controle externo da administracao publica exemplo

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      Apos tilas OBJETIVA – Ano XI - Concursos Públicos - Brasil

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    Conteúdo

    1 Conceito, tipos e formas de controle. 2 Controle interno e externo. 3 Controle parlamentar. 4 Controle pelostribunais de contas. 5 Controle administrativo. 6 Recurso de administração. 7 Reclamação de recursos. 8 Leinº 8.429/1992 e suas alterações (Lei de Improbidade Administrativa). 9 Sistemas de controle jurisdicional da

    administração pública: contencioso administrativo e sistema da jurisdição una. 10 Controle jurisdicional daadministração pública no Direito brasileiro. 11 Controle da atividade financeira do Estado: espécies e sistemas.12 Tribunal de Contas da União (TCU), dos Estados e do Distrito Federal. 12.1 Tribunal de Contas do Estadodo Pará. 12.1.1 Natureza, competência, jurisdição e organização. 13 Constituição do Estado do Pará (Título V,Capítulo I e Seção VII). 14 Lei Orgânica do TCE/PA (Lei Complementar nº 81/2012). 15 Regimento Interno doTCE/PA. LEGISLAÇÃO ESTADUAL: Lei nº 8.037/2014 (Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dosServidores do Tribunal de Contas do Estado do Pará). Lei nº 5.810/1994 e suas alterações.

    Exercícios Coletânea de Exercícios IColetânea de Exercícios IIColetânea de Exercícios III

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    Conceito, tipos e formas de controle

    Para iniciar o entendimento de o que é o controle da administração pública, cabe se utilizar do conceito da

    palavra controle, em tema de administração pública, utilizado pelo Professor Hely Lopes Meirelles, dizendoque controle “é a faculdade de vigilância, orientação e correção que um Poder, órgão ou autoridade exercesobre a conduta funcional de outro”.

    Já se utilizando deste conceito, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo conceituam o controle da administraçãopública dizendo que esta é tanto o poder como o dever, que a própria Administração (ou outro Poder) tem devigiar, orientar e corrigir, diretamente ou por meio de órgãos especializados, a sua atuação administrativa. É ocontrole que o Poder Executivo – e os outros órgãos administrativos dos demais Poderes – tem sobre suaspróprias atividades, tendo como intenção a legitimidade de seus atos, mantê-los dentro da lei, a defesa dosdireitos dos administrados e a conduta adequada de seus agentes.

    A Administração Pública sujeita-se a controle por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário, além de exercer,ela mesma, o controle sobre os próprios atos.

    Embora o controle seja atribuição estatal, o administrado participa dele à medida que pode e deve provocar oprocedimento de controle, não apenas na defesa de seus interesses individuais, mas também na proteção dointeresse coletivo.

    A Emenda Constitucional nº 19/98 inseriu o § 3º no artigo 37, prevendo lei que discipline as formas departicipação do usuário na administração pública direta e indireta: é o chamado controle popular . Essa leiainda não foi promulgada.

    Atualmente, uma instituição que desempenha importante papel no controle da Administração Pública é oMinistério Público. Além da tradicional função de denunciar autoridades públicas por crimes no exercício desuas funções, ainda atua como autor da ação civil pública, seja para defesa de interesses difusos e coletivos,seja para repressão à improbidade administrativa.

    O controle abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais e, em certa medida, dos inconvenientes ouinoportunos.

    Com base nesses elementos, Maria Sylvia Zanella di Pietro conceitua o controle da Administração Públicacomo o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativoe Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são impostospelo ordenamento jurídico.

    Portanto, este controle é extremamente necessário para se garantir que a administração pública mantenhasuas atividades sempre em conformidade com os referidos princípios encontrados na Constituição e com asregras expressas nos atos normativos – tornando legítimos seus atos – e afastá-los da nulidade.

    Classificação das Formas de Controle da Administração Pública Existem diversos tipos e formas de controlar a administração pública. Estes variam conforme o Poder, órgãoou autoridade que o exercitará, ou também pelo sua fundamentação, modo e momento de sua efetivação.A classificação das formas de controle se dará, portanto, conforme: sua origem; o momento do exercício; aoaspecto controlado; à amplitude.

    Conforme a origem 

    Controle interno O controle interno é aquele que é exercido pela entidade ou órgão que é o responsável pela atividadecontrolada, no âmbito de sua própria estrutura. O controle que as chefias exercem nos atos de seussubordinados dentro de um órgão público é considerado um controle interno. Segundo Marinela, todo superiorhierárquico poderá exercer controle administrativo nos atos de seus subalternos, sendo, por isso, responsávelpor todos os atos praticados em seu setor por servidores sob seu comando.

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    Sempre será interno o controle exercido no Legislativo ou no Judiciário por seus órgãos de administração,sobre seus servidores e os atos administrativos praticados por estes.

    A Constituição Federal, em seu artigo 74, determina que deverá ser mantido pelos Poderes sistemas decontrole interno, estabelecendo alguns itens mínimos que este controle deverá ter como objeto, conforme

    exposto abaixo:“ Ar t. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controleinterno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo edos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursospúblicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional”.

    Em seu parágrafo primeiro, fica estabelecido que “Os responsáveis pelo controle interno, ao tomaremconhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União,

    sob pena de responsabilidade solidária”. Ou seja, se torna obrigatório a denúncia de qualquer irregularidadeencontrada para o TCU.

    Controle externo O controle externo ocorre quando outro Poder exerce controle sobre os atos administrativos praticados poroutro Poder. Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, “é o que se realiza por órgão estranho à Administraçãoresponsável pelo ato controlado”. Este mesmo autor utiliza como exemplo a apreciação das contas doExecutivo e do Judiciário pelo Legislativo; a auditoria do Tribunal de Contas sobre a efetivação de determinadadespesa do Executivo; a anulação de um ato do Executivo por decisão do Judiciário; a sustação de atonormativo do Executivo pelo Legislativo.

    Controle externo popular  Já que a administração sempre atua visando o interesse público, é necessário a existência de mecanismosque possibilitem a verificação da regularidade da atuação da administração por parte dos administrados,impedindo a prática de atos ilegítimos, lesivos tanto ao indivíduo como à coletividade, e que também sejapossível a reparação de danos caso estes atos de fato se consumem.

    O exemplo mais comum de controle externo popular é o previsto no artigo 31, §3º, da Constituição Federal,que determina que as contas dos Municípios fiquem, durante sessenta dias, anualmente, à disposição dequalquer contribuinte para o exame e apreciação, podendo questionar-lhes a legitimidade nos termos da lei.Não existindo lei específica sobre o assunto, o controle poderá ser feito através dos meios processuais comuns,como, por exemplo, o mandado de segurança e a ação popular.

