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Conselho Nacional do Café – CNC SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF) Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632 E-mail: [email protected] / www.twitter.com/pauloandreck CLIPPING – 05/10/2015 Acesse: www.cncafe.com.br Mapa libera R$ 201,5 mi para financiar custeio da cafeicultura Mapa - Assessoria de comunicação social 05/10/2015 Inez De Podestà O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) liberou R$ 201,5 milhões para a linha de financiamento de custeio às instituições financeiras que operam com Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Os recursos foram destinados para o Banco do Brasil (R$ 98 milhões), Rabobank (R$ 71 milhões), Coopacredi (R$ 12,5 milhões), Credivar (R$ 10 milhões) e Bradesco (R$ 10 milhões). Desde o dia 1º de outubro até 28 de fevereiro de 2016, os cafeicultores e as cooperativas podem contratar o crédito disponível nos bancos. O prazo poderá ser estendido até 31 de julho, desde que o orçamento contenha verba para as atividades de colheita. O financiamento do custeio das lavouras de café é destinado aos tratos culturais, incluindo as despesas com aquisição de insumos (fertilizantes, corretivos e defensivos), mão de obra, operações com máquinas e equipamentos, aplicação de herbicidas, arruação, transporte para o terreiro e secagem. Acesse a tabela dos repasses do Funcafé: http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Libera%C3%A7%C3%B5es%20- %20Contrato%202015%20-%2002%2010%202015_divulga%C3%A7%C3%A3o.pdf . Procafé: deficiência de boro em mudas de café por efeito de pH alto no substrato Fundação Procafé 05/10/2015 J.B. Matiello, S.R. Almeida e Ana C. R. Paiva, engenheiros agrônomos da Fundação Procafé, e J. Renato Dias e Lucas Franco, engenheiros agrônomos da Fazenda Sertãozinho O boro é um micronutriente importante, pois influi no crescimento do cafeeiro, participando da divisão celular, do crescimento das células e da parede celular. Os sintomas de carência se apresentam nas folhas novas, que aparecem afiladas, pequenas, com bordas arredondadas. Como a maioria dos demais micro-nutrientes (Mn, Fe, Cu e Zn), a disponibilidade de boro no solo é muito influenciada pelo pH, com menor disponibilização em pHs altos. Na presente nota técnica objetiva-se relatar a ocorrência de forte deficiência de boro, em mudas de café formadas em substrato artificial, em sacolas de TNT, e sua correlação com a condição temporária de pH alto no substrato. Em um viveiro de mudas de café, usando sacolinhas de TNT, desde o aparecimento do primeiro par de folhas definitivas, constatou-se que as folhas apresentavam tamanho pequeno e forma afilada. Os internódios eram muito curtos. Esses sintomas são característicos da deficiência de boro, a qual, raramente ocorre em mudas, nos substratos naturais, com terra, esterco e fertilizantes. No caso das mudas formadas em substratos artificiais, eles têm por base a fibra de coco e casca de pinus, normalmente acrescidos de adubos NK de lenta liberação e mais uma dose

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CLIPPING – 05/10/2015 Acesse: www.cncafe.com.br

Mapa libera R$ 201,5 mi para financiar custeio da cafeicultura Mapa - Assessoria de comunicação social 05/10/2015 Inez De Podestà

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) liberou R$ 201,5 milhões para a linha de financiamento de custeio às instituições financeiras que operam com Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Os recursos foram destinados para o Banco do

