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1 O IMPACTO DO CONTEXTO SOCIAL NO POSICIONAMENTO E AÇÕES DOS ADOLESCENTES EM RELAÇÃO AO TEMA “DROGAS” Juliana Alves da Silva Ubinski 1 Cassiane Beatrís Pasucki Benassi 2 RESUMO: A adolescência é um período de transição da infância para a vida adulta. Momento de muitos conflitos pessoais e de necessidade de posicionar-se na sociedade, sendo que em alguns casos, o desrespeito às regras e a atração ao que é proibido pode ser uma porta de entrada para o contato com as drogas. Por acreditar que esse é um momento crucial para nossos adolescentes, procurou-se realizar uma pesquisa de campo com esse público, seguido de um trabalho de conscientização. Foi possível constatar a dificuldade para realizar um trabalho de conscientização sobre o assunto, já que muitos dos alunos participantes da pesquisa já tiveram contato com usuários de drogas e em alguns casos, já utilizaram algum tipo de droga ou tem interesse em utilizá-las, indicando a presença do contexto social como um aspecto de forte influência nos posicionamentos e ações dos adolescentes. PALAVRAS-CHAVE: Drogas; Adolescentes; Contexto Social. INTRODUÇÃO A adolescência é uma das fases mais difíceis da vida humana, no qual a inocência das brincadeiras da infância começa a ser substituídas por bate-papos carregados de dúvidas e conflitos pessoais. Os conflitos morais relacionados aos valores transmitidos pelos pais comumente são questionados nesta fase da vida, criando um grande abismo entre pais e filhos. A busca de afirmação e construção da identidade pode ser percebida também no ambiente escolar, onde se percebe que alguns adolescentes rompem com regras de comportamentos e podem ser atraídos para a ilicitude, como exemplo, o consumo de drogas. A sociedade há tempos vem percebendo e sofrendo os danos das drogas, como o aumento da criminalidade entre os jovens, mortes relacionadas ao consumo e tráfico de drogas, famílias destruídas e desestruturadas. No entanto, o problema não é tão novo como se pode pensar, pois segundo Moreira (2003) no final do século XIX o uso de drogas passou a ser um dos grandes problemas da população. Várias ações de conscientização e proibições já foram pensadas e 1 Mestranda de Educação pela Unioeste. Bolsista da CAPES/DS. Email: [email protected]. 2 Mestranda de Educação pela Unioeste. Email: [email protected].

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1

O IMPACTO DO CONTEXTO SOCIAL NO POSICIONAMENTO E AÇÕES DOS

ADOLESCENTES EM RELAÇÃO AO TEMA “DROGAS”

Juliana Alves da Silva Ubinski1

Cassiane Beatrís Pasucki Benassi2

RESUMO: A adolescência é um período de transição da infância para a vida adulta. Momento de

muitos conflitos pessoais e de necessidade de posicionar-se na sociedade, sendo que em alguns casos,

o desrespeito às regras e a atração ao que é proibido pode ser uma porta de entrada para o contato com

as drogas. Por acreditar que esse é um momento crucial para nossos adolescentes, procurou-se realizar

uma pesquisa de campo com esse público, seguido de um trabalho de conscientização. Foi possível

constatar a dificuldade para realizar um trabalho de conscientização sobre o assunto, já que muitos dos

alunos participantes da pesquisa já tiveram contato com usuários de drogas e em alguns casos, já

utilizaram algum tipo de droga ou tem interesse em utilizá-las, indicando a presença do contexto social

como um aspecto de forte influência nos posicionamentos e ações dos adolescentes.

PALAVRAS-CHAVE: Drogas; Adolescentes; Contexto Social.

INTRODUÇÃO

A adolescência é uma das fases mais difíceis da vida humana, no qual a inocência das

brincadeiras da infância começa a ser substituídas por bate-papos carregados de dúvidas e

conflitos pessoais. Os conflitos morais relacionados aos valores transmitidos pelos pais

comumente são questionados nesta fase da vida, criando um grande abismo entre pais e filhos.

A busca de afirmação e construção da identidade pode ser percebida também no ambiente

escolar, onde se percebe que alguns adolescentes rompem com regras de comportamentos e

podem ser atraídos para a ilicitude, como exemplo, o consumo de drogas.

