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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU DIREITO PROCESSO CIVIL TEMAS PROPOSTOS: ATOS POSTULATÓRIOS E RESPOSTAS DO RÉU NOÇÕES INICIAIS Em sua essência o processo é a relação jurídica de direito público que vincula Autor, Juiz e Réu, mas que se consttui, se desenvolve e se exterioriza por atos que não existem por si só, isoladamente, mas dentro de um contexto lógico-procedimental de começo, meio e fm. Na verdade, o legislador no respectvo ttulo (“Dos atos processuais”), destacou alguns de seus aspectos, especialmente os relatvos à sua forma, descrevendo apenas certos atos, não pretendendo esgotar o assunto, vez que em outros capítulos encontramos também a descrição ou a defnição legal de atos do processo. Como orientação geral, para a formulação de um conceito de ato processual, é possível traçar um paralelo entre o ato processual e o ato jurídico, categoria a que, na verdade, pertence, observando-se que o do processo não existe isoladamente, mas dentro de uma entdade maior, como uma parcela que não tem vida própria fora do todo. A primeira distnção a fazer é a relatva à diferença entre fatos processuais e atos processuais, à semelhança do que ocorre entre fatos e atos jurídicos. Todo fato, humano ou não, que tenha repercussão no processo é um fato processual, como, por exemplo, a morte da parte, o fechamento imprevisível do fórum, que determina o adiamento das audiências ou a prorrogação dos prazos que nesse dia se venceriam etc. Não são, também, atos processuais os atos ou negócios jurídicos que, a despeito de poderem ter consequências no processo, não têm por fnalidade a produção de efeitos processuais, como, por exemplo, a alienação da coisa ou direito litgioso, que tem infuência no processo (v. art. 42), mas a vontade que a determinou não era diretamente dirigida à relação processual. Para o processo, esses atos ou negócios jurídicos são meros fatos. Ato processual é a manifestação de vontade de um dos sujeitos do processo, dentro de uma das categorias previstas pela lei processual, que tem por fm criar, modifcar ou extnguir a relação processual. Alexandre Freitas Câmara defne ato processual como os atos que têm por consequência imediata a consttuição, a conservação, o desenvolvimento, a modifcação ou a extnção de um processo. Exemplos: consttuição – demanda; conservação – medida cautelar; desenvolvimento – audiência preliminar (CPC, art. 331); modifcação – alteração do pedido; extntvo – sentença. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS Dois são os critérios que podem ser utlizados para a classifcação dos atos processuais: o critério objetvo e o critério subjetvo. Critério objetvo: Procura agrupar os atos processuais segundo seu conteúdo, segundo a natureza da modifcação causada na relação processual. Convém lembrar, porém, alguns tpos de atos agrupados segundo seu objeto: A PÓS QUE ACOMPANHA VOCÊ | www.posestacio.cers.com.br

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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUDIREITO PROCESSO CIVIL

TEMAS PROPOSTOS: ATOS POSTULATÓRIOS E RESPOSTAS DO RÉU

NOÇÕES INICIAIS

Em sua essência o processo é a relação jurídica de direito público que vincula Autor, Juiz e Réu, mas que se consttui, se desenvolve e se exterioriza por atos que não existem por si só, isoladamente, mas dentro de um contexto lógico-procedimental de começo, meio e fm.

Na verdade, o legislador no respectvo ttulo (“Dos atos processuais”), destacou alguns de seus aspectos, especialmente os relatvos à sua forma, descrevendo apenas certos atos, não pretendendo esgotar o assunto, vez que em outros capítulos encontramos também a descrição ou a defnição legal de atos do processo.

Como orientação geral, para a formulação de um conceito de ato processual, é possível traçar um paralelo entre o ato processual e o ato jurídico, categoria a que, na verdade, pertence, observando-se que o do processo não existe isoladamente, mas dentro de uma entdade maior, como uma parcela que não tem vida própria fora do todo.

A primeira distnção a fazer é a relatva à diferença entre fatos processuais e atos processuais, à semelhança do que ocorre entre fatos e atos jurídicos.

Todo fato, humano ou não, que tenha repercussão no processo é um fato processual, como, por exemplo, a morte da parte, o fechamento imprevisível do fórum, que determina o adiamento das audiências ou a prorrogação dos prazos que nesse dia se venceriam etc. Não são, também, atos processuais os atos ou negócios jurídicos que, a despeito de poderem ter consequências no processo, não têm por fnalidade a produção de efeitos processuais, como, por exemplo, a alienação da coisa ou direito litgioso, que tem infuência no processo (v. art. 42), mas a vontade que a determinou não era diretamente dirigida à relação processual. Para o processo, esses atos ou negócios jurídicos são meros fatos.

Ato processual é a manifestação de vontade de um dos sujeitos do processo, dentro de uma das categorias previstas pela lei processual, que tem por fm criar, modifcar ou extnguir a relação processual.

Alexandre Freitas Câmara defne ato processual como os atos que têm por consequência imediata a consttuição, a conservação, o desenvolvimento, a modifcação ou a extnção de um processo.

Exemplos: consttuição – demanda; conservação – medida cautelar; desenvolvimento –audiência preliminar (CPC, art. 331); modifcação – alteração do pedido; extntvo – sentença.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

Dois são os critérios que podem ser utlizados para a classifcação dos atos processuais: o critério objetvo e o critério subjetvo.

Critério objetvo: Procura agrupar os atos processuais segundo seu conteúdo, segundo a natureza da modifcação causada na relação processual. Convém lembrar, porém, alguns tpos de atos agrupados segundo seu objeto:

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a) atos postulatórios, que são atos das partes pleiteando algo perante o juiz, provocando-lhe uma decisão;

b) atos negociais, que são atos de transação das partes perante o juiz, atngindo o mérito da demanda, sendo também chamados negócios jurídicos processuais;

c) atos probatórios, relatvos à produção de prova;

d) atos decisórios, os do juiz, resolvendo questões relatvas ao processo, ao procedimento ou ao mérito etc.

Critério subjetvo: O critério subjetvo procura agrupar os atos processuais segundo o sujeito do processo de que emanam, podendo, portanto, ser atos da parte, do juiz e dos auxiliares da justça (classifcação seguida pelo CPC)

ATENÇÃO!