    Conforme o momento do exercício

    Controle prévio ou preventivo (a priori) Se chama prévio o controle exercido antes do início ou da conclusão do ato, sendo um requisito para suaeficácia e validade. É exemplo de controle prévio quando o Senado Federal autoriza a União, os Estados, oDistrito Federal ou os Municípios a contrair empréstimos externos. Outro exemplo apresentado por Hely LopesMeirelles é o da liquidação da despesa para oportuno pagamento.

    Controle concomitante O controle concomitante, como o nome indica, é exercido durante a realização do ato e permite a verificaçãoda regularidade de sua formação. São exemplos de controle concomitante a fiscalização da execução de umcontrato administrativo, a realização de uma auditoria durante a execução do orçamento, o acompanhamentode um concurso pela corregedoria competente, etc. 

    Controle subsequente ou corretivo (a posteriori) Considera-se subsequente ou corretivo, o controle exercido após a conclusão do ato, tendo como intenção,segundo Fernanda Marinela, “corrigir eventuais defeitos, declarar sua nulidade ou dar-lhe eficácia, a exemplo

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    da homologação na licitação”. Alexandrino e Paulo ainda constatam que o controle judicial dos atosadministrativos, por via de regra é um controle subsequente.

    Quanto ao aspecto controlado 

    Controle de legalidade ou legitimidade O controle de legalidade e legitimidade não só verifica apenas a compatibilidade entre o ato e o disposto nanorma legal positivada, mas também deverá ser apreciado os aspectos relativos à observância obrigatória dados princípios administrativos.

    Esse controle pode ser interno ou externo, sendo que, por legalidade deve-se entender não só oatendimento de normas legisladas como, também, dos preceitos da Administração pertinentes aoato controlado. Esse tipo de controle pode ser exercido pela Administração, pelo Legislativo e peloJudiciário, com a diferença de que o Executivo exercita-o de ofício ou mediante provocação recursal,enquanto o Legislativo só o efetiva nos casos constitucionalmente previstos, e o Judiciário através daação adequada, por provocação do interessado. Por esse controle o ato ilegal e ilegítimo somente podeser anulado, e não revogado. 

    Com a edição da Lei nº 9.784/99, além de um ato poder ser válido ou nulo, passou a ser admitida aconvalidação do ato administrativo defeituoso, quando este não acarretar lesão ao interesse público ou aterceiros.

    Controle de mérito É o que se consuma pela verificação da conveniência e da oportunidade da conduta administrativa. Acompetência para exercê-lo é da Administração, e, em casos excepcionais, expressos na Constituição, aoLegislativo (CF, art. 49, IX e X), mas nunca ao Judiciário.“Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...) X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídosos da administração indireta”. 

    Segundo, grande parte da doutrina, não cabe ao Poder Judiciário exercer esta revisão, para não violar o

    princípio de separação dos poderes. Quando o Poder Judiciário exerce controle sobre atos do Executivo, ocontrole será sempre de legalidade ou legitimidade.

    Entretanto, pelo fortalecimento dos princípios fundamentais da administração como o da moralidade eeficiência, e os princípios constitucionais implícitos da razoabilidade e da proporcionalidade, existe atualmente,nas palavras de Alexandrino e Paulo, “uma nítida tendência à atenuação dessa vedação ao exercício, peloPoder Judiciário, do controle de determinados aspectos de alguns atos administrativos, que costumavam serencobertos pelo conceito vago de ‘mérito administrativo’”.

    Portanto, hoje em dia o Poder Judiciário pode invalidar um ato administrativo de aplicação de uma penalidadedisciplinar, por considerar a sanção desproporcional ao motivo que a causou, por exemplo. Quando o Judiciáriose utiliza do controle de mérito, ele está declarando ilegal um ato que estará ferindo os princípios jurídicosbásicos, como no exemplo acima, o da razoabilidade. Cabe também lembrar que o Judiciário não poderá

    revogar o ato administrativo, e sim apenas anulá-lo.

    Quanto à amplitude 

    Controle hierárquico O controle hierárquico, segundo Hely Lopes Meirelles, é aquele “que resulta automaticamente doescalonamento vertical dos órgãos do Executivo, em que os inferiores estão subordinados aos superiores”. Ocontrole é hierárquico sempre que os órgãos superiores (dentro de uma mesma estrutura hierárquica) têmcompetência para controlar e fiscalizar os atos praticados por seus subordinados.Esta forma de controle é sempre um controle interno, típico do Poder Executivo, mas que também existe nosdemais poderes. Nas palavras do professor Gustavo Mello, “existe controle hierárquico em todos os poderes,quanto às funções administrativas, de acordo com a escala hierárquica ali existente, mas não há nenhum

    controle hierárquico entre Poderes distintos, vez que os três Poderes são independentes entre si”. Um exemplode controle hierárquico é o diretor de uma secretaria controlando o ato de seu serventuário.

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    O controle hierárquico é irrestrito e não depende de alguma norma específica que o estabeleça ou o autorize.Graças a este controle que se pode verificar os aspectos relativos à legalidade e ao mérito de todos atospraticados pelos agentes ou órgãos subordinados a determinado agente ou órgão.

    Controle finalístico O controle finalístico é aquele exercido pela Administração Direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da

    Administração Indireta. É estabelecido pela norma legal para as entidades autônomas, indicando a autoridadecontroladora, as faculdades a serem exercitadas e as finalidades objetivadas. É um controle limitado e externo,visando a verificação do enquadramento da entidade no programa de governo, bem como a verificação dosatos de seus dirigentes no desempenho de suas funções.Em casos excepcionais (casos de descalabro administrativo), poderá a Administração Direta controlar aindireta independentemente de regulamentação legal. É a chamada tutela extraordinária.Ele não se submete a hierarquia, visto que não há subordinação entre a entidade controlada e a autoridade ouo órgão controlador.

    Em resumo, o controle finalístico, uma vez que fundamentado numa relação de vinculação entre pessoas (enão em subordinação entre órgãos ou agentes), é um controle limitado e teleológico, ou seja, restringe-se àverificação do enquadramento da entidade controlada no programa geral do governo e à avaliação objetiva doatingimento, pela entidade, de suas finalidades estatutárias.

    Controle Judicial da Administração Pública 

    O controle judiciário ou judicial é o exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativosexercidos pelo Poder Executivo, Legislativo e do próprio Judiciário – quando este realiza atividadeadministrativa.

