:00 The Debt00:00 Sleepy Hollow

42 - Cinemax12:50 Ambushed14:30 Lost Boys16:00 Madigan17:40 John Carpenter’S Escape From L.A19:20 Rage Of The Yeti20:45 Epad On Max21:10 Xiii22:50 Thor00:45 Children Of The Night

FinAlmenTeem eruPçãoDemorou muitos anos, mas parece que finalmente o caso das campas vai ter um avanço significativo. Tanto o presidente do instituto para os Assuntos Cívicos e municipais (iACm), raymond Tam, como um dos vice-presidentes já disseram que são inocentes, numa fase em que quase todos dizem que são culpados. isso lembra-me o caso do ex-secretário Ao man long, já a cumprir pena por corrupção. Será que raymond Tam e os amigos não serão apenas um bode expiatório para esconder outros escândalos do Governo? Ninguém pode afirmar já que eles são inocentes, mas neste caso tenho a certeza que eles não são os principais culpados. Porque é que a secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, ainda é inocente no processo? Parece que os indícios de corrupção já não são suficientes para acusar os altos dirigentes do Governo da RAEM. Sobre a manutenção dos diversos interesses parece que apenas os democratas da Associação novo macau têm coragem para falar deles publicamente, enquanto que os restantes deputados estão todos em silêncio, ou procuram outras explicações para as decepções do Governo. Acredito seriamente que há mais por contar e que raymond Tam e o seu colega são bodes expiatórios para esconder a culpa de quem ocupa cargos mais elevados. A verdade virá ao de cima e, com a sentença do tribunal, tudo entrará, um dia, em erupção.

A EtErnidAdE E o dEsEjo • Inês PedrosaClara, portuguesa, regressa ao Brasil onde em tempos perdeu a visão e um amor. A luz das páginas do Padre António Vieira ilumina a sua busca. A Eternidade e o Desejo explora o Brasil moderno em diálogo com a vida aventurosa do jesuíta do século XVII, Padre António Vieira, um mestre canónico da literatura portuguesa. A autora de Fazes-me Falta revisita os lugares percorridos pelo padre em terras de Vera Cruz, pela mão de Clara e Sebastião. A portuguesa regressa à Bahia, onde em tempos perdeu a visão e um amor, guiada pela luz dos textos de Vieira.

do GrAndE E do PEquEno Amor • Jorge Colombo, Inês PedrosaRomance fotográfico, metade texto e metade fotografia, com uma imagem a negro e vermelho em cada página. O livro analisa as emoções dum casal que se separa de vez, sem apelo... E volta a reunir-se, e separar-se, e reunir-se. É uma reflexão sobre a inevitabilidade da vida em estado de guerra, e sobre o amor nas entrelinhas das batalhas. uma edição muito bonita e cuidada adoptando um tom vagamente erótico. Um livro que respira imagens e fotografias bastante criativas. Ideal para prendas entre apaixonados.

Sala 2 long weekend [c](Falado em tailandês e legendado em chinês/inglês)Um filme de: Taweewat WanthaCom: Shin Chinawut, Namche Sheranat, Sean Jindachote14.30, 16.15, 18.00, 21.45

dead man down [c]Um filme de: Niels Arden OplevCom: Colin Farrell, Noomi Rapace, Dominic Cooper, Terrence Howard19.45

Sala 3 haunting in connecticut 2:ghoStS of georgia [c]Um filme de: Tom ElkinsCom: Abigail Spencer, Chad Michael Murray, Katee Sackhoff14.30, 16.30, 19.30, 21.30

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sexta-feira 7.6.2013opinião18 www.hojemacau.com.mo

um gr i to no desertoPaul Chan Wai Chi*

*Deputado e membroda Associação Novo Macau Democrático

cartoon rússia estará a enviar armas para a síriapor Steff

o meu último dia de aulas, 4 de Junho, estive a rever com os meus alunos os incidentes de 4 de Junho na Praça Tiananmen. Citei, como referência, os parágrafos n.ºs 18 e 19 do Evangelho de S. Lucas.

