godzine 18 (janeiro/fevereiro 2014)

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NOV/DEZ’13 QUEM É FELIZ? #P.16

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Trazemos até ti a primeira edição de 2014. Nesta edição temos algumas novidades: o Pe. Ricardo José, que todas as edições trazia até nós algumas reflexões baseadas em Parábolas, deixou de colaborar connosco por motivos pastorais. A partir da próxima edição, e atendendo ao apelo do Papa, reflectiremos as bem-aventuranças. Em cada edição será convidada uma personalidade para nos ajudar a reflectir sobre cada uma das bem-aventuranças. Esperamos que este nosso singelo contributo seja do teu agrado e te ajude a viver melhor a tua fé.

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Page 1: Godzine 18 (Janeiro/Fevereiro 2014)

NOV/DEZ’13

QUEMÉ FELIZ?

#P.16

Page 2: Godzine 18 (Janeiro/Fevereiro 2014)

NOTADE ABERTURA

INDÍCE

1 2 5

8 11 13

16 19

YOUCAT BEM- -AVENTURANÇAS

DIALETOS DA PALAVRA

FOLHA DOS SANTOS

AJUDA À IGREJA QUE SOBRE

CRISTO JOVEMBRASIL

JUVENTUDE QUE ACREDITA

Page 3: Godzine 18 (Janeiro/Fevereiro 2014)

Trazemos até ti a primeira edi-ção de 2014. Desejamos antes de mais que neste novo ano ci-vil todos os teus sonhos se con-cretizem e que nunca te esque-ças que o projecto de Deus para ti é a tua própria felicidade.Nesta edição temos algumas novidades: o Pde Ricardo José, que todas as edições trazia até nós algumas reflexões baseadas em Parábolas, deixou de cola-borar connosco por motivos pastorais. Deixamos-lhe aqui o nosso bem-haja pelas reflexões que nos trouxe e rezamos para que continue a ser abençoado por Ele na sua missão.

A partir da próxima edição, e atendendo ao apelo do Papa, reflectiremos as bem-aventu-ranças. Em cada edição será convidada uma personalidade para nos ajudar a reflectir so-bre cada uma das bem-aventu-ranças. Nesta edição, e para te “abrirmos o apetite”, o Miguel Mendes vai-te explicar melhor como o iremos fazer.Esperamos que este nosso singelo contributo seja do teu agrado e te ajude a viver me-lhor a tua fé.Um abraço em Cristo Jovem :)

Sara Amaral

NOTA DE ABERTURA

NOTA DE ABERTURA 1

Olá Juventude que acredita! =)

Ficha Técnica

A Godzine é uma revista gratuita para jovens católicos e agentes de pastoral juvenil, desenvolvida pela equipa do portal Cristo Jovem.Coordenadora: Sara Amaral • Colaboradores: Darlei Zanon, Nuno Westwood, Joana Laranjeira, Equipa de Comunicação da AIS, Antonio João do Nascimento Neto, Miguel Mendes • Design e Paginação: Wok Design

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O CAMINHOCRISTÃO

---Ir. Darlei Zanon

Religioso paulista, editor do YOUCATpara a língua portuguesa

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Um dos textos mais belos e profundos da Sagrada Escritura é sem dúvida o Sermão da Montanha (Mt 5-7). É dos meus textos favoritos, objeto de meditação constante e de reflexões contínuas que me orientam no caminho da vida cristã e no exercício para ser um seguidor sempre mais com-prometido com Cristo.Vejo o Sermão da Montanha como um re-sumo de todo o ensinamento de Jesus e da transformação que o Seu Reino produz em cada um de nós e na nossa socieda-de. Jesus fala ao estilo sapiencial, fazendo uma espécie de hermenêutica do decálo-go. Assim como Moisés tinha recebido a Lei no monte Sinai, agora Jesus apresen-ta-se como o novo Moisés, proclamando sobre a montanha a vontade do Pai que conduz o ser humano à libertação e à fe-licidade.As Bem-aventuranças, as oito afirmações que abrem o Sermão da Montanha, são como que um frondoso pórtico que nos conduz para dentro de um palácio: o Rei-no de Deus. Jesus, através da narração de Mateus, apresenta-nos um caminho sim-ples, mas exigente, para alcançarmos a felicidade: ser bem-aventurado. O YOUCAT dedica algumas questões para aprofundar este tema. Poderíamos come-çar pelo número 281, que questiona: “Por-que desejamos a felicidade?” É uma forma diferente de nos perguntarmos “porque estamos no mundo?”, a primeira questão do YOUCAT, ou “porque Deus nos criou?” (n. 2), ou ainda “qual o sentido da vida

para o cristão?”. A resposta é clara: Deus criou-nos para a liberdade e a felicidade, e estamos no mundo para amar e conhe-cer Deus. “Deus colocou no nosso coração uma ânsia tão infinita de felicidade, que só Ele a consegue satisfazer. As realizações terrenas apenas nos dão um antegozo da felicidade eterna. Superando-as, temos de nos virar para Deus” (n. 281).