Brasil (R$ 98 milhões), Rabobank (R$ 71 milhões), Coopacredi (R$ 12,5 milhões), Credivar (R$ 10 milhões) e Bradesco (R$ 10 milhões). Desde o dia 1º de outubro até 28 de fevereiro de 2016, os cafeicultores e as cooperativas podem contratar o crédito disponível nos bancos. O prazo poderá ser estendido até 31 de julho, desde que o orçamento contenha verba para as atividades de colheita. O financiamento do custeio das lavouras de café é destinado aos tratos culturais, incluindo as despesas com aquisição de insumos (fertilizantes, corretivos e defensivos), mão de obra, operações com máquinas e equipamentos, aplicação de herbicidas, arruação, transporte para o terreiro e secagem. Acesse a tabela dos repasses do Funcafé: http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Libera%C3%A7%C3%B5es%20-%20Contrato%202015%20-%2002%2010%202015_divulga%C3%A7%C3%A3o.pdf. Procafé: deficiência de boro em mudas de café por efeito de pH alto no substrato Fundação Procafé 05/10/2015 J.B. Matiello, S.R. Almeida e Ana C. R. Paiva, engenheiros agrônomos da Fundação Procafé, e J. Renato Dias e Lucas Franco, engenheiros agrônomos da Fazenda Sertãozinho O boro é um micronutriente importante, pois influi no crescimento do cafeeiro, participando da divisão celular, do crescimento das células e da parede celular. Os sintomas de carência se apresentam nas folhas novas, que aparecem afiladas, pequenas, com bordas arredondadas. Como a maioria dos demais micro-nutrientes (Mn, Fe, Cu e Zn), a disponibilidade de boro no solo é muito influenciada pelo pH, com menor disponibilização em pHs altos. Na presente nota técnica objetiva-se relatar a ocorrência de forte deficiência de boro, em mudas de café formadas em substrato artificial, em sacolas de TNT, e sua correlação com a condição temporária de pH alto no substrato. Em um viveiro de mudas de café, usando sacolinhas de TNT, desde o aparecimento do primeiro par de folhas definitivas, constatou-se que as folhas apresentavam tamanho pequeno e forma afilada. Os internódios eram muito curtos. Esses sintomas são característicos da deficiência de boro, a qual, raramente ocorre em mudas, nos substratos naturais, com terra, esterco e fertilizantes. No caso das mudas formadas em substratos artificiais, eles têm por base a fibra de coco e casca de pinus, normalmente acrescidos de adubos NK de lenta liberação e mais uma dose

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significativa de termofosfato. Nesta condição, inicialmente o meio orgânico ainda não entrou em decomposição, portanto atua como inerte, não oferecendo efeito tampão de pH como ocorre no solo. Assim, a água, usada em boa quantidade na molhação das mudas, tendo pH próximo de 7,0, é que condiciona o pH alto no substrato. Essa condição de pH alto pode ser agravada pelo uso de dose significativa de termofosfato no substrato, o qual possui IB 50 e pH na faixa de 8-8,5. Com a decomposição do material orgânico, lentamente, a condição de pH tende a melhorar. A análise da condição verificada no viveiro, correlacionando os sintomas típicos de deficiência de boro, com a situação verificada de pH alto, indicava a necessidade de correção. Assim foi usada a estratégia de aplicação de uréia via solo, combinada com uma pequena dose de ácido bórico, ambos via rega, mais 2 aplicações de ácido bórico em 2 foliares a curto intervalo. Análises do substrato, feita em seguida a este tratamento, mostraram a redução do pH para a faixa de 5,1 e o teor de B subiu par 2 ppm. Com isso, verificou-se que a folhagem das mudas voltou ao seu crescimento normal. A correção de acidez e suprimento de micro-nutrientes pode ser feita, ainda, pela aplicação de chorume de esterco ou ácidos humicos + fulvicos de formulações comerciais, como Gold Black, á razão de 1,5% em água, com rega das mudas. Conclui-se, pelas observações efetuadas, que pode ocorrer deficiência importante de boro, causando redução do crescimento do caule e folhas das mudas de café, por efeito de condição de pH alto no substrato. A correção da deficiência de boro, nessa situação, pode ser feita combinando a elevação do pH no substrato mais uma aplicação de B, via água de irrigação e complemento foliar, revertendo os sintomas nas mudas.

