contradiÇÕes urbanas: estudo de caso do bairro...

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1 CONTRADIÇÕES URBANAS: ESTUDO DE CASO DO BAIRRO ÁGUA BRANCA, FRANCISCO BELTRÃOPR 1 Camila Heimerdinger 2 Dean Gomes de Oliveira 3 Diuslene Rodrigues Fabris 4 Eliete Woitowicz 5 RESUMO: O presente estudo almeja identificar como o processo de urbanização está (re)configurando o espaço urbano do Bairro Água Branca no município de Francisco Beltrão-PR. Torna-se importante desenvolver um estudo neste bairro devido aos crescentes investimentos imobiliários (públicos e privados) e as novas ocupações que estão surgindo, que revelam ao mesmo tempo contradições e (des)interesses industriais, imobiliários, fundiário e estatal, causando transformações no espaço geográfico. A concretização deste trabalho justifica-se pela “evolução urbana” que vem ocorrendo nos últimos anos no Bairro Água Branca, além da instalação do novo prédio do curso de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE, do Hospital Regional do Sudoeste e, de algumas empresas e indústrias ligadas ao setor imobiliário e ao ramo agroindustrial. Diante disto, é possível perceber contradições neste espaço, visto que a Prefeitura do município contribui para a instalação de novos empreendimentos no bairro ao invés de disponibilizar infraestrutura básica para a população local. Por meio de análise qualitativa e quantitativa, em que os dados foram obtidos com base em observações in loco, aplicação de questionários, análises de Mapas (de Localização, Zoneamento e Físico) e registros fotográficos, apresentam-se os resultados encontrados, sem desconsiderar os objetivos e os referencias teóricos da temática proposta. PALAVRAS-CHAVE: Urbanização; Bairro Água Branca; Empreendimentos; Contradições. 1 As discussões apresentadas neste trabalho compuseram o trabalho final de campo apresentado à disciplina de “Urbanização e produção da cidade” do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Geografia Nível de Mestrado, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão, sob a orientação da Profa. Dra. Silvia Regina Pereira. 2 Graduada em Geografia (Licenciatura) pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon-PR. Mestranda do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Geografia, pela UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão-PR. Membro do Grupo e Linha de Pesquisa "Ensino e Práticas de Geografia - ENGEO", desde 2011, n˚ do Grupo 34953/2011, cadastrado junto a UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon-PR. E-mail: [email protected]. 3 Graduado em Geografia (Licenciatura) pela Universidade Estadual do Paraná UNESPAR, campus de Campo Mourão-PR. Mestrando do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Geografia, pela UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão-PR. E-mail: [email protected]. 4 Professora Assistente do Curso de Serviço Social da UNIOESTE/ Campus de Toledo. Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio UNIOESTE/Campus de Toledo Paraná. E-mail: [email protected]. 5 Graduada em Geografia (Licenciatura) pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon-PR. Mestranda do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Geografia, pela UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão-PR. Integrante (voluntária) do subprojeto “O ensino da Geografia: da teoria à prática”, do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID, desde 2011. Membro do Grupo e Linha de Pesquisa "Ensino e Práticas de Geografia - ENGEO", desde 2011, n˚ do Grupo 34953/2011, cadastrado junto a UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon-PR. E-mail: [email protected].

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CONTRADIÇÕES URBANAS: ESTUDO DE CASO DO BAIRRO ÁGUA BRANCA,

FRANCISCO BELTRÃO–PR1

Camila Heimerdinger2

Dean Gomes de Oliveira3

Diuslene Rodrigues Fabris4

Eliete Woitowicz5

RESUMO: O presente estudo almeja identificar como o processo de urbanização está

(re)configurando o espaço urbano do Bairro Água Branca no município de Francisco Beltrão-PR.