E o YOUCAT diz-nos mais: “Seremos felizes na medida em que confiarmos na palavra de Jesus contidas nas Bem-aventuranças” (n. 282). Este é o caminho da felicidade apresentado pela Sagrada Escritura. O próprio Papa Francisco disse numa das suas meditações matutinas (no dia 10 de junho de 2013) que as Bem-aventuran-ças são os novos mandamentos de Deus. Trilhar o caminho das bem-aventuranças

YOUCAT 2 / 3

Trilhar o caminho das bem-aventuranças significa seguir Jesus Cristo verdadeiramente, significa ter uma atitude profundamente

“cristã”, significa responder à proposta que Deus nos faz.

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significa seguir Jesus Cristo verdadeira-mente, significa ter uma atitude profun-damente “cristã”, significa responder à proposta que Deus nos faz. Quando con-cretizamos as Bem-aventuranças, torna-mos real o anúncio de Cristo, tornamos concreto o seu projeto, fazemos nascer no mundo a justiça de Deus.As Bem-aventuranças são tão importantes porque apresentam o próprio programa de vida de Cristo, são a Sua lista de prio-ridades: “o Filho de Deus torna-se pobre, para tomar parte na nossa pobreza; ale-gra-Se com os alegres e chora com os que choram; não recorre à violência, mas dá a outra face; teve misericórdia, promoveu a paz e mostrou assim o caminho seguro para o céu” (n. 284).Entretanto, como recorda o Papa Fran-cisco na sua reflexão matutina, “as bem--aventuranças não podem ser entendida apenas com a inteligência humana; para compreendê-las, é necessário ter um coração aberto à consolação do Espírito Santo.” Segundo Francisco, sem essa pre-disposição da alma, as bem-aventuranças podem parecer “bobas”. “O instinto hu-mano é mais facilmente levado a pensar que ser pobre, humilde e misericordioso não é um caminho para o ‘sucesso’. As bem-aventuranças, porém, são a lei para aqueles que foram salvos e abriram seu

coração para a salvação; em última instân-cia, elas são a lei da liberdade, graças ao Espírito Santo”, diz o Papa.Seguir as bem-aventuranças não é para o cristão um caminho opcional. É o princi-pal caminho, apresentado por Aquele que é “o caminho, a verdade e a vida”, nossa razão de existir e de procurar a felicida-de. É um caminho que contraria a lógica da sociedade, mas que nos conduz para o verdadeiro “sucesso”, para a verdadeira realização, pois, como recorda muito bem o filósofo Blaise Pascal, “a felicidade está só em Deus e quando O tivermos encon-trado, ela estará por todo o lado”. •

Sugestões de navegação:www.youcat.org | www.paulus.pt | youcat.cristojovem.com

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NOVA SECÇÃODA GODZINE

BEM-AVENTURANÇAS---

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Terminada a Jornada Mundial da Juven-tude no Rio de Janeiro, o Papa Francisco anunciou um novo ciclo de preparação para a próxima Jornada a realizar em Cra-cóvia em 2016. São 3 anos de intervalo entre os dois grandes eventos, mas não significa que exista uma pausa na prepa-ração e formação dos milhões de jovens católicos de todo o mundo.Com o lançamento dos temas do Dia Mundial da Juventude para os próximos três anos, o Papa Francisco lançou-nos sobre os estudo das bem-aventuranças e pediu-nos para fazer delas um “concreto programa de vida”.Francisco escolheu três das bem-aventu-ranças para nos guiar durante os próximos três anos:

2014 - “Felizes os pobres em espírito, por-que deles é o Reino do Céu” (Mt 5,3)

2015 - “Felizes os puros de coração, por-que verão a Deus” (Mt 5,8)

2016 - “Felizes os misericordiosos, por-que encontrarão misericórdia” (Mt 5,7)

Mas o que são afinal as bem-aventuranças?