Na prátca de atos processuais devem ser respeitados os seguintes princípios:

Princípio da Tipicidade: O princípio da tpicidade preceitua que os atos processuais devem corresponder a um modelo previamente consignado na lei, que lhe dá, senão todos, pelo menos os requisitos básicos.

Assim, ao se falar em petção inicial, apelação, sentença, depoimento pessoal etc., já se antevê o tpo de ato de que se trata, devendo, cada um deles, ao ser pratcado, assumir a confguração legal.

Pode-se dizer, portanto, que o esquema do desenvolvimento do processo já está todo defnido, cabendo aos seus sujeitos a atuação de acordo com ele e suas alternatvas. Diferente é a situação, em face dos atos da vida civil, perante o direito material. Há atos ou negócios jurídicos tpicos, mas a atuação dos sujeitos não se limita a eles, nem se encontram eles dentro de um esquema de procedimento lógico.

Princípio da publicidade: O princípio da publicidade, consagrado no art. 155, representa uma das garantas do processo e da distribuição da justça.

Os atos processuais são públicos, salvo aqueles que – em razão do interesse público, ou para resguardar algum interesse partcular relevante – devam ser realizados em segredo de justça. A regra, portanto, é a publicidade.

Princípio da instrumentalidade das formas: O princípio da instrumentalidade das formas, consagrado nos arts. 154 e 244, preceitua que os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente o exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a fnalidade essencial e, ainda, que, se a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a fnalidade. As formas, portanto, em princípio não são solenes, considerando-se, mais, o fm a que se destnam.

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DOS ATOS DAS PARTES

O processo se instaura por iniciatva de parte, dai a indispensabilidade da atvidade da parte para a existência do processo e seu desenvolvimento. Essa atvidade está intmamente ligada ao conceito de ônus processual.

►Ônus processual é a situação em que a prátca de determinado ato leva a parte a obter determinado efeito processual ou impedir que ele ocorra.

►Os atos das partes, por conseguinte, correspondem aos ônus estabelecidos pelo direito processual, e elas os pratcam com o fm de obter uma situação favorável, tendo em vista o resultado fnal que é a expectatva de vencer a demanda.

Sob o aspecto formal, os atos das partes podem ser petções, cotas e condutas de interesse para o processo.

►As petções, que são os requerimentos dirigidos ao juiz, podem ter conteúdo postulatório (quando a parte solicita um pronunciamento do juiz), declaratório (quando apresenta uma declaração de vontade), instrutório (quando apresenta prova).

►As cotas são manifestações escritas nos próprios autos quando o juiz abriu a oportunidade para a parte manifestar-se.

►As condutas podem ser da própria parte ou do procurador pela parte, apresentando variedade tão grande que não comporta classifcação. São condutas, por exemplo, o depoimento pessoal, o depósito de uma coisa ou de dinheiro, a exibição de pessoa ou coisa feita pela parte etc..

►Os atos declaratórios, sejam eles pratcados por petção, por cota ou por meio de condutas, por serem manifestações de vontade das partes, em princípio produzem imediatamente a consttuição, a modifcação ou a extnção de direitos processuais (art. 158). Podem, todavia, depender de homologação pelo juiz ou, no caso da desistência da ação, além da homologação, da aceitação da parte contrária (art. 158, parágrafo único, c/c o art. 267, § 4º). Essas manifestações de vontade são também chamadas de atos dispositvos porque têm por fm dispor sobre a formação, extnção ou modifcação da relação processual, provocando-lhe alterações.

►A omissão da parte pode também produzir efeitos processuais. A parte que deixa de agir em face de um ônus processual aceita, queira ou não queira, a conseqüência legalmente preestabelecida. O processo é uma sequência dinâmica de atos, na sua forma exterior, e não permanece indefnidamente paralisado pela omissão da parte. O tema será melhor desenvolvido ao se tratar da contumácia e da revelia.

►Os atos das partes são de quatro espécies: postulatórios, dispositvos, instrutórios e reais.

1)Atos postulatórios são aqueles que contém alguma solicitação ao Estado-Juiz. Dividem-se em requerimentos (quando dizem respeito a questões processuais) e pedidos (estes dizem respeito ao mérito da causa, sendo certo que - como visto anteriormente – o pedido é um dos elementos identfcadores da demanda o autor). Verifca-se a diferença entre as duas espécies de

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ato postulatório quando se observa que da petção inicial, instrumento através do qual se ajuíza a demanda, deve constar “o pedido com suas especifcações” (art.282, IV do CPC), e também “o requerimento para citação do réu” (art.282, VIII). Aquele que a lei processual chama de pedido, corresponde ao objeto do processo, ou seja, ao mérito da causa. Este, denominado pela lei de requerimento, concerne a um aspecto processual, qual seja, a citação do demandado para integrar a relação processual.

2)Atos dispositvos são declarações de vontade destnadas a dispor da tutela jurisdicional. Podem ser unilaterais, quando pratcados por apenas uma das partes, como o reconhecimento do pedido, a renúncia à pretensão ou a desistência da ação; e concordantes, pratcados por ambas as partes, como a transação e a convenção para suspensão do processo.

3)Atos instrutórios são os que têm por fnalidade convencer o julgador da verdade, preparando-o para decidir. Instruir, como se sabe, signifca preparar, razão pela qual nada impede se afrme que todo ato processual realizado antes da formação do provimento jurisdicional fnal é instrutório. Adota-se, aqui, porém, o termo em sentdo mais estrito, reconhecendo-se duas espécies de atos instrutórios: as alegações, manifestações aduzidas em defesa do interesse de uma ou outra das partes, como a sustentação oral no julgamento de um recurso, os memoriais, e mesmo as alegações contdas na petção inicial e na contestação; e os atos probatórios, atos de produção de prova pratcados pelas partes, como a confssão e o depoimento pessoal.

4)Atos reais = aqueles que se manifestam re, non verbis. Em outras palavras, temos aqui que se caracterizam por seu aspecto material, não sendo propriamente atos de postulação, razão pela qual são chamados por notável doutrinador italiano de “atos jurídicos de evento fsico”. Exemplo de ato real é o pagamento das custas judiciais.

ANÁLISE DO NCPC

[...]

Dos Atos das Partes

Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vonta-de produzem imediatamente a consttuição, modifcação ou extnção de direitos processuais.

Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial.

Art. 201. As partes poderão exigir recibo de petções, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em cartório.

Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais o juiz manda-rá riscar, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário-mínimo.

ESTUDO DA PETIÇÃO INICIAL

a) Aspectos gerais

A petção inicial pode ser conceituada como a peça inaugural do processo, pela qual o autor provoca a atvidade jurisdicional que é, em regra, inerte.

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A petção inicial é a forma da demanda, o seu instrumento. A demanda é o conteúdo da petção inicial.

Como o juiz não age de ofcio, a petção inicial é, universalmente, a peça preambular ou inaugural do processo, independentemente do rito sobre o qual incidirá, tornando-se responsável, por conseguinte, pela instauração da demanda.

É o instrumento escrito (Atenção! Na Justça do Trabalho e nos Juizados Especiais Cíveis a inicial pode ser “oral” devendo, entretanto, ser reduzida á termo pelo servidor responsável), que contém o pedido do autor, assim como os demais requisitos pertnentes à individualização subjetva e objetva da ação.

b) Requisitos da petção Inicial

O artgo 282 do CPC indica os requisitos da petção inicial:

Indicação do juiz ou tribunal a que é dirigida a petção (art. 282, I)

Com o inciso I, aponta-se o órgão competente para conhecer da demanda, delimitando-se, assim, competência.

Nomes, prenomes, estado civil, profssão, domicílio e residência do autor e do réu (art. 282, II)

O incisos II, III e IV dizem respeito aos elementos da ação: partes, causa de pedir e pedido.

O inciso II exige a indicação do nome e da qualifcação das partes.

Contudo, em ações contra muitos réus, o nome e qualifcação de cada um deles pode constar de documento anexo.

Atenção!!!

Em ações de reintegração de posse, em casos como o de invasões de terras por integrantes do “Movimento dos Sem Terra”, tem-se com razão dispensado a indicação do nome de cada um dos invasores, sendo a ação movida contra os invasores ou ocupantes, citando-se os líderes do movimento, ou todos, com o uso de megafone.

É possível, ainda, em outros casos, que o juiz haja de se contentar com a descrição fsica do réu e indicação do lugar em que se encontre.

Os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido

Determina-se a causa de pedir não apenas com a indicação da relação jurídica de que se trata (propriedade, por exemplo), mas também com a indicação do respectvo fato gerador (aquisição da propriedade por compra e venda, por doação, por sucessão morts causa, etc.).

Adotou, assim, o Código, não a teoria da individualização (bastaria a indicação da relação jurídica correspondente, especialmente nas ações reais – causa de pedir imediata), mas a da substanciação (os fatos integram a causa de pedir – causa de pedir mediata, fátca ou remota).

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Exige-se a indicação do fundamento jurídico do pedido (propriedade, por exemplo), não a indicação do dispositvo legal correspondente.

Distngue-se a teoria da substanciação da teoria da individuação:

Teoria da substanciação: Um dos requisitos da petção inicial é o fato e o fundamento jurídico do pedido, para tanto adotou o CPC a teoria da substanciação da causa de pedir, segundo a qual, se exige do demandante a indicação na exordial, do fato jurídico e da relação jurídica dela decorrente.

Teoria da Individuação: Não basta a indicação da relação jurídica efeito do fato jurídico, sem que indique o demandante qual o suporte jurídico que lhe deu causa.

A cumulação de pedidos incompatveis entre si é caso de inépcia da inicial (art. 292, I / 295 P.U IV do CPC) caso seja possível, interessante formulá-los, a técnica correta é dos pedidos SUBSIDIÁRIOS, ou eventuais.

O pedido

O pedido é requisito que tem a função de delimitar a atvidade jurisdicional (princípio da adstrição ao pedido). Há possibilidade de cumulação: a) simples, quando houver a possibilidade de se formular pedidos que podem ser atendidos de forma englobada ou somada. ex: danos morais e materiais; b alternatva(art. 288, CPC), quando a obrigação puder ser satsfeita por diversas formas. ex: determinação para que certa empresa proceda com a instalação de acústca que impeça ruídos ou desligamento do aparelho de som. O ponto marcante e que o diferencia do sucessivo é que, no alternatvo, não há ordem de prioridade; c) sucessiva (art. 289, CPC), concedido quando vislumbrado a impossibilidade do deferimento do pleito formulado em ordem de prioridade. Ex: não transferência de atvidade para local distante da residência do servidor ou pagamento de adicional; entrega de coisa ou perdas e danos, etc.

Consoante destaca o artgo 286, CPC, o pedido deve ser certo e determinado (não obstante o CPC se refra ao “ou” ao invés do conectvo “e”). Assim, além de delimitar a natureza do pedido (dano material, por exemplo), deve o autor especifcar o montante ou o objeto específco do pleito. O legislador excepciona o comando em questão nas situações mencionada no artgo 286, in verbis:

Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico:

I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petção os bens demandados; ações universais são aqueles em que se demandam uma coletvidade de bens. Noutros termos, ocorre quando se pleiteia uma universalidade de fato (ex: ação em que se reivindica locadora arrendada) ou de direito (ex: ação de petção de herança);

II - quando não for possível determinar, de modo defnitvo, as consequências do ato ou do fato ilícito: Ex: ação de indenização por danos materiais em que não houve, ainda, a estabilização dos danos.

III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser pratcado pelo réu. É o caso da ação de prestação de contas ou, ainda, da ação em que se postula uma obrigação de fazer ou sua conversão em perdas e danos.

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Urge ressaltar, a teor do entendimento consagrado no âmbito do egrégio STJ, que o pedido genérico poderá ser formulado em sede de danos morais (286, II), haja vista a impossibilidade de se extremar a mágoa interna causada ao autor da demanda, sendo mister que o magistrado arbitre o quantum, atendendo-se a certos critérios (condição econômica, extensão do dano, etc.)

O valor da causa

O valor da causa, a que se refere o inciso V, pode ser importante para fns de determinação do órgão competente, do procedimento a ser observado, dos recursos cabíveis e do valor da taxa judiciária, das custas e da condenação em multas.