Torna-se importante desenvolver um estudo neste bairro devido aos crescentes investimentos

imobiliários (públicos e privados) e as novas ocupações que estão surgindo, que revelam ao mesmo

tempo contradições e (des)interesses industriais, imobiliários, fundiário e estatal, causando

transformações no espaço geográfico. A concretização deste trabalho justifica-se pela “evolução

urbana” que vem ocorrendo nos últimos anos no Bairro Água Branca, além da instalação do novo

prédio do curso de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná –UNIOESTE, do Hospital

Regional do Sudoeste e, de algumas empresas e indústrias ligadas ao setor imobiliário e ao ramo

agroindustrial. Diante disto, é possível perceber contradições neste espaço, visto que a Prefeitura do

município contribui para a instalação de novos empreendimentos no bairro ao invés de disponibilizar

infraestrutura básica para a população local. Por meio de análise qualitativa e quantitativa, em que os

dados foram obtidos com base em observações in loco, aplicação de questionários, análises de Mapas

(de Localização, Zoneamento e Físico) e registros fotográficos, apresentam-se os resultados

encontrados, sem desconsiderar os objetivos e os referencias teóricos da temática proposta.

PALAVRAS-CHAVE: Urbanização; Bairro Água Branca; Empreendimentos; Contradições.

1 As discussões apresentadas neste trabalho compuseram o trabalho final de campo apresentado à disciplina de

“Urbanização e produção da cidade” do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Geografia – Nível de

Mestrado, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão, sob a

orientação da Profa. Dra. Silvia Regina Pereira. 2 Graduada em Geografia (Licenciatura) pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná –

UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon-PR. Mestranda do Programa de Pós-Graduação Strictu

Sensu em Geografia, pela UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão-PR. Membro do Grupo e Linha de

Pesquisa "Ensino e Práticas de Geografia - ENGEO", desde 2011, n˚ do Grupo 34953/2011, cadastrado junto

a UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon-PR. E-mail: [email protected]. 3 Graduado em Geografia (Licenciatura) pela Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR, campus de

Campo Mourão-PR. Mestrando do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Geografia, pela

UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão-PR. E-mail: [email protected]. 4 Professora Assistente do Curso de Serviço Social da UNIOESTE/Campus de Toledo. Doutoranda do

Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio – UNIOESTE/Campus de Toledo

– Paraná. E-mail: [email protected]. 5 Graduada em Geografia (Licenciatura) pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná –

UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon-PR. Mestranda do Programa de Pós-Graduação Strictu

Sensu em Geografia, pela UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão-PR. Integrante (voluntária) do

subprojeto “O ensino da Geografia: da teoria à prática”, do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à

Docência – PIBID, desde 2011. Membro do Grupo e Linha de Pesquisa "Ensino e Práticas de Geografia -

ENGEO", desde 2011, n˚ do Grupo 34953/2011, cadastrado junto a UNIOESTE, campus de Marechal

Cândido Rondon-PR. E-mail: [email protected].

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INTRODUÇÃO

Verifica-se que nas últimas décadas, as cidades vêm passando por verdadeiros processos de

mercantilização do seu espaço, que as tem levado a destacar-se como verdadeiros produtos do

desenvolvimento do mundo da mercadoria, evidenciando a produção global do espaço social.

A perspectiva de uma sociedade de consumo estabelece também o consumo da própria

sociedade, e de maneira especial dos valores construídos, tanto que, a forma atual do viver

humano tem alterado significativamente a qualidade de vida das pessoas, tanto no sentido

objetivo (Índice de Desenvolvimento Humano) quanto no subjetivo (individual) de ser.

A expansão horizontal das cidades em periferias desprovidas de ações públicas de estado,

perante a falta de equipamentos urbanos e comunitários, refletem sérias preocupações no contexto

do espaço urbano que também é social. Adensa ainda a especulação imobiliária, o parcelamento do

solo e a verticalização das construções, além de considerar que, a intensificação da urbanização cria

espaços distintos para pessoas que simultaneamente vão sendo distinguidas no processo histórico de

ocupações. Pessoas e bairros passam a ser classificados em classes: média, alta e baixa.

Nesse sentido, o presente trabalho busca analisar como o processo de urbanização é

capaz de (re)configurar o espaço urbano a partir de incentivos públicos e/ou privados. O local

de análise deste processo ocorreu em um bairro recente da cidade de Francisco Beltrão-PR,

denominado de “Bairro Água Branca”, onde é possível evidenciar vários empreendimentos

públicos em parceria de empresas privadas que visam aumentar seus espaços de produção e

circulação de mercadorias.

