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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 49 Domingo, 07.12.2014 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

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1o jornal batista – domingo, 07/12/14?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 49 Domingo, 07.12.2014R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

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2 o jornal batista – domingo, 07/12/14 reflexão

E D I T O R I A L

“A Bíblia como revelação inspirada da vontade divina, cumprida e completada na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo, é a nossa regra autorizada de fé e prática” (Princípios Batistas).

Neste domingo celebramos o Dia da Bíblia, mais do que um evento, quando mui-tas igrejas apresentarão um programa especial para esta celebração ou realizarão ex-posição sobre a Bíblia, com apresentação de diversas edições em muitos idiomas. O Dia da Bíblia é uma opor-tunidade para destacarmos o valor que a fiel, inerrante e infalível Palavra de Deus tem para nós, discípulos de Jesus, chamados Batistas.

Através dos tempos, os ba-tistas têm se notabilizado pela defesa de alguns princí-pios entre os quais se destaca a aceitação das Escrituras Sagradas como única regra de fé e conduta, conforme

descrito na Declaração Dou-trinária da Convenção Batista Brasileira, onde encontramos o seguinte preceito:

“A Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana. É o registro da revelação que Deus fez de si mesmo aos homens. Sendo Deus o seu verdadeiro autor, foi escrita por homens inspirados e di-rigidos pelo Espírito Santo. Tem por finalidade revelar os propósitos de Deus, le-var os pecadores à salva-ção, edificar os crentes, e promover a glória de Deus. Seu conteúdo é a verdade, sem mescla de erro e, por isso, é um perfeito tesouro de instrução divina. Revela o destino final do mundo e os critérios pelo qual Deus julgará todos os homens. A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião; fiel padrão pelo qual devem ser aferidas as doutrinas e a con-duta dos homens. Ela deve

ser interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus Cristo”.

A Bíblia tem para nós um sentido e um significado muito próprio. Encontra-mos em todos os nossos documentos e compromissos como salvos, o comprome-timento com a Bíblia como Palavra de Deus. No pacto da Igrejas Batistas encontra-mos a expressão: “Compro-metemo-nos a, auxiliados pelo Espírito Santo, andar sempre unidos no amor cris-tão; trabalhar para que esta igreja cresça no conheci-mento da Palavra”.

Completando o documento intitulado “Princípios Batis-tas”, continua: “A Bíblia fala com autoridade porque é a Palavra de Deus. É a suprema regra de fé e prática porque é testemunha fidedigna e ins-pirada dos atos maravilhosos de Deus através da revelação de si mesmo e da redenção,

sendo tudo patenteado na vida, nos ensinamentos e na obra salvadora de Jesus Cristo. As Escrituras revelam a mente de Cristo e ensinam o significado do seu domínio. Na sua singular e una revela-ção da vontade divina para a humanidade, a Bíblia é a autoridade final que atrai as pessoas a Cristo e guia-as em todas as questões de fé cristã e dever moral. O indivíduo tem que aceitar a responsa-bilidade de estudar a Bíblia, com a mente aberta e com atitude reverente, procuran-do o significado de sua men-sagem, através de pesquisa e oração, orientando a vida debaixo de sua disciplina e instrução”.

Neste Dia da Bíblia, esfor-cemos para que a mensagem do Livro Santo chegue ao alcance de muitos que ainda carecem de conhecer esta Palavra que, verdadeiramen-te, liberta.

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTELuiz Roberto SilvadoDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIO DE REDAÇÃOOthon Oswaldo Avila Amaral(Reg. Profissional - MTB 32003 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 07/12/14reflexão

(Dedicado aos musicistas que sofreram as aflições da guerra)

No dia 14 de julho de 1914, o casal, pastor Francisco Fulgêncio Soren

e dona Jane Soren, e seus filhos, Francisca e João Filson Soren, embarcaram no navio a vapor inglês “S.S.Vandyke” com destino a New York, passando por Trinidad e Bar-bados. Chegaram em 04 de agosto, justamente no dia em que a Inglaterra entrou na discórdia internacional contra a Alemanha. O objeti-vo da viagem era levantar 50 mil dólares para a construção do templo da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro.

Meu pai, Irineu Coutinho de Hollanda (1889-1965), viajou com eles até New York; tomou um trem para Li-berty, no estado do Missouri, a fim de cursar o bacharelado em pedagogia no “William Jewell College” (OJB, 09 e 23 jul 1914).

Em 28 de junho, um ter-rorista sérvio assassinara o arquiduque Francisco Ferdi-nando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, em Seraje-vo, capital da Bósnia. Em 28 de julho, o Império declarara guerra à Sérvia. O propósito dos nacionalistas sérvios era afirmar sua diferença em rela-ção ao Império, que suprimiu sua língua e cultura.

A Primeira Guerra Mundial, motivada por um desentendi-

Manoel de Jesus The, colaborador de OJB

O livro de Juízes é pouco lido. Em termos de prega-ção, nem se fala.

Alguns textos bíblicos são evitados por diversas razões. Por exemplo, a oração do Pai Nosso. Os católicos a usam como reza, daí a rejeição protestante. O último verso de Juízes afirma: “Naquela época não havia rei em Isra-el; cada um fazia o que lhe parecia certo” (Jz 21.25).

Ao verificarmos o capítulo 9 do livro de Juízes lemos a seguinte afirmação: “Assim

mento local, foi justificada pelos militares e diplomatas. Em 1914, o escritor britânico H.G. Wells escreveu que essa guerra seria “a guerra para acabar com as guerras”. Na prática, ela extinguiu os impérios alemão, austro-hún-garo, otomano e russo. Mais de 62 milhões de soldados participaram, no qual mor-reram mais de 8 milhões e ficaram feridos mais de 20 milhões, muitos definitiva-mente mutilados.

Em 1914, lutaram nos cam-pos abertos. Em 1915 e 1916, nas trincheiras. Em 1917, os submarinos alemães in-tensificaram os ataques aos navios mercantes, inclusive os brasileiros. Líderes, como Francisco Fulgêncio Soren, Salomão Luiz Ginsburg, William Edwin Entzminger, John Mein, Stephen Lawton Watson, M.G.White, William Carey Taylor, John B. Parker e Clifton Ayres Baker tiveram que enfrentar os perigos das viagens marítimas. Na época, o navio era o único meio de transporte entre o Brasil e os EUA. Taylor Crawford Ba-gby e Lewis Malen Bratcher aguardaram o armistício para poderem viajar. O conflito in-terferiu no desenvolvimento das atividades das igrejas e da Denominação Batista no Brasil; eram 140 igrejas, onde congregavam 10 mil mem-bros (OJB, 21 e 28 ago 1913).

Em novembro de 1911, tinha sido contratada, com uma empresa gráfica na Ale-

Deus retribuiu a maldade que Abimeleque praticara contra o seu pai, matando os seus 70 irmãos” (Jz 9.56). Logo, mais adiante, lemos: “Deus fez também os ho-mens de Siquém pagarem por toda a sua maldade” (Jz 9.57). E agora? Não havia rei terrestre, mas o soberano, invisível, celestial estava bem presente. Em nenhum episódio do livro de Juízes os rebeldes contra o Senhor f icaram impunes. Nesse mesmo livro aprendemos que os grandes desvios de um homem ou de um povo começam por um ato que julgamos pequeno, e sem

manha, a primeira edição musicada do “Cantor Cristão” (OJB, 02 e 09 nov 1911); depois foi contratada uma tipografia portuguesa (OJB, 09 mai 1912), sendo enco-mendados 10 mil exemplares do CC, somente com as letras (OJB, 12 e 26 mar 1914). A 15ª edição, prometida para 1916, só ficou pronta em janeiro de 1917 (OJB, 01 fev 1917).

Em 11 de novembro de 1918, a Alemanha rendeu-se; foi assinado o armistício para cessação das hostilidades. Com o fim da guerra, a Casa Publicadora Batista resolveu assumir a responsabilidade de publicar as futuras edições do “Cantor Cristão” (OJB, 20 mar 1919). A edição musi-cada só seria publicada em 1924.

A guerra atrasou em, pelo menos um lustro, os planos de Francisco Fulgêncio So-ren para a construção do templo da PIBRJ. Mas não foi somente prejudicada a impressão e distribuição do nosso hinário denominacio-nal. A tradução de hinos, inicialmente publicados nas páginas de O Jornal Batista, também diminuiu em seu vo-lume. Durante os cinco anos da guerra (1914-1918) foram publicadas as traduções dos hinos (observada aqui a or-dem cronológica) nº 529, 89, 356, 167, 53, 424, 413, 187, 417, 382, 340, 58, 210, 344, 251, 305, 170, 499, 360, 349, 139, 188, 18, 368, 30,

menores consequências. Outro engano. O maldo-so Abimeleque, que matou seus 70 irmãos para reinar sozinho, nasceu de uma concubina, que também mo-rava em Siquém, mostrando que Gideão tinha uma vida sexual incontrolável. Uma pequena queda, diante da sociedade daquele tempo, nos ensinando que Deus estava invisível, mas seus olhos estavam vendo tudo que os filhos de Israel fa-ziam. Nós, homens de hoje, somos iguais. Nossos valores são os mesmos da sociedade que nos rodeia, mas os valo-res de Deus são outros. Deus

509, 97, 355, 259, 389 e 59, média de seis hinos por ano.

O que nos chama a aten-ção: com exceção dos hinos nº 340 e 30, não se preocu-pavam com os horrores da conflagração mundial. O de nº 340 começava dizen-do: “Importará ao Senhor Jesus que eu viva no mundo a ter o meu coração cheio de aflição? Sentirá meu triste viver?”. O autor da letra in-glesa morreu em 1919. O de nº 30 tinha uma mensagem confortadora: “Tudo é paz, tudo amor”, originalmente escrita em alemão por um padre austríaco em 1818, publicada em inglês em uma coletânea batista em 1918.

Curiosamente, bem no iní-cio do conflito internacional, foi publicada a letra do hino nº 323, “Castelo Forte”, do protestante alemão Martin Luther (OJB, 03 set 1914).

