godzine 16 (setembro/outubro 2013)

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Set/Out’13 “Simples e completo” pág. 16

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Este verão ficou marcado para muitos de nós por eventos como Férias Missionárias, Festival Jota, Rio in Douro, entre outros. Quer tenhamos estado presentes ou não nas JMJ no Brasil, este evento acabou de uma forma ou de outra por nos tocar e envolver. Não podemos ficar indiferentes às mensagens que o Papa Francisco nos foi deixando, incentivando, motivando e sobretudo tentando aproximar-nos mais daquele Cristo em que acreditamos e em Quem queremos crer sempre mais. Esta edição chega até ti em tempo de fim de férias e inicio de um novo ano pastoral. Desejamos que as palavras do Papa Francisco te inspirem a servi-Lo mais e melhor.

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Set/Out’13“Simples

e completo”pág. 16

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Notade abertura

Youcat Parábolas

Folhados santos

Ajuda à Igreja que Sofre

Juventudeque acredita

Dialetos da palavra

Cristo JovemBrasil

Indíce

1 2 5

8 11 13

20 24JMJ

Rio 2013

16

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Olá Juventude que acredita!

Este verão ficou marcado para muitos de nós por eventos como Férias Missionárias, Festival Jota, Rio in Douro, entre outros.Quer tenhamos estado presentes ou não nas JMJ no Brasil, este evento acabou de uma forma ou de outra por nos tocar e envolver.Não podemos ficar indiferentes às mensa-gens que o Papa Francisco nos foi deixan-do, incentivando, motivando e sobretudo tentando aproximar-nos mais daquele Cristo em que acreditamos e em Quem queremos crer sempre mais.Esta edição chega até ti em tempo de fim de férias e inicio de um novo ano pastoral. Desejamos que as palavras do Papa Fran-cisco te inspirem a servi-Lo mais e melhor.

Um abraço em Cristo Jovem,

Sara Amaral

Notade abertura

NOTA DE ABERTURA 1

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Jovenscampus fidei

Ir. Darlei Zanonreligioso paulista, editor do YOUCAT

para a língua portuguesa.

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Participar de uma Jornada Mundial da Ju-ventude é um momento fantástico. Talvez pelo encontro com jovens do mundo intei-ro, pela troca de experiências, pela alegria contagiante, pelo ambiente de amizade e fé que paira no ar, pelo espírito de comu-nhão e generosidade que nos invade, pela festa, pelo encontro com o nosso pastor maior, o Papa... enfim, é difícil saber ao certo, mas é um momento mágico, de ver-dadeiro kairos, o tempo da graça, a expe-riência do momento oportuno, diferente do tempo linear, cronológico.Além das imensas fotos, boas recorda-ções, amizades e obviamente os sinais da graça de Deus, também ficarão marcadas para sempre na vida dos jovens que ali estiveram as mensagens do Santo Padre. Na JMJ do Rio de modo especial, pois foi a primeira JMJ do novo Papa Francisco, e tudo em língua portuguesa. Cada um de nós certamente sentiu-se mais profunda-mente tocado por uma ou outra mensa-gem, é natural. Hoje gostaria de destacar dois excertos que a mim falaram de modo especial, mas também porque refletem muito o espírito do nosso YOUCAT.A primeira mensagem foi dirigida aos jo-vens da comunidade da Varginha (Mangui-nhos). As favelas são uma realidade muito complexa do Brasil. Ao mesmo tempo que são um refúgio para criminosos, espe-cialmente ligados ao tráfico de drogas, é também o lar de muitas famílias de bem e de muitos jovens empenhados na cons-trução de um mundo melhor. O gesto do

Papa visitar uma favela é belíssimo, pois reflete a preocupação da Igreja com os ex-cluídos, os sem-voz, os últimos da nossa sociedade. Mostra uma Igreja que vai ao encontro dos que sofrem, dos que sentem a dor de cada dia, dos que esforçam-se para não cair na tentação do mal, dos que lutam diariamente contra a pobreza. A longa tradição da Doutrina Social da Igreja ajuda a compreender melhor a posição da Igreja sobre todos estes temas. Já está em

preparação na nossa coleção o livro DO-CAT (Doutrina Social para os Jovens), mas até lá podemos ler no YOUCAT os nn. 438 a 451, onde encontraremos respostas às questões como: Porque tem a Igreja uma Doutrina Social própria? Que significado têm os pobres para os cristãos? Ou pode-mos ler o que nos diz a questão 389: Por-que é pecado consumir drogas? Ou então os nn. 280 e seguintes, sobre a dignidade humana. Há uma riqueza muito grande. Vê no ín-dice os temas que mais te interessam e aprofunda esta profunda mensagem do

...também ficarão marcadas para sempre na vida dos jovens que ali estiveram as mensagens do Santo Padre.

