apostila gestão integrada de meio ambiente, saude e segurança no trabalho

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UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO

GESTO INTEGRADA DE MEIO AMBIENTE, SADE E SEGURANA NO TRABALHO

Segurana do Trabalho

WAGNER TEIXEIRA DOS SANTOS

WAGNER TEIXEIRA DOS SANTOS

GESTO INTEGRADA DE MEIO AMBIENTE, SADE E SEGURANA NO TRABALHO

So Paulo 2009

WAGNER TEIXEIRA DOS SANTOS

GESTO INTEGRADA DE MEIO AMBIENTE, SADE E SEGURANA NO TRABALHO

So Paulo 2009

SUMRIO1 2 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 INTRODUO CONCEITUAO DO SGIMASST Definio de Sistema de Gesto Abordagem por Processos Introduo ao Sistema de Gesto da Sade e Segurana no Trabalho Introduo ao Sistema de Gesto do Meio Ambiente Cultura de Segurana, Meio Ambiente e Sade (SMS) Sistema de Gesto Integrado de Meio Ambiente, Sade e Segurana no Trabalho 3 3.1 3.2 PLANEJAMENTO DO SGIMASST Requisitos Gerais Poltica 18 18 19 19 20 20 22 22 23 27 28 30 31 31 32 33 33 35 35 36 38 40 40 7 9 9 9 11 13 14 16

3.2.1 Poltica SSO 3.2.2 Poltica Meio Ambiente 3.2.3 Poltica Integrada SGIMASST 3.3 Planejamento

3.3.1 Identificao de Perigos, Avaliao e Controle de Riscos 3.3.2 Identificao de Aspectos e Avaliao de Impactos Ambientais 3.3.3 Requisitos Legais e Outro Requisitos 3.3.4 Objetivos e Metas 3.3.5 Programa(s) de Gesto 4 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 EXECUO DO SGIMASST (IMPLEMENTAO E OPERAO) Recursos, Funes, Responsabilidades e Autoridades Treinamento, Conscientizao e Competncia Consulta e Documentao Documentao Controle de Documentos e Dados Controle Operacional

4.6.1 Controle Operacional da SSO 4.6.2 Controle Operacional do Meio Ambiente 4.7 Preparao e Atendimento/Resposta s Emergncias

4.7.1 Preparao e Atendimento/Resposta s Emergncias da SSO

ii

4.7.2 Preparao e Atendimento/Resposta s Emergncias do Meio Ambiente 5 5.1 5.2 5.3 6 6.1 VERIFICAO DO SGIMASST Medio e Monitoramento de Desempenho Registros e Gesto de Registros Auditoria Interna CORREO, ANLISE E MELHORIA DO SGIMASST No-Conformidades e Aes Corretivas e Preventivas

41 42 42 44 46 49 49 49

6.1.1 Acidentes, Incidentes, No-Conformidades, Aes Corretivas e Preventivas da SSO 6.1.2 No-Conformidades, Aes Corretivas e Preventivas do Meio Ambiente 6.2 6.3 7 7.1 7.2 5 Anlise Crtica Melhoria Contnua INTEGRANDO OUTROS SISTEMAS DE GESTO Sistema de Gesto da Qualidade Responsabilidade Social CONSIDERAES FINAIS REFERNCIAS

51 51 53 56 56 57 58 60

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INTRODUODo ponto de vista meramente etimolgico, ou seja, do estudo da origem e da evoluo

das palavras, o conceito da palavra trabalho tem a sua origem na palavra latina tripaliare, ou martirizar com o tripalium, instrumento utilizado para tortura; associando historicamente o trabalho com algo relacionado aflio, dores, labuta, entre outros. Durante muitos sculos, o trabalho foi sinnimo de castigo e da necessidade de conseguir mo de obra escrava; salientando que a maioria das guerras, tinha como objetivo a conquista de territrio, alm do recrutamento de mo-de-obra escrava (MORAES: 2004). Nos dias atuais, o trabalho tem um foco mais nobre, envolvendo a aplicao das foras e faculdades humanas, fsicas e/ou intelectual, visando alcanar objetivos em troca de remunerao, mediante condies dignas de segurana e sade, relacionando o ato de trabalhar a uma atividade coordenada necessria realizao de qualquer tarefa, servio ou empreendimento (MORAES: 2004). Alinhando-se a esta realidade, BENITE defende que o contexto social, econmico, poltico, e tecnolgico vm ocorrendo mudanas no mundo e no Brasil, em que as empresas, como agentes sociais, podem trazer uma grande contribuio para diminuio de acidentes, fato que s possvel, caso as empresas adotem modelos tradicionais de gesto de Segurana e Sade Ocupacional (SSO) (BENITE: 2004). Em relao ao meio ambiente, importante alertar que as conseqncias ambientais adversas da ao do homem vm tomando propores alarmantes nas diversas regies do globo. A aglomerao de pessoas nos pases desenvolvidos e nos em desenvolvimento, vem apresentando efeitos destrutivos no meio ambiente. Devido a este fato, h uma busca intensa de alternativas e solues, e a comunidade internacional vem pressionando os governos locais, por meio de conferncias e tratados, a adotarem e estimularem a adoo de medidas concretas na conservao do meio ambiente (SEIFFERT: 2006).

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No que tange a gesto ambiental, os pases desenvolvidos possuem exigncias legais e normativas, as quais obrigam as empresas a implantarem programas de gerenciamento ambiental, a fim de atender as restries de mercado e proliferao dos selos verdes. Em relao ao Brasil, apesar dos empresrios considerarem os problemas ambientais como secundrios, o governo publicou uma srie de regulamentaes a partir da dcada de oitenta, restringindo a poluio industrial; medidas que impulsionaram uma srie de mudanas na forma de produo das organizaes, deixando evidente que, assim como os demais pases, as empresas brasileiras foram nitidamente obrigadas, pela interveno governamental a adotarem o mecanismo de gesto ambiental (SEIFFERT: 2006). Objetiva-se, aqui, mostrar a importncia de um Sistema de Gesto Integrado de Meio Ambiente, Sade e Segurana no Trabalho (SGIMASST), o qual proporcionar as organizaes alm de atenderem os requisitos legais aplicveis, agregarem valores ao conceito do negcio, preservarem o meio ambiente e a segurana e sade do trabalhador e caso aplicvel buscarem a certificao. A seo Conceituao do SGIMASST descreve em linhas gerais as caractersticas do SGIMASST; O Planejamento do SGIMASST estabelece objetivo e processos necessrios para atingir os resultados em concordncia com a poltica do SGIMASST; Execuo do SGIMASST define a implementao e operao dos processos do SGIMASST; Verificao do SGIMASST esclarece como o monitorar e medir dos processos do SGIMASST; Correo, Anlise e melhoria do SGIMASST visa agir continuamente para melhorar o desempenho do SGIMASST; Integrando outros Sistemas de Gesto uma abordagem simplificada da integrao do SGIMASST, com o sistema de Gesto de Qualidade e Responsabilidade Social; e depois disso, as Consideraes Finais fecham apresentao dos conceitos do SGIMASST; e em Referncias acham-se alistadas as fontes consultadas.

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CONCEITUAO DO SGIMASST

2.1 DEFINIO DE SISTEMA DE GESTO Um sistema composto de vrios subsistemas, que trabalham de forma sincronizada para atender a um objetivo comum para qual o sistema foi institudo (MARANHO: 2005). O termo Gesto est associado a um conjunto de prticas gerenciais necessrias ao processo de planejamento, avaliao, controle e monitoramento dos processos produtivos. Assim, Sistema de Gesto a forma sistemtica de conduzir polticas organizacionais mediante a aplicao de um conjunto de aes para se alcanar os objetivos e metas corporativas (MORAES: 2004).

2.2 ABORDAGEM POR PROCESSOS A NBR ISO 9001:2005 define processo como: conjunto de atividades interrelacionadas ou interativas que transformam entradas em sadas. Na realidade tudo o que acontece na terra, tudo que percebemos ou fazemos so processos; a cada processo identificamos a presena de trs agentes: entrada, transformao e resultado da transformao. A Figura 1 exibe o que denominamos intuitivamente de processo.

Figura 1 Modelo de um processo genrico

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A agregao de valor essencial na compreenso bsica sobre processos, ou seja, o ato de agregar valor em um processo a diferena de valor entre o produto (sada) e soma dos valores das entradas (matrias primas, servios ou informaes). A procura por melhorias estruturais e consistentes tem obrigado as organizaes a reverem a direo das suas atividades, buscando de forma mais abarcante, que essas atividades sejam analisadas no em termos de funo, reas ou produtos, mas de processo de trabalho (MARANHO: 2004). A NBR ISO 9001:2005 traz o seguinte esclarecimento sobre a importncia da abordagem por processo: Para que as organizaes funcionem de forma eficaz, elas tm que identificar e gerenciar processos inter-relacionados e interativos. Quase sempre, a sada de um processo se constitui na entrada do processo seguinte. A identificao sistemtica e a gesto dos processos empregados na organizao, e, particularmente, as interaes entre tais processos so conhecidas como abordagem de processos. Apesar de toda potencialidade a abordagem por processos, ainda no est devidamente compreendida pelas organizaes. A gesto organizacional com foco na abordagem por processos provoca grandes melhorias na forma em que s atividades so realizadas, proporcionando as organizaes a oferecerem produtos e servios de qualidade, aplicando processos eficientes e eficazes para produzi-los e vende-los (MARANHO: 2004). Em relao aos sistemas de gesto a abordagem por processo uma realidade presente e exigida pelas normas de Qualidade, SSO e Meio Ambiente. Ao longo de toda a NBR ISO 9001:2008 encontramos aproximadamente 85 vezes citao ao termo processo. J na introduo no tpico 0.2 verso 2000 verificamos a aclamao a abordagem por processo; quando a norma faz referncia importncia da adoo de uma abordagem de processo para o desenvolvimento, implementao e melhoria da eficcia de um sistema de gesto da qualidade para aumentar a satisfao do cliente por meio deste atendimento.

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A OHSAS 18002 cita o termo processo aproximadamente 98 vezes. Ao definir diretrizes para implementao da Poltica da SSO (Requisito 4.2); os tpicos Entradas tpicas, Processo e Sada tpica apresentam de forma explicita a abordagem por processo, abordagem esta que evidente no decorrer dos demais requisitos da OHSAS 18002. A NBR ISO 14001:2004 apresenta o contexto de abordem por processos logo na introduo, quando menciona a seguinte nota: Esta norma baseada na metodologia conhecida como Plan-Do-Check-Action (PDCA)/(Planejar-Executar-Verificar-Agir), ou seja, planejar, implementar, verificar e agir os processos do sistema de gesto ambiental. A norma ainda aborda que diversas organizaes gerenciam as suas operaes atravs da aplicao de um sistema de processo e suas inteiraes, que podem ser denominados como abordagem de processos e que o ciclo PDCA pode ser aplicados a todos estes processos, assim como na NBR ISO 9001:2008.

