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O IMPACTO DO CONTEXTO SOCIAL NO POSICIONAMENTO E AÇÕES DOS
ADOLESCENTES EM RELAÇÃO AO TEMA “DROGAS”
Juliana Alves da Silva Ubinski1
Cassiane Beatrís Pasucki Benassi2
RESUMO: A adolescência é um período de transição da infância para a vida adulta. Momento de
muitos conflitos pessoais e de necessidade de posicionar-se na sociedade, sendo que em alguns casos,
o desrespeito às regras e a atração ao que é proibido pode ser uma porta de entrada para o contato com
as drogas. Por acreditar que esse é um momento crucial para nossos adolescentes, procurou-se realizar
uma pesquisa de campo com esse público, seguido de um trabalho de conscientização. Foi possível
constatar a dificuldade para realizar um trabalho de conscientização sobre o assunto, já que muitos dos
alunos participantes da pesquisa já tiveram contato com usuários de drogas e em alguns casos, já
utilizaram algum tipo de droga ou tem interesse em utilizá-las, indicando a presença do contexto social
como um aspecto de forte influência nos posicionamentos e ações dos adolescentes.
PALAVRAS-CHAVE: Drogas; Adolescentes; Contexto Social.
INTRODUÇÃO
A adolescência é uma das fases mais difíceis da vida humana, no qual a inocência das
brincadeiras da infância começa a ser substituídas por bate-papos carregados de dúvidas e
conflitos pessoais. Os conflitos morais relacionados aos valores transmitidos pelos pais
comumente são questionados nesta fase da vida, criando um grande abismo entre pais e filhos.
A busca de afirmação e construção da identidade pode ser percebida também no ambiente
escolar, onde se percebe que alguns adolescentes rompem com regras de comportamentos e
podem ser atraídos para a ilicitude, como exemplo, o consumo de drogas.
A sociedade há tempos vem percebendo e sofrendo os danos das drogas, como o aumento
da criminalidade entre os jovens, mortes relacionadas ao consumo e tráfico de drogas, famílias
destruídas e desestruturadas. No entanto, o problema não é tão novo como se pode pensar, pois
segundo Moreira (2003) no final do século XIX o uso de drogas passou a ser um dos grandes
problemas da população. Várias ações de conscientização e proibições já foram pensadas e
1 Mestranda de Educação pela Unioeste. Bolsista da CAPES/DS. Email: [email protected].
2 Mestranda de Educação pela Unioeste. Email: [email protected].
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implementadas para tentar solucionar o problema, porém, sem sucesso, conforme ilustrado no
decorrer da presente pesquisa. Assim, buscar uma maior compreensão sobre o pensamento do
adolescente em relação ao mundo que o cerca, seus conflitos e construção da identidade pode ser
um passo decisivo para a avaliação das ações adotadas até o momento.
Através da presente pesquisa, objetivou-se refletir sobre o pensamento dos adolescentes
em relação às drogas. Através dos resultados obtidos foi possível perceber o quanto o contexto
social no qual o adolescente está imerso influência no contato precoce com as drogas. Por ser um
tema de grande ênfase e curiosidade por parte dos adolescentes e considerando ser um momento
primordial e de grandes descobertas e transformações, optou-se investigar o impacto no contexto
social e as ações dos adolescentes em relação ao tema “Drogas”.
REFLEXÃO SOBRE AS DROGAS E A SOCIEDADE
Muito debatido nos últimos anos, o consumo de drogas não é algo atual, ao contrário,
sempre esteve presente na vida humana desde os primórdios da humanidade. Se as discussões
contemporâneas envolvendo o tema são cercadas de polêmicas e conflitos ideológicos, ao
fazer um resgate histórico percebe-se que essas discussões são “corriqueiras” em nossa
história (MOREIRA, 2003).
Se o consumo de plantas e outras substâncias classificadas como droga estiveram
presente em diferentes épocas, a busca pelo controle de seu consumo também foi sempre
almejado. No entanto, segundo Moreira (2003), foi com a Movimento da Temperança que
esse debate foi fortalecido.
O Movimento da Temperança difundiu-se a ideia de que os males presentes na
sociedade norte-americana eram decorrentes do consumo do álcool e que, a criminalidade e os
problemas financeiros acabariam com o fim do consumo do álcool (LEVINE, 1995).
