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LFG – ADMINISTRATIVO – Aula 02 – Prof. Fabrício Bolzan – Intensivo II – 03/09/2009 LEI 8.112/90 Então, vimos que o auxílio-moradia não é para nós, seres humanos mortais. Concluímos, na última aula, que quando eu falo em auxílio- moradia eu tenho que lembrar de quem? Cargo em comissão, função de confiança, DAS (Gratificação de Direção e Assessoramento Superior) níveis 4, 5 e 6. Os níveis vão de 1 a 6. Só os níveis 4, 5 e 6 têm direito ao auxílio moradia. Quem mais tem? Ministro de Estado, cargo de natureza especial ou equivalente a Ministro de Estado, por exemplo, o AGU, o Presidente do Banco Central. Quem sabe algum dia o pessoal de carreiras importantes, como magistrados, membros do MP, defensores públicos e procuradorias cheguem lá em cima, mas enquanto isso não acontece, tem que se contentar com outras indenizações. b) Gratificações : Retribuição pelo desempenho de atribuição de chefia, direção ou assessoramento Na Constituição Federal, quando a gente fala em retribuição pelo desempenho de atribuição de chefia, direção ou assessoramento, a gente fala de qual dispositivo? Do art. 37, V, que fala que função de confiança e cargo em comissão vão desempenhar atribuições de direção, chefia e assessoramento. V - as funções de conf iança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; E a gente sabe o quê, com base no art. 37, V? Que a função de confiança é exercida exclusivamente por detentor de cargo efetivo. Cargo em comissão pode ser de carreira ou não. A Constituição fala que um mínimo definido em lei tem que ser de carreira, mas a gente sabe que, na prática em quase nenhum lugar teve essa lei. Cargo em comissão, a gente sabe que foi aquele que teve uma investidura política e não uma investidura decorrente de concurso público. Então, a grande questão é: quando eu falo em gratificação por desempenho de atribuição de chefia, direção ou assessoramento, estou falando daquele que é cargo em comissão puro, que não prestou concurso, ou estou falando daquele que é detentor de cargo efetivo? O que vocês acham? Tanto o de carreira (cargo efetivo) ou não, pode exercer cargo em comissão. Essa retribuição de que falo aqui é a do 22

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Direito Administrativo

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Bibliografia:

LFG ADMINISTRATIVO Aula 02 Prof. Fabrcio Bolzan Intensivo II 03/09/2009

Lei 8.112/90

Ento, vimos que o auxlio-moradia no para ns, seres humanos mortais. Conclumos, na ltima aula, que quando eu falo em auxlio-moradia eu tenho que lembrar de quem? Cargo em comisso, funo de confiana, DAS (Gratificao de Direo e Assessoramento Superior) nveis 4, 5 e 6. Os nveis vo de 1 a 6. S os nveis 4, 5 e 6 tm direito ao auxlio moradia. Quem mais tem? Ministro de Estado, cargo de natureza especial ou equivalente a Ministro de Estado, por exemplo, o AGU, o Presidente do Banco Central. Quem sabe algum dia o pessoal de carreiras importantes, como magistrados, membros do MP, defensores pblicos e procuradorias cheguem l em cima, mas enquanto isso no acontece, tem que se contentar com outras indenizaes.b)Gratificaes:Retribuio pelo desempenho de atribuio de chefia, direo ou assessoramentoNa Constituio Federal, quando a gente fala em retribuio pelo desempenho de atribuio de chefia, direo ou assessoramento, a gente fala de qual dispositivo? Do art. 37, V, que fala que funo de confiana e cargo em comisso vo desempenhar atribuies de direo, chefia e assessoramento. V - as funes deconfiana,exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comisso, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condies e percentuais mnimos previstos em lei, destinam-se apenas s atribuies de direo, chefia e assessoramento;

E a gente sabe o qu, com base no art. 37, V? Que a funo de confiana exercida exclusivamente por detentor de cargo efetivo. Cargo em comisso pode ser de carreira ou no. A Constituio fala que um mnimo definido em lei tem que ser de carreira, mas a gente sabe que, na prtica em quase nenhum lugar teve essa lei. Cargo em comisso, a gente sabe que foi aquele que teve uma investidura poltica e no uma investidura decorrente de concurso pblico.Ento, a grande questo : quando eu falo em gratificao por desempenho de atribuio de chefia, direo ou assessoramento, estou falando daquele que cargo em comisso puro, que no prestou concurso, ou estou falando daquele que detentor de cargo efetivo? O que vocs acham? Tanto o de carreira (cargo efetivo) ou no, pode exercer cargo em comisso. Essa retribuio de que falo aqui a do detentor de cargo efetivo ou de quem no detentor de cargo efetivo? Eu estou falando de quem detentor de cargo efetivo. Ento, essa gratificao daquele que detentor de cargo efetivo.Na Administrao Federal so os famosos D.A.S.s, almejados pelos servidores federais. E esses D.A.Ss tm nveis, de 1 a 6. Esse valor varia de carreira, com regulamentao interna de cada rgo tratando disso.

Mas cuidado na hora da prova porque o cargo em comisso pode ser tanto de detentor de cargo efetivo como daquele que no prestou servio pblico. Neste caso, estou falando de quem prestou servio pblico.

Gratificao natalinaEnvolve 1/12 da remunerao do servidor. Isso tem que analisar o quanto ele trabalhou no ano. Se trabalhou 6 meses, ser proporcional aos 6 meses que trabalhou.Quando eu falo em servidor que, no meio do caminho foi exonerado? A regra que o servidor receba essa gratificao at 20 de dezembro, s que, vamos supor, em julho ele foi exonerado. Ele tem direito a receber proporcionalmente? Sim. Mas proporcionalmente a qual ms? Ao ms de dezembro ou ao ms da exonerao, considerando que no ms seguinte ao da sua exonerao ocorreu um aumento de 450% do salrio do servidor? Eu pergunto: o proporcional o limite de dezembro ou do ms da exonerao? proporcional ao ms da exonerao. Ele tem direito a receber proporcional, sim, porm proporcional e com base no ms da exonerao. Quando o servidor trabalhar perodo igual ou superior a 15 (quinze) dias ser considerado como ms integral.Gratificao por encargo de curso ou concursoAqui eu pago a gratificao para o servidor que atua como instrutor em curso de formao ou participa de banca examinadora de vestibular ou de concurso pblico.A eu pergunto: quando eu falo nessa gratificao, temos que lembrar o seguinte: somente ser paga essa gratificao se as atividades forem exercidas sem prejuzo s atribuies do cargo. No pode prejudicar, comprometer as atribuies do cargo. E mais: a lei fala em devendo ser objeto de compensao de horas se no puder ser desempenhado durante o horrio de trabalho.

No pode prejudicar, se prejudicar prevalece o trabalho. Tem que fazer junto com o trabalho em regime de compensao de horas. O resto est no material de apoio (que copiei do site):

Essa gratificao devida ao servidor que, em carter eventual:

I - atuar como instrutor em curso de formao, de desenvolvimento ou de treinamento;

II - participar de banca examinadora ou de comisso para exames orais, para anlise curricular, para

Correo de provas discursivas, para elaborao de questes de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;

III - participar da logstica de preparao e de realizao de concurso pblico;

IV - participar da aplicao, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso pblico ou supervisionar essas atividades.

A Gratificao somente ser paga se essas atividades forem exercidas sem prejuzo das atribuies do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensao de carga horria quando desempenhadas durante a jornada de trabalho.O valor da gratificao ser calculado em horas, no podendo a retribuio ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada a situao de excepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade mxima do rgo ou entidade, que poder autorizar o acrscimo de at 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais.