A sociedade há tempos vem percebendo e sofrendo os danos das drogas, como o aumento

da criminalidade entre os jovens, mortes relacionadas ao consumo e tráfico de drogas, famílias

destruídas e desestruturadas. No entanto, o problema não é tão novo como se pode pensar, pois

segundo Moreira (2003) no final do século XIX o uso de drogas passou a ser um dos grandes

problemas da população. Várias ações de conscientização e proibições já foram pensadas e

1 Mestranda de Educação pela Unioeste. Bolsista da CAPES/DS. Email: [email protected].

2 Mestranda de Educação pela Unioeste. Email: [email protected].

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implementadas para tentar solucionar o problema, porém, sem sucesso, conforme ilustrado no

decorrer da presente pesquisa. Assim, buscar uma maior compreensão sobre o pensamento do

adolescente em relação ao mundo que o cerca, seus conflitos e construção da identidade pode ser

um passo decisivo para a avaliação das ações adotadas até o momento.

Através da presente pesquisa, objetivou-se refletir sobre o pensamento dos adolescentes

em relação às drogas. Através dos resultados obtidos foi possível perceber o quanto o contexto

social no qual o adolescente está imerso influência no contato precoce com as drogas. Por ser um

tema de grande ênfase e curiosidade por parte dos adolescentes e considerando ser um momento

primordial e de grandes descobertas e transformações, optou-se investigar o impacto no contexto

social e as ações dos adolescentes em relação ao tema “Drogas”.

REFLEXÃO SOBRE AS DROGAS E A SOCIEDADE

Muito debatido nos últimos anos, o consumo de drogas não é algo atual, ao contrário,

sempre esteve presente na vida humana desde os primórdios da humanidade. Se as discussões

contemporâneas envolvendo o tema são cercadas de polêmicas e conflitos ideológicos, ao

fazer um resgate histórico percebe-se que essas discussões são “corriqueiras” em nossa

história (MOREIRA, 2003).

Se o consumo de plantas e outras substâncias classificadas como droga estiveram

presente em diferentes épocas, a busca pelo controle de seu consumo também foi sempre

almejado. No entanto, segundo Moreira (2003), foi com a Movimento da Temperança que

esse debate foi fortalecido.

O Movimento da Temperança difundiu-se a ideia de que os males presentes na

sociedade norte-americana eram decorrentes do consumo do álcool e que, a criminalidade e os

problemas financeiros acabariam com o fim do consumo do álcool (LEVINE, 1995).

Entretanto, o que ocorreu foi justamente o contrário no que diz respeito a Lei Seca, sendo um

dos maiores fracassos legislativos que se tem conhecimento. Silveira (2001) relaciona a Lei

Seca com o aumento do uso de drogas injetáveis. A criminalidade em Nova Iorque e Chicago

aumentou, a máfia americana – tão violenta quanto os traficantes atuais – enriqueceu com o

contrabando do álcool (DEURSEN, 2007).

3

Outros países também criaram leis para controlar e coibir o uso de drogas. A Islândia

aprovou a lei seca em 1908. Durante a Primeira Guerra Mundial, a Inglaterra esforça-se para

inibir o consumo de opióides e cocaína.

A intolerância da população em relação ao consumo de drogas se deu após os danos

pessoais e sociais, ficarem mais evidentes, tais como o número de acidentes e dependência

(MOREIRA, 2003).

Com o século XIX chega o descobrimento e a comercialização dos fármacos, sendo os

principais, a morfina e a heroína. A comercialização e venda desta última transformou a

pequena fábrica de colorantes Bayer numa gigantesca empresa química. Em 1859 é

produzida a cocaína, que pouco tempo depois passou a estar presente em mais de uma

centena de bebidas de venda livre, entre elas a Coca Cola e o famoso vinho de coca

Mariani. No inicio do século XX as drogas conhecidas são de venda livre, sem que o fato

chame a atenção de juízes ou políticos. (BRAVO, 2000 apud MOREIRA, 2003).

Assim como os norte-americanos associavam o consumo de drogas a imigrantes, em

território brasileiro situações semelhantes foram vivenciadas. Por aqui, o uso da cannabis era

associada à vagabundagem e a malandragem, já que era mais utilizada por negros e índios. Os

brancos passaram a maldizer e estigmatizar os usuários da erva (ROCCO, 1999). No final do

século XIX, o uso de drogas no Brasil passa a ser enfrentado como um problema público.

Na contramão do que vinha ocorrendo na maior parte dos países, nas décadas de 60 e 70,

artistas e intelectuais brasileiros passam a vincular o uso de drogas à quebra de regras e busca por

uma sociedade renovada e insubordinada. O lançamento da pílula anticoncepcional contribuiu

para essa visão, já que desvinculou o sexo da constituição da família passando a ter uma postura

liberal diante da sociedade. O que se vive nesta época é um amplo debate em relação aos mais

variados temas, que iam desde o uso de drogas até a intervenção bélica dos americanos no Vietnã.

Os protestos estudantis em busca de novos valores e a experimentação de drogas, em especial a

maconha, passam a ser realidade em várias partes do mundo (MOREIRA, 2003).

