godzine 03 (junho / julho / agosto 2010)

26
1 EM DESTAQUE CRISTO JOVEM LANÇA NOVO HINO E ORGANIZA 1º ENCONTRO DE JOVENS CJ

Upload: godzine

Post on 17-Mar-2016

215 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

A Revista da juventude que acredita - www.cristojovem.com

TRANSCRIPT

1

EM DESTAQUE

CRISTO JOVEM LANÇA NOVO HINOE ORGANIZA 1º ENCONTRODE JOVENS CJ

2

NOTA DE ABERTURA

NOTÍCIAS

Reflexões VirtuaisÉ POSSÍVEL EVANGELIZAR ATRAVÉS DA INTERNET?

Olhando

Cantinho da Audácia(COMUM)UNIDADE

Folha dos SantosSANTO ANTÓNIO

Família CristãMÃOS À HORTA

Juventude que Acredita!UMA FÉ FIRME, ACTIVAE SILENCIOSA

Banda DesenhadaOVELHA PERDIDA E ACHADA

1

2

5

6

7

10

15

20

22

1

NOTADE ABERTURA

Nota de Abertura

No portal Cristo jovempodes fazer downloade consultar todas asedições da godzine

GODZINE.CRISTOJOVEM.COM

Olá!Tens à tua frente a terceira edição da GODzine de Junho, Julho e Agosto de 2010.Espero que nesta edição seja para a tua fé aquilo que a água fresca, depois de um dia de praia, de calor abrasador, é para ti!Que esta edição tenha um poder refrescante na tua Vida e na tua Fé.

Abraço em Cristo Jovem

Nuno Sousa

2

NOTÍCIAS

FESTIVAL JOTA EM PAREDES DE COURA “SUPEROU AS EXPECTATIVAS”

Realizou-se em Paredes de Coura, na praia fluvial do Taboão, nos dias 23, 24 e 25 de Julho a 4ª edição do Festival Jota, festival de música de inspiração cristã.A primeira noite do Jota ficou marcada pela animação da juventude e pela ale-gria das bandas que passaram pelo palco, enquanto que a segunda colocou os jovens em movimento, com músicas a deixar palavras de vida e amor. A juventude presente, mesmo cansada, ainda teve energia para muitas vezes “tirar o pé do chão”.A eucaristia presidida por D. José Pedreira, administrador apostólico de Viana do Castelo. Nas palavras que dirigiu aos jovens, o Bispo felicitou-os pela presença e manifestação de fé, mas alertou para a necessidade da prá-tica da oração, o único caminho para a beleza e felicidade em Deus.“Esta juventude precisa de ser desa-fiada e através da música pode ser um caminho”, concluiu o Pe. Pablo Lima, partilhando o balanço positivo por parte de toda a organização.

O festival encerrou com o anúncio de que não se irá realizar para o ano, por ser uma data próxima da JMJ. Esta pausa é apenas de um ano, pois o Festival vai continuar “enquanto houver gente com vontade, com gratuidade, com evange-lho e com Deus por trás”, garante o Pe. Jorge Castela, responsável pela direcção artística do Jota, que adiantou que a 5ª edição deste festival se irá realizar em 2012 na Diocese de Braga.O Pe. Pablo Lima, director do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, considera que o Festival Jota “superou as expectativas” realçando a “participação entusiástica dos jovens em todas as actividades”.

3

CRISTO JOVEM LANÇA AS REDES

O portal Cristo Jovem apresentou publi-camente o seu hino na noite de sábado do Festival Jota.O hino, composto e interpretado por João Pedro Neves, tem letra do Pe. Jorge Castela (Banda Jota), que res-pondeu positivamente ao desafio que a equipa coordenadora lhe lançou: uma letra que reflectisse os valores evange-lizadores de um projecto juvenil on-line e que tivesse como ponto de partida o

Evangelho de S. Lucas sobre a pesca Milagrosa e a escolha dos primeiros discípulos. O resultado foi uma letra ins-piradora, alegre mas ai mesmo tempo profunda e com mensagem. A música é enérgica e ritmada tendo colocado muitos dos jovens presentes no recinto do Festival a saltar e a cantar.Este hino propõe-se ser mais um ponto de união entre os jovens que visitam diariamente o Cristo Jovem.

