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    CURSO DE TEOLOGIA SISTEMTICA

    -MDULO A-

    1

    Escola Bblica - Igreja Nova Vida de PiedadePr. Marcelo Costa

    Introduo

    O ser humano age de acordo com o seu pensamento. O pensamento por suavez conseqncia de conhecimentos adquiridos atravs dos sentidos, do ensino, doexemplo, da experincia ao longo da vida e etc.

    Sendo assim, importante que o ser humano tenha um conhecimento corretoe equilibrado acerca de Deus, para que desta forma o seu pensamento seja correto e,por conseguinte, as suas atitudes venham se harmonizar com a vontade de Deus.Todavia, isto s ser possvel se ele tiver o conhecimento das doutrinas bblicas

    Infelizmente muitas pessoas tm idias completamente equivocadas a respeitode Deus e por isso elas vivem um estilo de vida censurvel aos olhos de Deus.Precisamos entender que impossvel fazer a vontade de Deus sem ter o conhecimentodas doutrinas bblicas. Foi por esse motivo que Deus deu os Dez Mandamentos a Moiss

    para que ensinasse ao povo de Israel (Ex. 20:1-7), foi por causa disso que Jesus,incansavelmente ensinava e pregava com grande autoridade sobre o reino de Deus (Mt.4:23; 9:35), foi por essa razo que os apstolos pregavam o evangelho e ensinavam asdoutrinas crists em vrias cidades, como Jesus havia ordenado (Mt. 28; At. 2:42; 11:25-26; I Tm 2:5-7). Portanto, imperativo que os cristos conheam as doutrinas bblicas.

    Antes de abordarmos as doutrinas bblicas propriamente ditas, precisamosentender a definio da doutrina, o valor da doutrina e qual o sistema de doutrina quevamos usar nesse curso.

    Vamos comear pela definio da doutrina.

    A definio da DoutrinaDoutrina, b iblic am ente falando , o c orpo de ensino q ue foi ministrad o e

    padronizado pelos apsto los do Senho r Jesus Cristo . (At . 2:42; 5:28; I Tm. 1:3)

    Os trs textos bblicos acima nos mostram trs fatos sobre a doutrina:

    1 que os cristos primitivos perseveravam especificamente nos ensinamentos dos apstolos;2 que os apstolos tinham uma doutrina completamente diferente do que eraensinado pelos lderes religiosos;3 que nenhuma pessoa poderia ensinar outra doutrina alm daquela que os

    apstolos haviam ensinado.

    Com isso, entendemos que os apstolos tinham um corpo de ensino que foiministrado e ao mesmo tempo padronizado por eles.

    A palavra doutrina no grego didaskalia, que significa doutrina, instruo eensino. Nas epstolas pastorais este vocbulo usado quinze vezes para se referir aosensinamentos cristos e doutrina dos evangelhos.

    Quando Paulo usou este termo em suas epstolas pastorais, ele estava se referindo a um corpo dedoutrinas ou um sistema doutrinrio. Essa doutrina do qual o apstolo Paulo se referia eram as verdades

    acerca de Deus que foram reveladas por meio de trs fontes: do Antigo Testamento (Rm 15:4; I Co 10:11), dosensinamentos de Jesus Cristo (At 20:35; I Tm 6:3) e das revelaes que ele (Paulo) havia recebido da parte denosso Senhor Jesus Cristo (Gl 1:12).

    impossvelfazer a

    vontade deDeus sem ter oconhecimentodas doutrinas

    bblicas

    As verdadesacerca de Deus

    foram reveladaspor meio de trs

    fontes: doAntigo

    Testamento, dosensinamentos

    de Jesus Cristo e

    das revelaesque o apstoloPaulo recebeu

    da parte donosso Senhor.

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    Estas verdades que foram reveladas atravs destas trs fontes que foram ministradas e consideradaspelos apstolos como a s doutrina (I Tm 1:10; II Tm 4:3), doutrina de Cristo (Hb 6:1 II Jo 1:9), doutrina deDeus (Tt 2:10) ou simplesmente doutrina (I Tm 4:6; 4:16; 6:1; Tt 1:9).

    Para nossa felicidade, hoje ns podemos encontrar estes ensinamentos cristos na Bblia Sagrada, e soestes ensinamentos cristos que vamos estudar nesse curso.

    Agora que voc j sabe o sentido que Paulo usava da palavra doutrina nas suas epstolas pastorais, importante tambm saber que o vocbulo didaskalia fora das epistolas pastorais se refere ao ato de ensinar,ou o contedo do ensino.

    Em outras passagens do Novo Testamento a palavra doutrina tambm traduo de um outro termogrego, o didache, que pode igualmente significar o ato de ensinar ou o contedo do ensino. Este vocbulo usado em mais pores do Novo Testamento para se referir aos ensinamentos de Jesus (Mt 7:28; Jo 7:16-17) etambm aos ensinamentos dos apstolos (At 2:42).

    Veja agora outra definio da doutrina:

    Doutrina o c onjunto d e ensino b asea do nos ma nda mento s de Deus, nosensinamentos do Senho r Jesus e dos apsto los c ont idos na Bb lia Sagrada.

    Tudo aquilo que precisamos saber sobre Deus ns vamos encontrar na Bblia Sagrada. O Antigo e o NovoTestamento foram escritos para revelar todo o desgnio de Deus para o homem.

    Em II Tm 3:16 diz que toda a Escritura inspirada por Deus, com a finalidade de instruir o homem notocante ao seu relacionamento com Deus.

    Durante esse curso voc vai verificar que as doutrinas que sero expostas so encontradas tanto noAntigo Testamento como no Novo Testamento.

    importante dizer que a Bblia Sagrada a nica fonte onde podemos encontrar as verdades sobre onosso Deus.

    Para encerrar esta parte, gostaria de expor como a doutrina foi definida pelo escritor Myer Pearlman emseu livro Conhecendo as Doutrinas Bblicas, ele a definiu de duas maneiras: 1 As verdades fundamentais daBblia dispostas em forma sistemtica; 2 a revelao da verdade como se encontra nas Escrituras. Comcerteza essas duas excelentes definies sobre a doutrina so importantes que voc memorize.

    O que no Doutrina?

    1 A doutrina no so costumes

    Antes de adentrarmos nessa parte, gostaria de dizer que no tenho nenhuma inteno de criticar oumenosprezar alguma igreja, mas apenas esclarecer o que no doutrina.

    Doutrina no tem nada a ver com costumes que algumas igrejas evanglicasimpuseram, exigindo das irms, por exemplo, que no cortem seus cabelos, quecompaream igreja com suas cabeas cobertas por um vu, que usem saias compridas,que no usem brincos, batons, colares e etc. J dos irmos, por sua vez, exigem que elesno andem de bermuda, que no deixem o cabelo crescer, que compaream igreja deterno e gravata e etc. Para pessoas que freqentam tais igrejas isso tudo entendidocomo doutrina, todavia isso so costumes.

    Contudo, importante dizer que respeitamos e entendemos, embora no

    concordamos, que certas igrejas que procedem desta forma e que os membros que asfreqentam fazem isso para honrarem a Deus. Neste caso, no temos o direito de critic-los.

    Costumes noso regras

    bblicas, e sim adoutrina

    contida nasEscrituras.

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    O que queremos deixar claro que costumes no so regras bblicas e sim a doutrina contida nasEscrituras. Logo, devemos obedecer doutrina bblica e no os costumes estabelecidos por uma denominao.

    2 A doutrina no dogma

    Dogma a declarao do homem acerca da verdade quandoapresentada em um credo (Myer Pearlman).

    Doutrina no um credo feito por um homem ou por um grupo de lderes de uma determinada igrejabaseado nas Escrituras; doutrina a verdade pura e intacta revelada nas Escrituras.

    3 A doutrina no um conjunto de normas

    A doutrina no um conjunto de normas que se encontra em um livro produzido por uma determinadaigreja, com o intuito de dizer o que o crente deve fazer ou no.

    O cristo no deve viver de acordo com as normas estabelecidas por uma denominao caso estasnormas no estejam baseadas nos princpios ticos estabelecidos pela Palavra de Deus. No obstante, muitaspessoas obedecem cegamente s leis, regras e normas impostas pelas suas igrejas que usam at mesmo um textobblico fora do seu contexto para dar base a estas leis. O pior de tudo isso que em vez de isso ajudar as pessoasa viverem o cristianismo, acaba transformando essas pessoas em religiosos, que desobedecem as leis bblicas porobedecerem s leis humanas.

    II O VALOR DA DOUTRINA

    1 Por que conhecer as doutrinas?

    O cristo deve conhecer as doutrinas bblicas porque elas devem ser obedecidas. Como ento o cristopoder obedecer s doutrinas bblicas se ele no tiver o conhecimento das mesmas? No h como!

    Quando Jesus transmitiu ao povo e aos seus discpulos os seus ensinamentos,

    Ele queria no apenas que eles conhecessem, mas acima que acima de tudo,praticassem tudo aquilo que ensinou (Mt 7:24-27; Jo 14:21-14).Antes de Jesus ascender aos cus, Ele deu aos seus discpulos algumas incumbnciasque esto includas na grande comisso, e entre elas estava a incumbncia de ensinaros futuros seguidores a obedecerem aos seus mandamentos (Mt 28:20).

    Paulo tambm tinha uma preocupao de que os seus seguidores praticassemtodos os seus ensinamentos, porque para ele, a atitude de obedecer aos seusensinamentos seria uma evidncia clara de que eles estavam livres do pecado eservindo a Deus (Rm 6:17).

    Infelizmente, alm dos cristos praticantes, as igrejas evanglicas sofreqentadas por duas classes de pessoas: aquelas que conhecem a Palavra de Deus,

    mas no a obedecem. Estas pessoas so chamadas de telogos. E a outra classe depessoas so aquelas que tentam fazer a vontade de Deus sem conhecimento da mesma. Estas pessoas sochamadas de religiosos. Para o telogo, a Palavra de Deus esta: Todo aquele, pois, que ouve estas minhaspalavras e as pratica ser comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha (Mt 7:24).

    A pessoa

    reconhecida porJesus como de fato

    um cristoverdadeiro quando

    ela conhece seusensinamentos e os

    pratica.

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    Para o religioso, a mensagem de Deus esta: Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que no temde que envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (II Tm 2:15).

    A pessoa reconhecida por Jesus como de fato um cristo verdadeiro quando ela conhece os seus

    ensinamentos e os pratica, portanto, precisamos conhecer e obedecer s doutrinas bblicas.

    2 As doutrinas e a maturidade espiritual

    O cristo deve conhecer as doutrinas bblicas porque elas desenvolvem a maturidade espiritual (Cl 1:26-28).

    Descobrimos no texto acima que o principal objetivo do apstolo Paulo, de anunciar, advertir e ensinar atodos os homens a respeito de Cristo era de aperfeio-los em Cristo, ou seja, lev-los a um amadurecimentoespiritual.

    Ao ler Hb 5:11-14, ns vamos entender que a doutrina era ministrada pelos mestres para produzir

    maturidade espiritual. Fica notrio neste texto que os crentes que no absorviam os ensinamentos cristos eramconsiderados, pelo autor desta epstola, imaturos espiritualmente falando.Aprendemos com estes dois textos bblicos que a maturidade espiritual no alcanada pelo tempo que

    ns temos em uma igreja, mas sim pelo conhecimento que possumos das doutrinas e pela capacidade de pratic-las.

    Existem muitas pessoas que tem muito tempo que freqentam uma igreja, todavia elas no tiveram umdesenvolvimento espiritual porque no absorveram aquilo que foi ensinado pelo pastor, de modo que nocolocam em prtica as doutrinas bblicas.

