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Página 11, 12 e 13 “Fico satisfeito pela valorização dada ao Provedor do Estudante” Está a crescer em Braga uma nova “GeNeRation” local Página 03 Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 172 / ANO 8 / SÉRIE 4 TERÇA-FEIRA, 2.OUT.12 academico.rum.pt facebook.com/jornal.academico twitter.com/jornalacademico Festival cultural num outono académico campus Página 05 Consideras ofensiva a praxe na Universidade do Minho inquérito Página 07 FUAP: Braga ao som da música tradicional cultura Página 08 O festival das músicas visuais regressa em duas cidades Página 16 semibreve António Paisana, em exclusivo ao ACADÉMICO

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Edição 1 do ano lectivo 2012/2013

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Page 1: ACADÉMICO 172

Página 11, 12 e 13

“Fico satisfeito pela valorização dada ao Provedor do Estudante”

Está a crescer em Braga uma nova “GeNeRation”

local

Página 03

Jornal Oficial da AAUMDIRECTOR: Vasco LeãoDISTRIBUIÇÃO GRATUITA172 / ANO 8 / SÉRIE 4TERÇA-FEIRA, 2.OUT.12

academico.rum.pt facebook.com/jornal.academicotwitter.com/jornalacademico

Festival cultural num outono académico

campus

Página 05

Consideras ofensiva a praxe na Universidade do Minho

inquérito

Página 07

FUAP: Braga ao som da música tradicional

cultura

Página 08

O festival das músicas visuais regressa em duas cidades

Página 16

semibreve

António Paisana, em exclusivo ao ACADÉMICO

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02.OU

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SEMIBREVEEstá aí a edição de 2012 deste fes-tival. Depois da edição do último ano, as expectativas estão bas-tante elevadas. Em vez de uma, juntam-se duas cidades para cele-brar um evento que se quer, uma vez mais, memorável.Este ano o cartaz está mais for-te, mais maduro e heterogéneo, parece-me. Mouse on Mars pro-metem ser o espelho dançável de um leque de artistas que subirão aos palcos. E olhem que a coisa promete! Apareçam!

Polémicas com a praxeRecorrente. Infelizmente volta--se a falar (demais) nas questões da praxe. Porquê tanto media-tismo? A praxe é um ritual que não acabou nem vai acabar na Universidade do Minho. Tem é de haver alguma contenção nas palavras e, essencialmente, de se deixar de birrices e de seguir cegamente conselhos de quem pouco ou nada fez pelos estu-dantes. Sim, porque são eles o porquê do existir de uma univer-sidade, caso não se lembrem!

FUAPProvou-se que em Braga há espa-ço para se fazer algo do género do Festival Universitário de Artes Performativas. Formou-se um conceito, inventou-se uma dispo-sição do espaço, juntaram-se pes-soas e instituições e o resultado foi um grande festival.O FUAP ganhou espaço na ci-dade e mostrou que pode, com as garantias necessárias, ser um evento que perdure no tempo e se torne um ícone na cidade de Braga.

NO PONTOEM ALTA EM BAIXO

FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // Terça-feira, 2 Outubro 2012 / N172 / Ano 8 / Série 4 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // Chefes de redacção: Cláudia fernandes e Rita Magalhães // REDACÇÃO: Adriana Couto, Alexandre Rocha, ana Pinheiro, Bárbara martins, Bruna Ribeiro, Bruno Fernandes, Catarina Moura, Catarina silva, Cátia Alves, Cátia Silva, Cláudia Fernandes, Daniel mota, Dinis Gomes, Filipa Barros, Filipa Sousa Santos, Isabel Ramos, José mateus pinheiro, Judite Rodrigues, Maura Teixeira, Miguel Araújo, Rita Magalhães e Vânia Barros // COLABORADORES: Elsa Moura e José Reis // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: [email protected] //TIRAGEM: 2000 exemplares // IMPRESSÃO: GráficaAmares // Depósito legal nº 341802/12

Page 3: ACADÉMICO 172

PÁGINA 03 // 02.OUT.12// ACADÉMICO

LOCALuma nova “GeNeRation”DANIEL VIEIRA DA SILVA

[email protected]

Vai chamar-se GeNeRation e será o novo palco da cidade de Braga. Pelo menos é as-sim que a Fundação Bracara Augusta, entidade respon-sável por Braga 2012: Capi-tal Europeia da Juventude quer que este espaço funcio-ne. Como um ponto de en-contro dos diversos estilos e correntes culturais que, a espaços, vão dando algum colorido especial à cidade onde a juventude necessitou de ser Capital para se liber-tar de algumas amarras. Do GeNeRation sabe-se que será um espaço que irá con-gregar várias áreas onde os jovens têm intervenção di-reta. Será um espaço onde, para além da cultura, se podem incluir novas ideias, novos projetos, novos ta-lentos que podem chegar de um dos maiores pólos dinamizadores da região, a Universidade do Minho. Aí, o empreendedorismo ganhará, uma vez mais, um novo fôlego, ao ajudar a alavancar alguns destes projetos. Durante todo o ano o parceiro institucional que agrupava tudo o que era empreendedorismo teve um denominador comum, o Ga-binete do empreendedor da Associação Académica da

Universidade do Minho, o Liftoff. Ainda assim, o Ge-NeRation irá apostar na Te-cMinho para fazer a “ponte” entre os estudantes e a cida-de e o Mundo.

Dos vasos à Torre de Babel

Quanto a outras ideias,

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adianta-se a inclusão de um auditório para 120 pessoas, onde a música e as artes performativas ganharão o seu espaço. Haverá também um parque para bicicletas no sentido de incentivar a mobilidade de pessoas do e para o centro da cidade. Sabe-se também que a fa-

um centro de arte contem-porâneo que irá nascer no topo de um edifício que está pensado, projetado, mas que não irá, pelo menos para já, ser contruído. Trata-se de uma espécie de “Torre de babel”, ao estilo da que edi-licamente se conhece que irá nascer no centro do Ge-NeRation e que irá abraçar estes projetos que os artistas irão criar nos seus atelieres nos pisos inferiores. Será uma montra do que de me-lhor e mais criativo se faz por Braga. Na base de todo este pen-samento criativo há, para já, uma cara visível. Ângela Ferreira. Esta jovem fotó-grafa será a coordenadora de todo o espaço e irá trabalhar “com uma equipa altamente qualificada” que procurará deixar os alicerces depois de um ano de preparação e montagem daquilo que será um dos edifícios mais emblemáticos da cidade de Braga. Para já sabe-se ainda muito pouco acerca de como tudo irá funcionar, mas a certeza é também que não estará pronto no final deste mês, como era previsto. As obras seguem num bom ritmo, mas teremos de esperar até perto do fim do ano para conhecer por dentro este espaço.

chada, que deixou de ser em betão para, simbolicamente, se abrir para o exterior, será agora constituída por vasos, muitos vasos. Serão 2012 e pintados e semeados por jovens das escolas do con-celho. Ainda assim, o destaque vai para a possível criação de

DR

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PÁGINA 04 // 02.OUT.12 // ACADÉMICO

CAMPUS

university fashion: glamour volta a invadir noite universitáriaBRUNA RIBEIRO

[email protected]