As bem-aventuranças são os ensinamen-tos que, de acordo com o Evangelho se-gundo Mateus, Jesus pregou no Sermão da Montanha, para ensinar e revelar aos homens a verdadeira felicidade. A pala-

vra Makárioi, é a palavra grega que está na origem da palavra “bem-aventurado”, sendo uma palavra que se refere à alegria profunda da alma.Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC), “as bem-aventuranças estão no cen-tro da pregação de Jesus, retomam e aper-feiçoam as promessas de Deus, feitas a partir de Abraão. Mostram o próprio ros-to de Jesus, caracterizam a autêntica vida cristã e revelam ao homem o fim último do seu agir: a bem-aventurança eterna.”Estruturalmente, as bem-aventuranças di-videm-se em duas partes. Aqueles que ex-perimentam a primeira parte de uma bem-

-aventurança (os pobres, os que choram, os humildes, etc.) também experimentarão a segunda parte (reino dos céus, conforto, etc.). O YouCat apresenta-nos nove bem-aven-turanças, entre elas as três escolhidas pelo Papa Francisco para o próximo triénio:

Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus.

Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra.

Bem-aventurados os que choram, por-que serão consolados.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia.

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Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.

Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.

Bem-aventurados os que sofrem perse-guição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus.

Bem-aventurados sereis quando, por Minha causa, vos insultarem, vos perse-guirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós! Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa! (Mt 5, 3-12)

As bem-aventuranças na Godzine

Respondendo ao apelo do Papa, as bem--aventuranças serão amplamente estuda-das e refletidas nas próximas edições da Godzine. A cada edição será convidada uma personalidade para nos guiar num texto de reflexão sobra cada uma das bem-aventuranças. A próxima edição já está a ser preparada e teremos um con-vidado muito especial. Fiquem atentos. • Miguel Mendes

BEM-AVENTURANÇAS 6 / 7

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AS BEM-AVENTURANÇAS

---Pe. Nuno Westwood

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“Felizes os pobres que o são no seu íntimo porque é deles o reino dos Céus!Felizes os humildes porque possuirão a terra como herança.” (Mt 3, 1-3).

Que bom que é ouvir a voz do divino Mes-tre ao repetir-nos estas palavras de vida eterna! As Bem-aventuranças (cf. Mt 5, 3-12; Lc 6, 20b-23) não apenas promessas ou desejo de Cristo. Elas são a solene pro-clamação de uma boa notícia, de uma feli-cidade, de uma esperança magnífica. Elas dizem quem é verdadeiramente feliz. E na Bíblia, a palavra «feliz» implica, ao mesmo tempo, uma felicitação, para com quem marcha já no bom caminho e um progra-ma que, no fim, será recompensado pelo juízo de Deus.Esta proclamação das bem-aventuranças é uma proposta de felicidade que parece desconcertante aos olhos do mundo, é um programa utópico. Como se pode ser feliz quando se tem fome, quando se cho-ra, quando se é perseguido? Basta olhar o exemplo de Cristo que ao anunciar as bem-aventuranças as viveu também em cada momento da sua vida. Contemplan-do-O, percebemos que aceitar o espírito das bem-aventuranças é assumir um com-promisso para viver os valores dos Reino de Deus, “um reino de paz, justiça e ale-gria” (Rom 14, 17).Assim, as bem-aventuranças apresentam-

-se como uma proposta de vida em pleni-

tude para àqueles que assumem certos comportamentos na sua peregrinação terrena: comportamentos de desprendi-mento, de misericórdia, pureza, humilda-de, mansidão. Trata-se de uma proposta capaz de encher a vida de alegria e felici-dade, já no tempo presente.

Mas quando ouvimos o Mestre a procla-mar estas bem-aventuranças, será que nos identificamos com algumas delas: Pu-ros de coração? Misericordiosos? Mansos e humildes de coração? Pacientes na tri-bulação? Construtores da paz?O Papa João Paulo II, ao subir ao Mon-te das Bem-aventuranças, em março de 2000, interrogava os jovens nesse mesmo sentido: “Os jovens do século XXI que voz

Em última análise, Jesus não só proclama as Bem-aventuranças. Ele vive as Bem-aventuranças. Ele é as Bem-aventuranças.

