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CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 1 Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Jurisprudência do STF para concursos: 1. INTRODUÇÃO E ORIENTAÇÃO DE ESTUDO: A jurisprudência do STF é importante instrumento para correta interpretação do texto constitucional, sendo assim, também é material farto para cobranças em concurso, por isso vou expor para vocês esse material sistematizado, que eu disponibilizo para os assinantes do meu site Nota11, aproveitem. Cada vez mais as bancas examinadoras, notadamente ESAF e Cespe, cobram a jurisprudência do Supremo Tribunal em suas provas. Os julgados preferidos são os mais recentes, que buscam avaliar a atualização do candidato frente às matérias relevantes tratadas pela Corte Suprema, no entanto, julgados mais antigos, clássicos ou, então, que orientem uma forma firme de interpretação constitucional também são alvo de cobranças. Vale lembrar que, no que tange à jurisprudência do STF, a importância máxima se dá nas súmulas, pois súmulas são orientações firmes, pacíficas, que expressam de forma “quase definitiva” a forma de pensar do Tribunal sobre aquele assunto. Dentre as súmulas, temos duas espécies: as vinculantes (que possuem observância obrigatória por toda a administração pública e Poder Judiciário, cuja elaboração foi prevista pela EC 45/2004, a qual inseriu o art. 103-A na Constituição) e as comuns, editadas, normalmente, antes da possibilidade das súmulas vinculantes. Por serem “mais fortes” e mais atuais, as vinculantes são as principais jurisprudências cobradas, seguidas das súmulas “comuns” e, depois, pelos julgados individuais (ainda não sumulados pelo Tribunal). O STF, nos últimos anos, nos brindou com uma importante contribuição: a obra “A Constituição e o Supremo” onde podemos encontrar uma compilação das principais jurisprudências da corte alocadas ao longo do texto constitucional. Embora reconheçamos esse importante auxílio, o estudo da Constituição e o Supremo para fins de concurso público não se mostra muito eficiente, já que os julgados são expostos de forma “seca” (ou seja, nas palavras exatas dos votos dos Ministros, muitas vezes com português complicado e “juridiquês” excessivo); eles são ainda muitas vezes mal posicionados em relação “assunto tratado”; e, alguns deles, se repetindo por várias vezes ao longo da obra.

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CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

1 Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Jurisprudência do STF para concursos:

1. INTRODUÇÃO E ORIENTAÇÃO DE ESTUDO:

A jurisprudência do STF é importante instrumento para correta interpretação do texto constitucional, sendo assim, também é material farto para cobranças em concurso, por isso vou expor para vocês esse material sistematizado, que eu disponibilizo para os assinantes do meu site Nota11, aproveitem.

Cada vez mais as bancas examinadoras, notadamente ESAF e Cespe, cobram a jurisprudência do Supremo Tribunal em suas provas.

Os julgados preferidos são os mais recentes, que buscam avaliar a atualização do candidato frente às matérias relevantes tratadas pela Corte Suprema, no entanto, julgados mais antigos, clássicos ou, então, que orientem uma forma firme de interpretação constitucional também são alvo de cobranças.

Vale lembrar que, no que tange à jurisprudência do STF, a importância máxima se dá nas súmulas, pois súmulas são orientações firmes, pacíficas, que expressam de forma “quase definitiva” a forma de pensar do Tribunal sobre aquele assunto.

Dentre as súmulas, temos duas espécies: as vinculantes (que possuem observância obrigatória por toda a administração pública e Poder Judiciário, cuja elaboração foi prevista pela EC 45/2004, a qual inseriu o art. 103-A na Constituição) e as comuns, editadas, normalmente, antes da possibilidade das súmulas vinculantes.

Por serem “mais fortes” e mais atuais, as vinculantes são as principais jurisprudências cobradas, seguidas das súmulas “comuns” e, depois, pelos julgados individuais (ainda não sumulados pelo Tribunal).

O STF, nos últimos anos, nos brindou com uma importante contribuição: a obra “A Constituição e o Supremo” onde podemos encontrar uma compilação das principais jurisprudências da corte alocadas ao longo do texto constitucional.

Embora reconheçamos esse importante auxílio, o estudo da Constituição e o Supremo para fins de concurso público não se mostra muito eficiente, já que os julgados são expostos de forma “seca” (ou seja, nas palavras exatas dos votos dos Ministros, muitas vezes com português complicado e “juridiquês” excessivo); eles são ainda muitas vezes mal posicionados em relação “assunto tratado”; e, alguns deles, se repetindo por várias vezes ao longo da obra.

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Desta forma, sugerimos o uso deste instrumento para fins de consultas e embasamentos (de recursos, peças jurídicas e etc.), mas não para fim de estudo sequencial.

Tentaremos neste material expor as principais súmulas (vinculantes e comuns) do STF para fins de estudo para concurso, no que tange aos julgados individuais, tentaremos selecionar aqueles mais relevantes e, na medida do possível, “mastigá-los” para um estudo eficiente para provas de concursos e demais exames jurídicos.

2. SÚMULAS VINCULANTES:

(Estas súmulas também estarão presentes do item 4 – quando serão apresentados os julgados sistematizados por assunto).

SÚMULA VINCULANTE 2

É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

SÚMULA VINCULANTE 3

Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

SÚMULA VINCULANTE 4

Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.

SÚMULA VINCULANTE 5

A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

SÚMULA VINCULANTE 6

Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.

SÚMULA VINCULANTE 10

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Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

SÚMULA VINCULANTE 11

Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

SÚMULA VINCULANTE 12

A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.

SÚMULA VINCULANTE 13

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

SÚMULA VINCULANTE 14

É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

SÚMULA VINCULANTE 15

O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo.

SÚMULA VINCULANTE 16

Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.

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SÚMULA VINCULANTE 18

A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

SÚMULA VINCULANTE 21

É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

SÚMULA VINCULANTE 22

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional no 45/04.

SÚMULA VINCULANTE 23

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.

SÚMULA VINCULANTE Nº 25

É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.

3. SÚMULAS “COMUNS” DO STF:

(Estas súmulas também estarão presentes do item 4 – quando serão apresentados os julgados sistematizados por assunto).

SÚMULA Nº 19

A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União. SÚMULA Nº 266

Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.

SÚMULA Nº 267

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Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.

SÚMULA Nº 268

Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.

SÚMULA Nº 339

Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.

SÚMULA Nº 347

O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.