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Grupo internacional vive Experiência na Origem na Região do Cerrado Mineiro Ascom Federação dos Cafeicultores do Cerrado 05/10/2015 Sônia Lopes A Semana Internacional do Café não terminou no dia 26 de setembro, pelo menos não para a Região do Cerrado Mineiro que recebeu, no dia 28, um grupo internacional que viveu uma “Experiência na Origem”. Neal Evan Wilson – Wilson s Coffee & Tea (Estados Unidos), Amy Ball - World Coffee Events (Estados Unidos), Asli Yaman - Soyuz Coffee Roasting e SCAE (Turquia) e Michael Anthony Salvatore - Heritage Bicycles (Estados Unidos) acompanhados de representantes do Sebrae e da Federação dos Cafeicultores do Cerrado passaram dois dias conhecendo melhor a organização da Região, os cafés, as fazendas e seus produtores. A primeira visita foi à Federação dos Cafeicultores do Cerrado, entidade que controla, promove e representa a Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro. Em seguida eles foram recebidos na Expocaccer – Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado que preparou uma mesa de cupping que apresentou as características dos cafés da Região e impressionou o grupo. Além disso, eles puderam degustar um autêntico Cerrado Mineiro DOC na Cafeteria Dulcerrado. Neal Wilson enalteceu a evolução da organização da Região em relação a sua primeira visita ao Brasil. “Em minha primeira viagem ao Brasil, a Denominação de Origem ainda não havia sido conquistada e o sistema de rastreabilidade estava em construção. Como foi bom ver a evolução disso tudo! Digo que este sistema é único, e configura-se como uma forma do país se estabelecer na vanguarda da tecnologia aplicada ao café” – afirmou ele. A Fazenda Dona Nenem do produtor Eduardo Pinheiro Campos, em Presidente Olegário foi o destino do segundo dia. Manejo da lavoura, variedades, produtividade, características do solo, relevo e altitude despertaram a atenção do grupo na visita aos cafezais. Eles também conheceram todo o processo de benefício e rebenefício que passam os grãos. A mesa de cupping foi mais uma surpresa, cafés das mesmas variedades submetidos a diferentes processos que resultaram em bebidas únicas e com altas pontuações chamaram a atenção e surpreenderam e agradaram os provadores. Para a torrefadora Asli a parceria está apenas começando. “Foi minha primeira vez no Brasil e não esperava encontrar fazendas tão organizadas, fiquei muito surpresa em encontrar cafés de altíssima qualidade na região. Espero continuar trabalhando em construir um forte relacionamento de nossos países e ser uma das primeiras pessoas em trazer essa qualidade top de vocês para nossos mercados em desenvolvimento”- afirmou ela. A visita teve total apoio do SEBRAE e da Café Editora. “A Experiência na Origem realizada com participantes dos Estados Unidos e Turquia proporcionou uma imersão na Região do Cerrado Mineiro. Ações desta natureza vão muito além de conhecer bons cafés. Contribuem para que torrefadores, cafeterias e baristas conheçam a origem do café, bem como sua forma de produção, tudo isto atrelado à história de cada produtor” – explicou Claudio Wagner de Castro, Analista de Agronegócio do Sebrae Minas. Coopa e Expocaccer oferecem workshops durante o 23º Seminário do Café Ascom Expocaccer 05/10/2015 Polliana Dias A parceria firmada pela Coopa e Expocaccer para o 23º Seminário do Café da Região do Cerrado promete movimentar o evento que acontece entre os dias 06 e 09 de outubro no centro de convenções do Parque de Exposições Brumado dos Pavões. O espaço, além de unir as duas maiores cooperativas de Patrocínio, oferecerá workshops para os cafeicultores e visitantes do evento.

