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aula extra 2, lei 8112

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  • Aula Extra 2

    Lei n 8.112/90 p/ CNMP (todos os cargos)Professor: Herbert Almeida

  • Regime Jur. dos Servidores Pblicos Civis da Unio Analista e Tcnico do CNMP

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula Extra 2

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    AULA Extra 2: Lei 8.112/1990 (parte 3)

    Sumrio

    LEI 8.112/1990 (PARTE 3) ................................................................................................................................. 2

    DIREITOS E VANTAGENS (CONTINUAO) ...................................................................................................................... 2 Frias .............................................................................................................................................................. 2 Licenas .......................................................................................................................................................... 4 Afastamentos ............................................................................................................................................... 11 Concesses ................................................................................................................................................... 16 Tempo de servio ......................................................................................................................................... 17 Direito de Petio ......................................................................................................................................... 19

    QUESTES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................................ 22

    GABARITO ....................................................................................................................................................... 22

    REFERNCIAS .................................................................................................................................................. 22

    Ol pessoal, tudo bem?

    Nesta aula, vamos concluir toda a parte de direitos e vantagens, encerrando assim o contedo do edital.

    Entretanto, teremos a resoluo de poucas questes, pois estou preparando um arquivo com uma bateria selecionada de exerccios da FCC. Assim, durante o final de semana de Carnaval, farei a postagem de um ltimo arquivo, trazendo diversas questes da FCC.

    Vamos aula, aproveitem!

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    LEI 8.112/1990 (parte 3)

    Direitos e vantagens (continuao)

    Frias

    Acho que este um assunto de interesse de todos! - O direito s frias encontra-se previsto no art. 7, XVII, da CF,

    representando o perodo anual de descanso do servidor. Na Lei 8.112/1990, esse direito encontra-se previsto nos arts. 77 a 80.

    As frias tm durao de trinta dias anuais, que podem ser acumuladas, no caso de necessidade do servio, por at o mximo de dois perodos, ressalvadas as hipteses em que haja legislao especfica. Nesse perodo, o servidor ficar afastado do exerccio de suas atribuies, mas receber sua remunerao, somada do adicional de frias, contando o seu prazo como de efetivo exerccio do cargo para todos os efeitos.

    O primeiro perodo aquisitivo de frias ocorre depois de doze meses de exerccio (art. 77, pargrafo nico), enquanto os demais perodos sero adquiridos anualmente a cada dia 1 de janeiro. Exemplificando, se um servidor entrar em exerccio no dia 1 de agosto de 2014, ele completar os doze meses de exerccio no ltimo dia do ms de julho de 2015, ganhando o direito ao primeiro perodo de frias relativas ao exerccio de 2015. O segundo perodo aquisitivo ocorrer em 1 de janeiro de 2016 e assim sucessivamente 1/01/17, 1/01/18, etc.

    O 2 do art. 77 veda que se leve conta de frias qualquer falta ao servio. Dessa forma, se o servidor faltar ao servio injustificadamente, dever ser descontada sua remunerao correspondente aos dias de ausncia, no se podendo descontar esses dias do perodo de frias.

    Ademais, o Estatuto permite que as frias sejam parceladas em at trs etapas. Nesse caso, o requerimento dever partir do servidor, mas a concesso do parcelamento ocorre no interesse da administrao pblica, ou seja, a administrao decidir de forma discricionria. Caso ocorra o parcelamento, o pagamento do adicional de frias dever ocorrer quando da utilizao do primeiro perodo (art. 78, 5). Por exemplo, se o servidor optar por dividir suas frias em dois perodos, sendo 15 dias em julho e 15 em dezembro, ele dever receber o adicional de 1/3 sobre a sua

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    remunerao quando for gozar da primeira parcela (julho) do perodo de frias.

    O pagamento da remunerao das frias ser efetuado at dois dias antes do incio do respectivo perodo (art. 78).

    Caso o servidor seja e exonerado do cargo efetivo, ou em comisso, ele dever receber indenizao relativa ao perodo das frias a que tiver direito e ao incompleto, na proporo de um doze avos por ms de efetivo exerccio, ou frao superior a quatorze dias (art. 78, 3). Essa indenizao ser calculada com base na remunerao do ms em que for publicado o ato exoneratrio (art. 78, 4).

    Dispe o art. 79 que o servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substncias radioativas gozar vinte dias consecutivos de frias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer hiptese a acumulao.

    Por fim, o art. 80 apresenta as regras sobre a interrupo das frias, que s poder ocorrer por motivo de calamidade pblica, comoo interna, convocao para jri, servio militar ou eleitoral, ou por necessidade do servio declarada pela autoridade mxima do rgo ou entidade. Se forem, interrompidas, o restante do perodo das frias ser gozado de uma s vez (art. 80, pargrafo nico).

    1. (CESPE TJ/TRT 17 ES/2013) A convocao para jri constitui hiptese de interrupo das frias de servidor pblico.