Entretanto, o que ocorreu foi justamente o contrário no que diz respeito a Lei Seca, sendo um
dos maiores fracassos legislativos que se tem conhecimento. Silveira (2001) relaciona a Lei
Seca com o aumento do uso de drogas injetáveis. A criminalidade em Nova Iorque e Chicago
aumentou, a máfia americana – tão violenta quanto os traficantes atuais – enriqueceu com o
contrabando do álcool (DEURSEN, 2007).
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Outros países também criaram leis para controlar e coibir o uso de drogas. A Islândia
aprovou a lei seca em 1908. Durante a Primeira Guerra Mundial, a Inglaterra esforça-se para
inibir o consumo de opióides e cocaína.
A intolerância da população em relação ao consumo de drogas se deu após os danos
pessoais e sociais, ficarem mais evidentes, tais como o número de acidentes e dependência
(MOREIRA, 2003).
Com o século XIX chega o descobrimento e a comercialização dos fármacos, sendo os
principais, a morfina e a heroína. A comercialização e venda desta última transformou a
pequena fábrica de colorantes Bayer numa gigantesca empresa química. Em 1859 é
produzida a cocaína, que pouco tempo depois passou a estar presente em mais de uma
centena de bebidas de venda livre, entre elas a Coca Cola e o famoso vinho de coca
Mariani. No inicio do século XX as drogas conhecidas são de venda livre, sem que o fato
chame a atenção de juízes ou políticos. (BRAVO, 2000 apud MOREIRA, 2003).
Assim como os norte-americanos associavam o consumo de drogas a imigrantes, em
território brasileiro situações semelhantes foram vivenciadas. Por aqui, o uso da cannabis era
associada à vagabundagem e a malandragem, já que era mais utilizada por negros e índios. Os
brancos passaram a maldizer e estigmatizar os usuários da erva (ROCCO, 1999). No final do
século XIX, o uso de drogas no Brasil passa a ser enfrentado como um problema público.
Na contramão do que vinha ocorrendo na maior parte dos países, nas décadas de 60 e 70,
artistas e intelectuais brasileiros passam a vincular o uso de drogas à quebra de regras e busca por
uma sociedade renovada e insubordinada. O lançamento da pílula anticoncepcional contribuiu
para essa visão, já que desvinculou o sexo da constituição da família passando a ter uma postura
liberal diante da sociedade. O que se vive nesta época é um amplo debate em relação aos mais
variados temas, que iam desde o uso de drogas até a intervenção bélica dos americanos no Vietnã.
Os protestos estudantis em busca de novos valores e a experimentação de drogas, em especial a
maconha, passam a ser realidade em várias partes do mundo (MOREIRA, 2003).
A sociedade pode acreditar que a questão do uso e tráfico de drogas é um problema atual,
mas o que percebemos através de um levantamento histórico, é que esta é uma questão muito
mais antiga. O maior problema é que ainda não foi encontrada a fórmula exata para lidar com essa
situação. Muitos cobram ações mais repressoras em relação ao uso de drogas, mas já se sabe que a
repressão, em diferentes épocas, em diferentes países não atingiu o objetivo almejado.
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Assim como ocorreu nas décadas de 60 e 70, vemos jovens utilizando drogas a fim de
quebrar regras e, novamente, ansiando por mudanças. Se de um lado vemos campanhas
publicitárias querendo conscientizar e diminuir o uso de drogas, vemos pessoas de diferentes
classes sociais clamando pela liberação da Maconha. A Marcha da Maconha, por exemplo, é um
movimento que acontece em diferentes épocas do ano em vários países, inclusive no Brasil.
Assim inquietude em relação à postura diante das drogas continua. Não há ainda uma
experiência que realmente tenha sido eficiente em relação ao consumo e tráfico de drogas.
Enquanto a busca da fórmula adequada segue, nossos jovens continuam sendo assediados para
o consumo de drogas as escusas. Muitos pais não têm conhecimento que seus filhos fazem
uso e acreditam que as mudanças repentinas de comportamento são apenas inerentes da idade.
A sociedade passa a esperar que a escola, já com sobrecarga e desvios de funções,
assuma o papel de prevenção. E quando surgem problemas de adolescentes usuários de
drogas, a responsabilidade é depositada na escola que não cumpriu seu papel preventivo.
Inclusive a luta pelo ensino em tempo integral é para que as crianças e adolescentes estejam
“protegidos” enquanto os pais ficam livres para trabalhar e realizar outras atividades, porém
não basta depositar as crianças e adolescentes em espaço supervisionado, é preciso ampliar o
tempo de estudo com atividades culturais bem planejadas, espaços adequados, professores
bem formados e infraestrutura adequada.
