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Direito Processual Civil

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  • Direito Processual Civil

  • O Instituto IOB nasce a partir da experincia de mais de 40 anos da IOB no desenvolvimento de contedos, servios de consultoria e cursos de excelncia.

    Por intermdio do Instituto IOB, possvel acesso a diversos cursos por meio de ambientes de aprendizado estruturados por diferentes tecnologias.

    As obras que compem os cursos preparatrios do Instituto foram desenvolvidas com o objetivo de sintetizar os principais pontos destacados nas videoaulas.

    institutoiob.com.br

    Direito Processual Civil - 3 ed. / Obra organizada pelo Instituto IOB - So Paulo: Editora IOB, 2013.

    ISBN 978-85-63625-39-7

    Informamos que de inteira responsabilidade do autor a emisso

    dos conceitos.Nenhuma parte desta publicao

    poder ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prvia autorizao do Instituto IOB.

    A violao dos direitos autorais crime estabelecido na Lei n

    9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Cdigo Penal.

  • Sumrio

    Captulo 1 Conceitos Fundamentais, 151. Teoria Geral do Processo Civil Conceitos: Jurisdio e Ao, 152. Teoria Geral do Processo Civil Conceito de Processo, 173. Teoria Geral do Processo Civil Procedimentos Parte I, 184. Teoria Geral do Processo Civil Procedimentos Parte II, 19

    Captulo 2 Processo, 211. Processo: Classificao, 212. Processo e Procedimento: Classificao, 23

    Captulo 3 Condies da Ao, 251. Condies da Ao, 252. Condies da Ao: Carncia da Ao, 263. Condies da Ao: Hipteses de Processos Didicos, 284. Condies da Ao e Elementos Identificadores do Processo, 295. Condies da Ao: Legitimidade e Interesse de Agir, 306. Condies da Ao: Possibilidade Jurdica do Pedido, 33

    Captulo 4 Pressupostos Processuais, 351. Pressupostos Processuais Introduo, 35

  • 2. Conceito de Pressupostos Processuais Positivos, 363. Pressupostos de Constituio e Pressupostos de Desenvolvimento, 384. Pressupostos Processuais Negativos, 39

    Captulo 5 Competncia, 411. Competncia Introduo e Conceito, 412. Competncia Regras dos Arts. 87, 282 e 263 do Cdigo

    Processual Civil, 423. Competncia Conceitos de Jurisdio Especial e Jurisdio

    Comum, 434. Critrios para Definio do Juzo Competente: Critrio

    Funcional, 445. Critrios para Definio do Juzo Competente: Critrio

    Territorial, 466. Critrios para Definio do Juzo Competente: Critrio Material e

    Valor da Causa, 477. Competncia dos Juizados Especiais Federais, 498. Competncia sob sua Perspectiva Esttica e Dinmica, 519. Hipteses de Modificao de Competncia e Conceitos de

    Competncia Absoluta e Relativa, 5310. Hipteses de Modificao de Competncia: Clusula de Eleio

    de Foro, 5511. Competncia Conexo e Continncia, 5512. Competncia Conexo e Continncia (Art. 106 do CPC), 5713. Competncias da Justia Federal Art. 109, I, da Constituio

    Federal Parte I, 5814. Competncias da Justia Federal Art. 109, I, da Constituio

    Federal Parte II, 5915. Competncia Emenda Constitucional n 45, 6216. Competncias da Justia Federal Execues Fiscais, 6617. Competncias da Justia Federal Art. 109, Incisos Seguintes, 6718. Competncias da Justia Federal Art. 109, VIII, da Constituio

    Federal, 6819. Competncias da Justia Federal Art. 109, X, da Constituio

    Federal, 7020. Competncias da Justia Federal Critrios: Ratione Personae e

    Ratione Materiae, 7221. Competncias da Justia Federal Art. 109, 3 da Constituio

    Federal, 7322. Competncias da Justia Federal Outorgadas Justia Estadual, 7523. Competncias da Justia Federal Outorgadas Justia Estadual

    Conflito de Competncia, 7624. Conflito de Competncia Conceito e Hipteses de Cabimento

    (Art. 115 do CPC), 77

  • 25. Conflito de Competncia Legitimidade, 7826. Conflito de Competncia Outras Anlises sobre o Tema, 7927. Conflito de Competncia Competncia para Julgamento dos

    Conflitos de Competncia, 8028. Competncia Internacional Elementos Introdutrios, 8329. Competncia Internacional Concorrente, 84

    Captulo 6 Partes, 881. Partes: Aspectos Objetivo e Subjetivo do Processo, 882. Sujeitos do Processo: Classificao e Veculo de Definio, 903. Parte Legtima, 914. Momentos Apropriados para Aferio da (I)Legitimidade, 925. Legitimidade Parte I, 936. Legitimidade ad Causam: Espcies Parte II, 947. Legitimidade Parte I, 958. Legitimidade Parte II, 969. Capacidade Postulatria e Correo dos Defeitos Pertinentes

    Representao, 9810. Substituio e Sucesso Processuais: Definio e Confronto, 9911. Sucesso Processual: Modalidades, 10312. Ampliao Subjetiva do Processo: Introduo ao Tema, 103

    Captulo 7 Interveno de Terceiros, 1061. Interveno de Terceiros: Espcies, 1062. Regime Jurdico do Terceiro Interveniente, 1083. Assistncia Parte I, 1094. Assistncia Parte II, 1105. Assistncia Parte III, 1116. Assistncia Parte IV, 1137. Assistncia Parte V, 1148. Oposio Parte I, 1169. Oposio Parte II, 11810. Denunciao da Lide Parte I, 12011. Denunciao da Lide Parte II, 12212. Denunciao da Lide Parte III, 12413. Denunciao da Lide Parte IV, 12614. Chamamento ao Processo Parte I, 12815. Chamamento ao Processo Parte II, 13116. Nomeao Autoria Parte I, 13317. Nomeao Autoria Parte II, 13518. Recurso de Terceiro Prejudicado Parte I, 13819. Recurso de Terceiro Prejudicado Parte II, 139

    Captulo 8 Ministrio Pblico, 1431. Ministrio Pblico, 143

  • Captulo 9 Litisconsrcio, 1461. Litisconsrcio Parte I, 1462. Litisconsrcio Parte II, 1473. Litisconsrcio Parte III, 1494. Litisconsrcio Parte IV, 1515. Litisconsrcio Parte V, 1536. Litisconsrcio Parte VI, 1557. Litisconsrcio Parte VII, 157

    Captulo 10 Juizados Especiais, 1591. Juizados Especiais: Origem, Atos Normativos de Regncia e sua

    Relao com o Sistema, 1592. Juizados Especiais Federais: Os Dois Captulos Essenciais da Lei

    n 10.259/2001, 1603. Procedimentos Ordinrio, Sumrio e Sumarissimo: A

    Sumariedade em Escala, 1614. Procedimento Sumrio: Uma Breve Descrio, 1625. Procedimento Sumarissimo: Os Procedimentos dos Juizados

    Panorama Geral, 1646. Procedimento Sumarissimo: Descrio Parte I, 1647. Procedimento Sumarissimo: Descrio Parte II, 1658. Procedimento Sumarissimo: Descrio Parte III, 1679. Competncia e Procedimento: Retomando o Vnculo entre esses

    Dois Elementos no Caso dos JEF, 16810. Competncia dos JEF Parte I, 16911. Competncia dos JEF Parte II, 17012. Competncia dos JEF Parte III, 172

    Captulo 11 Teoria Geral das Provas, 1741. Prova: Conceito e Elementos, 1742. Meios de Prova, 1753. Prova Ilcita, 1764. Objeto Documento, Sentena Prova Direta e Indireta, 1785. Prova Direta Prova Indireta Presuno Fatos Probandos, 1786. Destinatrio da Prova Prova Emprestada, 179

    Captulo 12 Provas em Espcie, 1811. Depoimento Pessoal, 1812. Depoimento Pessoal, 1823. Prova Testemunhal Parte I, 1834. Prova Testemunhal Parte II, 1845. Prova Documental, 1856. Prova Pericial, 1867. Inspeo Judicial, 187

  • Captulo 13 Sentena, 1891. Sentena, 189

    Captulo 14 Coisa Julgada, 1921. Coisa Julgada, 192

    Captulo 15 Teoria Geral dos Recursos, 1951. Impugnao das Decises Judiciais e os Meios Aptos a Faz-lo

    Error in Procedendo e Error in Judicando, 1952. Elementos Caracterizadores dos Recursos, 1963. Classificaes Essenciais ao Estudo dos Recursos Introduo

    Classificao Segundo o Objetivo Imediato (Recurso Ordinrio e Recurso Extraordinrio), 198

    4. Classificaes Essenciais ao Estudo dos Recursos Classificao Segundo a Fundamentao (Recurso de Fundamentao Livre e Recurso de Fundamentao Vinculada) e Classificao Quanto Extenso da Matria Impugnada (Recurso Total e Recurso Parcial), 199

    5. Classificao Essencial ao Estudo dos Recursos Classificao Quanto Forma de Interposio (Recurso Principal e Recurso Adesivo), 200

    6. Classificao Essencial ao Estudo dos Recursos Classificao Quanto Forma de Interposio (Recurso Adesivo e suas Caractersticas), 201

    7. Princpios Processuais Aplicveis aos Recursos: Taxatividade, Voluntariedade e Singularidade, 203

    8. Princpios Processuais Aplicveis aos Recursos: Colegialidade, Dialeticidade e Dispositivo, 205

    9. Princpios Processuais Aplicveis aos Recursos: Inquisitivo, 20610. Princpios Processuais Aplicveis aos Recursos: Inquisitivo e

    Irrecorribilidade das Interlocutrias, 20811. Princpios Processuais Aplicveis aos Recursos: Correspondncia, 20912. Princpios Processuais Aplicveis aos Recursos: Fungibilidade e

    Consumao, 21013. Princpios Processuais Aplicveis aos Recursos:

    Complementaridade e Ineficcia das Decises Recorrveis, 21114. Introduo e Juzo de Admissibilidade dos Recursos Introduo, 21215. Juzo de Admissibilidade dos Recursos Contedo e Requisitos de

    Admissibilidade, 21216. Requisitos Intrnsecos de Admissibilidade Introduo, 21317. Requisitos Intrnsecos de Admissibilidade Cabimento, 21418. Requisitos Intrnsecos de Admissibilidade Cabimento e

    Legitimidade Recursal, 21519. Requisitos Intrnsecos de Admissibilidade Legitimidade

    Recursal, 216

  • 20. Requisitos Intrnsecos de Admissibilidade Legitimidade Recursal (Partes e Terceiro Prejudicado), 217

    21. Requisitos Intrnsecos de Admissibilidade Legitimidade Recursal (Ministrio Pblico) e Interesse, 217

    22. Requisitos Intrnsecos de Admissibilidade Interesse Recursal, 21923. Requisitos Intrnsecos de Admissibilidade Interesse Recursal

    (Smula n 283 do STF), 22024. Requisitos Intrnsecos de Admissibilidade Interesse Recursal

    (Resoluo de Questes), 22125. Requisitos Intrnsecos de Admissibilidade Interesse Recursal

    (Resoluo de Questes) Fatos Extintivos ou Impeditivos do Direito de Recorrer Desistncia do Recurso, 222