Notícias

4

CRUZ PEREGRINA POR PORTUGAL PARA CONVOCAR JOVENS PARA A JMJ 2011

JAMBOREE “MADEIRA 2010” REÚNE CERCA DE DOIS MIL ESCUTEIROS

O Movimento escutista revelou uma vez mais a sua “importância” e “dimen-são pessoal e social”, prova de que “a formação integral que propõe toca tudo o que diz respeito à pessoa”, através de um interessante “contributo, parti-cipação e entrega”, disse o Bispo do Funchal aos jornalistas, no final do III Jamboree Madeira 2010.A iniciativa foi organizada pelo CNE (Corpo Nacional de Escutas) no Parque Florestal Montado do Pereiro, na Camacha, com a participação de cerca de duas mil pessoas, entre jovens e dirigentes de todo o nosso país e de Espanha.“É, pois com muita alegria que regis-tamos esta dimensão do escutismo católico, em termos de fé e de serviço, expresso, aliás no lema – sempre alerta para servir”, acrescentou D. António Carrilho.Estiveram também presentes várias entidades oficiais (da Marinha, Exército, Protecção Civil e outros); o responsável pela Direcção Regional da Juventude, Jorge Carvalho; o Chefe Nacional do CNE (Corpo Nacional de Escutas), Carlos Pereira; sacerdotes e assistentes espirituais do CNE/Madeira.

A Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude concluiu a sua peregrinação em território português depois de uma peregrinação por 16 dioceses nacionais.Foram milhares as pessoas que pude-ram ver, tocar e rezar junto da Cruz, durante os dias em que ela percorreu o país. Entre 8 e 19 de Agosto, a cruz de quase quatro metros de altura, visitou praticamente todas as dioceses portu-guesas (as excepções foram a Madeira e o Alentejo), mobilizando inúmeros jovens.O símbolo vai agora continuar a sua peregrinação europeia, convocando todos os jovens para a Jornada Mundial da Juventude 2011, que se irá realizar entre 16 e 21 de Agosto, na capital espanhola.A Cruz esteve pela primeira vez nos Açores, o que para D. António Braga, Bispo local, foi “um acontecimento especial, fruto de um grande empenho do departamento nacional da pastoral juvenil e também do secretariado dos Açores”.Dos Açores, a Cruz das Jornadas partiu para o Santuário de Lourdes, em França.

5

Reflexões Virtuais

O fenómeno religioso na Internet possui características muito próprias e específicas. Podemos facilmente constatar através de uma pesquisa simples num motor de busca que as páginas religiosas na Internet são numerosas, porém, por vezes, encontramo-nos perante presenças online verdadeiramente consumistas e feitas à medida do homem de hoje, sem terem em atenção a mensagem. O fenómeno religioso na Internet possui três grandes características, às quais deveremos ter em atenção:

> Antes do mais, existe um “secula-rismo virtual”. O secularismo já não se apresenta como ausência de ele-mentos sagrados, mas sim como oferta quase comercial de religiões, sem referência ao sagrado ou com um conceito menos correcto do que pertence ao sagrado, feito, isso sim, à medida do ser humano.

> Por outro lado, observamos o que podemos designar de “relativismo online”. Na Internet nada é absoluto, nem sequer é verdade. Ao entrar na rede, o utilizador encontra várias propostas de felicidade que se lhe oferecem, com argumentos muito atractivos, com múltiplas promessas de uma vida melhor, de superação pessoal, porém sem referência a uma verdade absoluta nos seus conteúdos.

> Por último, a “liberdade e a Intenet”, que é um aspecto particular do fenómeno religioso na Internet. A Internet é como o altar no qual se presta culto ao conceito de liberdade surgido na época da modernidade, onde esta palavra assumiu características muito diferentes.

Fernando Cassola Marques

É POSSÍVEL EVANGELIZAR ATRAVÉS DA INTERNET?

A necessidade de evangelizar na Internet é mais do que uma opção, é um dever próprio de todo o cristão. Neste sentido, recordamos que o encontro pessoal com Cristo é a chave para uma autêntica evangelização. Por outro lado, a vida da Igreja online deverá ser um espelho daquilo que leve as pessoas a um encontro com o Ressuscitado e as encaminhe para uma liberdade que deve ser guiada pelo amor. A Igreja deverá ainda abrir as suas portas e mostrar o amor do Pai. Para isso, pode e deve fazê-lo também através da Internet, adaptando-se sempre aos novos meios tecnológicos e às novas linguagens, para que assim possa con-tinuar o seu diálogo com a humanidade. Somente assim poderá estabelecer um verdadeiro diálogo com o homem de hoje num meio como é a Internet, essencialmente interactivo.

