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Os John Doe que querem fazer história Helena Sousa, presidente do ICS, em exclusivo ao ACADÉMICO O tempo dos Coldinger passa de maneira diferente reportagem cultura Página 08 e 09 entrevista Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 188 / ANO 9 / SÉRIE 4 QUARTA-FEIRA, 18.ABR.13 academico.rum.pt facebook.com/jornal.academico twitter.com/jornalacademico “As competências desenvolvidas nas Ciências Sociais são indispensáveis para ultrapassar os nossos impasses contemporâneos” FITU Bracara Avgvsta está de volta para dar cor à cidade de Braga campus Página 12 Página 03 Página 16

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academico188

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Page 1: ACADÉMICO188

Os John Doe que querem fazer história

Helena Sousa, presidente do ICS, em exclusivo ao ACADÉMICO

O tempo dos Coldinger passa de maneira diferente

reportagem

cultura

Página 08 e 09

entrevista

Jornal Oficial da AAUMDIRECTOR: Vasco Leão

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA188 / ANO 9 / SÉRIE 4

QUARTA-FEIRA, 18.ABR.13

academico.rum.pt facebook.com/jornal.academico

twitter.com/jornalacademico

“As competências desenvolvidas nas Ciências Sociais são indispensáveis para ultrapassar os nossos impasses contemporâneos”

FITU Bracara Avgvsta está de volta para dar cor à cidade de Braga

campus

Página 12

Página 03

Página 16

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18.AB

R.13 // A

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NO PONTOEM ALTA EM BAIXO

Salas de estudo em AzurémSalas de aulas em Azurém é, sem sombra de dúvidas, (mais) uma vitória para a AAUM. Quan-do apresentou as salas de aulas 24h/dia em Gualtar algumas “vozes do contra” ergueram-se para defender os colegas de Gui-marães. A resposta, ainda que já estivesse a ser cozinhada há mais tempo, não demorou a sur-gir. Todos os estudantes devem ter direito às mesmas condições e a AAUM voltou, uma vez mais, a fazer um óptimo trabalho nes-te campo. Parabéns!

O fado dos estudantesRelembra-se bem que, apesar da época ser de festa académica, os estudantes continuam em-brulhados num triste fado.O tema do Enterro da Gata deste ano faz alusão a todas as dificul-dades que sentem os alunos no ensino superior.Teme-se pelo futuro!Espera-se, agora, que os mes-mos saibam aproveitar o mo-mento do cortejo para darem largas à sua imaginação e carica-turar este momento. Momento grave e triste que vivem!

FITUÉ já na próxima semana que centenas de tunos se juntam em Braga para mais uma edição do FITU, organizado pela Tuna Universitária do Minho. É, sem dúvida, um dos festivais mais marcantes do panorama acadé-mico do país e, este ano, volta-se a esperar casa cheia e muita ani-mação... Não só no Theatro Circo, mas também nas ruas da cidade de Braga. A TUM já nos habituou a grandes momentos e este FITU vai, certamente, voltar a ser um sucesso!

FICH

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FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // quarta-feira, 18 Abril 2013 / N188 / Ano 9 / Série 4 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // Chefes de redacção: Cláudia fernandes e Rita Magalhães // REDACÇÃO: Adriana Couto, Alexandre Rocha, Ana filipa Gaspar, ana Pinheiro, Bárbara martins, Bruna Ribeiro, Bruno Fernandes, Carla Serra, Catarina Moura, Catarina silva, Cátia Alves, Cátia Silva, Cláudia Fernandes, Daniel mota, Dinis Gomes, Diogo Lemos, Filipa Barros, Filipa Sousa Santos, Isabel Ramos, Joana Martins, Joana Valinhas, Joana Videira, João Pereira, Judite Rodrigues, Marta Soares, Raquel Miranda, Rita Magalhães e Vânia Barros // COLABORADORES: Elsa Moura e José Reis // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: [email protected] //TIRAGEM: 2000 exemplares // IMPRESSÃO: GráficaAmares // Depósito legal nº 341802/12

VENCEDORES DO CONCURSO UM AO QUADRADO:

SEMANALMENTE O ACADÉMICO VAI DIVULGAR OS TRABALHOS VENCEDORES.

José Rui Rodrigues - 3º ano - Engenharia Biomédica

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PÁGINA 03 // 18.ABR.13// ACADÉMICO

LOCAL

PUB.

fitu bracara avgvsta está de voltaADRIANA COUTO

[email protected]

É já no dia 19 e 20 de Abril que o FITU Bracara Avgvsta volta ao Theatro Circo para mais um fim-de-semana re-cheado de muita música.O Festival Internacional de Tunas Universitárias (FITU) Bracara Avgvsta re-gressa com a sua 26ª edição que levará à cidade de Bra-ga mais de 200 tunos pro-venientes de algumas das melhores tunas nacionais e internacionais que, ao longo de dois dias, pisarão o palco da maior sala de espetácu-los bracarense.Este ano, serão seis as tu-nas a concurso, disputando assim os prémios de um dos mais conceituados fes-tivais do género. Vinda de Lisboa e vencedora da últi-ma edição do FITU Bracara Avgvsta, marcará presença a TUIST – Tuna Universi-tária do Instituto Superior Técnico. A representar a cidade dos estudantes, a Es-tudantina Universitária de Coimbra volta à cidade dos arcebispos, bem como a Tu-nadão 1998 – Tuna do Insti-tuto Politécnico de Viseu. Já

da cidade invicta, o público poderá contar com a presen-ça da Tuna de Medicina do Porto e da Tuna da Universi-dade Católica Portuguesa do Porto. A dar o toque interna-cional, virá a Tuna de Medi-cina de Badajoz, Espanha. Já como extra-concurso, este ano o FITU Bracara Avgvsta contará com a presença de duas tunas da academia mi-nhota: Azeituna – Tuna de Ciências da Universidade do Minho e com a Afonsi-na – Tuna de Engenharia da Universidade do Minho.Com um orçamento de 25 mil euros, a Tuna Univer-sitária do Minho confessa ter cortado alguns gastos de outras edições, mas garante que em nada isso afectará o festival. “O nosso objetivo é proporcionar aos bracaren-ses um espetáculo animado, contrariando este ambiente pesado em que temos vivi-do. Queremos mostrar que, apesar da crise que anda por aí, a juventude, sobretudo universitária, está bem e recomenda-se”, explica José Gomes, responsável pela or-ganização do festival.Antes dos principais dias festival, o público bracaren-se poderá contar com uma

festa, em jeito de aqueci-mento, com a participação da tuna organizadora, Tuna Universitária do Minho (TUM), e com os Bomboé-mia – Grupo de Percussão da Universidade do Mi-nho já no dia 16, no Largo dos Peões, num convívio que durará todo o dia, com muitos jogos à mistura que permitirão às equipas parti-cipantes e ganhar bilhetes para o festival.Dia 18 de abril, a tradição volta à rua, unindo tunos de todas as gerações dos “vermelhinhos”. As escadas da Sé de Braga, acolherão a

cais mais emblemáticos do centro histórico da cidade, recheado de muita música e animação, tão característica dos estudantes universitá-rios. Nessa mesma noite, realizar-se-á no Theatro Cir-co a última noite de festi-val, prometendo casa cheia como nas últimas edições.Os ingressos já estão dispo-níveis para venda, com um preço para estudantes de 7 euros um dia e 12 euros para os dois dias de festival. Já para o público em geral, os bilhetes têm um preço de 10 euros para um dia e de 17 euros para os dois.

