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  • Aula 00

    Controle Externo p/ TCU - TcnicoProfessor: Erick Alves

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  • Controle Externo TCU - TEFC 2015

    Teoria e exerccios comentados

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    Ol concurseiro (a)!

    com grande satisfao que recebi o convite do Estratgia Concursos para ministrar este curso de Controle Externo, especialmente formatado para o concurso do Tribunal de Contas da Unio (TCU).

    Em 9/6/2015, foi publicado Edital de concurso pblico com a abertura de 42 vagas de Tcnico Federal de Controle Externo (TEFC), cargo de nvel mdio, distribudas da seguinte forma: 32 em Braslia; 02 em So Lus/MA; e 01 em Rio Branco/AC, em Manaus/MA, em Salvador/BA, em Cuiab/MT, em Belm/PA, em Recife/PE, em Porto Velho/RO e em Boa Vista/RR. A banca o Cespe/UnB e as provas ocorrero no dia 09 de agosto de 2015.

    Alm disso, forma abertas 36 vagas para o cargo de Auditor Federal de Controle Externo, orientao Auditoria Governamental, e mais 30 vagas para o cargo de Auditor Federal de Controle Externo, orientao Auditoria de TI, cargos que exigem nvel superior e para os quais lanamos um curso especfico.

    Portanto, para aqueles que sonham em fazer parte de um dos melhores rgos da Administrao Pblica Federal, o momento de iniciar a preparao foi RQWHP, pois a concorrncia certamente ser muito acirrada. Ento, mos obra!

    Para auxili-lo (a) nessa jornada, procurei elaborar um material de qualidade, atualizado, em linguagem clara e objetiva, e totalmente direcionado para o concurso, de modo a facilitar seus estudos.

    Mas antes, vou me apresentar. Meu nome Erick Alves, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), onde obtive o 1 lugar no curso de formao de oficiais de Intendncia do Exrcito Brasileiro. Durante o perodo em que permaneci no Exrcito, desempenhei diversas atividades administrativas nas quais pude tomar conhecimento das FRPSHWrQFLDVHDWULEXLo}HVGR7&8PHXQRPHVHPSUHILJXUDYDQRUROGHUHVSRQViYHLV GR %DWDOKmR 3RVWHULRUPHQWH em 2007, prestei concurso para o ento cargo de Analista de Controle Externo (ACE), hoje Auditor Federal de Controle Externo (AUFC), no qual logrei xito, sendo o 6 colocado para Braslia-DF e 7 geral. Passei para o outro lado da prancheta, como dizem os militares! Desde ento, atuo na atividade fim do TCU, o controle externo, instruindo prestaes de contas e realizando fiscalizaes. Devo dizer que um trabalho muito gratificante. E o TCU realmente um excelente local para se trabalhar, de modo que todo o sacrifcio realizado na preparao vale a pena, com certeza... Alm disso,

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    venho colaborando com o Estratgia Concursos na disciplina Controle Externo e em cursos de discursivas, sempre com tima avaliao dos alunos. Em 2014, iniciei um novo projeto no Estratgia, e passei a tambm ministrar cursos de Direito Administrativo. com essa experincia que espero ajud-lo (a) a alcanar a to sonhada aprovao.

    Controle Externo possui extrema importncia nos concursos para Tribunais de Contas, visto que trata da atividade fim desses rgos. Aps a aprovao, seu trabalho no TCU depender em grande medida do conhecimento da Lei Orgnica, do Regimento Interno, das disposies constitucionais sobre o controle da Administrao Pblica e de outros assuntos que veremos em nossas aulas. Por tudo isso, no raro a matria tambm cobrada nas questes discursivas. Assim, no basta apenas treinar a resoluo de questes objetivas. Tambm preciso possuir elementos para argumentar nas questes abertas. Este material lhe dar tais elementos.

    Nosso curso ser de teoria e exerccios comentados. Meu objetivo aqui prepar-lo (a) de forma ampla para resolver as questes de Controle Externo da prova do TCU, tendo como parmetro o Edital que est na praa, elaborado pelo Cespe/UnB.

    Daremos nfase s questes dos ltimos concursos para Tribunais de Contas promovidos pelo Cespe, dentre eles os concursos para o TCU. Para complementar o estudo, tambm veremos questes de outras bancas. Dessa forma, espero lhe proporcionar uma preparao de alto nvel, mas sem extrapolar os limites do Edital, a fim de que voc possa encarar a prova com tranquilidade.

    A metodologia das aulas contempla, em cada tpico, a exposio da teoria seguida da resoluo e comentrio de questes anteriores sobre o assunto. Nos comentrios, pode haver explicaes novas. Assim, teoria e questes se complementam.

    Ao final de cada aula ser apresentado ainda um Resumo do contedo, na forma de esquemas, bem como uma lista com as questes que foram comentadas, seguidas do gabarito, tudo isso para facilitar a reviso da matria.

    Caso reste alguma dvida que no tenha sido esclarecida na aula, no hesite em post-la no frum de dvidas. O mesmo vale para crticas ou sugestes. A possibilidade de interao com o professor um dos diferenciais dos cursos em PDF; portanto, no deixe de utilizar essa importante ferramenta!

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    Dito isso, as caractersticas principais deste curso so:

    Contedo terico completo e atualizado, baseado nos ltimos Editais do TCU, apresentado de forma completa, clara e objetiva;

    Abordagem que fornece elementos para a resoluo de uma muito provvel questo discursiva sobre a matria;

    Mais de 400 questes resolvidas e comentadas, com foco nas questes dos ltimos concursos para o TCU;

    Resumo de todas as aulas, apresentado na forma de esquemas;

    Contato direto com o professor via frum para retirada de dvidas.

    Viram s? Ser um curso bastante completo e dinmico, com tudo que se tem direito, voltado tanto para os iniciantes que nunca tiveram contato com a matria como para os concurseiros que j vm se preparando para o TCU e que desejam revisar os temas e atualizar o conhecimento.

    Os assuntos de Controle Externo que o Cespe est exigindo no Edital de TEFC so os seguintes:

    CONTROLE EXTERNO: 1 Tribunal de Contas da Unio (TCU): natureza, competncia e jurisdio. 2 Organizao e funcionamento do TCU. 3 Tipos de fiscalizao. 4 Deliberaes, processo em geral e recursos (Lei n 8.443/1992 e Regimento Interno do TCU).

    Esse contedo programtico de Controle Externo um padro seguido em praticamente todos os concursos do TCU, independentemente do cargo.

    Minha proposta abordar esses assuntos de acordo com a programao de aulas apresentada a seguir:

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    Aula 00

    (demonstrativa) Disponvel

    Conceito, tipos e formas de controle. Controle parlamentar. Controle administrativo. Controle judicial. Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS). Declarao de Lima. Sistemas de Controle na Administrao Pblica Brasileira.

    Aula 01 Disponvel Tribunais de Contas: funes, natureza jurdica e eficcia das decises. Natureza das fiscalizaes. Jurisdio do TCU (item 1 do Edital)

    Aula 02 Disponvel Competncias atribudas ao TCU pela Constituio (item 1 do Edital)

    Aula 03 Disponvel Competncias atribudas ao TCU pela LOTCU, pelo Regimento Interno e por outros normativos infraconstitucionais. (item 1 do Edital)

    Aula 04 Disponvel Organizao do TCU. Deliberaes, sesses e processo no TCU (itens 2 e 4 do Edital)

    Aula 05 Disponvel Julgamento de Contas. Tomada de Contas Especial (itens 1 e 4 do Edital)

    Aula 06 Disponvel Fiscalizao no TCU. Instrumentos de Fiscalizao. Denncia. Representao (itens 3 e 4 do Edital)

    Aula 07 Disponvel Sanes, medidas cautelares e recursos (item 4 do Edital)

    Como se nota, os assuntos desta aula demonstrativa no esto previstos explicitamente no Edital, mas importante estuda-los para que voc adquira a base conceitual necessria para acompanhar o restante do curso. No obstante, os assuntos Entidades Fiscalizadoras (EFS) e

    Declarao de Lima no so essenciais e, portanto, caso voc prefira, no precisam ser estudados.

    importante ressaltar que, embora o Edital de Controle Externo parea bem enxuto, ele cobra toda a LO/TCU e todo o RI/TCU, ou seja, existe bastante contedo a. Ademais, bom lembrar que a prova de TEFC do concurso de 2012, na matria de Controle Externo, foi muito mais difcil que as provas recentes de AUFC. Ou seja, nada de relaxar!

    A disciplina Controle Externo, essencialmente, est ancorada na seguinte legislao:

    Constituio Federal (CF) Lei Orgnica do TCU - Lei 8.443/1992 (LO/TCU) Regimento Interno do TCU Resoluo TCU 246/2011 (RI/TCU)

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    Evitarei ao mximo reproduzir trechos da legislao; somente o farei quando indispensvel boa didtica. Assim, recomendo que voc imprima e encaderne as normas acima para facilitar o estudo. Elas podem ser facilmente encontradas na pgina principal do portal TCU: www.tcu.gov.br. interessante que voc as consulte sempre que forem citadas.

    Alm dessas normas, o Cespe tambm vem cobrando conhecimentos de outras normas mais especficas do TCU, como instrues e decises normativas, assim como da jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal. Ao longo do curso, veremos vrias disposies importantes dessas normas e diversas decises do Supremo importantes afetas nossa disciplina.

    Enfim, espero que voc aproveite o curso, tire suas dvidas, estude bastante e, na hora da prova, resolva as questes com confiana. Desse modo, todo o esforo empregado nessa fase preparatria ser recompensado com a alegria que acompanha a aprovao, a qual espero compartilhar com voc, na certeza de que em breve estaremos trabalhando juntos como Tribunal de Contas da Unio!

