grupo i – classe v – plenário

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GRUPO I CLASSE V Plenrio

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIOTC 023.112/2007-5

FS1

GRUPO I CLASSE V PlenrioTC 023.112/2007-5Natureza: Relatrio de auditoriaEntidades: Banco do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil e Banco da Amaznia Responsveis: Antnio Francisco de Lima Neto (CPF n 231.877.943-00), Rossano Maranho Pinto (CPF n 151.467.401-78), Cssio Casseb Lima (CPF n 008.377.188-30), Eduardo Augusto de Almeida Guimares (CPF n 091.663.357-87), Paolo Enrico Maria Zaghen (CPF n 112.551.538-49), Andrea Sandro Calabi (CPF n 002.107.148-91), Paulo Csar Ximenes Alves Ferreira (CPF n 004.152.350-49), Roberto Smith (CPF n 270.320.438-87), Byron Costa de Queiroz (CPF n 004.112.213-53), Abidias Jos de Sousa Jnior (CPF n 279.712.951-20), Evandro Bessa de Lima Filho (CPF n 021.431.947-49), Mncio Lima Cordeiro (CPF n 045.734.472-53) e Flora Valladares Coelho (CPF n 012.369.897-91)SUMRIO: AUDITORIA. BANCOS OFICIAIS DE CRDITO RURAL. MONITORAMENTO DE DETERMINAES ANTERIORES E ANLISE DOS PROCEDIMENTOS ADOTADOS NO PROCESSO DE TRANSFERNCIA DAS DVIDAS ORIGINRIAS DO CRDITO RURAL PARA O TESOURO NACIONAL. OITIVAS. DETERMINAES. RECOMENDAES. CONSTITUIO DE PROCESSOS APARTADOS.

Adoto como Relatrio a bem lanada instruo da lavra dos ACE Agostinho Garrido Teixeira de Carvalho e Antnio Leonardo de Azevedo Carvalho, acostada s fls. 148/189, v.p., verbis:

(...)1. Introduo

Motivao do Trabalho

1.1.1Trata-se de Auditoria determinada pelo Acrdo n. 1.360/2007 TCU Plenrio em Sesso ordinria de 11/7/2007, decorrente do TC 009.502/2007-0, tendo por objetivos: monitorar o cumprimento das determinaes dos Acrdos Plenrio n.os 55/2003, 576/2003, 1927/2004, 1162/2004 e 381/2004, analisar alguns questionamentos relacionados ao crdito agrcola e avaliar a regularidade das despesas suportadas pelo Tesouro Nacional conforme solicitao da Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados; alm de verificar como se deu o processo de transferncia dos crditos agrcolas das instituies financeiras federais para o Tesouro Nacional e a consistncia desses valores no mbito da dvida agrcola, atendendo solicitao de fiscalizao objeto de comunicao do Ministro Augusto Nardes ao Plenrio do Tribunal, na Sesso Plenria de 18/4/2007.

Metodologia do Trabalho

As atividades foram segregadas em duas partes: monitoramento das determinaes do TCU, prolatadas nos mencionados Acrdos; e anlise do processo de transferncia das dvidas, disciplinado pela Lei n. 9.138/1995, de 29/11/1995, Medida Provisria n. 2196/2001, de 24/8/2001, e normas correlatas.Como o escopo dos servios envolveu diversos bancos oficiais federais que operam com o crdito rural, houve necessidade de realizao de uma Auditoria conjunta, composta pelas Secretaria de Controle Externo no Par SECEX-PA (Banco da Amaznia - BASA), Secretaria de Controle Externo no Cear SECEX-CE (Banco do Nordeste do Brasil BNB) e Segunda Secretaria de Controle Externo 2 SECEX (Banco do Brasil BB), esta, responsvel pela coordenao e consolidao dos trabalhos.No planejamento, visando uniformizar os conhecimentos e a forma de atuao das equipes, promoveu-se a discusso dos assuntos por meio de videoconferncia, ferramenta tambm utilizada quando do encerramento da fase de execuo de Auditoria.Os trabalhos preliminares incluram discusses sobre a matria, com representantes dos bancos e da Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados, assim como reunies e pedidos de informaes a rgos e entidades envolvidos: Secretaria do Tesouro Nacional STN, Banco Central do Brasil BACEN e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional PGFN.O planejamento foi formalizado com a confeco da Matriz de Planejamento (fls. 79/95), na qual foram estabelecidos dois grupos de questes: as relativas ao monitoramento e ao processo de transferncia de dvidas. A resposta s questes envolveu tcnicas de amostragem estatstica, anlise de dados, pesquisa em sistemas informatizados, conferncia de clculos, e reviso analtica nos processos de selecionados, alm de inspeo em agncias.No que se refere utilizao da tcnica de amostragem estatstica, ficou definido, para as operaes do Banco do Brasil, de modo a garantir um nvel de confiana de 80% (ou um erro amostral de 20%), a seleo de uma amostra formada por 25 muturios. Este nvel de confiana de 80%, e no um maior, decorreu do pequeno espao de tempo para a execuo dos trabalhos, do expressivo volume de material, e da complexidade da matria, o que demandaria grande esforo das instituies para a entrega dos produtos e da prpria Equipe de Auditoria para sua anlise. Ademais, tal medida justifica-se pois os procedimentos dos bancos so, em geral, normatizados e sistematizados, de forma que as operaes, em tese, seguem um padro a ser adotado por todas as agncias.No caso do BASA, conforme item 1.2 do Relatrio da SECEX-PA (fls. 97/99), a amostra obedeceu critrio de faixas de valor, origem dos recursos e porte dos muturios. Na anlise documental, foram selecionados os processos originados nas agncias de Belm.J a Equipe de Auditoria da SECEX-CE, para as operaes do BNB, optou, conforme item 3 do seu Relatrio (fls. 137/138) por uma abordagem mais ampla, utilizando-se de explorao dos sistemas informatizados da Instituio. Em funo do elevado volume de dados recebidos do BNB, optou por selecionar as operaes da agncia Guarabira-PB. Os trabalhos de campo demandaram da Equipe de Auditoria em Braslia (2 SECEX) aes junto Diretoria de Agronegcios do Banco do Brasil e agncias selecionadas no Distrito Federal e Estado de Gois, bem como solicitao de informaes ao Tesouro Nacional, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e ao Banco Central.As atividades consistiram, basicamente, de anlise da legislao aplicvel, normativos internos, processos de emprstimos agrcolas, notas tcnicas, pareceres jurdicos internos das instituies, base de dados informatizada e outros documentos disponibilizados s Equipes de Auditoria. Em seguida foram realizados clculos e conferncias dos processos de Securitizao e PESA, especialmente no que se refere aos contratos, aditivos, extratos das contas grficas e memrias de clculo utilizadas para efeito de renegociao. Foram efetuadas, ainda, adequaes diversas em banco de dados. Dessa forma, foi possvel monitorar o cumprimento de Determinaes do TCU, avaliar e discutir as informaes e possveis irregularidades suscitadas pela Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados, identificar as despesas suportadas pela Secretaria do Tesouro Nacional e analisar os itens da comunicao do Ministro Augusto Nardes, alm de tratar de temas correlatos.

Dificuldades e Limitaes

As Equipes de Auditoria identificaram dificuldades oriundas da diversidade e complexidade da matria, vez que envolve renegociaes de variadas modalidades de emprstimos, cada qual com suas peculiaridades, a exigir anlise aprofundada dos normativos, sempre em expressivo volume. Como conseqncia, a prpria anlise dos processos selecionados revelou-se tambm trabalhosa, despendendo grande esforo na seleo e coleta de dados, estudos e conferncias, o que levou a Equipe de Auditoria a constantes mudanas ou adaptaes nos procedimentos. Adicionalmente, houve necessidade de levantamento da memria sobre fatos ocorridos em passado distante, haja vista que a Lei n. 9.138 data de 30/11/1995 e aplica-se a contrataes firmadas em perodos anteriores sua edio, inclusive havendo necessidade de converso das moedas da poca para o Real. Registre-se, tambm, a sempre expressiva demora, ainda que justificvel, por parte dos bancos para o fornecimento das informaes, seja devido ao seu significativo volume, seja pela dificuldade de levantamento dos dados requeridos.

VRF - Volume de Recursos Fiscalizados e Benefcios do Controle

O VRF Volume de Recursos Fiscalizados, atingiu o montante de R$ 22.160.340.551,38, que representa os ttulos adquiridos pela Unio nos diversos processos Securitizao I e II (R$ 8.672.487.817,67), PESA (R$ 9.372.722.916,78), PRODECER II (R$ 115.750.000,00) e PRONAF (R$2.748.559.000,00) e os desembolsos do Tesouro Nacional Reserva Bancria das Instituies, relativos aos bnus de equalizao do PESA e remunerao paga ao BB por Administrao dos crditos, cujo valor atingiu R$ 1.250.820.816,93. Desse volume, o Banco do Brasil foi responsvel por cerca de 80% das dvidas securitizadas e pela totalidade dos recursos do PRODECER II e PRONAF. O VRF relacionado ao BASA totalizou R$ 1.116.978.379,03 (fl.105), referente ao saldo total de operaes de crdito rural envolvidas no processo de Securitizao das dvidas rurais e PESA. O volume renegociado pelo BNB atingiu o montante de R$ 6.644.811.201,00 (fl. 138). Os benefcios vislumbrados com o presente trabalho, referem-se melhoria nos Controles Internos das instituies, com recomendaes de efetiva participao em procedimentos que envolvam grandes volumes de recursos e diversidade de clientes, com conseqente melhoria na forma de atuao da empresa; alm do fornecimento das informaes solicitadas pela Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados. Processos Conexos

TC 007.272/2000-2 Solicitao de Auditoria formulada pela Comisso de Agricultura e Poltica rural da Cmara dos Deputados junto aos bancos oficiais federais de crdito agrcola. Apreciado em 05/2/2003 Acrdo 55/2003-Plenrio com diversas determinaes aos bancos, as quais foram objeto de recursos que foram apreciados nos Acrdos do plenrio n.os 576/2003, 1162/2004 e 381/2004. As determinaes resultantes esto sendo objeto de monitoramento no presente trabalho.TC 013.906/2003-5 Auditoria no Fundo Constitucional de Financiamento do Norte para verificao da legalidade dos procedimentos e dos aspectos operacionais da aplicao de recursos do FNO em linhas de crdito rural e industrial. Apreciado em 1/12/2004 Acrdo 1927/2004-Plenrio. As determinaes resultantes esto sendo objeto de monitoramento no presente trabalho.TC 021.238/2003-5 Representao acerca de possveis danos ao errio, decorrente do encerramento de aes judiciais de cobrana, relativas a crditos transferidos para a Unio. Apreciado em 4/5/2005 Acrdo 518/2005-Plenrio. Representao conhecida e considerada improcedente. TC 025.052/2006-6 Representao da Cia. Agropecuria Monte Alegre quanto a possveis irregularidades relacionadas ao descumprimento, pelo Banco do Brasil S.A., dos normativos expedidos pelo conselho Monetrio Nacional e pelo Banco Central do Brasil no que tange ao alongamento de dvidas contradas, na forma da Lei n. 9.138/1995. Apreciado em 2/5/2007 Acrdo 731/2007-Plenrio. Processo no conhecido pelo Tribunal e apensado ao TC 009.502/2007-0 para subsidiar a anlise naquele processo.TC 009.502/2007-0 Solicitao da Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados que deu origem presente Auditoria. Apreciado em 11/7/2007 Acrdo 1360/2007-Plenrio. Autorizou a realizao da Auditoria.TC 014.478/2007-4 Denncia sobre cobrana, em Dvida Ativa, de crdito agrcola concedido pelo Banco do Brasil S.A.. Denncia no conhecida pelo Tribunal. Apensado ao TC 009.502/2007-0, para subsidiar a anlise naquele processo.

