godzine 04 (setembro 2010)

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1 EM DESTAQUE BENTO XVI FALA DA SUA JUVENTUDE EM MENSAGEM PARA AS JMJ

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A Revista da juventude que acredita - www.cristojovem.com

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EM DESTAQUE

BENTO XVI FALA DA SUA JUVENTUDEEM MENSAGEMPARA AS JMJ

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NOTA DE ABERTURA

NOTÍCIAS

Reflexões VirtuaisJMJ 2011 ON-LINE

JMJ MadridMENSAGEM DE BENTO XVI PARA A XXVI JMJ - MADRID 2011

Olhando

Cantinho da AudáciaTODAS DAS CRIANÇAS

Folha dos SantosMADRE TERESA DE CALCUTÁ

Família CristãBENTO XVI NO REINO UNIDO

5 Minutos com o MestreJESUS SERVE ATRAVÉS DO OUTRO

Cristograma

Juventude que Acredita!FÉ FIRME

Banda DesenhadaCARPINTEIRO

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NOTADE ABERTURA

No portal Cristo jovempodes fazer downloade consultar todas asedições da godzine

GODZINE.CRISTOJOVEM.COM

Olá! Esta é a edição de Setembro, mês que para muitos é marcado pelo regresso ao trabalho e ou às aulas. É o mês que o Verão termina e toda a natureza começa como que a despir--se para a renovação primaveril.

Este mês temos novos colabo-radores, novas rubricas, falo-vos da Joana Laranjeira com a sua rubrica”Cristograma” e do Adriano Batista com a rubrica “Cinco minutos com O Mestre”. Pela segunda vez

teremos o prazer de ter a colaboração da Solange Costa com uma fita de BD. Para além disto teremos também um dossier mensal sobre as próximas Jornadas Mundiais da Juventude que serão em Madrid em Agosto próximo.

Abraço em Cristo Jovem

Nuno Sousa

Nota de Abertura |

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NOTÍCIASJESUÍTAS PROMOVEM “AFTERBEN”

A pastoral juvenil da Companhia de Jesus (jesuítas) em Portugal promove nos próximos dias 1, 2 e 3 de Outubro um encontro intitulado “AfterBen”, i.e., depois de Bento XVI.

A iniciativa nasce da “vontade de conhe-cer e assimilar” as “palavras sábias e acutilantes” e os “gestos humildes e proféticos” do Papa, que visitou Portugal no último mês de Maio.

Os jovens ligados aos jesuítas estive-ram junto de Bento XVI em Lisboa e

em Fátima através do movimento “Eu Acredito” e na organização, através do Centro Universitário “Creu-il”, da vigília de oração prévia à missa com o Papa no Porto.

A pastoral juvenil da Companhia de Jesus convida “todos os jovens que quiserem, em particular os que estão ligados à espiritualidade ina-ciana, a encontrarem-se no colégio de Cernache, perto de Coimbra, para inspirados pela visita do Santo Padre sonharem sem medo o futuro da Igreja e do mundo”.

O tema do encontro, “O amanhã que nos espera”, é inspirado nas palavras que o Papa dirigiu à juventude na varanda da Nunciatura Apostólica, a 11 de Maio, na serenata que se seguiu à missa do Terreiro do Paço.

O “AfterBen” insere-se na linha de outros grandes encontros associa-dos a acontecimentos excepcionais como os 500 anos do nascimento de S. Francisco Xavier (AfterXav I e II) ou os 2000 anos de S. Paulo (AfterPaul).

Não percas o programa e mais infor-mações no site www.afterben.com

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Notícias

ENCONTRO NACIONALDE CONVIVAS

Realizou-se nos dias 11 e 12 de Setembro mais um Encontro Nacional de Convivas, em Fátima, sob o tema: “Reparte com Alegria”. Este é o pri-meiro ano em que os Convívios Fraternos são considerados um Movimento da Igreja Católica.Estiveram presentes cerca de 12 mil jovens e adultos de todas as dioceses (à excepção dos Açores, onde ainda não se realizou nenhum CF), Paris e Forças Armadas.

No Sarau, realizado no Centro Pastoral Paulo VI, os jovens, organizados por dioceses, puderam mostrar a essên-cia do movimento e sobretudo fazer passar uma mensagem de Amor, de Paz e Fraternidade.

Destacamos a homilia da Eucaristia Dominical feita pelo bispo emérito de Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva, que fez sentir aos jovens convivas que a Igreja precisa de cada um deles, que a sociedade precisa que espalhem a sua herança, e o amor de Jesus Cristo.O encontro do próximo ano já tem data marcada, nos dias 10 e 11 de Setembro.

Notícias |

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BENTO XVI PROPÕE MENSAGEM“CONTRA-CORRENTE”

Bento XVI considera que o tema da mensagem para as próximas JMJ: “Enraizados e edificados em Cristo em Cristo, firmes na fé”, é “uma proposta contra-corrente”.

Segundo o Papa, exalta-se actual-mente “a incerteza, a mobilidade, a volubilidade”, atitudes que expressam “uma cultura indecisa quanto aos valo-res de fundo, aos princípios basilares segundo os quais se orienta e define a própria vida”.O jovem “é como uma árvore em crescimento: para se desenvolver bem, precisa de raízes profundas, que, em caso de tempestade, o tenham bem plantado ao solo”, disse Bento XVI.

Depois de realçar que o “coração” da mensagem para a Jornada Mundial da Juventude está nas expressões “em Cristo” e “na fé”, o Papa afirmou que “a plena maturidade da pessoa” e a sua “estabilidade interior” dependem do encontro pessoal com Deus.“Uma relação de profunda confiança, de autêntica amizade com Jesus” é capaz de dar aos jovens aquilo que precisam para encarar a vida: “serenidade e luz interior, predisposição para o pensa-mento positivo, largueza de ânimo para com os outros” e disponibilidade para

“o bem, a justiça e a verdade”, assinalou Bento XVI.