ENFRENTAMENTO DAS DROGAS
A partir do momento que todos os funcionários não-docentes da escola foram
reconhecidos como educadores, eles passaram a ter um papel fundamental também na ordem
e disciplina no ambiente escola (TROJAN e TAVARES, 2008).
Fonseca (2006) destaca um levantamento feito pelo Centro Brasileiro de Informações
sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) em 2004, no qual se evidencia que 12% de crianças na
faixa etária entre 10 e 12 nos já haviam experimentado algum tipo de droga. Esse é um dado
preocupante, pois ainda são crianças, que frequentam o ambiente escolar e são altamente
influenciadas e influentes em seu meio social. Isso obriga os educadores posicionarem-se a
respeito de modo a problematizar e produzir uma conscientização sobre o tema.
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A definição de uma estratégia de enfrentamento desse problema é o ponto crítico.
Conforme mencionado anteriormente, a legislação internacional sofre mudanças constantes e
os governos não conseguem entrar em consenso sobre melhor forma de atuação. No entanto,
as drogas é assunto previsto na disciplina de Ciências, onde cabe ao professor da disciplina
alertar os alunos sobre os danos que o uso dessas substâncias podem causar ao usuário.
Porém, os índices relacionados ao consumo de drogas mostram que o alerta dado não está
sendo suficiente para coibir a experimentação precoce de diferentes tipos de drogas
(PARANÁ, 2006).
A escola é um ambiente privilegiado no que diz respeito à prevenção do uso de drogas, já
que um grande número de pessoas está inserida nesse ambiente. Entretanto, não se tem um
consenso sobre como abordar o problema (MOREIRA, SILVEIRA e ANDREOLI, 2006).
Os modelos de intervenção são múltiplos, derivados de diferentes posturas frente ao
problema, o que complica o processo de avaliação. Entre os modelos avaliados, os
resultados provenientes de metanálises mostram pequenos avanços, mas alguns autores
explicam estes resultados modestos por problemas metodológicos (MOREIRA, SILVEIRA
e ANDREOLI, 2006, p. 807).
Discussões sobre a forma de enfrentamento do abuso de drogas, assim como em outras
instâncias estão presentes na escola. Existem diferentes vertentes ao trabalhar sobre o assunto.
Em uma das vertentes enfrenta-se o problema de forma rígida e intolerante, sendo o medo e a
moralidade peças chaves dessa ação. Desse modo algumas escolas mais tradicionais destinam
aulas semanais para esse tipo de atividade. Na segunda vertente busca-se reduzir os danos
causados pelas drogas através de informação e conscientização, sendo, em geral, as ações
restritas a transmissão de informação passiva mediante, palestras (BRAVO, 2000).
Na primeira vertente de ação, pode ser perceptível ganhos imediatos, mas ainda não se
tem informação suficiente para saber se esses ganhos são duradouros. Na segunda vertente,
que normalmente usa o mesmo slogan - “Diga não às drogas” - há décadas, além de não surtir
o efeito almejado entre os jovens pode despertar a curiosidade em experimentá-las
(MOREIRA, SILVEIRA e ANDREOLI, 2006). Percebe-se que a procura pelas drogas e o
consumo excessivo entre os adolescentes e jovens está aumentando a cada dia, por isso,
evidencia-se que algumas ações não têm surgido efeito em grande escala.
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Inspirado em um modelo americano, o Brasil começou a aplicar o Proerd – Programa
Educacional de Resistência às Drogas. O projeto não foi adaptado ao modelo cultural brasileiro,
como exemplo, pode-se destacar o uso de policiais militares na transmissão de informação.
Infelizmente, a figura de uma policial militar na transmissão de conhecimento não é bem quista
entre adolescentes. Se em outros países o policial é visto como uma autoridade admirada pelos
cidadãos, no Brasil a realidade é contrária (MOREIRA, 2003). Os abusos por parte de policiais
militares constantemente divulgados pela mídia e vivenciados pelos jovens de bairros
marginalizados são os principais fatores que acabam atuando como demérito da figura policial.