conhecida serenata à cidade, a realizar-se por volta das 23:00, dando assim, oficial-mente, início a mais uma edição deste festival, com um dos momentos mais marcantes do mesmo.Já na sexta-feira, dia 19 de abril, Braga receberá as pri-meiras tunas convidadas. Sábado, durante a tarde, as ruas da cidade serão toma-das pelas centenas de tunos e o momento culminará num convívio no Largo do Paço e no conhecido “Passe--Calles”, um desfile com todas as tunas participan-tes, que passará pelos lo-

DR

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PÁGINA 04 // 18.ABR.13 // ACADÉMICO

CAMPUS

ADRIANA COUTO

[email protected]

Com o tema “Valoriza-te”, o tsi.2.market’13 apresenta--se no pólo de Azurém da Universidade do Minho, onde, ao longo de quatro dias, mostrará o melhor dos cursos do Departamento de Sistemas de Informação. O Association for Informa-tion Systems Student Chap-ter @ Universidade do Mi-

nho (AIS.SC@UM) Núcleo de Estudantes de Sistemas de Informação, em parceria com o Departamento de Sis-temas de Informação (DSI) da Universidade do Minho, trazem, assim, a Guima-rães, mais uma edição do tsi.2.market ‘13. Para a organização, o tsi.2.market’13 é “conside-rado como um espaço de re-flexão, partilha de experiên-cias, divulgação de ofertas de emprego e networking que reúne estudantes, in-vestigadores, docentes e

profissionais de Tecnologias e Sistemas de Informação (TSI)”. Este ano, o tema escolhido para o evento é “Valoriza--te”, na esperança de “abor-dar fatores de valorização pessoal e profissional dos estudantes, bem como ou-tras iniciativas que guiem a carreira do profissional em TSI.” O evento realiza-se no cam-pus de Azurém (Escola de Engenharia), nos dias 17, 18 e 19 de abril, das 9 horas às 20 horas.

tsi.2.market ‘13 chega à cidade de guimarães

ANA PINHEIRO

[email protected]

Foi uma criada uma apli-cação para smartphones, chamada MobiPag, que per-mite efetuar pagamentos sem recurso a cartões ou dinheiro. Esta nova aplicação foi cria-da pela Universidade do Mi-nho, em conjunto com em-presas, entidades bancárias e operadoras de telemóvel. O sistema MobiPag foi de-senvolvido ao longo de dois anos e meio e destina-se a transações de valor reduzi-do. Tem como objetivo a fa-cilidade do pagamento dos consumidores e permitir que um único instrumento possa fazer múltiplas opera-ções. Para ter a acesso a esta

aplicação é necessário um equipamento com sistema operativo Android, a tec-nologia de comunicação a curta distância normal-mente designada pela sigla inglesa NFC (Near Field Communication) e ainda instalação no cartão SIM do telemóvel uma espécie de cartão bancário virtual, que está associado à conta do consumidor, na qual são feitos os débitos. Este cartão terá um pin, que pode ser usado como uma medida de segurança para autorizar as transações. Segundo Ana Leite, CEO da CardMobili, este sistema “permite ao consumidor, com o uso do telemóvel, ir a uma loja pagar um bem ou serviço e obter um reci-bo digital ou um cupão de

nova aplicação desenvolvida na uminho permite pagamentos por telemóvel

desconto para a próxima compra”. Este método de pagamento já é adotado em países em vias de desenvolvimento, onde é a única alternativa possível para transações ele-trónicas, por falta de infra-estruturas bancárias. “Se formos a Singapura ou ao Japão vamos ver que isto é uma realidade quase tão banal quanto pagar com

cartão. Na Europa, nos Es-tados Unidos da América é algo que já vai existindo em forma de piloto”, refere Ana Leite. Para a implementação no mercado são vários os aspe-tos que ainda estão em fal-ta. Entre eles a “massifica-ção dos equipamentos com NFC, a falta de alguma stan-dardização das implementa-ções da própria tecnologia

para que o consumidor pos-sa simplesmente comprar um telemóvel, instalar uma aplicação e ir fazer o paga-mento em qualquer loja e falta rede de aceitação”, con-clui Ana Leite. O MobiPag está agora numa fase final de desenvolvimen-to, embora sejam necessá-rios testes mais alargados.

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CAMPUSPÁGINA 05 // 18.ABR.13 // ACADÉMICO

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CATARINA SILVA

[email protected]

Um antigo aluno da Univer-sidade do Minho criou uma rede social para animais de estimação, que permite gerir toda a informação do cão ou gato dos utilizadores e interli-gar donos, veterinários ou até mesmo lojas de animais. Pet-2Mate é o nome da aplicação que está disponível de forma gratuita na Apple Store, e brevemente em versão web e Android.

Afonso Barbosa, ex-estu-dante de Matemática e Ci-ências da Computação na academia minhota, criou a primeira “comunidade mundial” para animais, que possibilita ao proprietário gerir a identificação do seu cão ou gato, com menus como idade, raça, caracte-rísticas, preferências de aca-salamento e, ainda, alertas como as fases de fertilidade,

de perda do pelo e de peso a mais. Em declarações ao ACADÉMICO, o autor expli-cou que sempre teve gatos e que a ideia surgiu com a di-ficuldade que teve em pro-curar parceiro para acasalar com a sua gata de raça persa tartaruga. “Fiz uma análi-se de mercado e verifiquei que não existia nenhum espaço que agregasse toda a informação sobre animais”, esclareceu Afonso, que acre-dita que “esta aplicação está para a vida dos animais tal como o facebook está para a vida das pessoas”.

Muito mais do que um agre-gador de informação

A ferramenta é 100% por-tuguesa e permite guardar e partilhar informação so-bre o animal de estimação, que vai desde fotografias, o diário do animal ou mes-mo o historial clínico. A principal vantagem, diz o criador, é “agregar toda a

informação do nosso ani-mal, que está, muitas vezes, dispersa e nunca a perder, podendo acompanhar a sua evolução”. A ideia é produ-zir “numa nuvem virtual” o histórico de cada animal “de um modo simples, rápido e seguro”.

Adoções e acasalamentos na ideia da empresa

O programador e designer de 42 anos não esqueceu, ainda, de disponibilizar uma função de pesquisa de

adoção, para aqueles que desejam ter um animal de estimação, evitando o abate e conseguindo muitos no-vos lares. A ferramenta in-clui também um glossário (‘wikipets’) que é associado ao perfil e raça definidos. O utilizador tem disponí-vel um fórum, pode trocar mensagens particulares e até publicar detalhes do seu animal no facebook e email para partilhar com quem não tem a aplicação. “O nome Pet2Mate surgiu inicialmente porque a apli-

o facebook dos animais de estimaçãocação era orientada para o acasalamento”, esclareceu Afonso Barbosa, que acres-centou: “Mais tarde o con-ceito acabou por evoluir e também se refere ao facto de ser gerida pelos donos dos animais”. A aplicação permite registar mais do que um animal e está disponível em inglês, espanhol e português, pre-vendo-se versões em russo, chinês, japonês, francês e alemão. O antigo aluno mi-nhoto pretende, ainda, que o projeto se estenda a mais comunidades animais, como coelhos ou hamsters, além de desejar criar outras funções relativas a vendas e prestação de serviços. Afonso Barbosa trabalhou na empresa Edigma, pro-eminente tecnológica na-cional, e já lançou vários projetos, alguns em Silicon Valley, nos EUA, além de colaborar em projetos com a Microsoft, Sony, Benetton, entre outras.