Com o início de mais um ano letivo, os estudantes da Universidade do Minho (UM) deparam-se com o começo de mais uma edi-ção do University Fashion. Na passada quarta-feira a discoteca Sardinha Biba en-cheu-se de glamour com o desfile de promoção e apre-sentação dos concorrentes selecionados no casting que se realizou em junho, no pólo de Azurém. Este evento organizado pela Associação Académi-

ca da Universidade do Mi-nho (AAUM) consiste num concurso de manequins masculinos e femininos que passam por um perí-odo de seleção de candi-datos até chegarem à gala final. Ao promover eventos como o University Fashion, a AAUM auxilia a integra-ção dos novos alunos, mas também ajuda os alunos que já frequentavam ante-riormente cursos como De-sign e Marketing de Moda, Ciências da Comunicação a porem em prática os conhe-cimentos já adquiridos. Associado pela primeira vez

desafios do segundo mandato de antónio paisana serão diferentesBÁRBARA MARTINS

[email protected]

Foi no salão nobre da reito-ria da Univesidade do Mi-nho (UM) que se assistiu, no passado dia 26, à recon-dução, para o segundo man-dato, de António Paisana como provedor do estudan-te.Nas palavras do reitor da UM, António Cunha, “a ins-tituição da figura do prove-dor do estudante afigura-se como extremamente positi-va no quadro do Ensino Su-perior Nacional e, portanto, devemos estar satisfeitos por isso”, realçando assim que esta personalidade “cumpre um papel impor-tante”, uma vez que promo-ve e resguarda os direitos e os interesses dos estudantes no âmbito da vida universi-

tária.Adicionalmente, o reitor da UM afirmou, num “mo-mento de alguma avaliação” dos cinco anos que pas-saram após ter sido posto em funcionamento o novo quadro legal que enquadra as instituições do Ensino Superior (onde a figura do provedor do estudante foi introduzida), que “foi bom” ter sido instituída esta figu-ra, apesar de naquela altura ter “levantado algumas re-servas” no grupo estudantil.Já António Paisana afirmou que os desafios para este se-gundo mandato “vão ser di-ferentes”, referindo que “as questões financeiras vão ser as primordiais”, mostrando--se assim bastante sensibi-lizado para os problemas económicos dos estudantes e, portanto, diz acreditar que o provedor do estudante deverá ter um “lugar de des-

taque” neste campo. No en-tanto, este órgão académico continuará a atuar nas suas áreas de trabalho já defini-das.O provedor do estudante, quando questionado acerca do problema da comunica-ção (assunto referido no seu relatório de 2009), afirma que o número de estudan-tes que vai ao seu gabinete

consideração o espaço e a hora a que começou o des-file, acho que a adesão foi boa e não demorou muito até termos um público mais completo”, acrescentou a apresentadora. O segundo casting irá reali-zar-se no Bar Académico de Guimarães, sendo esta divi-são entre o campus de Gual-tar e o campus de Azurém uma preocupação da orga-nização. “Os alunos do pólo de Azurém podem partici-par/assistir sem quaisquer problemas de deslocação”, anunciou a organização do University Fashion.

no curso de Ciências da Co-municação, “foi uma noite bem passada”. “O público presente superou as minhas expectativas, pois tendo em

está a aumentar, embora em Guimarães “as coisas precisem de uns pequenos ajustes”, com o objetivo de aproximar mais os estudan-tes do apoio do provedor. Assim, o provedor acredita que é fundamental provar que consegue resolver os problemas da comunida-de estudantil para que os estudantes não deixem de

recorrer à sua ajuda e para que muitos outros evoquem o seu auxílio, sempre que carecerem deste.Por fim, é de salientar o “ca-rinho que os estudantes têm pelo provedor do estudante” que mostrou estar sempre disponível para ajudar em qualquer questão académica todos os alunos da famosa Universidade do Minho.

a um projeto conjunto entre a Capital Europeia da Cultu-ra e o curso de Design e Ma-rketing de Moda, o Univer-sity Fashion pretende uma “maior visibilidade fora da comunidade académica”, explicou a organização do evento que acrescentou ain-da que, “a gala final encon-tra-se programada para o Instituto de Design em Gui-marães”. O primeiro desfile ocor-reu na discoteca Sardinha Biba e, segundo uma das apresentadoras do evento, Mariana Santos, estudante

Dicas/Nuno GonçalvesCerimónia decorreu no Salão Nobre da reitoria

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CAMPUSPÁGINA 05 // 02.OUT.12 // ACADÉMICO

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festival cultural num outono académicoCATARINA SOUSA DA SILVA

[email protected]

A assinalar o início de mais um ano académico, o Festi-val de outono 2012 preten-de dar a conhecer aos mais recentes alunos da Univer-sidade do Minho (UM) a oferta cultural disponível nas cidades de Braga e Gui-marães. Nos dias 11, 12 e 13 de outubro, toda a academia e público em geral pode par-ticipar gratuitamente nas visitas guiadas e workshops proporcionados pelo evento. Organizado pelo Conselho Cultural da UM, em cola-boração com a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), o Festi-val de outono pretende ape-lar à dinamização cultural junto da academia. Durante três dias, e segundo nota de imprensa, o festival procu-ra apresentar o património cultural e artístico da Uni-versidade, ao mesmo tempo que dá a conhecer a histó-ria e cultura das cidades de Braga e Guimarães, em par-ticular aos novos alunos da Universidade do Minho.A fotografia, a música, o teatro, a literatura e a poe-sia constituem alguma da oferta cultural adotada pelo festival. O evento procura revelar a dinâmica das duas cidades e da tradição aca-démica minhota através de concertos ou até de exposi-ções, como é o caso do re-cital Ekfhrasis apresentado pelo ‘Sindicato da Poesia’ ou da exposição de fotografia

dedicada à China, com orga-nização do Instituto de Con-fúcio da academia minhota.O Festival de outono pro-curará também divulgar a produção científica da Uni-versidade e, para isso, vai realizar uma Feira do Livro Académico, nos claustros do Largo do Paço. Segundo a organização, o que se pretende é “dar a dimensão de ‘festa’ a este evento”, que conta com a co-laboração de vários agentes culturais de Braga e Gui-marães. Este ano, as visitas guiadas em Braga passarão pelo centro histórico, pelo Arquivo Distrital de Bra-ga ou mesmo pelo Museu Nogueira da Silva. Já em Guimarães, o público terá a oportunidade de visitar o coração da cidade berço, assistindo a alguns teatros, mas as visitas também pas-sarão por museus e pela biblioteca. Relativamente aos workshops, desde a lo-mografia à escrita criativa, as oficinas que surgem no programa incluem ainda uma formação sobre o cor-po do ator. O programa tem a particu-laridade de ser de acesso completamente gratuito. Os interessados em parti-cipar nas visitas guiadas e/ou workshops devem preen-cher a ficha de inscrição.As inscrições encerram a 8 de outubro e as atividades têm limite de número de participantes, os quais são registados por ordem de chegada.