O valor da causa é o 'quanto' representatvo', precisado e estpulado pelo autor em moeda corrente nacional, ao tempo da propositura da ação, e atribuído na petção inicial, considerando-se, para sua fxação, regras ditadas na Lei Instrumental Civil ou fazendo-se sua estpulação criteriosamente, quando assim é facultado.

Ressalte-se que não consttui violação ao art. 282, V, do CPC a não extnção de processo sem apreciação do mérito, se a omissão em indicar o valor da causa não acarretar qualquer prejuízo às partes.

As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados

Na petção inicial, deverá o autor indicar de maneira especifcada as provas que pretende demonstrar o fato consttutvo do seu direito alegado, não bastando requerer ou muito menos protestar genericamente pela produção de todos os meios de prova admitdos em direito.

A falta de indicação das provas que pretende produzir pode autorizar o julgamento antecipado da lide, dispensada a audiência de instrução.

O requerimento para a citação do réu

O requerimento de citação do réu atende fortemente ao princípio dispositvo. Não é o juiz que chama o réu a juízo, mas o autor, através do juiz.

O STJ tem entendido que a circunstância de não se ter requerido a citação não haverá de conduzir à nulidade do processo se aquela foi feita e atendida pelo réu, não se podendo colocar em dúvida que se postulava prestação jurisdicional.

Consttui ônus do autor o adiantamento das custas referentes à citação do réu, sem o que ela não se efetvará.

DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS À PROPOSITURA DA AÇÃO (ART. 283)

O autor deverá acostar, desde logo, os documentos indispensáveis à propositura da demanda.

Admissibilidade da inicial

Proposta a ação, os autos serão conclusos ao magistrado para que o mesmo delibere acerca do recebimento da inicial. Poderá o mesmo adotar uma das seguintes posturas:

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emenda: o juiz determinará a emenda quando a inicial contver vícios sanáveis, a exemplo de petção que não contém requerimento de intmação do MP, nos casos em que a lei exige; ou quando o autor esquece de fornecer endereço do réu.

indeferimento liminar (art. 295)1: Deparando-se o juiz com petção inicial defeituosa, deve determinar que o autor a emende ou complete, como já visto.

Entretanto, não cumprindo o autor a diligência ou cometdos quaisquer dos vícios insanáveis indicados no art. 295 o juiz indeferirá a petção inicial, caso em que se extngue o processo, sem resolução do mérito por sentença-TERMINATIVA- apelável, nos moldes do art. 296 do CPC.

Havendo apelação, ao magistrado é facultado exercer o juízo de retratação no prazo de 48 horas. Caso contrário, remeterá os autos diretamente ao tribunal.

- improcedência liminar (art. 285-A, CPC): quando a causa versar sobre matéria de direito e o juízo houver proferido anterior sentença de improcedência em caso semelhante, dispensará a citação do réu e rejeitará diretamente o pedido. É o que a doutrina tem denominado de “sentença-tpo”.

O objetvo é proporcionar a celeridade processual, evitando-se todo um procedimento, quando já se sabe, de antemão, o posicionamento do juízo de primeiro grau acerca da matéria. A exemplo do que ocorre com o indeferimento liminar, a interposição do recurso de apelação comportará o juízo de retratação, aqui, entretanto, no prazo de 05 (cinco) dias.

recebimento: quando devidamente preenchidos os requisitos legais a inicial será recebida e o juiz determinará a realização da citação do réu.

1 O artigo 295 estabelece:

Art. 295. A petição inicial será indeferida:I - quando for inepta;II - quando a parte for manifestamente ilegítima;III - quando o autor carecer de interesse processual;IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, § 5o);V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;VI - quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, parágrafo único, primeira parte, e 284.Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando:I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;III- o pedido for juridicamente impossível;IV- contiver pedidos incompatíveis entre si.Recebida a inicial e citado o réu, já não cabe indeferimento da inicial, podendo, porém, decretar-se a extinção do processo por inépcia da inicial.

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NO NCPC

[...]

CAPÍTULO II

DA PETIÇÃO INICIAL

Seção IDos Requisitos da Petção Inicial

Art. 319. A petção inicial indicará:

I - o juízo a que é dirigida;

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profssão, o nú-mero de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o en-dereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

IV - o pedido com as suas especifcações;

V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.

§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petção inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.

§ 2o A petção inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se re-fere o inciso II, for possível a citação do réu.

§ 3o A petção inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II des-te artgo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justça.

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Art. 320. A petção inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.

Art. 321. O juiz, ao verifcar que a petção inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de difcultar o julgamento de mérito, de-terminará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com pre-cisão o que deve ser corrigido ou completado.

Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petção inicial.

Seção II

Do Pedido

Art. 322. O pedido deve ser certo.

§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de su-cumbência, inclusive os honorários advocatcios.

§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princí-pio da boa-fé.

Art. 323. Na ação que tver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessi-vas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.

Art. 324. O pedido deve ser determinado.

§ 1o É lícito, porém, formular pedido genérico:

I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;

II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;

III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser pratcado pelo réu.

§ 2o O disposto neste artgo aplica-se à reconvenção.

Art. 325. O pedido será alternatvo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo.

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Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternatvo.

Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fm de que o juiz co-nheça do posterior, quando não acolher o anterior.

Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternatvamente, para que o juiz acolha um deles.

Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedi-dos, ainda que entre eles não haja conexão.

§ 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação que:

I - os pedidos sejam compatveis entre si;

II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;

III - seja adequado para todos os pedidos o tpo de procedimento.

§ 2o Quando, para cada pedido, corresponder tpo diverso de procedimento, será admitda a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pe-didos cumulados, que não forem incompatveis com as disposições sobre o procedimento comum.

§ 3o O inciso I do § 1o não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326.

Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não partcipou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito.

Art. 329. O autor poderá:

I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de con-sentmento do réu;

II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com con-sentmento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artgo à reconvenção e à respectva causa de pedir.

Seção III

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Do Indeferimento da Petção Inicial

Art. 330. A petção inicial será indeferida quando:

I - for inepta;

II - a parte for manifestamente ilegítma;

III - o autor carecer de interesse processual;

IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.

§ 1o Considera-se inepta a petção inicial quando:

I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;

II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;

III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

IV - contver pedidos incompatveis entre si.

§ 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstmo, de fnanciamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na pe-tção inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quant-fcar o valor incontroverso do débito.