    De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro, graças a adoção do sistema da jurisdição una, fundamentadono artigo 5º, inciso XXXV da Constituição Federal, no direito brasileiro, o Poder Judiciário deverá apreciarqualquer lesão ou ameaça a direito, mesmo que o autor da lesão seja o poder público.Este tipo de controle é exercido, por via de regra, posteriormente. Ele tem como intuito unicamente a verificaçãoda legalidade do ato, verificando a conformidade deste com a norma legal que o rege.

    Conforme Alexandrino e Paulo, os atos administrativos podem ser anulados mediante o exercício do controle judicial, mas nunca revogados. A anulação ocorrerá nos casos em que a ilegalidade for constatada no atoadministrativo, podendo a anulação ser feita pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário, e terá efeitosretroativos, desfazendo as relações resultantes do ato. Entretanto, de acordo com os mesmos autores, a regrade o ato nulo não gerar efeitos “há que ser excepcionada para com os terceiros de boa-fé que tenham sidoatingidos pelos efeitos do ato anulado. Em relação a esses, em face da presunção de legitimidade que norteiatoda a atividade administrativa, devem ser preservados os efeitos já produzidos na vigência do atoposteriormente anulado”.

    No que concerne aos limites do controle do Poder Judiciário, este não deverá invadir os aspectos que sãoreservados à apreciação subjetiva da Administração Pública, conhecidos como o mérito (oportunidade econveniência). Neste ponto, a doutrina se divide ao analisar qual é o limite que a apreciação judicial poderáchegar: Alexandrino e Paulo consideram que “o Judiciário não pode invalidar, devido ao acima explicado, aescolha pelo administrador (resultado de sua valoração de oportunidade e conveniência administrativas) doselementos motivo e objeto desses atos, que formam o chamado mérito administrativo, desde que feita, essaescolha, dentro dos limites da lei”, já Di Pietro considera que “não há invasão de mérito quando o Judiciárioaprecia os motivos, ou seja, os fatos que precedem a elaboração; a ausência ou falsidade do motivo caracterizailegalidade, suscetível de invalidação pelo Poder Judiciário”.

    O Poder Judiciário sempre poderá, portanto, anular atos administrativos, vinculados ou discricionários, desdeque provocado, que apresentem vícios de ilegalidade ou ilegitimidade. Existem diversos meios de controle dosatos da Administração, sendo alguns acessíveis a todos os administrados, e outros restritos a legitimadosespecíficos. Estes meios serão expostos a seguir.

    Meios de contro le judiciário 

    De acordo com Hely Lopes Meirelles, os meios de controle judiciário “são as vias processuais de procedimentoordinário, sumaríssimo ou especial de que dispõe o titular do direito lesado ou ameaçado de lesão para obtera anulação do ilegal em ação contra a Administração Pública”.

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    Habeas corpus O habeas corpus  tem como objetivo proteger o direito de locomoção. Gustavo Mello ensina que este “seráconcedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdadede locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.

    Este instrumento poderá ser impetrado por qualquer pessoa (não necessita de advogado) quando seu direitode ir, vir e ficar for prejudicado por alguém, tanto uma autoridade pública quanto um particular estranho àAdministração. Ele é gratuito, conforme disposto no artigo 5º, inciso LXXVII e se encontra previsto no incisoLXVIII deste mesmo artigo:“LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violênciaou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.

    Habeas data O habeas data é o instrumento constitucional que será concedido para assegurar à pessoa física ou jurídica oconhecimento de informações contidas em registros concernentes ao postulante e constantes de repartiçõespúblicas ou particulares acessíveis ao público, ou para retificação de dados pessoais. A Lei nº 9.507/97,acrescentou mais uma hipótese em seu artigo 7º, inciso III, garantindo também “para a anotação nosassentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e queesteja sob pendência judicial ou amigável”.

    Deve-se lembrar que esse remédio constitucional tem como objetivo garantir que a pessoa tenha conhecimentode quais informações sobre sua própria pessoa constam de algum banco de dados, bem como para retificá-las, caso tenha interesse. O habeas data não serve para garantir o direito de obter uma informação qualquer,mesmo sendo de seu interesse particular, mas que não se refira à sua vida pessoal.

    O habeas data  será cabível, conforme o STJ consagrou em sua Súmula nº 2, após a recusa por parte daautoridade administrativa em fornecer a informação indesejada.

    Mandado de segurança individual  O mandado de segurança é o meio constitucional que será concedido sempre para proteger um direito líquido

    e certo, que não seja amparado por habeas corpus e habeas data, lesado ou ameaçado de lesão por ato deautoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Segundo HelyLopes Meirelles, “Destina-se a coibir atos ilegais de autoridade que lesam direito subjetivo, líquido e certo, doimpetrante”.

    O prazo para impetrar o mandado de segurança é de 120 dias contados após o conhecimento do ato a serimpugnado. É um prazo decadencial, onde não se admite interrupção nem suspensão. Este meio constitucionalnão será cabível nas hipóteses de: direitos amparados pelo habeas corpus e habeas data; para corrigir lesãodecorrente de lei em tese (conforme preceitua a Súmula nº 266 do STF); ato do qual caiba recursoadministrativo com efeito suspensivo, independente de caução; decisão judicial que caiba recurso com efeitosuspensivo; e de decisão judicial transitada em julgado.

    Esse remédio constitucional admite a suspensão liminar do ato, e a ordem, quando concedida, tem efeito

    mandamental e imediato, não podendo ser impedida sua execução por nenhum recurso comum, exceto peloPresidente do Tribunal competente para apreciar a decisão inferior.

    Mandado de segurança coletivo Esse tipo de mandado de segurança surgiu com a Constituição Federal de 88, em seu artigo 5º, inciso LXX,que determina:“LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelomenos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados”. 

    De acordo com Gustavo Mello, “cabe ressaltar que as entidades relacionadas na alínea b só podem defenderos interesses de seus ‘membros ou associados’, enquanto os partidos políticos defendem os interesses da

    população”.

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     Ação popular  A ação popular é um instrumento de defesa dos interesses da coletividade. Ela é utilizável por qualquer deseus membros, exercendo seus direitos cívicos e políticos. Não tem como intenção proteger direito próprio doautor, mas sim interesses de toda a comunidade. Ela poderá ser utilizada de forma preventiva ou de formarepressiva contra a atividade administrativa lesiva do patrimônio público.

    Ela poderá ser proposta por qualquer cidadão, ou seja, o brasileiro nato ou naturalizado, que está no gozo deseus direitos políticos, apto a votar e ser votado. Caso derrotado na ação, o autor não será obrigado a pagarcustas judiciais ou indenizar a parte contraria, visto que a ação visa proteger um interesse público, e não o seuinteresse individual, salvo se o autor houver movido a ação de má-fé.