Entre os hinos escritos nos EUA durante a guerra, pode-mos citar: “What a wonderful change”, “Living for Jesus” e “At Calvary”. O hino de Ru-fus H. McDaniel, que fala so-bre a maravilhosa mudança na vida desde que Jesus nela entrou, poderia ser cantado pelo soldado caminhando em campo aberto no meio do tiroteio (1914), particu-larmente na frase “agora não existem nuvens de dúvida para escurecer minha cami-nhada”. “Living for Jesus”, de Thomas Chisholm, pelo soldado na trincheira (1917), que teve bastante tempo para

não caminha na linha de bai-xo, mas de cima. Devemos trilhar seus passos na linha de cima, não nos passos dos nossos semelhantes ao nosso redor.

A recomendação acima fez parte dos lábios de Je-sus, quando ele af i rma: “Guardai-vos do fermento dos fariseus”, e os apósto-los pensaram que estavam recebendo uma reprimenda por não terem trazido pão suficiente. O mundo de hoje também está fermenta-do. Consumismo, idealismo messiânico, relativismo, in-dividualismo e pragmatismo permeiam nossos dias em

refletir que estava vivo en-quanto Jesus morria em seu lugar. William R. Newell, ao aproximar-se o fim do tormento (1918), com o hino “At Calvary” agora poderia alegremente reconhecer Je-sus como seu rei.

Na escassa música religiosa erudita do período (1914-1918), encontramos do or-ganista alemão Max Reger (1873-1916): “Oito cânticos espirituais”, baseados no Sal-tério e “Requiem”, prema-turamente dedicado “à me-mória dos heróis alemães”. “O hino de Jesus”, canta-ta composta em 1917 por Gustav Holst (1874-1934), é uma busca esotérica em um contexto cristão. Holst usa a dança e hinos latinos para expressar seu misticismo.

Depois da Primeira, viria a Segunda Guerra Mundial. Ralph Vaughan Williams (1872-1958), compositor in-glês que teve a excepcional oportunidade de assistir o desenrolar dos horrores da Grande Guerra, em 1936 compôs “Dona nobis pacem” (Dái-nos paz). A acumula-ção das ameaças nazistas e a crença de um novo conflito em futuro próximo inspira-ram esta admoestação em fa-vor da paz. Para ele, ninguém ficaria à margem das preocu-pações com a paz interna-cional. Só para contrariar, o roqueiro Morrissey afirmou: “World Peace is none of your business” (A paz mundial não é da sua conta).

todas as esferas, principal-mente religiosas.

O livro de Juízes é um rela-to de guerras sem fim. É bem semelhante aos nossos dias. Todavia, nosso Rei sempre aparece nas horas difíceis com a frase alentadora, di-zendo: “Paz seja convos-co”. Ele é o mesmo ainda hoje. Ele nos vê sem nós o vermos, ele nos ama. Hoje ele é o nosso Pai, devemos obedecê-lo sem exigir trocas ou privilégios. Em uma rela-ção de amor, não há contra-tos, trocas, expectativas de lucros e vantagens. Ele é um Pai invisível, mas sempre presente, jamais ausente.

MÚSICARolando de nassau

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GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Busquei ao Senhor

reflexão

“Então Moisés lavrou duas tábuas de pedra, como as primeiras; e levantando-se pela manhã de madrugada, subiu ao monte Sinai, como o Senhor lhe tinha ordenado; e levou as duas tábuas de pe-dra nas suas mãos” (Ex 34.4).

Agradecendo ao Se-nhor por sua aten-ção em responder, o salmista explica:

“Busquei ao Senhor e ele me respondeu: livrou-me de todos os meus temores” (Sl 34.4). O Senhor não pode responder quando nós não o buscamos. Ele não é introme-tido. Se nós não o buscamos, ele respeita a nossa postura de autossuficiência e permite que sigamos nossas próprias ideias.

O interessante de tudo isso é a nossa queixa, re-clamando da ausência das respostas do Senhor quando, na realidade, nunca usamos um minuto do nosso tempo para “buscar ao Senhor”. Ficamos tão envolvidos nos nossos próprios planos, nas nossas próprias atividades, que não damos chance ao Senhor para entrar em nossa correria.

O Salmista é um testemu-nho vivo. Aqueles que, sin-ceramente, honestamente, buscam ao Senhor no meio dos seus temores e dificulda-des, sempre recebem uma in-tervenção do Senhor. Sempre são livrados de “todos os seus temores”. Façamos como o salmista e digamos: “Busquei ao Senhor”.

Sylvio Macri, pastor da Igreja Batista Central de Oswaldo Cruz - RJ

A Bíblia nos leva a Cristo e Cristo nos leva à Bíblia. “A fé vem pelo ouvir, e o

ouvir, pela Palavra de Deus” (Rm 10.17). Aprendemos de Cristo e nos tornamos semelhantes a ele através do estudo da Bíblia, como diz II Timótio 3.16-17. Quando aceitamos a Cristo como sal-vador, ingressamos imedia-tamente em um programa permanente de crescimento espiritual, cujo manual ins-trucional e operacional é a Bíblia. É nela que encon-tramos as normas, as ins-truções, o passo a passo, os procedimentos, o “suporte técnico” e os critérios para avaliar a vida cristã. Também é nela que encontramos a ajuda para corrigir as falhas de execução. Em suma, ela é o autêntico manual daquele que deseja chegar “ao estado do homem feito à medida da estatura da plenitude Cristo” (Ef 4.13b). Para crer em Jesus, precisamos da Bíblia. Para ser como Jesus, precisamos ainda mais da Bíblia.

Isto quer dizer que pre-cisamos ter a mesma visão que Cristo tinha da Bíblia. Muita gente que se senta nos bancos das igrejas não se apercebe do fato de que Jesus jamais leu o Novo Tes-tamento. Nunca pararam para pensar que Jesus não poderia mesmo lê-lo, porque foi escrito vários anos após sua morte e ressurreição. A Bíblia que Jesus e os escrito-res do Novo Testamento usa-ram foi o Velho Testamento. E esse exatamente como está no formato editado pelos evangélicos e judeus, sem os livros apócrifos. Aliás, esta terminologia – Velho e Novo Testamento – surgiu somente no século II d.C.

Toda a doutrina cristã foi depreendida do Velho Tes-tamento. Durante o minis-tério terreno de Jesus, seus discípulos tiveram muita di-ficuldade para entender a Bíblia como ele a entendia. Somente após a ressurrei-ção é que compreenderam corretamente as profecias sobre o Messias, com a ajuda dele próprio, como diz Lucas 24.27. Ao converter-se, Pau-lo, que era rabino, precisou repensar o Velho Testamento do ponto de vista de Cristo, o que ocorreu durante o seu “período de silêncio” - pro-vavelmente dez a 12 anos,

como relata Gálatas 1.15-24 e II Coríntios 11.32-33.

Tanto para Jesus, como para os apóstolos, o Velho Testamento teve um con-texto imediato e outro mais amplo: seus tipos, modelos e profecias só encontraram sua plenitude na história de Je-sus Cristo, descrita em Atos 2.14-36; 3.11-26 e 13.16-41. Por isso, deve ser sempre lido e interpretado à luz de Cristo e sua Missão. Mais ainda, faz parte de uma reve-lação progressiva, que ainda está em andamento, como diz Hebreus 8.1-10.18 e I Coríntios 13.12, e só se com-pletará após o juízo final.

Jesus aceitou a inspiração e a autoridade da Bíblia e prometeu semelhante inspi-ração aos seus apóstolos, o que ocorreu após o Pente-costes. Os apóstolos também aceitaram tal inspiração e autoridade, de acordo com I Pedro 1.21 e II Timóteo 3.16. Trinta e um livros do Velho Testamento são citados dire-tamente no Novo. E, muitas dessas citações, designam os autores exatamente como o Velho Testamento o faz, sem nenhuma dúvida a respeito. Aliás, está claro na Bíblia que ela foi inspirada (“soprada”) pelo Espírito Santo, mas os escritores são homens que Deus usou em épocas, situa-ções e com características pessoais diferentes. A autoria divina não elimina a persona-lidade e as circunstâncias hu-manas, como, por exemplo, a educação formal e o estilo de escrever.

Foi no sermão do Monte, descrito em Mateus 5.17-20, que Jesus declarou explici-tamente sua visão da Bíblia. Para Jesus, a Bíblia era para ser cumprida. Esta era a sua Missão: cumprir as Escrituras (v.17). Por, pelo menos, 19 vezes os evangelhos, princi-palmente o de Mateus, regis-tram que tudo o que aconte-ceu com Jesus foi para que se cumprissem as Escrituras. A obediência de Jesus o levou a sérias consequências, como prisão, julgamento injusto e morte de cruz, mas ele foi até o fim, porque seu propósito era cumprir as profecias da Bíblia, como relata Atos 3.18, e completar o plano de Deus para a salvação dos pecado-res, segundo Hebreus 5.7-9.

No mesmo texto, Jesus declara que, para ele, a Bí-blia era regra de fé. Ela é a Palavra do Deus Eterno e, portanto, é também eterna; não passará, ainda que tudo o mais passe (v.18). É tam-

bém a palavra do senhor da história. Nos versículos 19 e 20, menciona-se três vezes o Reino dos Céus, que sabemos ser a realização final da vontade de Deus e do seu senhorio. Por isso, quando no deserto foi ten-tado por satanás a questio-nar a sua Missão e seus so-frimentos, respondeu por três vezes: “Está escrito” (Mt 4.1-11). Ele cria na palavra eterna do Pai e a obedecia.

Ainda no mesmo texto, Je-sus diz que para ele a Bíblia era regra de vida, não letra morta, mas palavra vivificada pelo Espírito, como descreve Romanos 7.6 e II Coríntios 3.6. No versículo 20, Jesus diz que suas exigências éti-cas estavam muito acima do farisaísmo, que era o padrão dos judeus. E no restante do capítulo, ele mostra o que quis dizer nesse versículo: por seis vezes usa a expres-são “ouvistes que foi dito (...) eu, porém, vos digo”, para ensinar que sua ética con-sidera não somente os atos mas, antes deles, as intenções do coração, de onde proce-dem, realmente, os pecados (por exemplo, condenável é não somente “matar”, mas também “odiar”). É o que John Stott chamou de “mora-lidade profunda”, muito além da moralidade literalista dos fariseus.