    Comentrio: questo bem simples. A situao normal que as frias no sejam interrompidas. Contudo, o art. 80 apresenta situaes especficas que permitem a interrupo do perodo das frias, vejamos: 9 calamidade pblica; 9 comoo interna; 9 convocao para jri; 9 servio militar ou eleitoral; ou 9 por necessidade do servio declarada pela autoridade mxima do rgo

    ou entidade.

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    Portanto, a convocao para o jri uma das situaes que justificam a interrupo das frias do servidor pblico. Gabarito: correto.

    Licenas

    Os captulos IV e V do Ttulo III do Estatuto dos Servidores Federais apresentam, respectivamente, as licenas e afastamentos. Tecnicamente, no existe diferena entre licena e afastamento, pois as duas representam hipteses em que o servidor ficar afastado de suas atribuies. Simplesmente, o legislador optou por denominar esses perodos ora de licenas, ora de afastamentos. Dito isso, vamos iniciar pelo Captulo IV, que trata das licenas.

    De acordo com o art. 81 da Lei 8.112/1990, conceder-se- ao servidor licena:

    a) por motivo de doena em pessoa da famlia;

    b) por motivo de afastamento do cnjuge ou companheiro;

    c) para o servio militar;

    d) para atividade poltica;

    e) para capacitao;

    f) para tratar de interesses particulares;

    g) para desempenho de mandato classista.

    Caso uma licena seja concedida dentro de sessenta dias do trmino de outra da mesma espcie ser considerada como prorrogao (art. 82). Por exemplo, imagine que um servidor est em gozo de licena por motivo de doena em pessoa da famlia, prevista para encerrar no dia 30 de julho de 2015. Se ele solicitar a renovao dessa licena, e ela for concedida no dia 15 de julho (dentro do perodo de sessenta dias do trmino), ser considerada mera prorrogao e no uma nova licena.

    Agora, vamos analisar cada uma das licenas.

    a) Licena por motivo de doena em pessoa da famlia

    A licena por motivo de doena em pessoa da famlia, disciplinada no art. 83 da Lei 8.112/1990, poder ser concedida ao servidor por motivo

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    de doena do cnjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovao por percia mdica oficial.

    Apesar de o texto da lei mencionar expressamente que a licena SRGHUi VHU FRQFHGLGD R HQWHQGLPHQWR DWXDO p TXH VXD FRQFHVVmR pvinculada, ou seja, se estiverem preenchidos os requisitos legais, a Administrao dever conceder a licena.

    Com efeito, a licena somente ser deferida se a assistncia direta do servidor for indispensvel e no puder ser prestada simultaneamente com o exerccio do cargo ou mediante compensao de horrio.

    Assim, podemos resumir os seguintes aspectos para a concesso da licena por motivo de doena em pessoa da famlia:

    a) a doena deve ser do cnjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional;

    b) a doena dever ser comprovada por junta mdica oficial;

    c) a assistncia direta do servidor deve ser indispensvel e no poder ser prestada simultaneamente com o exerccio do cargo ou mediante compensao de horrio.

    Devemos acrescentar ainda que, durante o perodo dessa licena, vedado o exerccio de atividade remunerada (art. 81, 2). O entendimento muito simples, se a licena indispensvel para que o servidor possa prestar a assistncia pessoa da famlia, obviamente que ele no poderia se ocupar em outra atividade remunerada.

    Ademais, a concesso dessa licena, assim como de cada uma de suas prorrogaes, ser precedida de exame por percia mdica oficial. No entanto, o art. 204 dispensa a realizao de percia mdica oficial, na forma prevista em regulamento, quando o prazo da licena for inferior a quinze dias dentro de um ano.

    Na sequncia, o 2 do art. 83 estabelece que a licena, includas as prorrogaes, poder ser concedida a cada perodo de doze meses nas seguintes condies:

    a) por at 60 (sessenta) dias, consecutivos ou no, mantida a remunerao do servidor; e

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    b) por at 90 (noventa) dias, consecutivos ou no, sem remunerao.

    A soma das licenas remuneradas e das licenas no remuneradas, includas as respectivas prorrogaes, concedidas em um mesmo perodo de doze meses no poder ultrapassar esses limites (art. 83, 4). O incio desse interstcio de doze meses ser contado a partir da data do deferimento da primeira licena concedida (art. 83, 3).

    Por fim, podemos adiantar algumas regras sobre a contagem do tempo de servio. O art. 103, II, estabelece que o perodo da licena para tratamento de sade de pessoal da famlia do servidor, com remunerao, que exceder a trinta dias em perodo de doze meses ser contado apenas para efeito de aposentadoria ou disponibilidade. Por outro lado, o tempo de licena no remunerada no contado para qualquer efeito.

    2. (CESPE Analista Administrativo/ANTT/2013) A licena para servidor pblico federal por motivo de doena de pessoa da famlia, devidamente comprovada por percia mdica oficial, poder ser concedida a cada perodo de doze meses, por at noventa dias, consecutivos ou no, mantida a remunerao do servidor.