    Sem mais delongas...aos estudos!

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    OBSERVAO IMPORTANTE

    Este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias.

    Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos.

    Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos ;-)

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    AULA 00 (demonstrativa)

    Bom, na Aula 00, que alm de aula demonstrativa tambm a primeira do curso, nosso objetivo ser percorrer os conceitos que fornecem a base para o estudo do Controle Externo, cobrindo os seguintes assuntos:

    9 Aspectos gerais do controle; 9 Entidades Fiscalizadoras Superiores e Declarao de Lima; 9 Controle externo no Brasil. Sistemas de Controle na Administrao

    Pblica Brasileira.

    Para tanto, seguiremos o seguinte sumrio:

    SUMRIO

    Aspectos gerais do controle ...................................................................................................................................... 8

    Conceito ............................................................................................................................................................................ 8

    Classificaes do controle....................................................................................................................................... 11

    Quanto ao posicionamento do rgo controlador ................................................................................... 11

    Quanto ao momento do controle .................................................................................................................... 11

    Quanto natureza do controle ........................................................................................................................ 13

    Controle Administrativo ..................................................................................................................................... 15

    Controle Judicial .................................................................................................................................................... 16

    Controle Social ........................................................................................................................................................ 18

    Sistemas de controle externo ................................................................................................................................ 23

    Declarao de Lima ..................................................................................................................................................... 26

    Sistemas de controle no Brasil ............................................................................................................................. 34

    Controle Externo ........................................................................................................................................................ 35

    Controle Parlamentar .......................................................................................................................................... 40

    Controle Tcnico .................................................................................................................................................... 42

    Controle exercido em conjunto pelo Legislativo e pelo TCU ............................................................... 44

    Controle Interno ......................................................................................................................................................... 48

    Controle dos recursos estaduais e municipais ............................................................................................... 52

    RESUMO DA AULA ..................................................................................................................................................... 59

    Questes comentadas na Aula .............................................................................................................................. 61

    Gabarito ............................................................................................................................................................................. 67

    Vamos ento?

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    ASPECTOS GERAIS DO CONTROLE

    CONCEITO

    Controle a fiscalizao exercida sobre as atividades de pessoas, rgos, departamentos, sistemas etc., para que tais atividades no se desviem dos padres e das normas preestabelecidas, e para que alcancem os resultados desejados.

    O controle uma das funes administrativas clssicas: planejar, coordenar, supervisionar, executar e controlar. De acordo com a teoria da administrao, um sistema de controle eficaz garante que as atividades sejam realizadas de maneira satisfatria, na direo dos objetivos da empresa. Alm do mais, nas grandes corporaes modernas de capital pulverizado, ou seja, que possuem muitos acionistas, os verdadeiros donos geralmente esto afastados da administrao do negcio. Diretores executivos so contratados para administrar a empresa com o compromisso de dirigi-la para satisfazer os interesses dos proprietrios do capital. Nesse contexto, uma estrutura de controle possui a finalidade de assegurar que a administrao da companhia esteja seguindo as diretrizes estabelecidas pelos proprietrios, alm de coibir atitudes oportunistas dos executivos que satisfaam seus prprios interesses em detrimento da organizao.

    De forma semelhante, os recursos financeiros e patrimoniais utilizados pelo Estado no pertencem ao Presidente da Repblica nem aos Governadores, Prefeitos, Deputados e demais agentes pblicos, mas sim ao povo, que recolhe tributos. com esses recursos que o Estado disponibiliza servios sociedade, adquirindo materiais para o funcionamento das reparties, firmando contratos, realizando obras, remunerando seus servidores, etc.

    Mas virtualmente impossvel que o povo, por si mesmo, consiga administrar os recursos que disponibiliza ao Estado. Por isso, delega essa tarefa a intermedirios legalmente habilitados, os gestores pblicos, que tm o dever de administrar os recursos em nome e em favor do povo, obedecendo s normas aplicveis. Paralelamente, de forma semelhante ao que ocorre nas empresas privadas, existe toda uma estrutura de controle atuando para assegurar que os governantes e demais responsveis por bens e valores pblicos desempenhem suas tarefas com correo, em consonncia com o ordenamento jurdico e com princpios como os da

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    moralidade, publicidade, impessoalidade e supremacia do interesse pblico.

    Hely Lopes Meirelles, em uma definio abrangente, porm concisa, OHFLRQDTXHFRQWUROHHPWHPDGH$GPLQLVWUDomR3~EOLFDpDIDFXOGDGHGHvigilncia, orientao e correo que um poder, rgo ou autoridade H[HUFHVREUHDFRQGXWDIXQFLRQDOGRRXWUR

    Os termos chaves dessa definio representam os principais atributos do controle da gesto pblica, que podem ser compreendidos da seguinte forma:

    Vigilncia: fiscalizao e acompanhamento da gesto, com base nas normas aplicveis.

    Orientao: atuao pedaggica, preventiva, com vistas ao aperfeioamento das prticas de gesto e inibio de condutas lesivas aos cofres pblicos.

    Correo: assegurar o cumprimento da lei e a recomposio do patrimnio lesado.

    Poder: como corolrio do Estado Democrtico de Direito, a CF instituiu um sistema de freios e contrapesos no qual os Poderes se vigiam mutuamente, cada um fiscalizando e inibindo eventuais excessos do outro (controle externo).

    rgo: cada instituio pblica possui em sua estrutura um rgo com atribuio de fiscalizar a prpria instituio (controle interno).

    Autoridade: autotutela da administrao, que pode anular ou revogar seus prprios atos.

    Em nosso dia-a-dia, muito comum nos depararmos com notcias sobre obras superfaturadas, fraudes em licitaes, e outras tantas falcatruas que tm em comum o fato de envolverem a malversao de recursos pblicos. Veja algumas manchetes recentes:

    TCU detecta falhas de construo em UPA 24h de Oeiras

    (portalodia.com, em 18/2/2014)

    Tribunal de Contas da Unio fiscaliza obras da Copa e encontra problemas

    (globo.com, em 14/2/2014)

    TCU estima desperdcios de R$ 2,67 bi ligados a gastos extras com usinas

    trmicas

    (valor.com.br, em 19/2/2014)

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    Tais notcias somente vm tona porque alguma ao de controle foi realizada sobre a conduta do mau gestor, possibilitando a identificao da irregularidade.

    Ao toparmos com manchetes dessa natureza, podemos perceber que o controle da Administrao Pblica pode ser feito de diversas formas e por diferentes agentes. Nos exemplos acima, assim como em diversas situaes semelhantes, a ao de controle foi empreendida pelo Tribunal de Contas da Unio (TCU), a quem cabe zelar pela correta gesto dos recursos da Unio. Com efeito, veremos que os Tribunais de Contas (incluindo o da Unio, o do Distrito Federal, bem como todos os outros Estaduais e Municipais) so os rgos tcnicos diretamente envolvidos no controle externo da Administrao Pblica, em auxlio ao Poder Legislativo, fiscalizando os respectivos rgos e agentes jurisdicionados que realizam a arrecadao e a aplicao dos recursos municipais, estaduais, distritais e federais.

    Mas vale lembrar que a Administrao tambm se sujeita ao controle judicial, realizado pelo Poder Judicirio, ao controle social, realizado pelos cidados, alm de exercer, ela mesma, o controle sobre os prprios atos, como veremos com mais detalhes adiante.

    Quando falamos em controle da gesto pblica, estamos nos referindo fiscalizao de qualquer ato administrativo que envolva receitas e despesas pblicas, como a compra de bens, admisso de pessoal, arrecadao de impostos, etc. Assim, essa modalidade de controle mais perceptvel sobre as atividades realizadas pelo Poder Executivo, cujas funes tpicas so as funes administrativas. Mas o controle da gesto pblica tambm alcana o Poder Legislativo e o Poder Judicirio, bem como o Ministrio Pblico e o prprio Tribunal de Contas.

    Contudo, o controle de que estamos falando no alcana as funes tpicas dos demais Poderes (Legislativo = legislar; Judicirio = julgar) e rgos autnomos (MP = fiscal da lei; TC = controle externo), mas apenas suas funes administrativas. Por exemplo: o TCU no tem competncia para fiscalizar se o processo legislativo que resultou na edio de determinada lei foi corretamente seguido pelo Congresso Nacional; tambm no pode dizer se o Supremo Tribunal Federal decidiu ou no de forma adequada em determinada ao direta de inconstitucionalidade. Mas, por outro lado, poder sim fiscalizar as licitaes, as admisses de pessoal e todos os demais atos que resultem

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    receita ou despesa realizados tanto pelo Congresso Nacional como pelo Supremo Tribunal Federal.

    A partir dessas consideraes conceituais, vamos avanar apresentando algumas classificaes doutrinrias e legais que se aplicam ao controle da gesto pblica.

    CLASSIFICAES DO CONTROLE

    QUANTO AO POSICIONAMENTO DO RGO CONTROLADOR

    Quando o controle exercido por um ente no que integra a mesma estrutura organizacional do rgo fiscalizado dito controle externo.

    Por exemplo: quando o Congresso Nacional julga as contas prestadas pelo Presidente da Repblica, ou quando um juiz anula um ato do Poder Executivo, temos exemplos de controle externo, pois, nestes casos, um Poder exerce controle sobre os atos de outro Poder. No primeiro caso, o Legislativo e, no segundo caso, o Judicirio exercem controle sobre o Executivo. Todavia, veremos que, na terminologia adotada pela Constituio, apenas o controle exercido pelo Legislativo sobre a Administrao Pblica, com o auxlio tcnico dos Tribunais de Contas, recebe a denominao de controle externo (CF, art. 70 a 75).