§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá contnuar a ser pago no tempo e modo contratados.

Art. 331. Indeferida a petção inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.

§ 1o Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.

§ 2o Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a cor-rer da intmação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334.

§ 3o Não interposta a apelação, o réu será intmado do trânsito em julgado da sentença.

CAPÍTULO III

DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO

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Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da cita-ção do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justça;

II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justça em julgamento de recursos repettvos;

III - entendimento frmado em incidente de resolução de demandas repettvas ou de as-sunção de competência;

IV - enunciado de súmula de tribunal de justça sobre direito local.

§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verifcar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.

§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intmado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241.

§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.

§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

CAPÍTULO IV

DA CONVERSÃO DA AÇÃO INDIVIDUAL EM AÇÃO COLETIVA

Art. 333. (VETADO).

RESPOSTAS DO RÉU

A resposta do réu pode ser defnida como a resistência que este opõe ao pedido formulado pelo autor, por meio de uma defesa processual (objeção- art. 301 do CPC) e uma defesa de mérito, sendo considerado um ato processual pelo qual o réu impugna o processo e a pretensão do autor. A defesa é processual, quando existe a impugnação do instrumento (ação ou processo) de que se pretende valer o autor para a afrmação do seu direito, objetvando evitar a análise do mérito, sendo apresentada através de uma preliminar de contestação se a matéria é de objeção (ex.: litspendência e a coisa julgada, materiais processuais de ordem pública) ou uma exceção em sentdo estrito se a alegação é de incompetência relatva, suspeição ou impedimento do juiz. A defesa é de mérito quando impugna o direito do autor, sendo realizada através da contestação de maneira substancial ou material, podendo ser indireta (quando consiste em opor fato extntvo, modifcatvo ou impeditvo do direito do autor) ou direta (quando consiste em resistência que

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ataca a própria pretensão do autor, negando-a quanto aos fatos ou quanto ao direito material). O prazo para apresentação de resposta do réu regra geral é de 15 dias, dentro do qual deve o réu apresentar, querendo, contestação, exceção, reconvenção. Sendo vários réus com procuradores diferentes, o prazo será em dobro (art. 191 do CPC), começando a contar, regra geral, da juntada aos autos do últmo mandado de citação devidamente cumprido. (art. 241, III, do CPC).

1. Da contestação: é o ato processual pelo qual o réu apresenta sua resposta à pretensão do autor, expondo todos os motvos de fato e de direito de sua resistência. A contestação pode ter matéria de caráter processual (sob a forma de preliminar) e de mérito. Da mesma forma que a inicial, a contestação excepcionalmente também admite complementação diante da ocorrência de fatos supervenientes, ou quanto à matéria considerada absoluta (não preclui) como, por exemplo, no caso de impedimento do juiz e prescrição. A contestação está sujeita a dois princípios, a saber:

a) Princípio da eventualidade: todas as defesas devem ser apresentadas de uma só vez, em caráter alternatvo ou subsidiário, sob pena de preclusão desta oportunidade. É o ônus da parte de alegar toda a matéria, sob pena de não poder fazê-lo posteriormente (art. 300/302 do CPC), não se aplicando tal princípio na hipótese de direito superveniente (direito subjetvo) decorrente da situação de fato ou de alteração legislatva que venha se apurar no caso (hipótese de retroatvidade da lei), nas questões que o juiz dela reconhecer de ofcio ( nulidade absoluta) ou na hipótese de prescrição;

b) Ônus da impugnação especifcada: é o ônus de impugnar os fatos especifcadamente, sob pena de ser considerados verdadeiros. Esse princípio comporta exceção quando o fato não comportar confssão, se a inicial não tver acompanhada de documento indispensável, se os fatos não impugnados estverem em contradição com a defesa em seu todo ou se outro litsconsorte contestar os mesmos fatos que já fcaram controvertdos. O não cumprimento desse princípio, torna o fato alegado incontroverso, portanto dispensado de prova, (art. 334 do CPC). Caso o réu não apresente regularmente sua contestação, produzirá uma situação processual denominada REVELIA (art. 319 do CPC), gerando em decorrência deste fato, como regra geral, os efeitos de presunção de veracidade dos fatos afrmados pelo autor e não impugnados especifcadamente pelo réu. A presunção de veracidade decorrente da revelia não é absoluta. Assim, se existrem elementos nos autos que levem à conclusão contrária, não está obrigado o juiz a decidir em favor do pedido do autor (art. 131 do CPC). Ressalvadas as hipóteses do art. 320 do CPC, a revelia induz o efeito da confssão fcta, presunção de veracidade, tornando os fatos incontroversos (art. 334 do CPC) e determinando o julgamento antecipado da lide (art. 330, II, do CPC), extnguindo-se o processo com julgamento de mérito, com a procedência ou improcedência do pedido. Para que produza tais efeitos é indispensável que no mandado de citação conste a cominação expressa da parte fnal do art. 285 do CPC “não sendo contestada a ação se presumirá aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos artculados pelo autor.” Ocorrendo a revelia, “o autor não poderá alterar o pedido, ou a causa de pedir, nem tampouco demandar declaração incidente...” (art. 321 do CPC). Esse dispositvo visa coibir abusos que eventualmente poderiam ocorrer uma vez que, revel, o réu não é mais intmado dos atos do processo, até seu efetvo ingresso na demanda. Assim, como regra, não contestando a ação ou abandonando-a, contra o revel aplica-se o disposto no art. 322 do CPC, correndo contra o mesmo os prazos independentemente de intmação. Todavia, poderá o réu ingressar a qualquer momento no processo, passando, a partr desta data, a ser regularmente

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intmado na pessoa de seu advogado, sendo, entretanto, vedado ao mesmo discutr questões já decididas sobre as quais ocorrer preclusão.