Evoluo Histrica

Consideraes Iniciais

O processo de transferncia das dvidas agrcolas para o Tesouro Nacional teve incio no final de 1995 com uma ampla renegociao, conhecida como Securitizao, que visou beneficiar os agricultores com dvidas de at R$ 200 mil. A seguir, para contemplar os demais devedores, foi institudo o Programa Especial de Saneamento de Ativos PESA. Posteriormente, visando o saneamento dos bancos federais, foi permitida a transferncia de tais dvidas para a Unio. Em continuidade aos procedimentos de apoio aos agricultores, foi permitida a recomposio das dvidas Securitizadas e do PESA, alm da concesso de diversos benefcios aos agricultores da regio da ADENE.

Securitizao Lei n. 9.138/1995

A partir do final de 1993 foram estabelecidas negociaes entre representantes do Congresso Nacional e do Governo Federal com vistas a buscar solues para os problemas apontados nas diversas recomendaes do Relatrio Final da Comisso Parlamentar Mista de Inqurito destinada a investigar as causas do endividamento do setor agrcola. O Conselho Monetrio Nacional, por meio do Voto CMN 158/1995, registrou, como proposta, o refinanciamento do estoque de dvidas, com carncia e limitao do valor.Como resultado das negociaes, foi editada a MP n. 1.164, de 26/10/1995, que deu origem Lei n. 9.138, de 29/11/1995, regulamentada pela Resoluo CMN/BACEN n. 2.238/1996. Foram habilitados para a adoo desses procedimentos tanto os bancos pblicos quanto os privados.O normativo autorizou o alongamento das dvidas sob trs formas, de acordo com o impacto sofrido pelo Tesouro: a)Securitizao: consistiu na emisso de ttulos pblicos entregues s instituies financeiras credoras, em contrapartida s dvidas lastreadas com seus recursos prprios, entretanto os bancos continuaram responsveis pelo risco do crdito;b)Equalizao: consistiu no pagamento da diferena entre a rentabilidade dos recursos captados pelas instituies financeiras junto ao BNDES/FINAME (TJLP mais juros) e os encargos estabelecidos na renegociao com o muturio (variao do preo mnimo mais juros); e c)Contrataes com recursos dos Fundos Constitucionais, do FUNCAF e das Operaes Oficiais de Crdito (O2C): nesta situao, o Tesouro suportou diretamente o impacto dos benefcios do alongamento. Em sntese, tratou-se de renegociao de dvidas, com saldo apurado na data de 30/11/1995, no valor de at R$200 mil por muturio, podendo ser adicionado o diferencial do Plano Collor. Os prazos variaram de sete a dez anos, dois anos de carncia, vencendo a primeira parcela em 31/10/1997, com juros de 3% a.a. e correo pela variao do preo mnimo de um entre os seguintes produtos agrcolas, escolha do muturio: algodo, arroz, milho, soja ou trigo. A inteno das medidas trazidas com a renegociao era de capitalizar o agricultor e dar-lhe condies de pagar sua dvida. Com o mesmo propsito, ao longo dos anos, foram editados normativos prorrogando e concedendo outras vantagens. A Resoluo CMN/BACEN n. 2.433/1997 prorrogou a primeira parcela, de outubro/1997, para o ano subsequente ao da ltima prestao, situao repetida na parcela de outubro/1998, conforme Resoluo CMN/BACEN n. 2.566/1998.Com a edio da Lei n. 9.866/1999 c/c a Resoluo CMN/BACEN n. 2.666/1999, as parcelas de 1999 e 2000 tambm foram prorrogadas, porm foi exigido dos muturios com saldo devedor superior a R$ 15 mil, a liquidao de, pelo menos, 10% do valor da parcela de 1999 e 15% da parcela de 2000. Adicionalmente, foi criado um bnus de adimplemento especfico para cada muturio, calculado pela aplicao, de forma regressiva, dos percentuais de 30% a 15% sobre o saldo da dvida. Este bnus passou a representar um desconto sobre as parcelas adimplidas da dvida.

Programa Especial de Saneamento de Ativos PESA

Para equacionar o problema dos agricultores cujas dvidas eram superiores a R$ 200 mil e daqueles que no optaram poca pela Securitizao, foi editada a Resoluo CMN/BACEN n. 2.471/1998 que instituiu o Programa Especial de Saneamento de Ativos PESA. Neste programa, ficou definido que no haveria nus adicionais para o Tesouro Nacional. O devedor deveria adquirir ttulos no valor equivalente a 10,37% da dvida passvel de renegociao, os quais, rendendo IGP-M + 12% a.a., em 20 (vinte) anos garantiriam o pagamento do principal da dvida. Quanto aos encargos, caberia ao muturio, anualmente, o pagamento de juros de 8% para as dvidas at R$ 500 mil, 9% para as dvidas at R$ 1 milho e 10% para as dvidas acima desse valor, calculados sobre o Principal, corrigido pelo IGP-M.Com a edio da Lei n. 9.866/1999 e Resoluo CMN/BACEN n. 2.666/1999 o Tesouro Nacional passou a subvencionar as parcelas de juros com rebate de 2% sobre os encargos financeiros pagos at o vencimento.A Lei n. 10.437/2002 estabeleceu, no mbito do PESA, a limitao do IGP-M a 9,5% a.a. e a reduo da taxa de juros respectivamente para 3%, 4% e 5% a.a.Conforme informado pelo Tesouro, a diferena entre os clculos originais e a presente subveno ressarcida, semestralmente, com base nas prestaes de contas apresentadas pelas instituies financeiras. Este valor lanado diretamente na conta de Reservas Bancrias de cada instituio.

Transferncia das dvidas para a Unio MP n. 2.196/2001

A MP n. 2.196/2001 estabeleceu o Programa de Fortalecimento das Instituies Financeira Federais, que, no que tange aos crditos agrcolas, autorizou a desonerao do risco de crdito dos bancos nas operaes securitizadas e a cesso, Unio, das operaes processadas na forma da Lei n. 9.138/1995 (Equalizao) e da Resoluo CMN/BACEN n. 2.471/1998 (PESA). Ressalte-se que apenas o Banco do Brasil aderiu ao programa, e passou a atuar como mandatrio da Unio, com remunerao pela prestao dos servios. Conforme relatrio da Equipe de Auditoria da SECEX-PA (fls. 103/104), o BASA manteve tratativas com tcnicos da STN que manifestou-se, aps trs anos, pela no celebrao do contrato. O BNB Tambm no obteve sucesso nas negociaes com a STN. As dvidas enquadradas nessa situao, quando inadimplidas, ficaram passveis de inscrio na Dvida Ativa da Unio, procedimento que est sendo adotado pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional a partir de informaes fornecidas pelo Banco do Brasil na qualidade de administrador da dvida e mandatrio da Unio.

Recomposio das dvidas Securitizadas e PESA

A Lei n. 10.437/2002 autorizou a recomposio para as dvidas renegociadas com base no 5 do art. 5 da Lei n. 9.138/1995. Para fazer jus, o devedor deveria estar adimplente ou regularizar, at 29/6/2002, as parcelas anteriores a 2001 e pagar, pelo menos, 32,5% da parcela vencida em 31/10/2001, sendo aplicvel o bnus de adimplemento.O saldo devedor restante poderia ser repactuado em at 23 anos. Os valores continuariam sendo corrigidos pela variao do preo mnimo mais 3% a.a., o devedor manteria o direito ao bnus de adimplemento, e seria dispensado do pagamento da variao do preo mnimo quando as parcelas fossem quitadas, em espcie, at o vencimento. Em caso de atraso, o devedor perderia o direito ao bnus de adimplemento, dispensa da variao do preo mnimo e o valor apurado passaria a ser corrigido com base na variao da TMS mais juros de 1%a.m. Adicionalmente s vantagens citadas, foi criado o bnus de adimplncia por liquidao antecipada da dvida, fixado em 20% para os saldos devedores de at R$ 10.000,00, em 30/11/1995, e 10% para os demais.No que se refere s operaes PESA, a Lei n. 10.696/2003 estabeleceu, como alternativa, para as dvidas cedidas Unio, a possibilidade de contratar nova operao PESA, com prazo de 13 anos e nos moldes da Resoluo CMN/BACEN n. 2.471/1998, para regularizao dos juros inadimplidos. No entanto, deveria haver o pagamento mnimo de 10% dos juros inadimplidos e ser recolhido 20,62% do saldo devedor para a aquisio de ttulos pblicos a serem vinculados para garantia da dvida. Esta operao, exclusiva do Banco do Brasil, por se tratar de dvidas cedidas Unio, ficou conhecida como PESINHA.

Operaes na Regio da ADENE

As Leis n.os 11.322/2006, 11.420/2006 e 11.434/2006 e as Medidas Provisrias n.os 317/206 e 372/2007 estabeleceram, para as operaes contratadas na regio da ADENE, a possibilidade de se conceder bnus de adimplemento para as parcelas 2005 e 2006, tanto para as operaes de Securitizao quanto para as de PESA, mesmo que o pagamento ocorresse aps o vencimento.A negociao foi autorizada para dvidas cujo valor original era de at R$ 100 mil e, na adeso, o devedor deveria pagar pelo menos 32,5% da parcela de 2006 ou da ltima parcela prevista no cronograma original, para as dvidas vencidas integralmente. Aps repactuadas, seriam aplicadas as mesmas condies da Lei n. 10.437/2002. Adicionalmente, o devedor faria jus ao bnus para liquidao antecipada de 10% para dvidas de at R$10 mil e 5% para as demais, caso a liquidao ocorresse at 31/12/2008.

Solicitao da Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados

Monitoramento quanto ao cumprimento de Determinaes do TCU

A Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados solicitou monitoramento do Acrdo do Plenrio n. 55/2003, com determinaes ao Banco do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil e Banco da Amaznia, alterados em julgamentos recursais pelos Acrdos do Plenrio n.os 576/2003, 381/2004 e 1.162/2004 e do Acrdo do Plenrio n. 1927/2004 com determinaes ao Banco da Amaznia. Para fins de constatao quanto adoo das providncias, foram desenvolvidas diversas questes, conforme matriz de planejamento (fls. 79/95) e o resultado dos trabalhos ser apresentado, separadamente, por banco auditado.