    Por outro lado, quando o controle exercido por rgo especializado, porm pertencente mesma estrutura da unidade controlada, dito controle interno. A Controladoria-Geral da Unio (CGU), por exemplo, um rgo que exerce controle interno, pois se vincula diretamente ao Presidente da Repblica (o titular da CGU um Ministro de Estado), e possui atribuies especficas de controle dos rgos e entidades administrativas pertencentes ao Poder Executivo Federal.

    QUANTO AO MOMENTO DO CONTROLE

    Controle prvio (a priori): exercido antes da conduta administrativa se efetivar. Possui carter preventivo, orientador, e visa evitar a ocorrncia de irregularidades. Exemplos de controle prvio exercido pelo TCU:

    (i) apreciao prvia da documentao dos processos de desestatizao1;

    1 Lei 9.494/1997: Art. 18. Compete ao Gestor do Fundo [Nacional de Desestatizao]: (...)

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    (ii) assinatura de determinaes aos gestores pblicos, de modo a prevenir que irregularidades se repitam (LO/TCU, art. 18 e art. 43, inciso I);

    (iii) decretao de medidas cautelares no controle sobre editais de licitao (RI/TCU, art. 276).

    O ordenamento jurdico atual no mais prev a necessidade de

    homologao prvia pelo Tribunal de Contas como condicionante

    para a eficcia de atos administrativos. Isso estava previsto no

    perodo entre as constituies federais de 1946 e 1967, mas no existe mais.

    Naquele perodo, todos os atos da administrao, inclusive licitaes e respectivos

    contratos para compras, obras e servios, deveriam passar pelo crivo prvio do Tribunal de

    Contas para que pudessem produzir efeitos, num verdadeiro excesso de burocracia.

    J hoje em dia, a regra no mais essa, visto que gestores pblicos firmam contratos e

    executam despesas sem precisar de qualquer anuncia prvia do Tribunal de Contas.

    Porm, em algumas situaes especficas, por expressa disposio legal, ainda se realiza o

    ??? ? ato, como o caso das concesses de servios pblicos na esfera federal, cujo Edital deve ser enviado ao TCU para

    aprovao antes de ser publicado..

    Controle concomitante (pari passu): efetuado no momento em que a conduta administrativa est sendo praticada. Tambm possui carter preventivo, pois permite coibir irregularidades tempestivamente. Exemplos de controle concomitante exercido pelo TCU:

    (i) acompanhamento da arrecadao da receita (LO/TCU, art. 1, inciso IV);

    (ii) fiscalizao da entrega dos recursos do FPE e FPM aos destinatrios (LO/TCU, art. 1, inciso VI);

    (iii) realizao de auditorias sobre atos ou contratos administrativos que ainda esto sendo consumados, como uma obra ainda no finalizada (LO/TCU, art. 1, II).

    Controle posterior (a posteriori): efetuado aps o ato administrativo ter sido praticado. Possui carter corretivo e, eventualmente, sancionador. a forma mais utilizada de controle externo. Exemplos de controle posterior exercido pelo TCU: VIII preparar a documentao dos processos de desestatizao, para apreciao do Tribunal de Contas da Unio; (...)

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    (i) julgamento das contas dos administradores pblicos (LO/TCU, art. 1, inciso I);

    (ii) emisso de parecer prvio sobre as contas do prestadas pelo Presidente da Repblica (LO/TCU, art. 1, inciso III e art. 36);

    (iii) realizao de auditorias para fiscalizar a regularidade de atos administrativos j consumados ou os resultados alcanados por programas de governo (LO/TCU, art. 1, II).

    Registre-se que o Tribunal de Contas possui competncias que lhe so prprias, e que podem ser enquadradas em qualquer dos trs momentos do controle. Embora suas tarefas mais conhecidas e tradicionais sejam de controle posterior (julgamento das contas e realizao de auditorias), o controle da administrao pblica tem evoludo para priorizar aes de controle prvio ou concomitante, a partir de critrios de materialidade, relevncia e risco. Dessa forma, espera-se que a Corte de Contas alcance maior efetividade.

    QUANTO NATUREZA DO CONTROLE

    Tradicionalmente, o controle da gesto pblica, quanto natureza, ou seja, considerando o seu foco, classifica-se em:

    Legalidade: verifica se a conduta do gestor guarda consonncia com as normas aplicveis, de qualquer espcie - leis, regimentos, resolues, portarias etc.

    Ex: no controle da legalidade de uma construo de rodovia, pode ser

    verificado se a contratao da empreiteira responsvel pela obra foi realizada em

    conformidade com a Lei de Licitaes.

    Legitimidade: verifica se o ato atende ao interesse pblico, impessoalidade e moralidade.

    Ex: no controle de legitimidade, pode ser verificado se a construo da

    rodovia atende s necessidades da populao. Caso, por exemplo, j existirem

    outras vias de acesso que atendam satisfatoriamente a demanda do local, ao

    contrrio de outras localidades mais necessitadas, o investimento poderia no

    ser considerado legtimo, mesmo se realizado de acordo com a Lei de Licitaes.

    Economicidade: analisa a relao custo/benefcio da despesa pblica, isto , se o gasto foi realizado com minimizao dos custos e sem comprometimento dos padres de qualidade.

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    Ex: no controle de economicidade, pode ser verificado se os materiais e

    servios necessrios construo da rodovia foram adquiridos e contratados a

    preos de mercado e se atenderam s necessidades da obra com qualidade.

    Alm desses aspectos, com a utilizao de tcnicas mais modernas de fiscalizao, o controle passou a ter tambm como foco:

    Eficincia: analisa os meios utilizados em relao aos resultados obtidos pela Administrao, com critrios de custo, prazo e qualidade. De certa forma, se confunde com o conceito de economicidade.

    Ex: no controle de eficincia, pode ser verificado se os recursos dispendidos

    na obra foram otimizados, ou seja, se a rodovia foi construda com qualidade,

    em tempo razovel e a custo de mercado.

    Eficcia: verifica se as metas estabelecidas foram alcanadas, ou seja, se os bens e servios foram providos.

    Ex: no controle de eficcia, pode ser verificado se o cronograma

    estabelecido para a obra foi cumprido, se todas as intervenes previstas foram

    realizadas, ou mesmo, se a rodovia foi realmente construda.

    Efetividade: analisa se os objetivos da ao administrativa foram atingidos, em termos de impactos sobre a populao-alvo.

    Ex: no controle de efetividade, pode ser verificado se a rodovia, aps

    construda, realmente melhorou a vida da populao, suprindo as carncias que

    motivaram a realizao da obra.

    Segundo as Normas de Auditoria do TCU, legalidade e legitimidade so avaliadas nas auditorias de regularidade, enquanto que economicidade, eficincia, eficcia e efetividade so avaliadas nas auditorias operacionais.

    Fonte: Manual de Auditoria Operacional do TCU.

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    Em suma, o controle avalia a legalidade, economicidade e a eficincia da aquisio e aplicao dos recursos, assim como a legitimidade, eficcia e a efetividade dos resultados alcanados.

    CONTROLE ADMINISTRATIVO

    Segundo a Professora Di Pietro, controle administrativo pRSRGHUde fiscalizao que a Administrao Pblica (em sentido amplo) exerce sobre sua prpria atuao, sob os aspectos de legalidade e mrito, por iniciativa prpria ou mediante provocao (VVH WLSR de controle deriva do poder de autotutela da Administrao, expresso na Smula 473 do STF:

    ?anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornem ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de

    convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em

    todos os casos, a apreciao judicial??

    Portanto, anulao refere-se a controle de legalidade: anulam-se atos ilegais; por sua vez, revogao refere-se a controle de mrito: revogam-se atos inconvenientes ou inoportunos, assim classificados segundo critrios discricionrios da Administrao. Vale destacar que, em qualquer caso, sempre h a possibilidade de apreciao do ato pelo Poder Judicirio.

    Os controles internos administrativos so inerentes s atividades de uma organizao, constituindo etapas de seus processos de trabalho, em todos os nveis, desde a alta direo at os escales operacionais. Como exemplos de controles internos administrativos, pode-se citar: sistema de autorizao e aprovao de transaes, segregao de tarefas, controles fsicos sobre os bens e informaes, controle da chefia sobre os atos de seus subordinados (controle hierrquico), instaurao de processos disciplinares, interposio de recursos administrativos etc.

    Superviso Ministerial

    A superviso ministerial, na esfera federal, uma das formas pelas quais o controle administrativo se manifesta, nos termos do Decreto-Lei 200/1967, que dispe sobre a organizao da Administrao Pblica Federal.

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    De acordo com a mencionada norma, o Ministro de Estado responsvel, perante o Presidente da Repblica, pela superviso dos rgos da Administrao Federal, direta e indireta, enquadrados em sua rea de competncia. Assim, por exemplo, o Ministro de Estado da Fazenda responsvel pela superviso da Receita Federal e da Secretaria do Tesouro Nacional, rgos vinculados ao Ministrio de sua competncia.

    A superviso ministerial deve ser exercida mediante a orientao, coordenao e controle das atividades dos rgos subordinados ou vinculados ao Ministrio, com o objetivo de assegurar o cumprimento das leis, promover a execuo dos programas de Governo, fiscalizar a aplicao dos recursos pblicos, promover a prestao de contas, dentre outras aes que assegurem a atuao correta e eficiente da Administrao.

