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Conselho Nacional do Café – CNC SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF) Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632 E-mail: [email protected] / www.twitter.com/pauloandreck CLIPPING – 21/07/2016 Acesse: www.cncafe.com.br Geadas em cafezais: o que fazer nas lavouras? Fundação Procafé 21/07/2016 J.B. Matiello, S.R. de Almeida e A.W.R. Garcia, engenheiros agrônomos da Fundação Procafé Nós, talvez por sermos mais antigos, e, por isso, já termos passado pelo dissabor de verificar os efeitos de diversas geadas no passado, temos recebido muitas consultas sobre o que fazer com as lavouras de café que foram, recentemente, atingidas por geadas. Nossa resposta, baseada exatamente em experiências e ensaios de recuperação de cafezais atingidos por geadas anteriores, é simples e aqui explicitada. No momento, não se deve fazer nada, pois não se pode conhecer, no curto prazo, a extensão da queima havida nos tecidos dos cafeeiros. Só esperando a reação das plantas, através das suas brotações, é que se poderá determinar, a médio prazo, o que deve ser feito em termos de praticas de podas de recuperação. Assim, deve-se esperar a retomada do calor e das chuvas pra ver onde brotam as plantas, então poderá ser analisada a situação das lavouras e de cada planta, visando, sempre, a atender ao conceito de cortar, ou não, o menos possível, sendo que em muitos casos vai ser preciso quebrar partes secas apenas com as mãos. A antecipação da poda incorre, ainda, em outro risco. Aquele onde as plantas podadas ficam menos protegidas do frio, pela sua folhagem/ramagem, e, nesse caso, vindo novo frio intenso, o efeito poderia ir até o tronco da planta, com maiores prejuízos. Apesar de não se conhecer, com boa precisão, a extensão das áreas afetadas pelas últimas geadas, já existem indicações de maior efeito em fundos de lavouras e em ares bem planas, na forma de geada de irradiação típica, na qual o ar frio se deposita nas partes mais baixas do terreno e, ainda pela mesma razão, maiores danos têm sido observados em lavouras novas, em formação. Pelo fato de ter diminuído, ao longo dos últimos 20 anos, a frequência de geadas, provavelmente pelo fenômeno do aquecimento global e pelo efeito dos reservatórios de água formados nas zonas cafeeiras, verificou-se que os produtores, até certo ponto, premidos pela falta de áreas nas propriedades, passaram a plantar café em terrenos mais baixos e, por isso, mais sujeitos a geadas. Outras condições e práticas que certamente avoreceram em algumas áreas, a ação do frio sobre os cafeeiros, foram as chuvas neste mês e, em certos casos, a irrigação e a manutenção de faixa de braquiária ou outra cobertura morta nas ruas das lavouras. As chuvas e irrigações, diluindo a seiva em sais, tornam os tecidos mais susceptíveis ao frio e a cobertura vegetal do solo diminui o armazenamento de calor por ele durante o dia e diminui, assim, a irradiação desse calor acumulado durante as noites.

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Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632 E-mail: [email protected] / www.twitter.com/pauloandreck

CLIPPING – 21/07/2016 Acesse: www.cncafe.com.br

Geadas em cafezais: o que fazer nas lavouras? Fundação Procafé 21/07/2016 J.B. Matiello, S.R. de Almeida e A.W.R. Garcia, engenheiros agrônomos da Fundação Procafé

Nós, talvez por sermos mais antigos, e, por isso, já termos passado pelo dissabor de verificar os efeitos de diversas geadas no passado, temos recebido muitas consultas sobre o que fazer com as