    Comentrio: vamos Lei novamente? Art. 83. Poder ser concedida licena ao servidor por motivo de doena do cnjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovao por percia mdica oficial. (...) 2o A licena de que trata o caput, includas as prorrogaes, poder ser concedida a cada perodo de doze meses nas seguintes condies:

    I - por at 60 (sessenta) dias, consecutivos ou no, mantida a remunerao do servidor; e

    II - por at 90 (noventa) dias, consecutivos ou no, sem remunerao.

    3o O incio do interstcio de 12 (doze) meses ser contado a partir da data do deferimento da primeira licena concedida. (grifos nossos)

    Dessa forma, a licena poder ser concedida, mas sem a remunerao ao servidor.

    Gabarito: errado.

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    3. (CESPE AJ/TRT 17 ES/2013) O prazo mximo, includas as prorrogaes, para concesso de licena a um servidor pblico por motivo de doena de seu enteado de at 90 dias, consecutivos ou no, sem remunerao.

    ComentrioUHIRUoDQGRRDUWGLVS}HTXHpoder ser concedida licena ao servidor por motivo de doena do cnjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovao por percia mdica oficial. Na sequncia, o art. 83, 2, II, estabelece que a licena poder ser concedida por at 90 (noventa) dias, consecutivos ou no, sem remunerao. Assim, est correta a questo. Gabarito: correto.

    b) Licena por motivo de afastamento do cnjuge

    Segundo o art. 84 da Lei 8.112/1990, poder ser concedida licena ao servidor para acompanhar cnjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do territrio nacional, para o exterior ou para o exerccio de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

    Essa licena ser por prazo indeterminado e sem remunerao (art. 84, 1). Ademais, o perodo de licena no ser computado para qualquer efeito.

    Como se v, o servidor poder acompanhar o cnjuge ou companheiro, no entanto no perceber sua remunerao nem ter o tempo de servio computado. Por esse motivo, o 2 do art. 84 apresenta uma alternativa para essa situao, que o exerccio provisrio. Assim, no deslocamento de servidor cujo cnjuge ou companheiro tambm seja servidor pblico, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, poder haver exerccio provisrio em rgo ou entidade da Administrao Federal direta, autrquica ou fundacional, desde que para o exerccio de atividade compatvel com o seu cargo.

    c) Licena para o servio militar

    Ser concedida licena ao servidor convocado para o servio militar, na forma e condies previstas na legislao especfica (art. 85). Concludo o servio militar, o servidor ter at trinta dias sem remunerao para reassumir o exerccio do cargo. Vale acrescentar que,

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    SRUIRUoDGRDUW9,,,IRSHUtRGRGHVVDOLFHQoDpFRQVLGHUDGRFRPRde efetivo exerccio do cargo.

    d) Licena para atividade poltica

    A licena para atividade poltica, prevista no art. 86 da Lei 8.112/1990, um direito do servidor pblico, ou seja, uma vez preenchidos os seus requisitos, a administrao pblica est vinculada a conced-la.

    Ela ser concedida nas seguintes condies, conforme o perodo em que se aplica:

    a) sem remunerao, durante o perodo que mediar entre a sua escolha em conveno partidria, como candidato a cargo eletivo, e a vspera do registro de sua candidatura perante a Justia Eleitoral (art. 86, caput). Nesse caso, o perodo da licena no contado como tempo de servio; e

    b) com remunerao, a partir do registro da candidatura e at o dcimo dia seguinte ao da eleio. Nesse caso, o servidor ser remunerado at o prazo mximo de trs meses (art. 86, 2). Ultrapassado os trs meses, o servidor continuar em licena, porm sem direito remunerao. Nessa situao, o perodo da licena ser computado apenas para fins de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, III).

    Conforme comentamos acima, a licena para atividade poltica um direito do servidor, dependendo, portanto, de requerimento do interessado. Contudo, se o servidor desejar, em regra, ele poder permanecer exercendo as atribuies de seu cargo. Entretanto, existe uma situao em que o servidor no pode optar por permanecer em exerccio, ou seja, ele dever obrigatoriamente ser afastado de suas atribuies.

    Nessa linha, o art. 86, 1, da Lei 8.112/1990 estabelece que o servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funes e que exera cargo de direo, chefia, assessoramento, arrecadao ou fiscalizao, dele ser afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justia Eleitoral, at o dcimo dia seguinte ao do pleito.

    A doutrina defende que, nesse ltimo caso, como o servidor ser obrigatoriamente afastado, ele dever perceber a remunerao do cargo, assim como o perodo ser contado como de efetivo exerccio1.

    1 Barchet, 2008, p. 776.

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    e) Licena para capacitao

    A licena para capacitao substituiu a antiga licena prmio, sendo includa no Estatuto por meio da Lei 9.527/1997, que deu nova redao ao art. 87 da Lei 8.112/1990.

    Essa licena poder ser concedida, no interesse da Administrao, para que o servidor participe de curso de capacitao profissional, por um perodo de at trs meses a cada cinco anos de efetivo exerccio. Nesse perodo, o servidor fara jus sua remunerao.

    Vale reforar que a licena para capacitao concedida segundo o interesse da administrao, ou seja, o seu deferimento discricionrio.