O Papa frisou ainda que a adesão à comunidade eclesial é o suporte da crença em Deus: “se nenhum homem é uma ilha, tanto menos o é o cris-tão, que descobre na Igreja a beleza da fé partilhada e testemunhada aos outros na fraternidade e no serviço da caridade”.“Espero-vos lá com grande alegria. Através da Igreja, Jesus Cristo quer tornar-vos firmes na vossa fé”, sublinha o Papa, dirigindo-se aos jovens.

Reconhecendo não ser fácil, na socie-dade actual, acreditar e seguir Cristo, Bento XVI pede aos jovens para que não se deixem desencorajar e “procu-rem apoio junto da comunidade cristã e da Igreja”.

Uma boa preparação espiritual, a força da oração, a escuta da Palavra de Deus e a entreajuda são pontos-chave para que a jornada de Madrid tenha a qua-lidade pretendida.

“Queridos jovens, a Igreja depende de vocês. Ela precisa da força da vossa fé, da vossa caridade criativa e da energia da vossa esperança”, concluiu Bento XVI, deixando esta missão aos jovens.

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Fernando Cassola Marques

JMJ 2011ONLINE

Como falta menos de um ano para as próximas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) que se irão realizar em Madrid, esta semana sugerimos uma visita ao sítio virtual deste fan-tástico acontecimento que marcará certamente a Igreja. As Jornadas de 2011 serão também um momento de celebração jubilar, dado que no ano de 1986 João Paulo II iniciava em Roma este fantástico acontecimento que tem marcado ano após ano o ritmo da Igreja em geral e da pastoral juvenil em particular. Sabemos pois que, em cada Domingo de Ramos estas jorna-das são vividas nas Igrejas locais e a cada 2 ou 3 anos, são celebradas num mega encontro de juventude de todo o mundo com a participação do Santo Padre. Nas JMJ existe uma enorme diversidade de actividades que passam por catequeses, adorações eucarísticas, missas, momentos de oração, debates, workshops, concertos, tudo isto tendo em conta o tema sugerido pelo Papa. O mote apresentado por Bento XVI para as jornadas de Madrid tem como base o capítulo 2 versículo 7 da carta de São Paulo aos Colossenses, “Enraízados e edificados em Cristo, firmes na fé”.

Na página inicial temos os habituais destaques que vão desde entrevistas,

notícias e artigos, bem como um con-junto vasto de opções que nos irão permitir acompanhar a evolução da organização para este enorme acon-tecimento. Na opção notícias, como é de esperar, encontramos todas as notícias que vão sendo publicadas ao longo deste tempo de preparação, com particular interesse para os visitantes de língua portuguesa (o sítio está dis-ponível também para mais 9 idiomas com conteúdos adaptados a cada um). No item “agenda”, podemos aceder aos eventos que antecedem este mega encontro juvenil ao nível diocesano e ainda acompanhando as actualizações na planificação para os dias 16 a 21 de

Agosto de 2011 na capital do país de nuestros hermanos. Um dos espaços com bastante interesse e conteúdos relevantes é o “a caminho”, onde aí dispomos de 6 áreas distintas que pas-sam por catequeses mensais, textos do Santo Padre, respostas a questões genéricas, orações, santos e padroeiros e ainda a cruz e o ícone das JMJ. Na área multimédia, dispomos de con-teúdos em vídeo, como por exemplo história das JMJ, em áudio (os 11 hinos das JMJ) e fotos.

Aqui fica a sugestão para que visitem e adicionem aos favoritos este extra-ordinário espaço virtual, podendo ainda acompanhar as actualizações perma-nentes através das redes sociais.

“...adicionem aos favoritos este extraordinário espaço virtual, ...”

Reflexões Virtuais |

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Estas e outras Informações emjmj2011.cristojovem.com

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Queridos amigos!

Penso com frequência na Jornada Mundial da Juventude de Sidney de 2008. Lá vivemos uma grande festa da fé, durante a qual o Espírito de Deus agiu com força, criando uma comunhão intensa entre os partici-pantes, que vieram de todas as partes do mundo. Aquele encontro, assim como os precedentes, deu frutos abundantes na vida de numerosos jovens e de toda a Igreja. Agora, o nosso olhar dirige-se para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar em Madrid em Agosto de 2011. Já em 1989, poucos meses antes da histórica derrocada do Muro de Berlim, a peregrinação dos jovens fez etapa na Espanha, em Santiago de Compostela. Agora, num momento em que a Europa tem grande neces-sidade de reencontrar as suas raízes cristãs, marcamos encontro em Madrid, com o tema: «Enraizados e edificados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Por conseguinte, convido-

-vos para este encontro tão impor-

tante para a Igreja na Europa e para a Igreja universal. E gostaria que todos os jovens, quer os que compartilham a nossa fé em Jesus Cristo, quer todos os que hesitam, que estão na dúvida ou não crêem n’Ele, possam viver esta experiência, que pode ser decisiva para a vida: a experiência do Senhor Jesus ressuscitado e vivo e do seu amor por todos nós.

Na nascente das vossas maiores aspirações!

1. Em todas as épocas, também nos nossos dias, numerosos jovens sentem o desejo profundo de que as relações entre as pessoas sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração por construir relacionamentos de ami-zade autêntica, por conhecer o ver-dadeiro amor, por fundar uma família unida, por alcançar uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Certamente, recordando a minha juventude, sei que estabili-

MENSAGEM DO PAPABENTO XVI PARA A XXVI JMJ

«ENRAIZADOS E EDIFICADOS N’ELE... FIRMES NA FÉ» (CF. CL 2, 7).