lavouras de café que foram, recentemente, atingidas por geadas. Nossa resposta, baseada exatamente em experiências e ensaios de recuperação de cafezais atingidos por geadas anteriores, é simples e aqui explicitada. No momento, não se deve fazer nada, pois não se pode conhecer, no curto prazo, a extensão da queima havida nos tecidos dos cafeeiros. Só esperando a reação das plantas, através das suas brotações, é que se poderá determinar, a médio prazo, o que deve ser feito em termos de praticas de podas de recuperação. Assim, deve-se esperar a retomada do calor e das chuvas pra ver onde brotam as plantas, então poderá ser analisada a situação das lavouras e de cada planta, visando, sempre, a atender ao conceito de cortar, ou não, o menos possível, sendo que em muitos casos vai ser preciso quebrar partes secas apenas com as mãos. A antecipação da poda incorre, ainda, em outro risco. Aquele onde as plantas podadas ficam menos protegidas do frio, pela sua folhagem/ramagem, e, nesse caso, vindo novo frio intenso, o efeito poderia ir até o tronco da planta, com maiores prejuízos. Apesar de não se conhecer, com boa precisão, a extensão das áreas afetadas pelas últimas geadas, já existem indicações de maior efeito em fundos de lavouras e em ares bem planas, na forma de geada de irradiação típica, na qual o ar frio se deposita nas partes mais baixas do terreno e, ainda pela mesma razão, maiores danos têm sido observados em lavouras novas, em formação. Pelo fato de ter diminuído, ao longo dos últimos 20 anos, a frequência de geadas, provavelmente pelo fenômeno do aquecimento global e pelo efeito dos reservatórios de água formados nas zonas cafeeiras, verificou-se que os produtores, até certo ponto, premidos pela falta de áreas nas propriedades, passaram a plantar café em terrenos mais baixos e, por isso, mais sujeitos a geadas. Outras condições e práticas que certamente avoreceram em algumas áreas, a ação do frio sobre os cafeeiros, foram as chuvas neste mês e, em certos casos, a irrigação e a manutenção de faixa de braquiária ou outra cobertura morta nas ruas das lavouras. As chuvas e irrigações, diluindo a seiva em sais, tornam os tecidos mais susceptíveis ao frio e a cobertura vegetal do solo diminui o armazenamento de calor por ele durante o dia e diminui, assim, a irradiação desse calor acumulado durante as noites.

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Especificamente no caso de lavouras novas, uma duvida é sobre a conveniência de retomada mais rápida da irrigação. Nossa indicação é que a prática poderia, sim, reativar o crescimento das brotações, no entanto, caso volte a gear, as plantas irrigadas que ainda não queimaram ficariam mais susceptíveis do que as de sequeiro. Para decidir o que fazer com essas lavouras, especialmente aquelas no 1º ano de campo, mais susceptíveis ao frio, deve-se, igualmente, esperar um pouco. Como pode ser que muitas plantas tenham parte do tronco sem queima, a espera serve pra ver, mais adiante, que percentual de plantas vai ter capacidade de brotar. Se este percentual for significativo, basta replantar eventuais falhas, de plantas mortas. Caso poucas plantas rebrotem, aí sim valeria a pena fazer novo plantio. Nesse caso, como medida preliminar, o cafeicultor deve ir se prevenindo com a produção de mudas para replantio/plantio. Para plantas novas, atingidas por canela de geada, deve-se, primeiro, esperar as brotações, logo abaixo da canela. Quando os brotos estiverem com cerca de 10 cm, deve-se efetuar a desbrota, conduzindo 1 broto por planta e, na medida em que esse broto estiver firme, cortar logo acima, eliminando a haste original, uma vez que a parte superior à lesão vai, aos poucos, amarelecendo até morrer. Para exemplificar os resultados da pesquisa de podas em cafeeiros atingidos por geadas, colocamos, em seguida, dois quadros (clique para ampliar) contendo época de realização da poda e tipo delas.

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Cafezal indo para o segundo ano de campo, em anos de idade, com faixa de braquiária na rua, fator de maior risco de frio. Área baixa e plana e plantas jovens, outros fatores para maior efeito de geadas. Neste caso, indica-se esperar para ver até onde foi a queima pelo frio. Como a copa protege a ramagem e o tronco, provavelmente haverá apenas necessidade de desbrotas. (Foto: Diego B. Rocha, técnico agrícola da Coopadap, em Rio Paranaiba-MG)

Na mesma região, queima mais superficial, em folhas e na forma de capote, em cafeeiros com 3 anos de idade no Cerrado Mineiro – Rio Paranaiba (MG). Nesse caso, não haverá necessidade de qualquer tipo de poda. (Foto Diego Rocha / COOPADAP)

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Geada de capote, em área bem no fundo de lavoura, junto ao vale, no Sul de Minas. Deve-se esperar pra ver até onde queimou, provavelmente não precisará de poda, apenas desbrota e quebra de ponteiros secos, posteriormente. (Foto José Paranaiba) Geadas ainda ameaçam o café em São Paulo Canal Rural 21/07/2016 A geada prejudicou muitas lavouras de café em São Paulo e Minas Grais, mas quem não foi atingido comemora e, ao mesmo tempo, torce para que a onda de frio vá embora o mais rápido possível, já que as baixas temperaturas interrompem a produção dos cafezais. Os prejuízos causados pela chegada de uma massa de ar polar no Centro-Sul do Brasil ainda estão sendo calculados. Por muito pouco, a propriedade de Dalmo Luís Rossi, em Monte Alegre do Sul (SP), não foi afetada pela geada que atingiu a região nesta semana. Sua lavoura de café ocupa uma área de 3 hectares e está em plena colheita.

