apostila de saude mental

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MODULO IV Apostila de Saúde Mental Escola Madre Paulina Iracy Azevedo Outubro de 2014

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Page 1: Apostila de Saude Mental

modulo IV

Apostila de Saúde Mental

Escola Madre Paulina

Iracy Azevedo

Outubro de 2014

Page 2: Apostila de Saude Mental

Conceitos / Fatores de Desequilíbrio

Psiquiatria é o ramo da Medicina que lida com a prevenção, atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das doenças mentais, sejam elas de cunho orgânico ou funcional, tais como depressão nervosa depressão, doença bipolar, esquizofrenia e transtornos de ansiedade.

A meta principal é o alívio do sofrimento psíquico e o bem-estar psíquico.

Para isso, é necessária uma avaliação completa do doente, com perspectivas biológica, psicológica,sociológica e outras áreas afins

Uma doença ou problema psíquico pode ser tratado através de medicamentos ou várias formas de psicoterapia.

A palavra Psiquiatria deriva do Grego e quer dizer "arte de curar a alma".

Os transtornos psiquiátricos são descritos por suas características patológicas, ou psicopatologia, que é um ramo descritivo destes fenômenos.

Muitas doenças psiquiátricas ainda não têm cura. Enquanto algumas têm curso breve e poucos sintomas, outras são condições crônicas que apresentam importante impacto na qualidade de vida do paciente, necessitando de tratamento em longo prazo ou por toda a vida.

A efetividade do tratamento também varia em cada paciente.

Todas as pessoas estão sujeitas a transtornos psiquiátricos leves durante sua vida, como ansiedade, depressão, etc.

Vários fatores podem desencadear esse processo, tais como:

Sobrecarga de trabalho Desemprego Morte de pessoa querida Doença pessoal Doença de pessoal querida Dívidas financeiras Problemas conjugais

As pessoas que convivem com o paciente devem estar atendo às mudanças de comportamento.

Essas mudanças não são sempre perceptíveis ao paciente.

O tratamento começa com o apoio de familiares e amigos, e a não discriminação em relação a transtornos mentais.

É preciso lembrar que o preconceito é responsável pela demora ou ausência de um diagnóstico e tratamento precoce.

Hoje a internação em instituições fechadas é destinada somente em casos muitos específicos.

Há uma preocupação intensa com a manutenção da socialização e do convívio familiar do paciente.

A criação de hospitais dias favorece esse pensamento.

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Nessas instituições o paciente permanece internado um período do dia, realizando atividades manuais e psicoterapêuticas, retornando ao seu lar no final do período.

A PSICOTERAPIA

A psicoterapia é um valioso recurso para lidar com as dificuldades da existência em todas as formas que o sofrimento humano pode assumir como transtornos psicopatológicos:

Crises pessoais, Crises de relacionamentos, Conflitos conjugais e familiares, Distúrbios psicossomáticos, Dificuldades nas transições da vida, Crises profissionais, etc.

A psicoterapia é também um espaço favorável ao crescimento pessoal, um lugar/tempo/modo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos construtivos, abrir novos canais de comunicação, de transformar padrões estereotipados de funcionamento, restabelecendo o processo formativo e criativo de cada um.

A Psicoterapia oferece uma oportunidade de compreender e mudar os padrões de vinculo e relação interpessoal.

Os problemas vinculares são fonte de incontáveis sofrimentos e doenças.

A psicoterapia ocupa hoje um lugar fundamental na área da saúde, por trazer uma visão integrada do homem, considerando as dimensões orgânicas, psíquicas e sociais conjuntamente participantes na produção da existência humana e de seus problemas.

Em alguns casos, a Psicoterapia cumpre também uma função de educação para a vida.

Esta é uma área pouco considerada em nossa cultura, porém evidente quando as pessoas se vêem inaptas para lidar com situações como crises conjugais, desemprego ou envelhecimento, por exemplo.

A psicoterapia é um espaço especial de atenção às dificuldades da vida e aos caminhos internos para solucioná-los. Seus resultados demonstram uma grande potência de transformação de vidas. Todos os últimos avanços na área da Psicologia e Psicoterapia têm permitido alcançar resultados cada vez maiores e mais significativos.

O objetivo da terapia de grupo é: promover o crescimento pessoal através de um processo que envolve o ser humano e suas relações.

Assim, os grupos de curta duração promovem atitudes onde os indivíduos repensam seu caminho, criando com isso, novas formas de ação para sua integração no mundo. Com metodologia específica, a terapia de grupo enfatiza a descoberta de si mesmo através dos outros. Assim, é recomendada para quem busca economia de investimento financeiro e de tempo.

"Não é o tempo que modifica as pessoas, mas o modo como o prazer, a felicidade e o risco se enquadram dentro do tempo." (Ponciano)

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Ludoterapia

A Ludoterapia é uma técnica psicoterápica usada no tratamento dos distúrbios de conduta infantis. Pode ser individual ou grupal.

Baseia-se no fato de que o brincar é um meio natural de auto-expressão da criança.

A primeira análise realizada com uma criança foi a do Pequeno Hans (Sigmund Freud) e teve grande importância por demonstrar que os métodos psicanalíticos podiam ser aplicados também às crianças.

Visto que não se pode exigir de uma criança que faça associações livres, tratou o brincar como equivalente a expressões verbais, isto é, como expressão simbólica de seus conflitos inconscientes.

Assim como na análise de adultos, as brincadeiras infantis podem nos levar a conhecer os significados latentes e estabelecer correlações com situações experimentadas ou imaginadas por elas, fornecendo à criança a possibilidade de elaborar tais situações.

A Psicoterapia Infantil, então ajudaria a criança a resolver fixações e a elaborar situações traumáticas do seu desenvolvimento

Patologias

Esquizofrenia

É uma doença mental que se caracteriza por uma desorganização ampla dos processos mentais. É um quadro complexo apresentando sinais e sintomas na área do pensamento, percepção e emoções, causando marcados prejuízos ocupacionais, na vida de relações interpessoais e familiares.

Nesse quadro a pessoa perde o sentido de realidade ficando incapaz de distinguir a experiência real da imaginária.

Essa doença se manifesta em crises agudas com sintomatologia intensa, intercaladas com períodos de remissão, quando há um abrandamento de sintomas,restando alguns deles em menor intensidade.

É uma doença do cérebro com manifestações psíquicas, que começa no final da adolescência ou início da idade adulta antes dos 40 anos. O curso desta doença é sempre crônico com marcada tendência à deterioração da personalidade do indivíduo.

Até hoje não se conhece nenhum fator específico causador da Esquizofrenia.

Há, no entanto, evidências de que seria decorrente de uma combinação de fatores biológicos, genético se ambientais que contribuiriam em diferentes graus para o aparecimento e desenvolvimento da doença.

Sabe-se que filhos de indivíduos esquizofrênicos têm uma chance de aproximadamente10% de desenvolver a doença, enquanto na população geral o risco de desenvolver a doença é de aproximadamente 1%.

Os quadros de esquizofrenia podem variar de paciente para paciente, sendo uma combinação em diferentes graus dos sintomas:

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Delírios: o indivíduo crê em idéias falsas, irracionais ou sem lógica. Em geral são temas de perseguição, grandeza ou místicos

Alucinações: O paciente percebe estímulos que em realidade não existem, como ouvir vozes ou pensamentos, enxergar pessoas ou vultos, podendo ser bastante assustador para o paciente.

