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Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução.

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Page 1: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Direito Processual Civil

Introdução ao Processo de Execução.

Page 2: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Noções gerais.

• A atividade jurisdicional identifica-se pela atuação da vontade concreta da lei, através da substituição das partes pelo Estado Juiz.

• Essa atividade jurisdicional pode ser cognitiva (Processo de Conhecimento) ou executória (Processo de Execução).

Page 3: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Processo de Conhecimento X Processo de Execução

• No Processo de Conhecimento o juiz investiga os fatos ocorridos, definindo a aplicação da norma jurídica ao caso concreto.

• No Processo de Execução busca-se o resultado prático, a satisfação do direito previamente reconhecido. Não há discussão sobre a existência do direito.

Page 4: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Processo de Conhecimento X Processo de Execução

• Wambier: Há dois tipos de atividade jurisdicional: a cognitiva e a executória. A primeira é prevalentemente intelectual: o juiz investiga fatos ocorridos anteriormente e define qual a norma que está incidindo no caso concreto. Enfim, é uma atividade lógica, e não material. A segunda é prevalentemente material: busca-se um resultado prático, fisicamente concreto.

Page 5: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Aplicação subsidiária do Processo de Conhecimento.

• Art. 598. Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições que regem o processo de conhecimento.

• Ex.: regras para as práticas de atos processuais, contagem de prazos, recursos, etc.

Page 6: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Requisitos do Processo de Execução e da “fase de cumprimento da sentença”.

• Incidência das regras gerais sobre os pressupostos processuais e as condições da ação, exigidas no Processo de Conhecimento.

• Existência, no entanto, de outros requisitos, chamados de específicos (art. 580):

a) Título executivo;b) Liquidez, certeza e exigibilidade; ec) Inadimplemento.o Artigos 586 e 618, I.

Page 7: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Objetivo da Execução.

• Através da execução forçada, o Estado intervém no patrimônio do devedor para tornar efetiva a vontade sancionatória, realizando, à custa do devedor, sem ou até contra a vontade deste, o direito do credor.

Page 8: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Título executivo (I).• É cada um dos atos jurídicos que a lei

reconhece como necessários e suficientes para legitimar a realização da execução, sem qualquer nova ou prévia indagação acerca da existência do crédito.

• É ato, retratado documentalmente, necessário e suficiente para ensejar atuação executiva, sem nova ou prévia investigação do mérito.

• Nulla executio sine titulo.

Page 9: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Título executivo (II).

• A lei enumera exaustivamente os títulos executivos. Podem ser:

a) Judiciais (art. 475-N); eb) Extrajudiciais (art. 585).

Page 10: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Títulos executivos judiciais (475-N):

I. A sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia.

• Refere-se à parte condenatória de qualquer sentença do Processo de Conhecimento, transitada em julgado. Inclui, também, as sentenças de natureza constitutiva e declaratória, no que diz respeito à parte condenatória (ex., sucumbência).

Page 11: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Títulos executivos judiciais (475-N):

II. A sentença penal condenatória transitada em julgado.• A sentença condenatória no processo crime vale, para a

vítima ou familiares, de título executivo para receber indenização do criminoso, no âmbito cível.

• Não será necessário novo processo para verificar a responsabilidade do autor do ilícito.

• Basta que se proceda a liquidação do valor devido, em procedimento de liquidação de sentença (será visto adiante).

Page 12: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Títulos executivos judiciais (475-N):

III. A sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que verse matéria não posta em juízo.

IV. A sentença arbitral.• Lei n. 9.307/96, arts. 23 e seguintes.

V. O acordo extrajudicial, homologado judicialmente.

Page 13: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Títulos executivos judiciais (475-N):

VI. A sentença estrangeira, homologada pelo STF.

• Arts. 483 e 484 do CPC e arts. 215 e seguintes do RISTF.

VII. Formal e a certidão de partilha.

Page 14: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Títulos executivos extrajudiciais (585):

I. A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicada, a debênture e o cheque.

• Títulos de crédito.II. A escritura pública ou outro documento

público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo MP, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores.

Page 15: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Títulos executivos extrajudiciais (585):

III. Os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida.

• Nova redação. Hipoteca, penhor, anticrese e caução são direitos reais de garantia (arts. 1419 e seguintes do CCivil).

IV. O crédito decorrente de foro e laudêmio.• Nova redação.

Page 16: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Títulos executivos extrajudiciais (585):

V. V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio (nova redação).

VI. o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial (nova redação).

Page 17: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Títulos executivos extrajudiciais (585):

• VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei (nova redação).

• VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva (nova redação).

Page 18: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Liquidez, certeza e exigibilidade.

• Artigo 586. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.

• Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de 15 dias, (...).

• Certeza: não se discute o direito, mas a exata definição de seus elementos (obrigação certa, com a natureza da prestação, seu objeto e sujeitos).

• Exigibilidade: precisa indicação de que a obrigação já deve ser cumprida (ver art. 582).

• Liquidez: exata definição do quantum devido.

Page 19: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Exemplo de falta de certeza e liquidez em um título:

• Contratos de abertura de crédito em conta corrente: Não é título executivo nem mesmo quando acompanhado de extrato pormenorizado do débito (Súmula 233, STJ).

Page 20: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Inadimplemento (I).• Art. 580.  A execução pode ser instaurada caso o

devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo

• Art. 581. O credor não poderá iniciar a execução, ou nela prosseguir, se o devedor cumprir a obrigação; mas poderá recusar o recebimento da prestação, estabelecida no título executivo, se ela não corresponder ao direito ou à obrigação; caso em que requererá ao juiz a execução, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la.

Page 21: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Inadimplemento (II).• Art. 582. Em todos os casos em que é defeso a um

contraente, antes de cumprida a sua obrigação, exigir o implemento da do outro, não se procederá à execução, se o devedor se propõe satisfazer a prestação, com meios considerados idôneos pelo juiz, mediante a execução da contraprestação pelo credor, e este, sem justo motivo, recusar a oferta. (Regra da exigibilidade)

• Parágrafo único. O devedor poderá, entretanto, exonerar-seda obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa; caso em que o juiz suspenderá a execução, não permitindo que o credor a receba, sem cumprir a contraprestação, que lhe tocar.

Page 22: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

A ação de execução:

• Direito de exigir que o Estado tome providências efetivas para o cumprimento da obrigação pelo devedor.