A urbanização no Bairro Água Branca ocorreu de forma “espontânea” e com pouco

planejamento, especialmente após o estabelecimento de algumas empresas e indústrias

voltadas ao ramo imobiliário e agroindustrial. Os problemas sociais são evidentes e na

maioria das vezes ocorrem pela ineficácia das políticas públicas, onde é possível observar

construções de moradias irregulares em encostas e leitos de rios, saneamento básico

insuficiente e ausência de alguns serviços públicos, como por exemplo, escolas, postos de

saúde, transporte público, infraestrutura básica, etc.

Portanto, através desta pesquisa é possível identificar algumas lacunas existentes no

processo de urbanização presente no Bairro Água Branca, entendo-o como reflexo da

sociedade capitalista.

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OBJETIVOS

Identificar como o processo de urbanização está reconfigurando o espaço urbano do

Bairro Água Branca – o qual ainda apresenta resquícios do campo – por meio da análise das

atuações e (des)interesses do setor industrial, imobiliário, fundiário e estatal.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Por meio de análise qualitativa e quantitativa, em que os dados foram obtidos com

base em observações in loco, aplicação de questionários, análises de Mapas (de Localização,

Zoneamento e Físico) e registros fotográficos, apresentam-se os resultados encontrados,

levando-se em consideração os objetivos e os referencias teóricos da pesquisa.

A observação direta esteve pautada no conhecimento do bairro de forma concreta,

buscando evidenciar as renovações urbanas que estão sendo realizadas, transformando a

configuração do bairro, além de registrar fotograficamente estas mudanças e reconfigurações

do espaço urbano. Esta técnica proporcionou a indicação de hipóteses possíveis de serem

analisadas nesta área, no âmbito da questão urbana.

De acordo com Yin (2005), a observação direta permite ao pesquisador a oportunidade

de registrar os acontecimentos em tempo real e de retratar o contexto de um evento. Assim, é

possível identificar as interações entre as pessoas e os sistemas.

A aplicação de questionários semiestruturados fora desenvolvida com 15 moradores

do bairro, o que equivale a um percentual de 13,63% de domicílios, visto que o Bairro Água

Branca possui um número de 110 domicílios e 388 habitantes residentes6. Deste modo, o

questionário foi escolhido como instrumento de recolha e avaliação de dados, objetivando

conhecer melhor as lacunas e influências do processo de urbanização que vem se

materializando no Bairro Água Branca, a partir da interpretação e do relato da população.

A aplicação de um inquérito por questionário possibilita uma maior sistematização dos

resultados fornecidos, permite uma maior facilidade de análise bem como reduz o tempo

que é necessário despender para recolher e analisar os dados. Este método de inquirir

apresenta ainda vantagens relacionadas com o custo, sendo este menor (AMARO; PÓVOA;

MACEDO, 2005, p. 8).

6 Dados disponibilizados pela Prefeitura Municipal de Francisco Beltrão-PR, de acordo com a Densidade dos

Domicílios por Setor Censitário – 2000.Disponível em: <http://franciscobeltrao.pr.gov.br/secretarias/obras-

e-urbanismo/aspectos-fisicos-e-politicos/>. Acesso em: 21 de Mar. 2014.

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Assim, por meio deste instrumento de coleta de dados, buscou-se compreender e

identificar as percepções destes moradores diante das transformações que o bairro vem

passando. Para tanto, foi elaborado um roteiro semiestruturado sobre o tempo de moradia,

renda mensal da família, os motivos que levaram a residir no bairro, a percepção dos

moradores em relação às construções imobiliárias atuais, a infraestrutura urbana, condições de

moradia, entre outras.

A análise dos Mapas de Localização do bairro, Zoneamento e Físico (Hipsométrico)7

foram relevantes, pois proporcionaram o conhecimento de aspectos geográficos que

influenciam na estruturação urbana de um bairro ou cidade, como por exemplo: a distância do

respectivo bairro com o setor da Área Central do município; as diretrizes diferenciadas para o

uso e ocupação do solo urbano do bairro em questão, objetivando o controle do crescimento

urbano, assim como a proteção de áreas inadequadas à ocupação urbana e o controle do

tráfego; a distribuição espacial das altitudes do relevo encontradas na área de estudo, de modo

a identificar as diferenças topográficas do terreno visando sua melhor utilização.