Isto quer dizer também que devemos nos tornar cada vez mais semelhantes a Jesus por praticar os ensi-nos bíblicos. Jesus praticou a Bíblia e tornou-se nosso salvador e modelo. Ao prati-carmos também a Bíblia, nos tornaremos como ele. Na primeira carta de Paulo aos Tessalonicenses, ele afirma que os irmãos daquela Igre-ja se fizeram semelhantes a Cristo pelo modo com que praticaram a Bíblia, como relatado em I Tessalonicen-ses 1.6-10 e 2.13. Paulo diz que eles receberam a Bíblia como Palavra de Deus e não de homens, e usa dois verbos diferentes: o primeiro para descrever uma acei-tação formal, isto é, com a razão. O segundo para falar de uma aceitação informal, interna, com a alegria que vem do Espírito Santo. Era um sentimento tão forte que lhes permitia suportar as tri-bulações advindas da perse-guição por parte dos judeus e dos pagãos. Para sermos semelhantes a Jesus, precisa-mos receber a Bíblia como a Palavra de Deus infalível, in-finitamente acima do padrão

praticado no paganismo, antigo ou moderno.

Paulo diz também que os tessalonicenses se submete-ram à atuação da Palavra de Deus. O termo que ele usa é “energia”, a mesma palavra que temos em português para designar a força elétrica. Tra-ta-se de um poder tremendo, que operou neles uma trans-formação tão radical que se tornou conhecida em toda a Macedônia e Acaia. Para sermos semelhantes a Cristo, precisamos permitir que ope-re em nós o poder da Palavra do Deus vivo e verdadeiro, o que somente será possível com a ajuda do Espírito de Cristo, como diz João 14.26 e 16.8-12,13.

Por causa da perseguição, Paulo saiu às pressas de Tes-salônica e foi para Atenas. Mas, preocupado, enviou Timóteo de volta à cidade, pois temia que a Igreja, ainda tão tenra, não suportasse as “tribulações”, palavra que significa “grande aperto”. As boas notícias trazidas pelo auxiliar, de que eles estavam firmes na fé e no serviço, ale-graram-no tanto, que afirmou: “Eu revivi” (I Ts 3.8). Recebe-ram a Palavra em meio a duríssima adversidade, mas mantiveram-se firmes. Para sermos semelhantes a Jesus, precisamos perseverar na Palavra, sejam quais forem

as circunstâncias, segundo o que diz Habacuque 2.2-4; 3.17-19.

Os crentes de Tessalônica tornaram-se um modelo de testemunho. A cidade ficava às margens da Via Ignatia, a principal estrada que le-vava à Roma e, por isso, a história de sua conversão propagou-se pelo mundo romano. É muito interessante a expressão que Paulo usa para falar disso: o testemu-nho dos tessalonicenses foi como um som poderoso que se espalhou para todos os la-dos. Em todo lugar se ouvia a repercussão da sua con-versão. Para sermos como Cristo, devemos repercutir a Palavra de Deus em nossas vidas, o que será cada vez mais natural à medida que nos tornamos iguais a ele.

Porém, saibamos de ante-mão, que ser como Cristo, praticar a Bíblia tal como ele a praticou e ensinou a fazê-lo, tem o seu custo. É uma atitu-de radical, é contracultura no mais puro sentido. Haverá es-tranheza, admiração, repúdio e perseguição. Mas, o mundo espera (desesperadamente) que se lhe ofereça uma alter-nativa ao vazio existencial, à inutilidade consumista, à superfluidade de valores e à podridão moral e espiritual em que vegeta. Falharemos novamente?

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5o jornal batista – domingo, 07/12/14reflexão

Que o mundo nada sabe sobre o sig-nificado do Natal, pode-se perceber

claramente pelas mensagens e votos que recebemos e pe-las entrevistas e comentários que vemos e ouvimos atra-vés da mídia. Para a maioria das pessoas, Natal é Papai Noel, presentes, comidas e bebidas, reunião em família, roupas, e o que mais? Tudo, menos Jesus. No máximo, fala-se em paz, esperança como conquistas humanas, mas nada sobre aquele que veio ao mundo trazer nova vida, paz interior e esperança eterna.

Sem Jesus, realmente, não há paz, nem esperança, em nenhum sentido para o ser humano, individualmente, ou para o mundo. Nestes tempos de pós-modernidade, de imperialismo do dinheiro, de falência dos valores so-ciais, inclusive do conceito de família, de deterioração moral, nestes tempos de in-definição e confusão religio-sa, o mundo precisa de Jesus. Tragicamente, porém, o mun-do não quer Jesus porque Jesus significa o resgate dos valores espirituais, a transfor-mação interior pelo arrepen-dimento e o perdão gerados pela atuação do Espírito de Deus. O Espírito do Natal é o Espírito de Jesus.

Foi o Espírito Santo que transformou o caos em or-dem pelo poder da Pala-vra de Deus. “O Espírito de Deus pairava sobre as águas; e disse Deus: haja luz, e houve luz” (Gn 1:1-2). Foi o Espírito Santo que inspirou todos os profetas que anunciaram a vinda do Salvador ao mundo. Foi o Espírito Santo que operou o milagre da encarnação do Verbo eterno no ventre vir-gem de Maria: “Virá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra” (Lc 1.35), disse

Gabriel à virgem de Nazaré.Foi o Espírito Santo que

ungiu Jesus com o poder de encarnar as profecias como o Messias de Deus: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar o Evangelho aos pobres; enviou-me para pro-clamar liberdade aos cativos e restauração de vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos” (Is 61.1). Foi o Espírito Santo que deu à Igreja o poder para proclamar Cristo: “Recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas teste-munhas” (At 1.8).

É o Espírito Santo que gera no ser humano uma nova criatura, um novo ser com as características do Reino de Deus: “Se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5). É o Espírito Santo que nos dá o discerni-mento espiritual da verdade revelada em Cristo: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não podem entendê-las porque elas se discernem espiritualmente” (I Co 2.14).

O homem natural não pode entender o verdadei-ro espírito do Natal porque esse entendimento é espiri-tual, só pode ser obtido pela atuação do Espírito Santo. O Natal não é apenas vida. É vida eterna. Não é apenas paz. É paz com Deus. Não é apenas alegria. É alegria no Espírito Santo. O Natal é Jesus. O Natal é eterno porque Jesus é eterno. Não se pode esperar que o mun-do entenda o espírito do Natal porque o mundo não está no Espírito de Jesus. Os salvos, porém, os nascidos de novo, têm e precisam demonstrar o verdadeiro es-pírito do Natal. Feliz Natal com Jesus. Feliz Natal em Jesus. Feliz Natal no Espírito de Jesus.

Edson Alves, pastor da Igreja Batista em Vila Farrula, São João de Meriti - RJ

A vida agitada, “cor-rida”, estressante, seja lá qual for o adjetivo que você

use para denominar sua vida cotidiana, nos leva, muitas vezes, a desejar uma vida tranquila, com quase nada para fazer e, se tiver um pou-co de paz então, fica perfei-to. Será que como cristãos podemos ter este “sonho” realizado? Pensando nisso, selecionei algumas medidas que, se tomadas com efici-ência, sua vida cristã será bem tranquila e sossegada.

Não leia a Bíblia - ela pode despertar o seu inte-resse pelo conhecimento de Deus e seu propósito, pode viciar. Você corre o risco de não querer ficar mais no sofá vendo TV, terá que selecionar muito bem o tempo diante da tela e assim não terás mais tempo de ver coisas inúteis que não edificam e que vai contra os princípios cristãos. Vai que-rer acordar mais cedo para ler a Bíblia e não terá mais o conforto das primeiras horas da manhã.

Não ore muito - você corre o risco de querer orar mais e mais. Terá ânsia em ou-vir a voz de Deus. Passarás

muito tempo intercedendo por seus familiares, pessoas queridas e irmãos da Igre-ja. Vai evitar você de falar da vida alheia, o que para muitos é um hábito. Não conseguirás passar um dia sem falar com Deus. E pode ser que o único tempo que tenhas seja justamente na hora em que o computador da sua casa esteja “livre” ou aquele programa imoral, mas “engraçado” (cheio de palavrões, imoralidade, etc.) que faz você “relaxar”, esteja passando e você não vai re-sistir e vai orar a Deus.

Não visite os enfermos e afastados da igreja - Isso toma tempo, ainda mais se forem idosos. Gostam muito de conversar, ficam alegres em receber visitas e que-rem tirar o máximo proveito disso. Os enfermos veem naqueles que o visitam uma forma de carinho e dedica-ção. E dedicação não combi-na com sossego. Os afastados geralmente estão magoados com outras pessoas e você terá que ouvir muita coi-sa. Você perderá um tempo precioso para desfrutar de tranquilidade. Se o enfermo estiver “só”, verá em você uma companhia importante. Terás que dar atenção a estas pessoas e isso influenciará o seu emocional, se importará mais com as pessoas e isso tira o sossego.

Não ajude financeiramen-te o seu irmão e nem a sua igreja - Isso fará com que você abra mão de um pacote melhor de TV por assinatu-ra com programas que não terás tempo para assistir, de comprar um Smartphone que tenha “trocentos” recursos dos quais não usarás nem a metade. Não terás como comprar coisas que você realmente não precisa, mas compra pelo simples prazer de comprar.

Não evangelize ninguém - Algumas pessoas podem se interessar pelo Evangelho e terás que saber mais sobre Jesus, terás que ler mais a Bíblia para ajudar os que se interessam por ela. Vão pedir que você ore para que Deus ajude-as na decisão que elas precisam tomar, se seguirão a Cristo ou não. Se elas se afastarem, terás que visitá-las. Se elas não tiverem Bíblia, serás tocado pelo Espírito Santo e comprarás uma Bíblia para doar.

Se você fizer todas estas coisas, você não terá uma vida cristã tranquila, não mesmo. Agora, se estiver dis-posto a fazer tudo isso, teu sossego virá depois, como Jesus diz no Apocalipse: “Venho em breve e trago a recompensa, com a qual re-tribuirei a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12). Deus abençoe a sua vida.

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6 o jornal batista – domingo, 07/12/14 reflexão

Caminhos da Mulher de Deus

“Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens” (Lc 2.13-14).

Natal é tempo de paz ou deveria ser assim. Porque Je-sus é a paz, assim

deveria ser na terra e em nossos corações. Mas, na verdade, muitas vezes é um tempo de muito estresse.

Vários fatores contribuem para o estresse nesta época natalina: a preparação das comemorações, compras de presentes, ter dinheiro para comprá-los, decoração, não conseguir encontrar o pre-sente especial que procura, esquecer alguém para quem

Eusvaldo G. dos Santos, colaborador de OJB

No último dia da festa, Jesus co-loca-se em pé e, provavelmente,

abre os braços e exclama: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba, quem crer em Jesus, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7.37-38).