    26. Requisitos Intrnsecos de Admissibilidade Fatos Extintivos ou Impeditivos do Direito de Recorrer (Desistncia do Recurso, Renncia ao Direto de Recorrer e Aquiescncia), 223

    27. Requisitos Intrnsecos de Admissibilidade Fatos Extintivos ou Impeditivos do Direito de Recorrer (Aquiescncia) Requisitos Extrnsecos de Admissibilidade Tempestividade, 224

    28. Requisitos Extrnsecos de Admissibilidade: Preparo, 22629. Efeitos dos Recursos: Efeito Obstativo, 22630. Efeitos dos Recursos: Efeito Substitutivo, 22731. Efeitos dos Recursos: Efeito Devolutivo (Horizontal), 22832. Efeitos dos Recursos: Efeito Devolutivo (Vertical), 22933. Efeitos dos Recursos: Efeito Devolutivo (Concatenao entre

    Extenso e Profundidade), 23034. Efeitos dos Recursos: Efeito Devolutivo (Desdobramentos

    do Efeito Devolutivo Segundo Nelson Nery Junior. Efeito Expansivo), 231

    35. Efeitos dos Recursos: Efeito Devolutivo (Desdobramentos do Efeito Devolutivo Segundo Nelson Nery Junior Efeitos Translativo, Regressivo e Suspensivo), 232

    36. Efeitos dos Recursos: Efeito Devolutivo (Desdobramentos do Efeito Devolutivo Segundo Nelson Nery Jr. Efeito Suspensivo Ope Legis e Ope Judicis), 233

    Captulo 16 Recursos em Espcie, 2351. Recurso de Apelao: Introduo, Processamento e Cabimento, 2352. Apelao Admissibilidade, Cabimento e Efeitos Devolutivo e

    Suspensivo, 2363. Apelao Cabimento e Efeitos Devolutivo e Suspensivo, 2374. Apelao Efeito Devolutivo Parte I, 2385. Apelao Efeito Devolutivo Parte II, 2396. Apelao Efeitos Devolutivo (Questes de Concurso) e

    Suspensivo, 240

  • 7. Agravo Introduo Espcie em Agravos contra Decises Proferidas pelos Juzes Singulares Agravos Retidos, 241

    8. Agravo Agravo Retido: Admissibilidade e Procedimento, Cabimento, Tempestividade, Preparo, Regularidade Formal e Efeitos, 242

    9. Agravo Retido Cabimento, Tempestividade, Preparo, Regularidade Formal e Efeitos, 243

    10. Agravo Retido Tempestividade, Preparo, Regularidade Formal e Efeitos, 244

    11. Agravo de Instrumento: Admissibilidade e Procedimento e Cabimento, 245

    12. Agravo de Instrumento e Procedimento (Continuao) e Cabimento, 246

    13. Agravo de Instrumento: Admissibilidade e Procedimento (Parte Final), Cabimento e Interesse Recursal, 247

    14. Agravo de Instrumento: Cabimento, Interesse Recursal e Tempestividade, 248

    15. Agravo de Instrumento: Interesse Recursal, Tempestividade e Preparo e Regularidade Formal, 249

    16. Agravo de Instrumento: Regularidade Formal, 25017. Agravo de Instrumento: Regularidade Formal e Efeitos, 25118. Agravo de Instrumento: Regularidade Formal (a Regra do Art. 526)

    e Efeitos, 25219. Agravo de Instrumento: Efeito Suspensivo e os Agravos contra

    Decises Monocrticas dos Tribunais, 25220. Agravo Interno: Introduo, 25321. Agravo Interno: Admissibilidade e Procedimento e

    Cabimento, 25422. Agravo Interno: Temas Controvertidos do Procedimento,

    Tempestividade, Preparo, Regularidade Formal e Efeitos, 25523. Agravo Interno: a Multa do Art. 557, 2 e Agravo contra

    Despacho Denegatrio do RE e do REsp, 25624. Agravo contra Deciso que Inadmite Recurso Especial ou Recurso

    Extraordinrio, 25725. Embargos de Declarao Introduo, 25826. Embargos de Declarao: Embargos dos Embargos e Embargos e

    Prequestionamento, 25927. Embargos de Declarao: Embargos de Declarao e

    Recebimento como Agravo Interno Obrigatoriedade ou Facultatividade dos Embargos, 260

    28. Embargos de Declarao: Interesse Recursal Tempestividade, 26129. Embargos de Declarao: Preparo, Regularidade Formal,

    Efeitos dos Embargos de Declarao (Efeito Devolutivo e Efeito Devolutivo e Suspensivo Introduo), 261

  • 30. Embargos de Declarao: Efeito Suspensivo (Continuao), Efeito Integrativo e Efeito Interruptvel, 262

    31. Embargos de Declarao: Efeito Interruptivo (Questes) e Efeito Modificativo, 263

    32. Embargos de Declarao: o Propsito Protelatrio dos Embargos, 264

    33. Embargos de Declarao: Dispensa da Fazenda Pblica de Realizar o Depsito Prvio Multa por Reiterao de Embargos Protelatrios Como se Configura Reiterao, 265

    34. Embargos Infringentes: Cabimento, 26535. Embargos Infringentes: o Cabimento contra Acrdo de Remessa

    e Agravo, 26636. Embargos Infringentes: e o Mandado de Segurana, a Matria

    Acessria e o Voto Mdio 1 Parte, 26737. Embargos Infringentes: o Voto Mdio (Continuao), Embargos

    Infringentes e Ao Rescisria, 26838. Embargos Infringentes: Desacordo Parcial, Tempestividade,

    Preparo e Efeitos Devolutivo e Suspensivo, 26939. Recurso Ordinrio Constitucional: Admissibilidade, 27040. Admissibilidade, Cabimento e Causa, 27141. Recurso Ordinrio Adesivo: Questes, Tempestividade, Preparo e

    Efeitos Devolutivo e Suspensivo, 27242. Recurso Especial e Recurso Extraordinrio: Instruo,

    Admissibilidade e Cabimento, 27343. Prvio Esgotamento das Instncias Ordinrias e

    Prequestionamento, 27444. Prequestionamento Explcito e Implcito e o Uso dos Embargos de

    Declarao, 27545. Recurso Especial e Recurso Extraordinrio: Questes de Fato e os

    Recursos Excepcionais (Smulas nos 5 e 7 do STJ e 279 e 454 do STF) Recurso Especial e Recurso Extraordinrio Retido, 276

    46. Recurso Especial e Recurso Extraordinrio: Contra Provimento de Urgncia Tempestividade, 277

    47. Preparo Recurso Extraordinrio e Recurso Especial Repetitivos e Admissibilidade, 278

    48. Recurso Especial e Recurso Extraordinrio: Divergncias e Efeito Suspensivo, 279

    Captulo 17 Sucedneos Recursais Outros Meios de Impugnao das Decises Judiciais, 280

    1. Remessa Necessria Introduo e Natureza Jurdica, 2802. Remessa Necessria Fundamentao Jurdica e Poltica

    Hipteses de Cabimento, 2823. Remessa Necessria e os Embargos Execuo Fiscal Parciais, 284

  • 4. Remessa Necessria Empresa Pblica, Sociedade de Economia Mista, Mandado de Segurana e Ao Popular, 284

    5. Remessa Necessria Mandado de Segurana Originrio do Tribunal, Sentena contra o Poder Pblico, Fazenda Pblica e Embargos Infringentes, 286

    6. Remessa Necessria Improcedncia dos Embargos Execuo contra a Fazenda Pblica e a Reformatio in Pejus, 288

    7. Querela Nullitatis Definio, 2918. Querela Nullitatis Cabimento Parte I, 2929. Querela Nullitatis Cabimento Parte II, 29310. Querela Nullitatis Procedimento, 29311. Querela Nullitatis Competncia, 29412. Querela Nullitatis Anlise crtica das hipteses, 29613. Querela Nullitatis Falta de Citao, 29814. Querela Nullitatis Inconstitucionalidade da Norma, 30015. Sentena Extra e Ultra Petita, 30216. Reserva de Plenrio Fungibilidade da Querela Nullitatis, 30517. Mandado de Segurana contra Ato Judicial Parte I, 30718. Mandado de Segurana contra Ato Judicial Parte II, 30919. Suspenso de Segurana Conceito, Natureza Jurdica e

    Hipteses de Cabimento, 31120. Suspenso de Segurana Hipteses de Cabimento, 31221. Suspenso de Segurana Requisitos Genricos, 31422. Suspenso de Segurana Competncia e Legitimidade, 31523. Suspenso de Segurana Legitimidade, 31724. Suspenso de Segurana Suspenso Coletiva, Ultra-Atividade e

    Agravo, 31825. Ao Rescisria Conceito, Natureza Jurdica e

    Admissibilidade, 31926. Ao Rescisria Petio Inicial e Competncia, 32127. Ao Rescisria Competncia e Condies da Ao, 32428. Ao Rescisria Condies da Ao: Possibilidade Jurdica

    Parte I, 32529. Ao Rescisria Condies da Ao: Possibilidade Jurdica

    Parte II, 32930. Rescisria da Rescisria, 33131. Juzo Rescindente Parte I, 33332. Juzo Rescindente Parte II, 33633. Juzo Rescindente Parte III, 338

    Captulo 18 Execuo Civil, 3461. Execuo Civil Parte Geral: Introduo e Natureza Jurdica, 3462. Natureza Jurdica, 3483. Natureza e Regime Jurdico, 349

  • 4. Classificaes, 3515. Demais Classificaes, 3526. Princpios, 3537. Princpios Atipicidade, Menor Onerosidade e Contraditrio, 3548. Princpios Disponibilidade, 3559. Legitimidade Ativa, 35610. Legitimidade Ativa Ordinria Derivada e Extraordinria, 35711. Legitimidade Passiva, 35812. Legitimidade Passiva Derivada e Interveno de Terceiros, 36013. Responsabilidade Executiva, 36114. Demais Hipteses de Responsabilidade Executiva, 36215. ltimas Hipteses de Responsabilidade Executiva, 36316. Fraude Execuo, 36317. Fraude Execuo: Requisitos e Efeitos, 36418. Fraude Execuo e Fraude contra Credores, 36519. Conceito e Funes do Ttulo Executivo, 36620. Ttulo Executivo Classificao, Natureza e Contedo do

    Ttulo, 36721. Ttulos Executivos Judiciais, 36822. Demais Ttulos Judiciais Civis, 36923. Ttulos Judiciais Penal, Arbitral e Estrangeiro, 37024. Ttulos Extrajudiciais Art. 585, I e II, 37225. Ttulos Extrajudiciais Art. 585, III, IV e V, 37426. Ttulos Extrajudiciais Art. 585, VI, VII e VIII, 37527. Execuo Civil Parte Geral: Competncia e Ttulos Judiciais

    Civis, 37728. Competncia: Cumprimento de Sentena em Processo Autnomo

    e Execuo Fundada em Ttulo Extrajudicial, 37829. Competncia: Execuo Fundada em Ttulo Extrajudicial, 37930. Execuo Provisria de Ttulo Judicial, 38031. Execuo Provisria de Ttulo Judicial Procedimento, 38132. Execuo Provisria de Ttulo Judicial Responsabilidade do