Por fim, e não necessariamente nesta ordem apresentada, realizou-se o levantamento

bibliográfico que norteou algumas reflexões referentes à temática urbana, que tratam, por

exemplo: da dinâmica do espaço urbano; dos agentes modeladores deste espaço; processos e

formas espaciais urbanas; processos espaciais de conurbação; evolução urbana; valorização

do solo urbano, conceituação de campo e cidade, entre outros. Deste modo, as principais

referências utilizadas foram: Corrêa (2003), Castells (2006), Singer (1997), Sposito (1997),

Serpa (2007), Sposito; Whitacker (2006) e Villaça (2001).

Portanto, os procedimentos metodológicos supracitados nortearam o roteiro de

trabalho de campo, assim como a pesquisa em si.

RESULTADOS

Durante as observações diretas foram registrados alguns pontos do Bairro Água

Branca considerados importantes para a análise do processo de urbanização, como por

7 Disponibilizados pela Prefeitura Municipal de Francisco Beltrão-PR. Disponível em:

<http://franciscobeltrao.pr.gov.br/secretarias/obras-e-urbanismo/mapas/>. Acesso em: 21 de Mai. 2014.

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exemplo, a área onde se concentram algumas empresas e indústrias (imagem 1), assim como a

parte residencial do bairro, buscando identificar a organização espacial da área de estudo e

suas implicações. Defende-se que,

O espaço urbano [...] é constituído por diferentes usos da terra. Cada um deles pode ser

visto como uma forma espacial. Esta, contudo, não tem existência autônoma, existindo

porque nela se realizam uma ou mais funções, isto é, atividades como a produção e venda

de mercadorias, prestação de serviços diversos ou uma função simbólica, que se acham

vinculadas aos processos da sociedade (CORRÊA, 2003, p. 9-10).

Deste modo, entende-se que “[...] o espaço urbano é também mutável, dispondo de uma

mutabilidade que é complexa, com ritmos e natureza diferenciados” (CORRÊA, 2003, p. 8).

Imagem 1 – Grandes empresas situadas nas imediações do

Bairro Água Branca, Francisco Beltrão-PR

a)VITRALSUL, empresa de vidros, alumínios e ferragens; b) Bigger Caminhões LTDA. (Ford) – empresa de

venda de caminhões novos e usados, além de sua manutenção e reparos; c) Bonetti AgroNutri, especializada em

nutrição animal, comercializa ração e dispõe de uma ampla loja agropecuária junto à sede da empresa, na qual o

produtor poderá encontrar mais de 100 itens na área de nutrição animal, além de lonas, medicamentos, ferragens,

sementes, etc.; d) Pavimenti de Blocos e Pavers - Indústria de artefatos de concreto; e) Grupo Icavel Caminhões-

Ônibus – comercializa e presta serviços dos produtos Volkswagen.

Fonte: Fonte: HEIMERDINGER, Camila. (Maio/2014). Organização: WOITOWICZ, Eliete (2014).

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Em relação às empresas localizadas no Bairro Água Branca, observou-se que algumas

são filiais, portanto, outras revendedoras e/ou a sede destas empresas estão situadas em outros

municípios. Acredita-se que estas empresas contribuíram para que determinadas moradias se

instalassem no bairro, pois provavelmente ofertaram mão de obra, assim, algumas pessoas

deslocaram-se para estarem próximas a elas. Segundo Singer (1997, p. 47), “A localização

industrial obedece, em princípio, aos seguintes critérios: proximidade do mercado

consumidor, da fonte de matérias-primas e dos mercados de fatores”.