Quando lemos este texto, sem a pretensão de anali-sá-lo exegeticamente, não descobrimos a preocupação de ensino espiritual de Je-sus, temos algo particular em relação ao crer em Je-sus. Ao morrer na cruz, o filho de Deus liberou o seu próprio Espirito Santo para estar permanentemente no coração de todo aquele que crê, com sede de salvação. Ter sede significa o nos-so reconhecimento de que somos pecadores desde a nossa concepção, como diz Salmo 51.5.

A partir do momento que entendemos o que é certo e errado, é indício da secura de itens vitais – água como elemento essencial para vida, sem a qual podemos morrer por desidratação. Jesus disse: “Venha a mim e beba” - a Pa-lavra de Deus, o Espírito Santo tem como sinônimo Água

você deveria ter comprado um presente, ceia de Natal, ter a roupa certa para todas as ocasiões sociais, limpar a casa, saber que o ano está chegando ao fim, enfrentar parentes com os quais você tem dificuldades nos relacionamentos, dividir o tempo com os sogros e pais, saber que talvez você vai pas-sar o Natal sozinho, fazer parte de uma família que celebra separadamente por causa de um divórcio, organizar as via-gens, a falta de entes queridos que já faleceram e outros mo-tivos. Quando você faz uma lista como essa, é fácil ver por que o Natal é um período de estresse para muitas pessoas.

Será que Cristo tem algo a nos dizer em meio a toda

Viva. Crer em Jesus significa uma entrega incondicional da nossa alma em suas mãos.

Quando Jesus deixou a Judeia e foi outra vez para Galileia, era-lhe necessário passar por Samaria; foi então à cidade de Sicar e, no seu en-contro com a mulher Samari-tana, disse: “Se tu conheceras o dom de Deus e quem te diz, tu lhe pedirias e ele te daria Água Viva” (Jo 4.10). Isso não é como a pessoa quer, mas, como diz a Escritura. Ele se referia ao profeta, como relata Isaías 58.11. E está falando desta forma por ainda estar nesta terra. Segundo João 14.6, ele diz que ninguém vai ao pai, mas ele usa o termo vem ao pai por ser ele Deus, ainda na condição de Reden-tor e Salvador. Após ser glori-ficado, o seu próprio Espirito seria derramado em amor em nossos corações, como diz Romanos 5.5.

O verso 37 do nosso texto, nos dá uma ideia de que esta festa comemorativa é a provi-dencia miraculosa de Deus no deserto, simbolizando o der-ramamento do Espírito Santo prometido por Joel, relatado em Joel 2.29.

Ele ficou em pé em um lu-gar visível. Podemos ver, em uma dramaticidade, que que qualquer um que viesse até a sua presença, ele daria água

essa correria? Porque, afinal, é a sua festa de aniversário. Há uma pequena história em Lucas que mostra como a correria e estresse ficam no caminho do que mais importa. Não era o seu ani-versário, mas um momento de comunhão com amigos e Jesus foi o convidado de honra. Na história narrada em Lucas 10, Jesus e os seus discípulos chegaram a uma aldeia onde uma mulher chamada Marta abriu a sua casa para eles. Ela ficou dis-traída com os preparativos para receber bem os convi-dados enquanto a sua irmã, Maria, se dedicava a ouvir o Mestre. Isso não soa familiar para nós?

em abundância, isto é: vida eterna. João 10.10 mostrou neste ato a condição de um viajante, cansado, sedento, em paragens quentes, onde o sol arde impiedosamente sobre ele. Seu suprimento de água acabou. Boca seca, lá-bios rachados, face incandes-cente e o corpo desidratado clama por água para matar a sede.

Isso significa que somos peregrinos neste deserto, andamos por onde não co-nhecemos, sem direção. No segundo ato, representa uma terra seca, sol tropical. Torrou e endureceu o solo, os leitos dos rios estão secos, árvores e arbustos mirraram, animais lamentam, não há pasto, a terra anseia por água. Assim é o mundo, a sociedade se-cular sem Deus, ressecada, insatisfeita, sedenta, perversa e corrompida, como relata Fi-lipenses 2.15. Estamos diante de uma seca, não tanto como um deserto, onde os Oásis se-

Como Marta, podemos ficar tão distraídos por todas as coisas - aparentemen-te necessárias - e por esse motivo nos estressarmos. O problema não é o que escolhemos, mas o que dei-xamos de fora. Algumas das coisas que elegemos não são realmente priorida-des. A resposta é ser como Maria. Ela percebeu que passar o tempo com Jesus era mais importante do que as preparações externas. A escolha de Marta não tinha sido ruim. As coisas que ela estava trabalhando eram todas boas, mas não eram as escolhas mais sábias no momento. Por quê? Jesus estava lá.

caram espiritualmente, ou es-tão secando. Então, onde está a água? Água que mata a sede do viajante, água que irriga o mundo ressecado, que aplaca a sede. A resposta é: “Venha a mim e beba”. São duas frases com a mesma condição, pelo fato que os verbos estão no presente, (vir, beber, crer). Vir a Jesus com fé significa crer nele em arrependimento e continuar bebendo, pelo fato de continuar tendo sede.

No Salmo 42, o salmista declara: “Como o cervo bra-ma pelas correntes de águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus. Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sl 42.1-2). O cris-tão está sempre com sede de Deus e sempre bebendo. Beber não é pedir, mas tomar.

Beber é uma das primeiras coisas que a criança aprende, água bebida começa a fluir. William Temple escreveu:

Todos os preparativos de Natal são bons, mas não são “apenas uma coisa” que é “necessária”. E essa coisa que é necessária neste Natal é passar o tempo com Jesus, em uma relação de amor íntimo e pessoal. Nunca devemos ficar tão ocupados com as coisas exteriores a ponto de negligenciarmos o culto ao Senhor, de pre-pararmos o nosso coração para recebê-lo, dar-lhe de presente a nossa adoração e deixar que a sua paz domi-ne em nossos corações em meio aos dias turbulentos e ocupados desta época do ano. (Inspirado em “How to Handle Holiday Stress”, by Matthew Rogers)

“Ninguém consegue possuir, ou ser habilitado pelo Espírito Santo de Deus e guardar para si”. O Espírito transborda e não podemos falar do nosso envolvimento em atividades evangelísticas, sem que haja a plenitude ou o estar cheio.

A ciência botânica diz que uma árvore frutífera só produz se estiver totalmente cheia da seiva, isto significa que o fruto do Espírito só vai aparecer na vida cristã, quando houver a plenitude do Espírito Santo. John Stott diz: “Para entender ao batismo e a plenitude do Espirito Santo, é bom dividir em três grupos – Grupo 1: amor, gozo e paz. É o nosso relacionar com Deus. Grupo 2: paciência, ternura, bonda-de é o nosso relacionar com as demais pessoas. Grupo 3: fidelidade, mansidão, domí-nio próprio é o nosso relacio-namento conosco”. (“Batismo e Plenitude do Espírito Santo” - John Stott, pg 80, Ed. Nova Vida, 2007).

ZENILDA REGGIANI CINTRA, pastora e jornalista, Taguatinga, DF.

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Redação de Missões Nacionais

A gerente de Ação Social de Missões Nacionais, Anair Bragança, apresen-

tou para as autoridades do município de Guarulhos - SP o Projeto Cristolândia, para atender crianças e adoles-centes usuários de drogas. A proposta foi apresentada no Fórum “Promoção, prote-ção e defesa dos direitos da criança e do adolescente da cidade de Guarulhos, visan-do ao enfrentamento ao uso de drogas”, e contou com a presença de representantes da sociedade civil, empresá-rios, entidades de assistência e autoridades públicas da cidade paulista.

O Projeto foi recebido com muito entusiasmo pelas au-toridades presentes. Eles re-gistraram que na cidade não há nenhum trabalho para acolhimento de crianças e adolescentes em situação de dependência química. Em razão dos excelentes resultados da Missão Batista Cristolândia para adultos, todos os membros da mesa do debate expressaram satis-fação em poder contar com Missões Nacionais para o novo Projeto.

Anair destacou que o que move estes trabalhos são a graça de Deus e a com-

Redação de Missões Nacionais

Os missionários Bruno e Josia-ne Privatti têm atuado em Porto

Alegre - RS e, recentemen-te, celebraram os sete anos de organização da Igreja Batista Missionária. A co-memoração foi ainda mais especial devido aos batis-mos também realizados na ocasião.

As três pessoas que foram batizadas são provas do poder de Deus. Irmã Iara é uma ex-mãe de santo, um-bandista, que hoje serve ao

paixão que sentimos pelas pessoas, citando os rele-vantes serviços na área so-cial entre os ribeirinhos na Amazônia e abrigos para crianças e adolescentes. Registrou ainda que todas as atividades prestadas pelo Projeto Cristolândia são gra-tuitas e que será um grande desafio, mas também uma

Senhor. Ela é sogra do pai de um dos meninos do Pro-jeto Futebol da Vida. Essa família tem sido alcançada e transformada por Cristo.

As outras duas pessoas batizadas são Leo e Adria-na, casal que representa os primeiros frutos do Pequeno Grupo Multiplicador (PGM) da Igreja. “Eles começaram a frequentar o futebol que temos todas as semanas e, em seguida, aceitaram o convite para participar de nosso PGM. No início, o Leo frequentava a umbanda, mas, para a glória de Deus, Jesus transformou esta famí-lia”, conta o pastor Bruno.

oportunidade de trabalhar com esta demanda que já há algum tempo nos chamava a atenção.

Após a palavra do juiz da Vara de Infância e Juventude protetiva e cível de Guaru-lhos- SP, o doutor Iberê de Castro, do major da Polícia Militar do estado de São Paulo, Alípio de Lima Rios,

Para os missionários, esse tem sido um tempo especial e de colheita no trabalho reali-zado na capital gaúcha. Cada vez mais se tem cumprido a Palavra de Atos, que diz: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e a tua casa” (At 16.31).

“Já estamos preparando a multiplicação do nosso PGM e entendemos ser esta uma ferramenta excelente que o Senhor nos deu para usarmos aqui no Rio Grande do Sul”, relatam os missionários.

