aula 09 - extra - curso on-line – direito penal para afrfbprofessor: pedro ivo
TRANSCRIPT
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
1/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
AULA 09 CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE / COMBATE LAVAGEM OU OCULTAO DE BENS, DIREITOS E VALORES /
COAF / A COMISSO DE VALORES MOBILIRIOS / ACORDOS EINSTRUMENTOS INTERNACIONAIS DE COOPERAO /CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL /
ECONOMIA POPULAR.
Futuros (as) Aprovados (as),
Hoje veremos temas importantes e atuais.
Comearemos com o abuso de autoridade, assunto que tem ganhado a atenodas bancas e hoje j exigido em praticamente todos os concursos.
Posteriormente, abordaremos leis mais especficas e presentes em seu edital.
Sendo assim, ateno total, pois o que veremos hoje poder representarimportantes pontos em sua prova.
Vamos comear!
Bons estudos!!!
*****************************************************************
9.1 ABUSO DE AUTORIDADE
O Brasil, como nao democrtica, tem em sua Constituio Federal que:
Art.5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeirosresidentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e a propriedade.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
2/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Portanto, nenhuma forma de abuso de autoridade pode ser aceito impunementeem um pas defensor das garantias individuais como o Brasil.
E o que vem a ser um crime de abuso de autoridade?
Trata-se de um crime que pode ser praticado por praticamente todos osintegrantes da Administrao Pblica, estando em um cargo de autoridade ouno, desde que tenham poder funcional para determinar alguma conduta.
Portanto, um delito amplo, com grandes possibilidades de punio aos autoresdas condutas tpicas.
Apesar dessa amplitude, notamos que os abusos de autoridade que ocorrem commais freqncia so os praticados pelas autoridades policiais, principalmente osligados liberdade individual, como no caso de buscas e apreenses, abordagenspessoais e operaes policiais fora dos parmetros legais.
O abuso ser caracterizado quando a autoridade praticar, omitir ou retardar ato,no exerccio da funo pblica, para embaraar ou prejudicar os direitosfundamentais do cidado garantidos na Constituio Federal, como, por exemplo,a liberdade individual, a integridade fsica e moral, a intimidade, a vida privada ea inviolabilidade do domiclio.
necessrio ressaltar, desde j, que o abuso de autoridade um delito de
atentado.Mas, professor... O que isso quer dizer?
Bom, de uma maneira geral, quando um fato ilcito no se completa, dizemos quehouve uma tentativa de praticar o crime, cuja conduta, claro, tem pena menorque o crime consumado.
O mesmo no se d com os crimes descritos como abuso de autoridade, pois osimples ato de atentar contra os direitos e liberdades das pessoas j suficientepara caracterizar a consumao do crime.
Vamos comear a compreender melhor e esmiuar estes conceitos!
9.2 DISPOSIES LEGAIS
9.2.1 DIREITO DE REPRESENTAO CONTRA ABUSO DE AUTORIDADE
A Lei dos Crimes de Abuso de Autoridade, Lei n4.898/65, vem regular odireito de representao e o processo de responsabilidade administrativa civil epenal nos casos de abuso de autoridade, ou seja, a violao presente lei
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
3/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
poder acarretar responsabilidade nas trs esferas (administrativa, civil e
penal). Observe:
Art.1. O direito de representao e o processo de responsabilidadeadministrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercciode suas funes, cometerem abusos, so regulados pela presentelei.
Mas quem pode representar contra abusos de autoridade?
Qualquer pessoa pode pleitear perante as autoridades competentes a puniodos responsveis por abuso. Trata-se do direito de representao previsto naConstituio Federal nos seguintes termos:
Art.5 [...]
XXXIV - O direito de petio aos Poderes Pblicos em defesa dedireitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. (grifei)
Como vai ser exercido esse direito de representao?
O artigo 2 da lei de Abuso de Autoridade disciplina o exerccio do direitoconstitucional de representao.
Assim, qualquer pessoa que for vtima de abuso de autoridade poder, direta,pessoalmente e SEM A NECESSIDADE DE ADVOGADO, encaminhar suadelao autoridade civil ou militar competente para a apurao e aresponsabilizao do agente.
Art.2 O direito de representao ser exercido por meio de petio.
a) dirigida autoridade superior que tiver competncia legal paraaplicar, autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sano;
b) dirigida ao rgo do Ministrio Pblico que tiver competncia parainiciar processo-crime contra a autoridade culpada.
Pargrafo nico. A representao ser feita em duas vias e contera exposio do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
4/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
as suas circunstncias, a qualificao do acusado e o rol de
testemunhas, no mximo de trs, se as houver.
A representao dever ser encaminhada para a autoridade superior, ou seja,para a autoridade que tiver competncia para aplicar sano ao indivduo quecometeu o ato ilcito.
Alm disso, deve tambm ser encaminhada ao Ministrio Pblico a fim de queas providncias criminais sejam tomadas.
9.2.1.1 REPRESENTAO - FORMALIDADES
A lei exige uma srie de formalidades para a confeco da representao.Segundo o dispositivo legal, ser feita em duas vias, contendo os seguintesrequisitos:
1. EXPOSIO DO FATO COM TODAS AS CIRCUNSTNCIAS;
2. QUALIFICAO DO ACUSADO; E
3. ROL DE TESTEMUNHAS.
Bom, Caro (a) aluno (a), estamos falando constantemente em representaoe, com certeza, voc que j estudou ou tem ao menos uma noo de ProcessoPenal deve estar pensando:
Essa representao necessria para que a correspondente ao penal sejainiciada, ou seja, estamos aqui tratando de delitos de ao penal pblicacondicionada ou incondicionada?
Pela leitura inicial do dispositivo, temos a ntida impresso de ser arepresentao condio objetiva de procedibilidade, tal qual ocorre nas aespenais pblicas condicionadas.
Mas a resposta para este questionamento encontrada na Lei n 5.249/67,que dispe em seu artigo 1:
Art. 1 A falta de representao do ofendido, nos casos de abusosprevistos na Lei n 4.898, de 9 de dezembro de 1965, na obsta ainiciativa ou o curso de ao pblica.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
5/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Assim, diante do supra exposto, fica claro que a ao pblica incondicionada,
ou seja, pode ser iniciada pelo Ministrio Pblico, independentemente davontade da vtima do abuso.
9.2.2 AUTORIDADE
Caro (a) aluno (a), at agora falamos muito na palavra AUTORIDADE. Mas oque vem a ser, juridicamente, autoridade?
Na conceituao legal, considera-se autoridade quem exerce cargo, empregoou funo pblica, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente esem remunerao.
necessrio que a pessoa esteja no exerccio da funo pblica, ainda queno perceba remunerao dos cofres pblicos. Veja:
Art. 5 Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quemexerce cargo, emprego ou funo pblica, de natureza civil, oumilitar, ainda que transitoriamente e sem remunerao.
Atravs do conceito, podemos citar como autoridades: OS TITULARES DE CARGOS PBLICOS; O VEREADOR; O GUARDA-CIVIL
MUNICIPAL; O SERVENTURIO DA JUSTIA; ETC.
importante citar que o conceito no abrange os que exercem mnus e nofuno pblica.
Podemos citar os seguintes agentes:
TUTORES;
MNUS PBLICO
EXPRESSO USADA, SOBRETUDO NO MEIO JURDICO, PARA
DESIGNAR UM CARGO PBLICO QUE, COMO REFERE O DICIONRIOAURLIO, IMPLICA ENCARGOS EM BENEFCIO DA SOCIEDADE.
O QUE PROCEDE DE AUTORIDADE PBLICA OU DA LEI E QUEOBRIGA O INDIVDUO A CERTOS ENCARGOS EM BENEFCIO DA
COLETIVIDADE OU DA ORDEM SOCIAL.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
6/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
DEPOSITRIO JUDICIAL;
SNDICOS DE MASSA FALIDA;
INVENTARIANTES JUDICIAIS
ETC.
9.2.3 CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE
Os crimes de abuso de autoridade encontram-se dispostos nos arts. 3 e 4 dalei n 4.898/65.
Esses crimes consumam-se com o atentado aos direitos e s garantiasfundamentais previstos no art. 3 e por meio das aes ou omisses descritaspelo art. 4, bastando o perigo de dano.
O art. 3 dispe que:
Art. 3. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) liberdade de locomoo;
b) inviolabilidade do domiclio;
c) ao sigilo da correspondncia;
d) liberdade de conscincia e de crena;
e) ao livre exerccio do culto religioso;
f) liberdade de associao;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exerccio do voto;
h) ao direito de reunio;
i) incolumidade fsica do indivduo;j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exerccioprofissional. (Includo pela Lei n 6.657,de 05/06/79)
Vamos analisar cada caso:
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
7/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
CCOONNSSTTIITTUUIIAABBUUSSOOOO
AATTEENNTTAADDOO
CCOONNTTRRAA::
OOBBSSEERRVVAAEESS::
A LIBERDADE DE
LOCOMOODe acordo com o artigo 5 da Constituio Federal, temos:
LXI - ningum ser preso seno em flagrante delito oupor ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciriacompetente, salvo nos casos de transgresso militar ou
crime propriamente militar, definidos em lei;
Do exposto, retiramos que a regra no nosso pas a NOPRISO, sendo admitida, a privao nos casos de:
Priso em flagrante;
Ordem Judicial;
Priso administrativa do Militar.
Assim, caro concurseiro, qualquer questo de prova quedemonstre a privao de liberdade fora das possibilidadesadmitidas constituir ABUSO DE AUTORIDADE.
Observao: Existem alguns casos de deteno momentneapara a manuteno da ordem pblica e o bem do cidado, queno se configura como uma priso.
o caso, por exemplo, de desordeiros sob efeito de lcool queso detidos para que passe o efeito da substncia e se previnaproblemas sociedade.