1.1. Da estrutura da contestação. Das preliminares - objeções processuais (art. 301 do CPC): as matérias de objeção são alegadas em preliminar da contestação, podendo regra geral serem conhecidas de ofcio pelo juiz, devendo ser analisadas antes do mérito. Assim temos:

a) Inexistência ou nulidade de citação - comparecendo o réu está suprida a falha de citação, mas pode o réu apresentar-se apenas para alegar o vício, reabrindo-se o prazo para contestar, a contar da data em que ele ou seu advogado for intmado da decisão (art. 214 do CPC);

b) Incompetência absoluta - a incompetência absoluta trata-se da competência em razão da matéria e funcional. A competência territorial é relatva - devendo ser alegada em exceção ritual do art. 304, sob pena de se ver prorrogada. A absoluta não se prorroga, daí sua arguição não depender de exceção, alegando-se como preliminar de contestação;

c) Inépcia da Petção Inicial - se o juiz não observar os vícios de ofcio, cabe ao réu alegar na contestação, uma vez que a inépcia pode determinar o indeferimento da inicial de plano;

d) Perempção - perda do direito de ação quando o autor der causa por três vezes, à extnção do processo sem julgamento do mérito. (arts. 267, III, e 268, parágrafo único, do CPC);

e) Litspendência - verifca-se quando se repete ação idêntca a que está em curso;

f) Coisa julgada - ocorre quando se reproduz ação idêntca a outra que já foi julgada por sentença de mérito de que não caiba mais recurso. É indispensável que o primeiro tenha-se se encerrado com sentença de mérito, porque se a extnção foi sem julgamento do mérito, a ação pode ser repetda;

g) Conexão - quando entre duas ações lhe for comum o objeto e a causa de pedir. Não determina a extnção do processo, mas altera a competência territorial e em razão do valor, bem como a competência de juízo por distribuição (arts. 103 e 106 do CPC). A mesma coisa acontece com a contnência (art. 104 do CPC) que deve ser alegada como preliminar de contestação, apesar de não constar expressamente neste rol;

h) Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização - a matéria está disciplinada nos arts. 7º a 13 do CPC. Verifcando a incapacidade ou irregularidade na representação, o juiz suspende o processo e marca o prazo razoável para ser sanado o defeito. Não sendo cumprida a determinação no prazo, o juiz extnguirá o processo se o defeito se referir ao autor (art. 267, V, do CPC), declarará o réu revel se a ele couber a correção da irregularidade, ou excluirá o terceiro do processo se sua situação for irregular;

i) Convenção de Arbitragem - Conjunto formado pela cláusula compromissória e pelo compromisso arbitral (Lei Arbitragem - art. 3º), podendo o réu alegar, em sede de preliminar, que a demanda não pode ser submetda ao juízo estatal. O juiz não pode conhecer dessa matéria de ofcio, dependendo, pois, de alegação da parte, sob pena de preclusão.

j) Carência da ação - refere-se à falta de uma das condições da ação: legitmidade, interesse processual e possibilidade jurídica do pedido. A falta dessa últma é motvo também de inépcia da inicial. Reconhecida a carência também se extngue o processo (art. 267, VI, do CPC).

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k) Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar - Exigência expressa da lei para permitr a parte poder litgar em juízo. Assim, sendo p. ex., o autor não domiciliado no Brasil ou aqui não possuindo bens, o juiz poderá exigir a prestação de caução para que o mesmo possa aqui litgar no intuito de garantr as despesas processuais e os honorários advocatcios, sob pena da extnção do processo sem julgamento do mérito.

Da estrutura da contestação. Do mérito: quanto ao mérito, a defesa versa objetvamente contra a pretensão do autor, quer atacando o pedido formulado, quer expondo fatos impeditvos, modifcatvos ou extntvos do direito do autor. É importante que o réu impugne especifcamente as alegações produzidas na petção inicial, sob pena de estas serem tdas como verdadeiras uma vez que fatos incontroversos não precisam ser provados (Art. 302 e 304 do CPC).

Das exceções processuais: a exceção deverá ser apresentada em peça autônoma e será processada em apenso aos autos principais. É considerada uma defesa processual indireta para questonar a parcialidade do juiz quanto aos fatos relacionados pelo Código de Processo Civil como suspeição ou impedimento, ou ainda sua incompetência relatva para o julgamento a causa.

Da exceção de impedimento e/ou suspeição (art. 312 e seguintes): podem ser apresentadas tanto pelo autor quanto pelo réu diante das hipóteses elencadas junto aos arts. 134 e 135 do CPC, devendo ser apresentadas no prazo máximo de 15 dias contados do conhecimento do fato que gerou o impedimento ou a suspeição do magistrado. Com a apresentação da exceção, o processo será suspenso e o juiz poderá reconhecer seu impedimento/suspeição ordenando por consequência a remessa dos autos ao seu substtuto legal, salientando que dessa decisão não se admite nenhum recurso. Caso o mesmo não reconheça os motvos alegados pela parte, apresentará suas razões em 10 dias, remetendo o feito ao tribunal para julgamento. Caso a exceção seja desprovida de fundamento a mesma será arquivada; se procedente, o tribunal condenará o juiz nas custas processuais e determinará a remessa dos autos ao seu substtuto legal. Importante consignar que os motvos de impedimento por se tratarem de matéria de ordem pública, podem ser alegados em todo e qualquer momento processual, não havendo o que se falar em preclusão. Já os motvos da suspeição, caso não sejam alegados em momento oportuno são atngidos pelo fenômeno da preclusão.

Da exceção de incompetência relatva (art. 307 e seguintes): consiste na modalidade de resposta do réu que tem por objetvo arguir a incompetência relatva do juízo a fm de impedir a prorrogação da competência. Deve ser apresentada através de petção diferente da contestação, na qual o excipiente explanará suas razões da incompetência do juízo e indicará devidamente qual o juízo competente para o julgamento da causa. Uma vez recebida, o processo será suspenso até o efetvo julgamento da exceção. (art. 304 do CPC). Do resultado desse julgamento pelo magistrado, caberá agravo de instrumento no prazo de 10 dias (art. 524 do CPC) dirigido ao Tribunal competente. Caso o réu não apresente esta exceção, ocorrerá a preclusão e o juízo que, de início, era incompetente para julgamento da causa, se torna competente diante da inércia da parte.