YOUCAT 2 / 3

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Papa Francisco: “Hei, jovens! Vocês, que-ridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que fa-lam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício. Também para vo-cês e para todas as pessoas repito: nun-ca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança.

A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a vencê-lo com o bem. A Igre-ja está ao lado de vocês, trazendo-lhes o bem precioso da fé, de Jesus Cristo, que veio «para que todos tenham vida, e vida em abundância» (Jo 10,10).”O segundo excerto que gostaria de parti-lhar está em grande sintonia com esse. Na verdade é ainda mais comprometedor. Na vigília de oração com os jovens, o Papa re-fletiu sobre o que significa ser um discípu-lo missionário, partindo do termo “Cam-

pus fidei” (o campo da fé), nome dado ao local onde deveria ter sido a vigília, não fosse a chuva mudar os planos. O sumo--pontífice afirmou que “ser discípulo mis-sionário significa saber que somos o Cam-po da Fé de Deus” e explicou o sentido desta afirmação utilizando três imagens: o campo como lugar onde se semeia; o cam-po como lugar de treinamento; e o campo como canteiro de obras”. Eu e tu fomos desafiados a sermos “cam-pus fidei”. Como responder? O YOUCAT pode aqui nos ajudar muito. Nele encon-tramos o fundamental do modo de ser cristão, ou seja, o que a Igreja e a Tradição ensinam sobre o modo de seguir a Cristo e ser “Campus fidei”. O YOUCAT é uma pequena semente que pode gerar bons frutos nos que o lerem e meditarem; é um instrumento para nos ajudar no “trei-namento” da doutrina e da vida cristã; e é um excelente manual para auxiliar na construção de uma vida alicerçada em Cristo e na fé. Com o estudo do YOUCAT compreendemos melhor e concretizamos mais facilmente o que diz o Papa Francis-co: “Vocês são o Campo da Fé! Vocês são os atletas de Cristo! Vocês são os cons-trutores de uma Igreja mais bela e de um mundo melhor.” •

Sugestões de navegação:www.youcat.org | www.paulus.pt | youcat.cristojovem.com

“ser discípulo missionário significa saber que somos o Campo da Fé de Deus”

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PARÁBOLAS 4 / 5

Parábolado devedor e do perdão

da dívidaMateus 18, 21-34

Pe. Ricardo José, scj

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Por isso, o Reino do Céu é comparável a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo ao princípio, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo com que pagar, o senhor ordenou que fosse vendido com a mulher, os filhos e todos os seus bens, a fim de pagar a dívida. O servo lançou-se, então, aos seus pés, dizendo: ‘Concede-me um prazo e tudo te pagarei.’ Levado pela compaixão, o senhor daquele servo mandou-o em liberdade e perdoou-lhe a dívida. Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo: ‘Paga o que me deves!’ O seu companheiro caiu a seus pés, suplicando:

‘Concede-me um prazo que eu te pagarei.’ Mas ele não concordou e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto lhe devia. Ao verem o que tinha acontecido, os outros companheiros, contristados, foram contá-lo ao seu senhor. Então o senhor mandou-o chamar e disse-lhe: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque assim mo suplicaste; não devias também ter piedade do teu companheiro, como eu tive de ti?’ E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos até que pagasse tudo o que devia.

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No rescaldo das Jornadas Mundiais da Ju-ventude há, para mim uma frase do Papa Francisco que pode ser esquecida. Encon-tra-se a meio do seu discurso ao episco-pado brasileiro e por isso mesmo poderá parecer que não diz respeito a todos os cristãos.O Papa refere que: “Faz falta uma Igreja capaz de redescobrir as entranhas mater-nas da misericórdia. Sem a misericórdia, poucas possibilidades temos hoje de inse-rir-nos num mundo de «feridos», que têm necessidade de compreensão, de perdão, de amor.” (Encontro com o episcopado bra-sileiro, 27 de julho de 2013) E foi a inspira-ção para a minha escolha desta parábola.Nela reparamos a diferenças abismal entre o perdão de 10mil talentos e a incapacida-de de perdoar a ninharia dos 100 denários. Manifestando a grandeza do perdão de Deus e tantas vezes a nossa mesquinhez em perdoar.

