direito processual civil introdução ao processo de execução
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Direito Processual CivilIntroduo ao Processo de Execuo.
Noes gerais.A atividade jurisdicional identifica-se pela atuao da vontade concreta da lei, atravs da substituio das partes pelo Estado Juiz.Essa atividade jurisdicional pode ser cognitiva (Processo de Conhecimento) ou executria (Processo de Execuo).
Processo de Conhecimento X Processo de ExecuoNo Processo de Conhecimento o juiz investiga os fatos ocorridos, definindo a aplicao da norma jurdica ao caso concreto.No Processo de Execuo busca-se o resultado prtico, a satisfao do direito previamente reconhecido. No h discusso sobre a existncia do direito.
Processo de Conhecimento X Processo de ExecuoWambier: H dois tipos de atividade jurisdicional: a cognitiva e a executria. A primeira prevalentemente intelectual: o juiz investiga fatos ocorridos anteriormente e define qual a norma que est incidindo no caso concreto. Enfim, uma atividade lgica, e no material. A segunda prevalentemente material: busca-se um resultado prtico, fisicamente concreto.
Aplicao subsidiria do Processo de Conhecimento.Art. 598. Aplicam-se subsidiariamente execuo as disposies que regem o processo de conhecimento.
Ex.: regras para as prticas de atos processuais, contagem de prazos, recursos, etc.
Requisitos do Processo de Execuo e da fase de cumprimento da sentena.Incidncia das regras gerais sobre os pressupostos processuais e as condies da ao, exigidas no Processo de Conhecimento.Existncia, no entanto, de outros requisitos, chamados de especficos (art. 580):Ttulo executivo;Liquidez, certeza e exigibilidade; eInadimplemento.Artigos 586 e 618, I.
Objetivo da Execuo.Atravs da execuo forada, o Estado intervm no patrimnio do devedor para tornar efetiva a vontade sancionatria, realizando, custa do devedor, sem ou at contra a vontade deste, o direito do credor.
Ttulo executivo (I). cada um dos atos jurdicos que a lei reconhece como necessrios e suficientes para legitimar a realizao da execuo, sem qualquer nova ou prvia indagao acerca da existncia do crdito. ato, retratado documentalmente, necessrio e suficiente para ensejar atuao executiva, sem nova ou prvia investigao do mrito.Nulla executio sine titulo.
Ttulo executivo (II).A lei enumera exaustivamente os ttulos executivos. Podem ser:Judiciais (art. 475-N); eExtrajudiciais (art. 585).
Ttulos executivos judiciais (475-N):A sentena proferida no processo civil que reconhea a existncia de obrigao de fazer, no fazer, entregar coisa ou pagar quantia.Refere-se parte condenatria de qualquer sentena do Processo de Conhecimento, transitada em julgado. Inclui, tambm, as sentenas de natureza constitutiva e declaratria, no que diz respeito parte condenatria (ex., sucumbncia).
Ttulos executivos judiciais (475-N):
A sentena penal condenatria transitada em julgado.A sentena condenatria no processo crime vale, para a vtima ou familiares, de ttulo executivo para receber indenizao do criminoso, no mbito cvel.No ser necessrio novo processo para verificar a responsabilidade do autor do ilcito.Basta que se proceda a liquidao do valor devido, em procedimento de liquidao de sentena (ser visto adiante).
Ttulos executivos judiciais (475-N):A sentena homologatria de conciliao ou de transao, ainda que verse matria no posta em juzo.
A sentena arbitral.Lei n. 9.307/96, arts. 23 e seguintes.
O acordo extrajudicial, homologado judicialmente.
Ttulos executivos judiciais (475-N):
A sentena estrangeira, homologada pelo STF.Arts. 483 e 484 do CPC e arts. 215 e seguintes do RISTF.
Formal e a certido de partilha.
Ttulos executivos extrajudiciais (585):A letra de cmbio, a nota promissria, a duplicada, a debnture e o cheque.Ttulos de crdito.A escritura pblica ou outro documento pblico assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transao referendado pelo MP, pela Defensoria Pblica ou pelos advogados dos transatores.
Ttulos executivos extrajudiciais (585):Os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e cauo, bem como os de seguro de vida.Nova redao. Hipoteca, penhor, anticrese e cauo so direitos reais de garantia (arts. 1419 e seguintes do CCivil).O crdito decorrente de foro e laudmio.Nova redao.
Ttulos executivos extrajudiciais (585):V - o crdito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imvel, bem como de encargos acessrios, tais como taxas e despesas de condomnio (nova redao).o crdito de serventurio de justia, de perito, de intrprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorrios forem aprovados por deciso judicial (nova redao).
Ttulos executivos extrajudiciais (585):VII - a certido de dvida ativa da Fazenda Pblica da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios, correspondente aos crditos inscritos na forma da lei (nova redao).VIII - todos os demais ttulos a que, por disposio expressa, a lei atribuir fora executiva (nova redao).