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Impugnação dos benefcios da gratuidade de justça: os benefcios da gratuidade de justça são concedidos àqueles juridicamente pobres, que não possuam condições de arcar com as custas do processo e honorários de advogado sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família (art. 2º , parágrafo único, da Lei nº 1.060/50), podendo ser concedido pelo juiz com base em declaração especifca (art. 4º da Lei nº 1.060/50). Os benefcios da gratuidade de justça compreendem todos os atos do processo do inicio ao fnal em todas as instâncias, bem como outros de natureza extraprocessual (arts. 6º e 9º da Lei nº 1.060/50). Qualquer das partes poderá impugnar os benefcios concedidos a outra, requerendo a revogação da gratuidade diante da demonstração que a declaração de pobreza apresentada pela parte não condiz com a realidade, sendo o ônus dessa prova do próprio impugnante, a teor do art. 333, I, do CPC. De regra, deve ser apresentada em petção especifca, gerando, por consequência, um incidente processual que será autuado em apartado, e será instruído devidamente para analise da situação de pobreza da parte benefciada, situação esta que desafa recurso de Apelação (art. 17 da Lei nº 1.060/50). Caso a decisão seja efetuada no curso do processo, por se tratar de decisão interlocutória, admite-se recurso de Agravo de Instrumento (art. 524 do CPC).

RESPOSTA DO RÉU NO NOVO CPC:

I - INTRODUÇÃO

As diversas inovações do novo Código de Processo Civil já sancionado, visa imprimir maior celeridade ao trâmite processual.

Destacam-se a concentração na contestação das respostas do réu e a modifcação da forma de contagem do prazo para oferecimento da contestação, bem como a previsão de uma audiência preliminar de conciliação antes do oferecimento da contestação.

AS RESPOSTAS DO RÉU NO SISTEMA ATUAL

Conforme o art. 297 do CPC, o réu poderá oferecer, no prazo de 15 dias, contestação, exceção e reconvenção. Dispõe ainda o art. 299 que a contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peças autônomas e a exceção será processada em apenso aos autos principais.

Poderá ainda o réu oferecer impugnação ao valor da causa (CPC, art. 261) e ao pedido de justça gratuita (art. 4º, §2º da Lei 1060/50), ambas autuadas em apenso.

Exceção é o incidente processual destnado à arguição de incompetência relatva do juízo, e de impedimento e suspeição do juiz. A reconvenção possibilita ao réu formular pretensão em face do autor, caso tal pretensão seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

No sistema do CPC atual, as diversas possíveis respostas do réu devem ser ofertadas no prazo comum de 15 dias, porém em petções distntas. No tocante à contestação e a reconvenção, de acordo com o art. 299 do CPC, devem ser apresentadas simultaneamente. Assim, apesar de não ser necessário que para reconvir o autor tenha contestado a ação, se quiser apresentar as duas respostas, terá de fazê-lo simultaneamente ou seja, ao mesmo tempo. Caso não o faça, haverá preclusão, ainda que, por exemplo, apresente a reconvenção dentro do prazo de 15 dias, mas após a apresentação da contestação.

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Assim, o sistema vigente impõe ao réu a prátca de diversos atos distntos para apresentação de sua resposta no processo de conhecimento, inclusive com a formação de autos apartados no caso das exceções, impugnação ao valor da causa e ao pedido de justça gratuita, o que acaba por tornar mais complexa a relação processual, podendo também ter consequências quanto ao tempo de solução da lide, uma vez que caso o réu oponha exceção como resposta, haverá suspensão do processo, conforme o disposto nos artgos 265, III e 306.

AS MODIFICAÇÕES CONTIDAS NO NOVO CPC

Consta do NCPC a concentração de todas as possíveis respostas do réu (contestação propriamente, reconvenção, exceções, impugnação ao valor da causa e justça gratuita) em uma única petção, conforme previsão do art. 338 e 340, matérias que no sistema do atual CPC, com exceção da alegação de incompetência absoluta, devem se processar em autos apartados, além de diversas alterações quanto à contagem do prazo para resposta, reconvenção e audiência de conciliação.

Tais modifcações importam em benéfca simplifcação de atos processuais, evitando-se a formação de diversos autos apartados, com resultado na economia processual.

a) Contagem do prazo para resposta

O NCPC inova quanto à contagem do prazo para oferecimento da contestação. No sistema do atual CPC, no procedimento ordinário, cita-se o réu para oferecer defesa no prazo de 15 dias (art. 213 c/c art. 297).

O NCPC estabelece uma forma diferenciada de início de contagem do prazo para a resposta do réu. Conforme o art. 335 do NCPC, se a petção inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação com antecedência mínima de trinta dias, devendo ser citado o réu com pelo menos vinte dias de antecedência.

Uma leitura mais apressada desse dispositvo leva a pensar que a resposta do réu deverá ser apresentada na audiência de conciliação. Porém de acordo com o art. 335, §5º do NCPC, a citação do réu é para comparecimento à audiência de conciliação, podendo este manifestar seu desinteresse na autocomposição através de petção no prazo de dez dias de antecedência contados da data da audiência.

No sistema atual, observa-se o disposto no art. 241 para a contagem do prazo para oferecimento da resposta do réu. Conforme o NCPC restou mantdo o prazo de 15 dias para oferecimento da contestação, porém o termo inicial observará o disposto no art. 335, contando-se da data:

I – da audiência de conciliação ou da últma sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;

II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação apresentado pelo réu (art. 335, II), quando ocorrer a hipótese em que ambas as partes manifestem desinteresse na realização da audiência de conciliação;

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III – prevista no art. 231 (que fxa o termo inicial da contagem de prazos, correspondente ao atual art. 241 do CPC atual), de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.

Caso se trate de litsconsórcio passivo, na hipótese de que todos os litsconsortes manifestem desinteresse na conciliação (art. 334, § 6º do NCPC), o termo inicial será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectvo pedido de cancelamento da audiência (art. 335, §1º).

Quando se tratar de processo em que não se admita a autocomposição e houver litsconsórcio passivo, se o autor desistr da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intmação do despacho que homologar a desistência (art. 335, §2º).

Restou mantda a previsão de contagem em dobro do prazo para litsconsortes com procuradores distntos no art. 229 do NCPC, porém foi extnta a previsão de prazo computado em quádruplo para contestar (CPC atual, art. 188) para a Fazenda Pública e o Ministério Público, que junto com a Defensoria Pública, gozarão do prazo em dobro para suas manifestações (artgos 181, 184 e 186 do NCPC, respectvamente).