Nessas situaes excepcionais, o limite mximo de 120 horas de trabalho anuais poder ser acrescido de mais 120 horas, totalizando um mximo de 240 horas de trabalho anuais.

A Gratificao por Encargo de Curso ou Concurso no se incorpora ao vencimento ou salrio do servidor para qualquer efeito e no poder ser utilizada como base de clculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de clculo dos proventos da aposentadoria e das penses.c)Adicionais:Quando a agente fala adicionais, a gente tem algumas repercusses interessantes e aqui vale a pena explorar. O primeiro adicional que vamos estudar so um grupo de adicionais, os mais famosos: Insalubridade, periculosidade, atividade penosa. Tem que saber quando um e quando outro: Insalubridade o servidor desempenha atividade prejudicial sua sade. Periculosidade atividade com risco de vida.

Atividade penosa envolve trabalho em zona de fronteira ou localidade cujas condies justifiquem o pagamento do adicional.Ento, o mximo que d para acrescentar no conhecimento de vocs sobre a atividade penosa. Qual a questo? A Lei 8.112 diz o seguinte: se o servidor tem direito e desempenha atividade que ao mesmo tempo insalubre e perigosa, ele no pode acumular os dois adicionais. Tem que optar por um deles. A grande pergunta, com base nessa informao : j que a lei no probe a cumulao entre atividade penosa e insalubridade ou periculosidade, pode acumular? O raciocnio aqui com base no princpio da legalidade que tem para a Administrao um sentido diferente que tem para ns, particulares. Ns podemos fazer tudo o que a lei no probe. Mas para a Administrao a regra outra. Ento, no porque a Lei 8.112 silenciou sobre a acumulao entre atividade penosa que ser possvel acumul-la com insalubridade ou periculosidade. Essa a primeira normao. Eu tenho que analisar: existe alguma regra legal permitindo ou proibindo? No porque a lei silencia que pode acumular.Segundo passo: existe alguma regra legal ou infralegal disciplinando o tema? Eu trouxe para vocs uma regra do Decreto 493, de 2002 que trata da gratificao especial de localidade. Ele regulamenta a Lei 8270/91, que trata desses adicionais (insalubridade, periculosidade, atividade penosa) no mbito federal e regulamenta, em especial, a gratificao de localidade, que essa de atividade penosa. Olha o que o art. 4, do decreto diz:

Art. 4 A gratificao de que trata este Decreto no poder ser percebida cumulativamente com outras vantagens semelhantes.Ento, se o examinador perguntar na prova: no mbito federal, eu posso falar em cumulao da atividade penosa com insalubridade ou periculosidade porque a Lei 8.112/90 silenciou? No. Primeiro porque legalidade para a Administrao diferente de legalidade para o particular. Eu, Administrao, s posso fazer aquilo que a lei e o direito como um todo me autorizam. Ento, tenho que analisar o direito (regras legais e infralegais) e aqui, o decreto veda esse tipo de acumulao.Sobre a atividade insalubre, perigosa e penosa, vamos aos percentuais. O art. 12 fala dos percentuais envolvendo insalubridade e periculosidade e o art. 17 fala dos adicionais envolvendo atividade penosa. Vamos primeiro ao art. 12:

Art. 12. Os servidores civis da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas federais percebero adicionais de insalubridade e de periculosidade, nos termos das normas legais e regulamentares pertinentes aos trabalhadores em geral e calculados com base nos seguintes percentuais:I - cinco, dez e vinte por cento, no caso de insalubridade nos graus mnimo, mdio e mximo, respectivamente;II - dez por cento, no de periculosidade. 1 O adicional de irradiao ionizante ser concedido nos percentuais de cinco, dez e vinte por cento,conforme se dispuser em regulamento.

2 A gratificao por trabalhos com Raios X ou substncias radioativas ser calculada com base no percentual de dez por cento. 3 Os percentuais fixados neste artigo incidem sobre o vencimento do cargo efetivo.Ento, insalubridade segundo os graus:

Grau mnimo de prejudicialidade sade do servidor:: 5%,

Grau mdio de prejudicialidade sade do servidor:: 10% e

Grau mximo de prejudicialidade sade do servidor: 20%.

E adicional de irradiao ionizante tambm envolve o qu? Uma atividade insalubre do servidor. Regra infralegal vai cuidar do tema:

Grau mnimo de prejudicialidade sade do servidor:: 5%,

Grau mdio de prejudicialidade sade do servidor:: 10% e

Grau mximo de prejudicialidade sade do servidor: 20%.

Trabalhos envolvendo Raio-X ou substancias radiativas: 10%. So atividades insalubres, mas tem um tratamento diferente (eu no tenho que calcular 5, 10 ou 20%). Cuidado com esses detalhes.

Periculosidade: Adicional de 10%.Os adicionais de atividade penosa de 10% se atividade penosa ocorrer nas capitais e 30% se correr em outras localidades.Adicional por servio extraordinrioComo que isso? 50% a mais em relao ao valor pago pela hora normal. Se 50% a mais, o mesmo raciocnio da famosa hora-extra.Cuidado com esse tipo de comparao (regime privado e regime jurdico administrativo) porque aqui, eu s posso falar em servio extraordinrio em situaes excepcionais, temporrias e por, no mximo, duas horas a mais por jornada.Servidor que faz hora-extra todos os dias da semana o ano inteiro. Tem algo errado. Se tem que fazer isso, significa que tem que ter mais gente para trabalhar (tem que abrir concurso pblico)

Adicional por servio noturnoEsse adicional representa um acrscimo de 25% em relao ao valor pago hora normal. Essa a primeira informao relevante. Quando eu tenho perodo noturno para saber quando eu pago?22h de um dia s 05h do dia seguinte Esse o servio noturno.E mais: quem trabalha nessas condies, que no so boas, precisa de mais algum benefcio. E sabe o que a lei fala? Quanto significa uma hora noturna? No so 60 minutos. So 52 minutos e 30 segundos. possvel acumular adicional noturno e extraordinria? Ele, excepcionalmente, vai trabalhar mais duas horas por noite. Em vez de sair s 22, sai s 24. possvel acumular? Nesse caso, pode acumular. A Lei 8.112/90 admite a acumulao de servio extraordinrio com o adicional de servio noturno. Recaem primeiro os 50% (servio extraordinrio), depois mais 25% (adicional noturno). O resultado final no d 75% porque voc primeiro acresce os 50 e depois os 25. Tem essa conta no material de vocs:

Exemplo:

_hora normal = R$24,00;

_servio extraordinrio = R$36,00 (R$24,00 + 50%)

_servio extraordinrio em perodo noturno = R$45,00 (R$36,00 + 25%)

Adicional de friasO que importante saber sobre isso? Mesmo raciocnio do trabalhador celetista: 1/3 a mais em relao remunerao das frias. Por que importante essa observao? Se ele sair antes, ele tem direito a receber frias proporcionais e o adicional eu fao com base nas frias proporcionais.Vocs j sabem que o detentor de cargo efetivo pode exercer funo de direo, chefia e assessoramento. Ele est como chefe, diretor ou assessor. Ele detentor de cargo efetivo. O adicional de frias, esse 1/3 a mais com base na remunerao dele, cargo efetivo ou dele como patro, como chefe? Ele vai tirar frias de nibus ou de avio? O adicional de frias leva em considerao a vantagem percebida em razo da funo de direo, chefia ou assessoramento. Vai tirar frias como patro. Falamos das vantagens, das indenizaes, das gratificaes. Vamos avanar. Dentro de direitos e vantagens eu vou falar de algo que j tem muita gente pensando nelas: frias.