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Com temas diferenciados, a expectativa é que o público presente no Seminário do Café obtenha conhecimentos específicos sobre técnicas de produção e classificação de café, bem como sobre o serviço prestado pelas duas cooperativas na assessoria técnica e comercial, cujo propósito é a agregação de valor ao negócio do cooperado. Temas relevantes – Os workshops serão realizados nos dias 07 e 08, no período de 15 as 17h, no estande das cooperativas. No dia 07 o tema trabalhado será “Como produzir um café campeão”, apresentando técnicas inovadoras de pós-colheita que auxiliam no aumento da qualidade do café, técnicas estas que foram aplicadas por cafeicultores que tiveram seus cafés como campeões dos principais concursos de café, contando ainda com depoimentos destes para incentivar os participantes a também experimentarem as técnicas que serão apresentadas. Já no dia 08 será realizado o curso “Alquimia do Café”. Este workshop apresentará técnicas de análise sensorial com foco nos atributos qualitativos do café. O diferencial fica para as dinâmicas que além de auxiliarem na análise, favorecem a finalização do workshop com a prova de xícara (cupping). O curso demonstrará ainda como reconhecer os principais sabores e aromas dos cafés da Região do Cerrado Mineiro. As inscrições são limitadas e poderão ser feitas no estande das cooperativas. Ao final do curso será oferecido certificado. Mais conhecimento – Também presente no evento, a Cafeteria Dulcerrado oferecerá uma grade de workshops com foco no consumidor final. Entre os dias 07 e 08, os cursos acontecem às 17h e no dia 09, às 14h. No dia 07 será oferecido o workshop “Métodos de Preparo” de café filtrado, no dia 08: “Tendências de Consumo” e no dia 09: “A arte da harmonização”. AS inscrições podem ser feitas no estande da Dulcerrado durante o evento. Parceria que vai além – Além do estande e dos workshops, a Coopa e a Expocaccer também estarão presentes na programação oficial do evento com a Apresentação “Como negociar pequenos volumes de café obtendo o máximo”, a qual contará com a participação de integrantes das duas cooperativas e da APPCER – Associação dos Pequenos Produtores do Cerrado. A apresentação acontece no dia 09, às 14h na sala Café do Cerrado e as inscrições podem ser feitas no site: www.seminariodocafé.com.br. Em 2015, o Consórcio Pesquisa Café completou 18 anos Embrapa Café 05/10/2015 Flávia Bessa 2015 foi um ano de celebração de dois grandes eventos para a pesquisa cafeeira: em março, os 18 anos do Consórcio Pesquisa Café e, em agosto, os 16 anos da Embrapa Café. Esses dois marcos – a constituição do Consórcio Pesquisa Café e a criação da Embrapa Café – contribuíram para o protagonismo da cafeicultura brasileira interna e externamente. Objetivamente, pode-se dizer que a produção de café no Brasil, nos últimos anos, tem sido responsável por cerca de um terço do mercado mundial, ou seja, de cada três xícaras de café consumidas no mundo, uma é brasileira, o que faz do País o maior produtor mundial. Além disso, é também o maior exportador e segundo consumidor, prestes a conquistar, nos próximos anos, a liderança mundial no quesito consumo, superando os EUA. A bebida é a segunda mais consumida no País, perdendo apenas para a água. Esse protagonismo é resultado da união de esforços de cerca de cem instituições de pesquisa, ensino e extensão rural integrantes e parceiras do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, com atuação nas principais regiões produtoras de café no País e, principalmente, de cafeicultores que adotaram as tecnologias desenvolvidas e do trabalho da

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extensão rural. Desde sua criação, há 18 anos, o Consórcio tem mudado positivamente o cenário da cafeicultura nacional, em sintonia com o setor produtivo, agroindustrial e exportador. A criação da Embrapa Café, em 1999, para coordenar o Programa Pesquisa Café completou o rol das instituições envolvidas na transformação recente da cafeicultura brasileira. No Brasil, de acordo com o Informe Estatístico do Café, da Secretaria de Política Agrícola - SPA, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa, a partir de 1997, com a criação do Consórcio Pesquisa Café, a evolução da cafeicultura se deu de forma bastante expressiva. A área de cultivo nesse ano era de 2,4 milhões de hectares, a produção de 18,9 milhões de sacas de 60kg e a produtividade de 8,0 sacas/hectare, com o consumo per capita de 4,3kg de café. Passados 18 anos, de acordo com o Levantamento de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab (setembro/2015), houve redução da área de cultivo para 1,9 milhões de hectares e, em 2015, o País produziu 42,148 milhões de sacas beneficiadas de 60kg, com produtividade média nacional de 21,84 sacas por hectare. E o consumo per capita, nesse mesmo período, também de acordo com o Informe Estatístico, aumentou para 6,12 kg. Se compararmos a participação do Brasil de 1997 com a de 2014, segundo os dados da Organização Internacional do Café – OIC, em 1997, a produção foi de 99,7 milhões de sacas de 60 kg e o Brasil participou com 19% desse mercado. E, em 2014, como a produção mundial evoluiu para 141,7 milhões de sacas e, a brasileira, para 45,3 milhões de sacas, nossa participação subiu para 32% do mercado mundial nesse ano, com redução de aproximadamente 20% da área de cultivo. Contribuíram para essa evolução cerca de mil projetos de pesquisa desenvolvidos no âmbito do Consórcio Pesquisa Café que geraram tecnologias, conhecimentos básicos, produtos e processos que beneficiaram direta e indiretamente o agronegócio Cafés do Brasil.

