apostila sobre saude

Upload: tanereamoreco

Post on 30-May-2018

318 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    1/127

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    2/127

    FUNDAMENTOSDE ENFERMAGEM

    PPPPPnfermagem

    rofissionalizao de

    uxiliares deAAAAA EEEEECadernos do AlunoCadernos do AlunoCadernos do AlunoCadernos do AlunoCadernos do Aluno

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    3/127

    FUNDAMENTOSDE ENFERMAGEM

    Ministr io da SadeSecretaria de Gesto de Investimentos em Sade

    Projeto de Profissionalizao dos Trabalhadores da rea de Enfermagem

    Srie F. Comunicao e Educao em Sade

    2a Edio Revista

    Braslia - DF

    2002

    PPPPPnfermagem

    rofissionalizao de

    uxiliares deAAAAA EEEEECadernos do AlunoCadernos do AlunoCadernos do AlunoCadernos do AlunoCadernos do Aluno

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    4/127

    2001. Ministrio da Sade. permitida a reproduo total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte.Srie F. Comunicao e Educao em SadeTiragem: 2 Edio Revista 2002 55.000 exemplares

    Barjas NegriMinistro de Estado da Sade

    Otavio Azevedo MercadanteSecretrio ExecutivoGabriel Ferrato dos SantosSecretrio de Gesto de Investimentos em SadeRita SrioGerente Geral do Projeto de Profissionalizao dosTrabalhadores da rea de Enfermagem PROFAE

    Elaborao, distribuio e informaes:MINISTRIO DA SADESecretaria de Gesto e InvestimentosProjeto de Profissionalizao dos Trabalhadores da rea de EnfermagemEsplanada dos Ministrios, Bloco G, Edifcio Sede, 8 andar, sala 828Tel.: (61) 315 2993Fax: (61) 325 2068

    Fundao Oswaldo CruzPresidente: Paulo Marchiori BussDiretor da Escola Nacional de Sade Pblica: Jorge Antonio Zepeda BermudezDiretor da Escola Politcnica de Sade Joaquim Venncio: Andr Paulo da Silva Malho

    Curso de Qualificao Profissional de Auxiliar de EnfermagemCoordenao PROFAE: Leila Bernarda Donato Gttems, Solange BaraldiCoordenao FIOCRUZ: Antonio Ivo de CarvalhoColaboradores: Jlia Ikeda Fortes, Maria Antonieta Benko, Maria Regina Arajo Reichert Pimentel,Marta de Ftima Lima Barbosa, Sandra Ferreira Gesto Bittar, Solange Baraldi

    Capa e Projeto Grfico: Carlota Rios e Adriana Costa e SilvaEditorao Eletrnica: Carlota Rios e Ramon Carlos de MoraesIlustraes:Marcelo Tibrcio e Maurcio VenezaRevisores de Portugus e Copidesque: Napoleo Marcos de Aquino eMarcia Stella Pinheiro WirthApoio: Abrasco

    Catalogao na fonte - Editora MSFicha Tcnica

    Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Gesto de Investimentos em Sade. Projeto de Profissionalizao dos Trabalhadoresda rea de Enfermagem.

    Profissionalizao de auxiliares de enfermagem: cadernos do aluno: fundamentos da enfermagem / Ministrio da Sade,Secretaria de Gesto de Investimentos em Sade, Projeto de Profissionalizao dos Trabalhadores da rea de Enfermagem. 2. ed. revista. Braslia: Ministrio da Sade, Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002.

    128 p.: il. (Srie F. Comunicao e Educao em Sade)

    ISBN 85-334-0539-1

    1. Educao profissionalizante. 2. Auxiliares de enfermagem. I. Brasil. Ministrio da Sade. II. Brasil. Secretaria de Gestode Investimentos em Sade. Projeto de Profissionalizao dos Trabalhadores da rea de Enfermagem. III. Ttulo.

    NLM WY 18.8

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    5/127

    SUMRIOSUMRIOSUMRIOSUMRIOSUMRIO

    1 A presentao pg. 7

    2 Fundamentos da E nfermagem pg. 9

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    6/127

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    7/127

    MIN ISTRIO DA SADE

    SECRETARIA DE INVESTIMENTO EM SADE

    PROJETO DE PROFISSIONALIZAO DOS TRABALHADORES DA REA DE

    ENFERMAGEM

    nvestir na qualificao profissional dos trabalhadores deEnfermagem, melhorando a assistncia sade da populao,

    o grande objetivo paulatinamente implementado pelo PROFAEem todo o territrio nacional, envolvendo em sua complexa tessituracerca de 3.500 municpios.

    A meta proposta qualificar, at 2004, 225 mil trabalhadores quedesempenham tarefas nos servios de sade sem no entanto possurema necessria formao para o efetivo exerccio de suas funes - ambioque vem sendo arduamente concretizada pelo Ministrio da Sade.

    Os profissionais de Enfermagem, que representam expressivocontingente no mbito do Sistema nico de Sade (SUS), atuamdiuturnamente desenvolvendo aes de promoo sade, prevenode doenas, recuperao e reabilitao de pessoas. Assim sendo, o fatode desencadear processos de formao e aprimoramento profissionaldesses trabalhadores, alm de constituir-se em enorme ousadia, podecontribuir sobremaneira para um significativo reordenamento de pessoaldentro da poltica de sade, adequando a formao de nvel mdio sreais necessidades do SUS.

    A qualificao de profissionais para o SUS, sob seus princpios ediretrizes fundamentais, consagrados na nossa Constituio, requeratitudes crticas e participativas de alunos e docentes na construo dasade enquanto direito de cidadania. Nesse sentido, cabe pensar aeducao sob o enfoque da possibilidade de conhecer, refletir emodificar a atual realidade, considerando, precipuamente, a melhoriada assistncia sade da populao.

    I

    APRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAOAOAOAOAO

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    8/127

    Portanto, com grande satisfao que o PROFAE repassa esta 2 ediodo material didtico destinado profissionalizao do auxiliar deenfermagem. Ressalte-se que na tentativa de primar pela permanentebusca de qualidade sua elaborao procurou rever alguns contedos expressos em linguagem acessvel aos educandos.

    O intuito primordial de nosso esforo propor que os atores envolvidosno processo ensino-aprendizagem operem na construo coletiva desaberes e prticas. Espera-se, pois, que os contedos e temas abordadosse curvem s reais necessidades do aluno e dos servios de sade, nummovimento aproximativo entre o conhecimento e a cidadania, em prolda melhoria e qualidade do sistema de sade brasileiro e,conseqentemente, da ateno a sade de nossa populao, principalobjetivo de todas as iniciativas emanadas por este Ministrio.

    Aproveitando o momento, desejo a todos um bom e produtivo estudo!

    Barjas N egriMinistro de Estado da Sade

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    9/127

    FFFFFundamentosundamentosundamentosundamentosundamentosdedededede EnfermagemEnfermagemEnfermagemEnfermagemEnfermagem

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    10/127

    11

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    NDICENDICENDICENDICENDICE

    1 A presentao2 A contex tualizao da E nfermagem no processo do

    trabalho em sade e a preveno da infeco2.1 Caracterizando a E nfermagem2.2 O hospital, a assistncia de

    enfermagem e a preveno da infeco2.2.1 A tendendo o paciente no

    hospital2.2.2 Sistema de informao em sade2.2.3 Sistema de informao em

    E nfermagem

    3 Fundamentando a assistncia de E nfermagem napreveno e controle da infeco

    3.1 Fonte de infeco relacionada a artigoshospitalares3.1.1 Classificao de artigos

    hospitalares3.1.2 Processamento de artigos

    hospitalares3.2 Fonte de infeco relacionada ao

    ambiente3.2.1 Classificao das reas

    hospitalares3.2.2 Mtodos e freqncia dalimpeza, desinfeco edescontaminao3.2.3 Principais desinfetantes

    hospitalares para superfcies

    3.2.4 Unidade do paciente3.2.5 L impeza e preparo da unidade

    do paciente3.3 Fonte de infeco relacionada equipe

    de sade3.3.1 L avando as mos3.3.2 L uvas esterilizadas e deprocedimento

    15

    16

    16

    19

    21

    24

    25

    28

    28

    29

    29

    34

    34

    35

    37

    37

    38

    40

    41

    43

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    11/127

    44

    45

    46

    48

    49

    50

    55

    56

    56

    57

    59

    59

    60

    61

    63

    66

    67

    69

    70

    71

    73

    74

    74

    75

    76

    3.4 Fonte de infeco relacionada aopaciente3.4.1 H igienizando a boca3.4.2 Realizando o banho3.4.3 L avando os cabelos e o couro

    cabeludo3.4.4 Cuidados com a alimentao e

    hidratao3.4.5 N utrio enteral3.4.6 Medindo a altura e o peso no

    adulto

    4 A tuao da equipe de E nfermagem na preveno econtrole das principais infeces hospitalares4.1 N a infeco do trato urinrio

    hospitalar4.1.1 Instalando o cateter vesical4.1.2 Coletando urina por jato mdio

    4.2 N a infeco do trato respiratrio(pneumonia hospitalar)4.2.1 Controlando a freqncia

    respiratria4.2.2 Realizando a oxigenoterapia

    4.3 N a infeco de stio cirrgico4.3.1 Tipos de curativos4.3.2 Realizando o curativo

    4.4 N as infeces relacionadas ao uso decateteres intravasculares

    4.5 Precaues-padro e isolamento

    4.5.1 Precaues-padro4.5.2 Precaues de contato4.5.3 Precaues respiratrias4.5.4 Precaues empricas

    5 Fundamentando a assistncia de E nfermagem frente identificao e tratamento das infeces

    5.1 Implementando medidas para aidentificao de infeces

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    12/127

    13

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    5.1.1 Controlando a temperaturacorporal

    5.1.2 Controlando o pulso5.1.3 Controlando a presso arterial

    5.2 Teraputica medicamentosa aplicada sinfeces5.2.1 A ntibiticos5.2.2 Medicamentos antivirais5.2.3 A nalgsicos, antipirticos e

    antiinflamatrios5.3 Princpios da administrao de

    medicamentos

    5.3.1 A dministrando medicamentospor via oral e sublingual5.3.2 A dministrando medicamentos

    por via retal5.3.3 A dministrando medicamentos

    tpicos por via cutnea, ocular,nasal, otolgica e vaginal

    5.3.4 A dministrando medicamentospor via parenteral

    5.3.5 Transfuso de sangue e seuscomponentes5.4 Clculo de medicao

    5.4.1 Clculo de medicao utilizandoa regra de trs simples

    5.4.2 Calculo de medicao utilizandoa porcentagem

    5.4.3 Clculo de gotejamento deinfuso venosa

    5.5 Teraputica no-medicamentosaaplicada s infeces5.6 A ssistncia ao paciente grave e ao

    morto

    6 Referncias bibliogrficas7 A nex os

    76

    79

    81

    83

    84

    90

    90

    92

    95

    96

    97

    99

    107

    110

    110

    114

    115

    116

    118

    121

    125

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    13/127

    15

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFFIdentificando a ao educativa

    FFFFF ununununundamentosdamentosdamentosdamentosdamentosde Enfermagemde Enfer magemde Enfermagemde Enfer magemde Enfermagem

    O

    1- APRESENTAO

    1- APRESE1. APRESENTAO

    s princpios, conceitos e tcnicas enfocados no presen-

    te mdulo so essenciais ao bom desenvolvimento dasdemais disciplinas profissionalizantes, representando uma

    introduo prtica da Enfermagem e um de seus alicerces.