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"Aqui na minha propriedade, graças a Deus, a gente não teve prejuízo com o café. Havia expectativa muito forte, porque é ano de safra baixa e, se tivesse um frio um pouco mais intenso, o prejuízo ia ser muito grande”, disse o produtor. Na região do Circuito das Águas, em São Paulo, o termômetro marcou 3ºC, com sensação térmica de 1°C. A inversão inesperada do clima pegou muitos produtores desprevenidos, queimando folhas e matando botões floreais nos cafezais, como analisou o engenheiro agrônomo e consultor de café Rovilson Pereira. "O primeiro prejuízo seria a perda de folhas e ramos. Nesse caso, teria que ser feita a poda e a poda depende da geada no lugar. O produtor pode perder a produção inteira ou parcial e aí vem a poda de acordo com a geada", disse. O frio repentino fez Rossi lembrar de duas grandes perdas que sua família teve por causa do clima. "Tivemos um prejuízo muito grande em 1994 e depois outro em 2002. Neste ano, a gente ainda está na expectativa, porque o ciclo de frio vai ser até agosto." A meteorologia indica que os produtores precisam ter atenção redobrada nos próximos meses. Mas, para o produtor rural, não há muito o que fazer quando o assunto é clima. “Dá medo, pois você sempre vai ser pego desprevenido. Não tem como evitar, é coisa do clima. Se o frio vier forte, vai causar prejuízos e não tem o que fazer", lamentou. Áreas de café e cana do Brasil devem ter clima frio, mas sem geadas UOL Notícias 21/07/2016 Thomson Reuters, por Reese Ewing / Tradução: Redação São Paulo Reuters - A previsão meteorológica para as próximas duas semanas em Minas Gerais e São Paulo, dois dos principais Estados produtores de café arábica e cana-de-açúcar do Brasil, aponta para temperaturas frias, mas bem acima de níveis congelantes, de acordo com o Reuters Weather Dashboard. As temperaturas nos Estados de grãos no Sul do Brasil, Rio Grande do Sul e Paraná, devem cair na sexta-feira, mas ficarão acima do ponto de congelamento nas áreas agrícolas. O órgão local de metereologia Somar diz que as áreas agrícolas não devem enfrentar mais geadas até o final de julho. Áreas isoladas nas regiões produtoras de cana e café tiveram geada na segunda-feira, mas o mercado de futuros apenas anotou o evento climático, após os estragos às lavouras parecerem limitados.

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Emater-MG faz mapeamento inédito do parque cafeeiro de Minas Gerais Ascom Emater-MG 21/07/2016

A Emater-MG iniciou um trabalho inédito no país para o mapeamento do parque cafeeiro do Estado. Até o final deste ano, será anunciada com mais precisão qual a área plantada nos 50 municípios com a maior produção de café em Minas e que respondem pela metade da safra estadual. Em 2017, será feito o mapeamento das outras regiões, totalizando 465 municípios. Pela primeira vez, as áreas de café de Minas Gerais estão sendo