    Ademais, os perodos de licena no so acumulveis (art. 87, pargrafo nico). Assim, o servidor no poder, por exemplo, aguardar dez anos e solicitar uma licena de seis meses, dada a vedao de acumulao dos perodos.

    3RUILPRDUW9,,,HFRQVLGHUDTXHRSHUtRGRGHVVDOLFHQoDpcomputado como de efetivo exerccio do cargo.

    4. (CESPE TJ/TRT 17 ES/2013) vedado ao servidor o exerccio de atividade remunerada durante o perodo de licena para capacitao.

    Comentrio: o artigo 87 da Lei 8.112/90 dispe sobre a licena para capacitao, estabelecendo que, aps cada quinqunio de efetivo exerccio, o servidor poder, no interesse da Administrao, afastar-se do exerccio do cargo efetivo, com a respectiva remunerao, por at trs meses, para participar de curso de capacitao profissional. Por sua vez, o artigo 81 apresenta as licenas que podem ser concedidas aos servidores federais, vejamos:

    Art. 81. Conceder-se- ao servidor licena: I - por motivo de doena em pessoa da famlia; II - por motivo de afastamento do cnjuge ou companheiro; III - para o servio militar; IV - para atividade poltica; V - para capacitao; VI - para tratar de interesses particulares; VII - para desempenho de mandato classista.

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    (...)

    3 vedado o exerccio de atividade remunerada durante o perodo da licena prevista no inciso I deste artigo. (grifos nossos)

    Ou seja, a vedao se aplica licena por motivo de doena em pessoa da famlia, no licena para capacitao. Gabarito: errado.

    f) Licena para tratar de interesses particulares

    A licena para tratar de interesses particulares poder ser concedida, a critrio da Administrao, ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que no esteja em estgio probatrio, pelo prazo de at trs anos consecutivos, sem remunerao (art. 91).

    A concesso da licena ocorre de forma discricionria pela Administrao, podendo-se interromp-la, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do servio (art. 91, pargrafo nico).

    g) Licena para o desempenho de mandato classista

    direito do servidor gozar da licena para o desempenho de mandato classista, sem remunerao, para o desempenho de mandato em confederao, federao, associao de classe de mbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profisso ou, ainda, para participar de gerncia ou administrao em sociedade cooperativa constituda por servidores pblicos para prestar servios a seus membros (art. 92).

    Deve-se destacar, ademais, que a Lei 12.998/2014 fez significativas alteraes no contedo dessa licena. Por isso, importante reforar a ateno em seu contedo.

    Nessa linha, a licena ter durao igual do mandato, podendo ser renovada, no caso de reeleio (art. 92, 2)2.

    Com efeito, somente podero ser licenciados os servidores eleitos para cargos de direo ou de representao nas referidas entidades, desde que cadastradas no rgo competente.

    Alm disso, os incisos I, II e III limitam a quantidade de servidores que podero ser licenciados para o exerccio de mandato em cada entidade,

    2 Preste ateno, na antiga redao, a renovao poderia ocorrer uma nica vez. No atual dispositivo, no existe

    essa limitao. Dessa forma, podemos entender que a licena ser renovada sempre que houver reeleio.

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    conforme a quantidade de associados (art. 92, incs. I, II e III, com redao dada pela Lei 12.998/2014):

    a) para entidades com at 5.000 associados, dois servidores;

    b) para entidades com 5.001 a 30.000 associados, quatro servidores;

    c) para entidades com mais de 30.000 associados, oito servidores.

    O perodo de licena considerado como de efetivo exerccio, exceto para efeito de promoo por merecimento (art. 102, 9,,,F3RUILPHVVDlicena no pode ser concedida a servidor que esteja em estgio probatrio (art. 20, 4).

    Afastamentos

    Os afastamentos previstos no Estatuto so os seguintes:

    a) afastamento para servir em outro rgo ou entidade (art. 93);

    b) afastamento para exerccio de mandato eletivo (art. 94);

    c) afastamento para estudo ou misso no exterior (arts. 95-96); e

    d) afastamento para participao em programa de ps-graduao stricto sensu no Pas (art. 96-A).

    Vamos analisar cada uma delas.

    a) Afastamento para servir a outro rgo ou entidade

    O art. 93 do Estatuto dispe sobre o afastamento para que o servidor seja cedido para ter exerccio em outro rgo ou entidade dos Poderes da Unio, dos estados, do Distrito Federal ou dos municpios.

    Existem duas hipteses em que essa cesso poder ocorrer:

    a) para exerccio de cargo em comisso ou funo de confiana;

    b) em casos previstos em leis especficas.

    Na primeira hiptese mencionada acima, se a cesso for para rgos ou entidades dos estados, do Distrito Federal ou dos municpios, o nus da remunerao ser do rgo ou entidade cessionria, mantido o nus para o cedente nos demais casos.

    Devemos diferenciar o rgo cedente do rgo

    cessionrio:

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    a) o rgo ou entidade cedente aquele de exerccio originrio do servidor;

    b) o rgo ou entidade cessionrio o beneficirio da cesso, isto , o local em

    que o servidor ter o exerccio durante o perodo da cesso.