CLAUDIA FERNANDES

[email protected]

“O Fado da Gata” é o mote para a edição deste ano das Monumentais Festas do En-terro da Gata, atividade que se realiza entre os dias 10 e 17 de maio, na Alameda do Estádio AXA, em Braga. Carlos Videira, presidente da AAUM, justificou a es-colha deste tema com um duplo sentido: de um lado, o fado como símbolo da

tristeza dos estudantes, que atravessam várias dificulda-des no Ensino Superior, a quem “os apoios sociais es-casseiam, devido a critérios de atribuição geradores de injustiças e desigualdades e cujo destino de muitos é a realidade crescente do aban-dono escolar; e como símbo-lo da angústia daqueles que obtêm um grau académico e se veem confrontados com a falta de perspetivas, o de-semprego, a precariedade ou a obrigação da emigra-

ção”; no outro, o Fado tam-bém como cartão de visita do país, que simboliza a “esperança no país, na sua juventude e nos seus feitos”. “Acredito que possa haver uma grande identificação dos estudantes com este tema e o objetivo é mesmo esse. Espero que no seu cor-tejo, os estudantes pintem as ruas de preto passando uma mensagem muito cla-ra de que não se identificam com este rumo que lhes querem impor”, explicou.

Noutro âmbito, já são co-nhecidos alguns nomes que compõem o cartaz do Enter-ro da Gata, tendo como des-taques o concerto dos Kaiser Chiefs no último dia de atu-ações e Natiruts no dia 14. A referência mais antiga das Monumentais Festas do Enterro da Gata remonta a 1889. Um século depois, a AAUM recuperou o cer-tame tendo-o transforma-do “ num traço distintivo da academia minhota e da sua identidade cultural”,

uma “estranha forma de fado” no enterrocomo referiu Carlos Videi-ra em comunicado. Neste momento, de acordo com oi presidente da AAUM o cer-tame já ultrapassou o mero carater festivo. “O Enterro da Gata, honrando a tra-dição académica e as suas memórias coletivas, assu-me-se como um momento de manifestação das causas em que os estudantes acre-ditam e pelas quais lutam com toda a sua irreverência, rebeldia, independência e personalidade”, referiu.

publico

Page 6: ACADÉMICO188

CAMPUSPÁGINA 06 // 18.ABR.13 // ACADÉMICO

azurém com bibliotecas abertas 24h /dia

CATARINA HILÁRIO

[email protected]

A primeira eliminatória da VII edição do UMplugged decorreu na passada terça--feira, dia 9 de abril.O público aderiu e puderam assistir a atuação de quatro bandas das oito seleciona-das para o concurso, aleato-riamente escolhidas através de sorteio.

Cada banda teve direito a 30 minutos de atuação, tendo de pelo menos um dos te-mas ser original.A primeira banda, os The Modisons, atuaram por vol-ta das 23h30, seguidos pelos “Hard N’Fast”, os “Viagens do Capitão Barba Ruiva” e, por último, pelos “Varsó-via”.Como prometido, esta eli-minatória contou com a presença e atuação de uma

banda convidada.Desta vez, foram os “Bulo-ta” a subir ao palco do Bar Académico de GuimarãesAo júri, composto pelo ge-rente do BA de Guimarães, um representante do estú-dio Lobo Mau, um represen-tante da banda convidada e por um representante da banda vencedora da edição interior, coube a decisão de escolher apenas duas ban-das para passarem para a

próxima eliminatória. Os escolhidos foram os “The Modisons” e os “Viagens do Capitão Barba Ruiva”. Paulo Pimenta, diretor do Departamento Cultural e Tradições Académicas de Guimarães, falou com o ACADÉMICO. “A atividade decorreu dentro do normal não havendo nenhum des-respeito ao regulamento por parte das bandas. A afluên-cia do público foi boa e den-

primeira eliminatória do umplugged com boa afluência, mas dj’s pouco participativos

tro dos números esperados pela organização, mas esta afluência depende também das bandas em palco e do público que trazem consi-go”, disse. Para a próxima eliminató-ria, a banda convidada serão os “Pornography”. Quanto ao Dj@UM, apenas haverá uma eliminatória, no dia 17 de abril, devido ao reduzido número de inscri-ções.

RITA MAGALHÃES

[email protected]

No próximo sábado, dia 20 de abril, entre as 9h e as 18h30, realiza-se a quarta edição das Jornadas da Ci-ência e Medicina, na Esco-la de Ciências da Saúde da Universidade do Minho. Este é um congresso anual da academia minhota vira-do para a investigação cien-

tífica, sendo a Oncologia a temática deste ano. Este evento, organizado pelo Núcleo de Estudantes de Medicina (NEMUM), vai dividir-se em quatro dife-rentes painéis que irão abor-dar questões como as bases moleculares do cancro, o metabolismo tumoral, os mecanismos de invasão e metastização e a importân-cia da medicina personali-zada em Oncologia. Nas palavras de Ana Rita

Silva, da Comissão Orga-nizadora, “os participantes vão desfrutar de um espaço de exposição e discussão, com a presença de ilustres oradores de diferentes pon-tos do país especializados nesta temática”.Cada palestra será apresen-tada por um desses oradores e, no fim, os participantes terão oportunidade de de-bater algumas ideias, numa espécie de fórum de discus-são.

Ana Rita Silva considera que o público-alvo desta ati-vidade são alunos de áreas da saúde como medicina e enfermagem, quer da Uni-versidade do Minho quer de outras universidades portu-guesas e galegas, mas tam-bém estudantes de outros cursos e investigadores que se interessem por as temá-ticas tratadas durante a ati-vidade. Todos os incritos têm direi-to a dois coffee-breaks, ao

almoço e a estacionamento gratuito no local.No fim da conferência, to-dos os presentes vão receber um certificado de participa-ção. O NEMUM conta com a par-ceria da Reitoria da Univer-sidade do Minho, da Escola de Ciências da Saúde e do respetivo Instituto de Inves-tigação em Ciências da Vida e da Saúde na organização das IV Jornadas de Ciências e Medicina.

medicina reúne-se para debater oncologia

REDAÇÃO RUM

[email protected]

O campus de Azurém, em Guimarães terá a partir de quarta feira salas de estudo em grupo abertas 24 horas por dia, localizadas junto à entrada que dá acesso ao bar da Nave Central e à secreta-ria da Escola de Engenharia. A Associação Académica da Universidade do Minho adianta que “depois de no passado dia 2 de Abril, ter sido aberta a primeira sala de estudo 24 horas por dia,

com capacidade para 36 pessoas, na Biblioteca Geral da Universidade do Minho, no Campus de Gualtar, a direcção da Associação Aca-démica da Universidade do Minho prosseguiu os seus esforços, junto da Reitoria e dos Serviços de Documen-tação da Universidade do Minho, no sentido de alar-gar esta realidade a mais espaços”.Esta medida estava em li-nha com os objetivos da direção da AAUM e reforça assim as possibilidades de estudo para os alunos da academia minhota.

