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Guia de Estudos
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP
São Paulo Model United Nations
A: A questão da Guiné Bissau
B: Políticas de difusão da Língua Portuguesa
Rafael Bitter (Diretor)
Vitor DhalstrØn (Sub-Secretário Acadêmico)
Bernardo Fico (Secretário Geral Acadêmico)
São Paulo, 15 de Setembro de 2012
Sumário
1. Introdução
2. Estrutura
2.1 Conferência de Chefes de Estado e de Governo
2.2 Conselho de Ministros
2.3 Comitê de Concertação Permanente
2.4 Secretariado Executivo
2.5 Reuniões Ministeriais Setoriais
2.6 Reunião dos Pontos focais de Cooperação
2.7 Instituto Internacional de Língua Portuguesa
2.8 Assembleia Parlamentar
1. Introdução
Com o recrudescimento da enorme velocidade com que as informações circulam no cenário
internacional, bem como a ampliação das relações bi e multilaterais, torna-se fundamental
suprir a necessidade de se unir nações, por meio de alianças econômicas - as quais podem ser
denominadas Blocos Econômicos, como o Mercosul e a União Europeia -, ou até mesmo por
Comunidades, como é o caso da CPLP. Ao se negociar, a força da argumentação se maximiza
em um diálogo Grupo-Grupo, em detrimento de uma negociação País-Grupo ou até mesmo
País-País. No caso da CPLP, os países constituintes se situam esparsamente dentre os cinco
continentes e, por meio da Comunidade, a união entre eles é mais facilmente alcançada.
É nesse contexto, cuja necessidade de ampliar e difundir a economia, as mercadorias e por
último, mas não menos importante, a cultura, que a Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa foi fundada.
Criada em 17 de Julho de 1996 e com sua sede em Lisboa, a CPLP contava, em seu começo,
com sete países. Após seis anos, ao conseguir sua independência, o Timor-Leste aderiu à
comunidade como membro oficial. Hoje, a CPLP é constituída por oito países: Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-
Leste. Há também três países observadores, dos quais Guiné Equatorial, Maurícia e Senegal
fazem parte.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa visa à cooperação e o aprofundamento da
amizade mútua entre seus Estados-Membros. A Comunidade possui personalidade jurídica e
autonomia financeira.
A CPLP possui como objetivos gerais:
A concertação político-diplomática entre seus Estados-Membros, nomeadamente para
o reforço da sua presença no cenário internacional;
A cooperação em todos os domínios, inclusive os da educação, saúde, ciência e
tecnologia, defesa, agricultura, administração pública, comunicações, justiça,
segurança pública, cultura, desporto e comunicação social;
A materialização de projetos de promoção e difusão da língua portuguesa.
A CPLP é regida pelos seguintes princípios:
Igualdade soberana dos Estados-Membros;
Não ingerência nos assuntos internos de cada estado;
Respeito pela sua identidade nacional;
Reciprocidade de tratamento;
Primado da paz, da democracia, do estado de direito, dos direitos humanos e da
justiça social;
Respeito pela sua integridade territorial;
Promoção do desenvolvimento;
Promoção da cooperação mutuamente vantajosa.
2. Estrutura
A CPLP é composta por oito órgãos:
Conferência de Chefes de Estado e de Governo
Conselho de Ministros
Comitê de Concertação Permanente
Secretariado Executivo
Reuniões Ministeriais Setoriais
Reunião dos Pontos focais de Cooperação
Instituto Internacional de Língua Portuguesa
Assembleia Parlamentar
2.1 Conferência de Chefes de Estado e de Governo
A Conferência, constituída pelos Chefes de Estado e/ou de Governo de todos os Estados-
Membros, é o órgão máximo da CPLP. Ela reúne-se de dois em dois anos e, ocorre
extraordinariamente, somente quando solicitada por dois terços dos Estados- Membros.
As decisões da Conferência são efetivadas para todos os Estados-Membros e são, somente,
tomadas por consenso.
Já houve nove conferências, sendo a última realizada em Julho de 2012 em Maputo.
Estes são os objetivos da Conferência:
Definir e orientar a política geral e as estratégias da CPLP;
Adotar instrumentos jurídicos necessários para a implementação dos presentes
Estatutos podendo, no entanto, delegar esses poderes ao Conselho de Ministros;
Criar instituições necessárias ao bom funcionamento da CPLP;
Eleger dentre os seus membros um Presidente de forma rotativa por um mandato de
dois anos;
Eleger o Secretário Executivo da CPLP.