A autoridade entra em contato com algum parente paracomunicar o fato e o mantm em lugar seguro at que algumvenha busc-lo. claro que nesse caso no h nenhum abusode autoridade por parte da autoridade que o deteve.
A INVIOLABILIDADE
DE DOMICLIO
De acordo com o artigo 5 da Constituio Federal, temos:
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
8/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
XI - a casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvoem caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestarsocorro, ou, durante o dia, por determinao judicial;
Para alcanarmos o conceito de casa, recorremos ao CdigoPenal, que dispe:
Art.150 [...]
4. A expresso casa compreende:
I qualquer compartimento habitado;II aposento ocupado de habitao coletiva;
III compartimento no aberto ao pblico, onde algumexerce profisso ou atividade.
Assim, segundo a Constituio, podemos afirmar ser possvelentrar na casa de outrem, sem ser considerado abuso deautoridade, nas seguintes hipteses:
Consentimento do morador;
Flagrante delito;
Para prestar socorro;
No caso de desastre; e
Mediante mandado judicial (durante o dia).
Portanto, segundo o que determina o pargrafo acima, a casa, oquarto e a penso, o hotel ou o motel, o consultrio de um
mdico, o atelier de um artista, o escritrio de um advogadoso alguns exemplos de locais que, caso violados fora daspossibilidades definidas em lei, caracterizado estar o abuso deautoridade
O SIGILO DA
CORRESPONDNCIADe acordo com o artigo 5 da Constituio Federal, temos:
XII - inviolvel o sigilo da correspondncia e dascomunicaes telegrficas, de dados e das comunicaes
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
9/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
telefnicas, salvo, no ltimo caso, por ordem judicial, nas
hipteses e na forma que a lei estabelecer para fins deinvestigao criminal ou instruo processual penal;
Existem hipteses nas quais esta regra pode ser excepcionada,como no caso dos que cumprem pena, cuja correspondnciapode ser censurada pelo diretor do estabelecimento penal(STF).
Observao: Quem violar o sigilo da comunicao telefnica noresponder por crime de abuso e sim pela Lei 9.296/96.
A LIBERDADE DECONSCINCIA E DE
CRENA / AO LIVRE
EXERCCIO DOCULTO RELIGIOSO
De acordo com o artigo 5 da Constituio Federal, temos:
VI - inviolvel a liberdade de conscincia e de crena,sendo assegurado o livre exerccio dos cultos religiosos egarantida, na forma da lei, a proteo aos locais de culto ea suas liturgias;
Obviamente que esta liberdade no atinge um grau absoluto,sendo excepcionada pela doutrina e pela jurisprudncia, em
situaes tais como: A proibio de eventos religiosos simultneos que possam
causar conflito entre seus integrantes.
A proibio ou restrio de manifestaes religiosascontrrias ordem pblica, moral e tranqilidade,como no caso de cultos com potentes alto-falantes queincomodem o entorno.
A designao/determinao pelas autoridadescompetentes do trajeto a ser feito por procissesreligiosas.
A LIBERDADE DEASSOCIAO
De acordo com o artigo 5 da Constituio Federal, temos:
XVIII - a criao de associaes e, na forma da lei, a decooperativas independem de autorizao, sendo vedada ainterferncia estatal em seu funcionamento;
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
10/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Perceba que a Carta Magna no atribui restries ao direito deassociao, diferentemente do que faz com as cooperativas.
Associar-se unir-se para um determinado fim comum, com aliberdade excepcionada pela prpria Constituio Federal no quediz respeito a associaes de carter paramilitar e associaescom fins no lcitos.
OS DIREITOS E AS
GARANTIAS LEGAIS
ASSEGURADOS AO
EXERCCIO DO VOTO;
Aqui no h muito que se comentar, pois sabemos que o voto um direito de todo cidado e, qualquer violao a este direito,constituir abuso de autoridade.
O DIREITO DEREUNIO
Dispe o artigo 5 da Carta Magna:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,em locais abertos ao pblico, independentemente deautorizao, desde que no frustrem outra reunioanteriormente convocada para o mesmo local, sendoapenas exigido prvio aviso autoridade competente;
A reunio a presena de vrias pessoas em um localdeterminado para deliberaes ou manifestaes em conjunto, epela Constituio Federal dever ser realizada em locais abertosao pblico e de modo pacfico, sem presena de armas. No
ser considerado abuso de autoridade proibir:
Reunies com fins ilcitos
Reunies com fins blicos
Reunies de membros armados
Reunies em locais proibidos
Reunies realizadas sem prvio aviso autoridade.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
11/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
A INCOLUMIDADE
FSICA DO INDIVDUO
Ao falamos na incolumidade fsica do indivduo, pensamos logona violncia como forma de violao a esse direito.
No caso do abuso cabvel tanto a violncia real, ou seja, asque causam leses, (sejam elas leves ou graves) quanto aviolncia moral, isto , aquela que no provoca danos externosvisveis, como a tortura psicolgica ou o uso de substncias dotipo do soro da verdade, gazes txicos etc.
OS DIREITOS E AS
GARANTIAS LEGAIS
ASSEGURADOS AOEXERCCIO
PROFISSIONAL
Sobre o tema, trata a Constituio:
XIII - livre o exerccio de qualquer trabalho, ofcio ouprofisso, atendidas as qualificaes profissionais que a leiestabelecer;
A Constituio garante ao indivduo, desde que legalmenteregulamentado para o exerccio de sua profisso, o direito deexerc-la livremente.
Qualquer impedimento nesse sentido ser considerado umcrime de abuso de autoridade.
Como exemplos tirados da jurisprudncia, temos o caso de umjuiz de direito da comarca que baixou uma portaria impedindoadvogado de ingressar no frum, conduta de policial que probeou dificulta a comunicao do advogado com seu cliente, emuitos outros casos.
Continuando com a enumerao dos delitos, dispe o artigo 4 da Lei deAbuso de Autoridade:
Art. 4 Constitui tambm abuso de autoridade:
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual,sem as formalidades legais ou com abuso de poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custdia a vexame ou aconstrangimento no autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisoou deteno de qualquer pessoa;
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
12/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de priso ou deteno
ilegal que lhe seja comunicada;e) levar priso e nela deter quem quer que se proponha a prestarfiana, permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem,custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que acobrana no tenha apoio em lei, quer quanto espcie quer quantoao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo deimportncia recebida a ttulo de carceragem, custas, emolumentos
ou de qualquer outra despesa;h) o ato lesivo da honra ou do patrimnio de pessoa natural oujurdica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou semcompetncia legal;
i) prolongar a execuo de priso temporria, de pena ou de medidade segurana, deixando de expedir em tempo oportuno ou decumprir imediatamente ordem de liberdade. (Includo pela Lei n7.960, de 21/12/89)
Segundo o entendimento majoritrio, em caso de conflito aparente de normas,os tipos definidos no art. 4 prevalecem sobre os do art. 3, pois soconsiderados mais especficos. Vamos analisar:
CCOONNSSTTIITTUUIITTAAMMBBMM
AABBUUSSOODDEE
AAUUTTOORRIIDDAADDEE
OOBBSSEERRVVAAEESS::
ORDENAR OU EXECUTAR
MEDIDA PRIVATIVA DA
LIBERDADE INDIVIDUAL,
SEM AS FORMALIDADESLEGAIS OU COM ABUSO
DE PODER
Conforme comentrios anteriores, qualquer priso sem adevida observao das normas legais se constitui em umaprtica de crime de abuso de autoridade.
SUBMETER PESSOA SOB
SUA GUARDA OUQualquer tipo de constrangimento, humilhao ourestrio no autorizada em lei considerado vexame e
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
13/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
CUSTDIA A VEXAME OU
A CONSTRANGIMENTONO AUTORIZADO EM LEI
sua prtica punida como crime de abuso.
Obrigar detento a dar entrevista imprensa, colocargrilhes em preso ou mant-lo em cela escura so algunsexemplos de condutas que podem caracterizar abuso deautoridade.
Neste sentido, dispe a Carta Magna em seu artigo 5:
XLIX - assegurado aos presos o respeito integridade fsica e moral;
DEIXAR DE COMUNICAR,
IMEDIATAMENTE, AO JUIZ
COMPETENTE A PRISO
OU DETENO DEQUALQUER PESSOA
De acordo com o artigo 5 da Constituio Federal, temos:
LXII - a priso de qualquer pessoa e o local onde seencontre sero comunicados imediatamente ao juizcompetente e famlia do preso ou pessoa por eleindicada;
Repare na expresso imediatamente usada na sanoacima.
A comunicao obrigao legal e dever ser feita AOJUIZ logo aps o trmino da lavratura do auto de prisoem flagrante.
Ateno: Se logo aps a priso de um indivduo suafamlia no for comunicada, imediatamente, a autoridadeinfringir o crime da alnea a, que o de no seguir asformalidades legais ao ordenar ou executar medidaprivativa da liberdade individual.
DEIXAR O JUIZ DE
ORDENAR O
RELAXAMENTO DE PRISOOU DETENO ILEGAL
QUE LHE SEJA
COMUNICADA.
Crime prprio praticado unicamente pelo juiz, que tem odever constitucional de faz-lo. Segundo a Constituio:
Art.5
[...]
LXV- A priso ilegal ser imediatamente relaxadapela autoridade judiciria.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
14/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
LEVAR PRISO E NELA
DETER QUEM QUER QUE
SE PROPONHA A PRESTAR
FIANA, PERMITIDA EM
LEI.
Segundo o art. 5 da CF, temos:
LXVI - ningum ser levado priso ou nelamantido quando a lei admitir a liberdade provisria,com ou sem fiana;
Mas e se a autoridade no nega a fiana, mas aarbitra de maneira abusiva?