Page 7: ACADÉMICO188

PÁGINA 07 // 18.ABR.13 // ACADÉMICO

aaum quer apresentar novo cartão de sócio em setembro e reforçar a segurança em azurémREDAÇÃO RUM

[email protected]

Depois da concretização de uma das propostas da di-reção da AAUM para este mandato, que diz respeito a salas de estudo abertas 24 horas por dia também em Guimarães, a direção de es-tudantes da UM está agora preocupada com o reforço da segurança junto à Uni-versidade do Minho.Carlos Videira, o presidente da AAUM sublinha a im-portância a dar no acesso entre as residências e o cam-pus de Azurém. “As questões de segurança continuam a merecer da nossa parte uma atenção es-pecial, nomeadamente tam-bém em Guimarães, no que diz respeito às condições de

acesso entre as Residências Universitárias e o Cam-pus de Azurém. Há aqui uma panóplia de ações e de compromissos nas mais di-versas áreas que nós traba-lharemos para realizar, tal como já mostrámos no que diz respeito à questão das salas de estudo”. Para além deste objetivo o Presidente da AAUM relembrou também o car-tão de sócio renovado com mais-valias para os estudan-tes já em setembro. “A questão do cartão de só-cio que também estamos a trabalhar e que esperamos ter novidades a tempo de apresentar um cartão de sócio renovado e com uma maior utilidade no mês de setembro, aquando do início do próximo ano letivo”. E ainda a proximidade ao campus de Azurém, tam-

bém através do alargamento do gabinete do Liftoff. “A deslocalização dos serviços, entre eles o gabinete do empreendedor e o gabinete de inserção profissional. O Liftoff que acabou já uma primeira atividade neste mandato em Guimarães,

na Biblioteca Interativa que teve um número muito sig-nificativo de participantes, quase meia centena. Portan-to, utilizar também aquele espaço da Biblioteca Intera-tiva com uma maior regula-ridade por parte da AAUM para iniciativas para os es-

tudantes. Entendemos que já existem de uma forma mais vincada no campus de Gualtar, mas que também devem ser deslocados e re-plicados para Guimarães”, avançou à RUM o presiden-te da Associação Académica da Universidade do Minho

Page 8: ACADÉMICO188

PÁGINA 08 // 18.ABR.13 //ACADÉMICO

detalhe. Mas gostava de re-alçar alguns aspetos que me parecem vitais. Em termos de ensino, parece-me im-portante apoiar as iniciativas pedagógicas mais inovado-ras e estimulantes; impul-sionar parcerias no ensino com outras instituições por-tuguesas e internacionais e ainda procurar ofertas de ensino mais flexíveis, mais dinâmicas e que respondam mais eficazmente às neces-sidades sociais. No plano da

que irão guiar o seu man-dato?Quando fiz a apresentação pública da minha candida-tura à presidência do ICS, cobri, em detalhe, o que penso sobre o ensino, sobre a investigação, a interacção com a comunidade, a orga-nização interna da escola, a afirmação externa e as infraestruturas. E toda essa informação está disponível no site do ICS. Não irei, por isso, entrar aqui em grande

ENTREVISTA

CÁTIA SILVA

[email protected]

O facto de ser a primeira mulher a presidir ao ICS tem algum significado es-pecial para si ?Em 36 anos de existência, o ICS nunca teve uma mu-lher presidente. As pessoas destacam este facto porque é efetivamente distintivo. É uma novidade, nunca acon-teceu. Relativamente ao sig-nificado de ser mulher, é

claro que tenho essa consci-ência porque é uma dimen-são estruturante da minha identidade, mas não sinto isso como uma responsabi-lidade acrescida. Sinto uma grande responsabilidade pelo exercício do cargo e chega!As mulheres já têm mui-tas vidas, não precisam de acrescentar à carga a ne-cessidade de responder a determinadas expectativas porque são mulheres.

Foi um legado pesado aque-le que Miguel Bandeira lhe deixou? E sente por isso res-ponsabilidade acrescida?O professor Miguel Ban-deira é um amigo e foi um presidente dedicado ao ICS. Nunca partimos do zero e continuarei a trabalhar em estreita colaboração com ele. Sei que posso contar com o seu apoio incondicional e isso é muito gratificante.

Quais as principais linhas

Helena Sousa é a nova presidente do ICS

hELENA SOUSA

“as competências desenvolvidas nas ciências sociais são indispensáveis para ultrapassar

os nossos impasses contemporâneos”Helena Sousa, professora catedrática da Universidade do Minho, é a nova e primeira mulher a presidir ao ICS.

Ao ACADÉMICO, a doutorada em Política da Comunicação pela City University, em Londres, falou da responsabilidade do cargo, da sua equipa e realçou algumas linhas que irão guiar o seu mandato.

DR

Page 9: ACADÉMICO188

ENTREVISTAPÁGINA 09 // 18.ABR.13 // ACADÉMICO

transita da equipa anterior. Era já vice-presidente do professor Miguel Bandeira e fica com a responsabilida-de do Conselho Pedagógico. Traz consigo uma experi-ência acumulada que me parece importante nos pro-cessos de transição.A professora Emília Araú-jo entra para a presidência pela primeira vez, trazen-do um novo olhar sobre os processos. Gosto da ideia de continuidade e mudança em paralelo, nunca de for-ma dicotómica. Precisamos de mudança e de continui-dade em simultâneo. Estou certa de que gostarei muito de trabalhar com elas por-que, tendo características pessoais e científicas muito distintas, são ambas gran-des académicas: são fortes cientificamente, dedicadas aos estudantes, generosas com os colegas e têm vonta-de de servir a comunidade.

Por muitas vezes se falou, no que diz respeito à restru-turação da oferta formativa, na ideia de deixar de serem lecionados na UM os cursos de Filosofia e História, por exemplo. Como vê este ce-nário?Acho um absurdo. E parece--me muito importante não permitir que estas ideias façam o seu caminho. En-tão a Universidade com-pleta que é a Universidade do Minho iria romper com os saberes mais nucleares, mais densos, mais impor-tantes para o conhecimento

investigação, o ICS revela uma grande vitalidade com centenas de publicações com arbitragem científica por ano e com dezenas de projetos de investigação em pleno desenvolvimento. Mas é sempre possível ir mais longe e queremos re-forçar as redes e parcerias no sentido de dar outra es-cala aos projetos da escola, tornando-a cada vez mais relevante para a sociedade que servimos. Vamos tra-balhar afincadamente nesta frente.

Sente que os alunos liga-dos às Ciências Sociais têm maior dificuldade de penetração no mercado de trabalho? O que pode o ICS fazer para inverter essa ten-dência?O desemprego é uma tragé-dia nacional com ramifica-ções à escala europeia. Não é certamente um proble-ma particular das Ciências Sociais. Julgo, aliás, que muitas das competências desenvolvidas no quadro das Ciências Sociais são indispensáveis para ultra-passar os nossos impasses contemporâneos. A respos-ta à crise tem que ser feita pela cultura, pelo patrimó-nio, pela memória, pelo tu-rismo, pela paisagem, pelo território.

Várias vozes apontam para um afastamento que existe entre o ICS e a sociedade. Acha que, principalmen-te na região de Braga com grande conotação histórica, o ICS pode ter um papel mais relevante no que diz respeito à investigação?Um cientista social interro-ga sempre quem está por trás das tais vozes? Quem são essas vozes e que inte-resses defendem? Porque argumentam dessa forma? Temos que aprender a des-montar a superfície da reali-dade. Pois, eu estou mesmo convencida de que, parado-xalmente, a desorientação que marca o nosso tempo torna mais nítida a impor-tância das ciências sociais. E o ICS tem um grande reconhecimento social que se manifesta na capacidade de atração de alunos, em to-dos os níveis de ensino. Só para dar um exemplo, em termos de doutoramento, temos, neste momento, 229 projetos a decorrer, sendo que destes 34% são de alu-nos estrangeiros.Isto diz exatamente o con-trário das ‘tais vozes’.

Já é conhecida a sua equi-pa… Como descreve os ele-mentos que fazem parte da direção?A professora Teresa Ruão

da humanidade? O que é a ciência sem memória e sem capacidade de refletir sobre o sentido da vida? Não pode-mos ter uma visão ingénua de ciência, não podemos pensar que todo o progresso técnico levará ao bem-estar e à felicidade. A história da humanidade está repleta de episódios trágicos nos quais foi notória a instrumentali-zação da ciência para gerar sofrimento. Não há ciência sem valores, sem reflexão ética, sem pensamento so-bre o humano na sua rela-ção com a técnica.