    Exequente, 38333. Execuo Provisria de Ttulo Extrajudicial, 38534. Liquidao: Conceito, Natureza Jurdica e Limites, 38635. Liquidao Regimes Processuais, Competncia, Legitimidade,

    Espcies e Deciso, 38736. Liquidao por Clculo, 38837. Liquidao por Artigos, 39038. Liquidao por Arbitramento, 39139. Liquidao de Obrigao Contida em Ttulo Extrajudicial e da

    Converso da Tutela Especfica em Pecuniria, 392

    Captulo 19 Execuo em Espcie, 3941. Classificao e Cumprimento da Sentena Tutela das

    Obrigaes de Fazer e no Fazer, 394

  • 2. Cumprimento de Sentena: Obrigao de Pagar Quantia Certa, 3953. Execuo de Ttulo Extrajudicial: Obrigao de Entregar Coisa

    Certa, 3984. Execuo de Ttulo Extrajudicial: Obrigao de Entregar Coisa

    Certa, Bem em Poder de Terceiro e Perdas e Danos, 3995. Execuo de Ttulo Extrajudicial: Obrigao de Fazer e No

    Fazer, 4016. Execuo de Ttulo Extrajudicial: Obrigao de Pagar Quantia

    Certa, 4037. Execuo de Ttulo Extrajudicial: Obrigao de Pagar Quantia

    Certa Penhora, 4048. Execuo de Ttulo Extrajudicial: Obrigao de Pagar Quantia

    Certa Procedimento da Penhora, 4069. Execuo de Ttulo Extrajudicial: Obrigao de Pagar Quantia

    Certa Arresto e Substituio da Penhora, 40810. Execuo de Ttulo Extrajudicial: Obrigao de Pagar Quantia

    Certa Arresto, 41011. Execuo por Ttulo Extrajudicial: Alienao por Iniciativa

    Particular e Alienao em Hasta Pblica, 41212. Execuo por Ttulo Extrajudicial: Procedimento para Alienao

    em Hasta Pblica, 41413. Execuo por Ttulo Extrajudicial: do Pagamento ao Credor, 41614. Execuo por Ttulo Extrajudicial: do Usufruto, 418

    Captulo 20 Defesas do Executado, 4201. Espcies: Defesa Heterotpica, 4202. Embargos Execuo: Natureza Jurdica e Classificaes, 4223. Embargos Execuo: Legitimidade e Competncia, 4234. Embargos Execuo: Efeito Suspensivo, 4255. Embargos Execuo: Objeto, 4276. Embargos Execuo: Objeto e Procedimento, 4297. Embargos Execuo: Procedimento, 4308. Impugnao ao Cumprimento de Sentena: Natureza Jurdica e

    Objeto, 4329. Impugnao ao Cumprimento de Sentena: Objeto, 43310. Impugnao ao Cumprimento de Sentena: Efeito Suspensivo e

    Procedimento, 43411. Embargos Adjudicao, Alienao e Arrematao, 43512. Parcelamento do Art. 745-A, 436

    Captulo 21 Outras Espcies de Execuo, 4381. Execuo de Prestao Alimentcia, 4382. Execuo contra a Fazenda Pblica: Sistema de Precatrios e RPV

    Parte I, 440

  • 3. Execuo contra a Fazenda Pblica: Sistema de Precatrios e RPV Parte II, 441

    4. Procedimento e Defesa do Executado, 4435. Contedo dos Embargos Execuo contra a Fazenda Pblica, 445

    Captulo 22 Tutelas de Urgncia Parte Geral, 4481. Tutelas de Urgncia Conceito, Espcies e Caractersticas, 4482. Antecipao dos Efeitos da Tutela Conceito, Objeto e

    Requisitos, 4503. Legitimidade, Caractersticas e Cumprimento, 4514. Fungibilidade e Antecipao da Parcela Incontroversa da

    Demanda, 4525. Antecipao da Tutela nas Obrigaes de Fazer, No Fazer e

    Entregar Coisa, 454

    Captulo 23 Tutela Cautelar, 4561. Conceito, Objeto e Caractersticas, 4562. Classificaes, 4573. Poder Geral de Cautela Medida Cautelar x Processo Cautelar, 4594. Processo Cautelar Procedimento, 4605. Requisitos da Cautelar, 4626. Eficcia e Coisa Julgada das Medidas Cautelares, 4637. Responsabilidade Civil do Requerente, 464

    Captulo 24 Cautelar, 4661. Arresto: Conceito e Requisitos, 4662. Cautelar de Arresto Periculum in Mora, 4683. Sequestro, 4694. Produo Antecipada de Provas: Arrolamento de Bens, 470

    Gabarito, 473

  • Captulo 1

    Conceitos Fundamentais

    1. Teoria Geral do Processo Civil Conceitos: Jurisdio e Ao

    1.1 Apresentao

    Nesta unidade, observaremos os conceitos de jurisdio e ao, dentro da Teoria Geral do Processo Civil.

    1.2 Sntese

    1.1. JurisdioPor jurisdio devemos entender o dever estatal, predominantemente de-

    senvolvido pelo Poder Judicirio, tendente composio de conflito de inte-resses. A base emprica de tal conceito situa-se no art. 5, inciso XXXV, da

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    Constituio Federal (a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito).1

    1.2. AoAo direito que se pe como contraface do dever jurisdicional parta-se

    da premissa de que todo direito supe um dever e vice-versa. Seu objeto diz, portanto, com a obteno da soluo dos conflitos de interesses, encontrando, como base emprica, a mesma clusula constitucional que d amparo ao con-ceito de jurisdio art. 5, inciso XXXV.2

    1.3. Princpio da inafastabilidade da jurisdioDa combinao dos dois conceitos antes vistos (jurisdio/ao), deflui o

    chamado princpio da inafastabilidade da jurisdio, vetor que, a par de sua privilegiada posio (constitucional), no pode ser tomado de forma absoluta.

    Manifestaes h na jurisprudncia, com efeito, que evidenciam a relati-vidade de mencionado princpio neste sentido, tome-se a Smula n 2 do Superior Tribunal de Justia: no cabe o habeas data (CF, art. 5, LXXII, a) se no houve recusa de informaes por parte da autoridade administrativa.

    1.4. Jurisdio e ao: conceitos especiaisOs conceitos de jurisdio e ao antes apresentados, por gerais, no ex-

    cluem manifestaes especiais dessas mesmas categorias. o que se passa, por exemplo, com o mandado de segurana, forma proces-

    sual que se assenta no no inciso XXXV, mas no LXIX do art. 5 da Constituio Federal (conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pblica ou agente de pessoa

    1. Reitere-se: atividade estatal, predominantemente desenvolvida pelo Poder Judicirio, no , portanto, deste ltimo privativa o tema de relevo quando se vai apreciar a natureza jurdica da atividade desenvolvida por certos rgos da Administrao (Conselhos de Contribuintes, Tribunais de Impostos e Taxas, etc.); ademais, importante considerar tal questo quando se vai tratar do tema da denominada jurisdio voluntria, funo verdadeiramente administrativa, atipicamente desempenhada pelo Judicirio.

    2. Diversas teorias se propem a explicar a figura em apreo. As mais relevantes, especialmente do pon-to de vista histrico, so: (i) civilista ou imanentista, tida como superada segundo tal teoria, ao termo que designaria o prprio direito material depois de violado, representando a particular forma pela qual ele, direito material, se exteriorizaria quando violado; (ii) dualistas (tais teorias veem o di-reito de ao como algo inconfundvel com o direito material), subdivididas em (ii.i) teoria concreta da ao ou do direito concreto de agir tida como superada, assevera, tal teoria, que, a despeito de sua autonomia, o direito de ao s se apresentaria verificvel se constatado o direito material (ao seria, assim, o direito de perceber, em juzo, uma sentena favorvel); (ii.ii) teoria do direito potestativo de agir tambm superada, tal teoria v o direito de ao como um poder (jurdico) habilitado a dar vida atuao da vontade da lei; (ii.iii) teoria abstrata da ao ou do direito abstrato de agir consoante tal teoria, a ao seria o direito de provocar a atuao do Estado-juiz a fim de obter provimento, qualquer que seja seu teor; (ii.iv) teoria ecltica da ao prevalente em nosso sistema, tal teoria repete a tese sustentada pela teoria abstrata da ao, fixando, todavia, que o reconhecimento/exerccio do direito de ao demanda o preenchimento das condies da ao.

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    17jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico), representando especial manifestao das noes de jurisdio e de ao.3

    2. Teoria Geral do Processo Civil Conceito de Processo

    2.1 Apresentao

    Nesta unidade, ser dada continuidade ao estudo da Teoria Geral do Processo Civil, sendo abordado agora o conceito de processo.

    2.2 Sntese1.5. ProcessoProcesso relao jurdica que se presta instrumentalizao do dever

    jurisdicional e do direito de ao.Alm da instrumentalidade, so suas caractersticas: (i) a triadicidade (a

    relao processual envolve, de ordinrio, trs sujeitos: aquele que formula a pretenso, aquele a quem formulada e aquele contra quem se a formula); (ii) o carter pblico (uma vez que um dos sujeitos da relao , obrigatoriamente, o Estado, na especfica condio de juiz);4 (iii) a complexidade (por no ins-tantnea, conforma-se a relao processual pela somatria de uma srie de atos, lgica e cronologicamente encadeados).

    1.6. Instrumentalidade5

    Processo relao que se reputa instrumental porque viabiliza (instrumen-taliza) o exerccio do dever jurisdicional e do direito de ao (por meio dele, processo, dever e direito, termos abstratos, se concretizam).

    A ideia de instrumentalidade transcende, todavia, o conceito de processo: h instrumentalidade, desde antes, nas ideias de jurisdio e de ao, visto que tais entidades (dever e direito) vinculam-se, ambas, ao propsito da composio de conflitos; estes, os conflitos, encontram seu domiclio, a seu turno, numa relao jurdica de direito material, potencial ou efetiva. Nesse sentido, ao e jurisdio seriam instrumentos do direito material, servindo-o nas especficas situaes de conflituosidade.

    3. de interesse a referncia, posto que tais manifestaes processuais, por especiais, submetem-se a condies igualmente especficas o caso do prprio mandado de segurana, modalidade que exorta a aplicao de conceitos particulares como o de direito lquido e certo.

    4. Porque de direito pblico, a relao processual reger-se-ia pelos princpios gerais que a tal setor (o direito pblico) se vinculam essa a razo prtica, alis, da referncia a tal caracterstica.

    5. Resume a noo de instrumentalidade a parmia segundo a qual o processo no um fim em si mesmo.

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    3. Teoria Geral do Processo Civil Procedimentos Parte I

    3.1 Apresentao

    Nesta unidade, ser dada continuidade ao estudo da Teoria Geral do Processo Civil, sendo abordado agora o conceito de procedimento.

    3.2 Sntese1.7. ProcedimentoPor procedimento devemos entender a forma de organizao dos atos que

    compem o processo.Tomado tal conceito, funcionam os procedimentos como instrumentos do

    processo, na exata definio apontada no item anterior.6

    Nessa linha, procedimento entidade que, em Direito Processual, tem di-reta relao com a ideia de complexidade (caracterstica antes apontada da re-lao processual): porque complexa, a relao processual requer a interveno da noo de procedimento, a bem da edificao de um plexo lgica e cronolo-gicamente organizado dos respectivos atos integrantes.