DIALETOS DA PALAVRA 8 / 9

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preferem seguir? Depositar a vossa fé em Jesus significa escolher acreditar naquilo que Ele diz, por mais estranho que isto possa parecer, e escolher a rejeição das pretensões do mal, por mais sensíveis ou atraentes que elas possam ser. Em última análise, Jesus não só proclama as Bem-a-venturanças. Ele vive as Bem-aventuran-ças. Ele é as Bem-aventuranças. Olhando para Ele, descobrireis o que significa ser pobre em espírito, manso e misericordio-so, aflito, ter fome e sede de justiça, ser puro de coração, promover a paz, ser per-seguido”.

A opção por Cristo, vivendo as bem-aven-turanças, é dizer ao mundo que o nosso caminho é outro, que não queremos uma felicidade passageira nem uma mera re-compensa. Queremos Cristo como progra-ma de vida com tudo o que isso implica. Nessa altura, «alegrai-vos e exultai,» diz o Senhor, porque é este o caminho da felici-dade total (cf. Mt 5, 12)! •

Ele vive as Bem-aventuranças. Ele é as Bem-aventuranças.

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ZEFERINONAMUNCURÁ

---Este jovem índio deixou-se cativar por D. Bosco

e por D. Domingos Sávio. Aceitou o desafio de também ele ser santo.

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Foi a 26 de agosto de 1886 em Chimpay, na Patagónia localizada na Argentina que nasceu Zeferino Namuncurá. As suas primeiras onze primaveras foram muito agrestes. É então que foi enviado para um Colégio Salesiano em Buenos Aires, com o intuito de se preparar para defender a sua raça. Todo o ambiente familiar vivenciado em cada espaço do Colégio Salesiano fez com se deixasse cativar por D. Bosco. Desta for-ma, pouco a pouco Zeferino sentiu dentro do seu coração em ser um sacerdote sa-lesiano a fim de evangelizar a sua gente. Para atingir este objetivo, que sentia dentro de si, Zeferino durante cinco anos fez uma caminhada toda ela diferente do que estava habituado. Foi então que com grande esforço se foi adaptando a um es-tilo de vida diferente. O Colégio tinha dis-ciplina e, para este jovem rapaz, foi difícil integrar-se nela todavia com o passar do tempo percebeu que ela era um modelo de vida para ele e os seus companheiros de jornada. Zeferino cumpriu todos os seus deveres de estudo e oração com precisão. Este jovem durante o tempo de brincadeiras tinha algo espantoso pois, era capaz de resolver os desavindos.No ano de 1903, D. Cagliero bispo Salesia-

no, inseriu-o no grupo dos aspirantes em Viedma. Em virtude de uma saúde frágil levou Zeferino para Itália, com o intuito deste continuar seus estudos num clima melhor. Zeferino teve o privilégio de visitar o Papa Pio X que lhe disse:

- “ Deus queira que possas realizar os teus desejos: converter os teus irmãos da Pa-tagónia.” No final, comovido abençoou oferecendo-

-lhe também uma medalha do seu ponti-ficado.Este jovem estudou em Turim e, de segui-da, foi para o Colégio Salesiano situado em Villa Sora, em Frascati, destacando-se como o segundo melhor classificado. Zeferino já há muito tempo que padecia de tuberculose e em março de 1905 foi hospitalizado, em Roma, no hospital dos Irmãos de S. João de Deus onde viria a falecer em maio. Os seus restos mortais foram levados para a sua terra natal em 1924. Foi a 11 de novembro de 2007 foi beatificado. •

Fontes: Jornal Cavaleiro da Imaculada de novembro de 2013

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Perseguição aos cristãos:uma realidade nos dias de hoje

BEM-AVENTURADOSOS QUE PERDOAM!

---Fundação Ajuda

à Igreja que Sofre

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A história tem apenas alguns dias e che-ga-nos da Nigéria. Por uma questão de prudência, o nome da rapariga é omitido. Tudo o resto pode ser contado. Uma jo-vem cristã, de apenas 19 anos, foi agarra-da por um grupo de homens, levada para uma casa e ameaçada com uma faca. Es-teve com uma faca encostada à garganta. A qualquer momento, diziam-lhe, iam matá-la. Queriam que renunciasse à sua fé. As palavras são dela: “Eles estavam quase a matar-me, e um deles exigiu-me que não resistisse ou cortariam mesmo a minha garganta. Eu cedi. Eles colocaram-

-me então um véu e obrigaram-me a ler o Alcorão”. Apavorada, a jovem rapariga

nigeriana foi transformada em escrava pelos seus raptores. Algum tempo de-pois, porém, conseguiu fugir e contou a sua história. “Se chorava, batiam-me, se dizia alguma coisa, batiam-me.”