Discurso e pensamento desorganizado: O paciente esquizofrênico fala de maneira ilógica e desconexa, demonstrando uma incapacidade de organizar o pensamento em uma seqüência lógica.

Expressão das emoções: O paciente esquizofrênico tem um "afeto inadequado ou embotado", ou seja, uma dificuldade de demonstrar a emoção que está sentindo. Não consegue demonstrar se está alegre ou triste, por exemplo, tendo dificuldade de modular o afeto de acordo com o contexto, mostrando-se indiferente a diversas situações do cotidiano.

Alterações de comportamento: Os pacientes podem ser impulsivos, agitados ou retraídos, muitas vezes apresentando risco de suicídio ou agressão, além de exposição moral como,por exemplo, falar sozinho em voz alta ou andar sem roupa em público.

Diagnóstico

O médico realiza uma entrevista com o paciente e sua família visando obter uma história de sua vida e de seus sintomas o mais detalhada possível.

Não existem marcadores biológicos próprios dessa doença nem exames complementares específicos, embora existam evidências de alterações da anatomia cerebral demonstrável em exames de neuro-imagem e de metabolismo cerebral sofisticados como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética, entre outros.

Além de fazer o diagnóstico, o médico deve tentar identificar qual é o subtipo clínico que o paciente apresenta. Essa diferenciação se baseia nos sintomas que predominam em cada pessoa e na evolução da doença que é variada conforme o subtipo específico.

Os principais subtipos são:

Paranóide: predomínio de delírios e alucinações.

Desorganizada ou hebefrênica: predomínio de alterações da afetividade e desorganização do pensamento.

Catatônico: alterações da motricidade.

Simples: diminuição da vontade e afetividade, empobrecimento do pensamento,isolamento social.

Residual: estágio crônico da doença com muita deterioração e pouca sintomatologia produtiva.

Tratamento

As medicações antipsicóticas ou neurolépticos atuam diminuindo os sintomas (alucinações e delírios), procurando restabelecer o contato do paciente com a realidade; entretanto, não restabelecem completamente o paciente.

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Em crises especialmente graves, ou em que não houve resposta às medicações, pode-se fazer uso da eletroconvulsoterapia (ECT). Esse método é bastante seguro e eficaz para melhora dos sintomas, sendo realizado com anestesia.

As abordagens psico-sociais, como acompanhamento psicoterápico, terapia ocupacional e familiar são também muito importantes para diminuir as recaídas e promover o ajustamento social dos portadores da doença.

Transtorno Esquizofreniforme

Os pacientes com Transtorno Esquizofreniforme apresentam um quadro clínico muito parecido com a Esquizofrenia.

A diferença deve-se ao tempo limitado em que os sintomas persistem. Ou seja, os sintomas devem estar presentes por mais de um mês, porém os pacientes não devem ultrapassar seis meses com o quadro.

A remissão (melhora) deve ocorrer durante esse período, sendo que quanto mais curto for o episódio, melhor é o prognóstico.

Prejuízo social ou ocupacional em função de seus sintomas podem estar presentes ou não.

Pacientes que persistirem com os sintomas psicóticos por um período superior a seis meses podem receber o diagnóstico de Esquizofrenia.

O tratamento é similar ao da Esquizofrenia, geralmente necessitando de hospitalização para a realização de diagnóstico e tratamento mais adequados.

Transtorno Esquizoafetivo

Essa doença tem características tanto da Esquizofrenia quanto dos Transtornos de Humor.

Em outras palavras, os pacientes que apresentam essa doença têm sintomas de esquizofrenia, "misturados" com sintomas de doença afetiva bipolar (antigamente conhecida como psicose maníaco-depressiva) ou de depressão. Esses sintomas podem apresentar-se juntos ou de maneira alternada.

Ocorre também na adolescência ou início da idade adulta e costuma ter uma evolução mais benigna que a Esquizofrenia e pior que o Transtorno de Humor.

O tratamento consiste em internação hospitalar, medicação e intervenções psico-sociais. As principais medicações escolhidas para o tratamento do Transtorno Esquizoafetivo são as mesmas utilizadas no tratamento da Depressão e da Doença Bipolar, assim como antipsicóticos.

Transtorno Delirante

Delírio é um tipo de pensamento no qual o indivíduo tem uma crença inabalável em idéias falsas, irracionais ou sem lógica. Principal sintoma apresentado pelos pacientes com Transtorno Delirante.

Para que o paciente receba esse diagnóstico, os delírios devem estar presentes por um período maior que um mês.

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Diferem da Esquizofrenia por esses pacientes não serem tão gravemente comprometidos em seu comportamento e linguagem. Os pacientes podem apresentar alucinações, mais comumente relacionadas ao tato e ao olfato (cheiros).

O Transtorno Delirante antigamente recebia o nome de Paranóia. Porém, hoje sabe-se que esses pacientes podem apresentar outros tipos de conteúdo delirante, dividindo o diagnóstico em diferentes subtipos:

Tipo errotomaníaco: Delírio cujo tema central é que uma pessoa está apaixonada pelo paciente.Esse delírio geralmente refere-se mais a um amor romântico idealizado ou uma união espiritual do que propriamente uma atração sexual.

Tipo grandioso: Delírios de possuir um grande talento, conhecimento ou ter feito uma importante descoberta ainda que isso não seja reconhecido pelas demais pessoas. Pode tomar a forma também da convicção de ser amigo de um presidente ou ser portador de uma mensagem divina.

Tipo ciumento: Delírios de que está sendo traído pelo cônjuge.

Tipo persecutório: Delírios de que está sendo alvo de algum prejuízo.

Tipo somático: Delírios de que possui alguma doença ou deficiência física.

Tipo misto: Delírios acima citados misturados.

Tipo inespecífico: Delírios diferentes dos descritos acima.

De maneira geral o tratamento é realizado em consultório.

Internação hospitalar pode ser necessária em situações em que há presença de riscos (agressão, suicídio, exposição moral).

O tratamento é feito com medicação antipsicótica e psicoterapia.

Transtorno Psicótico Breve

Apresenta um quadro clínico muito parecido com a Esquizofrenia ou com o Transtorno Esquizofreniforme, como:

Delírios, Alucinações, Linguagem ou comportamento desorganizado Transtorno delirante.

Entretanto esses sintomas deverão estar presentes por um curto espaço de tempo e persistir no mínimo por um dia, e no máximo por 1 mês, melhorando completamente dentro desse período.

Geralmente encontramos situações estressantes que precipitam o quadro.

O tratamento deve ser com medicações antipsicóticas, eventualmente necessitando internação hospitalar. A evolução desses quadros costuma ser benigna com total remissão dos sintomas.

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Transtorno Psicótico Compartilhado

Trata-se de uma situação rara na qual uma pessoa começa a apresentar sintomas psicóticos (delírios), a partir da convivência próxima com um doente psicótico.

Geralmente ocorre dentro de uma mesma família, entre cônjuges, pais e filhos ou entre irmãos.

O tratamento consiste em separar as duas pessoas.

Se houver persistência dos sintomas, pode ser necessário usar medicação antipsicótica.

Psicoterapia e terapia familiar também ajudam no tratamento e prevenção.

Psicose Puerperal

A psicose puerperal (puerpério é a fase que vai até 45 dias após o parto) não é uma psicose à parte: é uma psicose desencadeada pelo parto, assemelhando-se clinicamente às psicoses de curta duração.

As psicoses iniciadas após essa fase recebem o diagnóstico de acordo com suas características específicas, não sendo mais classificadas como puerperal.