    1.8. Novamente, instrumentalidade (esquema completo)Entendida em sua completude, a noo de instrumentalidade pode ser as-

    sim esquematizada:

    o DIREITO MATERIAL (em conflito)

    instrumentaliza-se pelas ideias de

    JURISDIO e AO,

    que se instrumentalizam, sua vez, pelo conceito de

    PROCESSO,

    que se instrumentaliza, por fim, pela noo de

    PROCEDIMENTO

    6. A definio de procedimento aqui lanada o em vista da especfica disciplina com que operamos. Noutros setores didticos do Direito (como o Administrativo), o vocbulo ostenta outra acepo, cabendo ao intrprete atentar, portanto, para o contexto em que usado.

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    19ou, NOUTRA LINGUAGEM,

    PROCEDIMENTO instrumento do PROCESSO, que instrumento da JURISDIO/AO, que instrumento do DIREITO MATERIAL em conflito.

    4. Teoria Geral do Processo Civil Procedimentos Parte II

    4.1 Apresentao

    Nesta unidade, ser dada continuidade ao estudo da Teoria Geral do Processo Civil, sendo abordado agora o conceito de procedimento.

    4.2 Sntese

    1.9. Petio inicialTomado como entidade complexa (vale dizer, como resultado da adio de

    uma srie organizada de atos), processo relao em cuja gnese figura um (e sempre um) especfico ato: a chamada petio inicial, veculo de provocao do exerccio da jurisdio e de fixao dos limites da relao processual essas, por sinal, suas funes, o que se conclui da interpretao combinada dos arts. 2 e 262 do Cdigo de Processo Civil, dispositivos que prescrevem o assim denominado princpio da inrcia.7

    Atente-se: ela, petio inicial, no constitui, em si mesma, o processo; ape-nas provoca o Judicirio, permitindo a ulterior constituio daquele dentro dos limites nela, inicial, traados (nessa trilha, podemos dizer: petio inicial con-dio necessria, mas no suficiente do processo).

    Formalmente, o ato de que tratamos define-se pela estrutura articulada nos arts. 282, 283, 39, inciso I, e 295, pargrafo nico, do Cdigo de Processo Civil.8

    7. Art. 2 Nenhum juiz prestar a tutela jurisdicional seno quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.

    Art. 262. O processo civil comea por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. 8. Art. 282. A petio inicial indicar: I o juiz ou tribunal, a que dirigida; II os nomes, prenomes, estado civil, profisso, domiclio e residncia do autor e do ru; III o fato e os fundamentos jurdicos do pedido; IV o pedido, com as suas especificaes; V o valor da causa;

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    1.10. Tutela jurisdicionalRepresentando o termo final do ciclo processual, tutela jurisdicional locu-

    o reservada para designar o objetivo do processo. Exatamente por isso por encarnarem o propsito ltimo da relao processual , nelas (tutelas jurisdi-cionais) identifica-se, por presuno, o conceito de norma individual e con-creta respondem, nesse sentido, pela composio do conflito de interesses levado a conhecimento, via petio inicial, do Estado-juiz.

    Por constituir um gnero, a expresso tutela jurisdicional serve para desig-nar variadas formas de atuao do Estado-juiz, definindo-se suas espcies, em princpio, pelo tipo processual de que brotam.

    VI as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII o requerimento para a citao do ru. Art. 283. A petio inicial ser instruda com os documentos indispensveis propositura da ao. Art. 39. Compete ao advogado, ou parte quando postular em causa prpria: I declarar, na petio inicial ou na contestao, o endereo em que receber intimao; (...). Art. 295. (...) Pargrafo nico. Considera-se inepta a petio inicial quando: I Ihe faltar pedido ou causa de pedir; II da narrao dos fatos no decorrer logicamente a concluso; III o pedido for juridicamente impossvel; IV contiver pedidos incompatveis entre si.

  • Captulo 2

    Processo

    1. Processo: Classificao

    1.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudados o processo e sua classificao.

    1.2 Sntese

    2. Processo: ClassificaoTomada como critrio, a espcie de tutela jurisdicional por cada processo

    proporcionada, pode este ser classificado nos seguintes termos:

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    PROCESSOTUTELA JURISDICIONAL

    Forma Contedo

    Processo de conheci-mento (livros I e IV do CPC e legislao extravagante)

    SENTENA

    DIREITO MATE-RIAL(efetivo: art. 269, I, CPC; ou, por equipa-rao legal: art. 269, II a V, CPC)

    Processo de execuo(livro II do CPC e le-gislao extravagante)

    ATOS EXECUTIVOS(variam, de acordo com o tipo de execuo)

    DIREITO MATE-RIAL(estampado no ttulo)

    Processo cautelar(livro III do CPC e le-gislao extravagante)

    SENTENA DIREITO FORMAL9

    3. Tutela jurisdicional formal e material9

    Do ponto de vista formal, a tutela jurisdicional apresenta-se pelo respectivo invlucro, pelo correspondente veculo introdutor.

    Seu contedo representado, sua vez, pela norma individual e concreta compositiva do conflito.

    Via de regra, o contedo a que nos referimos diz com o direito material debatido (decorrncia da noo de instrumentalidade referida nos itens 1.6 e 1.8). No obstante, pelo menos uma situao excepcional j foi consultada: a do processo cautelar, cuja tutela no visa composio do conflito, mas sim ao asseguramento da eficcia, da utilidade do bem jurdico direito material no processo principal discutido.

    E outras (situaes excepcionais) h, de todo modo, valendo mencionar, dentro do Cdigo de Processo Civil, as dos arts. 267 e 794 (combinado, este ltimo, com o subsequente art. 795): em ambos os casos, a tutela descrita no material, mas apenas formalmente jurisdicional, ou seja, tem forma de tutela jurisdicional (sentena), mas no contedo de tanto.10 Voltaremos ao tema, de

    9. O processo cautelar representa exceo regra geral que preordena a instrumentalidade do processo com o direito material. Sua instrumentalidade de segundo grau: protege o processo principal (rela-o de primeiro grau), que, por sua vez, protege o direito material (sua conexo, do processo cautelar, com o direito material , pois, mediata, indireta, em segundo grau).

    10. Art. 267. Extingue-se o processo, sem resoluo de mrito: I quando o juiz indeferir a petio inicial; Il quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligncia das partes;

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    23todo modo, por ocasio do item 17, quando ento toda nossa ateno se dirigir ao esgotamento da classificao aqui sinalizada.

    2. Processo e Procedimento: Classificao

    2.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudados o processo e o procedimento e sua clas-sificao.

    2.2 Sntese

    4. Processo e Procedimento: ClassificaoProcedimento, j o vimos, vocbulo que, em Direito Processual, serve

    para designar a forma de organizao lgica e cronolgica dos atos do processo.Observada a diviso tricotmica do processo brasileiro diviso essa que

    deflui do literal tratamento que o Cdigo de Processo Civil d ao tema , cum-pre reconhecer a existncia, em relao a cada uma daquelas categorias, de estruturas procedimentais prprias, o que nos autoriza a construir, sumariando a questo, o seguinte quadro:

    III quando, por no promover os atos e diligncias que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;

    IV quando se verificar a ausncia de pressupostos de constituio e de desenvolvimento vlido e regular do processo;

    V quando o juiz acolher a alegao de perempo, litispendncia ou de coisa julgada; Vl quando no concorrer qualquer das condies da ao, como a possibilidade jurdica, a legitimi-

    dade das partes e o interesse processual; Vll pela conveno de arbitragem; Vlll quando o autor desistir da ao; IX quando a ao for considerada intransmissvel por disposio legal; X quando ocorrer confuso entre autor e ru; XI nos demais casos prescritos neste Cdigo. Art. 794. Extingue-se a execuo quando: I o devedor satisfaz a obrigao; II o devedor obtm, por transao ou por qualquer outro meio, a remisso total da dvida; III o credor renunciar ao crdito. Art. 795. A extino s produz efeito quando declarada por sentena.

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    PROCESSO PROCEDIMENTO

    Processo de conheci-mento (livros I e IV do CPC e legislao extravagante)

    COMUNS (Livro I do CPC)

    ESPECIAIS(Livro IV do CPC e legislao extra-vagante)

    Ordinrio(mxima subsidiarie-dade)11

    Sumrio(art. 275 do CPC)

    Processo de execuo(livro II do CPC e le-gislao extravagante)

    COMUM(execuo por quantia cer-ta contra devedor solvente, Livro II do CPC; regras subsidirias s dos demais procedimentos executivos)

    ESPECIAIS(demais procedi-mentos do Livro II do CPC, e legisla-o extravagante)

    Processo cautelar(livro III do CPC e le-gislao extravagante)

    COMUM(medida cautelar inomina-da/poder geral de cautela, Livro IV do CPC; regras subsidirias s dos demais procedimentos cautelares)

    ESPECIAIS(demais procedi-mentos do Livro III do CPC e legis-lao extravagante)

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    11. A expresso mxima subsidiariedade lanada com o propsito de referir o conjunto de regras pro-cedimentais cuja aplicao serve no apenas o bloco processual com o qual se encontra conectado, seno todos: precisamente o que ocorre com as regras do procedimento comum ordinrio, aplicveis que so, no que couber, no s aos procedimentos especiais do processo de conhecimento, mas tam-bm aos procedimentos executivos e cautelares.

  • Captulo 3

    Condies da Ao

    1. Condies da Ao1.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudadas as condies da ao, sendo abordados os aspectos mais relevantes sobre o tema.

    1.2 Sntese5.1. Definio e identificaoA locuo em foco condies da ao presta-se a designar um especfico blo-

    co de atributos necessrios, segundo expressa opo do direito positivo, ao exerccio formal e material do direito de ao (e, consequentemente, do dever jurisdicional).

    Tomemos, com efeito, as seguintes premissas:1. no h direito que se afigure incondicionado nsito ao dentico o

    estabelecimento de balizas (a funo do direito regular a conduta hu-mana intersubjetivamente; da deflui a necessria noo de limitao);

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    2. se limitado se apresenta todo e qualquer direito, assim tambm ocorrer com os correlatos deveres.

    Concluso: direito (de ao) e dever (jurisdicional) so de fato limitados. bom que se frise, porm, que as denominadas condies da ao consti-

    tuem espcie do gnero agentes limitadores do exerccio do direito de ao e do dever jurisdicional, coexistindo ao lado de outras tantas balizas por nosso siste-ma preordenadas (por isso mesmo, foi dito, pouco antes, que elas, condies da ao, representam um especfico bloco de atributos necessrios ao exerccio formal e material do direito de ao). Exemplos vivos em nosso sistema dessas outras tantas balizas so, de um lado, a prescrio, limite de ndole especifica-mente temporal, e a competncia, entidade que se define, nos termos do art. 86 do Cdigo de Processo Civil, como limite da jurisdio e, por assim ser, acaba se apresentando como limite do direito de ao.

    Pois bem. O particular segmento de que ora cuidamos, das condies da ao, encontra no art. 267, VI, do Cdigo de Processo Civil sua base emprica, referindo, tal dispositivo, as ideias de (i) legitimidade das partes; (ii) interesse de agir; e (iii) possibilidade jurdica do pedido.12

    2. Condies da Ao: Carncia da Ao

    2.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudadas as condies da ao, sendo abordada agora a carncia da ao.

