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A Revista da juventude que acredita - www.cristojovem.com

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Page 1: Godzine 02 (Maio 2010)
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NOTA DE ABERTURA

NOTICIAS

JMJ 2011O INÍCIO DE UM CAMINHO

Olhando

Cantinho da AudáciaSER TESTEMUNHA

Dialectos da Palavra“TODOS FICARAMCHEIOS DOESPÍRITO SANTO...”(ACTOS 2, 1-13)

Folha dos SantosPAPA JOÃO PAULO II

Juventude que acredita!AFINAL O QUE HÁPARA ALÉM DO PAPA?

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No portal Cristo jovempodes fazer downloade consultar todas asedições da godzine

GODZINE.CRISTOJOVEM.COM

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Esta é a segunda edição da GODzine e antes de a “devorares”, proponha que reflectisses, este mês, sobre esta citação!

Podíamos neste mês reaprender a amar, tendo como referência o amor de Cristo por nós. Sintamo-nos verdadeiros filhos muito amados do Pai, que foi capaz de nos mandar o seu Filho unigénito e o Espírito

de amor, o Espírito consolador, o Paráclito, o Espírito Santo!

A única impossibilidade de Deus é deixar de nos amar, por isso, Deus consegue recolher o leite, o amor perdido da chávena, para voltar a enchê-la até transbordar de tão cheia que fica a nossa alma.

Nuno Souza

NOTADE ABERTURA

“O amor é como uma chávena de leite: não se pode voltar a pôr na chávena o leite que caiu em cima da mesa!”Manuel Marques

Nota de Abertura

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NOTÍCIAS

A peregrinação nacional dos jovens a Fátima, mais conhecida como Fátima Jovem, reunião 2680 jovens. Uma «Directa com Maria» foi o tema deste encontro.Uma noite cheia de actividades mostrou que uma directa “não serve apenas para se estar acordado, mas para “uma linha directa” com o objectivo de “aprofundar a fé, a relação com Jesus e conhecer melhor Maria”, explicava o Pde Pablo Lima, Director do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil.“A proposta tinha qualidade e foi bem cuidada, quer pelos movimentos como pelos secretariados diocesanos. O resultado evidenciou o bem estar sentido entre os jovens”, continuava a organização.O concerto de abertura da Banda Jota dava o mote para uma noite que contou sempre com música. Houve também um espaço «lounge», alimentação durante toda a noite e vigílias de oração.Na eucaristia que encerrou a noite dos jovens, pelas seis horas da manhã, o bispo de Viseu apelou ao espírito inquieto da juventude, salientando a sua sensibilidade para a esperança e concretização de sonhos.

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JOVENS ENCONTRARAM-SE EM FÁTIMA PARA “DIRECTA COM MARIA”

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Notícias

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Por ocasião da visita do Santo Padre a Portugal, Bento XVI dirigiu-se, na Nunciatura, em Lisboa, aos jovens presentes, dizendo que gostou da participação viva e numerosa dos jovens na Eucaristia no Terreiro do Paço, dando provas da sua fé e vontade de construir o futuro sobre o Evangelho de Jesus Cristo. Agradeceu pelo testemunho jubiloso que os jovens prestam a Cristo, eternamente jovem, e pelo carinho que lhe haviam manifestado com a serenata.Ficou célebre a sua frase: “Viestes desejar-me a boa-noite, e de coração vo-los agradeço; mas agora tendes de me deixar dormir, senão a noite não seria boa, e o dia de amanhã está à nossa espera.”O Papa manifestou que continuava a contar com as orações dos jovens para que a Visita a Portugal fosse frutuosa. E com grande afecto lhes deu a sua Bênção.Lembramos que sob a iniciativa do movimento “Eu Acredito”, organizado por Schöenstatt, pela Companhia de Jesus, pela Pastoral Universitária e pelas equipas dos Jovens de Nossa Senhora, estavam inscritos 11 mil jovens.

BENTO XVI AOS JOVENS

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JMJMADRID 2011

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Este é o início de um caminho... Um caminho de preparação onde te daremos a conhecer as novidades sobre o maior encontro de jovens do planeta. Juntos em Cristo, juntos por Deus!

