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    Reino Unido aderiu Unio Europeia desde

    1973. O bloco de 28 pases at a rerada doReino Unido comparlha uma estrutura buro-crca, tarifas comerciais e uma zona de livrecirculao de pessoas e mercadorias. Desde a

    criao da precursora Comunidade Econmica Europeia,que em 1993 ganharia formalmente o nome de UnioEuropeia, nenhum membro deixou o bloco, nem quan-do a Unio sofreu seu pior abalo, a crise econmica de2009, que afastou centro e periferia, nem mesmo coma chegada de 1,2 milho de refugiados ao connentenos lmos dois anos.

    O chamado Brexit, contrao das palavras em inglssada (exit) e britnica, ou seja, a sada britnica doReino Unido, venceu com 52% dos votos do plebiscito,mas deixou o pas sem liderana para conduzir o proces-so de rerada e assustou o mercado nanceiro. Alis,horas depois da divulgao dos resultados, publicaesbritnicas falavam em crises no pas e no bloco. A con-cluso cou explcita quando os primeiros mercadosnanceiros a absorver a nocia, na sia, despencaram.A Libra, moeda que o Reino Unido manteve, mesmoquando a maior parte da Unio Europeia adotou o Euro,afundou na pior cotao em trs dcadas. Enquanto

    isso, pela Europa espalhavam-se pedidos de novosplebiscitos nacionais. Tudo isso, por um lado, veio apr em dvida a solidez de uma instuio prestes acompletar 60 anos, a Unio Europeia.

    O placar de 52% a 48% dos votos vlidos dos brit-nicos para deixarem a Unio Europeia revela divisesprofundas no Reino Unido, em relao ao que queremas diferentes geraes, classes sociais e territrios. Deumostras ainda a resistncia em relao imigrao, emespecial os europeus, que tm trnsito livre para morare trabalhar em qualquer dos 28 pases do bloco. Ade-

    mais os imigrantes so vistos como os responsveis porsobrecarregar o sistema de sade, reduzir a oferta detrabalho e os benecios sociais. Mas h tambm muitainsasfao com a elite e os resultados de uma polcade austeridade que para reagir crise econmica de 2008

    sacricou gastos na rea social e na sade. A deciso doReino Unido de deixar a Unio Europeia mostrou ao mundoque existe um grupo que se sente cada vez mais excludoe insasfeito com as prerrogavas da globalizao. Enm,depois de dcadas de avanos, parece que o mundo sev diante de uma recesso democrca. O sistema degoverno pode estar em risco em todo o mundo.

    SUMRIOJULHO/AGOSTO 2016/06

    ATUALIDADE ---------------------------------------------03 XVII Congresso Eucarstico Nacional

    Noeli Domingos Bueno

    JUVENTUDE ---------------------------------------------04 Viagem na irrealidade cotidiana Guilherme Cavalli

    PR-VOCAES ---------------------------------------05

    Vem e segue-me! Paul Okoth Auma

    INFNCIA MISSIONRIA ------------------------------06 A criana, a Igreja e a Misso Andr Luiz de Negreiros

    MISSO EM CONTEXTO ------------------------------07 Um osis no Jardim Peri Regina da Silva Robadel

    VOLTA AO MUNDO ------------------------------------08 BBC / CNN / Rdio Vaticano

    ESPIRITUALIDADE ---------------------------------------10

    Eis-me aqui, Senhor! Ronaldo Lobo

    TESTEMUNHO ------------------------------------------12

    No meio deles eu experimentei Deus Franco Gioda

    FORMAO MISSIONRIA ---------------------------14 A misso de caminhar para a periferia Maria Emerenciana Raia

    F EM AO --------------------------------------------16 Que sbios so os nossos jovens Nei Alberto Pies

    FAMLIA CONSOLATA ----------------------------------17 Ningum notava seu sofrimento Francesco Pavese

    MISSES RESPONDE ----------------------------------21 A Eucaristia e os casais de segunda unio Edson Luiz Sampel

    FRICA ---------------------------------------------------22 Tudo foresta Isaack Mdindile

    SIA -------------------------------------------------------23 Jerusalm e suas buscas de Deus Mrio de Carli

    DESTAQUE DO MS -----------------------------------24 Misso Vocacional Maria Aparecida Massi

    BBLIA -----------------------------------------------------27

    Os refugiados, segundo a BbliaJoo Claudio Rufno

    ENTREVISTA ----------------------------------------------28

    Vocao e testemunho Maria Emerenciana Raia

    VOLTA AO BRASIL --------------------------------------30

    Agncia Brasil / BBC Brasil / EBC / Rdio Vaticano

    E D I T O R I A L

    BREXIT:

    CRISE DA DEMOCRACIA?

    1. Guilherme Saltarelo eMariana Gomes, Jovens

    Missionrios da Consolataem So Manuel, SP.

    Fotos: Cleber PiresO

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    visitada durante a semana, foi escolhida uma reamissionria, com temas dirios a serem abordados ereedos com as famlias, como o anncio, a ternurae a compaixo, a paz, a orao, o amor, o perdo, apresena do Esprito Santo e Maria na vida de cadaum e o compromisso assumido de sermos todos

    missionrios a servio do Reino.

    Noeli Domingos Bueno, MC, missionria em Icu, PA, desde 2006.

    ano de 2016 para a Igreja do Brasil est sendoum tempo de muitas bnos e graas, poiscelebraremos o XVII Congresso EucarscoNacional de 15 a 21 de agosto em Belm,Par, com o tema: Eucarisa e Parlha na

    Amaznia Missionria e o lema: Eles O reconhece-

    ram no parr do Po (Lc 24, 34). O objevo maiordo Congresso tornar visvel a fora da Eucarisa ea ao missionria na Amaznia, avivando sempremais no povo a f que testemunha com sua culturae sua maneira de ser Igreja viva no norte do Brasil.

    E por que foi escolhida a cidade de Belm parasediar este importante evento? Porque em 2016celebra-se o quarto centenrio da fundao da capitaldo Par e o incio da evangelizao na Amaznia. Emais: neste ano se completam 110 anos da elevaoda diocese de Belm arquidiocese.

    Para que o Congresso Eucarsco Nacional possa

    trazer verdadeiros frutos de converso, toda a ar-quidiocese foi envolvida e convidada a preparar-semissionariamente durante trs anos, com a realizaodas Santas Misses Populares (SMP), orientadas peloprprio fundador deste movimento, o padre LuizMosconi, sacerdote italiano Fidei Donum.

    Missionrias da ConsolataNa Parquia So Jos Operrio do Icu, Ananin-

    deua, onde as missionrias da Consolata atuam desdeabril de 2006, foi realizada uma Semana Missionria

    Eucarsca, de 23 a 31 de janeiro. O Sanssimo Sa-cramento permaneceu na parquia por um ms, de23 de janeiro a 23 de fevereiro. Todos os catlicosforam convocados a estarem mais perto do Senhore a dedicarem um pouco do seu tempo para um en-

    contro pessoal com Jesus Sacramentado.Durante a Semana Missionria Eucarsca foram

    programadas diversas avidades: houve uma anima-da acolhida dos missionrios; momento informavoda dinmica da semana missionria; caminhadafesva com fogos, bandeiras, faixas, cartazes, cantospopulares, nalizando com a santa missa e parlha

    das experincias missionrias vivenciadas. Para ser

    ATUALIDADE

    O

    de Noeli Domingos Bueno

    XVII CongressoEucarstico Nacional

    Belm do Par sedia CongressoEucarstico de 15 a 21 de agosto

    de 2016, o encontro da Eucaristiacom o povo da periferia.

    LUCINEYMARTINS

    Dom Cludio Hummes no XVI Congresso Eucarstico, maio de 2010, Braslia, DF.

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    mberto Eco no livro Viagem na irrealidadecodiana disngue a TV remota da atual.Na paleotev, segundo o autor, o eventoacontecia independente de sua divulgao.Na neotevo fato produzido para a trans-

    misso. Na anlise do escritor, a televiso passou adeterminar fatores especcos da vida das pessoas,como o que comer e vesr ou que lugar frequentar.Eco exemplicou a inuncia da mdia quando ava-liou o casamento da princesa Diana com o prncipe

    Charles. Sobre o evento ponderou: estava absolu-tamente claro que tudo aquilo que acontecia foraensaiado para a televiso. O casamento, em 1981,foi o episdio televisivo mais assisdo da histria.

    Trinta e seis anos aps o acontecimento, a cen-tralidade da mdia na signicao e valorao das

    experincias humanas connua inegvel. Os meiosde comunicao social tornam-se responsveis pornortear, desde a conduta vida codiana das casas,at o estabelecer ou negar o exerccio da democracia.As culturas modernas, sobretudo as juvenis, estocada vez mais pautadas pela indstria midica.

    A grande mdia passa a exercer inuncia, almda esfera privada, no domnio colevo. Age a par-r de um encantamento grupal, caractersca daalienao. Pode-se tomar como exemplo os meiosde comunicao de massa no Brasil, dirigidos porgrandes corporaes dominadas por sete famlias,onde seus princpios editoriais atuam para diminuir

    U

    de Guilherme Cavalli e criminalizar as manifestaes dos movimentossociais. No presente, tem-se a minimizao daslutas estudans em prol da reforma educacional, osilncio diante ao massacre dos Povos Indgenas etc.

    Vive-se em realidades onde os meios de comunica-o, como um processo de mediao da informao,instaurou-se para signicar as experincias individuaise colevas ou mesmo para construir realidades. Eles

    valoram todas as iniciavas, atribuem respeito a per-sonalidades e minimizam as aes que no estejamde acordo com suas carlhas das redaes. como seos veculos de comunicao trouxessem como missotraduzir, sob determinada ca, os acontecimentospara que eles viessem realmente a exisr.

    Juventudes e o midialivrismoAs juventudes so mediadoras de informao por

    suas redes sociais, blogs e siteslivres de qualquernanciamento empresarial. Nasce da inquietao

    juvenil o novo movimento denominado midialivris-mo. Volta-se a quesonar o sendo dos atos, dasinformaes, sua relevncia, valor e compromissosocial. Cada indivduo, como sujeito que discerne eanalisa a realidade, deve estabelecer-se diante dasinformaes como quem coloca em cheque a lin-guagem retrica da grande mdia que se constri nodesejo de inuenciar. Na crca da mdia, precisoquesonar o dado por certo, aquilo que suposta-mente est estabelecido sob o quesonamento:qual o verdadeiro interesse da informao?

    Guilherme Cavalli Secretrio Nacional da Propagao da F, Juventude Missionria.

    JUVENTUDE

    [...] a que talvez a mais fundamental conquista retrica de nossa mdiacontempornea, na verdade de todas as mdias, sobretudo a mdia factual:

    sua capacidade de nos convencer de que o que ela representa

    realmente ocorreu. (Roger Silverstone)

    Viagemirrealidade cotidiana

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    estudo da Sagrada Escritura necessriopara compreender os contextos literrios davocao de algumas personagens convocadaspor Jesus para melhor entendimento da BoaNova ali conda. Nesse sendo, falar da vo-

    cao no universo da Sagrada Escritura trilhar pelosatalhos da linha literria e elocues do conjunto re-ferido, pois entender a misso messinica invesgaros relatos nos

    textos sagradose haurir o sumodo ensinamentopretendido.

    A d o t a n d oo chamado deMateus em Mt9,9; a escriturafala que Jesus,passando, viuum homem -Mateus - senta-

    do na coletoriade impostos, edisse lhe: se-gue-me. Este,levantando-se,o seguiu.

    O ato perfor-mavo perlocu-cionrio presen-

    te na expresso, s e g u e - m e

    tem como res-posta uma a-tude passiva e silenciosa por parte do convocado,e levantando-se, o seguiu, o que parece indicarfora e intensidade especiais no prprio ato per-formavo em si.

    Sair da velha condioO texto enxuto de Mateus deixa claro a fora e

    intensidade do ato proferido por Jesus. Porm, noexiste passividade, nem no ponto de vista da sint-ca, pois os verbos ulizados que esto no parcpio

    so verbos na voz ava, e nem no ato lingusco.