Que futuro antevê para o ICS?Todos nós, investigadores e docentes, percebemos a desorientação política nesta área. É muito difícil traba-lhar, planear, definir metas e garantir objetivos quando as regras não são claras ou quando mudam a meio do jogo. Temos uma consciên-cia muito aguda da realida-de que vivemos, tanto no plano nacional como inter-nacional. Mas não podemos entrar em dramatismos. Te-mos que estar plenamente convictos das nossas capaci-dades e da vontade de traba-lhar de forma colaborativa com outras escolas dentro da UM, com outras univer-sidades, com outras institui-ções externas. Precisamos de ganhar escala para me-lhor enfrentarmos as difi-culdades. Precisamos de es-tar fortes para sermos úteis. Não podemos prescindir de

uma visão de futuro que afirme as Ciências Sociais como pilar estruturante do desenvolvimento social e da melhoria das condições de vida das populações. O ICS deve ser simultaneamente um grande observatório da realidade social, nas mais diversas dimensões tempo-rais e espaciais, e um agente verdadeiramente transfor-mador.

Admite este como o primei-ro ou único mandato?Acabei de tomar posse. Ha-verá um tempo para falar disso, mas está muito longe.

Quando o mandato termi-nar o que é preciso que seja feito para poder dizer que “os objetivos foram alcança-dos e o balanço como sendo positivo”?Não me imagino no final do mandato a andar à pro-cura do pequeno grande feito que mudou tudo e que salvou o mandato. Gosto de trabalhar com objetivos es-tratégicos claros para cada área de intervenção e com um conjunto alargado de objectivos intermédios por-que estes só serão parcial-mente cumpridos.Não podemos tirar os olhos do horizonte mas já sabe-mos que, pelo meio, muito do que gostaríamos não vai acontecer, ainda que surjam possibilidades nas quais não tínhamos pensado. Em qualquer caso, a avaliação que conta será feita pelos outros.

Helena Sousa vê nas Ciências Sociais um pilar estruturante do desenvolvimento social

Tomada de posse aconteceu na passada semana

DR

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DANIEL MOTA

[email protected]

Como surgiu a ideia de for-mar a banda? Somos um grupo de quatro amigos que prefere ir para a sala de ensaios em vez de ir para uns bares beber uns copos. A ideia foi simples. Gostamos de música e tive-mos a ideia de formar uma banda para nos divertirmos, nos encontrarmos para con-viver e, ao mesmo tempo, para realizar um projeto mais sério. Basicamente, um misto entre diversão e trabalho.

Qual a origem do nome Jo-exPpl? O nome é um bocado políti-co e está relacionado com al-gumas cenas de julgamen-tos em tribunal nos filmes americanos. Isto é, existe alguém agaisnt the people of California, por exemplo, e associamos parte dessa frase versus people (xPpl). O nome Joe está relacionado com uma linguagem popu-lar, os americanos consi-deram um John Doe como um desconhecido, que nin-guém sabe quem é. Quise-mos, portanto, transmitir a mensagem de desconheci-dos contra um poder central instituído, contra um esta-

do, contra aquilo que são alguns atritos da vida.

Quais são as principais re-ferências e inspirações na composição das músicas? Principalmente as nossas vivências pessoais e, obvia-mente, influências musi-cais distintas. Fomos bus-car um pouco de grunge, na guitarra tentámos usar um pouco do som do final dos anos 70, sendo um dos nos-sos principais objetivos no método de processamento e no som que usámos. Há,

os john doe que querem fazer história

aqui, uma panóplia de gos-tos e de estilos mas acima de tudo fazemos o som de que gostamos.

Que perspetivas para o futu-ro têm? Não pensamos ir até onde nos deixaram, como era suposto. De forma pensada vamos, sim, até onde nos deixarem ir e até onde nós achamos que devemos ir. Fazemos isto porque gosta-mos de estar juntos, de nos divertirmos, de tocar, mas não vamos abdicar de cer-tas coisas da nossa vida ou correr riscos, isto é, fazemos enquanto é possível. Se al-gum dia as dores de cabeça forem maiores do que a di-versão, a partir daí temos de acalmar um pouco. O traba-lho é feito, sempre, de forma séria.

Já foi lançado o EP, qual o feedback? Todo o trabalho desenvol-vido foi 100% nosso. Com a ajuda de alguns amigos, sem nenhuma editora por detrás. Fomos nós que gra-

DR

Banda bracarense sente prazer em tocar os seus temas

REPORTAGEM

DR vamos, que tratamos as dimensões, o grafismo, a masterização, o encaixa-mento e licença do CD. Ti-vemos a oportunidade de trabalhar com uma editora, mas preferimos ser nós a fazê-lo para poder ter o con-trolo total. Temos tido um excelente feedback, o resultado disso é que a primeira série de 200 CD’s que lançamos está toda vendida. Ainda há pou-co tempo recebi um e-mail de uma pessoa que tem uma banda e nos deixou críticas muito boas. Temos uma nova edição de 300 unidades, completamente diferente da anterior, que estará por aí nos próximos dias.

Como é que a banda decidiu realizar o videoclip? A história é relativamente simples, nós compusemos uma canção chamada “less 1”, como que uma canção de revolta, que conta um pou-co a nossa história de vida, o nosso dia a dia. Com isto e muito normalmente, há

cerca de um ano atrás, cho-camos com um discurso político do deputado inglês Nigel Farage no parlamen-to europeu que encaixava, em certas partes, na lógica da nossa música. Na altura de edição da música deci-dimos colocar o discurso e enviamos um e-mail para o Nigel obtendo uma resposta absolutamente fantástica. Fomos contactados pelos as-sessores que consideraram a música e a ideia estrondosa, querendo até usar a canção naquele mesmo mês para os eventos políticos. Fechamos um acordo simples, um con-trato de coautoria em que 50% é propriedade nossa e a outra metade do partido UKIP, partido de Nigel Fa-rage, onde todos os lucros gerados serão para institui-ções de apoio a desemprega-dos no sul da europa. Com isto conseguimos aceder à máquina do UKIP que nos propôs a realização de um videoclip, onde estamos em fase final de montagem, em Londres, num dos produto-res ligados à BBC.

Composta por Nuno Garcez Rodrigues, António Silva, Victor Coelho e Sérgio Faria, a banda de Braga, JoexPpl, tem dado que falar, inclusive, no estrangeiro. Aproveitando um discurso de Nigel Farage, deputado europeu inglês do UKIP, a banda compôs uma música de enorme sucesso. Em entrevista ao ACADÉMICO, o grupo

revela toda a história desde a sua formação até projetos futuros.

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INQUÉRITO

Para este estudante de Ci-ências da Comunicação, este é o primeiro Enterro da Gata. No entanto, enca-ra o tema como uma forma de manifestação e demons-tração à comunidade em geral do descontentamento dos alunos face às medidas instituídas pelo Governo, principalmente ao nível do ensino, e às situações que os estudantes finalistas têm de enfrentar quando termi-nam os estudos, nomeada-mente a baixa taxa de em-pregabilidade, que deixam os estudantes desanimados e com poucas perspetivas futuras.

A aluna de Línguas Aplica-das concorda com o tema, considerando-o interessante e relevante, tendo em conta que cada vez mais são noti-ciadas medidas económicas que afetam o ensino su-perior negativamente, que futuramente terá repercus-sões na vida académica de todos os estudantes univer-sitários. Carolina já participou em edições anteriores do Enter-ro da Gata, mas este será o primeiro como estudante da Universidade do Minho.

Sofia Oliveira concorda com o tema e diz até mesmo apoiar esta ideia. O facto de usufruir da bolsa de es-tudos, faz com que se sin-ta diretamente a escassez de apoios sociais. Assim, considera o tema do Enter-ro como uma forma de os alunos se manifestarem e de darem a sua opinião. A estudante afirma ainda que os alunos não devem con-formar-se com a situação que são obrigados a aceitar. Tendo em conta a situação económica do país, acredi-ta que vão ter de ser feitos mais esforços de poupança no próximo Enterro.

