godzine 17 (novembro/dezembro 2013)

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Nov/Dez’13 Advento e Natal

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O tempo está a arrefecer e as noites caem mais cedo. Caminhamos a passos largos para a época de Advento/Natal. Sim mais um! Sem cairmos em clichés e repetições, nesta edição, pretendermos fornecer-te alguns recursos para que vivas esta caminhada de forma jovem e elucidada. Claro que, o que mais desejamos é que Jesus nasça verdadeiramente dentro do teu coração e O tornes presente na tua vida. (Sim, é um cliché, mas este deve ser repetido até que todos sintam e pratiquem aquilo que jesus nos diz, ou seja, sermos verdadeiramente felizes). Portanto que este número da GODzine comece a aquecer o teu coração para que sintas em ti e leves aos outros este CRISTO JOVEM que nos ama.

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Page 1: Godzine 17 (Novembro/Dezembro 2013)

Nov/Dez’13Advento

e Natal

Page 2: Godzine 17 (Novembro/Dezembro 2013)

Notade abertura

Youcat Parábolas

Folhados santos

Ajuda à Igreja que Sofre

Juventudeque acredita

Dialetos da palavra

Cristo JovemBrasil

Indíce

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Page 3: Godzine 17 (Novembro/Dezembro 2013)

Olá Juventude que acredita! =)

O tempo está a arrefecer e as noites caem mais cedo. Caminhamos a passos largos para a época de Advento/Natal. Sim mais um! Sem cairmos em clichés e repetições, nesta edição, pretendermos fornecer-te alguns recursos para que vivas esta cami-nhada de forma jovem e elucidada.

Claro que, o que mais desejamos é que Je-sus nasça verdadeiramente dentro do teu coração e O tornes presente na tua vida. (Sim, é um cliché, mas este deve ser re-petido até que todos sintam e pratiquem aquilo que jesus nos diz, ou seja, sermos verdadeiramente felizes)

Portanto que este número da GODzine comece a aquecer o teu coração para que sintas em ti e leves aos outros este CRISTO JOVEM que nos ama.

Sara Amaral

Notade abertura

NOTA DE ABERTURA 1

Page 4: Godzine 17 (Novembro/Dezembro 2013)

Testemunhara Encarnação

Ir. Darlei Zanonreligioso paulista, editor do YOUCAT

para a língua portuguesa.

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A encarnação do verbo é um dos momen-tos fundamentais na história da salvação. É a confirmação de que Deus é o nosso Pai e ama-nos. É o momento em que a divin-dade assume a natureza humana a fim de inundá-la de Sua graça. Exatamente por-que este é um momento especial, a nos-sa preparação para o receber e recordar deve ser especial. Desde os primeiros séculos do Cristia-nismo este tempo é vivido de forma pri-vilegiada, sendo chamado de Advento. Advento vem da palavra latina Adventus, que por sua vez deriva do grego Parusia. Advento significa literalmente presença, ou chegada. É a celebração da presença de Deus no mundo, ou a chegada do Filho de Deus feito homem. Não significa espera, como muitos creem. Essa concepção leva-nos a uma interes-sante reflexão: o Advento não é apenas um tempo de expectativa, é sobretudo tempo de alegria e confiança, é o reco-nhecimento de que Deus está presente no mundo, está presente em nós e na nossa vida quotidiana, que não nos abandona em momento algum.Este tempo litúrgico concentra uma série de significado e simbologia, mas preten-de sobretudo mostrar que a encarnação de Deus e que o nascimento de Cristo na nossa vida é contínuo e sempre atual. Re-corda-nos principalmente duas coisas: pri-meiro, que a presença de Deus no mundo já começou, e que Ele já está presente de uma maneira oculta; e em segundo lugar,

que essa presença de Deus acaba de co-meçar, ainda que não seja total, mas está em processo de crescimento e amadu-recimento. Sua presença já começou, e somos nós, os fiéis, que por sua vontade devemos torná-lo presente no mundo. É por meio de nossa fé, esperança e amor que ele quer fazer brilhar a Sua luz con-tinuamente no mundo obscurecido pelas trevas.