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dade e segurança não são as ques-tões que ocupam mais a mente dos jovens. Sim, a procura de um posto de trabalho e com ele poder ter uma certeza é um problema grande e urgente, mas ao mesmo tempo a juventude permanece contudo a idade na qual se está em busca da vida maior. Se penso nos meus anos de então: simplesmente não nos que-ríamos perder na normalidade da vida burguesa. Queríamos o que é grande, novo. Queríamos encontrar a própria vida na sua vastidão e beleza. Certamente, isto dependia também da nossa situação. Durante a dita-dura nacional-socialista e durante a guerra nós fomos, por assim dizer, «aprisionados» pelo poder domi-nante. Por conseguinte, queríamos sair fora para entrar na amplidão das possibilidades do ser homem. Mas penso que, num certo sentido, todas as gerações sentem este impulso de ir além do habitual. Faz parte do ser jovem desejar algo mais do que a vida quotidiana regular de um emprego seguro e sentir o anseio pelo que é realmente grande. Trata-se ape-nas de um sonho vazio que esvaece quando nos tornamos adultos? Não, o homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infi-nito. Qualquer outra coisa é insufi-ciente. Santo Agostinho tinha razão: o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti. O desejo da vida maior é um sinal do facto que foi Ele quem nos criou, de que temos a Sua

«marca». Deus é vida, e por isso todas as criaturas tendem para a vida; de maneira única e especial a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira pelo amor, pela alegria e pela paz. Compreendemos então que é um contra-senso pretender eliminar Deus para fazer viver o homem! Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavel-mente, a privar-se da plenitude e da alegria: «De facto, sem o Criador a criatura esvaece» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. Gaudium et spes, 36). A cultura actual, nalgumas áreas do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir Deus, ou a considerar a fé como um facto privado, sem qualquer relevância para a vida social. Mas o conjunto de valores que estão na base da sociedade provém do Evangelho

— como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do traba-lho e da família — constata-se uma espécie de «eclipse de Deus», uma certa amnésia, ou até uma verdadeira rejeição do Cristianismo e uma nega-ção do tesouro da fé recebida, com o risco de perder a própria identidade profunda.

Por este motivo, queridos amigos, convido-vos a intensificar o vosso caminho de fé em Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja! Como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos, é vital ter raízes, bases sólidas! E isto é par-

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ticularmente verdadeiro hoje, quando muitos não têm pontos de referên-cia estáveis para construir a sua vida, tornando-se assim profundamente inseguros. O relativismo difundido, segundo o qual tudo equivale e não existe verdade alguma, nem qual-quer ponto de referência absoluto, não gera a verdadeira liberdade, mas instabilidade, desorientação, confor-mismo às modas do momento. Vós jovens tendes direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para se tornar depois uma árvore robusta, capaz de dar fruto.

Enraizados e fundados em Cristo

2. Para ressaltar a importância da fé na vida dos crentes, gostaria de me deter sobre cada uma das três palavras que São Paulo usa nesta sua expressão: «Enraizados e fundados em Cristo... fir-mes na fé» (cf. Cl 2, 7). Nela podemos ver três imagens: «enraizado» recorda a árvore e as raízes que a alimentam; «fundado» refere-se à construção de uma casa; «firme» evoca o crescimento da força física e moral. Trata-se de imagens muito eloquentes. Antes de as comentar, deve-se observar sim-plesmente que no texto original as três palavras, sob o ponto de vista grama-tical, estão no passivo: isto significa que é o próprio Cristo quem toma a

iniciativa de radicar, fundar e tornar firmes os crentes.

A primeira imagem é a da árvore, fir-memente plantada no solo através das raízes, que a tornam estável e a alimen-tam. Sem raízes, seria arrastada pelo vento e morreria. Quais são as nossas raízes? Naturalmente, os pais, a famí-lia e a cultura do nosso país, que são uma componente muito importante da nossa identidade. A Bíblia revela outra. O profeta Jeremias escreve: «Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. É como a árvore plantada perto da água, a qual estende as raízes para a corrente; não teme quando vem o calor, a sua folhagem fica sempre verdejante. Não a inquieta a seca de um ano; continua a produzir frutos» (Jr 17, 7-8). Estender as raízes, para o profeta, significa ter confiança em Deus. D’Ele obtemos a nossa vida; sem Ele não poderíamos viver verdadeiramente. «Deus deu-

-nos a vida eterna, e esta vida está em Seu Filho» (1 Jo 5, 11). O próprio Jesus apresenta-se como nossa vida (cf. Jo 14, 6). Por isso a fé cristã não é só crer em verdades, mas é antes de tudo uma relação pessoal com Jesus Cristo, é o encontro com o Filho de Deus, que dá a toda a existência um novo dinamismo. Quando entramos em relação pessoal com Ele, Cristo revela-nos a nossa identidade e, na sua amizade, a vida cresce e realiza-

-se em plenitude. Há um momento, quando somos jovens, em que cada

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um de nós se pergunta: que sentido tem a minha vida, que finalidade, que orientação lhe devo dar? É uma fase fundamental, que pode perturbar o ânimo, às vezes também por muito tempo. Pensa-se no tipo de trabalho a empreender, quais relações sociais estabelecer, que afectos desenvol-ver... Neste contexto, penso de novo na minha juventude. De certa forma muito cedo tive a consciência de que o Senhor me queria sacerdote. Mais tarde, depois da Guerra, quando no seminário e na universidade eu estava a caminho para esta meta, tive que reconquistar esta certeza. Tive que me perguntar: é este verdadeiramente o meu caminho? É deveras esta a von-tade do Senhor para mim? Serei capaz de Lhe permanecer fiel e de estar total-mente disponível para Ele, ao Seu ser-viço? Uma decisão como esta deve ser também sofrida. Não pode ser de outra forma. Mas depois surgiu a certeza: é bem assim! Sim, o Senhor quer-me, por isso também me dará a força. Ao ouvi-Lo, ao caminhar juntamente com Ele torno-me deveras eu mesmo. Não conta a realização dos meus próprios desejos, mas a Sua vontade. Assim a vida torna-se autêntica.

Tal como as raízes da árvore a mantêm firmemente plantada na terra, tam-bém os fundamentos dão à casa uma estabilidade duradoura. Mediante a fé, nós somos fundados em Cristo (cf. Cl 2, 7), como uma casa é construída sobre os fundamentos. Na história sagrada

temos numerosos exemplos de san-tos que edificaram a sua vida sobre a Palavra de Deus. O primeiro foi Abraão. O nosso pai na fé obedeceu a Deus que lhe pedia para deixar a casa paterna a fim de se encaminhar para uma terra desconhecida. «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça e foi chamado amigo de Deus» (Tg 2, 23). Estar fundados em Cristo significa responder concretamente à chamada de Deus, confiando n’Ele e pondo em prática a sua Palavra. O próprio Jesus admoesta os seus discí-pulos: «Porque me chamais: “Senhor, Senhor” e não fazeis o que Eu digo?» (Lc 6, 46). E, recorrendo à imagem da construção da casa, acrescenta: «todo aquele que vem ter Comigo, escuta as Minhas palavras e as põe em prática, é semelhante a um homem que cons-truiu uma casa: Cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio a inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa e não pôde abalá-la por ter sido bem construída» (Lc 6, 47-48).