Neste caso, ser penalizado pelo crime tipificado na alneaa, j que no se pode dizer que, claramente, aautoridade negou a possibilidade de fiana.
COBRAR O CARCEREIRO
OU AGENTE DE
AUTORIDADE POLICIAL
CARCERAGEM, CUSTAS,
EMOLUMENTOS OUQUALQUER OUTRA
DESPESA, DESDE QUE ACOBRANA NO TENHA
APOIO EM LEI, QUER
QUANTO ESPCIE QUER
QUANTO AO SEU VALOR.
A cobrana de valores dos presos indevida,caracterizando esta prtica o abuso de autoridade.
O ATO LESIVO DA HONRA
OU DO PATRIMNIO DE
PESSOA NATURAL OUJURDICA, QUANDO
PRATICADO COM ABUSOOU DESVIO DE PODER OU
SEM COMPETNCIA
LEGAL.
A aplicao arbitrria de multas, apreenso ilegal deveculo, despejo violento e humilhante e deteno ilcita dedocumentos pessoais so algumas das modalidades derealizao da figura tpica.
PROLONGAR A EXECUO
DE PRISO TEMPORRIA,
DE PENA OU DE MEDIDA
DE SEGURANA,
Essa alnea foi acrescentada em 1989 pela Lei 7.960, quedispe sobre a priso temporria.
Determina a lei que a priso temporria s pode serdecretada durante o inqurito policial e ter durao
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
15/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
DEIXANDO DE EXPEDIR EM
TEMPO OPORTUNO OU DECUMPRIR IMEDIATAMENTE
ORDEM DE LIBERDADE.
mxima de cinco dias, passvel de uma prorrogao de
igual perodo.A Lei que dispe sobre a priso temporria determina que,quando o prazo de cinco dias tiver terminado, cabe aoprprio delegado que preside o inqurito mandar expedir oalvar de soltura, caso no tenha sido decretada a prisopreventiva.
Atente que este item no trata s de priso temporria. Omesmo dispositivo vale tambm nos casos de priso e demedida de segurana.
No caso de trmino de cumprimento de pena, caso o juiz
da execuo no providencie a ordem e liberdade, vaiincidir no crime de abuso. Da mesma forma incidir odiretor da penitenciria, caso no execute e solte o preso,imediatamente, aps recebimento da ordem de soltura.
No caso de medida de segurana, a obrigao de soltar opreso ser do diretor do estabelecimento, que dever faz-lo assim que receber a ordem judicial.
Observao: Lembre-se de que nos crimes hediondosa priso temporria de 30 dias, com possvel
prorrogao de mais 30 dias (Lei 8.072/90).
9.2.4 SANOES APLICADAS NO CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE
At agora falamos dos muitos dos crimes, mas e as penalizaes? Vamoscomear a conhec-las a partir de agora.
As sanes aplicadas aos crimes de abuso de autoridade so determinadas emtrs esferas diferentes e autnomas, a civil, a administrativa e a penal.
Sendo assim, fica claro que um indivduo pode s sofrer uma sanoadministrativa e no sofrer uma penal ou mesmo ter aplicada apenas umapenalizao civil em determinado caso.
Por esta razo, desde j importante deixar claro que no se trata a Lei quedispe sobre o Abuso de Autoridade de um diploma exclusivamente penal, maspredominantemente. Observe:
Algum
pode mesoltar?
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
16/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Art.6 O abuso de autoridade sujeitar o seu autor sano
administrativa civil e penal.
9.2.4.1 SANOES ADMINISTRATIVAS
As sanes administrativas esto dispostas no 1 do art. 6 e seroaplicadas de acordo com a gravidade do abuso cometido. Veja:
1 A sano administrativa ser aplicada de acordo com a
gravidade do abuso cometido e consistir em:a) advertncia;
b) repreenso;
c) suspenso do cargo, funo ou posto por prazo de cinco acento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens;
d) destituio de funo;
e) demisso;
f) demisso, a bem do servio pblico.
Podemos resumir:
A) ADVERTNCIA A MAIS AMENA DAS SANES, MERAMENTE VERBAL.
B) REPREENSO DIFERE DA ADVERTNCIA POR SER FORMALIZADA POR
ESCRITO.
C) SUSPENSO DO CARGO O AGENTE FICA PREJUDICADO EM RELAO AO
VENCIMENTO E BENEFCIOS DURANTE O PERODO DE SUSPENSO.
D) DESTITUIO DE FUNO (DE CONFIANA OU CARGO COMISSIONADO) O
AGENTE, CASO EFETIVO, PERMANEE INTEGRANDO OS QUADROS DA
ADMINISTRAO.
E) DEMISSO SADA COMPULSRIA DOS QUADROS DA ADMINISTRAO
PBLICA.
F) DEMISSO A BEM DO SERVIO PBLICO USADA NOS CASOS MAIS GRAVES,
COMO CORRUPO, PECULATO ETC.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
17/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
9.2.4.2 SANO CIVIL
Apresentada no art. 6, 2, a sano civil no tem mais aplicabilidade nostermos da lei, pois este pargrafo determina que:
Art. 6
[...]
2 A sano civil, caso no seja possvel fixar o valor do dano,consistir no pagamento de uma indenizao de quinhentos a dez
mil cruzeiros.
Esse pargrafo foi escrito h 44 anos e logicamente a moeda corrente no mais o cruzeiro.
Como no sabemos quanto significa o citado valor na moeda atual e adoutrina e jurisprudncia entendem pelo no cabimento de correomonetria, no possvel o clculo do valor para a imposio desta sano.
Ateno que isso no quer dizer que no h mais penalidades civis para ocrime de abuso de autoridade. Hoje em dia, a vtima dever ser levada ao
juzo cvel onde o dano sofrido ser analisado e, caso cabvel, mensuradomonetariamente pelo Magistrado.
9.2.4.3 SANO PENAL
As possveis sanes penais esto dispostas no 3 do art. 6, tendo suaaplicao de acordo com as regras do Cdigo Penal.
Consistiro em:
A) MULTA DE CEM A CINCO MIL CRUZEIROS, QUE PASSA A USAR O SISTEMA DO
CDIGO PENAL DE DIAS-MULTA. (ARTS. 49 E SEGUINTES)
B) DETENO DE 10 DIAS A 06 MESES;
C) PERDA DO CARGO E INABILITAO PARA O EXERCCIO DE QUALQUER OUTRA
FUNO PBLICA POR PRAZO DE AT TRS ANOS.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
18/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Atente para o fato de que no existe na Lei uma regra objetiva para as
sanes penais, cabendo ao juiz analisar e escolher a pena que julgar justaao crime.
Cabe ressaltar que, segundo a Lei, as penalizaes podem ser aplicadasautnoma ou cumulativamente.
Finalmente, o ltimo pargrafo do art. 6 traz uma pena especfica paraautoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, que tenhapraticado o crime de abuso.
Caso se confirme o crime, o agente no poder exercer funes de naturezapolicial ou militar no municpio onde vinha prestando servio, por um prazo
de 01 a 05 anos. Observe:
5 Quando o abuso for cometido por agente de autoridadepolicial, civil ou militar, de qualquer categoria, poder sercominada a pena autnoma ou acessria, de no poder oacusado exercer funes de natureza policial ou militar nomunicpio da culpa, por prazo de um a cinco anos.
9.2.4.4 REPERCUSSO DA SENTENA PENAL
A regra diz que cada instncia deve seguir o procedimento que lhe peculiar, porem correto afirmar que h interao entre as esferas Penal,Civil e Administrativa.
Primeiramente, para a anlise dos efeitos, h de se notar que a sentenapenal condenatria pode determinar a condenao criminal do servidor, ou,a sua absolvio, que pode se fundamentar em trs situaes distintas:
A) NEGATIVA DE AUTORIA OU DO FATO,
B) AUSNCIA DE CULPABILIDADE PENAL;
C) AUSNCIA DE PROVAS.
Assim, conforme ensina o professor Hely Lopes Meirelles, "DireitoAdministrativo Brasileiro", tem-se quatro hipteses a serem analisadas. Soelas:
A primeira, que trata da condenao penal, produz efeitos diretos emrelao ao processo administrativo, fazendo coisa julgada relativamente
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
19/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
culpa do agente, sujeitando-o reparao do dano e s punies
administrativas.Na segunda hiptese, qual seja de absolvio por negativa da autoria ou dofato, a sentena criminal tambm produz efeitos na esfera administrativa ecivil, eis que impede a responsabilizao ao funcionrio.
Quanto terceira hiptese - absolvio ou ausncia de culpabilidade penal -a absolvio criminal no produz efeito algum nos mbitos civis eadministrativos, sendo que a Administrao poder ajuizar ao de regressode indenizao e conden-lo infrao disciplinar administrativa, j quehouve apenas a declarao de no existncia de ilcito penal, o que noafasta a punio civil e administrativa.
Por fim, na quarta hiptese, a absolvio criminal tambm no produzqualquer efeito no juzo cvel e administrativo, j que a insuficincia deprova da ao penal no impede que se comprovem a culpa administrativae a civil
Tal entendimento est h tempos consolidado na smula 18 do STF nosseguintes termos:
Pela falta residual, no compreendida na absolvio pelo juzocriminal, admissvel a punio administrativa do servidor pblico.
9.2.5 USO DE ALGEMAS
A possibilidade do uso de algemas sempre foi assunto controverso em nossopas.
Que podia ser utilizada em algumas situaes, ningum discordava, masquando o uso seria tipificado como abuso de autoridade?