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CAMPUSPÁGINA 06 // 02.OUT.12 // ACADÉMICO

DINIS gOMES

[email protected]

Aluno da Universidade do Minho em ERASMUS embruxelas, Bélgica

26 de outubro de 2012: faz hoje duas semanas que vivo na capital da Bélgica, Bruxe-las. Da pequeníssima fração do que vi e reti do que Bru-xelas é, chegar a um con-senso sobre que esta cidade representa é um exercício impossível, que está sujeito ao que acontece às primei-ras impressões: normal-mente saem muito, muito desfocadas. Aqui ficam al-gumas palavras sobre o que mais me chamou a atenção. Numa cidade em que a lu-

minosidade é escassa, o dia começa madrugador. Daí a sensação, que, por quanto mais cedo acordes, sentes uma desconfortável sensa-ção que já perdeste a corri-da. Outro ponto forte a reter, a multiculturalidade, com várias etnias e línguas a passearem-se um pouco por todos os cantos de Bruxe-las. Todos querem suceder em Bruxelas e usufruir de uma das mais estáveis eco-nomias europeias. É, tam-bém por isso, uma cidade de crescimento profissional.O facto de instituições, como a União Europeia e a NATO, terem aqui os seus headquarters impli-ca uma grande quantidade de pessoal administrativo e um considerável número

de empresas que prestam os mais variados serviços (desde análises especializa-das sobre os mais variados assuntos, até empresas que se encarregam do controver-so lobying) a estas institui-ções, que, para quem, como

eu, não tinha a real noção da quantidade de pessoas e serviços que trabalham di-reta ou indiretamente para estas, é uma surpresa. O peso político é, assim, outro dos marcos da cidade. Muitas mais coisas ficaram

por dizer e muitas mais ficam por conhecer, mas estas foram as minhas pri-meiras impressões. A pró-xima descoberta já foi de-finida: conhecer a já muito elogiada rede de museus que Bruxelas dispõe.

CRÓNICA ERASMUS: as primeiras impressões

flower power dá mote ao jantar do caloiroCLAÚDIA FERNANDES

[email protected]

A edição deste ano do Jantar do Caloiro, que se realiza nesta quarta-feira, pelas 22 horas, vai ser subordinada ao tema do “Flower Power”. A cantina do campus de Gualtar volta a receber uma das mais antigas tradições académicas que é organi-zada pela Gatuna - Tuna Feminina da Universidade do Minho. A opção por este tema prende-se, de acordo com a organização, com a vontade de “despertar um espírito frenético e natural”. “Decidimos dar um tema este ano, para tornar a coisa não só mais divertida, mas

também mais dinâmica. Flower Power é uma coisa

uma noite em que os novos alunos poderão “conhecer de perto os variados grupos culturais” da academia mi-nhota e ainda integrar-se e conviver, recordando que, afinal, este é “o único jantar que conta com a presença de todos os cursos da academia minhota”. À semelhança do que vem acontecendo nos últimos anos, a organização espera uma “grande adesão” por parte dos caloiros e garante que estes irão ser brindados com algumas surpresas no decorrer da noite. Os alunos interessados e que não tenham adquirido o bilhete, podem ainda fazê--lo no Gabinete de Apoio ao Aluno. O ingresso tem o custo de 7,50 euros.

Teresa Carneiro, da Gatuna. Segundo a Gatuna, esta é

que toda a gente conhece e adere facilmente”, explica

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CAMPUSPÁGINA 07 // 02.OUT.12 // ACADÉMICO

INQUÉRITOEstudante da Universida-de do Minho pelo segundo ano, Raul Ponte afirma que não pode generalizar e di-zer que considera a praxe uma atividade ofensiva, na medida em que não conhe-ce todas as formas que as-sume. No entanto defende que, por existirem abusos, se deveriam adotar novas estratégias de integração, ca-pazes de agradar um maior número de alunos e de sa-tisfazer por completo e de forma íntegra, o desejo de inclusão que os estudantes do primeiro ano têm. ”Há situações completamente desnecessárias, assim como há situações a que dá gosto assistir, mas isto depende sempre do bom senso de cada praxista. A partir do momento em que há um exagero a praxe perde o sentido e o melhor é aban-donar”, comenta. Apesar de admitir que a sua experiên-cia não foi a melhor, reco-nhece que há uma necessi-dade de integrar os alunos e que, desde que bem gerida, a praxe faz sentido e pode ser benéfica para os alunos que chegam à universidade.

“Fui respeitada no meu ano de caloira e aceitei todas as atividades que me foram propostas precisamente por não sentir que nenhuma de-las afetasse a minha integri-dade. A minha experiência pessoal deixa-me acreditar que a praxe na universida-de não é, de todo, ofensiva”, sublinha a futura profes-sora primária. Começou a praxar no início deste ano e afirma que se preocupa em assegurar o bem estar dos novos estudantes. “A praxe é importante por ter uma componente de diversão e brincadeira que se conjuga com a parte mais séria de ajudar os novos colegas a conhecer a universidade, o curso e a vida académica no geral”, diz. Compreende a preocupação da reitoria mas considera excessivo o zelo que se tem verificado. “Os seguranças mostraram-se bastante inflexíveis e ativi-dades sem qualquer male-ficência foram reprimidas. Compreendo que a reitoria queira evitar excessos na praxe, mas não é a cometer os seus próprios excessos que o vai conseguir “, acres-centa.

A praxe ajudou muito na integração da estudante no seu ano de caloira, motivo pelo qual a defende e a livra do adjetivo “ofensiva”. Reco-nhece que pode haver pes-soas mal formadas dentro da comunidade praxística, que comprometam o bom nome da academia com ati-tudes menos louváveis, mas garante que nunca presen-ciou situações desagradá-veis, nem enquanto caloira, nem enquanto “doutora”. Percebe que a praxe dentro do campus possa dificultar o bom funcionamento da universidade mas não com-preende o “exagero” de ação e vigilância dos seguranças e acha que o reitor não está a lidar com os estudantes da melhor forma. “As ativi-dades que se desenvolvem à minha volta são criadas com o intuito único de fazer com que os novos alunos se divirtam e interajam uns com os outros e connosco, que somos mais velhos e já passamos por tudo o que eles estão a passar nesta nova fase. Ajudá-los é o nos-so dever” salienta a aluna da vertente de jornalismo.

“Não se pode generalizar quando se fala em praxe ofensiva, há de tudo. Razão pela qual pagam os justos pelos pecadores”. João foi praxado mas acabou por desistir a umas semanas do fim. A experiência que viveu fê-lo criar uma página no facebook - “Praxe e Anti--praxe”- onde se partilham informações e opiniões pró, contra ou alternativas às praxes, com o intuito de aju-dar a formar opiniões fun-damentadas. Admite o lado de integração da praxe mas frisa que qualquer atividade que junte gente que não se conhece é, potencialmente, integradora. “No estrangei-ro organizam uma Welco-me Week, que é para mim uma forma mais eficaz de integração. Sugiro uma pesquisa pelo Youtube!”, acrescenta. Concorda que a reitoria tome uma posição relativa às praxes e cumpra o seu dever de defender os valores da universidade mas vê uma “perseguição” aos trajados desnecessária. “Não basta proibir, é preciso formar civicamente os estu-dantes e criar alternativas”, conclui.