    Especial ateno deve ser dada s peculiaridades da superviso exercida pela Administrao Direta, por intermdio dos Ministros de Estado, sobre as entidades da Administrao Indireta. Tal superviso, tambm conhecida como tutela - e no autotutela - no significa subordinao hierrquica, mas to-somente vinculao para fins de controle. Essa vinculao geralmente se d com relao ao Ministrio cujas atividades se relacionam com a da pessoa jurdica da Administrao Indireta. Por exemplo, o Banco do Brasil sociedade de economia mista e a Caixa Econmica Federal empresa pblica , que atuam na rea financeira, vinculam-se ao Ministrio da Fazenda; j a Petrobrs, sociedade de economia mista que atua na rea de energia, vincula-se ao Ministrio de Minas e Energia. O controle sobre as entidades da Administrao Indireta (tutela) ocorre para garantir a observncia da legalidade e o cumprimento das suas finalidades institucionais. Todavia, s pode ser exercido nos limites estabelecidos em lei, sob pena de ofender a autonomia administrativa, operacional e financeira dessas entidades descentralizadas.

    CONTROLE JUDICIAL

    O controle judicial ou jurisdicional aquele exercido pelos rgos do Poder Judicirio sobre os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do prprio Judicirio, quando realiza atividades administrativas. Esse controle ocorre em ateno ao disposto no art. 5, XXXV, da CF: DOHLQmRH[FOXLUiGDDSUHFLDomRGR3RGHU-XGLFLiULR leso ou DPHDoDDGLUHLWR

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    Na lio de Hely Lopes Meirelles:

    1R QRVVR VLVWHPD GH MXULVGLomR MXGLFLDO ~QLFD FRQVDJUDGR SHOR SUHFHLWRconstitucional de que no se pode excluir da apreciao do Poder Judicirio

    qualquer leso ou ameaa a direito, individual ou coletivo (art. 5o, XXXV), a

    Justia ordinria tem a faculdade de julgar todo ato de administrao

    SUDWLFDGRSRUDJHQWHGHTXDOTXHUGRVyUJmRVRX3RGHUHVGR(VWDGR Assim, aquele que se sinta lesado em seus direitos em razo de ato

    praticado pela Administrao poder buscar socorro junto ao Judicirio. Tal possibilidade caracteriza uma instncia de controle sobre a gesto da coisa pblica, proveniente do sistema de freios e contrapesos presente em nosso ordenamento jurdico.

    Diferentemente do controle externo realizado pelo Poder Legislativo com o auxlio dos Tribunais de Contas (sobre o qual falaremos daqui a pouco), o controle judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, o Judicirio no age de ofcio, por conta prpria. Ao contrrio, para ser exercido, necessria a provocao do interessado ou do legitimado, mediante a propositura da ao judicial cabvel, que pode ser, por exemplo, um mandado de segurana, um mandado de injuno, uma ao popular, uma ao civil pblica entre outros.

    Outra peculiaridade que a doutrina costuma classificar o controle judicial sobre a Administrao Pblica como uma espcie de controle a posteriori, eis que geralmente ocorre depois de o ato ter sido consumado. Porm, possvel encontrar exemplos de controle prvio, como os mandados de segurana preventivos.

    Ademais, em regra, o controle judicial se restringe ao controle de legalidade, no se pronunciando sobre a convenincia e oportunidade do ato em exame, ou seja, sobre o mrito administrativo. Os elementos que perfazem o mrito do ato administrativo (motivo e objeto) somente podero ser objeto de anlise pelo Poder Judicirio nos casos em que contrariarem princpios legais (como moralidade, imparcialidade e eficincia) ou que forem desproporcionais ou no pautados em critrios razoveis. Por exemplo, conforme ensina a Professora Di Pietro, a ausncia ou falsidade do motivo, isto , dos fatos que precedem a elaborao do ato, caracteriza ilegalidade, suscetvel de invalidao pelo Poder Judicirio, no constituindo invaso do mrito administrativo.

    Mediante o exerccio do controle judicial dos atos administrativos pode-se decretar a sua anulao, nos casos em que existe ilegalidade ou

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    ilegitimidade, mas nunca a sua revogao, que faculdade privativa da prpria Administrao.

    Nunca demais lembrar que, considerando o conceito que leva em conta a posio do controlador em relao ao controlado, o Judicirio realiza controle externo sobre a Administrao Pblica. Porm, segundo a Constituio Federal, controle externo diz respeito apenas fiscalizao exercida pelo Poder Legislativo, com o auxlio dos Tribunais de Contas, sobre os atos administrativos do poder pblico.

    CONTROLE SOCIAL

    O controle social exercido pelo cidado diretamente ou pela sociedade civil organizada. O ordenamento jurdico brasileiro, a comear pela Constituio Federal, estabelece diversas formas de controle social, que pode ser exercido tanto no momento da formulao da poltica pblica como na fase de execuo. A seguir, alguns exemplos de aes de controle acessveis a qualquer cidado:

    - denunciar irregularidades aos rgos de controle externo (CF, art. 74, 2);

    - propor ao popular que vise anular ato lesivo ao patrimnio pblico e moralidade administrativa (CF, art. 5, LXXIII);

    - examinar e questionar a legitimidade das contas de todas as esferas de governo, as quais ficaro disposio de qualquer contribuinte no respectivo Poder Legislativo e no rgo tcnico responsvel por sua elaborao (CF, art. 31, 3; LRF, art. 49);

    - conhecer e acompanhar, em tempo real, em meios eletrnicos de acesso pblico, informaes pormenorizadas sobre a execuo oramentria e financeira (LC 131/2009);

    - sugerir, criticar, reclamar ou informar a respeito de ato de gesto ou ato administrativo praticado por agente pblico jurisdicionado ao TCU, por meio da ouvidoria do Tribunal (Resoluo TCU 214/2008).

    1. (TCU ACE 2004 Cespe) Tendo em conta o momento no qual a atividade de controle se realiza, o controle externo, analogamente ao que ocorre com o controle de constitucionalidade, pode ser classificado em prvio (a priori) ou posterior (a posteriori).

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    Comentrio: As classificaes do controle quanto ao momento da sua realizao em relao ao ato controlado so: controle prvio (a priori), controle posterior (a posteriori), e ainda controle concomitante (pari passu). Portanto, o quesito est perfeito. Gabarito: Certo

    2. (TCDF Auditor 2014 Cespe) O controle pode ser classificado, quanto ao momento do seu exerccio, em prvio, simultneo ou a posteriori. A exigncia de laudos de impacto ambiental, por exemplo, constitui uma forma de controle simultneo.

    Comentrio: O quesito est errado. De fato, o controle pode ser classificado, quanto ao momento do seu exerccio, em prvio, simultneo ou a posteriori. Contudo, a exigncia de laudos de impacto ambiental constitui exemplo de controle prvio, e no simultneo. Geralmente, esse tipo de laudo exigido pelo Poder Pblico como condio para o licenciamento de obras, servindo para demonstrar as consequncias para o ambiente de determinado projeto. o que prescreve o art. 225, IV da CF:

    Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv- lo para as presentes e futuras geraes.

    1 - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico: IV - exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade;

    Gabarito: Errado

    3. (TCU ACE 2006 ESAF) Desenvolva um texto argumentando sobre o seguinte tema: Prvio, concomitante ou a posteriori: como caracterizar o controle exercido pelo TCU? Comentrio: Uma boa resposta para essa questo discursiva poderia iniciar, logo de cara, afirmando que as diversas competncias do TCU permitem enquadrar o controle exercido pela Corte de Contas nas trs classificaes de controle apresentadas. Em seguida, a afirmao deveria ser justificada com exemplos, como os apresentados acima. Para concluir, poderia ser dito que, embora a maior parte do controle exercido pelo Tribunal seja posterior, sua atuao tem evoludo no sentido de priorizar as aes de controle prvio e concomitante, com o objetivo de, cada vez mais, se antecipar s ms prticas de gesto e evitar ou minimizar os danos ao patrimnio pblico.

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    4. (TCE/ES ACE 2012 Cespe) Uma das funes precpuas do Poder Judicirio realizar o controle de mrito dos atos administrativos do Poder Executivo que contribuem para o melhor interesse da sociedade.

    Comentrio: O quesito est errado, uma vez que o controle judicial, ao contrrio do que diz a assertiva, caracteriza-se por no realizar controle de mrito dos atos administrativos, restringindo-se ao controle de legalidade.

    Gabarito: Errado

    5. (TCE/TO ACE 2008 Cespe) Um sistema de controle externo se diferencia de um sistema de controle interno na administrao pblica, pois a) o primeiro se situa em uma instncia fora do mbito do respectivo Poder. b) correspondem, respectivamente, auditoria externa e interna. c) o primeiro tem funo coercitiva e o segundo, orientadora. d) o primeiro tem carter punitivo, e o segundo consultivo. e) o funcionamento do primeiro deriva de um processo autorizativo, e o segundo institucional.

    Comentrio: Quanto ao posicionamento do rgo controlador em relao ao controlado, o controle pode ser externo ou interno. O controle externo exercido por um ente no que integra a mesma estrutura organizacional do rgo fiscalizado enquanto que o controle interno exercido por ente que tambm integra essa estrutura. Portanto, FRUUHWDDDOWHUQDWLYDD

    Gabarito: aOWHUQDWLYDD 6. (TCDF Procurador 2012 Cespe) O controle administrativo um controle de legalidade e de mrito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre suas prprias condutas.

    Comentrio: A primeira parte da assertiva (O controle administrativo um controle de legalidade e de mrito...) est correta. Lembre-se de que o controle administrativo deriva do poder de autotutela, pelo qual a Administrao pode anular atos ilegais (controle de legalidade) ou revogar atos inconvenientes/inoportunos (controle de mrito).