    A ação popular se encontra prevista no artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal:“LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimôniopúblico ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e aopatrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônusda sucumbência”;

    Em caso de desistência da ação por parte do autor e, como esta se trata de um interesse público, poderá havero prosseguimento da ação pelo Ministério Público ou por outro cidadão.

     Ação civi l públ ica Nas palavras de Alexandrino e Paulo “a ação civil pública visa reprimir ou impedir lesão a interesses difusos ecoletivos, como os relacionados à proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, do consumidor,etc.”. Ela nunca deverá ser proposta para defesa de direitos individuais, e não se destina a reparar prejuízoscausados a particulares pela conduta comissiva ou omissiva do réu.

    O doutrinador Gustavo Mello considera que essa ação “não é especificamente uma forma de controle daAdministração, vez que tem como sujeito passivo qualquer pessoa, pública ou privada, que cause o referidodano; eventualmente, essa pessoa poderá ser da Administração Pública”.

    Controle interno e externo

    Do Controle Interno 

    O controle interno é aquele exercido dentro de um mesmo Poder, automaticamente ou por meio de órgãosintegrantes de sua própria estrutura.

    Assim, o controle que as chefias exercem sobre os atos de seus subordinados dentro de um órgão público éclassificado como controle interno. Este assunto encontra-se descrito no art. 74 da CF/88.

    Exemplificando, o controle que o Ministério da Previdência e Assistência Social exerce sobre determinadosatos administrativos praticados pela autarquia Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é forma de controleinterno.

    O mesmo raciocínio vale para os demais Poderes. Sempre que um agente ou órgão do Poder Legislativopossuir atribuição de fiscalizar a prática de determinado ato administrativo praticado pelo mesmo PoderLegislativo, estaremos diante de hipótese de controle interno. Igualmente, quando órgãos ou agentes do PoderJudiciário verificam a legitimidade e a regularidade dos atos administrativos praticados pelo próprio Judiciário,a hipótese será de controle interno.

    Do Controle Externo 

    Diz-se externo o controle quando exercido por um Poder sobre os atos administrativos praticados por outroPoder. Segundo Hely Lopes Meirelles, é o que se realiza por órgão estranho à administração responsável pelo

    ato controlado.

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    São exemplos de atos de controle externo a sustação, pelo Congresso Nacional, de atos normativos do PoderExecutivo que exorbitem do poder regulamentar (CF, art. 49, V); a anulação de um ato do Executivo por decisão judicial; o julgamento anual, pelo Congresso Nacional, das contas prestadas pelo Presidente da República ea apreciação dos relatórios, por ele apresentados, sobre a execução dos planos de governo (CF, art. 49, IX);a auditoria realizada pelo Tribunal de Contas sobre despesas realizadas pelo Executivo, etc.

    Cabe aqui uma ressalva acerca do controle externo popular. Uma vez que a Administração deve sempreatuar visando à satisfação do interesse público, nada mais lógico (e necessário) do que a existência deinúmeros mecanismos, constitucionalmente previstos, à disposição dos administrados, que possibilitem averificação da regularidade da atuação da Administração e impeçam a prática de atos ilegítimos, lesivos aoindivíduo ou à coletividade, ou possibilitem a reparação dos danos decorrentes da prática destes atos (art. 31,§3º; art.5º, LXXIII; art. 74, §2º, todos da CF/88).

    Controle parlamentar

    O Controle Parlamentar Direto  exercido pelo Congresso Nacional visa fiscalizar e controlar os atos da

    Administração Pública, como consta na Carta Constitucional de 1988, com o auxílio do Controle pelos Tribunaisde Contas.

    O controle-fiscalização envolve, portanto, a verificação do exercício regular da competência atribuída pela lei,possuindo duas possíveis vertentes, o controle político e o controle financeiro da Administração Pública. Possuicomo finalidade, portanto, a de assegurar que as decisões dos representados sejam concretamenteimplementadas pela Administração Pública.

    A importância do controle parlamentar se encontra no caráter de elemento efetivador da democracia, pois épor meio dos mecanismos de controle que se realiza o sistema de "checks and balances", ou freios econtrapesos, essencial ao Estado Democrático de Direito. Por meio dos sistemas de controle é possível buscara garantia a não violação de direitos individuais ou do interesse público. Implica em que a administração exerçasua função de modo transparente e sem arbitrariedades, ou seja, se concretiza também como controle

    preventivo.Destaque-se que o controle parlamentar sobre a Administração Pública deve limitar-se ao que prevê aConstituição Federal, sob pena de se violar a separação de poderes. Dessa forma, a legislaçãoinfraconstitucional (constituições estaduais, leis orgânicas municipais e do Distrito Federal etc.) deve sempreestar em consonância com a Lei Maior, inexistindo a possibilidade de previsão de outros instrumentos decontrole que não guardem simetria com a Carta Magna. Do contrário, a legislação deverá ser declaradainconstitucional. Não por outra razão, as hipóteses de controle parlamentar aplicam-se por simetria aos âmbitosestadual, distrital e municipal, com as devidas adaptações. A doutrina classifica o controle exercido pelo PoderLegislativo sobre a Administração Pública em duas categorias básicas, quais sejam, o controle financeiro e ocontrole político, que serão analisados a seguir.

    Controle Financeiro

    O controle financeiro é relativo ao controle contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial daUnião, e das entidades da administração direta e indireta, exercido pelo Congresso Nacional com o auxílio doTribunal de Contas, tendo seus contornos e domínios fixados na Constituição Federal (consoante se verificanos seus artigos 70 a 75), devendo ser obedecidos pelo Poder Legislativo em sua atividade fiscalizatória. Valelembrar que o legislador constituinte faz menção ao sistema de controle interno de cada órgão do Poder noque toca à dita fiscalização, consoante o texto do artigo 70, caput, sendo de fundamental importância aexistência de órgãos especialmente destinados à verificação da destinação dos recursos do erário. Tal controleinterno objetiva a criação de condições favoráveis à eficácia do controle externo a ser exercido pelo Legislativo,visando assegurar a regularidade da realização da receita e da despesa, possibilitando o trabalho e a avaliaçãodos respectivos resultados. A doutrina aduz tratar-se de controle orientado pelo princípio da universalidade,em face de sua abrangência, uma vez que a obrigação da prestação de contas decorre, não da natureza doórgão ou da pessoa, mas da origem pública do bem administrado ou do dinheiro gerido, acarretando para ogestor o dever de comprovar seu zelo e bom emprego, visando “preservar o Estado de atividades ilícitas e

    dilapidatórias”. O objetivo maior é, pois, verificar a probidade da Administração, o cumprimento de leis, e o zelopelos dinheiros e bens públicos com o exercício do controle financeiro.