2.2 Conselho de Ministros
O Conselho de Ministros é constituído pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e Relações
Exteriores dos oito Estados-Membros.
Assim como a Conferência de Chefes de Estado e de Governo, o Conselho de Ministros
possui reuniões ordinárias e extraordinárias; aquelas, contudo, ocorrem de ano a ano, estas
somente ocorrem, quando solicitadas por dois terços dos Estados-Membros.
O Conselho de Ministros elege - entre os seus membros, por meio de um mandato rotativo de
dois em dois anos - um Presidente, o qual é, normalmente, o Ministro do país que está
abrigando a reunião. O Conselho responde perante a Conferência de Chefes de Estado e de
Governo, à qual deve apresentar os respectivos relatórios. As decisões do Conselho de
Ministros são tomadas por consenso.
São competências do Conselho de Ministros:
Coordenar as atividades da CPLP;
Supervisionar o funcionamento e o desenvolvimento da CPLP;
Aprovar o orçamento da CPLP;
Formular recomendações à Conferência de Chefes de Estado e de Governo em
assuntos de política geral, bem como do funcionamento e desenvolvimento eficiente e
harmonioso da CPLP;
Recomendar à Conferência de Chefes de Estado e de Governo os candidatos para os
cargos de Secretário Executivo e Secretário Executivo Adjunto;
Convocar conferências e outras reuniões visando à promoção dos objetivos e
programas da CPLP;
Realizar outras tarefas que lhe forem confiadas pela Conferência de Chefes de Estado
e de Governo.
2.3 Comitê de Concertação Permanente – CCP –
O Comitê de Concertação Permanente é constituído por oito representantes, dos quais cada
um provém dos respectivos Estados-Membros da CPLP. Reúne-se ordinariamente uma vez
por mês e, extraordinariamente, sempre que seja necessário. O CCP é coordenado pelo
representante do país que detém a Presidência do Conselho de Ministros.
As decisões do Comitê, assim como do Conselho de Ministros e da Conferência de Chefes de
Estado e de Governo, são tomadas por consenso, sendo que grupos de trabalho podem ser
constituídos para haver um apoio em suas tarefas.
O CCP pode tomar decisões sobre alguns dos assuntos mencionados no artigo 12º dos
Estatutos da CPLP1 (com revisões de São Tomé/2001, Brasília/2002, Luanda/2005 e
Bissau/2006), ad referendum do Conselho de Ministros:
Coordenar as atividades da CPLP;
Supervisionar o funcionamento e o desenvolvimento da CPLP;
Definir, adotar e implementar as políticas e os programas de ação da CPLP;
Aprovar o orçamento da CPLP e do IILP2.
Compete ao Comitê de Concertação Permanente acompanhar:
O cumprimento pelo Secretariado Executivo das decisões e recomendações emanadas
dos outros órgãos da CPLP;
As ações levadas a cabo pelo IILP, assegurando a sua concordância com a
orientação política geral da CPLP.
.
1) Estatutos da CPLP:
http://www.cplp.org/Admin/Public/Download.aspx?file=Files%2fFiler%2fcplp%2fDocumentos+Base%2fEstat
utos+CPLP+revis%c3%a3o+Jul_2010.pdf
2) IILP: Instituto Internacional da Língua Portuguesa
2.4 Secretariado Executivo
O Secretariado Executivo é o principal órgão executivo da CPLP e é dirigido pelo Secretário
Executivo, atual Domingos Simões Pereira3. O Secretário Executivo é uma personalidade de
grande importância dentre os Estados-Membros da CPLP, eleito para exercer um mandato de
dois anos, mediante candidatura rotativa pelos Estados-Membros, por ordem alfabética
crescente. No final do mandato, o Estado-Membro cujo representante nacional ocupa o cargo
de Secretário Executivo tem a possibilidade de apresentar a sua recandidatura, por mais um
mandato de dois anos.
O Secretário Executivo é auxiliado nas suas funções pelo Diretor-Geral, atual Hélder Jorge
Vaz Gomes Lopes4. Os Estatutos (revisões de São Tomé/2001, Brasília/2002, Luanda/2005 e
Bissau/2006) fixam o desaparecimento do cargo de Secretário Executivo Adjunto5, em
detrimento da existência de um Diretor-Geral, desde a VI Conferência dos Chefes de Estado e
de Governo, juntamente com a XI Reunião Ordinária do Conselho de Ministros6, as quais
ocorreram nos dias 16 e 17 de Julho de 2006.