6

Certo dia um rapaz procurou um sábio porque não tinha vontade de fazer nada. Toda a gente dizia que ele não servia para fazer nada e que não tinha valor algum. O sábio, tentando ajudar o rapaz, mandou-o ir vender um anel e que não vendesse tal anel a ninguém por menos de uma moeda de ouro. Mais tarde o jovem retornou à casa do sábio sem sucesso para a sua venda, dizendo ser impossível vender tal anel por uma moeda de ouro.Então, sorrindo, o sábio explicou-lhe que primeiro seria preciso conhecer o verdadeiro valor da jóia e que para isso seria necessário ele ir a um ourives, mas que não lhe vendesse o anel.O rapaz montou de novo no cavalo e cavalgou até à ourivesaria. Chegando lá, o ourives examinou o anel e explicou-lhe que poderia comprar-lhe a jóia por 58 moedas de ouro, mas com algum tempo facilmente chegava às 70 moedas de ouro.Então o rapaz incrédulo cavalgou de novo para a casa do sábio e contando-lhe isso o sábio explicou-lhe que ele era como uma jóia valiosa e única e perguntou-lhe: – Porque é que vives à espera que qualquer pessoa descubra o teu verdadeiro valor?(autor desconhecido)

É esta a pergunta que te faço, responde a ti mesmo(a), “Olhando” para ti próprio(a).

OLHANDO…

7

Cantinho da Audácia

(COMUM)UNIDADE

Com certeza já te encontras em férias… e, se trabalhaste de forma séria e empenhada durante o ano escolar, é agora tempo de descansar. Espero que desfrutes este tempo e que cresças em todos os sentidos e dimensões. Uma das experiências que talvez faças, durante este tempo, é o do contacto com pessoas/culturas/ambientes dife-rentes daqueles a que estavas habitu-ado e isso pode ser uma riqueza, mas pode também criar alguma confusão e até medo. Ora, a pluralidade é um facto inegável, mas que nos remete inevita-velmente para a (procura da) unidade.Vivemos, cada vez mais, em grandes metrópoles, cercados de pessoas muito diferentes de nós. Gente de todo o tipo de perfil profissional, político, cultu-ral e religioso. Vivemos todos lado a lado, mas de certa forma isolados… Vivemos, assim, agrupados por várias razões (geográficas, religiosas, ocu-pacionais…), criando a totalidade da espécie humana, uma totalidade com-posta pela diversidade, que, no entanto, clama por unidade.

Há algo que nos uneNa procura por unidade, o respeito pelo outro assume-se como uma etapa fundamental. Somos diferentes, mas, também, somos todos iguais e há algo que nos une, constituindo a essência da Humanidade: a dignidade e o respeito que nos merecem os outros. Perceber quem está ao nosso lado e aceitar a sua expressão individual, dentro dos limites da cidadania, é fundamental para evitarmos os constantes conflitos entre nós.No entanto, esta coexistência, muitas vezes, não se assume como colabo-ração, nem possibilita que desfrute-mos de toda a potencialidade humana. Quanta criatividade e riqueza poderiam emergir destes encontros se soubés-semos estar uns com os outros numa perspectiva colaboradora possibilitado, assim, a construção de um mundo melhor! Assim, como gastamos ener-gias e forças a afirmar a diversidade, também as deveríamos gastar a afir-marmos a necessidade da unidade.

8

O que significa a UnidadeO princípio da unidade na diversidade está intimamente associado ao con-ceito da unidade da Humanidade. A apresentação de ambos os conceitos, dentro da proposta de uma educação formadora de novos hábitos e valores, traz à tona o surgimento de um novo tipo de cidadão, comprometido com uma visão mais ampla: preocupado não apenas com o local, mas também com o global; não apenas com a diversidade e a pluralidade, mas também com a unidade e a comunhão.A unidade envolve um processo dinâ-mico de criar harmonia entre diversos povos e é diferente da uniformidade. Percebermos que, embora diferentes,

somos iguais em dignidade; apesar de vivermos em diversos países, religiões e culturas, somos todos um só povo: o povo de Deus, a viver a cultura da humanidade, que nos faz iguais.