A sociedade pode acreditar que a questão do uso e tráfico de drogas é um problema atual,

mas o que percebemos através de um levantamento histórico, é que esta é uma questão muito

mais antiga. O maior problema é que ainda não foi encontrada a fórmula exata para lidar com essa

situação. Muitos cobram ações mais repressoras em relação ao uso de drogas, mas já se sabe que a

repressão, em diferentes épocas, em diferentes países não atingiu o objetivo almejado.

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Assim como ocorreu nas décadas de 60 e 70, vemos jovens utilizando drogas a fim de

quebrar regras e, novamente, ansiando por mudanças. Se de um lado vemos campanhas

publicitárias querendo conscientizar e diminuir o uso de drogas, vemos pessoas de diferentes

classes sociais clamando pela liberação da Maconha. A Marcha da Maconha, por exemplo, é um

movimento que acontece em diferentes épocas do ano em vários países, inclusive no Brasil.

Assim inquietude em relação à postura diante das drogas continua. Não há ainda uma

experiência que realmente tenha sido eficiente em relação ao consumo e tráfico de drogas.

Enquanto a busca da fórmula adequada segue, nossos jovens continuam sendo assediados para

o consumo de drogas as escusas. Muitos pais não têm conhecimento que seus filhos fazem

uso e acreditam que as mudanças repentinas de comportamento são apenas inerentes da idade.

A sociedade passa a esperar que a escola, já com sobrecarga e desvios de funções,

assuma o papel de prevenção. E quando surgem problemas de adolescentes usuários de

drogas, a responsabilidade é depositada na escola que não cumpriu seu papel preventivo.

Inclusive a luta pelo ensino em tempo integral é para que as crianças e adolescentes estejam

“protegidos” enquanto os pais ficam livres para trabalhar e realizar outras atividades, porém

não basta depositar as crianças e adolescentes em espaço supervisionado, é preciso ampliar o

tempo de estudo com atividades culturais bem planejadas, espaços adequados, professores

bem formados e infraestrutura adequada.

ENFRENTAMENTO DAS DROGAS

A partir do momento que todos os funcionários não-docentes da escola foram

reconhecidos como educadores, eles passaram a ter um papel fundamental também na ordem

e disciplina no ambiente escola (TROJAN e TAVARES, 2008).

Fonseca (2006) destaca um levantamento feito pelo Centro Brasileiro de Informações

sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) em 2004, no qual se evidencia que 12% de crianças na

faixa etária entre 10 e 12 nos já haviam experimentado algum tipo de droga. Esse é um dado

preocupante, pois ainda são crianças, que frequentam o ambiente escolar e são altamente

influenciadas e influentes em seu meio social. Isso obriga os educadores posicionarem-se a

respeito de modo a problematizar e produzir uma conscientização sobre o tema.

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A definição de uma estratégia de enfrentamento desse problema é o ponto crítico.

Conforme mencionado anteriormente, a legislação internacional sofre mudanças constantes e

os governos não conseguem entrar em consenso sobre melhor forma de atuação. No entanto,

as drogas é assunto previsto na disciplina de Ciências, onde cabe ao professor da disciplina

alertar os alunos sobre os danos que o uso dessas substâncias podem causar ao usuário.

Porém, os índices relacionados ao consumo de drogas mostram que o alerta dado não está

sendo suficiente para coibir a experimentação precoce de diferentes tipos de drogas

(PARANÁ, 2006).

A escola é um ambiente privilegiado no que diz respeito à prevenção do uso de drogas, já

que um grande número de pessoas está inserida nesse ambiente. Entretanto, não se tem um

consenso sobre como abordar o problema (MOREIRA, SILVEIRA e ANDREOLI, 2006).

Os modelos de intervenção são múltiplos, derivados de diferentes posturas frente ao

problema, o que complica o processo de avaliação. Entre os modelos avaliados, os

resultados provenientes de metanálises mostram pequenos avanços, mas alguns autores

explicam estes resultados modestos por problemas metodológicos (MOREIRA, SILVEIRA

e ANDREOLI, 2006, p. 807).

Discussões sobre a forma de enfrentamento do abuso de drogas, assim como em outras

instâncias estão presentes na escola. Existem diferentes vertentes ao trabalhar sobre o assunto.

Em uma das vertentes enfrenta-se o problema de forma rígida e intolerante, sendo o medo e a

moralidade peças chaves dessa ação. Desse modo algumas escolas mais tradicionais destinam

aulas semanais para esse tipo de atividade. Na segunda vertente busca-se reduzir os danos

causados pelas drogas através de informação e conscientização, sendo, em geral, as ações

restritas a transmissão de informação passiva mediante, palestras (BRAVO, 2000).