FriasA regra, na Lei 8112/90 envolve 30 dias de frias por ano trabalhado. Em regra assim que funciona. Em regra, possvel acumular at 2 perodos, desde que haja necessidade de servio. Para falar em acumulao de frias, na Lei 8.112/90, s diante da necessidade de servio. E possvel, em regra tambm, parcelar essas frias em at 3 etapas com requerimento do servidor e interesse da Administrao que se no quiser deferir, no defere. Essa a regra na Lei 8.112/90.Peculiaridades sobre o tema: o perodo aquisitivo depende de trabalho envolvendo 12 meses efetivamente trabalhados. Para conseguir as primeiras frias, tem que trabalhar 12 meses. Passou hoje, dia 3 de setembro. At 02/09/10 o perodo par adquirir o primeiro direito a frias. E o segundo, e o terceiro perodo? Devo trabalhar mais 12 meses para conseguir novo perodo aquisitivo? No Municpio em que trabalhei era assim. Mas na Administrao Federal no assim porque a partir do segundo perodo, voc pode tirar dentro do exerccio. Ou seja, se voc quiser tirar mais trinta dias em outubro de 2010 e a Administrao deferir, voc pode tirar. Isso tudo, envolvendo a regra. E quanto h regra porque h excees.Vou falar das excees e as excees envolvem servidor que atua com Raio-X ou substncias radioativas. O que fala a lei sobre isso? Ele tem direito a 20 dias consecutivos de frias por semestre. E mais: proibida a acumulao em qualquer hiptese. Percebam. Se so 20 dias consecutivos por semestre, eu tenho 40 dias por ano, o que exceo regra. 20 dias consecutivos, no pode parcelar. E tambm no se pode falar em 2 perodos de acumulao. Essas pessoas tm que se submeter a tratamento diferenciado. Tem que fazer exame mdico a cada 6 meses porque trabalha em atividade prejudicial sade. Logo, o tratamento tem que ser diferenciado.Algumas questes importantes envolvendo jurisprudncia. Eu j tenho direito de frias no cargo e passei em outro concurso pblico. Eu posso levar e gozar essas frias no outro cargo? Olhem esse julgado do STJ, que interessante:

REsp 494.702 julgado em 06-05-2003 - ADMINISTRATIVO - RECURSO ESPECIAL - MANDADO DE SEGURANA SERVIDOR PBLICO VACNCIA - POSSE EM NOVO CARGO INACUMULVEL - GOZO DE FRIAS - DIREITO MANTIDO. 1 - pacfico na jurisprudncia deste Tribunal Superior o entendimento no sentido de que havendo vacncia pela posse do servidor pblico em outro cargo inacumulvel, sem interrupo no tempo de servio, o direito fruio das frias no gozadas transfere-se para o novo cargo. Inteligncia do art. 100 da Lei n 8.112/90. 2- Precedentes (REsp ns 154.219/PB, 166.354/PB e 181.020/PB). 3 - Recurso conhecido, porm, desprovido.Se no houve a interrupo, no houve a exonerao do cargo anterior. Pedido de vacncia. Fica sobrestado o vnculo. Tem direito a frias. Voc transfere para o outro cargo. exatamente isso. Pacfico esse posicionamento no STJ.

Outra situao: o servidor tem direito a aposentadoria e no gozou frias que j tem direito a gozar e no gozou as famosas e hoje extintas licenas-prmio. Ele no gozou, mas j incorporou o direito licena-prmio. No h direito adquirido a regime jurdico. Se eu entro hoje num cargo pblico que admite a licena-prmio. Daqui a 4 anos, 11 meses e 20 dias, quase para completar o direito, vem uma lei nova e extingue a figura do meu estatuto. No terei direito a ela. Ou seja, as regras do jogo podem mudar no meio do caminho. Mas aqui estou falando de outro caso. Ele tem direito a licena-prmio e no gozou. Olha esse julgado do STF:

STF AI AgR 594.001 julgado em 06-11-06 - EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDOR PBLICO APOSENTADO. DIREITO A INDENIZAO POR FRIAS NO GOZADAS EM ATIVIDADE. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINRIO. 1. Reexame de fatos e provas. Inviabilidade do recurso extraordinrio. Smula n. 279 do STF. 2. O servidor pblico aposentado tem direito indenizao por frias e licena-prmio no gozadas, com fundamento na vedao do enriquecimento sem causa da Administrao e na responsabilidade civil do Estado. Agravo regimental a que se nega provimento.

Ento, ele no gozou frias e nem licena-prmio. Ele vai se aposentar. A tem que indenizar o servidor. Se ele vai se aposentar sem gozar frias e/ou licena-prmio tem direito a ser indenizado sob o fundamento da vedao do enriquecimento sem causa da Administrao. Do material de apoio:As frias somente podero ser interrompidas nas seguintes hipteses:

por motivo de calamidade pblica;

comoo interna;

convocao para jri;

servio militar ou eleitoral;

por necessidade do servio, declarada pela autoridade mxima do rgo ou entidade.Nestes casos de interrupo, o restante do perodo interrompido ser gozado de uma s vez.Aplica-se aos Ministros de Estado o disposto nos arts. 77, 78 e 80 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, exceto quanto ao limite de parcelamento das frias, cabendo quelas autoridades dar cincia prvia ao Presidente da Repblica de cada perodo a ser utilizado. (Redao dada pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001)

7.3.LICENASAinda dentro de direitos e vantagens, vamos trabalhar com as licenas. a)Licena por motivo de doena em pessoa da famliaO que famlia para fins da Lei 8.112/90? Envolve cnjuge e companheiro, pais, padastro, madastra, filhos, enteados e dependentes que vivam a expensas do servidor e constem do assentamento funcional. Ento, no basta ser dependente. Tem que demonstrar que vive s custas do servidor e deve estar includo no chamado assentamento funcional (formulrio que preenchido quando da posse).Para conseguir a licena, basta alegar a doena? No. Tem que demonstrar que a ajuda do servidor indispensvel para o doente e essa ajuda no pode ser prestada conjuntamente com o trabalho ou mediante compensao de horrio. Ento, quando eu falo em licena por motivo de doena em pessoa da famlia no basta a minha me estar doente. Eu tenho que comprovar que minha assistncia indispensvel.

Qual o prazo? Prazo mximo 150 dias. Como eu calculo isso? Os 30 dias iniciais sero com remunerao. Esses 30 dias podero ser prorrogados por mais 30 dias tambm remunerados. E os 90 dias finais sem remunerao. O que importante? Somente nesse perodo de licena remunerada que eu conto esse tempo como um tempo de servio para fins de aposentadoria e disponibilidade.Duas questes interessantes:

O servidor conseguiu a licena para cuidar da me porque demonstrou que a ajuda dele era indispensvel e ele provou que no poderia cuidar da me junto com o trabalho, em regime de compensao. Ele pode desempenhar outra atividade remunerada. Isso bvio! Mas olha o que diz a lei:Art. 81, da Lei 8.112/90, 3 vedado o exerccio de atividade remunerada durante o perodo da licena prevista no inciso I deste artigo.