    Se voc quer crescer espiritualmente, imprescindvel o conhecimento das doutrinas bblicas.

    Os c ristos devem c onhecer as doutrinas bblicas porque elas os protege m

    dos erros e das heresias (Mt 22:29; Rm 16:17; II Jo 9).

    3 As doutrinas e sua proteo

    O cristo deve conhecer as doutrinas bblicas porque elas o protege dos erros e dasheresias (Mt 22:29; Rm 16:17; II Jo 9).

    Quando conhecemos as doutrinas bblicas passamos a ter idias corretas sobre Deuse Sua vontade. Elas nos mostram o que certo e o que errado aos olhos de Deus. Elas socomo uma bssola para o cristo. Se alguma coisa estiver sendo feita fora da vontade deDeus a doutrina bblica nos mostra. Se alguma coisa estiver sendo dita ou ensinada fora da

    vontade de Deus, elas nos revelam. por esta razo que os apstolos advertiam os cristos primitivos a permanecerem

    nas doutrinas por eles expostas. Tudo aquilo que no concordava com as doutrinas eraconsiderado, pelos apstolos, uma heresia.

    Como voc vai saber se o pregador, ou quem quer que seja, est falando a verdade?Atravs das doutrinas bblicas.

    Quando conhecemos essas doutrinas, somos capazes de discernir o erro e de perceber heresias. Ns ssaberemos o que falso quando conhecermos o que verdadeiro, portanto, conhea as doutrinas bblicas e vocno ser enganado pelas heresias.

    Ns ssaberemos oque falso

    quando

    conhecermoso que verdadeiro.

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    4 As doutrinas e a comunho com Deus

    O cristo deve conhecer as doutrinas bblicas porque elas fortalece a nossa comunho com o Pai e com oFilho (I Jo 2:24; II Jo 9).O apstolo Joo, nas suas epstolas, ensina que aquele que conhece a doutrina de Cristo e nela

    permanece, desfruta de uma autntica comunho com o Pai e com o Filho; por outro lado, ele revela que aqueleque ultrapassa a doutrina de Cristo e nela no permanece, este no tem Deus.

    incoerente algum dizer que tem comunho com Deus e no conhece seus ensinamentos e no osobedecem.

    Portanto, se desejamos ter uma comunho autntica com o Pai e com o Filho, precisamos conhecer asdoutrinas e nelas permanecer, ou seja, obedecer.

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    BIBLIOLOGIA

    A DOUTRINA DAS ESCRITURAS

    As verda de s que informa m o ho mem c omo p assar da terra p ara o c udevem ser enviad as do c u a terra. Em outras palavras, o homem prec isa

    de uma revela o . (Myer Pearlman)

    O c ristianismo a religio b asea da na reve la o q ue Deus fez de si

    mesmo (John R. Higg ins)

    Por que as Escrituras existem?As Escrituras so fruto de uma inveno humana ou divina?As Escrituras so realmente inspiradas por Deus?As Escrituras contm a Palavra de Deus ou a Palavra de Deus?Existem erros nas Escrituras?Existem contradies nas Escrituras?Qual a autoridade das Escrituras?Para respondermos a estas e outras perguntas sobre as Escrituras corretamente, precisamos conhecer a doutrinadas Escrituras.

    Vamos iniciar este estudo pelos termos que so empregados para se referir as Escrituras.

    1 Quais os termos usados para se referir s Escrituras?

    Existem pelo menos quatro termos importantes que so usados para denominar as Escrituras.

    A. BBLIAEste termo derivado da palavra grega biblion que significa rolo ou livro. Encontramos esse

    vocbulo em Lc 4:17, se referindo ao rolo do profeta Isaas.B. ESCRITURA(S)

    O termo Escritura, ou Escrituras, usado no NT para se referir aos livros sagrados do AT que foramreconhecidos pelo Senhor Jesus e pelos seus apstolos como livros inspirados por Deus (II Tm 3:16). Almdisso, este termo usado no NT para mencionar as cartas de Paulo que foram consideradas pelo apstoloPedro como cartas inspiradas por deus e que tinham o mesmo peso que as Escrituras do AT (II Pe 3:16).C. ORCULOS DE DEUS

    Os apstolos tinham o hbito de chamar as Escrituras de orculos de Deus. Este termo vem do vocbulogrego logia, que aparece trs vezes no NT. O primeiro aparece quando Paulo usou este termo para fazerreferncia ao AT (Rm 3:2). O segundo, aparece quando o escritor de Hebreus usou esta palavra para fazermeno ao corpo da doutrina crist que estava baseado no AT e nos ensinamentos do Senhor Jesus (Hb 5:12).E por fim, o ltimo aparece em I Pe 4:11, onde Pedro ensinou que o pregador deveria falar de acordo com oque estava escrito nas Escrituras.

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    D. PALAVRA DE DEUSEste termo foi usado por Jesus quando Ele quis se referir ao AT (Mt 15:6; Jo 10:35). O escritor de Hebreus

    usou este termo para se referir ao AT e tambm aos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo, que

    posteriormente vieram a compor o NT atravs dos quatro evangelhos e das epstolas apostlicas.

    II - A REVELAO DIVINA

    O que revelao divina?

    Literalmente falando o ato de tornar conhec ido algo q ue antes era

    desc onhec ido; o q ue estava esc ondido passa a ser conhec ido .(John R. Higgins Teo log ia Sistem tica)

    Revela o divina um d esvendam ento; espec ialmente a c omunic a oda mensag em d ivina ao homem (Cha rles C. Ryrie Bb lia

    Anotada)

    Revelao divina o desvendamento que Deus fez de Si mesmo atravs dos Seus atos e de Suas palavrasque foram registrados nas Escrituras.

    Revelao divina foi o ato de Deus se comunicar com o homem de um modo real e pessoal (Nm 12:5:8; Jo12:50). Digo de modo real porque os escritores sagrados ouviram a Sua voz, provaram do Seu poder e foram

    guiados por Ele. E de modo pessoal porque Ele falou, amou e agiu.Alm disso, Ele se revelou usando termos de relacionamentos pessoais, como por exemplo, Pai, Pastor, Marido,Amigo, Guia e Rei (Is 40:11; Sl 29:10).

    O nico meio de se conhecer a Deus atravs da revelao que Ele fez de Si mesmo. Se Ele no serevelasse seria impossvel o homem conhec-Lo.

    As qualidades da revelao divina

    A. A REVELAO DIVINA BENFICA benfica porque atravs dela o ser humano pode conhecer o seu Criador (At 14:15-17);

    benfica porque atravs dela o ser humano pode desfrutar de uma comunho com Deus (I Jo 2:23-24); benfica porque atravs dela o ser humano tem a sua alma alimentada (Mt 4:4); benfica porque atravs dela o ser humano obtm sabedoria para a salvao em Cristo (II Tm 3:14-15).

    B. A REVELAO DIVINA INSTRUTIVA instrutiva porque ela ensina ao ser humano os preceitos do Senhor (II Tm 3:16); instrutiva porque ela revela ao ser humano qual a vontade de Deus (I Ts 4:6; I Pe 2:15; I Jo 2:17);

    C. A REVELAO DIVINA SUFICIENTE suficiente porque Deus revelou aquilo que necessrio para o ser humano saber a Seu respeito (Dt27:27); suficiente porque Deus revelou aquilo que fundamental para a salvao do ser humano (I Tm 2:1-4).

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    D. A REVELAO DIVINA EXCLUSIVA exclusiva porque surgiu do nico Deus (I Tm 2:5-6);

    exclusiva porque revela o nico Deus (Jo 17:3); exclusiva porque todos os povos iro reconhec-Lo como o nico Deus (Rm 14:11); exclusiva porque a mensagem de Deus uma s e destinada a todas as pessoas (Mc 16:15); exclusiva porque nica e incomparvel (II Tm 3:16).

    As categorias da revelao divina

    A revelao divina est dividida em duas categorias: a revelao geral e a revelao especial. A revelaogeral diz respeito ao modo natural de Deus se revelar humanidade; a revelao especial se refere ao modosobrenatural de Deus se revelar humanidade.

    A revelao geral

    Pela revelao geral, Deus se revelou de trs modos: atravs da histria da humanidade, do universo e danatureza humana.

    A. A HISTRIA DA HUMANIDADEDeus se revelou atravs da histria da humanidade quando agiu em favor do povo de Israel,demonstrando o Seu poder (Sl 136);Deus se revela atravs da histria da humanidade quando estabelece e remove as autoridadesgovernamentais, confirmando assim a Sua soberania (Dn 2:21);

    Deus se revela atravs da histria da humanidade quando realiza os Seus propsitos da humanidade,mostrando a Sua vontade soberana (Jo 4:34).

    B. O UNIVERSODeus se revela atravs do universo mostrando o Seu poder e a Sua glria (Sl 19:1-4);Deus se revela atravs do universo, demonstrando a Sua proviso (At 14:15-17);Deus se revela atravs do universo confirmando que o Criador de todas as coisas, auto-suficiente, aFonte da Vida e a origem de toda a vida (At 17:22-27);Deus se revela atravs do universo, manifestando os Seus atributos invisveis, o Seu eterno poder eSua prpria divindade (Rm 1:18-21).

    C. A NATUREZA HUMANADeus se revela por meio da natureza humana porque fez o homem sua imagem e semelhana (Gn1:26-27; 9:6; Tg 3:9);Deus se revela por meio da natureza humana porque colocou os conceitos morais bsicos, que sochamados de lei escrita no corao do homem (Rm 2:11-15). Quando esses conceitos morais soviolados, a nossa conscincia e os nossos pensamentos nos acusam.

    A revelao especial

    A revelao geral tem como objetivo principal revelar Deus em todos os lugares, atravs da razohumana. J a revelao especial tem duas intenes fundamentais: a primeira complementar a revelao geral,

    que no consegue revelar o plano de salvao feito por Deus, e a segunda revelar Deus de modo sobrenatural.

    A revelao especial especial porque possui cinco caractersticas importantes:

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    A. A REVELAO ESPECIAL PESSOAL pessoal porque Deus se revelou de modo pessoal atravs do seufilho Jesus, revelando por meio dele a Sua vontade (Hb 1:1-2);

    B. A REVELAO ESPECIAL COMPREENSIVA compreensiva porque Deus usou a mesma linguagem queos autores bblicos usavam, ou seja, Ele usou uma linguagem que era compreendida pelo homem (Hb 1:1-2);

    C. A REVELAO ESPECIAL FOI PROGRESSIVA Foi progressiva porque Deus no se revelou s uma vez, masvrias vezes durante um perodo de quinze sculos (Hb 1:1-2);

    D. A REVELAO ESPECIAL REGISTRADA registrada porque Deus mandou registrar boa parte da Suarevelao. E por que mandou registrar? Por trs motivos: 1 - para dar confiana ao ser humano sobre aSua revelao; 2 - para dar uma compreenso completa da Sua revelao; 3 - para preservar etransmitir para todas as geraes a Sua revelao.

    E. A REVELAO ESPECIAL TRANSMITIDA transmitida porque a revelao de Deus transmitidaatravs das Escrituras. Em outras palavras, as Escrituras comunicam a revelao divina hoje. A Bblia noapenas contm a Palavra de Deus; ela a Palavra de Deus. Deus falou no passado e continua falandohoje, atravs das Escrituras (John R. Higgins Teologia Sistemtica). O que as Escrituras dizem, Deusdiz (Pinnock Biblical Revelation).