Na primeira vertente de ação, pode ser perceptível ganhos imediatos, mas ainda não se

tem informação suficiente para saber se esses ganhos são duradouros. Na segunda vertente,

que normalmente usa o mesmo slogan - “Diga não às drogas” - há décadas, além de não surtir

o efeito almejado entre os jovens pode despertar a curiosidade em experimentá-las

(MOREIRA, SILVEIRA e ANDREOLI, 2006). Percebe-se que a procura pelas drogas e o

consumo excessivo entre os adolescentes e jovens está aumentando a cada dia, por isso,

evidencia-se que algumas ações não têm surgido efeito em grande escala.

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Inspirado em um modelo americano, o Brasil começou a aplicar o Proerd – Programa

Educacional de Resistência às Drogas. O projeto não foi adaptado ao modelo cultural brasileiro,

como exemplo, pode-se destacar o uso de policiais militares na transmissão de informação.

Infelizmente, a figura de uma policial militar na transmissão de conhecimento não é bem quista

entre adolescentes. Se em outros países o policial é visto como uma autoridade admirada pelos

cidadãos, no Brasil a realidade é contrária (MOREIRA, 2003). Os abusos por parte de policiais

militares constantemente divulgados pela mídia e vivenciados pelos jovens de bairros

marginalizados são os principais fatores que acabam atuando como demérito da figura policial.

Dentre os vários tipos de metodologias avaliadas por Moreira, Silveira e Andreoli

(2006) as atividades preventivas que utilizam alunos como agentes multiplicadores tiveram

maior impacto entre os adolescentes do que as atividades realizadas por adultos. Se estiver

bem coordenada, esse tipo de trabalho pode ser um diferencial na conscientização dos alunos

sobre o uso de drogas. No entanto, nas escolas periféricas o problema pode ser encontrar

alunos que tenham interesse em atuar como multiplicadores, já que a problemática das drogas

está tão presente que há uma inversão de valores, onde os alunos politicamente corretos

podem ser alvo de bullying.

Outro modelo que pode culminar em bons resultados é a oferta de alternativas para

motivar e desafiar os jovens, seja através de atividades voltadas à capacitação profissional ou

atividades que visem redução do tédio e equilíbrio sócio-afetivo. Para tanto, atividades

artísticas, esportivas e de lazer são boas ferramentas (MOREIRA, 2006).

Percebe-se as dificuldades encontradas ao trabalhar com a temática, assim mesmo os

educadores tendo consciência da necessidade de abordar questões sobre drogas com os

alunos, muitas vezes, eles não têm formação e ferramentas adequadas para isso.

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada em uma escola estadual de um bairro com alto índice de

criminalidade e tráfico de drogas na cidade de Cascavel-Pr. O público-alvo foram alunos do

7º ano do Ensino Fundamental que estudavam no período da tarde. Os alunos foram

convidados a participar da pesquisa de forma livre e anônima. Todos os alunos concordaram

em participar da pesquisa, constituindo a pesquisa de 121 alunos de quatro turmas.

7

A escolha de alunos do 7º ano deu-se devida a peculiaridade dos alunos dessa série.

Percebe-se que, os alunos do 6º ano estão em uma fase de transição entre ensino municipal e

estadual, além das mudanças pedagógicas que há entre o 5º ano e o 6º ano, seja em relação à

quantidade de disciplinas, troca de professores em cada disciplina, mudança de ambiente e dentre

outras. Ao chegar no 7º ano, os alunos estão mais seguros em relação ao novo ambiente escolar, e

já se percebem vivendo a adolescência, momento em que começam as mudanças de

comportamento, as inquietudes, busca por quebrar regras e vivenciar novas experiências. É nesta

fase da vida, em que os jovens são mais assediados para provar sua coragem e seus limites,

momento oportuno para o contato com a ilicitude, em especial, o uso de drogas.

A pesquisa consistiu em três fases distintas:

1. Aplicação de questionário inicial;

2. Avaliação de um debate sobre a temática “Drogas” realizadas com os alunos

participantes da pesquisa;

3. Avaliação dos resultados obtidos ao longo do trabalho da temática por meio da

confecção de cartazes de conscientização.

Para que não houvesse problemas de interpretação das perguntas do questionário , a

pesquisadora lia uma pergunta, esclarecia as dúvidas e pedia para que os alunos respondessem

a questão. Após todos os alunos terem respondido, passava-se para a outra pergunta e assim

sucessivamente.