O Diretor-Geral é recrutado entre os cidadãos nacionais dos Estados-Membros, mediante
concurso público, pelo prazo de três anos, renovável por igual período.
O Diretor-Geral é o responsável, sob a orientação do Secretário Executivo, pelo (a):
Gestão corrente;
Planeamento e execução financeira;
Preparação, coordenação e orientação das reuniões e projetos ativados pelo
Secretariado.
3) Domingos Simões Pereira: http://www.cplp.org/Default.aspx?ID=468
4) Hélder Jorge Vaz Gomes Lopes: http://www.cplp.org/Default.aspx?ID=118
5) Secretário Executivo Adjunto: http://www.cplp.org/Default.aspx?ID=119
6) VI Conferência dos Chefes de Estado e de Governo e XI Reunião Ordinária do Conselho de Ministros:
http://www.cplp.org/Admin/Public/Download.aspx?file=Files%2fFiler%2fcplp%2fCMNE%2fXI_CMNE%2fResolu%ef
%bf%bd%ef%bf%bdo_sobre_a_Revis%ef%bf%bdo_do_Regimento_Interno_do_Secretariado_Executivo.pdf
O Secretariado Executivo tem a competência de:
Implementar as decisões da Conferência de Chefes de Estado e de Governo, do
Conselho de Ministros, dos Negócios Estrangeiros e do Comitê de Concertação
Permanente;
Planificar e assegurar a execução dos programas da CPLP;
Organizar e participar nas reuniões dos vários órgãos da CPLP;
Acompanhar a execução das decisões das Reuniões Ministeriais e demais iniciativas
no âmbito da CPLP.
2.5 Reuniões Ministeriais Setoriais
Constituídas pelos ministros e secretários de Estado dos diferentes setores governamentais de
todos os Estados-Membros, cabe às Reuniões Ministeriais Setoriais coordenar, ao nível
ministerial ou equivalente, as ações de concertação e cooperação nos respectivos setores
governamentais:
Administração Interna
Administração Pública
Agricultura
Ambiente
Assuntos do Mar
Assuntos Parlamentares
Ciência e Tecnologia
Comércio
Correios e Telecomunicações
Cultura
Defesa
Desporto
Economia
Educação
Finanças
Igualdade de Gênero
Justiça
Juventude
Pescas
Propriedade Industrial
Saúde
Trabalho e Assuntos Sociais
Turismo
2.6 Reunião dos Pontos Focais de Cooperação
A Reunião dos Pontos Focais de Cooperação ajunta as unidades responsáveis, nos Estados-
Membros, pela coordenação da cooperação no âmbito da CPLP. Essa reunião é administrada
pelo representante do Estado-Membro que detém a Presidência do Conselho de Ministros.
Segundo o artigo 5º do Acordo Geral de Cooperação7, «os Estados-Membros designarão um
ponto focal como órgão coordenador nacional de programas e projetos a serem desenvolvidos
no âmbito do Acordo.».
De acordo com o artigo 19º dos Estatutos, cabe à Reunião dos Pontos Focais de Cooperação,
como órgão da CPLP, assessorar os demais órgãos da Comunidade em todos os assuntos
relativos à cooperação para o desenvolvimento no âmbito da CPLP. Somente ao ser
reconhecida sua importância, que o Conselho de Ministros integrou a Reunião de Pontos
Focais de Cooperação como órgão da CPLP, na revisão dos Estatutos, em 2002, em Brasília.
A Reunião dos Pontos Focais de Cooperação reúne-se, ordinariamente, duas vezes por ano e,
extraordinariamente, quando solicitado por dois terços dos Estados-Membros.
Quando coincide com a Conferência de Chefes de Estado e de Governo ou Reuniões do
Conselho de Ministros, a Reunião dos Pontos Focais de Cooperação realiza-se na cidade nos
quais esses eventos estão ocorrendo. Nos demais casos, a Reunião tem lugar na sede da
CPLP, em Lisboa.