    III - A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS

    H uma d iferen a insond vel ent re a Bb lia e qua lquer out ro livro. Essad iferena d eve -se sua o rigem . (Dr. Dav id

    S. Clarke)

    1 - Os rivais das Escrituras

    Neste momento vamos analisar alguns pensamentos que tem procurado invalidar, qualificar ou limitar aautoridade das Escrituras. So pensamentos que transmitem certas heresias sobre as Escrituras, querendomostrar de algum modo que as Escrituras no tm autoridade divina e, por conseguinte, no tem uma autoridadeabsoluta.

    Quais so esses pensamentos?

    A. O RACIONALISMOO racionalismo diz que impossvel haver qualquer revelao sobrenatural, entretanto, afirma que

    possvel haver uma revelao divina. Embora ela admita a existncia da revelao divina, contudo, ela diz queesta revelao deve se sujeitar ao juzo final da razo humana.

    B. O ROMANISMOEste pensamento surgiu da igreja catlica romana que prega que a Bblia um produto da igreja, ou seja,

    as Escrituras do NT foram produzidas pela igreja crist quando ela estabeleceu o cnon das Escrituras. Comeste argumento, a igreja catlica se viu na liberdade de criar mandamentos para que ela tivesse a mesmaautoridade que a Bblia, ou at mesmo superior a ela. Logo, a Bblia, para a igreja catlica, no tem aautoridade final no que tange a f e prtica, e sim a igreja. Alm disso, ela diz que s os sacerdotes socapazes de interpretar corretamente a Bblia e mais ningum.

    C. O MISTICISMOO misticismo ensina que a experincia pessoal com Deus tema mesma autoridade da Bblia. O que isto

    significa? Significa que se uma pessoa tiver uma experincia mstica, como por exemplo, uma visosobrenatural de um anjo, uma experincia com o Esprito Santo, ou tiver uma revelao proftica, essasexperincias pessoais tem a mesma autoridade da Bblia, mesmo que essas experincias venham contra

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    aquilo que a Palavra de Deus ensina. Nenhuma experincia mstica tem poder para abolir aquilo que a Palavrade Deus ensina. Tudo deve ser julgado pela Palavra de Deus escrita (Gl 1:8-9).

    D. A NEO-ORTODOXIAA neo-ortodoxia desconsidera a Bblia como um instrumento de revelao divina infalvel, e consideraJesus Cristo como a nica revelao especial de Deus. Ou seja, ela no acredita que possa encontrar nasEscrituras alguma revelao especial de Deus. Contudo, os cristos evanglicos acreditam que tanto asEscrituras quanto o Verbo Vivo, Jesus Cristo, revelam, de modo especial, o Deus Criador (Mt 22:31; Hb 1:1-2).

    E. AS SEITASAs seitas dizem que as experincias msticas dos seus lderes ou fundadores tm o mesmo peso de

    autoridade da Bblia. E mais, no s as experincias msticas como tambm os livros que eles publicam e aspalavras que eles proferem. Para o cristianismo, as Escrituras tm autoridade absoluta sobre todas as coisasporque a Palavra de Deus, portanto, nenhuma experincia com o Esprito Santo pode invalidar um preceitobblico; nenhuma profecia tem a mesma autoridade que a Bblia tem; nenhuma palavra humana tem poder

    para abolir uma doutrina bblica.

    2 - Por que as Escrituras tm autoridade absoluta?

    Existem oito fatores que fazem das Escrituras autoridade absoluta no que diz respeito f e prtica. Soeles:

    A. A UNIDADE DAS ESCRITURASA Bblia levou quinze sculos para ser concluda, contudo, o tempo no prejudicou a sua unidade deassunto e propsito;

    A Bblia foi escrita por mais ou menos quarenta autores diferentes, no entanto, a unidade de assuntoe propsito foi preservada;A Bblia um conjunto de livros sagrados que foram escritos em trs idiomas diferentes, todavia, esseconjunto de livros possui uma unidade de assunto e propsito;A Bblia aborda vrios assuntos, entretanto, esses assuntos se harmonizam com o propsito do autordas Escrituras, que o nosso Deus.

    B. A NECESSIDADE DAS ESCRITURASA Bblia um livro indispensvel porque s ela tem princpios universais que so imortais eimprescindveis ao ser humano (II Tm 3:16);A Bblia um livro indispensvel porque s ela tem poder para transformar e salvar o ser humano

    (Rm 1:16);A Bblia um livro indispensvel porque s ela pode gerar f no corao do ser humano (Rm 10:17).

    C. A EXATIDO DAS ESCRITURASA Bblia contm vrias profecias que j se cumpriram e que ainda vo se cumprir. Por exemplo, asEscrituras profetizaram o nascimento virginal de Cristo (Is 7:14; Mt 1:23), o local de seu nascimento(Mq 5:2; Mt 2:6), como seria a sua morte (Sl 22:16; Jo 19:36) e o local do seu sepultamento (Is 53:9;Mt 25:57-60);Todas as profecias das Escrituras que estavam relacionadas vida de Cristo foram cumpridas (Lc24:44-48);O cumprimento das profecias bblicas revela a existncia de um Deus onisciente, que soberano

    sobre a histria, e desse modo, a autoridade absoluta das Escrituras confirmada;A exatido das Escrituras comprovada pela histria e pela arqueologia moderna;A histria de pases que se envolveram com o povo de Israel confirma a histria bblica;

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    Sobre arqueologia, veja o que disse o arquelogo Willian F. Albright: o ceticismo excessivo dirigidocontra a Bblia por escolas histricas importantes dos sculos XVIII e XIX... vem sendo

    progressivamente desacreditado. Uma descoberta aps outra tem confirmado a exatido de

    pormenores, e tem aumentando cada vez mais o reconhecimento do valor da Bblia como fonte deinformaes exatas para a histria.

    D. A INFLUNCIA DAS ESCRITURASInegavelmente, as Escrituras tm uma influncia extraordinria na sociedade humana;A Bblia j foi traduzida para mais de dois mil idiomas; o livro mais lido de toda a histria; o livro mais citado entre os crentes e os incrdulos; um livro que serve de base para as leis de muitas naes modernas; um livro que tem uma influncia maravilhosa nas artes, na arquitetura, na literatura e na msica.

    E. A SOBREVIVNCIA DAS ESCRITURASA Bblia um dos livros mais antigos do mundo e o mais publicado no mundo todo;A Bblia um livro indestrutvel porque sobreviveu a todas as perseguies que sofreu. A Bblia nosomente tem recebido mais venerao e adorao do que qualquer outro livro, como tambm tem

    sido objeto da mais implacvel perseguio e oposio (Emery H. Bancroft).

    F. AS CONSEQUNCIAS DAS ESCRITURASAs conseqncias das Escrituras so consideradas como outro fator incontestvel que comprova a suaautoridade absoluta;As Escrituras influenciam a civilizao;Transforma vidas;

    Inspira, consola, alegra e instrui milhes de pessoas.G. O TESTEMUNHO DE JESUS SOBRE AS ESCRITURAS

    Jesus confirmou a autoridade absoluta das Escrituras quando apelou para elas no momento em queestava sendo tentado pelo diabo (Mt 4:4, 6 e 10);Jesus confirmou a autoridade absoluta das Escrituras quando citou algumas passagens do AT (Mt12:39-40);O fato de Jesus citar as histrias bblicas confirma que elas eram verdicas;Jesus confirmou a autoridade absoluta das Escrituras quando usou laguns textos do AT para apoiarseu ensino (Mt 19:4-5);Jesus confirmou a autoridade absoluta das Escrituras quando disse que veio para cumpri-la e no pararevog-la (Mt 5:17);Jesus confirmou a autoridade absoluta das Escrituras quando mostrou aos fariseus que a autoridadedas Escrituras est acima das tradies religiosas (Mt 15:3-4);Jesus confirmou a autoridade absoluta das Escrituras quando chamou as Escrituras de Palavra deDeus ao esclarecer alguns preceitos do AT para os religiosos (Mc 7:6-13; Mt 22:32);Jesus tambm afirmou que os seus ensinamentos tinham autoridade divina (Mt 7:24; Jo 7:15-17;8:26-28; 12:48-50; 14:10). Com isso, entendemos que as palavras de Jesus que se encontram no NTtm autoridade absoluta.

    H. O TESTEMUNHO DOS APSTOLOS SOBRE AS ESCRITURASOs apstolos tambm confirmaram a veracidade e a autoridade absoluta das Escrituras (Rm 3:2; II Tm3:16; II Pe 1:21; 3:2; I Co 2:9-16);Os apstolos afirmaram que falavam com a autoridade divina (I Co 2:13; I Ts 2:13; 4:2; II Pe 3:2; I Jo1:5; Ap 1:1);

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    Portanto, o NT inspirado por Deus e conseqentemente considerado como autoridade absoluta.

    IV - A INSPIRAO DAS ESCRITURAS

    1 - O que inspirao divina?

    H uma d iferen a insond vel ent re a Bb lia e q ua lquer out ro livro. Essad iferena d eve -se sua o rigem . (Dr. Dav id

    S. Clarke)

    Tanto o apstolo Paulo em II Tm 3:16 como o apstolo Pedro em II Pe 1:19, afirmam que os escritores eos registros sagrados so totalmente inspirados por Deus. Isto significa dizer que Deus o autor das Escrituras.

    A palavra inspirada que se encontra em II Tm 3:16 traduo do vocbulo grego theopneustos, queliteralmente significa soprada por Deus, dando a entender que as Escrituras foram dadas pelo sopro de Deus.Logo, entendemos com base nesse texto que a Bblia uma inveno divina e no humana.

    Para uma compreenso melhor sobre a inspirao divina, atente para estas definies:

    Inspira o a a o supervisionad ora d e Deus sob re o s autores huma nos da Bb lia d e m od o q ue,usando suas prprias personalidades e estilos, compusessem e registrassem, sem erro, as palavrasde Sua revela o ao homem . A inspirao se a p lica ap ena s ao s ma nusc ritos originais, cha ma dos

    de a utgrafos . (Cha rles C. Ryrie Bb lia Ano ta da )

    o pod er inexp licvel que o Esp rito divino e xerc e sob re os auto res das Esc rituras, em gui-los atno em prego c orreto da s pa lavras e em preserv-los de tod o e rro, bem como d e q ualquer

    om isso (Webste r Co nhec end o as Doutrinas da Bb lia)

    a influnc ia sob rena tural d o Esp rito Santo de Deus sob re a me nte huma na, p ela q ual osp rofetas, ap stolos e esc ritores sac ros foram hab ilitad os para exporem a verda de divina sem

    nenhuma mistura de erro (Web ster Conhec end o as do utrinas da Bblia)

    Portanto, fica claro que a inspirao divina foi o ato do Esprito santo influenciar os autores das Escriturasa registrarem as revelaes divinas de modo perfeito.

    2 - As teorias sobre a inspirao

    A. A TEORIA DA INSPIRAO NATURALEsta teoria diz que a Bblia foi escrita por homens que tinham aptides naturais para as idias religiosas,

    assim como algum tem aptido natural para a msica, matemtica e etc. Logo, esta teoria exclui qualqueratuao divina na vida dos autores bblicos, ou seja, ela enxerga a inspirao divina como algo puramentenatural e no como algo sobrenatural. Esta teoria est completamente errada.

    A Bblia clara em dizer que a inspirao que atuou nos escritores bblicos foi divina, e se foi divina, foisobrenatural. Porque uma vez que Deus age soprando na mente dos autores sagrados, conseqentementeeste ato um ato sobrenatural. Logo, a Bblia fruto de um ato sobrenatural e no de um ato natural.