Queridos amigos, construí a vossa casa sobre a rocha, como o homem que «cavou muito profundamente». Procurai também vós, todos os dias, seguir a Palavra de Cristo. Senti-O como o verdadeiro Amigo com o qual partilhar o caminho da vossa vida. Com Ele ao vosso lado sereis capazes de enfrentar com coragem e esperança as dificuldades, os pro-blemas, também as desilusões e

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as derrotas. São-vos apresentadas continuamente propostas mais fáceis, mas vós mesmos vos apercebeis que se revelam enganadoras, que não vos dão serenidade e alegria. Só a Palavra de Deus nos indica o cami-nho autêntico, só a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolhei com gratidão este dom espiritual que recebestes das vossas famílias e comprometei-vos a responder com responsabilidade à chamada de Deus, tornando-vos adultos na fé. Não acrediteis em quantos vos dizem que não tendes necessidade dos outros para construir a vossa vida! Ao contrário, apoiai-vos na fé dos vossos familiares, na fé da Igreja, e agradecei ao Senhor por a ter recebido e feito vossa!

Firmes na fé

3. «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). A Carta da qual é tirado este convite, foi escrita por São Paulo para res-ponder a uma necessidade precisa dos cristãos da cidade de Colossos. Com efeito, aquela comunidade estava ameaçada pela influência de determinadas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho. O nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas ana-logias com o tempo dos Colossenses daquela época. De facto, há uma forte corrente de pensamento laicista que pretende marginalizar Deus da vida

das pessoas e da sociedade, perspec-tivando e tentando criar um «paraíso» sem Ele. Mas a experiência ensina que o mundo sem Deus se torna um «inferno»: prevalecem os egoísmos, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e entre os povos, a falta de amor, de alegria e de esperança. Ao contrário, onde as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, o adoram na verdade e ouvem a sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, na qual todos são respeitados na sua dignidade, cresce a comunhão, com os frutos que ela dá. Contudo existem cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem ade-rir a estas chamadas, simplesmente deixaram esmorecer a sua fé, com inevitáveis consequências negativas a nível moral.

Aos irmãos contagiados por ideias alheias ao Evangelho, o apóstolo Paulo recorda o poder de Cristo morto e ressuscitado. Este mistério é o fundamento da nossa vida, o cen-tro da fé cristã. Todas as filosofias que o ignoram, que o consideram «escândalo» (1 Cor 1, 23), mostram os seus limites diante das grandes perguntas que habitam o coração do homem. Por isso também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32). Nós cremos firmemente que Jesus Cristo

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se ofereceu na Cruz para nos doar o seu amor; na sua paixão, carregou os nossos sofrimentos, assumiu sobre si os nossos pecados, obteve-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna. Deste modo fomos libertados do que mais entrava a nossa vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, até os inimigos, e par-tilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade.

Queridos amigos, muitas vezes a Cruz assusta-nos, porque parece ser a negação da vida. Na realidade, é o contrário! Ela é o «sim» de Deus ao homem, a expressão máxima do seu amor e a nascente da qual brota a vida eterna. De facto, do coração aberto de Jesus na cruz brotou esta vida divina, sempre disponível para quem aceita erguer os olhos para o Crucificado. Portanto, não posso deixar de vos convidar a aceitar a Cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Fora de Cristo morto e ressuscitado, não há salvação! Só Ele pode libertar o mundo do mal e fazer crescer o Reino de justiça, de paz e de amor pelo qual todos aspiram.

Crer em Jesus Cristo sem o ver

4. No Evangelho é-nos descrita a experiência de fé do apóstolo Tomé ao acolher o mistério da Cruz e da Ressurreição de Cristo. Tomé faz parte dos Doze apóstolos; seguiu Jesus; foi

testemunha directa das suas curas, dos milagres; ouviu as suas palavras; viveu a desorientação perante a sua morte. Na noite de Páscoa o Senhor apareceu aos discípulos, mas Tomé não estava presente, e quando lhe foi contado que Jesus estava vivo e se mostrou, declarou: «Se eu não vir o sinal dos cravos nas Suas mãos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e não meter a mão no Seu lado, não acreditarei» (Jo 20, 25).

Também nós gostaríamos de poder ver Jesus, de poder falar com Ele, de sentir ainda mais forte a sua presença. Hoje para muitos, o acesso a Jesus tornou-se difícil. Circulam tantas ima-gens de Jesus que se fazem passar por científicas e O privam da sua gran-deza, da singularidade da Sua pes-soa. Portanto, durante longos anos de estudo e meditação, maturou em mim o pensamento de transmitir um pouco do meu encontro pessoal com Jesus num livro: quase para ajudar a ver, a ouvir, a tocar o Senhor, no qual Deus veio ao nosso encontro para se dar a conhecer. De facto, o próprio Jesus aparecendo de novo aos discí-pulos depois de oito dias, diz a Tomé: «Chega aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente» (Jo 20, 27). Também nós temos a possibilidade de ter um con-tacto sensível com Jesus, meter, por assim dizer, a mão nos sinais da sua Paixão, os sinais do seu amor: nos

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Sacramentos Ele torna-se particular-mente próximo de nós, doa-se a nós. Queridos jovens, aprendei a «ver», a «encontrar» Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até se fazer alimento para o nosso caminho; no Sacramento da Penitência, no qual o Senhor manifesta a sua misericórdia ao oferecer-nos sempre o seu perdão. Reconhecei e servi Jesus também nos pobres, nos doentes, nos irmãos que estão em dificuldade e precisam de ajuda.