Mas só é possível transmitir ao mundo a luz de Deus se nós próprio a possuirmos. Só é possível ensinar aos outros se antes tivermos estudado e compreendido a ri-queza da fé. É por isso que o papa-emé-rito Bento XVI nos convida a estudar o YOUCAT. E estudá-lo com paixão e perse-verança, pois o YOUCAT apresenta-nos os elementos principais que devemos conhe-cer para poder levar a luz da fé ao mundo. Especialmente nestes momentos fortes do ano litúrgico como o Advento vemos o quanto é importante estarmos enraizados na fé para poder dar bom testemunho de Cristo na sociedade onde vivemos. Não podemos falar do que não conhecemos. Não podemos viver o que não experien-

YOUCAT 2 / 3

“...o Advento não é apenas um tempo de expectativa, é sobretudo tempo de alegria e confiança,...”

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ciamos. Para de facto fazer a experiência da encarnação do verbo (Natal), devemos nos preparar adequadamente. Ao longo destas quatro semanas somos convidados a olhar mais atentamente para nós próprios e aprofundar o nosso lado místico-espiritual. Somos convida-dos a despertar, colocando-nos de pé, à disposição, e ir ao encontro de Cristo que nos reserva uma importante missão: con-tinuar a ser no mundo a luz que brilha na noite de Natal e que aquece a noite fria de inverno. E nesta preparação temos no YOUCAT um grande auxílio. Para bem viver o advento e todo o ano litúrgico, sugiro que conheçam também o YOUCAT Agenda 2014. Esta agenda vai ajudar-vos a entender melhor as festas da

Igreja e servirá de estímulo para a vossa participação nessas celebrações.O Ano Litúrgico tem um ritmo muito pró-prio que não corresponde simplesmente ao do ano civil. Durante o ano, a Igreja tem duas grandes celebrações: o Natal, que agora celebramos, e a Páscoa. Estas fes-tas constituem os pilares da nossa fé: no Natal, Deus torna-Se Homem; na Páscoa, festejamos a Sua ressurreição dos mortos. O que é especial e único no Ano Litúrgi-co da Igreja Católica é que é celebrado ao mesmo tempo em todo o mundo. Cada uma das festas tem lugar no mesmo dia; até mesmo as leituras diárias durante a Missa são as mesmas em todo o mundo neste dia, quer estejamos em Portugal, no Brasil, no Japão ou em Roma. O Ano Litúr-gico é o pulsar do coração da Igreja, um inspirar e expirar constante da fé. Se queres uma ótima sugestão para bem viver este tempo do advento que agora começamos, estude o Catecismo, leia e medite o YOUCAT, especialmente os nú-meros sobre a Encarnação de Cristo (nn. 71-86) e sobre a liturgia (nn. 170-192). Um feliz natal a todos! •

Sugestões de navegação:www.youcat.org | www.paulus.pt | youcat.cristojovem.com

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Batismo do Senhor

6.1: Epifa

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Cristo Rei

2.11: Dia dos Fiéis Defuntos

1.11.: Dia de Todos os Santos

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Ramos, Semana Santa

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Ascensão

Coração de Jesus

14.9: Exaltação da Santa Cruz

15.8: Assunção de Nossa Senhora

8.12

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Quarta-Feira de Cinzas

25.3: Anunciação do Senhor

6.8: Transfiguração do Senhor

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O Ano Litúrgico em análise

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festas do senhor, de nossa senhora e dos santos advento

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Um

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«O Reino do Céu será semelhante a dez jovens que, tomando as suas candeias, saíram ao encontro do noivo. Ora, cinco delas eram insensatas e cinco prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas candeias, não levaram azeite consigo; enquanto as prudentes, com as suas candeias, levaram azeite nas almotolias.Como o noivo demorava, começaram a dormitar e adormeceram. A meio da noite, ouviu-se um brado: ‘Aí vem o noivo, ide ao seu encontro!’ Todas aquelas jovens despertaram, então, e aprontaram as candeias.As insensatas disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas candeias estão a apagar-se.’ Mas as prudentes responderam: ‘Não, talvez não chegue para nós e para vós. Ide, antes, aos vendedores e comprai-o.’ Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o noivo; as que estavam prontas entraram com ele para a sala das núpcias, e fechou-se a porta.Mais tarde, chegaram as outras jovens e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta!’ Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: Não vos conheço.’»