    O

    de Paul Okoth Auma A conngncia do interlocutor, Mateus, se traduz

    numa vida social e religiosa interpretada como pe-cadora. Portanto, o chamado - um ato linguscoperlocucionrio - produz um primeiro importanteefeito: sair dessa vida, da velha condio. De fato,na percope anterior e na sua connuao aquiapresentada, o tema do pecado e da proximidadeque Jesus estabelece com o pecador muito forte.Assim, a intensidade do ato lingusco no implicana passividade de Mateus, mas no efeito que o atolingusco produz nele. A imediatez da resposta o

    primeirssimo estgio da resposta, pois Mateus ain-da tem um percurso a fazer para se tornar, de fato,apstolo - no sinal de passividade. No comandode seguimento est embuda a ideia de deixar paratrs a vida vivida at ento. O contexto diz que oato perlocucionrio de Jesus uma expresso demisericrdia, que est explcita em Mt 9, 1 ide pois,e aprendei o que signica: eu quero misericrdia eno sacricio.

    Paul Okoth Auma, imc, dicono em So Paulo, SP.

    PR-VOCAES

    Vem e segue-me!

    A vocao suscita oestudo da SagradaEscritura.

    DIVULG

    AO

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    INFNCIA MISSIONRIA

    A criana, a Igreja

    e a Misso

    omo podemos transformar a Igreja num

    lugar mais acolhedor para a criana? Mui-tas vezes subesmamos a contribuio dospequeninos. Em todos os nveis, a Igrejatem a responsabilidade de trabalhar para

    ter sistemas e ministrios mais sensveis criana.Muito pode ser feito para tornar os programas, ainfraestrutura e a equipe da Igreja mais recepvos.Um exemplo de como a f cresce nas crianas otrabalho da Infncia e Adolescncia Missionria.Nossa convico que o servio com elas o pomais frufero de Misso. Historicamente, por meioda implantao de grupos de Infncia e Adolescncia

    Missionria, cresceram geraes inteiras de futuroslderes com formao crist. Alm disso, as crian-as no so apenas alvos da Misso, mas tambminstrumentos e agentes importantes e ecazes paraela. Maria, Jos, Moiss, Miriam, Samuel, a servasamaritana de Naam, Ester, Davi, Josias e Jeremiasforam todos agentes interlocutores de Deus nasEscrituras. Quando o Senhor precisava de muita f

    e muita coragem, quando precisava de um canal

    C

    de Andr Luiz de Negreiros puro e claro para transmir sua mensagem, quandoprecisava de viso, quando precisava de um grandegnio criavo, quando precisava de muita genero-sidade, ele acolhia uma criana. Da mesma forma,

    as crianas hoje precisam ser vistas como recursospara a Misso e precisam ser desaadas e liberadaspara assumirem riscos por Deus.

    Educadores na fOs cristos precisam encontram sua voz, defender

    a criana ao falarem contra a injusa, ao defenderema causa dos pobres, ao exigirem que os que esto nopoder prestem contas e ao capacitarem as pessoaspara que se defendam. A defesa pode assumir muitasformas: orao, educao, pesquisa, treinamento,incenvo, networkinge outros meios. Todos estes

    podem servir para realar e resolveros problemas enfrentados pelascrianas.

    A nossa tarefa de educadoresna f a de alcanar, preparar ecapacitar as crianas para que elas semobilizem e connuem a causar im-pacto com suas aes durante todaa vida. Somos desaados a colocaras crianas no centro, como Jesusfez com seus discpulos e conversar

    com elas sobre quais os fundamen-tos bblicos do trabalho; como lidarcom a situao de vulnerabilidadedelas pobres ou ricas; como me-

    lhorar os programas e equipes para o trabalho coma infncia; os desaos da misso entre crianas dediferentes realidades; porque a infncia o tempopara que elas ouam e respondam ao Evangelho equais recursos podem aumentar a eccia na suaevangelizao. De todas as crianas e adolescentesdo mundo, sempre amigos!

    Andr Luiz de Negreiros Secretrio Nacional da Pontifcia Obra da IAM.

    Todos os que se importam e defendem as crianas precisamestudar e trabalhar fortalecendo as famlias e sendo a voz profticapara aqueles que tm pouca ou nenhuma preocupao com ofuturo do mundo e o presente da Igreja.

    ARQUIVO

    POM

    Crianas da IAM em visita sede das POM, 2015, Braslia, DF.

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    MISSO EM CONTEXTO

    Creche Padre Bernardo Gora foi fundada nodia 5 de janeiro de 1993, e inaugurada em 8de fevereiro de 1993, no Jardim Peri, bairro dacidade de So Paulo, periferia da zona norte,

    pela Sociedade Missionrios de Nossa SenhoraConsoladora SOMINSCO, atualmente denominadaInstuto Misses Consolata - IMC. O nome da crechefoi dado em memria ao Padre Bernardo Gora, que eraalemo e Fidei Donum. Foi proco da Nossa Senhorada Penha, no bairro do Jardim Peri, onde trabalhoudurante muitos anos, sempre procurando ajudar acomunidade. Junto com ele trabalhavam outros doispadres tambm alemes.

    O Jardim Peri sempre foi muito carente e com dcitde recursos. As famlias so numerosas e as mes no

    nham condies de trabalhar para aumentar a rendafamiliar, pois no havia na regio um lugar adequadopara que elas deixassem seus lhos. Vendo toda estadiculdade, os padres resolveram abrir uma crecheno bairro, conseguindo recursos em vrias endades,e com o apoio da Fundao Obra de Assistncia dosDenstas Alemes para Auxlio a Regies de Lepra eoutros Flagelos, inauguraram a creche padre BernardoGora.

    ModernizaoAt o ano de 2014, a creche foi manda com os

    recursos do Instuto Misses Consolata e atendia

    A

    de Regina da Silva Robadel

    100 crianas, de 0 a 5 anos no perodo integral. OInstuto custeava as despesas, sem ajuda do poderpblico. Para dar connuidade ao trabalho que vinhasendo feito na rea da educao, os religiosos do IMCreuniram-se em Assembleia, e no dia 5 de julho de2011 fundaram o Instuto de Educao Consolata, oqual incorporou a creche. Em 12 de novembro de 2014foi feito um convnio com a prefeitura para melhoriado atendimento.

    Atualmente a creche atende 148 crianas da comu-nidade, de 0 a 3 anos e 11 meses, das 7h00 s 17h00,de segunda a sexta-feira, e conta com um quadro de

    24 funcionrios. So servidas cinco refeies diriaspara todas as crianas. Hoje elas possuem um espa-o adequado e agradvel para passarem o dia todofazendo avidades que so preparadas para que odesenvolvimento scio-afevo se produza a contento.

    O prdio da creche foi idealizado para esse pode atendimento e se tornou referncia na regio. a escola mais procurada pelos pais pela prestao deservios que presta comunidade. Apesar de a pre-feitura mandar a verba mensal, o IMC sempre ajudano que preciso, principalmente na manuteno e

    adequao do prdio, pois o custo alto.Em 2014 foram necessrias vrias reformas, paracomear a receber os bebs: o andar do subsolo,onde foram construdos os berrios. So duas salaspara bebs, num total de 28 atendidos, uma sala paraesmulao, espaos adequados para bebs commenos de um ano, onde realizam avidades dirias,sem riscos de acidentes. Foi construdo tambm umlactrio, pois eles no nham como ser levados paraalmoar no refeitrio. Toda a reforma foi trabalhosa,mas foi feita com a ajuda do IMC.

    Regina da Silva Robadel diretora da creche Bernardo Gora.

    A creche Bernardo Gora atendequase 150 crianas da comunidade

    e tem tima estrutura.

    Um osis no Jardim Peri C L E B E R P I R E S

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    8/32V

    OLTA

    AOM

    UNDO

    Fontes: BBC, CNN, Rdio Vaticano.

    Estados UnidosAssassinato de 50 pessoas

    Um homem abriu fogo contra os clientesde uma casa noturna com frequentadoreshomossexuais, em Orlando, na madrugadado dia 12 de junho, matando 50 pessoas edeixando dezenas de feridos. Foi o roteio

    pblico mais morfero na histria do pas.Omar Mateen, 29, lho de pais afegos, ligoupara a polcia pouco antes e comear o ro-teio para dizer que agia em nome do grupoEstado Islmico. O ataque durou at que oterrorista fosse morto pela polcia. O grupoterrorista, posteriormente, divulgou uma notaexpressando que o ataque que teve comoalvo uma casa noturna para homossexuais,deixando mais de cem mortos e feridos, foirealizado por um soldado do Estado Islmico.

    Os pais de Omar disseram estar surpresos peloataque e contaram que seu lho cou muitoirritado ao ver dois homens se beijarem. ASanta S publicou nota em solidariedade sfamlias das vmas e dos feridos.

    PolniaFrancisco na JMJ 2016

    No dia 9 de junho foi lanado ocialmente oprograma detalhado da visita do papa Francisco Polnia na Jornada Mundial da Juventude(JMJ), que ser realizada na Cracvia. No Par-

    que Blonia acontecero a missa de aberturada Jornada, a cerimnia de acolhida do papae a Via-Sacra da Juventude com o Ponce. OCampus Misericordiae,ser o local da Viglia

    com o papa, no sbado, 30 de julho, e da missade encerramento, no domingo, 31. Franciscochegar em Cracvia-Balice em 27 de julho. Nomesmo dia, vai se reunir com autoridades e ocorpo diplomco e far visita de cortesia aopresidente da Repblica. noite, ter reuniocom os bispos poloneses e far uma sauda-

    o aos is reunidos na praa em frente aoPalcio dos Bispos. A programao connuade 28 a 31 de julho e entre as avidades doponce est a visita Auschiwitz, onde seencontrar com cinco sobreviventes do cam-po. A programao completa est disponvelno site: www.krakow2016.com/pt. O lemada 31 edio da JMJ Bem-aventuradosos misericordiosos, porque eles alcanaroa misericrdia (Mt 5, 7).

    VaticanoSantos Stanislaw e Maria Isabel

    No dia 5 de junho, o papa Francisco pro-clamou santos o sacerdote polons Stanislawde Maria Jesus Papczynski (1631-1701) e

    a religiosa sueca Maria Isabel Hesselblad(1870-1957). Com a parcipao de milharesde is na Praa So Pedro, em Roma, o pon-ce fez uma reexo sobre a vida dos doissantos a parr das leituras da liturgia do dia.O papa disse que a experincia de Stanislawe de Maria Isabel foi a de permanecereminmamente unidos paixo de Jesus e seuministrio pascal.

    Abuso sexual de vulnerveisO papa Francisco publicou dia 4 de junho

    uma carta apostlica sob forma de Motu Pro-priosobre o cuidado e a defesa dos pequenosindefesos, ou seja, as crianas e adultos vulne-rveis. O texto aponta que essa proteo deveser exercitada pincipalmente por meio dos seuspastores. Portanto, os bispos diocesanos, oseparcas e aqueles que tm responsabilidadede uma Igreja parcular, devem empenhar--se numa parcular diligncia na proteodaqueles que so os mais frgeis entre aspessoas a eles conadas.

    Assembleia das POMNo dia 4 de junho, o papa Francisco falou

    aos parcipantes da assembleia anual dasPoncias Obras Missionrias (POM) , que foiiniciada em Roma em 30 de maio. Francisco

    enfazou que as POM completam 100 anos defundao, por iniciava do Bem-aventuradoPaolo Manna. O papa elogiou o italiano quecompreendeu muito bem, poca, que formare educar ao mistrio da Igreja e sua intrnsecavocao missionria so nalidades que dizem

    respeito a todo o povo de Deus.

    JULHO/AGOSTO 2016MISSES8

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    ntes de subir aos cus, Jesus enviou os seusdiscpulos dizendo, Ide por todo o mundoe proclamai o Evangelho a toda criatura(Mc 16, 15). A Igreja chamada a connuaressa misso do Senhor ao longo da histria

    at que ele volte. Ela se constui uma comunidadede testemunhas de Jesus Cristo. Isso signica nos dar testemunho verbal sobre ele; mas tambmser e viver como ele.