Como diz na Bíblia, Jesus chegou a Nazaré, cidade onde cresceu, no sábado, para ler em voz alta alguns textos do Livro de Isaías. Na verdade, o conteúdo dos textos pode ser classificado como a razão pela qual a igreja toma parte de assuntos sociais. Jesus leu: “ o espírito do Senhor está em mim, pois Ele ungiu-me para anunciar a boas-novas aos pobres. Ele enviou-me para proclamar a liberdade dos cativos, dar a visão aos cegos, libertar os oprimidos e anunciar o ano da graça do Senhor.”

Como se pode libertar os oprimidos e os cativos e trazer a boa nova aos pobres? Estes problemas não podem ser resolvidos com pa-lavras mas sim com acções. Numa linguagem simples, trata-se de combater os actos injustos dos que estão no poder, e de lutar contra o monopólio criado pelos grupos com interesses instalados. Depois de ler este parágrafo, Jesus quase foi atirado dum penhasco pela multidão. Acabou por morrer na cruz.

Para o ano assinala-se o 25.º aniversário do 4 de Junho. Espero que não convidem crianças para cantar e dançar por aqueles que morreram naquele dia. Seria com deitar sal nas feridas. Espero que o Largo do Senado seja usado pela população para chorar os mortos. É um facto histórico, claro e indubitável

4 de Junho de 2013A intimidação e a violência podem ser

usadas para lutar pela vitória? Claro que não. Mais intimidação e mais violência só provocam maior resistência. o grito de apelo por justiça nunca poderá ser abafado. Desde 4 de Junho de 1990 que a população de Macau e de Hong Kong comemora o Movimento Democrático na China em 1989 e chora os que sacri-ficaram as suas vidas na luta pela causa democrática na China.

Quando se tenta entender o que está certo e o que está errado, a primeira coisa a fazer é saber qual é a escolha do povo. Na vigília do 4 de Junho organizada nos últimos anos tem-se assistido ao aumento constante do número de participantes. Tem tudo a ver com a atitude de quem está no poder. Quanto mais medo têm e subsequen-temente mais se esforçam para reprimir, mais demonstram que têm a consciência pesada. Vinte e quatro anos não é muito tempo e as feridas acabarão por sarar. Mas o que faz as pessoas continuarem obcecadas com os acontecimentos de 4 de Junho em vez de os esquecerem? Quem está no poder deveria pensar seriamente nisto. O motivo é que houve muito sangue derramado, sem justificação, de muita gente inocente. Enquanto as suas mortes não forem explicadas as vigílias e os protestos não vão desaparecer. Para além do mais, a China nos últimos 24 anos apenas con-seguiu desenvolver-se economicamente. Não houve mudanças reais ao nível dos direitos humanos, regulados pela lei e pelo sistema político. Enquanto estes problemas não forem resolvidos o povo continuará a ter razões para se queixar.

o Largo do Senado tem sido usado propositadamente ao longo dos últimos anos na noite comemorativa do 4 de Junho, para celebrar o dia 1 de Junho – Dia da Criança, que assim compete com a vigília comemorativa. É óbvio que a intenção é deslocar os que choram a morte dos mártires do 4 de Junho para a área em frente da Igreja de São Domingos. Um acto hostil e imoral. Este ano não houve no local comemorações do Dia da Criança, mas em vez disso teve lugar outro evento chamado “Tem alma, dá calor e amor.” Na verdade, a intenção por detrás deste evento é a mesma. Era completamente desnecessário promover este evento que só traz mais conflitos e destrói a harmonia. Para o ano assinala-se o 25.º aniversário do 4 de Junho. Espero que não convidem crianças para cantar e dançar por aqueles que morreram naquele dia. Seria com deitar sal nas feridas. Espero que o Largo do Senado seja usado pela população para chorar os mortos. É um facto histórico, claro e indubitável.