• Remanesce no título extrajudicial. Todavia, a fase de “cumprimento da sentença” também tem caráter de tutela executiva (Wambier).

Page 23: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Competência (I).• Art. 575. A execução, fundada em título

judicial, processar-se-á perante:I. Os tribunais superiores, nas causas de sua

competência originária (ver art. 475-P, I).II. O juízo que decidiu a causa no primeiro grau

de jurisdição (ver art. 475-P, II).III. Revogado.IV. O juízo cível competente, quando o título for

sentença penal condenatória ou sentença arbitral (ver art. 475-P, III).

Page 24: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Competência (II).

• Art. 576. A execução, fundada em título extrajudicial, será processada perante o juízo competente, na conformidade do disposto no Livro I, Título IV, Capítulos II e III.

• Art. 578. A execução fiscal será proposta no foro do domicílio do réu; se não o tiver, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.

Page 25: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Alguns princípios informativos da tutela jurisdicional executiva (I).

• Toda execução é real, isto é, incide direta e exclusivamente sobre o patrimônio (e não sobre a pessoa).

• A execução tende apenas à satisfação do direito do credor. Tanto é assim que o art. 659 define que serão penhorados “tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal, juros, custas e honorários advocatícios.”

Page 26: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Alguns princípios informativos da tutela jurisdicional executiva (II).

• Princípio do menor sacrifício do executado. Art. 620. Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor”.

Page 27: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Direito Processual Civil

Sujeitos da Execução.

Page 28: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Podem promover a execução (art. 566):

• I - o credor a quem a lei confere título executivo;

• II - o Ministério Público, nos casos prescritos em lei.

Page 29: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Podem promover a execução (art. 567):

I. O espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo.

II. O cessionário, quando o direito resultante do título executivo for transferido por ato entre vivos.

III. O sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.

Page 30: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Podem sofrer a execução (568):

I. O devedor, reconhecido como tal no título;II. O espólio, os herdeiros ou sucessores de

devedor;III. O novo devedor, que assumiu, com o

consentimento do credor, a obrigação resultante do título;

IV. O fiador judicial;V. O responsável tributário, assim definido em

legislação própria.

Page 31: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Também ficam sujeitos à execução, os bens (art. 592):

• I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;

• II - do sócio, nos termos da lei;• III - do devedor, quando em poder de terceiros;• IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens

próprios, reservados ou de sua meação respondem pela dívida;

• V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução.

Page 32: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Direito Processual Civil

Responsabilidade patrimonial.

Page 33: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Noções gerais.

• É a situação em que se encontra o devedor de não poder impedir que a sanção seja realizada mediante agressão direta ao seu patrimônio.

• Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.

Page 34: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Bens do devedor que não se submetem à responsabilidade patrimonial (I).• Bens absolutamente impenhoráveis (art. 649):• Mas podem ser penhorados se o devedor nomeá-

los.I. Os bens inalienáveis e os declarados, por ato

voluntário, não sujeitos à execução;• Pacto de impenhorabilidade.II. Os móveis, pertences e utilidades domésticas que

guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida (nova redação).

• Devem guarnecer a residência do executado. Exemplo de móvel penhorável: tv de plasma.

Page 35: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Bens do devedor que não se submetem à responsabilidade

patrimonial (II).III. Os vestuários, bem como os pertences

de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor (nova redação).

• Impenhorabilidade de bens para a sobrevivência própria. Joias podem ser penhoradas.

Page 36: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Bens do devedor que não se submetem à responsabilidade patrimonial (III).

IV. Os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3o deste artigo (nova redação).

• O parágrafo terceiro foi vetado.• Assis: é impenhorável a participação do empregado no

lucro da empresa; os créditos obtidos na reclamação trabalhista; é ilegal realizar descontos em folha, sem autorização do empregado; com o veto do parágrafo terceiro, independentemente do valor, o salário é impenhorável.

Page 37: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Bens do devedor que não se submetem à responsabilidade patrimonial (IV).

• Bens absolutamente impenhoráveis (art. 649) - continuação:

IV. Os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão (nova redação).

V. O seguro de vida (nova redação).• § 2o  O disposto no inciso IV do caput deste

artigo não se aplica no caso de penhora para pagamento de prestação alimentícia (nova redação).

Page 38: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Bens do devedor que não se submetem à responsabilidade patrimonial (V).

• Bens absolutamente impenhoráveis (art. 649) - continuação:

VII. Os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas (nova redação).

VIII. A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família (nova redação).

• Ver inciso XXVI, artigo 5o, CF.IX. Os recursos públicos recebidos por instituições

privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social (nova redação).

Page 39: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Bens do devedor que não se submetem à responsabilidade patrimonial (VI).

• Bens absolutamente impenhoráveis (art. 649) - continuação:

VII. Até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança (nova redação).

• Segundo Araken de Assis, a regra só se aplica a esse tipo de aplicação financeira. Pouco importa quantas poupanças o devedor possui, será impenhorável a somatória dos valores até atingir quarenta salários mínimos.

• § 1o  A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do crédito concedido para a aquisição do próprio bem (nova redação).

Page 40: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Bens do devedor que não se submetem à responsabilidade patrimonial (VII).

• Art. 650.  Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e rendimentos dos bens inalienáveis, salvo se destinados à satisfação de prestação alimentícia (nova redação).

Page 41: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Bens do devedor que não se submetem à responsabilidade patrimonial (VIII).

• Bem de família (Lei n. 8.009/90).• Art. 1o. O imóvel residencial próprio do casal, ou

da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta Lei.

Page 42: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Fraude contra credores.

• Fraude contra credores (arts. 158/165, CCivil).• Requisitos:1. Objetivo: eventus damni, caracterizado pela

insolvência do devedor.2. Subjetivo: consilium fraudis, isto é, a

intenção fraudulenta bilateral.• Exige ação pauliana.

Page 43: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Fraude à execução.

• Considera-se fraude à execução (art. 593, CPC) a alienação ou oneração de bens:

I. Quando sobre eles pender ação fundada em direito real;

II. Quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência.

Page 44: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Conseqüências da fraude à execução:

• Seu ataque dispensa o manejo de ação especificamente destinada ao desfazimento dos efeitos prejudiciais do ato.