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Foi já aprovado o hino das Jornadas Mundiais da Juventude de Madrid. O tema apresentado foi elogiado pelos membros do Conselho Pontificio para os Leigos, o Ministério do Vaticano responsável pelas JMJ, como uma música de grande qualidade, além de aprovar a composição que musicalmente representará a celebração em Madrid.O hino foi composto por Enrique Vázquez Castro, sacerdote vitoriano e compositor de música litúrgica de prestígio. O autor da letra é monsenhor César Franco, Bispo Auxiliar de Madrid. As estrofes do hino reforçam a proximidade dos jovens à Humanidade santíssima de Cristo, bem ao estilo da tradição mística espanhola.O hino tem sete versos e o refrão é baseado no tema das Jornadas: “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé”, retirado da carta de Paulo aos Colossenses, e diz:Forte na fé, na caminhada em Cristo, Nosso amigo, nosso Senhor. Caminhamos em Cristo, firmes na fé.O hino vai estrear na festa da Virgen de Almudena, a 9 de Novembro na Catedral de Madrid.

Pedro Besari, responsável pelo voluntariado das próximas JMJ, esteve em Portugal, reunido com os SDPJ’s para motivar e desafiar muitos jovens a ser voluntários na JMJ Madrid 2011. «O objectivo desta primeira campanha é animar jovens de todo o mundo a inscrever-se como voluntários, pois eles serão a coluna vertebral duma festa em que participarão 2 milhões de pessoas” – disse o Director dos Voluntários da JMJ.Os voluntários serão responsáveis pelas funções de atendimento aos participantes e seu acolhimento nas estações de autocarro e comboio e no aeroporto; das informações; da colaboração com a comunicação social e da tradução de textos. Também integrarão as áreas de eventos, protocolo, acompanhamento das autoridades e coordenação de grupos; colaborarão com a segurança civil e com os profissionais da saúde.Encontra mais informações em www.jmj2011madrid.com e em www.ecclesia.pt/pjuvenil.

FOI APROVADO O HINO DAS JORNADAS MUNDIAIS DA JUVENTUDE DE MADRID

RESPONSÁVELPELO VOLUNTARIADO ESTEVE EM PORTUGAL

Estas e outras Informações emwww.cristojovem.com

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JMJ Madrid

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É Maio. Mês do renascimento, mês de abundância!É mês de Maria nossa mãe e mãe de Jesus. Maio é também o mês em que recordamos a aparição de Maria aos três pastorinhos em Fátima, é também mês em que celebramos a festa dos povos, a festa do Pentecostes!Neste mês meditemos e atentemos no exemplo maternal de Maria. Atentemos no silêncio ou na serenidade das suas palavras consoladoras. Escutemos o que Ela nos segreda no mais íntimo do nosso ser e vejamos nas nossas mães o exemplo do amor de Maria pelos seus filhos.Depois da Páscoa toda a natureza, como Jesus, “ressuscita”. Os jardins enchem-se de flores. É o júbilo de toda a criação!Nestes dias em que Jesus envia o Prometido do Pai, continuemos a cantar, em harmonia com a natureza, as maravilhas de Deus.

Nuno Sousa

OLHANDO…

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Cantinho da Audácia

Testemunha é todo aquele que pode falar com verdade de algo ou de alguém.

É testemunha porque conhece pessoalmente ou porque esteve presente e viu ou ouviu directamente.

A testemunha não é um mexeriqueiro. Ela honra o episódio, a pessoa ou a verdade de que dá testemunho com os seus actos.

Normalmente, a testemunha faz com que aquilo de que é testemunha não fique morto no passado, mas perdure no futuro.

Jesus Cristo testemunhou à humanidade, com palavras e obras, como é Deus e qual é a Sua vontade para nós.

Os Apóstolos foram testemunhas do que fez e disse Jesus, e anunciaram

o Seu Evangelho até aos confins do mundo conhecido de então.