N

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19opiniãosexta-feira 7.6.2013 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

contramãoIsabel [email protected]

ue não haja confusões: faço parte do grupo de pessoas que acha que os Governos não se devem imiscuir, de modo e em tempo algum, nas decisões judiciais. O que está a correr nos tribunais aos tribunais compete decidir,

não obstante o maior ou menor interesse público que as questões em causa suscitem.

um presidente de um organismo ou um jardineiro de uma instituição devem ter direito a que a justiça se pronuncie sem que sejam previamente condenados em praça pública e sem terem de provar que estão inocentes – o nosso sistema determina que quem acusa tem de fazer prova da culpa que entende existir.

Acontece que entre um presidente e um jardineiro existem várias diferenças, sendo que, para o caso, interessa apenas uma: a confiança política que um dos cargos requer e de que o outro não carece. um presidente de um organismo ocupa o cargo porque o Governo tem confiança política nas suas capacidades; um jardineiro desempenha as funções que tem porque a instituição onde trabalha entende que reúne suficientes ca-pacidades técnicas.

Vem tudo isto a propósito do chamado caso das campas – que, na realidade, já não é o processo original, mas sim o relativo aos documentos que foram pedidos ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), processo este que fez com que Raymond Tam e mais três funcionários estejam a ser investigados pela justiça.

Muito se falou esta semana sobre o caso. Raymond Tam deixou o cargo que ocupa-va na Comissão eleitoral, alegou motivos pessoais para o fazer, manteve-se firme na presidência do IACM e o Chefe do Executivo inverteu o discurso sobre toda esta história. No final de Abril, na Assembleia Legislativa, Chui Sai On tinha declarado que só seriam desencadeados procedimentos disciplinares depois de conhecida uma posição da justiça. Parti do princípio que esta posição da jus-tiça equivaleria a uma decisão final sobre o caso. enganei-me. Ontem, Chui Sai On comunicou que, afinal, a Administração vai já começar a apurar responsabilidades em todo este caso. Raymond Tam passa a ser assim duplamente investigado – pela justiça e por quem lhe deu o emprego.

O facto de esta investigação administra-tiva ter sido revelada contribui para a prática do julgamento em praça pública que há muito

Raymond Tam tem de decidir o que quer fazer da vida. Por mais tranquila que esteja a sua consciência, deveria ter percebido há muito que uma acusação que chega do Ministério Público deixa dentro de uma camisa-de-forças o Governo que nele parece continuar a confiar

O presidente e o jardineiro

vem sendo corrente no território em relação a casos semelhantes. Por mais que não seja essa, por certo, a intenção – acredito que as declarações do Chefe do executivo visam, sobretudo, acalmar os ânimos exaltados em torno desta novela e mostrar que a Adminis-tração é transparente –, a verdade é que esta revelação vem fragilizar Raymond Tam que, não nos esqueçamos, é inocente até prova em contrário.

Bem diferente é a confiança política, que

Qnão se justifica com culpa ou inocência, mas sim com saber estar, agir, fazer, decidir, ou seja, desempenhar o cargo para que se foi nomeado. Na realidade, o que interessa neste momento é saber se Chui Sai On continua a ter confiança política em Raymond Tam. Com ou sem investigações tornadas públicas e com ou sem decisões judiciais.

Quanto a Raymond Tam, tem de decidir o que quer fazer da vida. Por mais tranquila que esteja a sua consciência, deveria ter per-cebido há muito que uma acusação que chega do Ministério Público deixa dentro de uma camisa-de-forças o Governo que nele parece continuar a confiar: se o Executivo o demite, é acusado de um julgamento prévio ao da justiça; se o mantém, é acusado de falta de transparência; e se o investiga, é acusado de contribuir para uma maior pressão pública.