Banco do Brasil

No caso do Banco do Brasil, o monitoramento refere-se s determinaes contidas nos itens 9.1.1 a 9.1.10 do Acrdo 55/2003-P, considerando as alteraes dos recursos. A este respeito, a Secretaria Federal de Controle Interno SFC j havia solicitado informaes sobre as medidas adotadas, e o Banco, em seu Ofcio Auditoria Interna/Acomp-2004/9014, de 9/11/2004 (fls. 28/30), apresentou o estgio de atendimento a cada item da deciso. Quanto alterao da metodologia de clculo e perodo de incidncia (itens 9.1.1 e 9.1.2), o Banco do Brasil esclareceu que o sistema foi ajustado, com vigncia a partir de 1/6/2004. Entendemos cumpridas as determinaes, pois houve a adequao das frmulas de clculo nos normativos internos (Anexo 5, fls. 481/508) e tais alteraes foram refletidas na amostra (Anexo 6, fls. 10903/11259). Nos contratos do 2. semestre de 2004 verificamos inconsistncias no clculo dos juros. Tais falhas foram corrigidas em meados de 2005, com retroao dos clculos.Em relao determinao de utilizao do limite mximo de 2% na cobrana de multa (item 9.1.3), consta do item 3 da correspondncia 2004/0465, de 1/11/2004, da Diretoria de Finanas, dirigida Auditoria Interna, que a Diretoria Jurdica do Banco do Brasil emitiu o Parecer DIJUR-COJUR/CONTE 2534, de 21/10/2004, corroborando o entendimento do Tribunal quanto necessidade da limitao determinada. Verificamos que os normativos internos do BB foram alterados (Anexo 5, fls. 475/508), e que os novos contratos analisados na amostra, celebradas aps 2004 (Anexo 6, fls. 10903/11259), apresentam clusula considerando a multa moratria de 2%. O Banco informou, ainda, que mesmo para os contratos que apresentem clusula prevendo multa de 10%, em caso inadimplncia, o Sistema informatizado est ajustado para cobrar apenas 2% de multa a partir de 1/6/2004. Foi verificada a expedio da correspondncia 2004/01548, de 5/11/2004, da Diretoria de Distribuio para a Auditoria Interna (fls. 34/35), que informa sobre as providncias adotadas para dar cumprimento aos itens 9.1.5 (expedir orientao s Superintendncias e aos titulares das agncias quanto inaplicabilidade de tarifa contratual), 9.1.6 (abster-se de incorporar ao saldo devedor das operaes os valores cobrados a ttulo de multa contratual), item 9.1.7 (expurgar os honorrios advocatcios do saldo devedor das dvidas alongadas de valor superior a R$ 200 mil). Quanto a este ltimo item, informou que as agncias foram orientadas a fazer uma ampla reviso nas operaes renegociadas, visando corrigir eventuais inconsistncias. Exceto quanto identificao de um nico caso de cobrana de custas judiciais (item 9.1.7), analisado no item 6.1.2 deste Relatrio, verificamos, nos limites da amostra, que foram cumpridas as determinaes constantes destes itens.No tocante s medidas adotadas para tornar mais transparente o extrato de operaes de crdito (item 9.1.8), o Banco informou (Anexo 5, fls. 531/532) que foi desenvolvido o aplicativo denominado EOC Extrato de Operaes de Crdito com o objetivo de melhor detalhar os eventos das operaes e que, desde ento, est disponibilizando extrato mensal das operaes, inclusive pela Internet. Esclareceu que o documento no utilizado para fins de quitao ou pagamento de parcelas da dvida, por ser de atualizao mensal. Entendemos que tais medidas reduziram o problema apresentado, pois permite ao cliente a viso mensal de seu emprstimo, logo consideramos cumprida a determinao. Ademais, observamos que o assunto est includo nas normas internas do Banco, foi certificado por sua Auditoria Interna, e foi convalidado pela Secretaria Federal de Controle Interno. Com respeito necessidade de observao das normas editadas pelo CMN e BACEN para a elaborao de suas instrues internas (item 9.1.9), o BB informou que prtica da instituio cumprir os normativos e determinaes expedidos pelos rgos governamentais. A Equipe de Auditoria entende que a determinao, por ser de carter geral e abstrato, tem seu cumprimento ou, o que mais apropriado, eventual descumprimento aferido em anlise de casos concretos. No mbito deste monitoramento, no constatamos a ocorrncia de impropriedade ou irregularidade relativa ao descumprimento dos normativos expedidos pelo rgo colegiado ou pela autarquia.Enfim, quanto aos procedimentos de cadastramento das taxas de juros (item 9.1.10), a Instituio havia informado, no Ofcio Auditoria Interna/Acomp-2004/9014, de 9/11/2004 (fls. 28/30), que estava implantando uma nova Sistemtica operacional denominada Portal de Negcios, para uso por todas as agncias. Questionado sobre o atual estgio da nova sistemtica o Banco informou (Anexo 5, fls. 531/532) que as propostas de financiamento so registradas no Portal de Negcios e acompanhadas, caso a caso, pelas agncias. Apresentou, ainda, as diversas vantagens do novo processo e ressaltou que os procedimentos esto devidamente registrados em seus normativos e foram certificados pela Auditoria Interna. Com essa ferramenta, entendemos que ficou minimizada a possibilidade de erros de cadastramento da taxa de juros das operaes. Na amostra selecionada, o nico caso de divergncia de taxas ocorreu na simulao de clculos para efeito de renegociao, analisado no item 6.1.1 deste Relatrio, situao que no tem conexo com o problema em anlise. Assim, entendemos por considerar pertinentes as providncias adotadas.

Banco do Nordeste do Brasil

Ao BNB coube unicamente o monitoramento relativo ao cumprimento do item 9.2.1 do Acrdo n.o 55/2003 - Plenrio com redao dada pelo Acrdo 381/2004 - Plenrio , relacionado alterao da metodologia de clculo e ao perodo de incidncia. Segundo consignado no item 6 do Relatrio da SECEX-CE (fls. 139/140), a Equipe de Auditoria entendeu cumprida a determinao.

Banco da Amaznia

Segundo exposto nos itens 6.2.1 a 6.2.6 do Relatrio da Equipe de Auditoria da SECEX-PA (fls. 105/118), houve descumprimento das determinaes constantes dos itens 9.3.1 do Acrdo n. 55/2003-P e 9.1.3, 9.1.10, 9.1.12, 9.1.17 e 9.1.18 do Acrdo n. 1927/2004-P.Em funo das constataes, a Equipe de Auditoria da SECEX-PA prope que os responsveis sejam chamados em audincia para a apresentao de razes de justificativa pelo no cumprimento das determinaes. Com efeito, propomos a abertura de processo especfico no mbito da SECEX-PA para que se promova o encaminhamento da audincia propugnada e o acompanhamento das providncias necessrias ao saneamento dos autos.

Itens da JUSTIFICAO do requerimento n. 50/2007

O Requerimento n. 50, de 2007 da Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados solicita informaes em relao ao Processo TC 025.052/2006-6 e, no mesmo documento, no tpico JUSTIFICAO, apresenta uma sntese de diversas situaes que entende passveis de serem consideradas como irregularidades, para as quais solicita a manifestao deste Tribunal.O TC 025.052/2006-6 trata sobre denncia de possveis irregularidades, apontadas pela Cia. Agropecuria Monte Alegre, relacionadas ao descumprimento pelo Banco do Brasil S.A. da legislao relativa s operaes de crdito rural, em especial quanto aplicao da Lei n. 9.138/1995 e regulamentaes expedidas pelo Conselho Monetrio Nacional e pelo Banco Central do Brasil, que teriam levado a instituio a apurar saldos a maior das dvidas a serem alongadas.Este Tribunal, por meio do Acrdo n. 731/2007 TCU - Plenrio, Sesso de 2/5/2007, com fundamento nos artigos 234 e 235 do Regimento Interno, no conheceu da denncia, em virtude da ausncia do requisito de admissibilidade relativo legitimidade do denunciante e por se tratar de ntida defesa de interesse pessoal, segundo os motivos expostos pela Unidade Tcnica. Contudo, determinou seu apensamento definitivo ao TC 009.502/2007, ante a conexo entre as matrias neles tratadas, com o intuito de subsidiar a anlise deste, e que os termos do Acrdo fossem comunicados referida Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados.3.2.4No entanto, as questes apresentadas, em abstrato, nos itens 1 a 7 da JUSTIFICAO, tratam dos mesmos assuntos apontados no TC 025.052/2006-6, alguns que ainda no foram objeto de manifestao por este Tribunal. Em vista da legitimidade da Comisso, examinaremos a matria apresentada na JUSTIFICAO, sempre sob a perspectiva do interesse pblico primrio nos termos do Voto do Ministro-Relator Walton Alencar Rodrigues que fundamentou o Acrdo n. 1162/2004 - Plenrio , pois que aproveita a todos os muturios indistintamente.3.2.5Solicitamos ao Banco do Brasil (fls. 11/12) posicionamento sobre cada uma das questes da Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados (fls. 17/19). Alm dos esclarecimentos prestados (fls. 59/62), por ocasio da execuo dos trabalhos foram tambm realizadas vrias entrevistas com o gerente da rea. Nos itens seguintes, traremos os pontos levantados pela Comisso, as justificativas da Entidade e promoveremos a respectiva anlise. 3.2.6A Comisso apresentou a seguinte proposio no item 1:

1. Existncia de operao denominada mata-mata, quando os recursos liberados para o produtor so utilizados pela instituio financeira na liquidao de dvidas anteriores Nessa situao, o produtor obrigado a cumprir o oramento, porm, sem dispor de recursos para o custeio da atividade.

3.2.7Quanto a este item, o Banco do Brasil manifestou-se:

O entendimento do Banco do Brasil a respeito dessa questo de que:a) a simples coincidncia de datas entre a liberao de recursos por parte do Banco e a amortizao/liquidao de dvidas por parte do devedor, no pode se constituir em fator determinante para a caracterizao do chamado mata-mata conforme vem sendo alegado, insistentemente, pelos devedores de operaes de SECURITIZAO/ALONGAMENTO e PESA;b) o argumento do mata-mata somente seria aceitvel quando, efetivamente, demonstrado que os recursos debitados em conta grfica de financiamento foram diretamente creditados em contas de dvidas sem a autorizao do muturio.1.2 O Banco Central, por meio do MCR Manual de Crdito Rural, captulo 2-5, item 1, estabelece que: O crdito rural pode ser liberado ao muturio de uma s vez ou em parcelas, por caixa ou em conta de depsitos, de acordo com a necessidade do empreendimento, devendo as utilizaes obedecer o cronograma de aquisies e servios.1.3 Assim, se os recursos so liberados em espcie ou em conta de livre movimentao do muturio, obedecendo oramento/cronograma de aplicaes apresentados por ocasio da contratao do financiamento, no h que se falar em recursos utilizados pelo agente financeiro para a liquidao de dvidas (conforme consta das justificativas apresentadas pelos requerentes), j que, a partir do recebimento dos valores financiados, a aplicao/movimentao dos mesmos de exclusiva responsabilidade do muturio.1.4 Por outro lado, confirmada a implantao do empreendimento objeto do financiamento, no h por que se aventar a possibilidade de mata-mata ou mesmo desvio de crdito. Se os recursos liberados foram aplicados na finalidade prevista no haveria a possibilidade material de que, tambm, tenham sido destinados liquidao de outras operaes.1.5 Talvez o mais correto fosse o enquadramento da questo como uma forma de administrao, pelo produtor, do seu fluxo de caixa ao invs de se buscar caracterizar uma possvel ingerncia do agente financeiro na utilizao de crdito liberado para a liquidao de outras operaes.1.6 Se o produtor, por conta de eventual dificuldade do agente financeiro na liberao tempestiva dos recursos pleiteados, decide dar incio aos trabalhos necessrios manuteno de seu empreendimento, muitas vezes com prazos determinados por condies climticas, utilizando recursos que deveriam ser destinados liquidao de dbitos pendentes para, quando liberados os recursos financiados repor tais recursos e, com eles, saldar dvidas vencidas, outras questes devem ser discutidas alm da simplria configurao do mata-mata.1.11 Quando o muturio, por exemplo, efetuar a venda de produto vinculado a financiamento de custeio sem liquidar a respectiva dvida, em princpio, estaria praticando o desvio de garantias, nada obstante o valor apurado com a comercializao ter sido destinado formao de nova lavoura.1.12 Sobre essa questo, o MCR Manual de Crdito Rural, em seu captulo 2-5, item 3, assim esclarece: lcita a liberao de parcelas do crdito para a cobertura de gastos j realizados com recursos prprios do muturio, sem que se configure recuperao de capital investido, quando preenchidas as seguintes condies cumulativas:

a) que os itens pertinentes constituam despesas normais da lavoura financiada por valor bsico de custeio (VBC) ou integram oramento considerado para a concesso do crdito;b) que os gastos tenham sido realizados aps a apresentao da proposta ou, inexistindo esta, aps a formalizao do crdito.1.13 Ainda a propsito dessa questo, oportuna a manifestao do Juiz de Direito da 3 Vara da Seo Judiciria do Estado do Mato Grosso ao julgar caso em que se argumentava a existncia de operao mata-mata:Mas, objetar-se-, aquela regularizao dos dbitos em atraso deu-se em prejuzo da finalidade dos novos financiamentos, o que poder levar ao delito do art. 20. Pode ser, pode no ser isso verdadeiro.Sabe-se que o agricultor depende vitalmente de um fator no humano da maior importncia: o tempo. H um tempo certo para o, preparo da terra, como h para o plantio, para a irrigao, etc...O agricultor no pode esperar o preparo da terra at que, p. ex., o banco tenha recursos para liberar ou at que ultime o estudo da operao. O que faz ele ento? Ele trabalha, faz o preparo que deve ser feito, e emprega para isso, naturalmente, recursos prprios.Os laudos de fls. 99 e 103 demonstram que todas as lavouras foram formadas e que estavam com bom aspecto. curial que a finalidade, ento, dos financiamentos no foi desvirtuada.O que ocorreu simples e singelamente explicvel pelo singular fato de o dinheiro ser o mais fungvel dos bens:a) o agricultor empregou na lavoura os recursos com que deveria pagar o banco;b) pediu financiamento para a lavoura e reps seus recursos prprios;c) com estes pagou o banco.1.14 Por fim, cabe ressaltar que para o correto tratamento dessa questo de fundamental importncia que se estabelea, de forma clara, um entendimento sobre o que se convencionou chamar de mata-mata, entendimento este que deve ser construdo a partir do que dispem as Resolues editadas pelo CMN/BACEN. Importante, tambm, descaracterizar a questo do mata-mata como argumento para justificar solicitaes de retroao de clculos.1.15 Observada a legislao/normatizao do crdito rural, os emprstimos dessa modalidade so concedidos com finalidade/destinao especfica que, se no cumprida, pode ensejar a desclassificao dos mesmos por conta do desvio do crdito.1.16 Em assim sendo, a alegao apresentada pelos requerentes existncia de operao mata-mata poderia ser interpretada como desvio de crdito, com todas as consequncias da advindas. Todavia, essa questo, conforme demonstramos, deve ser analisada sob um aspecto mais amplo.Portanto, por todo o exposto poder-se-ia afirmar que:a) no se pode falar em mata-mata quando a finalidade prevista no respectivo instrumento contratual foi cumprida ou quando, efetivamente, no seja demonstrado que, sem autorizao do muturio, os recursos debitados na conta grfica do financiamento tenham sido creditados em contas de dvidas pendentes;b) observadas as regras estabelecidas pelo Banco Central, no pode ser o agente financeiro responsabilizado pela forma como foram utilizados, pelo tomador do crdito, os recursos financiados ou como este administra seu fluxo de caixa;c) adicionalmente questo do mata-mata, caberia, com relao s operaes em que ocorreu a comercializao do produto vinculado e os recursos foram empregados na formao de nova lavoura ao invs de liquidar o financiamento, a discusso sobre desvio de crdito e/ou desvio de garantias;d) o argumento do mata-mata vem sendo utilizado exclusivamente com a finalidade de se buscar, na apurao dos valores enquadrveis na renegociao de que trata a Lei 9.138/1995, a retroao dos clculos operaes que no entender dos devedores seriam as operaes originais de que trata referida Lei 9138 e, com isso, obter, agora, a reduo do valor da dvida renegociada.

A preocupao da Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados refere-se possibilidade da Entidade, agindo de forma unilateral, irregularmente liberar recursos de financiamento rural condicionados liquidao de dvidas anteriores operao denominada de mata-mata , impedindo o produtor de custear a nova safra, seno pela utilizao de recursos prprios.Na anlise dos processos da amostra, percebemos que algumas liberaes, apesar de simultneas com a liquidao do financiamento anterior, ocorreram em valores maiores ou com modificao na cultura financiada, o que denota haver interesse por parte do muturio na execuo da transao, posto que, alm de receber novos recursos, deixaria de suportar os maiores encargos decorrentes do inadimplemento da obrigao vencida. Observamos, ainda na amostra, a existncia de laudos tcnicos de vistoria que comprovam a regularidade da produo. Dessa forma, se os valores decorrentes da venda da safra produzida (objeto garantidor do financiamento agrcola) no foram utilizados para a quitao da dvida contrada anteriormente, entende-se e aceita-se que os valores destinaram-se preparao da safra seguinte, dando continuidade ao ciclo produtivo. Tal situao , de fato, passvel de ocorrer em vista de fatores externos como o atraso na disponibilidade do financiamento da nova safra ou dependncia do mercado para a venda da produo.A propsito dessa contingncia, a Entidade trouxe a exame trechos de manifestao do Poder Judicirio em que este pondera, ante o fato de ser a fungibilidade um relevante atributo do dinheiro, a impossibilidade de se fazer a distino, quando do pagamento, entre recursos provenientes da venda da produo fonte primria e objeto garantidor para o pagamento da dvida e recursos provenientes do novo financiamento, que, a princpio, seriam aplicados no custeio da nova lavoura.Conforme discusso trazida pelo Banco do Brasil, a no liquidao do emprstimo com a venda da safra poderia ser, em princpio, passvel de enquadramento como desvio de crdito e/ou garantias, sujeito desclassificao para fins de contratao, segundo o 4 do art. 5 da Lei n. 9.138/1995. Temos a considerar, entretanto, que tal prtica deve ser ponderada ante o fato de que, mesmo na hiptese de ausncia de pronto pagamento pela venda da produo, os recursos estaro, ainda que indiretamente, aplicados no nico objeto legalmente admitido: o custeio agrcola. Este entendimento, inclusive, est previsto no MCR Manual de Crdito Rural, item 2.5.3, que dispe ser lcita a liberao de parte do crdito para cobrir gastos j realizados, desde que as despesas constem do oramento e tenham sido realizadas aps a apresentao da proposta de financiamento.Uma hiptese defensvel para a proposio de mata-mata, seria a de no atendimento ao previsto no MCR 2-6-9 que estabelece que devida a prorrogao, aos mesmos encargos financeiros, se comprovada a incapacidade do muturio, nos casos de dificuldade de comercializao dos produtos; frustrao de safras, por fatores adversos; ou por eventuais ocorrncias prejudiciais ao desenvolvimento das exploraes. Nessa situao, quaisquer novos emprstimos, com simultnea liquidao da dvida anterior e nova contratao a taxas superiores, estaria, em princpio, em desacordo com o dispositivo em anlise. Da amostra selecionada, no observamos evidncias quanto a situaes de dificuldade de comercializao dos produtos ou eventuais ocorrncias prejudiciais ao desenvolvimento das exploraes. Quanto possibilidade de frustrao de safras, identificamos um caso de pedido de ressarcimento, devidamente atendido pelo PROAGRO na proporo da perda do muturio. O saldo devedor remanescente foi objeto de renegociao PESA. Ante o exposto, em vista das anlises realizadas nas amostras, no identificamos situaes em que as operaes possam ser objetivamente caracterizadas como mata-mata.O item 2 da proposio da Comisso trata sobre:

2. Utilizao de ndices de atualizao monetria em desacordo com a legislao vigente (Planos Econmicos):a)Plano Vero Resultado da diferena de ndices no perodo de fevereiro a maio de 1989 (perodo j investigado pelo TCU, que apontou irregularidades ainda no corrigidas, indenizaes pagas s instituies financeiras);b)Plano Collor Verificado pela diferena de ndices ocorrida no ms de maro de 1990, com vasta jurisprudncia demonstrando a ilegalidade da aplicao do IRP em substituio ao BTN-F, entretanto, as instituies financeiras continuaram exigindo o referido diferencial dos muturios IRP = 74,60% e BTN-F = 41,28%;c)Plano Real Decorrente da implantao do Plano Real, quando a TR continuou sendo aplicada na atualizao dos dbitos rurais, em detrimento ao disposto no inciso IV, 2 do Artigo 16 da Lei n 8.880, de 27/05/1994. Destaca-se que artigo 2 da Lei n 9.138, de 1995 veio confirmar a correo monetria pela equivalncia em produto, apenas no se aplicaria para as operaes contratadas a partir de 29/11/1995. Dispositivo ignorado pelas instituies financeiras, provocou elevao dos dbitos em mais de 70%, quando os preos mnimos ficaram estabilizados, e, no caso do milho, sofreu reduo de 5%. O Banco do Brasil manifestou-se:

2. Utilizao de ndices de atualizao monetria em desacordo com a legislao vigente (Planos Econmicos)2.1 O Banco, na atualizao das dvidas de que se trata, observou o que estabelecia a legislao/normalizao especfica a respeito do assunto.

2.2 Os questionamentos que vem sendo apresentados pelos devedores sobre os Planos Econmicos referem-se, na sua quase totalidade, ao Plano Collor, em relao ao qual cabem os seguintes esclarecimentos:

a) de conformidade com as normas estabelecidas por ocasio do Plano de Estabilizao Econmica editado em maro/90 e de acordo com o procedimento definido pela Circular BACEN 1.130/1987, este agente financeiro corrigiu monetariamente seus emprstimos rurais, lastreados por recursos da caderneta de poupana, mediante a aplicao da variao do ndice de preos ao consumidor - IPC de maro/90, que foi de 84,32%;b) com a edio da Lei 8.088/1990, foi definido que o percentual a ser aplicado seria de 74,60%;c) nada obstante, referido percentual foi questionado por produtores rurais que, inclusive, impetram ao judiciais com vistas a discutir a questo;d) em 22.06.1994 foi editada a Resoluo CMN/BACEN 2.080 determinando que a parcela correspondente ao resultado da aplicao do diferencial de ndices de abril/90 (plano Collor) fosse escriturada em conta especial, apartada da conta grfica do respectivo financiamento;e) essa providncia de apartar a parcela do Plano Collor objetivava conceder prazo inicialmente fixado em 15.12.1994 para novas negociaes entre Governo, Banco do Brasil e Comisso de Agricultura da Cmara dos Deputados, que buscavam atribuir tratamento especfico para tal dvida;f) referida Resoluo tambm determinava, caso no surgisse no prazo estipulado soluo para a questo, a reunificao das contas (eliminando-se a conta especial);g) posteriormente, com a edio das Resolues CMN/BACEN 2.150/1995, 2.160/1995 e 2.164/1995, o prazo de 15.12.1994 foi dilatado para 30.09.1995;h) por ocasio da implementao da renegociao das dvidas oriundas do crdito rural Lei 9.138/1995 foi estabelecido que, a critrio do muturio, o saldo devedor a ser alongado/securitizado poderia ser acrescido da parcela da dvida referente ao diferencial de ndices do Plano Collor, independentemente do limite de R$200 mil e com acrscimo de 1 ano no prazo de pagamento.

2.3 Este Banco, por sua vez, adotou todos os procedimentos estabelecidos pela legislao/normatizao sobre o assunto, razo pela qual no vem sendo deferidas solicitaes de reclculo feitas pelos devedores com vistas a excluir das dvidas alongadas/securitizadas com base na Lei 9.138/1995 o chamado diferencial do Plano Collor.

A Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados questiona a aplicao de ndices de atualizao monetria em desacordo com a legislao vigente. No caso do primeiro item comentado (Plano Vero), a prpria Comisso entende que este Tribunal j apontou as irregularidades, portanto deixaremos de cuidar da questo nesta oportunidade. No que se refere ao segundo item (Plano Collor), o questionamento decorre da correo dos emprstimos, em maro/1990, pelo ndice de 74,60% (IRP), enquanto os muturios solicitavam a utilizao do reajuste de 41,28% (BTN-F). Em funo da discusso do assunto no judicirio, a Resoluo CMN/BACEN n. 2.080/1994 determinou que o valor do diferencial entre os ndices fosse segregado em controle contbil especfico, no aguardo de um evento, legislativo ou judicial, que desse fim questo.Importante perceber que a lei de renegociao (Lei n. 9.138/1995), por seu art. 5, 8, transcrito abaixo, acabou por reconhecer a legalidade da cobrana do diferencial, e, por reflexo, a correio dos procedimentos adotados pelo Banco do Brasil, vez que estabeleceu a possibilidade de o produtor acrescent-lo (diferencial devido) ao saldo devedor apurado para fins de alongamento, mesmo que superasse o limite de R$ 200 mil. Enfim, entendemos que no houve descumprimento da legislao.

8 A critrio do muturio, o saldo devedor a ser alongado poder ser acrescido da parcela da dvida, escriturada em conta especial, referente ao diferencial de ndices adotados pelo plano de estabilizao econmica editado em maro de 1990, independentemente do limite referido no 3, estendendo-se o prazo de pagamento referido no 5 em um ano.Em relao ao terceiro item abordado pela Comisso (Plano Real), como no houve manifestao do Banco do Brasil no documento original, reiteramos o pedido, e a instituio assim respondeu:

No houve descumprimento da citada legislao por parte do sistema financeiro.Na prtica, o disposto nas Leis 8.880 e 9.138, no que diz respeito a aplicao da correo monetria pela equivalncia produto, no chegou a ser adotado visto que a implementao dessa medida vem sendo postergada conforme estabelecido na seguinte legislao:-Lei 9.138 (com a redao dada pela MP2.168-40) artigo 2;-Lei 9.848/1999 artigo 1;-Lei 10.186/2001 artigo 2;-Lei 10.375/2003 artigo 9;-Lei 11.524/2007 artigo 12.

Em anlise ao contido no art. 16 da Lei n. 8.880, de 27/5/1994, verificamos que o seu 2 foi objeto de veto por parte do Poder Executivo, o qual foi derrubado pelo Congresso Nacional. Em funo da possibilidade de derrubada do veto, o Ministro da Fazenda poca, solicitou Procuradoria Geral da Fazenda Nacional uma anlise das implicaes jurdicas da rejeio, pelo Congresso Nacional, do veto do Presidente da Repblica. A Procuradoria emitiu o parecer PGFN/PG n. 357/95 que, no item 3, estabeleceu os contornos da anlise.

3.Importa objetivamente saber, no que tanger norma transcrita: (i) se por resultar da rejeio congressual de veto presidencial a dispositivo de lei j em vigor, sua eficcia retroagiria ao momento em que aquela lei se tornou eficaz; (ii) se alcanaria as relaes jurdicas j aperfeioadas quanto de seu ingresso no mundo jurdico, e (iii) se, com relao a operaes futuras, estariam obrigadas ao seu fiel cumprimento as instituies financeiras que operam com crdito rural, em particular o Banco do Brasil S.A, independentemente de subveno econmico de parte do governo federal.

A anlise dos elementos trazidos no parecer foi baseada em estudos da Consultoria Jurdica do Banco do Brasil (Parecer Cojur/Consu n. 7.126, de 10/4/1995), que teve a concordncia na ntegra pela PGFN e considerou que a parte cujo veto foi derrubado, somente entraria em vigor e se tornaria eficaz aps promulgada e publicada no Dirio Oficial; a norma incide somente nas operaes contratadas aps a sua vigncia, respeitado o ato jurdico perfeito; e a aplicabilidade para operaes futuras depende da existncia de previso oramentrias especfica, para fazer frente a eventual despesa inerente assuno de encargo pelas instituies financeiras.Quanto data da entrada em vigor e eficcia da derrubada do veto, o Supremo Tribunal Federal se pronunciou no RE n. 85.950-RS, estabelecendo que a data a ser considerada a da publicao da parte vetada que passou a integrar a lei, no presente caso, 11/5/1995.Em relao ao argumento de que a medida no atinge os contratos anteriores, foi aludido o art. 5, XXXVI da Constituio Federal, por considerar o contrato como um ato jurdico perfeito, e que aquela lei no se enquadra na teoria da impreviso, nem pode ser considerada como lei pblica.Enfim, no que tange necessidade de previso oramentria especfica para fazer frente a eventuais despesas nas novas contrataes, as alegaes apresentadas do conta da possibilidade de que a variao dos preos mnimos sejam inferiores ao custo de captao, impondo prejuzos s instituies financeiras que operam no crdito rural e, nessa situao, seria necessria uma subveno econmica por parte da Unio Federal para ressarcir as perdas decorrentes. As consideraes apresentadas so relevantes. Observe-se, como justificado pelo Banco do Brasil no item 3.2.22, que a prpria legislao especfica est postergando, sucessivamente, a eficcia da norma que possibilita a correo monetria pela equivalncia-produto. Note-se, ainda, que a matria ainda no foi normatizada pelo CMN ou BACEN, logo, no foram criadas rotinas operacionais sobre o assunto. No entanto, ponderados os argumentos apresentados, entendemos que no perodo de 11/5/1995 (incio da vigncia da parte vetada da Lei n. 8.880) a 29/11/1995 (Lei n. 9.138/1995) estava vigente o contedo do 2, art. 16, da Lei n. 8.880/1994 que prev que a atualizao monetria aplicada aos contratos celebrados neste perodo deve ser equivalente dos preos mnimos em vigor para os produtores agrcolas.O item 3 da proposio da Comisso est apresentado a seguir:

3. Capitalizao de juros em desacordo com as normas editadas pelo Banco Central do Brasil Trata-se da utilizao de capitalizao mensal de juros, contrariando o que determina o decreto-lei n. 167/67, e em muitos casos, contrariando a forma prevista no contrato.Quanto ao assunto o Banco do Brasil respondeu: 3.1 O artigo 5 do Decreto-lei 167/67 dispe:As importncias fornecidas pelo financiador vencero juros s taxas (....) e sero exigveis em (....) podendo, o financiador, nas datas previstas, capitalizar tais encargos na conta vinculada operao (grifamos)3.2 Por sua vez, o STJ admite a capitalizao em cdula, desde que pactuada (Smula n. 93), mas entende no haver pacto com a s referncia ao mtodo hamburgus:Crdito rural. Juros. Capitalizao mensal. Smula n. 93.I a capitalizao mensal dos juros no crdito rural somente permitida quando expressamente pactuada, sendo insuficiente a referncia ao mtodo hamburgus. (grifos nossos)3.3 Diante do exposto, no cabe a argumentao de que no permitida a capitalizao mensal dos juros em operaes contratadas sob a gide do decreto-lei 167/67.

A instituio entende que a capitalizao mensal de juros encontra amparo legal justamente no dispositivo dito contrariado, ou seja, no Decreto-lei n. 167/1967. Quanto a este assunto, verificamos que o seu art. 5 faculta o acordo entre as partes para a aplicao da taxa de juros no vencimento das prestaes. No crdito agrcola esse acordo se formaliza pela prpria cdula de crdito. Art. 5 As importncias fornecidas pelo financiador vencero juros as taxas que o Conselho Monetrio Nacional fixar e sero exigveis em 30 de junho e 31 de dezembro ou no vencimento das prestaes, se assim acordado entre as partes; no vencimento do ttulo e na liquidao, por outra forma que vier a ser determinada por aquele Conselho, podendo o financiador, nas datas previstas, capitalizar tais encargos na conta vinculada operao. (grifos nossos)

O Banco do Brasil apresentou, ainda, como argumento para a aplicao do mtodo de capitalizao mensal s operaes de crdito rural, posio do Superior Tribunal de Justia, instncia mxima que diz o Direito sobre questes infraconstitucionais, exteriorizada por meio da Smula n. 93.

Legislao sobre cdulas de crdito rural, comercial e industrial admite o pacto de capitalizao de juros.

Este assunto j foi objeto de anlise neste Tribunal quando da Auditoria do FCO. Na ocasio a Deciso n. 662/2001-Plenrio determinou o reclculo das dvidas pelo Banco do Brasil. Em grau de recurso, o Acrdo 1114/2004-Plenrio tornou insubsistente tal determinao. Entendemos que, embora exista amparo legal e jurisprudencial para a aplicao do mtodo de capitalizao mensal, caso a instituio queira utiliz-lo, deve consignar expressamente em clusula da cdula rural, de forma que, a inexistncia de tal condio, possibilita o questionamento do devedor pelas vias administrativa ou judicial. Quando do exame da amostra (anexo 6), no identificamos casos de capitalizao de juros em desacordo com as normas editadas pelo Decreto-lei n. 167/1967.O item 4, apresentado pela Comisso, trata sobre:

4. Juros de inadimplncia e de mora observado quando a instituio financeira eleva a taxa pactuada inferior a 12% ao ano para o teto de 12% ao ano. O Banco Central estabelece como limite mximo o percentual de at 12% ao ano, com o expurgo dos encargos de mora. Em alguns acasos, quando a taxa elevada para 12 % a.a., incorpora s contas, inadimplncia cujo expurgo determinado pelo BACEN.

Em relao a este assunto o Banco do Brasil apresentou os seguintes esclarecimentos:

4.1 Para a compreenso da questo, se fazem necessrias as seguintes observaes:a) as operaes enquadrveis no processo de renegociao previsto pela Lei 9.138/1995 foram contratadas com encargos:- de normalidade, para serem aplicados enquanto a operaes estivesse nessa condio; e de,- inadimplemento (comisso de permanncia) aplicados aps a data de vencimento, desde que no efetuados os respectivos pagamentos.b) a Resoluo CMN/BACEN 2.238/1995, para a apurao do valor renegocivel, estabeleceu o seguinte critrio:para fins do alongamento de dvidas vencidas at 30.11.95, o total do saldo devedor deve ser calculado com base nos encargos financeiros previstos nos contratos originais para a operao enquanto em curso normal, at a data do vencimento pactuado. A partir do vencimento e at 30.11.95, incidiro os encargos financeiros totais at o limite mximo de 12% a.a. (doze por cento ao ano) mais o ndice de remunerao dos depsitos de poupana, expurgando-se...4.2 A regra estabelecida pelo CMN/BACEN no estabelece a alterao dos encargos pactuados entre o agente financeiro e o devedor, mas apenas fixou um teto a ser observado para os encargos de inadimplemento, que, ao invs daqueles pactuados, deveriam ser de at 12% a.a. mais variao do IRP. 4.3 Uma vez inadimplida a operao, observadas as clusulas contratuais, passariam a incidir encargos de anormalidade (tambm denominados encargos de inadimplemento ou comisso de permanncia). Tais encargos de anormalidade eram compostos por multa, mora e juros de mercado, geralmente muito superiores aos 12% mais variao do IRP estabelecidos pela Resoluo 2.238.4.4 De modo geral, os devedores vm pleiteando que sejam aplicados, para o perodo entre o vencimento da operao e 30.11.1995, a mesma taxa de normalidade observada at a data de vencimento, alegando, para tanto, que a resoluo estabeleceu encargos de at 12% a.a. aplicveis aps o vencimento e at 30.11.1995.4.5 Todavia, tal interpretao nos parece equivocada, pois a Resoluo estabeleceu, to somente, um limitador para os chamados encargos de inadimplemento e no a manuteno da taxa de normalidade para o perodo de anormalidade.4.6 Cabe ressaltar que, observados os patamares dos encargos de inadimplemento vigentes poca da renegociao, a fixao do teto de 12% a.a. mais variao do IRP propiciou reduo dos saldos devedores dos muturios enquadrveis no processo de renegociao.