2.3 INTRODUO AO SISTEMA DE GESTO DA SADE E SEGURANA NO TRABALHO Como o aparecimento do trabalho se funde com a origem dos acidentes, houve-se a necessidade da criao da Organizao Internacional do Trabalho (OIT), no incio do sculo XX, quando na ocasio a proteo jurdica do trabalho ganhou fora. A idia inicial era de uma instituio trabalhista internacional, objetivando o resultado das reflexes ticas e econmicas sobre os impactos ao homem devidos o crescimento da revoluo industrial. No ano de 1950, ou seja, a mais de cinqentas anos atrs, o comit Misto da Organizao Mundial de Sade (OMS) e da OIT definiram os seguintes princpios (MORAES: 2004): A Sade Ocupacional tem como objetivos: a promoo e manuteno do mais alto grau de bem-estar fsico, mental e social dos trabalhadores em todas as ocupaes; a preveno entre os

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trabalhadores, de desvios de sade causados pelas condies de trabalho; a proteo dos trabalhadores em seus empregos, dos riscos resultantes de fatores adversos sade; a colocao e manuteno do trabalhador adaptadas s aptides fisiolgicas e psicolgicas, em suma: a adaptao do trabalho ao homem e cada homem a sua atividade (Junqueira, 1976, p.58). O governo brasileiro ratificou a Recomendao 171, colocando em ordem os Servios de Sade Ocupacional e a Recomendao 161, sobre a necessidade de instituir servios mdicos aos trabalhadores, que foram promulgadas pela OIT em 1985, recomendaes que possuem viso essencialmente preventiva. Estas resolues valorizaram e deram autonomia aos profissionais de Servios Especializados em Engenharia de Segurana e Medicina do Trabalho (SESMT). E suma, a OIT, Organizao No-Governamental (ONG) e sindicatos influenciam para que as negociaes econmicas mundiais contenham aspectos relacionados proteo do menor, eliminao do trabalho escravo e indigno, combate a pobreza, incluso social e proteo ambiental (MORAES: 2004). Outro fato a ser incorporado ao nosso raciocnio que apesar da melhoria da qualidade da legislao a reduo dos acidentes de trabalho no alguma coisa simples de resolver. Em 08 de junho de 1978, foi aprovada a portaria n. 3214, a qual estabelece as Normas Regulamentadoras (NRs); acrescido ao estabelecimento das NRs pelo governo brasileiro houve em paralelo a modernizao tecnolgica, e apesar destas importantes ferramentas a preveno de acidentes ainda precria. Objetivando o fechamento das lacunas em relao SSO que o Sistema de Gesto em Segurana do Trabalho (SGST) ganha importncia, pois a implementao de ferramentas gerencias ir auxiliar na melhoria contnua do desempenho em relao SSO, o que de suma importncia para a empresa, trabalhadores e sociedade (BENITE: 2004).

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Visando o aprimoramento do SGST foram desenvolvidas normas e guias para o assunto, tendo a Gr-Bretanha com participao de destaque neste processo, atravs da British Standards seu organismo normalizador. Como exemplo deste pioneirismo em 1996 foi publicada a norma BS 8800, a qual prope uma srie de elementos que compem o SGST. Em 1999 foi aprovada a BSI OHSAS 18001, a qual uma especificao para Sistemas de Gesto de Sade Ocupacional e Segurana - OH&S; a OHSAS foi conjuntamente desenvolvida por alguns organismos de certificao de terceira parte, incluindo o LRQA, organismos nacionais de normas da Irlanda, frica do Sul, Espanha, Malsia, Austrlia e outras partes interessadas de todo o mundo, incluindo a Federao de Funcionrios de Engenharia do Reino Unido (BENITE: 2004).

2.4 INTRODUO AO SISTEMA DE GESTO DO MEIO AMBIENTE O meio ambiente natural pode ser definido pelo conjunto dos elementos como o solo, gua, ar, flora e fauna, ou seja, recursos naturais ou ecolgicos e sistema de elementos biticos e abiticos. Em relao aos Fundamentos de Cultura de Segurana, Meio Ambiente e Sade (SMS) o conceito de meio ambiente, pode ser estendido como tudo aquilo que nos rodeia incluindo meio ambiente de trabalho e a comunidade (MORAES: 2004). Ainda em relao ao meio ambiente, devemos entender que as atitudes de pessoas e empresas em determinados locais do globo, esto sujeitas a serem percebidas nos locais mais distantes do globo. Devendo o sistema ambiental ser entendido como um elemento nico e indivisvel, ou seja, como: a aldeia global (BARBOSA FILHO: 2001). A realidade degenerativa do meio ambiente aumentou as exigncias dos consumidores em relao s questes ambientais, para fundamentar estas exigncias ampliam-se cada vez mais as legislaes nacionais e internacionais, as quais esto a cada dia mais restritas e coercitivas. Pases como Japo, Alemanha e Inglaterra, que j causaram austeros danos ao

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meio ambiente, criaram barreias alfandegrias que podem inviabilizar a produo de produtos rotulados como agressivos condio ambiental. A atividade produtiva focando o meio ambiente exige uma gama variada de cuidados, tais como: matrias-primas, embalagem e sua destinao final, reciclagem e recuperao de materiais, gerao de resduos, entre outros (BARBOSA FILHO: 2001). Uma das maneiras das organizaes atenderem a legislao vigente, alm de exercer a responsabilidade social em relao aos anseios dos consumidores, entre outras exigncias ambientais atendendo os requisitos das normas ISO 14000 (BARBOSA FILHO: 2001).

2.5 CULTURA DE SEGURANA, MEIO AMBIENTE E SADE (SMS) Devido a uma srie de acidentes industriais catastrficos, as organizaes, a partir da dcada de oitenta, passaram a repensar sobre o atual conceito da Cultura de Segurana, Meio Ambiente e Sade (SMS). Na medida em que os acidentes e o processo de evoluo organizacional comearam a ser estudados, perceberam-se uma evoluo significativa em relao ao indivduo, as questes tcnicas e situacionais; concretizando assim a constituio de um modelo de Cultura de SMS, ou seja, o sucesso de cultura de SMS tem como caminho obrigatrio a mudana comportamental (MORAES: 2004). Somando ao conceito de Cultura de SMS foi desenvolvida uma srie de literatura especializada sobre Cultura de SMS, as quais apresentam uma diversidade de situaes, sendo que, a maioria delas envolve aspectos relacionados aos valores, crenas, e princpios. importante destacar que os colaboradores trabalham em uma dura incompatibilidade social, as quais envolvem as diversas realidades scias econmicas e culturais em detrimento ao ambiente organizacional; com base nisto, faz-se necessrio, uma reflexo de como melhorar a qualidade de vida dentro e fora das organizaes, diminuindo assim estes paradoxos (MORAES: 2004).

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Atitudes valem mais do que pactos de boas intenes!. Utilizando-se de ferramentas como a de pesquisas organizacionais percebe-se que o nvel de Cultura do SMS pode ser influenciado por foras externas e internas, tais como: acionistas, sindicatos, rgos de fiscalizao, ONG, entre outros; acidentes dentro da organizao ou fora de suas dependncias, so exemplos de fatores externos, os quais colaboraram profundamente para mudar a Cultura do SMS (MORAES: 2004). Diversas organizaes tm mostrado crescente interesse em implementar uma Cultura do SMS como parte integrante do Sistema de Gesto, no entanto, a implementao desta cultura no imposta apenas pelo desejo da Alta Administrao. O sucesso da implementao de Cultura do SMS deve ser encarado como um processo gradativo, resultante de aes sistemticas, pr-definidas e participativas, proveniente da vontade da quebra de paradigmas do direcionamento de valores, hbitos e das atitudes de todos os nveis hierrquicos da organizao. Para tanto a implementao de um programa de SMS vital para influenciar a mudana de atitudes e comportamento, devendo este programa deve envolver (MORAES: 2004): a) Limpeza, higiene e organizao; b) Avaliao da sade ocupacional; c) Valorizao e motivao do indivduo; d) Definio das tarefas bsicas; e) Disciplina e atribuio de nveis e autoridades e responsabilidades; f) Apoio social aos funcionrios; g) Elaborao e atendimento aos procedimentos; h) Treinamento sobre conscientizao de segurana; i) Registros de acidentes, incidentes e no-conformidades; j) Implementao de tcnicas identificao de acidentes;

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k) Cidadania e tica no trabalho; l) Campanha de reconhecimentos de atitudes pr-ativas. Conclui-se que: a evoluo da cultura depende da capacidade de convencimento a partir de um processo rduo de negociao interna com os diversos autores responsveis pelo sucesso do sistema de esto (MORAES: 2004).

2.6 SISTEMA DE GESTO INTEGRADO DE MEIO AMBIENTE, SADE E SEGURANA NO TRABALHO Como reas de Qualidade e Meio Ambiente, sempre foram independentes da gesto de SSO, a implementao do SGIMASST torna-se uma empreitada complexa, uma vez, que os diversos elementos da srie de Norma ISO 9000, OHSAS 18001, ISO 14000 e SA 8000, devem ser considerados para o sucesso da implementao e eventual certificao do sistema de gesto. Devido o crescimento e importncia da gesto de SMS nas organizaes, os profissionais do SESMT, foram forados a mudar a sua postura e imagem de fiscal para assessor, obrigando estes profissionais a reverem os seus conceitos e formas de abordagem. A dificuldade na implementao o Sistema de Gesto Integrado (SGI), proporcionou a surgimento do profissional de SMS; o qual no precisa ser um profissional do SESMT e sim um colaborador com conhecimento em gesto (MORAES: 2004). O ciclo PDCA (Planejar, Executar, Verificar e Atuar) uma ferramental chave para a implementao do SGIMASST, contudo o nvel de Cultura de SMS fundamental para o sucesso da implementao do sistema de gesto SMS, visando ou no uma certificao de terceira parte (MORAES: 2004). Infelizmente existem diversos exemplos de organizaes que esto mais preocupadas com auditorias de manuteno, auditorias de terceira parte, responsveis pelo papel de certificao e conseqente possibilidade de alcanar grandes contratos, uma vez que:

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Certificao no passaporte para o Cu!, ou mesmo, a garantia da quebra de paradigmas, visando a o bem estar das pessoas e organizaes em relao cultura organizacional. Por isso h trs tipos de empresas em relao as questo de SMS, a saber: as reativas, as conservadoras e as pr-ativas, conforme Tabela1 abaixo (MORAES: 2004): Desconhecimento da legislao aplicada s atividades, produtos e servios da empresa. Soluo de Problema/Adoo de Aes em razo de: Postura Reativa determinao do rgo de controle e/ou do Ministrio Pblico, atravs de termos de compromisso ou Termos de Ajustamento de Conduta; deciso judicial. presso da sociedade;

Conhecimento da legislao aplicada s atividades/produtos e servios da empresa; Postura Conservadora Gerenciamento voltado para atender e cumprir legislao ambiental. Conhecimento da legislao aplicada s atividades/produtos e servios da empresa; Gesto pr-ativa e de excelncia, com o gerenciamento voltado para ir alm do atendimento e do cumprimento da Postura Pr-Ativa legislao; Antecipaes do problema futuros atravs da preveno e gerenciamento de riscos; Integrao dos diversos setores ao planejamento estratgico da empresa.Tabela 1 Diferenas entre as questes de implementao de SMS

1

Fonte: MALHEIROS, 2002. Adaptao

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PLANEJAMENTO DO SGIMASSTAnalisando os elementos das normas ISO 14001 e OHSAS 18001, percebemos que as

fases de planejamento e execuo iro demandar mais tempo e recursos financeiros. importante esclarecer que o planejamento a base para o sucesso de qualquer sistema de gesto, uma vez, que sem planejamento, metas e objetivos, impossvel chegar a lugar qualquer. Em relao ao aos conceitos do planejamento, em primeiro lugar devemos entender a diferena entre meta e objetivo (MORAES: 2004): Meta um alvo de longo prazo. Exemplo: Vazamento de leo Zero ou Queima Zero; Objetivo um alvo em curto prazo, ou seja, um meio para se atingir uma meta final. So exemplos de objetivos: a) Aumentar o nmero de campanhas SMS em 10%; b) Reduzir em 20% a Taxa de freqncia de acidentes com afastamento (TFCA); c) Reduzir em 40% a emisso gasosa dos queimadores; d) Aumentar em 30% as verbas de treinamento.

3.1 REQUISITOS GERAIS A OHSAS 18001:2007 foi desenvolvida para ser compatvel com a NBR ISO 14001:2004, de forma a facilitar a integrao dos sistemas de gesto ambiental e segurana e sade no trabalho nas organizaes. Seguindo a mesma linha a NBR ISO 14001:2004 esclarece na sua introduo, que os seus requisitos no incluem especificao de outros sistemas de gesto, tais como de qualidade, segurana e sade ocupacional, finanas ou gerenciamento de riscos, apesar dos seus elementos serem alinhados ou integrados com estes sistemas de gesto.

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Em linhas gerais a implementao de um SGIMASST, com base na OHSAS 18001:2007 e na NBR ISO 14001:2004, obriga a organizao a estabelecer, documentar, implementar, manter e melhorar continuamente o seu SGIMASST.

3.2 POLTICA O termo poltica definido como uma manifestao de intenes, previstas, nas diretrizes organizacionais, que determinaro e influenciaro as tomadas de decises (MORAES: 2006). Outra definio que a poltica de uma organizao seja entendida como um conjunto de intenes sobre um determinado assunto (Figura 2) (SEIFFERT: 2006).

Figura 2 Poltica organizacional e seus desdobramentos

3.2.1

Poltica SSO A poltica da SSO uma carta de intenes, a qual deve compor pontos que sejam

efetivamente atendidos pela organizao e que possam ser evidenciados de forma clara. essencial que a poltica defina o direcionamento e os princpios de atuao em relao SSO (BENITE: 2004).

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3.2.2

Poltica Meio Ambiente Segundo a NBR ISO 14001:2004, em seu anexo A (Orientaes para uso desta

Norma) A poltica ambiental a fora motriz para a implementao e aprimoramento do sistema de gesto ambiental de um a organizao, permitindo que seu desempenho ambiental seja mantido e potencialmente aperfeioado.

3.2.3

Poltica Integrada do SGIMASST Quanto integrao da poltica do SGIMASST importante observarmos que tanto na

OHSAS 18001:2007 como na NBR ISO 14001:2004 a poltica seja definida, autorizada e assegurada pela AA, abaixo apresentamos uma de relao entre a determinao da poltica integrada entre as duas normas, quando a poltica deve: a) ser apropriada natureza, escala e impactos ambientais das atividades, produtos e servios e natureza e escala dos riscos de SSO da organizao; b) incluir o comprometimento com a melhoria contnua e com a preveno de poluio e da SSO; c) incluir o comprometimento em atender aos requisitos legais aplicveis e outros requisitos subscritos pela organizao do Meio Ambiente e Segurana e Medicina do Trabalho; d) fornecer uma estrutura para o estabelecimento e anlise dos objetivos e metas ambientais; e) ser documentada, implementada e mantida em relao Meio Ambiente e SSO; f) ser comunicada a todos os que trabalhem na organizao ou atuem em seu nome e eles tenham conhecimento de suas obrigaes individuais em relao a SSO; g) esteja disponvel para as partes interessadas; e

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h) seja periodicamente analisada criticamente, para assegurar que ela permanece pertinente e apropriada organizao. Abaixo estaremos apresentando um exemplo de Poltica Ambiental e de SSO, atravs da qual se pode notar o formato e contedo em relao natureza da organizao (BENITE: 2004). HENKEL LOCTITE ADESIVOS LTDA. POLTICA AMBIENTAL E DE SEGIRANA E SADE ORGANIZACIONAL Henkel Loctite Adesivos Ltda., fabricante de adesivos e produtos complementares, declara que todos os seus processos devem ser estabelecidos de maneira segura e apropriada, assegurando a preservao do meio ambiente, e a proteo de todos os seus colaboradores e da comunidade. Estamos comprometidos com a melhoria contnua em todos os aspectos referentes Sade, Segurana e Meio Ambiente, assegurando: A implementao e manuteno do Sistema de Gesto de Sade, Segurana e Meio Ambiente. O fornecimento de recursos necessrios para atingimento dos Objetivos e Metas relativos Sade, Segurana e Meio Ambiente. O atendimento a todos os requisitos legais aplicveis aos processos e produtos. O atingimento da melhoria contnua dos processos e produtos, visando preveno de poluio e de acidentes. A promoo da conscientizao e do comprometimento de todos os seus colaboradores. A manuteno de canais de comunicao com a comunidade e autoridades locais. Assinatura dos diretores.Tabela 2 Exemplo de Poltica de SGIMASST (Fonte: HENKEL LOCTITE, 2003).

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3.3 PLANEJAMENTO 3.3.1 Identificao de Perigos, Avaliao e Controle de Riscos Os termos perigo e risco, em diversos casos, inclusive em algumas leis e normas, costumam ser aplicados como sinnimos e sem nenhum tipo de distino. Assim a empresa deve adotar uma definio e divulga-los para todos os colaboradores de forma a uniformizar a linguagem e facilitar a comunicao. Sendo assim, impossvel acontecer um acidente e suas conseqncias sem antes existir a presena de um perigo. Com base nesta realidade, as organizaes devem buscar conhecer todos os perigos existentes em seus ambientes de trabalho (BENITE: 2004). A implementao de um gerenciamento de riscos sistemtico, proativo e que vise assegurar que todos os perigos futuros e atuais sejam identificados e avaliados adequadamente necessrio e de fundamental importncia; pois ir permitir a alocao adequada dos recursos possibilitando a medio correta das medidas de controle (BENITE: 2004). importante que na elaborao do plano para identificar, analisar e avaliar os riscos o gestor proponha meios de preveno ou proteo, em suas diversas formas, conforme demonstrado na figura 3, na adaptao de Corte Daz (1997:112) (BARBOSA FILHO: 2001). Algumas ferramentas gerenciais podem ser aplicadas a esta temtica, tais como: Diagrama de Causas e Efeitos; Srie de Riscos; Anlise Preliminar de Riscos (APR); Anlise de rvore de Falhas; Matriz de Anlise de Riscos; entre outras (BARBOSA FILHO: 2001).

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Figura 3 Gerenciamento de riscos

3.3.2

Identificao de Aspectos e Avaliao de Impactos Ambientais Segundo a norma ISO 14004 aspecto ambiental um elemento das atividades,

produtos e servios de uma organizao que pode interagir com o meio ambiente, enquanto que impacto ambiental qualquer modificao do meio ambiente, adversa ou benfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organizao. Subentendendo que o aspecto e o impacto ambiental tm uma relao direta entre si de causa e efeito. Os exemplos de aspecto ambiental relacionados ao produto so: consumo de matria-prima e insumos de produo, consumo de gua, de energia, descarte de resduos slidos, emisso de fluentes, produo de emisses atmosfricas especficas (SEIFFERT: 2006). A implementao do Sistema de Gesto Ambiental (SGA), tem como uma de suas etapas mais importantes identificao dos aspectos ambientais associados s atividades, processos e produtos da organizao. de suma importncia a devida implementao dos subsistemas, a fim de determinar a abrangncia e robustez na implantao do SGA; e que a realizao do levantamento de aspectos/impactos ambientais, seja dos colaboradores da prpria organizao (SEIFFERT: 2006).

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A ISO 14004 apresenta os seguintes questionamentos sistemticos para a identificao dos aspectos ambientais: 1. As atividades, produtos e servios da organizao geram impactos ambientais adversos significativos? 2. A organizao tem um procedimento para avaliar os impactos ambientais de novos projetos? 3. A localizao da organizao exige consideraes ambientais especiais? 4. De que forma as modificaes ou acrscimos pretendidos nas atividades, produtos ou servios afetaro os aspectos ambientais e seus impactos associados? 5. Quo significativos ou severos so os impactos ambientais potenciais, se ocorrer uma falha no processo? 6. Com que freqncia uma situao que leve um impacto poder ocorrer? 7. Quais so os aspectos ambientais significativos, levando-se em considerao os impactos, a probabilidade, a severidade, e a freqncia? 8. Os impactos ambientais significativos so de abrangncia local, regional ou global? O formato do atendimento destes requisitos vital para evitar o retrabalho no levantamento dos aspectos ambientais da organizao (SEIFFERT: 2006).

3.3.2.1

Identificao de aspectos ambientais em funo da temporalidade Primeiramente os aspectos ambientais devem ser considerados em relao a sua

temporalidade, o qual indica o perodo de ocorrncia do processo, atividade ou operao causadora do impacto aspecto ambiental, conforme apresentado no Tabela 3 (SEIFFERT: 2006).