mapeadas com o auxílio de imagens do Google Earth. Uma equipe da Emater-MG, em Belo Horizonte, elabora os polígonos das áreas com cafezais, que são as figuras com as demarcações das glebas plantadas com café desenhadas nas imagens dos municípios produtores. Em seguida, os polígonos são comparados às imagens de satélites como o Landsat8, Rapid Eye e Cbrs. As imagens destes satélites, embora tenham uma definição inferior às do Google Earth, são atualizadas com mais frequência. A próxima etapa é identificar os chamados “pontos de dúvida” nos polígonos, onde não foi possível garantir, após a comparação, se as imagens são mesmo de cafezais. Os polígonos serão então enviados para os técnicos no campo, que com um tablet em mãos, irão visitar os locais e validar as informações captadas do Google Earth. “Atualmente temos levantamentos feitos principalmente com entrevistas, mais subjetivos, sem o auxílio desses recursos tecnológicos”, explica o coordenador estadual de Planejamento e Gestão da Emater-MG, Edson Logato. Para fazer o mapeamento, a Emater-MG assinou um convênio com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), no valor de R$ 4 milhões, para compra de veículos, drones softwares, tablets, computadores, impressoras e notebooks. Também assinaram o convênio a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, parceiras neste trabalho. O convênio conta com a contrapartida da Emater-MG e Epamig, no valor de aproximadamente R$ 2,4 milhões, representados por horas de trabalho dos técnicos. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Embrapa também são parceiras do projeto. “Todos estes equipamentos obtidos por meio do convênio irão aprimorar o mapeamento. A grande vantagem do trabalho que começamos a desenvolver é evitar a especulação de preços. O produtor, muitas vezes, fica a mercê de informações com pouca precisão e que podem prejudicar a comercialização”, explica Edson Logato. Outras ações – Além do mapeamento da área de café no Estado, também será feito um levantamento de onde estão os cafés de qualidade superior em Minas Gerais. “Geralmente eles são encontrados nas regiões com maior altitude. As amostras destes cafés deverão ser

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enviadas para análise pelas comissões dos concursos de qualidade dos cafés promovidos pela Emater-MG. Desta forma, teremos uma radiografia de onde se encontram os melhoras cafés produzidos aqui”, explica o coordenador da Emater-MG. O mapeamento do parque cafeeiro também prevê o desenvolvimento de metologias para averiguar a produtividade e o custo de produção em cada região produtora. Neste caso, serão feitas parcerias com universidades e com a Conab. “Outra ação do projeto é a caracterização das paisagens da região produtora de café em Minas Gerais. Ela vai identificar as áreas com maior aptidão para a atividade e aquelas onde o plantio deve ser evitado”, afirma Logato. CEPEA: liquidez interna segue lenta para café arábica e robusta Cepea/Esalq USP 21/07/2016

As cotações internas do café arábica seguem firmes em julho, sustentadas pela desvalorização do dólar frente ao real. Pesquisadores do Cepea indicam que alguns pequenos lotes da variedade têm sido negociados, mas, no início desta semana, o mercado esteve mais calmo. Entre 30 de junho e 20 de julho, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, subiu 0,2%, fechando a R$ 501,38/saca de 60 kg na

quarta-feira, 20. Para o robusta, apesar de a colheita estar praticamente finalizada, os negócios também seguem limitados. A forte seca no Espírito Santo fez com que a produção fosse a menor dos últimos anos, o que ainda sustenta os preços da variedade. O Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo subiu 3,64% na parcial do mês, a R$ 413,77/saca de 60 kg na quarta, 20, patamar recorde, em termos reais (abaixo apenas dos valores observados em dezembro/11, quando a média real foi de R$ 412,95/saca de 60 kg). (Fonte - www.cepea.esalq.usp.br) RO: produtores de café canéfora aprovam colheita semimecanizada no Estado Embrapa 21/07/2016 Renata Silva (Embrapa Rondônia) e Lucas Tadeu Ferreira (Embrapa Café)

Os desafios da escassez de mão de obra têm levado cafeicultores de Rondônia a procurarem por novas tecnologias capazes de mitigar esse problema. É o caso da utilização da colheita semimecanizada do café Canéfora - conilon e robusta, a qual se mostra uma opção bastante vantajosa pela redução de custos que proporciona, além da melhoria da qualidade do café colhido no Estado.