    Por outro lado, quando o servidor for cedido a empresa pblica ou sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, e optar pela remunerao do cargo efetivo ou pela remunerao do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuio do cargo em comisso, a entidade cessionria efetuar o reembolso das despesas realizadas pelo rgo ou entidade de origem (art. 93, 2).

    Em resumo, a sistemtica a seguinte:

    a) se a cesso for para rgos ou entidades dos estados, do Distrito Federal ou dos municpios, o nus da remunerao ser do rgo ou entidade cessionria. Portanto, nesse caso, o rgo ou entidade estadual, distrital ou municipal que arcar com o nus da remunerao;

    b) se a cesso for para empresa pblica ou sociedade de economia mista, essas entidades devem se encarregar dos custos da remunerao. Contudo, se o servidor optar pelo recebimento da remunerao do seu cargo efetivo, acrescida de percentual da retribuio do cargo em comisso, caber entidade cessionria efetuar o reembolso das despesas realizadas pelo rgo ou entidade de origem; e

    c) quando a cesso for para os demais rgos ou entidades federais, o nus da remunerao caber Unio.

    b) Afastamento para exerccio de mandato eletivo

    Anteriormente, vimos a licena para atividade poltica. Naquele caso, o servidor iria participar do processo eletivo, concorrendo a uma das vagas nos Poderes Legislativo ou Executivo. Agora, vamos falar do afastamento para exerccio do mandato eletivo, ou seja, a situao em que o servidor foi eleito, passando a exercer o mandato eletivo.

    As regras sobre o afastamento para exerccio do mandato eletivo constam no art. 94 do Estatuto, que praticamente reproduz o contedo do art. 38 da Constituio da Repblica.

    Nesse sentido, ao servidor investido em mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposies:

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    a) tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficar afastado do cargo;

    b) investido no mandato de Prefeito, ser afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remunerao;

    c) investido no mandato de vereador:

    c1) havendo compatibilidade de horrio, perceber as vantagens de seu cargo, sem prejuzo da remunerao do cargo eletivo;

    c2) no havendo compatibilidade de horrio, ser afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remunerao.

    Vamos explicar melhor. Na primeira situao, no existir opo para o servidor. Assim, sendo eleito para mandato federal, estadual ou distrital (Presidente, Governador, Senador, Deputado, etc.), o servidor ser afastado do cargo e obrigatoriamente receber o subsdio do cargo eletivo.

    Na segunda situao, o servidor investido no cargo de Prefeito, tambm ser afastado obrigatoriamente do cargo. Contudo, poder optar pela remunerao do cargo ou pelo subsdio referente ao mandato de Prefeito.

    Por fim, no caso de mandato de vereador, havendo compatibilidade de horrios, o servidor dever acumular o cargo, recebendo a remunerao e o subsdio simultaneamente. No existindo compatibilidade de horrios, o servidor ser afastado do cargo, podendo optar pela remunerao deste ou ento pelo subsdio de vereador.

    Em qualquer dos casos de afastamento do cargo, o servidor contribuir para a seguridade social como se em exerccio estivesse.

    At agora, discutiu-se somente a investidura em mandato eletivo. Contudo, o 2 do art. 94 trata de um assunto um pouco mais amplo. De acordo com esse dispositivo, o servidor investido em mandato eletivo ou classista no poder ser removido ou redistribudo de ofcio para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

    Por fim, o art. 102, V, estabelece que o tempo de afastamento para mandato eletivo considerado como de efetivo exerccio do cargo, exceto para promoo por merecimento.

    c) Afastamento para estudo ou misso no exterior

    Os arts. 95 e 96 tratam do afastamento para estudo ou misso no exterior. Tal afastamento concedido de forma discricionria.

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    Assim, o servidor no poder ausentar-se do Pas para estudo ou misso oficial, sem autorizao do Presidente da Repblica, Presidente dos rgos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal (art. 95, caput).

    A ausncia no poder exceder a quatro anos, e finda a misso ou estudo, somente decorrido igual perodo, ser permitida nova ausncia. Com efeito, ao servidor beneficiado com esse afastamento no poder ser concedida exonerao ou licena para tratar de interesse particular antes de decorrido perodo igual ao do afastamento, ressalvada a hiptese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento (art. 95, 2).

    Interessante notar, portanto, que o Estatuto d a entender que esse afastamento ocorre sem prejuzo de sua remunerao. Nessa linha, o 4 do art. 95 dispe que as hipteses, condies e formas para a autorizao para o servidor se ausentar do pas, inclusive no que se refere remunerao do servidor, sero disciplinadas em regulamento.

    Por fim, o 3 estabelece que nenhuma dessas regras constantes no art. 95 se aplicam aos servidores da carreira diplomtica.