Devido falta de um disciplinamento claro, situaes problemticascomearam a ocorrer, como em 07 de agosto de 2008, quando o uso dealgemas durante um Jri Popular em So Paulo gerou a anulao dacondenao de um indivduo. Anulao essa proferida pelo STF.
A fim de acabar com estes problemas e disciplinar claramente o assunto, oSupremo Tribunal Federal, atravs da smula vinculante n11, proposta emsesso realizada em 13.08.08 no STF, imps o seguinte regramento quanto aouso de algemas:
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
20/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
9.2.6 PROCEDIMENTOS NOS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE
Trataremos neste tpico do procedimento Administrativo, Civil e Penal quandodo cometimento de uma afronta a dispositivo da lei n 4.898/65.
9.2.6.1 PROCESSO ADMINISTRATIVO
Recebida a representao, a autoridade competente ir baixar portariadeterminando a instaurao de inqurito ou sindicncia para apurar o fato.
Neste momento, ser nomeada comisso que determinar a citao doagente e aguardar a apresentao de defesa prvia.
Art. 7 recebida a representao em que for solicitada aaplicao de sano administrativa, a autoridade civil ou militarcompetente determinar a instaurao de inqurito para apurar
o fato. 1 O inqurito administrativo obedecer s normasestabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis oumilitares, que estabeleam o respectivo processo.
O procedimento administrativo, por ser independente, no dever serinterrompido a fim de aguardar deciso judicial penal.
SS LLCCIITTOO NNOO CCAASSOO DDEE RREESSIISSTTNNCCIIAA EE DDEE FFUUNNDDAADDOO
RREECCEEIIOO DDEE FFUUGGAA OOUU DDEE PPEERRIIGGOO IINNTTEEGGRRIIDDAADDEE FFSSIICCAA
PPRRPPRRIIAA OOUU AALLHHEEIIAA,, PPOORR PPAARRTTEE DDOO PPRREESSOO OOUU DDEE
TTEERRCCEEIIRROOSS,, JJUUSSTTIIFFIICCAADDAA AA EEXXCCEEPPCCIIOONNAALLIIDDAADDEE PPOORREESSCCRRIITTOO,,SSOOBBPPEENNAADDEERREESSPPOONNSSAABBIILLIIDDAADDEEDDIISSCCIIPPLLIINNAARR
CCIIVVIILL EE PPEENNAALL DDOO AAGGEENNTTEE OOUU DDAA AAUUTTOORRIIDDAADDEE,, EE DDEE
NNUULLIIDDAADDEEDDAAPPRRIISSOOOOUUDDOOAATTOOPPRROOCCEESSSSUUAALLAAQQUUEESSEE
RREEFFEERREE,,SSEEMMPPRREEJJUUZZOODDAARREESSPPOONNSSAABBIILLIIDDAADDEECCIIVVIILLDDOO
EESSTTAADDOO..
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
21/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
3 O processo administrativo no poder ser sobrestado para
o fim de aguardar a deciso da ao penal ou civil.
A sano aplicada ser anotada na ficha funcional da autoridade infratora.
Art. 8 A sano aplicada ser anotada na ficha funcional daautoridade civil ou militar.
9.2.6.2 PROCESSO CIVIL
Art. 11. ao civil sero aplicveis as normas do Cdigo deProcesso Civil.
9.2.6.3 PROCESSO PENAL
Regra geral, aos delitos relacionados na lei de abuso de autoridade, aplicvel o procedimento sumarssimo, cabvel para os crimes de menor
potencial ofensivo.Nos termos da lei n 9.099/95:
Art. 61. Consideram-se infraes penais de menor potencialofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenes penais e oscrimes a que a lei comine pena mxima no superior a 2 (dois)anos, cumulada ou no com multa.
Ocorre, todavia, que em alguns casos o procedimento sumarssimo nopode ser aplicado por expressa determinao legal. Isto ocorre emsituaes, tais como:
1. Quando o acusado no for encontrado para ser citado,hiptese em que o Juiz enviar as peas existentes ao Juzocomum para adoo do procedimento previsto em lei.
2. Se a complexidade da causa no permitir denncia, o MPpoder requerer ao juiz o encaminhamento das peasexistentes ao juzo comum.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
22/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Para estes casos de no cabimento do rito sumarssimo ser aplicado oprocedimento definido na Lei de Abuso de Autoridade. De acordo com a lein 4.898/65 o processo penal desenvolve-se da seguinte forma:
1. Recebidos os autos do inqurito ou informaes que embasem umadenncia do Ministrio Pblico (o inqurito no obrigatrio), estaser oferecida independentemente de representao da vtima (aopenal pblica incondicionada).
Art. 12. A ao penal ser iniciada, independentemente deinqurito policial ou justificao por denncia do MinistrioPblico, instruda com a representao da vtima do abuso
.
2. A denncia dever ser feita em duas vias no prazo de 48 horasdorecebimento da documentao supracitada.
Art. 13. Apresentada ao Ministrio Pblico a representao
da vtima, aquele, no prazo de quarenta e oito horas,denunciar o ru, desde que o fato narrado constitua abusode autoridade, e requerer ao Juiz a sua citao, e, bemassim, a designao de audincia de instruo ejulgamento.
3. Mas e se o Ministrio Pblico, por inrcia, no oferecer denncia noprazo correto?
Neste caso, assim como ocorre no processo penal tradicional, cabera chamada ao penal privada subsidiria da pblica, na qual a vtimaassume TEMPORARIAMENTE a titularidade da ao, cabendo aoMinistrio Pblico retom-la a qualquer tempo.
Art. 16. Se o rgo do Ministrio Pblico no oferecer adenncia no prazo fixado nesta lei, ser admitida aoprivada. O rgo do Ministrio Pblico poder, porm,aditar a queixa, repudi-la e oferecer denncia substitutivae intervir em todos os termos do processo, interpor
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
23/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
recursos e, a todo tempo, no caso de negligncia do
querelante, retomar a ao como parte principal.
4. Se o crime deixar vestgios, NO H NECESSIDADE DE PROVAPERICIAL, PODENDO ESTA SER SUPRIDA PELO DEPOIMENTODE DUAS TESTEMUNHAS.
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso deautoridade houver deixado vestgios o ofendido ou oacusado poder:
a) promover a comprovao da existncia de tais vestgios,por meio de duas testemunhas qualificadas;
b) requerer ao Juiz, at setenta e duas horas antes daaudincia de instruo e julgamento, a designao de umperito para fazer as verificaes necessrias.
5. O perito ou as testemunhas elaboraro um relatrio que poderoapresentar em juzo verbalmente ou por escrito.
1 O perito ou as testemunhas faro o seu relatrio eprestaro seus depoimentos verbalmente, ou oapresentaro por escrito, querendo, na audincia deinstruo e julgamento.
6. Depois de recebidos os autos, o Magistrado ter um prazo de 48HORASpara receber ou rejeitar a denncia.
7. Caso receba, designar dia e hora para a audincia de instruo e
julgamento, que dever ser realizada, improrrogavelmente, dentro decinco dias. Alm disso, o ru ser citado.
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo dequarenta e oito horas, proferir despacho, recebendo ourejeitando a denncia.
1 No despacho em que receber a denncia, o Juizdesignar, desde logo, dia e hora para a audincia de
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
24/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
instruo e julgamento, que dever ser realizada,
improrrogavelmente dentro de cinco dias. 2 A citao do ru para se ver processar, at julgamentofinal e para comparecer audincia de instruo ejulgamento, ser feita por mandado sucinto que, seracompanhado da segunda via da representao e dadenncia.
8. Aberta a audincia, o Juiz far a qualificao e o interrogatrio doru, se estiver presente. Ouvidos o perito e, em seguida, as
testemunhas de acusao e defesa, o juiz dar palavra,sucessivamente, ao Ministrio Pblico e ao defensor do acusado, paraos debates, pelo prazo de 15 minutos, prorrogveis por mais 10 paracada um.
Art. 22. Aberta a audincia o Juiz far a qualificao e ointerrogatrio do ru, se estiver presente.
Pargrafo nico. No comparecendo o ru nem seuadvogado, o Juiz nomear imediatamente defensor parafuncionar na audincia e nos ulteriores termos do processo.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, oJuiz dar a palavra sucessivamente, ao Ministrio Pblicoou ao advogado que houver subscrito a queixa e aoadvogado ou defensor do ru, pelo prazo de quinzeminutos para cada um, prorrogvel por mais dez (10), acritrio do Juiz.
9.
Encerrados os debates, o Magistrado proferir imediatamente asentena.
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferir imediatamentea sentena.
Tratamos at aqui da situao em que a denncia feita. Mas e se oMinistrio Pblico entender pelo arquivamento da representao? Pode elearquivar diretamente?
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
25/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Tal qual ocorre no processo penal tradicional, a resposta negativa, pois
neste caso cabe aplicabilidade do art. 15, que dispe:
Art. 15. Se o rgo do Ministrio Pblico, ao invs deapresentar a denncia requerer o arquivamento darepresentao, o Juiz, no caso de considerar improcedentesas razes invocadas, far remessa da representao aoProcurador-Geral e este oferecer a denncia, ou designaroutro rgo do Ministrio Pblico para oferec-la ouinsistir no arquivamento, ao qual s ento dever o Juizatender.
**************************************************
9.3 CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO
A Lein. 7492/86, chamada de Leidos Crimes de Colarinho Branco, tinhainicialmente como alvo os diretores e administradores de instituies financeiras.
Hoje essa denominao estende-se a vrios outros indivduos que, alguma forma,lesam a ordem econmica.
H uma grande preocupao dos nossos governantes, em proteger o SistemaFinanceiro Nacional, pois os crimes cometidos contra ele atingem, muitas dasvezes, diretamente a economia nacional. Portanto, o Sistema Financeiro umbem jurdico importantssimo que mereceu a proteo penal.