Interceda por este ministério, a fim de que continue multipli-cando o Evangelho, resultando em mais vidas salvas e libertas por Jesus.

e da coordenadora de cinco instituições de acolhimento, Maria José Barros, sobre a necessidade da criação da Cristolândia para crianças e adolescentes, o secretário de Segurança Pública de Guarulhos - que estava na plenária - pediu a palavra para reforçar o papel da so-ciedade como protagonista desta idealização e convo-cou a sociedade civil para colaborar com o novo Pro-jeto de Missões Nacionais, denominado “Novos Sonhos Cristolândia”.

Também estiveram pre-sentes no Fórum o pastor Fernando Brandão, diretor executivo da JMN, Marília Andrade, analista de proje-tos sociais da JMN, pastor Humberto e Soraia Macha-do, coordenadores da Cris-tolândia em São Paulo, bem como outros missionários, radicais e o coral do Cen-tro de Formação Cristã de Guarulhos.

ReconhecimentoEm setembro deste ano, a

JMN recebeu o ofício do dou-tor Iberê de Castro, rogando aos batistas brasileiros aten-ção à situação que Guarulhos enfrenta com o consumo das drogas menores. A proposta é que fosse desenvolvido um Projeto Cristolândia destina-do a crianças e adolescentes na cidade.

Louvamos a Deus por este reconhecimento, vindo por meio de muitos frutos colhi-dos pelo Projeto. Pedimos a ele força e ousadia para proporcionarmos a mudan-ça que estas crianças e estes adolescentes necessitam, por intermédio do poder transfor-mador de Cristo Jesus.

Com orações e ofertas, pre-cisamos que todos os batistas brasileiros estejam envol-vidos neste grande desafio. Ao acessar o link você tam-bém poderá fazer parte desta causa. Junte-se a nós! www.missoesnacionais.org.br/pam

Momento de abertura do FórumApresentação do Coral Cristolândia

Equipe da gerência de Ação Social com a missionária Soraia Machado (à dir.)

Missões Nacionais apresenta Projeto Cristolândia destinado a

crianças e adolescentes

Batismos marcam celebração de aniversário de Igreja em

Porto Alegre - RS

Entrega dos três certificados de batismo

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Marcos Vicente, pastor da Primeira Igreja Batista João Clímaco - SP

“Quando o Se-nhor trouxe do cativei-ro os que

voltaram a Sião, estávamos como os que sonham. Então, a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cân-tico; então se dizia entre os gentios: grandes coisas fez o Senhor a estes. Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres” (Sl 126.1-3).

Esse é o sentimento que Jesus Cristo tem coloca-do no coração da famí-lia PIB São João Clímaco. Ao completar 48 anos de existência, não queremos viver o passado, queremos

Joel Gonçalves, diácono da Igreja Batista dos Mares - BA

Os dias 7, 8 e 9 de novembro foram marcados com a comemoração

pelo Dia do Diácono Batista, na realização do II Encontro dos Diáconos da Igreja Batis-ta dos Mares – BA. O evento teve como orador oficial o diácono Vânias Mendonça, membro da Primeira Igreja Batista de Manaus – AM.

Vânias, apesar de ser pos-suidor de inúmeros títulos, tem como o de maior rele-vância o de servo do Deus Altíssimo. Trouxe-nos uma palavra com muita unção,

viver o presente e o futu-ro. O futuro que Deus tem preparado para aqueles que o temem. “No entan-to, como está escrito: olho algum jamais viu, ouvido algum nunca ouviu e men-te nenhuma imaginou o que Deus predispôs para aqueles que o amam” ( I Co 2.9). Agradecemos a Deus pelo 48º aniversário de nossa Igreja.

Na sexta-feira, dia 31 de outubro, tivemos um culto de louvor e honra ao Senhor Jesus Cristo. No sábado, dia 01 de novembro, tivemos um dia de confraternização, onde participaram 180 pes-soas aproximadamente, entre crianças e adultos. No do-mingo, dia 02, tivemos nosso culto de louvor e gratidão a Deus. Nessa ocasião, pregou o irmão Giba, vice-diretor

da regional São Paulo, do ministério motociclistico Es-quadrão de Cristo.

A PIB São João Clímaco nasceu no coração de Deus, porém, homens e famílias por zelo, dedicação e com-prometimento do ide, não mediram esforços para que fosse estabelecido uma agên-cia do Reino. Esse legado nos foi entregue e, como “anjo da Igreja”, eu, junto com a

Congregação, quero passar esse bastão para as próximas gerações. Um bastão de amor ao Evangelho, a Cristo e as “almas” perdidas.

Queremos ser uma Igreja influente e contemporânea, que saiba viver nossa história e nossa tradição. Contudo, no momento em que está vivendo inserida na socieda-de, continue sempre sendo a Igreja de Jesus.

experiência de vida no minis-tério e de extremo desperta-mento acerca do serviço que temos desenvolvido na Obra do Senhor.

Quem ali esteve, entendeu com clareza o recado de Deus. Participou também desta celebração, o Ministé-rio ADA – A Deus Adoramos. “Parabenizamos a todos os diáconos e diaconisas. Esses dias têm sido de bênçãos, edificação e comunhão. Sen-timos o toque do Senhor em todo instante, fomos chama-dos para a diaconia. Atender à Igreja - noiva de Cristo - é um ato sublime, um ato de amor com muita dedicação, carinho e zelo”.

PIB São João Clímaco - SP celebra 48 anos de organização

IB dos Mares – BA celebra o Dia do Diácono Batista

Novembro Azul na PIB de João Pessoa - PBLiane Nepomuceno, pastora da Primeira Igreja Batista de João Pessoa - PB

Entendendo a importân-cia de a Igreja se mobi-lizar junto à sociedade na conscientização so-

bre a importância da preven-ção e do diagnóstico precoce

do câncer de próstata, o pastor Estevam Fernnandes, junto ao ministério “Homens de Honra”, tomou a iniciativa de organizar no dia 02 de novem-bro uma palestra especial com o doutor Juarez Dornellas, que é urologista.

“É a PIB de João Pessoa alertando para o Novembro

Azul e apontando para o céu. É tudo azul. É Deus colorindo de Boas Novas o nosso cotidiano, que às vezes é de cor cinza ou som-brio demais. Jesus é vida!”, afirma o pastor Estevam Fer-nandes.

O encontro teve como ob-jetivo reunir os homens da

Igreja a fim de debaterem e participarem de um momen-to onde poderiam sanar suas dúvidas e quebrar o precon-ceito a respeito do tema.

Na ocasião, foi registrado vários testemunhos positivos

entre os homens que parti-ciparam. Muitos desconhe-ciam totalmente o assunto e, outros, conseguiram mudar a sua opinião em relação a importância do exame pre-ventivo.

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Departamento de Ação Social da CBB

O Encontro Nacio-nal dos Coorde-nadores de Ação Social foi realiza-

do no dia 01 de novembro na Igreja Batista da Graça, em Salvador – BA. Em sua terceira edição, o evento reuniu nove coordenadores regionais, além de outros 11 representantes de suas convenções. O encontro foi antecedido pelo Simpósio de ação social da Convenção Batista Baiana, quando vários coordenadores ministraram palestras e relatos de casos.

A reunião dos coordenado-res de ação social acontece anualmente e objetiva avaliar o trabalho social realizado pelas convenções, bem como traçar metas para o ano se-guinte, visando um maior envolvimento das igrejas batistas com o ministério de assistência social.

Os coordenadores regio-nais possuem a incumbência de despertar e capacitar as igrejas da sua região para o desenvolvimento de ações re-

Aunir Carneiro, pastor - colaboração de José Carlos, missionário – Igreja Batista Memorial de Macaé - RJ

A Igreja Batista Me-morial de Macaé - RJ aplicou às ações da Igreja a Campa-

nha de Missões Nacionais deste ano, no qual o tema proposto foi “Multiplique”.

A Igreja multiplicou oração nos bairros de Imbetiba e centro da cidade de Macaé, orando pelas empresas, hos-pitais, escolas, Praça Verís-simo de Melo e, principal-mente, nos pontos de consu-

gulares que sinalizem o amor de Deus. Tais ações são moti-vadas pela convicção de que o Evangelho de Cristo nos desafia a buscarmos a melho-ria de vida dos socialmente mais frágeis, daqueles mais sofridos da nossa sociedade.

A Convenção Batista Bra-sileira (CBB) fornece diver-sos recursos em seu portal (www.batistas.com, na colu-na “Ação Social”) para apoiar as igrejas na implantação do seu ministério social cristão, como também, em parceria com os coordenadores re-gionais, esclarecer dúvidas e fornecer capacitações.

Durante o Simpósio foi homenageado o pastor Mark Greenwood. Como missio-nário da agência missionária inglesa Baptist Missionary Societ (BMS), retornará para a Inglaterra onde irá desenvol-ver novas funções. Marcos, como prefere ser chamado, atuou por diversos anos no Ceará e, há cinco, implantou o Departamento de Ação Social (DAS) da CBB. Desde então, vem apoiando suas ações, na maior parte do tempo como coordenador.

mo de drogas e prostituição. Além de fazer oração com as pessoas que caminhavam pela calçada.

Multiplicamos também a graça do Senhor Jesus na Igre-ja Batista Memorial quando realizamos trabalho social, como: corte de cabelo, aten-dimento médico, aplicação de flúor e banhos aos neces-sitados e carentes.

Durante a atividade apli-cou-se a Palavra de Deus através de muito louvor. A Igreja Batista Memorial de Macaé demostra com este ato o carinho e amor pelas almas perdidas.

Neste seu último evento à frente do DAS, o pastor Mar-cos apresentou o novo coor-denador do departamento, o pastor Remy Damasceno Lo-pes, que estará à frente do IV Encontro, em 2015, que será realizado em Teresina – PI.

III Encontro Nacional dos Coordenadores

de Ação Social é realizado na Bahia

Departamento de Ação Social da CBB É tempo de multiplicar

O Sr. Presidente da CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA, Luiz Roberto Soares Silvado, no desempenho de suas atribuições, de acordo com o ESTATUTO, art. 5º § 1º, art. 9º inciso II e REGIMENTO INTERNO, art. 6º § 3º, CONVOCA as Igrejas Batistas do Brasil, a ela filiadas, a fim de enviarem os seus mensageiros, devidamente credenciados, para a 95ª Assembleia Ordinária da CBB, a realizar-se na cidade de GRAMADO – RS, entre os dias 6 e 10 de fevereiro de 2015, constando do programa oficial a reforma do Estatuto, a reforma do Regimento Interno e a eleição da diretoria da Convenção Batista Brasileira e das organizações: Convicção Editora, Associação Evangélica Denominada Batista no Rio de Janeiro, Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira, Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira, Seminário Teológico Ba-tista Equatorial, Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil e Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil.