Liquidez, certeza e exigibilidade.Artigo 586. A execuo para cobrana de crdito fundar-se- sempre em ttulo de obrigao certa, lquida e exigvel.Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou j fixada em liquidao, no o efetue no prazo de 15 dias, (...).Certeza: no se discute o direito, mas a exata definio de seus elementos (obrigao certa, com a natureza da prestao, seu objeto e sujeitos).Exigibilidade: precisa indicao de que a obrigao j deve ser cumprida (ver art. 582).Liquidez: exata definio do quantum devido.
Exemplo de falta de certeza e liquidez em um ttulo:Contratos de abertura de crdito em conta corrente: No ttulo executivo nem mesmo quando acompanhado de extrato pormenorizado do dbito (Smula 233, STJ).
Inadimplemento (I).Art. 580. A execuo pode ser instaurada caso o devedor no satisfaa a obrigao certa, lquida e exigvel, consubstanciada em ttulo executivo Art. 581. O credor no poder iniciar a execuo, ou nela prosseguir, se o devedor cumprir a obrigao; mas poder recusar o recebimento da prestao, estabelecida no ttulo executivo, se ela no corresponder ao direito ou obrigao; caso em que requerer ao juiz a execuo, ressalvado ao devedor o direito de embarg-la.
Inadimplemento (II).Art. 582. Em todos os casos em que defeso a um contraente, antes de cumprida a sua obrigao, exigir o implemento da do outro, no se proceder execuo, se o devedor se prope satisfazer a prestao, com meios considerados idneos pelo juiz, mediante a execuo da contraprestao pelo credor, e este, sem justo motivo, recusar a oferta. (Regra da exigibilidade)Pargrafo nico. O devedor poder, entretanto, exonerar-seda obrigao, depositando em juzo a prestao ou a coisa; caso em que o juiz suspender a execuo, no permitindo que o credor a receba, sem cumprir a contraprestao, que lhe tocar.
A ao de execuo:Direito de exigir que o Estado tome providncias efetivas para o cumprimento da obrigao pelo devedor. Remanesce no ttulo extrajudicial. Todavia, a fase de cumprimento da sentena tambm tem carter de tutela executiva (Wambier).
Competncia (I).Art. 575. A execuo, fundada em ttulo judicial, processar-se- perante:Os tribunais superiores, nas causas de sua competncia originria (ver art. 475-P, I).O juzo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdio (ver art. 475-P, II).Revogado.O juzo cvel competente, quando o ttulo for sentena penal condenatria ou sentena arbitral (ver art. 475-P, III).
Competncia (II).Art. 576. A execuo, fundada em ttulo extrajudicial, ser processada perante o juzo competente, na conformidade do disposto no Livro I, Ttulo IV, Captulos II e III.Art. 578. A execuo fiscal ser proposta no foro do domiclio do ru; se no o tiver, no de sua residncia ou no do lugar onde for encontrado.
Alguns princpios informativos da tutela jurisdicional executiva (I).Toda execuo real, isto , incide direta e exclusivamente sobre o patrimnio (e no sobre a pessoa).A execuo tende apenas satisfao do direito do credor. Tanto assim que o art. 659 define que sero penhorados tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal, juros, custas e honorrios advocatcios.
Alguns princpios informativos da tutela jurisdicional executiva (II).Princpio do menor sacrifcio do executado. Art. 620. Quando por vrios meios o credor puder promover a execuo, o juiz mandar que se faa pelo modo menos gravoso para o devedor.
Direito Processual CivilSujeitos da Execuo.
Podem promover a execuo (art. 566):I-o credor a quem a lei confere ttulo executivo;II-o Ministrio Pblico, nos casos prescritos em lei.
Podem promover a execuo (art. 567):O esplio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do ttulo executivo.O cessionrio, quando o direito resultante do ttulo executivo for transferido por ato entre vivos.O sub-rogado, nos casos de sub-rogao legal ou convencional.
Podem sofrer a execuo (568):O devedor, reconhecido como tal no ttulo;O esplio, os herdeiros ou sucessores de devedor;O novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigao resultante do ttulo;O fiador judicial;O responsvel tributrio, assim definido em legislao prpria.
Tambm ficam sujeitos execuo, os bens (art. 592):I - do sucessor a ttulo singular, tratando-se de execuo fundada em direito real ou obrigao reipersecutria; II - do scio, nos termos da lei;III - do devedor, quando em poder de terceiros;IV - do cnjuge, nos casos em que os seus bens prprios, reservados ou de sua meao respondem pela dvida;V - alienados ou gravados com nus real em fraude de execuo.
Direito Processual Civil Responsabilidade patrimonial.
Noes gerai