brief transparência» revista semanal 25
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De 09-01-2012 a 15-01-2011TRANSCRIPT
Transparência
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REVISTA SEMANAL ↘ 09.01 - 15.01_2012
Revista de Imprensa
16-01-2012
1. (PT) - Público, 09/01/2012, Sócrates arrolado pela acusação no caso Independente 1
2. (PT) - Público, 09/01/2012, PCP pressiona PSD e CDS-PP para chegarem a entendimento sobre
enriquecimento ilícito
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3. (PT) - Diário de Notícias, 09/01/2012, Estratégia para combater corrupção 3
4. (PT) - Correio da Manhã, 09/01/2012, Fisco admite risco de corrupção na venda de bens 4
5. (PT) - Público, 11/01/2012, Julgamento do processo Taguspark adiado sine die 7
6. (PT) - Jornal de Negócios, 11/01/2012, Ministério Público quer supervisores a trocar informação 8
7. (PT) - Diário de Notícias, 11/01/2012, Corrupção e ´rating´ dos países andam ligados 9
8. (PT) - Correio da Manhã, 11/01/2012, Novo manual de boas práticas contra corrupção 10
9. (PT) - Correio da Manhã, 11/01/2012, Medidas mais duras 11
10. (PT) - Público, 12/01/2012, Procuradora-geral adjunta entende que prevenção da corrupção passa pelo
encorajamento da denúncia
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11. (PT) - Jornal de Notícias, 12/01/2012, Morgado quer mais agentes encobertos 13
12. (PT) - Jornal de Negócios, 12/01/2012, Crise vai agravar crime e corrupção em Portugal, alerta Ministério
Público
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13. (PT) - Correio da Manhã, 12/01/2012, "Construir lei correcta" - Entrevista a Euclides Dâmaso 15
14. (PT) - Sol, 13/01/2012, PSD pronto a avançar sem o CDS 16
15. (PT) - Sol, 13/01/2012, Bombeiros sob investigação 19
16. (PT) - Público, 13/01/2012, Devolução de 2,9 milhões ao BPP defendida pelos representantes do Banco
de Portugal
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17. (PT) - Público, 14/01/2012, Mais um examinador detido por corrupção 22
18. (PT) - Expresso, 14/01/2012, Tribunal "traz" Sócrates de volta à universidade 23
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Tiragem: 43909
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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José Bento Amaro
a A presença de José Sócrates, ho-je, no julgamento da Universidade Independente (UNI) ainda não é um dado confi rmado. O ex-primeiro mi-nistro foi arrolado pelo Ministério Público (MP) como testemunha de acusação, mas, como tem residência em Paris, pode não comparecer. No caso de se apresentar no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, pode ainda ser confrontado com pormenores relati-vos ao modo como obteve, naquela universidade, a sua licenciatura em Engenharia.
José Sócrates fora inicalmente arro-lado como testemunha de defesa do reitor da UNI, Luiz Arouca, o qual res-ponde por crimes de associação cri-
minosa, abuso de confi ança, fraude fi scal, burla, corrupção e falsifi cação de documentos. No entanto, Arouca veio a prescindir do seu depoimen-to em tribunal. Desse modo evitava que o antigo governante pudesse ser confrontado com questões incómo-das. Só que o MP entendeu que a sua presença pode ser determinante no desfecho do julgamento e arrolou-o como testemunha de acusação.
Em declarações à imprensa feitas no mês passado, o advogado Vítor Parente Ribeiro, que defende Luiz Arouca, adiantou que não havia qual-quer intenção em dispersar a atenção do que se está a discutir no processo questionando o modo como José Só-crates obteve a sua licenciatura.
Hoje deverá igualmente ser ouvi-
do João Cravinho. O antigo ministro e deputado socialista é uma das tes-temunhas abonatórias de Luiz Arou-ca. Segundo Vítor Parente Ribeiro, o antigo ministro não terá qualquer co-nhecimento dos factos que estão na origem deste julgamento, tendo sido arrolado como testemunha apenas pelo facto de ser um velho conhecido de Arouca.
As investigações à UNI iniciaram-se em 2006 e concluíram-se três anos mais tarde, tendo sido inicialmente constituídos 26 arguidos. Entre eles contam-se os dois outros vice-reitores do estabelecimento, Lima de Carva-lho e Rui Verde, os quais estiveram envolvidos em diversas polémicas com Arouca tendo como objectivo fi car na liderança da universidade.