Os líderes religiosos das grandes religiões e das Igrejas cristãs são testemunhas do Projecto de Deus para todo o universo. Nos últimos tempos têm-se unido para invocar a unidade e a colaboração entre todas as pessoas e para deixar para trás motivos seculares de discórdia.

Os missionários são testemunhas do surgimento e crescimento das comunidades cristãs nos países onde trabalham. Vêem, também, com regozijo como os povos mais pobres vão alcançando o progresso e o bem-estar.

Gandhi, Luther King, Nelson Mandela, João Paulo II e tantas pessoas em todo o mundo são testemunhas da força da fraternidade, da justiça e da paz.

SERTESTEMUNHA

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O pessimista queixa-se do vento. O optimista espera que mude. O realista ajusta as velas. (George Ward)

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Sabes, eu sempre me interessei bastante por etimologia, ou seja, pela história por detrás de cada palavra e o conjunto de histórias que ela pode contar se simplesmente lhe prestarmos um pouco mais de atenção. Em particular, ultimamente tenho-me debatido muitas vezes com a ideia de “entusiasmo”. Todos nós conhecemos a sensação de começar um projecto que nos motiva de maneira especial com uma grande energia, alegria e até mesmo uma coragem excepcional, capaz de vencer barreiras e desafios. Por outro lado, todos passámos também, vez por outra, por momentos de crise em que nos perguntamos se vale a pena continuar no mesmo caminho ou se é melhor partir noutra direcção. Nesses momentos, queixamo-nos frequentemente de “falta de entusiasmo”. Ora, o mais curioso é que, se formos à origem da palavra, na língua grega, ela vai pedir-nos para procurarmos essa motivação onde menos esperamos. “Entusiasmo” vem

literalmente da junção das palavras “en” e “théos”. Ou seja, para os antigos, estar entusiasmado era o mesmo que estar em Deus, ter dentro de si a Sua Presença, estar inspirado por Ele, ser movido pelo Divino. É sobre essa experiência que me pretendo debruçar este mês.Como já pudeste ver noutra ocasião, os dias após a Ressurreição do Senhor, e que designamos de Tempo Pascal, foram um enorme desafio para os discípulos de Jesus. Mais que o choque do desaparecimento do Mestre, o que era realmente problemático era saber como lidar com a realidade daquela Nova Vida que Ele mesmo tinha inaugurado. O mais difícil era voltar a acreditar. Os Evangelhos registaram esse processo de adaptação através de vários relatos que apelidamos como ‘encontros com o Ressuscitado’. A um dos evangelistas, Lucas, também se costuma atribuir a autoria do livro dos Actos dos Apóstolos, onde se conta um pouco como foi a vida e a missão dos

“TODOS FICARAMCHEIOS DOESPÍRITO SANTO...”(Actos 2, 1-13)

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Dialectos da Palavra

amigos de Cristo nos primeiros dias da Igreja. É lá que encontramos um importante episódio que viria a mudar a vida daquela primeira comunidade, e que Lucas situa no dia de Pentecostes: a descida do Espírito Santo sobre os discípulos. É claro que já no Evangelho de João, logo num dos primeiros encontros com o Ressuscitado, podíamos ver Jesus como que a soprar sobre os Seus amigos, pedindo-lhes que acolhessem o Espírito Santo. E por isso ouço muitas vezes perguntar: “Então estiveram a repetir a mesma coisa em duas situações diferentes?” Sim e não. Mais do que tentar saber de pormenores quase arqueológicos sobre os acontecimentos da Fé, talvez devêssemos perguntar antes: “Isto já aconteceu alguma vez na minha vida?” O que há de mais poderoso na Palavra é a forma como os episódios que lemos continuam a acontecer, ainda hoje, com gente de carne e osso: nós mesmos, actores desta peça bem verídica que é a História da Salvação.Cada uma das pessoas que emprestou a sua pena e a sua vontade para registar as experiências que a sua comunidade ia tendo com Deus, e que assim contribuíram para a formação das Escrituras, procurou fazer catequese de acordo com as necessidades das pessoas a quem se dirigia, o contexto em que estas se encontravam e a mensagem que era preciso que elas recebessem. João, ou quem compilou o