    2.2 Sntese

    5.2. Carncia de aoO fenmeno da carncia de ao encontra seu fato propulsor na ausncia,

    in concreto, de qualquer das condies da ao. Encontra assento, por isso, no j mencionado art. 267, VI, do Cdigo de Processo Civil.

    12. A referncia, no art. 3 do Cdigo de Processo Civil, apenas legitimidade e ao interesse (para propor ou contestar ao necessrio ter interesse e legitimidade) no autoriza a excluso da pos-sibilidade jurdica da relao das condies da ao: por tratar no apenas do exerccio do direito de ao, mas tambm do direito ampla defesa, que referido art. 3 descarta a noo de possibilidade jurdica do pedido com tal proposio, recusamos as teorias que reduzem a duas, e apenas duas, as condies da ao.

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    275.3. Carncia de ao: modos de decretao e teorias aplicveis. O proble-

    ma dos processos didicosDefinido o conceito de carncia de ao, partamos da premissa, agora, que

    tal fenmeno no se presume, seno o que se lhe contrape. Explicamos: apre-sentada uma certa petio inicial, presumir-se- a presena das condies para o exerccio, in concreto, do direito de ao, estado (de presuno) que perdurar at que a autoridade jurisdicional, de ofcio ou por provocao, diga o contrrio.

    De tal anotao, surge a ideia de que a decretao da ausncia das condi-es da ao dar-se- por uma entre duas vias: na primeira, atua o Estado-juiz voluntariamente (decretao ex officio); na segunda, diversamente, o Estado--juiz provocado a faz-lo (observada, p. e., a forma do art. 301, X, do Cdigo de Processo Civil).13 Para o primeiro caso (decretao ex officio), supe-se duas (sub)possibilidades: (i) o Estado-juiz diagnostica o defeito de plano, no exato momento da apresentao da petio inicial; (ii) o Estado-juiz recebe a petio inicial, ordena, via de consequncia a citao do ru, e, s depois disso, diag-nostica o defeito.

    Estabelecidas tais possibilidades, percebe-se, de pronto, que, no obstante o conceito geral de processo, hipteses h, devidamente inscritas em nosso sistema, em que se o dotar de excepcional perfil. Debrucemo-nos, com efeito, sobre a primeira das situaes antes alinhadas, precisamente aquela em que o Estado-juiz decreta a carncia de ao de plano, no exato momento da apre-sentao da petio inicial: embora tridica por definio, veja-se que, nesse caso, a relao processual fechar-se- entre dois, e apenas dois, sujeitos, o autor e o Estado-juiz. Concluso: tendo o sistema autorizado a formulao de um juzo acerca de eventual carncia de ao j no momento do recebimento da petio inicial, natural que se admita a ideia, excepcional, de processos didi-cos, vale dizer, processo como relao que se constri entre dois, e apenas dois, sujeitos de direito, autor e Estado-juiz.

    E tal concluso o quanto basta para reconhecermos a incidncia, no siste-ma processual brasileiro, da assim chamada teoria da assero, linha de pensa-

    13. Art. 301. Compete-lhe, porm, antes de discutir o mrito, alegar: I inexistncia ou nulidade da citao; II incompetncia absoluta; III inpcia da petio inicial; IV perempo; V litispendncia; VI coisa julgada; VII conexo; VIII incapacidade da parte, defeito de representao ou falta de autorizao; IX conveno de arbitragem; X carncia de ao; XI falta de cauo ou de outra prestao, que a lei exige como preliminar.

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    mento segundo a qual a verificao da presena das condies da ao dar-se-, de regra, luz das afirmaes feitas pelo autor em sua inicial.14

    5.4. Carncia de ao: efeitos do diagnstico imediatoPouco antes, deixamos atestada a possibilidade de a carncia de ao ser

    diagnosticada no momento da apresentao da inicial, constituindo-se, esta, instrumento de linguagem suficiente, em tese, definio concreta das condi-es da ao.

    Da derivaria a possibilidade de a carncia de ao gerar a extino do pro-cesso com esteio no inciso I ou, excludentemente, no inciso VI do art. 267 do Cdigo de Processo Civil, funcionando o tempo como critrio distintivo de uma e outra das alternativas:

    (i) diagnosticado o vcio de plano, a autoridade judiciria deixa de receber a ini-cial, indeferindo-a (inciso I, que se combinar, obrigatoriamente, com o art. 295);

    (ii) acaso tal diagnstico ocorra aps o recebimento da inicial, o fundamen-to da extino desloca-se para o inciso VI (dispositivo cuja aplicao independe de combinao com qualquer outro).

    Embora associadas ambas as situaes a um mesmo resultado (a extino do processo sem resoluo do mrito), cumpre salientar a distino imposta, na espcie, pelo art. 296 do Cdigo de Processo Civil, dispositivo que confere apelao de sentenas fundadas no inciso I (e apenas estas) o excepcional efeito da retratao.15

    3. Condies da Ao: Hipteses de Processos Didicos

    3.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudadas as condies da ao, sendo abordadas aqui as hipteses de processos didicos.

    14. Tanto assim, que a partir dela (petio inicial) habilitada est a autoridade jurisdicional, em tese, a sobre tanto pronunciar-se-, indeferindo-a, se o caso. bom que se diga, todavia, que situaes h, irrecusveis, em que autoridade jurisdicional s ser dado formular um juzo seguro sobre eventual carncia de ao no decurso do processo, em alguns casos mediante a produo de certas provas, o que implicar, para tais hipteses, um qu de distanciamento da teoria antes mencionada e a conse-quente aproximao de outra proposta, de teor concretista.

    15. Art. 296. Indeferida a petio inicial, o autor poder apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (qua-renta e oito) horas, reformar sua deciso.

    Pargrafo nico. No sendo reformada a deciso, os autos sero imediatamente encaminhados ao tribunal competente.

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    3.2 Sntese5.5. O problema dos processos didicos (continuao)No se restringe ao art. 267, I, do Cdigo de Processo Civil, o universo de

    situaes em que o processo pode vir a ostentar propores subjetivas diferentes do usual.

    Com efeito, inserindo o novo art. 285-A ao Cdigo de Processo Civil, preor-dena a Lei n 11.277, de 7 de fevereiro de 2006:

    Art. 285-A. Quando a matria controvertida for unicamente de direito e no juzo j houver sido proferida sentena de total improcedncia em outros casos idnticos, poder ser dispensada a citao e proferida sentena, reproduzindo--se o teor da anteriormente prolatada.

    Tal qual ocorre nas hipteses do decantado art. 267, tambm aqui, nesse novo art. 285-A, relana o legislador a excepcional figura do processo didico, marcando-a, aqui, por um aspecto absolutamente sui generis: (i) a sentena a que alude o novo dispositivo, de mrito que , representa, em razo de seu contedo, uma forma de tutela jurisdicional que poderamos entender material (seguida a definio reproduzida no item 3 retro); (ii) no obstante isso, refe-rida sentena, porque proferida revelia do terceiro sujeito, apresentar-se-ia como tutela puramente formal, da derivando seu perfil sui generis.

    4. Condies da Ao e Elementos Identificadores do Processo

    4.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudadas as condies da ao, sendo abordados agora os elementos identificadores do processo.

    4.2 Sntese6. Identificao do processoDefine o art. 301, 2, do Cdigo de Processo Civil o conceito de litispendn-

    cia e, por via oblqua, os elementos responsveis pela identificao do processo.16

    Ainda que artificialmente forjado, tal conceito implica uma especfica con-cluso: para o direito, duas relaes processuais presumem-se idnticas, desde

    16. Art. 301. (...). 2 Uma ao idntica outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.

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    que lhes sejam comuns os conceitos de partes, de causa de pedir e de pedido, en-tidades que podemos designar, assim, de elementos identificadores do processo.

    A par de sua previso abstrata no referido 301, 2, cumpre notar que tais ele-mentos, por alinhados no art. 282 do Cdigo de Processo Civil (incisos II, III e IV), encontraro domiclio, em termos concretos, na petio inicial de cada processo.

    Concluso: o autor, sujeito responsvel pela produo do veculo de lin-guagem petio inicial, que responde pelo mister de definir, in concreto, os quadrantes de uma dada relao processual.

    Axiologicamente, do base a tal inferncia os j de antes mencionados arts. 2 e 262 do Cdigo de Processo Civil, preceitos representativos, em conjunto, do assim chamado princpio da inrcia lembre-se: o Estado-juiz no apenas age por provocao, mas tambm nos limites desta.

    E assim por razo singela: fundado na premissa de um conflito, no pode o processo ser instaurado por iniciativa do Estado-juiz; acaso o fosse, a noo de conflito estaria sendo objeto de desquerida presuno. Alie-se a isso o problema do comprometimento da imparcialidade: presumir conflito antever a posio de uma das partes, transformando-se em tal.

    5. Condies da Ao: Legitimidade e Interesse de Agir

    5.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudadas as condies da ao, sendo abordados aqui a legitimidade e o interesse de agir.

    5.2 Sntese7. Novamente, as condies da ao: Definio in concreto7.1. Conceitos preambulares: jurisdio como atividade vinculada; hipte-

    ses de indeferimento da petio inicialA funo jurisdicional (como de resto a generalidade das funes estatais)

    plenamente vinculada, repugnando a noo de discricionariedade.De tal caracterstica cuida o art. 1 do Cdigo de Processo Civil, dispositivo

    segundo o qual a atividade jurisdicional exercer-se- nos termos firmados pelo prprio cdigo, seguindo, assim, padres de estrita legalidade.17

    17. Art. 1 A jurisdio civil, contenciosa e voluntria, exercida pelos juzes, em todo o territrio nacio-nal, conforme as disposies que este Cdigo estabelece.

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    31Um dos efeitos do reconhecimento da jurisdio como atividade vinculada

    a definio objetiva das hipteses de indeferimento da inicial, mister de que se ocupa o art. 295 do Cdigo de Processo Civil.18

    Dentre as hipteses circunscritas no sobredito artigo, encontram-se as con-dies da ao (ou melhor, sua ausncia), circunstncia que nos reautoriza a dizer: a carncia de ao determinvel, em tese, no momento da apresentao da inicial, constituindo-se, esta, instrumento de linguagem suficiente defini-o, in concreto, das condies da ao.

    7.2. Definio in concreto do conceito de legitimidade, interesse e possibi-lidade jurdica do pedido

    Do que foi dito no item anterior, possvel construir um mtodo de defi-nio, in concreto, das condies da ao. Passa referido mtodo pelo cru-zamento das noes de condies da ao e de elementos identificadores do processo.