No Brasil tem que ser assim. Se no tem uma previso como essa o servidor vai alegar que no sabia que no podia fazer um bico. o bvio, mas que a lei fala. Outra questo interessante e um tanto quanto triste o seguinte: tem como prever quando a me vai ficar doente? Tem como prever isso? Tem como a Administrao impor ao servidor que a licena para tratamento de sade s pode tirar depois de tanto tempo? Vamos ao art. 83, 3: 3. No ser concedida nova licena por motivo de doena em pessoa da famlia em perodo inferior a 12 meses do trmino da ltima licena concedida.Fruto da Lei 11.907/09. Como lei nova e como absurda, voc pode at errar na prova. No tem cabimento a Administrao forar quando minha me vai ficar doente.

b)Licena por motivo de afastamento do cnjuge ou companheiroQuando ocorre essa licena? Quando o cnjuge/companheiro for deslocado para: Outro ponto do territrio nacional,

Para o exterior ou

Para desempenhar mandato eletivo nos Poderes Executivo e Legislativo.Qual a questo interessante aqui? O servidor casado vira poltico. Dependendo do cargo, primeira-dama tem muita coisa para cuidar. Essa licena por prazo indeterminado e sem remunerao.

E a grande questo interessante sobre essa licena, o art. 84, 2:

2 No deslocamento de servidor cujo cnjuge ou companheiro tambm seja servidor pblico, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, poder haver exerccio provisrio em rgo ou entidade da Administrao Federal direta, autrquica ou fundacional, desde que para o exerccio de atividade compatvel com o seu cargo.Se dois entram num concurso agora e cada um vai para um canto, no tem direito a essa remoo. De igual forma se um est estudando e passa, sendo o outro j servidor. Mas pode pedir o chamado exerccio provisrio. Ou seja, o servidor foi para outro canto, o cnjuge que tambm servidor pode pedir o exerccio provisrio para algum rgo da Administrao Direta autrquica ou fundacional. Fazendo uma conexo entre remoo a pedido e o exerccio provisrio. A remoo a pedido que aquela feita independentemente de critrio da Administrao, ou seja em que a Administrao tem que deferir, envolve o seguinte: os dois so servidores e um removido a bem do interesse pblico. O outro, se pede, tem direito de ir junto. Agora, se um no , ou entrou depois, no tem direito quela remoo, mas pode pedir o exerccio provisrio. Ento, no pode pedir a remoo do art. 36, III, a, mas pode pedir esse exerccio provisrio. E eu sei disso porque um casal de amigos, ambos procuradores federais. Ele passou para o MPT e foi lotado em Aracaju. Ela no pde se valer da remoo, mas ela conseguiu exerccio provisrio como procuradora federal pelo perodo de 1 ano e foi muito bom porque depois de 1 ano e meio ele voltou.c)Licena para o servio militarO que importante saber sobre isso? Esse perodo dessa licena considerado como de efetivo exerccio. Ento, no s considerado como tempo de servio, aposentadoria e disponibilidade, mas como de efetivo exerccio. Mais uma peculiaridade: o servidor quando conclui o servio militar tem o prazo de 30 dias sem remunerao para retornar ao cargo pblico.d)Licena para atividade polticaEssa licena remunerada ou uma licena sem remunerao? Ela ser sem remunerao no perodo que compreende a conveno partidria at a vspera do registro da candidatura. E ser com remunerao do registro da candidatura at o 10 dia seguinte eleio.Registrou a candidatura em janeiro. A eleio em outubro. Ele vai ganhar de janeiro a outubro, j que a lei fala que recebe do registro at 10 dias depois da eleio? NO. A Lei 8.112 limita a um mximo de 3 meses de remunerao nesse tipo de licena.E esse perodo de licena remunerada ser computado como tempo de servio para fins de aposentadoria e disponibilidade.e)Licena-capacitaoA cada 5 anos de efetivo exerccio, o servidor poder, no interesse da Administrao, se afastar por um perodo de at 3 meses para participar de curso de capacitao profissional. Se no interesse da Administrao, ato discricionrio deferir ou no o pedido. No porque eu trabalho h mais de 5 anos que eu tenho direito subjetivo a essa licena. Quem vai analisar isso a Administrao.

Essa licena remunerada ou sem remunerao? Para lembrar na hora da prova: se remunerada ou sem remunerao, lembrem da vida do professor Fabrcio que vocs j sabem: procurador efetivo de 2003 a 2007, quando pediu licena para tratar de assuntos particulares (sem remunerao). Final de 2007, veio minha esposa, que procuradora federal e disse: eu estou pensando em tirar uma licena-capacitao. A cada cinco anos de efetivo exerccio eu tenho direito de me afastar por at 3 meses para fazer curso de capacitao profissional e eu estou concluindo minha ps-graduao e vou pegar esse perodo para fazer minha monografia. Posso fazer isso, voc deixa? Eu perguntei se era com ou sem remunerao. Ela disse que era com remunerao, a eu deixei. Para lembrar ento, se licena-capacitao com ou sem remunerao, lembrem da minha vida: minha esposa tirou porque eu deixei e s deixei porque com remunerao.Descobri que j tenho 10 anos de efetivo exerccio na Administrao. Posso acumular 3 + 3? Posso fazer um semestre? Como funciona? No possvel acumular os perodos em relao a essa licena.

E mais: para fechar esse primeiro bloco: o perodo considerado de efetivo exerccio para efeito de contagem de tempo. No vai dar para falar de todos os afastamentos, mas eu vou falar de um, que o afastamento para cursar ps-graduao em sentido estrito: mestrado, doutorado e ps-doutorado. No podemos confundir essa licena-capacitao (3 meses remunerado) com afastamento para cursar ps-graduao stricto sensu.(Intervalo)Estamos ainda numa observao envolvendo a licena-capacitao (a cada 5 anos de efetivo exerccio, o servidor poder tirar 3 meses para desempenhar curso de capacitao profissional). Esse afastamento ser remunerado. No posso acumular os perodos porque a cada cinco anos.*AfastamentoNo podemos confundir licena capacitao com afastamento para cursar ps-graduao strictu sensu. Ou seja, afastamento pra cursar mestrado, doutorado e ps-doutorado. Isso est na Lei 8.112/90, art. 96-A:

Do Afastamento para Participao em Programa de Ps-Graduao Stricto Sensu no PasArt.96-A. O servidor poder, no interesse da Administrao, e desde que a participao no possa ocorrer simultaneamente com o exerccio do cargo ou mediante compensao de horrio, afastar-se do exerccio do cargo efetivo, com a respectiva remunerao, para participar em programa de ps-graduao stricto sensu em instituio de ensino superior no Pas. (Includo pela Lei n 11.907, de 2009)O ttulo da seo (em negrito) j mostra o que vamos trabalhar. O art. 96-A, portanto, fala do afastamento para cursar mestrado, doutorado e ps-doutorado. Isso graduao stricto sensu.O art. 96-A fala em no pas. Mas ns vamos ver que no 7 tambm admite curso de ps-graduao stricto sensu no exterior.Ento, os requisitos e caractersticas:

No interesse da Administrao

Desde a participao no possa ocorrer simultaneamente com o exerccio do cargo ou mediante compensao de horrio.

Com remunerao.

Esses so os requisitos iniciais para se conseguir o afastamento.

O 2, do art. 96-A fala o seguinte:

2o Os afastamentos para realizao de programas de mestrado e doutorado somente sero concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo rgo ou entidade h pelo menos 3 (trs) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, includo o perodo de estgio probatrio, que no tenham se afastado por licena para tratar de assuntos particulares, para gozo de licena capacitao ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores data da solicitao de afastamento. (Includo pela Lei n 11.907, de 2009) Para conseguir mestrado: efetivo exerccio no cargo de, pelo menos 3 anos no rgo ou entidade.