Generalidades

O pós-parto é uma fase crítica para a mulher por causa das violentas mudanças nas taxas hormonais, além de todo o estresse que o parto implica.

Verifica-se um aumento geral na incidência de distúrbios mentais nessa fase, principalmente para quem já sofreu algum problema psiquiátrico antes.

A psicose puerperal ocorre na freqüência de um ou dois partos para cada1000. Ocorrem mais nas primíparas e mães solteiras. Não há relação dessa psicose com a idade da mãe nem com sua cor.

Pacientes com transtornos bipolar, ou pacientes que tiveram psicose no parto anterior devem tomar medidas preventivas.

A principal temática dos delírios da psicose puerperal está ligado ao bebê.

Os temas mais comuns dos delírios são achar que o bebê não nasceu, foi trocado, está morto ou defeituoso. Tentativas de homicídio contra o bebê podem acontecer.

A recuperação da psicose está diretamente ligada a história prévia da paciente.

Sendo ela bipolar a recuperação do transtorno se dará de forma natural ou abreviada pelo tratamento. Sendo esquizofrênica, o curso crônico prosseguirá com a possibilidade de certa acentuação durante o puerpério.

Alcoolismo

Alcoolismo é a dependência do indivíduo ao álcool, considerada doença pela Organização Mundial da Saúde.

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O uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas pode comprometer seriamente o bom funcionamento do organismo, levando a conseqüências irreversíveis.

A pessoa dependente do álcool, além de prejudicar a sua própria vida, acaba afetando a sua família, amigos e colegas

O álcool no organismo :

O álcool encontrado nas bebidas é o etanol, uma substância resultante da fermentação de elementos naturais.

Quando ingerido, o etanol é digerido no estômago e absorvido no intestino. Pela corrente sangüínea suas moléculas são levadas ao cérebro.

O álcool é a droga preferida dos brasileiros (68,7% do total), seguido pelo tabaco, maconha, cola, estimulantes, ansiolíticos, cocaína, xaropes e estimulantes, nesta ordem.

No País, 90% das internações em hospitais psiquiátricos por dependência de drogas, acontecem devido ao álcool.

Motoristas alcoolizados são responsáveis por 65% dos acidentes fatais em São Paulo.

O álcool afeta as diferentes regiões do cérebro de maneiras distintas.

Córtex cerebral: nessa região, onde se dá o processamento de pensamentos e a consciência, o álcool afeta os centros de inibição de comportamento, tornando a pessoa menos inibida, e atrasando o processamento de informações dos olhos, ouvidos, boca e outros sentidos, além das funções cognitivas - tornando difícil pensar claramente.

Cerebelo: o álcool afeta o centro dos movimentos e do equilíbrio, resultando no desequilíbrio que associamos ao "caindo de bêbado".

Hipotálamo e hipófise: coordenam as funções automáticas do cérebro e a liberação de hormônios. O álcool deprime os centros nervosos do hipotálamo, que controla os estímulos e a performance sexual. Embora o desejo sexual possa aumentar, a performance sexual piora.

Medula: essa área do cérebro é responsável por funções automáticas como respiração, consciência e temperatura corporal. Agindo na medula, o álcool induz a insônia. Pode também diminuir a freqüência respiratória e baixar a temperatura do corpo, levando a risco de morte.

A curto prazo, o álcool pode causar brancos ou lapsos de memória.

A longo prazo, os problemas podem ser ainda mais sérios.

O álcool e o cérebro: a longo prazo Beber muito freqüentemente pode causar danos permanentes, como redução no tamanho do cérebro e deficiência nas fibras que transportam informações entre as células cerebrais.

Os sintomas de abstinência incluem desorientação, alucinações, delírios, náuseas, suores e convulsões.

O álcool e o resto do corpo Beber grandes quantidades de álcool pode danificar seriamente sua saúde: seu fígado, rins, coração, cérebro e sistema nervoso central.

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Fígado: o fígado é particularmente vulnerável aos efeitos do álcool. Beber durante um longo período de tempo pode levar à hepatite alcoólica ou inflamação no fígado. Com essa doença, o tecido saudável do fígado dá lugar a um tecido cicatricial e o fígado vai parando de funcionar progressivamente.

Coração: o álcool reduz a pressão arterial em baixas doses; entretanto, beber prolongadamente aumenta os riscos de doenças cardíacas, pressão alta e convulsões e infarto.

Estômago: o álcool irrita as mucosas do estômago e intestinos, causando vômitos,náuseas e úlceras.

Pâncreas: o pâncreas libera os hormônios insulina e glucagon, que regulam a forma como a comida é transformada e utilizada como energia pelo corpo. Beber durante muito tempo pode levar à inflamação no pâncreas (pancreatite).

Câncer: pesquisas indicam que beber durante muito tempo aumenta os riscos de câncer na boca, garganta, laringe e esôfago.

Os efeitos do álcool são ainda mais marcantes em pessoas com mais de 65 anos,porque seus corpos não metabolizam o álcool tão bem.

As mulheres também têm mais dificuldade de metabolizar o álcool do que os homens, porque são geralmente menores e mais leves. O álcool pode ainda ser mortal quando combinado com certas medicações como analgésicos, tranqüilizantes e anti-histamínicos

Síndrome alcoólica fetal

A exposição ao álcool no útero pode levar à síndrome alcoólica fetal, que pode gerar retardamento mental. Nos fetos em desenvolvimento, as células embrionárias que irão formar o cérebro estão se multiplicando e formando conexões.

A exposição ao álcool no útero pode danificar essas células, prejudicando o desenvolvimento de diversas estruturas no cérebro, incluindo os núcleos da base, responsáveis pela memória espacial e outras funções cognitivas; o cerebelo, envolvido no equilíbrio e coordenação e a massa de fibras nervosas que conecta e capacita a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro.

A exposição intra-uterina ao álcool pode fazer com que, posteriormente, os bebês tenham problemas de aprendizado, de memória e falta de atenção. Muitos também nascem com a cabeça menor que o normal e anormalidades faciais.

Tratamento para o alcoolismo

Desintoxicação - isso implica abstinência de álcool para eliminá-lo completamente do organismo. Leva cerca de quatro a sete dias. Pessoas que passam pela desintoxicação normalmente tomam medicações para prevenir delírios e outros sintomas da abstinência;

Medicamentos - alguns remédios são administrados para prevenir recaídas. Alguns reduzem o desejo de beber, bloqueando as regiões do cérebro que sentem prazer quando o álcool é consumido; outros causam uma reação física grave ao álcool, que inclui náusea, vômitos e dores de cabeça. Em 2004, a U.S Food and Drug Administration (FDA)aprovou um outro tipo de remédio, que suspende o desejo de beber atuando nos neurotransmissores do cérebro que são afetados pelo álcool.

Aconselhamento: sessões de aconselhamento e terapia individual ou em grupo podem auxiliar na recuperação do alcoólatra, identificando situações nas quais as pessoas podem ser tentadas a beber e

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encontrando meios de contornar esse desejo. Um dos mais reconhecidos programas de recuperação alcoólica é o Alcoólicos Anônimos (AA). Nesse programa de 12 passos, os alcoólatras em recuperação encontram-se regularmente para auxiliar uns aos outros durante o processo de recuperação.