Rio de Janeiro, 28 de novembro de 2014.

Pr. Luiz Roberto Soares SilvadoPresidente

CONVOCAÇÃO À 95ª ASSEMBLEIA DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

Fotos: Convenção Batista Baiana

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Lidiane Ferreira, Comunicação da CBBa

Representantes de diversas Igrejas Ba-tistas da Bahia par-ticiparam entre os

dias 3 e 5 de novembro do 11º Treinamento para Mis-sionários Facilitadores do Pepe Bahia, no Seminário Teológico Batista do Nor-deste, em Feira de Santana. O encontro funciona como uma reunião dos missioná-rios facilitadores dos Pepes’ já implantados, capacitação desses e preparação dos no-vos. Também é uma oportu-nidade para os participantes compartilharem suas expe-riências neste Programa de apoio ao desenvolvimento da criança, em família e na comunidade.

“Alcançando a excelên-cia na instrução” foi o tema deste ano, tendo o seguinte versículo como divisa: “(...) O que ensina esmere-se em fazê-lo” (Rm 12.7b). A coor-denadora Estadual do Pepe, Jacyra Goodgloves, ressaltou a importância de realizar cada atividade do Programa buscando fazer o melhor para a glória de Deus.

A excelência ficou bastante

Cleverson Pereira do Valle, pastor da Primeira Igreja Batista em Artur Nogueira - SP

A Primeira Igreja Ba-tista em Artur No-gueira - SP come-morou nos dias 25

e 26 de outubro de 2014 os seus 16 anos de organização. As festividades começaram no sábado e contou com a presença do coral da Igreja Batista Central de Campinas, e o orador oficial foi o pastor Nelson Nunes de Lima. Na ocasião, também aconteceu a celebração de batismos.

As festividades continua-ram no domingo pela manhã, quando a irmã Eugeny Man-vailer Lima trouxe uma pales-tra sobre Escatologia - doutri-na das últimas coisas. À noite,

evidente nos testemunhos das missionárias facilitadoras, mostrando o impacto das suas ações em suas respec-tivas comunidades, ou no reconhecimento de autorida-des municipais, seja através da transformação de vida das crianças ou das suas famílias. Outro ponto a destacar diz respeito ao levantamento de recursos para o Projeto, o que envolve planejamen-to e também confiança na providência de Deus para a obra que ele deseja realizar através dos seus filhos.

Os participantes interagi-ram nas seguintes oficinas: evangelização discipuladora de crianças (pastor André José da Silva Neto), prote-ção à criança: sexualidade infantil e abuso (pastor José Anacleto), gotas preciosas na captação de recursos e atividades geradoras de transformação (Thea Mara Nogueira), correr para Deus (Jamim Peixoto de Macedo e Dorailda Lopes Ribeiro), o ataque do inimigo às crianças (Sandra Popoff), relaciona-mento cristão (Rosângela), oficina de artes (Lílian Celena e Elba Magalhães), inclusão (Siméia Souza) e criatividade na coordenação motora (Elba

Cristina Magalhães). O pastor Erivaldo Barros, secretário-geral da Convenção Batista Baiana, participou das ativi-dades realizadas no dia 05 de novembro.

“Louvamos ao Senhor pe-los Pepe’s da PIB em Formo-sa do Rio Preto, PIB em Cari-nhanha, SIB em Camaçari, IB Filadélfia em Itarantim, PIB em Lobato, IB Peniel em Cân-dido Sales, PIB em Itapetinga, PIB em Catu, IB Memorial do Centenário de Vitória da Conquista e IB Memorial em Teixeira de Freitas.”, comenta o secretário-geral.

Com o coração grato, o pas-tor Erivalo agradece e enfatiza a relevância de cada pessoa que cooperou com a realiza-ção do treinamento. “Agrade-ço a Deus por cada pastor e coordenador das Igrejas, pelo comitê e cerência de respon-sabilidade social nas pessoas, do pastor Petronio Borges, relator, e da professora Maria Assis, gerente. Pela coorde-nadora estadual, irmã Jacyra Goodgloves, pelos funcioná-rios da CBBA: Eliana, Rosane e Lidiane, que se dedicaram em preparar toda pasta e ma-teriais. Pela recepção e hospe-dagem do pastor Geremias e toda equipe do STBNE. Glória

a Deus pelo Pepe e os resul-tados de crianças instruídas, alfabetizadas e famílias que se aproximaram e se entregaram a Jesus Cristo através deste Projeto em várias regiões da Bahia”, agradece o pastor Erivaldo.

HistóricoEm janeiro de 2006, a Con-

venção Baiana recebeu o incentivo da ABIAH para implantar o Programa Pepe. Em novembro desse mesmo ano, foram enviadas, através da então coordenadoria de Educação, as irmãs Josenice Câmara e Jacyra Goodgloves para participarem do treina-mento para coordenadores do Brasil em Conde, na Pa-raíba, a fim de conhecer me-lhor o desenvolvimento do trabalho e trazer informações detalhadas.

Em novembro de 2007, a CBBA decide firmar vonvê-nio de parceria com a ABIAH para viabilizar o Programa Pepe dentro da programa-ção da Convenção, e a irmã Jacyra Carvalho Goodgloves Costa foi convidada para coordenar o trabalho no es-tado. A ABIAH analisou o perfil da indicada, aprovou e enviou as orientações a

serem seguidas pela mesma.Em fevereiro de 2008, com

a presença da coordenadora regional para Norte e Nordes-te, irmã Rute Oliveira, acon-tece o primeiro Treinamento para Missionários Facilitado-res do Pepe na Bahia, com a representação de oito Igrejas e duas frentes missionárias; sendo implantados, naquele mesmo ano, cinco Pepe’s.

Atualmente, a Bahia está atendendo a 200 crianças ca-rentes e apoiando suas famí-lias, através de dez Pepes em pleno funcionamento: “ cres-cendo com Jesus” (Segunda Igreja Batista em Camaçari), “Vida com Jesus” (Primeira Igreja Batista em Lobato em Salvador), “A Esperança é Jesus” (Igreja Batista Peniel em Cândido Sales), “Caminho Feliz” (Igreja Batista Filadélfia em Itarantim), “Criança Feliz” (Primeira Igreja Batista em Ita-petinga), “Estrela da Manhã” (Primeira Igreja Batista em Ca-rinhanha), “Pequenos Heróis” (Primeira Igreja Batista de For-mosa do Rio Preto), “Fazenda Esperança” (Primeira Igreja Batista em Catu), “Bem Que-rer” (Igreja Batista Memorial do Centenário), “Passos Fir-mes” (Igreja Batista Memorial em Teixeira de Freitas).

pastor Cleverson Pereira do Valle assumiu o pastorado da Igreja. E nesses seis anos e um mês, a Igreja continua crescendo para a glória de Deus.

A Igreja tem um ministério esportivo que funciona aos sábados, com o objetivo de alcançar os adolescentes para Cristo. Também conta com classes para todas as faixas etárias aos domingos na Escola Bíblica e investe em crianças – conta com o culto infantil durante o culto à noite.

Desejamos ser sempre uma Igreja viva, que adora a Deus e serve uns aos outros atra-vés de pequenos grupos e evangelização dos perdidos. Louvamos a Deus pela vida de toda a liderança e mem-bresia.

Pepe Bahia realiza 11o Treinamento

PIB em Artur Nogueira – SP está em festa

a equipe de música da Igreja abrilhantou o culto e o pastor Nelson Nunes de Lima minis-trou sobre o tema: “Deus, nós e nossos pecados”.

A PIB em Artur Noguei-ra - SP foi organizada no dia 24/10/1998, fruto da visão

missionária dos irmãos Valdir Pommer e família, que, na épo-ca, frequentavam a PIB Cosmó-polis, também em São Paulo. O trabalho começou a crescer e vieram a somar a família do irmão Aparecido Santos e a família do irmão Ernesto.

Passaram pela Igreja os seguintes pastores: pastor Pedro dos Santos, carinho-samente chamado de Pedri-nho; pastor Jairo Gonzaga; pastor Carlos Eduardo e pastor Lucio Antonio Fur-tado. No dia 27/09/2008 o

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11o jornal batista – domingo, 07/12/14missões mundiais

Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

Mais uma famí-lia cristã nasce a partir do Pro-jeto Lar da Paz,

coordenado pelo casal mis-sionário Charles e Camila Lopes, no Sul da Ásia. Uma ex-abrigada na casa para me-ninas se casou recentemente. Seu marido é membro de uma igreja local.

A jovem chegou ao Lar da Paz em 2004. Ela havia per-dido a mãe. Seu pai, em um ato de desespero, misturou drogas e acabou ficando com

Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

A Primeira Igreja Batis-ta de Manaus - AM recebeu nos dias 21 e 22 de novembro o

“SIM, Todos Somos Vocacio-nados”. Com a participação de 300 pessoas – a maioria jovens –, o clima era como nas edições anteriores do Congresso, de descoberta da vocação. Os participantes puderam debater sobre temas como medos e a dificuldade de dar o primeiro passo no cumprimento do chamado de Deus.

Nossos missionários parti-ciparam ativamente do SIM Manaus. Participando de pai-néis ou compartilhando teste-munhos durante as plenárias, eles estavam em contato dire-to com os participantes.

O jovem Mailson de Olivei-ra, que participou da oitava turma do Radical África e re-tornou em setembro ao Brasil, falou sobre o seu chamado. Ele, um profissional de enfer-magem, foi servir na Guiné com seus dons e talentos.

“Conversei com meu pastor de jovens e disse que estava pensando em trabalhar em

o corpo paralisado por alguns meses. A família morava em uma favela. Com mais três irmãos, esta jovem foi levada para o Lar da Paz, e lá eles foram ricamente abençoados.

O Lar da Paz atende crian-ças carentes em uma região onde os pequeninos, prin-cipalmente as meninas, es-tão sujeitos a todo o tipo de violência e ao abandono. O Projeto tem duas casas; uma abriga 21 meninas e a outra tem 30 meninos.