Para mim o mais curioso é que esta a pará-bola parece sugerir que existe uma relação entre o perdão de Deus e o perdão huma-no. É que se o nosso coração não bater segundo a lógica do perdão, não terá lugar para acolher a misericórdia, a bondade e o amor de Deus. Fazer a experiência do amor

de Deus deve transformar o coração e en-sina-nos a amar os nossos irmãos, também aqueles que nos ofenderam. Segundo o Papa é desta forma que podemos evange-lizar o mundo.Mas agora poderíamos ficará na dúvida, será que Deus castigará quem não for ca-paz de viver a lógica do perdão? Não. Abso-lutamente não. A vingança não fazem parte dos métodos de Deus, felizmente. •

A vingança não fazem parte dos métodos de Deus, felizmente.

PARÁBOLAS 6 / 7

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“Proclama a palavra”

(2 Tim 4, 2)

Pe. Nuno Westwood

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“Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça. Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina.». (2 Tim 3, 15-16, 4,2).

Tive o privilégio de participar este ano nas Jornadas Mundiais da Juventude no Rio de Janeiro. Mais uma vez, foi para mim uma oportunidade fantástica para experimen-tar a força da fé e da comunhão eclesial, de ver como a nossa Igreja está viva, ativa, jovem e moderna. Jamais esquecerei mo-mentos únicos vividos na Semana Missio-nária, onde fomos acolhidos na Paróquia de Venda Nova (em Teresópolis) que nos recebeu de coração bem aberto. Também será impossível esquecer os dias na cida-de maravilhosa do Rio, sobretudo na mis-sa de abertura das jornadas, o acolhimen-to ao Papa Francisco, a via sacra, a vigília e a Missa de envio na praia de Copacabana com mais 3,7 milhões de jovens. Foi, na verdade, “uma formidável experiência de fraternidade, de encontro com o Senhor, de partilha e de crescimento na fé: uma verdadeira cascata de luz” (Bento XVI).Estas jornadas tinham como lema: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações! (cf.

Mt 28, 19) e, por isso, foi constante o de-safio a um compromisso com a missão de proclamar o Evangelho. Esse mandato de Jesus, de fazer discípulos e chamá-los para a comunhão e o convívio com Deus, é o tema mais querido do Evangelho de Ma-teus. E, na verdade, só faz discípulo quem já é discípulo, quem convive com o SenhorO testemunho e o próprio anúncio do Cristo, são grandes desafios pra juventu-de, que vive em um mundo plural, com milhares de informações, seja através da escola, da internet, especialmente no con-tato com as redes sociais. Por isso, cada jo-vem, como discípulo, é chamado a plantar no coração de quem ele encontrar, com quem comunicar, o desejo de ser discípu-lo de Jesus, para que, através do contato e da amizade com Cristo, desperte o que cada um tem de melhor em si mesmo.Agora que chegamos ao mês de outubro, mês das missões por excelência, vamos acolher o mandato de Cristo no Evangelho

DIALETOS DA PALAVRA 8 / 9

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de ir, anunciar e fazer discípulos. Sigamos o desafio de Paulo na carta a Timóteo:

“proclama a palavra, insiste a propósito e a fora de propósito” (2 Tim 4, 2). É tempo de renovar o impulso do Papa na Missa de envio: “Ide, sem medo, para servir”. “Se-guindo estas três palavras”, acrescentou o Papa, “vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem trans-mite a alegria da fé, recebe mais alegria. Queridos jovens, regressando às suas ca-sas, não tenham medo de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu Evan-gelho. Levar o Evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio; para construir um mundo novo. Queridos jovens, Jesus Cristo conta com vocês! A Igreja conta com vocês! O Papa conta com vocês! Que Maria, Mãe de Je-sus e nossa Mãe, vos acompanhe sempre com a sua ternura: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações»”. •

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FOLHA DOS SANTOS 10 / 11

Sebastião, soldado e mártir

da fé!