Estes e/ou outros fatores influenciaram a localização das empresas. Logo, o Hospital

Regional do Sudoeste e o novo prédio do curso de Medicina da UNIOESTE (que está sendo

construído), contribuíram para a procura de moradias e investimentos na área. O Hospital

Regional do Sudoeste, provavelmente foi instalado neste local devido ao fato de o município

de Francisco Beltrão-PR ser o maior entre aqueles que se localizam na Mesorregião Sudoeste

do Estado do Paraná. Quanto à construção do prédio do curso de Medicina da UNIOESTE,

entende-se que este necessitava de um espaço amplo, o qual o Bairro Água Branca possui,

além disso, o mesmo já abrigava o Hospital Regional que desenvolve atividades no mesmo

ramo de trabalho. Facilitando o trajeto dos futuros acadêmicos estagiários ao campo de

atuação profissional.

Quando as empresas supracitadas se instalaram no Bairro Água Branca,

provavelmente procuraram uma localização favorável, onde houvesse fácil acesso à

distribuição e circulação de suas mercadorias, além de um vantajoso valor da terra.

Provavelmente, um dos atrativos para as empresas se instalarem no bairro foi o baixo

custo da terra, visto que não existem muitos moradores na área desde a época da fundação

destas empresas. Além disso, a maioria das empresas foram instaladas há mais de vinte anos,

quando o bairro era considerado parte rural do município, sendo o custo do solo urbano baixo

em comparação com outras áreas do município.

Acredita-se que quando o Bairro Água Branca estiver significativamente povoado e as

empresas não conseguirem mais ampliar sua estrutura por falta de espaço, a tendência é que

estes migrem para outra área. Nessa perspectiva, concorda-se com Singer (1977, p. 75)

quando afirma que,

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Nestes bairros, algumas fábricas antigas que ficaram para trás atestam o seu passado

industrial. Mais cedo ou mais tarde estas fábricas, não se podendo expandir no seu atual

terreno, preferirão vendê-lo por um preço elevado e adquirir uma gleba maior numa área

mais afastada do centro, onde haja os serviços necessários à indústria, onde o preço da terra

seja menor e onde o mesmo processo voltará a se repetir.

Singer (1977) trata da substituição de indústrias por residências, sendo esta uma

possibilidade para o futuro, já que a área rural atualmente tornou-se bairro, promovendo a

transformação do espaço geográfico. Nesse sentido, as indústrias tendem se instalar na

periferia das cidades, concomitantemente uma parcela significativa da população acompanha

este processo por causa das oportunidades de emprego, causando uma valorização do solo

urbano do local de onde saíram.

Estrategicamente percebe-se que ocorre a compra de alguns terrenos em prol da

especulação imobiliária, pois a tendência é o valor da terra aumentar com a ampliação dos

empreendimentos, a procura por residências e com a instalação da infraestrutura básica

completa. Segundo Singer (1977, p. 65) “A especulação consiste, no fundo, numa antecipação

das economias externas que, num prazo previsível, deverão beneficiar determinada área e

deste modo valorizá-la”. O fato é que este procedimento proporciona o aparecimento dos

vazios urbanos, áreas não aproveitadas e que não cumprem sua função social, sendo que há

pessoas vivendo em condições precárias, em áreas sujeitas a movimentos de massa e/ou

alagamento no município estudado. “O curioso é que sua própria ação a auto-alimenta, já que

ao ocasionar aumento do preço da terra, ela justifica uma elevação da procura especulativa,

pois a valorização presente prenuncia a valorização futura” (SINGER, 1977, p. 65).

Nessa perspectiva, é possível afirmar que o processo de desenvolvimento econômico

está completamente envolvido com a urbanização, influenciando e recendo influências, além

de gerar a expansão urbana.

A seguir observa-se a área residencial do Bairro Água Branca (imagem 2). Esta área

foi registrada por ser o local onde se concentra a maior parte dos domicílios, o que evidencia

que a instalação de empresas e empreendimentos imobiliários, além das rodovias, acaba por

determinar a organização do espaço urbano de um bairro ou cidade.

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Imagem 2 – Área residencial do Bairro Água Branca, Francisco Beltrão-PR

Área do bairro onde se concentram o maior número de residências (local onde os

questionários foram aplicados com os moradores). Fonte: Fonte: HEIMERDINGER, Camila.

(Maio/2014).