Antes de tudo, registre-se que o 2 do art. 5 da Lei n. 9.138/1995 estabeleceu que a apurao do saldo devedor obedeceria s normas fixadas pelo Conselho Monetrio Nacional.

2 Nas operaes de alongamento referidas no caput, o saldo devedor ser apurado segundo as normas fixadas pelo Conselho Monetrio Nacional.

Com a regulamentao, por meio da Resoluo CMN/BACEN n. 2.238/1996, ficou estabelecido no inciso VI do art. 1 os encargos financeiros totais, at o limite mximo de 12% a.a..

VI - para fins do alongamento de dvidas vencidas at 30.11.95, o total do saldo devedor deve ser calculado com base nos encargos financeiros previstos nos contratos originais para a operao enquanto em curso normal, at a data do vencimento pactuado. A partir do vencimento e at 30.11.95, incidiro os encargos financeiros totais at o limite mximo de 12% a.a. (doze por cento ao ano) mais o ndice de remunerao dos depsitos de poupana, expurgando-se, se houver:a) os valores relativos capitalizao de juros em desacordo com o disposto no Decreto-lei n 167, de 14.02.67, ou em outra norma legalmente estabelecida; b) os dbitos relativos a multa, mora, taxa de inadimplemento e honorrios advocatcios de responsabilidade da instituio financeira; c) a diferena entre os valores cobrados dos muturios a ttulo de adicional do Programa de Garantia da Atividade Agropecuria (PROAGRO) e aqueles legalmente autorizados; d) outros dbitos, no relativos a encargos financeiros bsicos, no previstos no contrato original;

No h divergncia de entendimento entre a Comisso e as instituies financeiras quanto aos encargos da operao at a data de vencimento do contrato original. No que se refere ao perodo entre o vencimento da dvida e at 30/11/1995, observamos que a Resoluo CMN/BACEN n. 2.238/1996 trouxe, no seu bojo, diferenciao entre o que chamou de encargos financeiros totais utilizado para o perodo em discusso e encargos financeiros previstos nos contratos originais estabelecido para o perodo em que no h divergncia de entendimento. Caso fosse pretenso da norma que os encargos, no perodo de inadimplncia (vencimento da dvida e at 30/11/1995), fossem semelhantes aos previstos originalmente nos contratos, a redao do dispositivo seria bastante simplificada, sem a necessidade de termos diferenciados e alneas de desdobramentos. Observe-se adicionalmente que, para garantir a incidncia dos encargos financeiros totais at o limite mximo de 12% a.a. (doze por cento ao ano) mais o ndice de remunerao dos depsitos de poupana, foi determinado o expurgo dos dbitos lanados nos emprstimos, dentre os quais a multa, mora e taxa de inadimplemento, alm de outros dbitos que no estivessem previstos no contrato original. O Banco do Brasil, visando maximizar os resultados e cumprir a norma, utilizou o patamar mximo previsto na Resoluo do CMN/BACEN, ao estabelecer o teto de 12% para todos os contratos indistintamente. Entretanto, consideramos que a medida somente seria prejudicial ao cliente se causasse maior nus que a dvida original acrescida dos encargos de inadimplncia. Assim, em funo da razoabilidade da informao do Banco do Brasil de que a medida propiciou reduo dos saldos devedores dos muturios e pelo fato de no termos identificado, na amostra analisada, nenhum cliente com saldo devedor aumentado, aps os ajustes, entendemos que no houve descumprimento da Resoluo CMN/BACEN n. 2.238/1996. A Comisso solicita, no seu item 5, posicionamento do Tribunal quanto utilizao de juros acima de 12% a.a..

5. No Relatrio final da CPMI aprovado neste Congresso Nacional, foi denunciada a utilizao de juros acima de 12% ao ano, taxas estas que deveriam ser adequadas realidade da atividade rural. H inmeros acrdos que concluem pela utilizao desta limitao Constitucional, tendo em vista que o conselho Monetrio Nacional CMN no autorizou e nem fixou taxas a serem utilizadas pelas instituies financeiras. necessrio, neste caso, que o TCU se manifeste a respeito desta prtica adotada pelo Sistema Financeiro, principalmente pelos Bancos ditos pblicos.

A respeito deste assunto, o Banco do Brasil manifestou-se:

5.1 Nada obstante prevista no texto constitucional, a limitao da taxa de juros em 12% a.a. para ser aplicada depende de regulamentao. Esse tambm o entendimento do STJ (Recurso especial n 6.297-0 MT).5.2 A questo da no aplicabilidade do art. 192 da Constituio Federal foi definida pelo Supremo Tribunal Federal. Com o advento da emenda constitucional n 40, pacificou-se de uma vez por todas a questo, tanto que o Supremo atravs da smula 648 disps:A norma do 3 do art. 192 da Constituio, revogada pela EC 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12 % ao ano, tinha sua aplicabilidade condicionada edio de lei complementar.5.3 Diante disso, este agente financeiro tem indeferido pleitos que buscam, na apurao do valor renegocivel com base da Lei.9138/1995, a limitao dos juros contratuais a 12% ao ano.

A questo no nova, porm o STF em mais de uma ocasio se posicionou contrariamente limitao da taxa de juros reais a 12% a.a. em vista da ausncia de norma eficaz. Antes da Constituio Federal de 1988, alegava-se a aplicao do Decreto n. 22.626/1933 (Lei da Usura), argumento definitivamente derrubado pela Corte Suprema com a Smula n. 596, em Sesso de 15/12/1976, segundo a qual a Lei da Usura, quanto s taxas de juros e outros encargos, no se aplica s instituies financeiras.

As disposies do Decreto 22.626/1933 no se aplicam s taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operaes realizadas por instituies pblicas ou privadas, que integram o sistema financeiro nacional.

Com a Constituio Federal de 1988, por seu art. 192, 3, ficou estabelecido que as taxas de juros reais no poderiam ser superiores a 12% a.a., e que a cobrana acima deste limite seria conceituada como crime de usura. Este dispositivo trouxe novamente a discusso apreciao do Poder Judicirio. O Pleno do STF, ao julgar, em 7/3/1991, Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4/DF), reconheceu que no vigora norma de eficcia limitadora dos juros, ao entender que o 3 do art. 192 no possua eficcia imediata, vez que aguardaria a edio da lei complementar determinada no caput.

EMENTA: Ao Direta de Inconstitucionalidade. Taxa de juros reais at doze por cento ao ano (pargrafo 3 do art. 192 da Constituio Federal).(...) 6. Tendo a Constituio Federal, no nico artigo em que trata do sistema financeiro nacional (art. 192), estabelecido que este ser regulado por lei complementar, com observncia do que determinou no caput, nos seus incisos e pargrafos, no de se admitir a eficcia imediata e isolada do disposto em seu pargrafo 3, sobre taxa de juros reais (12 por cento ao ano), at porque estes no foram conceituados. S o tratamento global do sistema financeiro nacional, na futura lei complementar, com a observncia de todas as normas do caput, dos incisos e pargrafos do art. 192, que permitir a incidncia da referida norma sobre juros reais e desde que estes tambm sejam conceituados em tal diploma.

Em 14/6/1994, a Primeira Turma do STF, valendo-se da consagrada classificao das normas constitucionais de Jos Afonso Silva, considerou o 3 do art. 192 norma constitucional de eficcia limitada, ou seja, incabvel dar vigncia ao dispositivo sem, antes, a edio da lei complementar. RE 160917 /RS Sesso de 14/6/1994E M E N T A: TAXA DE JUROS REAIS - LIMITE FIXADO EM 12% A.A. (CF, ART. 192, 3) - NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICCIA LIMITADA - IMPOSSIBILIDADE DE SUA APLICAO IMEDIATA - NECESSIDADE DA EDIO DA LEI COMPLEMENTAR EXIGIDA PELO TEXTO CONSTITUCIONAL - APLICABILIDADE DA LEGISLAO ANTERIOR CF/88 - RECURSO IMPROVIDO. - A regra inscrita no art. 192, 3, da Carta Poltica - norma constitucional de eficcia limitada - constitui preceito de integrao que reclama, em carter necessrio, para efeito de sua plena incidncia, a mediao legislativa concretizadora do comando nela positivado. Ausente a lei complementar reclamada pela Constituio, no se revela possvel a aplicao imediata da taxa de juros reais de 12% a.a. prevista no art. 192, 3, do texto constitucional.

Enfim, mais fora ganha esse entendimento com a edio, pelo STF, da Smula n. 648, quando explicitamente refora que a 3 do art. 192 da Constituio Federal (revogada, em 29/5/2003, com a edio da EC n. 40/2003) tinha sua aplicabilidade condicionada edio de lei complementar.

STF Smula n. 648 Sesso de 24/09/2003A norma do 3 do art. 192 da Constituio, revogada pela Emenda Constitucional 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicabilidade condicionada edio de lei complementar.

Pelo exposto, observamos que, antes das renegociaes amparadas pela Lei n. 9.138/1995, e at em perodo anterior entrada em vigor da Constituio de 1988, j se assentara no STF entendimento da ausncia de norma com eficcia a limitar juros contratuais, nas instituies financeiras, ao patamar de 12% a.a..No item 6, a Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados traz novamente questionamentos sobre a praxe bancria de ano civil e ano comercial, assunto j tratado no mbito do Acrdo n. 55/2003 do Plenrio deste Tribunal, o qual est sendo objeto de monitoramento no presente Trabalho. Dessa forma, deixaremos de apresentar novas discusses sobre o assunto. Finalmente no item 7, a Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados questiona a legalidade do procedimento de cobrana de juros sobre o saldo devedor atualizado.

7. Clculo de juros pelo saldo devedor atualizado tambm outra prtica que, ao final, se caracteriza por uma capitalizao diria, em desacordo com as normas legais. necessrio que o TCU se manifeste sobre esta prtica.

Quanto a este assunto, verificamos que na dcada de oitenta, poca de altos ndices inflacionrios, algumas regies do pas tiveram tratamento diferenciado, segundo regras estabelecidas pela Resoluo CMN/BACEN n. 827, de 9/6/1983, que criou linhas de crdito rural especiais, onde estipulava ajuste monetrio baseado na ORTN e capitalizao semestral de juros pelos saldos devedores dirios corrigidos.Em 23/12/1987, com a edio da Circular n. 1.268, o BACEN incluiu no Manual de Crdito Rural, Ttulo 6, Captulo 2, Seo 4, determinao de que, nas operaes com recursos obrigatrios, os juros deveriam ser calculados semestralmente, no vencimento e na liquidao da dvida, calculados sobre os saldos devedores dirios. Esta metodologia foi mantida pela MP n. 294/1991, convertida na Lei n. 8.117, de 1/3/1991, que passou a estabelecer como ndice de ajuste monetrio a Taxa Referencial Diria (TRD), que corresponde distribuio pro rata dia da TR fixada para o ms corrente.Esta forma de apurao foi modificada com a edio da Resoluo CMN/BACEN n. 1.954, de 7/8/1992, ao dispor que a taxa efetiva de juros deveria ser livremente pactuada entre financiado e financiador, obedecendo alguns limites, conforme porte do beneficirio:

Art. 2. Os financiamentos formalizados com recursos:i - da exigibilidade do MCR 6-2 fiquem sujeitos Taxa Referencial Diria (TRD), acrescida de taxa efetiva de juros livremente pactuada entre financiado e financiador, obedecidos os seguintes limites, segundo o porte do beneficirio:....

Tal posicionamento foi ratificado pela Resoluo CMN/BACEN N. 2.000, de 1/9/1993, que dispe em seu art. 1:

Art. 1. Os financiamentos rurais formalizados com recursos obrigatrios (MCR 6-2) sujeitam-se a remunerao pela Taxa Referencial (TR), observada a regulamentao aplicvel s operaes ativas e passivas praticadas no mbito do mercado financeiro baixada pelo Banco Central do Brasil, acrescida de taxa efetiva de juros livremente pactuada entre financiado e financiador, obedecidos os seguintes limites, segundo o porte ou a classificao do beneficirio:....