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Fontes: BIBLIOGRAFIA: www.acidigital.com/santos/santo.php?n=192 ORAÇÃO: www.rio2013.com/pt/a-jornada/patronos-e-intercessores

Sebastião pertencia a uma família nobre e militar, em Narbona. Este recebeu a sua educação em Milão. Sebastião, era res-peitado por todos captando a atenção do imperado, que desconhecia a vertente de cristão. Isto aconteceu, visto, Sebastião ser capitão da corte da guarda pretoria-na. Como bom cristão, exercitava o apos-tolado com os companheiros. Sebastião, visitava e encorajava todos os presos em virtude do Cristianismo intrinsecamente enraizado nele. Apesar da admiração que o imperador Maximino, tinha por Sebas-tião, perante a situação e após uma de-núncia ao imperador Sebastião teve que tomar uma opção. Ou continuar a ser sol-dado ou seguir Jesus Cristo.Sem nada temer optou seguir a milícia de Jesus Cristo. O imperador, ficou enraiveci-do e ameaçou-o de morte. São Sebastião, forte e firme na fé não mudou a sua opção. Confirmou ser um soldado de Cristo. O imperador Maximino ordenou que os sol-dados o levassem para um estádio. Aqui despiram Sebastião, amarraram-no a um poste e lançaram sobre ele setas até à sua morte. Todavia, os amigos de Sebastião, aproximaram-se dele quando este ainda

estava com vida. Levaram-no para a casa de Irene, uma nobre cristã romana. Esta cuidou de Sebastião, até este ficar reposto. Sebastião não quis sair de Roma, uma vez, o seu coração que estava ardoso do amor de Cristo. Desta forma, nada o im-pediria de continuar a anunciar o seu Senhor. Com coragem, Sebastião, foi ao imperador que, descomposto nem queria acreditar quera mesmo Sebastião quem estava à sua frente, quando este o tinha dado como morto. De imediato, ordenou ao seus soldados que o açoitassem até Sebastião morrer. Desta vez, os soldados cumpriram a ordem dada pelo imperador, atirando o corpo de Sebastião ao lamaçal. Os cristão, a quem ele tanto encorajou, não os fazendo desistir de o ser, ao sa-berem desta crueldade enterraram o seu corpo em Via Apia, na célebre catacumba, cujo o nome é São Sebastião. Presta-se culto a São Sebastião há muitos anos. Este é invocado contra a peste e contra os inimigos da religião. É chamado ainda de Apolo cristão visto, São Sebas-tião, ser um dos santos mais reproduzidos na arte em geral. •

Oração: Que vossa intercessão alcance-me a graça de obedecer mais a Deus do que aos homens, tornando-me um soldado de Cristo. Amém.

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Primeiros dias em

liberdadeJMJ - Jovens agradecemapoio da Fundação AIS

Fundação Ajudaà Igreja que Sofre

AJUDA À IGREJA QUE SOFRE 12 / 13

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Foi um sucesso. A Jornada Mundial da Ju-ventude no Rio de Janeiro impressionou o mundo inteiro. Três milhões e meio de jovens escutaram o Papa na Praia de Copacabana e aplaudiram-no quando Francisco lhes pediu para saírem para as ruas, para serem revolucionários, à imagem de Jesus. “Quero que a Igreja vá para as ruas. Quero que nos defendamos de tudo o que seja acomodação e ficar fechado em torno de nós mesmos. Não

podemos esvaziar a fé”. Os milhares de jovens que foram ao Brasil viveram uma experiência única nas suas vidas. Alguns deles só conseguiram participar nas Jor-nadas graças ao apoio da Fundação AIS. Foi um apoio discreto, que passou des-percebido a quase todos, mas sem o qual não teriam qualquer possibilidade de fa-zer a viagem até ao Rio de Janeiro. Por razões económicas ou por pertencerem à Igreja perseguida.

No meio dos milhões de jovens que encheram a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, estavam alguns que só conseguiram fazer a viagem graças ao apoio dos benfeitores da Fundação AIS. Neste momento, já todos regressaram aos seus países. Alguns, como os que vieram da China, experimentaram no Brasil pela primeira vez a sensação de poderem rezar em liberdade.