    O santo padre chama a Igreja na Lana Amrica eCaribe a connuar a misso evangelizadora com vigor

    e entusiasmo. Ela deve parcipar na evangelizao,a parr de Jesus Cristo, na fora do Esprito Santoque o protagonista da misso. O Esprito Santo oque vem renovar, sacudir, impelir

    a Igreja numa decidida sada de simesma a m de evangelizar todosos povos. (EG n.261) Ele d forae vigor na ao evangelizadora daIgreja. Ele a alma desta Igrejaevangelizadora. Ele a ilumina paraindicar o caminho da evangelizao.

    Pela sua natureza missionria epela fora do Esprito Santo, a Igrejadeve sair de si mesma, como diz opapa Francisco, ir ao encontro dopovo. Ela deve ser um instrumen-to para levar a palavra ao povo,especialmente na Amrica Lanae Caribe.

    Portanto, o santo padre chamatodos os agentes da ao evange-lizadora, conselhos, movimentos,grupos de reexo bblica e gente de

    todas as comunidades, na Amrica

    Inteno Missionriade Joseph Kihiko

    A

    Agosto:Para que os cristosvivam o seguimento do

    Evangelho dando testemunhode f, de honestidade e deamor ao prximo.

    Lana e Caribe, a abraarem com fora a ao evan-gelizadora da Igreja com o poder do Esprito Santo.

    Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor,entrar no reino dos cus, disse Jesus, mas sim aqueleque praca a vontade do meu Pai, que est nos cus

    (Mt 7, 21). verdade que, o que agrada a Deus no professar o crisanismo, mas prac-lo. Ser cristo pracar as palavras de Jesus, tornar realidade o seu

    Evangelho. Se isso no acontece,o nosso crisanismo insensatoe no tem sendo. Para os ver-dadeiros seguidores de Cristo,isso envolve todo o seu modo devida, incluindo a sua atude peloprximo. Porque, quem segue oMestre, vive alegremente comseus irmos.

    A inteno do papa para o msde agosto convida os cristos aserem verdadeiros seguidores doEvangelho, que se diferencia comos outros com os frutos que do.Jesus disse que a diferena entreaqueles que pretendem servire aqueles que so verdadeirosseguidores seus so marcados

    pelos seus frutos, os seus ensi-namentos e sua conduta. Eles

    devem, atravs das suas vidas,testemunhar aquilo que creem.Com essa inteno, o discpulo chamado a criar uma comunhopessoal, nma e vital com o Mes-tre. Ele deve escutar atentamentee por em prca as palavras quevm de Jesus, e colocar os seuspassos nos passos de Jesus para

    segui-Lo verdadeiramente.

    Joseph Kihiko, imc, estudante de teologiaem So Paulo.

    Julho: Para que aIgreja na Amrica

    Latina e Caribe,atravs da sua misso

    continental, anuncie

    o Evangelho comrenovado vigor eentusiasmo.

    LVARO

    PACHECO

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    10/32JULHO/AGOSTO 2016MISSES10

    Eis-me aqui,

    ESPIRITUALIDADE

    de Ronaldo Lobo

    amor gratuito de Deus nos

    chama para viver a vida.Desaa-nos a fazer umaescolha definitiva paraviv-la na fraternidade e

    na sandade. A palavra mais usada

    para este processo vocao. AIgreja, ao longo do ms do agosto,d uma importncia vocaoem geral, nos diversos estados devida - sacerdotal, religiosa, familiar,leiga e chama todos a uma ree-xo. Neste ms, a Igreja no fala

    O

    somente da vocao, mas tambm,aponta a misso de Jesus, porque avocao e a misso andam de mosdadas. Portanto, como membrosda Igreja, abraando a vocao,abraamos a sua misso profcae pastoral, de ser servo-sofredore de proclamar o Reino de Deus atodos. importante que o espao

    da espiritualidade se debruce umpouco sobre este assunto.

    O chamado inicial j se deu nonosso Basmo, com ele entramosna comunidade Igreja, tornamo-nosseus membros, e com a Conrma-o, assumimos um compromisso

    e uma responsabilidade. Vocao

    vem de um verbo latino vocareque signica chamar. uma forainterior que nos esmula a seguirdeterminado caminho, s vezesdesconhecido! Assumimos a vo-cao, seja ela para a vida clerical,religiosa, matrimonial ou como leigocompromedo nas avidades da

    Igreja ou na sociedade. Portanto,toda vocao vem de Deus, eladepende de uma resposta individualde cada um e a resposta comea adesencadear um quesonamentoontolgico: de onde vim? Quemsou? Para onde vou? No momento

    SIMON

    D.

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    11/32JULHO/AGOSTO 2016MISSES 11

    Senhor!

    connuar a misso de Cristo noservio do Reino. Aqui esbarra-mos com um grande problema,a formao dos vocacionados nacomunidade. E a Igreja local deveform-los para assumir este desao.Quando colocamos os gastos da

    formao dos leigos e clrigos na

    ponta do lpis, deparamos com umagrande desproporcionalidade a nvelda Igreja. No h dvida nenhumade que mais de 80% dos recursosvo para formao dos clrigos epara sua formao permanente!Eles empregam vrios anos da suavida para se formar numa discipli-na, e muitas vezes s a losoa ea teologia tomam uns oito anos de

    formao. Embora os leigos sejam

    99% da Igreja, o recurso empregadopara a formao dos leigos insigni-cante, e muitas vezes, eles prpriosdevem gastar do seu prprio bolsose quiserem ter uma formao amais. Mais ainda, a formao quea Igreja oferece aos leigos deixa adesejar, muitas vezes uns encontrosnos ns de semana.

    Na era da ps-modernidade,abundncia de canais de consumo,informao e comunicao da in-

    ternet, h muitas coisas que estoa na rede, mas elas no fortalecema f e a convico crist. a horade pensar que os nossos leigos

    necessitam meios necessriospara que tenham uma melhorformao, uma espiritualidadeprofunda, para que assumam umcompromisso cristo e tenhamosuma Igreja slida e engajada. Elescolaboram nas diversas pastorais

    e movimentos existentes dentroda Igreja e assumem vrias res-ponsabilidades. A formao quea Igreja oferece deve ajud-los afazer um encontro verdadeiro comJesus ressuscitado. Mais ainda,se queremos uma parcipaoefetiva laical, devemos formarnossos leigos na missiologia, nacatequese, na teologia, na antro-pologia, na inculturao.

    Ronaldo Lobo, SVD, superior dos Verbitas, Curitiba, PR.

    Na escola de JesusJesus no somente chama os seus

    discpulos, mas connua formando--os ao longo da sua vida pblica. Apsa escolha dos Doze (Mc 3,13-19),comea a haver uma certa separaoentre este grupo mais nmo e asmuldes que se arrastam atrsdele. Todos seguem Jesus, mas de

    modos diferentes. Este seguimentoexige esforo e capacidade de aber-tura ao divino, que se manifesta emJesus de forma escondida e indireta. por meio dos milagres que osdiscpulos descobrem em Jesus a

    presena de Deus. Para segui-lo,os discpulos no somente deviamdeixar as suas famlias e prosses,mas tambm, precisam de uma frme. Muitos o abandonam vendonele apenas o carpinteiro de Nazar.

    Jesus incompreendido pela suafamlia, eles pensam que Ele setornou louco e os trocou por uma

    outra famlia (Mc 3, 20-21.31-35).Os doutores da Lei e os fariseusdesconam dele e no aceitam a suainterpretao da Lei (Mc 2, 23-28;3,22-30). Os saduceus, membros dosindrio e os sacerdotes veem neleum revolucionrio perigoso (Mc11,27-33) e desde o incio da sua

    vida pblica querem mat-lo (Mc3,1-6; 14,1-2). Ao longo do trajeto,os discpulos sentem diculdadeem compreender o mistrio dapessoa de Jesus: se parecem comos cegos (Mc 8, 22-26; 10, 46-53).Mas, Jesus no desanima, connuaa ensin-los, leva-os at o m, efaz deles verdadeiros apstolos.

    Formao dos leigosTodos os bazados so convo-

    cados a assumir este chamado e

    que voc diz sim, Deus toma con-ta, Ele coloca as prioridades Delediante das suas, revira e mexe noseu desno!

    Sagrada EscrituraEntre tantos relatos escolhemos

    somente um, do Evangelho deMarcos (Mc 1, 16-20). A comuni-

    dade de Marcos, j no incio doEvangelho, nos apresenta os quatropescadores em plena avidade.Jesus caminhando beira do marda Galileia encontra os irmosSimo e Andr que estavam pes-cando. Encontra tambm Tiago

    e Joo, lhos de Zebedeu,que estavam consertando asredes quando os chama. Aresposta deles rpida, elesdeixam as redes, deixam o

    barco, deixam os compa-nheiros da pesca para segui--Lo! Comearia um tempode formao na companhiade Jesus, estando com Elee parcipando na Sua vida.Como diz Carlos Mesters, aolongo dos trs anos da suavida Jesus acompanhava osdiscpulos. Ele era o amigo

    (Jo 15, 15) que convivia com

    eles, comia com eles, andavacom eles, se alegrava comeles, sofria com eles. Eraatravs desta convivnciaque eles se formavam. EsteJesus, to simples e humano tambm muito exigentepara com os seus discpulos.

    Arrasta as muldes atrsde si, faz milagres e expulsaos demnios da sinagoga,do bairro e da casa (Mc 1,

    21-38).

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    12/32JULHO/AGOSTO 2016MISSES12

    TESTEMUNHO

    u z um pouco de tudo naminha vida missionria. Em2010 eu estava em Mar-na Franca Itlia. Senadentro de mim que devia

    voltar para a frica. Escrevi aosmeus superiores e lhes perguntei:posso trabalhar ainda um poucona Misso? Responderam-me que

    sim. Ento par. Em Maputo fuio responsvel pela comunidade.Depois, um jovem padre moambi-cano - Igncio Saure, que eu haviaacompanhado na sua deciso aosacerdcio - foi nomeado bispoe os superiores me disseram: vaiformar comunidade com ele. Assimfui para Tete, capital da provnciahomnima.

    A primeira missoVoltemos um pouco no tempo.Ordenado sacerdote em 1963,exerci meu ministrio por algunsanos na Itlia. Com 30 anos, parpela primeira vez para a Misso.Destinao: Moambique. Eraainda o tempo colonial, mas jse preparava a independncia.Havia muita tenso social, polcae tambm eclesial. Estvamos svsperas do Conclio Vacano II e

    tambm ns, jovens missionrios,

    de Franco Gioda

    E

    havamos do uma formao pr--conciliar. Percebamos os ecos.

    No aceitvamos as impostaeseclesiais que vigoravam ento. EmMoambique eu morava com o pa-dre Prandelli, 28 anos, uma espciede gnio, muito empenhado com

    os africanos. Prandelli tambmteve que voltar Itlia; mas umabomba interceptou o seu cami-

    nho. Esta morte me marcou portoda vida. Depois de um decnio,o contexto social e polco nhamudado totalmente. Estamos emplena guerra civil. a experinciamais dura que testa o missionrio,no sico e no esprito. Fui desnadoao Niassa, norte do Moambique.De bicicleta, eu andava de umacomunidade a outra. Cada dois ou

    No meioeu experimentei

    DeleseuUma vida vivida entre Itlia e Moambique. Umacotidianidade de reexo profunda e de trabalho,

    sem nunca eximir-se das responsabilidades. Umdilogo constante com Deus e com o Esprito.Esse o padre Franco Gioda, jovem (76 anos)missionrio do Instituto Misses Consolata.

    trs dias havia ataques armados emorria muita gente - e eu sepultavaos mortos. Da Itlia chegou o padreGiuseppe Frizzi e formamos umabela comunidade, entre as mis-ses de Maa, Marrupa, Maiacae Nipepe. Depois me elegeram

    superior regional, cargo que exercipor seis anos.Em Tete, percebemos que no

    Extremo Oeste da fronteira comZmbia e Zimbabue, havia mui-to tempo que faltava a presenada Igreja Catlica. Nesse nterim,o Instuto estava passando aospadres diocesanos as misses deMecanhelas e Massinga. Numa vi-sita, o superior geral disse-nos queali estvamos muito isolados; por

    isso, poderamos car em Fingo.