• É tipificada como crime (art. 179, CP).• Não se põe como requisito a intenção de

prejudicar terceiros (consilium fraudis)

Page 45: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Jurisprudência• Embargos de Terceiro - Fraude de Execução - Imóvel alienado antes

do início da execução do sócio - Inocorrência - A fraude de execução é um instituto processual que prescinde de qualquer intenção dolosa ou culposa do adquirente, tornando irrelevante o consilium fraudis para caracterização da fraude, que se aperfeiçoa quando há demanda capaz de reduzir o demandado à insolvência (art. 593, inciso II, do CPC). A alienação de bens particulares do sócio quotista, antes do início da execução de seu patrimônio, não gera a fraude de execução, porquanto a sua responsabilidade é secundária. Não se caracteriza a fraude de execução quando terceiro de boa-fé adquire bens de sócio que não estava sendo executado, pois inexistia demanda capaz de reduzi-lo à insolvência, sob pena de conferir interpretação extensiva ao mandamento legal, com conseqüente insegurança nas relações comerciais. Agravo de Petição provido. Inteligência do art. 593, inciso II, do CPC (TRT-2ª Região - 7ª T.; AgP em ET nº 02167200706902000-SP; ac nº 2008.0725850; Rel. Des. Federal do Trabalho José Carlos Fogaça; j. 21/8/2008; v.u.).

Page 46: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Quadro comparativo

Fraude de execução

• Instituto de Direito Processual • Presume-se a má-fé e a

insolvência. • Interesse do credor e do Estado,

sendo considerados atentatórios à dignidade da Justiça os atos praticados (art. 600, I, do CPC).

• Atos declarados ineficazes • Declarável mediante incidente

• Tipifica ilícito penal (art. 179, do CP).

Fraude contra credores

• Instituto de Direito Material • Ônus da prova do credor

• Interesse somente do credor como particular prejudicado.

• Atos anuláveis • Objeto de ação anulatória

autônoma e específica • Interesse puramente particular.

Page 47: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

2ª Fase OAB/SP – Exame 137, de janeiro de 2009.

• Diógenes deve a Daniele o valor de R$ 40.000,00, representado por nota promissória emitida pelo devedor em 10/8/2008, com vencimento estipulado para 15/10/2008, que deveria ser liquidada no foro do domicílio do devedor, em Campinas – SP. Como a obrigação não foi cumprida no seu vencimento, Daniele, após proceder ao protesto cambial, propôs ação de execução contra Diógenes, que, no tríduo legal, não efetuou o pagamento da dívida nem indicou bens à penhora, apesar de regularmente intimado, para tal fim, pelo juiz. Em seguida, a credora ficou sabendo que Diógenes, no dia 3/10/2008, doara a Marcos, seu filho, o único bem livre e desembargado que então possuía — um terreno urbano avaliado em R$ 45.000,00, agora registrado, em nome do donatário, na matrícula 6.015 R.5, no Cartório de Registro de Imóveis de Campinas – SP.

• Em face dessa situação hipotética, elabore a medida judicial adequada para prover a satisfação do direito de crédito de Daniele. Além das argumentações fáticas, apresente os fundamentos legais de direito material e processual aplicáveis ao caso. Os dados eventualmente ausentes no contexto da situação hipotética, se obrigatórios sob o aspecto legal, devem ser complementados, observada a respectiva pertinência temática

Page 48: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Gabarito oficial.• Deve ser elaborada petição de ação pauliana, prevista nos arts. 158-165 do

CC/02, a ser processada pelo rito comum ordinário (arts. 282 - 475-R do CPC). Assim, petição inicial deverá agregar os requisitos previstos no art. 282 do CPC, a saber: a) indicação da justiça, foro e juízo competentes, ou seja, a vara cível da justiça comum da comarca de Campinas-SP; b) a qualificação completa da autora [Daniele] e dos réus [Diógenes e Marcos – litisconsórcio necessário], bem como a indicação da tutela jurídica pleiteada, qual seja, a ação pauliana ou revocatória a ser processada pelo rito comum ordinário; c) os fatos constitutivos do direito da autora [<i>. a existência da obrigação de pagar quantia representada por nota promissória vencida, protestada e não paga; <ii>. citação do executado em ação de execução e ausência de pagamento e da indicação de bens à penhora]; d) os fundamentos jurídicos do pedido [doação de bens após a constituição da obrigação com a intenção de se esquivar do pagamento da obrigação]; e) o pedido de citação do réu; f) o pedido do bem da vida (anulação da doação feita por Diógenes a Marcos]; g) pedido de indicação ou especificação de provas; h) pedido de condenação dos réus em honorários e despesas processuais; i) o valor da causa [R$ 45.000,00 - art. 259, inciso VII do CPC]; j) local e data.

Page 49: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Direito Processual Civil

Espécies de Execução.

Page 50: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Classificação:

• Quanto à origem do título, a Execução poderá ser fundada em título judicial (art. 475-N) ou extrajudicial (art. 585).

• Quanto à estabilidade do título, a Execução poderá ser definitiva ou provisória (art. 475-O).

• Fala-se em execução provisória apenas nos casos de títulos judiciais.

Page 51: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Classificação (cont.):

• Quanto à natureza e ao objeto da prestação, a Execução poderá ser por quantia certa (art. 475-J e arts. 646 e seguintes), de obrigação de entregar coisa incerta (arts. 629 e seguintes), de obrigação de entregar coisa certa (arts. 621 e seguintes), de obrigação de fazer (arts. 632 e seguintes) e de obrigação de não fazer (arts. 642 e 643).

Page 52: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Classificação (cont.):

• Quanto à especificidade do objeto da prestação, a Execução poderá ser específica ou genérica.

• Quanto à solvabilidade do devedor, a Execução pode ser contra devedor solvente ou devedor insolvente.

Page 53: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Direito Processual Civil

Execução das Obrigações de Fazer, não Fazer e

Entregar Coisa, quando baseada em título

executivo extrajudicial.

Page 54: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Obrigação de fazer e não fazer.Noções gerais (I).

• No caso de títulos executivos judiciais, que condenam na obrigação de fazer ou não fazer, desde 1994, o artigo 461 permite a efetivação de medidas executivas e imposição de ordens ao réu dentro do próprio processo de conhecimento.

• Título extrajudicial: Artigos 632/643.

Page 55: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Procedimento inicial.• Apresentada a Inicial, cita-se o devedor para

satisfazer a obrigação em prazo assinado pelo juiz ou consignado no título (art. 632).