    Seu contedo majoritariamente composto por conhecimen-tos tcnico-cientficos que exigem prtica em laboratrio e no campode estgio, ressaltando a importncia da habilidade do saber-fazerem Enfermagem - ao que sempre e concomitantemente conjuga-secom a competncia humana necessria para lidar com o ser humano,expressa atravs da comunicao, da tica e do respeito aos seus direi-tos e valores.

    A abordagem proposta neste trabalho, que articula os princ-pios da infeco hospitalar aos procedimentos bsicos de enferma-gem, foi inspirada no programa desenvolvido pela Escola de Forma-o Tcnica em Sade Enfermeira Izabel dos Santos, sita no Rio deJaneiro. Considerando-se que grande parte dos atos realizados empacientes envolve risco potencial de infeco, imprescindvel queo auxiliar de enfermagem, j no incio de sua formao, vgradativamente incorporando os princpios de preveno de infec-o s tcnicas de enfermagem.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    14/127

    16

    Fundamentos de Enfermagem

    O captulo inicial propicia uma viso panormica da Enferma-gem e da organizao do sistema de sade, convergindo, a seguir, paraa caracterizao do hospital. Nos captulos posteriores, so abordadosos princpios das tcnicas de enfermagem, ordenadas de modo a facili-tar as associaes com a preveno e o controle da infeco hospitalar.

    Ressaltamos que os procedimentos descritos so orientaes geraisque devem ser ajustadas de acordo com as necessidades dospacientes e dombito no qual exercido o cuidado de enfermagem.

    Embora haja uma inter-relao entre os captulos sua forma deorganizao oferece certa flexibilidade para se trabalhar os contedos,sem necessariamente exigir que se siga, de modo rgido, a seqncia aquiestabelecida.

    2- A CONTEXTUALIZAO DAENFERMAGEM NO PROCESSODE TRABALHO EM SADE E A

    PREVENO DA INFECO

    2.1 Caracterizando a Enfermagem

    A Enfermagem - reconhecida por seu respectivo conselho pro-

    fissional - uma profisso que possui um corpo de conhecimentosprprios, voltados para o atendimento do ser humano nas reas depromoo, preveno, recuperao e reabilitao da sade, com-posta pelo enfermeiro, tcnico e auxiliar de enfermagem.

    De acordo com os dados cadastrais do Conselho Federal deEnfermagem (COFEN1), obtidos em outubro/ 2001, h no Brasil92.961 enfermeiros, 111.983 tcnicos e 469.259 auxiliares de enfer-magem.

    A Enfermagem realiza seu trabalho em um contexto maisamplo e coletivo de sade, em parceria com outras categorias pro-fissionais representadas por reas como Medicina, Servio Social,Fisioterapia, Odontologia, Farmcia, Nutrio, etc. O atendimen-to integral sade pressupe uma ao conjunta dessas diferentescategorias, pois, apesar do saber especfico de cada uma, existe umarelao de interdependncia e complementaridade.

    Nos ltimos anos, a crena na qualidade de vida tem influen-ciado, por um lado, o comportamento das pessoas, levando a ummaior envolvimento e responsabilidade em suas decises ou esco-lhas; e por outro, gerado reflexes em esferas organizadas da socie-dade - como no setor sade, cuja tnica da promoo da sade tem

    1 http:/ / www.cofen.com.br, 25/ 12/ 2000.

    http://www.cofen.com.br/http://www.cofen.com.br/
  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    15/127

    17

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    direcionado mudanas no modelo assistencial vigente no pas. No cam-po do trabalho, essas repercusses evidenciam-se atravs das constantesbuscas de iniciativas pblicas e privadas no sentido de melhor atender sexpectativas da populao, criando ou transformando os servios exis-tentes.

    No tocante enfermagem, novas frentes de atuao so criadas medida que essas transformaes vo ocorrendo, como sua insero noPrograma Sade da Famlia (PSF), do Ministrio da Sade; em progra-mas e servios de atendimento domiciliar, em processo de expanso cadavez maior em nosso meio; e em programas de ateno a idosos e outrosgrupos especficos.

    Quanto s aes e tarefas afins efetivamente desenvolvidas nosservios de sade pelas categorias de Enfermagem no pas, estudosrealizados pela ABEn e pelo INAMPS2 as agrupam em cinco clas-ses, com as seguintes caractersticas:

    Aes de natureza propedutica e teraputica complementaresao ato mdico e de outros profissionais - as aespropeduticascomplementares referem-se s que apiam o diagnstico e oacompanhamento do agravo sade, incluindo procedimentoscomo a observao do estado do paciente, mensurao de alturae peso, coleta de amostras para exames laboratoriais e controlede sinais vitais e de lquidos. As aes teraputicas complementa-res asseguram o tratamento prescrito, como, por exemplo, a ad-ministrao de medicamentos e dietas enterais, aplicao de ca-lor e frio, instalao de cateter de oxignio e sonda vesical ounasogstrica;

    Aes de natureza teraputica ou propedutica de enferma-gem - so aquelas cujo foco centra-se na organizao da tota-lidade da ateno de enfermagem prestada clientela. Porexemplo, aes de conforto e segurana, atividades educati-vas e de orientao;

    Aes de natureza complementar de controle de risco - so aque-las desenvolvidas em conjunto com outros profissionais de sa-de, objetivando reduzir riscos de agravos ou complicaes de

    sade. Incluem as atividades relacionadas vigilncia epidemio-lgica e as de controle da infeco hospitalar e de doenas crni-co-degenerativas;

    Aes de natureza administrativa - nessa categoria incluem-se asaes de planejamento, gesto, controle, superviso e avaliaoda assistncia de enfermagem;

    Aes de natureza pedaggica relacionam-se formao es atividades de desenvolvimento para a equipe de enferma-gem.

    2 ABEn/INAMPS, 1987.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    16/127

    18

    Fundamentos de Enfermagem

    A assistncia da Enfermagem baseia-se em conhecimentos ci-entficos e mtodos que definem sua implementao. Assim, a siste-matizao da assistncia de enfermagem (SAE) uma forma plane-

    jada de prestar cuidados aos pacientes que, gradativamente, vemsendo implantada em diversos servios de sade. Os componentes

    ou etapas dessa sistematizao variam de acordo com o mtodo ado-tado, sendo basicamente composta por levantamento de dados ouhistrico de enfermagem, diagnstico de enfermagem, plano assis-tencial e avaliao.

    Interligadas, essas aes permitem identificar as necessidadesde assistncia de sade do paciente e propor as intervenes quemelhor as atendam - ressalte-se que compete ao enfermeiro a res-ponsabilidade legal pela sistematizao; contudo, para a obteno deresultados satisfatrios, toda a equipe de enfermagem deve envolver-se no processo.

    Na fase inicial, realizado o levantamento de dados, me-diante entrevista e exame fsico do paciente. Como resultado, soobtidas importantes informaes para a elaborao de um planoassistencial e prescrio de enfermagem, a ser implementada portoda a equipe.

    A entrevista - um dos procedimentos iniciais do atendimen-to - o recurso utilizado para a obteno dos dados necessrios aotratamento, tais como o motivo que levou o paciente a buscar aju-da, seus hbitos e prticas de sade, a histria da doena atual, dedoenas anteriores, hereditrias, etc. Nesta etapa, as informaesconsideradas relevantes para a elaborao do plano assistencial deenfermagem e tratamento devem ser registradas no pronturio, to-mando-se, evidentemente, os cuidados necessrios com as consi-deradas como sigilosas, visando garantir ao paciente o direito daprivacidade.

    O exame fsico inicial realizado nos primeiros contatoscom o paciente, sendo reavaliado diariamente e, em algumas situ-aes, at vrias vezes ao dia. Como sua parte integrante, h aavaliao minuciosa de todas as partes do corpo e a verificao de

    sinais vitais e outras medidas, como peso e altura, utilizando-se tcni-cas especficas.

    Na etapa seguinte, faz-se a anlise e interpretao dos dados cole-tados e se determinam os problemas de sade do paciente, formuladoscomo diagnstico de enfermagem . Atravs do mesmo so identifica-das as necessidades de assistncia de enfermagem e a elaborao do pla-no assistencial de enfermagem.

    O plano descreve os cuidados que devem ser dados ao paci-ente (prescrio de enfermagem) e implementados pela equipe de

    Durante o exame fsico, im-prescindvel preservar a privaci-dade do paciente.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    17/127

    19

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    enfermagem, com a participao de outros profissionais de sade,sempre que necessrio.

    Na etapa de avaliao verifica-se a resposta do paciente aos cui-dados de enfermagem a ele prestados e as necessidades de modificar ouno o plano inicialmente proposto.

    2.2 O hospital, a assistncia deenfermagem e a preveno dainfeco

    O termo hospital origina-se do latim hospitium, que querdizer local onde se hospedam pessoas, em referncia a estabe-lecimentos fundados pelo clero, a partir do sculo IV dC, cujafinalidade era prover cuidados a doentes e oferecer abrigo a

    viajantes e peregrinos.Segundo o Ministrio da Sade3, hospital definido como es-

    tabelecimento de sade destinado a prestar assistncia sanitria em regi-me de internao a uma determinada clientela, ou de no-internao, nocaso de ambulatrio ou outros servios.

    Para se avaliar a necessidade de servios e leitos hospitalares numadada regio faz-se necessrio considerar fatores como a estrutura e nvelde organizao de sade existente, nmero de habitantes e freqncia edistribuio de doenas, alm de outros eventos relacionados sade.Por exemplo, possvel que numa regio com grande populao de jo-vens haja carncia de leitos de maternidade onde ocorre maior nmerode nascimentos. Em outra, onde haja maior incidncia de doenas crni-co-degenerativas, a necessidade talvez seja a de expandir leitos de clnicamdica.

    De acordo com a especialidade existente, o hospital pode serclassificado como geral, destinado a prestar assistncia nas quatro espe-cialidades mdicas bsicas, ou especializado, destinado a prestar assistn-cia em uma especialidade, como, por exemplo, maternidade, ortopedia,entre outras.

    Um outro critrio utilizado para a classificao de hospitais o seunmero de leitos ou capacidade instalada: so considerados como depequeno porte aqueles com at 50 leitos; de mdio porte, de 51 a 150leitos; de grande porte, de 151 a 500 leitos; e de porte especial, acima de500 leitos.

    Conforme as diretrizes do Sistema nico de Sade (SUS), osservios de sade em uma dada regio geogrfica - desde as unidadesbsicas at os hospitais de maior complexidade - devem estar inte-grados, constituindo um sistema hierarquizado e organizado de acor-do com os nveis de ateno sade. Um sistema assim constitudo 3 Ministrio da Sade, 1998, p.11.

    Assistncia sanitria - refere-s modalidade de atuao reazada pela equipe de sade,

    junto populao, na promo-o e proteo da sade e narecuperao e reabilitao dedoentes.

    Na regio onde voc mora hhospital geral e ou especializdo? Se h, ele suficiente paatender s necessidades dapopulao?