CAROLINA MENDES1º ANO//

LÍNGUAS APLICADAS

SOFIA OLIVEIRA1º ANO//

BIOQUÍMICA

ANA FILIPA GASPAR

[email protected]

“O Fado da Gata”.

É este o tema da

edição de 2013 das

Monumentais Festas

do Enterro da Gata.

Como já é hábito, a

crítica social encontra-

se nas entrelinhas da

questão em causa,

sendo o fado, segundo

a organização,

utilizado como

“símbolo da tristeza

dos estudantes” e da

sua angústia perante

o atual panorama

socioeconómico.

ARTUR MARQUEZ1º ANO //

CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

como vês o tema doenterro da gata deste ano?

2013 será o primeiro ano em que Jorge Feijó frequentará o Gatódromo como estu-dante da Universidade do Minho. Embora concorde com o tema, e tenha cons-ciência da situação precária em que a maioria dos estu-dantes se encontra, devido à situação de crise vivida no país, o estudante de Enge-nharia Informática encara as Monumentais Festas do Enterro da Gata como uma semana de diversão, não en-tendendo assim o porquê de um tema menos positivo.

JORGE FEIJó1º ANO //

ENGENHARIA INFORMÁTICA

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Rodrigo Areias nasceu em Guimarães, tendo-se mudado com 17 anos para a cidade do Porto para estudar Gestão. Mas, tal como outros, a veia criativa falou mais alto e Rodrigo foi estudar som e imagem para a Escola de Artes do Porto. Seguiu-se um curso de especializa-ção em realização cinematográfica na Tisch School of Arts da Universidade de Nova Iorque.A sua carreira como realizador e produtor tem os seus primeiros episódios no início de 2000, trabalhando ainda como técnico de som em diversos outros projetos. Contudo, o momento marcante surge em 2004 quando Rodrigo fundou a sua primeira produtora, a Periferia Filmes, em que desenvolveu projetos de sua autoria mas também de realizadores como Edgar Pera ou João Canijo. Mais recente-mente, desenvolveu uma nova plataforma de produção, de nome Bando à Parte.Rodrigo Areias tem igualmente um percurso na área da realização de videoclips, com trabal-hos para bandas como Sean Riley and the Slowriders, D3O, Bezegol ou Wraygunn. Aliás é com Paulo Furtado que tem trabalhado de forma mais consistente, quer na realização de videoclips para The Legendary Tigerman quer com Furtado a produzir música para os seus filmes. Exemplo disso é o seu último filme Estrada de Palha. Apresentado na passada semana em Vila do Conde, o filme retrata o período conturbado do início do século XX português, apoiado-se ainda em Civil Desobe-dience de Henry David Thoreau.

Segunda: John Fahey - In Christ There is No East or West (Blind Joe Death, 1959)“Eu, na fase de montagem dos meus três últimos

filmes, coloquei músicas do John Fahey em cima - depois não as mostro aos compositores da banda sonora, pois os filmes têm banda sonora original - para criar uma noção de ritmo musical no filme. Fui ouvindo este e uma série de outros nomes, mas há uma clara relação entre John Fahey e o meu cinema. Por outro lado, acho interessante a forma como ele toca este tema, um original popular americano, de uma forma totalmente diferente desse original.”

Terça: Sonic Youth - Dirty Boots (Goo, 1990)“A banda mais inf luente no meu percurso como músico são os Sonic Youth. Achei fundamental que, numa lista de 5 músicas, uma delas fosse deles. O “Goo” sai numa altura em que tinha cer-ca de 13 anos e este álbum marcou-me e mudou a minha forma de ver uma série de coisas. Eu acho que a música dos Sonic Youth tem algo que é inigualável: é como se estivéssemos a ouvir uma orquestra sinfónica - há momentos de epifania que são simplesmente inacreditáveis.”

Quarta: Spiritualized - Sad Days, Lonely Nights (Sunday Nights, The Songs of Junior Kimbrough, 2005)“Já conheço o trabalho do Jason Pierce desde os Spacemen 3 e do seu minimalismo ruidoso, que é um ícone da sua época. Acho que todos os álbuns dos Spiritualized são muito bem pensados e produzidos. Este tema é ligeiramente diferente, é uma versão de um original de Junior Kimbrough, um clássico do blues e transportam a “coisa” para uma outra dimensão, que acho fortíssima. Eu adoro o original e adoro também esta versão!”Quinta: MC5 - Skunk - Sonically Speaking (High Time, 1971)“Gosto muito dos MC5 e, especialmente, desta

música. Se não contextualizarmos os MC5 na história da música, nunca diríamos que isto tinha ocorrido no fim dos anos 60/ início dos anos 70! É uma das bandas que, quando é referida, é sempre como “inf luência de”... Esta é também a música que eu passo mais quando vou levar os meus filhos à escola!”

Sexta: Legendary Tiger Man + Rita Redshoes - A Emboscada (BSO Estrada de Palha, não editado)“Fizemos duas misturas para o filme [Estrada de Palha], uma com música e outra sem música. O objetivo foi criar um chamariz [Legendary Tiger Man e Rita Redshoes tocaram ao vivo na estreia de “Estrada de Palha”], pois as pessoas vão cada vez menos ao cinema e é cada vez mais difícil trazer as pessoas ao cinema, por outro é igualmente uma forma de promover o filme, sobretudo em zonas onde não haverá distribuição do mesmo.”

ROD

RIG

OAR

EIA

S

Page 14: ACADÉMICO188

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

PUB

bRUNO FERNANDES

[email protected]

Google Play já tem loja de músi-caO Google Play já não serve só para descarregar aplicações para telemóvel: a loja de aplica-ções para smartphones Android conta, desde quarta-feira, com uma loja de música. Desde no-vembro disponível em alguns países europeus, a loja passa também a estar disponível, além de Portugal, na Áustria, Bélgica, Irlanda e Luxemburgo. No entanto, ainda não é possív-el adquirir outros conteúdos já

disponíveis noutros mercados como livros, revistas ou filmes. Os utilizadores poderão com-prar álbuns ou músicas avulso e poderão armazena-las nos ser-vidores da Google, podendo ou-vir em qualquer dispositivo com ligação à internet, sem neces-sidade de download. Também é possível armazenar músicas que o utilizador já tenha. O uti-lizador também poderá patilhar no Google+ a música que ad-quiriu.

Bitcoin: a moeda virtual que muito no mundo real

Chamam-se bitcoins e são uma moeda virtual, sem entidade emissora e que circula na inter-net. A ideia não é nova: o que é

notícia é que o valor de um bit-coin ronda, atualmente, cerca de 70 euros. Cada vez mais uti-lizadores estão a recorrer a esta modalide de pagamento para compra de bens e serviços na internet mas também na vida real: alguns cafés nos EUA acei-tam o pagamento por bitcoins. No Canadá houve alguém que pôs a casa à venda por 405 mil dólares... ou 5750 bitcoins. O sistema é sustentado pelas re-des peer-to-peer e a emissão de moeda é feita de forma pro-gramada a cada dez minutos. Para quem quiser começar a construir a sua riqueza virtual, existem sites para compra e venda deste tipo de moeda.

Anúncios de emprego usados

para esquema de phishing

Os anúncios de emprego po-dem estar a ser usados para fraudes informáticas, avisa a PJ. O esquema é simples: quem re-sponde a estes anúncios, recebe um contacto que irá receber uma transferência de dinheiro e que tem de encaminhar os fundos recebidos, retendo al-gum do dinheiro como parte do pagamento. Anteriormente, já os criminosos obteram dados bancários como os códigos de acesso à área de homebanking ou os dados do cartão-matriz, utilizado pela maioria dos ban-cos. Em 2012, o phishing rendeu aos criminosos cerca de 1,4 milhões de euros.