    Todavia, o restante da frase macula o quesito, pois o controle administrativo no exercido exclusivamente pelo Poder Executivo, mas pela Administrao Pblica em sentido amplo, compreendendo, portanto, a administrao direta e indireta de todos os Poderes e esferas de governo. Assim, por exemplo, o STF, integrante do Poder Judicirio, pode anular uma licitao promovida pelo prprio rgo para adquirir material de expediente, caso constate alguma ilegalidade no procedimento. Nesse exemplo, perceba

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    que o STF est atuando como Administrao Pblica, ou seja, exercendo funes administrativas, ainda que no faa parte do Poder Executivo.

    Gabarito: Errado

    7. (TCDF ACE 2012 Cespe) Caso no seja empregado o mnimo de recursos destinados a sade e educao no DF, poder ocorrer o controle judicial de ofcio com vistas a garantir mediante medida cautelar a ocorrncia dos atos administrativos necessrios para o direcionamento dessa parcela do oramento.

    Comentrio: Como vimos, o controle judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, no existe controle judicial de ofcio, da o erro do quesito.

    Gabarito: Errado

    8. (TJRO Tcnico Judicirio 2012 Cespe) O abuso de poder conduta comissiva, que afronta, dentre outros, o princpio da legalidade e o da moralidade, e se sujeita, portanto, ao controle judicial, que se sobrepe ao controle administrativo.

    Comentrio: O item est errado. No h predominncia entre as formas de controle. Tanto o controle judicial como o administrativo, o parlamentar ou o exercido pelos Tribunais de Contas derivam do sistema de freios e contrapesos que rege a Administrao Pblica, o qual assegura a harmonia entre os Poderes.

    Gabarito: Errado

    9. (TCDF Procurador 2012 Cespe) Constitui exteriorizao do princpio da DXWRWXWHOD D V~PXOD GR 67) TXH HQXQFLD TXH $ DGPLQLVWUDomR SRGH DQXODU VHXVprprios atos, quando eivados dos vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de convenincia e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao MXGLFLDO

    Comentrio: A questo est correta, pois constitui a transcrio da Smula 473 do STF.

    Gabarito: Certo

    10. (INPI Analista 2013 Cespe) O controle administrativo, que consiste no acompanhamento e fiscalizao do ato administrativo por parte da prpria estrutura organizacional, configura-se como controle de natureza interna, privativo do Poder Executivo.

    Comentrio: O item est errado. A Professora Maria Sylvia Di Pietro define o controle da Administrao da seguinte forma:

    O poder de fiscalizao e correo que sobre ela exercem os rgos dos Poderes Judicirio, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuao com os princpios que lhe so impostos pelo ordenamento jurdico.

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    Temos ento, controle administrativo, judicial e legislativo como espcies do gnero controle da Administrao. O controle administrativo o poder de fiscalizao e correo que o Estado-administrador efetua sobre sua prpria atuao, nos aspectos de legalidade e mrito, seja por iniciativa prpria ou por provocao. A funo administrativa est presente em todos os Poderes do Estado. Embora o Poder Executivo a exera tipicamente, os demais Poderes, de forma atpica, tambm administram. Isso se d, por exemplo, quando realizam concurso pblico ou quando adquirem bens e servios. Dessa forma, o controle administrativo exercido no mbito de todos os Poderes, no s no Executivo. Os Poderes Judicirio e Legislativo exercem controle administrativo ao desempenharem sua funo atpica de administrar.

    Gabarito: Errado

    11. (TCDF Auditor 2014 Cespe) Na esfera federal, o controle administrativo identificado com a superviso ministerial, que, no caso da administrao indireta, caracteriza a tutela. A sua autonomia, estabelecida nas prprias leis instituidoras, deve ser assegurada, sem prejuzo da fiscalizao na aplicao da receita pblica e da ateno com a eficincia e a eficcia no desempenho da administrao.

    Comentrio: A assertiva est correta. a prpria definio de superviso ministerial, que, na esfera federal, uma das formas pelas quais o controle administrativo se manifesta. O quesito tambm caracteriza corretamente a tutela exercida pela Administrao Direta sobre da Administrao Indireta, ao indicar a necessidade de se preservar a autonomia das entidades descentralizadas.

    Gabarito: Certo

    Compreendidas as principais caractersticas da atividade de controle, vamos avanar estudando as peculiaridades dos sistemas de controle externo existentes no mundo. Em seguida, veremos os princpios e diretrizes difundidos internacionalmente por meio da Declarao de Lima para, a partir de ento, iniciarmos o estudo particular dos sistemas de controle no Brasil.

    Vamos l!

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    SISTEMAS DE CONTROLE EXTERNO

    As Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) so os rgos tcnicos de controle externo de maior estatura em cada pas. Normalmente o rgo que atua na esfera federal. No caso do Brasil, a EFS o TCU.

    Dependendo da organizao poltica do pas, a EFS pode ser classificada em um dos seguintes sistemas de controle externo:

    Tribunais de Contas Auditorias-Gerais

    O sistema de Tribunais de Contas ou Conselho de Contas caracteriza-se por seu carter colegiado. Ou seja, as decises desses rgos so tomadas em conjunto, pelo voto da maioria de seus membros (decises colegiadas). Os Tribunais de Contas geralmente possuem poder para julgar a regularidade da gesto do administrador pblico (as FKDPDGDV FRQWDV GRV UHVSRQViYHLV 7DPEpP, em regra, possuem competncia para punir e emitir determinaes compulsrias aos controlados.

    J o sistema de Auditorias-Gerais ou Controladorias-Gerais caracteriza-se por seu carter unipessoal. So comandados por um auditor ou controlador-geral, que o responsvel pelas decises do rgo (decises monocrticas). No geral, as Auditorias-Gerais pronunciam-se conclusivamente sobre as contas, mas no as julgam. Suas decises, em regra, possuem carter opinativo ou consultivo, emitidas na forma de pareceres e recomendaes, com o objetivo principal de fornecer subsdios para que o titular do controle externo e a opinio pblica avaliem a gesto.

    Em geral, tanto os Tribunais de Contas como as Auditorias Gerais esto associados ao Poder Legislativo. H, contudo, pases que colocam os Tribunais de Contas junto ao Poder Judicirio ou as Auditorias-Gerais junto ao Poder Executivo. H tambm casos em que a EFS no est vinculada a nenhum Poder.

    A tarefa tradicional dos Tribunais de Contas o controle de legalidade, enquanto que as Auditorias-Gerais priorizam o controle de eficcia, eficincia e efetividade. Contudo, os Tribunais de Contas tm progredido nesse aspecto, expandindo sua atuao para alm do mero exame de legalidade, passando a focar aspectos de desempenho e alcance de resultados.

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    Os Tribunais de Contas e as Auditorias-Gerais tambm possuem caractersticas em comum: so rgos administrativos; so autnomos em relao ao Poder que os vincula; em geral, possuem previso constitucional; e suas decises no so sujeitas a reviso por outro rgo ou instncia.

    A Controladoria-Geral da Unio (CGU) no rgo de

    controle externo, apesar de sua denominao. Como j foi

    dito, a CGU vinculada Presidncia da Repblica, a quem

    assessora por meio de atividades de controle interno, alm de exercer, como rgo

    central, a superviso tcnica dos rgos que compem o Sistema de Controle

    Interno do Poder Executivo Federal, prestando a orientao normativa necessria.

    A Organizao Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai, em ingls; intosai.org), da qual o TCU um dos membros fundadores, o organismo que congrega as EFS de mais de 170 pases. O principal objetivo da entidade a troca experincias entre seus membros, com vistas ao contnuo aprimoramento da fiscalizao das contas pblicas.

    O TCU tambm faz parte da Organizao Latino Americana do Caribe de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Olacefs; olacefs.net). A organizao incentiva a pesquisa cientfica especializada e desenvolve atividades de estudo, capacitao, especializao, assessoria e assistncia tcnica, informao e coordenao tudo isso com o objetivo de fomentar o desenvolvimento e o aperfeioamento das EFS membro. A Olacefs, que atualmente conta com 23 pases membros, um dos grupos regionais da Intosai.

    Alm disso, o TCU integra a Organizao das EFS dos Pases do Mercosul e Associados (EFSUL; efsul.org), juntamente com as EFS da Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolvia, Chile e Venezuela, e tambm membro da Organizao das Instituies Supremas de Controle da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (Organizao das ISC da CPLP; estatuto), juntamente com as EFS de Angola, Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique, Portugal e So Tom e Prncipe. O objetivo dessas organizaes aumentar o desenvolvimento e o aperfeioamento de suas instituies membros, mediante a promoo de aes de cooperao tcnica, cientfica e cultural no campo de controle e da fiscalizao de uso dos recursos pblicos.

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    12. (TCU ACE 2004 Cespe) Os sistemas internacionais de controle externo tm em comum a circunstncia de que o rgo de controle invariavelmente colegiado e ligado ao Poder Legislativo.

    Comentrio: O rgo de controle (EFS) pode ser constitudo na forma de Tribunais/Conselhos de Contas ou na forma de Auditorias/Controladorias-Gerais. No primeiro caso, so rgos colegiados; no segundo, via de regra, so rgos monocrticos. Alm disso, embora a maioria das EFS pelo mundo esteja ligada ao Poder Legislativo, como o TCU no Brasil, h pases em que a EFS compe o Poder Judicirio, como em Portugal; o Poder Executivo, como no Paraguai e na Bolvia; ou nenhum dos Poderes, como na Frana e no Chile.