Neste local (imagem 2) foram aplicados os questionários da pesquisa, o que acabou

propiciando uma conversa espontânea e informal com alguns moradores, visando a obtenção de

maiores informações, que talvez, apenas com os questionários, não poderiam ter sido obtidas.

Diante disto, constatou-se que as pessoas que moram há mais tempo no bairro, hoje

são aquelas que já viviam quando o local ainda era considerado área rural. Aqueles que

moram há pouco tempo compraram seu terreno e construíram a casa perante o baixo preço da

terra e/ou para estar próximo de familiares que ali residem. A maior parte das pessoas possui

casa própria neste bairro e recebem ao menos um salário mínimo ou mais.

Ressalta-se o fato de que os moradores do Bairro Água Branca consideraram

importante à construção do prédio do curso de Medicina da UNIOESTE e a expansão de

novos loteamentos neste espaço geográfico. Segundo eles, estas instituições irão promover o

crescimento e a valorização do bairro, além de propiciar o surgimento de mais pesquisas na

área da saúde, no que diz respeito ao novo prédio do curso de Medicina.

Além destas formas espaciais presentes no espaço urbano do Bairro Água Branca, foi

possível identificar alguns resquícios do campo, como algumas propriedades rurais (imagem

3), o que evidencia que o processo de urbanização nesta área ainda é recente e merece

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atenção, visto que já apresenta um número considerável de habitantes residentes (388). Além

disso, é preciso considerar que o Bairro Água Branca apenas fora considerado como tal por

meio da Lei Municipal nº 2800, promulgada em 23 de Novembro de 20008.

Imagem 3 – Propriedade rural “Chácara do Chico” localizada no

Bairro Água Branca, Francisco Beltrão-PR.

Fonte: HEIMERDINGER, Camila. (Maio/2014).

O campo e a cidade estão completamente envolvidos reciprocamente, não podendo

falar de um sem mencionar outro. Conforme Singer (1997, p. 8) “Cada segmento local liga-se

ao mercado metropolitano diretamente, mediante a venda de produtos “coloniais” ou

indiretamente, mediante o fornecimento de produtos de subsistência a um segmento ligado

àquele mercado”. Assim, as pessoas do campo se envolvem com a cidade para vender seus

produtos e comprar o que lhe é necessário, ao mesmo tempo as pessoas da cidade necessitam

dos produtos do campo e precisam vender suas mercadorias. Portanto, apesar de ser

considerado bairro, a área de estudo apresenta significativos registros do campo.

Outros aspectos também foram observados nas imediações do Bairro Água Branca,

como por exemplo, a expansão urbana do município de Francisco Beltrão, visto que o bairro

em estudo faz divisa com o município de Marmeleiro, estando apenas a 7 Km de distância

deste último. Este fato indica o início do processo de conurbação entre Francisco Beltrão e

8 Informações cedidas pelo setor de Urbanismo da Prefeitura Municipal de Francisco Beltrão-PR. Disponível

em: <http://franciscobeltrao.pr.gov.br/legislacao/?ano=2000>. Acesso em: 24 de Mai. 2014.

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Marmeleiro (imagem 4), isto é, está ocorrendo uma fusão entre estas áreas, resultado do

crescimento geográfico de Francisco Beltrão (VILLAÇA, 2001).

Imagem 4 – Início do processo de conurbação entre Francisco Beltrão e Marmeleiro

Fonte: HEIMERDINGER, Camila. (Maio/2014).

Por se tratar de um bairro recente, com um razoável número de residências e empresas,

constatou-se que existem muitos empreendimentos imobiliários nesta área, como a construção do

novo prédio de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) e, a

abertura de novos loteamentos (imagem 5). Além disso, muitos terrenos estão à venda nesta área.

Imagem 5 – Novos empreendimentos imobiliários e terrenos à venda

no Bairro Água Branca, Francisco Beltrão-PR

Fonte: HEIMERDINGER, Camila. (Maio/2014). Organização: WOITOWICZ, Eliete (2014).