    Considera-se como especialidades mdicas bsicas: clnimdica, clnica cirrgica, clnigineco-obsttrica e clnicapeditrica.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    18/127

    20

    Fundamentos de Enfermagem

    disponibiliza atendimento integral populao, mediante aes depromoo, preveno, recuperao e reabilitao da sade.

    As unidades bsicas de sade (integradas ou no ao ProgramaSade da Famlia) devem funcionar como porta de entrada para osistema, reservando-se o atendimento hospitalar para os casos maiscomplexos - que, de fato, necessitam de tratamento em regime deinternao.

    De maneira geral, o hospital secundrio oferece alto grau de reso-lubilidade para grande parte dos casos, sendo poucos os que acabamnecessitando de encaminhamento para um hospital tercirio.

    O sistema de sade vigente no Brasil agrega todos os serviospblicos das esferas federal, estadual e municipal e os servios priva-dos, credenciados por contrato ou convnio. Na rea hospitalar, 80%dos estabelecimentos que prestam servios ao SUS so privados e

    recebem reembolso pelas aes realizadas, ao contrrio da atenoambulatorial, onde 75% da assistncia provm de hospitais pbli-cos4. Na reorganizao do sistema de sade proposto pelo SUS ohospital deixa de ser a porta de entrada do atendimento para se cons-tituir em unidade de referncia dos ambulatrios e unidades bsicasde sade.

    O hospital privado pode ter carter beneficente, filantrpico, comou sem fins lucrativos. No beneficente, os recursos so originriosde contribuies e doaes particulares para a prestao de serviosa seus associados - integralmente aplicados na manuteno e desen-

    volvimento de seus objetivos sociais. O hospital filantrpico reser-va servios gratuitos para a populao carente, respeitando a legisla-o em vigor. Em ambos, os membros da diretoria no recebemremunerao.

    Para que o paciente receba todos os cuidados de que necessitadurante sua internao hospitalar, faz-se necessrio que tenha suadisposio uma equipe de profissionais competentes e diversos ser-vios integrados - Corpo Clnico, equipe de enfermagem, Serviode Nutrio e Diettica, Servio Social, etc. -, caracterizando umaextensa diviso tcnica de trabalho.

    Para alcanar os objetivos da instituio, o trabalho das equi-pes, de todas as reas, necessita estar em sintonia, haja vista que umadas caractersticas do processo de produo hospitalar a interdepen-dncia.

    Uma outra caracterstica a quantidade e diversidade de pro-cedimentos diariamente realizados para prover assistncia ao pacien-te, cuja maioria segue normas rgidas no sentido de proporcionarsegurana mxima contra a entrada de agentes biolgicos nocivos aomesmo.

    Hospital secundrio hospitalgeral ou especializado, destina-do a prestar assistncia nasespecialidades mdicas bsi-cas.

    Resolubilidade - capacidade queo servio tem de resolver os pro-blemas de sade de seus paci-entes no prprio hospital.

    Hospital tercirio - hospital es-pecializado ou com especialida-des, destinado a prestar assis-tncia em outras reas mdicasalm das bsicas, como, por

    exemplo, neurocirurgia enefrologia.

    Hospital pblico - aquele queintegra o patrimnio da Unio,

    estados, Distrito Federal e muni-cpios; autarquias, fundaesinstitudas pelo poder pblico,empresas pblicas e socieda-des de economia mista (pesso-as jurdicas de direito privado).

    Hospital privado ou particular -aquele que integra o patrimniode uma pessoa natural ou jur-dica de direito privado, no-instituda pelo Poder Pblico.

    4 OPAS/ OMS, 1998.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    19/127

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    20/127

    22

    Fundamentos de Enfermagem

    o de insegurana, medo e abandono. A adaptao do paciente aessa nova situao marcada por dificuldades pois, aos fatores aci-ma, soma-se a necessidade de seguir regras e normas institucionaisquase sempre bastante rgidas e inflexveis, de entrosar-se com aequipe de sade, de submeter-se a inmeros procedimentos e de

    mudar de hbitos.O movimento de humanizao do atendimento em sade pro-

    cura minimizar o sofrimento do paciente e seus familiares, buscandoformas de tornar menos agressiva a condio do doente institucio-nalizado. Embora lenta e gradual, a prpria conscientizao do paci-ente a respeito de seus direitos tem contribudo para tal intento. For-tes6 aponta a responsabilidade institucional como um aspecto impor-tante, ao afirmar que existe um componente de responsabilidadedos administradores de sade na implementao de polticas e aesadministrativas que resguardem os direitos dos pacientes. Assim,

    questes como sigilo, privacidade, informao, aspectos que o pro-fissional de sade tem o dever de acatar por determinao do seucdigo de tica, tornam-se mais abrangentes e eficazes na medidaem que tambm passam a ser princpios norteadores da organizaode sade.

    Tudo isso reflete as mudanas em curso nas relaes que se esta-belecem entre o receptor do cuidado - o paciente - e o profissional que oassiste, tendo influenciado, inclusive, a nomenclatura tradicionalmenteutilizada no meio hospitalar.

    O termo paciente, por exemplo, deriva do verbo latino patiscere,que significa padecer, e expressa uma conotao de dependncia, moti-vo pelo qual cada vez mais se busca outra denominao para o receptordo cuidado. H crescente tendncia em utilizar o termo cliente, quemelhor reflete a forma como vm sendo estabelecidos os contatos entreo receptor do cuidado e o profissional, ou seja, na base de uma relaode interdependncia e aliana. Outros tm manifestado preferncia pelotermo usurio, considerando que o receptor do cuidado usa os nos-sos servios. Neste livro, entretanto, ser mantida a denominao tradi-cional, porque ainda dessa forma que a maioria se reporta ao receptordo cuidado.

    Ao receber o paciente na unidade de internao, o profis-sional de enfermagem deve providenciar e realizar a assistncianecessria, atentando para certos cuidados que podem auxili-lonessa fase.

    O primeiro contato entre o paciente, seus familiares e a equipe muito importante para a adaptao na unidade. O tratamento reali-zado com gentileza, cordialidade e compreenso ajuda a despertar aconfiana e a segurana to necessrias. Assim, cabe auxili-lo a sefamiliarizar com o ambiente, apresentando-o equipe presente e a

    A enfermagem desempenhaimportante papel no cuidado aopaciente e seus familiares du-rante a hospitalizao, porquelhe presta assistncia continua-mente, 24 horas, sem interrup-o, mediante o trabalho deuma equipe constituda porenfermeiro, tcnico e auxiliar de

    enfermagem.

    6 Fortes, 1996, p.48.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    21/127

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    22/127

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    23/127

    25

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    As informaes do paciente, geradas durante seu perodo de inter-nao, constituiro o documento denominado pronturio o qual, se-gundo o Conselho Federal de Medicina (Resoluo n 1.331/ 89), consis-te em um conjunto de documentos padronizados e ordenados, proveni-ente de vrias fontes, destinado ao registro dos cuidados profissionais

    prestados ao paciente.O pronturio agrega um conjunto de impressos nos quais so re-

    gistradas todas as informaes relativas ao paciente, como histri-co da doena, antecedentes pessoais e familiares, examefsico, diagnstico, evoluo clnica, descrio de cirur-gia, ficha de anestesia, prescrio mdica e de enfermagem,exames complementares de diagnstico, formulrios e gr-ficos. direito do paciente ter suas informaes adequada-mente registradas, como tambm acesso - seu ou de seuresponsvel legal - s mesmas, sempre que necessrio.

    Legalmente, o pronturio propriedade dos estabe-lecimentos de sade e aps a alta do paciente fica sob oscuidados da instituio, arquivado em setor especfico.Quanto sua informatizao, h iniciativas em andamen-to em diversos hospitais brasileiros, haja vista que facilitaa guarda e conservao dos dados, alm de agilizar infor-maes em prol do paciente. Devem, entretanto, garantira privacidade e sigilo dos dados pessoais.

    2.2.3 Sistema de informao emenfermagem

    Uma das tarefas do profissional de enfermagem o registro,no pronturio do paciente, de todas as observaes e assistncia pres-tada ao mesmo - ato conhecido como anotao de enfermagem.

    A importncia do registro reside no fato de que a equipe deenfermagem a nica que permanece continuamente e sem inter-rupes ao lado do paciente, podendo informar com detalhes todasas ocorrncias clnicas. Para maior clareza, recomenda-se que o re-

    gistro das informaes seja organizado de modo a reproduzir a ordemcronolgica dos fatos isto permitir que, na passagem de planto, aequipe possa acompanhar a evoluo do paciente.

    Um registro completo de enfermagem contempla as seguintesinformaes:

    Observao do estado geral do paciente, indicando manifes-taes emocionais como angstia, calma, interesse, depres-so, euforia, apatia ou agressividade; condies fsicas, indi-cando alteraes relacionadas ao estado nutricional,hidratao, integridade cutneo-mucosa, oxigenao, postu-

    Ordem cronolgica - seqncem que os fatos acontecem,correlacionados com o tempo

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    24/127

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    25/127

    27

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    to diurno; a vermelha, para o noturno. No aconselhvel dei-xar espaos entre um registro e outro - o que evita que algumpossa, intencionalmente, adicionar informaes. Portanto, reco-menda-se evitar pular linha(s) entre um registro e outro, deixarpargrafo ao iniciar a frase, manter espao em branco entre o

    ponto final e a assinatura; verificar o tipo de impresso utilizado na instituio e a rotina que

    orienta o seu preenchimento; identificar sempre a folha, preen-chendo ou completando o cabealho, se necessrio;

    indicar o horrio de cada anotao realizada;

    ler a anotao anterior, antes de realizar novo registro;

    como no se deve confiar na memria para registrar as infor-maes, considerando-se que muito comum o esquecimen-to de detalhes e fatos importantes durante um intensivo dia

    de trabalho, o registro deve ser realizado em seguida presta-o do cuidado, observao de intercorrncias, recebimentode informao ou tomada de conduta, identificando a horaexata do evento;

    quando do registro, evitar palavras desnecessrias como pa-ciente, por exemplo, pois a folha de anotao individualizadae, portanto, indicativa do referente;

    jamais deve-se rasurar a anotao; caso se cometa um engano aoescrever, no usar corretor de texto, no apagar nem rasurar,pois as rasuras ou alteraes de dados despertam suspeitas de

    que algum tentou deliberadamente encobrir informaes; emcasos de erro, utilizar a palavra digo, entre vrgulas, e continu-ar a informao correta para concluir a frase, ou riscar o registrocom uma nica linha e escrever a palavra erro; a seguir, fazer oregistro correto - exemplo: Refere dor intensa na regio lom-bar, administrada uma ampola de Voltaren IM no glteo direito,digo, esquerdo. Ou: ... no glteo esquerdo; em caso de trocade papeleta, riscar um trao em diagonal e escrever Erro, papeletatrocada;

    distinguir na anotao a pessoa que transmite a informao; as-sim, quando o paciente que informa, utiliza-se o verbo na tercei-ra pessoa do singular: Informa que ..., Refere que ..., Queixa-se de ...; j quando a informao fornecida por um acompa-nhante ou membro da equipe, registrar, por exemplo: A me re-fere que a criana ... ou Segundo a nutricionista ...;

    atentar para a utilizao da seqncia cfalo-caudal quandohouver descries dos aspectos fsicos do paciente. Por exem-plo: o paciente apresenta mancha avermelhada na face, MMSSe MMII;

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    26/127

    28

    Fundamentos de Enfermagem

    organizar a anotao de maneira a reproduzir a ordem em queos fatos se sucedem. Utilizar a expresso entrada tardia ouem tempo para acrescentar informaes que porventura te-nham sido anteriormente omitidas;

    utilizar a terminologia tcnica adequada, evitando abreviatu-ras, exceto as padronizadas institucionalmente. Por exemplo:Apresenta dor de cabea cont. ... por Apresenta cefaliacontnua ...;

    evitar anotaes e uso de termos gerais como segue em obser-vao de enfermagem ou sem queixas, que no fornecemnenhuma informao relevante e no so indicativos de assis-tncia prestada;

    realizar os registros com freqncia, pois se decorridas vriashoras nenhuma anotao foi feita pode-se supor que o paciente

    ficou abandonado e que nenhuma assistncia lhe foi prestada; registrar todas as medidas de segurana adotadas para proteger

    o paciente, bem como aquelas relativas preveno de compli-caes, por exemplo: Contido por apresentar agitaopsicomotora;

    assinar a anotao e apor o nmero de inscrio do ConselhoRegional de Enfermagem (em cumprimento ao art. 76, Cap.VI do Cdigo de tica dos Profissionais de Enfermagem).