Dentre os vários tipos de metodologias avaliadas por Moreira, Silveira e Andreoli
(2006) as atividades preventivas que utilizam alunos como agentes multiplicadores tiveram
maior impacto entre os adolescentes do que as atividades realizadas por adultos. Se estiver
bem coordenada, esse tipo de trabalho pode ser um diferencial na conscientização dos alunos
sobre o uso de drogas. No entanto, nas escolas periféricas o problema pode ser encontrar
alunos que tenham interesse em atuar como multiplicadores, já que a problemática das drogas
está tão presente que há uma inversão de valores, onde os alunos politicamente corretos
podem ser alvo de bullying.
Outro modelo que pode culminar em bons resultados é a oferta de alternativas para
motivar e desafiar os jovens, seja através de atividades voltadas à capacitação profissional ou
atividades que visem redução do tédio e equilíbrio sócio-afetivo. Para tanto, atividades
artísticas, esportivas e de lazer são boas ferramentas (MOREIRA, 2006).
Percebe-se as dificuldades encontradas ao trabalhar com a temática, assim mesmo os
educadores tendo consciência da necessidade de abordar questões sobre drogas com os
alunos, muitas vezes, eles não têm formação e ferramentas adequadas para isso.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada em uma escola estadual de um bairro com alto índice de
criminalidade e tráfico de drogas na cidade de Cascavel-Pr. O público-alvo foram alunos do
7º ano do Ensino Fundamental que estudavam no período da tarde. Os alunos foram
convidados a participar da pesquisa de forma livre e anônima. Todos os alunos concordaram
em participar da pesquisa, constituindo a pesquisa de 121 alunos de quatro turmas.
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A escolha de alunos do 7º ano deu-se devida a peculiaridade dos alunos dessa série.
Percebe-se que, os alunos do 6º ano estão em uma fase de transição entre ensino municipal e
estadual, além das mudanças pedagógicas que há entre o 5º ano e o 6º ano, seja em relação à
quantidade de disciplinas, troca de professores em cada disciplina, mudança de ambiente e dentre
outras. Ao chegar no 7º ano, os alunos estão mais seguros em relação ao novo ambiente escolar, e
já se percebem vivendo a adolescência, momento em que começam as mudanças de
comportamento, as inquietudes, busca por quebrar regras e vivenciar novas experiências. É nesta
fase da vida, em que os jovens são mais assediados para provar sua coragem e seus limites,
momento oportuno para o contato com a ilicitude, em especial, o uso de drogas.
A pesquisa consistiu em três fases distintas:
1. Aplicação de questionário inicial;
2. Avaliação de um debate sobre a temática “Drogas” realizadas com os alunos
participantes da pesquisa;
3. Avaliação dos resultados obtidos ao longo do trabalho da temática por meio da
confecção de cartazes de conscientização.
Para que não houvesse problemas de interpretação das perguntas do questionário , a
pesquisadora lia uma pergunta, esclarecia as dúvidas e pedia para que os alunos respondessem
a questão. Após todos os alunos terem respondido, passava-se para a outra pergunta e assim
sucessivamente.
Embora a participação na pesquisa tenha sido massiva, percebeu-se que alguns alunos
ficaram com medo de dar suas respostas, já que acreditavam que, de alguma forma, pais ou
direção da escola teriam acesso ao resultado individual do questionário, mesmo não nominando a
folha contendo a pesquisa. Foi explicado para os alunos que o objetivo era avaliar o conhecimento
deles e definir estratégias pedagógicas em relação ao assunto. O impacto desse posicionamento de
alguns alunos será discutido juntamente com os resultados obtidos.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Aplicação do Questionário inicial
Os alunos receberam um questionário com seis perguntas relacionadas às drogas. Na
primeira questão os alunos foram convidados a escrever o nome de drogas que eles já tinham
ouvido falar. Nas respostas foram identificados 17 tipos de drogas diferentes que, para
facilitar a análise, foram separadas em dois gráficos. No gráfico 1 ficaram as drogas que
apareceram com maior frequência nas respostas e no gráfico 2 ficaram as drogas com menor
frequência.
Drogas mais Citadas pelos Alunos
0,00%
4,00%
8,00%
12,00%
16,00%
20,00%
Cocaína /
Pó
Maconha Crack /
pedra
Rachiche Lança-
perfume
Cola Óxi Cigarro
Gráfico 1. As drogas mais citadas pelos alunos participantes da pesquisa.
Fonte: Dados da Pesquisa.
