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De 16-12-2013 a 22-12-2013TRANSCRIPT
REVISTA SEMANAL 111
DE 16-12-2013 A 22-12-2013
BRIEFING INTELI|CEIIA » TRANSPARÊNCIA || 2013
Revista de Imprensa23-12-2013
1. (PT) - Diário de Notícias da Madeira, 16/12/2013, Procuradoria recebe 5.771 denúncias em três anos 1
2. (PT) - Público, 17/12/2013, Pai de Messi desvinculado de lavagem de dinheiro 2
3. (PT) - i, 17/12/2013, O discurso da corrupção 3
4. (PT) - Público, 18/12/2013, Desafio a Erdogan com prisões por corrupção 4
5. (PT) - Público, 19/12/2013, Partidos da Madeira gastaram 4,4 milhões de euros em 2012 sem justificarutilização
5
6. (PT) - Jornal de Notícias, 19/12/2013, Patrão da Conforlimpa novamente na prisão por falar atestemunhas
6
7. (PT) - Jornal de Notícias, 19/12/2013, Fuga ao Fisco no Nacional acaba em absolvição 7
8. (PT) - Jornal de Notícias, 19/12/2013, Condenados por cartas falsificadas 9
9. (PT) - i, 19/12/2013, Chefes da polícia demitidos após prisão de 52 pessoas por corrupção 10
10. (PT) - Correio da Manhã, 19/12/2013, Vasconcellos em tribunal 11
11. (PT) - Correio da Manhã, 19/12/2013, Rui Alves absolvido no Funchal 12
12. (PT) - Correio da Manhã, 19/12/2013, Material sem uso custa 23 milhões 13
13. (PT) - Correio da Manhã, 19/12/2013, Erdogan trava investigação 14
14. (PT) - Correio da Manhã, 19/12/2013, Corrupção com cartas fica livre da cadeia 15
15. (PT) - i, 20/12/2013, Tribunais administrativos. Processo contra o estado param anos a fio. Reformaavança em 2014
16
16. (PT) - Diário de Notícias, 20/12/2013, Antigo PM de Mubarak absolvido 18
17. (PT) - Público, 21/12/2013, As responsabilidades na economia paralela 19
18. (PT) - Público, 21/12/2013, Ana Gomes coloca comissário europeu contra Aguiar-Branco 20
19. (PT) - Jornal de Notícias, 21/12/2013, MP contra "tradição" das prendas a funcionários 21
20. (PT) - Jornal de Notícias, 21/12/2013, Escutas a sucateiro de Ovar não provam luvas de 2500EUR 23
21. (PT) - Jornal de Notícias, 21/12/2013, "Caso das secretas" em debate a 7 de Fevereiro 24
22. (PT) - i, 21/12/2013, Ana Gomes apresenta queixa-crime na PGR 25
23. (PT) - Diário de Notícias, 21/12/2013, Debate instrutório sobre caso das secretas em fevereiro 26
24. (PT) - Diário de Notícias, 21/12/2013, «Há várias semelhanças com o processo dos submarinos» 27
25. (PT) - Correio da Manhã, 21/12/2013, Vasconcellos em tribunal 29
26. (PT) - Correio da Manhã, 21/12/2013, Buscas nas sede do Partido Popular 30
27. (PT) - Correio da Manhã, 21/12/2013, Arguido penhora bens da câmara 31
28. (PT) - Jornal de Notícias, 22/12/2013, Corrupção abala Turquia 32
29. (PT) - Diário de Notícias, 22/12/2013, Escândalo de corrupção cada vez mais próximo de Recep Erdogan 33
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Tiragem: 11662
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Regional
Pág: 23
Cores: Cor
Área: 11,67 x 9,67 cm²
Corte: 1 de 1ID: 51350152 16-12-2013
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Tiragem: 38013
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 44
Cores: Cor
Área: 5,39 x 30,26 cm²
Corte: 1 de 1ID: 51365209 17-12-2013
O nome do pai de Lionel Messi an-
dou ontem nas bocas do mundo na
sequência de uma notícia do jornal El
Mundo que dava conta de que Jorge
Messi estaria a ser investigado por
ligações a uma rede de narcotráfi co
que procedia à lavagem de dinheiro
através de eventos de solidarieda-
de. A Guardia Civil espanhola e as
autoridades colombianas comuni-
caram, entretanto, que está encerra-
da a operação desencadeada contra
uma rede de tráfi co de droga e que a
participação da família Messi no caso
nunca esteve em causa.