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Evangelho com o seu nome, procurou salientar que a vida no Espírito Santo era uma consequência directa da Ressurreição do Senhor, ou, tal como pensamos que Ele mesmo terá dito na Última Ceia: “Contudo, digo-vos a verdade: é melhor para vós que Eu vá, pois, se Eu não for, o Paráclito [o mesmo que Consolador, ou Defensor] não virá a vós; mas, se Eu for, Eu vo-lo enviarei.” (João 16, 7). Diz-nos a fé que a História da Revelação tem sido feita em três actos. Primeiro, desde o começo dos tempos, Deus decidiu falar ao ser humano. Posteriormente, no centro da História, decidiu caminhar com o ser humano, ser Deus connosco, em Cristo. Após a Ressurreição, Deus não quis apenas estar ao lado do Seu Povo, mas sobretudo habitar dentro do Homem. É nesse passo da Revelação, permitido pela entrega de Cristo, que começámos a entender melhor Deus enquanto Espírito Santo.Porém, ao longo da história da Igreja, o Espírito foi por várias vezes apelidado “o

Grande Desconhecido”, ou ainda, o que é pior, “o Amor mal amado”. Hoje em dia, é isto que acontece com a maioria dos cristãos, que provavelmente até acreditam que existe Deus, mas que ainda não começaram a deixar-se transformar por Ele, como é próprio do Espírito enquanto Santificador. Somos um bocado como a população na antiga Atenas, que, como muitas outras cidades pagãs daquele tempo, além dos altares aos seus muitos deuses, mantinha um à parte, dedicado “a um deus desconhecido” (Actos 17, 23). Paulo viria a dizer a esses mesmos atenienses que esse deus a quem veneravam era o mesmo que ele anunciava. O único Deus, que ‘não se encontra longe de cada um de nós’, em quem “vivemos, nos movemos e existimos”, e a cuja estirpe pertencemos (Actos 17, 27-28). É o Espírito Santo, Espírito de adopção que nos permite reconhecer que somos filhos, e filhos que podem chamar a Deus de “Papá”. Não um Espírito que nos leve ao medo (Romanos 8, 15).

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Dialectos da Palavra

Esse Espírito é o próprio amor de Deus derramado nos nossos corações, como também dizia Paulo (Romanos 5, 5).Ouvimos, decerto várias vezes, ao longo da nossa vida na Igreja que Deus é amor (1 João 4, 8), mas pensemos um pouco: como é que Deus podia viver esse amor antes de haver a Criação? A quem é que Ele amava? A resposta é bastante simples, apesar de aparentemente complexa: Deus é, em Si mesmo, uma teia de relacionamentos. É um Deus em relação (ou, como viria a dizer a tradição da Igreja, Deus-Trindade). Por isso mesmo é que nós, feitos à Sua imagem e semelhança, somos também seres em relação. Para que eu, que estou a escrever este artigo, possa chegar a partilhar estas reflexões contigo, é preciso que tu decidas ler estas páginas. Em todos os círculos da nossa vida fazemos experiências semelhantes a esta. Somos filhos porque temos pais, alunos porque temos professores, catequistas porque temos catequizandos, membros da

Igreja porque… Olha, porque antes de mais existe uma Igreja, composta por muitas pessoas com talentos diferentes dos nossos mas que nos complementam e sem as quais não poderíamos viver. Esta nossa forma de

existirmos em dependência dos outros nada mais é do que um reflexo daquilo que acontece em Deus desde toda a eternidade. Ele, a Fonte de tudo, também Se conhece por inteiro, com perfeita inteligência. Vê-Se claramente como num Espelho. Ou seja, além de fazer a experiência de ser Pai, também é aquele que sabe todos os segredos da verdadeira vida. É um Filho que conhece tudo sobre o Pai. E só pode ser Fonte de Luz na medida em que também a reflecte, na medida em

Jesus mostra que a Salvação não é um acontecimento perdido no passado, como nos filmes, ou um cataclismo a aguardar-nos no futuro.

