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1 Guia de Estudos - Escola Bíblica Comunidade Evangélica Cristo para as Nações Uma forma honesta de se anunciar o evangelho Anotações ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ -----------------------Assim também acontece no Corpo de Cristo. Já nos primeiros anos da era cristã, aconteciam desentendimentos e colisões humanas na igreja. Em Atos 15.39 temos o relato de um desacordo entre Paulo e Barnabé. Outro exemplo é o que acontecia na igreja de Corinto. Paulo disse que havia entre eles dissensões (I Cor.11.18). O mesmo apóstolo escreveu aos gálatas comparando-os aos animais, tamanha era a agressividade entre eles (Gálatas 5.15). ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ --------------------------- Você assistiu a um

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Comunidade Evangélica Cristo para as NaçõesUma forma honesta de se anunciar o evangelho

Anotações-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Assim também acontece no Corpo de Cristo. Já nos primeiros anos da era cristã,aconteciam desentendimentos e colisões humanas na igreja. Em Atos 15.39 temos orelato de um desacordo entre Paulo e Barnabé. Outro exemplo é o que acontecia na igreja de Corinto. Paulo disse que havia entre eles dissensões (I Cor.11.18). O mesmoapóstolo escreveu aos gálatas comparando-os aos animais, tamanha era aagressividade entre eles (Gálatas 5.15).---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Você já assistiu a um "concurso de misses", em que se costuma perguntar às finalistas: "Se eleita, qual será um dos objetivos do seu reinado?" Invariavelmente alguma delas responde sem pestanejar: "Eu gostaria de trabalhar pela paz mundial!" Objetivo digno, sem dúvida, mas que de tão ingênuo e simplista, dá vontade de rir. Humanidade e conflito coexistem desde o princípio. Você é capaz de citar algum período da História em que não houve algum tipo de guerra ou batalha? E as disputas interpessoais? Parece mais fácil voar sem ajuda de um aeroplano do que ver estabelecida a paz global.

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AnotaçõesO mundo empresarial e profissional não é exceção. Às vezes parece que o mercado de trabalho abriga mais conflitos que qualquer outro lugar. São empresas em luta mortal para conquistar os grandes clientes umas das outras; empregadores buscando maximizar a produtividade de seus empregados, ao mesmo tempo que oferecem a menor compensação e benefícios possíveis; colegas de trabalho competindo de forma agressiva, fazendo o que for necessário para ganhar uma promoção importante; concorrentes buscando ganhar vantagem pela descoberta de planos secretos uns dos outros.

Mas onde encontrar paz? Certamente não através de boas intenções ou crendo que nossos desejos se realizarão. A Bíblia, onde Deus promete a Seus seguidores "a paz que excede todo entendimento", apresenta sua parcela de conflitos. Apenas quatro capítulos de toda a Bíblia não relata conflitos: os dois primeiros capítulos de Gênesis (relato da criação) e os dois últimos capítulos de Apocalipse (promessa de novo céu e nova terra).

Em meio ao caos e o conflito que permeiam a narrativa bíblica, Deus faz a extraordinária afirmação de que a verdadeira paz é alcançável. A Bíblia promete que podemos alcançar paz com Deus e uns com os outros. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Anotações1 - Causa pessoal - Ocorre quando os conflitos se dão por uma questão de gosto, opinião, opção ou estilo individual. Por exemplo, se uma família vai viajar, alguns podem preferir a praia, outros, o campo. Esse tipo de conflito é natural, mas precisaser bem conduzido e bem resolvido para não gerar problemas maiores. Enquadra-se nesse item o caso de Paulo e Barnabé, cuja questão foi em torno de uma viagem e se deveriam ou não levar consigo o jovem Marcos.

2 - Causa doutrinária - É o caso de haver dentro da igreja um grupo que defende uma interpretação bíblica sobre um assunto e outro grupo que entende diferente. Foi a situação da igreja de Corinto. Esse tipo de desentendimento não pode ser simplesmente desconsiderado nem sumariamente proibido. O próprio Paulo não proibiu nem poderia fazê-lo. Disse até que isso poderia ser necessário. Certamente, se surge uma heresia na igreja, é bom que surja o conflito para que o mal seja eliminado, esteja ele do lado que estiver. Quando existe um corpo estranho no organismo, como uma farpa de vidro ou um espinho, é natural que haja o inchaço, a dor, e talvez até a febre, como sinais que alertam contra uma anomalia. E assim continua até que o mal seja extirpado. Este tem sido o principal motivo do surgimento de tantas denominações evangélicas: conflitos doutrinários. Tais problemas devem ser resolvidos pelos líderes eclesiásticos, conforme modelo de Atos 15.7,28,29. Para tão nobre tarefa, é mister que os líderes estejam cheios do Espírito Santo, como também é biblicamente natural que estejam (At.6.3).