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As parábolas de Jesus são de fácil entendi-mento. Esta não é exceção.O noivo é Jesus e as jovens simbolizam os cristãos; entre eles há os que se preparam para o encontro com Jesus e os que não es-tarão tão bem preparados.O sentido volta a ser que nós, não devemos enfraquecer o nosso compromisso. Com o passar do tempo temos a tendência para nos instalarmos no comodismo, no descui-do, numa vida de fé que não comprome-te, num testemunho pouco empenhado e pouco coerente.Porque me encontro, por vezes, no meio dos que não estão tão preparados, sei que não há nada mais incómodo que o tempo de espera que nos fala o texto. É no den-tista, na fila do supermercado, no trânsito, numa repartição pública... agora até no cartório paroquial...Durante 15 anos (ou mais) os nossos jo-vens esperam para diligenciar o seu futuro. Durante este tempo na escola, na univer-sidade repetem-lhes a mesma lengalenga “se te aplicares...” até que tantas vezes descobrem, da pior forma possível, que nem sempre é verdade a conclusão dessa lengalenga; que precisam de sair do país se querem comer um pão que seja fruto do seu trabalho.Alguns das gerações mais velhas são capa-zes de perguntar porque é que os jovens são assim? Ora, não está claro? Quando se lhes apresenta um tempo de espera tão longo esse tempo torna-se um sem-sentido e passar jogar a vida num qualquer entre-

tenimento. E alguns deles até chegam mes-mo a perder essa mesma vida.Sei que parece que estou a fugir ao senti-do da parábola, mas creio que não posso deixar de partilhar convosco esta ideia, os jovens hoje precisam de se sentir úteis, para que o tempo de espera não se torne em tempo de desespero.

Preparar-se para o reino é realmente um saber usar bem o tempo de espera. O tempo do hoje em que nos encontramos. Se ao menos aquelas jovens enquanto es-peravam e dormitavam tivesse aproveita-do a ocasião para irem à busca do azeite! Certamente teriam entrado no convívio de Deus. •

PARÁBOLAS 6 / 7

Com o passar do tempo temos a tendência para nos instalarmos no comodismo

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O cristãoé profeta

Pe. Nuno Westwood

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“Naqueles dias, apareceu João Baptista a pregar no deserto da Judeia, dizendo: «Arrependei-vos, porque está perto o reino dos Céus». Foi dele que o profeta Isaías falou, ao dizer: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’ (Mt 3, 1-3).

Dizem que o mundo parece pessimista e triste. A sociedade é manipulada por uma enxurrada de informações que apre-sentam continuamente as situações de desgraça. Somos esmagados por notícias tristes. Ninguém nos fala da primavera e do encanto da natureza que se levanta, ou do outono com a fartura dos frutos que enchem os celeiros, nem das vidas que se recuperam. Antes preferem falar das mortes no fim do mundo, da luta de clas-ses, dos miseráveis sem abrigo, da espiral de desgraças que causa alarmismo, das vinganças e das impaciências que inco-modam. São as informações manipuladas que desvirtuam a verdade e deixam no silêncio factos importantes que deveriam ser objeto de conhecimento do grande público.De facto não se pode encobrir o mal do mundo, mas é preciso contemplar outras visões. Pelo menos a palavra de Deus em tempo de advento aponta neste sentido. Ao pessimismo hodierno contrapõe com o sentido de vitória dos tempos do pro-feta. As vozes de Deus não são as vozes

do mundo. O mundo com todos os males é um mundo que Cristo veio salvar e que o cristão tem de purificar, elevar comu-nicar santidade e esperança. É a vocação de profeta que todo o cristão é chamado a ser.