    FOTOS:ARQUIVO

    MISSIONICONSOLA

    TA

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    13/32JULHO/AGOSTO 2016MISSES 13

    Com eles em MissoIndo visitar o lugar eu disse ao

    povo: estamos dispostos a vir aquie morar com vocs, com a condiode que nos arrumem uma cabana.

    Ali j havia uma pequena igreja. Eutentava explicar ao povo que noteramos vindo para construir uma

    misso, mas para viver com elesuma misso. Seramos irmos naf, ajudando-nos uns aos outrosa caminhar juntos. Para concre-tizar este projeto, em primeirolugar era preciso entender onde ecomo o povo vivia. Tirei da minhapasta um mapa rudimentar, queeu mesmo z, com todas as co-munidades, com as distncias, osnomes, as estradas... Era preciso

    ir para conhecer onde estava opovo, as comunidades. Confessoque, fazendo isto, eu toquei comas mos a presena de Deus. Olmo padre havia deixado aquelaregio em 1971. Era um missionrioespanhol que vivia em Ukanha,uma misso a 70 km de Fingo.Tinha sido um mo animador;mas foi obrigado a deixar a missopor causa da guerra. Depois da sua

    parda, o povo connuou a ir

    igreja, aos domingos. Alguma vez,de Tete, mas era muito raro, ia lum padre. Eu encontrei muita f,tambm se as comunidades no

    eram muito organizadas; porm,eram comunidades vivas, que sen-am a necessidade de, ao domingo,se reunirem para rezar. Com omeu velho mapa fui descobrindo108 comunidades. E era preciso

    assis-las e acompanh-las.

    O nosso projeto missionrioprevia a fundao de alguns centrosde formao para leigos. Quandochegamos a Fingo no havia ne-nhuma estrutura. Iniciamos lendo

    juntos o catecismo. Para comear,pensamos em centros rurais deformao, provisrios. E assim ze-mos e as pessoas vinham. Duranteo ano passaram pelos centros 90

    animadores. O curso era de duassemanas. E esta avidade ainda

    continua hoje. As pessoas so

    enviadas por suas comunidades,trazendo um pouco de comida, quedepois ns vamos acrescentando.Alguns deles tm um pouco deexperincia em catequese, mastodos tm muita boa vontade. Oprojeto foi de organizar seis cen-tros de formao. No fomos nsque levantamos esses centros;foi o povo. Somos irmos de f e

    oferecemos aquilo que temos. Elesme mostram como querem fazer asconstrues. E eu lhes digo, faamcomo vocs querem. Eu parcipo,pagando as lminas de zinco para oteto e o cimento. Agora eles estolevantando a casa para os anima-dores e a dos padres. Em seguida,faro os galpes que serviro paraaos encontros de formao. Essepovo cr profundamente.

    A importncia do leigoEm Moambique, devido ex-

    tenso do territrio, muitos luga-res no podem ser visitados pelopadre, a no ser ocasionalmente.Por isso, o papel dos leigos fun-damental. Nesse caso, o futuro dos leigos. Mas, o mesmo pode-sedizer da Itlia daqui a 10 anos, ondeos padres sero sempre menos,onde um proco tem que atender

    cinco parquias; como possvel?

    Podemos nos perguntar: quemacompanhar toda essa gente?Eu, padre, que vou at eles umavez cada dois ou trs meses, epor apenas alguns dias, e nem seidireito a lngua deles, ou so elesque esto ali sempre? A codiani-dade da luz de Deus transmida

    pelos animadores. Eu entendo quenem sempre fcil viver o papelde leigo responsvel na Igreja.Tambm porque ainda h muitasresistncias, seja da parte do cleroe tambm da parte do povo. Oclero diz: o povo no est prepa-rado. Pode ser at verdade; mas,ns padres, estamos preparados?Estamos clericalizando tudo...

    Os jovens e a MissoEm quase todo lugar os jovensdesertaram da Igreja. Creio queao mundo de hoje est faltandomais interioridade, mais espiriri-tualidade. Est faltando um poucomais de ateno, de silncio. Noum silncio de solido, mas umsilncio que se torna reexo, eque leve a dar respostas a certossinais com os quais convivemos.Hoje no somos mais capazes de

    criar inquietudes com a nossa di-menso de f, isto , no consegui-mos criar interrogaes. Na Itliame perguntavam: por que voltaspara a misso, aos 76 anos? Fiqueaqui, no vai te faltar trabalho. Aminha resposta esta: porque mesinto sempre a caminho. Quempara, ou adormece ou apodrece.O problema no est tanto em darsolues, respostas - estas as dar a

    histria, ou melhor, Deus as dar...Mas, se voc viver seriamente oEvangelho, ao seu redor algumacoisa de bom acontecer. Algum,talvez para livrar-se do torpor daprpria conscincia, ir comeara imit-lo. Tenha em mente quefazemos mais com uma presenasignicava do que com palavras.Devemos gritar o Evangelho coma vida!

    Franco Gioda, imc, missionrio em Moambique.

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    14/32

    FORMAO MISSIONRIA

    o dia 18 de junho, sbado,foi realizado o 1 Encon-tro Missionrio da arqui-diocese de So Paulo, naCria Regional de Santana,

    bairro da Parada Inglesa. Cerca de 85pessoas parciparam, provenientesdas Regies Episcopais Santana,Lapa, Brasilndia e Ipiranga.

    O Encontro teve como temaA Ao Missionria no contextoatual e na ao do papa Francisco.Aps o caf, servido s 8h30, ospresentes se dirigiram Capela

    So Jos, no interior do espaoepiscopal para parcipar de umacelebrao eucarsca, presidida

    por dom Srgio de Deus Borges,bispo da Regio Santana (RESA) econcelebrada pelos padres Paulo

    N

    de Maria Emerenciana Raia

    Suess, missilogo e assessor doencontro, Robrio Crisstomo, imc,da Infncia Missionria da RegioSantana, Antnio Santos Sousa,responsvel pela equipe missio-nria da Regio Episcopal Santana,padre Geraldo Raimundo Pereira,assessor eclesisco do grupo mis-sionrio da Regio Episcopal Lapae o dicono Reinaldo Bona, da

    Vila Maria, Regio Santana.Na homilia, o bispo de Santana

    reeu sobre o evangelho do dia

    Onde faltamissionariedade,

    falta eclesialidade.O essencial para amisso o amor,mais que a f.

    (Paulo Suess)

    (Mt 6, 24-34), quesonando ospresentes sobre quem o mo-vente de nossa ao? Armouque no devemos nos preocuparcom o dia de amanh, pois Deuscuida de todos ns, seus lhos. Emquem acreditamos? quesonoudom Srgio. Somos missionrios

    por qu? Vivemos por qu? PorJesus. O discpulo missionrio esta servio de Jesus Cristo. O dinheirodeve estar a servio do Reino e noo Reino a servio do dinheiro. AEucarisa o pice da Misso. Queseja sempre o remdio, a fora eo vigor para nossa vida.

    Comunidade MissionriaPadre Paulo Suess, assessor

    do encontro, iniciou sua reexo

    sobre o tema A Igreja em sada. Oprojeto do papa Francisco. A mis-so de caminhar para a periferia,

    FOTOS:SRGIO

    MERLO

    GARCIA

    Participantes do Encontro Missionrio na Cria Regional de Santana, 18 de junho de 2016, So Paulo, SP.

    JULHO/AGOSTO 2016MISSES14

    A misso de caminhar

    para a periferia

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    15/32

    os pobres nas diferentes periferiasdo mundo, periferias geogrcas,sociais, culturais e existenciais.

    Nessa proximidade est enraizadaa sua teologia. Ela emerge de uma

    Mariologia biogracamente assen-tada e de uma Cristologia formadapela Companhia de Jesus.

    O padre Paulo armou que re-cebemos como herana do Conclioalgumas questes, como a missocomo prioridade das prioridades

    teolgicas e pastorais; arcular aidendade disnva da f com a

    idendade extensiva (sem-frontei-ras) do amor e dois focos da missosem-fronteiras: o xodo geogrcoe a ruptura ideolgica. Nossa f que nos faz trabalhar pela misso.

    Suess recordou que em discursoaos dirigentes do CELAM (ConselhoEpiscopal Lano-americano) em

    julho de 2013, o papa Franciscodisse que a Misso Connental estprojetada em duas dimenses: pro-gramca e paradigmca. A misso

    programca, como o prprio nome

    indica, consiste na realizao deatos de ndole missionria. A missoparadigmca, por sua vez, implicacolocar em chave missionria aavidade habitual das Igrejas par-culares. Em consequncia disso,evidentemente, verica-se toda umadinmica de reforma das estruturas

    eclesiais. A mudana de estruturas(de caducas a novas) no frutode um estudo de organizao dosistema funcional eclesisco, deque resultaria uma reorganizaoestca, mas consequncia dadinmica da misso. O que derrubaas estruturas caducas, o que levaa mudar os coraes dos cristos justamente a missionariedade.Daqui a importncia da misso pa-

    radigmca. Ela requer pertenaeclesial.

    Pilares e atitudesPadre Paulo destacou pilares e

    atudes missionrias importantes,como abandonar o cmodo critrio

    pastoral, seu imobilismo e tradi-cionalismo; ouvir a todos; sair desi mesmo para o irmo (Igreja emsada); concentrar-se no essencial,que o Amor; ter alegria por ser

    missionrio; a realidade, o encon-tro, a converso e a misericrdia.Encerrando sua exposio, padreSuess recordou que os verbos queo papa Francisco uliza em sualinguagem so interessantes: abrir,sair, caminhar, converter, priorizar,despojar, diversicar. Ou seja, mis-so exige ao e ao ao encontrodo outro, no sair de si mesmo.

    O Encontro foi encerrado com

    uma plenria onde as Regies apre-sentaram seus trabalhos mission-rios, aps terem se reunido em grupospara relatarem estas experincias. Ocardeal arcebispo de So Paulo, domOdilo Pedro Scherer compareceu ao1 Encontro Missionrio, saudan-do a todos e manifestando grandealegria pela reunio de foras emprol da Misso.

    Maria Emerenciana Raia jornalistae editora da revista Misses.

    relembrando alguns documentosque tratam da teologia da Missono Conclio Vacano II.

    Suess alemo radicado noBrasil, onde reside h mais de 30anos, e doutor em Teologia Funda-mental. Em 1987 fundou o curso dePs-Graduao em Missiologia, naPoncia Faculdade Nossa Senhorada Assuno, em So Paulo, ondefoi coordenador at o m de 2001. assessor teolgico do Conselho

    Indigenista Missionrio Cimi eprofessor no ciclo de ps-graduaoem missiologia, no Instuto Teol-gico de So Paulo ITESP.

    A misso a prioridade dasprioridades teolgicas e pastorais,armou Suess. Onde falta missio-nariedade, falta eclesialidade. Oessencial para a Misso o amor,mais que a f.

    Uma pastoral missionria deve

    dar impulso a todas as outras pas-torais. Sem o foco na misso, aIgreja no vai para frente, armouo telogo. Todas as parquias de-vem ser comunidades missionrias.Quando se dene as prioridadesda parquia, deve-se pensar namissionariedade, na marginali-dade (periferia) e no caminhar

    juntos. Para Suess, o papa est nocaminho certo. A sua teologia missionria, pastoral e espiritual,

    orientada para a proximidade com

    A misso aprioridade das

    prioridadesteolgicas epastorais.(Paulo Suess)

    Missa de abertura do Encontro Missionrio presidida por dom Srgio de Deus Borges.