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A Colheita semimecanicada do café conilon e robusta consiste basicamente no emprego de máquinas recolhedoras e trilhadoras do café baseadas no sistema de podas e renovação anual e/ou periódica das lavouras. Assim, os ramos provenientes das podas, ainda contendo os frutos, formam leiras que são trilhadas mecanicamente ou podem simplesmente alimentar as máquinas de forma manual. Essa forma de colheita semimecanizada possui grande potencial por utilizar máquinas mais compactas e de menor custo, além de não exigir a obrigatoriedade da adequação espacial das lavouras de café. Para demonstrar as vantagens do emprego dessa tecnologia, a Embrapa Rondônia realizou no último dia 14 de julho, o workshop de Colheita Semimecanizada do Café Canéfora - Tecnologias para a melhoria da qualidade e redução de custos. As atividades teóricas do workshop foram ministradas na sede do Centro de Treinamento da Emater (Centrer) e a parte prática no campo experimental da Embrapa Rondônia, ambos localizados no município de Ouro Preto do Oeste do Estado. O workshop reuniu produtores que representam 70% da produção de café em Rondônia e que estão buscando tecnologias e soluções para superar a escassez de mão de obra, especialmente no período da colheita, um dos principais fatores que têm limitado o desenvolvimento da produção cafeeira no Estado, tanto em quantidade como em qualidade. Além da participação de produtores café conilon e robusta, o evento também colaborou para promover a integração e união das instituições participantes e promotoras do workshop, como Embrapa Rondônia, Emater-RO, Sebrae, Câmara Setorial do Café e demais entidades que atuam no desenvolvimento da cafeicultura no Estado. "Além do grande esforço institucional conjunto, as duas principais fabricantes de máquinas de colheita semimecanizada se juntaram, deixando de lado as questões de concorrência e competição, que são naturais no mercado, para oferecer aos cafeicultores opções para a construção de uma cafeicultura com excelência de produção e qualidade", destacou o pesquisador da Embrapa Rondônia Enrique Alves. A despeito de ter sido um workshop em nível estadual, o evento chamou a atenção de instituições nacionais e até mesmo de outros países que estão acompanhando a evolução da cafeicultura em Rondônia. Foi o caso da Fundação Neumann que, por meio do seu representante, Elio Cruz, participou do evento. Ele conta que havia uma imagem negativa do café no estado e que isso está mudando. "As notícias que temos hoje do café de Rondônia são as melhores possíveis, despertando curiosidade do mercado e de instituições da área. Eu vim conferir de perto e vejo que é ainda melhor do que estão falando, pois Rondônia está se tornando referência na cafeicultura". Para Cruz, isso é resultado da união dos atores da cafeicultura no estado numa mesma linha de atuação. Para o cafeicultor Júlio César Mendes, de Nova Brasilândia D´Oeste, que também participou do workshop, "esse ano já colhi com a máquina e tive uma redução do custo de 62%. Para termos uma ideia melhor, no passado precisei contratar 80 pessoas para a colheita e nesse ano com uma máquina trabalhamos com 12", comemora o cafeicultor. Ele conta que ainda tem mais benefícios. É possível fazer a poda junto com a colheita, reduzindo tempo e sem deixar a planta passar por estresse, assim como essa tecnologia possibilita deixar o fruto madurar no pé, já que pode programar melhor o tempo da colheita. "Antes, uma colheita podia levar até 30 dias, pois a gente não sabia quando poderia contar com as pessoas para colher. E hoje a gente a faz com até oito dias; aí pode colher o fruto no