    Gabarito: Errado

    13. (TCU ACE 2006 ESAF) Na maioria dos pases onde existe, o sistema de controle externo levado a termo ou pelos Tribunais de Contas (Cortes de Contas) ou pelas Auditorias-Gerais. Nesse contexto, considerando as principais distines entre esses dois modelos de controle, assinale a opo que indica a correta relao entre as colunas:

    1) Tribunais de Contas ( ) So rgos colegiados. 2) Auditorias-Gerais ( ) Podem ter poderes jurisdicionais.

    ( ) Podem estar integrados ao Poder Judicirio. ( ) Proferem decises monocrticas.

    a) 1 2 1 2 b) 1 1 1 2 c) 1 1 2 2 d) 2 1 2 1 e) 2 2 2 1

    Comentrio: Pelo que estudamos, fica fcil matar essa. Os Tribunais de Contas: so rgos colegiados; podem ter poderes jurisdicionais e podem estar integrados ao Poder Judicirio. J as Auditorias-Gerais proferem decises monocrticas e no possuem poderes jurisdicionais.

    Aproveito para ressaltar o detalhe de que, em regra, no se verificam: (i) Controladorias-Gerais integradas ao Poder Judicirio; (ii) Tribunais de Contas integrados ao Poder Executivo.

    Gabarito: alternativa b 14. (TCU ACE 2007 Cespe) O sistema de controle externo, na maioria dos pases signatrios, levado a termo ou pelas cortes de contas ou pelas auditorias-gerais. As principais caractersticas do sistema de tribunal de contas so as

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    decises colegiadas e o poder sancionatrio. No Brasil, bem como nos demais pases que adotam esse sistema, os tribunais de contas, quanto sua organizao, encontram-se ligados estrutura do Poder Legislativo.

    Comentrio: As duas primeiras frases da questo esto corretas. Ademais, fato que, no Brasil, os tribunais de contas esto ligados ao Poder Legislativo. Contudo, h pases em que isso no ocorre. Portanto, a expresso EHPFRPRQRVGHPDLVSDtVHVTXHDGRWDPHVVHVLVWHPD torna o quesito errado. Em Portugal e na Grcia, por exemplo, o Tribunal de Contas situa-se no mbito do Poder Judicirio. J na Frana, a Corte de Contas no est vinculada a nenhum dos poderes.

    Gabarito: Errado

    DECLARAO DE LIMA2

    O que ?

    A Declarao de Lima um documento publicado e distribudo pela Intosai, reconhecido como a Carta Magna do controle da gesto pblica ou, nos termos da norma, da auditoria governamental.

    Fornece as bases filosficas e conceituais para os trabalhos desenvolvidos pelos membros da Intosai e apresenta uma lista abrangente de todas as metas e questes relacionadas auditoria governamental.

    Qual seu objetivo?

    O principal objetivo da Declarao de Lima exigir uma auditoria governamental independente. Essa independncia deve estar garantida na legislao e protegida por instituies que lhe confiram segurana jurdica de forma adequada. Segundo a Declarao de Lima, instituies dessa natureza s podem ser encontradas em um Estado Democrtico de Direito.

    O estado de direito e a democracia so, portanto, premissas essenciais para uma auditoria governamental efetivamente independente, alm de serem os pilares nos quais a Declarao de Lima se fundamenta.

    2 Voc pode encontrar a Declarao de Lima, em portugus, no site do TCU: http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/relacoes_institucionais//relacoes_internacionais/organizacoes_internacionais

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    Quais so seus principais pontos?

    Propsito da auditoria

    Estabelece que o propsito da auditoria consiste na identificao tempestiva de violaes aos princpios da legalidade, eficincia, eficcia e economicidade. Espera-se, com isso, identificar os responsveis, obter ressarcimento pelos prejuzos causados e impedir ou dificultar a ocorrncia dessas violaes.

    Pr-auditoria e ps-auditoria

    Considera que uma pr-auditoria - ou controle prvio - eficaz indispensvel para garantir a adequada gesto dos recursos pblicos, uma vez que pode impedir prejuzos antes de sua ocorrncia. Por outro lado, gera um volume excessivo de trabalho e inviabiliza a definio de responsabilidades. Por sua vez, a ps-auditoria - ou controle posterior - enfatiza a responsabilizao, sendo uma tarefa indispensvel a todas as EFS, a despeito de realizarem pr-auditorias ou no.

    Auditoria Interna e Auditoria Externa

    A Declarao de Lima preceitua que as EFS prestam servios de auditoria externa, pois no devem fazer parte da estrutura organizacional das instituies auditadas. Nesse ponto, portanto, a Declarao faz referncia ao conceito de controle externo quanto ao posicionamento do rgo controlador.

    O documento assevera, ainda, que os servios de auditoria interna - ou controle interno - devem ser funcional e organizacionalmente independentes, na maior medida possvel, apesar de estarem subordinados autoridade do rgo no qual foram estabelecidos. A EFS, na qualidade de auditoria externa, possui a tarefa de verificar a eficcia da auditoria interna.

    Auditoria de legalidade, auditoria de regularidade e auditoria operacional

    A Declarao de Lima reconhece que a tarefa tradicional das EFS auditar a legalidade e a regularidade. Todavia, atribui igual importncia auditoria operacional, cuja finalidade verificar o desempenho, a economia, a eficincia e a eficcia da administrao pblica.

    Independncia das EFS

    A Declarao de Lima enfatiza a necessidade de a EFS ser independente, funcional, organizacional e financeiramente, tanto em

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    relao ao governo e administrao como tambm em relao ao Parlamento.

    Segundo a Declarao, a independncia da EFS deve estar prevista na Constituio do respectivo pas, podendo ser detalhada na legislao.

    Os membros, ou seja, as pessoas que tomam as decises pela EFS, tambm devem ser independentes, devendo haver garantia para tanto na Constituio, a qual deve prever a forma de designao e destituio desses membros.

    A questo da independncia bastante enfatizada na Declarao, pois assegura que as decises da EFS sejam imparciais e objetivas, livres de influncias externas.

    Poderes das EFS

    Os poderes bsicos de auditoria da EFS devem estar previstos na Constituio; detalhes podem ser estabelecidos na legislao.

    Todas as operaes financeiras pblicas, a despeito de estarem ou no refletidas no oramento nacional, ficaro sujeitas a auditoria por parte da EFS. A cobrana de impostos, na maior medida possvel, tambm deve estar sujeita ao controle da EFS.

    Dentre as instituies sujeitas ao controle da EFS, a Declarao de Lima destaca: autoridades ou instituies pblicas estabelecidas no exterior; empresas regidas pelo direito privado das quais o governo seja acionista; instituies que recebam subsdios do governo; organizaes internacionais e supranacionais cujas despesas sejam cobertas por recursos do pas da EFS.

    O documento recomenda uma auditoria particularmente exaustiva nos recursos usados nas obras pblicas e nas instalaes de processamento de dados, em razo dos considerveis recursos dispendidos nessas reas, estabelecendo que a licitao pblica o procedimento mais adequado para a obteno da proposta mais favorvel em termos de preo e qualidade. Sempre que no forem realizadas licitaes pblicas, as razes para esse fato devem ser investigadas pela EFS.

    A Declarao de Lima dispe que a EFS deve ter acesso irrestrito a informaes e documentos necessrios realizao de suas atribuies de controle. A EFS tambm deve ter poderes para determinar s

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    organizaes auditadas que adotem as medidas necessrias correo dos desvios apurados.

    Mtodos, procedimentos e pessoal de auditoria e elaborao de relatrios

    Estabelece que a EFS deve possuir a prerrogativa de elaborar seu prprio plano de auditoria, ou seja, de escolher quais rgos, contratos, obras etc. sero fiscalizados. Alm disso, adequado que a EFS elabore manuais de auditoria para orientar seus auditores.

    Os resultados das atividades da EFS devem ser apresentados em relatrios pblicos, exceto quando contenham dados protegidos por lei, casos em que a EFS dever ponderar a necessidade dessa proteo contra os benefcios da divulgao do relatrio. Na elaborao dos seus relatrios, a EFS deve levar em considerao os pontos de vista das organizaes auditadas a respeito dos achados das auditorias.

    De acordo com a Declarao de Lima, os membros e funcionrios responsveis por auditorias devem ter a integridade moral e as qualificaes necessrias para desempenhar suas tarefas.

    *****

    isso. Apresentei um resumo dos principais pontos da Declarao de Lima para facilitar seu estudo, o que no substitui uma leitura atenta do inteiro teor da norma, que no grande. Essa leitura importante, pois as questes de prova sobre o tema geralmente so literais.

    Para finalizar o assunto, cabe registrar que o TCU, como membro da Intosai, procura sempre seguir os preceitos da Declarao de Lima na execuo de suas atividades de controle, embora a prpria Intosai estabelea que suas normas no sejam de aplicao compulsria pelas EFS. Com efeito, o ordenamento jurdico ptrio assegura ao TCU e, por consequncia, aos demais tribunais de contas brasileiros, grande parte das prerrogativas previstas na Declarao de Lima. Ao seguirmos com o curso, voc conseguir facilmente fazer a correspondncia entre as disposies da Declarao e as competncias atribudas ao TCU pela Carta Magna e por outros dispositivos legais.

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    15. (TCU AUFC 2013 Cespe) Consoante a Declarao de Lima de Diretrizes para Preceitos de Auditoria, permitido s Entidades Fiscalizadoras Superiores usar, sua discrio, os recursos alocados a elas em uma rubrica oramentria separada.