    JULHO/AGOSTO 2016MISSES 15

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    16/32JULHO/AGOSTO 2016MISSES16

    F EM AO

    uvi algum dizer por a e resolvi recriar asua fala. Neste mundo no h nada de tooriginal, mas a gente est sempre recriandocoisas dos outros e coisas da gente. Assimouvi: eu penso que hoje as pessoas esto

    cansando. Esto cansando de ditaduras, de engana-

    o, de falsidade, de promessas fceis, de corrupo.As pessoas esto cansando de ser manipuladas. Eeu acredito muito nisso.

    Lembrei ento de uma das mais sensatas an-lises que j vi sobre as manifestaes dos jovenspor decncia neste pas: os jovens esto cansadosdos entulhos da polca. Concordo que os jovensacordaram novamente seu poder transformador equesonador. Querem renovar o mundo e a polca,reinventando o que j ocorria h mais de 2500 anosnas goras gregas. Querem ser ouvidos diretamente,sem burocracias que entulham a

    poltica e os polticos. Queremdemocracia parcipava e direta.Querem ser ouvidos! Querem mu-dar a qualidade social da educaoe por isso ocupam escolas pblicas

    para demonstrar sua indignaoe sua capacidade criava de lutarpor seus direitos. Querem ocupar

    espaos que julgam seus.

    A fora da unio

    Pus-me ento a pensar quetudo est mesmo na contramo

    do nosso tempo, que ignorou quetemos que conviver e conversarmais para nos entender melhor.Estranhamente, quem denunciae quer revolucionar nossos tempos quem j per-cebeu os limites das liturgias virtuais: os nossosadolescentes e jovens. Pensei ento: que sbios! Osmesmos permanecem hiper e mega conectados, mastambm descobriram que importante se encontrar,se agrupar, para organizar direitos e imprimir o seu

    modo de ser. E descobrem que, juntos, com o pincel

    O

    de Nei Alberto Pies

    da cidadania e a nta de sua criavidade, podemfazer mudanas por si mesmos e pela educao, aoousarem ocupar suas prprias escolas.

    Estou com eles, pois acredito que ningum veio aomundo de passagem. Neste aspecto, tenho grandesconcordncias com nosso maior pedagogo PauloFreire quando armou que no viemos ao mundo

    para ser treinados, zemo-nos no mundo seresmodicadores. A adaptao ao mundo apenas ummomento do processo histrico. Adapto-me hoje,para amanh, desadaptando-me, corrigir o mundoe inserir-me nele.

    Nei Alberto Pies professor, escritor e ativista de direitos humanos.

    A rebeldia nos jovens no um crime. Pelo contrrio: o

    fogo da alma que se recusaa conformar-se, que est

    insatisfeito com o status quo,que proclama querer mudar o

    mundo e est frustrado por nosaber como. (www.chabad.org.br)

    Que sbios so os

    nossos jovens!

    AQUIVO

    PO

    M

    Participantes de Encontro da Juventude Missionria, Intercmbio Varjeo e POM.

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    17/32JULHO/AGOSTO 2016MISSES 17

    de Francesco Pavese

    esde jovem, Allamano so-fria de frequentes ataquesde enxaqueca, indisposi-o no muito perigosa,porm, irritante, porque

    causa lancinantes dores de cabea,

    que duram dois ou trs dias seguidose impedem de pensar. Dos testemu-nhos daqueles que o conheceram,todos armaram que durante os diasnos quais sofria com a enxaqueca,no se lamentava, se rerava em seuquarto e no importunava ningumcom seu sofrimento.

    So signicavas as palavrasdos primeiros missionrios: erasempre bem discreto e mesmo

    quando nha a enxaqueca, nunca

    colocava a mo na cabea. No fazianunca notarem sua dor. Notava-seque estava com enxaqueca porqueno podia manter aberto o olho.Tambm seu empregado testemu-

    nhou: o seu mal mais frequente emuito cruel era a enxaqueca. Norecebia ningum e nem mesmo eu

    podia v-lo, porque queria carsozinho. E completou: Allamanono perdia nunca a reza codiana

    do Ocio das Horas com os cano-nistas da catedral, exceto quandonha a enxaqueca; mas nunca selamentava e eu via que sofria como seu olho quase fechado.

    ResignaoO que muito impressionava

    quem vivia com Allamano, era oesprito com que aceitava vivercom o problema da enxaqueca.No dramazava, mas sabia acolherensinamentos importantes para a

    D

    prpria vida. Ele mesmo, depois dedias da inaugurao do Instuto,apontou a causa da enxaqueca, efez esta condncia aos seus mis-sionarios: faz um pouco de tempoque no nos vemos por culpa daminha cabea, porque a enxaquecaest um pouco prolongada. Quan-

    do ela chega, damos glria a Deuse constatamos o que somos: um

    nada perante o Senhor. Quandosofremos este mal, permaneamospassivos e oferecemos ao Senhora nossa fraqueza. Podemos fazer obem e vemos aquilo que somos.

    Entendemos bem o esprito

    de fortaleza de Allamano diantedestas palavas de uma missionria:eu admiro a fortaleza heroica dopadre Fundador no seu sofrimentosico. Delicadssimo na sade, nhafrequentes crises de enxaqueca. E

    connuava o seu trabalho e somen-te quando a intensidade do malo impedia, se rerava no quartocom Deus, como ele mesmo dizia.Recordo-me que algumas vezesvinha ao Instuto antes da criseter cessado. Somente pelos olhosse percebia seu sofrimento.

    Um lmo aspecto que mereceser notado. At porque com estaindisposio, pela intensidade da dor

    de cabea, nha a possibilidade depensar compromeda, Allamano secontentava de no ter a enxaquecaao ponto de morrer. Dizia: claro quepreferia morrer sem estar numa crisede enxaqueca; daria no mesmo, masquando se tem enxaqueca no sepode fazer nada, e o momento damorte um grande momento, gos-taria de estar bem, para me prepararbem para o grande passo.

    Francesco Pavese, imc, missionrio na Itlia.

    Ningum notavaseu sofrimento

    Allamano sofria deenxaqueca, mas nose deixava abater.

    ARQUIVO

    IMC

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    18/32

    de Melania Lessa

    comunidade do Jardim

    Consolata, antes cha-mada Morrinho, porqueconstruda numa pequena

    colina do bairro Vila NovaCachoeirinha, So Paulo, tem uma

    longa histria. Uma histria comuma caractersca pica da vidamissionria: mudana. Nasceu pararealizar o sonho de construir onoviciado das missionrias da Con-solata no Brasil, e cresceu porquea pobreza do incio deixava todosos espaos abertos para Deus e os

    irmos e irms mais necessitados!E quem tomou a primeira inicia-va foi Nossa Senhora Consolata.Comeou inspirando uma senho-

    ra - Nuccia Ferrabino - a ajudarsuas lhas no Brasil, oferecendo--lhes uma parceria. Ela ajudaria a

    construir o noviciado e as irmsse comprometeriam a abrir um

    lar para acolher meninas rfse desamparadas. E o acordo se

    deu. Assim, no dia 2 de fevereirode 1954, quando ainda em cons-truo, a casa acolheu nove irms,22 novias e quatro postulantes.Contemporaneamente, abriu-se

    a Escola Fundamental com duasturmas: 1 e 2 anos. Em setembrodo mesmo ano teve incio o LarNuccia Ferrabino, que logo acolheu19 meninas, chegando depois a 46.

    Lugar de formaoO Jardim foi a sede dos cha-

    mados aspirantado, postulado,noviciado nacional, depois, lano--americano e tambm, junioratonacional ou internacional... Mas,

    tambm encontraram acolhida cen-tenas de rfs, milhares de alunos ealunas, milhares de catequizandos

    da Primeira Eucarisa e Conrma-o, grupos de jovens, doentes, embusca de sade, parcipantes decursos prossionalizantes - cortee costura e dalograa, e par-cipantes da comunidade Nossa

    Senhora Consolata da Parquiade So Roque, Imirim. As irmsconnuam acolhendo, celebrando

    e trabalhando com os que precisamde escuta e consolao, oferecendocursos de corte e costura, ocina deemoes, dana, ginsca, terapiacomunitria - momento lazer comterceira idade, terapia do corpo etc.Visitam os doentes e necessitados,levando-lhes o maior tesouro, JesusEucarsco e colaborando na for-mao de discpulos missionrios.

    Do espao saam as jovens emformao e as irms para, com o

    povo de Deus da Regio Santana,iniciarem Comunidades Eclesiais de

    Base (CEBs) em diversas parquias,ou ainda para armarem a tenda em

    outras terras do mundo missionrio,em especial na frica. Hoje, alm dacomunidade do Jardim Consolata,onde residem 12 missionrias, nomesmo endereo h a Casa de For-mao e a comunidade Madre Tecla,e, no ango Lar Nuccia Ferrabino e

    Escola So Jos, o Seminrio NossaSenhora Aparecida da arquidiocesede So Paulo.

    Melania Lessa, MC, Animadora Missionria-Vocacionalem So Paulo, SP.

    A

    QUER SER MISSIONRIO?TEL.: (11) 2232.2383

    E-mail: [email protected]

    QUER SER MISSIONRIA?TEL.: (11) 2231.0500

    E-mail: [email protected]

    ARQUIVO

    MC

    JULHO/AGOSTO 2016MISSES18

    Jardim Consolata:cultivar mudar...

  • 7/25/2019 Julho Agosto 2016

    19/32

    A gratido gmea do amor

    Assembleia anual dosmissionrios da Consolata

    no Brasil, realizada entreos dias 16 e 21 de maio,na Casa Regional em So

    Paulo, a qual zemos refernciaenormemente na edio anterior

    de Misses, proporcionou mo-mentos de parlha como famliamissionria. Nesta edio trazemoso fato de que as apresentaes de

    relatrios foram outros momentos

    de Paulo Mz

    A

    de expresso de riqueza do carismamissionrio do Instuto.

    Em tom avaliavo, sem perder

    o da parlha, o superior regionalcessante, padre Luiz Carlos Emer,apresentou o relatrio da dire-o regional. Ao padre FranciscoLpez coube a responsabilidadede apresentar o relatrio sobre aformao de base. Isso foi realizadono segundo dia da Assembleia.

    Na manh do dia 18 de maio,terceiro dia da Assembleia, foramapresentados os relatrios da Ani-

    mao Missionria e Vocacional

    (AMV). Padre Robrio Crisstomoapresentou o relatrio do Centrode Animao Missionria (CAM)de So Paulo; o padre John Kapuleapresentou o relatrio do CAM daBahia. Finalmente, o padre ManoelAparecido Monteiro apresentou o

    relatrio da AMV do Paran.O relatrio da Pastoral Afro

    esteve sob responsabilidade dopadre Anthony Muchoki Murigi.O relatrio da causa da PastoralAfro na parquia Nosso Senhordo Bonm, na diocese de NovaIguau, RJ, comeou com o estu-do da realidade, com a presenanos ncleos existentes e terminouapresentando algumas propostas.

    Padre Luiz Andriolo apresentou orelatrio da Administrao Regio-nal. E por m, o padre Paulo Mzfez a apresentao do relatrio darevista Misses. Aps as apresen-taes dos relatrios, a Assembleiafoi convidada a apresentar dvidase pedidos de esclarecimento.

    A Assembleia reforou a opopela connuidade da misso porparte dos Missionrios da Consolatano Brasil e elegeu a nova direo

    regional.

    Paulo Mz, imc, diretor da revista Misses.