Embora a participação na pesquisa tenha sido massiva, percebeu-se que alguns alunos

ficaram com medo de dar suas respostas, já que acreditavam que, de alguma forma, pais ou

direção da escola teriam acesso ao resultado individual do questionário, mesmo não nominando a

folha contendo a pesquisa. Foi explicado para os alunos que o objetivo era avaliar o conhecimento

deles e definir estratégias pedagógicas em relação ao assunto. O impacto desse posicionamento de

alguns alunos será discutido juntamente com os resultados obtidos.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Aplicação do Questionário inicial

Os alunos receberam um questionário com seis perguntas relacionadas às drogas. Na

primeira questão os alunos foram convidados a escrever o nome de drogas que eles já tinham

ouvido falar. Nas respostas foram identificados 17 tipos de drogas diferentes que, para

facilitar a análise, foram separadas em dois gráficos. No gráfico 1 ficaram as drogas que

apareceram com maior frequência nas respostas e no gráfico 2 ficaram as drogas com menor

frequência.

Drogas mais Citadas pelos Alunos

0,00%

4,00%

8,00%

12,00%

16,00%

20,00%

Cocaína /

Maconha Crack /

pedra

Rachiche Lança-

perfume

Cola Óxi Cigarro

Gráfico 1. As drogas mais citadas pelos alunos participantes da pesquisa.

Fonte: Dados da Pesquisa.

As três drogas que encontradas com maior frequência nas respostas foram a cocaína

com 18,36%, a maconha com 15,53% e crack com 14,68%. Esses primeiros resultados eram

previstos, já que são essas três drogas que mais se houve falar na mídia. Seja relacionado ao

tráfico, seja alertando sobre os danos que as mesmas vêm causando para as famílias e,

consequentemente, para a sociedade.

O haxixe apareceu em 8,75% e esse dado é preocupante. O Brasil já é o terceiro país

na América Latina no consumo dessa droga, estando atrás apenas do Paraguai e da Colômbia

(LIMA, 2014). O haxixe, derivado da maconha, é utilizado por pessoas que já são viciados na

maconha e querem algo mais forte, no caso, o haxixe. Um dos alunos pesquisados mencionou

9

que já presenciou uma pessoa fazendo uso desta droga dentro da escola. Os dados

apresentados aqui podem remeter não apenas ao que os alunos já ouviram falar, mas também

ao que já viram e, até mesmo, provaram.

Embora seja proibido o uso e a comercialização de lança-perfumes no Brasil, ele é

facilmente encontrado no Paraguai e na Argentina onde o consumo é liberado. Estudos

mostraram que entre os acadêmicos esta droga ainda é bastante utilizada. Em São Paulo, o

índice de acadêmicos que já haviam utilizado esta droga era de 28% e em Fortaleza foi de

46,9%, (SOUZA et al, 1999). Essa é uma droga muito conhecida, sendo utilizada nos bailes

carnavalescos deste a década de 20 e proibida na década de 60. Não há muitas informações

em relação ao seu uso entre crianças e adolescentes.

A cola de sapateiro continua sendo um problema de saúde pública, já que tem baixo

custo e tem comercialização liberada. Embora haja regulamentação para que seja vendida

somente para maiores de idade mediante a documento de identificação, o que se observa nas

ruas é justamente o contrário. Meninos e meninas de rua podem ser vistos facilmente fazendo

uso em locais públicos dessa droga. Além de danos à saúde, que vão desde a irritação na

mucosa do nariz até morte a súbita, “os atos infracionais cometidos por adolescentes sob

efeito desta droga é superior aos demais” (ARAGUAIA, 2014, p. 1).

Outra que ficou entre as mais citadas foi o óxi mencionado por 5,36% dos alunos. O

óxi é derivado da cocaína, sendo misturado com substâncias tóxicas como querosene, ácido

sulfúrico, gasolina, cal virgem e cimento (FOGAÇA, 2013). Acredita-se que esta droga está a

pouco tempo em solo brasileiro, já que em registros oficiais a primeira apreensão foi realizada

em São Paulo no ano de 2011.

Houve também apreensões e registros de usuários em Goiás, Distrito Federal, Pernambuco,

Mato Grosso do Sul e Piauí. Há também rumores de que o óxi esteja em circulação no Mato

Grosso, Maranhão e Paraná, no entanto, não há registros oficiais (FOGAÇA, 2013, p. 1).

Com o preparo bruto da cocaína, o óxi é muito mais danoso ao organismo do que o

crack. Segundo Fogaça (2013), o uso desta droga por um ano, mata 30% dos usuários,

podendo ser causadora de morte súbita. Por ser mais barata que o crack pode-se estar na

iminência da popularização desta droga e o aumento dos danos aos nossos jovens.

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O fato de o cigarro aparecer em 5,36% das respostas pode significar banalização do

uso do mesmo ou, por ser lícito, a maioria não o relacionam com as demais drogas. Embora

houve uma redução de 20% no uso de cigarro no Brasil entre 1980 e 2010. “O consumo per

capita caiu em média 32% na comparação entre 1980-1989/1990-1999 e 33% entre 1990-

1999 e 2000-2009” (BRASIL, 2013, p. 1).