SÚMULA Nº 365

Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.

SÚMULA Nº 419

Os municípios tem competência para regular o horário do comércio local, desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas.

SÚMULA Nº 429

A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.

SÚMULA Nº 430

Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança.

SÚMULA Nº 433

É competente o Tribunal Regional do Trabalho para julgar mandado de segurança contra ato de seu presidente em execução de sentença trabalhista.

SÚMULA Nº 451

A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional.

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SÚMULA Nº 620

A sentença proferida contra autarquias não está sujeita a reexame necessário, salvo quando sucumbente em execução de dívida ativa.

SÚMULA Nº 624

Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais.

SÚMULA Nº 625

Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança.

SÚMULA Nº 629

A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.

SÚMULA Nº 630

A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.

SÚMULA Nº 632

É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança.

SÚMULA Nº 642

Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do distrito federal derivada da sua competência legislativa municipal.

SÚMULA Nº 646

Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

SÚMULA Nº 647

Compete privativamente à união legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal.

SÚMULA Nº 649

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É inconstitucional a criação, por constituição estadual, de órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros poderes ou entidades.

SÚMULA Nº 650

Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto.

SÚMULA Nº 651

A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a Emenda Constitucional nº 32/01, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição.

SÚMULA Nº 654

A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.

SÚMULA Nº 666

A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

SÚMULA Nº 675

Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de seis horas não descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV, da Constituição.

SÚMULA Nº 681

É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.

SÚMULA Nº 683

O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

SÚMULA Nº 684

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É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público.

SÚMULA Nº 685

É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.

SÚMULA Nº 686

Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.

SÚMULA Nº 691

Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar.

SÚMULA Nº 693

Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.

SÚMULA Nº 694

Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.

SÚMULA Nº 695

Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.

SÚMULA Nº 702

A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.

SÚMULA Nº 704

Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.

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SÚMULA Nº 721

A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.

SÚMULA Nº 722

São da competência legislativa da união a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.

SÚMULA Nº 734

Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.

SÚMULA Nº 736

Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.

4. JULGADOS INDIVIDUAIS RELEVANTES DO STF, ORGANIZADOS POR TEMAS:

A) Preâmbulo

− O Preâmbulo da Constituição não constitui norma central da Constituição, não tendo força normativa, assim, a invocação da proteção de Deus não se trata de norma de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais1.

− Embora não tenha força normativa, o preâmbulo possui valores que servem de orientação para a correta interpretação e aplicação das normas constitucionais2.

B) Princípios fundamentais.

Art. 2º - Separação dos Poderes:

1 ADI 2.076, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 15-8-02, Plenário, DJ de 8-8-03. 2 ADI 2.649, voto da Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8- 5-08, Plenário, DJE de 17-10-08.

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− Os mecanismos de freios e contrapesos estão previstos na Constituição Federal, sendo vedado à Constituição Estadual inovar criando novas hipóteses de interferências de um poder em outro3.

− Configuram-se inconstitucionais novas exigências de aprovações, como, por exemplo, a não observância do prazo de 15 dias – art. 83, CF – para a necessidade de licença pela Assembléia Legislativa para que o Governador ou Vice venha se ausentar do país. Ou seja, se a Constituição Estadual previr, por exemplo, que precisa de autorização da Assembleia para o governador se ausentar do país por qualquer prazo, será inconstitucional, pois a CF (único documento capaz de estabelecer contenções de um poder no outro) estabelece o prazo de 15 dias, devendo este ser seguido pelas CE´s4.

− É inconstitucional norma que subordina convênios, acordos, contratos e atos de Secretários de Estado à aprovação da Assembleia Legislativa por ofensa ao princípio da independência e harmonia dos poderes5.

− É inconstitucional diploma legislativo que determine prazo para que o Executivo exerça sua função normativa6.

Art. 5º, Caput – Estrangeiros no Brasil:

− Embora a literalidade do caput expresse o termo “residente”, o STF interpretou o dispositivo de forma a ampliar o escopo desses direitos. O Supremo decidiu que deve ser entendido como todo estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito. Assim o estrangeiro em trânsito estará amparado pelos direitos individuais, e poderá inclusive fazer uso de “remédios constitucionais” como habeas corpus e mandado de segurança. Ressalva-se que o estrangeiro não poderá fazer uso de todos os direitos, pois alguns são privativos de brasileiros como, por exemplo, o uso da ação popular.

Art. 5º, Caput – Direito à vida:

3 ADI 3.046, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 15-4-04, Plenário, DJ de 28-5-04. 4 ADI 738, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 13-11-02, DJ de 7-2-03. 5 ADI 676, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 1º-7-96, Plenário, DJ de 29-11-96. 6 ADI 3.394, voto do Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 2-4-2007, Plenário, DJE de 15-8-2008, precedentes: ADI 2.393, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ de 28-3-2003, e a ADI 546, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de 14-4-2000.

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− As pesquisas com células-tronco embrionárias não violam o direito à vida ou o princípio da dignidade da pessoa humana7.

− No mesmo julgado, que se referia proteção do direito à vida, e a constitucionalidade da lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005), o STF entendeu que a Constituição Federal, quando se refere à “dignidade da pessoa humana” e à proteção dos direitos e garantias individuais não se estaria se referindo a todo e qualquer estágio da vida humana, mas da vida que já é própria de uma concreta pessoa, porque nativiva, e que a inviolabilidade de que trata o art. 5º diria respeito exclusivamente a um indivíduo já personalizado8.

Art. 5º, II - Legalidade

− Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de autoridade judicial. É dever de cidadania opor-se à ordem ilegal; caso contrário, nega-se o Estado de Direito9.

− Em julgado de 2008, o STF citou o fato de que a legalidade expressa no art. 5º, II da Constituição seria meramente uma "reserva de norma", ou seja, uma legalidade ampla e não uma reserva de lei (formal) em sentido estrito10. Assim, tal dispositivo poderia ser cumprido tanto através de uma lei formal como também por outros atos expressa ou implicitamente autorizados por ela.

Art. 5º, III – Vedação ao tratamento degradante:

− SÚMULA VINCULANTE 11: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

Art. 5º, IV – Vedação ao anonimato

7 ADI 3.510, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, Informativo 508 8 ADI 3.510, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, Informativo 508 9 HC 73.454, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 22-4-96, 2ª Turma, DJ de 7-6-96 10 � HC 85.060, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2008, Primeira Turma, DJE de 13-2-2009.