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    Destarte, além da União e entidades da administração direta e indireta, qualquer pessoa física ou jurídica,pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos oupelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária, deveráprestar contas, conforme parágrafo único, do art. 70, da Carta Magna. Portanto, Estados, Município, e DistritoFederal também estarão sujeitos ao controle financeiro quando incorrerem nas hipóteses mencionadas. Da

    leitura do art. 70, verifica-se, ainda, que o controle financeiro abrange a fiscalização contábil, financeira,orçamentária, operacional e patrimonial, o que possibilita a verificação da contabilidade, das receitas edespesas, da execução do orçamento, dos resultados e dos acréscimos e diminuições patrimoniais. Nasequência, tem-se que os aspectos controlados pelo controle financeiro são os controles de: (1) legalidade, (2)legitimidade, (3) economicidade, (4) aplicação das subvenções, e (5) de renúncia de receitas.

    Por oportuno, convém ressaltar ser ilícita a renúncia sem causa, o que caracteriza desvio de finalidade. Nessecaso, o administrador se sujeita à responsabilidade por “desídia na concessão de benefícios e na arrecadaçãotributária”, praticando ato de improbidade administrativa, previsto no art. 10, VII, da Lei nº 8.429/1992548, semprejuízo da responsabilidade funcional, civil e criminal, e a sujeição do ato à invalidação. Vale lembrar que oCongresso Nacional, titular de tal competência fiscalizatória, terá o auxílio do Tribunal de Contas, não havendoqualquer vínculo de subordinação entre ambos, sendo as competências expressamente e taxativamenteprevistas no texto constitucional, as quais são inconfundíveis entre si e de grande relevância para a efetividade

    do controle financeiro. Por fim, anote-se que, consoante o disposto pelo art. 75 da Carta Constitucional, asnormas referentes à fiscalização contábil, financeira e orçamentária (Seção IX da Constituição Federal)aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados,do Distrito Federal, e dos Municípios. No que tange aos Municípios, o art. 31 da Constituição Federal prevê ocontrole externo a ser exercido pelo Poder Legislativo Municipal, com o auxílio dos Tribunais de Contas dosEstados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver (nos termosdo art. 31, § 1º).

    Controle PolíticoO controle político refere-se às disposições constitucionais que estabelecem hipóteses do controle parlamentardireto, sendo exercido pelos parlamentares, pelas mesas das casas legislativas, ou por comissõesparlamentares, tendo como fundamento, portanto, a Constituição Federal. É por meio deste controle políticoque se possibilita ao Legislativo questionar atos do Poder Executivo, possuindo acesso ao funcionamento de

    sua máquina burocrática, objetivando a análise da gestão da coisa pública e, consequentemente, a tomada demedidas que entenda necessárias. Destarte, a característica deste controle tem por base a possibilidade defiscalização e decisão sobre atos ligados à função administrativa. Isso porque, conforme o sistema derepresentatividade política, consubstanciado no parágrafo único, do art. 1º, da Carta Maior, é o PoderLegislativo que materializa a vontade do povo, que espelha a representação popular. Assim sendo, “nada maisnatural que, para o equilíbrio do sistema da divisão de funções, seja outorgada essa função de fiscalização aoPoder Legislativo”. Nos termos do que dispõe a Constituição Federal, seguem as hipóteses do controle político,essenciais para a materialização dos direitos à boa Administração Pública e à probidade administrativa.

    Formas de Atuação do Controle Parlamentar

    A Constituição Federal disponibilizou uma ampla diversidade de instrumentos para o exercício do ControleParlamentar Direto, de modo que a operacionalização desses mecanismos é que implicará em maior oumenor eficácia do controle exercido.

    As formas de atuação de Controle Parlamentar Direto ou os mecanismos de controle disponíveis são:

    (I) pedidos escritos de informação aos Minist ros de Estado.No âmbito federal, os Deputados e Senadores poderão solicitar informações escritas aos Ministros de Estadosa serem encaminhas pela mesa da Câmara e do Senado, importando crime de responsabilidade a recusa ouo não-atendimento no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas. Dispositivosemelhante existe também para o âmbito Estadual e Municipal.As comissões permanentes de qualquer das Casas Legislativas, em função da matéria de suas respectivascompetências, além de receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contraatos ou omissões das entidades públicas, poderão solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão.

    (II) convocação para o comparecimento de autoridades.

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    A Constituição Federal determina o comparecimento obrigatório de Ministros de Estado perante o CongressoNacional, ou qualquer de suas comissões, para prestar pessoalmente, informações sobre assuntospreviamente determinados. A falta de comparecimento, sem justificação, importa crime de responsabilidade.

    (III) fiscalização de atos da Administração Pública direta e indireta.Em linhas gerais, cabe ao Congresso Nacional a fiscalização sobre atos de gestão administrativa da

    Administração Direta e Indireta, incluídas as fundações governamentais. Esta fiscalização deve ser exercidade modo geral e permanente, partindo da iniciativa de qualquer membro do Congresso Nacional para acioná-la. Além disso, duas comissões permanentes denominadas Comissões de Fiscalização e Controle, tambémestão incumbidas desta tarefa.

    Os instrumentos disponíveis para fiscalização são: convocação de autoridades, solicitação de informaçõesescritas, requisição de documentos públicos e a realização de perícias. Ao se concluir uma fiscalização sobredeterminada matéria, a Comissão deverá elaborar relatório, com indicação, se for o caso, de responsáveis edas providências cabíveis, devendo manifestar-se sobre o mesmo, por maioria de votos as respectivas casasdo Congresso.

    (IV) comissões parlamentares de inquérito.Estas são comissões especiais e temporárias, criadas para a apuração de fatos determinados. Constituem um

    recurso para tornar mais efetivo e rigoroso o controle que é deferido aos parlamentares, sobre toda a máquinaestatal. Estas comissões podem ser convocadas mediante requerimento de um terço dos membros doCongresso Nacional, ou de uma das Casas Legislativas.

    Atribui-se a essas comissões poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outrosprevistos nos regimentos das respectivas Casas Legislativas, levando-se em consideração a preservação doprincípio de reserva de jurisdição. Deve ser observado nas comissões parlamentares de inquérito, como nasdemais, o critério de representação proporcional dos partidos. Os poderes determinados para as ComissõesParlamentares de Inquérito são: determinar diligências, requerer a convocação de Ministros de Estado,requisitar depoimento de qualquer autoridade federal, estadual ou municipal, requisitar documentos daAdministração Pública direta e indireta, intimação de indiciados e testemunhas de acordo com os preceitos dalegislação penal. A atuação das CPIs, devem obedecer limites constitucionais materiais, da reserva de

     jurisdição, da separação dos poderes, dos princípios republicanos e dos direitos e garantias individuais, além

    de princípios constitucionais formais estabelecidos no Art. 58 da Constituição Federal. Sua atuação estádelimitada por fato específico, possuindo uma obrigação de motivar todos os seus atos. As CPIs não estãoautorizadas a praticar atos que dependam de decisão judicial, tais como, interceptação telefônica, decorrespondência e telemática, apreensão de passaporte, expedição de mandado de prisão, busca e apreensãodomiciliar ou pessoal, declaração de indisponibilidade de bens e restrição de direitos.