    ARQUIVO

    IMC

    de Rosa Clara Franzoi

    o lmo m de semanade maio, dias 28 e 29, osAmigos/as da Consolata,realizaram seu 6 Encontro,em Rio do Oeste, SC, com

    muita animao, entusiasmo, alegriae esprito missionrio. O Centro de

    Formao da diocese de Rio do Sul,com o carinho e a ateno que lhesso prprios, acolheu o grupo dos68 parcipantes, de Santa Catarina

    ambas as obras nham o objevo

    de formar futuros missionrios emissionrias da Consolata para asmisses da frica, conforme era odesejo do Fundador, o Bem-aven-turado padre Jos Allamano. Mas,com o passar do tempo, a demandafoi aumentando; outros rapazes emeninas, mesmo no tendo a voca-o missionria, ali encontraram, noseminrio e no juvenato, a maneirade poder estudar, dado que a cidadeno nha seno um Grupo Escolar

    (da 1 4 srie). Um bom nmero

    N

    e outros estados. Rio do Oeste foi o

    bero da Congregao da Consolatano Brasil. Os padres e irmos lchegaram da Itlia, em 1936 e em1946, as irms. Como missionrios/as experientes, sabiam da impor-tncia do estudo, da escola, para aformao dos homens e mulheres dofuturo. Assim, com grande corageme muito sacricio arregaaram asmangas e construram, com a ajudade benfeitores e do povo do lugar,um seminrio (os padres) e um

    juvenato (as irms). Inicialmente,

    JULHO/AGOSTO 2016MISSES 19

    Ide e anunciai

  • 7/25/2019 Julho Agosto 2016

    20/32

    Misses o veculo de comunicao do Instituto Misses Consolata e retrata otrabalho missionrio de levar a consolao aos que sofrem, aos que andam tristes,aos que esto sem esperana.

    Torne-se um missionrio membro da famlia Consolata, mantendo onosso trabalho, contribuindo fnanceiramente. Mediante a suacontribuio,enviaremos Misses para voc como forma de gratido!

    Veja como fcil:

    por BOLETO BANCRIO

    por CHEQUE NOMINAL E CRUZADO - Instituto Misses Consolata

    por DEPSITO BANCRIO

    R$ 15,00 R$ 20,00 R$ 30,00 R$ 40,00 R$ 65,00 ou mais

    1 Exemplarda ltima edio

    2 Exemplaresda ltima edio

    4 Mesesltimas edies

    5 Mesesltimas edies

    10 Mesesltimas edies

    Rua:Dom Domingos de Silos, 110 - 02526-030 - So Paulo - SP - Telefax: (11) 2238.4595 - E-mail: [email protected]

    AG.: 545-2

    C/C: 38163-2

    AG.: 0355

    C/C: 17759-3

    AG.: 0386-7

    C/C: 945-8

    Envie para ns o Comprovante, junto com seu Nome,

    Data de Nascimento, CPF, Endereo, Telefone e E-mail para:

    de seminaristas ordenou-se padre

    missionrio da Consolata. Muitasjuvenistas tornaram-se missionriasda Consolata. Os outros e outras,porm, terminado o estudo - cor-respondente ao Ensino Mdio dehoje - voltaram para suas cidades deorigem, com o objevo de constru-rem o prprio futuro: estudaram,

    se formaram, se prossionalizaram,se casaram...At que um dia, um deles, Slvio

    Kaa, com alguns colegas come-

    aram a alimentar a ideia de reu-

    nir aqueles e aquelas colegas dapoca, para reatarem a amizade ereviverem as lembranas do tempovivido no seminrio, no juvenato,no colgio, e celebrarem, comogesto de grado o que consideramaquilo que foi o alicerce slido,sobre o qual puderam construir

    o que so hoje. E eles repetemcom muito orgulho: o que eu souhoje, o alicerce eu o constru aqui.Connuaram alimentando aquela

    anga amizade entre eles e umgrande reconhecimento para comos missionrios e as missionriasda Consolata, que foram exemplos,sobre os quais inspiraram o prprioprojeto de vida. E o esprito missio-nrio, aprendido h muito tempopermaneceu vivo, pois ainda hoje,

    vrios colaboram com a revistaMisses e com projetos mission-rios. Um belo exemplo do senhorJoo Stramoski - bem sucedidoempresrio da cidade de Rio do

    Sul - que com a idade de quase 80anos, desde o incio sempre marcoupresena no encontro dos Amigose Amigas da Consolata. Que Deusos/as abenoe na esperana deem 2017 possamos nos encontrar

    novamente.

    Rosa Clara Franzoi, MC, animadora missionria emembro da equipe de Redao.

    TASCRISTINA

    LUCHTEMBERG

    JULHO/AGOSTO 2016MISSES20

    ajude-nos e venhafazer parte desta obra

  • 7/25/2019 Julho Agosto 2016

    21/32

    MISSES RESPONDE

    JULHO/AGOSTO 2016MISSES 21

    Ajuda dos sacramentosNa verdade, mesmo sob a gide da Familiaris

    Consorto, malgrado a norma proibiva transcritaacima, havia situaes em que o penitente, no forodo sacramento da reconciliao, diante do confessore, por conseguinte, diante de Deus (o padre-confessorfaz s vezes de Deus), era autorizado a se aproximardo altar do Senhor.

    Os excessivamente posivistas, que s pensam emaplicar leis morais nos outros, diga-se de passagem,

    deveriam reter na memria ao menos estas signi-cavas palavras do santo padre, reproduzidas naAmoris Laetta: mesquinho deter-se a considerarse o agir de uma pessoa corresponde ou no a uma

    norma geral, porque isto no basta para discernire assegurar uma plena delidade a

    Deus na existncia concretadum ser humano. (n.304)

    Por fim, Francisco,numa nota de rodapdo n. 305 da exorta-

    o (Captulo VIII daAmoris Laetta),

    diz categorica-mente: em

    certos ca-

    sos, po-deria

    t a m b m

    haver a ajuda dossacramentos. Por isso,aos sacerdotes lembro

    que o confessionrio no deveser uma cmara de tortura, mas olugar da misericrdia do Senhor. E deigual modo assinalo que a eucarisa no um prmio para os perfeitos, mas um remdiogeneroso e um alimento para os fracos.

    Edson Luiz Sampel doutor em Direito Cannico pela Pontifcia Universidade Lateranense,de Roma. Membro da Academia Marial de Aparecida (AMA) e da Unio dos JuristasCatlicos de So Paulo (Ujucasp).

    exortao apostlicaAmoris Laetta no con-tm uma regra cannica proibindo os casaisem segunda unio de receberem o sacramento

    da eucarisa. A exortao apostlicaFamiliarisConsorto,que at 8/4/2016 (data da publicao

    daAmoris Laetta) fornecia o critrio principal parano se admir comunho eucarsca os divorciados

    recasados, de fato, dispunha de uma norma cannicaproibiva bastante clara: a Igreja, contudo, rearmasuaprxis, fundada na Sagrada Escritura, de no admir comunho eucarsca os divorciados que contraramnova unio. (n.84d)

    Reportando-se a um princpio da teologia moral, o

    santo padre arma naAmoris Laetta: a Igreja possuiuma slida reexo sobre os condicionamentos e ascircunstncias atenuantes. Por isso, j no possveldizer que todos os que esto numa situao chamadairregular vivem em estado de pecado mortal, privadosda graa sancante. (n.301) Traa-se, tambm,uma disno, j conhecida da teologia moral, entrepecado objevo e pecado subjevo: por causa doscondicionalismos e dos fatores atenuantes, possvelque uma pessoa, no meio de uma situao objevade pecado mas subjevamente no seja culpvelou no o seja plenamente possa viver na graa de

    Deus (...). (n.305)

    de Edson Luiz Sampel

    A

    A Eucaristia no um prmio para osperfeitos, mas um remdio generoso e

    um alimento para os fracos.

    A Eucaristia e os casaisde segunda unio

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    a cosmoviso do negro africano existem trsnveis de vida que sempre devem estar ligados:embriolgico, terrestre e espiritual. So versosinterconectados, j que h sagrado em tudoo que existe. H uma relao estreita entre

    cura e libertao, salvao espiritual e sade sica. Asalvao do ser humano em corpo e esprito abrangea existncia na sua totalidade. O prprio termo lanosalus signicava originalmente sade e salvao.

    A analogia de que tudo orestaou oresta tudo, remete o mist-rio da nossa prpria vida. O homoafricanus considera a oresta noapenas na dimenso econmica ou

    ulitria como enfazada no mundoocidental. A oresta um santuriode rezas, peregrinaes, ritos, medicina, alimentaoetc. Uma das caracterscas mais importantes da me-dicina tradicional na frica, ao contrrio da medicina

    ortodoxa, abrangente, respondendo profundamentee amplamente aos aspectos sicos, sociais, religiosos,culturais, espirituais, existenciais, biolgicos e psico-

    lgicos do ser humano.

    Parteiras

    interessante notar que at hoje esma-se queaproximadamente 50% dos partos na frica so fei-tos por parteiras (wakunga wa jadi) tradicionais. Asparteiras tradicionais so um segmento crucial da

    medicina comunitria na frica. Desempenham umpapel signicavo como mediadoras e conhecedorasdos segredos da natureza, tradies, que nem sempreso substudas com procedimentos de obstetrciamoderna. Elas oferecem suporte sico e psicolgico,mais ainda a condencialidade, cuidado, conana,incenvo e esperana s gestantes durante o perodo

    da maternidade e ajuda durante edepois do parto.Alm disso, os curandeiros (wa-

    ganga wetu) ou psicoterapucosafricanos adotam diversos mtodospsicossociais no processo de cura.

    Incluindo cantos, danas, pees,rituais, oferendas, encantamentos, imposio demos, adivinhaes, exorcismos, oraes comunitrias,induo de coragem, conana, convico, sugestes

    e recomendaes. Sem dvida, os pro-cedimentos psicoterapucos tradicio-

    nais africanos vo alm de modelos emetodologias ocidentais empricas,rigoristas, funcionalistas e orientadasmecanicamente. necessrio dilo-go, fuso de saberes entre parteiras/curandeiros tradicionais e farmacu-cos/mdicos ocidentais. Isso ajudariabastante nas doenas urgentes comoebola, malria, e HIV. Na verdade, oque falta so as pesquisas, investi-mento e sistemazao das medicinas

    tradicionais. Mas tambm, muitos afri-canos tendem a exagerar a dimensoespiritual, dando origem a crenas nabruxaria e prcas como a verdadeiraterapia. H uma tendncia de atribuirtodos os problemas naturais, biolgicosou sociais bruxaria. Quase 30 anosaps a descoberta do vrus HIV, algunsafricanos ainda atribuem esta pandemia

    bruxaria. (na prxima edio: implicaes teolgicase orientaes pastorais sobre esta questo)

    Isaack Mdindile, imc, seminarista em So Paulo, SP.

    Foto do livro Plantando as rvores do Qunia: A Histria de Wangari Maathai.

    JULHO/AGOSTO 2016MISSES22

    de Isaack Mdindile

    Afya ndio utajirimkubwa wa

    mwanadamu -Aforismo de Suali.

    N

    Tudo foresta

  • 7/25/2019 Julho Agosto 2016

    23/32JULHO/AGOSTO 2016MISSES 23

    Jerusalm e suas

    buscas de Deus

    SIA

    com seu passado de intolerncia e violncia, de ou-tro, o vandalismo ancristo em Israel traz tristezasnas perseguies, mortes e destruio de igrejas. Aguerra sem sendo na Sria, o crescimento visvel doIsl no Oriente Mdio e as disputas pela propriedadedos lugares sagrados so destaques constantes na

    mdia internacional. Ali se pode fazer a experinciado Deus nico, o Deus dos judeus, dos cristos, dos

    muulmanos. O muro da cidade velha de Jerusalm cantado em prosa e verso. Parte dele j exisa notempo de Jesus. O Muro das Lamentaes recorda oque sobrou do Templo. a parr dos Lugares Santosque fundamental falar da Bblia. Aqui est o tra-balho da evangelizao que consiste em anunciare viver a experincia de f comunicada por JesusCristo: a Trindade Santa que o crisanismo anunciae a grande novidade e o que h de mais originaldesta terra. O papa Francisco recentemente visitoua Terra Santa e viajou acompanhado pelo professormuulmano Abraham Skorka e com Omar Abbou,

    rabino e presidente do Instuto do Dilogo Inter--religioso da capital argenta. Pediu que sua estadiafosse marcada pela sobriedade e simplicidade. Elese encontrou com 600 decientes sicos e refugia-dos, boa parte deles srios e pediu a todos que seabram uns aos outros, em uma regio dominadapela rejeio ao outro. Estes so gestos simples edever de todas as religies na busca da paz e quens somos chamados a pr em prca neste Anoda Misericrdia. Estes trs lderes religiosos estofazendo a sua parte. E ns?