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− Segundo o STF, não é possível a utilização da denúncia anônima como ato formal de instauração do procedimento investigatório, já que as que peças futuras não poderiam, em regra, ser incorporadas formalmente ao processo. Nada impede, porém, que o Poder Público seja provocado pela delação anônima e, com isso, adote medidas informais para que se apure a possível ocorrência da ilicitude penal11.

− Para o STF, não serve à persecução criminal notícia de prática criminosa sem identificação da autoria, consideradas a vedação constitucional do anonimato e a necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos campos cível e penal, de quem a implemente.12

Art. 5º, IX – Liberdade de comunicação (imprensa)

− Em uma ADPF, o STF declarou como não-recepcionado pela Constituição Federal todo o conjunto de dispositivos da Lei 5.250/67 – Lei de Imprensa13.

− Segundo o STF, a Constituição Federal de 1988 não recepcionou o art. 4º, V, do Decreto-lei 972/69, o qual exige o diploma de curso superior de jornalismo, registrado pelo Ministério da Educação, para o exercício da profissão de jornalista. Para o Supremo, a norma impugnada seria incompatível com as liberdades de profissão, de expressão e de informação previstas nos artigos 5º, IX e XIII, e 220, da CF, bem como violaria o disposto no art. 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa Rica, ao qual o Brasil aderiu em 1992. Afirmou-se ainda que as violações à honra, à intimidade, à imagem ou a outros direitos da personalidade não constituiriam riscos inerentes ao exercício do jornalismo, mas sim o resultado do exercício abusivo e antiético dessa profissão14.

Art. 5º, X – Intimidade e vida privada:

− Segundo o STF: a divulgação dos vencimentos brutos de servidores, com seus respectivos nomes e matrículas

11

Inq 1.957, Rel. Min.Carlos Velloso, voto do Min. Celso de Mello, julgamento em 11-5-05, Plenário, DJ de 11-11-05

12 STF, em 2007, no HC 84827 / TO.

13 ADPF 130, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 1º-4-09, Plenário, Informativo 541

14 RE 511.961, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 17-6-09, Plenário, Informativo

551

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funcionais, a ser realizada oficialmente – em portal de transparência -, constituiria interesse coletivo, sem implicar violação à intimidade e à segurança deles, não se podendo fazer divulgação de outros dados pessoais como endereço residencial, CPF e RG de cada um15.

− STJ - súmula - 227 → a pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

Art. 5º, X – Sigilo bancário:

− A LC 105/01 fornece respaldo para que a quebra do sigilo bancário seja feita por autoridade fiscal. Porém, embora exista essa previsão legal, ela é alvo de muitas críticas, inclusive a posição atual do STF16 indica que seria inconstitucional, já que o sigilo possui um pilar na própria Constituição Federal, não podendo ser relativizado por leis infraconstitucionais - sejam elas ordinárias ou complementares -. Assim, somente as autoridades judiciais - e a CPI, que possui os mesmo poderes investigativos daquelas (CF, art. 58 §3º) - é que poderiam relativizar estes sigilos.

Art. 5º, XII – Inviolabilidade das Comunicações e provas ilícitas:

− Segundo o STF é necessária a edição de lei para regulamentar a interceptação telefônica. Esta lei foi criada somente em 1996 (Lei nº 9.296/96), antes disso o STF entendia que nem por ordem judicial poderia se afastar este sigilo, já que estava pendente de regulamentação.

− Embora a literalidade da Constituição refira-se expressamente à possibilidade de relativização apenas das comunicações telefônicas, o STF já decidiu que as outras inviolabilidades (correspondência, dados e telegráficas) também poderão ser afastadas, já que nenhum direito fundamental é absoluto e não pode ser invocado para acobertar ilícitos. Destarte, estas inviolabilidades poderão ser quebradas quando se abordar outro interesse de igual ou maior relevância. Por exemplo: É perfeitamente lícito que uma carta enviada a um presidiário seja aberta para coibir a prática de certas condutas, já que a disciplina prisional e a segurança são interesses mais fortes do que a privacidade da comunicação do preso.

15 Informativo – 630 - SS 3902 Segundo AgR/SP, rel. Min. Ayres Britto, 9.6.2011. 16 RE 389.808/PR - 15-12-2010

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− Para o STF, é lícita a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro, quando há investida criminosa deste último17 (não há interceptação telefônica quando a conversa é gravada por um dos interlocutores, ainda que com a ajuda de um repórter18).

− Também é lícita a utilização de conversa telefônica feita por terceiros com autorização de um dos interlocutores sem o conhecimento do outro, quando há, para essa utilização, excludente da antijuridicidade19 (no caso, legitima defesa).

Art. 5º, XI - Inviolabilidade domiciliar

− Para os fins da proteção jurídica a que se refere o art. 5º, XI, da Constituição da República, o conceito normativo de ‘casa’ revela-se abrangente e, por estender-se a qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade (CP, art. 150, § 4º, III), compreende, observada essa específica limitação espacial (área interna não acessível ao público), recintos como os escritórios profissionais, embora sem conexão com a casa de moradia propriamente dita.

Assim, decidiu o STF que nenhum agente público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado, poderá, contra a vontade de quem de direito (invito domino), ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde alguém exerce sua atividade profissional20.

− Nenhum direito fundamental é absoluto, desta forma, o STF decidiu pela não ilicitude das provas obtidas com violação noturna de escritório de advogados para que fossem instalados equipamentos de escuta ambiental, já que os próprios advogados estivam praticando atividades ilícitas em seu interior. Desta forma, a inviolabilidade profissional do advogado, bem como do seu escritório, serve para resguardar o seu cliente para que não se frustre a ampla defesa, mas, se o investigado é o próprio advogado, ele não poderá invocar a inviolabilidade profissional ou de seu escritório, já que a Constituição não fornece guarida para a prática de crimes no interior de recinto21.

17 HC 75.338, Rel. Min. Nelson Jobim, julgamento em 11-3-98, Plenário, DJ de 25-9-98. 18

RE 453.562-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-9-08. 19

HC 74.678, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 10-6-97, 1ª Turma, DJ de 15-8-97. 20

HC 82.788, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 12-4-05, 2ª Turma, DJ de 2-6-06

21 Inq 2.424, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 19 e 20-11-08, Plenário, Informativo

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Art. 5º, XXXVI – Irretroatividade da lei:

− SÚMULA Nº 654: A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.