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que coloca essa Luz em acção, num movimento criador, uma relação de Amor.Criamo-nos uns aos outros quando vivemos no amor, ou por outras palavras, quando vivemos em Deus e experimentamos aquilo que une o Pai ao Filho desde sempre, o próprio Espírito Santo. É n’Ele que nos movemos quando somos capazes de sair de nós e restabelecer as pontes que muitas vezes nós mesmos destruímos, o orgulho que nos faz perfeitos estranhos uns para os outros. Diria até, o egoísmo com que nos tratamos mutuamente como ‘estrangeiros’, gente que fala línguas distintas e que nunca consegue chegar a um ponto de encontro. Por isso é que Lucas sentiu necessidade de tratar o tema do Espírito Santo desta forma, numa festividade de Pentecostes, numa Jerusalém repleta de pessoas vindas de várias nações. O Espírito Santo provoca em nós uma experiência contrária à da Torre de Babel. Quando Ele actua, em vez de querermos erguer-nos acima de todos os outros, continuamos a crescer na mesma, mas noutra direcção, como família humana que se expande, que acolhe e que dá mais vida, e vida em abundância, a todos. Um movimento que entusiasma. Uma dinâmica embebida, ou mesmo encharcada (como numa água viva) em Deus.São estas pistas que nos permitem

entender aquilo que é contado no segundo capítulo dos Actos dos Apóstolos. É a história de uma comunidade que fez o luto das suas antigas convicções e que conseguiu reencontrar-se com Deus de uma forma diferente. Não apenas como um Amigo que se senta à mesa e partilha-Se generosamente, mas com a força irresistível do fogo, que arde mas não destrói, como na sarça ardente de Moisés. Um fogo em que não se consegue tocar, que não se pode medir, analisar ou descrever por completo, mas que alimenta e transforma tudo aquilo em que toca. Foi neste fogo de Amor que a Igreja deu os primeiros passos e conseguiu crescer, acolhendo pessoas de todas as condições, culturas e passados. Não conseguimos possuir nem controlar Deus; em vez disso, é preciso deixar que Ele nos invada e nos faça criaturas novas. Só assim poderemos repetir, todos os dias, o dia de Pentecostes, na Igreja e no mundo. Só se formos homens e mulheres entusiasmados, cheios de Deus, é que poderemos dizer que estamos de facto vivos. E então as nossas palavras serão fontes de vida, e os nossos gestos serão instrumentos do Amor. Amor posto em prática.

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“Estamos no mundo sem ser do mundo, constituídos entre os homens como sinais da verdade e da presença de Cristo para o mundo. Entregamos-lhe todo nosso ser concreto como expressão sua, para que Ele continue fazendo o bem”pelo servo de Deus, João Paulo II

João Paulo II ou Karol Jósef Wojtyla nasceu a dezoito de Maio de mil novecentos e vinte em Wadowice, Polónia.Muito antes de ser o Papa João Paulo II, karol, ou Lolek como seu pai lhe chamava, era uma criança como tantas outras. Filho de um tenente do exército e de uma mãe que morreu enquanto ainda era criança. Seu irmão, Edmund, era médico e pouco tempo depois da morte da mãe morre-lhe também seu irmão de uma doença infecciosa. Quando faltava poucos dias para completar os seus vinte e dois anos viu o seu pai também morrer. Estava agora sozinho na vida. Nesta altura a

Polónia, em semelhança a uma grande parte da Europa sucumbia aos horrores da Segunda Grande Guerra e desta violenta forma viu também muitos dos seus amigos morrerem. Amava o teatro, a música popular e a literatura. Na sua juventude teve vários

Folha dos Santos

PAPAJOÃO PAULO II

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contactos com a comunidade judaica em Cracóvia e trabalhou numa fábrica de produtos químicos. Foi atleta e era muito religioso. Foi ordenado padre ao primeiro dia de Novembro de mil novecentos e quarenta e seis.Foi docente de Ética na Universidade Jaguelónica e posteriormente na Universidade Católica de Lubblin. Em 28 de Setembro de 1958 foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia e quatro anos depois chega ao cargo máximo na sua diocese. Em 30 de Dezembro de 1963 é apontado por