Consola de jogos sem fios che-ga em junho

A Gamestick, uma consola de jogos sob a plataforma Android e apresentada como sendo a consola de jogos mais portátil de sempre, só começar a ser vendida ao público a partir de junho.Tudo porque, segundo a em-presa, houve a necessidade de aumentar a produção. A mobi-lidade da consola é conseguida devido ao facto de não ter fios: a consola é composta por um comando e por um dispositivo semelhante a uma pen que se liga à ligação HDMI do televi-sor. A consola terá um custo de 79 dólares (cerca de 60 euros) e já está em pré-reserva.

twittadas

DANIEL VIEIRA DA SILVA

[email protected]

A SilicoLife, empresa por-tuguesa dedicada ao desen-volvimento de soluções de biologia computacional, foi destacada esta semana pela versão online da reputa-da revista internacional de tecnologia Wired UK como Startup da Semana. Simão Soares, CEO da SilicoLife, falou com a Wired UK so-bre o caminho trilhado pela empresa desde a sua criação em 2010 e dos planos para o futuro.

A entrevista completa está disponível em:http://www.wired.co.uk/

news/archive/2013-04/12/startup-of-the-week-silicoli-fe.

Sobre a SilicoLife:

A SilicoLife Lda. é uma em-presa dedicada à criação de soluções de Biologia Com-putacional, disponibiliza serviços altamente espe-cializados, e normalmente ausentes nas empresas dos sectores da Biotecnologia e da Saúde, procurando ma-ximizar a rentabilização das potencialidades oferecidas pela análise de informação de origem genómica na I&D nestes sectores, bem como fornecer soluções no âmbito da exploração de di-versos tipos de dados expe-rimentais.

silicolife foi destaque na wiredSilicoLife

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TECNOLOGIA E INOVAÇÃOPÁGINA 15 // 09.ABR.12 // ACADÉMICO

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TEMA:“O Impacto da Crise: Na Vida das Pessoas”Prof. Ângela Maia – Escola de Psicologia

TEMA:“O Impacto da Crise: No Emprego Jovem”Prof. Ana Paula Marques – Instituto de Ciências Sociais2º tertúlia decorrerá no dia 23, pelas 21h30 na Casa Amarela, em Guimarães

TEMA:“O Impacto da Crise: Nas Empresas”André Costa – EDIT VALUE.

> 18 a 23 ABRIL ‘13Tertúlia “ A Crise”Braga e Guimarães

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CULTURA

JOSÉ REIS

[email protected]

Os Coldfinger são um caso (talvez raro) de uma banda que conseguiu criar um pú-blico fiel que nunca se des-liga do fenómeno. Passam anos sem lançamentos de

novos discos e o clima de euforia aquando do anún-cio de novo lançamento mantém-se. “Sabemos que conseguimos o nosso pú-blico e isso enche-nos de orgulho”, assume Miguel Cardona, uma das metades do Coldfinger. O público re-

o tempo dos coldinger passa de maneira diferente

um encanto em terrenos pantanosos

jubila de alegria (confiamos nós) com a edição de “The Seconds”, é o novo disco da dupla que, juntamente com os cúmplices do costume, decidiu trazer o tempo para mote de conversa. “Os 14 anos que já ultrapassamos é um período de tempo

alargado, mas a vivência da banda não se esgota nesse tempo todo. Para nós, pa-rece que está sempre tudo a começar. Não há um can-saço pelo processo”, revela Miguel Cardona, dias antes da edição do disco. “O tem-po nos Coldfinger passa de maneira diferente”.

O tempo dos Coldfinger

“The Seconds” foi editado no início desta semana e ao longo dos 9 temas o peso do tempo é coisa que não se sente. “Há um conjunto de abordagens que são novas para nós. Há facetas novas que se revelam. Em cada disco descobrimos sempre algo novo”, revela Cardona, fazendo alusão ao caldeirão de estilos que marca este novo álbum. “Coldfinger é sempre um ponto de par-tida, nunca um ponto de

chegada. O prazer de com-por é a marca dominante a todos os nossos processos, mas, naturalmente que va-mos acrescentando novos registos, novas tendências, novas influências”, revela o músico. Por isso não é de es-tranhar que, a dada altura, os temas soem mais jazzy, outros mais eletrónicos, ou-tros mais intimistas. “Tudo isso é Coldfinger, o disco é muito sólido e coerente, há abordagens ritmícas novas e uma aposta na base ins-trumental bastante forte”, revela Miguel Cardona. A banda vai agora apresentar o disco ao vivo e contará com uma presença visual e multimédia muito forte, a mostrar uma nova tendên-cia da dupla. A mostrar que, apesar do tempo, há coisas que vão surgindo e que vão acrescentando vida à vida dos Coldfinger.

SALA DE CINEMA

nagem central ser, de fac-to, a centralidade de toda a mensagem de coragem que o filme transporta. O arrojo visual de Benh Zeitlin no seu filme de es-treia dá ao relato um clima de proximidade; a câmara treme e desfoca-se, quiçá da insegurança com que compartilha as aventuras, acompanhando quase pela mão a pequena heroína. A música prende-se na notas mais agudas, mas nunca

expelindo por si melancolia, a não ser em conjunto com o olhar inocente de Quven-zhané Wallis e as suas ex-pressões subtis. A relação pai-filha é também um triunfo que se desmarca: a dureza da educação e o ca-rinho que espreita nos mo-mentos críticos constroem, por si só, comoção suficien-te para entendermos aquele como um retrato fiel. A jovem sonhadora invoca continuamente a memória da sua mãe. Mas a força que a move parece ultrapassar qualquer memória, qual-quer ensinamento que o pai, doente, insiste em transmi-tir; parece vir de um espíri-to demasiado grande para o corpo que o carrega. E aqui surge à memória A Viagem de Chihiro (2001), talvez a mais imponente obra de animação já feita, onde se pode atribuir muito do es-petro inventivo e corajoso de Chihiro à personagem de

Bestas do Sul Selvagem. No raro cinema america-no verdadeiramente inde-pendente, são ainda mais escassos os exemplos que se apresentam como consis-tente alternativa à fábrica re-petitiva de Hollywood, já tão massacrada quanto citada. Um Benh Zeitlin triunfante estreou-se com uma amos-tra de modéstia e, simulta-neamente, de irreverência, empregando uma missão de superação nas entrelinhas.

CÉSAR CARVALHO

[email protected]

Parece-me fácil explicar a presença nada consensual de Bestas do Sul Selvagem nos Óscares 2012, sendo este um trabalho indepen-dente, de um país habitua-do a grandes produções, e suplantando no lugar dos nomeados outros eventuais favoritos. O filme de Benh Zeitlin toca nos assuntos certos (para os olhos do público comum) com um tom invulgar nos dramas americanos: consegue ser, ainda que mergulhando na fantasia, por advento da per-sonagem central, a criança, mais realista que a maioria das “imposições novelescas” da máquina de Hollywood. Consentindo o apelo dos puristas chamar-lhe-ei de “realismo mágico”. O filme surge como adap-tação da peça “Juicy and Delicious” de Lucy Alibar.