Abri e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-o mediante a leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; entrai em diálogo com Ele na oração, dai-lhe a vossa confiança: ele nunca a trairá! «Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus» (Catecismo da Igreja Católica, n. 150). Assim podereis adquirir uma fé madura, sólida, que não estará unicamente fundada num sentimento religioso ou numa vaga recordação da catequese da vossa infância. Podereis conhecer Deus e viver autenticamente d’Ele, como o apóstolo Tomé, quando manifesta com força a sua fé em Jesus: «Meu Senhor e meu Deus!».

Amparados pela fé da Igreja para ser testemunhas

5. Naquele momento Jesus exclama:

«Porque Me viste, acreditaste. Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditaram!» (Jo 20, 29). Ele pensa no caminho da Igreja, fundada sobre a fé das testemunhas oculares: os Apóstolos. Compreendemos então que a nossa fé pessoal em Cristo, nas-cida do diálogo com Ele, está ligada à fé da Igreja: não somos crentes isolados, mas, pelo Baptismo, somos membros desta grande família, e é a fé professada pela Igreja que dá segurança à nossa fé pessoal. O credo que proclamamos na Missa domi-nical protege-nos precisamente do perigo de crer num Deus que não é o que Jesus nos revelou: «Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser motivado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para guiar os outros na fé» (Catecismo da Igreja Católica, n. 166). Agradeçamos sem-pre ao Senhor pelo dom da Igreja; ela faz-nos progredir com segurança na fé, que nos dá a vida verdadeira (cf. Jo 20, 31).

Na história da Igreja, os santos e os mártires hauriram da Cruz gloriosa de Cristo a força para serem fiéis a Deus até à doação de si mesmos; na fé encontraram a força para vencer as próprias debilidades e superar qual-quer adversidade. De facto, como diz o apóstolo João, «Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?» (1 Jo 5, 5). E a vitória que nasce da fé é a do

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amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se exprime na caridade; foram artífices de paz, promotores de jus-tiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se nos vários âmbi-tos da vida social, com competência e profissionalidade, contribuindo de modo eficaz para o bem de todos. A caridade que brota da fé levou-os a dar um testemunho muito concreto, nas acções e nas palavras: Cristo não é um bem só para nós próprios, é o bem mais precioso que temos para partilhar com os outros. Na era da globalização, sede testemunhas da esperança cristã em todo o mundo: são muitos os que desejam receber esta esperança! Diante do sepulcro do amigo Lázaro, morto havia quatro dias, Jesus, antes de o chamar de novo à vida, disse à sua irmã Marta: «Se acreditasses, verias a glória de Deus» (cf. Jo 11, 40). Também vós, se acreditardes, se souberdes viver e testemunhar a vossa fé todos os dias, tornar-vos-eis instrumentos para fazer reencontrar a outros jovens como vós o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo!

Rumo à Jornada Mundial de Madrid

6. Queridos amigos, renovo-vos o convite a ir à Jornada Mundial da Juventude a Madrid. É com profunda alegria que espero cada um de vós

pessoalmente: Cristo quer tornar-vos firmes na fé através a Igreja. A opção de crer em Cristo e de O seguir não é fácil; é dificultada pelas nossas infidelidades pessoais e por tantas vozes que indicam caminhos mais fáceis. Não vos deixeis desencorajar, procurai antes o apoio da Comunidade cristã, o apoio da Igreja! Ao longo deste ano preparai-vos intensamente para o encontro de Madrid com os vossos Bispos, os vossos sacerdotes e os responsáveis da pastoral juve-nil nas dioceses, nas comunidades paroquiais, nas associações e nos movimentos. A qualidade do nosso encontro dependerá sobretudo da preparação espiritual, da oração, da escuta comum da Palavra de Deus e do apoio recíproco.

Amados jovens, a Igreja conta con-vosco! Precisa da vossa fé viva, da vossa caridade e do dinamismo da vossa esperança. A vossa presença renova a Igreja, rejuvenesce-a e con-fere-lhe renovado impulso. Por isso as Jornadas Mundiais da Juventude são uma graça não só para vós, mas para todo o Povo de Deus. A Igreja na Espanha está a preparar-se activa-mente para vos receber e para viver juntos a experiência jubilosa da fé. Agradeço às dioceses, às paróquias, aos santuários, às comunidades reli-giosas, às associações e aos movi-mentos eclesiais, que trabalham com generosidade na preparação deste acontecimento. O Senhor não

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deixará de os abençoar. A Virgem Maria acompanhe este caminho de preparação. Ela, ao anúncio do Anjo, acolheu com fé a Palavra de Deus; com fé consentiu a obra que Deus estava a realizar nela. Pronunciando o seu «fiat», o seu «sim», recebeu o dom de uma caridade imensa, que a levou a doar-se totalmente a Deus. Interceda por cada um e cada uma de vós, para que na próxima Jornada Mundial possais crescer na fé e no amor. Garanto-vos a minha recorda-ção paterna na oração e abençoo-vos de coração.

Vaticano, 6 de Agosto de 2010, Festa da Transfiguração do Senhor.

BENEDICTUS PP. XVI

© Copyright - Libreria Editrice Vaticana

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Setembro é o mês em que se celebra a natividade de Maria. Esta Senhora que foi capaz de dizer um grande Sim a Deus em condições muito adversas e rudimentares ao chamado de Deus: o de ser a mãe do filho de Deus!

Maria soube ser paciente e compas-siva, cheia de bondade. Mulher de uma enorme fé e coragem que sabia que seria julgada pela sua sociedade e o seu nome seria infame, tudo por amor ao seu Deus.

“Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a Vossa Palavra.” Será que eu ou tu conseguimos dizer isto, com sentimento, ao Bom Mestre, quando ele nos interpela a uma missão?

Amigo(a) na fé o hoje é nosso, o ontem já passou e o futuro virá e não sabes se o irás poder possuir. Por isso todos os teus “sins” dá a Deus hoje e não amanhã!

Quero-te dizer mais uma coisa, que neste último mês tenho experimen-tado: “Deus dá-nos a sua paz mas não nos deixa em paz!”

Por mais que pensemos em afastar--nos das “coisas” cristãs, e, na verdade, afastemo-nos, Deus, pouco tempo depois, vem chamar-nos de novo a dizer que tem mais uma missão para nós, e, raramente, conseguimos ficar indiferentes a tal chamado!Que neste mês saibamos “nascer” ao e para dizer Sim a Deus!