CRISTIANA lEITE3º ANO//

EDUCAçãO BÁSICA

MARTA SOARES3º ANO//

CIêNCIAS DA COMUNICAçãO

jOãO FÉlIx VIEIRA3º ANO //

OPTOMETRIA

ISABEL RAMOS

[email protected]

A controvérsia ligada à praxe acompanhou o começo do ano letivo de 2012/2013. Os estudantes sustentam as suas posições e ousam no momento de defender ou criticar a atividade praxistica e a postura da reitoria da Universidade do Minho. Na semana do acolhimento muitos estudantes trajados esperaram pela chegada dos “caloiros” para uma primeira abordagem aos recém- chegados. A posição do reitor, António Cunha, é conhecida há cerca de um ano e voltou a fazer-se sentir logo na semana das matrículas através da ação dos seguranças da academia minhota, que proibiram grande parte das praxes que ocorriam dentro da universidade.

Numa primeira manifestação de desagrado para com o zelo que se sentiu, os alunos trajados que estiveram na cerimónia de boas- vindas do reitor, saíram do pavilhão no momento em que António Cunha subia ao púlpito. A questão levanta-se: Consideras a praxe ofensiva na Universidade do Minho?

RAUl PONTE2º ANO//

ENGENHARIA MATERIAIS

Consideras ofensiva a praxe na UM?

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CAMPUSPÁGINA 08 // 02.OUT.12 // ACADÉMICO

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braga ao som da música tradicional

ADRIANA COUTO

[email protected]

Rádio Universitária do Mi-nho, Associação Académica da Universidade do Minho, Associação Recreativa e Cultural da Universidade do Minho , em parceria com Braga 2012: Capital Euro-peia da Juventude desenvol-

veram a primeira edição do FUAP – Festival Universitá-rio de Artes Performativas, que durante três dias levou ao Parque da Ponte inúme-ros concertos, workshops de dança, teatro, oficinas de jazz, de escultura, de dese-nho, que decorreram ao lon-go do dia. Segundo Mariana Marques, membro dos Bomboémia, um dos grupos de percus-são da Universidade do Mi-

nho, e parte da organização, o “festival foi pensado não só para os alunos da Univer-sidade do Minho mas para um público em geral.” Na verdade, o Parque da Ponte encheu-se tanto de jovens como de um público mais velho, demonstrando que o FUAP é um festival para todas as idades e gos-tos, provando que a músi-ca tradicional portuguesa continua em voga para

animar os mais determina-dos eventos culturais. Para Tiago Soares, do grupo Pé na Terra, “Cada vez exis-tem mais grupos como os iPUM,Bomboémia, que le-vam a que os jovens entrem cada vez mais em contacto com as raízes da nossa mú-sica tradicional.” Da mesma opinião é Joana Margaça, vocalista dos conhecidos UxuKalhus que acabariam por ser considerados, por parte do público, o melhor concerto do festival: “É bom alguém gostar de vários estilos de música, não se devem cingir a um único estilo. A música é universal e este estilo, em particular,

fala um pouco da nossa his-tória. Fala das nossas raízes e, às vezes, as pessoas que vivem nos meios urbanos não estão tão em contacto com ela.”Uma das surpresas do fes-tival acabaria por ser o es-petáculo dos Pauliteiros de Miranda do Orfeão do Por-to, que encheu o anfiteatro natural não só de aplausos como de muitas gargalha-das. Com um balanço positivo, a organização promete uma nova edição para o próximo ano. “É o primeiro, é dife-rente mas valeu a pena.”, disse, satisfeita, Mariana Marques.

Durante três dias, de 27 a 29 de setembro, o FUAP – Festival Internacional de Artes Performativas trouxe a Braga algu-mas das melhores bandas de música tradicional portuguesa da atualidade, o que levou a uma verdadeira enchente no Parque da Ponte.

WAPA

WAPA

Casa cheia no Parque da Ponte

Bandas satisfeitas com a organização do FUAP

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mercado online de livros usados como alternativa à crise

CLAÚDIA FERNANDES

[email protected]

O jornal Expresso e a Pré-build estão a oferecer 30 bolsas a novos alunos dos cursos de Design, Marke-ting, Gestão Industrial e Engenharia de Metais, ao abrigo da iniciativa Que-ro Estudar Melhor (QEM). Quase todas as instituições de ensino superior estarão incluídas na oferta das bol-sas, podendo essa listagem ser consultada na página online do projeto. Estas bol-sas terão a duração de seis semestres, tendo apenas o aluno que mostrar aprovei-tamento em todas as disci-

plinas, todos os anos. A QEM pretende premiar o esforço e dedicação dos alu-nos com melhor desempe-nho do ensino secundário, assegurando-lhes todas as condições financeiras para prosseguirem os estudos. “Num momento de crise

financeira e de indefinição sobre o futuro, o Expresso quis reforçar a importância dos estudos superiores e assegurar que os melhores alunos não deixariam de seguir para a universidade”, explica o diretor editorial da Impresa Publishing, Mar-

CÁTIA SILVA

[email protected]

Dois estudantes universi-tários criaram, no passado dia 19 de setembro, o Livros escolares & universitários usados (LEUU), o novo mer-cado online de livros usa-dos. Numa altura em que o país vive um momento de contenções e “reciclagem”, a ideia de Gonçalo Piriquito e Sebastião da Cunha está a ser bem recebida entre os alunos. Com poucos dias de existência, o site já conta

com mais de 200 visitas e pelo menos 46 títulos dis-poníveis, segundo a agência Lusa. “O mercado do livro em se-gunda mão era praticamen-te inexistente e há livros que são apenas usados durante um semestre e dada a situ-ação atual de contingência económica, pensamos em criar uma plataforma para compra e venda de livros universitários que alar-gámos a outros graus do ensino e também a livros diversos”, afirmou Gonçalo

Piriquito à Lusa. Carla Pereira aluna de Di-reito na Universidade do Minho, afirma gastar bas-tante dinheiro em livros. Apesar de ainda desconhe-cer a plataforma, diz que “é uma forma de ter sempre os livros originais e a um preço mais acessível, e para quem os vende é uma boa forma de recuperar parte do inves-timento”. A plataforma é de fácil aces-so e de busca rápida por estar dividida em várias categorias, quer em cursos,

quer pelas disciplinas do ensino obrigatório que aqui também são apresentadas. Os anúncios contêm infor-mação acerca do estado do livro, método de envio, pre-ço predefinido, cidade onde vive o morador e alguns fo-tografia do respetivo livro. Os preços acessíveis foram o cenário imaginado por estes alunos ao criarem este lugar. “Aumentar as hipóte-ses de venda e de encontrar o livro pretendido de forma a poder gerar receita para o vendedor que beneficiará

desse valor para comprar fu-turos livros a menor custo”, rematou Gonçalo Piriquito. O site requer inscrição para comprar ou vender livros, e cada anúncio tem o custo de um euro e a validade de um ano. Este valor simbólico é usado para a manutenção do portal.

bolsas premeiam o empenho em tempos de crisetim Avilles Figueiredo.Os candidatos deverão ter nacionalidade portuguesa e não completarem mais de 18 anos até ao final do ano de 2012. Outro dos requisi-tos é que os alunos deverão ter frequentado o 12º ano este ano, não tendo repro-vado nenhuma vez durante o ensino secundário. Além disso, a nota mínima de candidatura para qualquer dos cursos é de 14 valores. O processo de escolha divi-de-se em três partes: a pri-meira fase, que corresponde à submissão e avaliação de candidaturas, terminando a 5 de outubro; a II Fase, até dia 19 de outubro, consiste

em provas de avaliação psi-cológica; e por último, a ava-liação de relatórios dos can-didatos pelo júri, que será composto por administra-dores das empresas promo-toras do projeto: João Gama Leão, Francisco Maria Bal-semão e Roberto Carneiro. As candidaturas deverão ser submetidas online (www.queroestudarmelhor.com) até ao dia 5 de outubro. Os resultados serão conhecidos num evento público a anun-ciar pela EGOR – parceira para a assessoria deste pro-jeto – a realizar no próximo mesmo de novembro, dois meses após o arranque do ano letivo.