    Ao término das atividades as Comissões devem apresentar relatório de seus trabalhos à respectiva CasaLegislativa, com projeto de resolução. Se for o caso, a conclusão dos trabalhos, poderá ser encaminhada aoMinistério Público para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. É caracterizado comocrime o impedimento ou tentativa de impedimento, mediante violência ou ameaça da regular atuação daComissão Parlamentar de Inquérito ou do livre exercício das atribuições de qualquer dos membros, assimcomo o oferecimento de afirmações falsas, a negação ou silêncio da verdade como testemunha, perito, tradutorou intérprete.

    (V) aprovações de decisões do poder executivo. Algumas decisões do Executivo dependem de manifestação favorável do Congresso para produzir efeitos outornarem-se válidas: a)aprovação de tratados, acordos ou atos internacionais b)autorização de guerra,declaração de paz, permissão de circulação de forças estrangeiras em território nacional c)aprovação doestado de defesa, intervenção federal, estado de sítio ou suspensão dessas medidas d)atividades nuclearese)apreciação de atos de concessão e renovação de concessões de emissoras de rádio e televisão f)alienaçãoou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares g)indicação de pessoaspara Instituições de Estado

    (VI) fiscalização financeira e orçamentária. Cabe ao Congresso Nacional a fiscalização financeira, contábil, orçamentária, operacional e patrimonial da

    União, com o auxílio do Controle pelos Tribunais de Contas, segundo o Art. 70 da Constituição Federal de1988.

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    Uma Comissão Mista do Congresso Nacional, formada por deputados e senadores, tem atribuição específicapara examinar e dar parecer sobre projetos relativos a plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentoanual, créditos adicionais, planos e programas, além de exercer o acompanhamento e a fiscalizaçãoorçamentária. É de responsabilidade do Congresso Nacional julgar anualmente as contas prestadas peloPresidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de Governo.O Congresso Nacional poderá solicitar informações ao Tribunal de Contas sobre a fiscalização contábil,

    financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas.Cabe também ao Congresso sustar os contratos do Executivo padecentes de ilegalidade, a pedido do Tribunalde Contas, e fiscalizar a regularidade das despesas.

    A Câmara dos Deputados, o Senado Federal e suas respectivas comissões, poderão solicitar que o Tribunalde Contas realize inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional epatrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidadesreferidas.

    (VII) sustação de atos normativos do poder executivo.Cabe aos Congresso Nacional a sustação de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem o poderregulamentar ou os limites da delegação legislativa.

    A sustação de atos normativos do Poder Executivo pelo Congresso Nacional tem natureza de controle deconstitucionalidade do tipo controle político. Trata-se de uma faculdade e não um "poder-dever do CongressoNacional, uma vez que é materializado em ato que fica a cargo do próprio Poder que toma a iniciativa.

    Com relação aos efeitos, o decreto legislativo “susta” os efeitos do ato do Poder Executivo. Isso quer dizer quefica suspensa a vigência e, portanto, a eficácia do ato do Poder Executivo. Não se trata de uma revogação nosentido estrito do termo. Pode-se inferir que se trata de uma situação, pelo menos em princípio, transitória.Sendo assim, tal sustação deve progredir para um entendimento entre o Legislativo e o Executivo, no sentidode que o Poder Executivo reformule o ato regulamentador ou lei delegada, ou que o Congresso Nacional, perse, edite lei regulamentando a matéria controversa.

    (VIII) Apuração dos crimes de responsabilidade - "Impeachment"  Presidencial.Conforme a inteligência do Art. 85 da Constituição Federal de 1988, mais especificamente na Seção III -

    Da Responsabilidade do Presidente da República, são considerados crimes de responsabilidade os atosrealizados pelo Poder Executivo na figura do Presidente da República:

     Art . 85. São crimes de responsab ili dade os atos do Presidente da Repúbli ca que atentem con tra a Const ituição Federal e,especialmente, contra:I - a existência da União;II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades daFederação;III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;IV - a segurança interna do País;V - a probidade na administração;VI - a lei orçamentária;VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.

    Caberá ao Poder Legislativo, exercendo a função do Controle Parlamentar da Administração Pública,admitida acusação do presidente por dois terços da Câmara dos Deputados, julgá-lo perante o Senado Federalno que diz respeito aos crimes de responsabilidade, ocasionando a destituição do presidente, ou seja, um"impeachment"  presidencial. Ele deverá ser também submetido a julgamento perante o Supremo TribunalFederal, nas infrações penais comuns. Conforme a disciplina do Art. 86 da Const ituição Federal de 1988: 

     Art . 86. Admit ida a acusação contra o Presidente da Repúbl ica, po r dois terços da Câmara dos Deputados , será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes deresponsabilidade. § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitentadias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas

    funções.

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    (IX) recebimento de petições e reclamações dos cidadãos.É um mecanismo de exercício da cidadania que visa produzir uma pressão política para que os ocupantes doCongresso tomem alguma iniciativa no sentido de uma representação contra algum de seus pares, o quepoderia levar em última instância a cassação do mandato. O processo teria de passar pela Comissão de Ética,de Constituição e Justiça e posteriormente pelo plenário da casa. Além desse mecanismo, as petições ereclamações servem de uma maneira geral, para explicitar as demandas da população e gerar pressão política

    neste sentido.

    Controle pelos Tribunais de Contas

    A jurisdição do Tribunal de Contas se estende a todos os órgãos da administração direta, indireta, autárquicae fundacional, compreendendo os três níveis de Governo: federal, estadual e municipal. O Tribunal de Contasda União (TCU) fiscaliza os órgãos e entidades federais, e aos Tribunais Estaduais (TCE) compete fiscalizartodos os organismos estaduais e municipais, exceção feita apenas aos Municípios que em 1988, possuíamTribunal próprio, uma vez que a Constituição de 1988, garantiu a existência dos que haviam sido criadosanteriormente, proibindo os demais Municípios de os instituírem.

    Segundo os arts. 70 e 71 da Constituição os Tribunais de Contas devem fazer a fiscalização contábil,financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, e os aspectos do controle são amplos: legalidade,legitimidade e economicidade.