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A primeira vezÉ o caso dos oito jovens que fizeram a viagem por causa da generosidade dos benfeitores da Fundação AIS. “Foi a pri-meira vez que saímos da China”, disse um dos jovens, que não pode ser identificado nem sequer fazer-se referência à dioce-se ou paróquia a que pertence, por uma questão de segurança. O contacto com o Brasil, um país onde a fé se vive livremen-te, onde multidões de jovens podem rezar, cantar e dançar sem medo de sofrerem qualquer tipo de repressão por parte das autoridades, deslumbrou este pequeno grupo de jovens. Na viagem de regresso, levaram algo que não foi visível nos detec-tores de metais dos aeroportos: “uma fé mais robusta, mais forte”. “Este encontro abriu as nossas mentes e o olhar, e reve-lou-se como uma oportunidade de cresci-mento”, acrescenta um dos jovens. Bons SamaritanosOs benfeitores da Fundação AIS não foram

esquecidos. Agora, no regresso à China, à Igreja do Silêncio, estes jovens vão poder dizer aos compatriotas que nenhuma po-lícia no mundo pode silenciar os corações crentes, que nenhuma repressão pode acabar com a fé de um povo. E vão dizer, também, que há no mundo quem pense, reze e ajude a Igreja necessitada. Como na China. E essa ajuda não tem preço. “Os benfeitores da Fundação AIS são como o Bom Samaritano e têm ajudado tantas pessoas… Obrigado pela vossa generosi-dade. Muito obrigado.”China, Iraque, Egipto, Haiti… foram muitas as línguas em que houve jovens que disse-ram “obrigado” pela participação nas Jor-nadas Mundiais da Juventude. Agora, es-tes rapazes e raparigas estão espalhados pelo mundo procurando cumprir o apelo do Papa Francisco para serem “revolucio-nários”, imitando Jesus Cristo. •

Paulo Aido | Departamento de Comunicação da Fun-dação AIS | www.fundacao-ais.pt

AJUDA À IGREJA QUE SOFRE 14 / 15

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“Simplese completo”

Bruno Victor

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“Queria bater em cada porta, dizer “bom dia”, pedir um copo de água fresca, be-ber um “cafezinho”, falar com os amigos de casa, ouvir o coração de cada um, dos pais, dos filhos, dos avós... Mas o Brasil é tão grande! Não é possível bater em todas as portas!”, disse Papa Francisco, em sua visita à Comunidade de Varginha, que se encontra em um conjunto de favelas, no subúrbio do Rio de Janeiro. Porém, de forma tão intensa e concreta ele, talvez sem perceber naquele momento, conse-guiu sim entrar em grande parte das casas de todo país. Pelas emissoras televisivas, rádios, jornais, internet, boca a boca e, principalmente, entrou pelos ouvidos do coração dos brasileiros.

O que o Papa diz é de repercussão e cons-cientização mundial, claro. Porém, aqui enfatizo o coração do brasileiro durante os dias da Jornada Mundial da Juventude. Não importava quem: católicos, protes-tantes, cristãos ou não, praticantes ou não de alguma religião, foi difícil encontrar alguém que não ouviu, viu ou escutou fa-

lar sobre a passagem do Santo Padre por nossa nação, seja pela movimentação de pessoas ou pensamentos transmitidos.Eu poderia ficar aqui, ocupando com cen-tenas de parágrafos, apenas descrevendo todas as mensagens do pontífice ou mo-mentos que os jovens vivenciaram. Porém, de forma simples e humilde, trago de co-ração algumas poucas palavras de quem esperou dois anos para vivenciar um en-contro e hoje sente a eternidade em sua vida.Segundo Francisco, “Quando enfrenta-mos juntos os desafios, então somos for-tes!”. De tantos amigos antigos e novos re-forçados na fé durante a JMJ, trago alguns jovens que levarão para toda vida estes momentos:

Erivania Cavalcante, peregrina“Estamos vivendo um tempo de reconstru-ção de vidas, de histórias e da igreja, tal como disse Deus a São Francisco de As-sis: “Vai e reconstrói a minha igreja”. É um tempo de Deus, do seu amor. E dentre os pretextos do amor de Deus, está também a Jornada Mundial da Juventude, que pas-sou, mas ainda ecoa no mundo através de corações de todo mundo, que foram mar-cados pelas palavras do Papa Francisco.”