No que se refere ao processo de renegociao de dvidas, objeto da presente anlise, no temos dvidas quanto cobrana de juros sobre saldo devedor atualizado, como pode ser constatado no art. 2 da Lei n. 10.437/2002:

Art. 2 Fica autorizada, para as operaes de que trata o 6-A do art. 5 da Lei n. 9.138, de 29 de novembro de 1995, a repactuao, assegurando, a partir da data da publicao desta Lei, aos muturios que efetuarem o pagamento das prestaes at a data do respectivo vencimento, que a parcela de juros, calculada taxa efetiva, originalmente contratada, de at oito por cento, nove por cento e dez por cento ao ano sobre o principal atualizado com base na variao do ndice Geral de Preos de Mercado - IGP-M, no exceder os tetos de:... (grifos nossos)

Quanto ao cumprimento dos normativos do CMN/BACEN, no foram identificadas irregularidades nas operaes analisadas, no que tange adoo de clculo de juros.

Despesas realizadas pela Secretaria do Tesouro Nacional

A Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados solicita, ainda, informaes relativas s despesas realizadas pela Secretaria do Tesouro Nacional STN no tocante equalizao de encargos financeiros ....Pela similaridade das informaes requeridas, com a Comunicao ao Plenrio do Ministro Augusto Nardes, de 18/4/2007, os dados sero apresentados de forma global, no item seguinte.

Anlise dos itens da comunicao do Ministro Augusto Nardes

Processo de transferncia dos crditos rurais para o Tesouro

A Comunicao ao Plenrio do Ministro Augusto Nardes, de 18/4/2007, visa primordialmente que o Tribunal tenha conhecimento de como se efetivou o processo de transferncia dos crditos ao Tesouro Nacional e verifique a consistncia dos valores creditcios, vez que, alm de apurados pelas prprias instituies financeiras, representaram nus aos cofres pblicos.O item 2 deste Relatrio apresenta uma viso resumida da evoluo histrica do processo, para que haja um entendimento inicial da matria. Acrescentamos que trata-se de um assunto extenso, com vrias interpretaes e discusses legais e envolvem diversos tipos de renegociaes encadeadas. As negociaes relacionam-se s mais variadas modalidades de emprstimos, com especificidade no porte do muturio, valor da dvida, relacionamento com cooperativas, dentre outros itens especficos, os quais so regidos por extenso volume de normativos.Quanto aos gastos da Unio, observamos que, em decorrncia do processo de Securitizao, normalizado pela Lei n. 9.138/1995, o Tesouro Nacional foi autorizado a emitir ttulos no montante de at R$ 7 bilhes. Conforme informaes do rgo (Anexo 4, fls. 14/15), foram emitidos R$ 5.550.258.000,00 em ttulos. Esse valor seria recuperado quando do pagamento das dvidas pelos muturios. A diferena entre o valor do resgate dos ttulos e os pagamentos dos muturios seria considerada como subsdio implcito (Anexo 4, fl. 43). Entretanto, o grande volume de inadimplncia e as sucessivas prorrogaes de dvidas reduziram, em grande parte, a capacidade de recuperao do aporte financeiro do Tesouro. No mbito da Lei n. 9.138/1995 o Tesouro ficou, ainda, responsvel pela equalizao das operaes de alongamento lastreadas com recursos do Fundo de Participao do PIS/PASEP, FAT e BNDES. Os demais Fundos suportariam o impacto financeiro da medida.No que se refere s dvidas superiores a R$ 200 mil, estava previsto na lei que o Tesouro Nacional no arcaria com nenhum gasto, ficando definida a livre renegociao entre as instituies financeiras e os muturios. Com a edio da Resoluo n. 2.471/1998, que instituiu o PESA, as negociaes e alongamentos ainda seriam suportados pelas instituies financeiras. Entretanto, aps a edio da Lei n. 9.866/1999 o Tesouro passou a subsidiar 2% dos juros anuais da dvida, percentual que foi incrementado para at 5%, mais diferencial do IGP-M aps a Lei n. 10.437/2002.A MP n. 2.196/2001 autorizou, no mbito do Programa de Fortalecimento das Instituies Financeiras Federais, a assuno das dvidas agrcolas pelo Tesouro Nacional. Apenas o Banco do Brasil formalizou contratos de cesso das dvidas, e passou a exercer as funes de administrador dos crditos da Unio (Anexo 4, fls. 099/141), remunerado pela prestao desse servio. Essa medida trouxe um impacto financeiro inicial para o Tesouro Nacional de R$ 5.654.150.672,19, pagos em Ttulos Pblicos LFT e CFT (Anexo 4, fls. 190/203). Ainda no mbito desta Medida Provisria foram transferidos, por meio de Dao em Pagamento, as operaes de responsabilidade do prprio Tesouro Nacional.A Tabela 1 apresenta os desembolsos da Unio, em espcie, decorrentes de prestao de contas recebidas das diversas instituies financeiras relativas a equalizao de taxas Securitizao e PESA e Administrao de crditos cedidos:Tabela 1 Dispndios do Tesouro Nacional(valores em R$)

DataTipo de despesaValor 23/12/1998Equalizao de taxas - Securitizao Lei 9138/9556.707.253,8231/12/1998Equalizao de taxas - Securitizao Lei 9138/9518.259,67Total de 1998

56.725.513,4905/12/2001Equalizao PESA15.536.954,39Total de 2001

15.536.954,3931/12/2002Remunerao ao BB por Administrao crditos MP 2196/0129.203.265,76Total de 2002

29.203.265,7624/1 a 30/4/2003Remunerao ao BB por Administrao crditos MP 2196/017.405.827,5116/01 a 05/12/2003Equalizao PESA164.158.373,83Total de 2003

171.564.201,3431/12/2004Remunerao ao BB por Administrao crditos MP 2196/0164.748.569,5507/06 a 06/12/2004Equalizao PESA135.677.015,49Total de 2004

200.425.585,0431/10 a 23/12/2005Remunerao ao BB por Administrao crditos MP 2196/0137.397.190,3806/06 a 05/12/2005Equalizao PESA300.993.106,82Total de 2005

338.390.297,2023/1 a 26/9/2006Remunerao ao BB por Administrao crditos MP 2196/0120.575.489,0606/06 a 05/12/2006Equalizao PESA328.756.562,15Total de 2006

349.332.051,2113/2 a 25/9/2007Remunerao ao BB por Administrao crditos MP 2196/0125.038.035,8905/06/2007Equalizao PESA64.604.912,61Total de 2007

89.642.948,50Total pago espcie

1.250.820.816,93Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional (Anexo 4, fls.5/24)

Os desembolsos relativos a equalizao PESA e remunerao ao BB como mandatrio da Unio ocorrem medida que as instituies efetuam suas prestaes de contas ao Tesouro e incluem eventuais ajustes pontuais decorrentes de alteraes nos clculos das dvidas. Os valores so conferidos e acompanhados pela STN. Conforme apresentao da Secretaria do Tesouro Nacional, de julho/2007 (Anexo 4, fl. 35), a posio atualizada das dvidas agrcolas dos programas de Securitizao, PESA, Prodecer II, PRONAF totalizam mais de R$ 20 bilhes, e esto distribudas conforme detalhado na Tabela 2.

Tabela 2 Distribuio das dvidas agrcolas junto Unio (valores em R$)ProgramaFaixa de saldosDevedoresVincendasVencidasTotais

QQuantSaldo devedorQQuantSaldo devedor

Securitizao Iat 50.00033062.929.765,6366.05571.020.020,2073.949.785,83

de 50.001 a 200.0003383.952.093,2322.103222.890.035,32226.842.128,55

acima de 200.000331.342.164,5122.3011.747.490.719,221.748.832.883,73Securitizao IIat 50.000335.287614.952.063,7877.885140.160.324,96755.112.388,74

de 50.001 a 200.000114.8981.465.405.447,0644.907519.695.091,281.985.100.538,34

acima de 200.00044.8192.319.782.335,68228831.562.867.756,803.882.650.092,48Total SEC

555.3514.408.363.869,89226.1344.264.123.947,788.672.487.817,67PESAat 50.000667317.596.891,78557516.519.022,1234.115.913,90

de 50.001 a 200.00011.075118.421.954,9211122124.271.183,62242.693.138,54

acima de 200.00011.4103.490.059.952,25221215.605.853.912,099.095.913.864,34Total PESA

331583.626.078.798,95338185.746.644.117,839.372.722.916,78PRODECER II

115.750.000,00PRONAF

2.748.559.000,00Total Geral

558.5098.034.442.668,84229.95210.010.768.065,6120.909.519.734,45Dvida Ativa Unio(Oriunda dos programas acima)4.896.000.000,00Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional (Anexo 4, fls. 25/35)

Obs. : Ocorreu a Securitizao acima de R$ 200 mil para clientes que incluram o diferencial do plano Collor na negociao e PESA abaixo de R$ 200 mil para clientes que no optaram, poca, pela Securitizao e alguns emprstimos posteriores autorizados.

Os dados e informaes apresentados mostram a magnitude do processo. Os desembolsos diretos com subsdios das taxas dos emprstimos e administrao da dvida adquirida j superam R$ 1,2 bilhes e o montante da dvida administrada passa de R$ 20,9 bilhes. Conforme informaes da equipe responsvel pelo gerenciamento dos trabalhos na STN, o Banco do Brasil, principal agente financeiro do processo, mantm constante intercmbio de informaes com o objetivo de dot-los de dados atuais quanto evoluo dos saldos, que ocorrem por pagamentos, inscrio dos dbitos em Dvida Ativa da Unio ou outras movimentaes relevantes.

Consistncia dos valores informados pelas Instituies Financeiras

A regularidade dos saldos devedores das operaes transferidos ou cedidas no processo de Securitizao/Alongamento foi observada, em parte, no item 3 deste Relatrio, quando do monitoramento dos Acrdos do Tribunal e na apreciao das questes formuladas pela Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmara de Deputados. Adicionalmente, foram realizadas, com base no inciso VI do art. 1 da Resoluo CMN/BACEN n. 2.238/1996, as seguintes anlises:

a)se o saldo devedor da dvida foi calculado com base nos encargos previstos no instrumento de crdito, considerando situao de normalidade at o prazo pactuado;b)se, a partir do vencimento do contrato at 30/11/1995, foi considerada a incidncia de encargos mximos de 12% ao ano, mais o ndice de remunerao dos depsitos de poupana;c)se foram expurgados os valores relativos capitalizao de juros em desacordo com o disposto no Decreto-lei n. 167, de 14/2/1967;d)se foram expurgados os dbitos relativos a multa, mora, taxa de inadimplemento e honorrios advocatcios; ee)se foi expurgada a diferena entre os valores cobrados do muturio a ttulo de adicional do PROAGRO e os valores legalmente autorizados.