As três drogas que encontradas com maior frequência nas respostas foram a cocaína
com 18,36%, a maconha com 15,53% e crack com 14,68%. Esses primeiros resultados eram
previstos, já que são essas três drogas que mais se houve falar na mídia. Seja relacionado ao
tráfico, seja alertando sobre os danos que as mesmas vêm causando para as famílias e,
consequentemente, para a sociedade.
O haxixe apareceu em 8,75% e esse dado é preocupante. O Brasil já é o terceiro país
na América Latina no consumo dessa droga, estando atrás apenas do Paraguai e da Colômbia
(LIMA, 2014). O haxixe, derivado da maconha, é utilizado por pessoas que já são viciados na
maconha e querem algo mais forte, no caso, o haxixe. Um dos alunos pesquisados mencionou
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que já presenciou uma pessoa fazendo uso desta droga dentro da escola. Os dados
apresentados aqui podem remeter não apenas ao que os alunos já ouviram falar, mas também
ao que já viram e, até mesmo, provaram.
Embora seja proibido o uso e a comercialização de lança-perfumes no Brasil, ele é
facilmente encontrado no Paraguai e na Argentina onde o consumo é liberado. Estudos
mostraram que entre os acadêmicos esta droga ainda é bastante utilizada. Em São Paulo, o
índice de acadêmicos que já haviam utilizado esta droga era de 28% e em Fortaleza foi de
46,9%, (SOUZA et al, 1999). Essa é uma droga muito conhecida, sendo utilizada nos bailes
carnavalescos deste a década de 20 e proibida na década de 60. Não há muitas informações
em relação ao seu uso entre crianças e adolescentes.
A cola de sapateiro continua sendo um problema de saúde pública, já que tem baixo
custo e tem comercialização liberada. Embora haja regulamentação para que seja vendida
somente para maiores de idade mediante a documento de identificação, o que se observa nas
ruas é justamente o contrário. Meninos e meninas de rua podem ser vistos facilmente fazendo
uso em locais públicos dessa droga. Além de danos à saúde, que vão desde a irritação na
mucosa do nariz até morte a súbita, “os atos infracionais cometidos por adolescentes sob
efeito desta droga é superior aos demais” (ARAGUAIA, 2014, p. 1).
Outra que ficou entre as mais citadas foi o óxi mencionado por 5,36% dos alunos. O
óxi é derivado da cocaína, sendo misturado com substâncias tóxicas como querosene, ácido
sulfúrico, gasolina, cal virgem e cimento (FOGAÇA, 2013). Acredita-se que esta droga está a
pouco tempo em solo brasileiro, já que em registros oficiais a primeira apreensão foi realizada
em São Paulo no ano de 2011.
Houve também apreensões e registros de usuários em Goiás, Distrito Federal, Pernambuco,
Mato Grosso do Sul e Piauí. Há também rumores de que o óxi esteja em circulação no Mato
Grosso, Maranhão e Paraná, no entanto, não há registros oficiais (FOGAÇA, 2013, p. 1).
Com o preparo bruto da cocaína, o óxi é muito mais danoso ao organismo do que o
crack. Segundo Fogaça (2013), o uso desta droga por um ano, mata 30% dos usuários,
podendo ser causadora de morte súbita. Por ser mais barata que o crack pode-se estar na
iminência da popularização desta droga e o aumento dos danos aos nossos jovens.
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O fato de o cigarro aparecer em 5,36% das respostas pode significar banalização do
uso do mesmo ou, por ser lícito, a maioria não o relacionam com as demais drogas. Embora
houve uma redução de 20% no uso de cigarro no Brasil entre 1980 e 2010. “O consumo per
capita caiu em média 32% na comparação entre 1980-1989/1990-1999 e 33% entre 1990-
1999 e 2000-2009” (BRASIL, 2013, p. 1).
As drogas que apareceram na pesquisa em menor índice estão demonstradas no gráfico 2.
Deste quadro destacaremos três drogas para ilustrar nosso estudo, a buzina, o narguile e o álcool.
Drogas menos Citadas pelos Alunos
0,00%
0,50%
1,00%
1,50%
2,00%
2,50%
3,00%
3,50%
4,00%
Buz
ina
Rem
édio
Nar
guile
Met
anfe
tam
ina
Álcoo
l
Her
oína
Pas
ta b
ase
Tine
r
Ecs
tasy
Gráfico 2. Drogas menos citadas pelos alunos
Fonte: Dados da pesquisa.
A buzina ou buzina da alegria apareceu na resposta de 3,67% dos alunos. A buzina é
um brinquedo utilizado em bailes, festas e, em especial no Carnaval e em estádios de futebol.