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    B. A TEORIA DA INSPIRAO MSTICA OU ILUMINATIVAEsta teoria afirma que os autores bblicos tiveram uma experincia comum com o Esprito Santo como

    qualquer outro cristo tem, ou seja, na tica desta teoria, ns podemos ter a mesma inspirao que osautores bblicos tiveram. Isto no verdade. No podemos confundir inspirao com iluminao ouesclarecimento espiritual que o Esprito santo concede a cada cristo.

    A inspirao divina foi nica na vida dos autores sagrados, enquanto que a iluminao do Esprito santo comum a todos os crentes.

    A atuao do Esprito santo na vida dos escritores sagrados teve como objetivo influenci-los a registrartudo aquilo que foi revelado a eles. J a atuao do Esprito Santo na vida dos cristos de elucidar, ou seja,explicar tudo aquilo que foi registrado pelos autores bblicos.

    C. A TEORIA DA INSPIRAO MECNICAEsta teoria entende que os autores bblicos foram passivos quando foram divinamente inspirados,

    registrando tudo aquilo que Deus citou para eles. como se Deus tivesse usado os escritores bblicos como

    mquinas de escrever com as quais Ele teria escrito, ou como se Deus tivesse falado pelos homens como setivesse usando um alto-falante.

    Embora algumas passagens bblicas que foram realmente ditadas, como por exemplo, os DezMandamentos, todavia, isso no quer dizer que as Escrituras so fruto de uma ao mecnica, ao contrrio, ainspirao divina excluiu qualquer atitude mecnica quando ela preservou o estilo de cada autor. Portanto, ainspirao divina viva, e no mecnica.

    D. A TEORIA DA INSPIRAO PARCIALA teoria da inspirao parcial afirma que a inspirao divina foi parcial, ou seja, ela compreende que s

    aquilo que considerado desconhecido pela mente humana que foi inspirada; por exemplo, a criao, osconceitos espirituais e etc.

    Essa teoria entende que os escritores bblicos foram preservados do erro quando trataram de assuntosque abordavam apenas a salvao da humanidade, enquanto que outros assuntos, como por exemplo, ahistria, a cincia, a cronologia, a geografia e etc., estariam os mesmos sujeitos a erros.

    Compreendemos perfeitamente em II Tm 3:16 que a inspirao divina completa, ou seja, tudo aquiloque foi registrado nas Escrituras inspirado por Deus.

    E. A TEORIA DA INSPIRAO CONCEITUALSegundo essa teoria, s os conceitos ou os pensamentos dos escritores bblicos que foram inspirados.A teoria da inspirao conceitual descarta completamente a idia de Deus ter inspirado tambm as

    palavras dos escritores bblicos, entretanto, a Bblia nos revela que Deus inspirou as palavras dos escritoresbblicos (Hb 1:1; II Pe 1:21). Assim sendo, no possvel desassociar as palavras dos pensamentos uma vez

    que as palavras so a expresso dos pensamentos. Deste modo, tanto as palavras como os pensamentos dosautores bblicos foram inspirados por Deus.

    F. A TEORIA DA INSPIRAO FALVELSegundo essa teoria, a inspirao divina no isenta de erros, ou seja, a Bblia inspirada, mas no

    infalvel, contudo, encontramos na Palavra de Deus seu filho Jesus Cristo afirmando que as Escrituras sempredizem a verdade (Jo 10:35). Ao afirmar isso, Jesus deixou bem claro que a inspirao divina infalvel.

    3 - A teoria correta da inspirao divina

    A teoria correta da inspirao divina a teoria da inspirao verbale plenria. Esta teoria correta

    porque afirma que cada palavra (verbal) e todas as palavras (plenrias) foram inspiradas por Deus.A teoria da inspirao verbal e plenria correta porque compreende que toda a Escritura Sagrada

    inspirada por Deus (II Tm 3:16), ou seja, todos os documentos originais das Escrituras so fruto de uma

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    orientao especial do Esprito Santo na vida dos escritores bblicos. Alm disso, ela tem a opinio de que ainspirao divina sobrenatural, nica, viva, completa, verbal e inerrante.

    V - A INERRNCIA DAS ESCRITURAS

    O que significa?

    Signific a que a Bblia ve rda de ira em sua tota lidad e e que no h somb ra

    de erros no seu c onte do , isto , tudo o que a Bblia fa la verda de e e la

    est c omp leta mente isenta de qualquer erro.

    O que garante a inerrncia bblica?

    A. O CARTER DE DEUSA Bblia afirma em Rm 3:4 que Deus verdadeiro e que Ele no pode mentir.Ela diz tambm que Deus imutvel (Ml 3:6), portanto, a Palavra de Deus verdadeira, visto que Deus

    age de acordo com a Sua natureza.

    B. O TESTEMUNHO DE CRISTOJesus, em Mt 5:17 afirma que Ele veio para cumprir a Lei e os Profetas. A Lei e os Profetas que Ele estava

    se referindo eram as Escrituras. Mais adiante Ele diz que tudo que est escrito nas Escrituras ser cumprido,portanto, fica claro nesse texto que Jesus respeitava e enxergava a infabilidade das Escrituras.

    Outro testemunho que Jesus d sobre a inerrncia das Escrituras est em Jo 10:35, quando Ele afirma queas Escrituras no pode falhar.

    importante que fique muito claro que se Deus infalvel, logo a Sua Palavra tambm .

    VI O CNON DAS ESCRITURAS

    1 - O que significa cnon?O termo cnonvem da palavra grega kann, que significa rgua, vara de medire regra.

    Com relao Bblia, cnonfaz referncia aos escritos que tiveram todos os requisitos necessrios paraserem considerados Escrituras Sagradas.

    2 - A formao do cnon

    Segundo a tradio, o responsvel por reunir e reconhecer os escritos do AT foi Esdras.

    Outro fato que colaborou com o cnon do AT foi o Conclio de Jmnia, que ocorreu entre os anos 90 e100 d.C. Este conclio foi realizado por rabinos judeus com o propsito de reconhecer os escritos do AT que eraminspirados por Deus.

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    O cnon dos 27 livros do NT como hoje ns conhecemos foi oficialmente reconhecido no TerceiroConclio de Cartago, em 397 d.C., e pela igreja oriental at 500 d.C.

    3 - Consideraes fundamentais sobre a canonizao das Escrituras

    Depois de sabermos como foram reconhecidas a autenticidade e a autoridade das Escrituras, importante dizer que a canonizao das Escrituras foi feita mediante a influncia do Esprito Santo no seio daigreja, de modo que ela apenas reconheceu, atravs de um consenso, os livros que foram inspirados por Deus.

    4 - Quais foram os princpios usados?

    A. APOSTOLICIDADE Paracanonizar um livro era importante saber se o livro foi escrito, reconhecido ouinfluenciado por algum apstolo;

    B. UNIVERSALIDADE Para canonizar um livro era necessrio saber se o livro foi amplamente aceito e usadopela igreja;

    C. CONTEDO Para canonizar um livro era indispensvel saber se o livro tinha um contedosuficientemente espiritual;

    D. INSPIRAO Para canonizar um livro era imprescindvel saber se o livro era considerado realmenteinspirado por Deus.

    E. AUTORIDADE Para canonizar um livro era importante saber se o livro foi escrito por algum que erarevestido de autoridade, como por exemplo, se o livro foi escrito por um legislador, por um profeta ou porum lder de Israel.

    F. IMORTALIDADE Para canonizar um livro era indispensvel saber se o livro sobreviveu ao tempo.VII O ESPRITO SANTO E AS ESCRITURAS

    1 - A inspirao

    notrio que a Bblia resultado do mover do Esprito Santo na vida dos escritores bblicos. Por exemplo,em II Sm 23:2; Mc 12:26 e em At 1:16, revelado que Davi falou movido pelo Esprito Santo. Um outro exemplo

    bblico que no deixa dvidas do mover do Esprito Santo II Pe 1:19-21.

    2 - A regenerao

    Esse assunto diz respeito atuao do Esprito Santo na vida dos incrdulos.Segundo as Escrituras, o Esprito Santo tem trs funes importantes que beneficiam os incrdulos: 1 - O

    Esprito Santo tem a funo de completar a obra de Cristo, possibilitando o novo nascimento espiritual doincrdulo (Jo 3:3); 2 - O Esprito Santo tem a funo de convencer o incrdulo do pecado (Jo 16:7-11); 3 - OEsprito Santo tem a funo de capacitar o incrdulo a entender as coisas espirituais (I Co 2:14).

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    3 - A iluminao

    A iluminao um assunto que encontramos na Bblia que mais relacionado a vida do crente. umassunto que fala sobre o mover do Esprito santo na vida dos cristos.Neste caso, a atuao do Esprito Santo tem trs finalidades: 1 - Mostrar a verdade aos crentes (Jo 16:13;

    I Co 2:10-12); 2 - Ensinar aquilo que est escrito nas Escrituras (I Jo 2:20, 27); 3 - Produzir convico sobre averdade no corao do crente (I Ts 1:5; I Co 2:9-14).

    importante entendermos que uma das funes principais do Esprito Santo na vida do crente faz-loentender as verdades que esto escritas na Palavra de Deus.

    Outro ponto importante que precisamos entender que iluminao no revelao no que tange sEscrituras. Revelao est ligada ao contedo ou o material das Escrituras, enquanto que iluminao estrelacionada compreenso do contedo das Escrituras.

    VIII A INTERPRETAO DAS ESCRITURAS

    Como interpretar corretamente?

    necessrio dizer que a nossa inteno nesse estudo apenas apresentar os princpios bsicos parainterpretar as Escrituras e no fazer um estudo completo da hermenutica (a cincia e arte da interpretaobblica). Todavia, se o aluno desejar entender melhor esse assunto, sugerimos que leia o livro HermenuticaAvanada, escrito por Henry A. Virkler Ed. Vida.

    Antes de qualquer coisa, precisamos compreender que a regra fundamental da interpretao bblica descobrir o que o texto significava para o autor bblico e para os primeiros leitores, ou seja, precisamos saber oque o autor quis dizer quando registrou o texto bblico.

    Para compreendermos melhor esta regra da interpretao bblica, veja uma parte do resumo das regraspara interpretar as Escrituras, estabelecidas por Agostinho: Compete ao expositor entender o que o autorpretendia dizer, e no introduzir no texto o significado que ele, expositor, quer lhe dar (Hermenutica Avanada Henry A. Virkler).

    Observe esse comentrio feito por Hirsch: Banir o primitivo autor como o determinador do significadoera rejeitar o nico princpio normativo obrigatrio que poderia emprestar validade a uma interpretao... Porque

    se o significado de um texto no o do autor, ento no h interpretao que possa corresponder ao significado

    do texto, uma vez que o texto no pode ter significado determinado ou determinvel (Hermenutica Avanada Henry A. Virkler).Portanto, para interpretar um texto corretamente, a nossa primeira tarefa saber o que o texto

    significava para o prprio autor, ao invs de saber o que o texto significa para ns. Se no respeitarmos esseprincpio normativo da interpretao, no existir nenhuma diferena entre a interpretao ortodoxa dainterpretao hertica. Alm disso, a Palavra de Deus poder ter vrios significados para os intrpretes, e issopoder gerar confuses e heresias como infelizmente tem acontecido.

    Uma vez respeitando essa regra fundamental da interpretao bblica, vamos perceber que o texto spode ter um significado e no vrios significados diferentes.

    claro que um texto bblico pode ter vrias aplicaes, entretanto ele s pode ter um significado, osignificado que tinha para o autor, portanto, no podemos confundir interpretao com aplicao. Interpretao

    nica enquanto que aplicao mltipla.Vamos agora aprender quais so os princpios bsicos para interpretar corretamente as Escrituras.