João Baptista foi homem de iniciativa. Não viveu num mar azul e sereno de paz. Nem a sociedade a que foi enviado estava pre-parada para entender o seu discurso, a sua missão. Mas, assumiu a missão divina, anuncia o cordeiro que vem para tirar os pecados do mundo. Na sua missão e nas suas palavras estava a vanguarda, a inicia-tiva de novas propostas de vida.Onde estão e o que fazem os homens mais ativos de hoje? No poder? Na políti-ca, nas grandes empresas? Ou instituições

DIALETOS DA PALAVRA 8 / 9

João Baptista foi homem de iniciativa. Não viveu num mar azul e sereno de paz.

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financeiras, nos mass media ou no mundo do espetáculo?Fazem faltam os homens de iniciativa, pre-cursores que anunciem um mundo novo e os modos de o conseguir, profetas do bem que denunciem os erros, dispostos a dar novo rumo aos acontecimentos e libertar os oprimidos.

O cristão quando assume, em verdade, o seu compromisso com Cristo, torna-se profeta que traz cor e criatividade à vida, que aponta novos caminhos, que endirei-ta as veredas e abate as colinas da desi-gualdade e da indiferença, que contagia o outro com a sua alegria, que infunde um novo sabor à existência. E quando assim acontece, fica bem perto de nós o Reino dos Céus” (Mt 3, 3). •

Fazem faltam os homens de iniciativa, precursores que anunciem um mundo novo...

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FOLHA DOS SANTOS 10 / 11

Ana Schäffer

Vinte e quatro anos de alta-fidelidade como missionária

da dor.

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Ana Schäffer nasceu na Alemanha, na província de Ratisbona. Esta menina foi a terceira filha do casal Miguel Schäffer e Teresa Foster. Ana pertencia a uma família com dificuldades, em que somente o pai era o ganha-pão para a família. Ana Schäf-fer desde pequenina começou a alimentar o sonho de ser missionária em terras dis-tantes.

O tempo foi passando Ana Schäffer tinha cinco irmãos e irmãs pequeninos para aju-dar a criar. Ela pensou – “Esperarei que cresçam” Todavia, Ana teve um acidente de trabalho que colocou no leito de uma cama, aos 21 anos de idade. Ana ficou inválida, uma vez que, caiu uma bacia de lixivia de água quente! Desta forma aca-bou por fazer uma corrosão do detergente provocando dores insuportáveis, nas per-nas e nos joelhos. Começou assim o seu calvário duríssimo. Por outro lado, infindáveis inspirações e iluminações da alma.Este acidente na lavandaria em que traba-lhava trocou-lhe as voltas à vida, mudan-do o sonho de ser missionária em terras longínquas. Inicialmente Ana revoltou-se

contra o seu sofrimento chegando mesmo a perder a esperança.Até a sua serenidade e aceitação houve uma longa caminhada a percorrer.Percebeu que à luz da fé e da confiança, que esta cruz era um convite de Deus a ser missionária assim, no leito da dor. Ana oferece, então ao Senhor, o seu so-frimento. Esta jovem ofereceu a paralisia; enrijamento da medula óssea; tumor nos intestinos… Á medida que o tempo passava, Ana Schäffer, recebia visitas. Aquele leito de sofrimento acabou por servir de conforto e conselhos para os outros. Esta jovem, quem a visita, aconselha e encoraja para lhe pediram ajuda e apoio. Assim, no lei-to, esteve sempre ao serviço dos outros. Sentia-se útil, necessária, falando, escre-vendo cartas. Em Setembro de 1925, Ana cai da cama e fica sem voz. Apenas um sussurro se per-cebe: “JESUS, eu vivo em TI!”Com 24 anos de idade Ana Schäffer fale-ceu, deixando um enorme rasto de luz no mundo bávaro.Em 1999 João Paulo II, proclamou Ana Schäffer Beata. Já Bento XVI declarou-a SANTA em 21 de outubro de 2012Santa Ana Schäffer, é um comentário vivo, de muita alta-fidelidade, daquilo que S.Paulo escreveu aos Romanos (Rm5,5) «A esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações com o Espírito Santo»Quanto mais a sua vida se transformava

Inicialmente Ana revoltou-se contra o seu sofrimento chegando mesmo a perder a esperança.