A construção da UnidadeA unidade pode construir-se mediante a colaboração. Assim, a busca da unidade pressupõe, de cada um de nós, a capa-

cidade de acolher o outro, igual a nós em dignidade, mas, inevitavelmente, diferente em personalidade e escolhas, e descobrirmos o que nos une num laço indissolúvel. O diálogo assume-se, por isso, como o único meio para o encontro com o outro, diferente de nós e, no entanto, igual. A ausência de palavras, o virar das costas ou a ameaça ao outro são atitudes de recusa em procurar a unidade e que nos levam, inevitavel-mente, ao isolamento e à separação. Mas a unidade é também um dom. Na cultura bíblica nós não fazemos a unidade, ela é fruto do amor de Deus, da acção do Espírito Santo em nós. O amor faz nascer o desejo de uni-dade, mesmo naqueles que sempre ignoraram tal exigência. O amor cria comunhão (comum-união) entre as pes-soas e entre as comunidades. Se nos amamos, buscamos aprofundar a nossa comunhão, e (re)orientamo-la para a perfeição. O amor é a fonte, a união e a perfeita comunhão da Santíssima Trindade – a unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo –, que gera, igual-mente, a união entre a Humanidade. Construir a unidade na diversidade é aceitar e reconhecer que as pessoas, diferentes por suas origens, se se ama-rem, podem conviver em harmonia e unidade, uma vez estabelecidos os limi-tes e respeitadas as individualidades.

O diálogo assume-se, por isso, como o único meio para o encontro com o outro, diferente de nós e, no entanto, igual.

9

Cantinho da Audácia

HINO À UNIDADE(Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares)

Todos se regozijam com a sua presença,todos sofrem com a sua ausência.É paz, alegria, amor, ardor,atmosfera de heroísmo, de extrema generosidade:é Jesus entre nós!Viver para que Ele esteja sempre entre nós, para levá-Lo ao mundoque desconhece a Sua paz, para termos em nós a Sua Luz!

Queremos doá-la a todos que passarem ao nosso lado,não podemos conservá-la para nós somente,já que muitos, muitos tem fome e sede desta paz plena,deste gáudio infinito.

Se nós permanecermos fiéis à nossa missão – «Que todos sejam um» –o mundo verá a unidade. Todos serão «um» se nós formos «um»!E não tenham medo de renunciar a tudo pela unidade:sem amar, superando toda e qualquer medida,sem perder o próprio modo de raciocinar,a própria vontade e os desejos,jamais seremos «um»!

Sábio é quem morre para deixar Deus viver em si!A unidade antes de tudo!Têm pouco valor as discussões ou até as questões mais santasse não gerarmos Jesus entre nós.

Nestas férias, procura descobrir, afirmar e defender o valor da unidade. A unidade na tua família, na tua turma, no teu grupo de amigos… pois só ela nos dará a dignidade própria dos humanos e nos coloca na estrada do diálogo que leva a um verdadeiro entendimento e união entre aquilo e aqueles que à partida pareciam diferentes e inconciliáveis.Acede a www.audacia.org e descarrega o material multimédia que preparámos para ti sobre este valor.

10

SANTOANTÓNIO

Santo António, de nome Fernando, filho de Martim de Bulhões e Maria Azevedo, nasceu em Lisboa entre 1191/1105, acei-tando-se como data oficial o dia 15 de Agosto de 1195, numa casa próxima da Sé de Lisboa onde se pensa ser o local onde posteriormente se construiu a Igreja sob sua invocação.Estudou primeiramente na Igreja de Santa Maria Maior, actual Sé de Lisboa, ingressando mais tarde, como noviço, na Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, guiado pela mão do prior D.Estevão onde permane-ceu 3 anos, tendo com 18 ou 19 anos entrado no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra onde realizou os estudos em Direito Canónico, Filosofia e Teologia. Tornou-se Franciscano em 1220 e viajou muito, vivendo primeiro em Portugal, depois em Itália e por fim na França. Foi professor, grande pregador e consi-derado por muitos católicos, um grande taumaturgo, sendo-lhe atribuído um notável número de milagres, desde os primeiros tempos após a sua morte até aos dias de hoje. É o protector dos noi-vos, por tradição realiza-se em Lisboa, um casamento colectivo, no dia 13 de Junho, na sua igreja junto à Sé de Lisboa.

11

Folha dos Santos

O reconhecimento

Foi canonizado pelo Papa Gregório IX, na catedral de Espoleto em Itália, no dia 30 de Maio de 1232.Foi proclamado dou-tor da Igreja pelo papa Pio XII, em 1946.

A sua ObraSendo os estudiosos, os Sermões Dominicais e Festivos são a única obra autêntica escrita pela mão de Frei António, com a marca da sua persona-lidade e espiritualidade. Esta obra é constituída por 53 sermões dominicais, escritos em Pádua, que são mais precisamente um manual de pregação do que propriamente sermões ou homilias escritas. A estes sermões adicionam-se 4 festividades marianas. Existe um sermão para cada domingo ou festividade, cujo desenvolvimento é feito com base no texto do evangelho e da liturgia.