Art. 5º, XXXVII – Juiz Natural:

− SÚMULA Nº 365: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.

− SÚMULA Nº 451: A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional.

− SÚMULA Nº 704: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.

− SÚMULA Nº 721: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.

Art. 5º, LIV – Devido processo legal:

− STF - SÚMULA Nº 620: sentença proferida contra autarquias não está sujeita a reexame necessário, salvo quando sucumbente em execução de dívida ativa.

− O STF entende que os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade no ordenamento jurídico brasileiro estão implícitos no devido processo legal. E que tal proporcionalidade deve ser entendida tanto como uma “vedação ao excesso” quanto uma “proibição da proteção insuficiente”22.

Art. 5º, LV – Contraditório e ampla defesa:

− SÚMULA VINCULANTE 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

− SÚMULA VINCULANTE 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

22

HC 140.410. Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 06-03-2012, Segunda Turma, DJE 27-3-2012

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− SÚMULA VINCULANTE 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

Art. 5º, LXVII – Prisão civil por dívida:

− SÚMULA VINCULANTE Nº 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.

Art. 5º, LXVIII – habeas corpus

− STF – Súmula nº 693 → Não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em que a pena pecuniária seja a única cominada. (Isso porque Habeas Corpus é para discutir a liberdade de alguém. Não serve para discutir multa e penas em dinheiro).

− STF – Súmula nº 695 → Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. (Se a pena que privava a pessoa da liberdade já foi extinta. Para que se quer um habeas corpus?).

− STF - SÚMULA Nº 694: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.

− STF - Súmula nº 606 (com adaptação de outros precedentes ) → Não cabe impetração de "habeas corpus" para o plenário contra decisão colegiada de qualquer das Turmas (ou do próprio Pleno) do STF, ainda que resultante do julgamento de outros processos de "habeas corpus" ou proferida em sede de recursos em geral, inclusive aqueles de natureza penal.

− Embora a CF expresse que não cabe HC contra punições disciplinares, o STF tem flexibilizado a situação quando a punição privativa de liberdade foi imposta de forma ilegal. Assim, decidiu o Supremo: a legalidade da imposição de punição constritiva da liberdade, em procedimento administrativo castrense (afeto ao regime militar), pode ser discutida por meio de habeas corpus23.

− É cabível habeas corpus contra instauração irregular de inquérito, já que a mera instauração de inquérito, quando evidente a atipicidade da conduta, constitui meio hábil a impor

23 RHC 88543/SP - São Paulo – 03/04/2007.

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violação aos direitos fundamentais, em especial ao princípio da dignidade humana24.

− Não é cabível impetrar habeas corpus em língua estrangeira, a petição deve se dar em português, sob pena de não conhecimento25.

Art. 5º, LXIX – mandado de segurança:

− STF – Súmula nº 625 →→→ Controvérsia sobre matéria de direito não impede a concessão de mandado de segurança (veja que a matéria de fato alegada deve ser incontroversa, líquida e certa. Porém, nada impede que o direito em que este fato esteja se baseando seja controverso, complexo, por exemplo, uma lei que esteja sendo objeto de impugnação).

− STF – Súmula nº 429 → A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade (a palavra principal desta súmula é a "omissão", ou seja, de que adiantaria um recurso suspensivo se a autoridade não está agindo e sim se omitindo em agir?).

− STF – Súmula nº 266 → Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. (Não se pode usar o MS para impugnar diretamente uma lei, pois isto é privativo da ação direta de inconstitucionalidade)

− STF – Súmula nº 267 → Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recursos ou correição.

− STF - Súmula nº 268 → Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.

− STF - Súmula nº 629 →→→A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes (veja que diferentemente do que ocorre na representação processual, em se tratando de MS coletivo - substituição processual - basta autorização genérica, o que se dá com o simples ato de filiação, prescindindo-se que a entidade esteja expressamente autorizada para tal).

24

HC 82.969, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 30-9-03, 2ª Turma, DJ de 17-10-03.

25 HC 72391 QO / DF - DISTRITO FEDERAL,Relator(a): Min. CELSO DE MELLO ,

Julgamento: 08/03/1995 - DJ 17-03-1995

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− STF - Súmula nº 630 →→→ A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.

Prazo

− STF – Súmula nº 430 → Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança.

− STF – Súmula nº 632 → É constitucional a lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança (120 dias).

Competências

− STF – Súmula nº 624 → Não compete ao STF conhecer originariamente o mandado se segurança contra atos de outros tribunais (a competência para apreciar o mandado de segurança contra atos e omissões de tribunais é do próprio tribunal).

Art. 5º, LXXIII – Ação popular:

− SÚMULA Nº 365: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.

Art. 5º, § 3º – tratados internacionais:

− Segundo o STF, como os tratados internacionais são equiparados às leis ordinárias, não podem versar matéria sob reserva constitucional de lei complementar, pois em tal situação, a própria Carta Política subordina o tratamento legislativo de determinado tema ao exclusivo domínio nor-mativo da Lei Complementar.

− Em se tratando do art. 5º §3º, ainda que não aprovados pelo rito das Emendas, se os tratados versarem sobre direitos humanos, o STF entende que possuem “supralegalidade” podendo revogar leis anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa Rica" - status acima das leis e abaixo da Constituição.

CF, art. 6º combinado com o art. 208, IV – Direito a educação – obrigação constitucional ao Poder Público.

− Segundo o STF, a educação infantil representa prerrogativa constitucional indisponível, assegurada às crianças, para efeito

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de seu desenvolvimento integral, e como primeira etapa do processo de educação básica. Assim, ocorre a imposição de uma obrigação constitucional de criar condições objetivas que possibilitem, de maneira concreta o efetivo acesso e atendimento em creches e unidades de pré-escola, sob pena de configurar-se inaceitável omissão governamental. Desta forma, a educação qualifica-se como direito fundamental de toda criança, não se expõe, em seu processo de concretização, a avaliações meramente discricionárias da Administração Pública, nem se subordina a razões de puro pragmatismo governamental26.

− No entendimento do STF, é possível ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo Estado, quando inadimplente, de políticas públicas constitucionalmente previstas, sem que haja ingerência em questão que envolve o poder discricionário do Poder Executivo27.

CF, art. 7º, IV – Salário Mínimo:

− SÚMULA VINCULANTE 4: Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.

− SÚMULA VINCULANTE 6: Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.