Mas o que quer dizer a expresso SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL?
O sistema financeiro compreende o conjunto de instituies, sejam monetrias,bancrias e sociedades por aes, e o mercado financeiro de capitais e valoresmobilirios. Em seu artigo 1 a Lei n 7.492/86 define o que se compreendecomo instituio financeira. Observe:
Artigo 1 Considera-se como instituio financeira, para efeitodesta lei, a pessoa jurdica de direito pblico ou privado, que tenhacomo atividade principal ou acessria, cumulativamente ou no, acaptao, intermediao ou aplicao de recursos financeiros deterceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custdia,emisso, distribuio, negociao, intermediao ou administraode valores mobilirios.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
26/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
ATENO!!!
PERCEBA QUE O CONCEITO ABRANGE INSTITUIES PBLICAS E
PRIVADAS. ESSE PONTO QUESTO RECORRENTE DE PROVA!!!
Pargrafo nico. Equipara-se instituio financeira:
I- a pessoa jurdica que capte ou administre seguros, cmbio,consrcio, capitalizao ou qualquer tipo de poupana, ou recursosde terceiros;
II- a pessoa natural que exera quaisquer das atividades referidasneste artigo, ainda que de forma eventual.
amplssimo o conceito de instituio financeira fixado pelo art. 1 da Lei7.492/86. Esse conceito ampliado mais ainda pelas regras previstas nos incisosI e II do pargrafo nico deste artigo, que equipara instituio financeira apessoa jurdica que capte ou administre seguros, cmbio, consrcio, capitalizaoou qualquer tipo de poupana, ou recursos de terceiros, bem como a pessoanatural que exera quaisquer atividades referidas no artigo, ainda que de forma
eventual.
Antes de prosseguirmos tratando das particularidades da norma que define oscrimes contra o sistema financeiro nacional, vamos traar um panorama geral daLei n 7.492/86 a fim de que voc consiga organizar as idias.
A citada lei possui 35 artigos, organizados da seguinte maneira:
O PRIMEIRO ARTIGO, COMO VIMOS, CONCEITUA, PARA FINS PENAIS,INSTITUIO FINANCEIRA;
OS ARTIGOS 2 AO 24, ESTABELECEM OS CRIMES CONTRA O SISTEMAFINANCEIRO NACIONAL; E
OS ARTIGOS 25 AO 35 CUIDAM DA APLICAO E DO PROCEDIMENTOCRIMINAL.
claro, caro (a) aluno (a), que o mais importante para a sua PROVA so ascondutas definidas nos arts. 2 ao 24, pois definem as figuras tpicas contra osistema financeiro nacional.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
27/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Neste ponto, diferentemente do que fizemos com outras espcies de delitos,
atenha o estudo ao conhecimento das condutas.
9.3.1 CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Vamos comear a analisar os crimes contra o sistema financeiro nacional:
CRIME CONDUTA OBSERVAES
IMPRESSO OU
PUBLICAO NO
AUTORIZADAS
Imprimir, reproduzir ou, dequalquer modo, fabricar ou prem circulao, sem autorizaoescrita da sociedade emissora,certificado, cautela ou outrodocumento representativo dettulo ou valor mobilirio.
Incorre na mesma pena quemimprime, fabrica, divulga,distribui ou faz distribuirprospecto ou material depropaganda relativo aos papisreferidos.
DIVULGAO
FALSA OU
INCOMPLETA DE
INFORMAO
Divulgar informao falsa ouprejudicialmente incompletasobre instituio financeira.
GESTO
FRAUDULENTA OU
TEMERRIA
Gerir fraudulentamenteinstituio financeira.
Observao: Apesar, daafronta a inmeros princpiosconstitucionais devido avagueza absoluta com quedescreve o crime, os Tribunaistm reconhecido a validade dodispositivo, tratando de
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
28/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
prench-los por meio de
conceitos doutrinrios eproduo jurisprudencial.
Dessa forma, podemos definirgesto fraudulenta como aprtica de atos de gesto queenvolvam qualquer espcie defraude, ardil, embuste,falcatrua ou desfalque.Podemos exemplificar este tipode prtica com a falsificao
de balanos com o objetivo deenganar investidores,passando a impresso de umafalsa sade financeira.
APROPRIAO
INDBITA E
DESVIO DE
RECURSOS
Apropriar-se, quaisquer daspessoas mencionadas no art.25 (abaixo reproduzido), dedinheiro, ttulo, valor ouqualquer outro bem mvel deque tem a posse, ou desvi-loem proveito prprio ou alheio.
Art. 25. So penalmenteresponsveis, nos termos destalei, o controlador e osadministradores de instituiofinanceira, assim consideradosos diretores, gerentes (Vetado).
1 Equiparam-se aosadministradores de instituio
financeira (Vetado) ointerventor, o liqidante ou osndico.
Incorre na mesma penaqualquer das pessoasmencionadas no art. 25 destalei, que negociar direito, ttuloou qualquer outro bem mvelou imvel de que tem a posse,sem autorizao de quem dedireito.
SONEGAO DE
INFORMAO
Induzir ou manter em erro,scio, investidor ou repartio
pblica competente,relativamente a operao ousituao financeira, sonegando-lhe informao ou prestando-afalsamente.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
29/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
EMISSO,
OFERECIMENTO OU
NEGOCIAO
IRREGULAR DE
TTULOS OU
VALORES
MOBILIRIOS
Emitir, oferecer ou negociar, dequalquer modo, ttulos ouvalores mobilirios:
I - falsos ou falsificados;
II - sem registro prvio deemisso junto autoridadecompetente, em condiesdivergentes das constantes doregistro ou irregularmenteregistrados;
III - sem lastro ou garantiasuficientes, nos termos dalegislao;
IV - sem autorizao prvia daautoridade com etente, quandolegalmente exigida.
EXIGNCIA DE
REMUNERAOACIMA DA
LEGALMENTE
PERMITIDA
Exigir, em desacordo com alegislao, juro, comisso ouqualquer tipo de remunerao
sobre operao de crdito oude seguro, administrao defundo mtuo ou fiscal ou deconsrcio, servio decorretagem ou distribuio dettulos ou valores mobilirios.
FRAUDE
FISCALIZAO OU
AO INVESTIDOR
Fraudar a fiscalizao ou oinvestidor, inserindo ou fazendoinserir, em documentocomprobatrio de investimentoem ttulos ou valoresmobilirios, declarao falsa oudiversa da que dele deveriaconstar.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
30/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
DOCUMENTOSCONTBEIS
FALSOS OU
INCOMPLETOS
Fazer inserir elemento falso ouomitir elemento exigido pelalegislao, em demonstrativoscontbeis de instituiofinanceira, seguradora ouinstituio integrante dosistema de distribuio dettulos de valores mobilirios.
CONTABILIDADE
PARALELA
Manter ou movimentar recursoou valor paralelamente contabilidade exigida pelalegislao.
O delito traz no bojo a figurado caixa dois, ou seja, punea movimentao escusa derecursos sem que hajaqualquer espcie de registroda atividade indepen-dentemente da finalidade quepode ser satisfazer despesasno demonstrveis, majorarindevidamente os lucros dediretores ou gerentes sem adevida incidncia tributria.
OMISSO DE
INFORMAES
Deixar, o ex-administrador deinstituio financeira, deapresentar, ao interventor,liquidante, ou sndico, nos
prazos e condiesestabelecidas em lei asinformaes, declaraes oudocumentos de suaresponsabilidade.
DESVIO DE BEM
INDISPONVEL
Desviar (Vetado) bemalcanado pela indisponibilidadelegal resultante de interveno,liquidao extrajudicial oufalncia de instituiofinanceira.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
31/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
APRESENTAODE DECLARAO
OU RECLAMAO
FALSA
Apresentar, em liquidaoextrajudicial, ou em falncia deinstituio financeira,declarao de crdito oureclamao falsa, ou juntar aelas ttulo falso ou simulado.
MANIFESTAO
FALSA
Manifestar-se falsamente ointerventor, o liquidante ou osndico, (Vetado) respeito deassunto relativo a interveno,liquidao extrajudicial oufalncia de instituiofinanceira.
OPERAO
DESAUTORIZADADE INSTITUIO
FINANCEIRA
Fazer operar, sem a devidaautorizao, ou com
autorizao obtida mediantedeclarao falsa, instituiofinanceira, inclusive dedistribuio de valoresmobilirios ou de cmbio.
EMPRSTIMO A
DMINISTRADORES
OU PARENTES EDISTRIBUIO
DISFARADA DE
LUCROS
Tomar ou receber, qualquer daspessoas mencionadas no art.25 desta lei, direta ouindiretamente, emprstimo ouadiantamento, ou deferi-lo acontrolador, a administrador, amembro de conselhoestatutrio, aos respectivoscnjuges, aos ascendentes oudescendentes, a parentes nalinha colateral at o 2 grau,consangneos ou afins, ou asociedade cujo controle seja
por ela exercido, direta ouindiretamente, ou por qualquerdessas pessoas.
Incorre na mesma pena quem:
I - em nome prprio, comocontrolador ou na condio deadministrador da sociedade,conceder ou receberadiantamento de honorrios,remunerao, salrio ouqualquer outro pagamento,nas condies referidas nesteartigo;
II - de forma disfarada,promover a distribuio oureceber lucros de instituiofinanceira.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
32/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
VIOLAO DE
SIGILO BANCRIO
Violar sigilo de operao ou deservio prestado por instituiofinanceira ou integrante dosistema de distribuio dettulos mobilirios de que tenhaconhecimento, em razo deofcio.
OBTENO
FRAUDULENTA DEFINANCIAMENTO
Obter, mediante fraude,financiamento em instituiofinanceira.