Hushpuppy e o seu pai, Wink, vivem num peda-ço de terra húmida, isola-do de tudo o resto, ao qual carinhosamente chamam de ‘Banheira’. O realizador ousou (e bem) em trans-formar a ‘Banheira’ numa terra fabulística, de gente puramente alegre por força da separação com o resto da sociedade (“the dry world”, como chama Hushpuppy). A tragédia que desola o local dá o impulso para a perso-

Realizador: Benh Zeitlin

Elenco: Quvenzhané Wal-lis, Dwight Henry, Levy

Easterly

Estreou em Portugal:14/02/2013

Nacionalidade: Americano

Pontuação: 4/5

DR

Um disco marcado pelo tempo, quando o tempo é a marca da banda que conta já 14 anos de vida. Os Coldfinger regres-sam com “The Seconds” e contá-los, a todos esses segundos que passaram nestes 14 anos, torna-se tarefa difícil.

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a abarrotar de conspirações contra o Imperador Cláudio.

5 - O Pai Mais horrível do Mundo de João Miguel Tavares - Esfera dos Livros. É, sim senhor, o pai mais horrível do mundo, mas é, também, o Pai mais Amoroso do Mundo.

PÁGINA 17 // 09.ABR.13 // ACADÉMICO

RUM BOXTOP RUM - 15 / 201312 ABRIL

1 YEAH YEAH YEAHS - Sacrilege

2 NICK CAVE & THE BAD SEEDSWe no who u r

3 DEOLINDA - Seja agora

4 LUÍSA SOBRAL - Mom says

5 FOXYGEN - No destruction

6 MIRALDO - The ancient days

7 TAME IMPALA - Elephant

8 DIABO NA CRUZ - Luzia

9 ALT-J - Breezeblocks

10 ORLANDO SANTOSFor real (electric mood)

11 PALMA VIOLETSBest of friends

12 RHYE - The fall

13 WHY? - Jonathan’s hope

14 ATOMS FOR PEACEBefore your very eyes

15 CALIFORNIA WIVES - Tokyo

16 CAT POWER - Ruin

17 DEPECHE MODE - Heaven

18 DJANGO DJANGOHail bop

19 RODRIGO LEÃOThe long run

20 ADAM GREEN & BINKI SHAPIROJust to make me feel good

POST-IT

15 abril > 19 abril

LONG WAY TO ALASKAAir

QUEENS OF THE STONE AGE My God Is The Sun

THE KNIFEA Tooth For An Eye

AbEL DUARTE

[email protected]

O compositor e guitarrista tuareg Omara “Bombino” Moctar é sem dúvida um homem de reconhecidos ta-lentos. Apesar da “sombra” provocada pelos aclamados da world music Tinariwen, conseguiu a proeza de ob-ter destaque internacional. Para tal, viajou até Nashvil-le, onde encontrou o estúdio de Dan Auerbach que se di-

ponibilizou também para a produção de “Nomad”, o seu novo disco. Oriundo dos ar-redores de Agadez no Niger, Bombino faz parte de uma tribo tuareg que se viu obri-gada a recorrer ao exílio por diversas vezes devido à luta travada com o governo em defesa dos deus direitos. Foi na adolescência e durante o exílio na Líbia e também na Argélia que aprendeu a to-car guitarra, depois de assis-tir repetidamente a vídeos

CD RUM

de Jimmy Hendrix e Mark Knopfler, disponibilizados pelos seus amigos. Traba-lhando regularmente como músico e também como pastor no deserto, perto de Tripoli, Bombino passou imensas horas sozinho a observar os animais e a pra-ticar guitarra. Depois de re-gressar definitivamente ao Niger, lançou em 2011 “Aga-dez”, o disco que despertou a atenção de diversos músi-cos, entre eles, Dan Auerba-

ch dos The Black Keys. Esta-va dado o grande passo para a sua carreira internacional, tornando-se assim um dos maiores embaixadores de

África. Vai andar em digres-são pelos Estados Unidos em Maio e em Agosto che-ga a Portugal para tocar no Festival Paredes de Coura.

AGENDA CULTURALBRAGA

MÚSICA

19 e 20 de AbrilXXIII FITV – Bracara Augusta- Festival Internacional de Tunas UnversitáriasTheatro Circo

EXPOSIÇÕESAté 12 de MaioFotografia – “Dear Stories”Museu da Imagem

12 de Abril a 15 de MaioExposição no âmbito dos 500 anos da Santa casa da MisericórdiaHelder de Carvalho – “Rostos e Pessoas”Casa dos Crivos

GUIMARÃESMÚSICATodas as quartas-feirasJAZZ4 – Escola de Jazz do PortoCafé concerto

19 de AbrilA JIGSAWCafé Concerto

DANÇA20 de Abril27 OSSOS – Tânia CarvalhoCCVF

FAMALICÃOTEATRO15, 16, 17 e 18 de AbrilV Mostra de Teatro Escolar de FamalicãoCasa das Artes

LEITURA EM DIAPara ouvir de segunda a sexta (9h30/14h30/17h45) na RUM ou em podcast: podcast.rum.pt Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier.

DR

bombino“nomad”

1 - A Garça de Giorgio Bassani - Quetzal. Um dos grandes romancistas italianos do séc.XX e a releitura do velho mito do caçador e a presa, neste caso a perseguição ideológica durante o fascismo italiano.

2 - O Colonialismo Nunca Existiu! de Gabriel Mithá Ribeiro - Gradiva. A “interpretação” pessoal da presença do homem branco em África/Moçambique tendo

como referenciais os autores clássicos da Sociologia.

3 - Metamorfose à Beira do Céu de Mathias Malzieu - Bertrand. O mito de Ícaro, o que desafio os Céus, e a queda trágica; apesar de tudo, um hino ao amor.

4 - O Pretoriano de Simon Scarrow - Saída de Emergência. A saga de Marco e Cato, heróis desprendidos, numa Roma

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PÁGINA 18 // 09.ABR.13 // ACADÉMICO

DESPORTO

da Universidade do Minho (UM) são apontadas como fa-voritas. Também é de esperar uma performance positiva da equipa de futsal femini-no, que no último torneio de apuramento venceu a cam-peã, Associação Académica

FILIPA SANTOS SOUSA

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No ano passado, a academia minhota serviu de palco à realização das Fases Finais dos Campeonatos Nacio-nais Universitários (CNU’s). Desta vez, o maior evento nacional de desporto no en-sino superior tem lugar nas cidades da Covilhã, Fundão e Belmonte, entre os dias 15 e 25 de abril, cabendo a res-ponsabilidade da organiza-ção à Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), sob a égi-de da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU). São esperados cerca de 2200 participantes, em representa-ção de 31 clubes, provenientes de todo o país. A Associação Académica da Universidade

do Minho (AAUM) vai, uma vez mais, marcar presença nas modalidades de: andebol (M); basquetebol (M/F); fute-bol (M); futsal (M/F); hóquei (M); rugby 7s (M) e voleibol (M/F). Após terem deixado uma boa imagem na fase de apura-mento, os atletas minhotos têm agora a possibilidade de alcançar o tão almejado ouro. As equipas de andebol, fut-sal e basquetebol masculino partem para esta competição com o intuito de renovarem os títulos conquistados. A prestação da formação de Gabriel Oliveira (treinador de andebol masculino) é envolvida por uma grande expectativa, uma vez que a AAUM não deixa escapar o campeonato há alguns anos. Já os jogadores de futsal têm os olhos postos no tetra. De entre o núcleo vencedor, a ta-refa dos atletas de basquete-bol apresenta-se como a mais difícil, dado o equilíbrio exis-tente entre os diversos opo-

campeonatos nacionais universitários arrancam na beira interior com “cheiro” a medalhas para o minho

nentes. No voleibol feminino, as possibilidades em conseguir--se um bom resultado são bastante plausíveis. Como as as atuais campeãs em tí-tulo se encontram afastadas da prova, as representantes

de Coimbra (AAC). Para além da vertente cole-tiva, a Beira Interior vai re-ceber ainda os campeonatos nacionais universitários de atletismo de estrada e o Tor-neio Nacional Universitário de Patinagem Artística.

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