    Antes de avanar, porm, algumas observaes de carter preparatrio de-vemos introduzir:

    1) no toa a parcial coincidncia terminolgica que se pe entre as condies da ao e os elementos identificadores do processo (a legiti-midade das partes; a possibilidade jurdica do pedido): de fato, con-dies da ao e elementos identificadores do processo conectam-se, os segundos servindo definio das primeiras;

    2) a definio de legitimidade, no direito positivo, sacada, ordinariamen-te, do art. 6 do Cdigo de Processo Civil (ningum poder pleitear em nome prprio direito material alheio);

    3) interesse de agir condio complexa deflui da conjugao de duas elementares: (i) necessidade da interveno jurisdicional (o que se v, por presuno, sempre que apurada a presena de um conflito de in-teresses); (ii) utilidade ou adequao da tutela aspirada (o que se pede, independentemente de ser devido ou no, tem de estar em conexo com a necessidade manifestada ao Estado-juiz);

    4) possibilidade jurdica do pedido condio da ao cuja compreenso requer a retomada da noo de legalidade (especificamente a que se

    18. Art. 295. A petio inicial ser indeferida: I quando for inepta; II quando a parte for manifestamente ilegtima; III quando o autor carecer de interesse processual; IV quando o juiz verificar, desde logo, a decadncia ou a prescrio (art. 219, 5); V quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, no corresponder natureza da causa, ou ao

    valor da ao; caso em que s no ser indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal; VI quando no atendidas as prescries dos arts. 39, pargrafo nico, primeira parte, e 284.

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    aplica ao particular:19 tudo que no est proibido, est permitido), ou seja: juridicamente possvel todo pedido que, concretamente acolhido ou no, no esbarre em abstrata proibio legal (exemplo eloquente da questo diz com a compensao tributria no mbito federal: antes do advento da Lei n 8.383/1991, sua consecuo era proibida; a partir de ento, afastada a proibio, o pedido passa a ser abstratamente compat-vel com o direito positivo, o que no significa, todavia, que, do ponto de vista concreto, o direito subjetivo compensao esteja irrestritamente assegurado a todos os contribuintes);

    5) na definio pragmtica de causa de pedir, cumpre afastar a literalidade do art. 282, inciso III, do Cdigo de Processo Civil, dispositivo que refe-re, guisa de conceito, os fatos e os fundamentos jurdicos do pedido; antes de usar tal locuo (vaga, convenhamos), cabe entender que: (i) o processo no , de ordinrio, um fim em si mesmo (donde se conclui que toda pretenso h de se assentar, em regra, numa relao jurdica de direito material eis a a noo de causa de pedir remota); (ii) o Judi-cirio no rgo consultivo (do que se conclui que a deduo de uma pretenso depende da exibio de uma situao de conflituosidade eis a a noo de causa de pedir prxima);

    6) retomando: o processo no um fim em si mesmo; logo, o que se pre-tende, por ele, diz com a produo de uma norma individual e concre-ta compositiva de um conflito especificamente hospedado numa dada relao jurdica de direito material (potencial ou efetiva). Concluso: (i) pedido imediato a norma do ponto de vista formal (invlucro), cam-biante de acordo com o tipo processual de que se estiver tratando; (ii) pedido mediato o contedo da norma, no mais das vezes representado pela noo de relao jurdica de direito material (exceo feita, lembre--se, ao processo cautelar).

    Em suma:

    Elementos identificadores do processo

    Subdiviso Definio

    PartesAtiva

    Autor, assim definido na pe-tio inicial

    PassivaRu, assim definido na peti-o inicial

    19. No processo, o conceito de particular abarca ambas as partes, independentemente de sua eventual condio de pessoa jurdica de direito pblico.

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    Elementos identificadores do processo

    Subdiviso Definio

    Causa de pedir

    RemotaRelao jurdica de direito material (potencial ou efeti-va) descrita na inicial

    PrximaAspecto que torna conflituo-sa a relao jurdica de direi-to material (causa remota)

    Pedido

    ImediatoNorma compositiva do con-flito sob o aspecto formal

    Mediato

    Relao jurdica de direito material (potencial ou efeti-va) descrita na inicial (con-tedo da norma)20

    7) os conceitos de parte, causa de pedir e pedido so formais (absolutos); os predicados da legitimidade, do interesse e da possibilidade jurdica, estes sim, justamente por serem predicados, apresentam-se relativos (defluem, assim, no apenas da forma, absoluta, fixada na petio inicial, seno de seu confronto com outros aspectos nela prpria, petio inicial, cravados).20

    6. Condies da Ao: Possibilidade Jurdica do Pedido

    6.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudadas as condies da ao, sendo abordada aqui a possibilidade jurdica do pedido.

    6.2 Sntese8. Condies da Ao Definio: Quadro-resumoAo final, em sntese grfica, assim prescreve o mtodo de definio, in con-

    creto, das condies da ao de que vimos falando:

    20. Percebe-se, no quadro montado, que as definies de causa de pedir remota e de pedido mediato se sobrepem. Motivo: o sistema preordena a necessidade de concatenao lgica da petio inicial, pena de se caracteriz-la como inepta art. 295, pargrafo nico, inciso II, do Cdigo de Processo Civil (natural, pois, a aludida coincidncia de conceitos).

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    Elementos identificadores do processo(art. 301, 2, CPC)

    Condies da ao(art. 267, VI, CPC)

    Partes (art. 282, II) Legitimidade

    Causa de pedir(art. 282, III) { RemotaPrxima Interesse de agir(necessidade+

    utilidade/adequao)

    Pedido (art. 282, IV) Possibilidade jurdica

    Legitimidade: parte-se do conceito formal de parte (indicado na inicial), confrontando-o com o conceito concreto de causa de pedir remota (a relao jurdica de direito material, potencial ou efetiva, que est por detrs do proces-so), conceito esse tambm sacado da inicial.

    Interesse de agir: parte-se do conceito formal de causa de pedir prxima (suficiente verificao da necessidade), confrontando-o com o conceito de pedido (providncia que nos far chegar ideia de utilidade/adequao) todos os conceitos tirados da inicial.

    Possibilidade jurdica: parte-se do conceito formal de pedido (tirado da inicial), confrontando-o com o direito positivo genrica e abstratamente con-siderado (nico dado que, em todo o processo de verificao, no ser tirado da inicial).

  • Captulo 4

    Pressupostos Processuais

    1. Pressupostos Processuais Introduo

    1.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudados os pressupostos processuais, sendo feita uma introduo sobre este tema.

    1.2 Sntese9. Pressupostos processuais9.1. Introduzindo o tema do chamado direito ao processoJ dissemos (i) que procedimento instrumento do processo, (ii) que pro-

    cesso instrumento do direito de ao, (iii) que direito de ao instrumento do direito material em conflito.

    Nessa ordem de ideias, ter-se-ia, ento, que o exame do direito material contro-vertido (mrito) estaria na dependncia da prvia constatao do direito de ao.

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    Conquanto acertada, tal proposio no completa: o direito de ao, por abstrato, imprescinde do processo, modalidade de relao jurdica que o instrumentaliza.

    Concluses: (i) antes de buscar definir se h, em dado caso, o direito de ao, preciso verificar a presena do direito ao processo; (ii) ter direito ao processo signifi-ca ter direito relao jurdica que instrumentaliza o exerccio do direito de ao, vale dizer, o direito de perceber tutela (formal e materialmente) jurisdicional.

    A verificao do direito ao processo conecta-se a um especfico grupo de requisitos, assinalados, mesmo que genericamente, no art. 267, incisos IV e V, do Cdigo de Processo Civil: os denominados pressupostos processuais.21

    2. Conceito de Pressupostos Processuais Positivos

    2.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudados os pressupostos processuais. Vamos ana-lisar agora os pressupostos processuais positivos.

    2.2 Sntese9.2. Pressupostos processuais: gnerosDistingue o Cdigo de Processo Civil duas categorias fundamentais de pres-

    supostos processuais: os afirmativos (pressupostos positivos, elementos que devem estar presentes para que o direito ao processo se verifique) e os negativos (elementos cuja presena prejudica o reconhecimento do direito ao processo).

    Os primeiros pressupostos positivos dividir-se-iam, segundo o inciso IV, em dois subgneros: pressupostos de constituio (existncia) e de desenvolvimento.

    9.3. Pressupostos processuais em espcieOs pressupostos negativos vm expressamente alinhados no inciso V do art.

    267 do Cdigo de Processo Civil.22 Diversamente, os positivos no vm especi-ficados, seno apenas os seus gneros (de constituio e de desenvolvimento), no anterior inciso IV.

    21. De interesse notar, a propsito, que a precedncia lgica do direito ao processo em relao ao direi-to de ao foi percebida pelo prprio Cdigo de Processo Civil, medida que se v os pressupostos processuais identificados em incisos anteriores ao que refere s condies da ao.

    22. A lista constante de tal dispositivo, advirta-se, no fechada; outros pressupostos negativos so de possvel identificao em nosso sistema. fato, entrementes, que os do inciso V, por universais, es-praiam potencial efeito em relao a qualquer categoria processual. No mais, os outros pressupostos negativos (exemplo disso a conveno de arbitragem) incidiriam em relao a hipteses restritas.

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    37Como estratgia prtica para sanar a vacuidade do inciso IV, devemos retor-

    nar ao conceito de processo, buscando identificar o quanto necessrio carac-terizao de uma relao jurdica de tal quilate.

    Suma grfica:232425

    PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

    POSITIVOS (art. 267, IV)

    NEGATIVOS (art. 267, V)

    de constituio(substantivam o processo como tal)

    de desenvolvimento(adjetivam o processo cuja existncia se supe)

    1) coisa julgada(definio: arts. 301, 1, 2 e 3, 2 parte, e 467)23

    1) petio inicial(definio: item 7 retro)

    1) aptido da petio inicial (definio pela negativa: art. 295, par-grafo nico)(B)

    2) litispendncia(definio: art. 301, 1, 2 e 3, 1 parte)24

    2) jurisdio(definio: item 1 retro)

    2) competncia e impar-cialidade do juzo/juiz(C)

    3) perempo(definio: art. 268, par-grafo nico)25

    3) citao(definio geral: art. 213)(A)

    3) validade da citao(D)

    (A) Por geral, a definio do art. 21326 convive com outras tantas, de carter especial, como a que se pe na generalidade dos processos de execuo em tais modalidades, o ru chamado, via citao, para fim diverso.

    23. Art. 301. (...) 1 Verifica-se a litispendncia ou a coisa julgada, quando se reproduz ao anteriormente ajuizada. 2 Uma ao idntica outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo

    pedido. 3 H litispendncia, quando se repete ao, que est em curso; h coisa julgada, quando se repete

    ao que j foi decidida por sentena, de que no caiba recurso. Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficcia, que torna imutvel e indiscutvel a senten-

    a, no mais sujeita a recurso ordinrio ou extraordinrio. 24. Rever notar anterior. 25. Art. 268. (...) Pargrafo nico. Se o autor der causa, por trs vezes, extino do processo pelo fundamento previsto

    no n III do artigo anterior, no poder intentar nova ao contra o ru com o mesmo objeto, ficando--lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.

    26. Art. 213. Citao o ato pelo qual se chama a juzo o ru ou o interessado a fim de se defender.

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    3. Pressupostos de Constituio e Pressupostos de Desenvolvimento

    3.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudados os pressupostos processuais. Vamos anali-sar agora pressupostos de constituio e pressupostos de desenvolvimento.