    Qualquer pessoas física ou jurídica, de direito público ou de direito privado, seja da Administração Pública ounão, que administre dinheiros, bens e valores públicos, são fiscalizadas pelos TCs, que tem competências defiscalização financeira, de consulta, de informação, de julgamento, sancionatórias, corretivas, de ouvidor, e decontestador.

    A fiscalização financeira se dá nos termos do art. 71, incs. III, IV, VI. O TCU e os demais TCs apreciam, parafins de registro, as contratações de servidores efetivos, as concessões de aposentadorias/pensões,realizam inspeções/auditorias na Administração Pública de todos os Poderes e fiscaliza o repasse de verbas

    mediante convênio aos Estados/Municípios.

    Os TCs têm papel consultivo, nos termos dos arts. 71 I e 49 IX, e apreciam e emitem parecer prévio sobre ascontas do Presidente, dos governadores do Estado. Quem julga as contas dessas autoridades é o parlamento.Os TCs prestam informações ao Poder Legislativo sobre o resultado das suas fiscalizações, nos termos do art.71, VII.

    Realizam julgamentos, com poder de coisa julgada administrativa, pois os TCs não exercem função jurisdicional, mas sim administrativa. Sempre há possibilidade de revisão judicial de seus atos, se foremcontrários ao ordenamento jurídico. Os TCs que fazem o julgamento das contas dos administradores públicose demais fiscalizados (art. 71 II).

    Os TCs aplicam sanções, quando fixadas em lei, como por exemplo multas (art. 71, VIII).

    O TC tem também uma função corretiva, quando fixa prazos para providências sobre ilegalidades (art. 71, IX),quando susta, se não atendido, a execução do ato impugnado (71, X), devendo comunicar o Poder Legislativo.Isso para atos em geral, mas contratos apenas o Poder Legislativo tem esse poder, que se em 90 dias não ofizer, o TC pode decidir (§§ 1º 2º). Por exemplo, o art. 113, § 2º, Lei nº 8.666/93 (lei de licitações e contratosadministrativos), prevê que o TC poderá solicitar exame, até o dia útil imediatamente anterior à data derecebimento das propostas, cópia do edital de licitação já publicado, obrigando-se a Administração à adoçãode medidas corretivas pertinentes que lhe forem determinadas.

    As Cortes de Contas também exercem papel de ouvidor, quando recebem denúncia de irregularidades (art. 74,§§ 1º 2º). Por exemplo, segundo o § 1º do art. 113 da Lei nº 8.666/93, qualquer pessoa pode representar aoTC contra irregularidades na aplicação da Lei de Licitações.

    O TC tem função contestadora, pois pode representar aos Poderes sobre irregularidades (art. 71, XI).

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    Os termos da CF aplica-se, no que couber, aos outros TCs estaduais e municipais. Sobre os municípios (art.31), o Controle Externo do Município será exercido pela Câmara Municipal ou TCs do Estado ou do Município; oparecer prévio do TC das contas do Prefeito só deixarão de prevalecer por decisão de 2/3 da Câmara; e évedada a criação de novos TCs municipais. Existem apenas o Tribunal de Contas Municipal em São Paulo eno Rio de Janeiro, e Tribunal de Contas dos Municípios nos estados da BA, CE, GO e PA.

    Controle administrativo / Recurso de administração / Reclamação de recursos

    Conceito

    Para Hely Lopes Meirelles, o controle administrativo é:“todo aquele que o Executivo e os órgãos de administração dos demais Poderes exercem sobre suas própriasatividades, visando a mantê-las dentro da lei, segundo as necessidades do serviço e as exigências técnicas eeconômicas de sua realização, pelo que é um controle de legalidade e de mérito”.

    O controle sobre os próprios atos pode ser:

    ex officio:  a autoridade competente constata a ilegalidade de seu próprio ato ou de ato de seussubordinados;

    provocado:  pelos administrados através dos recursos administrativos.

    O poder-dever de autotutela fundamenta-se nos princípios a que se submete a Administração Pública, como oda legalidade e o da predominância do interesse público. Esse controle é exercido, via de regra, pelos órgãossuperiores sobre os inferiores.

    Na esfera federal, esse controle é denominado de supervisão ministerial pelo Decreto-Lei nº 200/67, e aplicávelàs entidades vinculadas aos ministérios.

    * Entidades da Administração Indireta: são entes descentralizados e administrativamente autônomos.São vinculadas e não subordinadas ao Ente que as instituiu, de modo que o controle é feito somente nosaspectos e limites estabelecidos em lei.

    Meios de Controle

    Os meios de controle administrativo são divididos em fiscalização hierárquica e recursos administrativos. 

    FISCALIZAÇÃO HIERÁRQUICA: Decorre do poder hierárquico, que faculta à Administração apossibilidade de escalonar sua estrutura, vinculando uns a outros e permitindo a ordenação, coordenação,orientação de suas atividades. Dela derivam as prerrogativas ao superior hierárquico de delegar e avocaratribuições, assim também o dever de obediência. A fiscalização hierárquica pode ser realizada a qualquertempo, antes ou depois da edição do ato, e independentemente de qualquer provocação.

    RECURSOS ADMINISTRATIVOS: Meios que podem utilizar os administrados para provocar o reexame doato pela Administração Pública. Esta, no exercício de sua jurisdição, aprecia e decide as pretensões dosadministrados e servidores, de acordo com o entendimento de seus órgãos técnicos e jurídicos.

    Todos os recursos provocados devem ser fundamentados com a exposição dos fatos e indicação dailegalidade. A decisão destes recursos também deverá ser fundamentada.

    O julgamento do recurso administrativo torna vinculante para a Administração a sua decisão e atribuidefinitividade ao ato apreciado em última instância. Ocorre a chamada coisa julgada administrativa. Entretanto,surgindo fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada,é cabível a revisão da decisão final.

    Efeitos dos Recursos Administrativos

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    Os recursos administrativos podem ter efeito devolutivo e o suspensivo (apenas nos casos expressos em lei).Para dar efeito suspensivo ao recurso, o mesmo deve ser declarado na norma ou no despacho de recebimentopois a regra é apenas o efeito devolutivo.

    O recurso administrativo sem efeito suspensivo não impede a fluência da prescrição e nem o uso do acessoao Poder Judiciário.

    Em contrapartida, o recurso administrativo com efeito suspensivo produz duas consequências:

    impedimento da fluência do prazo prescricional;

    impossibilidade jurídica de utilização das vias judiciárias para ataque ao ato pendente de decisãoadministrativa, nos casos em que não é exigida caução.