No olho do furacão estarão even-
tos de benefi cência, entre os quais
se contam alguns jogos particulares
conhecidos como “Os amigos de Mes-
si”, mas também concertos, dentro e
fora de Espanha. A rede de narcotrá-
fi co em causa teria origem na Colôm-
bia, país onde já foram feitas deten-
ções, e, segundo revelou a Guardia
Civil à Europa Press, a única razão
pela qual foram ouvidos no processo
alguns jogadores do Barcelona e tam-
bém Jorge Messi foi a necessidade de
conhecer mais pormenores sobre a
organização desses eventos. Em ne-
nhum momento, esclarecem as au-
toridades espanholas, os Messi ou
qualquer futebolista do Barça foram
considerados suspeitos.
Durante a investigação, iniciada
em Abril de 2012, foram detidas qua-
tro pessoas e indiciadas outras 12. Os
investigadores terão concluído que
era uma empresa colombiana que
estava por detrás dos eventos, uti-
lizando um esquema que consistia
em manipular a venda dos bilhetes,
através da chamada Fila 0, uma cate-
goria de ingressos que são vendidos
mas aos quais não corresponde um
lugar no estádio.
Em todo o caso, segundo o jornal
A Marca, os agentes encarregados da
investigação terão congelado bens no
valor de 500 mil euros em socieda-
des relacionadas com o caso.
A empresa que representa os direi-
tos de imagem de Messi, LMM (Leo
Messi Management) já emitiu um
comunicado frisando que a Funda-
ção Leo Messi “não organiza esses
jogos”, que são geridos “por tercei-
ros”. PÚBLICO
Pai de Messi desvinculado de lavagem de dinheiro
Futebol
Jorge Messi foi ouvido no âmbito de investigação sobre branqueamento de capitais do narcotráfico, mas nunca foi suspeito
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Tiragem: 27259
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 12
Cores: Cor
Área: 16,90 x 21,39 cm²
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Tiragem: 38013
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 27
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Tiragem: 38013
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 13
Cores: Preto e Branco
Área: 21,33 x 13,67 cm²
Corte: 1 de 1ID: 51406382 19-12-2013
Os grupos parlamentares e deputa-
dos de partidos representados por
um único elemento na Assembleia
Legislativa da Região Autónoma da
Madeira (ALRAM) não justifi caram a
utilização “nos fi ns legalmente pre-
vistos” de um total de 4,377 milhões
de euros recebidos em 2012 a título
de subvenção para apoio à actividade
parlamentar.
No parecer às contas do Parla-
mento madeirense, aprovado on-
tem, a secção regional do Tribunal
Partidos da Madeira gastaram 4,4 milhões de euros em 2012 sem justificar utilização
de Contas (TC) revela que subsiste
“a possibilidade de estas convenções
estarem a ser utilizadas para fi ns não
relacionados com a actividade par-
lamentar”. Por isso, recomenda ao
conselho de administração da AL-
RAM que desenvolva mecanismo de
controlo de tais transferências, com
vista à comprovação da sua devida
utilização. E, para o adequado pro-
cedimento jurisdicional, enviou o
documento ao Ministério Público.
Devido à recusa sistemática em fa-
cultar aos auditores os documentos
comprovativos da aplicação de tais
verbas públicas, o TC aplicou recen-
temente uma multa de 500 euros aos
líderes parlamentares e deputados
regionais prevaricadores, no âmbi-
to da auditoria à conta de 2010. Ao
entregar o parecer na Assembleia, o
conselheiro presidente do tribunal,
Guilherme d’Oliveira Martins, consi-
derou “inoportuno” tecer qualquer
AutonomiasTolentino de Nóbrega
Tribunal de Contas multa deputados madeirenses por sonegação de dados solicitados em acção fiscalizadora
o mandato após a oitava legislatura.
Em 2012 foram indevidamente
abonados subsídios de integração a
ex-deputados no montante de 283
mil euros. Também os membros
dos gabinetes parlamentares do
PSD, CDS, PTP e PCP auferiram in-
devidamente em subsídios de férias
e de Natal o montante de 93 mil eu-
ros, dos quais 84 mil ultrapassavam
os limites impostos pela lei do Orça-
mento do Estado.
A ALRAM obteve em 2012 um re-
sultado líquido negativo de 801 mil
euros, o que não se verifi cava desde
2006, regista o TC. O parecer refere
ainda que a gerência do ano passa-
do abre um saldo de 1,9 milhões de
euros provenientes da gerência ante-
rior, tendo sido nela movimentados
a débito 15,8 milhões e a crédito 16,4
milhões, pelo que o saldo que transi-
ta para a gerência seguinte ascende
a 1,4 milhões de euros.
comentário ao facto de os deputados
sonegarem tal informação, adiantan-
do apenas que o TC “é um tribunal
cujas decisões obedecem a regras
processuais”.