Para conseguir doutorado: efetivo exerccio no cargo de, pelo menos 4 anos no rgo ou entidade.

E o tempo de estgio probatrio est includo ou no dentro desses prazos? Sim, diz o dispositivo.Ainda dentro do mestrado e doutorado so requisitos: No tenha se afastado por licena para tratar de assuntos particulares.

No tenha se afastado para gozo de licena-capacitao

No tenha se afastado para mestrado ou doutorado nos dois anos anteriores data da nova solicitao.

O prximo pargrafo fala do ps-doutorado:3o Os afastamentos para realizao de programas de ps-doutorado somente sero concedidos aos servidores titulares de cargo efetivo no respectivo rgo ou entidade h pelo menos 4 (quatro) anos, includo o perodo de estgio probatrio, e que no tenham se afastado por licena para tratar de assuntos particulares, para gozo de licena capacitao ou com fundamento neste artigo nos 4 (quatro) anos anteriores data da solicitao de afastamento. (Includo pela Lei n 11.907, de 2009)Para cursar ps-doutorado ns temos que ter: Efetivo exerccio por pelo menos 4 anos includo o estgio probatrio. No tenha conseguido licena para assuntos particulares, licena-capacitao e afastamento para mestrado e doutorado nos ltimos quatro anos.

Aqui, o prazo foi aumentado no final. Ainda algumas questes interessantes sobre o tema. Viram que se durar 3 anos o mestrado, so 3 anos remunerados. A questo : depois disso ele pode virar as costas para a Administrao e aceitar o convite de trabalho da multinacional? Olha o 5 o que fala:5o Caso o servidor venha a solicitar exonerao do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o perodo de permanncia previsto no 4o deste artigo, dever ressarcir o rgo ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeioamento. (Includo pela Lei n 11.907, de 2009)O perodo de permanncia o perodo em que ficou fora para cursar mestrado, doutorado e ps-doutorado. Se ele ficou 3 anos fora, tem que trabalhar mais 3 anos. Mas ele pede exonerao antes desses 3 anos ou se aposenta antes desses 3 anos. Nesse caso, ele dever ressarcir os cofres pblicos. Sem sombra de dvidas. A Administrao deferiu o afastamento e investiu nesse servidor, no para ele virar presidente de multinacional. Se ele quiser virar, pode virar, mas para isso, pague cada centavo.Outra questo que est no 6. Vamos supor que o servidor ficou 3 anos fora recebendo para cursar mestrado e doutorado e no consegue o ttulo. Em vez de estudar ficava na praia, no campo, em algum lugar que no era para conseguir o titulo. O que eu fao com ele? Coloco na recuperao? Olha l:6o Caso o servidor no obtenha o ttulo ou grau que justificou seu afastamento no perodo previsto, aplica-se o disposto no 5o deste artigo, salvo na hiptese comprovada de fora maior ou de caso fortuito, a critrio do dirigente mximo do rgo ou entidade. (Includo pela Lei n 11.907, de 2009)Ou seja, dever ressarcir os cofres pblicos, salvo se comprovar fora maior ou caso fortuito. Ento, muitas vezes, o servidor ficou doente, no conseguiu o ttulo. 7o Aplica-se participao em programa de ps-graduao no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos 1o a 6o deste artigo. (Includo pela Lei n 11.907, de 2009)Por mais que o ttulo dessa seo da lei fale em ps-graduao no Pas, o 7 admite possibilidade desse afastamento para ps-graduao stricto sensu fora do Pas.

Fechei o parntesis do afastamento (s vou tratar desse), volto para as licenas. H trs licenas l adiante na Lei 8.112/90. A ltima que temos na sequncia , justamente, a licena para desempenho de mandato classista.

f)Licena para desempenho de mandato classistaEssa licena envolve o servidor que desempenha atribuio de direo ou representao em entidade de classe (sindicato, federao, confederao). Esse afastamento com remunerao ou sem remunerao? sem remunerao.

E qual o prazo desse afastamento para o desempenho de mandato classista? Ser proporcional ao mandato, prorrogvel uma vez em caso de reeleio. Limites de servidores:

I - para entidades com at 5.000 associados, um servidor;

II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois servidores;

III - para entidades com mais de 30.000 associados, trs servidores.

Somente podero ser licenciados servidores eleitos para cargos de direo ou representao nas referidas entidades, desde que cadastradas no Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado.

Esse perodo de afastamento considerado de efetivo exerccio para todos os efeitos menos para um: para a promoo por merecimento. S faltava essa! O cara diretor de sindicato, provoca o Presidente da Repblica e ainda promovido por merecimento. Quando eu falo em licena para o desempenho de mandato classista, no haver promoo por merecimento.

g)Licena para tratar de interesses particularesDo material de apoio: Para tratar de interesses particulares: a critrio da Administrao, poder ser concedida ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que no esteja em estgio probatrio, licena para o trato de assuntos particulares pelo prazo de at trs anos consecutivos, sem remunerao. Trata-se de ato discricionrio da Administrao e a licena poder ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do servio. Ademais, esse perodo no computado como tempo de servio para qualquer efeito.h)Licena para tratamento de sade Essa licena est nos arts. 202 a 206, da Lei 8.112/90 . Do material de apoio:Ser concedida ao servidor licena para tratamento de sade, a pedido ou de ofcio, com base em percia mdica, sem prejuzo da remunerao a que fizer jus.Prazo mximo: 24 meses, aps o qual, se no conseguir reassumir o cargo ou ser readaptado, ser aposentado por invalidez permanente (art. 188, 1).

O perodo de licena ser computado como tempo de efetivo exerccio at o perodo de 24 meses (art. 102, VIII, b). Aps esses 24 meses, ser considerada como tempo de servio apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, VII).

A licena ser concedida com base em percia oficial. (Redao dada pela Lei n 11.907, de 2009).

Sempre que necessrio, a inspeo mdica ser realizada na residncia do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado. Inexistindo mdico no rgo ou entidade no local onde se encontra ou tenha exerccio em carter permanente o servidor, e no se configurando as hipteses previstas nos pargrafos do art. 230, ser aceito atestado passado por mdico particular. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97, quando o atestado somente produzir efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos do rgo ou entidade. (Redao dada pela Lei n 11.907, de 2009)

A licena que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias no perodo de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afastamento ser concedida mediante avaliao por junta mdica oficial. (Redao dada pela Lei n 11.907, de 2009)

A percia oficial para concesso da licena de que trata o caput do artigo 203, bem como nos demais casos de percia oficial previstos nesta Lei, ser efetuada por cirurgies-dentistas, nas hipteses em que abranger o campo de atuao da odontologia. (Includo pela Lei n 11.907, de 2009)

A licena para tratamento de sade inferior a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poder ser dispensada de percia oficial, na forma definida em regulamento. (Redao dada pela Lei n 11.907, de 2009)

O atestado e o laudo da junta mdica no se referiro ao nome ou natureza da doena, salvo quando se tratar de leses produzidas por acidente em servio, doena profissional ou qualquer das doenas especificadas no art. 186, 1o.O servidor que apresentar indcios de leses orgnicas ou funcionais ser submetido a inspeo mdica.O servidor ser submetido a exames mdicos peridicos, nos termos e condies definidos em regulamento. (Includo pela Lei n 11.907, de 2009)

A critrio da Administrao, o servidor em licena para tratamento de sade ou aposentado por invalidez poder ser convocado a qualquer momento, para avaliao das condies que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. (art. 188, 5, includo pela Lei n 11.907, de 2009)i)Licena por acidente em servio

Essa licena vai dos arts. 211 a 214, da Lei 8.112/90.