Tiago Dias, voluntário“Francisco veio e fez a diferença! É emocio-nante ver como tantos descrentes falam com carinho do Papa Francisco, comen-tam com respeito da JMJ, olham com ad-

...foi difícil encontrar alguém que não ouviu, viu ou escutou falar sobre a passagem do Santo Padre por nossa nação...

JMJ RIO 2013 16 / 17

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miração para a igreja que outrora era ape-nas criticada. Meu coração se enche de amor pelo santo padre a cada vez que me recordo de suas palavras e de como Cristo se fez presente entre cada uma elas.”

Marcella Marrara, telespectadora“Apesar de não ter participado da JMJ no Rio de Janeiro, a vinda do Papa ao Brasil me encheu de alegria. Pude acompanhar online todos os passos do Santo Papa e por tudo o que vi, li e debati, a presença deste Papa tão querido e iluminado despertou muitos corações adormecidos para Cristo. Com a sua humildade, sabedoria e caris-ma, mais do que história, a visita do Papa Francisco deixou em todos os brasileiros, católicos ou não, um recado bem claro de Deus: A importância da Alegria e do amor ao próximo. Sinto que grandes e lindas coisas acontecerão ainda pelas palavras e gestos do Papa Francisco”

Às vezes acho que sonhei. Aí eu me emo-ciono, então vejo que é real. E não ouso em dizer que apenas “foi” real, no tem-po passado. A Jornada não é apenas um evento, uma festa, uma viagem ou uma

formação. É tudo isso e muito mais sen-timentos envolvidos em um só encontro, comungando de um só Amor, professando a mesma Fé e de forma constante, pois o último a vivenciar prepara o caminho para o próximo e assim segue o ciclo sem fim do que realmente é Eterno. Não por alie-nação, mas pela experiência real do Amor.E nos detalhes, mais uma vez, Deus fez da minha história momentos especiais! É lindo lembrar que todos meus sonhos de expectativa pela JMJ foram superados grandiosamente. Mais ainda agraciado em enxergar as mudanças de rumo, os filhos pródigos retornando ao Pai, os jovens exa-lando fé, famílias restauradas, projetos, grupos e movimentos fortalecidos, novos projetos nascendo. Ainda em pouca escala comparado com os números do encontro, mas já podemos ver novos discípulos nas-cendo.

“Jesus não disse ‘Vai’, mas ‘Ide’!”, comentou nosso amado Papa, em um dos momentos em Copacabana. Deus está presente, cla-ro, conosco se estivermos sozinhos. Mas ele nos ama tanto que nos enviou de dois em dois, amigos missionários, que se le-vantam da lama, que vivem juntos, que se amam, porque assim somos mais e melho-res e fazemos do mundo um lugar melhor.A JMJ Rio 2013, um sonho que se tornou realidade e eternidade, agora é vida e testemunho para transformação do mun-do! Que possamos pelo infinito viver esse novo sentimento, restaurados, avivados, cada vez mais firmes na fé.

Jesus não disse ‘Vai’, mas ‘Ide’!”, comentou nosso amado Papa, em um dos momentos em Copacabana.

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Quando sua Fé comunga com o Mundo, isso é Jornada. Obrigado Papa Francisco, por me mostrar uma comunhão mundial, com tantas realidades diferentes, mas se-melhantes, tantos jovens com os mesmos problemas, discussões, barreiras, mas que buscam o mesmo caminho. Obrigado Papa Francisco, por mostrar ao mundo a importância para vida de que deixem de lado as desavenças e se completem com as diferenças. Que deixem de lado o julga-mento e se ajudem em seus pecados. Dei-xem de lado o apego à vergonha e sejam cristãos autênticos.Obrigado Papa Francisco, por nos ensinar a ser simples e completos. •

JMJ RIO 2013 18 / 19

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Reflexõesna vigília

com o PapaAntonio João do Nascimento Neto, SDB

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Não tem como não amar o Papa Francis-co! Seu carisma, antes de tudo, seu ca-rinho com os jovens foi impecável. Real-mente, vê-se nele um pastor amantíssimo, que impulsiona, exorta com ânimo. Acreditem, tentei começar esse artigo de outra forma, mas foi impossível omitir elo-gios ao nosso Papa. O motivo, só quem foi à JMJ Rio 2013 sabe.