Na sua composição tem gases, que se inalados pode levar à morte. Em busca da euforia
momentânea e efeito alucinógeno, os jovens passaram a utilizar esse brinquedo como
inalante, por isso o mesmo passou a ser classificado como droga alternativa.
Assim como outros inalantes, a buzina tem sua venda e uso liberado,
consequentemente vem ganhando a adesão de vários jovens. Alguns atos isolados já são
percebidos para inibir o crescimento do uso desta droga. No estado de São Paulo a
comercialização da buzina está proibida deste o ano de 2009, mas no projeto de lei 567, nada
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é mencionado em relação ao indivíduo que esteja fazendo uso do brinquedo como inalante.
(SÃO PAULO, 2009).
Vale salientar que a grande parte dos remédios são considerados drogas, o fato dos
adolescentes terem percebido isso é de grande importância, já que a população tem o hábito
da auto-medicação, o que pode trazer riscos a saúde.
O narguile vem ganhando cada vez mais adeptos entre os jovens brasileiros. Embora
pouco citado, na fase 2 da pesquisa, a maioria dos alunos mencionaram já terem
experimentado ou fazerem uso regular da droga com familiares. Frequentemente fotos de
jovens fumando narguile são postadas nas redes sociais. O fato de um único cachimbo poder
ser utilizado por várias pessoas em uma mesma sessão relaciona-o com socialização, e ganha
cada vez mais adeptos.
Além dos problemas relacionados aos sistemas respiratório e cardíaco, algumas
doenças infectocontagiosas também são relacionadas ao uso do narguile, já que uma mesma
mangueira pode ser utilizada por vários usuários. A Organização Mundial de Saúde defende
que uma sessão de narguile pode ser tão nociva quanto a exposição à fumaça de 100 cigarros
(INCA, 2013).
Informações da pesquisa Vigescola evidenciaram a alta prevalência do consumo do
narguilé entre escolares de 13 a 15 anos em 2009. Em São Paulo (SP), 93,3% dos
entrevistados que consumiam outros produtos de tabaco fumado, além do cigarro
industrializado, declararam usar o narguilé com maior frequência. Em Campo Grande
(MS), 87,3% dos estudantes ouvidos disseram preferir o cachimbo oriental. Já em Vitória, o
percentual ficou em 66,6%. O mesmo panorama foi constatado pela pesquisa Perfil do
Tabagismo entre Estudantes Universitários no Brasil (PETuni) do Ministério da Saúde
entre universitários de alguns cursos da área da saúde: em Brasília (DF) e São Paulo (SP),
em 2011, dos estudantes que declararam consumir com frequência algum outro tipo de
produto derivado do tabaco, de 60% a 80%, respectivamente, fizeram uso do narguilé
(INCA, 2010, p. 1).
Aos poucos a regulamentação sobre o uso e comercialização do narguile está sendo
criada. Se antes era feito de forma indiscriminada, em algumas cidades paranaenses como Foz
do Iguaçu, Cascavel e São Miguel do Iguaçu, aprovarem leis que proíbem o comércio de
narguile e seus artefatos para menores de idade e proíbem seu uso em locais públicos pelos
mesmos. Essas leis deram embasamento para a realização de ações realizadas pelos conselhos
tutelares para coibir o uso dessa droga (FOZ DO IGUAÇU, 2009; CASCAVEL, 2013; SÃO
MIGUEL DO IGUAÇU, 2013).
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O baixo índice de alunos que mencionaram o álcool entre as drogas conhecidas,
apenas 1,97%, também chamou a atenção. O que percebe-se em estudos recentes é que a
ingestão de álcool está acontecendo de forma cada vez mais precoce entre os brasileiros. No
estudo de Vendrame et al (2009), por exemplo, é possível constatar que 82,7% dos
adolescentes pesquisados já haviam provado algum tipo de bebida alcoólica, dentre esse
grupo, 44% consomem bebida alcoólica com certa frequência. No estudo em questão, os
autores associaram o consumo com a quantidade de propagandas veiculadas
indiscriminadamente na mídia.
A preocupação com o baixo índice de adolescentes que mencionaram álcool entre as
drogas é a possibilidade da banalização de seu uso, já que normalmente as bebidas alcoólicas
são utilizadas por seus familiares no cotidiano.
As perguntas seguintes tiveram o objetivo de avaliar o ambiente que os adolescentes
estão envolvidos em relação às drogas.