“Este lar existe para amar e cuidar dessas crianças. Esta-mos aqui para resgatar meni-nos e meninas do abandono,

um hospital, mas já estava no processo de me tornar um Radical. O pastor me disse: ‘Quem chamou você primei-ro?’. Foi quando entendi o recado e fiz minhas malas. No campo, pude utilizar meus conhecimentos para abençoar pessoas”, afirmou.

No debate do tema “Socor-ro, tenho vocação missioná-ria”, a missionária Jorgelina Burgos aconselhou os par-ticipantes a obedecerem ao chamado de Deus.

“Lembra do patriarca saindo e não sabendo para onde era o chamado? É mais ou menos isso, mas vale a pena dar o primeiro passo. Confie em Deus e não pense em outra coisa”, disse.

Os participantes parecem ter entendido o recado e des-

das drogas, da prostituição, do analfabetismo, do crime, do estupro, da violência, da fome e da rejeição”, diz a missionária Camila.

Diariamente, meninos e meninas são vítimas de trá-fico humano, abandono, ex-ploração sexual e expostos a todo o tipo de violência no Sul da Ásia, em um dos pio-res países para uma criança viver. Este ano, o Lar da Paz é um dos projetos contempla-dos pela terceira edição da Campanha Doe Esperança. Convidamos você a ficar sem o seu presente neste Natal e, em troca, doar esperança através de mensagens de amor e/ou ofertas financeiras para que meninos e meninas asiáticos descubram uma nova perspectiva de vida, repleta de sonhos e oportu-nidades.

Existem muitas formas de demonstrar seu apoio ao Doe Esperança e, consequente-mente, às crianças do Sul da Ásia.

Desafio #doeesperanca: aqui você usa as redes sociais para compartilhar a proposta

coberto suas vocações. O SIM Manaus é a segunda edição do Congresso de que o se-minarista Joás Pinheiro parti-cipa. “Vir aqui e ouvir esses testemunhos é muito bom. Fico feliz também de trazer amigos para conhecer um pouco dessa vivência que é o SIM”, afirmou.

Por outro lado, o SIM Ma-naus é a primeira edição do Eliaquim de Melo Santana Silva, que além de participar, atuou como voluntário. Ele, que é de Manaus, já este-ve em outros projetos mis-sionários e ficou muito feliz quando soube que haveria uma edição do Congresso no Amazonas.

“Quando fui chamado para ser voluntário, para trabalhar, vi que Deus estava querendo

da Campanha. Veja como viralizar essa ideia:

1 - Envie uma mensagem solidária: por texto, escreva uma mensagem de esperan-ça às crianças dos projetos Meninas da Índia ou Lar da Paz; por imagem, envie uma fotografia, desenho ou vídeo de encorajamento às crianças.

me usar. É uma experiência muito boa poder ser usado por Ele para abençoar outras vidas”, contou.

Para o diretor-executivo da Convenção Batista do Amazo-nas, o SIM Manaus foi além das expectativas.

“Esperamos que a juventude se desperte cada vez mais para o trabalho missionário, principalmente aqui, onde te-mos um grande desafio, pois há lugares no Amazonas que ainda não foram alcançados”, destacou o executivo.

O orador oficial do SIM Manaus, Sérgio Queiroz, des-tacou que o cumprimento do chamado de Deus começa bem perto de cada um: em casa, na família. Outro ponto destacado por Sérgio Quei-roz, que também é procura-dor da Fazenda e pastor da Igreja Batista Cidade Viva, em João Pessoa - PB, é a formação profissional para aqueles que têm o desejo e chamado para servir em um campo trans-cultural.

“Há países onde não se en-tra mais como missionário, mas sim como profissional. Acabamos de comissionar em nossa Igreja um casal que está indo para o Oriente Médio. E

2 - Oferte: ligue para 2122-1901/2730-6800 (cidades com DDD 21) ou 0800 709 1900 (demais localidades) e faça uma doação de qual-quer valor para o Doe Espe-rança.

Para mais informações, acesse www.doeesperanca.org.br. Sua participação faz toda a diferença.

ele saiu da universidade de Engenharia”, contou. “Aí eu penso que Deus precisa des-pertar as igrejas para acabar com a ideia de eles, os missio-nários, e nós, os acomodados. O que nos diferencia não é a essência de nossa vocação, mas o campo onde estamos, e só. Pedro e Tiago ficaram em Jerusalém e não eram menos missionários do que Paulo, que foi para outras regiões. Precisamos romper com esse paradigma, que não é bíbli-co”, enfatizou.

O diretor-executivo da JMM, pastor João Marcos Bar-reto Soares, encerrou o SIM Manaus dizendo que o Con-gresso “não é um momento de entretenimento, mas para você perceber o valor que existe em você e como isso pode ser usado para o que Deus quer”.

“Deus vai cuidar para que você vá em frente. Ele vai cuidar da sua vocação. Não tenha medo do que você vai perder seguindo sua vocação. Como disse o pastor David Gomes, ‘Deus paga o prejuí-zo’”, concluiu.

Saiba mais sobre o SIM Ma-naus acessando www.face-book.com/simtsv.

Dê esperança para as crianças no Sul da Ásia

SIM Manaus ajuda jovens a descobrirem vocação

Pastor Sérgio Queiroz Pastor João Marcos

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12 o jornal batista – domingo, 07/12/14 notícias do brasil batista

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OBITUÁRIO

Em memória do pastor Paulo Henriques de Souza

13o jornal batista – domingo, 07/12/14ponto de vista

Sinval Viana da Silva, primeiro-secretário da UMHB Petropolitanos

“Eu te conhecia só de ou-vir, mas agora os meus olhos te veem” (Jó 42.5).

Aos 52 anos de idade, no dia 02/05/2014, vítima de infarto do miocárdio, foi con-

vocado à presença do Senhor Paulo Henriques de Souza, pastor da Igreja Batista Me-morial de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro.

A ausência de convívio deixou imensa saudade na família, nos amigos, e na membresia da Igreja, cuja memória será reverenciada, fator que nos faz buscar em Deus o alento.

O pastor Paulo nasceu na cidade de Tombos - MG em 26/03/1962. Sua infância foi muito difícil. Aos 11 meses de idade, seu pai, Luiz Ra-mos de Souza, faleceu aos 28 anos de idade, doente, como consequência de uma vida longe de Deus. Foi en-tão criado pela avó materna Deolinda Pereira Ramos, membro da Assembleia de Deus, que cuidava dos filhos legítimos, dos filhos de cria-ção e, naquele momento, assumiu também os seus três netos: Maria José de Souza (hoje diaconisa da PIB de Pe-trópolis), José Maria de Souza (hoje pastor sênior da PIB da Barra da Tijuca) e Paulo Henriques de Souza (saudoso pastor da IB Memorial em Petrópolis).

Com a saúde abalada, que a debilitou, a irmã Deolin-da não podendo cuidar de todos, deixou os netos José

Maria e Paulo Marques com a própria mãe Elzi Cescon de Souza. Por circunstâncias adversas, Elzi conduziu os filhos a um internato, onde os deixou por cerca de dois anos. Fora do ambiente do lar, o sofrimento foi muito grande, chegando a passar fome. Paulo Henriques tam-bém era severamente cas-tigado por urinar na cama. Findou o sofrimento quando sua avó, irmã Deolinda, com a graça de Deus, recuperou a saúde, e voltou a cuidar dos netos.

Paulo Henriques, aos 8 anos, vítima das adversidades acima de sua tenra idade, portava canivete no bolso e brigava muito. Para custear seus estudos, desde cedo permanecia os dois turnos no Colégio Terra Santa. Em um turno trabalhava confec-cionando tapeçaria. E, no outro, estudava. Aos 11 viveu a realidade da morte da mãe, que falecera durante uma cirurgia por agravamento de uma gravidez interrompida.

Sua avó, desejosa de que não se desviasse dos princí-pios bíblicos, o mantinha na igreja desde pequeno. Entre-tanto, o descuido espiritual o afastou temporariamente dos caminhos do Senhor.

A o s 1 3 a n o s , e m 30/11/1975, foi batizado na Primeira Igreja Batista de Petrópolis - RJ pelo pastor Nilson Dimarzio. Apesar de temente a Deus, só após os 28 anos de idade viveu a plenitude do Evangelho, quando Cristo o transfor-mou e, no mesmo dia, o chamou para o ministério pastoral. Paulo Henriques, cristão atuante, prudente

nas atitudes e comedido nas palavras, não mediu esforços na busca da capacitação ne-cessária exigida para o santo ofício, superando como um atleta as dificuldades ineren-tes ao ministério. A convic-ção da chamada ministerial passou a ser notória na sua participação na Congrega-ção do Alto da Serra. Mesmo não sendo ainda seminarista, consolidava a sua irrevo-gável submissão ao Senhor Jesus, e o inabalável amor à obra de evangelização, visível através do cotidiano naquele bairro.

Em 15/05/1982, tendo como oficiante o pastor Van-derlei Martins, casou-se com Rosali Rabelo, jovem escolhi-da por Deus para, a partir de então, começar uma história de 32 anos de feliz matrimô-nio. O casal foi abençoado com o nascimento de dois filhos e duas filhas: Joe Rabe-lo de Souza, Geisa de Souza Procópio, Endy de Souza e Ian Henrique Rabelo de Sou-za, o caçula. Família coesa, que muito o amava e por ele era carinhosamente amada.

O pastor Clarck Gable de Araújo Barros, titular da Con-gregação do Alto da Serra, zeloso com a sã doutrina desde quando as reuniões eram na garagem da casa do diácono Isaías José de Abreu, criava oportunidades para que o irmão Paulo Henriques pudesse dirigir os cultos. Em suas visitas pastorais e ativi-dades eclesiásticas, levava-o consigo, encorajando-o a servir ao Senhor com carinho e esmero.

Ainda na Congregação, mas no templo construído naquele bairro, o pastor Clark

Gable foi convidado para pastorear a PIB Universitária Duque de Caxias – RJ.

Organizada a PIB Alto da Serra, onde permaneceu até 1995, fez-se necessário um pastor. Paulo Henriques es-tava concluindo o ensino médio para matricular-se no seminário. Para a nova Igreja, Deus enviou o pastor Cesar Villa Tácio. Paulo re-torna à PIB Petrópolis, onde o pastor Celso Ribeiro Filho o convidou para trabalhar como ministro de evangelis-mo, assumindo a liderança na Congregação do Bairro Morin. O trabalho foi intenso e intercalado com o período no Seminário Betel, no Rio. Cursou o AME - Curso de Auxiliar de Ministério -, e o STBSB, na Tijuca.