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Anotações3 - Causa carnal - A problema dos gálatas foi a carnalidade, isto é, a condução da vida e do comportamento de acordo com as inclinações da natureza pecaminosa, a qual está diretamente ligada aos desejos físicos e egoístas. Observe que o conflito de causa pessoal ou doutrinária pode ser também carnal, bastando que um dos envolvidos esteja dominado pela carnalidade. A própria heresia, que, a princípio pode surgir de uma simples falta de entendimento bíblico, pode também ser obra da carne, conforme Gálatas 5.20. É o caso de pessoas que "forçam" a interpretação de textos bíblicos para atender aos seus próprios desejos carnais. O conflito carnal entre os gálatas tinha cunho doutrinário mas parecia envolver também a cobiça por posições de destaque ou desejo de reconhecimento (Gálatas 5.26). Daí surgiam as disputas dentro da igreja. Sobre esse tipo de discórdia, veja também Tiago 4.1-2.

4 - Causa diabólica - Muitos conflitos são, certamente, idealizados por Satanás. Ele é o maior semeador de contendas entre os irmãos, mas o que ele faz na maioria das vezes é "aproveitar a nossa lenha para fazer sua fogueira". Então, os conflitos pessoais, que podem ter até uma causa natural, ou os conflitos carnais e doutrinários, podem acabar se tornando instrumento nas mãos do inimigo. O seu maior desejo é ver o povo de Deus lutando consigo mesmo, quando deveríamos, juntos, lutar contra as forças das trevas. Veja que isso foi o que ele fez no céu, até que os anjos, que antes faziam parte do mesmo exército, começaram a lutar entre si, surgindo então o exército demoníaco.Como foi exposto no início, alguns conflitos podem ter causas naturais e outros podem até ser necessários. Contudo, o perigo sempre existe. O conflito é como o fogo. Muitas vezes utilizamos o fogo em nossas casas. Ele é necessário, útil, embora se trate de uma força destruidora. Se perdermos o controle sobre o fogo que usamos, então tudo pode ser destruído repentinamente.O conflito precisa ser administrado, controlado, afim de que não se desenvolva numa sequência mortal como esta: discordância, discussão, contenda, divisão, guerra.

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Mateus 5.23,24No dia de Natal de 1957, o dr. Martin Luther King Jr. pregou um sermão na Dexter Avenue Baptist Church, em Montgomery, Alabama (EUA). Baseava-se exatamente neste texto, e o título do sermão era "Amando os inimigos". Nesse sermão, Martin Luther King sugeriu três modos de fazer isso.Em primeiro lugar, precisamos desenvolver e manter a capacidade de perdoar. E perdão não significa ignorar o erro cometido contra nós: significa não permitir que o erro seja uma barreira em nosso relacionamento. De acordo com King, o perdão "é o catalisador que cria a atmosfera necessária para um novo começo".Em segundo lugar, precisamos reconhecer que o erro cometido contra nós não representa inteiramente a personalidade da outra pessoa. Precisamos reconhecer que nosso oponente, como todos nós, possui características boas e más. Assim, devemos concentrar-nos nas boas qualidades dele.Em terceiro lugar, não devemos ter por objetivo derrotar ou humilhar o oponente, mas conquistar sua compreensão e sua amizade. Esse tipo de atitude não brota de nós mesmos, mas de Deus, quando seu amor incondicional age em nós.Como seguidores de Cristo e aprendizes de sua liderança, precisamos lembrar que quanto mais livremente perdoarmos, com mais clareza iremos demonstrar a natureza de nosso Pai celestial.

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ADMINISTRANDO O CONFLITOAntes de tudo, devemos perguntar: Vale a pena começar a questão?Cada um deve fazer a si mesmo esta pergunta antes de levantar uma polêmica.Analise a causa do conflito antes de começá-lo. Será que vale a pena criar um problema no ônibus por causa de 1 centavo de troco? Quanto vale a nossa paz e a tranquilidade da nossa consciência? Algumas pessoas acham que sempre devem brigar por seu direito. O apóstolo Paulo nos orienta que, algumas vezes, em determinados casos, é melhor o cristão sofrer algum dano do que criar uma disputa (I Cor.6.7). Afinal, não foi isso que Cristo ensinou, quando falou em "dar a outra face", "entregar a capa" e "caminhar a segunda milha"?