    O art. 96, por sua vez, trata de uma outra hiptese de afastamento de servidor, qual seja para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere. Nesse caso, o dispositivo muito claro ao dispor que o afastamento ocorrer com perda total da remunerao.

    d) Afastamento para participao em programa de ps-graduao stricto

    sensu no pas

    Esta ltima hiptese de afastamento possui a finalidade bem clara de permitir que o servidor participe de programa de ps-graduao stricto sensu (mestrado, doutorado e ps-doutorado) em instituio de ensino superior no pas. A concesso do afastamento medida discricionria da Administrao, s podendo ser deferido quando a participao no puder ocorrer simultaneamente com o exerccio do cargo ou mediante compensao de horrio (art. 96-A). Sendo concedido o afastamento, o servidor perceber a correspondente remunerao do cargo e o perodo ser contabilizado como de efetivo exerccio do cargo (art. 102, IV).

    Ademais, esse afastamento somente poder ser concedido a servidor pblico efetivo, exigindo-se os seguintes perodos mnimos de exerccio do

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    cargo no respectivo rgo ou entidade, includo o perodo de estgio probatrio (art. 96-A, 2):

    a) pelo menos trs anos para mestrado;

    b) pelo menos quatro anos para doutorado.

    Alm dos prazos acima, o servidor no poder, na data da solicitao do afastamento, ter se afastado por licena para tratar de assuntos particulares, ou para gozo de licena capacitao, ou, ainda, para a prpria participao em programa de ps-graduao stricto sensu nos ltimos dois anos.

    No caso de participao em programas de ps-doutorado, o Estatuto exige os seguintes requisitos (art. 96-A, 3):

    a) o servidor deve ser titular de cargo efetivo, tendo exercido o cargo no respectivo rgo ou entidade h pelo menos quatro anos, includo o perodo de estgio probatrio;

    b) o servidor no poder ter se afastado por licena para tratar de assuntos particulares ou para outro afastamento para participao em programa de ps-graduao stricto sensu, nos quatro anos anteriores data da solicitao de afastamento.

    O servidor beneficiado com esses afastamentos ter que permanecer no exerccio de suas funes aps o seu retorno por um perodo igual ao do afastamento concedido (art. 96-A, 4). Caso o servidor venha a solicitar exonerao do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o perodo de permanncia mencionado acima, tambm dever ressarcir o rgo ou entidade dos gastos com seu aperfeioamento, no prazo de at sessenta dias (art. 96-A, 5, combinado com art. 47).

    Da mesma forma, se o servidor no obtiver o ttulo ou grau que justificou seu afastamento no perodo previsto, dever realizar o ressarcimento ao rgo ou entidade dos gastos efetuados, no prazo de sessenta dias, salvo na hiptese comprovada de fora maior ou de caso fortuito, a critrio do dirigente mximo do rgo ou entidade.

    Conforme vimos at agora, esse afastamento tem o objetivo de proporcionais condies para que o servidor participe em programa de ps-graduao stricto sensu no pas. No entanto, o 7 do art. 96-A amplia as mesmas regras desse afastamento para a participao em programa de ps-graduao no exterior.

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    Concesses

    As concesses so direitos que podem ser concedidos ao servidor, dividindo-se em trs categorias:

    a) possibilidade de ausentar-se do servio, sem qualquer prejuzo, nos pelos seguintes prazos e motivos (art. 97):

    a1) por um dia, para doao de sangue;

    a2) pelo perodo comprovadamente necessrio para alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a dois dias;

    a3) por oito dias consecutivos em razo de casamento;

    a4) por oito dias consecutivos em razo de falecimento do cnjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmos.

    b) direito horrio especial, que ser concedido (art. 98):

    b1) ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horrio escolar e o da repartio, sem prejuzo do exerccio do cargo. Nesse caso, ser exigida a compensao de horrio no rgo ou entidade que tiver exerccio, respeitada a durao semanal do trabalho;

    b2) ao servidor portador de deficincia, quando comprovada a necessidade por junta mdica oficial, independentemente de compensao de horrio;

    b3) ao servidor que tenha cnjuge, filho ou dependente portador de deficincia fsica, mas nesse caso se exige a compensao de horrio;

    b4) ao servidor que atuar como instrutor ou que participar de banca examinadora ou de comisso de concurso, nas situaes previstas no art. 76-A, I e II, que ensejam o pagamento da gratificao por encargo de curso ou concurso. Nessa hiptese, o servidor dever compensar o horrio, no prazo de at um ano.

    c) direito matrcula em instituio de ensino congnere (art. 99): ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administrao assegurada, na localidade da nova residncia ou na mais prxima, matrcula em instituio de ensino congnere, em qualquer poca, independentemente de vaga. Esse direito extensivo

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    ao cnjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorizao judicial.

    Para essa ltima concesso, o STF possui entendimento no sentido de que o direito matrcula deve guardar a congeneridade das instituies de ensino, ou seja, a transferncia deve ser de instituio privada para privada e de pblica para pblica. Por exemplo, o servidor que estudar em instituio pblica, ter direito matrcula em outra instituio pblica na nova localidade; caso estude em instituio privada, o direito ser para matrcula em outra instituio privada3.