O que essas licenas possuem em comum? Haver remunerao, tanto no primeiro como no segundo caso e sero por um prazo mximo de 24 meses. A questo : se depois de 24 meses no tem condies de voltar ao trabalho: aposentadoria por invalidez permanente. No tocante licena para tratamento de sade, o perodo ser computado como de efetivo exerccio at os 24 meses (art. 102, VIII, B, da Lei 8.112/90). E tem uma observao no art. 103, VII: aps esses 24 meses, ser considerado como tempo de servio para fins de aposentadoria e disponibilidade.

E mais uma questo, agora envolvendo assistente em servio: o perodo ser computado como de efetivo exerccio para todos os efeitos legais. Art. 102, VIII, d.

Configura acidente em servio o dano fsico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuies do cargo exercido.Equipara-se ao acidente em servio o dano:

I - decorrente de agresso sofrida e no provocada pelo servidor no exerccio do cargo;

II - sofrido no percurso da residncia para o trabalho e vice-versa.O servidor acidentado em servio que necessite de tratamento especializado poder ser tratado em instituio privada, conta de recursos pblicos.O tratamento recomendado por junta mdica oficial constitui medida de exceo e somente ser admissvel quando inexistirem meios e recursos adequados em instituio pblica.A prova do acidente ser feita no prazo de 10 (dez) dias, prorrogvel quando as circunstncias o exigirem.

j)Licena gestante120 dias remunerados, mas que a Lei 11.770/08 passou a admitir a prorrogao por mais 60 dias. Mas essa lei uma lei geral. No para o servidor, uma lei que abrange a licena-maternidade como um todo. isso, mas no mbito federal a possibilidade de se prorrogar por mais 60 dias foi regulamentada por um decreto que o Decreto 6690 de dezembro de 2008.Quais os requisitos que o decreto estabelece para a servidora federal prorrogar por mais 60 dias? Tem que requerer o benefcio da prorrogao at o final do 1 ms aps o parto.

Ela no poder colocar a criana em creche ou entidade similar nesses 60 dias.

No poder exercer qualquer atividade remunerada.

Pode ocorrer de o beb nascer morto. Nesse caso, a me, tem a possibilidade de se recuperar desse trauma? Decorridos 30 dias do evento, a servidora ser submetida a exame mdico. E se apta, reassumir o seu cargo. E se no est apta? Pode entrar nas outras licenas (se estiver traumatizada).

No caso de aborto atestado por mdico oficial, a servidora ter o direito a 30 dias de repouso remunerado.

k)Licena adotanteSe a criana tiver at 1 ano, ela pode gozar de 90 dias remunerados + 45 dias nos termos do Decreto 6690 de Dezembro/08.Se a criana tiver mais de 1 ano, a me pode tirar 30 dias + 15 conforme prorroga o decreto 6690. E esse decreto pe um ponto em qualquer discusso: deixou bem claro que se adota criana com mais de um ano, tem direito a essa licena? Considera-se criana at 12 anos. Para no ter dvidas o decreto fala em at 12 anos de idade incompletos, nos termos do ECA. No pode deixar criana na creche ou entidade similar

No pode exercer atividade remunerada.

l)Licena-paternidadeO prazo dessa licena: 5 dias consecutivos. Tem que torcer para nascer na segunda! Tem alguns projetos de mudana, para 1 ms ou 15 dias. Tem um julgado muito interessante, que eu no consegui a ementa, mas a notcia (extrada do site do Globo) a seguinte (do material):Homem consegue licena-maternidade aps adoo:

O advogado solteiro Ricardo Sampaio, de 30 anos, obteve junto Justia Federal em Feira de Santana licena-maternidade de 90 dias, numa deciso indita no pas. O pedido foi feito h um ano e oito meses, mas o benefcio s foi concedido h duas semanas e divulgado nesta segunda-feira. Sampaio, que mora em Feira de Santana, pai de Jos Eduardo, de 2 anos, adotado aos quatro meses. A me tinha 14 anos e permitiu que eu adotasse Jos. Analista do INSS, Sampaio diz que, aps a adoo, entrou com pedido de licena-maternidade no INSS baseado na Lei 8.112/90, que garante o benefcio a servidores federais que adotaram crianas de at 1 ano, e no princpio da igualdade, garantido no artigo 5 da Constituio. A licena foi concedida pelo juiz substituto Marcos Garapa, e o INSS j recorreu. O processo est no Tribunal Regional Federal (TRF). Sampaio disse que soube de um funcionrio da Justia Trabalhista de So Paulo que conseguiu o benefcio, mas somente de forma administrativa. O Globo.

interessante saber que h situaes e situaes, inclusive casos em que a me morre no parto. Mas possvel voc ir via judicial tentar alguma coisa e obter xito como esse rapaz na Bahia.8.REGIME DISCIPLINAR DO SERVIDOR PBLICO

8.1.DEVERES DO SERVIDORQuando a agente fala em regime disciplinar, a gente tem que lembrar dos deveres do servidor que esto no art. 116, da Lei 8.112/90. Eu no vou ficar discutindo deveres. Art.116.So deveres do servidor:

I-exercer com zelo e dedicao as atribuies do cargo;

II-ser leal s instituies a que servir;

III-observar as normas legais e regulamentares;

IV-cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

V-atender com presteza:

a)ao pblico em geral, prestando as informaes requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;

b) expedio de certides requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situaes de interesse pessoal;

c)s requisies para a defesa da Fazenda Pblica.

VI-levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver cincia em razo do cargo;

VII-zelar pela economia do material e a conservao do patrimnio pblico;

VIII-guardar sigilo sobre assunto da repartio;

IX-manter conduta compatvel com a moralidade administrativa;

X-ser assduo e pontual ao servio;

XI-tratar com urbanidade as pessoas;

XII-representar contra ilegalidade, omisso ou abuso de poder.

Pargrafonico.A representao de que trata o inciso XII ser encaminhada pela via hierrquica e apreciada pela autoridade superior quela contra a qual formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

Inciso IV o dever mais famoso. O servidor tem o dever de cumprir ordens superiores, salvo quando manifestamente ilegais.

8.2.PROIBIES DO SERVIDORArt.117.Ao servidor proibido:I - ausentar-se do servio durante o expediente, sem prvia autorizao do chefe imediato;

II - retirar, sem prvia anuncia da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartio;

III - recusar f a documentos pblicos;

IV - opor resistncia injustificada ao andamento de documento e processo ou execuo de servio;

V - promover manifestao de apreo ou desapreo no recinto da repartio;

VI - cometer a pessoa estranha repartio, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuio que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associao profissional ou sindical, ou a partido poltico;

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou funo de confiana, cnjuge, companheiro ou parente at o segundo grau civil;

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da funo pblica;

X - participar de gerncia ou administrao de sociedade privada, personificada ou no personificada, exercer o comrcio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditrio; (Redao dada pela Lei n 11.784, de 2008)XI - atuar, como procurador ou intermedirio, junto a reparties pblicas, salvo quando se tratar de benefcios previdencirios ou assistenciais de parentes at o segundo grau, e de cnjuge ou companheiro;

XII - receber propina, comisso, presente ou vantagem de qualquer espcie, em razo de suas atribuies;XIII - aceitar comisso, emprego ou penso de estado estrangeiro;

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;

XV - proceder de forma desidiosa;