As drogas que apareceram na pesquisa em menor índice estão demonstradas no gráfico 2.

Deste quadro destacaremos três drogas para ilustrar nosso estudo, a buzina, o narguile e o álcool.

Drogas menos Citadas pelos Alunos

0,00%

0,50%

1,00%

1,50%

2,00%

2,50%

3,00%

3,50%

4,00%

Buz

ina

Rem

édio

Nar

guile

Met

anfe

tam

ina

Álcoo

l

Her

oína

Pas

ta b

ase

Tine

r

Ecs

tasy

Gráfico 2. Drogas menos citadas pelos alunos

Fonte: Dados da pesquisa.

A buzina ou buzina da alegria apareceu na resposta de 3,67% dos alunos. A buzina é

um brinquedo utilizado em bailes, festas e, em especial no Carnaval e em estádios de futebol.

Na sua composição tem gases, que se inalados pode levar à morte. Em busca da euforia

momentânea e efeito alucinógeno, os jovens passaram a utilizar esse brinquedo como

inalante, por isso o mesmo passou a ser classificado como droga alternativa.

Assim como outros inalantes, a buzina tem sua venda e uso liberado,

consequentemente vem ganhando a adesão de vários jovens. Alguns atos isolados já são

percebidos para inibir o crescimento do uso desta droga. No estado de São Paulo a

comercialização da buzina está proibida deste o ano de 2009, mas no projeto de lei 567, nada

11

é mencionado em relação ao indivíduo que esteja fazendo uso do brinquedo como inalante.

(SÃO PAULO, 2009).

Vale salientar que a grande parte dos remédios são considerados drogas, o fato dos

adolescentes terem percebido isso é de grande importância, já que a população tem o hábito

da auto-medicação, o que pode trazer riscos a saúde.

O narguile vem ganhando cada vez mais adeptos entre os jovens brasileiros. Embora

pouco citado, na fase 2 da pesquisa, a maioria dos alunos mencionaram já terem

experimentado ou fazerem uso regular da droga com familiares. Frequentemente fotos de

jovens fumando narguile são postadas nas redes sociais. O fato de um único cachimbo poder

ser utilizado por várias pessoas em uma mesma sessão relaciona-o com socialização, e ganha

cada vez mais adeptos.

Além dos problemas relacionados aos sistemas respiratório e cardíaco, algumas

doenças infectocontagiosas também são relacionadas ao uso do narguile, já que uma mesma

mangueira pode ser utilizada por vários usuários. A Organização Mundial de Saúde defende

que uma sessão de narguile pode ser tão nociva quanto a exposição à fumaça de 100 cigarros

(INCA, 2013).

Informações da pesquisa Vigescola evidenciaram a alta prevalência do consumo do

narguilé entre escolares de 13 a 15 anos em 2009. Em São Paulo (SP), 93,3% dos

entrevistados que consumiam outros produtos de tabaco fumado, além do cigarro

industrializado, declararam usar o narguilé com maior frequência. Em Campo Grande

(MS), 87,3% dos estudantes ouvidos disseram preferir o cachimbo oriental. Já em Vitória, o

percentual ficou em 66,6%. O mesmo panorama foi constatado pela pesquisa Perfil do

Tabagismo entre Estudantes Universitários no Brasil (PETuni) do Ministério da Saúde

entre universitários de alguns cursos da área da saúde: em Brasília (DF) e São Paulo (SP),

em 2011, dos estudantes que declararam consumir com frequência algum outro tipo de

produto derivado do tabaco, de 60% a 80%, respectivamente, fizeram uso do narguilé

(INCA, 2010, p. 1).

Aos poucos a regulamentação sobre o uso e comercialização do narguile está sendo

criada. Se antes era feito de forma indiscriminada, em algumas cidades paranaenses como Foz

do Iguaçu, Cascavel e São Miguel do Iguaçu, aprovarem leis que proíbem o comércio de

narguile e seus artefatos para menores de idade e proíbem seu uso em locais públicos pelos

mesmos. Essas leis deram embasamento para a realização de ações realizadas pelos conselhos

tutelares para coibir o uso dessa droga (FOZ DO IGUAÇU, 2009; CASCAVEL, 2013; SÃO

MIGUEL DO IGUAÇU, 2013).

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O baixo índice de alunos que mencionaram o álcool entre as drogas conhecidas,

apenas 1,97%, também chamou a atenção. O que percebe-se em estudos recentes é que a

ingestão de álcool está acontecendo de forma cada vez mais precoce entre os brasileiros. No

estudo de Vendrame et al (2009), por exemplo, é possível constatar que 82,7% dos

adolescentes pesquisados já haviam provado algum tipo de bebida alcoólica, dentre esse

grupo, 44% consomem bebida alcoólica com certa frequência. No estudo em questão, os

autores associaram o consumo com a quantidade de propagandas veiculadas

indiscriminadamente na mídia.