    O impedimento de acesso à Justiça, neste caso, não pode ser considerado inconstitucional. Explica-se: quandoa lei prevê recurso com efeito suspensivo, o ato não produz efeito e, desta forma, não pode causar qualquerlesão enquanto não decidido o recurso interposto. Se não há lesão, não há interesse de agir para a propositurada ação.

    Obviamente, ninguém é obrigado a recorrer às vias administrativas. Sendo assim, pode o interessado deixarexaurir o prazo para recorrer e propor ação judicial.

    * Intervenção de terceiros nos recursos administ rativos: O entendimento de Hely Lopes Meirelles éno sentido de que:“ cabível desde que a decisão interna da Administração possa atingir direitos do interveniente. O necessárioé que o terceiro demonstre, liminarmente, um interesse direto e efetivo na solução do recurso em que pretendeintervir. Comprovado esse interesse legítimo, deve a Administração intimar o terceiro interessado paraapresentar, querendo, alegações – inclusive, para obviar novo recurso ou futuras demandas judiciais, quepodem ser evitadas pela apreciação oportuna da pretensão do interveniente”.

    Modalidades de Recursos Administrativos:

    Representação: Denúncia de irregularidades internas ou de abuso de poder na prática de atosadministrativos. Pode ser feita por qualquer pessoa à autoridade competente para conhecer e coibir talirregularidade. Tratando-se de representação contra abuso de autoridade, aplica-se o disposto na Lei 4898/65.A irregularidade denunciada deve ser averiguada e, em caso de confirmação, os responsáveis por ela devemser punidos. A atividade da autoridade é vinculada e não discricionária.

    Reclamação Administrativa: A reclamação administrativa, outra modalidade de recurso administrativo,está prevista no Decreto 20.910/32, quando a estabelece em seu art. 6º. A legislação ao criar a reclamaçãoadministrativa inseriu-a dentre as modalidades de recurso no qual quem tem legitimidade para a propositurada reclamação é somente aquele que tem interesse legitimo por estar sofrendo diretamente, por atos daAdministração Pública, lesões em seus direitos.

    As pessoas que podem reclamar são tanto as físicas quanto as pessoas jurídicas.

    A Administração Pública, ao receber a reclamação, deve observar que o prazo para a sua interposição é deum ano a contar do ato ou fato lesivo. No entanto, movida por interesse público, a Administração ao perceberque o recurso é intempestivo tendo o administrado decaído do direito, poderá conhecer do pedido e darprocedência para o trâmite processual. No entanto, necessário que o prazo judicial não tenha ainda prescritoe que, ao analisar o pedido, a Administração Pública tenha plena ciência de que o pleito poderá ser procedente judicialmente. Caso contrário não haveria possibilidades de procedência do pedido. Ainda, se a reclamaçãoapresentada puder afetar os direitos de outrem, não poderá receber a reclamação se já houve a prescrição doprazo estabelecido no art. 6º do Decreto 20.910.

    Por outro lado, o art. 4º, do diploma legal, estabelece a suspensão da prescrição enquanto existente a demorana resolução do caso e o marco inicial para a suspensão é da entrada do requerimento do titular do direito oudo credor nos livros ou protocolos das repartições públicas (parágrafo único).

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    O §3º do art. 103-A, da CF, estabelece que “do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmulaaplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-aprocedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra sejaproferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso".

    O art. 103-A é regulamentado pela Lei 11.417/06, que dispõe em seu art. 7º, a possibilidade de apresentar

    reclamação ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão judicial ou do ato administrativo contrariarenunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente. Evidente que a reclamaçãonão impede outros meios admissíveis de impugnação.

    No caso da Lei 11.417/06, a reclamação, nos casos de omissão ou ato da administração, somente serápossível quando ocorrer o esgotamento das vias administrativas e, se procedente a reclamação, o “SupremoTribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outraseja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso” (art. 7º, §2º).

    De acordo com o Decreto 20.910/32, o prazo para reclamar extingue-se em 1 ano, a contar da data do ato oufato lesivo, salvo disposição diversa em lei especial.

    Quanto à prescrição, aduz Hely Lopes Meirelles que:

    “o prazo fixado para a reclamação administrativa é fatal e peremptório para o administrado, o que autoriza aAdministração a não tomar conhecimento do pedido se formulado extemporaneamente. Mas nada impede quea Administração conheça e acolha a pretensão do reclamante ainda que manifestada fora de prazo, desde quese convença da procedência da reclamação e não haja ocorrido a prescrição da ação judicial cabível. Essaatitude administrativa é plenamente justificada pelo interesse recíproco do Poder Público e do particular emobviar um pleito judicial que conduziria ao mesmo resultado da decisão interna da Administração. Além disso,se a reclamação aponta uma ilegalidade ou um erro na conduta administrativa, é dever do administrador públicocorrigi-lo o quanto antes, através de anulação ou revogação do ato ilegítimo ou inconveniente. Daí por que adoutrina tem aconselhado o conhecimento e provimento da reclamação extemporânea quando é manifesto odireito reclamado”.

    Pedido de Reconsideração: Trata-se de requerimento, pelo interessado, de reexame de determinado ato

    administrativo à mesma autoridade que o emitiu, para que o mesmo seja invalidado ou modificado, nos termosdo pedido do requerente.

    Salvo disposição legal em contrário, o direito de pedir reconsideração extingue-se em um ano da data dadecisão administrativa da última instância.

    O prazo para decisão é de 30 dias, não podendo ser renovado.

    Recursos Hierárquicos:  Pedido de reexame do ato dirigido à autoridade superior àquela que proferiu o ato,sobre todos os seus aspectos.Podem ser próprios ou impróprios.

    Próprios: É dirigido pela parte à autoridade ou instância imediatamente superior, dentro do mesmo órgãoem que o ato foi praticado. Ele é uma decorrência da hierarquia e, por isso mesmo, independe de previsãolegal.

    Impróprios: São dirigidos à autoridade de outro órgão de hierarquia diversa daquela que proferiu o ato.Como não decorro do Poder hierárquico, ele só é cabível se previsto expressamente em lei. Como exemplo,pode ser citado o recurso contra ato praticado por dirigentes de autarquia, interposto perante o Ministério a quea mesma se acha vinculada ou perante o Chefe do Poder Executivo (O Presidente da República temcompetência expressa para avocar e decidir qualquer assunto na esfera da Administração Federal – Dec.-Lei200/67, art. 170).

    Revisão:  Recurso previsto para reexame da decisão de que se utiliza o servidor público, punido pelaAdministração, em caso de surgirem fatos novos suscetíveis de demonstrar a sua inocência.

    Está prevista nos artigos 174 a 182 da Lei 8112/90. Pode ser requerida, a qualquer tempo.