    Tempo de servio

    J vimos boa parte sobre as regras da contagem do tempo de servio. Vamos, agora, complementar alguns pontos e reforar os demais.

    As disposies sobre a contagem de tempo de servio constam nos artigos 100 a 103.

    Inicialmente, o art. 100 estabelece que o tempo de servio pblico federal, inclusive o prestado s Foras Armadas, contado para todos os efeitos.

    Consoante o art. 101, a apurao do tempo de servio ser feita em dias, que sero convertidos em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.

    J o art. 103, 3, veda a contagem cumulativa de tempo de servio prestado concomitantemente em mais de um cargo ou funo de rgo ou entidades dos Poderes da Unio, Estado, Distrito Federal e Municpio, autarquia, fundao pblica, sociedade de economia mista e empresa pblica.

    Alm disso, o tempo em que o servidor esteve aposentado ser contado apenas para nova aposentadoria (art. 103, 1); enquanto o tempo de servio prestado s Foras Armadas em operaes de guerra ser contado em dobro (art. 103, 2).

    Na sequncia, o art. 102 apresenta os afastamentos considerados de efetivo exerccio do cargo, ao passo que o art. 103 apresenta as situaes

    3 ADI 3.324/DF.

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    em que o perodo ser contado apenas para efeitos de aposentadoria e disponibilidade.

    Nesse contexto, dispe o art. 102 que alm das ausncias ao servio previstas no art. 97 (as concesses), so considerados como de efetivo exerccio os afastamentos em virtude de:

    a) frias;

    b) exerccio de cargo em comisso ou equivalente, em rgo ou entidade dos Poderes da Unio, dos Estados, Municpios e Distrito Federal;

    c) exerccio de cargo ou funo de governo ou administrao, em qualquer parte do territrio nacional, por nomeao do Presidente da Repblica;

    d) participao em programa de treinamento regularmente institudo ou em programa de ps-graduao stricto sensu no Pas, conforme dispuser o regulamento;

    e) desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoo por merecimento;

    f) jri e outros servios obrigatrios por lei;

    g) misso ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o regulamento;

    h) licena: (i) gestante, adotante e paternidade; (ii) para tratamento da prpria sade, at o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de servio pblico prestado Unio, em cargo de provimento efetivo; (iii) para o desempenho de mandato classista ou participao de gerncia ou administrao em sociedade cooperativa constituda por servidores para prestar servios a seus membros, exceto para efeito de promoo por merecimento; (iv) por motivo de acidente em servio ou doena profissional; (v) para capacitao, conforme dispuser o regulamento; (vi) por convocao para o servio militar;

    i) deslocamento para a nova sede previsto no art. 18 do Estatuto;

    j) participao em competio desportiva nacional ou convocao para integrar representao desportiva nacional, no Pas ou no exterior, conforme disposto em lei especfica;

    k) afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere.

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    Por outro lado, ser contado apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103):

    a) o tempo de servio pblico prestado aos estados, municpios e Distrito Federal;

    b) a licena para tratamento de sade de pessoal da famlia do servidor, com remunerao, que exceder a trinta dias em perodo de doze meses;

    c) a licena para atividade poltica, no caso do art. 86, 2 - a partir do registro da candidatura e at o dcimo dia seguinte ao da eleio, o

    servidor far jus licena, assegurados os vencimentos do cargo

    efetivo, somente pelo perodo de trs meses; d) o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal,

    estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no servio pblico federal;

    e) o tempo de servio em atividade privada, vinculada Previdncia Social;

    f) o tempo de servio relativo a tiro de guerra;

    g) o tempo de licena para tratamento da prpria sade que exceder o prazo de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de servio pblico prestado Unio, em cargo de provimento efetivo.

    Direito de Petio

    O direito de petio possui previso constitucional (CF, art. 5, XXXIV, D1R(VWDWXWRHVVHGLUHLWRSRVVXLXPDSUHYLVmRPDLVUHVWULWDXPDYH]que aplicvel aos servidores pblicos. Basicamente, representa uma forma de solicitar direitos ou providncias da Administrao.

    Nesse contexto, so trs os instrumentos para o exerccio do direito de petio:

    a) requerimento;

    b) pedido de reconsiderao; e

    c) recurso.

    O art. 104 assegura ao servidor o direito de requerer aos Poderes Pblicos, em defesa de direito ou interesse legtimo. O requerimento deve ser dirigido autoridade competente para decidi-lo, porm ser

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    encaminhado por intermdio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente (art. 105). Isso quer dizer que o servidor deve seguir a cadeia hierrquica para proceder o seu pedido, ou seja, deve encaminhar o pedido por meio de sua chefia.

    O pedido de reconsiderao, por sua vez, dirigido a autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira deciso, no podendo ser renovado (art. 106). Logo, percebe-se que o pedido de reconsiderao encaminhado mesma autoridade que tomou a deciso que est sendo recorrida. Nesse caso, o servidor est solicitando que a mesma autoridade reconsidere o que decidiu anteriormente.

    Ademais, o requerimento e o pedido de reconsiderao devero ser despachados no prazo de cinco dias e decididos dentro de trinta dias (art. 106, pargrafo nico).