    3- FUNDAMENTANDO A ASSISTNCIADE ENFERMAGEM NA PREVENOE CONTROLE DA INFECO

    3.1 Fonte de infeco relacionada aart igos hospitala res

    Denominam-se artigos hospitalares os materiais empregadoscom o objetivo de prevenir danos sade das pessoas ou de restabe-lec-la, necessrios aos cuidados dispensados. Eles tm grande varie-

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    27/127

    29

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    Classificao Conceito Processo Exemplos

    Artigos crticos Materiais com elevadopotencial de risco deprovocar infeco,porque so introduzidosdiretamente em tecidosnormalmente estreis

    Indicao deesterilizao

    Instrumental cirrgico, agulhas,cateteres intravasculares e dispositiva eles conectados, como equipos desoluo e torneirinhas

    Artigos semicrticos Aqueles que entram emcontato com mucosa

    ntegra e pele no-intacta;pode-se tornar artigocrtico se ocorrer lesoacidental durante arealizao doprocedimento

    A esterilizao no obrigatria, porm

    desejvel; h indicaode, no mnimo,desinfeco de altonvel

    Equipamentos de anestesia eendoscpios

    Artigos no- crticos Materiais que entram emcontato somente com apele ntegra e geralmenteoferecem baixo risco deinfeco

    Dependendo do graude contaminao,podem ser submetidos limpeza oudesinfeco de baixo

    ou mdio nvel

    Artigos como comadre, papagaio,termmetros

    dade e as mais diversas finalidades, podendo ser descartveis ou perma-nentes, e esterilizveis ou no.

    A equipe de enfermagem tem importante papel na manuteno dosartigos hospitalares de sua unidade de trabalho, seja em ambulatrios, unida-des bsicas ou outros setores em que esteja atuando. Para sua previso eproviso, deve-se levar em considerao as necessidades de consumo, as con-dies de armazenamento, a validade dos produtos e o prazo de esteriliza-o. Os artigos permanentes devem ter seu uso assegurado pela limpeza,desinfeco, descontaminao e esterilizao.

    3.1.1 Classi f icao de ar ti gos hospi ta lares

    Os artigos utilizados nos servios de sade so classificados emtrs categorias, propostas pela primeira vez por Spaulding7, conforme ograu de risco de provocar infeco nos pacientes.

    3.1.2 Processamento de ar t igoshospitalares

    Descontaminao , segundo Rutala8, o processo que visa des-truir microrganismos patognicos, utilizado em artigos contamina-dos ou em superfcie ambiental, tornando-os, conseqentemente, segu-ros ao manuseio.

    7 Apud Padoveze e Del Monte, 1999.8 Rutala, 1996.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    28/127

    30

    Fundamentos de Enfermagem

    Pode ser realizada por processo qumico, no qual os artigos soimersos em soluo desinfetante antes de se proceder a limpeza; porprocesso mecnico, utilizando-se mquina termodesinfectadora ou si-milar; ou por processo fsico, indicando-se a imerso do artigo emgua fervente durante 30 minutos9 - mtodo no indicado por Padove-

    ze10 pois, segundo ele, h impregnao de matria orgnica quando apli-cado a artigos sujos.

    A limpeza o ato de remover a sujidade por meio de frico euso de gua e sabo ou solues detergentes. H vrias frmulas dedetergentes disponveis no mercado, variando do neutro a especfi-cos para lavadoras. Ainda nesta classificao, podemos apontar osenzimticos utilizados para limpeza de artigos por imerso, bastan-te recomendados, atualmente, por sua eficcia na limpeza - so ca-pazes de remover a matria orgnica da superfcie do material emtempo inferior a 15 minutos (em mdia, 3 minutos), no danificam

    os artigos e so atxicos e biodegradveis.Limpar procedimento que deve sempre preceder a desinfec-

    o e a esterilizao; quanto mais limpo estiver o material, menor achance de falhas no processo. A matria orgnica, intimamenteaderida ao material, como no caso de crostas de sangue e secrees,atua como escudo de proteo para os microrganismos, impedindoque o agente desinfetante/ esterilizante entre em contato com a su-perfcie do artigo, tornando o procedimento ineficaz.

    Para a realizao da descontaminao e limpeza dos materiais,recomenda-se adotar as seguintes medidas11:

    os procedimentos s devem ser feitos por profissionais devida-mente capacitados e em local apropriado (expurgo);

    sempre utilizar sapatos fechados, para prevenir a contaminaopor respingos;

    quando do manuseio de artigos sujos, estar devidamenteparamentado com equipamentos de proteo: avental im-permevel, luvas de borracha antiderrapantes e de cano lon-go, culos de proteo e mscara ou protetor facial;

    utilizar escovas de cerdas macias, evitando a aplicao de mate-riais abrasivos, como palhas de ao e saplio;

    as pinas devem estar abertas quando de sua imerso na so-luo;

    desconectar os componentes acoplados, para uma efetiva lim-peza;

    enxaguar os materiais em gua corrente potvel;

    secar os materiais com tecido absorvente limpo, atentando parao resultado da limpeza, principalmente nas ranhuras das pinas;

    Os detergentes enzimticos soindicados para a limpeza dequalquer material ou instrumen-tal mdico-hospitalar que con-tenha matria orgnica. Dissol-vem sangue, restos mucosos,fezes, vmito e outros restosorgnicos. So desenvolvidosespecificamente para limpezamanual, automtica, ultra-snica e lavadoras deendocpios.

    A limpeza de artigos no ambi-ente hospitalar pode ser reali-zada manualmente ou em m-quinas lavadoras, associadasou no ao processo de desin-feco.

    9 Padoveze e Del Monte, 1999, p. 5.10 Op. cit, 1999.11 Ibidem, 1999.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    29/127

    31

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    armazenar o material ou encaminh-lo para desinfeco ou este-rilizao.

    Desinfeco o processo de destruio de microrganismosem estado vegetativo (com exceo das formas esporuladas, resisten-tes ao processo) utilizando-se agentes fsicos ou qumicos. O termodesinfeco aplicado tanto no caso de artigos quanto de superfciesambientais.

    A desinfeco pode ser12 de:

    alto nvel: quando h eliminao de todos os microrganismos ede alguns esporos bacterianos;

    nvel intermedirio ou mdio: quando h eliminao demicobactrias (bacilo da tuberculose), bactrias na formavegetativa, muitos vrus e fungos, porm no de esporos;

    baixo nvel: quando h eliminao de bactrias e alguns fun-

    gos e vrus, porm sem destruio de micobactrias nem deesporos.

    Os processos fsicos de desinfeco so a pasteurizao e a guaem ebulio ou fervura.

    A pasteurizao uma desinfeco realizada em lavadoras auto-mticas, com exposio do artigo em gua a temperaturas de aproxima-damente 60 a 90 graus centgrados por 10 a 30 minutos, conforme ainstruo do fabricante. indicada para a desinfeco de circuitos derespiradores.

    A gua em ebulio ou fervura utilizada para desinfeco dealto nvel em artigos termorresistentes. Consiste em imergir totalmenteo material em gua fervente, com tempo de exposio de 30 minutos13,aps o que o material retirado com o auxlio de pina desinfetada eluvas de amianto de cano longo. Em seguida, deve ser seco e guardadoem recipiente limpo ou desinfetado ressalve-se que esse procedimento indicado apenas nas situaes em que no se disponha de outros mto-dos fsicos ou qumicos.

    A desinfeco de artigos hospitalares por processo qumico feita por meio de imerso em solues germicidas. Para garantir a

    eficcia da ao faz-se necessrio: que o artigo esteja bem limpo, poisa presena de matria orgnica reduz ou inativa a ao do desinfe-tante; que esteja seco, para no alterar a concentrao do desinfetan-te; que esteja totalmente imerso na soluo, sem a presena de bo-lhas de ar; que o tempo de exposio recomendado seja respeitado;que durante o processo o recipiente seja mantido tampado e o pro-duto esteja dentro do prazo de validade.

    Esterilizao o processo utilizado para destruir todas as for-mas de vida microbiana, por meio do uso de agentes fsicos (vaporsaturado sobre presso autoclave e vapor seco estufa) e qumi-

    12 Brasil, Ministrio da Sade, 1994.13 APECIH, 1998.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    30/127

    32

    Fundamentos de Enfermagem

    cos (xido de etileno, plasma de perxido de hidrognio, formaldedo,glutaraldedo e cido peractico).

    A esterilizao pelo vapor saturado sob presso realizada emautoclave, que conjuga calor, umidade, tempo e presso para destruir osmicrorganismos. Nela podem ser esterilizados artigos de superfcie comoinstrumentais, baldes e bacias e artigos de espessura como campos cirr-gicos, aventais e compressas, e artigos crticos e semicrticos termorre-sistentes e lquidos.

    Na estufa, o calor produzido por resistncias eltricas e propa-ga-se lentamente, de maneira que o processo moroso e exige altastemperaturas - vrios autores indicam a esterilizao por esse mtodoapenas quando haja impossibilidade de submeter o material autoclava-o, como no caso de ps e leos14,15.

    O material a ser processado em estufa deve ser acondicionado em

    caixas metlicas e recipientes de vidro refratrio. Frise-se que a relaotempo-temperatura para a esterilizao de materiais por esse mtodo bastante controvertida e as opinies muito divergentes entre os diversosautores16.

    O quadro a seguir apresenta os principais desinfetantes qumicosutilizados em artigos hospitalares, e os principais esterilizantes qumicos:

    Desinfetante/Esterilizante

    Caractersticas Indicaes Desvantagens

    lcool (etlico e

    isoproplico)

    Ao rpida, fcil

    aplicao, vivel paraartigos metlicos; aotima na concentraode 70%

    Desinfeco de nvel mdio de

    artigos e superfcies. Ex:superfcies externas deequipamentos metlicos,termmetros, estetoscpios,ampolas, vidros, etc.