Sócrates arrolado pela acusação no caso Independente
José Sócrates
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Tiragem: 43909
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Âmbito: Informação Geral
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PCP pressiona PSD e CDS-PP para chegarem a entendimento sobre enriquecimento ilícito
Sofia Rodrigues
Bancada comunista impõe prazo para um acordo até ao final do mês. Caso contrário, pede votação dos projectos
a A bancada do PCP vai pressionar, esta semana, o PSD e o CDS para che-garem a um entendimento sobre o projecto do enriquecimento ilícito, disse ao PÚBLICO o deputado comu-nista António Filipe. A divergência dos dois partidos da maioria tem im-pedido avanços na discussão dos di-plomas que já entraram na comissão parlamentar há mais de três meses.
António Filipe vai fazer um ultima-to na próxima reunião da Comissão de Assuntos Constitucionais, quarta-feira: “As bancadas da maioria têm de se entender até ao fi nal deste mês, sob pena de o PCP requerer a vota-ção dos projectos na especialidade e
a fi nal global em plenário”. António Filipe lembra que “o PSD faz maioria com o PCP” e que isso permite dis-pensar o voto a favor do CDS sobre os diplomas em discussão.
Os projectos de lei do PSD/CDS, PCP e BE que criminalizam o enri-quecimento ilícito foram aprovados na generalidade a 23 de Setembro e desde essa altura que estão na comis-são parlamentar. PSD e CDS apre-sentaram um projecto comum, mas desde logo fi zeram saber que tinham divergências sobre o âmbito da apli-cação da lei. Os sociais-democratas pretendem que a criminalização do enriquecimento ilícito se estenda a todos os cidadãos, mas os centristas preferem que fi que restringida aos titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, tendo sido este, ali-ás, o princípio que fi cou estabelecido no diploma. Os dois partidos da coli-gação não se entenderam e a questão chegou ao mais alto nível no Governo.
A divergência entre Passos Coelho e Paulo Portas ditou que o caso fi casse em banho-maria em Dezembro. Ao que o PÚBLICO apurou, desde então que não houve qualquer evolução no impasse entre os dois líderes.
Mas o PCP exige uma solução nas próximas semanas. “Isto não pode fi car eternamente congelado na co-
missão nem à espera que PSD e CDS se entendam”, afi rmou António Fi-lipe. O deputado comunista admite que a sua bancada possa viabilizar uma proposta que não vá tão longe como desejaria. A proposta comu-nista (ao contrário do projecto de lei do BE) abre a porta a que o crime
de enriquecimento ilícito se aplique a qualquer cidadão. “Mas se houver um avanço signifi cativo, não será por nós que será inviabilizado”, refere, lembrando que o PSD utilizou este instrumento de combate à corrupção como bandeira eleitoral.
A bancada do PSD tem-se mostrado intransigente na defesa de um âmbito mais geral da lei com o argumento de que ninguém pode fi car de fora da criminalização do enriquecimento “injustifi cado”, o que permitiria até que os familiares dos visados esca-passem aos tribunais.
O CDS, por seu turno, considera que o crime fi scal a que fi caria su-jeito um qualquer cidadão por ter rendimentos não-declarados em se-de de IRS já está consagrado na lei. Por outro lado, os centristas receiam que uma lei mais geral suscite uma avalanche de denúncias por razões de vingança pessoal, lançando um clima de suspeição geral na sociedade.
O deputado comunista António Filipe lembra que o PSD faz maioria com o PCP e têm uma posição convergente
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Tiragem: 156337
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Âmbito: Informação Geral
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Âmbito: Informação Geral
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Julgamento do processo Taguspark adiado sine die
a O início do julgamento do cha-mado processo Taguspark, previsto começar hoje no Campus da Justiça de Lisboa, foi adiado sine die. Uma polémica em torno do tribunal com competência para julgar o caso con-tribuiu para o adiamento, existindo dúvidas sobre se será julgado em Lis-boa, em Oeiras ou em Aveiro.
No banco dos réus sentam-se Rui Pedro Soares, Américo Thomati e João Carlos Silva, ex-administrado-res do parque de ciência e tecnologia de Oeiras. Na acusação, o Ministério Público concluiu existirem indícios sufi cientes para levá-los a julgamen-to, por corrupção passiva para acto ilícito.
Em causa está o apoio dado pelo ex-jogador de futebol Luís Figo ao an-tigo primeiro-ministro José Sócrates, que os investigadores concluíram ter sido dado em troca de contraparti-das, como os 350 mil euros por ano para promover internacionalmente a imagem do complexo localizado em Oeiras. Figo acabou, no entanto, por não ser acusado, já que desconhecia que o Taguspark era uma empresa de capitais públicos. P.T.C.