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Fontes: Revista Boa Nova, janeiro de 2013

num calvário, tanto mais se tornava forte, nela, a convicção de que a debilidade e a doença poderiam ser linhas pelas quais Deus escrevia o evangelho. Chamava ao seu quarto a “oficina da dor” , onde tinha três chaves: a maior, de ferro, e muito pe-sada ( a das suas dores); a segunda era a agulha com que bordava; a terceira era a pena com que escrevia. Tudo isto, como dizia Ana, “para abrir a porta do céu”

Missionária no leito da dor, esta jovem levou longe o seu anúncio de Deus, e con-tinua a levar muito longe, muito longe, o seu testemunho de fé e de amor. •

Em Setembro de 1925, Ana cai da cama e fica sem voz. Apenas um sussurro se percebe:

“JESUS, eu vivo em TI!”

FOLHA DOS SANTOS 12 / 13

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Síria: a guerra civil que está

a massacrar os Cristãos

A impotência das lágrimas

Fundação Ajudaà Igreja que Sofre

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Na Síria, os Cristãos estão como que encurralados entre forças rivais. Entre os soldados que defendem o regime de Bashar a-Assad e os combatentes das forças rebeldes, da oposição, quase nin-guém repara nos Cristãos. Nem amados nem protegidos, estão à sua sorte. Estão como que abandonados. As estatísticas são tenebrosas. Mais de cem mil mortos e milhares de pessoas em fuga. Calcula-se que mais de 400 mil cristãos, cerca de 25 % do total da popu-lação, estejam em campos de refugiados, na própria Síria ou em países limítrofes. No meio dos combates ou despejados para centros de apoio, os Cristãos estão encurralados no próprio medo. Os que deixaram as suas casas, os empregos, provavelmente já não irão regressar. E mesmo que o façam, terão de reconstruir

tudo, terão de recomeçar as suas vidas do zero, como se não tivessem passado. Há aldeias cristãs que perderam todos os seus habitantes. Não se trata apenas de uma purga ou de uma fuga. Trata-se do desaparecimento de uma cultura, de uma religião.

“Falta-nos tudo”Homs é – na verdade, era… - uma cidade com uma forte presença cristã. Viviam lá cerca de 120 mil cristãos. Perto de 6 mil já fugiram. Os combates entre tropas go-vernamentais e os rebeldes levaram ao caos. Homs é hoje uma cidade mártir. O Padre Ziah Hilal é jesuíta e coordena, com alguns voluntários, um centro de apoio à comunidade. Diz ele: “Falta-nos tudo. Não temos combustível, nem co-bertores, nem roupas. Nem alimentos”. As pessoas têm medo, querem fugir mas não sabem para onde, muitas vezes nem sabem como. D. Samir Nassar, o Arcebispo de Damasco, fala numa calamidade que está aconte-cer aos olhos do mundo e perante a qua-se indiferença das nações. Desde 2011, mais de 2 milhões de casas foram destruídas. A morte, diz o prelado, acontece todos os dias. “Os cemitérios estão cheios”. As pessoas estão perdidas. Não há na Síria uma família que não es-teja enlutada, que não tenha chorado os seus mortos. •

Na Síria, desde 2011, não passa um dia em que não se escute o choro de famílias enlutadas, as lágrimas impotentes de quem nada pode fazer para calar as armas, a loucura da guerra, a destruição total.

AJUDA À IGREJA QUE SOFRE 13 / 14

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Apesar de perseguidos, de ostracizados, os cristãos que continuam na Síria não desistem. A sua esperança é desafiante para todos. No meio do caos, dos escom-bros, do medo, há quem procure viver a sua fé apesar dos estrondos das bombas, dos rebentamentos, dos estilhaços que lançam a morte à sua volta.

Semente de féNão havendo condições para assegurar os seus estudos na Síria, a Igreja local enviou um seminarista para o Líbano. Está quase a concluir os seus estudos.