ANOREXIA NERVOSA

Anorexia nervosa é um transtorno alimentar no qual a busca implacável por magreza leva a pessoa a recorrer a estratégias para perda de peso, ocasionando importante emagrecimento. As pessoas anoréxicas apresentam um medo intenso de engordar mesmo estando extremamente magras. Em 90% dos casos, acomete mulheres adolescentes e adultas jovens, na faixa de 12 a 20 anos. É uma doença com riscos clínicos, podendo levar à morte por desnutrição.

Sinais e sintomas:

Perda de peso em um curto espaço de tempo. Alimentação e preocupação com peso corporal tornam-se obsessões. Crença de que se está gordo, mesmo estando excessivamente magro. Parada do ciclo menstrual (amenorréia). Interesse exagerado por alimentos. Comer em segredo e mentir a respeito de comida. Depressão, ansiedade e irritabilidade. Exercícios físicos em excesso. Progressivo isolamento da família e amigos.Complicações: Desnutrição e desidratação. Hipotensão (diminuição da pressão arterial). Anemia. Redução da massa muscular. Intolerância ao frio. Motilidade gástrica diminuída. Osteoporose (rarefação e fraqueza óssea). Infertilidade em casos crônicos.

Não existe uma causa única para explicar o desenvolvimento da anorexia nervosa.

Essa síndrome é considerada multideterminada por uma mescla de fatores biológicos,psicológicos, familiares e culturais. Alguns estudos chamam atenção que a extrema valorização da magreza e o preconceito com a gordura nas sociedades ocidentais estaria fortemente associada à ocorrência desses quadros:

A preocupação com o peso e a forma corporal leva o adolescente a iniciar uma dieta progressivamente mais seletiva, evitando ao máximo alimento de alto teor calórico.

Aparecem outras estratégias para perda de peso como, por exemplo: exercícios físicos excessivos ,vômitos, jejum absoluto.

A pessoa segue se sentindo gorda, apesar de estar extremamente magra, acabando por se tornar escrava das calorias e de rituais em relação à comida.

Isola-se da família e dos amigos, ficando cada vez mais triste, irritada e ansiosa. Dificilmente, a pessoa admite ter problemas e não aceita ajuda de forma alguma.

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A família às vezes demora para perceber que algo está errado. Assim, as pessoas com anorexia nervosa podem não receber tratamento médico, até que tenham se tornado perigosamente magras e desnutridas.

O tratamento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar formada pór:

Psiquiatra, psicólogo, Pediatra, Clínico Nutricionista,

Quando for diagnosticada a anorexia nervosa, o médico deve avaliar se o paciente está em risco iminente de vida, requerendo, portanto, hospitalização.

O objetivo primordial do tratamento é a recuperação do peso corporal através de uma reeducação alimentar com apoio psicológico.

Em geral, é necessário alguma forma de psicoterapia para ajudar o paciente a lidar com sua doença e com as questões emocionais.

Psicoterapia individual, terapia ou orientação familiar, terapia cognitivo-comportamental (uma psicoterapia que ensina os pacientes a modificarem pensamentos e comportamentos anormais) são, em geral, muito produtivas.

Para o quadro de anorexia nervosa não há medicação específica indicada. O uso de antidepressivos pode ser eficaz se houver persistência de sintomas de depressão após a recuperação do peso corporal.

O tratamento da anorexia nervosa costuma ser demorado e difícil.

O paciente deve permanecer em acompanhamento após melhora dos sintomas para prevenir recaídas.

BULIMIA NERVOSA

Na bulimia nervosa, as pessoas ingerem grandes quantidades de alimentos (episódios de comer compulsivo ou episódios bulímicos) e, depois, utilizam métodos compensatórios, tais como vômitos auto-induzidos, uso de laxantes e/ou diuréticos e prática de exercícios extenuantes como forma de evitar o ganho de peso pelo medo exagerado de engordar.

Diferentemente da anorexia nervosa, na bulimia não há perda de peso, e assim médicos e familiares têm dificuldade de detectar o problema.

A doença ocorre mais freqüentemente em mulheres jovens, embora possa ocorrer mais raramente em homens e mulheres com mais idade.

Sinais e sintomas:

Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos. Vômitos auto-induzidos, uso de laxantes e diuréticos para evitar ganho de peso. Alimentação excessiva, sem aumento proporcional do peso corporal. Depressão.

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Obsessão por exercícios físicos. Comer em segredo ou escondido dos outros.

Complicações

Inflamação na garganta (inflamação do tecido que reveste o esôfago pelos efeitos dovômito). Face inchada e dolorida (inflamação nas glândulas salivares). Cáries dentárias. Desidratação. Desequilíbrio eletrolítico. Vômitos com sangue. Dores musculares e câimbras.

Causas:

Assim como na anorexia, a bulimia nervosa é uma síndrome multideterminada por uma mescla de fatores biológicos, psicológicos, familiares e culturais.

A ênfase cultural na aparência física pode ter um papel importante. Problemas familiares, baixa auto-estima e conflitos de identidade também são fatores

envolvidos no desencadeamento desses quadros. Muitas vezes, leva tempo para se perceber que alguém tem bulimia nervosa. A característica principal é o episódio de comer compulsivo, acompanhado por uma sensação

de falta de controle sobre o ato e, às vezes, feito secretamente. Os comportamentos direcionados a controle de peso incluem jejum, vômitos auto-induzidos,

uso de laxantes, enemas, diuréticos, e exercícios físicos extenuantes.

O diagnóstico de bulimia nervosa requer episódios com uma freqüência mínima de duas vezes por semana, por pelo menos três meses.

A bulimia nervosa acomete adolescentes um pouco mais velhas, em torno dos 17anos. Pessoas com bulimia têm vergonha de seus sintomas, portanto, evitam comer em público e evitam lugares como praias e piscinas onde precisam mostrar o corpo.

À medida que a doença vai se desenvolvendo, essas pessoas só se interessam por assuntos relacionados à comida, peso e forma corporal.

A abordagem multidisciplinar é a mais adequada no tratamento da bulimia nervosa e inclui psicoterapia individual ou em grupo, farmacoterapia e abordagem nutricional em nível ambulatorial.

As técnicas cognitivo-comportamentais têm se mostrado eficazes.As medicações antidepressivas também têm se mostrado eficazes no controle dos episódios bulímicos.

A abordagem nutricional visa estabelecer um hábito alimentar mais saudável,eliminando o ciclo "compulsão alimentar/purgação/jejum".

A orientação e/ou terapia familiar faz-se necessária uma vez que a família desempenha um papel muito importante na recuperação do paciente.

Transtorno do Pânico

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Origem da palavra "Pânico"É proveniente do grego "panikon" que tem como significado susto ou pavor repetitivo.

Na mitologia grega o Deus Pã, que possuía chifres e pés de bode, provocava com seu aparecimento, horror nos pastores e camponeses. Desta forma a palavra tem em nossa língua o significado de medo ou pavor violento e repetitivo.

Sinonímia Desordem, Doença, Síndrome, Distúrbio do Pânico.

Introdução

O Transtorno do Pânico ( TP ) é uma entidade clínica recente e era antigamente chamada de neurastenia cardiocirculatória ou doença do coração do soldado ("coração irritável"denominação dada por Da Costa em 1860 durante a guerra civil americana), embora a primeira descrição sintomatológica tenha sido feita por Freud, que a classificou como neurose ansiosa.

O TP é causa freqüente de procura a psiquiatras e psicoterapeutas sendo considerada uma doença da "modernidade" ligada ao stress cotidiano. É uma patologia real (alguns a rotulam como frescura) e incapacitante devido a seus sintomas extremamente desagradáveis. Só quem padece de TP é que sabe valorizar a intensidade de sua sintomatologia.