    Por fim, o recurso cabvel nas seguintes situaes (art. 107):

    a) contra o indeferimento do pedido de reconsiderao;

    b) contra as decises sobre os recursos sucessivamente interpostos.

    O recurso ser dirigido autoridade imediatamente superior que tiver expedido o ato ou proferido a deciso, e, sucessivamente, em escala ascendente, s demais autoridades (art. 107, 1). Portanto, no recurso, solicita-se que a autoridade superior reveja o ato de seu subordinado.

    Contudo, o encaminhamento do recurso tambm segue a via hierrquica, ou seja, o servidor deve encaminhar o recurso por intermdio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado (art. 107, 2).

    Vamos exemplificar um pouco. Suponha que um servidor deseje solicitar a concesso de um direito. Nesse caso, ele dever fazer um requerimento, encaminhando-o por meio de seu chefe para a autoridade competente, que chamaremos de Fulano. Se Fulano negar o requerimento do servidor, este ltimo poder fazer um pedido de reconsiderao, dirigido a Fulano, solicitando que a deciso seja revista. Contudo, se Fulano negar novamente o direito, o servidor dever fazer um recurso, que ser encaminhado, por intermdio de sua chefia, autoridade superior de Fulano. A partir da, o servidor poder realizar sucessivos recursos, conforme permitir a legislao, para as autoridades superiores.

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    Consoante o art. 108, o prazo para interposio de pedido de reconsiderao ou de recurso de trinta dias, a contar da publicao ou da cincia, pelo interessado, da deciso recorrida.

    De acordo com o art. 109, o recurso (somente ele) poder ser recebido com efeito suspensivo, a juzo da autoridade competente.

    Em caso de provimento do pedido de reconsiderao ou do recurso, os efeitos da deciso retroagiro data do ato impugnado (art. 109, pargrafo nico).

    Na sequncia, o art. 110 apresenta os prazos em que o direito de requerer prescrever, so eles:

    a) em cinco anos, quanto aos atos de demisso e de cassao de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e crditos resultantes das relaes de trabalho;

    b) em cento e vinte dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.

    O prazo de prescrio ser contado da data da publicao do ato impugnado ou da data da cincia pelo interessado, quando o ato no for publicado (art. 110, pargrafo nico).

    Porm, o pedido de reconsiderao e o recurso, quando cabveis, interrompem a prescrio, ou seja, fazem zerar a contagem do prazo para prescrio.

    Ademais, a prescrio de ordem pblica, no podendo ser relevada pela administrao. Nesse caso, aplica-se a indisponibilidade do interesse pblico, pois se a lei estabeleceu a prescrio, no pode o agente pblico competente simplesmente desconsider-la e reconhecer algum direito do servidor.

    Com efeito, os prazos previstos no Captulo sobre o direito de petio so fatais e improrrogveis, salvo motivo de fora maior (art. 115).

    Apesar de no poder relevar a prescrio, a Administrao no pode simplesmente deixar de fazer alguma coisa quando constatar uma ilegalidade. Assim, com base no princpio da autotutela, o art. 114 dispe que Administrao dever rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.

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    Por fim, dispe o art. 113 que, para o exerccio do direito de petio, assegurada vista do processo ou documento, na repartio, ao servidor ou a procurador por ele constitudo.

    isso! No final de semana do Carnaval, vamos postar um arquivo com uma bateria de questes.

    Espero por vocs!

    Bons estudos e at breve.

    HERBERT ALMEIDA.

    [email protected]

    http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorProfessor/herbert-almeida-3314/

    QUESTES COMENTADAS NA AULA

    1. (CESPE TJ/TRT 17 ES/2013) A convocao para jri constitui hiptese de interrupo das frias de servidor pblico.

    2. (CESPE Analista Administrativo/ANTT/2013) A licena para servidor pblico federal por motivo de doena de pessoa da famlia, devidamente comprovada por percia mdica oficial, poder ser concedida a cada perodo de doze meses, por at noventa dias, consecutivos ou no, mantida a remunerao do servidor.

    3. (CESPE AJ/TRT 17 ES/2013) O prazo mximo, includas as prorrogaes, para concesso de licena a um servidor pblico por motivo de doena de seu enteado de at 90 dias, consecutivos ou no, sem remunerao.

    4. (CESPE TJ/TRT 17 ES/2013) vedado ao servidor o exerccio de atividade remunerada durante o perodo de licena para capacitao.

    GABARITO

    1. C 2. E 3. C 4. E

    REFERNCIAS

    ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19 Ed. Rio de Janeiro: Mtodo, 2011.

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    BANDEIRA DE MELLO, Celso Antnio. Curso de Direito Administrativo. 31 Ed. So Paulo: Malheiros, 2014.

    BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questes. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

    CARVALHO FILHO, Jos dos Santos. Manual de direito administrativo. 27 Edio. So Paulo: Atlas, 2014.

    DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27 Edio. So Paulo: Atlas, 2014.

    MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39 Ed. So Paulo: Malheiros Editores, 2013.