− O STF decidiu não ser inconstitucional a sentença fixada em salários mínimos, desde que a futura atualização seja de acordo com índices oficias. Assim, assentou o tribunal. Nas palavras do Supremo28: A Constituição Federal, em seu art. 7º, IV, apenas proíbe a utilização do salário-mínimo como forma de indenização. A sentença que fixa a condenação em salários-mínimos, mas prevê posterior atualização de acordo com índices oficiais de correção monetária, é consentânea com a jurisprudência da Corte.

26

RE 436.996-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 22-11-05, 2ª Turma, DJ de 3-2-06.

27 AI 734.487-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 3-8-2010, Segunda Turma, DJE

de 20-8-2010. No mesmo sentido: ARE 635.679-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 6-12-2011, Primeira Turma, DJE de 6-2-2012. 28 AI-AgR 643578/SP, Min. RICARDO LEWANDOWSKI.

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CF, art. 7º, VI – Fixação de vencimentos por convenção coletiva:

− STF – Súmula nº 679: A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva.

Art. 7º, XIV – Jornada de trabalho:

− STF – Súmula nº 675: Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de 6h não descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV, da CF.

Art. 8º - Sindicatos:

− O STF decidiu que a estabilidade sindical provisória (art. 8º, VIII, CF), não alcança o servidor público, regido por regime especial, ocupante de cargo em comissão e, concomitantemente, de cargo de direção no sindicato da categoria.

− SÚMULA Nº 666: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

Art. 14 §7º – Inelegibilidade reflexa:

− SÚMULA VINCULANTE 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

Art. 17 - Fidelidade Partidária:

− No entendimento do STF29, o cargo político que for obtido nas eleições proporcionais (Deputados Federais, Estaduais e Vereadores) pertence ao partido político e não ao candidato eleito.

Para o STF, o povo vota em candidatos que foram escolhidos por um determinado partido, candidatos estes que estão ali para, se eleitos, concretizarem os ideais partidários.

O candidato eleito possui a liberdade de se desfiliar, não pode ser impedido de tal. Porém, a desfiliação imotivada acarreta a perda automática do cargo (assegurada a ampla defesa). Isso não é uma sanção por ato ilícito, mas apenas a consequência lógica do exercício deste ato lícito.

29 MS 26.604. Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 4-10-2007, Plenário, DJE de 17-10-2008.

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Art. 20, §2º - Faixa de fronteira e terras indígenas:

− Segundo o STF, há compatibilidade entre o usufruto de terras indígenas e a faixa de fronteira. A alocação indígena nesses espaços estratégicos em muito facilita e até obriga que as instituições do Estado, principalmente as forças armadas e polícia federal, se façam presentes e sem precisar de qualquer licença de quem quer que seja30.

− SÚMULA Nº 650: Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto.

Art. 21, X - Serviço Postal – Serviço Público indelegável

− O serviço postal constitui serviço público, portanto, não atividade econômica em sentido estrito. A prestação do serviço postal por empresa privada só seria possível se a CF afirmasse que o serviço postal é livre à iniciativa privada, tal como o fez em relação à saúde e à educação, que são serviços públicos, os quais podem ser prestados independentemente de concessão ou permissão por estarem excluídos da regra do art. 175, em razão do disposto nos artigos 199 e 209. Ausência de ofensa à livre iniciativa e à livre concorrência31.

Art. 21, XII, e - Transporte rodoviário interestadual de passageiros

− Transporte rodoviário interestadual de passageiros. Não pode ser dispensada, a título de proteção da livre iniciativa, a regular autorização, concessão ou permissão da União, para a sua exploração por empresa particular32.

Art. 22, I – Legislação privativa:

− SÚMULA Nº 722: São da competência legislativa da união a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.

30 Pet. 3.388. Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 19-3-2009, Plenário, DJE de 1º-7-2010. 31

ADPF 46, Rel. p/ o ac. Min. Eros Grau, julgamento em 5-8-09, Plenário, Informativo 554.

32 RE 214.382, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 21-9-99, 1ª Turma, DJ de 19-11-

99.

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Art. 22, XX sistemas de consórcios e sorteios:

− SÚMULA VINCULANTE 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

Art. 29, X – Julgamento do prefeito:

− SÚMULA Nº 702: A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.

− Segundo o STF33, é harmônico com a Carta da República preceito de lei orgânica de município prevendo a competência da câmara municipal para julgar o prefeito nos crimes de responsabilidade definidos no Decreto-Lei nº 201/67.

Art. 30 - Competência do Município para legislar sobre assunto de interesse local:

− STF - SÚMULA Nº 419: Os municípios tem competência para regular o horário do comércio local, desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas.

− STF – Súmula nº 646: Ofende o princípio da livre concorrência a lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

− É inconstitucional a fixação de distância mínima para a instalação de novas farmácias e drogarias34.

− Segundo o STF, é inconstitucional lei municipal que, na competência legislativa concorrente, utilize-se do argumento do interesse local para restringir ou ampliar as determinações contidas em texto normativo de âmbito nacional35.

Segundo o STF, trata-se de assunto de interesse local:

− Legislar sobre horário de funcionamento de estabelecimento comercial36 (inclusive farmácias e drogarias)37;

33 RE 179852 / MG - MINAS GERAIS - 21/11/2000 34 ADI 2327 / SP - SÃO PAULO 35 RE 596489 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL - 27/10/2009 36 STF - Súmula nº 645.

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− A Definição de tempo máximo de espera de clientes em filas de instituições bancárias38 bem como sobre a instalação de sanitários, bebedouros e equipamentos de segurança nas agências bancárias39 (já que não são atividade fim das agências bancárias);

Observação: Não confunda: STF - SÚMULA Nº 19 - A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União - já que o STF entende que neste caso trata-se de atividade fim das agências bancárias, atraindo assim a Competência da União para tratar sobre o sistema financeiro.

− Legislar sobre limite ao tempo de espera em fila dos usuários dos serviços prestados pelos cartórios40;

− Legislar sobre a vocação sucessória dos cargos de prefeito e vice-prefeito em caso de dupla vacância. Assim, é inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que venha a regular tal matéria, já que estaria desrespeitando à autonomia Municipal41

Art. 32 §4º – Lei federal sobre polícias civil e militar do Distrito Federal:

− SÚMULA Nº 647: Compete privativamente à união legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal.

Art. 37, II – Concursos públicos e nepotismo:

− STF – Súmula nº 683: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da CF, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

− STF – Súmula nº 684: É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público.