7) Acordo Geral de Cooperação:
http://www.cplp.org/Admin/Public/Download.aspx?file=Files%2fFiler%2fcplp%2fAcordos%2fAcordo_Geral_de_Co
operacao_CPLP.pdf
2.7 Instituto Internacional da Língua Portuguesa – IILP –
Em 1989, ao se realizar o primeiro encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos países de
Língua Portuguesa, em São Luís do Maranhão, as bases para a realização de reuniões e
encontros ordinários foram lançadas. Assim o Instituto Internacional da Língua Portuguesa só
se tornou real - em 2000, onze anos depois do primeiro encontro dos Chefes de Estado8.
Na VI Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua
Oficial Portuguesa9 realizada em São Tomé e Príncipe, a República de Cabo Verde tornou-se
sede do IILP e foram definidas as orientações para a implementação desse enquanto
organismo promotor da língua portuguesa, aprovados os estatutos que o regem.
Os objetivos fundamentais do IILP são a promoção, a defesa, o enriquecimento e a difusão da
língua portuguesa como veículo de cultura, educação, informação e acesso ao conhecimento
científico, tecnológico e de utilização oficial em fóruns internacionais.
Em se tratando da parte burocrática, há o cargo de Presidente da Assembleia Geral e o cargo
de Diretor Executivo do IILP, os quais são eleitos por meio de um sistema rotativo de dois em
dois anos, sendo que o último é eleito pela Assembleia por meio de um sistema alfabético. A
atual personalidade que exerce o posto de Diretor Executivo do IILP é Gilvan Müller de
Oliveira, doutor em linguística, professor universitário brasileiro, que assumiu o posto no dia
20 de outubro de 2010.
O IILP tem a competência para articular esforços técnicos, científicos e financeiros dos países
da CPLP para a promoção da Língua Portuguesa, desenvolvendo suas atividades como um
órgão associado a esses países, numa perspectiva inovadora de gestão supranacional da
língua.
8) Há uma pequena divergência em relação à data de fundação do IILP. Na parte introdutória do site do IILP está
escrito que a data é 1999; no documento de resolução, o qual promoveu a criação oficial do Instituto, todavia, a
data que consta é do ano 2000, portanto foi optada a data do documento oficial. Seguem os links, respectivamente:
http://www.iilp.org.cv/index.php/o-iilp/breve-apresentacao e
http://www.cplp.org/Admin/Public/Download.aspx?file=Files%2fFiler%2fcplp%2fCCEG%2fIII_CCEG%2fRESOLU%ef%
bf%bd%ef%bf%bdOSOBREOIILPMaputo2000.pdf
9) VI Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa:
http://www.cplp.org/Admin/Public/Download.aspx?file=Files%2fFiler%2fcplp%2fCMNE%2fVI_CMNE%2fRESOLU%ef
%bf%bd%ef%bf%bdO_SOBRE_OS_ESTATUTOS_DO_INSTITUTO.pdf
Realizada em Brasília em abril de 2010, a I Conferência Internacional sobre o Futuro da
Língua Portuguesa no Sistema Mundial10
, forneceu ao IILP um sólido trabalho até 2012, e os
resultados dessas ações terão reflexo nas temáticas e encaminhamentos da próxima
Conferência. Um fluxo mais preciso de informações entre os níveis de ação ocorrerá devido à
integração do IILP à Comissão Organizadora da II Conferência.
A entrada em funcionamento, recentemente, de todas as Comissões Nacionais do IILP
permitiu a amplificação dos trabalhos do Instituto, e uma melhor relação com os governos dos
Estados-Membros da CPLP. A descentralização das atividades e a presença do IILP nos
diversos países é uma estratégia interessante para o cumprimento das metas do Instituto.
2.8 Assembleia Parlamentar
A Assembleia Parlamentar da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP) foi
instituída pelo XII Conselho de Ministros11
da CPLP - que ocorreu em Novembro de 2007, em
Lisboa - e realizou a sua primeira reunião em São Tomé, capital da República Democrática de
São Tomé e Príncipe, em 27 e 28 de Abril de 2009.
A Assembleia Parlamentar é o órgão que reúne as representações de todos os Parlamentos da
Comunidade, constituídas na base dos resultados eleitorais das eleições legislativas dos
respectivos países.
Houve quatro Assembleias Parlamentares, sendo que a última foi realizada nos dias 8 e 9 de
maio de 2012, em Lisboa.
10) I Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial:
http://www.uepb.edu.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=976&Itemid=72
11) XII Conselho de Ministros:
http://www.cplp.org/Admin/Public/Download.aspx?file=Files%2fFiler%2fcplp%2fCMNE%2fXII_CMNE%2fASSPARLAMENTA
R.pdf