OLHANDO…Nuno Sousa

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TODAS AS CRIANÇAS

> Querem a paz no mundo, mas nem todas são educadas livres da óptica da discriminação e do preconceito.

> Gostam de falar com Deus, mas nem todas aprendem que Deus ama, sem distinção, muçulmanos, judeus, cris-tãos, adeptos de outros credos e, até, quem não crê.

> Precisam de brincar, mas nem todos os pais têm condições de evitar que enveredem pela senda do trabalho infantil, da esmola na esquina, da exploração sexual, do crime.

> Adoram perder tempo com amigos e amigas, mas algumas tornam-se adultas antes do tempo, devido à agenda sobrecarregada de activida-des extracurriculares, ou porque são obrigadas a lutar desde cedo pela sobrevivência.

> São dotadas de incomensurável fan-tasia, mas muitas não têm sonhos próprios, porque delegaram à TV o direito de imaginar por elas.

> São generosas, mas nem sempre há quem lhes ensine partilhar o que acumulam nos armários, na lancheira e no coração.

> Precisam de muito amor, mas nem

todas conhecem quem preste aten-ção ao que dizem e fazem, passeie com elas, dê carinho mais do que presentes e promessas.

> Adoram ouvir histórias, mas nem todas conhecem quem se disponha a contar-lhes os textos sagrados.

> Imitam adultos que admiram, mas nem todas aprendem a conhecer Jesus Cristo, Francisco de Assis, Gandhi, Che Guevara…

> Estão convencidas de que, entregue nas mãos delas, o mundo seria bem melhor, pois nenhuma delas suporta ver o semelhante com fome, na misé-ria ou vítima de guerras.

* Todos nós deveríamos cultivar para sempre a criança que um dia fomos*.

(adaptação a partir de texto de Frei Betto)

Cantinho da Audácia |

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MADRE TERESADE CALCUTÁ

Este mês dou-vos a conhecer Agnes Gonxha Bojaxhiu nascida na Republica da Macedónia a 26 de Agosto de 1910.

Com 13 anos ouviu um jesuíta mis-sionário na Índia dizer-lhe: “Cada qual na sua vida deve seguir o seu próprio caminho’’, estas palavras impressionaram-na e decidiu que tinha de dar um sentido à sua vida, entregar-se ao serviço dos outros, fazer-se missionária. Dada tal convicção vol-tou a procurar o jesuíta para saber como fazer aquilo que desejava e o homem disse-lhe para aguardar a confirmação do tempo e da voz de Deus. Anos mais tarde e cada vez mais convicta da sua vocação solicitou admissão na Congregação das Irmãs do Loreto e foi enviada de seguida para o Colégio das Irmãs de Calcutá a fim de iniciar o seu noviciado.

Com a posterior saída do colégio tirou um curso rápido de enfer-magem o que veio a tornar-se um pilar fundamental na sua tarefa pelo mundo.

“Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso” Madre Teresa de Calcutá

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Nota:Madre Teresa de Calcutá a quinze de Outubro de 1979 recebe o Premio Nobel da Paz tornando-se mundi-almente conhecida e admirada.

Folha dos Santos |

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O Dia…Numa das suas viagens de com-boio ocorre o dito “chamamento”, ao deparar-se com tanta sujidade, homens, animais, percebe aquilo que Deus desejava dela, como a própria dizia, servir os mais pobres dos pobres. Assim, após um ano de espera, tranquila e rezando, esta serva de Deus dá início a um dos mais grandes feitos da história da humanidade - com uma única certeza no coração: o seu “Chamado!” - a princípio, sem uma congregação que a amparasse, sem companheiras que a ajudassem, sem dinheiro suficiente para que pudesse providenciar um abrigo sequer... Desta forma, Madre Teresa, sinónimo de coragem, de fé, e de amor ao próximo, inicia o que se tornaria, mais tarde, uma

das mais importantes congregações do mundo: a “Congregação das Irmãs da Caridade”.Asta obra, apesar da morte da sua fundadora, Madre Teresa de Calcutá, continua em expansão por mais de uma centena de países, onde já foram abertas cerca de 400 casas de Missão.

O fim da missão…A sua missão na terra chega ao fim no dia 5 de Setembro de 1997, morre em clima de santidade rodeada do carinho, amor e cuidados das mulhe-res que, como ela, se entregaram ao chamado de Deus nesta obra de caridade.

Estas e outras Informações emwww.folhadossantos.blogspot.com/

Ensinamentos

“0 dia mais belo? Hoje…A coisa mais fácil? Equivocar-se…O obstáculo maior? 0 medo…0 erro maior? Abandonar-se…A raiz de todos os males? 0 egoísmo…A distracção mais bela? 0 trabalho…A pior derrota? 0 desalento…Os melhores professores? As crianças…A primeira necessidade? Comunicar-se…0 que mais faz feliz? Ser útil aos demais…

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MAIS UMAVISITA EUROPEIABENTO XVINO REINO UNIDORicardo Perna

O Papa visita o Reino Unido num momento delicado para a Igreja, com os escândalos de pedofilia, e para a própria ilha, envolta numa crise financeira. Esta será a viagem mais difícil do ano para Bento XVI.

O Sumo Pontífice realiza, de 16 a 19 de Setembro, uma visita oficial ao Reino Unido. Será a primeira visita de um Papa, enquanto chefe de Estado, desde a época de Henrique VIII, o rei inglês que provocou um cisma com Roma ao criar a Igreja Anglicana. João Paulo II também visitou o país, em 1982, mas a sua visita foi apenas pastoral e não implicou encontros com os chefes de estado do país. Desta vez, Bento XVI vai encontrar-

-se com a Rainha Isabel II e com os principais responsáveis políticos e religiosos, aumentando a carga de importância da visita. O programa da visita começa dia 16 de Setembro com uma visita à Escócia, onde será

recebido pela rainha, por membros da família real e pessoas representativas da sociedade britânica no Palácio de Holyrood House, em Edimburgo. Após o encontro com Isabel II, o Papa via-jará até Glasgow, onde celebrará uma Missa ao ar livre à tarde, no Parque Bellahouston, e depois voará para Londres, onde ficará alojado até ao final da visita. No dia 17 de Setembro irá à Universidade de St Mary, em Twickenham, onde começará o dia a rezar com representantes das congre-gações religiosas, especialmente os que têm um carisma e uma história na área da educação. Depois encontrar-

-se-á com três mil jovens estudantes para comemorar a educação católica e terá uma reunião com líderes reli-giosos e de diversas confissões na Waldegrave Drawing Room e Walpole House. Posteriormente, o Papa encon-trar-se-á com o arcebispo da Cantuária no Palácio Lambeth, em presença dos bispos diocesanos anglicanos e dos bispos diocesanos católicos da Inglaterra e Gales.