Na Congregação do bairro Morin desafiou os irmãos a se engajarem mais, com os dízimos e ofertas (liberado pela Igreja mãe). Com a graça de Deus e com esforço, con-seguiram comprar um terreno em um bom local, onde hoje se encontra a IB Morim (pas-tor Alexandre Reis Rangel).

Nesse período, foi convida-do pela comissão de suces-são pastoral da IB Memorial para ser consagrado e pasto-reá-la. Em 06/12/1998 foi seu concílio examinatório e, no mesmo dia, a ordenação na PIB Petrópolis.

Em 20/12/1998 assumiu o ministério pastoral na IB Memorial, onde exerceu seu primeiro e único pastorado por 16 anos ininterruptos, até o momento de sua pas-sagem à Jerusalém Celestial. Quando assumiu, as reuniões e cultos aconteciam em um templo adaptado a partir de

uma residência, onde o espa-ço físico era pequeno, além de precisar subir 70 degraus. O pastor Paulo aceitou o desafio da construção do novo templo e, com muita oração e sempre com a coo-peração de fiéis irmãos que dedicaram tempo, dinheiro e esforço físico, se conseguiu chegar onde a Igreja se reú-ne hoje. Mesmo não sendo ainda o local definitivo, no dia 31/12/2013 os cultos e as reuniões passaram a ser realizados perto da rua, sem escadas, com uma rampa que facilita o acesso dos idosos, inclusive de portadores de necessidades especiais, que não podiam cultuar no anti-go prédio. O saudoso pastor Paulo Henriques viu parte do seu sonho realizado.

Com 52 anos de idade, com 39 anos de vida cristã, 32 de feliz matrimônio, 16 anos de vida ministerial e dois anos como presidente da OPBB Fluminense - subseção Petrópolis -, o pastor Paulo Henriques foi um servo de Deus comprometido com o estudo da Palavra e com a pregação do Evangelho.

A irmã Rosali solicitou que o culto gratulatório fosse realizado no templo recém-construído, onde pastores e irmãos expressaram as con-dolências à família e à mem-bresia pela vida deste servo.

Escrever sobre a trajetó-ria do pastor Paulo Henri-ques constitui um privilégio. Honrá-lo dessa maneira é o mínimo que se faz a alguém irrepreensível com a família e com a membresia. “A obra não é nossa, é do Senhor Je-sus Cristo”, esse era o jargão por ele usado.

Consagração do pastor Paulo Henriques de Souza Pastor Paulo Henriques e família

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15o jornal batista – domingo, 07/12/14ponto de vista

Tales Viana, seminarista da Igreja Batista Itacuruça - RJ

Vivemos hoje em um tempo que te-mos várias denomi-nações dentro do

cristianismo. Dentro da Igre-ja Católica, por exemplo, existem movimentos como a renovação carismática, movimento Emáus, regnum Christi, entre outros. já den-tro da Igreja Protestante exis-tem outras diversas denomi-nações como os movimentos tradicionais, pentecostais e neopentecostais. Enfim, exis-te uma grande e abrangente forma de se pregar o cristia-

Paulo Francis Jr., colaborador de OJB

Percorrendo uma lon-ga estrada, um via-jante deparou-se com uma obra em início

de construção. Três pedrei-ros, com suas ferramentas, trabalhavam nas escavações das fundações do que parecia ser um importante proje-to. O viajante aproximou-se curioso, desejando saber o que seria construído ali. Perguntou ao primeiro deles o que estava fazendo.“Estou quebrando pedras, não vê?”, respondeu o pedreiro. Ex-pressava no semblante um misto de dor e sofrimento. “Eu estou morrendo de tra-balhar, isto aqui é um meio de morte, as minhas costas doem, minhas mãos estão es-foladas e eu não suporto mais este trabalho”, concluiu. Mal satisfeito, o viajante dirigiu--se ao segundo pedreiro e repetiu a pergunta.“Estou ganhando a vida”, respondeu o segundo trabalhador. “Não posso reclamar, pois foi o emprego que consegui. Estou conformado porque levo o

nismo. Algo que todos esses movimentos têm em comum é passar o que Cristo deixou para todos. Porém, apesar de tudo isso, vemos em boa parte das igrejas uma reali-dade diferente do que Cristo deixou em seu legado, pois o que vemos é um “cristia-nismo” pregado em favor dos lideres religiosos, uma palavra voltada para os bens materiais, com toda a ênfase no dinheiro e bem-estar.

É óbvio que ninguém vive sem essas coisas, mas o pro-blema é a ênfase que se dá a esses assuntos. A Igreja não está sendo Igreja, está mais próxima de ser um clube

pão de cada dia para minha família”. Mas o viajante que-ria saber o que seria aquela construção. Perguntou então ao terceiro pedreiro: o que você está fazendo? Esse res-pondeu: “Estou ajudando a construir uma grande igreja”. Três pedreiros, três respostas diferentes para o mesmo tra-balho. Cada um manifestou a sua própria visão. Com qual dos três pedreiros você se identifica? Qual deles é você?

Creio que não faltará ma-turidade ao leitor destas li-nhas. Mesmo se tratando de religião, o debate se torna imprescindível na medida em que, direta ou indiretamente, atinge todas as instituições do setor. Venho adiando um posicionamento a res-peito por inúmeras razões, entre as quais o fato de que estas linhas possam particu-larizar algum segmento em especial, o que não procede. Outra: mesmo com a boa disposição de olharmos com racionalidade questões aqui enunciadas, ainda há quem as rebata sem a plena razão. Na verdade, o último local

social, aonde as pessoas só vão para encontrar umas com as outras, para depois saírem juntas, pois o que vem sendo pregado não estimula os fies a fazerem o que realmente é da von-tade de Deus. Quando não é assim, pregam o medo, colocando nos centros das pregações o diabo, o infer-no, dando muito mais crédi-to a satanás do que a Cristo, tendo assim uma inversão de valores.

O amor de Deus está sen-do esquecido, a graça de Cristo está sendo deixada de lado. Estamos nos tornando pessoas vazias, usando a ex-

no mundo no qual as pessoas querem se decepcionar é a igreja. Contudo, tem havido muito desapontamento por parte dos frequentadores, em função da introdução de mundanismos. Especificada-mente, o materialismo é o maior deles. A prosperidade “física” tem sido perseguida em maior grau que a espiri-tual. Aproveitando esse viés, não poderíamos reconhecer uma nota falsa de dinheiro se não conhecêssemos bem a verdadeira. Isso posto, rei-tero que a população, de modo geral, conhece muito pouco a Bíblia. Sendo assim, é vítima fácil de obreiros ga-nanciosos.

Muitos estão se afastan-do da Palavra de Deus, de-cepcionados por não serem atendidos. Para determinar esse tipo de pessoas, surgiu o termo “desigrejado”. Um exemplo: um famosíssimo jogador de futebol e a esposa disseram há algum tempo ter “transferido a igreja para sua casa” e não sentem falta mais de se congregar. Como eles, muitos cidadãos estão se portando. A dedução é

pressão “Deus te abençoe” de uma forma distante do que realmente seria. Temos que pregar e praticar o amor e a graça, principalmente com o nosso próximo. Preci-samos ser benção na vida do outro. Devemos tomar atitu-des e não apenas “esquentar o banco”. Os líderes não devem só pregar exortações do inferno, mas direcionar a igreja a fazer a diferença na sociedade, afinal, se a igreja não se misturar com o mun-do, como será espalhado o Evangelho, ou quem vai se misturar para fazer isso? A igreja tem que ser inclusiva e não exclusiva, assim como

que há algo se contrapondo aos templos lotados que se veem na televisão. Qual é o tamanho da multidão que fica fora das igrejas? Pesqui-sas recentes dizem que perto de 30 milhões de pessoas já frequentaram as igrejas no Brasil e hoje já não o fazem mais. O que elas observaram para deixar de congregar?

O teólogo Augustus Nico-demus Lopes, um dos maio-res pregadores e estudiosos da área, explica: “Uma pes-quisa feita pela Fundação Getúlio Vargas informa que o número de desigrejados cresceu entre 2003 e 2009 no Brasil”. Nicodemus acres-centa que “O doutor em ci-ências da religião, Paulo Ro-meiro, professor de Teologia, tem um livro intitulado ‘De-cepcionados com a Graça’. Graça é uma referência no livro ao nome de uma gran-de Igreja da atualidade. Ele fez uma pesquisa de campo com membros de tal Igreja, que é bem representativa do movimento neopentecostal, e documentou o número enorme de pessoas que fre-quentavam esta Congregação

Jesus exemplificou quando esteve na terra. Por que a igreja, então, não vai atrás dessas pessoas?

Enquanto a igreja está pa-rada, muitos outros órgãos estão ajudando em asilos, es-colas, hospitais, APAE’s, en-tre várias outras instituições. Portanto, temos que abrir os nossos olhos e ver qual é a realidade que está sendo vi-vida nas nossas igrejas, e nos esforçarmos para não cair no comodismo e não deixarmos de tomar atitudes, pois to-dos nós somos enviados de Deus. Que façamos a dife-rença ajudando o próximo e espalhando a graça.

- e outras do mesmo tipo -, tendo ficado decepcionado com as promessas que foram feitas de prosperidade, de cura e de bem-estar. Elas saíram da igreja para nunca mais voltar. Se frustraram de vez com o Evangelho. Ficaram decepcionadas não só com aquele tipo de Igreja, mas com qualquer outra. Por extensão, passaram também a abandonar as igrejas histó-ricas, tradicionais. Há outro fator que também pesa: a nossa geração não gosta do conceito de autoridade. Não quer estar debaixo de autori-dade espiritual, de disciplina eclesiástica. Não quer ser repreendida, não quer ser corrigida. Gente que quer ter o seu cristianismo do seu próprio jeito, ser cristão à sua maneira”. Lamentável.

Atenção para o alerta de Nicodemus: “Não existe cris-tão verdadeiro sem que este se congregue em uma igreja. Não tem isso de cristão ‘car-reira solo’. O cristão sempre é visto em comunidade. Ele está na família. Ele está na igreja, no povo de Deus”. Eu assino embaixo e dou fé.

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