• Não satisfeita a obrigação no prazo ajustado, “é lícito ao credor, nos próprios autos do processo, requerer que ela seja executada à custa do devedor, ou haver perdas e danos; caso em que ela se converte em indenização” (art. 633). “O valor das perdas e danos será apurado em liquidação, seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa” (parágrafo único).

Page 56: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Quando o fato puder ser prestado por terceiro:

• É realizado às custas do devedor (art. 634), mas o exeqüente adiantará as quantias previstas na proposta que, ouvidas as partes, o juiz houver aprovado (par. Único).

• Prestado o fato, o juiz ouve as partes em 10 dias (art. 635).

Page 57: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Prestação personalíssima.

• Art. 638. Nas obrigações de fazer, quando for convencionado que o devedor a faça pessoalmente, o credor poderá requerer ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-Ia.

• Parágrafo único. Havendo recusa ou mora do devedor, a obrigação pessoal do devedor converter-se-á em perdas e danos, aplicando-se outrossim o disposto no artigo 633.

Page 58: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Obrigação de não fazer.• Art. 642. Se o devedor praticou o ato, a cuja

abstenção estava obrigado pela lei ou pelo contrato, o credor requererá ao juiz que lhe assine prazo para desfazê-lo.

• Art. 643. Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos.

• Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos

Page 59: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Entrega de coisa.Noções gerais.

• Mais um caso de tutela específica.• Restrita aos títulos extrajudiciais.

Page 60: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Inicial.• Inicial segue os artigos 614, 615 e 282:• Art. 614.  Cumpre ao credor, ao requerer a execução, pedir a

citação do devedor e instruir a petição inicial: I - com o título executivo, salvo se ela se fundar em sentença (art. 584); II - com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; III - com a prova de que se verificou a condição, ou ocorreu o termo (art. 572).

• Art. 615.  Cumpre ainda ao credor: I - indicar a espécie de execução que prefere, quando por mais de um modo pode ser efetuada; II - requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, ou anticrético, ou usufrutuário, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou usufruto; III - pleitear medidas acautelatórias urgentes; IV - provar que adimpliu a contraprestação, que Ihe corresponde, ou que Ihe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do credor.

Page 61: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Citação.

• Citação para entregar a coisa em 10 dias:• Art. 621. O devedor de obrigação de

entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para, dentro de 10 (dez) dias, satisfazer a obrigação ou, seguro o juízo (art. 737, II - revogado), apresentar embargos.

Page 62: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Posturas do devedor (I).1. Entrega a coisa no prazo assinalado. Encerra-se a

execução, salvo se existir exigências condenatórias: Art. 624. Se o executado entregar a coisa, lavrar-se-á o respectivo termo e dar-se-á por finda a execução, salvo se esta tiver de prosseguir para o pagamento de frutos ou ressarcimento de prejuízos.

• Executado deposita a coisa em juízo no prazo e, em seguida, tem 10 dias para oferecer embargos: Art. 622.  O devedor poderá depositar a coisa, em vez de entregá-la, quando quiser opor embargos. Art. 623. Depositada a coisa, o exeqüente não poderá levantá-la antes do julgamento dos embargos.

Page 63: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Posturas do devedor (II).

3. Caso não deposite ou não entregue, expede-se mandado de busca e apreensão ou imissão de posse: Art. 625.  Não sendo a coisa entregue ou depositada, nem admitidos embargos suspensivos da execução, expedir-se-á, em favor do credor, mandado de imissão na posse ou de busca e apreensão, conforme se tratar de imóvel ou de móvel.

Page 64: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Outros dispositivos.• Art. 626.  Alienada a coisa quando já litigiosa, expedir-se-á mandado

contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido depois de depositá-la.

• Art. 627.  O credor tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando esta não Ihe for entregue, se deteriorou, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente.

• § 1o Não constando do título o valor da coisa, ou sendo impossível a sua avaliação, o exeqüente far-lhe-á a estimativa, sujeitando-se ao arbitramento judicial.

• § 2o Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos. • Art. 628.  Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo

devedor ou por terceiros, de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia é obrigatória. Se houver saldo em favor do devedor, o credor o depositará ao requerer a entrega da coisa; se houver saldo em favor do credor, este poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo.

Page 65: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Direito Processual Civil Cumprimento da

sentença na condenação em tutela específica.

Page 66: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Noções gerais.• Classificação tradicional (tripartida) das sentenças

no processo de conhecimento: a) meramente declaratórias; b) constitutivas; e c) condenatórias.

• Classificação quinária de Pontes de Miranda: d) mandamental (contém ordem para o réu, a ser atendida sob pena de imposição de medida coercitiva); e e) executivas (podem ser efetivadas no próprio processo, com a execução da ordem pelo juízo, ex officio, como ocorre com o despejo, a reintegração de posse e as tutelas dos artigos 461 e 461-A).

Page 67: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Cumprimento da obrigação.• Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento

de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.

• § 1o  A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.

• § 2o  A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287).

Page 68: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Efetivação da tutela específica.• Art. 461. § 5o Para a efetivação da tutela específica

ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial. 

• Art. 461. § 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva.

Page 69: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Tutela antecipada na tutela específica.

• Art. 461. § 3o  Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada.

• Art. 461. § 4o  O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito. 

Page 70: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Nas obrigações de entrega de coisa.

• Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.

• § 1o Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o credor a individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.

• § 2o Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel.

• § 3o Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1o a 6o do art. 461.

Page 71: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Direito Processual Civil

Execução por quantia certa contra devedor solvente, quando baseada em título

executivo extrajudicial.

Page 72: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Petição Inicial (I).• A Execução (baseada em título extrajudicial)

é um processo autônomo. A Execução somente é iniciada mediante provocação do credor: petição inicial.

• A Inicial segue os requisitos do art. 282. Mas não precisa causa de pedir (deverá haver apenas menção ao título), nem pedido de prova.

• Deve ser acompanhada do demonstrativo atualizado do crédito.

Page 73: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Petição Inicial (II).•  Art. 614.  Cumpre ao credor, ao requerer a

execução, pedir a citação do devedor e instruir a petição inicial:

I. Com o título executivo extrajudicial (nova redação).

II. Com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa.

III. Com a prova de que se verificou a condição, ou ocorreu o termo (art. 572).

Page 74: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Petição Inicial (III).• Art. 615-A.  O exeqüente poderá, no ato da distribuição, obter

certidão comprobatória do ajuizamento da execução, com identificação das partes e valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, registro de veículos ou registro de outros bens sujeitos à penhora ou arresto.