Para o gerente geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo (foto: reprodução Facebook), a evolução da cafeicultura brasileira demonstra que as ações de pesquisa, inovação e transferência de tecnologias contribuíram de fato para a modernização da nossa cafeicultura. "O segredo desses resultados está na parceria e no atendimento às necessidades tecnológicas do setor produtivo e dos demais elos do agronegócio café. Os projetos de pesquisa do Consórcio são elaborados com base em prospecções de demandas dos diversos segmentos da cadeia do agronegócio café com a participação das instituições consorciadas e parceiras".

Bartholo explica que todas as pesquisas, direta e indiretamente, consideram, em seu desenvolvimento, aspectos essenciais, como produtividade, qualidade e competitividade do produto, sustentabilidade ambiental e social, baixo custo, transferência e adoção de tecnologias, conjunto de fatores que realça a ação do Consórcio e mantém o Brasil como País de referência na produção e exportação de café. Além disso, o gerente geral destaca que a evolução da cafeicultura brasileira também deve ser atribuída aos mais de 300 mil produtores de café do Brasil e demais entidades ligadas ao setor, que têm adotado as tecnologias geradas e sinalizado a necessidade de novas pesquisas para atender os diferentes mercados. Para saber mais sobre o trabalho de pesquisa do Consórcio Pesquisa Café ao longo desse período, confira entrevista do gerente geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo. Ele é engenheiro Agrônomo graduado pela Universidade Federal de Lavras (1972) com mestrado em Fitotecnia com concentração em Melhoramento Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa (1978) e doutorado em Agronomia (Genética e Melhoramento de Plantas) pela Universidade Federal de Lavras (2000). É ainda pesquisador da cultura do café, com estudos concentrados na área de melhoramento genético do cafeeiro/fitotecnia. Embrapa Café – Em que contexto e como surgiu o Consórcio Pesquisa Café e a Embrapa Café? Gabriel Bartholo – Em 1997, as instituições ligadas à pesquisa cafeeira foram signatárias do Termo de Constituição do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café. O

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Consórcio Pesquisa Café foi criado com a finalidade de unificar a pesquisa cafeeira, que, de certa forma, era realizada por diversas instituições de modo isolado. O objetivo foi estabelecer os princípios e procedimentos para desenvolver pesquisa de forma integrada e participativa, visando estabelecer canais formalizados e eficazes de intercâmbio científico e tecnológico entre as instituições e congregar todos os recursos disponíveis em busca de melhores e mais benefícios para o setor cafeeiro. A Embrapa Café foi criada em 1999 para coordenar o Consórcio, com o objetivo de apoiar atividades desenvolvidas pelas organizações integrantes do Consórcio. Embrapa Café – Como funciona e o que representa o Consórcio Pesquisa Café hoje, quantas são as instituições consorciadas, que outras instituições estão envolvidas e com qual objetivo? Gabriel Bartholo – O Consórcio Pesquisa Café consiste no arranjo composto por instituições de ensino, pesquisa e extensão para desenvolver a pesquisa cafeeira no Brasil. Atualmente o Consórcio Pesquisa Café conta com noventa e duas instituições, sendo que as instituições fundadoras foram: Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola - EBDA, Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - Epamig, Instituto Agronômico - IAC, Instituto Agronômico do Paraná - Iapar, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural - Incaper, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro - Pesagro-RIO, Universidade Federal de Lavras - Ufla e Universidade Federal de Viçosa - UFV. Nesse contexto, foi estabelecido um modelo de governança que tem por objetivo otimizar os recursos humanos, físicos, financeiros e materiais para elaboração de projetos inovadores com caráter multiinstitucional e disciplinar. Esse arranjo estimula o compartilhamento de conhecimento e tem permitido a integração de pesquisadores das instituições