− STF – Súmula nº 685: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido."

37 RE 408373 AgR / SP - SÃO PAULO - 23/05/2006 38

RE 610221 RG / SC - SANTA CATARINA - 29/04/2010. 39 AI 453178 AgR / SP - SÃO PAULO - 13/12/2006 e AI 574296 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL 23/05/2006 40 RE 397094 / DF - DISTRITO FEDERAL - 29/08/2006 41 ADI 3549 / GO - GOIÁS - 17/09/2007

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− STF – Súmula nº 686: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a concurso público.

− Segundo o STF, viola o princípio constitucional da isonomia norma que estabelece como título o mero exercício de função pública42.

− A exigência de exame psicotécnico para ingresso no serviço público requer a edição de lei formal prevendo-o como requisito e ainda a adoção de um grau mínimo de objetividade e de publicidade dos atos em que se desdobra43.

− Não ofende o princípio da igualdade o regulamento de concurso público que, destinado a preencher cargos de vários órgãos da Justiça Federal, sediados em locais diversos, determina que a classificação se faça por unidade da Federação, ainda que dai resulte que um candidato se possa classificar, em uma delas, com nota inferior ao que, em outra, não alcance a classificação respectiva44

Art. 37, V – Nepotismo:

− SÚMULA VINCULANTE 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

− Inaplicabilidade da súmula vinculante nº 13 → À nomeação de irmão de Governador de Estado no cargo de Secretário de Estado, não se aplica a súmula vinculante nº 13 por se tratar de cargo de natureza política, já que secretários de Estado são agentes políticos45.

Art. 39 – Remuneração do Servidor Público:

42

ADI 3.443, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 8-9-05, Plenário, DJ de 23-9-05

43 RE 417.019-AgR, Rel. Min.Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-8-07, 1ª Turma, DJ

de 14-9-07

44 RE 146585/DF de 1995

45 STF – Rcl–MC–AgR 6650 / PR – PARANÁ – 16/10/2008 - Entendimento firmado com base no R.Ex. 579.951/RN.

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− SÚMULA VINCULANTE 15: O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo.

− SÚMULA VINCULANTE 16: Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.

− SÚMULA Nº 339: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.

− SÚMULA Nº 681: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.

Art. 52, III - Aprovação de dirigentes da Adm. Pública Indireta pelo Poder Legislativo.

− Segundo o STF, a aprovação, pelo Legislativo, da indicação dos Presidentes das entidades da Administração Pública Indireta restringe-se às autarquias e fundações públicas, dela excluídas as sociedades de economia mista e as empresas públicas. A intromissão do Poder Legislativo no processo de provimento das diretorias das empresas estatais colide com o princípio da harmonia e interdependência entre os poderes. A escolha dos dirigentes dessas empresas é matéria inserida no âmbito do regime estrutural de cada uma delas46.

Art. 58 §3º, Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI):

Independência dos Poderes X CPI:

− Atos jurisdicionais, como o acerto ou desacerto da concessão de liminar em mandado de segurança, não podem ser examinados no âmbito do Legislativo, diante do princípio da separação de poderes47.

− Ofende o princípio a independência dos poderes a intimação de magistrado para depor perante Comissão Parlamentar de Inquérito sobre ato jurisdicional praticado48.

− Não é possível que a maioria parlamentar frustre o direito das minorias de instalar CPI, no termos do art. 58 §3º da

46

ADI 1.642, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 3-4-08, Plenário, DJE de 19-9-08.

47 HC 86.581, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 23-2-06, Plenário, DJ de 19-5-06. 48 HC 80.539, Rel. Min. Maurício Corrêa, 21/03/2001.

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Constituição, já que reunidos os requisitos constitucionais (1/3 dos membros, fatos determinados e temporariedade), a instalação não se submete à vontade da maioria. Assim, trata-se de tema que extravasa os limites "interna corporis" sendo, assim, viável o controle judicial - prerrogativa das minorias, expressão do postulado democrático49.

− Comissão Parlamentar de Inquérito não tem poder jurídico de requisitar perante as operadoras de telefonia as cópias de decisão nem de mandado judicial de interceptação telefônica com finalidade de quebrar sigilo imposto a processo sujeito a segredo de justiça50.

Indiciados e testemunhas:

− O privilégio contra a auto-incriminação – que é plenamente invocável perante as Comissões Parlamentares de Inquérito – traduz direito público subjetivo assegurado a qualquer pessoa, que, na condição de testemunha, de indiciado ou de réu, deva prestar depoimento perante órgãos do Poder Público. O direito de silêncio impede, quando concretamente exercido, que aquele que o invocou venha, por tal específica razão, a ser preso, ou ameaçado de prisão, pelos agentes ou pelas autoridades do Estado51.

− Se o objeto da CPI é mais amplo do que os fatos em relação aos quais o cidadão intimado a depor tem sido objeto de suspeitas, ainda assim o cidadão não poderá recusar-se a comparecer para depor, mas terá o direito de não responder às perguntas cujas repostas entenda possam vir a incriminá-lo. 52

Princípio do colegialidade (decisões por maioria):

− Deve-se necessariamente observar o princípio da colegialidade nas deliberações tomadas por qualquer comissão parlamentar de inquérito (não poderá um único integrante decidir, mas somente a maioria da comissão, pois é um órgão colegiado), notadamente quando esta, no desempenho de sua competência

49 MS 24.831, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 22-6-05, DJ de 4-8-06. 50 MS 27.483-REF-MC, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 14-8-08, Plenário, DJE de 10-10-08. 51 HC 79.812, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 8-11-00, DJ de 16-2-01. 52 HC 79.244, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 23-2-00, Plenário, DJ de 24-03-00.

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investigatória, ordena a adoção de medidas restritivas de direitos, sob pena de essa deliberação reputar-se nula53.

Sigilos e limitações aos poderes da CPI:

− O princípio constitucional da reserva de jurisdição – que incide sobre as hipóteses de busca domiciliar (CF, art. 5º, XI), de interceptação telefônica (CF, art. 5º, XII) e de decretação da prisão, ressalvada a situação de flagrância penal (CF, art. 5º, LXI) – não se estende ao tema da quebra de sigilo, pois, em tal matéria, e por efeito de expressa autorização dada pela própria Constituição da República (CF, art. 58, §3º), assiste competência à Comissão Parlamentar de Inquérito, para decretar, sempre em ato necessariamente motivado54.