UNIVERSITÁRIO

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demoraram um pouco mais do que o que é normal, au-mentando, assim, a média do segundo ano. Um ou-tro indicador que também reflete um pouco o tipo de trabalho que se fez na prove-doria, é a mediação e o acon-selhamento, já que 80% dos casos envolveram trabalho mais demorado para acom-

dades que os estudantes ti-nham era a morosidade dos processos, quer nas próprias direções de curso, quer nos serviços académicos. No primeiro ano, a média de resolução de cada pedido foi de 15 dias, no segundo ano aumentou para 21 dias. Este acréscimo de 6 dias deve-se a dois casos excecionais que

ENTREVISTA

RITA MAgALHÃES

[email protected]

Enquanto Provedor do Estu-dante, qual é o balanço que faz dos dois últimos anos?

Julgo que é importante fa-zer um balanço em termos pessoais e em termos pro-

fissionais. No que diz res-peito ao lado pessoal, é com grande agrado que afirmo que satisfizemos 2/3 dos pedidos requeridos pelos alunos e que esclarecemos dúvidas e questões dos res-tantes estudantes que não viram os seus pedidos sa-tisfeitos como desejavam. No que se refere ao posto

de Provedor do Estudan-te, é importante salientar que em 40% dos casos as decisões foram adaptadas e 25% foram alteradas re-lativamente aos despachos e às decisões originais. Por outro lado, é importante destacar a questão do tempo médio de resolução dos ca-sos, porque uma das dificul-

PÁGINA 11 // 02.OUT.12 //ACADÉMICO

António Paisana foi reconduzido no cargo de Provedor do Estudante da UM

ANTÓNIO PAISANA

“Fico satisfeito pela valorização dada ao Provedor do Estudante”

António Paisana foi reconduzido na passada quarta-feira, como Provedor do Estudante da Universidade do Minho, no salão nobre da reitoria. Em entrevista ao ACADÉMICO, o professor fez um balanço dos últimos

dois anos como Provedor do Estudante, falou das suas funções e expôs alguns receios relacionados, maiori-tariamente, com a crise financeira que se vive em Portugal.

Daniel Vieira da Silva

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ENTREVISTAPÁGINA 11 // 02.OUT.12 // ACADÉMICO

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dor do Estudante se encon-tra no Campus de Gualtar, em Braga. No entanto, vai ser sempre o resultado da atividade do provedor que determina a popularidade e consolidação do mesmo en-tre os estudantes. O “passa a palavra” continua a ser uma importante forma de comu-nicação e divulgação, no que diz respeito à promoção in-terna.

A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) é, também, um órgão representativo dos estudantes da academia mi-nhota. Qual a importância da relação da AAUM com o Provedor do Estudante?

Inicialmente, havia algum ceticismo sobre essa rela-ção, também por parte de alguns dirigentes associa-tivos, que se questionavam sobre o papel do Provedor do Estudante, dado que a Associação Académica era já um órgão que visa-va promover e defender os interesses dos estudantes.

António Paisana sempre teve uma relação próxima dos estudantes

panhamento, marcação de reuniões, entre outras ações de mediação. Assim sendo, de um modo geral, o balan-ço é bastante positivo.

No que diz respeito à sua função, que tipo de casos lhe chega às mãos?

Os casos que são apresenta-dos são tão difusos e sobre tanta coisa que, por vezes, questiono-me se os alunos saberão quais são as mi-nhas funções. Por exemplo, houve um aumento muito grande dos pedidos de in-formação, porque, provavel-mente, é mais simples, en-quanto o aluno está no web site da Universidade do Mi-nho, ir ao link da página do Provedor do Estudante do que ir procurar no próprio site a resposta de que preci-sa. Por outro lado, há uma parte dos estudantes que já compreende que os casos só passam pela provedoria em última instância, ou seja, quando um processo já per-correu todos os canais que seria suposto ter percorrido. Aí sim chega ao provedor.

Sendo que há uma varie-dade tão grande de casos, quais são os processos mais difíceis de resolver?

Eu diria que as questões mais complexas de resolver são os casos que envolvem a avaliação da aprendizagem dos alunos, principalmen-te sobre critérios de ava-liação, porque há alguma subjetividade neste ponto. É igualmente difícil lidar com processos relacionados com a orientação de teses e dissertações, essencialmen-te porque estamos a falar de desentendimentos entre pessoas e, precisamente, por se tratarem pessoas é mais complexo resolver este tipo de casos.

De que forma é que a prove-doria pensa em chegar mais perto dos estudantes?

De entre as várias campa-nhas que estão previstas, é importante a promoção deste cargo no Campus de Azurém, em Guimarães, já que o Gabinete do Prove-

A experiência destes dois anos veio mostrar que há espaço para a existência dos dois órgãos. Nos primeiros meses, a AAUM recebia al-guns casos de estudantes que passavam para mim e, ao longo do processo, eu fui informando a AAUM do seu desenvolvimento. Criou-se este elemento de confiança que fez com que a relação entre a provedoria e a AAUM se tornasse muito boa e se complementasse, no sentido em se os alunos forem pedir ajuda à AAUM ou vieram aqui ao Gabinete da provedoria, em ambos os lados receberão o acompa-nhamento necessário para a resolução das suas questões.

Como é que vê as palavras do Reitor da Universidade do Minho e do Presidente do Conselho Geral na ceri-mónia de recondução, que mostraram grande satisfa-ção pelo seu trabalho e de-positaram total confiança em si e nas suas funções?

Claro que me sinto recon-

fortado por essas palavras, mas o dia foi bom para o cargo em si, não só a pessoa. Aquilo que realmente me deixou satisfeito foi a valori-zação que a Universidade do Minho deu ao posto ao pro-mover esta cerimónia de to-mada de posse e dar oportu-nidade ao Provedor de fazer o balanço da sua atividade nos últimos dois anos.

Está, com certeza, a par do panorama nacional relati-vamente aos provedores de outras instituições do ensi-no superior. Até que ponto é importante a comunicação entre os provedores e a troca de impressões sobre deter-minados assuntos?

No ano passado, realizou-se o primeiro Encontro Nacio-nal de Provedores do Estu-dante e foi a primeira vez que nos conhecemos. No próximo dia 12 de Outubro, vai haver o segundo encon-tro em Bragança. Julgo que tem havido um esforço des-se movimento para agregar estatísticas, para se tentar

Dan

iel Vieira da Silva

Daniel Vieira da Silva

Provedor do Estudante em entrevista exclusiva ao ACADÉMICO

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de serviços à comunidade. No que diz respeito ao ensi-no e ao contacto com os alu-nos pouco mudou porque é uma parte da qual eu gosto muito e mantive este lado de professor. Se calhar, sinto mais falta da área da investi-gação, de me poder dedicar às minhas áreas de especia-lização, apesar de na prove-doria também haver espaço para alguma investigação e que eu considero bastante importante. Por outro lado, o meu cargo não me tem impedido de me envolver em serviços prestados à co-munidade e, como tal, con-tinuo envolvido em alguns projetos. Acredito que não deixei nada para trás, conse-gui equilibrar os dois cargos de professor e de provedor.