Quanto aos anos de 2005 e 2006,
foi adiado para 13 de Janeiro, a pedi-
do de um advogado invocando a sua
condição de deputado, o julgamento
do “desvio” de um montante na or-
dem dos seis milhões indevidamente
utilizados em campanhas eleitorais e
fi ns diversos, verbas cuja devolução é
reclamada pelo Ministério Público.
No parecer aprovado ontem no
Funchal, em sessão presidida por Oli-
veira Martins, este tribunal recomen-
da à ALRAM que “implemente as me-
didas constantes no Plano de gestão
de riscos de corrupção e infracções
conexas”. Exige que cumpra o dis-
posto na lei n.º 52/2005, que fez ces-
sar o direito ao subsídio de integra-
ção aos ex-deputados que iniciaram
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Tiragem: 84905
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 14
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Área: 21,96 x 16,21 cm²
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Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 38
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Period.: Diária
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Tiragem: 27259
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Tiragem: 154796
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Tiragem: 27259
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Página 16
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Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Tiragem: 32479
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Period.: Diária
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Corte: 1 de 1ID: 51445640 21-12-2013
As responsabilidades na economia paralela
1. A economia paralela é uma
preocupação transversal à
sociedade portuguesa. Ao mesmo
tempo que se reivindica o seu fi m
no cartaz de manifestação, está
nas preocupações do Governo ao
analisar a política fi scal. Muitos
reivindicam contra ela, vários
declaram ou fi ngem combatê-la
e alguns manipulam e controlam
a sua existência e os seus avolumados
benefícios. São quarenta e quatro mil
milhões em 2012, representando 26,7% do
produto interno bruto ofi cial do país, isto
é, conforme os registos da contabilidade
nacional. Um montante de actividades
que se pagassem impostos faria com que
não tivéssemos “excessivo” défi ce no
Orçamento do Estado (admitindo, com
muita improbabilidade, que toda a sua
actividade está aí refl ectida).
Mas não são só os montantes. Também
conta a tendência de evolução dessa
economia não-registada que passa de 9,2%,
em 1970, para o montante acima referido,
conforme os estudos do Observatório de
Economia e Gestão de Fraude.
Responsabilidade de cada um de
nós? Responsabilidade do Governo,
bode expiatório das nossas desilusões?
Responsabilidade do sistema, declarada
quando não conseguimos identifi car as
causas?
2. Quando, no início do presente milénio,
estudámos a globalização, quando as
turbulências da crise ainda não existiam,
mas eram previstas, a partir da observação
das suas características (subestimação das
actividades produtivas, poder crescente do
sector fi nanceiro, aumento da importância
relativa das actividades especulativas e da
circulação do capital, fi ctício, totalmente
desligado da satisfação das necessidades da
sociedade e de todos nós), concluímos da
existência de uma importante actividade
ilegal (droga, órgãos humanos, espécies
protegidas, armamento, escravatura,
etc.). Acrescentaríamos hoje uma forte
dimensão da fraude e da corrupção, do
branqueamento de capitais.
Os crimes socialmente mais
relevantes são praticados por quem está
profundamente integrado na sociedade,
pela criminalidade de colarinho branco.
A crise de 2007 poderia ter conduzido
a uma alteração dos modelos de
comportamento, como pareciam indiciar
algumas declarações políticas de então,
mas o poder económico conseguiu
subjugar o poder político, e tudo continuou
parecido. Demonstram-no as políticas
assumidas e a realidade dos paraísos
fi scais e tributários, vulgo off shores, que
são espaços legalmente constituídos e
politicamente suportados para difi cultar a
criminalização nacional dos actos ilícitos,
para aproximar actividades legais e a
criminalidade económica internacional,
para disfarçar a grande corrupção, para
fl uir o branqueamento de capitais, para
implantar empresas-fantasma e reforçar a
fraude fi scal.
E tudo isto está estreitamente associado a
uma profunda desigualdade na distribuição
do rendimento, assumindo frequentemente
formas que qualquer moral do senso
comum rejeitaria: as fraudes e crimes
de uns (uma elite económica e política
defraudadora) são pagas pelos que nada
têm a ver com o assunto e, muitas vezes, se
encontram no limiar que separa viver do
de sobreviver. Para que o capital fi nanceiro
não se desvalorize, desvalorizam-se as
condições de vida das populações.