− Não pode haver quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico por CPI quando estiver apoiada em formulações genéricas, sem a necessária e específica indicação de causa provável para fundamentar a quebra. São medidas de caráter excepcional. Assim, pode haver controle jurisdicional dos abusos praticados por comissão parlamentar de inquérito, o que não ofende o princípio da separação de poderes55.

− O sigilo telefônico capaz de ser quebrado pela CPI incide sobre os dados/registros telefônicos e que não se identifica com a inviolabilidade das comunicações telefônicas56.

− É incompetente a CPI para expedir decreto de indisponibilidade

de bens de particular, já que não é medida de instrução57.

− Comissão Parlamentar de Inquérito não tem poder jurídico de, mediante requisição, a operadoras de telefonia, de cópias de decisão nem de mandado judicial de interceptação telefônica, quebrar sigilo imposto a processo sujeito a segredo de justiça. Este é oponível a Comissão Parlamentar de Inquérito, representando expressiva limitação aos seus poderes constitucionais.58

CPI estadual:

53 MS 24.817, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 3-2-2005, Plenário, DJE de 6-11-2009. 54 MS 23.652, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 22-11-00, DJ de 16-2-01. 55 MS 25.668, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 23-3-06, DJ de 4-8-06. 56 MS 23.452, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-9-1999, Plenário, DJ de 12-5-2000. 57 MS 23.480, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 4-5-00, DJ de 15-9-00. 58

MS 27.483-REF-MC, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento, em 14-8-08, Plenário, DJE de 10-10-08

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− Ainda que seja omissa a Lei Complementar 105/2001, podem essas comissões estaduais requerer quebra de sigilo de dados bancários, com base no art. 58, § 3º, da Constituição59.

Habeas Corpus contra ato praticado por CPI e competência para julgamento:

− Os habeas corpus ou mandados de segurança contra atos praticados pelas CPI deverão ser julgados originariamente no STF, por se enquadrarem na hipótese do art. 102, I, d e i60.

− A extinção da Comissão Parlamentar de Inquérito prejudica o conhecimento do habeas corpus impetrado contra as eventuais ilegalidades de seu relatório final, notadamente por não mais existir legitimidade passiva do órgão impetrado61.

Art. 59 – Diretrizes do Processo Legislativo:

− Processo legislativo da União: observância compulsória pelos Estados de seus princípios básicos, por sua implicação com o princípio fundamental da separação e independência dos Poderes: jurisprudência do Supremo Tribunal62.

Art. 61 §1º - Constituição Estadual X Lei de iniciativa do chefe do Executivo.

− É da jurisprudência assente do Supremo Tribunal que afronta o princípio fundamental da separação a independência dos Poderes o trato em constituições estaduais de matéria, sem caráter essencialmente constitucional – assim, por exemplo, a relativa à fixação de vencimentos ou a concessão de vantagens específicas a servidores públicos –, que caracterize fraude à iniciativa reservada ao Poder Executivo de leis ordinárias63.

Art. 61 §1º - Emenda parlamentar em leis de iniciativa do chefe do Executivo.

59 ACO 730, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 22-9-04, Plenário, DJ de 11-11-05. 60

MS 23.452, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-9-99, DJ de 12-5-00. 61 HC 95.277, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 19-12-2008, Plenário, DJE de 20-2-2009. 62

ADI 774, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 10-12-98, Plenário, DJ de 26-2-99

63 ADI 104, Rel. Min.Sepúlveda Pertence, julgamento em 4-6-07, Plenário, DJ de 24-8-07

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− Segundo o STF, as restrições ao poder de emenda em se tratando leis de iniciativa reservada ao Poder Executivo ficam reduzidas à proibição de aumento de despesa e à hipótese de impertinência da emenda ao tema do projeto64.

Art. 62

Medidas Provisórias

− Alegada violação ao princípio da independência e harmonia entre os poderes (...) Orientação assentada no STF no sentido de que, não sendo dado ao Presidente da República retirar da apreciação do Congresso Nacional medida provisória que tiver editado, é-lhe, no entanto, possível ab-rogá-la por meio de nova medida provisória, valendo tal ato pela simples suspensão dos efeitos da primeira, efeitos esses que, todavia, o Congresso poderá ver estabelecidos, mediante a rejeição da medida ab-rogatória. Circunstância que, em princípio, desveste de plausibilidade a tese da violação ao princípio constitucional invocado65.

− STF - SÚMULA Nº 651: A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a Emenda Constitucional nº 32/01, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição.

Art. 71, III.

− SÚMULA Nº 347: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.

Art. 71, III.

− SÚMULA VINCULANTE 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

64 Precedentes do STF: RE 140.542-RJ, Galvão, Plenário, 30-9-1993; ADI 574, Galvão; RE 120.331-CE, Borja, DJ de 14-12-1990; ADI 865-MA, Celso de Mello, DJ de 8-4-1994." (RE191.191, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 12-12-1997, Segunda Turma, DJ de 20-2-1998.) No mesmo sentido: ADI 3.288, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 13-10-2010, Plenário, DJE de 24-2-2011. 65

ADI 1.315-MC, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 10-8-95, Plenário, DJ de 25-8-95

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Art. 71, VI – Fiscalização do TCU sobre a compensação pela exploração de recursos naturais.

− Segundo ao STF não compete ao TCU fiscalizar os recursos repassados pela União aos entes da federação no que tange à compensação pelo resultado da exploração de petróleo, xisto betuminoso e gás natural, já que no entendimento do STF, estes recursos são “receitas originárias” de tais entes e não se enquadram no conceito de “recursos repassados por convênio ou acordos” de forma que possa se enquadrar na hipótese do art. 71, VI66.

Art. 86 §§ 3º e 4º - Imunidade do presidente x imunidade do governador

− Segundo a jurisprudência do STF, é inadimissível a extensão da imunidade à prisão cautelar ao governador de Estado pela Constituição do Estado, bem como é inadimissível que a Constituição Estadual confira imunidade ao governador para que ele não seja responsabilizado por delitos estranhos à sua função.