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartio em servios ou atividades particulares;

XVII - cometer a outro servidor atribuies estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situaes de emergncia e transitrias;

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatveis com o exerccio do cargo ou funo e com o horrio de trabalho;

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

Pargrafo nico. A vedao de que trata o inciso X do caput deste artigo no se aplica nos seguintes casos: (Includo pela Lei n 11.784, de 2008)

I - participao nos conselhos de administrao e fiscal de empresas ou entidades em que a Unio detenha, direta ou indiretamente, participao no capital social ou em sociedade cooperativa constituda para prestar servios a seus membros; e (Includo pela Lei n 11.784, de 2008)

II - gozo de licena para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislao sobre conflito de interesses. (Includo pela Lei n 11.784, de 2008).Aqui a repercusso mais interessante porque dependendo do inciso, pode dar ensejo a penalidade de advertncia por escrito, de suspenso ou de demisso. Dependendo da instituio, tem prova que joga o inciso III e pergunta se caso de advertncia, suspenso ou demisso. Inciso X Esse inciso tem redao nova. O servidor federal no pode participar da gerencia da sociedade privada, quer esteja regularmente constituda (personificada) ou no. No pode participar do comrcio, exceto na condio de cotista, acionista e comanditrio. O pargrafo nico traz as excees a essa regra:

Pargrafo nico se uma entidade de que a Unio participar de alguma forma e ele est na gerncia dessa entidade, sem problemas. Se a Unio tem participao ou comando, ele pode participar dessa administrao.

O que nos importa no tanto essa hiptese, mas a hiptese do inciso II pelo seguinte: por que eu no posso deixar o servidor participar da gerncia ou administrao no caso de ele estar em gozo de licena para o trato de interesses particulares? Porque essa licena que pode ser at de 3 anos sem remunerao. Nesse caso, no d para aplicar a proibio do inciso X porque ficar muito tempo passando fome, at 3 anos sem ganhar nada. Da no se aplicar a proibio do inciso X, nesse caso da licena para tratar de assuntos particulares. O cara ficar fora para trabalhar, contribuir e receber. O perodo dessa licena no vale nem como efetivo exerccio, nem para fins de aposentadoria ou disponibilidade.Aqui dentro ainda fala de regime disciplinar, de acumulaes (mas isso vocs j estudaram com Marinela).

8.3.RESPONSABILIDADES DO SERVIDORO servidor pode responder: No mbito civil

No mbito administrativo

No mbito penal

A lei para por aqui, mas pode responder num quarto aspecto, que no mbito da improbidade administrativa.

Ento, ele responde nas trs esferas, de forma independente, podendo acumular todas as sanes, sem falar no chamado bis in idem. Ento, ele responder no mbito civil, administrativo e penal e, nos termos da Lei 8.429, na esfera da improbidade administrativa.

Posso aplicar todas as sanes ao mesmo tempo. Os processos podem tramitar em conjunto ou no.

a)Responsabilidade no mbito CIVIL O servidor tem que ressarcir um dano que ele causou. Ele responde perante a Administrao, via de regresso ou perante o particular afetado? Olha o que fala o art. 37, 6, da Constituio, envolvendo responsabilidade civil do Estado:

6 As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa.Volto a pergunta: o agente pblico responde, via de regresso, perante Administrao ou responde diretamente perante o particular? O particular que sofreu a leso entra diretamente contra o servidor ou entra contra o Estado e o Estado exerce o direito de regresso? STF pacfico. J entendeu isso em 2006 e reiterou o posicionamento no final do ano passado. exatamente o recurso extraordinrio 344133:RE 344.133 Julgado em 09-09-2008 - RESPONSABILIDADE - SEARA PBLICA - ATO DE SERVIO - LEGITIMAO PASSIVA. Consoante dispe o 6 do artigo 37 da Carta Federal, respondem as pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, descabendo concluir pela legitimao passiva concorrente do agente, inconfundvel e incompatvel com a previso constitucional de ressarcimento direito de regresso contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa.O Supremo j entendeu em 2006, no ano passado reiterou esse posicionamento: no cabe ao de indenizao proposta diretamente contra o servidor causador do dano. Ele responde em ao de regresso, nos termos da Constituio Federal. Isso significa que a entidade indeniza e exerce o direito de regresso se comprovar dolo ou culpa do servidor. Nessa ao de regresso a responsabilidade subjetiva e no objetiva. Ento, aqui no possvel ao diretamente contra o servidor. A ao proposta contra a entidade que indeniza e, se for o caso, exerce a ao de regresso. Essa a responsabilidade civil.b)Responsabilidade no mbito ADMINISTRATIVO

Para falar nesse tema, temos que entrar nas sanes, nas penalidades. Quando eu falo em responsabilidade administrativa e, diante disso, eu lembro das penalidades, quero falar sobre o que h de importante a respeito de cada uma delas.

Quais so as penalidades que a Administrao poder impor?1 Pena:

ADVERTNCIAEla poder ser por escrito quando o servidor o art. 117, que fala das proibies, incisos I a VIII e XIX. Violou esses dispositivos, posso falar em advertncia por escrito. Alm de violar esses incisos, tambm se violar dever funcional. Se o servidor violar dever funcional eu tambm falo em advertncia por escrito. O dever funcional tem que estar previsto em lei, regulamento ou norma interna. No pode ser qualquer dever da cabea do administrador. Incisos I a VIII e XIX

Violao de dever funcional.

2 Pena:

SUSPENSOA suspenso pressupe reincidncia em falta punida com advertncia ou violao das demais proibies quando no for o caso de demisso (incisos IX a XVI, do art. 117 ser demisso). Incisos IX a XVI

Reincidncia em falta punida com advertncia (praticou o inciso I mais de uma vez, por exemplo)

Demais proibies quando no for o caso de demisso o que sobrou? Incisos XVII e XVIII.

Qual o prazo mximo da suspenso? 90 dias. Esse prazo mximo da suspenso na Lei 8.112, em qualquer hiptese, ser de 90 dias? No toda suspenso que o mximo ser de 90 dias. Ou seja, a Lei 8.112/90 admite uma suspenso de at 15 dias na seguinte hiptese: servidor, de forma injustificada se recusa a se submeter a exame mdico determinado pela autoridade competente. Eu falei que a cada 6 meses o servidor que trabalha com Raio X tem que se submeter a exames mdicos. A autoridade competente pode exigir e se ele no cumpre, pode suspender por 15 dias. Vamos supor que no 5 dia ele resolva cumprir a determinao: cessam-se os efeitos da suspenso.Outra questo interessante: quando eu falo em dois servidores trabalhando no limite em determinado departamento. Os dois trabalham muito. Os dois pegam uma suspenso de 90 dias. Quem vai sair pior nesse contexto? Mesmo que durante a suspenso ele no receba. Quem vai se ferrar mais? O cara que est gozando frias ou o coitado que vai ter que trabalhar o dobro? Pensando nisso, a Lei 8112 diz que, por convenincia do servio, a pena de suspenso poder ser convertida em pena de multa na base de 50% por dia de vencimento ou de remunerao, ficando, neste caso, o servidor obrigado a permanecer em servio.3 Pena:

DEMISSOHipteses: art. 132, da Lei 8.112/90.Art. 132. A demisso ser aplicada nos seguintes casos:I - crime contra a administrao pblica;II - abandono de cargo;