consorciadas, para geração de tecnologias em sintonia com os desafios do agronegócio café brasileiro. A governança do Consórcio segue as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Diretor do Consórcio, composto pelos dirigentes das dez entidades fundadoras e é presidido pela Embrapa. Embrapa Café – Quais são as fontes principais de financiamento das pesquisas do Consórcio? Os recursos têm sido suficientes para o desempenho das atividades? Gabriel Bartholo – No caso da Embrapa Café, que exerce a coordenação do Consórcio, o aporte financeiro principal para o custeio das pesquisas do Consórcio provém do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé, do Mapa. Contudo, o Consórcio não tem tido aporte suficiente para contratar todos os projetos aprovados nos últimos anos. Em relação à instituições consorciadas, outras fontes são captadas pelas Fundações de Amparo a Pesquisa dos estados, como FAPEMIG, FAPESP, FAPES e os órgãos de fomento federais FINEP, CNPq e INCT/Café, por meio de projetos. Contudo, os recursos atualmente captados têm sido escassos, comprometendo parte das atividades programadas. É difícil prever quando os recursos para a pesquisa retornarão à normalidade à semelhança dos dez primeiros anos do Consórcio. Embrapa Café - Como são definidos os focos prioritários para a contratação dos projetos a serem executados no âmbito do Consórcio Pesquisa Café? Gabriel Bartholo – Como exemplo recente de estratégia para contratação de projetos, cabe mencionar o Workshop Fortalecendo a Rede com Novos Projetos do Consórcio Pesquisa Café realizado na sede do Instituto Agronômico - IAC, em dezembro de 2012, que teve por objetivo identificar e priorizar, de forma participativa, demandas do agronegócio café, por meio de prospecção científico-tecnológica, o qual contou com a participação de representantes dos principais segmentos da cadeia produtiva do café no Brasil. Foram elencadas as prioridades para o momento atual da cafeicultura nacional e organizadas numa plataforma tecnológica de ações estratégicas para a formulação e contratação de 92 projetos que redundaram em 496 planos de ação. Nesses 18 anos de existência do Consórcio, foram desenvolvidos cerca de mil projetos que permitiram a geração de conhecimentos básicos, produtos e processos já disponibilizados aos cafeicultores pelo sistema de extensão rural. Embrapa Café – Atualmente quais os focos temáticos das pesquisas do Consórcio Pesquisa Café que foram definidos nesse workshop realizado no IAC?

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Gabriel Bartholo – Para permitir o avanço do conhecimento científico e transferência de tecnologia novos focos de atuação foram definidos no whorkshop com temas prioritários, visando ao aumento de produção e produtividade, competitividade e sustentabilidade. São eles: sustentabilidade da cafeicultura de montanha; mão de obra escassa e de alto custo; estresses bióticos e abióticos; qualidade e marketing para rentabilidade; e deficiência dos processos de transferência de tecnologia. Embrapa Café - Que desafios e tendências orientam os programas e os projetos de pesquisa do Consórcio Pesquisa Café e como está sendo feito o trabalho de articulação pela Embrapa Café nesse contexto? Gabriel Bartholo – Os desafios e as tendências da cafeicultura, como dito anteriormente, são definidos com representantes de todos os segmentos da cafeicultura e, também, em eventos técnico-científicos (simpósios de pesquisas, congressos, reuniões técnicas, palestras etc.). Os objetivos desses eventos são a prospecção de demandas e análises de tendências do setor, para o desenvolvimento de novos projetos de pesquisa e também o aprimoramento da gestão da atividade cafeeira. A articulação realizada pela Embrapa Café para a superação dos desafios consiste na promoção dos eventos citados anteriormente e na transferência das tecnologias geradas. Nesse sentido, várias unidades de validação de tecnologia foram instaladas no Sul de Minas, região montanhosa, utilizando resultados das pesquisas geradas pelo Consórcio. Embrapa Café – Poderia citar algumas das principais tecnologias, produtos e serviços desenvolvidos pelo