Segundo as palavras do Supremo, os govenadores possuem, então, unicamente a prerogativa de foro de serem julgados perante o STJ, após licença da Assembléia Legislativa, devendo estes serem ali julgados ainda que por delitos penais estranhos às suas funções. Somente a Constituição Federal pode conferir prerrogativas de foro ou imunidades e ela não o fez para os governadores. Assim, os Estados-membros não podem reproduzir em suas próprias Constituições o conteúdo normativo dos preceitos inscritos no art. 86, §§ 3º e4º da CF, pois essas prerrogativas são unicamente compatíveis com a condição de Chefe de Estado - que somente o Presidente da Republica possui67.

Art. 97 – Cláusula da Reserva de Plenário:

− SÚMULA VINCULANTE 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

Art. 102 – Remédios constitucionais no STF:

66 MS 24.312, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 19-2-03, DJ de 19-12-03 67 ADI 1023 / RO - RONDONIA, Min. CELSO DE M ELLO,19-10-1995

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− SÚMULA Nº 691: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar.

Art. 102, I, a - Controle X Lei que venha ser revogada.

− SÚMULA Nº 642: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do distrito federal derivada da sua competência legislativa municipal.

− AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E REVOGAÇÃO SUPERVENIENTE DO ATO ESTATAL IMPUGNADO. A revogação superveniente do ato estatal impugnado faz instaurar situação de prejudicialidade que provoca a extinção anômala do processo de fiscalização abstrata de constitucionalidade, eis que a ab-rogação do diploma normativo questionado opera, quanto a este, a sua exclusão do sistema de direito positivo, causando, desse modo, a perda ulterior de objeto da própria ação direta, independentemente da ocorrência, ou não, de efeitos residuais concretos. Precedentes68.

Controle de Constitucionalidade Difuso:

− Segundo o STF, é legítima a utilização da ação civil pública como instrumento de fiscalização incidental de constitucionalidade, pela via difusa, de quaisquer leis ou atos do Poder Público, desde que a controvérsia constitucional não se identifique como objeto único da demanda, mas simples questão prejudicial, indispensável à resolução do litígio principal69.

Ou seja, nada impede que em um controle incidental, no caso concreto, decida-se pela inconstitucionalidade da lei em no curso do processo de uma ação civil pública, ou qualquer outra ação, como mandado de segurança. É de se advertir, no entanto, que em se tratando da ação civil pública, existem casos em que a decisão se daria com efeitos abstratos, abrangendo uma coletividade indeterminada de pessoas e, nestes casos, não poderia haver a declaração da inconstitucionalidade por parte da autoridade judicial, pois assim, a ação civil pública acabaria tendo os efeitos de uma decisão em ADI, que é ação de controle abstrato que só poderia ser impetrada do STF ou TJ. Fora isso, seria perfeitamente possível haver a declaração da inconstitucionalidade no curso de um processo de ação civil pública.

68 ADI 1442 / DF - DISTRITO FEDERAL - Julgamento: 03/11/2004) 69 Rcl 1.898/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO em Informativo STF nº571.

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Art. 102, I, f

− Em relação ao art. 102, I, f da Constituição, o STF tem o entendimento de que tal dispositivo autoriza o tribunal a conhecer originariamente de causas que estejam "colocando em xeque" o pacto federativo. Assim, o conflito entre uma autarquia federal e um Estado-membro pode ter 2 caminhos:

Competência originária do STF - Se colocar em risco o pacto federativo.

X

Competência da Justiça Federal - Se não colocar em risco o pacto federativo70.

Art. 102, I, l:

− SÚMULA Nº 734: Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.

Art. 102, III:

− Não cabe recurso extraordinário contra decisões que meramente concedem ou que denegam a antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional ou provimentos liminares, já que não são decisões definitivas, mas mera verificação não conclusiva da ocorrência do “periculum in mora” e da relevância jurídica da pretensão71.

70 "1) A imunidade recíproca, por sua vez, assenta-se basicamente no princípio da Federação. Configurado conflito federativo (...) é competente o Supremo Tribunal Federal para o julgamento da ação cível originária, nos termos do disposto no artigo 102, I, f, da Constituição." (ACO 765-QO, Rel.p/ o ac. Min. Eros Grau, julgamento em 1º-6-05, DJE de 7-11-08) 2) "Competência originária. Conflito entre autarquia federal e Estado-Membro. Ausência de risco ao pacto federativo. Inaplicabilidade do artigo 102, I, “f”, da CF/88. Competência da Justiça Federal. O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de que a competência originária que lhe é atribuída pelo art. 102, I, “f”, da Constituição Federal, tem caráter de absoluta excepcionalidade, restringindo-se a sua incidência às hipóteses de litígios cuja potencialidade ofensiva revele-se apta a vulnerar a harmonia do pacto federativo (...) Incompetência deste Supremo Tribunal para processar e julgar, originariamente, causas entre Estado-Membro e autarquia federal com sede ou estrutura regional de representação no território estadual respectivo. Competência da Justiça Federal (...).” (RE 512.468-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 13-5-08, DJE de 6-6-08) 71

AG. REG. NO ARE N. 706.127-SP

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Art. 103-B – Controle externo da magistratura:

− SÚMULA Nº 649 - É inconstitucional a criação, por constituição estadual, de órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros poderes ou entidades.

Art. 111 – Justiça do Trabalho:

− SÚMULA VINCULANTE 22: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional no 45/04.

− SÚMULA VINCULANTE 23: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.

− SÚMULA Nº 433: É competente o Tribunal Regional do Trabalho para julgar mandado de segurança contra ato de seu presidente em execução de sentença trabalhista.

− SÚMULA Nº 736: Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.

Art. 129, III - Ação Civil Pública:

− O Ministério Público possui legitimidade ativa para ações civis públicas nas quais se discute a validade de atos potencialmente lesivos ao patrimônio público, neste conceito se enquadra a impugnação de benefício fiscal72.

Art 150 – Limitações ao poder de Tributar:

1- Imunidade IPTU – cemitério extensão de entidade religiosa

− Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição. Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer culto é projetada a partir da

72 AG. REG. NO RE N. 547.532-DF

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interpretação da totalidade que o texto da Constituição é, sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, “b”73.

2- Princípio do não-confisco (art. 150, IV).

− Segundo o STF, a instituição de alíquotas progressivas para a contribuição previdenciária dos servidores públicos ofende o princípio da vedação à utilização de qualquer tributo com efeito de confisco74.

Art. 206, IV – Gratuidade do ensino público:

− SÚMULA VINCULANTE 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.

73 RE 578.562, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 21-5-08, Plenário, DJE de 12-9-08 74 AG. REG. NO RE N. 346.197-DF