A pena aumentada de 1/3(um tero) se o crime
cometido em detrimento deinstituio financeira oficial oupor ela credenciada para orepasse de financiamento.
APLICAO
IRREGULAR DE
FINANCIAMENTO
Aplicar, em finalidade diversada prevista em lei ou contrato,recursos provenientes definanciamento concedido porinstituio financeira oficial ou
por instituio credenciada pararepass-lo.
FALSA IDENTIDADEAtribuir-se, ou atribuir aterceiro, falsa identidade, pararealizao de operao decmbio.
Incorre na mesma pena quem,para o mesmo fim, sonegainformao que devia prestarou presta informao falsa.
EVASO DE
DIVISAS
Efetuar operao de cmbiono autorizada, com o fim de
promover evaso de divisas doPas.
Incorre na mesma pena quem,a qualquer ttulo, promove,sem autorizao legal, a sadade moeda ou divisa para oexterior, ou nele mantiverdepsitos no declarados repartio federal competente.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
33/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
PREVARICAO
FINANCEIRA.
Omitir, retardar ou praticar, ofuncionrio pblico, contradisposio expressa de lei, atode ofcio necessrio ao regularfuncionamento do sistemafinanceiro nacional, bem comoa preservao dos interesses evalores da ordem econmico-financeira.
9.3.2 PROCEDIMENTO CRIMINAL
Ao comear a tratar sobre o procedimento dos crimes contra o sistema financeironacional dispe o art. 25 da lei n 7.492/86:
Art. 25. So penalmente responsveis, nos termos desta lei, o
controlador e os administradores de instituio financeira, assimconsiderados os diretores, gerentes (Vetado).
1 Equiparam-se aos administradores de instituio financeira(Vetado) o interventor, o liquidante ou o sndico.
O art. 25, da Lei 7492/86 limita a responsabilidade penal ao controlador,administrador, diretor, gerente, interventor, liquidante e sndico. O agente quepraticar os delitos estatudos na lei dever estar investido em uma dessasfunes. Em no se exercendo uma dessas funes, o delito no corresponder
queles descritos nos tipos penais da lei.Posteriormente, a lei trata do instituto da DELAO PREMIADA e define quenos crimes previstos, cometidos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor oupartcipe que atravs de confisso espontnea revelar autoridade policial oujudicial toda a trama delituosa ter a sua pena reduzida de um a dois teros.
Art. 25
[...]
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
34/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
2 Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou co-
autoria, o co-autor ou partcipe que atravs de confissoespontnea revelar autoridade policial ou judicial toda a tramadelituosa ter a sua pena reduzida de um a dois teros.
Quanto a COMPETNCIA, e aqui temos um ponto importante para a PROVA devocs, dispe a lei que a ao penal dos delitos descritos na lei ser promovidapelo Ministrio Pblico, perante a JUSTIA FEDERAL.
Art. 26. A ao penal, nos crimes previstos nesta lei, ser
promovida pelo Ministrio Pblico Federal, perante a JustiaFederal.
Cabe ressaltar que a Justia Federal dispe de varas especializadas objetivandopunir esses crimes. H diversas divergncias sobre a validade destes tribunaisespecializados, todavia a jurisprudncia vem se posicionando pela possibilidadedas varas especializadas. Observe o pronunciamento do STJ sobre o caso:
STJ - HC 41643/CE - DJ 03.10.2005
Habeas corpus. Processo Penal. Crimes contra o sistema financeiro nacional ede Lavagem de dinheiro. Especializao da 11 Vara Federal da SeoJudiciria do Cear. Resoluo 10-A/2003 do TRF da 5 Regio. Resoluo 314do Conselho da Justia Federal. Denncia no oferecida. Redistribuio.Possibilidade. Ofensa aos princpios da reserva de lei, da separao dospoderes e do juiz natural. Inocorrncia. Ordem denegada.
1. A especializao de vara Federal para processamento e julgamento doscrimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem ou ocultao de bens,
direitos e valores, por meio da Resoluo 10-A/2003 do TRF da 5 Regio e daResoluo 314 do Conselho da Justia Federal, no ofende os princpios dareserva de lei, da separao dos poderes e do juiz natural.
2. Se a denncia ainda no havia sido oferecida quando da especializao da11 Vara Federal para julgamento de tais crimes impe-se a redistribuio dofeito.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
35/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 35
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
A AO PENAL, no caso da ocorrncia de um crime contra o sistema financeiro
nacional, pblica, logo a proposio da ao independe de qualquer condio deprocedibilidade, bastando a denncia do Ministrio Pblico.
Quando, no exerccio de suas atribuies legais, o Banco Central do Brasil ou aComisso de Valores Mobilirios - CVM, verificar a ocorrncia de crime contra osistema financeiro nacional, disso dever informar ao Ministrio Pblico Federal,enviando-lhe os documentos necessrios comprovao do fato.
Art. 28. Quando, no exerccio de suas atribuies legais, o BancoCentral do Brasil ou a Comisso de Valores Mobilirios - CVM,
verificar a ocorrncia de crime previsto nesta lei, disso deverinformar ao Ministrio Pblico Federal, enviando-lhe os documentosnecessrios comprovao do fato.
Pargrafo nico. A conduta de que trata este artigo ser observadapelo interventor, liquidante ou sndico que, no curso de interveno,liquidao extrajudicial ou falncia, verificar a ocorrncia de crimede que trata esta lei.
Ressalta-se que, para os crimes contra o sistema financeiro nacional, no hcabimento da ao penal privada subsidiria da pblica, pois, segundo o art.27, quando a denncia no for intentada no prazo legal, o ofendido poderrepresentar ao Procurador-Geral da Repblica, para que este a oferea, designeoutro rgo do Ministrio Pblico para oferec-la ou determine o arquivamentodas peas de informao recebidas.
Art. 27. Quando a denncia no for intentada no prazo legal, oofendido poder representar ao Procurador-Geral da Repblica,para que este a oferea, designe outro rgo do Ministrio Pblicopara oferec-la ou determine o arquivamento das peas de
informao recebidas.
DICIONRIO DO CONCURSEIRO
AO PENAL PRIVADA SUBSIDIRIA DA PBLICA
Nos casos de ao pblica, o Ministrio Pblico tem determinado prazo para oferecer
denncia. Passado esse prazo sem qualquer manifestao do Promotor de Justia,comea a correr o prazo decadencial para que a vtima, a fim de no ser prejudicada
pela inrcia do MP, proponha a ao penal privada subsidiria da pblica.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
36/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 36
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Por fim, iremos tratar da PRISO PREVENTIVA estabelecida no art. 30 da leidefinidora dos crimes contra o sistema financeiro nacional. Observe o que dispetexto legal:
Art. 30. Sem prejuzo do disposto no art. 312 do Cdigo deProcesso Penal, aprovado pelo Decreto-lei n 3.689, de 3 deoutubro de 1941, a priso preventiva do acusado da prtica decrime previsto nesta lei poder ser decretada em razo damagnitude da leso causada
A priso preventiva uma das medidas cautelares pessoais previstas no processopenal brasileiro e nos crimes contra o sistema financeiro nacional, o art. 30 da Lei7.492/86, ostenta um pressuposto especfico para a priso: a magnitude daleso causada.
Em primeiro plano parece que este artigo estabeleceu uma nova hiptese para adecretao da priso preventiva. Contudo a maioria doutrinria entendeu no setratar de um fundamento autnomo para a decretao da custdia cautelar.
Segundo Maia, Tendo em vista a excepcionalidade que deve revestir a prisocautelar estamos que a exegese deste artigo dever ser restritiva, sendo oprejuzo causado, por maior que seja, insuficiente por si mesmo de ensejar adecretao da priso preventiva, o que parece ter sido a mens legis ao noalterar a redao do art. 312 do CPP e, sim, determinar que este fosseconsiderado quando do sopesamento da magnitude da leso.
Assim, a magnitude da leso causada pelo ilcito no pode ser parmetro nicopara a decretao da medida cautelar, devendo ser considerada globalmente
com os demais requisitos autorizados da medida. Independentemente damagnitude da leso, desde que se mostre desnecessria, a priso cautelar nopoder ser decretada pela autoridade jurisdicional.
Os Tribunais tm assim decidido:
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
37/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 37
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
HABEAS CORPUS DIREITO PENAL CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO PRISO CAUTELAR GARANTIA DA ORDEM PBLICA E ECONMICA APLICAO DA LEI PENAL
1. No obstante o art. 30 da Lei n 7492/86 determine que a priso preventivado acusado da prtica de crime contra o Sistema Financeiro Nacional poderser decretada em razo da magnitude da leso causada, sua legitimaodepende da satisfao dos pressupostos insculpidos no art. 312 do CPP.
2. No havendo provas concretas nos autos de que os pacientes continuamoperando no sistema financeiro paralelo, inexiste justificativa para amanuteno da custdia prisional.
3. O depsito dos passaportes dos acusados em Juzo constitui medidaacautelatria tendente a assegurar a aplicao da Lei Penal. (TRF 4 R. HC2004.04.01.017015-1 PR 7 T. )
HABEAS CORPUS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL EVASO DE DIVISAS ARTIGO 30 DA LEI N 7.492/86 PRISO PREVENTIVA REQUISITOS
1 - Tendo em conta o princpio constitucional da presuno de inocncia,insculpido no art. 5, inc. LVII, da Constituio Federal de 1988, no sentido deque "ningum ser considerado culpado at o trnsito de sentena penalcondenatria", a priso provisria somente admitida como ultima ratio, nashipteses onde fique plenamente demonstrada a sua necessidade.