A grande maioria dos pacientes, devido a predominância dos sintomas ligados ao aparelho cardiovascular, são atendidos em pronto-socorros cardiológicos por clínicos e/ou cardiologistas e medicados com fármacos que não são capazes de bloquear as "crises ou ataques de pânico". A medida as crises se sucedem, sem que os pacientes observem melhora, os leva a insegurança e ao desespero. São realizados inúmeros exames sem se chegar a uma conclusão diagnóstica sendo os sintomas atribuídos a situações genéricas como estafa, nervosismo, fraqueza ou com frases do tipo: "o Sr.(a) não tem nada".

Etiologia (causa)

São consideradas possíveis 3 hipóteses básicas

Hiperatividade ou disfunção de sistemas ligados aos neurotransmissores (substâncias responsáveis pela transmissão do estímulo nervoso entre as células) cerebrais relacionados com vários elementos dos sistemas de alerta, reação e defesa do Sistema Nervoso Central(SNC).

Alteração ainda não bem determinada na sensibilidade do SNC a mudanças bruscas de pH e concentrações de CO2 intracerebral e/ou hipersensibilidade de receptores pós-sinápticos (zona distal de contato entre duas células nervosas) de 5 hidroxitriptamina envolvidos no sistema cerebral aversivo.

Fatores genéticos

Epidemiologia

Pesquisas realizadas nos EUA demonstram que para cada 1000 indivíduos cerca de 1a 3 são afetados pelo TP.

No Brasil, infelizmente, as estatísticas são inconclusivas.

Ocorre sobretudo em adultos jovens na faixa etária entre 20 e 45 anos de ambos os sexos, com predileção pelo feminino na proporção de 3:1. Nesta faixa etária os pacientes estão na plenitude de seu

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potencial de trabalho e ao apresentarem a doença são geradas conseqüências desastrosas voltadas tanto para o desenvolvimento profissional quanto social.

Critérios para o Ataque de Pânico:

Um curto período de intenso medo ou desconforto em que 4 ou mais dos seguintes sintomas aparecem abruptamente e alcançam o pico em cerca de 10 minutos.

Sudorese Palpitações e taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos) Tremores ou abalos Sensação de falta de ar ou de sufocamento Sensação de asfixia Náusea ou desconforto abdominal Sensação de instabilidade, vertigem, tontura ou desmaio Sensação de irrealidade (desrealização) ou despersonalização (estar distante de si mesmo) Medo de morrer Medo de perder o controle da situação ou enlouquecer Parestesias (sensação de anestesia ou formigamento) Calafrios ou ondas de calor

Pelo menos um dos ataques ter sido seguido por 1 mês ou mais de uma ou mais das seguintes condições:

Medo persistente de ter novo ataque Preocupação acerca das implicações do ataque ou suas conseqüências (isto é, perda de

controle, ter um ataque cardíaco, ficar maluco) Uma significativa alteração do comportamento relacionada aos ataques

Agarofobia

A agorafobia é o comportamento de evitar lugares ou situações onde o escape seria difícil ou embaraçoso caso se tenha uma crise de pânico ou algum mal estar

.Características

A relação entre a agora fobia e o pânico é muito próxima.

Existe transtorno do pânico sem agora fobia, mas a agora fobia sem pânico é rara, havendo até mesmo quem afirme que não existe agora fobia isoladamente.

De 1/3 a 1/2 dos pacientes com pânico apresentam agorafobia.

As crises de pânico são bastante desagradáveis, mas não afetam o ritmo de vida como a agorafobia faz: torna os pacientes dependentes de outras pessoas para sair de casa e fazer as coisas mais elementares como comprar um pão na padaria.

Toda essa dificuldade sempre é superada pela companhia de alguém: às vezes basta uma criança como companhia para o agorafóbico sentir-se tranqüilo.

Por causa da necessidade de companhia, a agorafobia interfere na dinâmica da família.

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Há pacientes que não toleram ficar sozinhos em casa, precisando ou exigindo a presença de alguém. Este tipo de problema provoca irritação nos parentes que quando não conhecem o problema passam a hostilizar ou ridicularizar o paciente que sofre com sua ansiedade e com a incompreensão.

Quando o tratamento não é feito ou não é conhecido, o paciente realmente depende da presença de outras pessoas, e surge com isso um sentimento de culpa por estar interferindo na vida dos outros e ao mesmo tempo uma inconformidade com essa situação incontrolável é incompreensível para o próprio paciente. A impossibilidade de solucionar o problema leva o paciente a pensar em suicídio e a desenvolver um quadro depressivo.

Diagnóstico

Para a realização do diagnóstico basta à existência do comportamento marcante de evitar determinados locais (que são sempre os mesmos) por medo de passar mal, ter um ataque de pânico ou de ter os sintomas parecidos a um ataque de pânico, sem que nada de errado tenha acontecido nesse local com esse paciente.

Agorafobia: trata-se mais provavelmente de estresse pós-traumático. Um ataque de pânico não pode ser considerado um trauma ainda que os ataques sejam fortes.

Tratamento

A agorafobia é um transtorno resistente às medicações: ou ela remite espontaneamente ao longo do tempo, paralelamente ao tratamento dos transtornos relacionados com o pânico como a depressão, ou ela permanece. A terapia cognitiva comportamental é a única técnica eficaz conhecida para tratar a agorafobia.

Clicotimia

A ciclotimia é o diagnostico referente ao grupo de pacientes que apresentam variações do humor caracterizadas por numerosos períodos de hipomania com menos de 4 dias de duração alternados com períodos de leve depressão.

Hipomamia

A hipomania é um estado difuso de bem estar e sensação de energia mais elevada que a média, Nessa fase um paciente não procura um médico pois sente-se muito bem e feliz

Muitos hipotímicos são empresários bem sucedidos, pois sua energia é até benéfica para o trabalho, as idéias correm-lhe mais rapidamente, mas não tão rápido a ponto de perder o controle, o que lhes proporciona benefícios para os trabalhos que requeiram rapidez de ação e raciocínio.

O humor está elevado, mas não fora de controle. O entusiasmo é vantajoso pois não deixa de ser realista e não se abala com as derrotas.

Perante uma situação dessa como podemos considerar isso uma patologia?

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viver em estado de hipomania seria muito melhor do que viver no estado "normal". O problema é que em determinados momentos pode haver alguns descontroles ou inadequações.

Contudo, enquanto uma pessoa está bem adaptada mesmo que em hipomania não há motivos razoáveis para tirá-la desse estado caso nunca tenha tido problemas antes.

Cleptomania

A Cleptomania caracteriza-se pela recorrência de impulsos para roubar objetos que são dêsnecessários para o uso pessoal ou sem valor monetário.

Esses impulsos são mais fortes do que a capacidade de controle da pessoa, quando a idéia de roubar não é acompanhada do ato de roubar não se pode fazer o diagnóstico.

Devemos estar alerta para ladrões querendo passar-se por cleptomaníacos.

Dinheiro, jóias e outros objetos de valor dificilmente são levados por cleptomaníacos, ainda menos se os impulsos são em sua maioria para objetos de valor, se alguma vez a pessoa leva um objeto valioso, sendo na maioria coisas inúteis, pode-se admitir o diagnóstico, caso contrário, não.