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TEMPORALIDADE Passada (P)

DESCRIO

EXEMPLO

Impacto ambiental identificado no rea de solo contaminado presente, mas foi causado por com leo Ascarel atividade desenvolvida no passado. Impacto ambiental atividade atual decorrente de Lanamentos de efluentes

Atual (A) Futura (F)

Impacto ambiental previsto, Ampliao ETE decorrente de futuras alteraes de processo, aquisies de novos equipa/os, introduo de novas tecnologias.Tabela 3 Temporalidade de ocorrncia de aspectos/impactos ambientais

Uma vez definida a temporalidade de ocorrncia de aspectos/impactos ambientais, deve-se efetuar o levantamento dos aspectos/impactos ocorridos no passado, alm do levantamento dos aspectos/impactos que apresentem temporalidade atual ou futura; estes levantamentos iro fornecer subsdios histricos para uma avaliao de risco ambiental associada probabilidade, a qual indicar que situaes de emergncias detectadas nos passado, tendero a se repetir no futuro. Estes levantamentos serviram de informaes que integraro a avaliao dos aspectos/impactos para as circunstncias atuais (SEIFFERT: 2006). DONAIRE apresenta quatro itens bsicos de um roteiro bsico para a anlise de aspectos ambientais: meio fsico, recursos hdricos, meio biolgico e meio antrpico. imprescindvel que sejam avaliados os aspectos que realmente apresentem um impacto de mbito ambiental que exceda os limites fsicos da organizao, apresentando potencialidade de reclamaes por rgos de controle ambiental, associaes comunitrias, ambientalistas, organizaes no governamentais, mdia, entre outros (SEIFFERT: 2006). A classificao de riscos um elemento-chave em relao aos impactos ambientais, e so determinados pela seguinte classificao: quanto probabilidade; quanto severidade e quanto abrangncia; sendo que as trs classificaes so divididas em grau 1, grau 2 e grau 3, conforme a sua aplicabilidade. A relevncia dos impactos ambientais pode ser classificada

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como quantitativo-qualitativas (hierrquicas ou binrias) ou enquadrada como relevante, muito relevante ou pouco relevante (SEIFFERT: 2006).

3.3.2.2

Caracterizao dos impactos ambientais Aps a devida identificao de aspectos ambientais reais ou potenciais em cada

departamento da organizao atravs da elaborao das listagens dos processos existentes, efetua-se a sua caracterizao em relao aos aspectos/impactos ambientais (SEIFFERT: 2006).

3.3.2.3

Verificao de importncia dos impactos ambientais Em relao verificao de importncia dos impactos ambientais devem-se levar em

conta duas caractersticas de avaliao: a avaliao de conseqncia/magnitude (abrangncia versos severidade) e a avaliao de freqncia/probabilidade (SEIFFERT: 2006).

3.3.2.4

Avaliao da significncia dos impactos ambientais em funo da situao operacional de enquadramento dos impactos Quando ocorrem impactos em uma situao operacional normal ou anormal, a

classificao a seguinte: impactos desprezveis; impactos moderados; e impactos crticos. No caso dos impactos ambientais em uma situao operacional anormal ou de emergncias classificam-se em: crtico; moderado; e menor. importante ressaltar que todos impactos em uma situao operacional de risco ou emergncia considerado significativo; e que o enquadramento como crtico, moderado ou menor somente para direcionar a prioridade do gerenciamento (SEIFFERT: 2006).

27

3.3.3

Requisitos Legais e Outros Requisitos Efetuando um paralelo entre a OHSAS 18001:2007 e a NBR ISO 14001:2004 iremos

observar que em relao aos requisitos legais e outros requisitos as duas normas so similares nas exigncias e obrigaes, uma vez, que dever da organizao estabelecer e manter procedimento para identificar e ter acesso legislao e a outros requisitos relacionados ao meio ambiente e a SSO, divergindo apenas na colocao das palavras, mas com o mesmo contedo e sentido. A aparente simplicidade no cumprimento deste requisito, implica em diversas situaes de dificuldade, pois podem apresentar dificuldades no andamento da gesto, como no prprio funcionamento da organizao. A organizao passa a ser obrigada a identificar e manter um cadastro de requisitos legais aplicados as suas atividades, produtos e servios, atividade simples e que no apresenta nenhuma dificuldade aparente; mas do ponto de vista prtico, que muitas organizaes, em particular as pequenas e mdias, sofrem por no dispor de colaboradores habilitados e so foradas a terceirizarem a atividade, alm de enfrentar o fato do desconhecimento tcnico especializado sobre o tema, em especial para as leis ambientais (SEIFFERT: 2006). interessante que os controles aplicveis ao SGIMASST, sejam integrados, algumas das licenas importantes so (MORAES: 2006): Licena de corpo de bombeiros; Licenas ambientais; Licenas e autorizaes especiais para transporte de produtos perigosos (Ministrio do Exrcito, Polcia Federal, rgos Estaduais do Meio Ambiente, Prefeituras, entre outros); Licenas do Ministrio da Sade (Ambulatrios e hospitais); Licenas do Ministrio da Agricultura (Agrotxicos).

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O anexo A (Orientaes para uso desta Norma) da NBR ISO 14001:2004 traz duas recomendaes em relao avaliao do atendimento a requisitos legais e outros: Primeira Recomendao: Recomenda-se que a organizao seja capaz de demonstrar que ela tenha avaliado o atendimento aos requisitos legais identificados, incluindo autorizaes ou licenas aplicveis; Segunda Recomendao: Recomenda-se que a organizao seja capaz de demonstrar que ela tenha avaliado o atendimento a outros requisitos subscritos identificados.

3.3.4

Objetivos e Metas O conceito de objetivos e metas para o SSO e SGA tem a poltica como o seu

princpio, ou seja, em ambos os casos os objetivos devem ser coerente-compatveis com a poltica. Para os dois sistemas de gesto deve-se estabelecer, implementar e manter documentos, nas funes e nveis pertinentes da organizao; deve-se determinar objetivos e metas mensurveis, sempre que praticvel; deve-se considerar os requisitos legais e outros requisitos; deve-se incluir o comprometimento com a melhoria contnua; deve-se considerar as opes tecnolgicas, seus requisitos financeiros, operacionais, comerciais e a viso das partes interessadas. A nica diferena est em questes especficas no caso do SGA poltica deve incluir comprometimento com a preveno de poluio e no caso da SSO deve considerar os perigos e riscos em relao segurana e sade do trabalho (OHSAS 18001:2007) / (ISO 14001:2004). As metas estabelecem etapas necessrias e cronologicamente concatenadas para que um objetivo possa ser atingido (SEIFFERT: 2006).

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Meta 1 Desenvolvimento de projeto para a instalao de lavadores de gases para emisses atmosfricas at agosto de 2001 Meta 2 Instalao de lavadores de gases at dezembro de 2001

OBJETIVO Eliminao de emisses de SO4

Figura 4 Objetivo e metas relacionadas

O emprego de objetivos no mensurveis somente aceito, caso a organizao no encontre formas adequadas para realizar o seu acompanhamento de forma quantitativa, ou seja, sempre que possvel os objetivos devem ser mensurveis (BENITE: 2004).

OBJETIVO

META (QUANTO + QUANDO)

INDICADOR Nmero de acidentes sem afastamento apresentado no relatrio anual de acidentes de 2004 em relao ao de 2003

Reduzir o nmero de acidentes de No mnimo 50% at Dez/2004 trabalho sem afastamento

Nmero de atividades com risco 09 Eliminar atividades com risco 09 Eliminar 02 atividades com risco (alto) no relatrio anual de 2004 em (alto) na empresa 09 (alto) at Dez/2004 relao ao de 2003 Implementao de Sistemas Proteo Coletiva inovadoras de No mnimo dois at Dez/2004 Nmero de Sistemas de Proteo Coletiva inovadores implementados e em operao no ano

Nmero de horas de treinamento de Aumentar o nmero mdio de horas Aumentar em 2 horas/funcionrio SSO/Nmero de funcionrios dos treinamentos de SSO at Dez/2004 (medido mensalmente)

Tabela 4 Exemplos de objetivos de SSO desdobrados em metas e indicadores

Conforme podemos verificar a integrao dos objetivos e metas no SGIMASST so exeqveis e de simples aplicao.

30

3.3.5

Programa(s) de Gesto A definio de estratgias e planos de ao fundamental para que os objetivos e

metas sejam alcanados. Para efetivar as metas e objetivos necessrio documentar os programas de gesto que sero estabelecidos, os quais devem possibilitar a comunicao a todos envolvidos, e a sua decorrente aplicao (BENITE: 2004). Assim como nos objetivos e metas, os conceitos de estabelecer, implementar e manter programa(s) na OHSAS 18001:2007 e na NBR ISO 14001:2004 se fundem tornando a sua integrao de fcil aplicao.

PROGRAMA DE GESTO DA SSO Objetivo: Eliminar atividades com risco 09 (alto) na empresa Meta: Eliminar atividades com risco 09 (alto) at Dez/2004

N 035

Indicador: Nmero de atividades com risco 09 (alto) no relatrio anual de 2004 em relao ao de 2003 Aes e recursos necessrios Descrio Estudar a substituio do processo de escavaes de tubulaes a cu aberto (poo) por outro processo com menor risco, como por exemplo, a utilizao de perfuratrizes mecnicas. Contratar uma assessoria tcnica especializada em fundaes para auxiliar no estudo. Substituir o processo de demolio de rochas utilizando explosivos pelo processo de demolio com rompedores mecnicos pneumticos Instalar dispositivos de reteno de equipamentos de corte de peas do setor C. --poeira nos Prazo Responsveis Diretor Tcnico, Gerente de Contrataes e Eng. de Segurana. Diretor Tcnico, Gerente de Contrataes e Eng. de Segurana. Diretor Tcnico, Gerente de Contrataes e Eng. de Segurana. ---

At Julho/2004

At Dez/2004

At Dez/2004 ---

Tabela 5 Exemplos de Programa de Gesto da SSO

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4

EXECUO DO SGIMASST (IMPLEMENTAO E OPERAO)

4.1 RECURSOS, FUNES, RESPONSABILIDADES E AUTORIDADES O sucesso da implementao e manuteno do sistema de gesto (SGIMASST) ir depender da atuao de cada colaborador dentro da organizao, desde a Alta Administrao at o menor nvel dentro da estrutura organizacional. Assim todas as funes, responsabilidades e autoridades devem ser claramente definidas e comunicadas, para que cada colaborador esteja ciente de suas obrigaes em relao ao sistema de gesto (SGIMASST) (BENITE: 2004). O comprometimento da Alta Administrao deve ser explicito na definio da poltica do sistema de gesto (SGIMASST), dos objetivos e metas, na nomeao/indicao do seu representante e na anlise crtica. Em linhas gerais a importncia da Alta Administrao est na disponibilidade de providenciar os elementos para a implantao e manuteno do sistema de gesto (SGIMASST); ou seja, dever da Alta Administrao assegurar que a organizao seja capaz de atender os requisitos das normas de sistema de gesto (SGIMASST), os quais so (SEIFFERT: 2006): 1. disponibilizar recursos; 2. integrar o SGIMASST; 3. definir atribuies e responsabilidades 4. viabilizar o processo de motivao e conscientizao do SGIMASST; 5. identificar os conhecimentos e habilidades necessrios; 6. estabelecer processos para comunicao e relatos; 7. implementar controle operacionais necessrios importante destacarmos que a exigncia deste requisito similar em todos os sistemas de gesto, seja de Meio Ambiente, SSO ou Qualidade.