Durante os dias que Francisco esteve no Brasil, ele falou tantas preciosidades, agiu com gestos tão lindos que tocaram pro-fundamente a todos os presentes de for-ma especial. Me questiono muitas vezes com alguns discursos de padres ou outros pregadores que, por mais bem elaborados que sejam, não tocam profundamente, pois não são capazes de ajudar a promo-ver mudanças, mesmo que os ouvintes estejam abertos a acolher o que se está falando. O fato é que nosso Papa falou com propriedade, com verdade, não se-guiu um script apenas, pois era o Espírito Santo quem o inspirava e ele foi humilde em ouvir e transmitir tudo. No seu olhar

era notório que se comovia tanto quanto os que o ouvíamos. De fato, há mudanças causadas. Conversei com vários jovens do meu grupo e de outros e todos falaram algo que lhes tocou, como se Francisco houvesse falado para cada um, em parti-cular.Mas quero lembrar aqui da noite da Vigília. Naquela noite, o frio me era um grande inimigo, pois eu sou do Nordeste, região brasileira onde o clima é quente, variando de 25 e 40 graus o ano inteiro. Depois, eu já não tinha mais casacos (eu já havia ves-tido dois!) e como eu estava coordenando um grupo com adolescentes, fiquei como um guarda, olhando aquela turma para que não se perdessem, afinal, o publico era de mais de 3milhões de pessoas, na preia de Copacabana.No momento do discurso do Papa, mi-nha atenção foi tão grande, maior que o frio. Suas palavras aqueceram meu cora-ção. Ele falou sobre a temática “CAMPUS FIDEI”. Devido o mal tempo, a Vigília não pode acontecer no Campus Fidei, cons-truído no bairro de Guaratiba e ele nos fez refletir: não teria sido esse fato, um recado de Deus, querendo nos dizer que o verdadeiro Campus Fidei somos nós? Claro que sim! Deus nos fala através dos seus representantes na terra e, com certe-za, a Vigília aconteceu num Campus Fidei; a praia de Copacabana se transformou no autêntico Campus Fidei!Em tom vocacional, nos disse o Papa que o campo lhe inspirava três imagens: 1º

não teria sido esse fato, um recado de Deus, querendo nos dizer que o verdadeiro Campus Fidei somos nós?

CRISTO JOVEM BRASIL 20 / 21

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como lugar onde se semeia, 2º como lugar de treinamento, 3º como obra de constru-ção. (Vale a pena conferir essa fala! Na in-ternet há vídeos que mostram seu discur-so na íntegra) Não vou me deter aos três pontos, perdoem-me, uma vez que eu não teria capacidade e ousadia de tentar explicar com outras palavras e fazer-vos entender melhor, pois eu não superaria a santidade, exatidão e simplicidade com que nos falou Francisco.

Apenas quero falar sobre a segunda ima-gem, a do campo como lugar de treina-mento.Todos sabem que o Brasil é um país aman-te do futebol, por consequência, e dou

graças a Deus, hoje já se vê também gran-de interesse dos brasileiros por outros es-portes (eu sou um deles). E foi por esse viés que o Papa nos falou.Na iminência de uma Copa do Mundo, ele disse que Jesus nos convida a fazer parte do seu time, a jogar com Ele. Portanto, o que faz um atleta, quando convocado a fazer parte de um time é treinar e trei-nar muito. Fazendo referência à carta de S. Paulo aos coríntios, onde se lê que um atleta se priva de tudo para ganhar uma coroa que é corruptível, nós – como atle-tas do time de Cristo – devemos também nos esforçar, mas por uma coroa que é in-corruptível. E disse com sorriso e voz for-te: ‘Jesus nos oferece algo maior do que a Copa do Mundo! Ele nos oferece a possibi-lidade de uma vida fecunda, de uma vida feliz e um futuro ao seu lado que não terá fim, a vida eterna. (...) Vocês são os atle-tas de Cristo, são os construtores de uma Igreja mais bonita e de um mundo melhor.’Essas palavras levantaram a multidão re-unida, até os que já dormiam, acordaram com o brado de alegria que foi exclamado!

“Vocês são os atletas de Cristo, são os construtores de uma Igreja mais bonita e de um mundo melhor.”

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Essas palavras me fizeram refletir bastan-te e quero compartilhar convosco minhas reflexões.