• § 1o  O exeqüente deverá comunicar ao juízo as averbações efetivadas, no prazo de 10 (dez) dias de sua concretização.

• § 2o  Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, será determinado o cancelamento das averbações de que trata este artigo relativas àqueles que não tenham sido penhorados.

Page 75: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Petição Inicial (IV).• § 3o  Presume-se em fraude à execução a

alienação ou oneração de bens efetuada após a averbação (art. 593).

• § 4o  O exeqüente que promover averbação manifestamente indevida indenizará a parte contrária, nos termos do § 2o do art. 18 desta Lei, processando-se o incidente em autos apartados.

• § 5o  Os tribunais poderão expedir instruções sobre o cumprimento deste artigo.

Page 76: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Petição Inicial (V).

• Art. 652-A.  Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários de advogado a serem pagos pelo executado (art. 20, § 4o).

• Parágrafo único.  No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, a verba honorária será reduzida pela metade.

Page 77: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Citação (I).• Deve ser feita através de oficial de justiça (art. 222, d). • Nova redação:• Art. 652.  O executado será citado para, no prazo

de 3 (três) dias, efetuar o pagamento da dívida.• Assis: “Em decorrência da ampla modificação do

art. 241, não se afigura claro, absolutamente, o termo inicial desse prazo, nem a Lei n. 11382/06 aproveitou o ensejo para esclarecê-lo (…) Assim, o prazo fluirá da data da citação, jamais da juntada do mandado ou da carta precatória aos autos.”

Page 78: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Citação (II).• § 1o  Não efetuado o pagamento, munido da

segunda via do mandado, o oficial de justiça procederá de imediato à penhora de bens e a sua avaliação, lavrando-se o respectivo auto e de tais atos intimando, na mesma oportunidade, o executado.

• § 2o  O credor poderá, na inicial da execução, indicar bens a serem penhorados (art. 655) .

• Citado, o devedor poderá: a) pagar a obrigação (art. 794, I); b) oferecer exceção de pré-executividade (segundo Assis); c) embargar a pretensão de executar, no prazo de 15 dias (art. 738). Não há mais a possibilidade de “nomear bens”.

Page 79: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Citação (III).• § 3o  O juiz poderá, de ofício ou a requerimento

do exeqüente, determinar, a qualquer tempo, a intimação do executado para indicar bens passíveis de penhora.

• § 4o  A intimação do executado far-se-á na pessoa de seu advogado; não o tendo, será intimado pessoalmente.

• § 5o  Se não localizar o executado para intimá-lo da penhora, o oficial certificará detalhadamente as diligências realizadas, caso em que o juiz poderá dispensar a intimação ou determinará novas diligências.

Page 80: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Citação (IV).

• No sistema anterior, a citação não se prestava para dar oportunidade de defesa para o devedor, mas para chamá-lo ao pagamento. No sistema atual, é possivel o oferecimento da defesa, mesmo queo juízo não esteja garantido.

• O prazo de 3 dias não é contado da juntada do mandado aos autos, mas da citação.

Page 81: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Citação (V).

• A penhora de bens deve respeitar a ordem do artigo 655.

• Penhorado, o devedor deve exibir os documentos que comprovem a propriedade, lavrando-se, em seguida, o termo de penhora (parágrafo primeiro, art. 655).

Page 82: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Pré-penhora ou arresto (I).• É possível a citação por edital, quando o oficial de

justiça não encontrar o devedor, mas encontrar bens do devedor, caso em que irá arrestar esses bens.

• Art. 653. O oficial de justiça, não encontrando o devedor, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução.

• Parágrafo único. Nos dez (10) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o devedor três (3) vezes em dias distintos; não o encontrando, certificará o ocorrido.

Page 83: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Pré-penhora ou arresto (II).

• Feito o arresto, nos termos do art. 654. compete ao credor, dentro de 10 dias, contados da data em que foi intimado do arresto a que se refere o parágrafo único do artigo anterior, requerer a citação por edital do devedor. Findo o prazo do edital, terá o devedor o prazo a que se refere o artigo 652 (24 horas), convertendo-se o arresto em penhora em caso de não pagamento.

Page 84: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (I).

• A penhora tem como objetivo imediato destacar um ou alguns bens do devedor para sobre eles fazer concentrar e atuar a responsabilidade patrimonial. Com a penhora, inicia-se o procedimento expropriatório através do qual o Judiciário obterá os recursos necessários ao pagamento forçado do crédito.

Page 85: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (II)

• A penhora vincula bem específico à execução, conservando-o e individualizado-o.

• A penhora confere ao credor preferência em relação aos outros credores, da mesma categoria, que penhorem o mesmo bem (art. 612).

Page 86: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (III).• Nova redação:• Art. 655.  A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:I. Dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II. Veículos de via terrestre; III. Bens móveis em geral; IV. Bens imóveis; V. Navios e aeronaves;VI. Ações e quotas de sociedades empresárias; VII. Percentual do faturamento de empresa devedora; VIII. Pedras e metais preciosos; IX. Títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito Federal com cotação

em mercado; X. Títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;XI. Outros direitos.

Page 87: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (IV).

• STJ: “A gradação estabelecida para efetivação da penhora tem caráter relativo, já que o seu objetivo é realizar o pagamento do modo mais fácil e célere. Pode ela, pois, ser alterada por força de circunstâncias e tendo em vista as particularidades de cada caso concreto e no interesse das partes.”

Page 88: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (IV).• Nova redação (art. 655):• § 1o  Na execução de crédito com garantia

hipotecária, pignoratícia ou anticrética, a penhora recairá, preferencialmente, sobre a coisa dada em garantia; se a coisa pertencer a terceiro garantidor, será também esse intimado da penhora.

• § 2o  Recaindo a penhora em bens imóveis, será intimado também o cônjuge do executado.

Page 89: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (V).• Nova redação:• Art. 655-A.  Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito

ou aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exeqüente, requisitará à autoridade supervisora do sistema bancário, preferencialmente por meio eletrônico, informações sobre a existência de ativos em nome do executado, podendo no mesmo ato determinar sua indisponibilidade, até o valor indicado na execução.