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4.2 TREINAMENTO, CONSCIENTIZAO E COMPETNCIA A integrao em relao ao treinamento, conscientizao e competncia do SGIMASST ir exigir da organizao que qualquer pessoa que, para ela ou em seu nome, seja identificada e componente com base na formao apropriada, treinamento ou experincia, para realizar tarefas que tenham o potencial de causar impacto(s) ambiental(is) significativo(s) e/ou tarefas que possam ter impacto na SSO, no local de trabalho; determinante tambm que sejam mantidos registros associados ao treinamento, conscientizao e competncia dos colaboradores, alm de estabelecer, implementar e manter procedimentos para fazer que as pessoas que trabalhem para organizao ou em seu nome sejam conscientes de suas obrigaes (OHSAS 18001:2007) / (ISO 14001:2004). Educao (formao apropriada), treinamento e experincia, so definidos como (MELLO:2002): Educao: subtende-se o perodo de graduao que a pessoa adquiriu ao longo de sua vida, desde de o ensino bsico, mdio, superior, podendo chegar at o doutorado; Treinamento: o ato ou processo de fornecer ou receber instruo para uma habilidade, profisso ou ocupao particular, tais como cursos de pequena carga horria, como, por exemplo: metrologia, auditoria interna, leitura de mudanas, etc; Experincia: o conhecimento prtico obtido por meio de fatos ou eventos, considerado como fonte de conhecimento, tal como as capacitaes adquiridas pelo trabalho em dada atividade por um longo perodo de tempo, como, por exemplo, operao de mquinas em geral, atendimento do SAC etc.

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4.3 CONSULTA E COMUNICAO A comunicao uma tarefa complexa e de difcil operacionalizao para muitas organizaes, e que podem gerar inmeros rudos, insatisfaes e conflitos. Para tanto a Alta Administrao deve estabelecer canais para manter os seus colaboradores informados sobre a eficcia do SGIMASST (MARANHO: 2005). Visando eliminar as dificuldades da comunicao tanto a OHSAS 18001:2007 como a NBR ISO 14001:2004 determina que organizao deva estabelecer, implementar e manter procedimentos em relao aos seus aspectos ambientais e ao SGA como para a SSO. Como o processo de divulgao da poltica ambiental integrada com a poltica da SSO, nos diversos nveis da organizao, um fator determinante para a efetiva implementao do SGIMASST, diversos recursos podem ser utilizados para a efetividade da divulgao, ressaltando que a nica barreira a falta de criatividade de buscar alternativas adequadas cultura, necessidades ou limitaes oramentrias das organizaes (SEIFFERT: 2006): a) cartazes, quadros e placas; b) camisetas; c) informativos peridicos e folders; d) utilizao no verso do holerite do colaborador; e) papel de parede e protetor de tela do colaborador; f) informaes complementares nos crachs dos funcionrios e visitantes.

4.4 DOCUMENTAO A NBR ISO 14001:2004, em seu anexo A (Orientaes para uso desta Norma), esclarece que a documentao do SGA pode ser integrada com as de outros sistemas de gesto, em nosso caso especfico com o sistema de gesto da SSO.

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Segundo a OHSAS 18001 a documentao do sistema gesto (SGIMASST) pode estar em papel ou em meio eletrnico. importante destacar que a tecnologia moderna permite que toda a documentao do sistema gesto (SGIMASST), seja mantida em mdia eletrnica (MARANHO: 2005). Tomando como base as diretrizes da NBR ISO 9001:2008, a documentao do SGIMASST pode ser ilustrada pelo Tringulo da Documentao (vide figura 5), ou seja, a forma triangular que usualmente representa a documentao e os nveis hierrquicos de uma organizao, as quais so (MARANHO: 2005): Estratgico: Poltica e Manual do SGIMASST; Ttico: Procedimentos Sistmicos (ou padres de processo); Operacional: Procedimentos Operacionais, Instrues de Trabalho,

Formulrios e Registros.

Figura 5 Estrutura documental de um SGIMASST

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4.5 CONTROLE DE DOCUMENTOS E DE DADOS Outro ponto crtico do SGIMASST o controle de documentos e dados, o qual responsvel pelo maior ndice de no-conformidades nos processos auditoria. importante que a quantidade de documentos do SGIMASST seja devidamente dimensionada, evitando o controle impraticvel dos documentos. No controle de documentos do SGIMASST importante garantir que os documentos sejam usados na reviso correta, para tanto necessrio distribuio adequada e confivel, e caso necessrio, controlada com o auxlio de protocolo (OLIVEIRA: 2005). Consideraes importantes em relao aos documentos e dados so (OLIVEIRA: 2005): fundamental que cada documento tenha um nmero de controle, ttulo, data de emisso, nmero da reviso e aprovao do responsvel; Para facilitar o gerenciamento, os documentos podem ser classificados como Controlados e No-Controlados: documento controlado aquele cuja distribuio de cpias registrada, garantindo a sua rastreabilidade; documento no-controlado sem que haja controle de distribuio, normalmente um documento de uso temporrio. importante destacarmos que definio da sistemtica de controle de documentos das normas OHSAS 18001:2007, NBR ISO 14001:2004 e NBR ISO 9001:2008 so idnticas e de um mesmo princpio, quando todas determinam que seja estabelecido, implementado e mantido procedimentos para as atividades de controle de documentos.

4.6 CONTROLE OPERACIONAL O controle operacional tem como objetivo identificar as operaes e atividades associadas aspectos ambientais significativo, o qual pode ser integrado como os de SSO, os

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quais devem ser caracterizados pela poltica, objetivos e metas do sistema de gesto (SGIMASST) da organizao (SEIFFERT: 2006).

4.6.1

Controle Operacional da SSO O controle operacional da SSO deve estar baseado na identificao de perigo e

avaliao de riscos, ou seja, devo determinar o controle dos processos necessrios, objetivando a eliminao dos perigos e/ou a reduo dos riscos. Na seleo dos controles operacionais so necessrios que seja analisado vrios fatores, entre eles: o nvel de risco existente, os custos, a praticidade do controle, a possibilidade de se introduzir novos perigos; nmero de pessoas expostas ao perigo, ndice de utilizao de equipamento de proteo individual (EPI); exigncias legais; exigncias de clientes contratantes; histrico de ocorrncias de acidentes ou quase acidentes (BENITE: 2004). H trs tipos de controle que devem ser levados em considerao no processo de definio, os quais so: fonte (perigo), meio e homem. importante destacar que quanto mais prximo da fonte estiverem os controles, mais efetivos e eficientes eles sero (BENITE: 2004).

Figura 6 Eficincia dos controles operacionais

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4.6.1.1

Controle sobre as fontes A eliminao dos perigos ou evitar que eles existam forma mais eficaz de no existir

um acidente, da a necessidade do controle sobre as fontes. Na impossibilidade da eliminao do perigo ou de evitar que ele exista, importante que se busque a reduo dos mesmos, de forma que se diminua a gravidade dos danos que possam acontecer ou da probabilidade da sua ocorrncia. importante enfatizar que na maior parte dos casos de controle da fonte, haver a necessidade do emprego de novas tecnologias, alteraes significativas nos processos e, por conseguinte, aumento nos investimentos; em contra partida os resultados so positivos, gerando um impacto significativo na SSO da organizao. Exemplos de tipos de controle sobre as fontes (BENITE: 2004): eliminao da necessidade de um equipamento cortante em uma determinada atividade; eliminao de atividades em que o trabalhador esteja exposto a altura; eliminao do uso de produtos inflamveis, explosivos e/ou txicos.

4.6.1.2

Controle sobre os meios O controle sobre os meios est embasado na preveno da exposio do homem a um

determinado perigo, sem que o mesmo esteja extinto; aplicao de barreiras devidamente mantidas e operacionalizadas, de forma a impedir a ao do homem. A grande dificuldade que este tipo de controle, em sua maioria, dimensionado indevidamente, permitindo que sejam removidas ou tornadas inoperantes, expondo o homem aos perigos. Exemplos de tipos de controle sobre os meios (BENITE: 2004): colocao de cercas prximas as reas de movimentao de veculos; colocao de barreiras acsticas em fontes de rudo; guarda-corpos de escadas e de periferia de lajes;

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dispositivos de proteo de mquina e equipamento.

4.6.1.3

Controle sobre o homem Este tipo de controle est embasado na conscientizao dos trabalhadores e

diretamente vinculado a eficcia da implementao da Consulta e Comunicao e do Treinamento, Conscientizao e Competncia. Exemplos de tipos de controle sobre o homem (BENITE: 2004): utilizao de EPI; instrues de segurana documentada; folhetos orientativos; placas de segurana.