Histórias de terror

Na Nigéria actua, desde 2009, um grupo terrorista islâmico, chamado Boko Ha-ram, que tem como objectivo dividir o país entre o Norte muçulmano – que pas-saria a ser governado através da sharia, a lei islâmica - e o Sul, maioritariamente cristão. Para conseguirem este objectivo, têm recorrido ao terror mais absoluto. É rara a semana em que não há notícias de alguém assassinado, de igrejas alvo de atentados bombistas, de populações em fuga. A violência dos relatos é assustado-ra. Há pessoas que são mortas à macha-dada, queimadas vivas, brutalmente exe-cutadas a tiro, num desrespeito absoluto pela vida humana.

Um mundo de violência

Infelizmente, a Nigéria não é um caso iso-lado na demente violência religiosa que tem vindo a afectar as comunidades cris-tãs em tantos países do mundo. A lista é quase interminável: Nigéria, Mali, Sudão, Síria, Egipto, Iraque, Somália, Vietname, Paquistão, Índia, Síria, China… Na Coreia do Norte, por exemplo, a simples posse de uma Bíblia é suficiente para que al-

A cada cinco minutos, alguém é assassinado no mundo apenas por ser cristão. A brutalidade desta estatística diz bem da dimensão da perseguição aos Cristãos nos tempos que correm. Em muitos países no mundo assumir a fé implica uma coragem significativa.

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guém seja condenado a trabalhos força-dos num dos vários campos de concen-tração existentes no país.

O poder do perdão

Voltemos à Nigéria. Há dois anos, no dia de Natal, a explosão de um carro arma-dilhado causou dezenas de mortos na Igreja de Santa Teresa, na cidade Madalla. Desde esse dia, Chioma Dike está de luto. Na explosão morreram o marido e três dos seus quatro filhos. O que sobreviveu ainda hoje arrasta consigo as cicatrizes do atentado. Ela, apesar das lágrimas, da vida desfeita, não tem palavras de ódio. É impressionante escutá-la. “Ponho tudo nas mãos do Senhor. Ninguém pode aju-dar-me. Só Deus pode consolar-me.” Para esta mulher nigeriana, que ficou sem o marido e três dos seus filhos – ape-nas por serem cristãos -, não há sombra

de revolta no que diz, nem sequer rancor. Pede apenas as nossas orações. “Rezo para que o Senhor nos proteja e peço-vos que rezem pelo filho que me resta e que continua ferido.” A Fundação AIS tem como missão apoiar a Igreja necessitada, que é perseguida no mundo. A Igreja que sofre. Todos os dias, a cada cinco minutos, alguém morre por ser cristão. Todos os dias, a cada cinco minutos, é preciso reinventar a palavra PERDÃO. • Paulo Aido | Departamento de Informação

14 / 15AJUDA À IGREJA QUE SOFRE

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QUEMÉ FELIZ?

---Antonio João

do Nascimento Neto, SDB

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Em outros momentos já vos falei sobre a felicidade. Muitos jovens já cantaram so-bre ela, desejam-na, mas a final, somos mesmo capazes de realmente sermos fe-lizes?Jesus uma vez nos falou sobre quem eram os felizes. Ele os chamou bem-aventurados.Há várias ocasiões em que as pessoas po-dem ser consideradas felizes ou bem-aven-turadas. Uma delas, segundo o texto de Mateus, nas palavras de Cristo é: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5, 3). O que será que essas palavras de Jesus nos dizem hoje? Sabemos da grande pobreza que tantos homens e mulheres enfrentam em diver-sas partes do mundo e em todos os con-tinentes. Quando Ele nos fala em “pobres em espírito”, fala que nossa postura deve ser como a de uma pessoa que não se sen-te dono de muitas coisas. Um pobre vive sem muitos bens, vive sempre fazendo um grande esforço para sobreviver e também pede e precisa da ajuda e do cuidado de outrem; pois nos parece ser dessa pobreza que Jesus se refere.Aquele que é pobre em espírito jamais pensará o amor como arma que habilita a ter posse de alguém. É nesse sentido que finamente podemos encontrar uma chave de leitura para entender a atitude de Jesus em ter escolhido pessoas como Judas Isca-riotes para seu discípulo e companheiro. Explico: Jesus amou Judas, mas não fez do seu amor um laço para manter o discípu-lo traidor aprisionado a ele, ou seja, Jesus

amou Judas de forma livre, sem exigir ou forçar que esse o amasse. Concordam co-migo? A atitude de Jesus pode ser conside-rada pobreza em espírito.