Acompanhando o forte impulso e a realização do roubo, vem um enorme prazer em ter furtado o objeto cobiçado. Numa ação de roubo, o ladrão não experimenta nenhum prazer, mas tensão apenas e posteriormente satisfação, não faz isso por prazer

Aparentemente o cleptomaníaco é completamente normal não há um traço identificável fora do descontrole em si mesmo, ou seja, não é possível identificar o cleptomaníaco antes dele adquirir objetos.

Após o roubo o paciente reconhece o erro de seu gesto, não consegue entender porque fez nem porque não conseguiu evitar, fica envergonhado e esconde isso de todos.

Essas características se assemelham muito ao transtorno obsessivo compulsivo, por isso está sendo estudada como uma possível variante desse transtorno, assim como quanto à bulimia também, por se tratar de um impulso (por definição incontrolável) que leva o paciente a sentir-se culpado e envergonhado depois de ter comido demais.

A cleptomania geralmente começa no fim da adolescência e continua por vários anos,é considerada atualmente uma doença crônica e seu curso ao longo da vida é desconhecido, ou seja, não se sabe se ocorre remissão espontânea. Geralmente a cleptomania é identificada nas mulheres em torno dos 35 anos e nos homens em torno dos 50.

Encontra-se mais casos de cleptomania em mulheres do que em homens, mas sabe-se também que as mulheres procuram mais os médicos do que os homens.

Estima-se a incidência em aproximadamente 6 casos em 1000. É provável que esse número esteja subestimado porque apesar de ser um problema médico envolve também uma quebra da lei, reforçando o desejo do paciente em se esconder, fazendo-nos pensar que é um transtorno raro.

Tratamento

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Não há tratamento eficaz até o momento aceito, tentativas estão sendo feitas com terapia orientada ao insight nos EUA, terapia cognitivo comportamental e medicações, apenas com resultados parciais, algumas pessoas melhoram outras não. Também não se tem certeza se a melhora observada foi devido à atenção dada ou se foi pelo tratamento especificamente.

Transtorno do estresse pós-traumático

O transtorno de estresse pós-traumático pode ser entendido como a perturbação psíquica decorrente e relacionada a um evento fortemente ameaçador ao próprio paciente ou sendo este apenas testemunha da tragédia. O transtorno consiste num tipo de recordação que é melhor definido como revivescência pois é muito mais forte que uma simples recordação.

Na revivescência além de recordar as imagens o paciente sente como se estivesse vivendo novamente a tragédia com todo o sofrimento que ela causou originalmente. O transtorno então é a recorrência do sofrimento original de um trauma, que além do próprio sofrimento é desencadeante também de alterações neurofisiológicas e mentais.

Diagnóstico

O primeiro aspecto a ser definido é a existência de um evento traumatizante.

Aquele suficientemente marcante, não há dúvidas quanto a ser ameaçador à vida ou à integridade individual, como os seqüestros, assaltos violentos, estupros.

Há, contudo certos eventos que podem não ser considerados graves como um acidente de carro sem vítimas.

Os sintomas têm que estar diretamente relacionados ao evento estressante, as imagens, as recordações e as revivescência têm que ser a respeito do ocorrido e não sobre outros fatos quaisquer ainda que ameaçadores.

Para o diagnóstico é essencial que a pessoa tenha experimentado ou testemunhado um evento traumatizante ou gravemente ameaçador. Quando esse evento ocorre é necessário também que a pessoa tenha apresentado uma resposta marcante de medo, desesperança ou horror imediatamente após o evento traumático. .

A pessoa pode afastar-se do convívio social e outras atividades mesmo que não relacionadas ao evento. Pode passar a sentir-se diferente das outras pessoas.

Pode passar a ter dificuldade de sentir determinadas emoções, como se houvesse um embotamento geral dos afetos.

Pode passar a encarar as coisas com uma perspectiva de futuro mais restrita, passando a viver como se fosse morrer dentro de poucos anos, sem que exista nenhum motivo para isso.

Outros sintomas podem ser também insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, respostas exageradas a estímulos normais ou banais.

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Para se fazer o diagnóstico é preciso que esses sintomas estejam presentes por no mínimo um mês. Caso o tempo seja inferior a isso não significa que a pessoa não teve nada, só não se pode dar esse diagnóstico.

Certos sintomas não compõem o diagnóstico, mas podem ser encontrados nos paciente com estresse pós-traumático como dor de cabeça, problemas gastrintestinais,problemas imunológicos, tonteiras, dores no peito, desconfortos.

Grupo de Risco e Curso

Qualquer pessoa pode desenvolver estresse pós-traumático, desde uma criança até um ancião. Os sintomas não surgem necessariamente logo após o evento, podem levar meses.

O intervalo mais comum entre evento traumatizante e o início dos sintomas são três meses. Muitas pessoas se recuperam dos sintomas em seis meses aproximadamente, outras podem ficar com os sintomas durante anos.

Tratamento

Os tratamentos preconizados ainda não são plenamente satisfatórios ou estão em início de investigação. Uma medicação promissora talvez mais eficaz que a sertralina é o topiramato.

Piromania

A piromania é definida como o comportamento repetitivo de atear fogo de forma proposital e intencional.

É um transtorno pouco conhecido e até mesmo á quem questione se de fato é um transtorno mental. Para se realizar esse diagnóstico é necessário que outros como esquizofrenia, mania bipolar, personalidade anti-social devem estar excluídos.

números de atos incendiários não é importante, basta um para se fazer o diagnóstico, desde que preencha os critérios citados no parágrafo abaixo

O indivíduo com piromania experimenta uma forte excitação nos momentos que antecedem o ato de incendiar um objeto, demonstra uma fascinação pelo fogo, curiosidade e atração pelas circunstâncias relacionadas ao fogo.

O curso dessa patologia é crônico-episódico, ou seja, o ato de incendiar não tem uma freqüência determinada. As pessoas com piromania geralmente são encontradas primeiro pelos bombeiros e autoridades oficiais, pois dificilmente procuram atendimento médico.

Tratamento

Não se conhece medicações eficazes para o tratamento de piromania, mesmo asterapias tradicionais como a psicanálise, a terapia cognitivo comportamental não apresentaram resultados satisfatórios.

Transtornos Somatoformes

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A essência desses transtornos é o sintoma físico sem base médica.

Apesar de repetidos achados negativos pelos médicos de que elas não têm fundamento clínico.

Pode acontecer também da pessoa ter uma doença física fundamentada, mas com queixas exageradas que não justificam o problema que têm. Esses casos com certeza são mais complicados e confundem os médicos.

Observa-se também uma forte recusa por parte do paciente de admitir que seu problema seja psicológico,mesmo quando há um evento estressante na sua vida.

Estes pacientes tendem a trocar de médico constantemente, possuem intermináveis listas de exames e medicações; suas histórias são tão longas quanto complicadas. Transtornos de personalidade podem estar associados.

Transtorno de Somatização

Esse transtorno caracteriza-se por múltiplas, recorrentes, freqüentes, mutáveis e prolongadas queixas de sintomas físicos sem uma base médica constatável.

A principal diferença entre esse transtorno e a hipocondria é a atitude do paciente.

Antes dos pacientes com somatizações procurarem um psiquiatra eles passam anos mudando de clínicos, procurando diversos médicos e fazendo vários exames.

Qualquer área do corpo pode estar afetada, mas as queixas mais comuns estão centralizadas no tubo digestivo com dores,eructações, regurgitações, vômitos e náuseas; queixas dermatológicas e sexuais. Como o paciente recusa-se a aceitar que nenhuma disfunção foi descoberta pelos exames e consultas,acaba tendo desavenças com as pessoas próximas.