4.6.2

Controle Operacional do Meio Ambiente Conforme exigncia da NBR ISO 14001:2004 a Poltica Ambiental da organizao

deve incluir o comprometimento com a melhoria contnua e com a preveno de poluio. Com base nesta exigncia controle operacional do meio ambiente deve ter como enfocar a preveno da poluio atravs do gerenciamento de resduos. Os princpios bsicos de um programa de qualidade podem ajudar na eliminao dos resduos, adotando os seguintes princpios: utilizao mais eficiente dos insumos; eliminao da utilizao de materiais perigosos ou de difcil manuseio; supresso de atividades prescindveis (SEIFFERT: 2006). O controle de resduos prope o seguinte modelo de diretrizes para implantao para um sistema de gerenciamento de resduos (SEIFFERT: 2006): 1. identificao de todos os resduos de uma maneira sistemtica; 2. estabelecimento de metas e prioridades ambientais associadas ao tipo de resduo;

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3. criao e implantao de planos de ao especficos; 4. estabelecimento de sistemas para rastrear pontos de perdas de processo, atravs de procedimentos de balano de massa; 5. monitoramento da utilizao de resduos txicos no processo, chegando, se possvel, a sua completa eliminao. Principalmente visando uma abordagem proativa, buscando a substituio de matrias-primas e insumos por substitutivos menos prejudiciais ao meio ambiente. recomendvel que os padres admissveis de perdas de resduos sejam revistos sistematicamente (anualmente), evitando assim falhas no processo de controle de resduos. Cumprir o determinado na poltica ambiental em relao preveno da poluio ir permitir a reduo de gerao dos resduos slidos, contribuindo expressivamente no aumento de ganhos e com um impacto positivo em relao eficincia de um processo pela identificao de perdas, ainda que o objetivo final seja apenas o atendimento a legislao (SEIFFERT: 2006). Outro ponto importantssimo no controle operacional do meio ambiente o controle dos fornecedores e subcontratados da organizao. fato que qualquer atividade desenvolvida na organizao poder acarretar impacto significativo ao meio ambiente, da a importncia de gerenciar/monitorar os fornecedores e subcontratos; como ferramentas para este controle destacam-se os seguintes (SEIFFERT: 2006): desenvolvimento de programa de segurana; definio de critrios operacionais em relao ao meio ambiente para contratao; mxima racionalizao do uso matrias-primas, insumos e servios menos prejudiciais ao meio ambiente.

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Conforme podemos observar o controle operacional do meio ambiente e da SSO, poder ser integrado desde que se respeitem s exigncias especficas para cada sistema de gesto.

4.7 PREPARAO E ATENDIMENTO/RESPOSTA S EMERGNCIAS Tanto a OHSAS 18001:2007 como a NBR ISO 14001:2004 determina que organizao deva estabelecer, implementar e manter procedimentos para identificar o potencial e atender situaes de emergncia, sendo que a diferenciao est em que a norma OHSAS 18001 determina o atendimento a situaes de emergncias para prevenir e reduzir as possveis doenas e leses que possam estar associadas a eles; enquanto que a ISO 14001 determina o atendimento a situaes de emergncias que possam ter impacto(s) sobre o meio ambiente, e como a organizao responder a estes.

4.7.1

Preparao e Atendimento/Resposta s Emergncias da SSO Acidente ou acontecimento casual, fortuito e inesperado assim definido pela OHSAS

18001:2007: Evento indesejado que resulta em morte, doena, leso, dano ou outra perda. Como acidente algo pelo qual ningum espera e que no ocorre em todo tempo, infelizmente na maioria dos casos o homem no sabe o que fazer devido ao despreparado para uma situao de emergncia. Para tanto, a organizao tem a obrigao de determinar o que fazer em uma situao de emergncia, ou seja, a organizao deve pensar, planejar, praticar e implementar uma forma eficaz de atendimento as emergncias; a definio de planos e procedimentos podem fazer a diferena entre um pequeno incidente e um evento de grandes propores (BENITE: 2004). com base nos perigos existentes que a organizao dever definir as situaes de emergncias, devendo estas identificaes ocorrem de forma contnua e sistemtica e

41

integrada com o processo de identificao de perigos e avaliao de riscos. No desenvolvimento dos planos e procedimentos ao atendimento das emergncias devem-se considerar os seguintes elementos (BENITE: 2004). Objetivo: qual o objetivo bsico do plano, considerando a hiptese de emergncia; Preparao: definio de recursos necessrios que devem estar disponveis para uma eventual situao de emergncia; Atendimento: como a organizao deve se mobilizar para atuar em uma situao de emergncia, ou seja, como feita a deteco, comunicao, avaliao e mobilizao dos recursos disponibilizados para controlar a emergncia.PERIGOS SITUAES DANOS HIPTESES DE EMERGNCIA

Exposio altura

Nas periferias e vo de lajes

Queda e morte

Acidente fatal

Fonte de calor

Cigarro jogado em cestos de lixo

Perdas de materiais e danos pessoais

Incndio com vtima

Figura 7 Exemplos de definio das hipteses de emergncias

4.7.2

Preparao e Atendimento/Resposta s Emergncias do Meio Ambiente imprescindvel que o SGA desdobre a identificao de aspectos e avaliao de

impactos ambientais, de forma a preparar a organizao ao atendimento e situaes de emergncias de cunho ambiental. Alm de implementar e manter procedimentos para identificar o potencial e atender situaes de emergncias que possam ter impacto(s) sobre o meio ambiente, e como a organizao responder a estes; faz-se necessrio a reviso dos seus

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procedimentos aps a ocorrncia de incidentes/acidentes ou situaes desta natureza, procedimentos estes que devem sistematicamente serem testados, conforme aplicvel. Sendo assim, o que foi evidenciado na implementao indica que a preparao para atendimento a acidentes ou situaes de emergncias tem a obrigao de contemplar os seguintes princpios: orientao para novos empregados, avaliaes de riscos, sistemas de pesquisa e avaliao de emergncias e treinamento (SEIFFERT: 2006).

5

VERIFICAO DO SGIMASST

5.1 MEDIO E MONITORAMENTO DE DESEMPENHO A medio do desempenho uma ferramenta importante de se obter subsdios sobre a eficcia do sistema de gesto (SGIMASST), sendo que, desempenho uma avaliao da conjuntura fundamentada na implementao de aes visando obter nveis de SSO e gesto ambiental considerados satisfatrios para organizao (MORAES: 2006). A definio da sistemtica da medio e monitoramento deve abordar os indicadores proativos e os indicadores reativos (BENITE: 2004): Indicadores Proativos: so aqueles capazes de detectar ou medir resultados ou impactos negativos em fases suficientemente precoces, a fim de gerar informaes que levem a aes que permitam, ou que possibilitem, interromper o curso evolutivo, reverter o processo e evitar o fato ou sua ocorrncia (Hopkins, 1994); Indicadores Reativos: so aqueles capazes de detectar ou medir resultados ou impactos aps a ocorrncia cuja anlise, ainda que post factium, auxiliem com informaes para realimentar o processo de melhoria contnua (Hopkins, 1994).

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Para Hopkins os indicadores reativos so questionveis, pois o fato de no ocorrer uma no-conformidade (acidente) no indica que o ambiente de trabalho esteja seguro, em contra partida os indicadores proativos proporcionam condies para antecipar as no-conformidades reais ou potenciais (BENITE: 2004). Para atendimento deste requisito tanto na OHSAS 18001:2007 como na NBR ISO 14001:2004 determinante estabelecer, implementar e manter procedimentos para monitorar e medir, periodicamente, o desempenho do SGIMASST. Outra ferramenta determinante para o atendimento da medio e monitoramento de desempenho a elaborao de um plano para cada parmetro a ser monitorado, o qual deve conter (SEIFFERT: 2006): aspecto/impacto ambiental e identificao de perigos e avaliao de controle de riscos significativos; quando pertinente, indicao de meta qual est associado, bem como o respectivo indicador de desempenho; local de coleta e mtodo de coleta a ser empregado; nveis limtrofes (inferior e superior) do parmetro; nome do procedimento que serve como referncia para realizao da anlise, bem como forma de registro (formulrio especfico); identificao do funcionrio responsvel. Em relao escolha dos monitoramentos ambientais imprescindvel que tais indicadores, estejam relacionados aos impactos ambientais da organizao, os mais usados esto associados legislao ambiental (SEIFFERT: 2006): 1. emisses atmosfricas de chamins (SOx, material particulado, fumaa preta, etc.);

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2. parmetros de qualidade de gua (nitrito, nitrato, pH, temperatura, turbidez, etc.); 3. emisses de escapamento de frotas de veculos (fumaa preta, etc.). Em relao ao SSO a organizao deve identificar os elementos chaves para medio e monitoramento do sistema de gesto. Exemplos de medio e monitoramento do desempenho da SSO so (BENITE: 2004): 1. taxa de gravidade dos acidentes; 2. nmero de quase acidentes; 3. custos dos acidentes; 4. nmero de doenas do trabalho; 5. medies de rudo, iluminao, temperatura e qualidade do ar; 6. nmero de notificaes e multas de organismos fiscalizadores; entre outros. Outro fato considerado em ambas as normas, OHSAS 18001 e ISO 14001, a obrigao que os equipamentos de monitoramento e medio utilizados e mantidos, sejam calibrados ou verificados, e que os seus registros associados sejam retidos.

5.2 REGISTROS E GESTO DE REGISTROS Os registros o nico meio de demonstrar que os documentos (procedimentos e as instrues de trabalho) relacionados ao SGIMASST esto sendo cumpridos dentro da organizao, ou seja, os registros so as nicas evidencias objetiva do SGIMASST (OLIVEIRA: 2005). A OHSAS 18001:2007 e a NBR ISO 14001:2004 determinam que seja estabelecido, implementado e mantido procedimentos para garantir a: identificao, armazenamento, proteo, recuperao, reteno e descarte dos registros.

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A forma de identificao, armazenamento, proteo, recuperao, reteno e descarte dos registros, so (OLIVEIRA: 2005): Identificao: Os registros so identificados como Anexos dos Procedimentos ou das Instrues de Trabalho do SGIMASST; Manuteno (Armazenamento e Proteo): Os registros em papel so arquivados em pastas suspensa, entre outras, e os magnticos, so gravados em discos rgidos, CD-ROM ou disquetes; Recuperao: Os registros so arquivados seguindo a indexao indicada no documento, de forma a facilitar a sua localizao. Os registros podem ser indexados por ordem alfabtica, numrica, cronolgica, alfanumrica ou por assunto; Descarte: Vencido o tempo de reteno, os registros so destrudos / deletados ou enviado para o arquivo inativo; Tempo de reteno: O tempo de reteno do registro do SGIMASST no arquivo deve ser definido, conforme a sua aplicabilidade, respeitando sempre o tempo mnimo exigido por lei. O tempo de descarte do registro deve ser identificado no SGIMASST. A principal diferena entre registro da do SGIMASST e documento que o registro relaciona-se ao passado (registro de uma atividade realizada ou praticada), enquanto que o documento relaciona-se ao presente e ao futuro (como tenho que fazer a minha atividade e como irei faz-la quando ela vier a ser melhorada) (MELLO: 2002). Outra determinao em relao aos registros do SGIMASST que os mesmos sejam estabelecidos e mantidos, conforme necessrio, e que permaneam legveis, identificveis e rastreveis (OHSAS 18001:2007) / (ISO 14001:2004).