A preocupação com o baixo índice de adolescentes que mencionaram álcool entre as

drogas é a possibilidade da banalização de seu uso, já que normalmente as bebidas alcoólicas

são utilizadas por seus familiares no cotidiano.

As perguntas seguintes tiveram o objetivo de avaliar o ambiente que os adolescentes

estão envolvidos em relação às drogas.

A segunda pergunta feita foi: Alguém já ofereceu algum tipo de droga para você?

Dentre os pesquisados 36% responderam afirmativamente para essa questão. O número é alto

já que os pesquisados estão recém entraram na adolescência. Os jovens estão sendo

assediados cada vez mais cedo para o uso de drogas. As respostas da terceira pergunta podem

justificar esse número.

A terceira pergunta foi: Você conhece alguém que usa drogas frequentemente? A

resposta afirmativa veio de 45% dos pesquisados e 20% não responderam esta pergunta.

Analisando os dois gráficos apresentados anteriormente, percebemos que as drogas

legalizadas, como cigarro e álcool, tiveram baixo índice de citação por parte dos pesquisados,

isso pode remeter a ideia de que a maioria dos adolescentes convive com pessoas que usam

drogas ilícitas frequentemente.

A quarta questão foi: Você já presenciou alguém usando drogas? 55% responderam

“sim” para essa questão. O local que eles testemunharam foi citado livremente por alguns

alunos. A rua foi citada por 6 alunos, praça foi citada por 4 alunos, colégio e casa foram

citados por 3 alunos. O que se pode evidenciar nas respostas é que as drogas estão próximas a

esses alunos onde até mesmo na escola pode ser local de contato com algum tipo de droga.

13

Quando questionados na quinta questão se já haviam provado algum tipo de drogas,

30% responderam afirmativamente. Esse índice confirma a precocidade com que a droga está

sendo utilizada.

Na sexta e última questão da pesquisa, a pergunta foi: Se a maioria das pessoas sabe

que o uso de drogas faz mal à saúde, porque os jovens usam? As respostas a essa questão

estão apresentadas no gráfico 3.

Motivação para Expermentação de Drogas

0,00%

6,00%

12,00%

18,00%

24,00%

30,00%

36,00%

42,00%

48,00%

Influência de

amigos

Curiosidade Vontade Modismo Não sei Porque é bom

Gráfico 3. Motivação para o uso de drogas

Como pode ser visto no gráfico 3, 42% dos pesquisados relacionam a influência dos

amigos para o uso de drogas. Esse índice confirme que o ambiente a que esses adolescentes

estão expostos, onde há contato com usuários de drogas, contribuem para o uso e

experimentação de drogas. A própria curiosidade, mencionada por 31%, também está

relacionado com o contato com usuários. O modismo, apontado por aproximadamente 12%,

está relacionado com o uso de drogas para ser aceito por determinado grupo de amigos. A

resposta de 2,85% que responderam, simplesmente, “porque é bom” pode ilustrar a

indiferença em relação à ilicitude e os danos causados pelas drogas.

Abaixo alguns comentários escritos pelos alunos para ilustrar essa situação

apresentada.

14

S1. “Para esquecer os problemas, tem bastante gente que usa por falta de atenção dos pais,

depressão, etc. Pelo fato da droga fazer esquecer os problemas. São os ‘amigos’ que nos

oferecem e que nos fazem usar, mas também tem casos que a pessoa usa porque querem.”

S2. “Meu amigo sempre quis usar. Ele achava bonito.”

S3. “Porque é um idiota e quer morrer.”

S4. “Eu quero experimentar, mas ainda não tive coragem.”

DEBATE

Duas aulas, com duração de 50 minutos cada, foram utilizadas para discutir com os

alunos problemas relacionados ao consumo de drogas. Os alunos foram incentivados a dizer o

que sabiam a respeito das drogas.

A maioria dos alunos de três turmas, dentre as quatro pesquisadas, participou de forma

massiva. Os alunos se sentiram bem à vontade para expor suas opiniões e dúvidas. Nestas

turmas, o principal assunto foi o narguile. Ao contrário dos resultados do questionário, muitos

mencionaram que já fizeram uso junto com amigos e/ou familiares. Alguns alunos acreditam

que o narguile faz mal, mas seus danos são menores que o cigarro, mesmo este sendo pouco

citado entre os alunos, tendo prejuízo maior quando o fumo é substituído pela maconha,

prática comum, de acordo com eles. Muito embora alguns alunos posicionaram-se contrários

ao uso do narguilé e conscientes sobre os danos que podem causar a saúde.