Festividades em Portugal

Em sua honra, dia 13 de Junho em Lisboa, é feriado municipal. As festas começam na noite de dia 12, com mar-chas populares num desfile alegórico no qual competem diferentes bairros, à maneira das escolas de samba, uma espécie de carnaval português.Como santo casamenteiro, a Câmara Municipal organiza na Sé Patriarcal de Lisboa o casamento de jovens noivos de origem modestos, são conhecidos por ‘’noivos de Santo António’’, rece-bem ofertas do município e também de diversas empresas, como forma de auxiliar a nova família.

“Quem não pode fazer grandes coisas, faça ao menos o que estiver na medida de suas forças; certamente não ficará sem recompensa” Santo António

Alguns milagres…

> Santo António prega aos peixes. Reza a lenda de que estes não o quiseram escutar e viraram-lhe as costas. Sem desanimar, Santo António vai até à beira da água, onde o rio conflui com o mar, e chama os peixes a escutá--lo, já que os homens não o querem ouvir. Dá-se então o milagre: multi-dões de peixes aproximam-se com a cabeça fora de água em atitude de escuta. Os hereges ficaram tão impressionados que logo se converte-ram. Este milagre encontra-se citado por diversos autores, tendo sido mesmo objecto da obra, O Sermão De Santo António Aos Peixes, que é considerada uma das obras-primas da literatura portuguesa.

12

13

Folha dos Santos

> Houve um crime de morte em Portugal onde todas as suspeitas recaiam sobre o pai do santo. Chegou o dia do julgamento, santo António estava a fazer um sermão numa igreja da Itália. Conta-se que dado instante, ele interrompeu o sermão e ficou imóvel como se estivesse a dormir em pé. Durante esse mesmo tempo foi visto na sala do júri, em Portugal, conversando com os juí-zes. Entre outras coisas, disse-lhe o santo: Por que tanta precipitação? Posso provar a inocência do meu pai. Venham comigo até o cemitério. Aceitaram o convite. Frei António mandou abrir a cova do homem assassinado e perguntou ao defunto: ‘’Meu irmão, diga perante todos, se foi meu pai quem o matou’’. Para espanto dos juízes e de todos que ali estavam, o defunto abriu a boca e disse devagar, como se esti-vesse a media as palavras: ‘’Não foi Martinho de Bulhões que me matou’’. E tornou a calar-se. Estava provada de uma forma milagrosa a inocência do seu pai.

imagem: Bartolomé Esteban Murillo

14

Frases de Santo António

“Deus é Pai de todas as coisas. Suas criaturas são irmãos e irmãs.”

“É viva a Palavra quando são as obras que falam.”

“Quando te sorriem prosperidade mun-dana e prazeres, não te deixes encantar; não te apegues a eles; brandamente entram em nós, mas quando os temos dentro de nós, nos mordem como serpentes.”

“Uma água turva e agitada não espelha a face de quem sobre ela se debruça. Se queres que a face de Cristo, que te protege, se espelhe em ti, sai do tumulto das coisas exteriores, seja tranquila a tua alma.”

“A paciência é o baluarte da alma, ela a fortifica e defende de toda perturbação.”

“Ó meu Senhor Jesus, eu estou pronto a seguir-te mesmo no cárcere, mesmo até a morte, a imolar a minha vida por teu amor, porque sacrificaste a tua vida por nós.”

“Como os raios se desprendem das nuvens, assim também dos santos pre-gadores emanam obras maravilhosas. Disparam os raios, enquanto cintilam os milagres dos pregadores; retornam os raios, quando os pregadores não atribuem a si mesmos as grandes obras que fazem, mas à graça de Deus.”

“Ó Senhor, dá-me viver e morrer no pequeno ninho da pobreza e na fé dos teus Apóstolos e da tua Santa Igreja Católica.”

“Neste lugar tenebroso, os santos bri-lham como as estrelas do firmamento. E como os calçados nos defendem os pés, assim os exemplos dos santos defendem as nossas almas tornando--nos capazes de esmagar as sugestões do demónio e as seduções do mundo.”