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5.3 AUDITORIA INTERNA A NBR 19011:2002 define auditoria como: processo sistemtico, documentado e independente para obter evidncias de auditoria e avali-las objetivamente para determinar a extenso na qual os critrios de auditoria so atendidos. Indiscutivelmente a auditoria interna a melhor ferramenta de avaliao do sistema de gesto (SGIMASST), o objetivo deste instrumento aferir a conformidade e monitorar a adequao do SGIMASST, alm de promover a oportunidade da melhoria contnua (MARANHO: 2005). Ou seja, o processo de auditoria tem como objetivo levantar amostras objetivas, que iro avaliar a adequao e conformidade do SGIMASST em relao Poltica Ambiental e/ou Poltica da SSO (Estas duas Polticas podem estar integradas em uma mesma Poltica), objetivos, metas, manual, procedimentos, instrues, especificaes, legislao, cdigos e norma estabelecidos e outros requisitos contratuais ou no-contratuais aplicveis (CERQUEIRA: 2004). Tanto o sistema de gesto do meio ambiente como da SSO, possuem a mesma determinao em relao planejamento e programa de auditoria interna de uma organizao, desde que a auditoria seja embasada na importncia e situao para cada atividade em relao aos requisitos especificados. Devendo as organizaes implementarem um programa de auditoria interna que analise as contingncias do SGIMASST. Como requisito, a organizao deve estabelecer, implementar e manter um procedimento contendo todas as atividades que obrigatoriamente sero aplicadas para o cumprimento de auditoria interna (CERQUEIRA: 2004): a definio do programa de auditoria a ser implementado. Estes programas em sua maioria so anuais, ou seja, no perodo de um ano, quando deve-se assegurar que todos os requisitos do SGIMASST so verificados, em toda a sua extenso e aplicabilidade;

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a descrio do fluxo das atividades constante do processo de auditoria interna; a maneira adotada para formao, habilitao e qualificao dos auditores internos; o tratamento a ser dado aos relatrios de auditoria a s solicitaes de aes corretivas emitidas; o processo de anlise das no-conformidades encontradas, a tomada de aes corretivas e as atividades de acompanhamento para verificao das aes tomadas; os modelos padronizados a serem adotados para relatrio de auditoria, solicitao de ao corretiva e a lista de verificao; a definio clara das responsabilidades pelas diversas atividades; a relao entre a atividade de auditoria e a anlise crtica pela Alta Administrao, que deva ser realizada em funo dos resultados da primeira. Dois pontos a serem destacados no processo de auditoria e determinado na OHSAS 18001:2007 e na NBR ISO 14001:2004 que: o programa de auditoria tambm deve basearse nos resultados de auditorias anteriores; e que a escolha dos auditores e a conduo das auditorias devem assegurar a imparcialidade do processo de auditoria. Outro ponto a ser destacado no processo de auditoria a referncia que a NBR 19011:2002 faz em relao aos trs tipos de auditoria, a saber: Auditorias de Primeira Parte: Algumas vezes chamadas de auditoria interna, so as auditoria conduzidas pela prpria organizao, ou em seu nome, para anlise crtica pela administrao e outros propsitos internos, podem formar a base para uma auto-declarao de conformidade do SGIMASST. Em muitos casos, particularmente em pequenas organizaes, a independncia pode ser

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demonstrada pela liberdade de responsabilidades pela atividade sendo auditada. Auditorias de Segunda Parte: so auditorias externas que so realizadas por partes que um interesse na organizao, tais como clientes, ou por outras pessoas em seu nome. Auditorias de Terceira Parte: so auditorias externas que so realizadas por organizaes externas de auditoria independente, tais como organizaes que provem certificados ou registros de conformidade. A NBR 19011:2002 ainda explica que: quando a organizao opta em realizar auditoria do sistema de gesto de qualidade em conjunto com o SGIMASST, isto chamado de auditoria combinada; quando duas ou mais organizaes de auditoria cooperam para realizar auditoria um nico auditado, isto chamado de auditoria conjunta. que o termo independncia a base para imparcialidade da auditoria e objetividade das concluses da auditoria. Finalizando o assunto as auditorias do SGIMASST podem ser classificadas e agrupadas, conforme a tabela 6 (CERQUEIRA: 2004):CLASSIFICAO DAS AUDITORIAS Quanto ao objetivo ou Escopo Sistema Quanto s Partes Auditoras 1 Parte Quanto ao Objetivo da Auditoria Certificao Superviso ou Manuteno Processo 2 Parte Prmio Gesto Produto 3 Parte Garantia da Qualidade Credenciamento Autodeclarao de conformidade

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Tabela 6 Classificao das auditorias

6

CORREO, ANLISE E MELHORIA DO SGIMASST

6.1 NO-CONFORMIDADES E AES CORRETIVAS E PREVENTIVAS Como introduo ao assunto, estaremos apresentando as seguintes definies para no-conformidade, correo, ao corretiva e ao preventiva, segundo a NBR ISO 9001:2005: no-conformidade: no atendimento de um requisito; correo: ao tomada para eliminar uma no conformidade identificada; ao corretiva: ao tomada para eliminar a causa de uma no conformidade identificada ou outra situao indesejvel; ao preventiva: ao tomada para eliminar a causa de uma potencial no conformidade ou outra situao potencialmente indesejvel.

6.1.1

Acidentes, Incidentes, No-Conformidades, Aes Corretivas e Preventivas da SSO determinante para a eliminao de uma no-conformidade, acidente ou incidente,

que seja identificada a causa do efeito, para a devida tomada de ao corretiva ou preventiva. A sistemtica da identificao e anlise da no-conformidade, acidente ou incidente deve contemplar os seguintes itens (BENITE: 2004): formas de identificao das no-conformidade, acidente ou incidente; tcnicas a serem utilizadas para investigao das causas; forma de planejamento das aes necessrias (de correo, corretivas ou preventivas), incluindo definio de prazos, recursos e responsveis; forma de acompanhamento da implementao das aes planejadas; forma de avaliao da eficcia das aes implementadas.

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Em relao ao sistema de gesto da SSO, h uma srie de exemplos de informaes para a identificao de no-conformidade, acidente ou incidente, resultantes do processo de medio e monitoramento, que sustentam a tomada das aes corretivas, preventivas ou de correo, os quais so (BENITE: 2004): relatrios de inspees se segurana em obras; resultado de inspees em equipamentos de produo; indicadores que apresentem desvios em relao ao atendimento dos objetivos e metas; resultados das auditorias internas ou externas; ocorrncias de acidentes e quase-acidentes; notificaes de organismos fiscalizadores; reclamaes de funcionrios, sindicatos, subcontratados e visitantes; resultados da anlise crtica pela Alta Administrao. Existem diversas ferramentas que podem ser utilizadas para a identificao de causas,

entre elas destacamos (BENITE: 2004): Anlise de rvore de Falhas; Diagrama de Causa e Efeito; Brainstorming.

Figura 8 Exemplo de aplicao do Diagrama Causa-Efeito

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6.1.2

No-Conformidades, Aes Corretivas e Preventivas do Meio Ambiente Como o conceito de no-conformidades, aes corretivas e preventivas e o mtodo de

anlise de causa so sempre o mesmo, independentemente do sistema de gesto em questo, sendo mandatrio apenas algumas adaptaes para utilizao no SGIMASST; faz-se necessrio inserir as no-conformidades bsicas voltadas ao meio ambiente (SEIFFERT: 2006): comunicaes ambientais internas ou externas inadequadamente tratadas; atividades de controle operacional do meio ambiente; atendimento a situaes de emergncias do meio ambiente; problemas associados falta de cumprimento de leis e normas ambientais. Fechando o assunto e em especial a questo da correo, citaremos a seguinte afirmao H duas caractersticas intrnsecas espcie humana: imprevisibilidade e falibilidade. Portanto, natural que o ser humano, alm de morrer algum dia, falhe durante a sua vida, por mais perfeitos que sejam os sistemas disponveis. A questo essencial ter disposio para prevenir os erros, estar preparado para limitar-lhes os efeitos quando eles ocorrerem, investigar as causa e tornar o sistema cada vez mais robusto, mediante melhorias contnuas (MARANHO: 2005).

6.2 ANLISE CRTICA Tanto na OHSAS 18001:2007 como na NBR ISO 14001:2004 o requisito da anlise crtica determina que a alta administrao da organizao, em intervalos por ela prdeterminados, deve analisar criticamente o sistema de gesto SSO/SGA, ou seja, a anlise crtica do SGIMASST, para assegurar sua convenincia, adequao e eficcia contnuas; o processo de anlise crtica deve assegurar que as informaes necessrias sejam coletadas, de modo a permitir administrao proceder a essa avaliao; a anlise crtica pela Alta

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Administrao deve abordar a eventual necessidade de alteraes na poltica, objetivos e outros elementos do SGIMASST, luz dos resultados de auditorias do mencionado Sistema, da mudana das circunstncias e do comprometimento com a melhoria contnua. Abaixo apresentamos uma relao das anlises crticas necessrias em relao ao sistema de gesto SSO e do Meio Ambiente: SSO (BENITE: 2004) Adequao a poltica da SSO; Definio ou atualizao dos objetivos e metas de SSO para melhoria contnua no prximo perodo; Meio Ambiente (SEIFFERT: 2006) Convenincia, suficincia e efetividade da poltica ambiental; Convenincia, suficincia e efetividade dos objetivos e metas ambientais, principalmente considerando-se a situao atual da organizao em relao aos objetivos e metas estabelecidos; Nvel de implementao do SGA como um todo, bem como a sua efetividade;

Desempenho do processo de identificao de perigos, anlises de riscos e do processo de controle de risco; Anlise do nvel atual de risca da eficcia das medidas de controle que esto sendo adotadas na empresa; Anlise da adequao dos recursos disponibilizados (financeiros, pessoais e materiais); Eficcia do processo de inspeo e vistorias da SSO; Anlise dos dados relativos a acidentes e quase-acidentes; Resultados das auditorias internas e externas ocorridas desde a ltima anlise crtica; Desempenho do processo de preparao e atendimento a emergncias, considerando os resultados obtidos em simulaes e os eventuais casos reais de emergncias; Possibilidade de adoo de melhorias para o sistema de gesto de SSO (novas iniciativas a serem introduzidas ou ampliao de aes existentes); Anlise de investigaes acidentes; resultados obtidos em de acidentes e quase-

A convenincia, adequao e efetividade de esforos de treinamento realizados at o momento;

Discusso dos resultados da auditoria realizada posteriormente ltima reunio; Nvel de implementao das aes corretivas/preventivas com base no que foi verificado nas auditorias; Os resultados do encaminhamento de aes recomendadas em reunio prvia.