Desde a primeira semana de matrículas que a reitoria reafirmou a proibição de qualquer atividade de praxe dentro dos Campus da Uni-versidade do Minho. Qual é a sua opinião em relação a este assunto?

Relativamente às praxes reconheço, que no que diz respeito à integração dos novos alunos, é bastante importante. Esse grupo de

perceber o que se está a pas-sar nas provedorias, a nível nacional. De uma forma ge-ral, o número de casos que tem aparecido na Univer-sidade do Minho coincide com a média nacional. É de salientar que permanecem ainda algumas dúvidas rela-tivamente ao papel do prove-dor e à necessidade da exis-tência de um cargo como este, assuntos que são dis-cutidos durante os encon-tros nacionais. Durante o primeiro encontro e apesar de ainda não haver muitos números para analisar, foi

comum a uma grande par-te dos provedores presentes que os maiores problemas levantados se relacionam com questões dos serviços académicos.

Para assumir este cargo, pôs de lado a sua carreira no ensino, enquanto professor. Este projeto complementa--o ou foi, realmente difícil abandonar o seu posto de professor?

A carreira de professor in-clui várias áreas, o ensino, a investigação e a prestação

estudantes que acompanha os alunos do primeiro ano desenvolve um trabalho, nesse contexto, de mérito, pois ajudam os novos estu-dantes a encontrar soluções mais rápidas para os proble-mas que têm. Por exemplo no que se refere às infraes-truturas, acompanhar os alunos às salas de aulas, mostrar onde são os servi-ços dentro e fora do campus e também a nível académi-co, há alunos que são uma grande ajuda para os recém--chegados com mais dificul-dades nesta ou naquela dis-ciplina. Do outro lado estão algumas atividades difíceis de aceitar, nomeadamente, todas as manifestações e pressões físicas e psicológi-cas que eu, pessoalmente, não reconheço como uma parte integrante dos novos alunos.

Considera que essa parte menos boa da praxe deixou de ser exceção para passar a ser uma regra?

Não, o que acho é que essa questão passou a estar em cima da mesa e a ser a par-te que importa analisar. A integração passou a ser olhada pela parte negativa

e não pelas vantagens que referi anteriormente. Por exemplo, professores do es-trangeiro que vêm muitas vezes à Universidade do Minho, quando entram no campus têm que presenciar algumas atividades e, nessa altura, questionam-se sobre a utilidade e o porquê da-quilo estar a acontecer. São exemplos que mostram que, infelizmente, a parte má da praxe está a “abafar” as coi-sas boas que poderiam advir deste tipo de atividade.

Quais os desafios que se colocam para os próximos anos, enquanto provedor do Estudante?

Julgo que as questões finan-ceiras, nomeadamente, re-lacionadas com as propinas e com as bolsas vão ser, de facto, assuntos que vão au-mentar em termos de pro-cura de ajuda por parte da provedoria. No entanto, en-quanto estivermos a falar de pessoas vai haver com cer-teza as questões de relacio-namento entre as mesmas na instituição, no âmbito de casos relacionados com a avaliação e com questões pedagógicas.

Provedor faz a ponte entre estudantes e estruturas académicas

Daniel Vieira da Silva

ENTREVISTAPÁGINA 13 // 02.OUT.12 //ACADÉMICO

bolsas? Em termos de critérios de ação, o sistema é altamen-te inflexível, porque se há alterações financeiras sú-bitas e inesperadas na vida do estudante, causadas pelo desemprego ou pela dimi-nuição dos rendimentos dos funcionários públicos, a meio de um ano civil, por exemplo, o aluno que esta-va, provavelmente, na expe-tativa de ter alguns apoios familiares, deixou de os ter e é aqui que há uma grande rigidez do sistema na aju-da a esses estudantes num período de maior dificulda-de. Estas alterações súbitas estão, de facto, para alguns casos, previstas na lei mas

O Provedor do Estudante falou também sobre as difi-culdades vividas pelos alunos para aguentarem as despesas inerentes a um curso no en-sino superior. Um fundo de emergência para os alunos bolseiros é uma das sugestões de António Paisana.

A área da Ação Social repre-senta, nos dias de hoje, um alvo de grande desconten-tamento por parte dos alu-nos. De que forma é que o Provedor do Estudante pode intervir e melhorar esta in-satisfação dos estudantes?Neste tópico da Ação Social a provedoria não pode fazer muita coisa. Existe um re-gulamento de atribuição de

bolsas por parte da Ação So-cial que é similar em todas as instituições de ensino superior do país. O efeito dessa nova regulamentação em cada universidade é que é, seguramente, distinto. A Universidade do Minho, que é uma instituição inserida numa zona do país onde os problemas económicos se têm vindo a agravar mais do que noutras regiões, é uma das universidades com maior número de alunos bolseiros daí também ser um problema difícil de tra-tar e resolver, comparativa-mente com outros casos.

Concorda com o sistema im-plementado na atribuição de

a sua ação não é suficiente-mente rápida e eficaz, tendo o estudante que esperar, em princípio, até ao ano letivo seguinte para beneficiar desses ajustes. Referi na tomada de posse que as bolsas de emergência parecem-me que podem vir a ser uma ajuda valiosa para muitos desses alunos. Por exemplo, se o estudante não consegue pagar a conta da água ou da luz naquele mês, o ideal seria haver um siste-ma que permitisse, pontual-mente, mediante a apresen-tação das faturas, ajudar o aluno a pagar essas mesmas contas. Isto é só um exem-plo que poderia funcionar também nas propinas que o estudante não conseguis-se pagar ou no material de estudo, incentivando o alu-no a não desistir do ensino superior por ter ficado sem uma parte dos rendimentos que ajudavam a pagar o seu curso. Se não houver espaço para este tipo medidas, então

conclui-se que o sistema tornou-se elitista e já não haverá alunos com a neces-sidade desses apoios, o que também é bastante grave.

Há alguma coisa já pensada para proveniência do dinhei-ro para este fundo de emer-gência de que falou?Eu penso que o esforço deve ter uma componente pú-blica, mas também deveria ser procurada aqui alguma participação privada porque todos nos devemos preocu-par com o futuro e não só o público. Sinceramente, não sei se isso é possível, mas no fundo estamos a gerar recursos que o setor priva-do também vai utilizar no futuro, por isso, pode haver uma consciencialização que poderá ser desenvolvida a esse nível.Esta é uma ideia nova que precisa de ser pensada, al-guém terá que pegar nela, caso queira aceitá-la, e ope-racionaliza-la da melhor forma.

“As bolsas de emergência po-dem vir a ser uma ajuda valiosa para muitos alunos”

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TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

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JUDITE RODRIgUES

[email protected]

Google ao serviço da proteção familiar

A Google acaba de lançar, na internet, uma nova página que permite aos pais aprenderem a preservar a segurança dos seus filhos enquanto estes navegam na internet. Este projeto de grande im-portância, chamado de Centro de Segurança Familiar, já se en-contra online e conta com a par-ticipação da Polícia judiciária. Este surge como uma forma,

não só protetora, mas pretende ainda levar as pessoas a torna-rem-se mais vigilantes quanto ao seu comportamento online.