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Como visto o Bairro Água Branca apresenta muitos aspectos articulados ao processo

de urbanização que podem ser analisados mais profundamente. Neste sentido, optou-se em

desenvolver o trabalho de campo na disciplina intitulada “Urbanização e construção da

cidade”, com os mestrandos do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu – Mestrado em

Geografia, da UNIOESTE/campus de Francisco Beltrão, a partir do conhecimento in loco de

três pontos considerados importantes no bairro em questão: primeiro ponto: na construção do

novo prédio de Medicina da UNIOESTE (PR 180); segundo ponto: o limite territorial entre

Francisco Beltrão e Marmeleiro (PR 180); e, terceiro ponto: na área residencial do Bairro

Água Branca, localizada na PR 483.

A partir destes pontos destacados acima, acredita-se ser possível analisar o Bairro

Água Branca atentamente, visto que muitos assuntos vinculados ao processo de urbanização

desta área podem ser debatidos: causas e efeitos da expansão dos investimentos imobiliários;

ampliação do perímetro urbano de Marmeleiro e Francisco Beltrão, propiciando o processo de

conurbação; abertura de novos loteamentos e venda de vários terrenos, promovendo o

crescimento e ampliação urbana; problemas urbanos encontrados na área residencial do

bairro, especialmente de infraestrutura básica; entre outros.

De acordo com uma notícia publicada pelo Jornal de Beltrão, em 17 de Dezembro de

20139, o Bairro Água Branca é uma área de destaque no município, devido à ampliação dos

empreendimentos imobiliários, aquecendo o mercado da construção civil. Fato que torna esta

região estratégica para o setor supracitado.

Torna-se estratégico e lucrativo investir tanto nesta área, visto que o bairro está situado

próximo a um entroncamento rodoviário de grande movimentação, que liga a Mesorregião

Sudoeste Paranaense à região Noroeste e Norte do Estado de Santa Catarina. Além disso, este

entroncamento rodoviário abriga o Hospital Regional do Sudoeste e outros grandes

investimentos públicos e privados.

Segundo o corretor imobiliário Romeu Antônio Werlang, em entrevista cedida ao

Jornal de Beltrão, o Bairro Água Branca é apontado como uma região que deverá crescer de

forma intensa nos próximos anos, pois é favorecido pelo Hospital Regional do Sudoeste, que

9 Disponível em: <http://issuu.com/orangotoe/docs/170-8eb9c1d0-a851-4220-8f6f-2f621dbddb91/17>. Acesso

em: 23 de Mai. 2014.

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atualmente emprega muitos profissionais da área da saúde. Também está sendo favorecido

com a instalação do Centro Regional de Especialidades (CRE) de Francisco Beltrão e o prédio

do curso de Medicina da UNIOESTE.

Mais a diante, também está prevista para o Bairro Água Branca a instalação da futura

Rodoviária Municipal, bem como novas empresas que vêm de fora buscando o

desenvolvimento do Sudoeste.

Entretanto, é importante destacar que a construção da nova Rodoviária do município

no Bairro Água Branca não está prevista no Plano Diretor de Francisco Beltrão10

. Fato

contraditório, visto que o bairro apresenta fragilidades em relação à infraestrutura básica e à

promoção de serviços públicos (já citados anteriormente). Torna-se relevante ressaltar que o

Bairro Água Branca encontra-se a aproximadamente 8 km de distância da Área Central do

município, o que inviabilizaria a mobilidade e acessibilidade urbana de muitas pessoas que

utilizariam o espaço público rodoviário.

A partir dos fatos expostos, é possível notar que o processo de urbanização é algo

complexo, visto que é um processo que envolve diversos (des)interesses. “A nossa

urbanização resulta das formas tomadas pelo desenvolvimento do capitalismo, que se traduz

na articulação das relações econômicas, sociais e políticas existentes entre os países

‘desenvolvidos’ e ‘subdesenvolvidos’” (SPOSITO, 1997, p. 10).

CONCLUSÕES

O modelo de urbanização adotado no Brasil tem sido um modelo que concentra

elevadíssima segregação dos espaços e também das pessoas que o habitam. Diariamente

inúmeras famílias são levadas a deixar as áreas mais centrais da cidade e se dirigirem a uma

periferia, de estrutura precária com inúmeros problemas para a vivência do cotidiano.