Consórcio Pesquisa Café e seus principais benefícios. Gabriel Bartholo – Várias tecnologias foram geradas. Entre outras, podemos citar as relacionadas às áreas de melhoramento do cafeeiro e biotecnologia para a obtenção de cultivares adaptadas às diferentes condições ambientais do País, técnicas de plantio, condução da lavoura, nutrição mineral do cafeeiro, manejo de pragas e doenças, irrigação, adubação orgânica, manejo de plantas invasoras, colheita, pós-colheita, manejo sustentável, todas desenvolvidas tendo em vista a sustentabilidade social, econômica e ambiental da produção cafeeira. Mesmo com essas e muitas outras tecnologias disponíveis, a importância do agronegócio café para o Brasil implica ação permanente de pesquisa, desenvolvimento e inovação científica e tecnológica. O trabalho do Consórcio Pesquisa Café mostra ser imprescindível a manutenção da pesquisa cafeeira e a integração de diversos atores na busca constante do melhoramento da qualidade, da sustentabilidade e competitividade do café brasileiro no mercado nacional e internacional. Embrapa Café - Como a comunidade científica e setor produtivo têm avaliado o trabalho do Consórcio Pesquisa Café? Quais têm sido as principais dificuldades encontradas e também os acertos mais reconhecidos? Gabriel Bartholo – O Consórcio Pesquisa Café, ao longo de sua existência, busca proporcionar os meios pela pesquisa e transferência de tecnologia para o desenvolvimento do setor cafeeiro do País; e o seu trabalho é reconhecido por todos os segmentos da cafeicultura como o principal fator sob os aspectos ambiental, social e econômico. É conhecido internacionalmente como um modelo singular de pesquisa com um só produto, com a capacidade de aglutinar instituições e recursos humanos. No tocante a dificuldades, a principal é com relação à captação de recursos para custear os projetos de pesquisa que têm longa maturação. Os acertos são refletidos no aumento da produtividade com foco na qualidade. Embrapa Café – Recentemente, o Consórcio Pesquisa Café criou o Observatório do Café. Quais os objetivos dessa iniciativa e o que se espera de retorno? Gabriel Bartholo – O Observatório do Café, desenvolvido pela Embrapa Café em parceria com instituições consorciadas no contexto do Agropensa da Embrapa, tem o objetivo de coletar, analisar e disseminar de forma sistemática, dados estatísticos, informações sobre tendências de produção e consumo, oportunidades e ameaças dos mercados e possíveis trajetórias do processo de inovação, além de resultados de pesquisas realizadas pelo Consórcio Pesquisa Café e suas implicações para a competitividade do agronegócio cafeeiro. No Observatório do Café, podem ser acessados relatórios de análises e de tendências nacionais e internacionais do café, informes estatísticos e levantamentos de safras e de estoques privados no Brasil,

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tendências de consumo interno, além de circulares e comunicados técnicos, entre outros. O que se espera do Observatório do Café é que seja ferramenta estratégica para os agentes do agronegócio café obterem informações atualizadas sobre os avanços e tendências do setor e também que subsidie a tomada de decisão pelos agentes da cadeia produtiva do café. Além disso, gostaria de aproveitar a oportunidade para convidar a todos a acessar o portal do Consórcio Pesquisa Café e, em especial, o Observatório do Café. Para saber mais sobre o Consórcio Pesquisa Café e a Embrapa Café, acesse: http://www.consorciopesquisacafe.com.br/ ou https://www.embrapa.br/cafe Cafeicultores da América Central aprendem a viver com aquecimento global Estado de Minas 05/10/2015 Por AFP /Agence France-Presse "Até pouco tempo atrás eu não acreditava muito no aquecimento global, mas hoje ele está claro para mim", conta Adrián Hernández, produtor de café da Costa Rica que luta para salvar sua plantação e evitar a falência após uma seca histórica em 2015. "Nunca nos 23 anos em que trabalho aqui na plantação nós tivemos um inverno sem chuva", explica à AFP no cafezal de Altamira, em Barva de Heredia, cerca de 17 quilômetros ao norte de San José. A falta de chuvas o ajudou a