• § 1o  As informações limitar-se-ão à existência ou não de depósito ou aplicação até o valor indicado na execução.

• § 2o  Compete ao executado comprovar que as quantias depositadas em conta corrente referem-se à hipótese do inciso IV do caput do art. 649 desta Lei ou que estão revestidas de outra forma de impenhorabilidade.

Page 90: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (VI).• § 3o  Na penhora de percentual do faturamento da

empresa executada, será nomeado depositário, com a atribuição de submeter à aprovação judicial a forma de efetivação da constrição, bem como de prestar contas mensalmente, entregando ao exeqüente as quantias recebidas, a fim de serem imputadas no pagamento da dívida.

• Art. 655-B.  Tratando-se de penhora em bem indivisível, a meação do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem

Page 91: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (VII).• Nova redação:• Art. 656.  A parte poderá requerer a substituição da penhora:I. Se não obedecer à ordem legal;II. Se não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou

ato judicial para o pagamento; III. Se, havendo bens no foro da execução, outros houverem sido

penhorados;IV. Se, havendo bens livres, a penhora houver recaído sobre bens

já penhorados ou objeto de gravame; V. Se incidir sobre bens de baixa liquidez; VI. Se fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ouVII. Se o devedor não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer

das indicações a que se referem os incisos I a IV do parágrafo único do art. 668 desta Lei.

Page 92: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (VIII).• Art. 656. § 1o  É dever do executado (art. 600), no prazo

fixado pelo juiz, indicar onde se encontram os bens sujeitos à execução, exibir a prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus, bem como abster-se de qualquer atitude que dificulte ou embarace a realização da penhora (art. 14, parágrafo único).

• Art. 656. § 2o  A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, mais 30% (trinta por cento).

• Art. 656. § 3o  O executado somente poderá oferecer bem imóvel em substituição caso o requeira com a expressa anuência do cônjuge.

Page 93: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (IX).

• Art. 657.  Ouvida em 3 dias a parte contrária, se os bens inicialmente penhorados (art. 652) forem substituídos por outros, lavrar-se-á o respectivo termo.

• Parágrafo único.  O juiz decidirá de plano quaisquer questões suscitadas.

Page 94: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (X).

• Art. 659.  A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios.

• § 1o  Efetuar-se-á a penhora onde quer que se encontrem os bens, ainda que sob a posse, detenção ou guarda de terceiros.

Page 95: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (XI)• Penhora de imóvel:• Art. 659. § 4o  A penhora de bens imóveis realizar-se-á

mediante auto ou termo de penhora, cabendo ao exeqüente, sem prejuízo da imediata intimação do executado (art. 652, § 4o), providenciar, para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, a respectiva averbação no ofício imobiliário, mediante a apresentação de certidão de inteiro teor do ato, independentemente de mandado judicial.

• Art. 659. § 5o Nos casos do § 4o, quando apresentada certidão da respectiva matrícula, a penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem, será realizada por termo nos autos, do qual será intimado o executado, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado, e por este ato constituído depositário

Page 96: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (XII)

• Penhora de numerários em conta:• Art. 659. § 6º.  Obedecidas as normas de

segurança que forem instituídas, sob critérios uniformes, pelos Tribunais, a penhora de numerário e as averbações de penhoras de bens imóveis e móveis podem ser realizadas por meios eletrônicos.

Page 97: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (XIII).

• Se a penhora recair sobre dinheiro, decorrido em branco o prazo para interposição de embargos ou depois da rejeição destes, chega-se imediatamente à fase final da execução, com o credor levantando a quantia depositada (arts. 709 e seguintes).

• Outros dispositivos: arts. 671/679.

Page 98: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Penhora (XIV)

• Se os bens penhorados são insuficientes para a satisfação da dívida, pode-se pedir um reforço da penhora.

• Segunda penhora ocorre quando a primeira for anulada.

• Artigo 667.

Page 99: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Exemplo de termo

de penhora:

Page 100: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Depósito (I).• Ato integrante da penhora, pelo qual se incumbe

alguém da guarda e conservação dos bens penhorados.

• Preferencialmente, a incumbência caberá ao devedor (art. 666).

• O depósito ocorre para bens móveis e imóveis. Neste caso, mesmo se o imóvel estiver depositado com outra pessoa, o devedor ficará com a posse imediata e o depositário a posse mediata.

Page 101: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Depósito (II)

• O encargo de depositário é uma função pública, na condição de auxiliar do Judiciário.

• Deve guardar e conservar os bens. Não deve usá-los em benefício próprio.

Page 102: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Depositário (III)• “No desempenho natural desta atividade (...), o depositário

empregará o melhor de seu tirocínio, o maior dos zelos, ou, consoante fórmula que se tornou universal, a diligência de um bom pai de família. (...) O depositário não possui a disponibilidade jurídica da coisa. O domínio pertence ao executado. Mas, ostentando a disponibilidade material, pois, na maioria das vezes usufrui da posse imediata, não é lícito utilizá-la em seu próprio proveito. Desta sorte, penhorado veículo (art. 655, VI), o uso dependerá de explícita autorização judicial e beneficiará o devedor, ou se, for o caso, a massa ativa.” (Assis).

• “O depositário fica incumbido da guarda (...). Não pode dispor deste, nem o usar a seu bel-prazer. O uso que fizer destinar-se-á à conservação da coisa (exemplo: fazer funcionar o motor do veículo depositado....).” (Wambier).

Page 103: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Depositário infiel (I).• Wambier: “Nos termos do art. 7o., parágrafo sétimo da

Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), a prisão civil seria possível apenas no caso de dívida alimentícia. A Convenção foi ratificada, sem qualquer reserva, pelo Congresso brasileiro, através do Decreto Legislativo 27/92, e promulgada pelo Presidente através do Decreto 678/92, ingressando, assim, na ordem jurídica brasileira. Pode-se afirmar que, desde então, a garantia constitucional da proibição de prisão civil foi ampliada, passando a ser também vedada a medida constritiva contra o depositário infiel. Essa conclusão é reforçada pela previsão de que os direitos e garantias fundamentais expressos na Constituição não excluem outros decorrentes de tratados internacionais de que o Brasil participe (CF, art. 5o., par. 2o.).”