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Procuradora-geral adjunta entende que prevenção da corrupção passa pelo encorajamento da denúncia
Paula Torres de Carvalho
a A prevenção da corrupção passa também pelo encorajamento da de-núncia por parte de quem testemu-nha os crimes, afi rmou ontem, em Lisboa, a directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e procuradora-geral adjun-ta, Cândida Almeida. Esta é uma das ideias que constam no Manual de Boas Práticas no Combate à Corrupção que foi apresentado, ontem, no fi nal da última conferência sobre o combate à corrupção, na Gulbenkian, promo-vida pelo DCIAP.
“Um dos maiores problemas que se colocam à investigação da corrup-ção prende-se com a inexistência de vítimas concretas ou testemunhas que denunciem os factos”, lê-se no manual, onde se nota que aqueles que têm conhecimento directo dos factos são, geralmente, os que com eles benefi ciam, não tendo, por isso, qualquer interesse em denunciá-los. As verdadeiras vítimas dos crimes de corrupção, os cidadãos, muitas vezes desconhecem os factos concretos que permitem desencadear uma investi-gação.
Qualquer estratégia de prevenção da corrupção passa, por isso, “ne-
cessariamente pelo encorajamento daqueles que a testemunham ou que dela sejam conhecedores a trazê-la à luz do dia, desiderato alcançável com uma melhor educação sobre o fenómeno da corrupção, os males que causa e os padrões que são de exigir na gestão do interesse público e na administração pública”, defende-se no referido manual elaborado com base num documento da ONU. Nele
ontem na Gulbenkian, o procurador-geral da República salientou que, “apesar de alguns insucessos, a ver-dade é que a prevenção e punição são hoje qualitativa e quantitativamente maiores do que em passado recente”. E apontou como exemplos as inves-tigações aos bancos, às autarquias e ao mundo do desporto em Portugal, bem como a recuperação de “milhões de euros” em consequência da inves-tigação de alguns processos de cor-rupção. No seu discurso, Fernando Pinto Monteiro salientou ainda que as difi culdades no combate à corrup-ção, da qual o cidadão “é a verdadei-ra vítima”, não se devem à falta de leis, mas sim à forma como estas são aplicadas.
Maria José Morgado, directora do Departamento de Investigação e Ac-ção Penal (DIAP) de Lisboa, revelou que existem actualmente quatro pre-sos preventivos e sete em prisão domi-ciliária por corrupção activa, em re-sultado da investigação de processos de corrupção pelo DIAP de Lisboa. E criticou a falta de meios com que se debatem os vários departamentos de investigação e acção penal de todo o país, principalmente a falta de acesso a bases de dados, uma forte limitação para os investigadores.“Nunca a corrupção foi tão investigada” como hoje, disse o PGR
ENRIC VIVES-RUBIO
se explica em que consiste o crime de corrupção, quem tem competência para o investigar e quais são as leis existentes, bem como as regras de ob-tenção de prova, entre vários outros procedimentos a adoptar. Corrupção que, segundo o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, “nunca foi tão detectada e investigada como nos tempos actuais”.
Na comunicação que apresentou
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Liquidação do BPP Decisão jurídica desfavorável ao BdP, que já recorreu
Liquidação do BPP já gerou vários diferendos jurídicos
Devolução de 2,9 milhões ao BPP defendida pelos representantes do Banco de PortugalEm causa está dinheiro que tinha sido entregue pelo BPP como garantia e que o banco central transferiu para o Tesouro. Tribunal do Comércio considerou operação “ilegal”
a Os representantes do Banco de Portugal na comissão liquidatária do BPP, Luís Máximo dos Santos, presi-dente, Manuel Mendes Paulo e Silva Ferreira, defenderam em tribunal que a autoridade liderada por Carlos Costa deve devolver à massa falida os cerca de 2,9 milhões de euros que já foram entregues ao Tesouro. Em causa está um diferendo jurídico en-volvendo um penhor constituído a favor do Estado em Dezembro de 2008, quando foram injectados no BPP 450 milhões com aval público e que nunca foram pagos.
Em Julho do ano passado, o Tri-bunal do Comércio de Lisboa orde-nou ao BdP que devolvesse, “em dez dias, à comissão liquidatária [do BPP]” 2,904 milhões de euros por “pertencerem à massa insolvente”. A juíza considerou “ilegal”, “abso-lutamente incompreensível”, “erra-da” e “absurda” a decisão do BdP de transferir para o Tesouro (Ministério das Finanças) a quantia entregue pe-lo BPP em garantia de um penhor dado pelo Estado.