    Inflamvel;

    resseca plsticos e opacificaartigos acrlicos

    Cloro e compostosclorados

    Em forma lquida(hipoclorito de sdio)ou slida; as soluesdevem ser estocadas emfrascos opacos; aorpida e baixo custo

    Desinfeco de nvel mdio deartigos e superfcies edescontaminao de superfcies.Ex: materiais de inaloterapia eoxigenoterapia no metlicos,como mscaras de inalao e

    nebulizao, circuitosventilatr ios; desinfeco delactrios, cozinhas etc.

    corrosivo para artigos esuperfcies metlicas;irr ita as mucosas;odor forte;reduo de atividade empresena de matria

    orgnica; incompatvelcom detergentes;soluo pouco estvel

    Glutaraldedo N o danificainstrumentais, plsticose borrachas; com ativi-dade germicida empresena de matria

    Esterilizao e desinfeco dealto nvel de artigostermossensveis; indicado paraendoscpios semicrticos(digestivos, broncoscpios,

    Irritante para mucosas epele (olhos, nariz,garganta, etc.)

    14 Padoveze e Del Monte, 1997.15 APECIH, 1998.16 Op. cit, 1998.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    31/127

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    32/127

    34

    Fundamentos de Enfermagem

    Classificao Grau de risco Exemplos

    rea crt ica So as reas de maior risco para aaquisio de infeces, devido apresena de pacientes maissusceptveis ou pelo nmero deprocedimentos invasivosrealizados;so tambm considerados comocrticos os locais onde osprofissionais manipulamconstantemente materiais com

    alta carga infectante

    UTI, centro cirrgico, centro obsttrico e derecuperao ps-anestsica, isolamentos, setor dehemodilise, banco de sangue, laboratrio deanlises clnicas, banco de leite, dentre outros

    rea semicrtica So as reas ocupadas porpacientes que no necessitam decuidados intensivos ou deisolamento

    Enfermarias, ambulatrios

    rea no-crtica So todas as reas no ocupadaspor pacientes

    reas administrativas, almoxarifado.

    Superfcies - compreendempisos, paredes, tetos, portas,

    janelas, mobilirios, equipa-mentos e demais instalaesfsicas.

    3.2 Fonte de infeco relacionada aoambiente

    O ar, a gua e as superfcies inanimadas verticais e horizontaisfazem parte do meio ambiente de uma instituio de sade. Particular-

    mente no hospital, o ambiente pode tornar-se foco de infeco hospita-lar, embora estudos tenham demonstrado no ser esse o principal meiode transmisso.

    Os cuidados com o ambiente esto centrados principalmente nasaes de limpeza realizadas pelo Servio de Higiene Hospitalar. H umaestreita relao deste com o Servio de Preveno e Controle de Infec-o Hospitalar, cabendo-lhe as seguintes incumbncias: padronizar pro-dutos a serem utilizados na limpeza; normatizar ou indicar o uso degermicidas para as reas crticas ou para as demais, quando necess-rio; participar de treinamentos e dar orientao tcnica equipe delimpeza; participar da elaborao ou atualizao de manuais a respei-to do assunto.

    3.2.1 Classi f icao das reas hospi ta la res

    A freqncia da limpeza varia de acordo com as reas do hospital.Da mesma maneira que os artigos, as reas hospitalares tambm foramclassificadas de acordo com os riscos de infeco que possam ofereceraos pacientes:

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    33/127

    35

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    3.2.2 Mtodos e freqncia da limpeza,desinfeco e descontaminao

    De maneira geral, a limpeza suficiente para reduzir os microrga-nismos existentes nas superfcies hospitalares, reservando-se os proces-

    sos de desinfeco e descontaminao para as reas onde h deposiode matria orgnica.

    Para a descontaminao, indica-se a aplicao de desinfetantesobre a matria orgnica; em seguida, aguardar o tempo de ao,remover o contedo descontaminado com papel absorvente ou te-cidos e realizar a limpeza com gua e soluo detergente.

    Na desinfeco, remover a matria orgnica com papel absor-vente ou tecidos, aplicar o desinfetante sobre a rea atingida, aguar-dar o tempo de ao, remover o desinfetante com papel absorventeou pano e realizar a limpeza com gua e soluo detergente.

    O desinfetante habitualmente utilizado para a descontamina-o e desinfeco de superfcies o cloro orgnico (clorocide) ouinorgnico (hipoclorito de sdio a 1%), com tempo de exposio de10 minutos.

    A limpeza das reas hospitalares um procedimento que visaremover a sujidade e detritos orgnicos de superfcies inanimadas,que constituem timo habitat para a sobrevivncia de microrganis-mos no mbito hospitalar. O agente qumico utilizado na limpeza odetergente, composto de substncia tensoativa que facilita a remoo

    da sujeira.A limpeza pode ser do tipoconcorrente e terminal. O pri-meiro tipo feito diariamente e consiste na limpeza do piso, re-moo de poeira do mobilirio, limpeza completa do sanitrio, re-posio de material de higiene e recolhimento do lixo, repetidoconforme a necessidade; o segundo, realizado periodicamente,de acordo com a rea de risco do hospital, e consiste na limpezade paredes, pisos, tetos, janelas, portas e sanitrios.

    O quadro abaixo apresenta a freqncia e tipo de limpezapor reas crticas, semicrticas e no-crticas, e as observaes per-

    tinentes:

    Matria orgnica so as se-crees, excrees eexsudatcomo sangue, urina, pus, feze

    Exsudatos elementossangneos que saem dos vasos, devido a ocorrncia deprocessos inflamatrios (fluidorico em protenas).

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    34/127

    36

    Fundamentos de Enfermagem

    Os mtodos de limpeza podem ser classificados em varreduramida,que visa a remoo da sujeira do cho, sem que ocorra suspen-

    so de partculas no ar, realizada com o MOP ou pano mido envolto norodo, e lavagem, que visa remover a sujidade pelo uso de gua e deter-gente neutro, feita manual ou mecanicamente, utilizando-se mquinaslavadoras.

    atribuio do Servio de Higiene realizar a limpeza do piso,paredes, teto e mobilirio da unidade, como mesas, telefones, extinto-res de incndio. Ao Servio de Enfermagem cabem as tarefas de lim-peza e desinfeco de equipamentos e artigos relacionados assistn-cia do paciente, como bombas de infuso, monitores, aspiradores, co-madre, bacias.

    Fonte: FERREIRA, T. M. e cols. Limpeza e desinfeco de reas hospitalares. In: APECIH- Limpeza, desinfeco de artigos e reas hospitalares e antissepsia. So Paulo, 1999.

    rea Limpeza concorrente Limpeza terminal Observaes

    CrticasUnidades deinternao

    Bloco cirrgico

    Demais unidadescrticas

    Duas vezes ao dia equando se fizernecessrio

    A cada cirurgia

    Um a vez ao dia equando se fizernecessrio

    Aps alta, bito, tr ansfernciado paciente ou a cada 7 diasnos casos de permanncia

    prolongada no mesmoambiente

    Ao trmino da programaocirrgica do dia

    Semanal

    N a limpeza term inal, deve-selimpar as grelhas do sistemade ar con dicionado, janelas,

    peitoris, teto, luminria erealizar troca de cort inas, sehouverA limpeza do mobilirio edos equipamentos deresponsabilidade do corpo deenfermagem, tanto na limpezaconcorrente quanto n aterminal; nas demais unidadescrticas, a limpeza domobilirio e dosequipamentos poder ser feitapelo profissional de limpeza,

    desde que treinado para afuno especfica

    SemicrticaUnidades deinternao

    Ambulatrio,serviodiagnstico,consultrio

    Um a vez ao dia equando se fizernecessrio

    Um a vez ao dia equando se fizernecessrio

    Aps alta, bito, tr ansfernciado paciente ou a cada 15 diasnos casos de permannciaprolongada no mesmoambiente

    Semanal (devido ao alto fluxode pessoas)

    Equipament os e artigos so deresponsabilidade do corpo deenfermagem; o mobilirio de responsabilidade doprofissional de limpeza

    N a presena de carpetes etapet es, deve-se efetuaraspirao dir ia e lavagem

    semestral

    No-crtica Um a vez ao dia equando se fizernecessrio

    Mensal

    MOP o conjunto de carrinho,baldes, espremedor tipo prensae cabeleira.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    35/127

    37

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    3.2.3 Principa is desin fetan teshospitalares para superfcies

    H vrios produtos indicados para a desinfeco do ambientehospitalar, dos quais apresentamos os principais:

    Desinfetante Indicaes Contra-indicaes Uso

    lcool (etlico ouisoproplico)

    Mobilirio em geral O pacificao de acrlicos eressecamento de plsticos eborrachas

    Concentrao a 70%; fricopor 30 segundos

    Compostosfenlicos

    Desinfeco desuperfcies fixas emobilirios em geral

    Em berrios e reas decontato com alimentos; evitarcontato com a pele oumucosas; pode sofrerinativao na pr esena de

    matria orgnica; so txicos epoluentes ambientais

    Concentrao de uso deacordo com asrecomendaes do fabricante

    Cloro inorgnico(hipoclorito)

    Desinfeco oudescontaminao desuperfcies fixas

    Corrosivo sobre metais etecidos; no deve ser associadoa detergentes; inativado n apresena de matria orgnica

    Concentrao de 1% comtempo de exposio de 10minutos

    Cloro orgnico, pou pastilha(Clorocide)

    Descontaminao desuperfcie com matriaorgnica; paradesinfeco, utilizardiluio

    Corrosiva para metais e tecidos Descontaminao entr e 1,8%e 6%, com tempo deexposio de 10 minutos

    Quaternrio deamnio

    Superfcies fixas emobilirio; reas dealimentao e berrio

    Pode sofrer inativao napresena de matria orgnica

    Concentrao entre 2% e 3%com tempo de exposio de10 minutos

    3.2.4 Unidade do paciente

    Esta unidade o espao fsico hospitalar onde o paciente per-manece a maior parte do tempo durante seu perodo de internao. basicamente composta por cama, mesa de cabeceira, cadeira, mesa

    de refeies e escadinha. O paciente acamado deve ter sempre dis-posio uma campainha para chamar o profissional de enfermagem,caso necessite.

    A unidade do paciente, seja ambiente individualizado (quarto)ou espao coletivo (enfermaria), deve proporcionar-lhe completa se-gurana e bem-estar. Nesse sentido, lembramos que o estado de con-servao do teto, piso e paredes, instalao eltrica e hidrulica, dis-posio do mobilirio e os espaos para a movimentao do pacien-te, da equipe e dos equipamentos so aspectos importantes a ser con-siderados. Outra questo a influncia do ambiente e dos fatores

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    36/127

    38

    Fundamentos de Enfermagem

    estticos sobre o estado emocional e o humor das pessoas. Decora-o atraente, cores de paredes e tetos agradveis, iluminao ade-quada, ambiente arejado, calmo e silencioso, proporcionam maioraconchego s pessoas, especialmente quando doentes.

    Alm das questes estticas que ocasionam no paciente, familia-res e profissionais uma sensao mais agradvel, a prtica da assistnciahumanizada pressupe a preservao dos direitos dos pacientes e umamaior aproximao no campo das relaes humanas. Pressupe, ainda,tratar das atividades cotidianas de forma a melhor atender s necessida-des do paciente. Por exemplo: ampliao do horrio de visitas, facilita-o do uso de meios de comunicao com o exterior, conservao deobjetos pessoais e possibilidade do recebimento de cartas. Isto permiteque a pessoa, ao ser internada, possa considerar a unidade que lhe foidestinada como seu espao, um local privativo e sob seu controle,onde lhe possvel expressar sentimentos e valores, dispondo de obje-

    tos relacionados ao seu mundo e que lhe despertam recordaes, comofotografias, objetos religiosos, etc. A enfermagem deve zelar pela unida-de do paciente sem, contudo, desrespeitar a privacidade que lhe cabepor direito.