“Quem não pode fazer grandes coisas, faça ao menos o que estiver na medida de suas forças; certamente não ficará sem recompensa”

15

Família Cristã

RURALIDADE URBANA MÃOS À HORTAVânia Machado

O fenómeno das hortas urbanas não é uma realidade nova. Nos países do norte da Europa existem já desde a segunda metade do século xix. O país europeu com a maior percentagem de hortas é a Dinamarca, onde esta tradi-ção remonta ao século xviii. Nos EUA tiveram um grande impulso quando a família Obama decidiu criar nas traseiras da Casa Branca uma horta e um pomar. Em poucos meses as hortas caseiras tiveram um considerável aumento nos EUA.

Nas cidades vivemos rodeados por gigantes de cimento e faltam espaços verdes. Sentimos o apelo do rural, mas temos com ele um contacto quase sempre passageiro. Mas, e se pudesse ter a ruralidade bem perto da sua casa? As hortas urbanas estão a crescer e com elas cresce a esperança de tornar mais verdes as nossas cidades.

16

Em Portugal esta realidade tem vindo a ganhar expressão nos últimos anos e, prova disso, é a vontade e esforço de algumas autarquias para conseguir disponibilizar espaços dedicados às hortas em ambiente urbano. «Muitas autarquias estão envolvidas na criação de hortas formalizadas na estrutura verde urbana (Lisboa, Cascais, Coimbra), bem como entidades públicas (LIPOR, Estabelecimento Prisional de Setúbal), associações não governamentais

também começam a ter expressão nesta área (AVAAL – Associação para a Valorização Ambiental da Alta de Lisboa)», explica o arquitecto paisa-gista Jorge Cancela. Podemos encontrar hortas de diferentes tipos: «escolares, comunitárias organizadas, individuais em espaço exterior privado, informais em locais não planeados para essa acti-vidade, municipais ou institucionais», acrescenta. Certamente já terá reparado em algu-mas bermas de estrada transformadas em hortas por quem ali viu a forma de um certo regresso às origens, ao

contacto com a terra, ou simplesmente uma forma de responder a algumas carências económicas. No entanto, os terrenos que têm vindo a ser ocupados com estas hortas são «muito variados, desde vales e antigas zonas agrícolas onde sempre se praticou agricultura, até zonas marginais da cidade (taludes de vias, zonas expectantes), passando por pequenos jardins urbanos e áreas escolares». Maria José Fundevila, da Divisão de Estudos e Projectos da Câmara Municipal de Lisboa, Direcção Municipal de Ambiente Urbano no âmbito da equipa constituinte da Comissão de Agricultura Urbana, considera que «actualmente existe uma consciencia-lização da classe política relativamente à importância e interesse das hortas urbanas, tanto em termos ambien-tais como sociais e económicos. Estes vectores de importância reconhecidos

“por todas as razões, a ocupação sustentável dos solos de áreas expectantes, que as autarquias não tenham capacidade para ocupar com outro uso ou mesmo manter, é extraordinariamente importante.”

17

Família Cristã

à agricultura urbana são válidos tanto para os próprios utentes e habitantes das cidades como para os próprios muni-cípios, pois além do bem-estar físico e psíquico dos utentes ser uma mais-valia muito significativa para qualquer órgão administrativo, por todas as razões, a ocupação sustentável dos solos de áreas expectantes, que as autarquias não tenham capacidade para ocupar com outro uso ou mesmo manter, é extraordinariamente importante.» O projecto Horta à Porta – hortas bioló-gicas da região do Porto, promovido pela LIPOR – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, conta já com 14 hortas comunitárias para cultivo biológico na área do Grande Porto e tem uma lista de espera com mais de mil pessoas. Este é um projecto que visa promover a qualidade de vida da população através de boas práticas agrícolas. Esta iniciativa

passa não só pela criação de espaços verdes dinâmicos, mas também pela promoção do contacto com a Natureza e de hábitos saudáveis, sem esquecer a redução de resíduos.O projecto Horta à Porta surgiu em Julho de 2003 devido à necessidade de articu-lar a disponibilidade de várias entidades numa rede que viabilizasse uma estra-tégia para a região do Grande Porto no domínio da compostagem caseira, na criação de hortas e na promoção da agricultura biológica. O Horta à Porta disponibiliza talhões de no mínimo 25 m2 a particulares interessados em praticar a agricultura biológica e a composta-gem. Ao receber o talhão de terreno, os futuros agricultores recebem também formação em agricultura biológica, tudo de forma gratuita. Os produtos são para consumo próprio, é disponibilizada água e um local para armazenar as ferramentas. É ainda disponibilizado um compostor indivi-dual. Este projecto, dinamizado pela LIPOR em parceria com as Juntas de Freguesia de Aldoar, São Pedro de Rates, Aver-o-mar e Maia e os muni-cípios de Matosinhos, Póvoa de Varzim, Maia e Porto, conta já com mais de 3,6 hectares de agricultura biológica em contexto urbano. «O nosso objectivo é conseguirmos levar à mudança de com-portamentos porque ao conseguirmos transformar uma pessoa ela acaba por passar à sua família, aos netos. Estamos