Page 104: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Depositário infiel (II).• STF: HC 90172 / SP - SÃO PAULO. Relator:  Min. GILMAR MENDES. Julgamento: 

05/06/2007. Órgão Julgador:  Segunda Turma. EMENTA: Habeas Corpus. 1. No caso concreto foi ajuizada ação de execução sob o nº 612/2000 perante a 3ª Vara Cível de Santa Bárbara D'Oeste/SP em face do paciente. A credora requereu a entrega total dos bens sob pena de prisão. 2. A defesa alega a existência de constrangimento ilegal em face da iminência de expedição de mandado de prisão em desfavor do paciente. Ademais, a inicial sustenta a ilegitimidade constitucional da prisão civil por dívida. 3. Reiterados alguns dos argumentos expendidos em meu voto, proferido em sessão do Plenário de 22.11.2006, no RE nº 466.343/SP: a legitimidade da prisão civil do depositário infiel, ressalvada a hipótese excepcional do devedor de alimentos, está em plena discussão no Plenário deste Supremo Tribunal Federal. No julgamento do RE nº 466.343/SP, Rel. Min. Cezar Peluso, que se iniciou na sessão de 22.11.2006, esta Corte, por maioria que já conta com sete votos, acenou para a possibilidade do reconhecimento da inconstitucionalidade da prisão civil do alienante fiduciário e do depositário infiel. 4. Superação da Súmula nº 691/STF em face da configuração de patente constrangimento ilegal, com deferimento do pedido de medida liminar, em ordem a assegurar, ao paciente, o direito de permanecer em liberdade até a apreciação do mérito do HC nº 68.584/SP pelo Superior Tribunal de Justiça. 5. Considerada a plausibilidade da orientação que está a se firmar perante o Plenário deste STF - a qual já conta com 7 votos - ordem deferida para que sejam mantidos os efeitos da medida liminar.

• Decisão: A Turma, por votação unânime, deferiu o pedido de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. 2ª Turma, 05.06.2007.

Page 105: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Depositário infiel (III).• Exame OAB – Nacional. 2009.1. Prova de segunda fase de Direito

Constitucional.

• João é depositário de determinado bem móvel, decorrente de contrato civil. Devidamente notificado para entregá-lo, não cumpriu

com a obrigação nem indicou o local onde estaria o bem. O interessado ingressou com a ação pertinente na justiça cível e, após

o trâmite regular do processo, houve determinação no mesmo sentido pelo juiz que conduzia o processo, ou seja, que João deveria

entregar o bem. João permaneceu inerte, o que ocasionou a determinação de sua ordem de prisão por 60 dias. Inconformado,

João impetrou habeas corpus no tribunal competente • Diante da situação hipotética apresentada, indique a posição

majoritária mais recente do Supremo Tribunal Federal sobre a legalidade da ordem de prisão do depositário infiel, informando, com fundamento nessa posição, se o habeas corpus deve ser concedido

em favor de João.

Page 106: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Avaliação (I).• Ato preparatório da expropriação pelo qual se

define o valor dos bens penhorados.• Como regra, deve ser feita pelo Oficial de

Justiça, no momento da penhora.• Art. 680. A avaliação será feita pelo oficial de

justiça (art. 652), ressalvada a aceitação do valor estimado pelo executado (art. 668, parágrafo único, inciso V); caso sejam necessários conhecimentos especializados, o juiz nomeará avaliador, fixando-lhe prazo não superior a 10 (dez) dias para entrega do laudo. (nova redação)

Page 107: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Avaliação (II).• Art. 681.  O laudo da avaliação integrará o auto de penhora

ou, em caso de perícia (art. 680), será apresentado no prazo fixado pelo juiz, devendo conter: I - a descrição dos bens, com os seus característicos, e a indicação do estado em que se encontram; II - o valor dos bens.

• Parágrafo único.  Quando o imóvel for suscetível de cômoda divisão, o avaliador, tendo em conta o crédito reclamado, o avaliará em partes, sugerindo os possíveis desmembramentos.

• Apresentado o laudo, em respeito ao princípio do contraditório, as partes devem ser ouvidas, mesmo que não haja previsão legal. Mesmo porque existe possibilidade de uma nova avaliação (art. 683).

Page 108: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Avaliação (III).• Art 684. Não se procederá à avaliação se:I. O exeqüente aceitar a estimativa feita

pelo executado (art. 668, parágrafo único, inciso V);

II. Se tratar de títulos ou de mercadorias, que tenham cotação em bolsa, comprovada por certidão ou publicação oficial;

III. Os bens forem de pequeno valor – revogado.

Page 109: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Avaliação (IV).• Após a avaliação, a requerimento do interessado e ouvida a

parte contrária, poderá o juiz determinar a redução ou a ampliação (reforço) da penhora.

• Art. 685. Após a avaliação, poderá mandar o juiz, a requerimento do interessado e ouvida a parte contrária: I - reduzir a penhora aos bens suficientes, ou transferi-la para outros, que bastem à execução, se o valor dos penhorados for consideravelmente superior ao crédito do exeqüente e acessórios; Il - ampliar a penhora, ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o valor dos penhorados for inferior ao referido crédito.

• Parágrafo único.  Uma vez cumpridas essas providências, o juiz dará início aos atos de expropriação de bens.

Page 110: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Expropriação.A expropriação consiste (art. 647):

• (I) na adjudicação em favor do exeqüente ou das pessoas indicadas no § 2o do art. 685-A;

• (II) na alienação por iniciativa particular;• (III) na alienação em hasta pública; e• (IV) no usufruto de bem móvel ou imóvel.

Page 111: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Adjudicação (I).

• Ato pelo qual o credor adquire o bem penhorado, por valor não inferior ao da avaliação (art. 685-A).

Page 112: Direito Processual Civil Introdução ao Processo de Execução

Adjudicação (II).• Art. 685-A.  É lícito ao exeqüente, oferecendo preço não inferior ao da

avaliação, requerer lhe sejam adjudicados os bens penhorados.• § 1o  Se o valor do crédito for inferior ao dos bens, o adjudicante depositará

de imediato a diferença, ficando esta à disposição do executado; se superior, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente.

• § 2o  Idêntico direito pode ser exercido pelo credor com garantia real, pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelos descendentes ou ascendentes do executado.

• § 3o  Havendo mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licitação; em igualdade de oferta, terá preferência o cônjuge, descendente ou ascendente, nessa ordem.