Quando isso acontecer, vai regressar pois, como diz D. Nasser, “é preciso ajudar a reconstruir a Igreja uma vez mais”. Reconstruir, aqui, significa recomeçar tudo outra vez. Na Síria, é difícil escutar as lágrimas dos que choram, dos que perderam a família, dos que estão de mãos vazias. Da Síria chegam-nos pedidos de ajuda. Às vezes, apenas orações. Quando tudo desaba à nossa volta, os lábios balbuciam imedia-tamente alguma prece. Da Síria chegam-

-nos pedidos de ajuda. É preciso fazer al-guma coisa. Ninguém pode dizer que não sabe, que desconhece, que nunca ouviu falar. •

Quer ajudar os refugiados da Síria? Basta ligar para 760 450 190 (0,60 € + IVA) Por favor, divulguem este número de telefone pelos vossos amigos e familiares.

Peça uma Pulseira da Paz (2,50 €)A Cruz é o mais importante símbolo cristão. Quando fazemos o sinal da Cruz expressamos a nossa fé em Deus e no Amor ao próximo. Assim, esta pulseira pretende ter o significado simbólico da nossa união com os nossos irmãos que sofrem na Síria e Médio Oriente.Numa época controversa da história do povo Sírio, brota do coração cristão um forte apelo à paz que, nas palavras do Papa Francisco, “é um bem que supera qualquer barreira, por-que é um bem de toda a humanidade”.

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Vem,Senhor, pois

estamos indo ao encontro!

Antonio João do Nascimento Neto, SDB

CRISTO JOVEM BRASIL 15 / 16

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Uma das cenas mais marcantes nesse tempo do Advento geralmente não é tão evidenciada as homilias e reflexões que se escuta... Falo do episódio narrado no Evan-gelho de S. Lucas, depois que Maria aceita a missão de ser a mãe de Jesus, quando ela vai ao encontro se sua parenta, Isabel, para servi-la.

Que maravilhosa atitude nossa Mãe já nos ensina, irmãos! Se repararmos bem, o grande canto do Advento é aquele repeti-do desde os primórdios do povo de Deus: VEM, SENHOR! E, segundo aquilo que se chama escatologia na Igreja, um dia Jesus voltará, mas sua vinda é para a consolida-ção definitiva do Reino de Deus na Terra. Maria, ao agir indo ao encontro de Isabel, nos deu o exemplo da melhor forma de chamar o Senhor, ou seja, de ajudar na consolidação do seu Reino.A atitude de servir o outro que precisa de ajuda, melhor ainda, cuidar do outro, é o grande gesto do cristão, pois o identifica como verdadeiro filho de Deus e discípulo de Jesus Cristo, tal e qual Maria fez. Não

obstante sua gravidez, ela percorreu gran-des distâncias para cuidar de sua parenta; ela, que é a Mãe de Deus.Quase sempre pensamos que o status ou posição de destaque da nossa sociedade é aplicável à conjuntura cristã. Engana-mo-nos. O próprio Jesus nos dissera que maior é aquele que se faz pequeno, ou seja, aquele que serve os outros. E não foi essa a atitude tomada por Maria?Pois bem, amigos, o encontro com Jesus, a experiência íntima e profunda com Ele nos inquieta muito, nos deixa entusiasmados (entusiasmo é uma palavra que vem do grego EM THEOS MO, que significa movi-mentar-se dentro de Deus), causa em nós, a tendência a agir como Deus age, movi-mentando-se para a salvação dos homens e de toda a criação.Agora, para testificar essa atitude missioná-ria de Maria, vejamos o que acontece na sua chegada em casa de Isabel; ao saudar sua parenta, ou seja, ao deseja-la “SHA-LOM”, que significa desejar a maior benção de Deus ao seu povo, que é a paz em Sua presença, um sinal se apresenta: o menino [João Batista] pulou de alegria no ventre da mãe. O que nos mostra que a missão sem-pre resulta em bons frutos, aquele salto de alegria mostra a exultação do povo na pre-sença de Deus. O Reino de Deus acontece quando nos dispomos à missão de anun-ciar e levar a salvação de Deus ao mundo!Sendo assim, olhemos para esse lindo epi-sódio da história da nossa salvação e, na iminência da vinda do Senhor, clamemos

A atitude de servir o outro que precisa de ajuda, melhor ainda, cuidar do outro, é o grande gesto do cristão...