18

a conseguir atingir o nosso objectivo, permitir às pessoas ter o seu próprio espaço, sensibilizá-las para as temáticas da saúde e do ambiente e promover a da biodiversidade que falta nas cidades. Nestas hortas também se recupera um pouco o espírito de comunidade que se perdeu na cidade. As pessoas trocam produtos entre si», afirma Ana Lopes da Divisão de Valorização Orgânica da LIPOR. Um pouco por todo o país os projec-tos de hortas urbanas começam a ser valorizados e a ter o seu espaço. Em Lisboa estão a ser feitos esforços para criar espaços deste tipo e dotar de condi-ções adequadas aqueles que já existem. Exemplos disto são o projecto do Parque Agrícola da Alta de Lisboa (PAAL) e tam-bém da Quinta da Granja. Mas nem só Lisboa e Porto estão a “meter as mãos na horta”. Em Guimarães, a Câmara disponibilizou um terreno com cerca de 3 hectares e tem sido um sucesso, como o comprovam as inúmeras pessoas em lista de espera para ter o seu talhão. Também em Ponte de Lima começam a ser dados passos neste sentido, tendo a Câmara disponibilizado um terreno

HORTICULTORES URBANOS, O PRAZER DE MEXER NA TERRA

José Moura tem 74 anos, tem um talhão na horta biológica de Leça da Palmeira e fala com grande satisfação desta experiência. «Até aos 22 anos fui criado na agricultura em Celorico de Basto e, portanto, tinha alguns conhecimentos. Depois de reformado senti que precisava de uma ocupação e um colega falou-me deste projecto. Para mim é uma distracção muito boa. É aqui que passo o meu tempo. Às vezes até me esqueço de ir almoçar porque gosto muito das plantas. Este bocadinho de terra que aqui tenho dá-me para alimentação da casa. Os meus netos também me estão sempre a pedir para vir comigo à horta e mexer na terra e nas plantas.»Mário Linhares é um engenheiro alimentar de 37 anos residente na Póvoa do Varzim. A sua principal motivação ao querer ter o seu talhão na horta de Aver-o-mar foi a fuga ao stresse diário. As principais vantagens que encontra no facto de ter uma horta são a «possibilidade de produzir os próprios hortícolas, cujas qualidades são consideravelmente superiores quer a nível organolép-tico, quer a nível de segurança alimentar, o convívio com os restantes elementos integrantes do projecto, os conhecimentos adquiridos a nível agronómico, a garantia da qualidade dos hortícolas produzidos.» Para este engenheiro, as hortas urbanas são uma mais-valia para as cidades «porque há todo um ecossistema que se desenvolve-rá nas hortas. Não serão só as plantas cultivadas que contribuirão, aparecerão certamente insectos auxiliares e aves em torno das hortas. Além disso, os participan-tes recebem formação em compostagem caseira que lhes permitirá produzir o próprio composto através de resíduos que, habitualmente iriam para o lixo comum, estando assim a contribuir directamente para a protec-ção ambiental.»

19

com cerca de dois mil metros quadrados. As encostas do Bairro do Ingote, em Coimbra, são outro bom exemplo no âmbito das hortas urbanas. Para ter um talhão nestas hortas o pro-cesso é quase sempre semelhante e passa por ter de se dirigir à sua câmara ou junta de freguesia e inscrever-se. Os especialistas contactados pela FAMÍLIA CRISTÃ aconselham todos os interessa-dos a fazê-lo, mesmo em zonas onde não existam hortas criadas, pois esta é uma forma de as entidades sentirem que há interesse por parte das pessoas e poderá incentivá-las à criação de cada vez mais espaços. Em tempo de crise, as hortas urbanas são também uma boa resposta, uma vez que permitem aos seus utilizadores produzir os próprios alimentos hortícolas, reduzindo assim a factura do supermer-cado. Jorge Cancela afirma que «nas alturas de crise as hortas urbanas ten-dem sempre a aumentar. De facto, se houver tempo disponível e área próxima adequada, uma família pode divertir-se e poupar em simultâneo.»Para além do factor económico, as hor-tas urbanas trazem ainda outras vanta-

Família Cristã

gens tais como a promoção da qualidade de vida e exercício físico, contacto com a natureza, produção dos próprios alimen-tos e alimentação saudável. As hortas podem ser uma excelente actividade em família e uma forma de poder dar às crianças o contacto com a terra para que estas saibam de onde vêem os ali-mentos que consomem. Para muitas pessoas este contacto com a terra é até bastante terapêutico e ajuda a recuperar de depressões e situações de stresse.