    3.2 Sntese

    (B) No se confundem os desvalores da inpcia e da irregularidade: o pri-meiro enseja o indeferimento da inicial, com a consequente e imediata extino do processo; o segundo (decorrente da inobservncia da forma desenhada nos arts. 282, 283 e 39, inciso I, do Cdigo de Processo Civil), por sanvel, implica a abertura de ensejo para emenda (art. 284 e/ou pargrafo nico do art. 39).27

    (C) Competncia pressuposto genericamente definido no art. 86;28 im-parcialidade, a seu turno, conceito definido, s avessas, pelos arts. 134 (impedimento)29 e 135 (suspeio).30

    27. A razo de ser de tal distino clara: (i) a irregularidade decorre da ausncia, na inicial, de ele-mentos que nela deviam constar e que, segundo o sistema, podem ser injetados em momento poste-rior; (ii) a inpcia, por decorrer da presena, na inicial, de elementos que nela no podiam constar, apresenta-se como vcio positivo, supondo-se, nesses casos e quando menos de ordinrio, a noo de incorrigibilidade (se aquilo que no podia constar da inicial nela se verifica, imprestvel, desde sempre se h de entend-la).

    28. Art. 86. As causas cveis sero processadas e decididas, ou simplesmente decididas, pelos rgos jurisdi-cionais, nos limites de sua competncia, ressalvada s partes a faculdade de institurem juzo arbitral.

    29. Art. 134. defeso ao juiz exercer as suas funes no processo contencioso ou voluntrio: I de que for parte; II em que interveio como mandatrio da parte, oficiou como perito, funcionou como rgo do

    Ministrio Pblico, ou prestou depoimento como testemunha; III que conheceu em primeiro grau de jurisdio, tendo-lhe proferido sentena ou deciso; IV quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cnjuge ou qualquer parente

    seu, consangneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral at o segundo grau; V quando cnjuge, parente, consangneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na

    colateral, at o terceiro grau; VI quando for rgo de direo ou de administrao de pessoa jurdica, parte na causa. Pargrafo nico. No caso do n IV, o impedimento s se verifica quando o advogado j estava exer-

    cendo o patrocnio da causa; , porm, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz.

    30. Art. 135. Reputa-se fundada a suspeio de parcialidade do juiz, quando: I amigo ntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;

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    39(D) A validade da citao , de todos, o nico pressuposto de desenvolvi-

    mento diretamente imbricado com o respectivo pressuposto de existncia (a prpria citao); significa dizer: citao realizada em desconformidade com o sistema nula desde quando detectado o correlato defeito, deixando de produzir efeitos processuais (da advindo a necessidade de sua refeitura, mesmo que na forma de intimao art. 214, 2, do Cdigo de Processo Civil: Comparecen-do o ru apenas para arguir a nulidade e sendo esta decretada, considerar-se- feita a citao na data em que ele ou seu advogado for intimado da deciso).31

    4. Pressupostos Processuais Negativos

    4.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudados os pressupostos processuais. Vamos ana-lisar agora os pressupostos processuais negativos e a eficcia dos pressu-postos processuais.

    4.2 Sntese

    9.4. Pressupostos processuais: eficciaGenericamente, os pressupostos processuais esto conectados, j o disse-

    mos, definio (ou no) do direito ao processo. Operando no plano da efi-ccia, o caput do art. 267 prescreve a extino do processo sem resoluo do mrito (falando-se, assim, em tutela jurisdicional meramente formal) como efeito que defluiria da ausncia de pressupostos positivos ou da presena de pressupostos negativos.

    Sem prejuzo de sua validade, cumpre ressaltar, todavia, que referido dis-positivo (caput do art. 267), por geral, de possvel aplicao apenas falta de norma especial. Observado isso, vincular-se-iam sorte estabelecida pela

    II alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cnjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral at o terceiro grau;

    III herdeiro presuntivo, donatrio ou empregador de alguma das partes; IV receber ddivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do

    objeto da causa, ou subministrar meios para atender s despesas do litgio; V interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. Pargrafo nico. Poder ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo ntimo. 31. Para alguns, cumpre notar, a hiptese descrita seria representativa da ideia de inexistncia: citao

    realizada revelia das competentes regras, apresentar-se-ia como ato juridicamente inexistente, cir-cunstncia que autorizaria a aplicao, conforme o caso, da teoria da querela nulitatis insanabilis.

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    aludida norma geral os pressupostos negativos (coisa julgada, litispendncia e perempo) e, dos positivos, apenas a aptido da inicial.

    No mais:(1) dos pressupostos positivos de constituio:(1.1) a falta de petio inicial implicaria a inexistncia do processo, circuns-

    tncia que repele, logicamente, a aplicao do art. 267, caput;(1.2) a falta de jurisdio importaria efeito idntico ao da incompetncia

    absoluta (art. 113, 2);32

    (2) quando ausente:(2.1) a competncia, implicada restar a sorte descrita nos arts. 113, 2,

    e 311;33

    (2.2) a imparcialidade, implicado restar o efeito prescrito pelos arts. 313, 1 parte, e 314, in fine;34 e

    (2.3) a validade da citao, implicado restar o contedo do art. 214, 2.35

    32. Art. 113. (...) 2 Declarada a incompetncia absoluta, somente os atos decisrios sero nulos, remetendo-se os

    autos ao juiz competente. 33. Art. 311. Julgada procedente a exceo, os autos sero remetidos ao juiz competente. 34. Art. 313. Despachando a petio, o juiz, se reconhecer o impedimento ou a suspeio, ordenar

    a remessa dos autos ao seu substituto legal; em caso contrrio, dentro de 10 (dez) dias, dar as suas razes, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa dos autos ao tribunal.

    Art. 314. Verificando que a exceo no tem fundamento legal, o tribunal determinar o seu ar-quivamento; no caso contrrio condenar o juiz nas custas, mandando remeter os autos ao seu substituto legal.

    35. Todos dispositivos mencionados representam, na linha retrodefinida, normas especiais que excluem a geral encarnada pelo caput do art. 267.

  • Captulo 5

    Competncia

    1. Competncia Introduo e Conceito

    1.1 Apresentao

    Nesta unidade, ser estudada a competncia, sendo feita aqui introduo sobre o tema.

    1.2 Sntese10. Competncia10.1. Definio, critrios e regrasCompetncia conceito de teoria geral, contornando todas as atividades

    desempenhadas pelo Estado, inclusive a jurisdicional.36

    36. Tanto assim, que, sem prejuzo de nosso foco (a funo jurisdicional), possvel falar, em termos anlogos, em competncia tributria, competncia legislativa, etc.).

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    Em termos estritamente processuais, define-se competncia como um dos possveis limites para o exerccio da funo jurisdicional (art. 86),37 especifica-mente identificado pela conjugao de quatro critrios, todos contemplados no Cdigo de Processo Civil: (i) o funcional (art. 93); (ii) o territorial (arts. 94 a 100); (iii) o material (art. 91); e (iv) o do valor da causa (art. 91).

    Cada um desses critrios apresenta-se guarnecido por regras prprias, no se confundindo uma e outra realidade (critrio de competncia e regra de com-petncia) j por fora do domiclio legal de cada qual: os dispositivos legais atinentes aos critrios de competncia so encontrados, repita-se, no Cdigo de Processo Civil; j os que dizem respeito s regras de definio de competncia, ficam dispersos no sistema normativo (alguns so tirados da Constituio Fede-ral, outros do prprio cdigo, e outros de legislao extravagante).

    2. Competncia Regras dos Arts. 87, 282 e 263 do Cdigo Processual Civil

    2.1 Apresentao

    Nesta unidade, ser estudada a competncia, sendo abordados agora os arts. 87, 282 e 263 do Cdigo Processual Civil.

    2.2 Sntese

    10.2. Perpetuatio jurisdictionisPerpetuatio jurisdictionis expresso que nos remete ao art. 87 do Cdigo

    de Processo Civil,38 regra que norteia o aspecto temporal da fixao do conceito de juzo competente, determinando, em suma, que a competncia se define no momento em que a ao proposta, sendo irrelevantes as modificaes do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o rgo judicirio ou alterarem a competncia em razo da matria ou da hierarquia.39

    37. Art. 86. As causas cveis sero processadas e decididas, ou simplesmente decididas, pelos rgos jurisdi-cionais, nos limites de sua competncia, ressalvada s partes a faculdade de institurem juzo arbitral.

    38. Art. 87. Determina-se a competncia no momento em que a ao proposta. So irrelevantes as modificaes do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o rgo judicirio ou alterarem a competncia em razo da matria ou da hierarquia.

    39. Para boa aplicao da regra, necessrio o cruzamento de uma outra, a do art. 263, primeira parte, onde se l: Art. 263. Considera-se proposta a ao, tanto que a petio inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuda, onde houver mais de uma vara.

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    43Aplicada em diversos momentos pela jurisprudncia, tal regra se pe re-

    fletida, p. e., no teor da Smula n 58 do Superior Tribunal de Justia (pro-posta a execuo fiscal, a posterior mudana de domiclio do executado no desloca a competncia j fixada).

    3. Competncia Conceitos de Jurisdio Especial e Jurisdio Comum

    3.1 Apresentao

    Nesta unidade, ser estudada a competncia, sendo abordados agora os conceitos de jurisdio especial e jurisdio comum.

    3.2 Sntese

    10.3. Jurisdies especiaisJurisdio , assim j o definimos, funo estatal, predominantemente desen-

    volvida pelo Poder Judicirio, tendente composio de conflitos de interesses.Saber quais conflitos so resolvidos por tal ou qual rgo integrante do Ju-

    dicirio (parcela estatal que detm, por predominncia, o exerccio da funo jurisdicional) especulao que se resolveria, em princpio, mediante ingern-cia do conceito de competncia, utilizvel precisamente porque representativo da ideia de limite da jurisdio.

    No obstante acertada, tal proposio esbarra numa ressalva: determinados rgos do Judicirio brasileiro recebem do sistema autorizao para compor conflitos preordenados independentemente de quaisquer investigaes sob o prisma competencial.

    esse o caso (i) da Justia do Trabalho, (ii) da Justia Eleitoral e (iii) da Justia Militar, todas parcelas do Judicirio brasileiro cujas atribuies cir-cunscrevem-se a conflitos previamente identificveis (i) Justia do Traba-lho compete processar e julgar no quaisquer conflitos de interesses, seno especificamente os que se amoldem ao correlato conceito constitucional (art. 114); (ii) Justia Eleitoral, da mesma forma, compete processar e julgar no quaisquer conflitos, seno especificamente os que dizem respeito ao processo eleitoral (verificado entre dois termos temporais, o alistamento dos candidatos e a diplomao dos eleitos); (iii) Justia Militar compete processar e julgar, por fim, especificamente os conflitos que defluam de figuras estipulativamente definidas, no Cdigo Penal Militar, como crime militar.

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    No mais, os outros setores do Judicirio no so destinatrios de atribuies especficas. No se apresentando especial a jurisdio exercida por estes ou-tros rgos, dir-se-ia que, para eles, o tema da competncia fundamental, s se afigurando visvel suas atribuies se e quando manipulados os critrios de competncia fixados no sistema do direito positivo (notadamente no Cdigo de Processo Civil). Nesse escaninho, esto inseridas a Justia Estadual e a Jus-tia Federal.