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    A. ESTUDE O CONTEXTO HISTRIO-GRAMATICALQuando queremos interpretar um texto bblico, devemos observar qual era a situao histrica que fazia

    parte da vida do autor e analisar as regras de gramtica que so pertinentes ao texto.

    Neste caso, temos que pesquisar a fundo o ambiente histrico do texto a fim de compreendermos melhoro motivo pelo qual o autor registrou as verdades divinas. Alm disso, precisamos atentar para as palavras,sintaxe, tempos verbais e figuras de linguagem que encontrarmos no texto.

    B. ESTUDE SEMPRE O CONTEXTO PARA ENTENDER O TEXTOPara interpretarmos um texto bblico precisamos entender o raciocnio do autor, e para isso devemos

    analisar os textos que cercam o versculo que nos propusemos a estudar, ou seja, temos que ler os textosanteriores e posteriores que esto ligados ao texto que queremos interpretar.

    C. INTERPRETE O TEXTO NORMALMENTEIsto significa que temos que entender verbo como verbo, substantivo como substantivo, smbolo como

    smbolo, parbola como parbola. Em outras palavras, devemos permitir que o texto diga o que est escrito

    importante ressaltar nesse momento que h ocasies em que temos que discernir quando uma palavra literal, figurativa ou simblica em um texto. Por exemplo, quando Jesus disse que Ele a Porta (Jo 10:9),Ele no quis dizer que era literalmente uma porta, mas que era o nico e verdadeiro acesso vida eterna.Deste modo, Ele usou uma linguagem simblica e conseqentemente, a palavra porta deve ser entendida nosentido simblico e no no sentido literal.

    Portanto, devemos interpretar as palavras de acordo com a inteno do autor. No podemos de modoalgum interpretar uma palavra simbolicamente quando o autor tinha a inteno que fosse entendidaliteralmente, ou vice-versa. Neste caso, precisamos descobrir qual era a inteno do autor para obtermos osignificado correto. Para isso, precisamos recorrer ao contexto e a sintaxe.

    D.

    ENTENDA QUE A BBLIA INTERPRETA A SI MESMA

    A Bblia coerente no seu contedo. A Bblia auto-explicativa, portanto, se quisermos entender algumassunto especfico devemos pesquisar no apenas em uma parte, ou em um versculo, mas em toda a Bblia oque ela explica sobre o assunto.

    Contudo, o dia-a-dia infelizmente nos mostra que muitos cristos tiram concluses erradas sobre umassunto porque se prendem a um nico texto da Bblia. Outros ficam confusos com um determinado assuntoporque no investigam em todo o contexto bblico o que dito sobre o assunto.

    Calvino foi muito feliz ao afirmar que a Escritura interpreta a Escritura, portanto, temos que ler eestudar todos os textos bblicos que abordam o mesmo assunto para que dessa forma possamos tirarconcluses biblicamente coerentes.

    BIBLIOGRAFIA

    - Conhecendo as Doutrinas da Bblia Myer Pearlman- Teologia Sistemtica Stanley M. Horton- Bblia Anotada Charles C. Ryrie- Hermenutica Avanada Henry A. Virkler

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    TEOLOGIA

    A DOUTRINA DE DEUS

    INTRODUO

    Deus existe? Se existe, como Ele ? possvel provar a existncia de Deus?Como posso conhecer Deus?O que Deus?

    Com certeza algum dia em nossas vidas fizemos essas perguntas, e talvez sejam perguntas que paramuitas pessoas ainda no foram respondidas.

    A doutrina de Deus ou a teologia tem como objetivo especfico responder a estas e outras perguntas quepairam em nossas mentes no que tange a pessoa de Deus.

    Atravs da teologia, ou seja, atravs de um estudo especfico sobre a pessoa de Deus pautado, claro,nas Escrituras Sagradas, conseguiremos conhecer melhor o Deus Criador, e, por conseguinte, teremos uma visoclara e correta sobre a Sua pessoa.

    Contudo, importante dizer que no h como ns conhecermos a Deus totalmente, visto que Ele (Deus)

    no se permitiu ser conhecido totalmente pelo homem. Isto porque Deus, por Sua soberana vontade, resolveurevelar ao homem aquilo que fosse necessrio e suficiente para que este pudesse conhec-Lo. E atravs daauto-revelao de Deus que est registrada nas Escrituras que conseguiremos conhec-Lo melhor.

    Portanto, se voc uma das pessoas que tem um desejo sincero de conhecer a Deus, esteja com o seucorao aberto e tenha muita disposio para aprender, porque este estudo tem como objetivo ajudar voc nessesentido.

    I A EXISTNCIA DE DEUS

    1 - A existncia de Deus subentendida

    As Escrituras em parte alguma tentam provar a existncia de Deus, entretanto, as Escrituras pressupe aSua existncia. Perceba, por exemplo, como em Gn 1:1 a Bblia revela que Deus o criador do universo, e nosversculos posteriores nos mostram como Ele criou o universo. Logo, entendemos que a existncia de Deus declarada pelas Escrituras como um fato (Gn 1:1). E mais, podemos entender que a existncia divina subentendida nas Escrituras quando, em certos momentos, Deus falou com o homem (Gn 2:16; 3:8-9), quandoem certas ocasies o homem falou com Deus (Gn 3:10-13), quando homens obedeceram Sua voz, mesmo semv-Lo (Gn 6:22), quando Ele agiu na natureza provocando o dilvio (Gn 7:4), quando Ele chamou homens pararealizarem os Seus propsitos (Gn 12:1-4) e quando os homens afirmaram que O conheceram (J 42:1-5). Enfim,em todas as partes das Escrituras a existncia de Deus subentendida, e um de muitos textos bblicos que apiaesse pensamento perfeitamente At 17:24-18.

    Embora a Bblia no procure de modo algum provar a existncia de Deus, ela, contudo, convida o homema crer na Sua existncia, para que o mesmo possa ter um relacionamento ntimo com Ele (Hb 11:6).

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    Portanto, para termos um relacionamento com Deus, no precisamos de provas racionais quecomprovem a Sua existncia, mas sim, de f.

    2 - A existncia de Deus pode ser provada?

    Como pode a existncia de Deus ser provada? Existem pelo menos cinco argumentos que provam aexistncia de Deus.

    A. ARGUMENTO COSMOLGICOA palavra cosmo traduo do grego kosmos, que significa mundo ou universo. Este argumento

    procura mostrar que o universo um efeito de uma causa, isso porque naturalmente entendemos que todoefeito tem uma causa.

    Quando contemplamos a natureza ficamos to maravilhados que algumas vezes nos perguntamos: comosurgiu o mundo? Ento, esse argumento responde a esta pergunta, apresentando a idia de que Deus o

    criador do universo, ou seja, Deus a causa primria e nica do universo (Gn 1:1; Sl 19:1).

    B. ARGUMENTO TELEOLGICOTeleolgico vem do grego Teleos que significa desgnio ou propsito. Teleologia o estudo da

    finalidade.O universo com certeza revela a existncia de um Arquiteto capaz de criar todas as coisas com um ou

    vrios propsitos. E exatamente esta idia que apresentada pelo argumento teleolgico.Se observarmos um pouco o mundo em que habitamos vamos perceber que tudo que existe foi criado

    com um propsito pelo Criador.A Bblia diz que a existncia de Deus notria no universo (Rm 1:18-20), portanto, impossvel conceber

    a idia de que tudo que hoje existe surgiu sem a participao de um Arquiteto, ou seja, sem a interveno de

    Deus. Na verdade, mais fcil acreditar que o mundo existe porque existe um criador do que acreditar que omundo aconteceu por acaso.Embora no tenhamos visto a criao, possvel acreditar que tudo que existe veio do Deus Criador (At

    17:224-28).

    C. ARGUMENTO ANTROPOLGICOO termo antropolgico vem do vocbulo grego Anthropos, que significa homem.Este argumento diz que pelo fato do homem possuir natureza moral, conscincia, instintos religiosos e

    natureza emocional, tudo isso indica a existncia de Deus. interessante observar que tanto a Bblia como os fatos tem comprovado que o incrdulo, quando se v

    sem esperana, ele recorre a Deus ou aos deuses. Isto mostra que o ateu, embora no acredite em Deus,

    nos momentos mais difceis de sua vida ele sente uma necessidade de recorrer a Deus, portanto, a naturezado homem uma evidncia clara da existncia de Deus

    D. ARGUMENTO HISTRICOSem dvida nenhuma podemos perceber, pela histria da humanidade, uma prova notria da existncia

    de Deus. O surgimento e o declnio de naes poderosas como Egito, Babilnia, Roma e etc., mostra comoDeus soberano, quando Ele ergue uma nao por causa da sua obedincia s Suas leis e quando leva aodeclnio uma nao devido a sua desobedincia. A Bblia revela estes atos soberanos de Deus na histria dahumanidade (S. 75:7; Dn 2:21; 5:21; Rm 13:1).

    Outro motivo pelo qual a histria da humanidade uma prova da existncia de Deus o cumprimentodas profecias bblicas. Exemplo disso a prpria vida de Jesus, que veio ao mundo para revelar, de modoespecial, o Deus invisvel (Cl 1:13-16).

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    E. ARGUMENTO DA RELIGIOO homem incuravelmente religioso, escreveu Myer Pearlman (Conhecendo as Doutrinas Bblicas). O

    que isso significa? Significa que o homem, uma vez criado imagem e semelhana de Deus, possui uma

    natureza religiosa, e por esse motivo procura um objeto de adorao.

    F. ARGUMENTO TEOLGICOOs autores bblicos registraram os atos de Deus, os mandamentos de Deus, defenderam a existncia de

    Deus e foram inspirados por Ele, logo, podemos concluir que os autores bblicos e as Escrituras Sagradas soevidncias seguras de Sua existncia (II Tm 2:15).

    II A NATUREZA DE DEUS

    1 - Os nomes de Deus

    Se algum deseja sinceramente conhecer o Deus Criador, precisa atentar para os nomes de Deusregistrados nas Escrituras. Mas por qu? O que tem a ver o nome de Deus com o que Ele ? Tem tudo a ver.Atravs dos Seus nomes, Deus procurou revelar ao homem o Seu carter. Ele no queria apenas que os Seusnomes fossem referncias Sua pessoa, mas acima de tudo, uma revelao sobre a Sua natureza (Ex 6:3; 33:19;34:5-6).

    Para que haja uma compreenso melhor sobre esse assunto, importante saber que no AT o nome noera apenas um ttulo. Na verdade, o nome expressava a verdadeira personalidade da pessoa, ou seja, o carter da

    pessoa. Alguns nomes, por exemplo, eram resultados de acontecimentos que ocorriam no momento donascimento do beb (Gn 5:29); outros eram por conseqncia do carter do indivduo (Gn 27:36) e outros eramem decorrncia da expectativa que os pais tinham com relao ao futuro dos filhos.

    Quando Deus se autodenominou a algum, Ele estava naquele instante se auto-revelando de modocompreensivo a mente humana. por essa razo que Deus tem um zelo tremendo pelo Seu nome. E este zelo to grande que a Bblia apresenta algumas instrues que nos ensinam a usarmos o nome do nosso Deuscorretamente. Por exemplo:

    O Seu nome deve ser invocado como ato de adorao (Gn 12:8);O Seu nome deve ser temido (Dt 28:58);O Seu nome deve ser glorificado (Sl 86:9);

    O Seu nome deve ser louvado (II Sm 22:50);O Seu nome no deve ser usado em vo (Ex 20:7) e nem ser profanado, ou blasfemado (Lv 18:21; 24:16);O Seu nome deve ser santificado (Mt 6:9).