Caso o réu alegue na contestação sua ilegitmidade passiva ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em quinze dias, a alteração da petção inicial para substtuição do réu, devendo o autor reembolsar as despesas e pagará honorários ao procurador do réu excluído (art. 339 do NCPC). Porém quando alegar sua ilegitmidade incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutda sempre que tver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta da indicação (art. 340).

Este dispositvo põe fm à nomeação à autoria, e importa em aproveitamento do processo, evitando a extnção por falta de interesse processual em razão ilegitmidade passiva, que demandaria a propositura de nova ação.

Reconvenção

Pelo NCPC, a reconvenção poderá vir na própria contestação, não sendo mais necessário seu oferecimento em petção autônoma (art. 344). Mas restou mantda a possibilidade de que o réu proponha a reconvenção independente de oferecer a contestação, em razão de tratar-se a reconvenção de uma ação incidente do réu contra o autor da ação originária, em que se propõe uma demanda conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa (art. 344, §7º).

O autor na reconvenção é o réu do processo originário, sendo réu o autor daquele. Porém no NCPC a legitmação atva e passiva na reconvenção foi ampliada, na medida em que passa a admitr que o réu proponha a reconvenção em litsconsórcio atvo com terceiro, bem como que seja proposta a reconvenção em face do autor da ação originária em litsconsórcio passivo com um terceiro (art. 344, §§ 4º e 5º).

Proposta a reconvenção, intma-se o autor na pessoa de seu advogado para responder no prazo de 15 dias (art. 343, §1º). A desistência da ação ou a ocorrência de causa extntva que impeça o exame do mérito da ação não obsta o prosseguimento do processo quanto à reconvenção (art. 343, §2º), uma vez que a reconvenção é uma ação autônoma incidental, não estando necessariamente seu desfecho vinculado ao destno da ação principal.

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Assim, poderá a reconvenção ser indeferida liminarmente ou julgada liminarmente improcedente, cabendo dessa decisão agravo de instrumento, por expressa disposição do ART. 343, §3º, não sendo mais obrigatório o julgamento de ação e reconvenção na mesma sentença.

De acordo com o art. 343, §5º do NCPC, se o autor for substtuto processual, o reconvinte deverá afrmar ser ttular de direito em face do substtuído e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substtuto processual.

c) Audiência preliminar de conciliação

Outra importante inovação é a previsão de uma audiência preliminar de conciliação. No sistema atual, a tentatva de conciliação se dá em diversos momentos do curso processual, como na audiência preliminar do art. 331 do CPC, previamente ao início da audiência de instrução (art. 448), no rito ordinário, na audiência de conciliação do rito sumário (art. 277), nos embargos à execução (art. 740) uma vez que cabe ao Juiz tentar conciliar as partes a qualquer tempo (art. 125, IV). Mas essas hipóteses de tentatva de conciliação, salvo a do art. 277 do CPC no procedimento sumário, ocorrem após a apresentação da resposta do réu.

De acordo com o art. 335 do NCPC, será designada audiência de conciliação prévia, antes do oferecimento da resposta do réu. O réu será citado para comparecer à audiência com antecedência mínima de vinte dias e o prazo para contestação somente fuirá após a realização desta (art. 336, I), ou caso não seja realizada, a contagem será conforme as demais disposições do art. 336. A intmação do autor será feita na pessoa de seu advogado.

O comparecimento das partes é obrigatório e a ausência injustfcada, caso não manifestem autor e réu previamente seu desinteresse na conciliação (art. 334, §5º), é considerado ato atentatório à dignidade da justça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertda em favor da União ou do Estado. (art. 334, §8º).

A audiência será conduzida por conciliador ou mediador, onde houver (art. 334, §1º), podendo haver mais de uma sessão destnada à mediação e conciliação, caso necessário à composição das partes, respeitado o intervalo máximo de dois meses da primeira audiência (art. 334, §2º), permitda a realização por meios eletrônicos (art. 334, §7º).

A conciliação poderá ser rejeitada de plano pelo autor na petção inicial ou pelo réu no prazo de 10 dias que antecederem a audiência evitando assim a realização de ato processual inútl, com refexo no tempo de duração do processo (art. 335, §5º), inovação que se tver efcácia poderá consttuir fator de signifcatva economia processual. Também não será realizada a audiência de conciliação quando não for admissível a autocomposição.

Havendo litsconsórcio, o desinteresse pela realização da audiência de conciliação deverá ser manifestado por todos os litsconsortes.

Na audiência, as partes devem estar acompanhadas de seus advogados, podendo consttuir representante devidamente credenciado com poderes para transigir.

CONCLUSÃO

As inovações trazidas pelo NCPC buscam dar efetvidade aos princípios da economia processual e da razoável duração do processo, concentrando um maior número de atos

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processuais, evitando a realização de atos inúteis e a repetção de demandas quando possível solucionar diversas questões dentro do mesmo processo, como nas hipóteses de alegação de ilegitmidade passiva pelo réu e da possibilidade de litsconsórcio na reconvenção.

Com relação à resposta do réu, o NCPC simplifca o procedimento, ao possibilitar que a contestação concentre todas as possíveis respostas do réu, evitando a formação de diversos autos apartados.

Estabelece um procedimento comum, aplicável a todas as causas, salvo disposição em contrário, bem como aos procedimentos especiais e ao processo de execução (art. 319), simplifcando o rito processual.

A previsão da audiência de conciliação prévia, antes do oferecimento da contestação, torna o procedimento comum previsto no NCPC assemelhado ao atual procedimento sumário e ao rito do processo trabalhista, uma vez que é obrigatório o comparecimento das partes. Possibilita assim maior celeridade, pois oportuniza as partes a composição logo no início da relação processual. Por outro lado, caso não haja interesse na composição naquele momento, podem desde logo se manifestar, evitando a realização de ato inútl.

Pelo visto, o NCPC busca privilegiar a celeridade e a razoável duração do processo, sem descuidar da garanta da ampla defesa. Somente o tempo e a prátca cotdiana poderão demonstrar se os objetvos pretendidos serão alcançados, uma vez aprovado, e se as inovações efetvamente implicarão em melhora na qualidade da prestação jurisdicional quanto ao tempo de resposta para as demandas dos jurisdicionados.

Resta saber se as inovações contdas no NCPC serão acompanhadas da melhora da infraestrutura administratva necessária à sua concretzação, em face das diversas alterações introduzidas.

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