Quanto s eventuais solicitaes de reviso de clculos, conforme previsto no item VIII do art. 1 da Resoluo CMN/BACEN n. 2.238/1996 e art. 2. da Resoluo CMN/BACEN n. 2.433/1997, no foram identificados pedidos com amparo nos normativos supracitados. Questionado a respeito, o Banco do Brasil informou desconhecer a existncia de solicitaes da espcie (fl. 47).Para os processos de PESA, foram observados os pontos constantes do art. 2. da Resoluo CMN/BACEN n. 2.471/1998, que eram semelhantes aos listados no item 4.2.1, ressalvando-se alguns detalhes especficos daquela negociao.Adicionalmente, procedemos no mbito da amostra do Banco do Brasil, comparao entre os valores de cada um dos processos analisados e os constantes dos arquivos entregues Secretaria do Tesouro Nacional e no identificamos divergncias significativas.Cabe assinalar que, em geral, os trabalhos dessa magnitude necessitam de alguns ajustes nas informaes originais, decorrentes de reavaliao de processos e outros acertos necessrios. Essas ocorrncias, entretanto, no tiveram interferncias importantes no valor global e foram objeto de acompanhamento nas prestaes de contas peridicas entre a Instituio e o Tesouro.Finalmente, da anlise efetuada e nos limites da amostra, constatamos a ausncia de irregularidades relevantes por parte das instituies financeiras quanto aos procedimentos ditados pela Lei n. 9.138/1995, MP n. 2.196/2001 e Resolues CMN/BACEN n.os 2.238/1996 e 2.471/1998, e demais normas correlatas. Algumas falhas operacionais foram detectadas e esto sendo tratadas como achado no item 6.1. No entender das equipes de auditoria, estes achados no comprometeram a regularidade e consistncia do processo como um todo.

Temas Correlatos

Legalidade da inscrio dos crditos agrcolas em Dvida Ativa da Unio

O Ministro Augusto Nardes encaminhou documento intitulado Endividamento Agrcola Securitizao e PESA (Lei 9.138/95 Cesso dos crditos Unio (MP 2.196-3/01) (fls. 22/26), no qual consta, na viso da empresa Bureaux Jurdicos Associados, um breve histrico do processo de securitizao e discusso sobre as conseqncias da incluso dos dbitos inadimplentes na Dvida Ativa da Unio, com abordagem de aspectos relacionados legalidade, possveis irregularidades cometidas pelo Tesouro e outras falhas operacionais.Pela importncia do assunto e por constar do documento informaes de que os procedimentos de inscrio dos valores na Dvida Ativa da Unio no foram precedidos de qualquer exame em relao legalidade e exatido, buscamos documentos e informaes junto Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, rgo responsvel pela apurao e inscrio em Dvida Ativa da Unio, segundo o 5 do art. 39 da Lei n. 4.320, para avaliar a pertinncia das informaes prestadas. No entanto, no abordaremos na anlise, diversos itens apresentados no documento da empresa Bureaux Jurdicos Associados, que cuidam da formalizao dos processos a serem inscritos em Dvida Ativa e questes quanto a clculos e detalhes operacionais, vez que se trata de matria a ser analisada no caso concreto, para as quais no cabe discusso do Tribunal.Relembre-se, a propsito do tema, que a MP n. 2.196/2001, com fora de lei por determinao do art. 62 da Constituio Federal, autorizou, por seu artigos 2 e 3, a aquisio e o recebimento dos crditos agrcolas operacionalizados na forma da Lei n. 9.138/1995 (Equalizao) e da Resoluo CMN/BACEN n. 2.471/1998 (PESA), pela Unio, que passaria a deter a titularidade do direito e o risco de crdito, desonerando os bancos deste risco e, com efeito, de aes administrativas e judiciais de cobrana. O Banco do Brasil foi a nica instituio financeira federal que deu eficcia ao dispositivo legal, de forma que passou a atuar, em relao maior parte das operaes, como mero mandatrio da Unio, recebendo remunerao pelos servios correspondentes (Anexo 4, fls. 099/141).Na documentao recebida da PGFN, observamos que, ao contrrio do que foi afirmado no documento da empresa Bureaux Jurdicos Associados (fl. 24), o assunto foi precedido de ampla anlise, conforme destaca-se do PARECER/PGFN/CDA N. 723/2004, de 26/4/2004 (Anexo 3, fls.15/20), aprovado pela Procuradora-Geral da Fazenda Nacional, Sra. Telma Berto Correia Leal e do PARECER PGFN/CDA n. 1487/2006, de 24/7/2006, da lavra do Procurador da Fazenda Nacional e Coordenador da Dvida Ativa da Unio, Sr. Christiano Mendes Wolney Valente (Anexo 3, fls. 52/69), aprovado pelo Procurador-Geral Adjunto da Fazenda Nacional, Sr. Pedro Cmara Raposo Lopes. O PARECER/PGFN/CDA N. 723/2004 foi elaborado para responder consulta formulada pela STN Memorando n. 1457 STN/COFIS/GERAT, que trouxe questes propostas pelo Banco do Brasil (Ofcio DIRAG/GEPOR III 2004/0471) quanto aos procedimentos relativos aos citados crditos (Anexo 3, fls. 15/21). O BB entendia que, a partir da dao em pagamento ou da cesso, no possua mais poderes para adotar procedimentos judiciais, mas apenas receber os pagamentos dos muturios, em vista da sua condio de mandatrio. Enfim, diante desses questionamentos, surgiu a necessidade de definio quanto ao rgo ou entidade competente para a adoo das medidas judiciais cabveis.Destacamos deste Parecer (Anexo 3, fls. 16/20), o embasamento utilizado para considerar legtima a inscrio em Dvida Ativa da Unio desses crditos agrcolas inadimplentes e da competncia da PGFN para sua apurao, inscrio e cobrana executiva, fundadas no art. 39 da Lei n. 4.320/1964, no art. 1, II, do Decreto-Lei n. 147/67 e nos artigos 1 e 2 da Lei n. 6.830/1980.Ante os mandamentos legais mencionados, os pareceristas concluram, dentre outras consideraes (Anexo 3, fls. 19/20), que havendo dbito, mesmo que contratual, decorrente de inadimplemento perante a Fazenda Pblica, no h outra alternativa de cobrana seno a inscrio em Dvida Ativa da Unio; que o apontamento do valor devido se d por iniciativa da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, para cobrana administrativa ou judicial, mesmo que se trate de valor decorrente de relao contratual; e que, Quanto eventualidade de subsistirem garantias em contratos em que houve sub-rogao por parte da Unio, aplica-se, na sua literalidade, o disposto no 2 do art. 39 da j citada Lei de Finanas Pblicas, que, sem dispens-las, determina a inscrio dos respectivos crditos em dvida ativa. A principal alterao ocorrida a partir da emisso do novo PARECER PGFN/CDA n. 1487/2006, de 24/7/2006, foi a considerao de que, em funo do art. 15, VI, da Lei n. 7.287/1989 (com redao dada pela Lei n. 10.177/2001) que rege os Fundos Constitucionais, atribudo ao BB exercer outras atividades inerentes aplicao dos recursos e recuperao dos crditos. Desta forma, as regras a serem adotadas para os crditos derivados dos recursos dos Fundos Constitucionais (comitentes) FCO, FNE e FNO so excees regra geral em razo da Lei n. 7.287/1989, de forma que devem ser exigidos administrativa e judicialmente pelo Banco do Brasil (comissrio); entendendo-se que este celebra contratos com os muturios em nome prprio e no como mandatrio da Unio ou do Fundo.Em vista de todo o exposto, entendemos que a deciso de inscrio dos dbitos agrcolas foi precedida de ampla anlise pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, que concluiu que os crditos agrcolas inadimplidos, renegociados na forma da Lei n. 9.138/1995 (Equalizao) e da Resoluo CMN/BACEN n. 2.471/1998 (PESA) e adquiridos/recebidos sob autorizao da Medida Provisria 2.196-3/2001, sujeitam-se cobrana judicial da PGFN via ao de execuo fiscal, quando regularmente inscritos na Dvida Ativa da Unio, exceo, conforme alterado pelo PARECER PGFN/CDA n. 1487/2006, de 24/7/2006, dos crditos inadimplidos vinculados aos recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento, que devem ser exigidos exclusivamente pelo Banco do Brasil, por cobrana judicial, via ao cambial.

Achados de Auditoria Banco do BrasilAchado de Auditoria 1 Falhas de rotina em servios operacionais no clculo das dvidas nos processos de Securitizao e PESASituao encontradaNa anlise da operao PESA, com base na Nota de Crdito Rural n. 91/00119-6 (Anexo 6, fls 27/77), vencimento original em 22/1/1992, no constou, na planilha de clculo desenvolvida para subsidiar o PESA, a amortizao de Cr$ 9.565,89 ocorrida em 13/3/1992, com impacto, negativo para o cliente, equivalente a pouco mais de 1% do saldo devedor apurado na planilha.Na operao PESA (Anexo 6, fls. 654/749) firmada com base, entre outras operaes, na Nota de Crdito Rural n. 97/25012-0, de 20/10/1997 e vencimento final em 15/7/2000, foi utilizado, no reclculo da operao pelo Sistema CLC, perodo de 23/10/1997 a 15/7/1998, a taxa de juros de 11,386% ao invs da taxa de 11,836%, pactuada no citado instrumento, gerando uma pequena reduo no saldo final da dvida, com impacto positivo para o cliente. Esclarecimento dos responsveisA Diretoria de Agronegcios do Banco do Brasil respondeu que tais fatos ocorreram em virtude de falha operacional, e que, no caso da Nota de Crdito Rural n. 91/00119-6, a agncia responsvel pela operao est sendo orientada no sentido de adotar as devidas providncias para corrigir a falha identificada (Anexo 5, fls. 516/524). AnliseNa apurao do saldo devedor das operaes originais contratadas, para fins de Securitizao e PESA, o Banco do Brasil utilizou o aplicativo CLC, por meio do qual inseria manualmente grande quantidade de dados: cadastrais e de movimentao financeira. O aplicativo, ento, efetuava os novos clculos de juros, porm sem considerar encargos de inadimplncia, multas e outras cominaes estipuladas no contrato, gerando uma planilha com os novos valores para efeito de renegociao.Verifica-se, assim, que as impropriedades justificam-se pela possibilidade de erro em funo da excessiva quantidade de inseres de dados. Ademais, as falhas identificadas causaram, respectivamente, impactos negativos e positivos para os clientes, o que comprova o seu carter eventual. Assim, compreendemos que as ocorrncias no devem ser consideradas desobedincia aos normativos, mas falhas naturais, considerando-se as circunstncias operacionais.Proposta de EncaminhamentoAnte o exposto, a Equipe de Auditoria entendeu necessria a recomendao para que, em futuros casos em que haja grande necessidade de transcrio de dados, o Banco do Brasil busque uma forma automatizada de transferncia das informaes relevantes, evitando o servio manual que mais susceptvel ao erro.Achado de Auditoria 2 Descumprimento de dispositivo da Resoluo CMN/BACEN n. 2.471/1998Situao encontradaNa anlise da Operao PESA baseada no contrato 95/00224-3 (Anexo 6, fls. 1/26), de 26/9/1995, vencimento original em 28/9/1997, prorrogado, via aditivo, para 30/9/1999, observamos que este no foi considerado. Em conseqncia, aps o vencimento original a operao foi enquadrada na situao de inadimplncia, com cobrana indevida de custas judiciais. No extrato da operao de renegociao no foram estornados os encargos de inadimplncia indevidos, em desacordo com o art. 2. da Resoluo CMN/BACEN n. 2.471/1998.Esclarecimento dos responsveisA Diretoria de Agronegcios do Banco do Brasil respondeu que o fato decorreu de uma seqncia de falhas operacionais, e que a agncia responsvel pela operao est sendo orientada no sentido de adotar as devidas providncias para corrigir o problema (Anexo 5, fls. 517/518). AnliseO cliente estava adimplente, logo, a medida proposta pelo Banco do Brasil de considerar o aditivo, estornar os encargos indevidos e as custas judiciais, resolve o problema no caso concreto analisado.No entanto, fazendo uma anlise dos procedimentos da agncia para renegociao da dvida (hiptese de inexistncia do aditivo, dvida vencida e cliente inadimplente), observamos que houve descumpr