2 - Nesse contexto, os dispositivos constantes em diversos diplomas legaisimpedindo a concesso do benefcio da liberdade provisria (art. 7 da Lei n9.034/95, art. 30 da Lei n 7.492/86 e art. 3 da Lei n 9.613/98) devem serinterpretados luz da CF/88, somente restringindo-se o status libertatis doacusado nos termos do disposto no artigo 312 do CPP, vale dizer, apenasquando presente um dos fundamentos para a priso preventiva, noconsubstanciando as referidas normas legais, por si s, base suficiente para acustdia. Entendimento recentemente manifestado pelo STF.
3. Em face do carter de excepcionalidade, a anlise dos fundamentos legaispara a decretao da priso preventiva deve ser feita limitando-se quelashipteses em que haja elementos concretos indicando que o status libertatis docondenado representa ameaa efetiva ordem pblica, instruo criminal ou aplicao da Lei Penal, com excluso, portanto, de presunes e/ouconjecturas. (TRF 4 R. HC 2004.04.01.005748-6 PR 8 T.)
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
38/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 38
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Diante do exposto, para sua PROVA lembre-se de queA MAGNITUDE DA LESO
CAUSADA, POR SI S, NO CONTM UM PERIGO CONCRETO CASO MANTIDA ALIBERDADE DO ACUSADO. SE ASSIM FOSSE, A MEDIDA TERIA NATUREZAEXCLUSIVAMENTE PUNITIVA E NO ACAUTELATRIA COMO DE DIREITO.
****************************************************************************************************
FUTURO(A) APROVADO(A), MUITO BOM!!! AQUI VOCACABA DE FINALIZAR MAIS UM IMPORTANTE TEMA
RUMO TO SONHADA APROVAO. A CADA INSTANTE
VOC EST ADQUIRINDO MAIS E MAIS CONHECIMENTO
E ISSO QUE FAR A DIFERENA NO DIA DE COLOCAR O
ESFORO EM PRTICA.
DITO ISTO, RESPIRE FUNDO, RECARREGUE AS SUAS
ENERGIAS E VAMOS LUTA COM O MAIS UM TEMA DE
NOSSA AULA!!!
**********************************************************************************************************
9.4 LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO
A velocidade com que o legislador altera as leis penais e processuais penais impressionante. A cada ms ou a cada dois meses, surgem alteraes no CdigoPenal, no Cdigo de Processo Penal e na Legislao Penal Especial.
No caso especfico da Lei n 12.683, de 09 de julho de 2012, as alteraesrecaem sobre a Lei de Lavagem de Dinheiro. O objetivo da edio de tal lei foide tornar mais eficiente a persecuo penal.
Vamos analisar, a partir de agora, a lei de lavagem de dinheiro e suas alteraes.
A lei n. 9.613/98 dispe sobre os delitos de lavagem ou ocultao de bens,direitos e valores.Mas o que esta tal de lavagem de dinheiro?
LAVAGEM DE DINHEIRO UMA EXPRESSO QUE SE REFERE A PRTICAS ECONMICO-
FINANCEIRAS QUE TM POR FINALIDADE DISSIMULAR OU ESCONDER A ORIGEM ILCITA
DE determinados ATIVOS FINANCEIROS OU BENS PATRIMONIAIS, DE FORMA A QUETAIS ATIVOS APARENTEM UMA ORIGEM LCITA. DAR FACHADA DE DIGNIDADE A
DINHEIRO DE ORIGEM ILEGAL.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
39/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 39
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
muito comum a diviso do processo de lavagem em trs fases ou etapas:
1. COLOCAO;
2. OCULTAO;
3. INTEGRAO.
No processo de colocao, o dinheiro introduzido no Sistema Financeiro,atravs de depsitos ou pequenas compras de ativos.
Na segunda etapa, a ocultao, os valores so transferidos sistematicamente
entre contas ou entre as aplicaes em ativos de maneira a despistar o trfego eao mesmo tempo, concentrar os valores, aglutinando-os progressivamente.
Finalmente, na integrao, os valores so introduzidos na economia formal, soba forma de investimentos - geralmente isso acontece em praas onde outrosinvestimentos j vm sendo feitos ou esto em crescimento, de forma aconfundir-se com a economia formal.
9.4.1 BEM JURDICO, SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO
A lei n 9.613/98 a materializao da inteno das autoridades brasileirasem efetuar, de uma forma rgida, o combate lavagem de capitais e todas asatividades com ela relacionadas. Representa a to esperada regulamentaodos preceitos presentes na conveno de Viena de 1988 que foi inserida emnosso ordenamento jurdico 03 anos depois.
Quanto ao bem tutelado pala lei n 9.613/98 h uma grande discussodoutrinria.
Csar Antnio da Silva, por exemplo, entende que a lavagem de dinheiro crime contra a ordem econmica e, portanto, o bem jurdico tutelado a
ordem econmica financeira.H tambm os que entendem que se h leso a ordem econmica, h,tambm, leso a ordem social. Assim, afirmam que o bem jurdico tutelado a ordem socioeconmica. o posicionamento de Andr Lus Callegari e WillianTerra de Oliveira, por exemplo.
Em outro enfoque, alguns doutrinadores pregam que a leso em questo aadministrao da justia.
O posicionamento majoritrio o exposto por Marco Antnio de Barros queleciona que a lei n 9.613/98 teve a ntida inteno de prevenir a utilizao
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
40/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 40
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
dos sistemas financeiro e econmico do pas para fins ilcitos, sobretudo com o
propsito de impedir a legalizao do patrimnio de origem criminosa, isto ,do produto ou resultado de crimes antecedentes nela especificados.
No mesmo sentido, Alberto Silva Franco afirma que a lavagem de dinheiroatinge 02 bens jurdicos tutelados. A ordem socioeconmica e os bensatingidos pelos crimes antecedentes. Esse o entendimento que voc develevar para sua PROVA.
Diante do exposto, pode-se afirmar que a lavagem de dinheiro um crimeacessrio, ou seja, depende da prvia ocorrncia de outro. Desta forma, almde a lei tutelar a ordem socioeconmica, inegvel que tambm visaresguardar os bens juridicamente tutelados nos chamados crimes
antecedentes.Assim, se o agente procede lavagem de dinheiro advindo do trfico ilcito,por exemplo, os bens juridicamente atingidos sero a sade pblica (bemtutelado pela lei de txico) e a ordem socioeconmica (atingida pelainconveniente circulao de ativos ilcitos pelo mercado financeiro).
Quanto ao sujeito ativo, para o crime de lavagem de dinheiro, embora possaestar envolvida pessoa jurdica, ainda que com o fim exclusivo voltado aatividade criminosa, no se torna diferente a estrutura do crime em suaessncia. Continua o crime sendo entendido no seu conceito clssico como
sendo uma ao humana tpica. Trata-se de um crime comum, ou seja, podese cometido por qualquer pessoa.
No que tange ao sujeito passivo, primariamente teremos o Estado esecundariamente os indivduos afetados pela conduta delituosa.
9.4.2 CRIMES ANTECEDENTES E ELEMENTO SUBJETIVO
Conforme j analisamos, o crime de lavagem de capitais crime acessrio, ouseja, depende necessariamente da ocorrncia de crime prvio para que seviabilize sua ocorrncia.Anteriormente o rol era taxativo. Para haver tipicidade formal do crime delavagem de dinheiro, era necessria a vinculao com os delitos descritos noart. 1. Os delitos anteriores estavam discriminados no art. 1, e eram osseguintes:
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
41/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 41
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
1.DE TRFICO ILCITO DE SUBSTNCIAS ENTORPECENTES OU DROGAS AFINS;
2.DE TERRORISMO E SEU FINANCIAMENTO
3.DE CONTRABANDO OU TRFICO DE ARMAS, MUNIES OU MATERIAL DESTINADO
SUA PRODUO;
4.DE EXTORSO MEDIANTE SEQESTRO;
5.CONTRA A ADMINISTRAO PBLICA;
6. CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL;
7.PRATICADO POR ORGANIZAO CRIMINOSA;
8.PRATICADO POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAO PBLICA.
Ocorre que, com a edio da Lei n 12.683, de 09 de julho de 2012, passou-se a falar apenas em infrao penal. Portanto, a origem da lavagem podese originar atualmente de qualquer delito.
Assim, existe uma verdadeira novatio legis incriminadora, pois se passa apunir outros tipos de lavagem, como, por exemplo, quando se tratar delavagem de dinheiro com origem em delito contra o patrimnio (roubo,estelionato, furto etc.). A pena mantida no mesmo patamar. Observe:
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem,localizao, disposio, movimentao ou propriedade debens, direitos ou valores provenientes, direta ouindiretamente, de infrao penal. (Redao dada pela Lei n12.683, de 2012)
I - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)
II - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)III - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)
IV - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)
V - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)
VI - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)
VII - (revogado); (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)
VIII - (revogado). (Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)
Pena: recluso, de 3 (trs) a 10 (dez) anos, e multa.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
42/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 42
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Para a caracterizao do delito, importa sobremaneira a caracterizao do
elemento subjetivo do tipo o dolo especfico. Deve haver indciossuficientes de que o agente efetivamente pretenda ocultar ou dissimular, eno somente guardar, o provento do crime.
Mas, professor... Como assim?
Imagine que o agente recebe R$ 100.000,00 proveniente de corrupo e ogasta em roupas, restaurantes e deposita parte em sua conta bancria com omero intuito de em seguida gast-lo. Neste caso, teremos o delito em
questo?A resposta negativa, pois no ter agido com o elemento subjetivo do tipo.A falta do dolo especfico desfigura a prtica do crime de lavagem dedinheiro.
Se, ao contrrio, apanha o dinheiro e deposita em conta de terceira pessoa(um parente, amigo ou testa-de-ferro), para depois repass-lo sua prpriaconta, haver fortes indcios de que tenha buscado dissimular a verdadeiraorigem do dinheiro, configurando, em tese, a prtica criminosa.