Pois bem, tantas vezes corremos para nos qualificar em determinadas áreas do sa-ber para sermos mais merecedores deste ou daquele emprego. Nossos esforços são demasiados em certas atividades que, sin-ceramente não sei se valem à pena. Sei o quanto é corrida nossa vida de estudos e o quanto é complicado conseguir empre-go no contexto em que vive o mundo hoje, mas não podemos deixar que essas coisas, por mais importantes que nos pareçam, tomem espaços que não são seus de fato (nem de direito).

Uma vez que tivemos a graça de fazer ex-periência do encontro pessoal com Jesus, nosso coração arde de amor, como uma chama que consome o que toca, o ardor missionário que Jesus incute toma con-ta de nós e impulsiona a segui-lo mais de perto. Ele é quem nos garante a vida eterna, onde não precisaremos mais cor-rer enlouquecidamente por empregos e qualificações (ou seguranças desse tipo), já que estaremos em Deus, que é o tudo.Porém a decisão por fazer parte do time de Jesus deve ser tomada por vias de fé. Não por apenas razão ou sentimento, pois a fé ultrapassa esses limites e os intensifi-ca. É prova disso o ímpeto de tentar evan-gelizar o mundo inteiro e crer num mundo novo, com pessoas de mentalidade reno-vada. Apenas Jesus poderia nos dar essa segurança. No nosso Pontífice encontra-mos a pessoa de Cristo, pois é Seu vigário e, se ele mesmo nos reafirmou tais certe-zas, devemos acolher de coração aberto e ir ao mundo fazer discípulos de Cristo, transformar o mundo no CAMPUS FIDEI. •

...devemos acolher de coração aberto e ir ao mundo fazer discípulos de Cristo, transformar o mundo no CAMPUS FIDEI.

CRISTO JOVEM BRASIL 22 / 23

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Ser alegre,ser feliz!

Miguel Mendes

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Eis que chega Setembro e é tempo de retomamos as rotinas de sempre que o verão interrompeu... É um misto de desa-lento e entusiasmo que nos invade. Desa-lento porque terminaram as férias, o des-canso e todos aqueles momentos com os amigos e família que guardaremos na me-mória por muito tempo. As fotos, os posts no facebook são a prova dessas vivências que tantas saudades nos deixam.Mas estes são também tempos de en-tusiasmo, em que sentimos vontade de agarrar o quotidiano com força renova-da e nos por a caminho para alcançar os objectivos que traçamos. Mesmo os que mais reclamam, acabam por deixar-se contagiar!A verdade é que se esse entusiasmo nos impulsiona a Ser e a Fazer, o desalento tem o efeito contrário, e por isso mesmo não podemos deixar que tome conta de nós! A forma como nos deixamos afectar é, na maioria das vezes, uma opção intei-ramente nossa! Ser feliz não é um estado de alma que se atinge, mas uma forma de ver a vida! O Papa Francisco pede-nos isso constantemente!Quando esteve no Santuário de Aparecida, durante a realização da Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco fez aos jovens três simples, mas difíceis pedidos: conservar a esperança, deixar surpreen-der por Deus, e viver na alegria!Num mundo que vive uma constante per-ca de valores, em que a guerra, a fome e a morte insistem em persistir, estes três

pedidos podem tornar-se difíceis de rea-lizar. Mas o Papa Francisco sabe o que nos pede, e sabe que mesmo num mundo sem rumo, nós temos alguém que nos guia: Je-sus. Através do seu exemplo, da sua vida e dos seus ensinamentos, somos também chamados a ser “sal da terra” e levar um pouco de luz a este mundo. Jesus veio mostrar-nos que Deus nos ama incondi-cionalmente e é esse amor que devemos não só acolher nos nossos corações, mas levá-los aos que nos estão próximos.

Se repararmos bem, os Amor de Deus é a resposta para estes três pedidos, pois quem é amado vive sempre alegre na es-perança de um dia ainda melhor que o de hoje. Para tal basta abrires o teu coração a Deus e verás que ele te surpreende todos os dias!Neste regresso às aulas, não voltes carran-cudo para junto dos teus colegas. Abre o coração, deixa-te preencher pelo Amor de Deus e leva essa alegria aos teus colegas e amigos! Porque lembra-te... a felicidade não é um estado de espírito que se atinge, mas uma forma de ver a vida! •

...a felicidade não é um estado de espírito que se atinge, mas uma forma de ver a vida!

24 / 25JUVENTUDE QUE ACREDITA

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