    Uma vez que entendemos como devemos usar os nomes de Deus corretamente, vamos ento conhec-los neste momento para termos uma viso melhor sobre Ele, lembrando sempre que cada nome de Deus revelaalgum aspecto do Seu carter, da Sua natureza, da Sua vontade e da Sua autoridade.

    2 - Deus chamado de El

    El significa Deus ou deus. Neste caso, o termo El era usado pelos povos de idiomas semticos, demodo geral, para se referir aos deuses de vrias religies e tambm para se referir ao Deus dos hebreus, isto ,El era usado para denominar um deus falso e o Deus verdadeiro. E para que houvesse uma distino entre o

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    deus falso e o Deus verdadeiro, foram freqentemente inseridos adjetivos ou predicados definidores para fazerreferncia ao Deus vivo. Por exemplo, em Dt 5:9 est escrito porque eu, o SenhorYahweh, teu Deus (Elohim)sou Deus (El) zeloso. Um outro exemplo ns podemos encontrar em Gn 33:20, onde um altar erguido para

    Deus levando o nome de El Elohe Ysrael, que significa Deus, o Deus de Israel.Veja outros exemplos de como o vocbulo El era acompanhado de certos adjetivos para se referir ao

    Deus verdadeiro, alm de mostrar o carter e a natureza de Deus:

    A. EL ELYON - El Elyon significa Deus Altssimo. Este ttulo foi usado por Melquisedeque ao adorar o Deusque est acima de todos os deuses, o Deus que est acima de toda e qualquer criatura, porque Ele oDeus exaltado e o dono de tudo que existe (Gn 14:18-20; Nm 24:16; Dt 32:8).

    B. EL SHADDAI - El Shaddai significa Deus Todo-Poderoso. Este nome revela a onipotncia de Deus, ouseja, Deus tem poder para realizar qualquer coisa que queira realizar para cumprir com os Seuspropsitos (Gn 17:1; 25:11; Ex 6:3).

    C. EL OLAM - El Olam significa Deus Eterno. Este nome que Abrao usou para se referir a Deus revelaque Deus um ser eterno e indestrutvel em comparao com os falsos deuses (Gn 21: 33).

    Embora o termo El se refira tanto ao Deus verdadeiro como aos deuses falsos, no obstante, possvelentender que quando o termo El usado para se referir ao Deus verdadeiro. A palavra Deus aparece natraduo da nossa Bblia em maisculas, enquanto que para os deuses falsos a expresso deus aparece emminsculas (Dt 4:28).

    3 - Deus chamado de Elohim

    O termo Elohim significa Deus. Este termo aparece de forma pluralizada quase 3.000 vezes no AT,sendo que pelo menos 2.300 dessas referncias dizem respeito ao Deus de Israel (Gn 1:1; Sl 68:1). importante

    dizer que esse termo era usado para se referir tambm aos dolos (Ex 34:17), aos juzes (Ex 22:8) aos anjos (Sl 8:5)ou aos deuses de outras naes (Es 36:28; Jr 5:7).

    Muitos telogos entendem que o fato deste termo est na forma plural, isso significa a plenitude dopoder de Deus e representa a Trindade. Enfim, este nome transmite a idia de que Deus o criador do universo(Gn 1:1).

    4 - Deus chamado de Eloah

    Este termo uma forma singular de Elohim e tem o mesmo sentido de El. Todavia, esse termoapresenta outra caracterstica peculiar de Deus. Nestes exemplos (Dt 32:15; Sl 18:31; Is 44:8) revelam que Deus

    o protetor da daqueles que O temem e que nele confiam. J em Sl 50:22 e em J 5:17, expem que Deus justo ecastiga aqueles que vivem na prtica do pecado, portanto, este nome revela as duas facetas do carter de Deus. Aprimeira de que Deus bom para com aqueles que confiam nele, e a segunda, que Ele castiga aqueles que seope Sua vontade.

    5 - Deus chamado de Yahweh

    O nome Yahweh aparece 6.828 vezes no AT e o nome mais usado para fazer referncia a Deus naBblia.

    Este termo traduzido em nossa verso portuguesa como Senhor, entretanto, importante informar

    que o alfabeto hebraico consistia de 22 consoantes e nenhuma vogal. Por esse motivo, o termo original eraYHWH, que era pronunciado provavelmente como Yahweh, que significa o Auto-Existente, ou seja, Eu Sou

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    o que Souou Serei o que Serei (Ex 3:14). Um detalhe, o termo YHWH conhecido pelos telogos como otetragrama.

    Ao longo dos sculos, contudo, os escribas e rabinos, por considerarem o termo YHWH um nome

    sagrado para ser pronunciado o substituram por Adonai, que significa meu Senhor, meu Mestre.Depois desta modificao, mais uma vez os rabinos resolveram colocar vogais no texto hebraico, de modo

    que YHWH sofreu alteraes, passando para YeHoWaH. Esse termo foi transliterado por Jehovah, que foiaportuguesado como Jeovou Jav em algumas tradues da Bblia.

    importante entender que Yahweh considerado com exatido como o nico nome de Deus.Yahweh o nome prprio ou pessoal de Deus, logo, esse nome revela que Deus uma pessoa, e por ser umapessoa, Ele se relaciona com o ser humano.

    Em algumas passagens bblicas o nome sagrado de Deus (Yahweh) usado com outros termos paratransmitir vrios aspectos do Seu carter, da Sua natureza, das Suas promessas e das Suas atividades.

    Exemplos:

    A. YAHWEH YREH (JEOV-JIREH) significa o Senhor prover(Gn 22:7-14);B. YAHWEH NISSI (JEOV-NISSI) significa o Senhor a minha bandeira(Ex 17:15);C. YAHWEH SHALOM (JEOV-SHALOM) significa o Senhor paz(Jz 6:23);D. YAHWEH TSIDKENU (JEOV-TSIDKENU) significa O Senhor nossa justia(Jr 23:6; 33:16);E. YAHWEH SHAMMAH (JEOV-SHAMMAH) significa o Senhor est ali (Ez 48:35);F. YAHWEH ROI (JEOV-RAAH) significa o Senhor o meu pastor (Sl 23:1);G. YAHWEH ROPHEKHA (JEOV-RAFA) significa o Senhor que te sara(Ex 15:26);

    6 - Deus chamado de o Senhor dos Exrcitos

    Este ttulo dado a Deus a combinao do nome pessoal de Deus, Yahweh com o substantivo

    tsevaoth, que significa exrcitosou hostes, portanto, Yahweh tsevaoth significa Senhor dos exrcitos(Is 6:3; Jr 19:3; Zc 3:9-10).

    Este ttulo procura mostrar que Deus o Rei e o comandante do Seu povo e dos seres celestiais (Sl 24:9-10), dando a entender que Deus Soberano e protetor do Seu povo. A combinao destes dois vocbulos ocorreem 248 versculos da Bblia.

    7 - Deus chamado de Adonai

    Como j vimos antes, Adonai significa meu Senhore meu Mestre. Esse nome procura transmitir aidia de que Deus Soberano e governa sobre todas as coisas (Ex 23:17; Is 10:16; 33). Isso significa que o ser

    humano deve submeter-se vontade de Deus.

    8 - Deus chamado de Pai

    Esse nome empregado tanto no AT como no NT, revelando que Deus a fonte de todas as coisas eCriador do homem. Esse termo transmite as seguintes idias sobre Deus:

    Deus o Criador (Dt 32:6)Deus o Redentor do Seu povo (Is 63:16)Deus o Oleiro de nossas vidas (Is 64:8)

    Deus nosso Amigo (Jr 3:4)Deus o Repassador da herana e o Lder do Seu povo (Jr 3:19)Deus deve ser honrado (Ml 1:6)

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    Deus disciplinador (Ml 2:10-12)Deus Fiel (I Cr 22:10)

    9 - Deus chamado de Theos, Kurios e Pater no NT

    Theos um termo grego que significa Deus(I Co 8:4); Pater do grego que significa Pai. A palavraAba, que usada em Mc 14:36; Gl 4:6) vem do aramaico abba", que significa Pai. Por fim, Kurios do gregoque significa Senhor(At 19:20).

    III A ESSNCIA DE DEUS

    Qual a natureza de Deus?Do que constituda ou composta a natureza de Deus?Qual o aspecto bsico da natureza de Deus?A essncia de Deus o assunto que diz respeito aquilo que Deus em Si prprio, ou seja, ela aborda os

    elementos que compem a natureza divina.Vamos compreender um pouco sobre a essncia de Deus.

    1 - Deus Esprito

    A natureza de Deus espiritual (Jo 4:24). Podemos tirar essa concluso porque a Bblia diz que:Ele imaterial (Lc 24:39)

    Ele invisvel (I Tm 1:17; 6:16)Ele vivo (Js 3:10; I Ts 1:9; Jo 5:26)Ele uma pessoa que tem intelecto (Ex 3:14), vontade (Jo 6:38), sensibilidade (Gn 6:6). Alm disso, Elefala (Gn 1:3), ouve (Sl 94:9), v (Gn 11:5), arrepende-se (Gn 6:6) e alegra-se (Nm 8:10).

    2 - Deus Eterno

    A natureza de Deus eterna com relao ao tempo (I Tm 1:17). Sobre a eternidade de Deus a Bblia dizque:

    Ele no tem comeo nem fim (Gn 21:33)Ele no est preso ao tempo (Sl 90:2)Ele a causa do tempo (Hb 11:3)

    3 - Deus Infinito

    A natureza de Deus imensa com relao ao espao (I Rs 8:27).Podemos compreender que Deus infinito porque as Escrituras afirmam que:

    Ele est em todos os lugares (Jr 23:24)Ele est prximo de todos (At 17:27-28)

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    4 - Deus Auto-existente

    A natureza de Deus existe por si mesma (Ex 3:14).Deus um ser auto-existente por que:

    Ele tem a vida em Si mesmo (Jo 5:26)Ele no depende de ningum para viver ou realizar os Seus planos (Is 44:24; At 17:24-27)

    IV OS ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS

    Os atributos naturais de Deus so as qualidades que esto ligadas a natureza divina, sem, contudo,envolver os seus atributos morais.

    1 - Deus Onipotente

    Isto quer dizer que Deus est presente em todos os lugares no que tange s suas criaturas.Com relao onipresena de Deus, a Bblia ensina que:

    Ele est com os Seus servos (Gn 28:15; Mt 28:19-20)Ele Deus nos cus, na terra e no abismo (Dt 4:39)Ele est com aqueles que O invocam (Mt 18:29-20)Ele est com a Sua igreja (Ef 2:12-22)Ele est em todos os lugares, entretanto Ele s habita em ns (I Co 3:16-17)

    2 - Deus Onisciente

    Ou seja, Ele conhece todas as coisas; Ele sabe de tudo o que acontece.A Bblia revela que:

    Ele tem cincia de todas as coisas que acontecem (Hb 4:13)Ele conhece os nossos pensamentos (I Cr 28:9; Sl 139:1-4)Ele sabe o futuro (Is 46:10)Ele sabe do que ns precisamos (Mt 6:8, 32)

    Ele conhece a cada pessoa individualmente (Pv 15:3)Ele j nos conhecia mesmo antes de nascermos (Jr 1:4-5)

    3 - Deus Sbio

    Isto significa dizer que Deus tem uma inteligncia maravilhosa e inigualvel, que lhe permite realizar osSeus excelentes propsitos atravs dos melhores meios.