Contudo, esse modelo se mantém, pois ele viabiliza aos grupos hegemônicos a ampliação dos

lucros e a concentração da renda.

Notou-se que o Bairro Água Branca possui terrenos com valores razoavelmente altos,

pois a área está sendo valorizada devido aos vários empreendimentos imobiliários.

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Disponível em: <http://franciscobeltrao.pr.gov.br/o-municipio/plano-diretor/>. Acesso em: 21 de Mai. 2014.

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Comparando-se com outros bairros do município de Francisco Beltrão, existem aqueles não

valorizados e desmerecidos com a instalação de empreendimentos. Assim, o local torna-se

propício para a violência, assaltos, pobreza, etc. Nesse sentido, a administração pública

influencia e pode intervir de forma significativa na organização de uma cidade.

Sem dúvida, tais empreendimentos contribuíram para que o bairro se tornasse atrativo a

população. Entretanto, observam-se algumas contradições: ao invés de inicialmente a Prefeitura

investir em infraestrutura básica neste bairro, para que a população possa se alocar com o mínimo de

comodidade, evidencia-se a compra de terrenos particulares e a doação destes para algumas

construções, como a do prédio do curso de Medicina e do Hospital Regional do Sudoeste. O que de

fato não é ruim, pois parte da população será beneficiada e terá acesso aos serviços prestados por

estas instituições. Todavia, o que parece é que as condições de moradia da população acabam sendo

deixadas em segundo plano. Assim, atualmente a população reside no bairro sem o mesmo dispor

daquilo que é basicamente necessário, como rede de esgoto e de telefone.

Outro aspecto interessante é o fato do bairro possuir traços significativos do campo e

ser considerado parte do perímetro urbano do município, embora não dispunha de toda

infraestrutura básica indispensável à um bairro.

O mesmo localiza-se distante do setor central da cidade (aproximadamente 8 km),

sendo que a população precisa percorrer um trecho significativo para obter produtos

alimentícios, farmacêuticos e de higiene, além de roupas, calçados, etc. Ressalta-se que o

mesmo não possui serviço de transporte disponível em vários horários para a população,

apenas uma lotação no período da manhã e outra no período da tarde, o que é inviável para

um trabalhador que precisa ir até o trabalho de manhã e voltar para casa no horário do

almoço, retornando posteriormente ao emprego.

Os moradores que foram entrevistados no Bairro Água Branca disseram que o mesmo

não apresenta toda infraestrutura básica, sendo isto veraz – a população acredita que a

instalação da infraestrutura básica será inserida aos poucos.

Durante a aplicação dos questionários, notou-se que alguns moradores não sabiam o

que significa o termo “infraestrutura básica”, visto que foi necessário explicar do que se

tratava. Este aspecto foi importante para frisar que a população, muitas vezes, não possui o

conhecimento necessário para compreender as ações e medidas tomadas pelos órgãos

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superiores que administram as cidades. Torna-se imprescindível a compreensão, interesse e

participação da população perante o planejamento e organização do espaço urbano.

Estes fatos acabam por comprovar a importância de trabalhos voltados à questão

urbana, visando à melhoria de vida da população, que precisa ter seu direto de moradia

garantido. Ademais, esta análise pretende colaborar com o entendimento do processo de

urbanização, evidenciando suas vantagens e desvantagens à sociedade.

REFERÊNCIAS

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Comunitária da Região de Chapecó, Chapecó, 2010.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE FRANCISCO BELTRÃO-PR. Lei nº 2800/2000, de 23 de

Novembro de 2000. Denomina e Delimita a área dos Bairros da cidade de Francisco Beltrão-

PR. Disponível em: <http://franciscobeltrao.pr.gov.br/legislaca o/?ano=2000 >. Acesso em:

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SINGER, Paul Israel. Desenvolvimento econômico e evolução urbana. 2 ed. São Paulo:

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SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Capitalismo e Urbanização. 8 ed. São Paulo:

Contexto, 1997.

SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão; WHITACKER, Arthur Magon. Cidade e campo:

relações e contradições entre urbano e rural. São Paulo: Expressão Popular, 2006.

VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP:

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YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre, RS: Bookman, 2005.