Em uma das turmas, um aluno que, aparentemente, exercia certa liderança na turma

disse que não era necessário o debate que estava sendo feito, pois, segundo ele, eles sabiam

tudo sobre drogas. Nesta turma o trabalho de envolvimento com o assunto foi um pouco mais

difícil. A participação passou a ser massiva quando os alunos foram desafiados a mostrar que

realmente dominavam o assunto. Nesta turma, a discussão girou em torno dos efeitos de

drogas mais pesadas como crack e cocaína. Quatro alunos deram relatos de suas experiências

com o uso de algumas drogas. Mencionaram que após usarem a maconha sentiam muita fome,

ao contrário do crack e da cocaína.

Durante a fala dos alunos, em nenhum momento eles foram censurados. A abertura foi

dada para que eles falassem o que queriam sobre o assunto.

15

O fechamento desta etapa foi feito com um trabalho de conscientização sobre os danos

que a droga causa ao organismo e a necessidade de distanciar-se ao máximo do consumo de

drogas. Os alunos das três primeiras turmas participaram do fechamento mencionando casos

que eles conheciam de pessoas viciadas em drogas e as consequências vividas por estes. Na

última turma, os alunos se limitaram a ouvir, sem dar muitas contribuições nesta etapa.

CONFECÇÃO DE CARTAZES

Os alunos foram convidados a fazer cartazes em forma de campanha de prevenção ao

uso de drogas.

A atividade foi realizada em grupo de alunos para que o período de confecção dos

cartazes fosse também utilizado para discussão entre eles.

O total de cartazes recebidos foi 30, dentre eles 8 faziam algum tipo de alusão

defendendo o uso de drogas. Dentre os 22 cartazes que fizeram a campanha contra o uso de

drogas, apenas em 5 a identificação dos alunos foi feita a frente do cartaz, os demais tiveram a

identificação feita no verso. Vários alunos pediram para não realizar exposição de seus

cartazes. Ficou evidente o medo de ser ridicularizado por outros alunos, evidenciando que o

contexto social de aceitação a drogas influencia na forma como os alunos tem se posicionado

em relação ao tema.

Entre os 8 trabalhos defendendo o uso de drogas, 5 defendiam o uso da maconha e três

o narguile. Segue alguns dizeres retirados dos cartazes.

“Quer viajar sem sair do lugar? Fume maconha.”

“Maconha: legalize já.”

“Todos pela liberação da maconha.”

“Discípulos de Bob Marley. 5:06.” Segundo os autores desse cartaz, 5:06 é a hora de fumar

maconha.

O resultado mostrou a dificuldade que os educadores encontram na trabalho de

conscientização dos alunos em relação ao uso de drogas. Infelizmente, muitos adolescentes da

periferia têm uma vivência de drogas, seja testemunhando pessoas próximas, inclusive

familiares, seja utilizando. Torna-se difícil para o educador, com tempo limitado de contato

com alunos envolvê-los satisfatoriamente levando-os a mudança de posicionamento frente às

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drogas. Os alunos que posicionaram-se contrários ao uso de drogas, utilizaram como principal

argumento os riscos a saúde e a grande possibilidade de viciar-se após o primeiro contato.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os problemas sociais enfrentados pela população refletem diretamente na escola. A

problemática envolvendo o uso de drogas e suas conseqüências entre os adolescentes são

grandes desafios para as famílias e escolas. Embora a escola seja considerada pela ONU

como o local mais privilegiado para a prevenção do uso de drogas, se a família não for

envolvida neste trabalho, dificilmente haverá resultados efetivos.

Conforme dados levantados pelo presente estudo, a maioria dos adolescentes da

periferia tem contato direto com usuários de drogas. Por influência desses usuários, a

experimentação de drogas ocorre cada vez mais precocemente. O tempo ocioso e a distância

da família – já que os responsáveis por esses jovens trabalham o dia todo – acabam sendo

promissores para o envolvimento com a ilicitude. Até mesmo ambientes que deveriam ser

usados para lazer, como é o caso das praças, estão sendo utilizados por usuários de drogas.

O envolvimento da família na vida escolar e pessoal do adolescente é de suma

importância nesta fase da vida. Acompanhar as experiências do adolescente e direcioná-lo em

suas escolhas é papel primordial da família. Outra questão é a disponibilidade de mais

atividades de lazer, iniciação profissional, complementação curricular supervisionada para

preencher a ociosidade vivida pelos adolescentes. Com esses dois pilares, a escola pode

realizar a atividades para envolver os alunos em atividades de extensão e realizar atividades

de prevenção de drogas envolvendo alunos e família.

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