Paulo VI como arcebispo de Cracóvia. Na qualidade de bispo e arcebispo, Wojtyla participa no Concílio Vaticano II, contribuindo para a redacção de documentos que se tornariam na

Declaração sobre a Liberdade Religiosa e a Constituição da Igreja no Mundo Moderno dois dos mais historicamente importantes e influentes resultados do concílio. Foi elevado a cardeal pelo Papa Paulo VI em 28 de Junho de 1967. Após a morte do Papa Paulo VI, a 6 de Agosto de 1978, esteve presente no

conclave de 26 de Agosto de 1978 que escolheria Albino Luciani para um dos pontificados mais curtos da História. Trinta e três dias depois de votar no conclave, no dia 28 de Setembro de 1978, o então cardeal de Cracóvia, Karol Wojtyla, ficou a saber da triste e até hoje suspeita morte de João Paulo I. De volta a Roma, foi eleito Papa a 16 de Outubro.Três anos após a sua eleição a Papa é vítima de um grave atentado na Praça de São Pedro no dia 13 de Maio de 1981 tendo sido operado com alguma gravidade.O Pontífice sempre afirmou que a Virgem Maria teria ‘’desviado as balas’’ e salvo a sua vida naquele dia. Um ano depois e já totalmente recuperado, João Paulo II visita pela primeira o Santuário de Nossa Senhora de Fátima para agradecer à Virgem o acto de

O Pontífice sempre afirmou que a Virgem Maria teria ‘’desviado as balas’’ e salvo a sua vida naquele dia.

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salvação. O Santo Padre ofereceu uma das balas que o atingiu á Virgem onde posteriormente foi colocada na coroa onde permanece até hoje.

João Paulo II …> Promotor de uma aproximação às

outras grandes religiões monoteístas do mundo;

> Enfrentou acusações de ‘’proselitismo agressivo’’ feitas pelo mundo ortodoxo;

> Motivou o diálogo inter-religioso, o ecumenismo e a cultura da paz;

> Foi o primeiro a pregar numa sinagoga, entrar numa mesquita e a promover jornadas ecuménicas de reflexão pela paz em Assis;

> Determinou a devolução à igreja Ortodoxa do Ícone de ‘’Nossa Senhora de Kazan’’, a ‘’Theokos’’ e sempre Virgem Maria;

> Incentivador do Movimento Escoteiro, visitando eventos mundiais e europeus da maior organização juvenil do mundo;

> Quebrou o antigo costume dos papas não saírem do Vaticano ou de apenas fazê-lo pouquíssimas vezes em ocasiões extraordinárias, fazendo 104 visitas.

> Foi ele que há 25 atrás fundava o WYD, que é hoje um dos maiores encontros juvenis mundiais

Será Santo?Razões que devem levar o Papa João

Paulo II aos altares. Esse é o fio condutor do livro “Porque é santo” lançado no Vaticano, pelo postulador da causa de beatificação do venerável Pontífice, monsenhor Slawomir Oder. “Porque é santo” foi elaborado com informações dos 114 testemunhos recolhidos na pesquisa diocesana da causa de beatificação e mostram um pouco mais da vida de João Paulo II.Trata-se de uma narração interna marcada por numerosos episódios, anedotas e documentos inéditos que revelam aspectos desconhecidos da

Folha dos Santos

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O santo é aquele que vive plenamente a sua humanidade e Wojtyla era plenamente homem e santo.”