controlar a ferrugem, um fungo que há três anos afeta os cafezais da América Central e que alastra-se rapidamente em condições de muita umidade e calor. Mas a seca esteve a ponto de provocar um novo desastre, já que a falta de água reduz a floração da planta e, em consequência, a colheita. "É muito difícil se manter na atividade, tivemos que aumentar as aplicações de fungicida de uma a três vezes por ano. E se não há chuva, pagamos um preço caro pela irrigação artificial. No final, é como se trabalhássemos a preço de custo", desabafa. ADAPTAÇÃO Na América Central, a mudança climática provoca eventos cada vez mais extremos: depressões, furacões, chuvas pesadas e secas que afetam a agricultura, explica o biólogo Rocio Cordoba, coordenador regional da Unidade de Subsistência e Mudanças Climáticas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). "Vemos sinais de que o clima está mudando...Antes, os camponeses, quando plantavam, se alinhavam com os meses do ano. Agora que o alinhamento não existe, as chuvas de maio começam mais tarde e os períodos posteriores da onda de calor já não casam mais com os períodos a que estamos acostumados", diz Cordoba à AFP. A palavra-chave para o especialista é "adaptação" às alterações climáticas, começando com a gestão adequada da água. Milhares de produtores da Costa Rica e do resto da América Central não encontram saída para a crise dupla causada pela seca e pela ferrugem. O fungo apareceu na região em 2012 e em dois anos alastrou-se por 60% das plantações; a seca afetou com gravidade a América Central nos últimos dois anos, particularmente na região do Pacífico. "Dada a agressividade da ferrugem e da seca agora há muitos agricultores que abandonaram suas plantações, alguns já pensam em se desafazer de suas propriedades", disse Francisco Ayala, cafeicultor da serra Tecapa Chinameca, no leste de El Salvador. PREÇOS TENDENDO À RUÍNA O panorama, já complicado, fica ainda mais delicado com os relatórios sobre os preços internacionais do café, que segundo a PROMECAFE - uma rede de organizações latino-americanas e instituições científicas internacionais - estão abaixo dos custos de produção.

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O último relatório da Organização Internacional do Café (OIC), de agosto, estabelece o preço médio em 1,21 dólares por libra. Em tais condições, confrontados com problemas para garantir sua própria subsistência, dificilmente os produtores poderiam investir para salvar suas fazendas. O café é um dos principais produtos de exportação agrícola da América Central (entre 3,5% e 6% das vendas totais para o exterior) e emprega cerca de 2 milhões de pessoas, a maioria trabalhadores sazonais. Mas a atividade vem diminuindo: entre 2012 e 2014, as vendas totais da região caíram de 16,7 para 13,8 milhões de quintais (sacos de 46 quilos) por causa da ferrugem, segundo relatos de associações comerciais e estatais. NECESSIDADE DE APOIO Os governos do istmo criaram trustes, aprovaram empréstimos e subsídios e deram assistência técnica aos cafezeiros. "Isso ajuda, mas é preciso entender que a luta contra as alterações climáticas deve ser tratadas de forma diferente a partir de plantações de café, como sempre fizeram", explica à AFP o engenheiro agrônomo Ricardo Rodriguez, do Instituto do Café da Costa Rica (ICafe). "É preciso ter controle e renovar para ter plantas em condições ideais de produção, e negligenciamos isso", admitiu o especialista. Adrian Hernández afirma ter compreendido, razão pela qual ainda resiste às dificuldades. "Este ano eu fiz duas aplicações de fungicida e já quase apliquei outra, porque é a única forma de controle da ferrugem, mas enquanto isso estou testando outras variedades, mais resistentes" à doença, explica. Variedades como o Obatá do Brasil e o Geisha, originário da Etiópia, começaram a substituir paulatinamente os arbustos de Caturra e Catuai que dominam a plantação de Hernández. No entanto, a substituição do café é um processo lento e caro que nem todos os produtores da América Central poderão arcar, afirma Rodríguez, pedindo aos governos e agências internacionais para que reforcem urgentemente seu apoio.