III - inassiduidade habitual;IV - improbidade administrativa;V - incontinncia pblica e conduta escandalosa, na repartio;VI - insubordinao grave em servio;VII - ofensa fsica, em servio, a servidor ou a particular, salvo em legtima defesa prpria ou de outrem;VIII - aplicao irregular de dinheiros pblicos;IX - revelao de segredo do qual se apropriou em razo do cargo;X - leso aos cofres pblicos e dilapidao do patrimnio nacional;XI - corrupo;XII - acumulao ilegal de cargos, empregos ou funes pblicas;XIII - transgresso dos incisos IX a XVI do art. 117.Inciso I Crime contra a Administrao Pblica , ao mesmo tempo, um captulo do Cdigo Penal e uma infrao administrativa.Inciso II Abandono de cargo: servidor se ausenta intencionalmente por mais de 30 dias consecutivos.Inciso III Na inassiduidade habitual, o servidor falta por 60 dias intercaladamente no perodo de 12 meses.4 Pena:CASSAO DE APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE aplicada quando o servidor inativo (o aposentado ou aquele que est em disponibilidade) praticou, em atividade (quando ainda trabalhava), infrao punvel com demisso. H um prazo prescricional para que a Administrao imponha essa penalidade. Se no faz isso, prescreveu a possibilidade de impor essa penalidade.5 Pena:DESTITUIO DE CARGO EM COMISSOA destituio de cargo em comisso ser aplicada nos casos de infraes sujeitas s penalidades de suspenso ou de demisso. O cargo em comisso (que no prestou concurso) destitudo. Ele destitudo e no demitido.

c)Responsabilidade no mbito PENAL

O servidor com um mesmo ato responde na via cvel, administrativa, penal e improbidade administrativa, ao mesmo tempo. Ento, o motorista de um municpio, pega o carro da Administrao fora do horrio do trabalho, dirige alcoolizado, mata a velhinha e destri o muro do vizinho. H infrao administrativa (pegou o carro fora do trabalho), penal (lcool e velhinha) e civil (muro e velhinha). As penalidades podem ser aplicadas ao mesmo tempo em razo da chamada independncia das instancias. Eu posso aplicar as trs sanes ao mesmo tempo. Os processos correm paralelamente (o processo civil corre junto do civil, junto do administrativo e junto do penal).

Em regra, h independncia entre as instancias. Em regra, pouco importa a condenao ali ou a absolvio l. Mas h excees. Quando a esfera penal interfere na administrativa? Primeiro preciso saber se crime funcional ou no. Dependendo da modalidade, eu tenho repercusso X ou Y. Vamos falar da interferncia de uma instancia na outra.

Interferncia nos chamados crimes funcionais so aqueles que tm correlao com deveres administrativos. Quais os efeitos da condenao no crime dos crimes funcionais para a esfera administrativa? Se existe correlao entre o crime e o dever administrativo, condenou no crime, tem que condenar na via administrativa. Corrupo passiva, por exemplo, do art. 317, do CP. Ele foi condenado por crime funcional (crime que tem relao com deveres administrativos). Eu tenho que condenar tambm na via administrativa. Porque no caso da corrupo passiva, o que se enquadra na esfera administrativa? O art. 117, XII, fala justamente da demisso no caso de receber propina. Crime funcional tem conexo com dever funcional. Corrupo passiva tem conexo com receber propina. Art. 117, XII, da Lei 8.112/90. 317, do CP: corrupo passiva. Art. 117, XII, receber propina.

Sem contar os efeitos do art. 92, I, do Cdigo Penal:Art. 92 - So tambm efeitos da condenao:

I - a perda de cargo, funo pblica ou mandato eletivo:

a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violao de dever para com a Administrao Pblica;

b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.E os crimes funcionais envolvendo absolvio no crime? A, sim, eu tenho que analisar o fundamento da absolvio. Se o fundamento for negativa da autoria ou negativa da existncia do fato, tem que absolver na esfera administrativa. J se os fundamentos da absolvio forem ausncia de prova quanto autoria ou ausncia de prova para a condenao, ou seja, os fundamentos do art. 386, IV e VI, do CPP, pode ocorrer a condenao na esfera administrativa porque se existir a infrao administrativa (a chamada falta residual), ele responde pela via administrativa. O servidor, ainda que absolvido no crime, por esses fundamentos, pode responder pela via administrativa. Isso at Smula do STF:

STF Smula n 18 - 13/12/1963 Pela falta residual, no compreendida na absolvio pelo juzo criminal, admissvel a punio administrativa do servidor pblico.Eu tenho que analisar tambm a repercusso da responsabilidade penal nos crimes no funcionais. Ou seja, nos crimes que no possuem nenhuma correlao com deveres administrativos. Nesses crimes, se a condenao for a pena que no seja de liberdade, nenhuma influncia haver na esfera administrativa. Agora, se for pena privativa de liberdade, a gente tem que analisar duas hipteses: Se a privao da liberdade for por tempo inferior a 4 anos, o servidor ficar afastado do seu cargo, prevendo a Lei 8112 que tem direito ao auxlio-recluso pago famlia.

Se a pena privativa de liberdade for superior a 4 anos, incide o art. 91, I, d, do CP, que implica na perda do cargo, funo pblica ou mandato eletivo.

Do material de apoio;Competncia para imposio das penalidades

As penalidades disciplinares sero aplicadas pelas seguintes autoridades competentes:

I - pelo Presidente da Repblica, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da Repblica, quando se tratar de demisso e cassao de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, rgo, ou entidade;

II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior quelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspenso superior a 30 (trinta) dias;

III - pelo chefe da repartio e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertncia ou de suspenso de at 30 (trinta) dias;

IV - pela autoridade que houver feito a nomeao, quando se tratar de destituio de cargo em comisso.

Jurisprudncia STF MS 25.518 possibilidade de delegaoDa prescrioA Administrao possui um prazo para impor as penalidades estudadas. Trata-se do prazo prescricional e tem por objetivo dar concretude ao princpio da segurana jurdica, uma vez que o Poder Pblico no poder impor penalidades aos seus servidores aps o decurso dos seguintes prazos: I - em 5 (cinco) anos, quanto s infraes punveis com demisso, cassao de aposentadoria ou disponibilidade e destituio de cargo em comisso;

II - em 2 (dois) anos, quanto suspenso;

III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto advertncia.

A esse respeito, o prazo de prescrio comea a correr da data em que o fato se tornou conhecido. Ademais, se a infrao administrativa for tambm tipificada como crime, prevalece o prazo prescricional da lei penal. Ex: os crimes contra a Administrao Pblica representam ao mesmo tempo infrao penal e administrativa. Neste caso, prevalece o prazo prescricional da lei penal.A abertura de sindicncia ou a instaurao de processo disciplinar interrompe a prescrio, at a deciso final proferida por autoridade competente. Jurisprudncia STF prescrio intercorrente MS 23.436 e MS 23.299: EMENTA: I. Cassao de aposentadoria pela prtica, na atividade, de falta disciplinar punvel com demisso (L. 8.112/90, art. 134): constitucionalidade, sendo irrelevante que no a preveja a Constituio e improcedente a alegao de ofensa do ato jurdico perfeito. II. Presidente da Repblica: competncia para a demisso de servidor de autarquia federal ou a cassao de sua aposentadoria. III. Punio disciplinar: prescrio: a instaurao do processo disciplinar interrompe o fluxo da prescrio, que volta a correr por inteiro se no decidido no prazo legal de 140 dias, a partir do termo final desse ltimo. IV. Processo administrativo-disciplinar: congruncia entre a indiciao e o fundamento da punio aplicada, que se verifica a partir dos fatos imputados e no de sua capitulao legal.PAGE 30