9.4.3 CONDUTAS EQUIPARADAS
Ainda no art. 1 da lei em questo temos disposio de que incorre na mesmapena quem, para ocultar ou dissimular a utilizao de bens, direitos ou valoresprovenientes de infrao penal:
OS CONVERTE EM ATIVOS LCITOS;
OS ADQUIRE, RECEBE, TROCA, NEGOCIA, D OU RECEBE EM GARANTIA, GUARDA,
TEM EM DEPSITO, MOVIMENTA OU TRANSFERE; IMPORTA OU EXPORTA BENS COM VALORES NO CORRESPONDENTES AOS
VERDADEIROS.
UTILIZA, NA ATIVIDADE ECONMICA OU FINANCEIRA, BENS, DIREITOS OUVALORES PROVENIENTES DE INFRAO PENAL.
PARTICIPA DE GRUPO, ASSOCIAO OU ESCRITRIO TENDO CONHECIMENTO DEQUE SUA ATIVIDADE PRINCIPAL OU SECUNDRIA DIRIGIDA PRTICA DOS
CRIMES ACIMA CITADOS.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
43/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 43
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Para finalizar, cabe ressaltar que com relao aos delitos at agora tratados,embora previstos em lei especial, a tentativa punida nos termos do pargrafonico do art. 14 do Cdigo Penal segundo o qual se pune a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuda de um a dois teros. Alm disso,so efeitos da condenao:
A perda, em favor da Unio - e dos Estados, nos casos de competncia daJustia Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, diretaou indiretamente, prtica dos crimes de lavagem de dinheiro, inclusiveaqueles utilizados para prestar a fiana, ressalvado o direito do lesado oude terceiro de boa-f.
A interdio do exerccio de cargo ou funo pblica de qualquer natureza ede diretor, de membro de conselho de administrao ou de gerncia daspessoas jurdicas referidas na lei (ainda veremos), pelo dobro do tempo dapena privativa de liberdade aplicada.
Art. 7 So efeitos da condenao, alm dos previstos no CdigoPenal:
I - a perda, em favor da Unio - e dos Estados, nos casos decompetncia da Justia Estadual -, de todos os bens, direitos evalores relacionados, direta ou indiretamente, prtica dos crimes
previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a
ATENO
O 2 do art. 1 pune o agente criminoso que se utiliza dos bens direitos ouvalores resultantes de lavagem de dinheiro.
Uma alterao nesse dispositivo foi de suprimir a expresso que sabe seremprovenientes (redao anterior lei n 12.683/12).
Todavia de se ressaltar que a utilizao dos bens, direitos ou valores deve
conter a conscincia do agente criminoso. No se trata na hiptese deadmisso da forma culposa, sendo no mximo admitido o dolo eventual. Sedesejasse incriminar a conduta culposa, deveria fazer meno expressa,como p. ex. mesmo que culposamente. Assim, desnecessria talmodificao.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
44/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 44
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
fiana, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-f;
(Redao dada pela Lei n 12.683, de 2012)II - a interdio do exerccio de cargo ou funo pblica de qualquernatureza e de diretor, de membro de conselho de administrao oude gerncia das pessoas jurdicas referidas no art. 9, pelo dobrodo tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
9.4.4 AUMENTO DE PENA
Dar-se- aumento de 1/3 a 2/3 se o crime cometido de forma reiterada oupor meio de organizao criminosa.
Com as inovaes legislativas, a expresso habitual foi substituda corretae tecnicamente por reiterada.
Habitual na tcnica penal a exigncia para prpria tipificao do crime. Jreiterao significa que o crime consumado, mas continua a ser cometido.
9.4.5 DELAO PREMIADA
A Lei n 9.613/98, que dispe sobre o crime de lavagem de dinheiroestabeleceu em seu art. 1 5 o instituto da chamada delao premiada nosseguintes termos:
5o A pena poder ser reduzida de um a dois teros e sercumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juizdeixar de aplic-la ou substitu-la, a qualquer tempo, por penarestritiva de direitos, se o autor, coautor ou partcipe colaborarespontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos
que conduzam apurao das infraes penais, identificao dosautores, coautores e partcipes, ou localizao dos bens, direitosou valores objeto do crime.
Prev-se o supracitado pargrafo a reduo de um a dois teros da pena,comeando esta em regime aberto ou semiaberto, podendo o Juiz deixar deaplic-la ou substitu-la por pena restritiva de direitos.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
45/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 45
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Para que a reduo da pena em virtude da delao premiada possa ocorrer, oautor, co-autor ou partcipe devem colaborar espontaneamente com asautoridades, prestando esclarecimentos que conduzam apurao dasinfraes penais e de sua autoria ou localizao dos bens direitos ou valoresobjeto do crime.
importante ressaltar que embora o texto legal traga trs possibilidades decabimento da reduo em virtude da delao premiada, basta um s doselementos para caracterizar a colaborao: Ou a facilitao da apurao dasinfraes ou sua autoria ou a localizao dos bens.
9.4.6 PESSOAS SUJEITAS S OBRIGAES DEFINIDAS NALEI N. 9613/98
Futuro(a) aprovado(a), neste tpico veremos uma srie de pessoas que estosujeitas a determinadas obrigaes definidas nos arts. 10 e 11 da lei delavagem de dinheiro. Aqui, cabe uma leitura atenta, mas no recomendo quetentem decorar tudo nesta reta final, pois creio ser perda de tempo.
Mas professor, perda de tempo? Quer dizer que este tema no cai muito emprova?
Realmente, no um dos temas mais adorados pelas bancas, mas japareceu em provas. Normalmente, so questes que no exigem pequenosdetalhes, mas um conhecimento geral do tema. Assim, basta ler atentamentee ter uma noo geral dos indivduos que so citados no art. 9 da lei em tela.
Para apresentar o contedo de uma forma lgica e mais didtica, apresentareiinicialmente os responsveis e, em seguida as obrigaes. Alm disso, parafacilitar os estudos, vou sublinhar os itens que mais so exigidos em PROVA.
RELEMBRE
Entende-se pelo cumprimento do regime aberto aquele fundado na autodisciplina e
senso de responsabilidade do condenado, j que permanece ele em liberdade, sem
custdia ou vigilncia durante o dia, para trabalhar, freqentar qualquer curso ou
exercer qualquer outra atividade autorizada.S deve recolher-se casa do albergado ou outro estabelecimento no perodo
noturno e nos dias de folga.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
46/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 46
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
Prosseguindo: Segundo a lei de lavagem de dinheiro, Sujeitam-se s
obrigaes referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas fsicas e jurdicas quetenham, em carter permanente ou eventual, como atividade principal ouacessria, cumulativamente ou no:
A captao, intermediao e aplicao de recursos financeiros de terceiros, em
moeda nacional ou estrangeira;
A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ouinstrumento cambial;
A custdia, emisso, distribuio, liquidao, negociao, intermediao ou
administrao de ttulos ou valores mobilirios.
Sujeitam-se s mesmas obrigaes:
As bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas de
negociao do mercado de balco organizado;
As seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdnciacomplementar ou de capitalizao;
As administradoras de cartes de credenciamento ou cartes de crdito, bem comoas administradoras de consrcios para aquisio de bens ou servios;
As administradoras ou empresas que se utilizem de carto ou qualquer outro meioeletrnico, magntico ou equivalente, que permita a transferncia de fundos;
As empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial
(factoring);
As sociedades que efetuem distribuio de dinheiro ou quaisquer bens mveis,
imveis, mercadorias, servios, ou, ainda, concedam descontos na sua aquisio,
mediante sorteio ou mtodo assemelhado;
As filiais ou representaes de entes estrangeiros que exeram no Brasil qualquer
das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;
As demais entidades cujo funcionamento dependa de autorizao de rgo
regulador dos mercados financeiro, de cmbio, de capitais e de seguros;
As pessoas fsicas ou jurdicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil
como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionrias ou por qualquer forma
representem interesses de ente estrangeiro que exera qualquer das atividades
referidas neste artigo;
As pessoas fsicas ou jurdicas que exeram atividades de promoo imobiliria ou
compra e venda de imveis.
-
8/23/2019 Aula 09 - Extra - CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO
47/88
CURSO ON-LINE DIREITO PENALTEORIA E EXERCCIOS ICMS-DF
PROFESSOR PEDRO IVO
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 47
CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB
PROFESSOR PEDRO IVO
As pessoas fsicas ou jurdicas que comercializem jias, pedras e metais preciosos,
objetos de arte e antigidades. As pessoas fsicas ou jurdicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor,
intermedeiem a sua comercializao ou exeram atividades que envolvam grande
volume de recursos em espcie;
As juntas comerciais e os registros pblicos; (Includo pela Lei n 12.683, de 2012)
As pessoas fsicas ou jurdicas que prestem, mesmo que eventualmente, serviosde assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistncia,
de qualquer natureza, em operaes: (Includo pela Lei n 12.683, de 2012).
a) de compra e venda de imveis, estabelecimentos comerciais ou industriais
ou participaes societrias de qualquer natureza; (Includa pela Lei n12.683, de 2012)
b) de gesto de fundos, valores mobilirios ou outros ativos; (Includa pela
Lei n 12.683, de 2012)
c) de abertura ou gesto de contas bancrias, de poupana, investimento ou
de valores mobilirios; (Includa pela Lei n 12.683, de 2012)
d) de criao, explorao ou gesto de sociedades de qualquer natureza,
fundaes, fundos fiducirios ou estruturas anlogas; (Includa pela Lei n
12.683, de 2012)
e) financeiras, societrias ou imobilirias; e (Includa pela Lei n 12.683, de2012)
f) de alienao ou aquisio