• § 4o  No caso de penhora de quota, procedida por exeqüente alheio à sociedade, esta será intimada, assegurando preferência  aos  sócios.

• § 5o  Decididas eventuais questões, o juiz mandará lavrar o auto de adjudicação.

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Arrematação.

• Arrematação: é forma de expropriação executiva pela qual os bens penhorados são transferidos por procedimento licitatório, realizado pelo juízo da execução, ou por iniciativa particular do credor.

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Alienação por iniciativa particular (I)

• Nova redação:• Art. 685-C.  Não realizada a adjudicação

dos bens penhorados, o exeqüente poderá requerer sejam eles alienados por sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor credenciado perante a autoridade judiciária.

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Alienação por iniciativa particular (II)

• Art. 685-C. § 1o  O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de publicidade, o preço mínimo (art. 680), as condições de pagamento e as garantias, bem como, se for o caso, a comissão de corretagem.

• Art. 685-C. § 2o  A alienação será formalizada por termo nos autos, assinado pelo juiz, pelo exeqüente, pelo adquirente e, se for presente, pelo executado, expedindo-se carta de alienação do imóvel para o devido registro imobiliário, ou, se bem móvel, mandado de entrega ao adquirente.

• Art. 685-C. § 3o  Os Tribunais poderão expedir provimentos detalhando o procedimento da alienação prevista neste artigo, inclusive com o concurso de meios eletrônicos, e dispondo sobre o credenciamento dos corretores, os quais deverão estar em exercício profissional por não menos de 5 (cinco) anos.

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Alienação pública (I).

• Ocorre em hasta pública, que pode ser:1.Leilão, nos casos de bens móveis;2.Praça, nos casos de bens imóveis.

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Alienação pública (II).• Art. 686.  Não requerida a adjudicação e não realizada a alienação particular do

bem penhorado, será expedido o edital de hasta pública, que conterá:• I - a descrição do bem penhorado, com suas características e, tratando-se de

imóvel, a situação e divisas, com remissão à matrícula e aos registros; • II - o valor do bem; • III - o lugar onde estiverem os móveis, veículos e semoventes; e, sendo direito e

ação, os autos do processo, em que foram penhorados; • IV - o dia e a hora de realização da praça, se bem imóvel, ou o local, dia e hora de

realização do leilão, se bem móvel; • V - menção da existência de ônus, recurso ou causa pendente sobre os bens a

serem arrematados; • VI - a comunicação de que, se o bem não alcançar lanço superior à importância

da avaliação, seguir-se-á, em dia e hora que forem desde logo designados entre os dez e os vinte dias seguintes, a sua alienação pelo maior lanço (art. 692).

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Alienação pública (III).

• Parágrafo terceiro do art. 686: Quando o valor dos bens penhorados não exceder 60 vezes o valor do salário mínimo vigente na data da avaliação, será dispensada a publicação de editais; nesse caso, o preço da arrematação não será inferior ao da avaliação.

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Alienação pública (IV).• Art. 687.O edital será afixado no local do costume e

publicado, em resumo, com antecedência mínima de 5 dias, pelo menos 1 vez em jornal de ampla circulação local.

• Parágrafo primeiro. A publicação do edital será feita no órgão oficial, quando o credor for beneficiário da justiça gratuita.

• § 5o  O executado terá ciência do dia, hora e local da alienação judicial por intermédio de seu advogado ou, se não tiver procurador constituído nos autos, por meio de mandado, carta registrada, edital ou outro meio idôneo.

• Serão intimados, também, outros credores, que detenham garantia real sobre os bens penhorados (arts. 619 e 698).

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Alienação pública (V).• Alienação pela internet: Art. 689-A.• Condições e legitimidade para arrematar:• Art. 690.  A arrematação far-se-á mediante o pagamento

imediato do preço pelo arrematante ou, no prazo de até 15 (quinze) dias, mediante caução.

• § 1o  Tratando-se de bem imóvel, quem estiver interessado em adquiri-lo em prestações poderá apresentar por escrito sua proposta, nunca inferior à avaliação, com oferta de pelo menos 30% (trinta por cento) à vista, sendo o restante garantido por hipoteca sobre o próprio imóvel.

• O credor submete-se exatamente ao mesmo regime dos outros licitantes, também podendo arrematar por preço inferior ao da avaliação, na segunda hasta.

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Alienação pública (VI).• § 2o  As propostas para aquisição em prestações,

que serão juntadas aos autos, indicarão o prazo, a modalidade e as condições de pagamento do saldo.

• § 3o  O juiz decidirá por ocasião da praça, dando o bem por arrematado pelo apresentante do melhor lanço ou proposta mais conveniente.

• § 4o  No caso de arrematação a prazo, os pagamentos feitos pelo arrematante pertencerão ao exeqüente até o limite de seu crédito, e os subseqüentes ao executado.

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Alienação pública (VII).• Caso a primeira hasta não se ofereça lanço

superior à avaliação, realiza-se a segunda, em que se poderá alienar o bem por valor inferior. Por isso o edital e as intimações anunciarão desde logo a data, lugar e hora de ambas as hastas públicas (art. 686, VI).

• Veda-se, na segunda hasta, que o bem seja alienado por “preço vil” (art. 692). Não há definição legal de “preço vil”, mas a jurisprudência costuma fixá-lo como sendo o inferior a 60% do valor do bem.

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Alienação pública (VIII).• Aperfeiçoamento da arrematação:• Art. 693.  A arrematação constará de auto que será

lavrado de imediato, nele mencionadas as condições pelas quais foi alienado o bem.

• Parágrafo único.  A ordem de entrega do bem móvel ou a carta de arrematação do bem imóvel será expedida depois de efetuado o depósito ou prestadas as garantias pelo arrematante.

• Art. 694.  Assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo serventuário da justiça ou leiloeiro, a arrematação considerar-se-á perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado.

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Alienação pública (IX).• Nulidade da arrematação – Parágrafo único do art.

694: Poderá ser desfeita quando:I. Por vício de nulidade; II. Se não for pago o preço ou se não for prestada a

caução; III. Quando o arrematante provar, nos 5 dias seguintes, a

existência de ônus real não mencionado no edital; IV. A requerimento do arrematante, na hipótese de

embargos à arrematação (art. 746, §§ 1o e 2o);V. Quando realizada por preço vil (art. 692); VI. Nos casos previstos neste Código (art. 698).