Maria José Fundevila acredita que esta é uma realidade «de futuro e de impor-tância crescente na vida das sociedades urbanas e que a partir de agora não haverá retrocesso nesta mentalidade, até porque a consciencialização ecoló-gica e ambiental é algo que está cada vez mais presente na vida de todos e à medida que as gerações urbanas vão ficando mais afastadas do rural em ter-mos de vivência efectiva, será cada vez mais interessante e importante estes espaços nas cidades, aliado aos factores económicos e ambientais».

“Para muitas pessoas este contacto com a terra é até bastante terapêutico e ajuda a recuperar de depressões e situações de stresse.”

20

Os textos da secção “Juventude que acredita” estarão também disponíveis na secção “Editorial” do site www.cristojovem.com

O Verão passou e estamos prestes iniciar um novo ano Pastoral, escolar, profissional, etc. Este novo início de actividades coincide sempre com o outono, tempo em que começam a cair as folhas das árvores e os tons quentes de brilhantes do Verão dão lugar aos tons castanhos e secos do Outono. A queda da folha é aliás algo que podemos interpretar na nossa vida, como um despir de tudo o que pas-sou e um convite ao trabalho para um posterior renascimento, a “Primavera”.

Durante este verão, houve tempo para descansar mas também para alcan-çar objectivos propostos no ano ante-rior. Um deles, foi o encontro Cristo Jovem que teve lugar nos dias 4 e 5 de Setembro em Albergaria-a-Velha.

Uma quinta em plena floresta cons-tituiu o cenário idílico deste encontro que apesar do número muito reduzido de participantes (um total de 6 nos dois dias) serviu acima de tudo como um tubo de ensaio para futuras edições. A paz que se fez sentir, foi um convite à oração e ao silencio interior, mas também à diversão e às dinâmicas pela organização.

Deste encontro saíram naturalmente algumas conclusões e orientações para a espiritualidade dos jovens que nele participaram e que iremos partilhar convosco brevemente. Uma das que marcou o final do dia de Sábado foi a conclusão de que como jovens, somos chamados a mostrar este Cristo Jovem através de uma fé firme, activa e silen-

UMA FÉ FIRME,ACTIVA E SILENCIOSA

21

ciosa. O que é então cada uma destas características?

Fé firme«Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto!» Jo 20, 29A fé firme caracteriza-se por essa capacidade de crer em Deus mesmo sem o ver fisicamente, mas vê-lo em tudo o que nos rodeia e em cada um de nós.

Fé ActivaSomos chamados a colocar as nos-sas orações em Deus e a depositar nele as nossas esperanças, mas ao mesmo tempo somos convidados a dar testemunho dele e da sua pre-sença d’Ele em nós, mostrando ao mundo que o Amor de Deus é um

combustível que arde em nós e nos impele a mudar o mundo. Com ele tudo podemos!

Fé SilenciosaDar testemunho da nossa fé, deve passar não só por dizer aos outros no que acreditamos, mas principalmente por por em prática os ensinamentos que Jesus nos deixou. É neste silêncio de palavras, mas grande amplitude de gestos que devemos dar a conhe-cer o Cristo Jovem que nos guia em direcção ao Pai.

Agora é tempo de deixar cair as folhas secas que existem em nós e trabalhar activamente para a renovação interior que ciclicamente devemos fazer para melhor caminhar em direcção ao Pai.

22

OVELHA PERDIDA E ACHADASolange Costa

23

Banda Desenhada

24

Contacta-nos:http://[email protected]

Ficha Técnica

Coordenador:Nuno Sousa

Design:Miguel Mendes

Colaboradores:

Noticias: Sara Amaral Olhando: Nuno SousaReflexões Virtuais: Fernando Cassola MarquesFolha dos Santos: Lúcia LopesNotícias: Sara AmaralEspaço Cristo Jovem: Miguel MendesBanda Desenhada: Solange Costa