A segunda pergunta feita foi: Alguém já ofereceu algum tipo de droga para você?
Dentre os pesquisados 36% responderam afirmativamente para essa questão. O número é alto
já que os pesquisados estão recém entraram na adolescência. Os jovens estão sendo
assediados cada vez mais cedo para o uso de drogas. As respostas da terceira pergunta podem
justificar esse número.
A terceira pergunta foi: Você conhece alguém que usa drogas frequentemente? A
resposta afirmativa veio de 45% dos pesquisados e 20% não responderam esta pergunta.
Analisando os dois gráficos apresentados anteriormente, percebemos que as drogas
legalizadas, como cigarro e álcool, tiveram baixo índice de citação por parte dos pesquisados,
isso pode remeter a ideia de que a maioria dos adolescentes convive com pessoas que usam
drogas ilícitas frequentemente.
A quarta questão foi: Você já presenciou alguém usando drogas? 55% responderam
“sim” para essa questão. O local que eles testemunharam foi citado livremente por alguns
alunos. A rua foi citada por 6 alunos, praça foi citada por 4 alunos, colégio e casa foram
citados por 3 alunos. O que se pode evidenciar nas respostas é que as drogas estão próximas a
esses alunos onde até mesmo na escola pode ser local de contato com algum tipo de droga.
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Quando questionados na quinta questão se já haviam provado algum tipo de drogas,
30% responderam afirmativamente. Esse índice confirma a precocidade com que a droga está
sendo utilizada.
Na sexta e última questão da pesquisa, a pergunta foi: Se a maioria das pessoas sabe
que o uso de drogas faz mal à saúde, porque os jovens usam? As respostas a essa questão
estão apresentadas no gráfico 3.
Motivação para Expermentação de Drogas
0,00%
6,00%
12,00%
18,00%
24,00%
30,00%
36,00%
42,00%
48,00%
Influência de
amigos
Curiosidade Vontade Modismo Não sei Porque é bom
Gráfico 3. Motivação para o uso de drogas
Como pode ser visto no gráfico 3, 42% dos pesquisados relacionam a influência dos
amigos para o uso de drogas. Esse índice confirme que o ambiente a que esses adolescentes
estão expostos, onde há contato com usuários de drogas, contribuem para o uso e
experimentação de drogas. A própria curiosidade, mencionada por 31%, também está
relacionado com o contato com usuários. O modismo, apontado por aproximadamente 12%,
está relacionado com o uso de drogas para ser aceito por determinado grupo de amigos. A
resposta de 2,85% que responderam, simplesmente, “porque é bom” pode ilustrar a
indiferença em relação à ilicitude e os danos causados pelas drogas.
Abaixo alguns comentários escritos pelos alunos para ilustrar essa situação
apresentada.
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S1. “Para esquecer os problemas, tem bastante gente que usa por falta de atenção dos pais,
depressão, etc. Pelo fato da droga fazer esquecer os problemas. São os ‘amigos’ que nos
oferecem e que nos fazem usar, mas também tem casos que a pessoa usa porque querem.”
S2. “Meu amigo sempre quis usar. Ele achava bonito.”
S3. “Porque é um idiota e quer morrer.”
S4. “Eu quero experimentar, mas ainda não tive coragem.”
DEBATE
Duas aulas, com duração de 50 minutos cada, foram utilizadas para discutir com os
alunos problemas relacionados ao consumo de drogas. Os alunos foram incentivados a dizer o
que sabiam a respeito das drogas.
A maioria dos alunos de três turmas, dentre as quatro pesquisadas, participou de forma
massiva. Os alunos se sentiram bem à vontade para expor suas opiniões e dúvidas. Nestas
turmas, o principal assunto foi o narguile. Ao contrário dos resultados do questionário, muitos
mencionaram que já fizeram uso junto com amigos e/ou familiares. Alguns alunos acreditam
que o narguile faz mal, mas seus danos são menores que o cigarro, mesmo este sendo pouco
citado entre os alunos, tendo prejuízo maior quando o fumo é substituído pela maconha,
prática comum, de acordo com eles. Muito embora alguns alunos posicionaram-se contrários
ao uso do narguilé e conscientes sobre os danos que podem causar a saúde.