Outro ponto da pobreza em espírito é a di-mensão da sociabilidade. Como dissemos, o pobre, de certa forma, precisa de outra pessoa e se lança ao encontro. O outro é considerado como de fundamental impor-tância para que ele sobreviva. Nesse caso, quando lemos as palavras de Jesus sobre ser feliz aquele que é pobre em espírito, fica claro o recado.Como disse Dom Bosco: “O Senhor colo-cou-nos no mundo para os outros”. A po-breza em espírito é mais uma característi-ca constituinte da pessoa feliz porque faz lembrar a vocação do cristão expressa na fala que lemos acima do santo considerado Pai e Mestre da juventude, S. João Bosco. Querer estar junto com, ver que o outro é uma riqueza, que é em comunidade que o cristão vive, é um forte sentido para a bem-

-aventurança de que falamos.Sem ser pobre em espírito não se é feliz. Ser pobre em espírito diverge de ser pobre de espírito, pois o que é pobre em espírito

Como disse Dom Bosco: “O Senhor colocou-nos no mundo para os outros”.

CRISTO JOVEM BRASIL 16 / 17

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assume uma postura de vida que se carac-teriza pela humildade e pelo desejo inces-sante de formar comunidade, já o pobre de espírito quer remeter àqueles e àquelas que nada têm de espírito ou espiritualida-de no sentido de espírito ser aquilo que ins-pira o agir externo, pois já é expressão in-terna da pessoa. O pobre de espírito não é humilde, não deseja contato com ninguém, nem com Deus, embora possa criar na ima-ginação o que ele chama de deus.

Atualmente é possível ser feliz assim, sen-do pobre em espírito? Fazendo esse ques-tionamento, jovens, olhemos que atitudes nós temos nas diversas ocasiões das nossas vidas. Será que elas são de pobreza em es-pírito ou pobreza de espírito?Bem, nunca é tarde quando se quer mudar o que há por dentro. Uma vez minha mãe disse: “Você nunca saberá se não tentar.” Jovem, disponha-se a ser um bem-aventu-rado, disponha-se a ser feliz, viva a pobreza em espírito. Felizes são os pobres em espí-rito, porque deles é o Reino do Céu. •

Sem ser pobre em espírito não se é feliz.

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BEM-AVENTURADOSOS QUE SE DOAM

---Miguel Mendes

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Iniciámos há poucos dias um novo ano, um novo capítulo na nossa história enquanto seres humanos, enquanto país, enquanto mundo. A verdade é que a cada ano que passa, renovamos sonhos e voltamos a desejar um ano melhor que o ano anterior com mais saúde, amor, prosperidade... É a Esperança que renasce, motivada por um simples virar de página num calendário. Não é certo, nem errado, é assim, e todos somos “assim”.

Mas há uns que são mais assim que ou-tros... Há uns, para quem todos os dias são “o primeiro dia do ano” e que fazem da Esperança o motor para cada manhã. São pessoas de todos os níveis sociais, pessoas de todas as idades, gente que so-nha fazer do mundo um lugar melhor.

Uns chamam-lhes voluntários, outros mis-sionários... A missão confunde-se com o voluntariado quando a única coisa que se tem para dar é Deus, aquele que tudo pode, aquele que tudo faz.

Motivados por essa Fé, todos os anos mi-lhares de pessoas largam tudo durante

um período de tempo da sua vida, para se doarem aos outros como sinal do Amor do Pai por eles. São sementes de Esperan-ça, focos de luz em terras escurecidas pela dor e pela fome. Muitos são os motivos que os levam a ir, mas, à volta todos re-gressam com o mesmo coração preenchi-do pelas experiências lá vividas.

Nestes tempos difíceis que Portugal vive olhemos para esses que levam um sorriso aos que sofrem e procuremos ser também nos sinal do Amor de Deus entre os que mais sofrem perto de nós.

Se me permitem o abuso, bem-aventura-dos os que se doam porque serão recom-pensados... Nem que seja com o sorriso dos que ajudam. •

A missão confunde-se com o voluntariado quando a única coisa que se tem para dar é Deus,...

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