    3.2.5 Limpeza e preparo da unidade dopaciente

    A limpeza da un idade objetiva remover mecanicamente o ac-mulo de sujeira e ou matria orgnica e, assim, reduzir o nmero de

    microrganismos presentes. Pode ser de dois tipos: limpeza concorrente: feita diariamente aps a arrumao da

    cama, para remover poeira e sujidades acumuladas ao longo dodia em superfcies horizontais do mobilirio; normalmente, suficiente a limpeza com pano mido, realizada pelo pessoal deenfermagem;

    limpeza terminal: feita em todo o mobilirio da unidade dopaciente; realizada quando o leito desocupado em razo dealta, bito ou transferncia do paciente, ou no caso de internaes

    prolongadas. Na maioria dos estabelecimentos, ainda feita pelopessoal de enfermagem, embora haja crescente tendncia paraser realizada pela equipe de higiene hospitalar, desde que devi-damente treinada, de modo que a enfermagem possa ter maistempo disponvel nos cuidados aos pacientes.

    A realizao da limpeza da unidade requer conhecimentos bsi-cos de assepsia e uso de tcnica adequada, visando evitar a dissemina-o de microrganismos e a contaminao ambiental. Assim, o profissio-nal responsvel por essa tarefa deve ater-se a algumas medidas de extre-ma importncia:

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    37/127

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    38/127

    40

    Fundamentos de Enfermagem

    Sempre que a roupa de cama apresentar sujidade ou estiver mo-lhada com fluidos corpreos, deve ser trocada para garantir o conforto e

    evitar a formao de dermatite e escarificao da pele do paciente.

    No preparo da cama, o profissional deve organizar o trabalhode forma a evitar problemas posturais e desperdcio de energia. Por-tanto, deve providenciar todo o material necessrio antes de iniciarsua tarefa; dobrar a roupa de cama de maneira funcional, na ordemde instalao; soltar, primeiramente, todo o lenol da cama e, emseguida, preparar todo um lado da cama e depois o outro.

    Observar a reorganizao da unidade ao trmino da ar-rumao.

    Visando no disseminar microrganismos, lavar sempre asmos antes e aps a realizao do procedimento, jamais colocar aroupa limpa sobre o leito de outro paciente e evitar o manuseio ex-cessivo da roupa - como esticar o lenol alisando-o com as mos e o seu contato com seu prprio uniforme profissional ou o cho.

    Se a cama estiver destinada ao recebimento de pacienteoperado, a arrumao dos lenis deve ser feita de modo a facili-tar o acolhimento, aquecimento e a higiene do mesmo.

    Para evitar futuros problemas posturais, o profissional deverealizar os movimentos respeitando os princpios da ergonomia,principalmente ao cuidar de pacientes acamados. Nestes cuida-

    dos muito comum ocorrer levantamento de peso excessivo, incorreto ourepetitivo, o que, com o tempo, pode vir a prejudicar a coluna. Assim, ao

    executar atividades que requeiram esse tipo de esforo, o profissional devesolicitar o auxlio de um colega, planejar estratgias que favoream a tare-fa e, ao faz-la, manter as costas sempre eretas e os joelhos flexionados.

    Ao deslocar o paciente de posio, deve cuidar para evitar trauma(s)- por compresso - de alguma parte do corpo do mesmo, pois podemformar lceras de presso; alm disso, atentar para no tracionar as son-das, cateteres e tubos, que podem desconectar-se com movimentos brus-cos ou mesmo lesar o local onde esto instaladas.

    3.3 Fonte de infeco relacionada equipe de sade

    A equipe de sade tem importante papel na cadeia de transmisso dainfeco hospitalar ou domiciliar. As prticas adotadas para sua prevenovisam controlar a propagao de microrganismos que habitam o ambientehospitalar e diminuir os riscos do paciente vir a adquirir uma infeco. Poroutro lado, tanto as medidas gerais como as especficas de preveno e con-trole de infeco implantadas na instituio tambm direcionam-se para pro-teger o prprio trabalhador que ali desempenha sua funo, quer seja pres-tando assistncia direta ao paciente, como no caso do auxiliar de enferma-

    Ergonomia conjunto de estu-dos que visam organizaometdica do trabalho em funodo fim proposto e das relaesentre o homem e a mquina.

    Recolhimento da roupa usada

    Cama de operado

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    39/127

    41

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    gem ou do enfermeiro, quer seja indiretamente, como o funcionrio dahigiene hospitalar, da lavanderia ou da nutrio e diettica.

    Toda a equipe de sade tem responsabilidade com relao preven-o da infeco hospitalar, devendo fazer correto uso das tcnicas asspti-cas, dos equipamentos de proteo individual (EPI) e ou coletivo (EPC),quando necessrio. Por sua vez, o empregador tem a responsabilidade dedisponibilizar os recursos necessrios efetivao desses cuidados.

    A preveno e o controle da infeco fundamentam-se nos princpiosdeassepsia, mediante a utilizao de medidas para impedir a penetrao demicrorganismos (contaminao) em local onde no estejam presentes.

    As tcnicas de assepsia devem ser utilizadas por todos os profissionaisde sade em todos os procedimentos, e so agrupadas sob a denominaode assepsia mdica e cirrgica. A primeira, refere-se s medidas adotadaspara reduzir o nmero de microrganismos e evitar sua disseminao; a se-

    gunda, para impedir a contaminao de uma rea ou objeto estril.As medidas que visam reduzir e prevenir o crescimento de mi-

    crorganismos em tecidos vivos so denominadas antissepsia.

    A adeso da equipe s medidas gerais de preveno e controle deinfeco ainda dependem da conscientizao e mudana de hbitos dosprofissionais. Entretanto, sua adoo implica a realizao de atos sim-ples e de fcil execuo, tais como:

    lavar sempre as mos antes de realizar qualquer procedimento -um dos mais importantes meios para prevenir a infeco cruzada;

    manter os cabelos longos presos durante o trabalho, pois quan-do soltos acumulam sujidades, poeira e microrganismos, favo-recendo a contaminao do paciente e do prprio profissional;

    manter as unhas curtas e aparadas, pois as longas facilitam oacmulo de sujidades e microrganismos;

    evitar o uso de jias e bijuterias, como anis, pulseiras e demaisadornos, que podem constituir-se em possveis fontes de infec-o pela facilidade de albergarem microrganismos em seus sul-cos e reentrncias, bem como na pele subjacente;

    no encostar ou sentar-se em superfcies com potencial de con-

    taminao, como macas e camas de pacientes, pois isto favorecea disseminao de microrganismos.

    3.3.1 Lavando as mos

    No dia-a-dia de nosso trabalho executamos grande variedade de pro-cedimentos, muitos deles repetidas vezes. Em geral, a importncia que lhes conferida associa-se ao grau de complexidade, tecnologia envolvida, capacidade de provocar danos ou complicaes ao paciente e freqnciade realizao. A pouca adeso dos profissionais da rea de sade prtica de

    Equipamentos de proteo -so aqueles destinados a proteger o profissional durante oexerccio de suas atividades,visando reduzir riscos. Podemser individuais (EPI), como mscaras, luvas, botas, ou coletiv(EPC), como a caixa prpriapara desprezar materiaisperfurocortantes.

    A devida ateno aos princpide assepsia evita a ocorrnciade infeco tanto no profissioncomo no paciente.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    40/127

    42

    Fundamentos de Enfermagem

    lavagem das mos reflete em parte essa situao, pois procedimento sim-ples, comum na esfera social como hbito de higiene, o que certamente nolhe confere o valor e o status de alta tecnologia. E muitas so as justificativasusadas pela equipe para no faz-lo, como, dentre outras: falta de pias edegermantes adequados, sobrecarga de servio, situaes de emergncia17.

    Em contrapartida, os especialistas so unnimes em afirmar que este umdos procedimentos mais significativos para a preveno e o controle da in-feco hospitalar, sendo-lhe atribuda a possibilidade de reduo acentuadada carga microbiana quando as mos so lavadas com gua e sabo e comdegermantes como povidine ou clorhexidine18.

    Tcnica de lavagem das mos

    Para que a lavagem das mos seja eficaz, faz-se necessrioutilizar uma tcnica apropriada para a remoo mecnica da sujidade,

    suor, clulas descamativas e microrganismos transitrios em todas aspartes da mo: palma, dorso, espaos interdigitais, unhas e punhos.

    Visando evitar contaminao durante o processo, antes deiniciar a lavagem das mos devem ser retirados objetos como anis,pulseiras e relgio de pulso. Preferencialmente, utilizar sabo lqui-do, pois o sabo em barra facilmente se torna meio de contamina-o. Outro cuidado adicional evitar que, durante a lavagem, as mosentrem em contato direto com a pia.

    Para uma lavagem adequada das mos deve-se, aps molh-las e colocar o sabo, fazer os seguintes movimentos: friccionar pal-

    ma contra palma (figura 1), palma direita sobre o dorso da mo es-querda, com os dedos entremeados (figura 2) e vice-versa, palmacontra palma, friccionando a regio interdigital com os dedos entre-meados (figura 3), dedos semifechados em gancho da mo esquer-da contra a mo direita (figura 4) e vice-versa, movimento circular dopolegar direito (figura 5) e esquerdo, movimento circular para a fren-te e para trs com os dedos fechados da mo direita sobre a palmada mo esquerda (figura 6) e vice-versa.

    O processo de frico repetida deve ser realizado com as mose os antebraos voltados para baixo, evitando-se que o sabo e a

    gua, j sujos, retornem s reas limpas. Cinco frices de cada tipo so

    suficientes para remover mecanicamente os microrganismos.Aps esse processo, as mos no devem ser enxagadas em gua

    corrente, mas sim posicionadas sob a torneira com os dedos voltadospara cima, de modo que a gua escorra das mos para os punhos.

    Aps a lavagem, mantendo os dedos voltados para cima, secar as moscom papel-toalha descartvel, comeando pelas mos e, depois, os antebraos.

    O uso de sabo suficiente para a lavagem rotineira das mos.Em situaes especiais, como surtos de infeco ou isolamento de mi-crorganismo multirresistente, seguir as orientaes do setor responsvelpela preveno e controle de infeco hospitalar.

    A lavagem das mos de ex-trema importncia para a segu-

    rana do paciente e do prprioprofissional, haja vista que, nohospital, a disseminao demicrorganismos ocorre princi-palmente de pessoa para pes-soa, atravs das mos.

    1 2

    3 4

    5

    6

    Lavagem das mos

    17 Ibidem, 1998.18 Dealey, 1996.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    41/127

    43

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    3.3.2 Luvas esterilizadas e deprocedimento

    Outra barreira utilizada para o controle da disseminao de mi-crorganismos no ambiente hospitalar so as luvas, esterilizadas ou no,

    indicadas para proteger o paciente e o profissional de contaminao.As luvasesterilizadas, denominadas luvas cirrgicas, so indicadas

    para a realizao de procedimentos invasivos ou manipulao de materialestril, impedindo a deposio de microrganismos no local. Exemplos:cirurgias, suturas, curativos, cateterismo vesical, dentre outros.