    Mario de Carli, imc, missionrio em Monte Santo, BA.

    de Mrio de Carli

    Cidade Santa para astrs religies monotestas:

    judasmo, cristianismoe islamismo, Jerusalm

    atrai para si os povos quebuscam a face de Deus.

    s experincias de Deus e de f deram origems trs grandes religies monotestas: judas-mo, crisanismo e islamismo. Todas tm porfundamento um antepassado importante. Seunome Abrao: por ser peregrino e andante,

    tornou-se amigo de Deus (2Cr 20, 7 e Is 41, 8), deonde surgiu o judasmo e o Povo de Deus, do qual,Jesus Cristo, o enviado do Pai, seu missionrio,

    dando origem ao crisanismo. Mais tarde nasceu oislamismo com Muhamad Maom por volta do sculoVI. Ele mesmo diz ser o mais recente e lmo profetado Deus de Abrao. Jerusalm Cidade Santa paraestas religies e sempre foi sonhada como uma meque atrai para si os povos, a m de buscar a face deDeus. Jesus olha esta cidade trazendo a imagem dagalinha que rene seus pintainhos debaixo de suasasas (Mt 23, 27).

    A terra de Jesus

    Se de um lado, a convivncia bastante harmoniosaentre as diferentes religies em Jerusalm contrasta

    A

  • 7/25/2019 Julho Agosto 2016

    24/32JULHO/AGOSTO 2016MISSES24

    DESTAQUE

    MissoVocacional

    evando em considerao oano dedicado Vida Con-sagrada e a preparao ao

    Snodo sobre a Famlia, a de-legao brasileira das irms

    Servas da Caridade, atravs de suaequipe vocacional, decidiu realizardurante o ano de 2015 uma misso

    vocacional. luz deste projeto,cada comunidade: So Paulo eMorungaba, no interior do estadode So Paulo, Ibipor, no Paran,Bueno Brando, em Minas Geraise Macap, capital do Amap, comsuas responsveis pela PastoralVocacional e Irm Luzia Ripamon,organizaram junto s parquiasonde esto presentes, uma semanamissionria, com visitas s famlias,s escolas, grupos de catequese,

    jovens, casais e pastorais, cujo

    L

    de Maria Aparecida Massi Jesus merece emtodos os tempos e emtodos os lugares, ser

    amado e servido.(Santa Maria Crucixa

    Di Rosa)

    As irms Servas da Cari-dade pertencem a uma Con-gregao fundada por SantaMaria Crucixa Di Rosa, em1840, na Itlia. Hoje traba-lham em vrios pases, almdo pas de origem: Crocia(1852), Brasil (1963), Alema-nha (1970), Equador (1984),Ruanda (1992) e Burundi(2002).

    O trabalho das Servas inclui

    assistncia paroquial, cate-quca, educava elementare moral. Atuam em casas daprovidncia, nas casas de re-pouso e a domiclio, para osmais necessitados. Dividemsua misso com os leigos,que se empenham em vivero carisma da caridade ao ladodelas, atravs do aprofunda-mento da vida com Deus, noesprito de orao e na prca

    acolhedora.

    proco julgasse melhor marcarpresena.

    A realidade cultural e globali-zada na qual estamos inseridos,tende subtrair-nos dos valores fun-damentais da Boa Nocia que Jesus o Salvador, e que nos ensinou aamar a Deus e o prximo, assimcomo Ele nos amou e nos ama.

    O objevo principal da misso foiajudar as famlias a redescobriremJesus como Caminho, Verdade eVida, exortar crianas, jovens eadultos a reerem sobre a mul-

    plicidade das vocaes na Igreja e

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    25/32JULHO/AGOSTO 2016MISSES 25

    dos, nossos doentes. Essa presenanos conforta, alivia, anima e nosd coragem e esperana.

    Graas e bnosMuitas graas e bnos foram

    derramadas sobre as famlias visita-das! Quantas lgrimas e quantos de-

    sabafos... Bom seria se vssemospessoas apaixonadas e disponveispara connuaresta belssimamisso e angirtodos os lares!Quantos que se

    dizem evangli-cos, abriram asportas, nos re-ceberam e agra-

    deceram. Tam-bm quantas equantas graas

    recebemos nsque realizamos essa misso. Quan-tos exemplos de f de pessoasaparentemente simples, mas comcorao nobre e cheio de Deus.

    Constatamos pessoalmente o

    que disse Jesus: h mais alegriaem dar do que em receber. Cadacomunidade, de acordo com o

    seu proco, realizou sua missosegundo suas possibilidades e suas

    realidades. Irm Maria Aparecida

    Massi, coordenadora da PastoralVocacional de nossa regio brasi-

    leira e irm Solange Ramos, res-ponsvel pela formao das Servasda Caridade no Brasil procuraramauxiliar as comunidades na medidado possvel.

    A parquia de Bueno Brando

    quis ampliar as visitas por toda aextenso urbana, por isso con-

    nuou de setembro at meados dedezembro de 2015, com o projetode se estender em 2016 s comu-nidades rurais, que por sinal somuitas. Na avaliao de nal deano, chegou-se a concluso deconnuar em 2016 nas parquiasonde as Servas da Caridade j se

    zeram presente anteriormente,e hoje pela diminuio das voca-es no tm mais comunidadesreligiosas. Em outubro prximode 23 a 29 estaremos realizandoa Semana Missionria em Marce-lndia, estado do Mato Grosso,com o proco, padre Eloi.

    Essa evangelizao simples ehumilde de grande esmulo paraajudar a redescobrir nas famlias

    os valores cristos e parcipavosnas comunidades de pertena. Epara ns, ocasio propcia parapor em prca o convite do papaFrancisco: sair para o meio do povoe anunciar a Boa Nova junto srealidades da vida. Essa experin-cia, j precedida de outras, nosencoraja a connuar a obra deevangelizao.

    Maria Aparecida Massi responsvel da Pastoral Voca-cional das Servas da Caridade.

    tornar conhecida a vida de homense mulheres que realizaram plena-mente suas existncias atravs deuma resposta coerente e radical

    sequela de Cristo, tornando-seassim para todos, modelos e tes-temunhas de esperana.

    Se cada cristo chamado a

    trazer, ou melhor, a ser no mundodecitrio da verdadeira alegria,esta mensagem de esperana, quegera e confere serenidade e paz,consolao e ternura para com

    todos, muito mais os consagradossomos chamados a testemunhar aserenidade, alegria que deriva dacerteza de nos senrmos amados deDeus, de sermos salvos e de haverencontrado Jesus como Caminho,

    Verdade e Vida.Com as irms Servas da Cari-dade, um bom grupo de leigosengajados nas vrias parquiasabraou esse projeto. Durante asvisitas era lida uma passagem doEvangelho com uma breve reexo,oraes de beno da casa, da fa-mlia e doentes se houvessem, e aasperso com gua benta. Muitasfamlias foram visitadas, quantos equantos agradeciam e diziam: que

    coisa mais linda ver que a IgrejaCatlica vem nos visitar e abenoarnossas casas, nossos entes queri-

    FOTOS:ARQUIVO

    SERVASDA

    CARIDADE

  • 7/25/2019 Julho Agosto 2016

    26/32JULHO/AGOSTO 2016MISSES26

    urprendi-me na reunio de pauta da Revistaao ver, dentre os vrios temas sugeridospara o ms de julho, o Dia do Homem, que

    sequer ouvira falar. Atrevi-me a perguntaraos parcipantes qual o Dia da Mulher.Ningum errou: 8 de maro. Perguntei, ento, qual o Dia do Homem. S a ala feminina se manifestou,em unssono: todos os dias! Esta , enm, a visoque tem a mulher em relao ao homem, na culturamachista que ainda prevalece entre ns.

    H mesmo o Dia do Homem; e, para surpresamaior, no existe apenas uma data, mas duas. Em15 de julho comemora-se, no Brasil, o Dia Nacionaldo Homem; e 19 de novembro o Dia Internacionaldo Homem, comemorado em mais de 70 pases, nos

    cinco connentes. Pracamente desconhecidas entre

    S

    de Carlos Roberto Marques

    Dia do Homem,

    ele existeO principal objetivodo Dia do Homem reetir e estimularos cuidados com sua

    sade e bem-estar.

    CIDADANIA

    26

    ns, estas datas tm j pertode 20 anos. O dia internacio-

    nal no foi iniciava da ONU,mas teria dela o apoio. Comodata ocial da ONU, objeto

    da Resoluo 67/291, o dia19 de novembro - outrasurpresa - oWorld Toilet Day,ou seja, o Dia do Banheiro;irnica coincidncia, pois ho-

    mem e banheiro nunca foramgrandes aliados.

    O principal objevo do Diado Homem reer e esmu-

    lar os cuidados com sua sade e

    bem-estar, sico, psquico e social,estendendo-se em promover modelos

    masculinos posivos, homens do dia adia, cujas vidas so decentes e honestas;

    rememorar as contribuies masculinas po-sivas para a sociedade, comunidade, famlia e

    meio ambiente; realar a discriminao prossionalcontra os homens nas reas de servios sociais, nasatudes e expectavas sociais e no direito; melho-rar as relaes de gnero e promover a igualdadede gnero; enm, criar um mundo melhor, ondeas pessoas possam senr-se seguras e crescer paraalcanar seu pleno potencial.

    No Brasil, as mulheres j so maioria; entre elei-tores, elas tambm esto em maior nmero, e tm jum maior conngente nas universidades. Mulheresempresrias, execuvas, chefes de famlia, e agoratoda essa preocupao com o bem-estar do homem,sua promoo social e a busca de igualdade de gnero,tudo isso faz crer que j vislumbram um mecanismode defesa contra o preconceito e a discriminaodessa mais nova minoria social: os homens. O pior que nem temos sus para queim-los.

    Carlos Roberto Marques LeigoMissionrio da Consolata LMC, e membro da equipe de Redao.

  • 7/25/2019 Julho Agosto 2016

    27/32JULHO/AGOSTO 2016MISSES 27

    do Gnesis, Abrao recebe o visitante desconhecido,alimentando-o, matando sua sede, lavando os seusps e dando-lhe abrigo e proteo. O que mais chamaa ateno o fato de que o hspede aparece, emalguns momentos, como ser humano, em outros, comoDeus. Trata-se, aqui, de uma idencao profunda.

    to contundente a relao entre Deus e os forastei-ros que, em Dt 10, 17-18, o Senhor Deus idencadocomo Aquele que ama o estrangeiro e lhe d po e

    vestes. Ademais, no Cdigo da Aliana, em Ex 22, 20-21, no aigir, nem oprimir o estrangeiro, torna-se lei!Em Dt 10, 19, dado um mandamento aos israelitas:Amai ao estrangeiro, porque fostes estrangeiros noEgito! Conra tambm Ex 20, 10; 23, 9.12.

    Segundo a tradio dos profetas, as trs categoriasde pessoas que mais passavam por situao de riscoeram os rfos, as vivas e os estrangeiros. Eles devemser cuidados (cf. Jr 7, 6; 22, 3; Ez 22, 7.29; Zc 7, 10; Ml3, 5). De acordo com a tradio sapiencial presentenos Salmos, em 94, 6, a denncia aos que matam o

    estrangeiro feita de forma dura.

    Dimenses ticas para os dias atuaisOremos para que o Senhor nos d coraes amoro-

    sos e acolhedores. Que os brasileiros saibam pracaro amor gratuito aos irmos, seres humanos, que paragaranr sua sobrevivncia tm chegado ao pas. Quepossamos testemunhar a Palavra de Deus com atosconcretos!

    Joo Claudio Rufino, leigo, mestre em Teologia Bblica (PUC-SP), bacharel em filosofia(PUC-SP) e teologia (Assuno). Professor de Hermenutica Bblica, Sinticos, Profetas,Introduo ao Pensamento Teolgico e tica, na PUC-SP.

    de Joo Claudio Rufno

    Os refugiados,

    segundo a BbliaAbrir-se prtica doamor aos refugiados

    viver segundo aPalavra de Deus.