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Avaliao de efeitos previsveis de mudanas em legislaes aplicveis ou adoo de novas tecnologias por parte da empresa.Tabela 7 Anlises necessrias em relao ao sistema de gesto SSO e do Meio Ambiente

6.3 MELHORIA CONTNUA Uma das filosofias da melhoria contnua (kaizen), para o SGIMASST, possui como uma das mais conhecidas representao o ciclo PDCA, tambm conhecido como ciclo de Shewhart, seu idealizador, ou como ciclo de Deming, o responsvel por seu desenvolvimento e conhecimento. O ciclo PDCA um mtodo gerencial para promoo da melhoria contnua e reflete, em suas quatro fases, a base da filosofia do melhoramento contnuo. Praticando-as de forma cclica e ininterrupta, acaba-se por promover a melhoria contnua e sistemtica nas organizaes, consolidando a padronizao das prticas. As quatro fases so mostradas na figura 9 e explicadas a seguir (ISNARD MARSHALL: 2003):

Figura 9 Ciclo PDCA

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Planejamento (Plan): No planejamento devem-se estabelecer objetivos e metas, para que sejam desenvolvidos mtodos, procedimentos e padres para alcan-los. Normalmente, as metas so desdobradas do planejamento estratgico (poltica) e representam no SGIMASST a forma de controlar os aspectos/impactos ambientais e seus riscos de acidentes e doenas ocupacionais e melhorar seu desempenho. Os mtodos contemplam os procedimentos e as orientaes tcnicas necessrias para se atingir s metas; Execuo (Do): preciso fornecer educao e treinamento para execuo dos mtodos desenvolvidos na fase de planejamento do SGIMASST. Ao longo da execuo devem-se coletar os dados que sero utilizados na fase de verificao; Verificao (Check). quando se verifica se o planejado foi consistentemente alcanado atravs da comparao entre as metas desejadas e os resultados obtidos. Normalmente, usa-se para isso ferramentas de controle como folhas de verificao, histogramas, entre outras. importante ressaltar que essa comparao deve ser baseada em fatos e dados e no opinies ou intuio; Agir corretivamente (Act): Nessa fase tm-se duas alternativas. A primeira consiste em buscar as causas fundamentais a fim de prevenir a repetio dos efeitos indesejados, no caso de no terem sido alcanadas as metas planejadas. A segunda, em adotar como padro o planejado na primeira fase, j que as metas planejadas foram alcanadas. Girar o ciclo PDCA significa obter previsibilidade nos processos e melhoria do SGIMASST e consequentemente permitir a organizao controlar os aspectos/impactos ambientais e seus riscos de acidentes e doenas ocupacionais e melhorar seu desempenho. A previsibilidade acontece pelo atendimento aos requisitos do SGIMASST, pois, quando a

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melhoria evidente, adota-se o mtodo planejado, fundamentando ainda mais o do SGIMASST adotado. Para que o PDCA atue como uma ferramenta de melhoria contnua no SGIMASST preciso criar uma cultura de esforos e padronizao em toda a organizao, a Alta Administrao precisa ter coragem para mudar, sendo essencial criar massa crtica em toda organizao; no podendo os colaboradores ou mesmo a alta administrao agir sozinhos (ISNARD MARSHALL: 2003).

Figura 10 Esforos para melhoria contnua do SGIMASST

Em suma melhoria contnua significa buscar melhores resultados e melhores nveis de desempenho dos processos, produtos e atividades da empresa, seja voltada ao meio ambiente, ou seja, voltada a SSO, mas de preferncia integradas (MOURA: 2003).

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Figura 11 Melhoria contnua do SGIMASST

7

INTEGRANDO OUTROS SISTEMAS DE GESTOPrimeiramente estaremos entendo de forma sucinta o Sistema de Gesto da Qualidade

(SGQ) e da Responsabilidade Social.

7.1 SISTEMA DE GESTO DA QUALIDADE O SGQ baseado na norma srie ISO 9000, foi lanada em 1987, visando garantia do sistema de gesto das organizaes. Difundida mundialmente a srie ISO 9000 j foi revista por duas vezes, sendo que, a verso ISO 9001:2008 especifica requisitos para um SGQ que podem ser usados pelas organizaes para aplicao interna, certificao ou fins contratuais (GERALDO: 2003).

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7.2 RESPONSABILIDADE SOCIAL A SA 8000 (Social Accountability), criada em 1997, uma moderna norma mundial, que basicamente visa o bem-estar e as condies globais de trabalho, dentro de uma organizao, a fim de avaliar a cadeia produtiva sob o ponto de vista da responsabilidade social (COLENGHI 2003).

Implementar um Sistema de Gesto Integrada (SGI) no uma atividade simples, devido a necessidade de integrao dos diversos elementos das normas ISO 9000, ISO 14000, OSHAS 18001 e SA 8000 (MORAES: 2004). Independente das dificuldades importante destacar que as organizaes necessitam buscar a certificaes de reconhecimento mundiais conhecidas (ISO 9001, ISO 14001, OSHAS 18001 e SA 8000), visando a sua sobrevivncia. O ponto positivo na elaborao e implantao destas normas que elas possuem uma concepo filosfica bastante semelhante, ou seja, caso a organizao j possua o SGIMASST a aplicao dos outros sistemas de gesto ser menos complicada, podendo at integrar a maioria dos requisitos (COLENGHI 2003). Embasado nesta necessidade, inteligente afirmar que a integrao destes sistemas de gesto uma oportunidade para reduzir custos, ou seja, a integrao dos sistemas de gesto ir proporcionar uma srie de vantagens para as organizaes, conforme podemos observar na tabela 8 (BENITE: 2004).EMPRESA Xerox Corporation 3M Corporation Unical Chemicals Tennant Company PROGRAMAS DE SSO E GESTO AMBIENTAL AGREGADOS AO SGQ Environmental Leaddership Program Pollution Prevention Payz Safety Improvement Process Integrating Quality and Hazard Management ECONOMIAS ESTIMADAS 100 milhes de dlares por ano 506 milhes de dlares (19751989) 10% de reduo de acidentes registradas no primeiro ano Aproximadamente 60% de reduo em acidentes e defeitos

Tabela 7 Resultados em SSO e SGA com abordagem do SGQ (Fonte: AICE, 1996)

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8

CONSIDERAES FINAISA dedicao to importante quanto o dinheiro a ser investido; sem dedicao no se

vai longe. Se voc no gosta e/ou no acredita no que faz, no criar convencimento; as pessoas no esto dispostas a colaborar sem entender a importncia das propostas sugeridas. Ou seja, SGIMASST no pode impedir ao alvo principal da organizao que ganhar dinheiro; todavia, o que no pode ocorrer a viso de se lucrar a qualquer custo, da a importncia que o SGIMASST seja o alicerce no apenas para atender a requisitos legais ou tcnicos, mas, tambm, da razo de existir da organizao (MORAES: 2004). Outro ponto a destacarmos o fato que em algumas sociedades os valores sociais so vitais, valores estes que so ensinados na base escolar; infelizmente muitas pessoas desprezam estes ensinamentos, dificultando a implementao do SGIMASST nas organizaes. Instrumentos repressivos, preventivos e de incentivo so necessrios para implementar a cultura de SMS, ou seja, utilizar-se apenas da educao tornar a organizao lenta e inabilitada para mudar o princpio do negcio e a cultura de SMS (MORAES: 2004). Enfim a implementao de um SGIMASST inicia na vontade poltica da Alta Administrao e se concretiza atravs de atitudes e exemplos positivos, da a importncia de um Programa de SMS eficaz, ou seja, no basta apenas querer um SGIMASST, mudar por mudar, deve-se explicar e convencer os colaboradores dos benefcios da implementao do SGIMASST. O comportamento seguro, seja na SSO ou em meio ambiente, deve fazer parte das atividades dirias de uma organizao e seus colaboradores (MORAES: 2004). Neste mundo globalizado, a competitividade, o consumo, a confuso dos espritos constituem baluartes do presente estado de coisas. A competitividade comanda nossas formas de ao. O consumo comanda nossas formas de inao. E a confuso dos espritos impede o nosso entendimento do mundo, do pas, do lugar, da sociedade e de cada um de ns mesmos (MILTON SANTOS: 2001). Concluindo entendemos que tais verdades, conforme afirmao

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de MILTON SANTOS, no deve afetar a nossa percepo da SSO e Meio Ambiente, ou seja, apesar de todas as dificuldades dirias a integridade fsica e a gua lmpida, so imprescindveis para qualquer ser humano.

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REFERNCIAS

ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR ISO 9000: sistemas de gesto da qualidade fundamentos e vocabulrios. ABNT, 2005. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR ISO 9001: Sistemas de gesto da qualidade requisitos. Rio de Janeiro, 2008. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR ISO 14001: Sistemas de gesto ambiental: especificao e diretrizes de uso. Rio de Janeiro, 2004. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR ISO 14004: Sistemas de gesto ambiental: diretrizes gerais sobre princpios, sistemas e tcnicas de referncia. Rio de Janeiro, 2005. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR ISO 19011: Diretrizes para auditorias de sistema de gesto da qualidade e/ou ambiental. Rio de Janeiro, 2002. BARBOSA FILHO, Antonio Nunes. Segurana do trabalho & gesto ambiental. So Paulo: Atlas, 2001. BENITE, Anderson Glauco. Sistemas de Gesto da Segurana e Sade do Trabalho. So Paulo: O Nome da Rosa, 2004. CERQUEIRA, Jorge Pereira de. Auditorias de sistema de gesto: ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, ISO/IEC 17025, SA 8000, ISO 19011:2002. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. COLENGHI, Vitor Mature. O & M e qualidade total: uma interpretao perfeita. Rio de Janeiro: 2 ed. Qualitymark, 2003. GERALDO, Vieira Filho. GQT Gesto da Qualidade Total: uma abordagem prtica. Campinas, SP: Editora Alnea, 2003. ISNARD MARSHALL, E. e outros. Srie gesto empresarial: gesto da qualidade. Rio de Janeiro: FGV, 2003. MARANHO, Mauriti. ISO 9000, verso 2000: manual de implementao. Rio de Janeiro: 7 ed Qualitymark, 2005. MARANHO, Mauriti. O processo nosso de cada dia: modelagem de processo de trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. MELLO, Carlos Henrique Pereira, E. e outros. ISO 9001:2008: sistemas de gesto da qualidade para operaes de produo e servios. So Paulo: Atlas, 2002. MORAES, Giovanni. Elementos do Sistema de Gesto de Segurana, Meio Ambiente e Sade Ocupacional SMS: Por que as coisas continuam dando errado? Rio de Janeiro: Gerenciamento Verde Editora, 2004.

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