    As luvas de procedimento so limpas, porm no esterilizadas, eseu uso indicado para proteger o profissional durante a manipulaode material, quando do contato com superfcies contaminadas ou du-rante a execuo de procedimentos com risco de exposio a sangue,fluidos corpreos e secrees. No h nenhum cuidado especial para

    cal-las, porm devem ser removidas da mesma maneira que a luvaestril, para evitar que o profissional se contamine.

    Calando e descalando luvas estreis

    Antes de qualquer coisa, ressalte-se que a luva deveter um ajuste adequado, cuja numerao corresponda aotamanho da mo.

    Abra o pacote de luvas posicionando a abertura doenvelope para cima e o punho em sua direo (figura 1). To-

    que somente a parte externa do pacote, mantendo estreisa luva e a rea interna do pacote.

    Segure a luva pela dobra do punho, pois a parteque ir se aderir pele ao cal-la, nica face que pode sertocada com a mo no-enluvada (figura 1) - desta forma,sua parte externa se mantm estril (figura 2).

    Para pegar a outra luva, introduza os dedos da moenluvada sob a dobra do punho (figura 3) e calce-a, ajustan-do-a pela face externa (figuras 4 e 5).

    Calando a luva, mantenha distncia dos mobiliriose as mos em nvel mais elevado, evitando a contaminaoexterna da mesma.

    Aps o uso, as luvas esto contaminadas. Durantesua retirada a face externa no deve tocar a pele. Para queisto no ocorra, puxe a primeira luva em direo aos dedos,segurando-a na altura do punho com a mo enluvada (figu-ra 6); em seguida, remova a segunda luva,segurando-a pelaparte interna do punho e puxando-a em direo aos dedos(figura 7). Esta face deve ser mantida voltada para dentro paraevitar autocontaminao e infeco hospitalar.

    Se no houver disponibilidadede papel-toalha, antes de fe-

    char o fluxo de gua deve-sedespejar gua com as mosem concha sobre a torneiraensaboada - procedimento qassegurar que as mos, jlimpas, toquem apenas a su-perfcie tambm limpa da tor-neira.

    Calando

    1

    2

    3

    4

    5

    Descalando

    6

    7

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    42/127

    44

    Fundamentos de Enfermagem

    3.4 Fonte de in feco relacionadaao paciente

    Na maioria das vezes, a pessoa hospitalizada tem seus mecanis-mos de defesa comprometidos pela prpria doena, tornando-se mais

    susceptvel s infeces. Alm disso, a infeco hospitalar pode ser pre-disposta por fatores tais como:

    idade - os idosos so mais susceptveis s infeces porque apre-sentam maior incidncia de doenas bsicas que acabam debili-tando e afetando seu sistema imunolgico, e pelas alteraes deestrutura e funcionamento do organismo;

    condies de higiene - a integridade da pele e da mucosa fun-ciona como barreira mecnica aos microrganismos. A camadaexterna da pele constituda por clulas que se renovam e des-

    camam continuamente; como conseqncia, diversos tipos desujidades a ela aderem com facilidade e microrganismos multi-plicam-se intensamente em toda a sua superfcie;

    movimentao - a imobilidade no leito, causada por distrbiosneurolgicos ou fraqueza, torna o paciente mais susceptvel sinfeces. Nessas condies, apresenta maiores chances de de-senvolver lceras de presso, que causam ruptura na pele e faci-litam a penetrao de microrganismos;

    certas enfermidades - como a Aids, em conseqncia da dimi-nuio da defesa orgnica causada pela prpria doena;

    estado de nutrio - a carncia de protenas e de outros nutrien-tes prejudica a formao e renovao das clulas do nosso cor-po, causando diminuio da resistncia e retardamento do pro-cesso de cicatrizao de feridas.

    Ao prestar qualquer cuidado ou execuo de uma tcnica, fun-damental que o profissional de enfermagem contemple o paciente emsua dimenso biopsicossocial.

    Assim, importante que os cuidados no sejam realizados de ma-neira automatizada e impessoal, como se o paciente fosse uma mquina

    a ser analisada e manipulada nas suas diferentes peas. Apesar de estardoente, ele no perde a condio de sujeito e cidado. Sua autonomiadeve ser resguardada. Ele tem total direito de ser esclarecido sobre osobjetivos e natureza dos procedimentos de enfermagem, sua invasibili-dade, durao dos tratamentos, benefcios, provveis desconfortos, in-convenientes e possveis riscos fsicos, psquicos, econmicos e sociais,ou seja, sobre tudo o que possa fundamentar suas decises. muitocomum o profissional de sade argumentar que boa parte dos pacientesno compreende as informaes prestadas. Esquecem que, na maioriadas vezes, isto causado pela inadequao de como so passadas, e nona pretensa incapacidade de compreenso do paciente.

    lcera de presso a lesoque, em geral, aparece empessoas acamadas e com pou-co movimento do corpo. Forma-se em locais onde h salinciassseas, como a regio sacra enos calcanhares, pois essasestruturas comprimem os teci-dos moles contra o colcho,provocando leses devido diminuio da circulaosangnea no local.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    43/127

    45

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    O natural pudor e intimidade dos pacientes devem ser sempre res-peitados, pois espera-se que os profissionais de enfermagem lhes assegu-rem ao mximo a privacidade. A intimidade deve ser preservada mesmoquando so feitas perguntas pessoais, por ocasio do exame fsico e dotratamento, lembrando que o conceito de intimidade tem diferentes sig-

    nificados para cada pessoa e fatores como idade, sexo, educao, condi-es socioeconmica e culturais tm influncia no mesmo.

    Os pacientes sempre esperam que o enfermeiro, tcnico ou auxili-ar de enfermagem que lhe presta cuidados seja um profissional compe-tente, com habilidade e segurana. Para que isto seja uma realidade e osresultados eficazes, todos os cuidados devem ser previamente planeja-dos e organizados. Os materiais necessrios execuo dos procedimen-tos devem ser reunidos e levados numa bandeja para junto do paciente, eo ambiente devidamente preparado para evitar idas e vindas desnecess-rias e a impresso de desleixo. Para a segurana do paciente, do prprio

    profissional e das pessoas que com ele trabalham, indica-se, mais umavez, lavar sempre as mos antes e logo aps os cuidados dispensados.

    Para diminuir os riscos de o paciente vir a desenvolver infecodurante sua internao, a enfermagem implementa cuidados bastantediversificados, de acordo com as condies e necessidades que cada umapresenta. Dentre eles, os que visam manuteno da integridade cutneo-mucosa, atravs de cuidados de higiene, mobilizao e alimentao adequa-da, so os que causam grande impacto nos resultados do tratamento.

    3.4.1 Higienizando a bocaA higiene oral freqente reduz a colonizao local, sendo importante

    para prevenir e controlar infeces, diminuir a incidncia de cries dentrias,manter a integridade da mucosa bucal, evitar ou reduzir a halitose, alm deproporcionar conforto ao paciente. Em nosso meio, a maioria das pessoas esthabituada a escovar os dentes - pela manh, aps as refeies e antes de deitar- e quando isso no feito geralmente experimenta a sensao de desconforto.

    Higienizando a boca

    Material necessrio:

    bandeja escova de dentes ou esptula com gazes

    creme dental, soluo dentifrcia ou soluo bicarbonatada

    copo com gua (e canudo, se necessrio)

    cuba-rim

    toalha de rosto

    lubrificante para os lbios, se necessrio

    luvas de procedimento

    Halitose mau hlito.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    44/127

    46

    Fundamentos de Enfermagem

    Avaliar a possibilidade de o paciente realizar a prpria higiene.Se isto for possvel, colocar o material ao seu alcance e auxili-lo noque for necessrio. Caso contrrio, com o material e o ambiente devi-damente preparados, auxiliar o paciente a posicionar-se, elevar a cabe-ceira da cama se no houver contra-indicao e proteger o trax do

    mesmo com a toalha, para que no se molhe durante o procedimento.

    Em pacientes inconscientes ou impossibilitados de realizar a higie-ne bucal, compete ao profissional de enfermagem lavar-lhe os dentes,gengivas, bochechas, lngua e lbios com o auxlio de uma esptula en-volvida em gaze umedecida em soluo dentifrcia ou soluobicarbonatada a qual deve ser trocada sempre que necessrio. Apsprvia verificao, se necessrio, aplicar um lubrificante para prevenir ra-chaduras e leses que facilitam a penetrao de microrganismos e dificul-tam a alimentao.

    Para a proteo do profissional, convm evitar contato direto comas secrees, mediante o uso de luvas de procedimento.

    Aps a higiene bucal, colocar o paciente numa posio adequadae confortvel, e manter o ambiente em ordem. Anotar, no pronturio, oprocedimento, reaes e anormalidades observadas.

    O paciente que faz uso de prtese dentria (dentadura) tambmnecessita de cuidados de higiene para manter a integridade da mucosaoral e conservar a prtese limpa. De acordo com seu grau de dependn-cia, a enfermagem deve auxili-lo nesses cuidados. A higiene compre-ende a escovao da prtese e limpeza das gengivas, bochechas, lngua

    e lbios - com a mesma freqncia indicada para as pessoas que pos-suem dentes naturais.

    Por sua vez, pacientes inconscientes no devem permanecer comprtese dentria. Nesses casos, o profissional deve acondicion-la,identific-la, realizando anotao de enfermagem do seu destino eguard-la em local seguro ou entreg-la ao acompanhante, para evitara possibilidade de ocorrer danos ou extravio. A mesma orientao re-comendada para os pacientes encaminhados para cirurgias.

    Ao manipular a dentadura, a equipe de enfermagem deve sem-pre utilizar as luvas de procedimento.

    3.4.2 Realizando o banho

    Os hbitos relacionados ao banho, como freqncia, horrio etemperatura da gua, variam de pessoa para pessoa. Sua finalidadeprecpua, no entanto, a higiene e limpeza da pele, momento emque so removidas clulas mortas, sujidades e microrganismos aderi-dos pele.

    Os movimentos e a frico exercidos durante o banho estimu-lam as terminaes nervosas perifricas e a circulao sangnea. Aps

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    45/127

    47

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    um banho morno, comum a pessoa sentir-se confortvel e relaxada. Ahigiene corporal pode ser realizada sob asperso (chuveiro), imerso(banheira) ou abluso (com jarro banho de leito).

    O autocuidado deve ser sempre incentivado Assim, deve-se ava-liar se o paciente tem condies de se lavar sozinho. Caso seja possvel,todo o material necessrio higiene oral e banho deve ser colocado namesa-de-cabeceira ou carrinho mvel do lado da cama, da forma quefor mais funcional para o paciente. A enfermagem deve dar apoio, auxi-liando e orientando no que for necessrio.

    Para os pacientes acamados, o banho dado no leito, pelo pessoal deenfermagem. Convm ressaltar que a grande maioria deles considera essasituao bastante constrangedora, pois a incapacidade de realizar os pr-prios cuidados desperta sentimentos de impotncia e vergonha, sobretudoporque a intimidade invadida. A compreenso de tal fato pelo profissionalde enfermagem, demonstrada ao prover os cuidados de higiene, ajuda aminimizar o problema e atitudes como colocar biombos e mant-lo cobertodurante o banho, expondo apenas o segmento do corpo que est sendolavado, so inegavelmente mais valiosas do que muitas palavras proferidas.