Em uma das turmas, um aluno que, aparentemente, exercia certa liderança na turma
disse que não era necessário o debate que estava sendo feito, pois, segundo ele, eles sabiam
tudo sobre drogas. Nesta turma o trabalho de envolvimento com o assunto foi um pouco mais
difícil. A participação passou a ser massiva quando os alunos foram desafiados a mostrar que
realmente dominavam o assunto. Nesta turma, a discussão girou em torno dos efeitos de
drogas mais pesadas como crack e cocaína. Quatro alunos deram relatos de suas experiências
com o uso de algumas drogas. Mencionaram que após usarem a maconha sentiam muita fome,
ao contrário do crack e da cocaína.
Durante a fala dos alunos, em nenhum momento eles foram censurados. A abertura foi
dada para que eles falassem o que queriam sobre o assunto.
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O fechamento desta etapa foi feito com um trabalho de conscientização sobre os danos
que a droga causa ao organismo e a necessidade de distanciar-se ao máximo do consumo de
drogas. Os alunos das três primeiras turmas participaram do fechamento mencionando casos
que eles conheciam de pessoas viciadas em drogas e as consequências vividas por estes. Na
última turma, os alunos se limitaram a ouvir, sem dar muitas contribuições nesta etapa.
CONFECÇÃO DE CARTAZES
Os alunos foram convidados a fazer cartazes em forma de campanha de prevenção ao
uso de drogas.
A atividade foi realizada em grupo de alunos para que o período de confecção dos
cartazes fosse também utilizado para discussão entre eles.
O total de cartazes recebidos foi 30, dentre eles 8 faziam algum tipo de alusão
defendendo o uso de drogas. Dentre os 22 cartazes que fizeram a campanha contra o uso de
drogas, apenas em 5 a identificação dos alunos foi feita a frente do cartaz, os demais tiveram a
identificação feita no verso. Vários alunos pediram para não realizar exposição de seus
cartazes. Ficou evidente o medo de ser ridicularizado por outros alunos, evidenciando que o
contexto social de aceitação a drogas influencia na forma como os alunos tem se posicionado
em relação ao tema.
Entre os 8 trabalhos defendendo o uso de drogas, 5 defendiam o uso da maconha e três
o narguile. Segue alguns dizeres retirados dos cartazes.
“Quer viajar sem sair do lugar? Fume maconha.”
“Maconha: legalize já.”
“Todos pela liberação da maconha.”
“Discípulos de Bob Marley. 5:06.” Segundo os autores desse cartaz, 5:06 é a hora de fumar
maconha.
O resultado mostrou a dificuldade que os educadores encontram na trabalho de
conscientização dos alunos em relação ao uso de drogas. Infelizmente, muitos adolescentes da
periferia têm uma vivência de drogas, seja testemunhando pessoas próximas, inclusive
familiares, seja utilizando. Torna-se difícil para o educador, com tempo limitado de contato
com alunos envolvê-los satisfatoriamente levando-os a mudança de posicionamento frente às
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drogas. Os alunos que posicionaram-se contrários ao uso de drogas, utilizaram como principal
argumento os riscos a saúde e a grande possibilidade de viciar-se após o primeiro contato.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os problemas sociais enfrentados pela população refletem diretamente na escola. A
problemática envolvendo o uso de drogas e suas conseqüências entre os adolescentes são
grandes desafios para as famílias e escolas. Embora a escola seja considerada pela ONU
como o local mais privilegiado para a prevenção do uso de drogas, se a família não for
envolvida neste trabalho, dificilmente haverá resultados efetivos.
Conforme dados levantados pelo presente estudo, a maioria dos adolescentes da
periferia tem contato direto com usuários de drogas. Por influência desses usuários, a
experimentação de drogas ocorre cada vez mais precocemente. O tempo ocioso e a distância
da família – já que os responsáveis por esses jovens trabalham o dia todo – acabam sendo
promissores para o envolvimento com a ilicitude. Até mesmo ambientes que deveriam ser
usados para lazer, como é o caso das praças, estão sendo utilizados por usuários de drogas.
O envolvimento da família na vida escolar e pessoal do adolescente é de suma
importância nesta fase da vida. Acompanhar as experiências do adolescente e direcioná-lo em
suas escolhas é papel primordial da família. Outra questão é a disponibilidade de mais
atividades de lazer, iniciação profissional, complementação curricular supervisionada para
preencher a ociosidade vivida pelos adolescentes. Com esses dois pilares, a escola pode
realizar a atividades para envolver os alunos em atividades de extensão e realizar atividades
de prevenção de drogas envolvendo alunos e família.
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