Família Cristã |

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Bento XVI foi convidado, como parte da visita de Estado, a dirigir-

-se à sociedade. Representantes da sociedade britânica serão convida-dos ao Westminster Hall para ouvir o discurso do Papa. O Sumo Pontífice terminará o dia com o arcebispo da Cantuária e com líderes cristãos na Abadia de Westminster, para cele-brar a oração das Vésperas. Rezará também diante do túmulo do soldado desconhecido e de São Eduardo, o Confessor.No dia 18 de Setembro, o Papa celebrará a Missa na catedral de Westminster, onde também saudará a população do País de Gales. Depois visitará uma lar de idosos, onde terá

a oportunidade de estar com aque-les que não poderão ir aos eventos, seguindo-se uma vigília de oração no Hyde Park de Londres. No dia 19 de Setembro, o ponto alto do dia será a beatificação do cardeal John Henry Newman (ver caixa), que será celebrada no Cofton Park, em Birmingham. O Papa terminará o dia com uma reunião com os bispos da Inglaterra, Escócia e País de Gales, no Oscott College, antes de voltar a Roma pelo aeroporto de Birmingham.

O ano de 2010 tem sido marcado pelas visitas dentro da Europa. Bento XVI quer, conforme afirmou na sua visita a Portugal, que a Europa «redescubra

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Família Cristã

as suas raízes cristãs» e aposta forte num périplo por países europeus, que teve início ainda em 2009 com a visita à República Checa e só terminará no final do ano, com a ida a Santiago de Compostela e Barcelona. Foram cinco viagens só em 2010, um número anormal, se compararmos com os outros anos do pontificado, mas que revela bem a vontade de Bento XVI de revitalizar a mensagem cristã den-tro da própria Europa, que durante séculos foi o ponto de partida dos missionários para a evangelização noutros continentes. Mas a visita ao Reino Unido, com a mesma duração da visita a Portugal, promete ser das mais complicadas do ano.

No Reino Unido são muitos os movi-mentos seculares, gay e religiosos que se estão a preparar para manifes-tações ruidosas. Se os movimentos seculares pretendem que Bento XVI seja preso por causa dos problemas da pedofilia que assolam a Igreja, os movimentos gay pronunciam-

-se a favor do casamento entre

«um acontecimento histórico que reforce o papel mundial do país e sublinhe o compromisso pontifício com a justiça social, num momento crítico para toda a Igreja»

Família Cristã |

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pessoas do mesmo sexo e o uso de contraceptivos, enquanto que os movimentos religiosos apontam motivos mais espirituais. Se do lado dos anglicanos há alguma surpresa pelo facto de a Santa Sé ter aberto

as portas à entrada de anglicanos que não concordam com a decisão de ordenação de mulheres na igreja anglicana e pretendem mudar de reli-gião, da parte dos muçulmanos há a vontade expressa de se revoltarem contra as críticas que Ratzinger fez na conferência de Ratisbona ao pro-feta Maomé. A polícia está atenta aos movimentos radicais islâmicos

que têm células e simpatizantes no Reino Unido, e promete fazer uma operação de segurança eliminando todos os riscos.As visitas de Estado que Bento XVI irá realizar vão ser também significa-tivas, já que estão previstos encontros com o ateu Nick Clegg e com Harriet Harman, chefe interina do Partido Trabalhista, cuja Lei de Igualdade foi rejeitada pela Igreja. Aliás, o governo inglês, citado pela imprensa britânica, já fez saber que está empenhado em que a visita de quatro dias seja «um acontecimento histórico que reforce o papel mundial do país e sublinhe o compromisso pontifício com a jus-tiça social, num momento crítico para toda a Igreja», pode ler-se no site da Agência Zenit, que cita o Daily Telegraph. Aliás, num momento em que essa mesma imprensa critica a alegada derrapagem nos custos da viagem e alguns problemas burocrá-ticos na definição dos locais onde o Papa iria celebrar, os responsáveis pela visita vêm afirmar que o signi-ficado desta é superior aos eventuais custos.

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JESUS SERVE-SEATRAVÉS DO OUTROAdriano Batista

Certo dia, um homem saiu no seu barco para o mar. Já em alto mar, começou a ter problemas com o barco, e este começou a afundar-se. A sua convicção era de que o próprio Jesus é que o iria salvar. O homem ficou lá muito quietinho, desatento a tudo o que se ia passando à sua volta, à espera que Jesus o viesse salvar para que não morresse ali afo-gado. Passados alguns momentos de espera, aparece um avião com o intuito de resgatar o homem, mas ele de imediato rejeita essa ajuda, porque diz que Jesus é que o vai salvar. Dali a pouco volta a aparecer outro avião, e ele volta a rejeitar a ajuda utilizando o mesmo argumento. Por fim aparece um barco, e o teimoso do homem não aceita ser resgatado

pelos homens que lá estavam, e volta a afirmar que Jesus é que o vai salvar.Com tudo isto, o homem acabou por se afogar e morrer!Com esta pequena história, podemos ver que Jesus não foi salvar aquele homem que tinha a certeza de que iria ser salvo por Ele, mas aqueles aviões e o barco que lá apareceram foram os sinais de Jesus para que o homem se salvasse ou não foram? Claro que foram! Jesus serve-se das pessoas para se revelar e mostrar. Nós às vezes tam-bém somos assim. Estamos à espera do belo e do extraordinário, quando Jesus se revela nos nossos amigos, no nosso próximo, mesmo naquele que dizemos que é um “coitadinho”.Vejamos no outro um Cristo que devemos amar.