Page 21: Godzine 17 (Novembro/Dezembro 2013)

por sua chegada inspirando-nos no teste-munho que Maria Santíssima nos deixou, sendo verdadeiros missionários para a humanidade, saindo de nós mesmos para levar a mensagem de Deus a todas as pes-soas, até os confins da Terra!Gostaria de encerrar com uma das mais

belas canções do Advento compostas aqui no Brasil. Baseada nas “Antífonas do Ó”, ela retrata eficácia redentora da espera do Se-nhor, composta por Reginaldo Veloso:

Ó... Ó mistério:Escondido há séculos nos céusAos fiéis foste um dia reveladoE dos cegos os olhos recobradosJá se firmam do coxo os passos seusFaz o pobre escutar a voz de DeusVem, levanta do chão os humilhados, ó, ó

Vem, ó Filho de MariaO amanhã já se anunciaQuanta sede, quanta esperaQuando chega, quando chega aquele dia?... •

O Reino de Deus acontece quando nos dispomos à missão de anunciar e levar a salvação de Deus ao mundo!

CRISTO JOVEM BRASIL 17 / 18

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Presentesno Natal

Miguel Mendes

“Sugestões de presentes para o Natal: Para um inimigo, perdão. Para um oponente, tolerância. Para um amigo, o coração. Para um cliente, boa vontade.

Para com todos, caridade. Para cada criança, um bom exemplo. Para ti próprio, respeito”.

Oren Arnold

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Todos os anos é a mesma coisa… Chegada a quadra natalícia, grande parte da nossa mente fica ocupada com a questão das prendas, sem saber muito bem o que ofe-recer às pessoas especiais da nossa vida. É verdade que este lado material do Na-tal não é muito compatível com a nossa espiritualidade mas, felizmente ou infeliz-mente, faz parte da nossa sociedade e nós fazemos parte dela. Enquanto jovens cris-tãos, não devemos alhearmo-nos do que nos rodeia, mas integramo-nos e levar aos outros os nossos valores, a nossa fé e a nossa forma de estar na vida. Depois de começar a trabalhar, sempre quis retribuir àqueles que amo com pre-sentes mais ou menos caros, mais ou menos úteis, mas sempre com algo que dissesse “lembrei-me de ti”. Nem era o va-lor que importava, era o sentir que aquele presente ia tocar a vida desse alguém.Este ano fiz 29 anos, e quem me conhece sabe que isso mexeu um pouco comigo, não por achar que estou a ficar velho, mas porque inconscientemente dei por mim a fazer um balanço da vida. Uma das coisas percebi é a de que nas relações com os outros “há uma linha que separa” o que é essencial, do que é supérfluo, e os presen-tes por si só, são de facto algo supérfluo.Inspirado pelo exemplo do Papa Francis-co, este ano decidi oferecer algo mais que simples objectos: Amor. E como se oferece Amor?! Ainda estou à procura da resposta exacta, mas suspeito que seja dando-nos aos outros, abrindo o nosso coração, e

criando um “canal” entre nós que leve o Amor de Deus ao outro. “Estou aqui para ti, porque sei que está aí para mim.”Materializar o que sentimos pode ser fei-to de várias maneiras, seja através de um abraço, um olhar, um gesto ou uma ação, mas também pode ser feito através de uma carta, um postal, uma oferta simbóli-ca… Existem tantas formas de mostrar aos outros o que sentimos. Depende de ti, da pessoa em causa e também do que sen-tem um pelo outro.

Mas o desafio que coloco, a vós e a mim, é o de oferecer Amor aos que me magoa-ram, aos que não gosto ou não gostam de mim… Para esses, é preciso trabalhar mais um pouco. Vamos começar?!

Em meu nome, e em nome da equipa Cristo Jovem, desejo-vos um Santo e Fe-liz Natal. Que em 2014 sejamos capazes de olhar para o lado e ajudar quem nos rodeia. O futuro não se prevê fácil, mas quem abre o coração a Deus sabe que não existem impossíveis.

“Não digas ao teu Deus que tens um gran-de problems. Diz antes ao problema que tens um grande Deus.”•

19 / 20JUVENTUDE QUE ACREDITA

“Estou aqui para ti, porque sei que está aí para mim.”

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