    Comentrio: O quesito est correto, nos termos do item 3 da Seo 7 da Declarao de Lima (Independncia financeira de Entidades Fiscalizadoras Superiores):

    3. As Entidades Fiscalizadoras Superiores podero usar, sua discrio, os recursos alocados a elas em uma rubrica oramentria separada.

    Gabarito: Certo

    16. (TCU AUFC 2011 Cespe) O fato de rgos e entidades governamentais serem objeto do controle exercido por uma EFS no implica subordinao de tal maneira que eles possam isentar-se de responsabilidades em relao s suas operaes e decises. Se, entretanto, em vez de recomendaes, a EFS emitir resolues ou atos similares, o seu cumprimento se tornar obrigatrio.

    Comentrio: O quesito est correto, em conformidade com a Seo 9 da Declarao de Lima:

    Seo 9. Relao com o governo e a administrao

    As Entidades Fiscalizadoras Superiores auditam as atividades do governo, suas autoridades administrativas e outras instituies subordinadas. Isso no significa, no entanto, que o governo seja subordinado Entidade Fiscalizadora Superior. Particularmente, o governo plena e exclusivamente responsvel por suas aes e omisses e no poder absolver-se com base em verificaes de auditorias--a menos que as verificaes tenham sido emitidas como julgamentos legalmente vlidos e aplicveis no mbito da lei--e em opinies de especialistas da Entidade Fiscalizadora Superior.

    Gabarito: Certo

    17. (TCU AUFC 2011 Cespe) As obras pblicas, em geral, por envolverem recursos considerveis, requerem ateno especial, cabendo EFS exclusivamente o controle da regularidade das despesas efetuadas. A avaliao dos resultados e a qualidade da execuo das obras constituem responsabilidade exclusiva dos prprios contratantes.

    Comentrio: certo que as obras pblicas requerem especial ateno da EFS, por envolverem recursos considerveis, nos termos da Seo 21, item 1 da Declarao de Lima. Todavia, no cabe exclusivamente EFS o controle da

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    regularidade das despesas efetuadas, pois tal controle tambm deve ser exercido pela prpria Administrao. Com efeito, segundo a Seo 21, item 2 da Declarao de Lima, D (QWLGDGH )LVFDOL]DGRUD 6XSHULRU SURPRYHUi Rdesenvolvimento de normas adequadas para regular a administrao dessas REUDV Ademais, o quesito tambm erra ao afirmar que D DYDOLDomR GRVresultados e a qualidade da execuo das obras constituem responsabilidade exclusiva GRVSUySULRVFRQWUDWDQWHV, pois a EFS tambm deve fazer esse tipo de avaliao, de acordo com a Seo 21, item 4 da Declarao de Lima:

    Seo 21. Contratos e obras pblicos

    4. As auditorias de obras pblicas no abrangero apenas a regularidade dos pagamentos, mas tambm a eficincia da gesto da construo e a qualidade da construo.

    Gabarito: Errado

    (TCU AUFC 2010 Cespe) De acordo com a Declarao de Lima, julgue os prximos itens, acerca das diretrizes para preceitos de auditoria. Nas situaes em que for utilizada, considere que a sigla EFS se refere a entidade fiscalizadora superior.

    18. Segundo a declarao em apreo, uma EFS deve gozar de independncia funcional e organizacional necessria para desempenhar suas tarefas. Apesar disso, entender que tal instituio, como parte do Estado, no pode ser completamente independente.

    Comentrio: O principal objetivo da Declarao de Lima exigir a independncia funcional e organizacional da EFS. O documento tambm se refere necessidade de independncia financeira e de independncia dos membros da EFS. Essa independncia deve estar assegurada pela Constituio, podendo ser regulamentada em outras normas. Todavia, na Seo 5, item 2, a Declarao de Lima reconhece que a EFS no pode ser completamente independente, por ser parte do Estado. Sua independncia, ento, deve ser a necessria para o desempenho de suas tarefas de forma objetiva e imparcial.

    Gabarito: Certo 19. A Declarao de Lima admite que a execuo da pr-auditoria seja realizada por EFS ou por outras instituies de auditoria.

    Comentrio: A assertiva est correta, sendo objeto da Seo 2, item 2, da Declarao de Lima. A pr-auditoria - ou controle prvio - tem finalidade preventiva e , essencialmente, realizada pela auditoria interna ou controle interno do rgo, sem prejuzo de que a EFS ou outras instituies de auditoria tambm a execute.

    Gabarito: Certo

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    20. EFSs prestam servios de auditoria externa. Comentrio: Na Seo 3, item 1, parte final, a Declarao de Lima afirma exatamente isso. Nos termos da Declarao, os conceitos de auditoria externa e auditoria interna referem-se classificao do controle quanto ao posicionamento do rgo controlador. Assim, os servios de auditoria externa no fazem parte da estrutura organizacional das instituies a serem auditadas, enquanto que os servios de auditoria interna so estabelecidos dentro dos rgos e instituies governamentais. Ao afirmar que a EFS presta servio de auditoria externa, a Declarao de Lima refora a necessidade de que a EFS seja independente em relao entidade auditada.

    Gabarito: Certo 21. De acordo com a referida declarao, uma EFS deve auditar a legalidade e a regularidade da gesto financeira e da contabilidade. Essa declarao, entretanto, no cita como atribuio das EFSs a auditoria operacional, a qual consta na Constituio Federal brasileira. Comentrio: A questo errada, pois a Declarao de Lima, em sua Seo 4, cita como atribuio da EFS a auditoria operacional, cuja finalidade verificar o desempenho, a economia, a eficincia e a eficcia da administrao pblica, colocando esse tipo de auditoria no mesmo patamar de importncia da auditoria de legalidade e regularidade da gesto financeira e da contabilidade, que tradicionalmente a EFS executa. Cabe observar que a auditoria operacional, na Constituio Federal brasileira, prevista no art. 70 e art. 71:

    Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio (...) ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao qual compete: IV - realizar, (...) inspees e auditorias de natureza contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio, e demais entidades referidas no inciso II; Gabarito: Errado

    (TCU ACE 2008 Cespe) Com relao aos conceitos e legislao aplicveis ao controle externo e s instituies fiscalizadoras, julgue os itens a seguir. 22. Nos termos da Declarao de Lima, a pr-auditoria, tarefa indispensvel de todas as entidades fiscalizadoras superiores, tem a vantagem de reduzir o volume de trabalho e tornar indistintas as responsabilidades previstas no Direito Pblico.

    Comentrio: O quesito est errado. A Declarao de Lima, na Seo 2, item 4, afirma que a ps-auditoria uma tarefa indispensvel de toda EFS, e no a pr-auditoria, como est na questo. A realizao ou no da pr-

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    auditoria pela EFS depende da particularidade de cada pas. Alm disso, na Seo 2, item 3, a Declarao de Lima dispe que a pr-

    auditoria tem a desvantagem de gerar um volume excessivo de trabalho, e no a vantagem de reduzir o volume de trabalho, como afirma a questo.

    Gabarito: Errado

    23. Na hiptese de entidades fiscalizadoras superiores emitirem pareceres especializados, inclusive comentrios sobre proposies legislativas, as autoridades administrativas sero obrigadas a acat-las. Essa tarefa adicional, inclusive, dever prevenir futuros achados de auditorias.

    Comentrio: De acordo com a Seo 12, item 1 da Declarao de Lima, as autoridades administrativas no so obrigadas a acatar os pareceres especializados da EFS, da o erro do item. Alm disso, o quesito tambm erra ao afirmar que essa tarefa adicional emisso de pareceres especializados dever prever futuros achados de auditoria, pois o que dispe a Declarao de Lima exatamente o contrrio.

    Gabarito: Errado

    24. (TCU ACE 2007 Cespe) A INTOSAI um organismo internacional cujo objetivo fomentar o intercmbio de ideias e experincias entre entidades fiscalizadoras superiores quanto ao controle das finanas pblicas. Entre os documentos elaborados pela INTOSAI, destacam-se a Declarao de Lima, o cdigo de tica e normas de auditoria. Na Declarao de Lima, s constam o controle prvio e o controle posterior, ao passo que, no Brasil, alm desses, h o controle concomitante, por expressa disposio legal. Comentrio: A primeira frase a definio exata do objetivo da Intosai. Quantos aos documentos elaborados pela entidade, alm da Declarao de Lima, o cdigo de tica e as normas de auditoria tambm so muito importantes, inclusive servem de base para as Normas de Auditoria do TCU. Em relao aos momentos do controle, a Declarao de Lima s trata do controle prvio, ou pr-auditoria, e do controle posterior, ou ps-auditoria. A Declarao de Lima no fala em controle concomitante. No Brasil, essa forma de controle prevista expressamente na Lei 4.320/1964:

    $UW$YHULILFDomRGDOHJDOLGDGHGRVDWRVGHH[HFXomRRUoDPHQWiULDVHUiSUpYLDFRQFRPLWDQWHHVXEVHTXHQWH Ademais, a prpria LO/TCU prev o controle concomitante ao elencar

    GHQWUHDVFRPSHWrQFLDVGR7ULEXQDODFRPSDQKDUDDUUHFDGDomRGDUHFHLWDDcargo da Unio (...), mediante inspees e auditorias, ou por meio de GHPRQVWUDWLYRVSUySULRV/27&8DUW,9

    Gabarito: Certo

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    SISTEMAS DE CONTROLE NO BRASIL

    Os arts. 70 a 74 da Constituio Federal apresentam as principais regras orientadoras do exerccio do controle da Administrao Pblica brasileira, sem prejuzo da existncia de disposies referentes a essa atividade em outras partes da prpria Constituio, ou em outros dispositivos legais.