Raymond Tam não é o jardineiro, é o presidente: não deve estar à espera do que aí vem para então tomar uma posição. Afinal, é de interesse público e de confiança política que se está a falar – e não da capacidade de controlar a máquina de cortar relva.

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sexta-feira 7.6.2013www.hojemacau.com.mo

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Gonçalo Lobo [email protected]

O Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco

Silva, vai condecorar 22 perso-nalidades das comunidades e cidadãos estrangeiros durante as comemorações do dia 10 de Ju-nho, Dia de Portugal. Entre elas está Henrique Novais Ferreira, engenheiro residente em Macau desde o início da década de 90 que esteve ligado à construção do aeroporto e da ponte Flor de Lótus, e Fernando Gomes, médico que exerce em Macau e é responsável pelo serviço de Medicina Física e Reabilitação do Centro Hospitalar Conde de S. Januário, que serão agraciados como comendadores da Ordem de Mérito.

Para o também presidente do Conselho Permanente das Co-munidades Portuguesas (CPCP), trata-se de uma “honra” da qual “não estava à espera”. “Fiquei pasmado. Foi uma surpresa”, co-meçou por dizer Fernando Gomes ao Hoje Macau.

“Fico satisfeito que o Estado português me tenha condecorado por algum trabalho feito. Isso só

me obriga a ter mais responsa-bilidade. Estou muito honrado.”

O conselheiro das Comunida-des Portuguesas parte hoje para Portugal, numa viagem “há muito programada”. “Junto o útil ao agra-dável. Já ia a Portugal de qualquer forma. Sem saber da condecoração, algo que me foi informado pelos diversos jornalistas que me ligaram durante o dia. Na verdade não fui avisado por ninguém de Portugal.”

Fernando Gomes destaca o tra-balho feito em prol da comunidade portuguesa como justificação para a comenda. “Penso que a minha intervenção cívica dentro da comu-nidade é que valeu esta distinção. Na verdade, faço o que sei, posso e consigo. Estou muito contente”, referiu, afirmando que a sua família também ficou satisfeita.

Tal como o Hoje Macau, o médico já tentou contactar o outro condecorado – o engenheiro Novais Ferreira -, mas até ao momento não foi possível. “Conheço-o mas já não o vejo há alguns anos. É uma pessoa já com alguma idade e é honroso para ele esta condecoração pelo excelente trabalho executado em Macau. Gostava de falar com ele mas não consigo.”

10 Junho Fernando Gomese Henrique Novais Ferreira agraciados

Portugal deu cavaco a Macau

CERCA de 140 equipas e quase 3.000 remadores par-

ticipam a 8, 9 e 12 de Junho nas Regatas Internacionais de Barcos Dragão de Macau, que este ano terão transmissão directa na página na Internet da federação internacional da modalidade.

Em declarações aos jor-nalistas, José Tavares, vice--presidente do Instituto do Desporto de Macau, constatou a “grande participação” no even-to que tem, a 8 e 9 de Junho, um carácter local e regional, com a participação de equipas de Macau, Hong Kong e China. A 12 de Junho realizam-se as provas internacionais.

Além da formação masculina da Indonésia, que vem a Macau defender o título de 2012 obtido na categoria Open, as regatas

Barcos-Dragão Regatas com cercade 140 equipas e 3.000 remadores

Reconhecimento internacional

internacionais de barcos dragão contam com a participação de equipas de remadores da China, Singapura, Estados Unidos e Filipinas.

Presente estará também a for-mação feminina chinesa da China Nanhai Jiujiang, que regressa a Macau para defender também o título de 2012.

Com regatas de pequenas e grandes embarcações - com 12 e 22 remadores - as mesmas serão disputadas nos lagos Nam Van, em provas de 250 metros, 500 metros e 2.000 metros.

As regatas de Barcos Dragão de Macau são organizadas pelo Instituto do Desporto da Região Administrativa Especial de Ma-cau e pela Associação de Barcos Dragão Macau/China, cativando cada vez mais equipas locais.