Em Agosto, o BdP recorreu da decisão por entender que a conta, de 2,9 milhões de euros (que o su-pervisor refere serem 2,7 milhões) “não estava arrolada”, o que abriu uma ronda de contra-alegações apresentadas pela comissão liqui-datária e que terminaram no final de 2011.
O processo já pode ser consultado e revela que os nomes indicados pe-lo BdP para a comissão liquidatária, Máximo dos Santos, Mendes Paulo e Silva Ferreira, estiveram em tribu-nal a defender a devolução ao BPP do dinheiro com argumentos coin-cidentes com os da juíza do tribunal comercial, que contrariam os inte-resses do BdP e do Estado. Apesar de terem sido indicados pelo BdP, e de serem quadros da instituição, Máximo dos Santos, Mendes Paulo e Silva Ferreira têm autonomia de ac-ção, pois representam os interesses de todos os credores do BPP.
Cabe ao Tribunal da Relação a última palavra sobre um diferendo jurídico que não tem precedentes e que gira à volta de saber qual a na-tureza do penhor de 2,9 milhões de euros constituído a favor do Estado. Se é um penhor comum, que deve ser entregue ao Tesouro no quadro da lista de credores arrolada, como
defende a comissão liquidatária; ou se é um penhor fi nanceiro, que per-mite que mesmo em situação de fa-lência de uma empresa os credores se apropriem dele, como argumenta o BdP.
Até há cerca de ano e meio, a quantia de 2,9 milhões de euros (2,7 milhões segundo o BdP), estava clas-sifi cada no BdP como uma disponi-bilidade monetária de um penhor constituído a favor do Estado pelo BPP, em Dezembro de 2008, na se-quência do pedido de ajuda fi nan-ceira realizado por João Rendeiro. Para evitar que o BPP declarasse fa-lência, o Estado deu um aval pessoal a um empréstimo de 450 milhões de
Cristina Ferreira
DANIEL ROCHA
euros concedido por um sindicato bancário formado pela banca portu-guesa. O crédito nunca foi liquidado e o Estado teve de se substituir ao BPP para saldar a dívida.
Inicialmente o penhor incidiu so-bre valores mobiliários (títulos), que venceram há cerca de ano e meio, altura em que a verba passou a ser indicada como disponibilidade mo-netária. Pouco depois, a pedido das Finanças, os 2,7 milhões de euros foram entregues ao Tesouro.
Após a intervenção estatal no BPP, em Dezembro de 2008, este viria mais tarde, a 16 de Abril de 2010, a ser declarado insolvente. Na sequência foram abertas várias
investigações quer pelo Ministério Público, quer pelas autoridades de supervisão fi nanceira. A CMVM e o BdP (que apurou crimes de contabi-lidade) acusaram os ex-administra-dores da equipa liderada por João Rendeiro, e o próprio fundador, de várias ilicitudes graves.
Já as responsabilidades a nível criminal continuam por apurar. Na primeira linha das investigações es-tão João Rendeiro, Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital, todos arguidos e sobre quem há suspeitas de terem cometido crimes de falsifi cação de documentos, branqueamento de ca-pitais, burla qualifi cada e criação de veículos fi ctícios.
Em Julho do ano passado,
o Tribunal do Comércio de
Lisboa ordenou ao BdP que
devolvesse, “em dez dias, à
comissão liquidatária [do
BPP]” 2,904 milhões de euros
por “pertencerem à massa
insolvente”
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Mais um examinador detido por corrupção
Lisboa
a A Polícia Judiciária anunciou on-tem a detenção de um examinador de condução de Lisboa, de 54 anos, suspeito de corrupção, por alegada-mente atribuir cartas de condução a pessoas que não satisfaziam os requi-sitos legais. Segundo a PJ, “a activida-de criminosa” do detido “permitiu que vários condutores circulassem nas estradas sem possuírem forma-ção adequada”. A operação surgiu na sequência de outra, em Maio, duran-te a qual foram detidos seis homens e duas mulheres, examinadores e ins-trutores, suspeitos de receber dinhei-ro para passar alunos e possibilitar-lhes a obtenção da carta. Durante a investigação foram detectados “de-zenas de condutores a quem foram apreendidas as cartas de condução”. A PJ concluiu então que “um elevado número de indivíduos” circulava com cartas obtidas desta forma.
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