O sistema económico e social
actualmente existente é responsável: é
o Preço da Desigualdade, para referir o
título dum recente livro de Stiglitz. Mas a
responsabilidade não se dilui: há actores
responsáveis e reconhecidos.
3. A tendência de aumento da economia
não registada nas últimas décadas é, em
primeiro lugar, resultado da integração
do nosso país nesta dinâmica global da
globalização. Contudo, tal não reduz a
responsabilidade dos poderes políticos
neste processo: durante grandes
períodos tem havido uma cumplicidade e
envolvimento nessa dinâmica internacional,
facilitou-se o controlo de importantes
segmentos do
Estado pelo poder
económico. A
crise acelerou as
tensões existentes
e aumentou as
desigualdades
sociais no nosso
país.
Neste contexto
foi-se assistindo
nacionalmente
a um conjunto
de actuações
de curto prazo,
mas duradoiras,
que minaram a
confi ança entre
o Estado e os
cidadãos. Como diz
Finura, “a confi ança
(...) permite (...)
aos indivíduos
e às sociedades
lidarem com a
complexidade e a
incerteza no mundo
(...), porque se
constitui ela própria
num mecanismo
de simplifi cação”.
Quando ela
Os crimes socialmente mais relevantes são praticados por quem está profundamente integrado na sociedade, pela criminalidade de colarinho branco
MIGUEL MADEIRA
Debate Poder político e mercadosCarlos J. G. Pimenta
se rompe, ou continua esfacelada, a
incerteza avoluma-se, as relações sociais
enfraquecem-se, a ética degenera, os
desonestos reforçam o seu poder, porque
fi cam em melhores condições de “vencer a
concorrência”.
E há razões para essa quebra de
confi ança. A carga fi scal aumenta e
os serviços públicos diminuem, ao
mesmo tempo que os contratos com os
cidadãos são unilateral e politicamente
violados. A corrupção, a fraude fi scal e o
crime económico-fi nanceiro são menos
combatidos que os “crimes de rua”,
que o não cumprimento de obrigações
de muitas famílias por estritas razões
de sobrevivência. As desigualdades na
distribuição do rendimento agravam-se
obscenamente.
Esta falta de confi ança cria grande
incerteza no futuro, dilui a coesão social,
reforça a barbárie. A Igreja Católica
bem tem chamado a atenção para estas
dinâmicas castradoras da dignidade
humana.
4. Quanto às responsabilidades de cada
um, elas são muito diferenciadas. Há quem
canibalize, quem viva e quem sobreviva.
O Homem deveria ser a razão da
actividade económica, mas quem anseia
respeito e dignidade tem de procurar
substituir o Estado-mercado pelo Estado-
nação, para utilizar a terminologia de
Napoleoni.
Só em democracia se reduz a economia
não-registada, mas não acontecerá
enquanto o poder político estiver
exclusivamente subjugado à dinâmica
económica, aos “mercados”.
Presidente da direcção do Observatório de Economia e Gestão de FraudePágina 19
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Tiragem: 38013
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Corte: 1 de 1ID: 51445604 21-12-2013
PAULO PIMENTA
Ana Gomes coloca comissário europeu contra Aguiar-Branco
Governo nunca invocou que os ENVC construíam navios para a Marinha, diz a eurodeputada Ana Gomes
Para lá da queixa-crime entregue na
Procuradoria-Geral da República e
o pedido à Comissão Europeia para
que suspenda o processo de subcon-
cessão dos Estaleiros Navais de Viana
do Castelo (ENVC), o que resultou da
iniciativa de ontem da eurodeputa-
da socialista Ana Gomes foi o desafi o
feito ao ministro da Defesa, Aguiar-
Branco, através da fi gura do comis-
sário europeu para a Concorrência,
Joaquín Almunia.
Numa conferência organizada em
Lisboa, a eurodeputada deu conta de
uma reunião com o responsável euro-
peu, a 11 de Dezembro, em Estrasbur-
go, onde este se mostrou “surpreen-
dido” por o “Governo nunca ter invo-
cado junto da Comissão Europeia o
facto de os ENVC construírem navios
para a Marinha Portuguesa”. Facto
relevante, acrescentou, uma vez que
tal “poderia justifi car transferências
fi nanceiras do Estado para os ENVC”.