Portugal ‘online’ acima da mé-dia mundial

Segundo um estudo da ONU, os portugueses apresentam uma média superior a todo o Mundo no que diz respeito à percentagem de cidadãos que utiliza a internet.Com cerca de 55,3%, Portugal ocupa o 50º lugar no ranking mundial. O mesmo não se pode dizer de Timor, último país nesta tabela, com cerca de 0,9%. já a Islândia é a pioneira

desta ‘guerra online’ com uma percentagem de 95%. Contudo, e de acordo com os Objetivos do Milénio para o Desenvolvim-ento (OMD), o número de pes-soas ligadas à internet (20,5%) encontra-se aquém das per-spetivas estipuladas para 2015 (40%).Este estudo pretende mostrar a máxima importância da banda larga e das telecomu-nicações hoje em dia e que le-vam a uma mudança radical na vida do ser humano.

Google Maps lança imagens subaquáticas

A Google Maps, serviço que per-mite pesquisar e visualizar ima-

gens e mapas de todo o planeta, possibilita, atualmente, a visual-ização de imagens subaquáti-cas, entre elas de ecossistemas marinhos, captadas através de equipamento próprio para esse fim (SVII), com a possibilidade de visualização panorâmica de 360 graus. Estas imagens sur-gem fruto de uma parceria com a empresa norte-americana Cat-lin Seaview Survey.

Uma nova descoberta no pla-neta marciano

O robô Curiosity, enviado pela NASA a Marte, descobriu, a 22 de setembro, um rochedo com a forma de pirâmide (40x25

centímetros). Esta, considerada de reduzido valor geológico pelos engen-heiros da NASA, apesar de ai-nda não terem saído resultados, serviu sobretudo para testar os instrumentos do robô e todas as capacidades, tanto captação da composição química como captação fotográfica, tornando as imagens mais nítidas. Concluindo, os cientistas acr-editam que este rochedo é de composição natural e que o seu formato é resultado da erosão provocada pelo vento. Esta pedra recebeu o nome de jake Matijevic, colaborador no-tável no projeto robótico que ac-abou por morrer pouco depois de Curiosity aterrar em Marte.

twittadas

muito direccionados à área da saúde. O nosso ambiente foi, desde muito cedo ligado à in-vestigação e desenvolvimento. Somos spinoff da Universidade do Minho, e portanto, ligamo-nos ao desenvolvimento junto de fontes de saber, ou seja, com instituições que nos pos-sam apoiar no desenviolvim-ento desses têxteis técnicos que poderiam ser aplicados em al-guns problemas de pele.

Como surge a ideia da criação da empresa?A ideia surge através de um en-genheiro, ex-aluno da UM, que tinha na família pessoas que pa-deciam de problemas de pele. Esses problemas de pele obri-garam-no a mudar de casa, in-clusive. E dentro da sua área de competência (Engenharia Têxtil) achava que poderia haver têxteis que interagissem com a pele e que melhorassem a condição

de vida da pessoa, com provas clínicas e científicas.

Quantas pessoas estão inte-gradas na new Textiles?Actualmente somos cinco pes-soas, mas temos uma vasta rede de investigadores em várias áreas (dermatologistas, investigadores nas áreas da en-genharia têxtil e química, assim como outros investigadores na área das doenças tropicais).

DANIEL VIEIRA DA SILVA

[email protected]

Como se apresenta a New Tex-tiles?A New Textiles foi uma empre-sa que foi criada em 2008. Foi criada a partir de uma ideia de negócio de desenvolver têxteis bio-funcionais (que possam interagir com o ser humano), para que estes trabalhassem alguns problemas de pele, logo,

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TECNOLOGIA E INOVAÇÃOPÁGINA 15 // 02.OUT.12 // ACADÉMICO

liftoff,gabinete do empreendedor da AAUM

noticia...> 10, 16 E 22 OUTUBRO 12Workshop“Entrevistas de Emprego”Connecting The Dots

> 22 OUTUBRO 12Workshop“Pitch”Connecting The Dots

> 15 OUTUBRO 12Workshop“Plano de Negócios”Connecting The Dots

>

Gestor da formação (M/F) | Braga (Estágio profissional)Empresa de Consultoria de Braga pretende recrutar Gestor da Formação.

PERFIL: Formação Superior em Educação; Elegível para Está-gio Profissional;

OFERTA: Bolsa de Estágio Profissional (ao abrigo do Pro-grama de Estágios do IEFP).

Web developper (M/F) | Braga (Estágio profis-sional)Empresa procura Web De-veloper com vista ao desen-volvimento de projectos Web, mobile, Webmarketing e e-marketing.

PERFIL: Conhecimentos de C, C++, html, php, java, javas-cript, asp; ajax e base de da-dos (MYSQL); optimização de websites (SEO); Flash

Psicólogo (M/F) | Braga (Estágio profissional)Associação de Braga pretende recrutar Psicólogo/a para es-tágio profissional.

PERFIL:- Formação Académica Supe-rior em Psicologia (Mestrado integrado).

OFERTA: V- Condições previs-tas pelo IEFP - Bolsa de Está-gio.

Outras ofertas:

- Promotor (M/F) | Braga

- Intern(s) - Eng. Informática e Similares (M/F) | Braga

- Técnico de Manutenção (M/F) | Fafe

- Mechanical Draft Designer (M/F) | Bruges, Bélgica

Candidaturas em:www.aaum.pt/gip

by

Ofertas de emprego

> 16 e 17 NOVEMBRO 12Start PointFeira Internacional do Emprego e do Empreendedorismo”

w w w. a a u m . p t /g i p [email protected]

> 09 OUTUBRO 12Workshop“ Rede Sociais para Empreendedo-res”

A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), organiza em par-ceria com Braga 2012 - Ca-pital Europeia da Juventude a “Start Point - Orienta o teu Futuro” - Feira Internacio-nal do Emprego e Empre-endedorismo a decorrer nos dias 16 (das 14h às 22h) e 17 (das 11h às 19h) de Novem-bro de 2012 na Grande Nave do Parque de Exposições de Braga.Esta iniciativa pretende pro-porcionar o contato direto entre os jovens/adultos e o mercado de trabalho, propi-ciando a divulgação de opor-tunidades profissionais, o desenvolvimento de compe-tências e o networking dos participantes, tendo como público alvo: jovens desem-pregados, jovens empreen-dedores; universidades/for-

mação profissional; público em geral; jovens ensino su-perior/secundário; empre-sas empregadoras e PME s.A Feira Internacional do Emprego e Empreendedo-rismo encontra-se inserida na agenda da “European SME Week 2012”, evento promovido pela Comissão Europeia, e pretende ser um espaço de múltiplas ati-vidades, composto por apoio técnico (na área do empre-

go e empreendedorismo) e atividades complementares como talks, formações e workshops. O Espaço Emprego estará dividido em três áreas, tais como: Orientação & Desen-volvimento; Recrutamen-to & Seleção; Mobilidade & internacionalização. Da mesma forma, o Espaço Empreendedorismo, apre-sentar-se-á em três segmen-tos: Ideias, Oportunidades

“Start Point – Orienta o teu Futuro”Feira Internacional do Emprego e do Empreendedorismo