Esse distúrbio começa geralmente antes dos30 anos de idade e é muito mais comum em mulheres. Freqüentemente outros distúrbios psiquiátricos estão associados como depressão e ansiedade.

O começo de qualquer queixa não pode ser ignorado porque essas pessoas, como quaisquer outras, podem vir a ter problemas físicos potencialmente graves.

Hipocondria

É a crença persistente na presença de pelo menos uma doença física grave, progressiva, com sintomas determinados, ainda que os exames laboratoriais e consultas com vários médicos assegurem que nada exista.

Muitas pessoas quando passam por uma doença grave e se restabelecem ficam sensibilizadas com o que aconteceu, preocupando-se demais

Os hipocondríacos normalmente sentem-se injustiçados e incompreendidos pelos médicos e parentes que não acreditam em suas queixas: eles levam seus argumentos a sério e irritam-se com o descaso.

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Por outro lado resistem em ir ao psiquiatra sentindo-se até ofendidos com tal sugestão, quando não há suficiente diálogo com o clínico. .

Não se conhece medicação específica para hipocondria, mas acredita-se que psicoterapia pode ajudar quando iniciada com até três anos da sintomatologia instalada. .

É necessário que um psiquiatra converse com o paciente hipocondríaco para investigara possível concomitância com outros transtornos de ansiedade como o pânico ou a depressão que podem levar a hipocondria. Há também casos de psicoses com alucinações ou delírios corporais.

Transtorno Doloroso Persistente

A queixa predominante é de dor persistente, grave e angustiante, a qual não pode ser plenamente explicada por nenhum processo fisiológico ou por um transtorno físico.

Geralmente existe um fator psicológico associado.

Depois de descartada a possibilidade de uma causa física,a investigação das circunstâncias de vida da pessoa pode revelar ganhos que o paciente obtém com a queixa persistente de dor.

Ao se fazer este diagnóstico os familiares não devem tomar uma postura de indiferença ou desprezo pelo paciente: isso só faz piorar as coisas. Também não se deve submeter aos exageros do paciente, nem às tentativas de manipulação por sua dor.

O transtorno doloroso não é uma invenção, existe, não como uma origem inflamatória, mas por algum mecanismo ainda pouco conhecido que opera na mente destas pessoas.

Deve-se,portanto viver a solidariedade distante, ou seja, estar do lado do paciente sempre, mas sabendo que ele pode usar de suas queixas para obter ganhos e manipular quem está próximo.

Esta atitude não é simples de entender nem de exercer, mas é o melhor que se pode fazer além do suporte psicoterapêutico

Tricotilomania

A tricotilomania é um distúrbio do controle dos impulsos caracterizado pela crônica tendência a puxar ou arrancar os próprios cabelos.

Tem sido caracterizada como um transtorno do espectro do transtorno obsessivo compulsivo. O alvo é direcionado para qualquer tipo de pêlo do corpo e geralmente há mais de um foco, como por exemplo, cabelos e sobrancelhas.

O início pode ocorrer na infância ou adolescência e continuar ao longo da vida. Ansiedade e depressão frequentemente acompanham o quadro.

Esse ritual pode ser realizado enquanto se assiste à TV, dirige um carro, fala ao telefone, enquanto lê ou mesmo durante conversas com pessoas mais íntimas.

Enquanto se realiza esse ritual a tensão se eleva e um desejo incontrolável de arrancar o pêlo se impôe, após o arrancamento há imediatamente uma sensação de alívio da tensão seguida de culpa por tê-lo feito. Muitas pessoas depois de arrancar o cabelo ou os pelôs põem-no na boca e engolem.

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Como o arrancamente é realizado sobre locais específicos logo surge uma região de visível falta de pêlos levando a pessoa a adotar um comportamento para escondê-lo, principalmente quando é na cabeça. Situações que podem expor a calvície como programas em piscinas e praias, por exemplo. Apesar dos prejuízos pessoais o comportamento continua.

O curso é variável, os casos de início cedo ou de leve intensidade podem ser contornados com mudanças no ambiente do paciente, tornando-o mais harmônico.

Acreditava-se ser um transtorno raro, mas sabe-se hoje que aproximadamente 4% da população apresentam tricotilomania. As mulheres são 4 vezes mais acometidas do que os homens.

O início geralmente se dá antes dos 17 anos de idade. Início precoce é considerado antes dos 6 anos de idade, nessa fase a incidência é igual para ambos os sexos, a intervenção psicológica costuma ser bem sucedida quando o início se dá nessa época.

Após os 13 anos é considerado início tardio e nessa fase ocorre mais em meninas sendo de mais difícil controle.

Tratamento

As técnicas comportamentais, a hipnose e os antidepressivos estão entre as condutas que obtêm melhores resultados.

Transtornos do sono

Há quatro formas básicas de transtornos do sono.

Os primários, por não derivarem de nenhuma causa externa, originando-se no próprio indivíduo: são divididas em dissonias (insônia e hipersonia) e as parassonias (sonambulismo,terror noturno, pesadelos)

Os decorrentes de transtornos psiquiátricos como a ansiedade, depressão, psicoses,mania, etc. Os decorrentes de transtornos físicos em geral como qualquer condição física que prejudique o

sono: falta de ar, dores, desconfortos. Os devidos a medicações ou outras substâncias que possam prejudicar o sono.

Generalidades

Pesquisas feitas nos EUA mostraram que aproximadamente 1/3 da população tem algum problema com o sono. Essa prevalência tão alta mostra como a fisiologia do sono é sensível, alterando-se mesmo com preocupações ou tensão do dia-a-dia.

A insônia é a forma mais comum dos transtornos do sono, mas dependendo da pessoa, de suas predisposições naturais, as tensões.

Os transtornos primários do sono costumam ser tratados com medicações, além de uma série de procedimentos de acordo com cada caso. Já nos tipos 2, 3 e 4 deve-se tratar primeiro a causa; não havendo sucesso pode-se recorrer à medicação indutora do sono.

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Insônia

É a condição de quantidade ou qualidade insatisfatória de sono que persiste durante mais de um mês. Há três formas básicas de insônia: a do início, a do meio e a do fim do sono,sendo a primeira a mais comum. As mulheres, pessoas de vida estressante e os idosos são os mais atingidos.

Quando a insônia é experimentada repetidamente, ela pode levar a um aumento do medo de falta de sono e uma preocupação com suas conseqüências. Isso cria um círculo vicioso que tende a perpetuar o problema do indivíduo.

Generalidades

Freqüentemente os pacientes com insônia querem enfrentar a insônia se automedicando ou tomando bebidas alcoólicas, conduta que por si já pode trazer a esta pessoa vários problemas, como a dependência da substância usada, além de mais insônia.

As noites mal dormidas podem gerar dores físicas pela manhã, cansaço mental ao longo do dia, tensão emocional, irritabilidade, preocupações consigo próprios.

A importância de se buscar o médico para tratar a insônia, está, antes de tudo, determinar as causas possíveis; e ao se tomar um indutor do sono, que se faça sob supervisão porque a maioria dessas medicações pode levar à dependência, se tomada erradamente.

Tratamento

O primeiro passo para se tratar a insônia é pôr ordem na própria vida, não dormindo durante o dia, mesmo que tenha acordado cedo demais, praticando esportes regularmente, não tomando mais do que cinco xícaras de café ao dia, não tomando café após as 16:00h (bem como as demais substâncias que contêm cafeína).