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5 Minutos com o Mestre |

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A vida não vai parar, não percas tempo eR eparteC om jovens e criançasA mensagem que Cristo te veio ensinarN ãoJ ulgues que tudo termina seO caminho que

S egues for cheio de obstáculos…entrega-teA ELE. Cada palavra será a semente lançada à terra;O teu e

M eu AMOR, que éI ncondicional são a água que a rega e pouco a pouco alguémG ritará: “ A MINHA VIDA EXISTE PORQUE EXISTES TU!” HáU m trabalho a fazerE aos poucos vão sendo tiradas as ervas daninha, fazendo com que cada jovem e criança seL igue fortemente a Jesus pois, perceberá que o Seu Amor é tão grande, profundo e sublime e não há caminho mais seguro do que Jesus Cristo

CRISTOGRAMAJoana Laranjeira

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A vida só faz sentido seR epartires a mensagem queC risto te veio ensinar.A base de tudo estáN o lar de cada um e tudo começa desde a tenra idade, levanto assim a mensagem pelaJ uventude.O adulto tem que

S er o outro prato da balança para que oA MOR se espalhe, havendo assimO equilíbrio que fará de cada criança e jovem o

G randeA nunciador daB oa Nova de Jesus Cristo. Haverá momentos em queR ealmente a balança fica desequilibrada contudo, o AMORI ncondicional de Jesus contínuaE mbora cada um insista emL evantar cada prato sozinho mas, o peso não será uniforme e aí perceberá que só em Cristo encontrará o verdadeiro e único equilíbrio

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Cristograma |

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Chegou o Outono e pelas ruas começam a acumular-se as folhas que caem das árvores à medida que o vento aumenta a sua intensidade. Olhando para elas, recordamos as lições dos professores que na escola primária nos falavam nos ciclos da Natureza. Utilizemos então esta visão dos ciclos da natureza para explicar o conceito de Fé Firme *. No Outono as folhas caem, decom-põem-se e desaparecem... Até aqui tudo bem, pois sabemos que na Primavera

irão surgir novas folhas que mais tarde voltarão a cair. É um ciclo. Ao trans-portarmos esta realidade para a Fé, poderíamos pensar que são normais os períodos em que a nossa Fé “ador-mece” para depois despertar mais forte. Certamente já todos tivemos períodos de afastamento em relação à Igreja e a Deus, por isso todos concordaríamos à primeira vista com esta análise. O problema é que estaríamos a analisar este tema do ponto de vista errado.

É comum analisar as coisas pelo lado superficial, por isso tentemos analisar a partir do interior...Sabemos que uma árvore perde as folhas todos os Outonos (isto é a parte superficial da árvore). Sabemos tam-bém que as folhas morrem para darem lugar a outras mais vistosas e bonitas. O que ainda não falámos até aqui, é que há algo que não cai, não morre e não desaparece: o tronco.O tronco mantém-se sempre cons-tante ao longo da vida de uma árvore e durante todo esse tempo ele está a crescer e a fortalecer-se através de raízes cada vez maiores e mais fortes. Se formos o tronco de uma arvore, percebemos então que as folhas não são a Fé, pois a Fé não é superficial ao nosso corpo. É algo que está no interior, escondido ao olho humano, mas que sem ela nada seríamos. Assim percebe-mos que a melhor parte da árvore para representar a Fé é a sua raiz.A Fé é assim uma raiz que se mantém em constante crescimento, que nos ali-menta e nos dá vida. As folhas, essas, não são mais do que pequenas ques-tões, problemas, alegrias e tristezas, em suma os factores que ciclicamente se cruzam na nossa vida. Eles vêem e vão e ao partir deixam-nos mais for-

FÉ FIRME

A Fé é assim uma raiz que se mantém em constante

crescimento, que nos alimenta e nos dá vida.

Miguel Mendes

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Os textos da secção “Juventude que acredita” estarão também disponíveis na secção “Editorial” do site www.cristojovem.com

tes e mais seguros, fazendo também aumentar a nossa Fé.Devemos por isso aceitar e compreender que na vida somos invadidos ciclicamente por esses factores que podem ser bons ou maus, sendo todos eles preciosos na construção de uma fé forte e firme. Aprender a olhar à nossa volta ajuda-nos a perceber, mas é também importante aprender a observar o que vai dentro de nós. Só através dessa análise seremos capazes de utilizar essas folhas (os fac-tores da nossa vida) para fazer crescer o tronco da árvore que é cada um de nós.Há ainda outro factor extremamente importante na vida e no crescimento de uma árvore: o alimento. Sabemos que qualquer árvore precisa de água e nutrientes para se alimentar, e que são as raízes que absorvem essa mesma água e a filtram providenciando os nutrientes necessários.Mas se a Fé (a raiz) não é algo físico, não se pode alimentar de água...Jesus diz-nos que “nem só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus”. Assim percebemos que o melhor alimento que podemos dar à nossa Fé é escutar a Palavra de Deus, que se pode fazer de várias for-mas, seja através da leitura da Bíblia, ou através da oração. Muitos não sabem,

mas Deus consegue realmente falar connosco quando oramos...Começa hoje mesmo a alimentar a tua Fé, para que possas hoje mesmo começar a crescer como pessoa.

* Na edição do mês passado apresen-tamos um modelo de fé para os jovens baseado em 3 conceitos: Fé firme, activa e silenciosa.

Muitos não sabem,mas Deus consegue realmente falar connosco quando oramos...

Juventude que Acredita |

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CARPINTEIROSolange Costa

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Banda Desenhada |

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Contacta-nos:http://[email protected]

Ficha Técnica

Coordenador: Nuno Sousa

Design: Miguel Mendes

Colaboradores:

Olhando: Nuno Sousa

Reflexões Virtuais: Fernando Cassola Marques

Folha dos Santos: Lúcia Lopes

Noticias: Sara Amaral

Juventude que Acredita: Miguel Mendes

Banda Desenhada: Solange Costa

5 minutos com O Mestre: Adriano Batista

Cristograma: Joana Laranjeira

A caminho de Madrid: Miguel Mendes