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vida humana, espiritual e eclesial de Karol Wojtyla.Na apresentação do livro, o autor descreve quem era particularmente João Paulo II: “um homem absolutamente apaixonado por Deus. Um homem que moldou toda a sua vida na chave da amizade espiritual com o Senhor. Um homem que viveu intensamente essa relação espiritual, que talvez tenha sido de certo modo acentuada pelo facto de desde muito jovem ter sido privado de suas principais referências afectivas humanas, isto é, os seus pais. Toda a intensidade da sua riqueza humana,

justamente porque foi um homem verdadeiro, deve ser buscada na sua relação com Cristo.”A santidade do Papa poderia ser vista na vida diária de João Paulo II, “a santidade de fazer uma piada certa no momento certo ou colocar-se em oração logo após ter lavado as mãos antes de celebrar a Santa Missa e entrar verdadeiramente no mais puro misticísmo na ausência total do tempo e do que acontecia à sua volta”.Podemos ilustrá-lo através de uma piada – apresentada no início do livro -, um episódio em que ele responde a uma irmã que o via um pouco abatido: “estou preocupada com Vossa Santidade”, ao que ele respondia

amavelmente: “Também estou preocupado com a minha santidade”. Era uma piada simpática, que, dita assim, permite compreender o quanto o Papa tinha isto claro em todos os momentos do seu dia e em todas as situações.Sobre a fama de santidade do Papa, o Cardeal Saraiva Martins diz: “Sempre tive a convicção de que o Papa Wojtyla era um santo. Eu conheci-o muito bem e, de facto, a impressão que sempre tive é de que realmente fosse um santo, e como todo santo era uma pessoa humana de uma humanidade extraordinária e profunda. Efectivamente, não há nenhuma distinção entre santidade e humanismo: no fundo, a santidade não é nada mais que a plenitude da humanidade. O santo é aquele que vive plenamente a sua humanidade e Wojtyla era plenamente homem e santo.”O Papa Bento XVI dispensou os normais cinco anos para abertura do seu Processo de Beatificação tendo considerado-o Venerável no passado dia 19 de Dezembro de 2009. Se o milagre da freira francesa confirmar-se João Paulo II será proclamado Beato havendo a necessidade de se confirmar mais um milagre por sua intercessão para que seja considerado Santo e suba aos altares da Igreja Católica.

Texto de Lucia Lopes

Revisão Nuno S.

“Sempre tive a convicção de que o Papa Wojtyla era um santo.

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Juventude que acredita

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Como bem sabemos, Portugal foi recentemente brindado com a visita de sua Santidade, o papa Bento XVI. Milhares de pessoas em Lisboa, Fátima e Porto mostravam ao mundo uma igreja viva, forte e unida em torno de sua Santidade, facto que assume especial importância nesta altura de crise que a Igreja Católica está a viver.Mostrámos o carinho que temos pelo nosso Pastor, mas mais importante que mostrar aos outros importa perceber em que medida mudou a visita de Bento XVI, a realidade da Igreja Portuguesa e dos jovens.A grande mobilização dos jovens gerada em torno do Papa terá continuidade? Terão estes jovens ficado mais empenhados no serviço e na sua missão como “trabalhadores da vinha do Senhor”? Existem muitas perguntas que se podem e devem fazer, para que das respostas se possam tirar ilações e plantar sementes para uma pastoral juvenil verdadeiramente viva e dinâmica.No próximo ano somos todos chamados por Bento XVI a um grande encontro mundial de jovens , um encontro que é uma celebração da

AFINAL O QUE HÁ PARAALÉM DO PAPA?

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Fé na sua vertente mais irreverente e espontânea. Será que vamos recolher os frutos das sementes plantadas por Bento XVI? Iremos nós ser capazes de nos preparar-nos fortemente para esta grande jornada de festa e oração?Isso só tu podes responder...

No Cristo Jovem a preparação para as JMJ está prestes a começar. Propomos-te que faças o mesmo e abras o teu coração para seguir as pegadas de Jesus em direcção a Madrid!

Miguel mendes

Os textos da secção “Juventude que acredita” estarão também disponíveis na secção “Editorial” do site www.cristojovem.com

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Contacta-nos:http://[email protected]

Ficha Técnica

Coordenador:Nuno Sousa

Design:Miguel Mendes

Colaboradores:

Noticias: Sara Amaral JMJ 2011: Miguel MendesOlhando: Nuno SousaDialectos da Palavra: Fábio BarbosaCantinho da Audácia: Revista AudáciaFolha dos Santos: Lúcia LopesJuventude que Acredita: Miguel Mendes