    Sobre esse atributo, a Palavra de Deus nos mostra que:

    Ele fez tudo com sabedoria (Sl 104:24; Jr 10:12)

    Ele a fonte da sabedoria (Dn 2:20-21)Ele d sabedoria quando pedimos com f (Tg 1:5)Ele possui uma sabedoria inexplicvel (Rm 11:33)Ele revelou perfeitamente a Sua sabedoria em Cristo (I Co 1:24-25, 30)

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    4 - Deus Soberano

    Por ser Deus e Criador de todas as coisas, Deus tem o direito de governar as Suas criaturas como desejar;nada est fora do Seu controle.As Escrituras ensinam que:

    Ele realiza os Seus desejos e ningum pode det-lo (Dn 4:34-25)Ele usa as nossas vidas como quiser (Rm 9:21-26)Ele dono de todas as coisas (Ex 9:29)Ele o Senhor de todos (At 10:36; Rm 10:12)Ele faz o que quer, como quiser e quando quiser (Is 46:9-10; Mt 20:15)

    5 - Deus Imutvel

    Deus no sofre mudanas na Sua natureza, nos Seus atributos, na Sua conscincia e na Sua vontade.Todavia, as idias de Deus podem sofrer mudanas devido Sua justia e por casa do livre arbtrio que

    deu ao homem, de obedec-Lo ou no. Por exemplo, Deus mudou de idia porque se arrependeu de ter feito ohomem, por causa da currupo humana (Gn 6:6). Ele se arrependeu de aplicar um juzo sobre os judeus porcausa da intercesso de Moiss (Ex 32:14). Ele se arrependeu de ter escolhido Saul como rei por causa dadesobedincia do mesmo Sua Palavra (I Sm 15:10-11).

    E por fim, A Bblia deixa claro que Deus aplicaria a Sua justia de acordo com a reao das pessoas, ouseja, se as pessoas se convertessem a Ele, Ele por sua vez perdoaria os pecados cometidos, caso contrrio, aspessoas sofreriam um juzo de Sua parte (Jr 18:8; 2:13).

    O que quer ficar claro que Deus no se arrepende no que diz respeito s Suas promessas (Nm 23:19; Sl

    110:4). Deus no como o ser humano, que se arrepende de ter feito alguma promessa e depois no cumpre.Fora isso, a Bblia revela claramente que:

    A natureza de Deus no muda (Sl 102:26027; Ml 3:6; Tg 1:7)O poder de Deus no muda (Ap 1:8)

    V OS ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS

    Os atributos naturais de Deus falam sobre o Seu carter e personalidade. Deus uma pessoa, e como tal,tem caractersticas, inclusive morais. Nosso Deus tem personalidade!

    Os atributos morais de Deus no so instveis, no se alteram, no sofrem corroso. Deus, desde que Ele, tem as mesmas caractersticas e as ter sempre.

    1 - Deus Santo

    O Deus a quem servimos preserva em Si mesmo e promove os Seus filhos Santidade. Esta umacaracterstica que, por mais que outros deuses pressupunham t-la, jamais a alcanaro.

    A santidade de Deus significa a Sua absoluta pureza moral. No h a menor possibilidade decontaminao do Seu carter (Lv 11:44)

    A santidade de Deus significa que Ele separado.o Separado do homem no espao. Deus est no cu e o homem na terra (Ap 4:8)o Separado quanto ao carter. Ele perfeito e o homem imperfeito.

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    o Separado quanto natureza. Ele divino e o homem humano.A santidade de Deus no tolera o pecado. Ele no pode coabitar onde est o pecado (Tg 1:13)Ele mesmo se santifica (Ez 26:23; 38:23)

    Por ser Santo, Ele santifica os Seus filhos (Lv 20:26; I Pe 15:16)

    2 - Deus Justo

    A Justia de Deus no comparvel justia dos homens. Ela muito mais apurada. Enquanto a justiados homens recheada de artifcios, a justia de Deus plena; Ele independe de argumentos, porque Deusconhece todos os fatos.

    A Justia de Deus a capacidade de Deus tratar retamente as Suas criaturas (Gn 18:25)A Justia de Deus aplicao da Santidade de DeusDeus amor, mas tambm justia (Dt 32:35-36)

    Deus no busca pessoas que justifiquem atos, apresentando evidncias. Ele conhece todas as evidncias(Is 11:3)Quando Deus executa Sua justia, o resultado retido (Is 54:13-14)

    3 - Deus Fiel

    A fidelidade de Deus inquestionvel para que O conhece. O cotidiano dos Seus servos mostra essacaracterstica de Deus, na prtica.

    Ele altamente confivel (Dt 32:4; Sl 9:10)Suas palavras no falham (Is 40:8)Ele constante (Hb 13:8)

    4 - Deus Misericrdia

    A misericrdia do Senhor eterna (Sl 103:17) sobre os que O temem. Ela efetivamente a causa de nosermos consumidos.

    Misericrdia a ao de Deus em prol da misria humana (Sl 103:8)A misericrdia de Deus fruto de longanimidade e pacincia (Ex 20:6)O reconhecimento da misericrdia de Deus em ao produz, no homem, esperana e fora (Sl 144:2)

    O envio de Jesus Cristo um evidente sinal de misericrdia (Lc 1:78)

    5 - Deus Amor

    O amor um atributo de Deus que faz efetivamente diferena em nossas vidas. Ele expresso no dia-a-dia, no relacionamento de Deus conosco. O amor o grande motivador de Jesus nos fazer Seus amigos (Jo 15:12-15) e no simplesmente Seus servos.

    O amor de Deus um atributo que expressa que Deus quer ter um relacionamento pessoal com aquelesque Ele criou Sua imagem (Jo 17:22-23)O amor de Deus demonstrado ao mundo e Sua criao (Jo 3:16)

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    6 - Deus Bondade

    A bondade de Deus no e nunca ser sufocada pelos males e dificuldades que acontecem durante anossa vida. Deus no culpado de nada disso, nem to pouco nada escapa de Sua vista e de Seu controle.

    A bondade de Deus o atributo pelo qual Ele concede vida e outras bnos s Suas criaturas (Sl 25:8; At14:17)Se Deus bom, por que h tanto sofrimento no mundo?

    o Deus no responsvel pelo mal que existe.o Deus Todo-Poderoso, portanto, o mal existe por Sua permisso.o Deus to poderoso que pode fazer o mal cooperar para o bem. Veja os exemplos dos irmos de

    Jos, de Fara, de Herodes. Deus no permitiria, de forma alguma, a existncia do mal se nofosse to Onipotente e to bom que at mesmo do mal Ele pudesse operar o bem. O fogo dosofrimento muitas vezes depura os cristos.

    o Deus formou o universo em cima das leis naturais e estas implicam em acidentes.o Este mundo no a plenitude de Deus. Os novos cus e a nova terra sim; estes sero isentos do

    mal, do livre arbtrio e de leis naturais e sero plenos e exclusivos da glria de Deus (Lc 18:7-8).

    VI A TRINDADE DE DEUS

    A doutrina da Trindade afirma que h um nico Deus em essncia, existente eternamente em trspessoas distintas, manifestadas no Pai, no Filho e no Esprito Santo.

    O termo pessoa, no tocante Trindade, no subentende a individualidade limitada humana, mas sim o

    relacionamento pessoal e a personalidade dentro da Divindade trina, e ao mesmo tempo nica.

    1 - Trindade, Triunidade e Tritesmo

    Trindade e Triunidade dizem respeito, basicamente, ao mesmo assunto.

    A. TRINDADE significa um s Deus, em Sua trplice manifestao;B. TRIUNIDADE reala o modo trplice da existncia de Deus, mas a idia, em essncia, idntica a

    trindade;

    C. TRITESMO j se torna uma viso errnea da trindade, j que significa a existncia de trs deusesdistintos entre si.

    A trindade no expressa que h trs deuses, independentes e de existncia prpria, como fala o tritesmo.Expressa sim, que os trs cooperam unidos e num mesmo propsito, de maneira que no pleno sentido da palavraso um: o Pai cria, o Filho redime e o Esprito Santo santifica.

    2 - A origem do termo

    O termo trindade no bblico. Provavelmente foi Tertuliano (220 d.C.) quem primeiro utilizou a nomenclatura,porm, a doutrina da Trindade firmemente bblica, sendo uma doutrina revelada. Na Bblia, h nitidamente aidia da trindade, compreendida em vrios versculos, tanto no AT quando no NT.

    Por volta do ano 500 d.C. foi formulado o Credo de Atansio, que expressa bem o sentimento quedevemos nutrir pela Trindade:

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    Ad oramo s um Deus em trindad e, e trinda de em unida de . No confundimo s as pessoa s, nemsep aram os a subst nc ia, po is a pessoa do Pai um a, a d o Filho o utra, e a do Esprito Santo , outra.Ma s no Pai, no Filho e no Esprito Santo h uma d ivind ade, g lria igua l e m ajesta de c oe terna . Ta l

    qua l o Pai, o m esmo so o Filho e o Esprito Santo . O Pai inc riad o, o Filho inc riad o, o Esp ritoSanto inc riad o. O Pai ime nsurvel, o Filho ime nsurve l, o Esp rito Santo imensurvel. O Pai eterno, o Filho e te rno, o Esprito Santo ete rno. E no ob sta nte , no h trs eternos, ma s sim umeterno. Da m esma forma , no h trs seres incriados, nem trs imensurveis, ma s um inc riad o e um

    imensurvel...

    3 - A Trindade no Antigo Testamento

    A cultura da poca acentuava o politesmo (culto ou crena em vrios deuses). Por isso, muitas vezes a Palavra de

    Deus acentuava a idia correta de que havia um nico Deus (Dt 6:4; Is 43:10; 44:6).Mesmo assim, vemos vrios sinais da doutrina da Trindade no AT:

    O nome Elohim (Deus) est no plural (Gn 1:1);H vrios verbos e pronomes no plural, tais como: faamos e nossa (Gn 1:26), ns (Gn 3:22),desamos e confundamos (Gn 11:7), por ns (Is 6:8);O Anjo do Senhor (Gn 31:11-13; Ex 3:2-6/ Jz 13:21-22), na interpretao da maioria dos telogos, refere-se ao Senhor Jesus;O Messias (Jesus) profetizado, mas com caractersticas divinais. Em Is 9:6 Ele apresentado comoMaravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade;O Esprito de Deus mencionado abundantemente no AT e em vrias oportunidades distinto do Pai (Is

    18:16; Sl 104:30).

    4 - A Trindade no Novo Testamento

    O NT nos indica e ensina trs verdades sobre a Trindade:

    H divindade, tanto do Pai (Jo 6:27; II Co 1:2), como do Filho (Mt 28:18; Jo 1:1) e como do Esprito Santo(At 5:3-4, 9);Os trs tem personalidades distintas, so pessoas, mesmo sendo um:

    o O Pai e o Filho so distintos entre si (Jo 1:14);o

    O Pai e o Filho tambm so distintos do Esprito Santo (Jo 14:16-17);

    Embora sejam divinos e com personalidades distintas, so, efetivamente, um (Ef 4:6; Tg 2:19).

    5 - Ilustraes sobre a Trindade

    Ilustraes desse mistrio de Deus tm sido inventadas, mas nenhuma delas suficiente para esclarecer anatureza da questo pois, normalmente, faltam nelas a idia da personalidade ao mesmo tempo distinta e uma,exatamente porque no h qualquer paralelo em nossa viso humana.