    Suma grfica:

    JURISDIO

    COMUMEstadual

    Federal

    ESPECIAL

    Trabalhista

    Eleitoral

    Militar

    10.4. Enquadramento da Justia FederalA definio da Justia Federal como setor comum do Judicirio decorre

    de uma viso global de sua estrutura. Acaso estivssemos confrontando Justia Estadual e Justia Federal, a concluso seria outra: por ter suas atribuies contornadas, de maneira fechada, no art. 109 da Constituio, a Justia Federal ostenta um grau de especialidade que a distingue da Justia Estadual, esta, sim, titular de mxima subsidiariedade.

    Concluso: numa viso panormica, considerada a estrutura global do Ju-dicirio, a Justia Federal qualifica-se como comum; confrontada apenas com a Justia Estadual, especial.

    4. Critrios para Definio do Juzo Competente: Critrio Funcional

    4.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudados os critrios para definio do juzo com-petente, sendo abordado aqui o critrio funcional.

    4.2 Sntese10.5. Definio de competncia com base nos critrios do Cdigo de Pro-

    cesso Civil ordem de aplicao

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    45Conquanto assim no diga expressamente o cdigo, os critrios de defini-

    o de competncia que ali se visualiza apresentam clara relao de prejudicia-lidade: teoricamente, todos devem ser manipulados quando se est em busca do conceito concreto de juzo competente; na prtica, todavia, a verificao de certas circunstncias permite que tal labor desenvolva-se pela aplicao de apenas um ou dois ou, no mximo, trs daqueles critrios e no obrigatoria-mente dos quatro.

    Essa noo de prejudicialidade implica a verificao dos critrios na exata ordem em que foram antes apresentados: primeiro o funcional, depois o terri-torial, na sequncia, o material nica ressalva que se h de fazer sobre o tema diz com o valor da causa, do que trataremos mais adiante.

    10.6. Critrio funcionalManifesta-se o critrio funcional sob duas ticas: (i) a horizontal; e (ii) a

    vertical esta ltima de uso muito mais intenso em termos pragmticos, repre-sentando a ideia de hierarquia.

    Horizontalmente, o critrio funcional realiza-se pelas regras que defi-nem as atribuies dos rgos jurisdicionais de idntica posio hierrquica (exemplo: o juzo da Vara Juizado Especial Federal titular, ex lege, de atri-buies que no se incluem no rol das que so cometidas ao juzo de Vara Federal Cvel).

    Verticalmente, de outra parte, o critrio funcional realiza-se pelas regras que definem as atribuies dos rgos jurisdicionais monocrticos em con-fronto com as que so portadas pelos colegiados. Dir-se-ia, por fora de tal cri-trio (tambm chamado, lembre-se, de hierrquico): (i) as Varas (rgos mo-nocrticos) so titulares de competncia funcional vertical (ou, simplesmente, competncia hierrquica) originria; (ii) os Tribunais (rgos colegiados) so titulares de competncia funcional vertical (ou, simplesmente, competncia hierrquica) recursal.

    As proposies at aqui lanadas, por gerais, desafiam, todavia, algumas excees: (i) os Tribunais so contemplados, por vezes, com competncia origi-nria; (ii) as Varas, a seu turno, com atribuies recursais. Neste sentido, veja-se as seguintes hipteses: (i) os arts. 102, I, 105, I, 108, I, todos da Constituio, fixam competncias originrias para, respectivamente, o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justia e os Tribunais Regionais Federais; (ii) o art. 537 do Cdigo de Processo Civil confere ao rgo prolator da deciso re-corrida, independentemente de qual seja, competncia para julgar recurso de embargos de declarao; o art. 34, 3, da Lei n 6.830/1980 confere ao juzo processante da execuo fiscal competncia para julgar o recurso de embargos infringentes (sucedneo do recurso de apelao para as execues fiscais de valores no excedentes ao limite de alada).

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    E precisamente por fora de tais excees que o critrio funcional, segui-da a orientao firmada no item anterior, teria potncia prejudicial, sendo, pois, o de primeirssima aplicao: (i) caso a hiptese eventualmente enfrentada in concreto aloje-se numa das excees dos arts. 102, I, ou 105, I, da Constituio, ser o respectivo processo de competncia originria do Supremo Tribunal Fe-deral ou do Superior Tribunal de Justia (prejudicados restariam, assim, todos os demais critrios, uma vez absorvidos, todos eles, territrio, matria e valor da causa, pelo critrio funcional vertical); (ii) caso a hiptese eventualmente enfrentada aloje-se numa das excees do art. 108, I, ser a respectiva ao processada e julgada, originariamente, num dos Tribunais Regionais Federais (no quedar prejudicado, nesse caso, apenas o critrio territorial, medida que cinco rgos de tal jaez se pem no nosso sistema, distinguindo-se uns dos outros, em princpio, pelo prisma territorial; os outros critrios matria e valor da causa estaro de fato prejudicados, uma vez absorvidos pelo critrio funcional vertical).

    5. Critrios para Definio do Juzo Competente: Critrio Territorial

    5.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudados os critrios para definio do juzo com-petente, sendo abordado aqui o critrio territorial.

    5.2 Sntese

    10.7. Critrio territorialManifesta-se tal critrio em dois conjuntos de regras: (i) arts. 94 a 100 do

    Cdigo de Processo Civil (regras que se aplicam fundamentalmente s lides que se processam na Justia Estadual); (ii) 1 e 2 do art. 109 da Constitui-o, aplicveis quando se estiver tratando de Justia Federal.40

    40. Art. 109. (...) 1 As causas em que a Unio for autora sero aforadas na seo judiciria onde tiver domiclio a

    outra parte. 2 As causas intentadas contra a Unio podero ser aforadas na seo judiciria em que for domici-

    liado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

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    47Suma grfica:

    Regras de competncia territorial (Justia Estadual)

    Art. 94, caput, do CPC regra geralforo do domiclio do ru

    Pargrafos do art. 94 do CPC regras gerais subsidiriasauxiliares da regra geral

    Arts. 95 a 100 do CPC regras especiaisaplicveis s respectivas situaes

    Regras de competncia territorial (Justia Federal)

    1 do art. 109 da CF regra de imperatividadeaplicvel s aes propostas pela Unio (e, por extenso, s aes das demais entidades lista-das no inciso I do mesmo art. 109).

    1 do art. 109 da CF regra de concorrnciaaplicvel s aes propostas contra a Unio (e, por extenso, contra as demais entidades lista-das no inciso I do mesmo art. 109)

    A fora prejudicial do critrio territorial em relao ao subsequente, da ma-tria, deflui de uma singela circunstncia prtica: caso o aplicador conclua que a ao a ser proposta dever s-lo em comarca ou subseo judiciria em que h uma nica Vara (hiptese de competncia plena ou cumulativa), indiferen-te restar qualquer especulao a respeito da matria debatida.

    6. Critrios para Definio do Juzo Competente: Critrio Material e Valor da Causa

    6.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudados os critrios para definio do juzo com-petente, sendo abordados aqui o critrio material e o valor da causa.

    6.2 Sntese10.8. Critrio materialManifesta-se, o critrio da matria, em dois conjuntos de regras: (i) as deno-

    minadas leis de organizao judiciria, as quais se aplicam Justia Estadual;

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    (ii) os regimentos internos dos Tribunais Regionais Federais e respectivos pro-vimentos, aplicveis quando se estiver tratando de Justia Federal.

    Observada a noo de prejudicialidade desde antes anunciada, clara fica a incidncia desse critrio de modo absolutamente secundum eventum litis: s se o aplicar (o critrio em questo, material) se o resultado da incidncia dos critrios anteriores (funcional, especialmente em sua verso vertical, e territo-rial) o autorizar.

    10.9. Critrio do valor da causaSegundo o art. 91 do Cdigo de Processo Civil, o critrio do valor da causa

    manifesta-se por meio de regras integrantes das denominadas leis de organiza-o judiciria, proposio aplicvel, todavia, apenas Justia Estadual. Para a Justia Federal, o critrio em foco quedou em estado de dormncia at 2001, falta de regras, no sistema, que o manipulassem.

    Com o advento da Lei n 10.259/2001, muda esse quadro: criados so os Juizados Especiais Federais, rgos integrantes da Justia Federal, cuja compe-tncia definir-se-ia mediante a aplicao de tal critrio.

    Duas observaes devem ser feitas, entretanto:(i) a competncia dos juizados no pautada unicamente no critrio do

    valor da causa, decorrendo, antes disso, da conjugao de pelo menos trs cri-trios, o prprio valor da causa (art. 3, caput),41 a matria ( 1 do art. 3)42 e a qualidade do demandante (art. 6)43 esse ltimo critrio constitui novidade introduzida pela lei especial, uma vez no encontrado no regime jurdico geral do Cdigo de Processo Civil;

    (ii) a competncia dos juizados, porque resulta da combinao de diversos critrios (e no apenas no valor da causa), no se afirma como relativa. D con-ta disso o art. 3, 3, da Lei n 10.259/2001, dispositivo segundo o qual nas lo-

    41. Art. 3. Compete ao Juizado Especial Federal Cvel processar, conciliar e julgar causas de competn-cia da Justia Federal at o valor de sessenta salrios mnimos, bem como executar as suas sentenas.

    42. Art. 3 (...) 1 No se incluem na competncia do Juizado Especial Cvel as causas: I referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituio Federal, as aes de mandado de

    segurana, de desapropriao, de diviso e demarcao, populares, execues fiscais e por impro-bidade administrativa e as demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogneos;

    II sobre bens imveis da Unio, autarquias e fundaes pblicas federais; III para a anulao ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natureza previdenci-

    ria e o de lanamento fiscal; IV que tenham como objeto a impugnao da pena de demisso imposta a servidores pblicos civis

    ou de sanes disciplinares aplicadas a militares. 43. Art. 6 Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cvel: I como autores, as pessoas fsicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas

    na Lei n 9.317, de 5 de dezembro de 1996; II como rs, a Unio, autarquias, fundaes e empresas pblicas federais.

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    49calidades em que tais rgos (os juizados) estiverem instalados sua competn-cia se definir de modo absoluto.44 Significa dizer: o aspecto territorial tambm elemento relevante no processo de definio de competncia dos juizados, notadamente para qualific-la, sua competncia, como absoluta (excludente da de qualquer outro rgo) ou relativa (concorrente com a competncia de outras pores do Judicirio).

    7. Competncia dos Juizados Especiais Federais

    7.1 Apresentao

    Nesta unidade, ser estudada a competncia dos Juizados Especiais Federais.

    7.2 Sntese

    10.10. Ordem de aplicao dos critrios de definio de competncia na Justia Federal: enfrentando o particular problema dos Juizados Especiais Federais

    Em vista das observaes assinaladas no item anterior, a composio do conceito concreto de juzo competente no mbito da Justia Federal deve ser feita hoje, mediante sensvel alterao da ordem usualmente preconizada para aplicao dos critrios: aps especular sobre o critrio funcional (buscando identificar se a hiptese concreta se submete ou no, excepcionalmente, ao Supremo Tribunal Federal, ao Superior Tribunal de Justia ou aos Tribunais Regionais Federais), dever o aplicador (desde que igualmente superada a pos-sibilidade de o feito pertencer ao particular universo das justias especiais do Trabalho, Eleitoral ou Militar) enfrentar o problema dos Juizados Especiais Federais, para s ento, no sendo sua a competncia, caminhar adiante na direo do critrio territorial e material.45

    44. Art. 3 (...) 3 No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Es