    BBLIA

    na atualidade um crescimento verginosode concepes conservadoras no mbito po-lco e religioso, vazias de argumentao efundadas no individualismo radical. Em muitoscasos, tal postura terico-prca se traduz em

    aes discriminatrias em relao aos estrangeiros.Uma triste constatao que muitos seguidores deCristo esto aderindo, sem crca, aos contravaloresdessas losoas egostas.

    Temos acompanhado, nas diversas mdias, aes de

    violncia perpetradas contra os refugiados no Brasil.Diante disso, uma reexo de f sobre esta realidade necessria. Para a realizao deste intento, a Bblia,Palavra de Deus revelada, deve ser ulizada. Ela tratada questo. Ela aponta o rumo co que devemos,como cristos, seguir.

    O ambiente da Escritura HebraicaNo Ango Oriente Prximo, localidade onde a maior

    parte de Escritura Hebraica foi escrita, havia costumese legislaes sobre como proceder em relao aos

    estrangeiros. O Livro dos Mortos do Ango Egito, dosculo XIII a.C., elogiava os que alimentavam pessoasem situao de risco na sua sobrevivncia. Condiofacilmente encontrada entre os estrangeiros.

    A Grcia Anga protegia, tanto na lei, quanto nareligio, o forasteiro. Trechos da Odisseia retratam oadvencio como aquele que vem da parte dos deuses.Podendo ser, inclusive, uma divindade disfarada.

    Um valor, uma legislaoA Escritura do Ango Israel incorporou, por inspirao

    do Esprito Santo, a acolhida aos estrangeiros como um

    valor e como uma lei. Na Tor, no captulo 18 do livro

    H

    GEORGILICOVSKI/EPA

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    28/32JULHO/AGOSTO 2016MISSES28

    Vocao e

    testemunho

    Arcebispo de PortoAlegre fala sobre asvocaes na Igreja.

    rise na famlia, crise napolca, parece haver umacrise geral. Tambm nas

    vocaes h crise? DomJaime Spengler, arcebis-

    po metropolitano de Porto Alegre,presidente da Comisso Episcopal

    para os Ministrios Pblicos Or-denados e a Vida Consagrada da

    CNBB (2015/2019), membro daCongregao para os Instutos deVida Consagrada e Sociedades deVida Apostlica (2014/2018) e pre-sidente do regional Sul 3 da CNBB(2015/2019) responde a questescomo esta, em entrevista exclusiva Misses.

    Em sua opinio, h uma crisede vocaes na Igreja, de maneira

    geral?H, certamente, sinais de crise!

    Esta crise se manifesta de muitosmodos e varia de regio para regio,de connente para connente. Emalguns pases da Europa se constata

    um envelhecimento rpido do cleroe um decrscimo considervel nonmero de candidatos s diversasexpresses da Vida Consagrada.

    J em outros contextos do globo,

    C

    de Maria Emerenciana Raia

    ENTREVISTA

    etc. Tambm verdade que h uminteresse maior de muitos jovens emmelhor compreender o fenmenoda f. Vale tambm recordar quea crise de vocaes toca profun-damente a vida matrimonial. Hideologias fortes presentes no seioda sociedade que defendem a su-perao da instuio famlia comoclula fundamental da sociedade.

    As consequncias dessa realidadese fazem senr em toda parte eso inocultveis. Esses elementosrepresentam um convite a repensaro modo de proposta vocacionalaos nossos jovens. Neste sendo,a crise salutar, pois impulsiona osServios de Animao Vocacionala constantemente rever, reavaliaros contedos e mtodos uliza-dos junto s novas geraes. Tam-

    bm expressa a sempre necessriaateno parcular nessa tarefa deacompanhar os jovens no caminhodo discernimento vocacional. Fala--se, hoje, de um acompanhamentopersonalizado. Ao mesmo tempo,no se pode esquecer que a melhorforma de promoo vocacional otestemunho. Atravs do testemunhopessoal, o jovem pode se senr maisatrado para esta ou aquela formade vida. Por isso importante ocontato com ele.

    como, por exemplo, sia e frica,h um orescer impressionante devocaes ao Ministrio Ordenadoe Vida Consagrada. No Brasil, hum crescimento lento no nmerode candidatos ao Ministrio Orde-nado e um decrscimo no nmerode candidatos Vida Consagrada.

    As explicaes para essa situaopodem ser as mais variadas: o n-

    mero de lhos por famlia est emdiminuio, o secularismo e o lai-cismo crescente, a mudana depoca com seus desdobramentose que marcam a vida comunitria

    FOTOS:ARQUIVO

    PESSOAL

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    Como o senhor avalia a forma-

    o dos seminaristas hoje? Tambmdas novias?

    A preocupao com a boa for-mao dos candidatos ao MinistrioOrdenado e Vida Consagrada sem-

    pre esteve no centro das atenesda Igreja. Prima-se pela formao

    integral dos vocacionados; muitose investe para que todos possambem compreender as implicnciasdesta ou daquela forma de vida.As orientaes da Igreja so claras. necessrio ter presente que aobra da evangelizao pressupepessoas bem preparadas no sintelectual e tecnicamente, mas,sobretudo, humanamente! Comoseria isso? O papa Francisco, no

    Rio de Janeiro, ofereceu algumasindicaes: ministros capazes deaquecer o corao das pessoas,de caminhar na noite com elas,de dialogar com as suas iluses edesiluses, de recompor as suasdesintegraes... Pessoas capazesde descer na noite sem ser invadidaspela escurido e perder-se; capazesde ouvir a iluso de muitos, sem sedeixar seduzir; capazes de acolher asdesiluses, sem desesperar-se nem

    precipitar na amargura; capazes detocar a desintegrao alheia, semse deixar dissolver e decompor nasua prpria idendade. Para tanto,diz o papa, se faz necessrio umasolidez humana, cultural, afeva,espiritual, doutrinal. O desao transformar as orientaes objevasem prca constantes nos espaosformavos. Muito se fez e se faz.Muito precisamos ainda fazer!

    O que o aumento das seitas ou

    de outras denominaes representapara a Igreja Catlica?

    H uma mutao no quadro re-ligioso do Brasil. H expresses queculvam delidade ao Evangelho.No entanto, o religioso tem se tor-nando um bom negcio. Negcioaqui entendido no seu sendo e-molgico: ou seja, aquele mbitoonde nada se faz livre e generosa-

    mente, tudo tem um preo! Para a

    Igreja Catlica o desao sempreo mesmo: delidade ao Evangelhoe sadia tradio; empenho poranunciar de forma clara e objevaa Palavra do Evangelho! Determi-nao para promover e defendera vida, especialmente l onde ela menos favorecida e naquelas si-tuaes onde no dignamenteconsiderada.

    Percebe-se que os jovens de hojetm muitos interesses e a questo

    religiosa nem sempre desperta aateno. Como acha que a Igreja

    est lidando com isso? A religiovirou mercadoria?

    A dimenso religiosa uma dasque compem o ser humano. Se essa

    dimenso no desperta interesse,signica que algo no est bem noprocesso de insero do jovem nasociedade, que h lacunas. Quandose fala da dimenso religiosa corre--se o risco de releg-la para a vidaprivada. Ora, isso reduzir a questoe ao mesmo tempo no considerar

    o que o ser humano traz na sua

    natureza. Nesse mbito tem lugarde destaque a comunidade de f,mas tambm a instuio famlia eescola. A comunidade de f encontradiculdades em entender a lingua-gem das novas geraes. Ao mesmotempo, urge repensar as formas deapresentar a mensagem. No bastadoutrina, necessrio iniciao do

    jovem na vida da comunidade de f,encontro com a Palavra que trans-

    forma e faz novas todas as coisas.J a instuio famlia apresentasinais de necessidade do resgate

    de sua idendade. E a instuioescolar sofre as consequncias deideologias e polcas marcadas poroutros interesses que no a educa-

    o integral dos jovens.

    Em sua opinio, muito dicilser padre ou freira nos dias dehoje? Quais os desaos enfrentados

    pelos jovens que optam por essecaminho?

    A questo fundamental abraaro caminho de vida para o qual oprprio corao se sente atrado.Vocao graa! expresso daexperincia do encontro com apessoa de Jesus Cristo. Para a pessoa

    que se sente tocada e que buscarealizar um inerrio de discerni-mento, as exigncias do caminho

    se tornam oportunidade para res-ponder corajosamente quilo quefaz o corao arder. A compreensodisso proporciona a capacidade de a

    tudo responder como oportunidade

    para crescer na graa da vocao. Osdesaos representam oportunidadeprivilegiada para aguar sempremais a disposio pessoal em vistado ideal abraado.

    Maria Emerenciana Raia jornalistae editora da revista Misses.

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    30/32V

    OLTA

    AOB

    RASIL

    JULHO/AGOSTO 2016MISSES30

    Braslia (DF)Maior ndice de desemprego

    O desemprego, no Brasil voltou a su-bir no trimestre mvel encerrando emabril, angindo 11,25% da populao eco-nomicamente ava. O resultado 1,7 pontopercentual maior que o trimestre mvelencerrando em janeiro (9,5%). Trata-se do

    maior percentual de desempregados desdeo incio da Pesquisa Nacional por Amostrade Domiclio Connua (PNAD Connua), em

    janeiro de 2012, feita pelo Instuto Brasileirode Geograa e Estasca (IBGE). Conformeos dados divulgados no dia 31 de maio, emabril havia 11,4 milhes de trabalhadoresdesempregados. Os dados da PNAD Connuaindicam que a populao ocupada do pas que

    fechou o trimestre mvel encerrado em abrilem 90,6 milhes de pessoas, recuou 1,1% em

    relao ao trimestre encerrado em janeirode 2015 e 1,7% - ou menos 1,5 milhes depessoas trabalhando quando comparada aigual perodo de 2015. Os setores da indstriageral, construo e comrcio, reparao deveculos automotores e motocicletas foramos que mais puxaram a taxa de desempregono perodo.

    3.978 casos de H1N1 em 2016Dados do Ministrio da Sade mostram

    que foram registrados 3.978 casos de inuenza

    A (H1N1) entre janeiro e 30 de maio desteano. Ao todo, 764 pessoas morreram emdecorrncia desse po de gripe. No mesmoperodo do ano passado, houve 19 registrosda doena em todo o pas, com duas mortes.Com 2013 casos, a Regio Sudeste concentrao maior nmero de registros de Inuenza A(H1N1), dos quais 1.714 no Estado de SoPaulo.

    Campanha Missionria

    e a Casa ComumO cuidado pela Casa Comum nossamisso o tema da Campanha Missionriano Brasil para este ano. As Poncias ObrasMissionrias lanaram em junho o subsdioNovena Missionria para a animao daCampanha. A novidade dessa novena o fatode que narra as situaes em que os missio-nrios vivem e indicam como cuidar da CasaComum. Para cada dia, h uma breve leiturada realidade, testemunhos missionrios luz da Palavra de Deus, reexes, oraes e

    o convite ao engajamento missionrio. Todo

    material de animao da Campanha foi envia-do s 276 dioceses e prelazias do Brasil, paraser distribudo nas parquias e comunidades.A Campanha Missionria ter seu pice noms de outubro.

    Mortes por conitos ruraisFoi divulgado no dia 20 de junho o relatrio

    Em Solo Perigoso, da ONG Global Witness,que coloca o Brasil no topo do rankingde as-sassinatos violentos provocados por disputasde territrio rural. Em 2015, 185 pessoas mor-reram em situao de violncia no campo emtodo o mundo o nmero 59% maior do queo de 2014. S no Brasil, foram 50 mortes. Osestados mais violtentos so Rondnia e Par,com 20 e 19 mortes, respecvamente. No re-latrio, h o alerta para a falta de invesgaode crimes relacionados aos conitos de terra

    no Brasil e o pedido de maior proteo aosavistas da causa. A Global Witnesstambmchama a ateno para a violncia provocadapela extrao ilegal de madeira, pois, h umaesmava de que 80% da madeira extradano pas seja fruto de operaes ilegais issorepresenta 25% da madeira ilegal no mercadomun