    Esses artigos tratam, essencialmente, do controle da gesto dos recursos federais, vale dizer, daqueles provenientes do oramento da Unio. Porm, o art. 75 da CF assim dispe:

    Art. 75. As normas estabelecidas nesta Seo [art. 70 a 75] aplicam-se, no que couber, organizao, composio e fiscalizao dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municpios.

    Assim, por fora desse princpio de simetria, os sistemas de controle nos Estados, Distrito Federal e Municpios, previstos nas respectivas Constituies e Leis Orgnicas, devem seguir, no que couber, as disposies relativas Unio previstas na Carta da Repblica.

    Veja bem: QR TXH FRXEHU, ou seja, podem ocorrer alteraes nas normas locais, levando-se em considerao as especificidades de cada regio, desde que no sejam incompatveis com o modelo estabelecido para a esfera federal.

    Bom, vamos ver ento o que o art. 70, caput nos diz sobre os sistemas de controle da Administrao Pblica no Brasil:

    Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

    Leitura obrigatria: CF, art. 70 a 75

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    Assim, v-se que a fiscalizao da Unio, vale dizer, da Administrao Pblica Federal, ser exercida mediante os seguintes sistemas de controle:

    9 Sistema de controle externo 9 Sistema de controle interno

    Em seguida, vamos estudar as principais caractersticas desses dois sistemas de controle da gesto pblica: controle externo e controle interno.

    CONTROLE EXTERNO

    Como vimos, controle externo, em sentido amplo, toda fiscalizao exercida por um ente que no integra a estrutura na qual o fiscalizado est inserido.

    Todavia, a Constituio Federal restringiu essa definio no mbito do controle da gesto pblica brasileira, atribuindo a titularidade do controle externo ao Poder Legislativo, representado pelo Congresso Nacional na esfera federal. A Carta Magna deixa isso assente em seu art. 70, caput ($ ILVFDlizao... ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo) e tambm no art. 71, caput.

    Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao qual compete:

    Portanto, segundo a Constituio Federal, somente o controle exercido pelo Poder Legislativo sobre a Administrao Pblica recebe a denominao de controle externo. Na esfera federal, o titular do controle externo o Congresso Nacional; no mbito dos Estados, o titular a Assembleia Legislativa, enquanto nos Municpios, o controle externo cabe s respectivas Cmaras Municipais.

    Segundo a CF, o titular do controle externo o Poder Legislativo; na esfera federal, portanto, o titular o Congresso Nacional.

    Assim, por exemplo, a atuao do Judicirio sobre os atos dos demais Poderes no se enquadra na definio de controle externo presente em nosso ordenamento jurdico. Muito menos controle externo, na definio constitucional, a fiscalizao exercida pela Administrao Direta sobre as entidades da Administrao Indireta, embora ambos os casos representem

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    exemplos de controle externo se apenas for considerado a posio do rgo controlador em relao ao controlado.

    A fim de possibilitar o exerccio do controle externo, a Carta Magna conferiu ao Tribunal de Contas da Unio (TCU) a misso de auxiliar o Congresso, mediante a definio de competncias prprias e privativas para a Corte de Contas (CF, art. 71).

    &XLGDGR FRP R WHUPR DX[LOLDU TXH SRGH levar a interpretaes errneas. O TCU no subordinado ao Congresso Nacional! No exerccio do controle externo, a Constituio reservou ao TCU atividades de cunho tcnico, como a realizao de auditorias e o exame e julgamento da gesto dos administradores pblicos. O Congresso Nacional, embora titular do controle externo, no pode exercer nenhuma das atribuies conferidas exclusivamente Corte de Contas. No campo do controle externo, cabe ao Parlamento atividades de cunho poltico, tambm previstas na Constituio, sem qualquer relao administrativa, hierrquica ou mesmo de coordenao com o Tribunal de Contas. Ademais, o rol de competncias do TCU to amplo que torna o exerccio do controle externo mais ligado ao Tribunal que ao prprio Congresso.

    O TCU, portanto, rgo administrativo que auxilia tecnicamente o Poder Legislativo Federal no controle externo da gesto pblica, sem, porm lhe ser subordinado ou pertencer sua estrutura. dotado, inclusive de independncia administrativa e oramentria.

    Pelo que dissemos, pode-se perceber que, no mbito federal, os sujeitos ativos do controle externo, isto , os rgos que exercem as aes de controle, so: o Congresso Nacional, na qualidade de titular do controle; e o TCU, com competncias prprias e privativas para auxiliar o Congresso, mas sem lhe ser subordinado.

    Por sua vez, os sujeitos passivos do controle externo, isto , os agentes que sofrem as aes de controle, so todos que, de alguma maneira, administrem recursos pblicos, no importa se pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, da administrao direta ou da indireta, do Poder Legislativo, Executivo ou Judicirio. A condio para que se assuma o dever de prestar contas ao controle externo a gesto de recursos pblicos, conforme disposto no art. 70, pargrafo nico da CF:

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    Art. 70 (...) Pargrafo nico. Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica

    ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza pecuniria.

    Como foi dito, o objeto do controle da gesto pblica so os atos administrativos que envolvam receitas e despesas pblicas. Ao controle externo compete examinar se tais atos foram praticados em conformidade com a lei e os princpios da administrao pblica, ou, ainda, se atenderam aos objetivos dos planos e programas de governo.

    Detalhe interessante que as atividades administrativas do TCU tambm so submetidas ao controle externo do prprio TCU. A aparente contradio se explica pela organizao da Corte, cuja administrao, exercida pelo seu presidente, no se confunde com a funo tpica do Tribunal, o controle externo, que atribuio do corpo de ministros que o compe.

    Esquematizando:

    Sujeitos do controle externo

    Ativo: Congresso Nacional (titular) e TCU (rgo tcnico, sem subordinao).

    Passivos: Administradores das unidades de todos os Poderes constitudos, incluindo: administrao direta, autarquias, fundaes, empresas estatais, sociedades de economia mista, agncias reguladoras, organizaes sociais, concessionrias de servio pblico etc.

    Entidades privadas e pessoas fsicas que, de alguma forma, administrem recursos pblicos federais.

    Objetos do controle externo

    Licitaes, contratos, pessoal, obras, patrimnio, sistemas, concesses de aposentadoria, penses, reforma, admisses de pessoal, arrecadao e renncia de receita, dvida, convnios, privatizaes, concesses de servio, programas, polticas de governo.

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    25. (TCU ACE 2004 Cespe) Considerando controle externo como aquele realizado por rgo no-pertencente estrutura do produtor do ato a ser controlado, correto afirmar que, no Brasil, o TCU no o nico componente do poder pblico encarregado daquela modalidade de controle.

    Comentrio: Como a questo no faz meno Constituio ou ao ordenamento jurdico brasileiro, mas apenas considera o conceito de controle externo quanto ao posicionamento do rgo controlador, ento correto afirmar que existem outros rgos do poder pblico que realizam controle externo no Brasil, como por exemplo, o controle que os rgos do Judicirio efetuam sobre os atos dos demais Poderes.

    Gabarito: Certo

    26. (TCE/RN Assessor Tcnico de Controle e Administrao 2009 Cespe) Com referncia ao controle externo e ao Poder Legislativo do estado e dos municpios, julgue o item a seguir: entre os vrios critrios adotados para classificar as modalidades de controle, destaca-se o que o distingue entre interno e externo, dependendo de o rgo que o exera integrar ou no a prpria estrutura em que se insere o rgo controlado. Nesse sentido, o controle externo exercido por um poder sobre o outro, ou pela administrao direta sobre a indireta.

    Comentrio: Tambm aqui o Cespe considera apenas o conceito de controle quanto ao posicionamento do rgo controlador e no a definio constitucional de controle externo. Nesse caso, percebe-se que o entendimento da banca que o controle exercido pela administrao direta sobre a indireta constitui modalidade de controle externo, da mesma forma que o controle exercido por um Poder sobre o outro, visto que o gabarito da TXHVWmRp&HUWR

    Gabarito: Certo

    27. (TCU AUFC 2011 Cespe) O controle externo da administrao pblica funo concorrente dos Poderes Judicirio e Legislativo. Na esfera federal, esse controle exercido privativamente pelo Senado Federal, auxiliado pelo TCU.

    Comentrio: O quesito est errado, pois o controle externo da Administrao Pblica, nos termos da Constituio Federal, exercido pelo Congresso Nacional, ou seja, pelo Poder Legislativo, com o auxlio do TCU (CF, art. 70 e 71, caput), e no privativamente pelo Senado Federal.

    Gabarito: Errado

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  • Controle Externo TCU - TEFC 2015

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    28. (TCU TCE 2007 Cespe) O TCU deve auxiliar o Congresso Nacional no exerccio do controle externo e da fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta.

    Comentrio: A assertiva est de acordo com o art. 70, caput da CF, que estabelece a abrangncia do controle externo fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta em conjunto com o art. 71, caput, que dispe que o controle externo ser exercido pelo Congresso Nacional com o auxlio do TCU.

    Gabarito: Certo

    29. (TCU AUFC 2010 Cespe) Considerando as normas constitucionais relativas a controle externo, julgue os itens a seguir: o Supremo Tribunal Federal no se sujeita a controle externo exercido pelo Congresso Nacional. Comentrio: Pelo que vimos, os rgos administrativos de todos os Poderes constitudos - incluindo, portanto, o Judicirio no qual est inserido o STF - so sujeitos passivos do controle externo, cujo sujeito ativo, no mbito federal, o Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU (CF, art. 70 e 71)