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tempo certo, sem risco de perder a lavoura e ganhando até mais com isso", complementa Júlio, que é produtor de café há 17 anos. Hoje com a venda de café com mais qualidade ele também afirma estar ganhando até R$ 15 a mais por saca. Além disso, ele utiliza a máquina para fazer a colheita de seus vizinhos e também ganha dinheiro com isso. "Já quitei minha máquina", revela. Outros pequenos cafeicultores de Rondônia também estão apostando nessa nova tecnologia. Sozinhos ou em grupos, eles estão adquirindo as máquinas de colheita semimecanizadas de café e tornando o processo mais eficiente e lucrativo. Edimar Flegler, cafeicultor da região de Cacoal, conta que neste ano também iniciou a colheita com a máquina, que é de seu cunhado. "Melhorou em vários aspectos: diminuiu o tempo da colheita em mais de 60%; conseguimos colher uma quantidade bem maior de café para poder secar de uma vez, sem deixar ensacado e perdendo qualidade; e a gente pode colher só em família, sem mão de obra de fora", afirma Edimar. Segundo ele, o desafio agora é conseguir vender o café com um preço maior pela qualidade agregada, o que ainda não está ocorrendo na maioria das regiões. De olho nos cafeicultores que já estão utilizando a colheita semimecanizada do café, o senhor Milton Caffer vai adotar essa tecnologia na próxima safra. "O que me chama a atenção é a facilidade da colheita e a redução dos custos. Estou muito atento neste ano para conhecer bem a tecnologia, para no próximo ano utilizá-la na minha lavoura", comenta. Assim como os senhores Milton, Edimar e Júlio, outros 200 cafeicultores que participaram do worshop Colheita Semimecanizada de Café Canéfora, em Ouro Preto do Oeste, ficaram interessados em utilizar a colheita semimecanizada em suas lavouras brevemente. Realização e parcerias – O Worshop de Colheita Semimecanizada de Café Canéfora foi uma realização da Embrapa Rondônia, Emater-RO e Sebrae. Contou também com a parceria do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, Indústrias Pallini & Alves, Indústrias Colombo (MIAC), Agro Mais e Jacomin Agropecuária e Irrigações. Polpa de café vai virar fertilizante Valor Econômico 21/07/2016 Daniela Fernandes | Para o Valor, de Paris Uma startup franco-brasileira está desenvolvendo um projeto de alta tecnologia na área agrícola com apoio financeiro e logístico do governo francês: a empresa quer reciclar a polpa do café, jogada fora no processo produtivo, para transformá-la em carvão vegetal e usar o produto como fertilizante. "No Brasil, 80% dos fertilizantes das lavouras de café são importados. Isso representa 25% do custo de produção", afirma Emmanuel Thiéry, cofundador da startup Cophenol. Além de defender o modelo de economia circular, que respeita o desenvolvimento sustentável, eliminando resíduos produtivos, a startup trabalha para que o fertilizante orgânico obtido com a polpa do café possa aumentar o rendimento da plantação. Esse reaproveitamento contribui, ainda, para a redução das emissões de CO2, o que pode permitir a obtenção de certificações ambientais. Com esse tipo de selo, o produtor consegue vender seu café a preços melhores, lembra Thiéry.

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O projeto começou em 2014, quando Thiéry, formado em física e química, passou a estudar meios para reciclar resíduos do café. A tecnologia para reutilizar o pó de café usado já existe, mas no caso da polpa isso é pouco pesquisado. O encontro com a catarinense Mariana Bittencourt, doutoranda em economia ambiental em Paris e também cofundadora da Cophenol, acelerou o processo no ano passado. Após uma visita a produtores de café da região do Cerrado Mineiro, eles decidiram focar na produção de carvão vegetal devido à necessidade dos agricultores de reduzirem custos com fertilizantes. A Cophenol foi a única startup brasileira entre as 23 escolhidas de um total de mais de 700 projetos recebidos pelo programa "French Tech Ticket", oferecido pelo governo da França a estrangeiros (apenas um francês pode integrar cada equipe). O programa visa criar, em Paris e outras cidades do país, "Vales do Sicílio" de inovação em diversas áreas. A França vem investindo pesado para atrair startups internacionais. Além de bolsas, cujo montante será de € 45 mil por projeto a partir de 2017, o governo oferece logística. A primeira edição do "French Tech Ticket" começou em março em Paris. No lançamento do programa, os fundadores da Cophenol foram recebidos em uma cerimônia no Palácio do Eliseu pelo presidente François Hollande e pelo ministro da Economia, Emmanuel Macron. A "incubadora" da Cophenol fica na região do Sentier, bairro popular de Paris que concentra confecções. As pesquisas científicas são feitas no laboratório da Universidade Paris 13, sob a responsabilidade de Moussa Dicko, outro membro da startup. Mariana estabeleceu contatos com a Embrapa e com institutos no Brasil, como a Universidade de Lavras, em Minas, e o Instituto Agrônomo de Campinas (IAC), que poderão se associar às pesquisas no futuro. O processo para transformar a polpa do café em carvão vegetal é realizado por meio de pirólise (aquecimento). O método, diz Thiéry, permite obter uma biomassa de melhor qualidade e que pode ser usada como fertilizante em menor quantidade, diminuindo custos para os produtores. "O carvão vegetal que existe hoje é limitado a certos tipos de uso e deve ser utilizado em grandes volumes", afirma ele. Os estudos estão voltados ao café arábica, o mais produzido no mundo, e o objetivo da Cophenol é firmar parcerias com cooperativas brasileiras. A Cophenol também está desenvolvendo a transformação de resíduos de cereais, como canola, em carvão vegetal e bio-óleo. Essas atividades estão voltadas para a França e devem avançar mais rapidamente a partir do próximo ano, avaliam os fundadores da startup. Ela receberá em breve mais alguns milhares de euros de outro órgão francês para avançar em suas pesquisas.