Em causa estão as alegadas ajudas
estatais ilegais aos estaleiros, detecta-
das pela CE, e que segundo o minis-
tro fi zeram travar a reprivatização e
avançar para a solução de subconces-
são para a Martifer. Para Ana Gomes,
este é um indício de que os interesses
portugueses não estavam a ser devi-
damente defendidos pelo Governo.
Lembra que fora esse o argumento
que “permitira a continuação da la-
boração dos Estaleiros Navantia, na
Galiza, Espanha, também alvo de
investigação [europeia] por ajudas
do Estado”.
A acusação a Aguiar-Branco de
falta de empenho para encontrar
uma solução para os ENVC foi ainda
sustentada com outros argumentos
– nomeadamente, por não ter sido
apresentado um plano de reestru-
turação da empresa, ou classifi cado
a mesma como uma empresa em
difi culdades. Isso levou Ana Gomes
a concluir que Aguiar-Branco se de-
cidiu pela extinção dos estaleiros
“porque quer e porque nunca quis
reestruturar”.
A ex-diplomata acusou ainda o
ministro da Defesa de se “descul-
par com Bruxelas artifi ciosamente”,
acrescentando mesmo que a Comis-
são “não queria abrir um processo
a Portugal”. Apresentou “avenidas
de saída” para Portugal justifi car
recimento de interesses privados”.
E foi feita a participação à Comis-
são Europeia com o argumento de ter
detectado uma “clara ligação entre as
contrapartidas no processo dos sub-
marinos [para a Marinha Portuguesa]
com o processo de subconcessão”.
Na conferência de imprensa, Ana
Gomes enumerou os dados que con-
siderou indiciarem condutas menos
próprias no processo – a saber, o pa-
pel do banco BES na escolha da Mar-
tifer para fi car com a actividade, que
esteve também ligado ao processo de
aquisição dos submarinos, e ainda a
ligação do escritório de advogados
do actual ministro da Defesa, José
Pedro Aguiar-Branco, com o Grupo
Espírito Santo. A eurodeputada sa-
lientou que “a sociedade de advoga-
dos JPAB & Associados tem intensas,
extensas e históricas relações com o
GES — Grupo Espírito Santo”, que,
por seu turno, “tem um amplo histo-
rial de relações e apoios às empresas
do universo Martifer”.
Recuperou o caderno de encargos
e o processo de concurso para a sub-
concessão dos ENVC para destacar
“que a quem é pedido os esclareci-
mentos e quem é suposto fornecer
esses esclarecimentos são dois fun-
cionários do [grupo] BES, do BESI
[BES Investimento]”: “O BESI foi con-
tratado para a assessoria fi nanceira
do concurso. Ora, eu noto que essa
é uma semelhança com o concurso
dos submarinos e das contrapartidas,
em que o BES assessorava o Governo
e assessorava o consórcio [alemão]
vendedor e naturalmente que me
interrogo sobre as ligações, conhe-
cidas e históricas, do escritório de
advogados de que o ministro [Aguiar-
Branco] é sócio e do BES.”
Para Ana Gomes, “só esse facto já
seria mais do que sufi ciente para [a]
inquietar sobre a lisura deste proces-
so”. E fi nalizou: “Como é que o Go-
verno português contrata para uma
assessoria fi nanceira um banco que
está a ser investigado pela PGR, jus-
tamente no caso dos submarinos? E
que está envolvido no processo, no
mínimo, nebuloso, relativamente aos
submarinos e às contrapartidas?”
Para a eurodeputada, a subcon-
cessão é “altamente lesiva para os
interesses nacionais e porque estão
em causa os empregos de 608 tra-
balhadores que o ministro ameaça,
no fi m do ano, condenar ao despe-
dimento colectivo”.
Eurodeputada apresentou queixa-crime contra incertos na Procuradoria-Geral da República e solicitou à Comissão Europeia que suspenda subconcessão dos Estaleiros de Viana à Martifer
DefesaNuno Sá Lourenço
as ajudas estatais nos documentos
que produziu sobre o assunto. Essas
pistas eram declarar a empresa em
difi culdades ou então avançar com
um processo de reestruturação.
Esta foi uma das razões que a le-
varam a agir contra o ministro: “Fui
hoje [ontem] recebida pela procura-
dora-geral da República [ Joana Mar-
ques Vidal], às 15h00, a quem dei-
xei a queixa-crime contra incertos,
e entreguei uma participação tam-
bém junto da Comissão Europeia.”
Justifi cou a acção judicial com a
suspeita de que teria “havido viola-
ção de normas que, no Código Pe-
nal, punem a corrupção, tráfi co de
infl uência, abuso de poder e favo-
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