Evitando atividades excitantes antes de dormir como exercícios pesados ou filmes tensos, cuidando da alimentação, procurando atividades tranqüilas antes de dormir, como a leitura. Não lutar contra a insônia: caso não consiga dormir em 30 minutos, levantar-se da cama e procurar uma atividade leve até que o sono chegue sem aborrecer-se com a hora ou com a necessidade de descansar.

Tendo os procedimentos falhado pode se passar para a tentativa de resolver o problema com medicações.

Terror noturno

Num episódio de terror noturno o indivíduo grita movimentando-se bruscamente numa atitude de fuga. O indivíduo pode sentar-se, levantar ou correr para a porta do quarto, como que tentando escapar, aterrorizado, sem poder lembrar-se com o quê.

Logo após o grito, apesar de aparentemente acordado o indivíduo ainda está numa espécie de transição entre o sono e a vigília.

Tentativas de comunicação podem não ser bem sucedidas.

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O ideal é manter-se calmo e observar a pessoa,para que ela não se fira em sua transitória confusão mental, nos primeiros minutos após o episódio.

O aspecto central é o despertar parcial com grito aterrorizado e a expressão de intenso medo, podendo estar com o coração acelerado, respiração ofegante, sudorese abundante e pupilas dilatadas.

Entre o grito e o restabelecimento passam em média dez minutos, durante os quais o indivíduo não responde aos apelos externos. As recordações dos sonhos, quando existem, são fragmentadas. Após o episódio o indivíduo pode voltar a dormir novamente, sem despertar nem se recordar do que houve.

Assim como o sonambulismo, o terror noturno é comum nas crianças e costuma ceder espontaneamente até os vinte anos de idade.

Geralmente nessa faixa etária não é necessária a intervenção medicamentosa que fica reservada para os adultos.

As medicações empregadas costumam ser as mesmas do sonambulismo: benzodiazepínicos e antidepressivos tricíclicos

.

Sonambulismo

É a alteração, numa determinada fase do sono, que permite a pessoa realizar atos num estado intermediário entre o sono e a vigília (estar plenamente despertado). Ao ser interceptada num episódio de sonambulismo, a pessoa claramente mostra não estar consciente de tudo que se passa a seu redor, apesar de realizar pequenas tarefas como andar, vestir-se,sentar-se, olhar

Usualmente ocorre nas primeiras horas de sono podendo durar de alguns segundos a poucos minutos. Durante o episódio o paciente mostra-se apático, estabelecendo pouco contato com o meio, parecendo não reconhecer as pessoas familiares. Sendo questionada verbalmente as respostas são desconexas e murmuradas. Raramente realiza um procedimento mais elaborado como trocar de roupas ou urinar no local adequado. Como a atenção não está em seu nível normal, o sonâmbulo pode ferir-se com objetos em seu caminho.

Quando está em ambiente familiar poderá andar, descer escadas e até pular janelas sem machucar-se. O despertar é difícil nesse momento e quando gentilmente encaminhado de volta para a cama costuma obedecer.

Os adultos podem ter reações mais violentas quando abordados, tentando escapar do que julgam ser ameaçador.

Na manhã seguinte, usualmente não há recordação do episódio. Não há constatações de que o sonâmbulo quando despertado durante o sonambulismo possa vir a sofrer algum dano.

Grupo de risco

Este é um transtorno tipicamente da infância, sendo apresentado esporadicamente em até 30% das crianças de 3 a 10 anos de idade. Nesta mesma faixa etária 5 a 15% das crianças costumam ter episódios regularmente.

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Ao longo da puberdade vai diminuindo e apenas um pequeno grupo continua tendo episódios de sonambulismo durante a idade adulta. 40% dos sonâmbulos possuem algum familiar com o mesmo problema.

Primeiramente tomar as precauções para que a pessoa com sonambulismo não se machuque em seus episódios.

Aqueles que são sonâmbulos devem respeitar o ciclo de sono e vigília, pois a privação do sono costuma precipitar episódios sonambúlicos.

Não há necessidade de tentar acordar o sonâmbulo durante seu episódio: isto não ajuda em nada, basta esperar que o episódio termine ou encaminhá-lo de volta a seu leito.

Nos adultos é recomendável o uso de medicações quando os episódios são freqüentes.

Autista

É uma alteração cerebral que afeta a capacidade da pessoa se comunicar, estabelece relacionamentos e responder apropriadamente ao ambiente.

Algumas crianças apesar de autistas apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam também retardo mental,mutismo ou importantes retardos no desenvolvimento da linguagem.

Alguns parecem fechados e distantes outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento.

Características comuns

Não estabelece contado com os olhos Parece surdo Pode começar a desenvolver a linguagem mas repentinamente isso completamente

interrompido sem retorno. Age como se não tomasse conhecimento do que acontece com os outros Ataca e fere outras pessoas mesmo que não exista motivos para isso É inacessível perante as tentativas de comunicação das outras pessoas. Ao invés de explorar o ambiente e as novidades restringe-se e fixa-se em poucas coisas. Apresenta certos gestos imotivados como balançar as mãos ou balançar-se Cheira ou lambe os brinquedos Mostra-se insensível aos ferimentos podendo inclusive ferir-se intencionalmente

Manifestações sociais

Muitas vezes o início é normal, quando bebê estabelece contato visual, agarra um dedo, olha na direção de onde vem uma voz e até sorri.

Não há manifestações de desagrado quando os pais saem ou alegria quando volta para casa.

As crianças com autismo levam mais tempo para aprenderem o que os outros sentem ou pensam, como, por exemplo, saber que a outra pessoa está satisfeita porque deu um sorriso ou pela sua

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expressão ou gesticulação. Além da dificuldade de interação social, comportamentos agressivos são comuns especialmente quando estão em ambientes estranhos ou quando se sentem frustradas.

Diagnóstico

Os pais são os primeiros a notar algo diferente nas crianças com autismo.

O bebê desde o nascimento pode mostrar-se indiferente a estimulação por pessoas ou brinquedos,focando sua atenção prolongadamente por determinados itens.

Por outro lado certas crianças começam com um desenvolvimento normal nos primeiros meses para repentinamente transformar o comportamento em isolado.

Contudo, podem se passar anos antes que a família perceba que há algo errado. Nessas ocasiões os parentes e amigos muitas vezes reforçam a idéia de que não há nada errado, dizendo que cada criança tem seu próprio jeito. Infelizmente isso atrasa o início de uma educação especial, pois quanto antes se inicia o tratamento, melhor é o resultado

Não há testes laboratoriais ou de imagem que possam diagnosticar o autismo. Assim o diagnóstico deve feito clinicamente, pela entrevista e histórico do paciente, sempre sendo diferenciado de surdez, problemas neurológicos e retardo mental.

Uma vez feito o diagnóstico acriança deve ser encaminhada para um profissional especializado em autismo, este se encarregará de confirmar ou negar o diagnóstico.

Apesar do diagnóstico do autismo não poder ser confirmado por exames as doenças que se assemelham ao autismo podem. Assim vários testes e exames podem ser realizados com a finalidade de descartar os outros diagnósticos.

Dentre vários critérios de diagnóstico três não podem faltar: poucas ou limitadas manifestações sociais, habilidades de comunicação não desenvolvidas, comportamentos,interesses e atividades repetitivos. Esses sintomas devem aparecer antes dos três anos de idade.

Tratamento

Não há medicações que tratem o autismo, mas muitas vezes elas são usadas para combater efeitos específicos como agressividade ou os comportamentos repetitivos por exemplo.