    O banho no leito, como qualquer outro procedimento, requerprvio planejamento e organizao dos materiais e roupas da unidade -considerando as especificidades do paciente.

    Inicialmente, retirar o cobertor do leito do paciente, dobr-lo einseri-lo entre os lenis e colcha limpos, devidamente organizados naordem de utilizao. Para facilitar a tarefa, solicitar ou trazer o paciente o

    mais prximo da borda da cama. Antes de iniciar o banho, elevar umpouco a cabeceira da cama, para evitar que o paciente aspire lquido.

    Tradicionalmente, costuma-se lavar primeiro o rosto, braos, re-gio ventral, membros inferiores, dorso e genitais, contudo importanteque o profissional de enfermagem avalie o estado geral do paciente eestabelea a melhor maneira de prestar o cuidado, sempre lembrandoque a higiene deve ser realizada da regio mais limpa para a mais suja,evitando-se levar sujidade e contaminao s reas limpas. Ao se posi-cionar o paciente de lado, para lavar o dorso, habitualmente se realizauma massagem de conforto para ativar a circulao local.

    Quando do banho, expor somente um segmento do corpo decada vez, lavando-o com luva de banho ensaboada, enxaguando-o - ten-do o cuidado de remover todo o sabo - e secando-o com a toalha debanho. Esse processo deve ser repetido para cada segmento do corpo. Asecagem deve ser criteriosa, principalmente nas pregas cutneas, espa-os interdigitais e genitais, base dos seios e do abdome em obesos -evitando a umidade da pele, que propicia proliferao de microrganis-mos e pode provocar assaduras. Procurando estimular a circulao, osmovimentos de frico da pele devem preferencialmente ser direciona-dos no sentido do retorno venoso.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    46/127

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    47/127

    49

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    No intuito de propiciar conforto ao paciente, moderar, no enxge, aquantidade de gua, mas cuidar para que todo o sabo seja removido. Realizarmovimentos de frico do couro cabeludo, para estimular a circulao.

    Aps a lavagem, retirar, com a toalha, o excesso de gua doscabelos e providenciar a secagem.

    Manter a organizao da unidade e registrar as observaes rea-lizadas.

    3.4.4 Cuidados com a alimentao ehidratao

    Como sabemos, a alimentao essencial para nossa sade ebem-estar. O estado nutricional interfere diretamente nos diversos pro-cessos orgnicos como, por exemplo, no crescimento e desenvolvimen-

    to, nos mecanismos de defesa imunolgica e resposta s infeces, nacicatrizao de feridas e na evoluo das doenas.

    A subnutrio - conseqente de alimentao insuficiente, dese-quilibrada ou resultante de distrbios associados sua assimilao - vemcada vez mais atraindo a ateno de profissionais de sade que cuidamde pacientes ambulatoriais ou internados em hospitais, certos de queapenas a teraputica medicamentosa no suficiente para se obter umaresposta orgnica satisfatria.

    O profissional de enfermagem tem a responsabilidade de acom-panhar as pessoas de quem cuida, tanto no nvel domiciliar como nohospitalar, preparando o ambiente e auxiliando-as durante as refeies.

    importante verificar se os pacientes esto aceitando a dieta eidentificar precocemente problemas como a bandeja de refeio postafora do alcance do mesmo e sua posterior retirada sem que ele tenhatido a possibilidade de toc-la19 - fato que se observa com certafreqncia.Os motivos desse tipo de ocorrncia so creditados ao insu-ficiente nmero de pessoal de enfermagem e ou ao envolvimento dosprofissionais com atividades consideradas mais urgentes. Alm de cau-sas estruturais como a falta de recursos humanos e materiais, evidenci-

    am-se valores culturais fortemente arraigados no comportamento doprofissional, como a supervalorizao da tecnologia e dos procedimen-tos mais especializados, o que, na prtica, se traduz em dar ateno, porexemplo, ao preparo de uma bomba de infuso ou material para umcurativo, ao invs de auxiliar o paciente a alimentar-se. Coincidentemen-te, os horrios das refeies se aproximam do incio e trmino do plan-to, momentos em que h grande preocupao da equipe em dar conti-nuidade ao turno anterior ou encerrar o turno de planto, aspecto querepresenta motivo adicional para o abandono do paciente. No entan-to, os profissionais no devem eximir-se de tal responsabilidade, quemuitas vezes compromete os resultados do prprio tratamento. 19 Arrowsmith, 1998.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    48/127

    50

    Fundamentos de Enfermagem

    Os pacientes impossibilitados de alimentar-se sozinhos devem ser assisti-dos pela enfermagem, a qual deve providenciar os cuidados necessrios de acor-do com o grau de dependncia existente. Por exemplo, visando manter o confortodo paciente e incentiv-lo a comer, oferecer-lhe o alimento na boca, na ordem desua preferncia, em pores pequenas e dadas uma de cada vez. Ao trmino da

    refeio, servir-lhe gua e anotar a aceitao da dieta no pronturio.Durante o processo, proteger o trax do paciente com toalha ou

    guardanapo, limpando-lhe a boca sempre que necessrio, so formas demanter a limpeza. Ao final, realizar a higiene oral.

    Visando evitar que o paciente se desidrate, a enfermagem deve ob-servar o atendimento de sua necessidade de hidratao. Desde que nohaja impedimento para que receba lquidos por via oral, cabe ao Serviode Nutrio e Diettica fornecer gua potvel em recipiente apresentvele de fcil limpeza, com tampa, passvel de higienizao e reposio diria,para evitar exposio desnecessria e possvel contaminao.

    Nem sempre os pacientes atendem adequadamente necessidadede hidratao, por falta de hbito de ingerir suficiente quantidade degua fato que, em situaes de doena, pode lev-lo facilmente desi-dratao e desequilbrio hidroeletroltico. Considerando tal fato, im-portante que a enfermagem o oriente e incentive a tomar gua, ou lheoferea auxlio se apresentar dificuldades para faz-lo sozinho. A posi-o sentada a mais conveniente, porm, se isto no for possvel, deve-se estar atento para evitar aspirao acidental de lquido.

    3.4.5 Nutrio enteralDesde que a funo do trato gastrintestinal esteja preservada, a nu-

    trio enteral (NE) indicada nos casos em que o paciente est impossibi-litado de alimentar-se espontaneamente atravs de refeies normais.

    A nutrio enteral consiste na administrao de nutrientes por meiode sondas nasogstrica (introduzida pelo nariz, com posicionamento noestmago) ou transpilrica (introduzida pelo nariz, com posicionamentono duodeno ou jejuno), ou atravs de gastrostomia ou jejunostomia.

    A instalao da sonda tem como objetivos retirar os fluidos e gases do

    trato gastrintestinal (descompresso), administrar medicamentos e alimentos(gastrclise) diretamente no trato gastrintestinal, obter amostra de contedogstrico para estudos laboratoriais e prevenir ou aliviar nuseas e vmitos.

    Inserindo a sonda nasogstr ica

    Material necessrio:

    sonda de calibre adequado

    lubrificante hidrossolvel (xilocana a 2% sem vasoconstritor)

    gazes

    Ao auxiliar o paciente a alimen-tar-se, evite atitude deimpacincia ou pressa o quepode vir a constrang-lo. Nointerrompa a refeio com con-dutas teraputicas, pois issopoder desestimul-lo a comer.

    Gastrostomia - abertura cirrgi-ca do estmago, para introdu-o de uma sonda com a finali-dade de alimentar, hidratar edrenar secrees estomacais.

    Jejunostomia - abertura cirrgi-ca do jejuno, proporcionandocomunicao com o meio exter-no, com o objetivo de alimentarou drenar secrees.

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    49/127

    51

    PPPPP AAAAARRRRROOOOOFFFFF

    seringa de 20 ml

    toalha

    recipiente com gua

    estetoscpio

    luvas de procedimento tiras de fita adesiva (esparadrapo, micropore, etc.)

    Para o paciente, a sonda nasogstrica pode representar uma expe-rincia negativa devido dor causada por microtraumatismos de mucosa ereflexo do vmito gerado durante sua introduo. Para minimizar seu sofri-mento, imprescindvel orient-lo quanto necessidade da sonda e eta-pas do processo.

    Como a sonda nasogstrica um procedimento realizado sobre

    limites anatmicos externos, deve-se estar muito atento para estabelecero mais precisamente possvel esses limites descritos na tcnica.O comprimento da sonda a ser introduzida deve ser medido colo-cando-se a sua extremidade na ponta do nariz do paciente, alon-gando-a at o lbulo da orelha e, da, at o apndice xifide;marcando esta delimitao com uma fina tira de adesivo - mar-cao que assegurar a introduo e o alcance da sonda noestmago.

    A sonda deve ser lubrificada com soluo hidrossolvel,antes de sua introduo na narina - o que facilita a manobra eatenua o traumatismo, pois diminui o atrito com a mucosa nasal

    - e introduzida sempre aberta, o que permite identificar a sadado contedo gstrico ou ar.

    A realizao da sondagem nasogstrica com o pacientesentado ou decbito elevado previne a aspirao do contedogstrico caso ocorra vmito.

    A posio de flexo da cabea reduz a probabilidade dasonda penetrar na traquia. Para passar a sonda do esfnctercricofarngeo para o esfago, solicitar ao paciente para que de-gluta, o que facilita a progresso no tubo digestivo.

    Caso o paciente apresente sinais de sufocamento, tosse,

    cianose ou agitao, deve-se suspender a manobra e reinici-la aps sua melhora.

    A localizao da sonda no interior do estmago deve sercertificada atravs dos testes de aspirao de suco gstrico, aus-culta do rudo em regio epigstrica simultaneamente introdu-o de 10 ml de ar pela sonda; ou mergulhando-se a extremida-de da mesma em um copo com gua: se borbulhar, a sondaprovavelmente se encontra nas vias respiratrias, devendo serimediatamente retirada.

    Como medir a sonda nasogstrica

    Sonda nasogstrica instalada Die

    So

    Equ

  • 8/14/2019 apostila sobre saude

    50/127

    52

    Fundamentos de Enfermagem

    A fixao da sonda nasogstrica deve ser segura, sem compres-so, para evitar irritao e leso cutnea.

    O volume e aspecto do contedo drenado pela sonda aberta deveser anotado, pois permite avaliar a retirada ou manuteno da mesma edetecta anormalidades.

    Sempre que possvel, orientar o paciente a manter-se pre-dominantemente em decbito elevado, para evitar a ocorrncia derefluxo gastroesofgico durante o perodo que permanecer com asonda.

    Se a sonda nasogstrica foi indicada para esvaziamento gstrico,deve ser mantida aberta e conectada a um sistema de drenagem. Se nohouver drenagem e o paciente apresentar nuseas, vmitos ou distensoabdominal, indica-se aspirar a sonda suavemente com uma seringa, poispode estar obstruda.

    comum que o paciente com sonda respire pela boca, o que podevir a provocar ressecamento e fissuras nos lbios. Visando evitar tais ocor-rncias, a higiene oral e lubrificao dos lbios deve ser realizada no m-nimo trs vezes ao dia, o que promove o conforto e evita infeco, halitosee o ressecamento da mucosa oral.

    A limpeza dos orifcios nasai