    Alguns paralelos com parmetros da natureza parecem incompletos; h os que comparam a Trindade aoovo (casca, clara e gema), mas falta a idia de unidade, o que torna mais parecido com o tritesmo. H os quetentam comparar gua em seus estados (slido, lquido e gasoso), mas falta, essa idia, a noo de

    similaridade, afinal, existem simultaneamente o Pai, o Filho e o Esprito.

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    Podemos aceitar e apresentar a Trindade como um dos mistrios divinos que efetivamente esto apenasparcialmente revelados, mas j o suficiente para formarem o pano de fundo que reflete a glria de Deus, e suscitanossa adorao to magnfica majestade.

    VII CRENAS ERRNEAS A RESPEITO DE DEUS

    Existem vrias crenas erradas, e extras bblicas, a respeito de Deus. Destas, algumas se originaram deverdades exageradas ou deturpadas. Algumas so insuficientes, outras, pervertidas e distorcidas. Vamos ver oque estas doutrinas errneas pensam.

    1 - O Agnosticismo

    Deriva de duas palavras gregas que significam no saber. Esta idia nega a capacidade humana deconhecer a Deus, j que a mente humana no pode alcanar o infinito, segundo os agnsticos.

    CONTESTAO podemos at no compreender a Deus na Sua totalidade, mas certamente podemosaprender e ter uma concepo de Sua pessoa.

    2 - O Politesmo

    Traduz-se por culto a vrios deuses, caracterstica das religies antigas e pags, ainda em voga em muitasculturas. H um deus para cada manifestao: deus do fogo, da gua, da terra, da mata, da montanha, da guerra,etc.

    CONTESTAO a Bblia nos ensina que h um s Deus, que embora trino, um e o nico Deusverdadeiro, criador de toda a natureza e nosso Salvador.

    3 - O Pantesmo

    Esta idia originada de duas palavras gregas que significam tudo deus. o sistema de pensamentoque identifica Deus como o universo, rvores, animais, terra, gua; todos so declarados parte de deus e,portanto, deus. nitidamente alimentado pela necessidade que o homem desenvolveu de ter um deus visvele tocvel.

    CONTESTAO como pode a criao ser o Criador? Como se confunde o que Deus cria com a essncia

    do prprio Deus? Certamente h uma representao de Deus em toda a Sua criao, mas esta no tem poderesdivinais, e sim, espelha a Divindade que a criou.

    4 - O Materialismo

    Este nega qualquer distino entre a mente e a matria. Afirma que todas as foras e manifestaes sosimplesmente propriedade da matria: O homem apenas uma mquina uma de suas mximas. A doutrinahertica afirma que o homem no tem responsabilidade pelos seus atos e que no existe o bem nem o mal.

    CONTESTAO nossa prpria conscincia afirma que somos algo mais do que matria e que somosbem diferentes das rvores e pedras. Mesmo na hiptese de o homem ser apenas uma mquina, quem a criou?

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    5 - O desmo

    Admite que h um Deus pessoal, que criou o mundo, mas insiste em que, depois da criao, Deus oentregou para ser governado pelas leis naturais, ou seja, deixou-nos vontade, sem nenhum cuidado de Suaparte.

    CONTESTAO embora Deus nos tenha dado o livre-arbtrio, a Bblia afirma expressamente que Deustem o controle de todo o universo em Suas mos. Lembre-se: Ele onipotente, e nos enviou Seu filho, que nosenviou o Esprito. Deus, o tempo todo quis e quer ter um relacionamento pessoal conosco, Sua criaointeligente.

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    JESUS CRISTO, O SENHOR

    INTRODUO

    Da mesma forma como filho do homem significa um ser nascido do homem, assim tambm filho deDeus significa um ser nascido de Deus. Por isso dizemos que esse ttulo proclama a Deidade de Cristo. Jesusnunca chamado um filho de Deus, como os homens e os anjos so chamados filhos de Deus. Ele o Filho deDeus no sentido nico.

    Jesus o tema principal de toda a Escritura Sagrada. Ele no veio implantar um sistema religioso, mas umprincpio de vida, portanto, queles que se dizem cristos, devem procurar viver a mesma vida que Cristo viveu.

    Nessa lio abordaremos os atributos divinos e humanos de Jesus, mostrando que Ele foi tanto homem-

    Deus como tambm Deus-homem.

    1 - Quem Jesus Cristo?

    Jesus Cristo Deus encarnado e a segunda pessoa da Trindade. Foi tambm um homem perfeito (Jo 1:1;Cl 1:15; I Jo 5:20).

    2 - Atributos Divinos

    ETERNO Lc 1:33; Jo 1:1;IMUTVEL Hb 13:8;ONIPRESENTE Mt 28:20ONISCIENTE Jo 21:17ONIPOTENTE Mt 28:18

    3 - Obras Divinas

    CRIAO Jo 1:3PRESERVAO Hb 1:3PERDO DE PECADOS Mt 9:6JULGAMENTO Jo 2:26-27

    Os quatro evangelhos registram:

    17 curas de doenas fsicas;09 milagres sobre a natureza;03 ressurreies de mortos;06 libertaes de endemoniados.

    4 - Por que acreditamos ser Jesus Cristo, homem perfeito?

    Porque a Bblia o descreve como homem (I Tm 2:5);Porque a Bblia declara que Ele tinha um corpo (Lc 24:39), uma alma (Mt 26:38) e um esprito (Mt 27:50).

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    I - AS DUAS NATUREZAS DE JESUS CRISTO

    J comentamos anteriormente que Jesus foi tanto homem-Deus como tambm Deus-homem, isto , possuaduas naturezas.

    No plano de Deus era indispensvel que Jesus viesse atravs de uma mulher. Se Ele apenas seapresentasse como Divino ns no teramos condies de seguirmos o Seu sistema de vida.

    Uma das partes importantes nesta lio sobre a humilhao e exaltao de Cristo. So pontos que nsdevemos tambm considerar em nossas prprias vidas, pois foi atravs da humilhao que Jesus alcanou aexaltao.

    Existem correntes de pensadores que apiam uma tese contrria s Escrituras; dizem que Cristo no tevenascimento virginal. Mas, alm de termos afirmaes categricas sobre o nascimento virginal nas pginas daBblia, o que j seria o bastante; outros fatos atestam o nascimento sobrenatural do Filho de Deus.

    Sabe-se que j existia no incio do sculo II o Credo dos Apstolos, que diz: ... nasceu do Esprito Santo

    e da virgem Maria.... Tambm, sessenta anos aps a morte de Cristo, seus seguidores falavam e escreviamacerca do seu nascimento virginal.

    Um dos seguidores chamado Incio de Antioquia, um discpulo dos apstolos, disse: oculto do prncipedesse mundo havia a virgindade de Maria e seu parto....

    1 - Duas naturezas unidas em Jesus

    A natureza divina e humana aparece em Jesus, unidas, entrelaadas. Elas subsistem numa s pessoa: oSenhor Jesus Cristo.

    2 - A necessidade de um Salvador homem

    Era necessrio que o Salvador da humanidade fosse um homem. Veja:

    Para que pudesse tomar o nosso lugar sob a lei (Gl 4:4-5);Para que pudesse sofrer e morrer em nosso lugar (Hb 2:14).

    3 - A necessidade de um Salvador Filho de Deus

    Era necessrio que o Salvador da humanidade tambm fosse o Filho de Deus.Veja:

    Para que ficasse evidenciado o amor de Deus pelo homem (Jo 3:16; 15:13);Porque Jesus foi comissionado por Deus Pai para esta misso (Jo 17:8, 18-25)Para que todos o vissem como a voz de Deus (Mt 17:5).

    4 - O que significa Jesus, o Cristo

    A palavra em hebraico significa Messias. O Cristo quer dizer O Ungido. No AT os profetas,

    sacerdotes e reis eram ungidos com leo para ministrarem e governarem. Jesus, o Cristo, tambm foi ungido, nocom leo, mas com o Esprito Santo, sem medida (Is 61:1).

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    5 - Jesus Cristo nos redimiu

    Redimir significa comprar de volta.Quando algum hoje em dia empenha algo num banco, para redimir o que empenhou, a pessoa comprade volta o que anteriormente lhe pertencia. Jesus pagou o preo da nossa remisso (I Co 6:20).

    Ele nos redimiu de todos os nossos pecados, da morte e do poder do diabo (Mt 1:21; Rm 2:14)

    II OS OFCIOS DE CRISTO

    Porqua nto, h um s Deus e um s m ed iador entre Deus e o s homens,Cristo Jesus, ho me m... (I Tm 2:5)

    Na poca do AT havia trs tipos de mediadores entre Deus e o povo: o profeta, o sacerdote e o rei. Comoperfeito mediador, Jesus, o Messias, possua em si mesmo esses trs aspectos representados:

    o Cristo-profeta, que ilumina as naes com sua fala, seu ensinamento; o Cristo-sacerdote, que se ofereceu como sacrifcio por todos ns, homens; o Cristo-Rei, que reinar sobre as naes.

    Cristo todo-suficiente para a relao do homem com Deus, por ter nele os trs ofcios.

    1 - Jesus Cristo, o profeta

    Um profeta aquele que representa ou um agente de Deus na terra. aquele que fala em nome deDeus, interpreta Seus atos e planos e orienta o povo em Seus caminhos (Is 42:1).

    Cristo foi anunciado como profeta desde o tempo de Moiss (Dt 18:15);Os que creram em Jesus reconheceram ser ele o profeta anunciado (At 3:11, Dt 18: 22-23);Cristo revelou Deus e Sua vontade, no s com palavras, mas tambm em pessoa e obras (Hb 1:1-4);Cristo no foi profeta somente quando humanizado. Ele foi profeta antes, atravs de inspirao aosSeus servos, e depois de ter sido homem (I Pe 1:11).

    2 - Jesus Cristo, o sacerdote

    No AT, enquanto o profeta era responsvel por trazer a palavra de Deus at o povo, o sacerdote faziaexatamente o inverso: era o responsvel por apresentar a Deus a oferta de libao pelos pecados do povo. Era oresponsvel por aplacar a ira, por interceder a Deus em favor do povo. Mas o servio era feito com imperfeio,quer pela fraqueza do sacerdote, afinal, neles havia pecado, quer pelo tipo de sacrifcio que era oferecido (Hb 8:3;10:4).

    Em Jesus h a plenitude do Sacerdcio. Aleluia! Ele realizou um sacerdcio perfeito (Hb 10:12-14).Seu sacrifcio foi nico e de valor eterno, portanto, suficiente para a redeno da humanidade sem que

    haja necessidade de qualquer outro sacrifcio por parte dos homens. O trabalho sacerdtico de intercesso Ele

    realizou de alguma forma quando esteve na terra (Jo 17), porm, foi depois de oferecer Seu sacrifcio que Elepassou a exercer especificamente esse ministrio de intercesso (Hb 7:25; 9:24). A base de Sua intercesso oseu sacrifcio.

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    3 - Jesus Cristo, o Rei

    Cristo o Rei! Ele governa sobre vidas, sobre os cus e sobre a terra.

    Os profetas do AT falaram de um rei que viria da casa de Davi para governar Israel e as naes, comjustia, paz e prosperidade (Is 11:1-9);O anjo falou a Maria que Jesus seria esse Rei (Lc 1:32-33);Cristo mesmo afirmou que Ele era o Rei prometido (Jo 18:36-37);Depois de Sua ressurreio, Ele declarou o Seu poder sobre todas as coisas (Mt 28:18);Na Sua ascenso, Ele foi coroado e entronizado como Rei