A TecMinho, em parceria com o Departamento de Produção e Sistemas, pro-move entre os meses de outubro de 2012 e março de 2013 mais uma edição do IdeaLab - Laboratório de Ideias de Negócio. O IdeaLab apoia alunos e diplomados da UMinho a desenvolverem ideias de ne-gócio inovadoras através de formação e consultoria per-sonalizada, incentivando-os a elaborar um plano de ne-gócios e a preparar o lança-mento da sua empresa. Os interessados podem ins-crever-se individualmente ou em grupo até cinco ele-mentos até às 24h do próxi-mo dia 12 de outubro. Mais informações em www.tecminho.uminho.pt

IdeaLabLaboratório

de

Ideias de Negócio

& Modelos de Negócio; Fi-nanciamentos & Sistemas de Apoio e Incentivo; Ace-leração de Start-ups & Inter-nacionalização.Este evento terá um forma-to inovador, funcionando em open space, de forma a que os seus intervenientes tenham um contacto mais pessoal e direto, numa rela-ção de proximidade efetiva.Mais informações em:www.liftoff.aaum.pt

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CULTURAJOSÉ REIS

[email protected]

Há um ano, Alva Noto e Fennesz confirmaram o estatuto que os coloca, na atualidade, como nomes inegáveis na eletrónica ex-ploratória. Jon Hopkins, um dos meninos mais acarinha-dos da nova música eletróni-ca mundial, foi uma supresa para muitos que pouco o co-nheciam. Os visuais de Anti VJ, ainda hoje, são recorda-dos por muitos que, naquele domingo à tarde, trocaram uma sesta prolongada pela

viagem alucinógenea de Murcof. E tudo isto no pri-meiro ano de um festival, “novo e arriscado” para uma região que pouco tinha vis-to, até à data, de concertos desta dimensão. Foi entre 10 e 13 de novembro de 2011. Menos de um ano depois, o regresso está marcado para o final desta semana para a segunda edição. Braga divi-de, neste ano, os concertos com a vizinha Guimarães, que lhe rouba o protagonis-mo logo na primeira noite (4 de outubro) com as atua-ções dos alemães Pole (com os visuais criados pelo artis-

SEMIBREVE: o festival das músicas visuais regressa em duas cidades

dredd 3D

ta português Pedro Maia) e Vladislav Delay no Grande Auditório do Centro Cultu-ral Vila Flor, em Guimarães. “Surgiu a oportunidade de fazermos o festival nas duas cidades, por este ser um ano especial para as duas cidades [Capital Europeia da Cultura, em Guimarães; Ca-pital Europeia da Juventude, em Braga]”, revela Luís Fer-nandes, da organização do festival.

Mouse on Mars e Ben Frost

Falamos de um festival de artes digitais e música

eletrónica, um encontro perfeito entre artes amigas que têm caminhado cada vez mais juntas. “A nossa ideia, inicial, foi criar um festival que oferecesse algo diferente, diferente do que já existia”, revela Fernandes, que entende o sucesso da primeira edição como sendo “reflexo do ‘know how’ que todos tínhamos nesta área”. Luís Fernandes, Miguel Pe-dro Guimarães e António Rafael, o núcleo duro de pro-gramadores, são músicos, sustentando desta forma o conhecimento assumido nesta área. O festival conta ainda com workshops nesta edição, todos ligado ao som,

e terá ainda uma instalação permanente no Theatro Cir-co, a 5 e 6, idealizada por Jacob Kirkegaard, onde os limites do som são testados. Destaque nesta edição, para além dos já citados, para as atuações no Theatro Circo, a 5 e 6 de outubro: dos histó-ricos Mouse on Mars, dupla alemã que editou este ano o álbum “Parastrophics” (5 de outubro, 23h50) ou ainda para o japonês Ryoji Ikeda (21h30, 6 de outubro) e Ben Frost, músico australiano radicado na Islândia (6 de outubro, 23:50).Toda a informação disponí-vel em www.festivalsemi-breve.com.

SALA DE CINEMAALEXANDRE VALE

[email protected]

Esqueçam aquele filme “chunga” que tinha o Syl-vester Stallone a protagoni-zar (ou melhor, ridiculari-zar) o mítico Judge Dredd, uma das personagens mais emblemáticas da banda de-senhada.Dredd é um filme alimen-tado a ação explosiva, com efeitos especiais impressio-nantes, que sabe fazer uso da tecnologia 3D e candi-data-se a ser o filme com as melhores cenas de câmara lenta da história do cinema. Judge Dredd (Karl Urban), o agente da lei mais impor-tante da Mega-City One, é encarregado de trabalhar com uma novata (Olivia Thirbly), contra sua vonta-

de. Até que uma simples missão transforma-se numa rusga gigantesca, quando Dredd e a parceira são pre-sos num mega edifício e vêm-se obrigados a abrir caminho pelos 200 andares que o bloco tem.Desde logo o filme ganha pela personagem principal. A criação de John Wagner é difícil de representar no grande ecrã. O capacete cobre-lhe a cara toda, só deixando o queixo e a boca à mostra, enquanto a arma-dura lhe limita os movimen-tos.Contudo, Karl Urban, recor-rendo só à sua voz rouca e a uma linguagem corporal limitada, faz um trabalho excecional, apresentando--nos Dredd, um super polí-cia violento, inflexível, seco, sem ponta de humor, nada

emotivo e que leva ao limi-te a máxima “Dura Lex Sed Lex”.O filme também marca pontos com algumas das cenas de ação mais robustas que o cinema independente britânico já conheceu.As sequências não têm a extravagância e a exuberân-cia de blockbusters como Batman e Homem-Aranha, e apostam numa ação mais real, violenta e tática, sem sacrificar a variedade. As cenas de câmara lenta apre-sentam-se com o ponto alto da fita, justificando, por completo, pagar mais um bocado para vê-la em 3D. Dredd 3D é um filme que, infelizmente, poderá passar despercebido pelo público português. Mas, naquilo que compete, é claramente a estreia da semana.

O desafio era ser o mais criativo possível e, com isso, angariar um prémio mone-tário de 2500 euros e ter a possibilidade de mostrar o trabalho no decorrer do fes-tival. A primeira edição do SEMIBREVE Award supe-rou as expectativas da orga-nização.“Tivemos muitas participa-ções de artistas internacio-

nais, de mais de 40 países”, conta-nos Tiago Sequeira. Mas o vencedor acabou por ser português: Ana Carina Figueiredo e Teresa Abreu, alunas do mestrado em Tecnologia e Arte Digital da Universidade do Minho, idealizaram “um projeto colaborativo” em que todos podem participar.“A ideia é cada um criar um

vídeo do seu quotidiano, que depois será projetado nesta casa que será instalada no Salão Nobre do Theatro Cir-co””, revela Tiago Sequeira.Os vídeos devem ser coloca-dos na página http://www.facebook.com/entranami-nhacasa até 4 de outubro e depois serão projetados du-rante o decorrer do SEMI-BREVE.

“entra na minha casa” vence SEMIBREVE Award

DE 4 A 6 DE OUTUBRO, EM BRAGA E GUIMARÃES

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PÁGINA 17 // 02.OUT.12 // ACADÉMICO

RUM BOXTOP RUM - 39 / 201228 SETEMBRO

1 DIABO NA CRUZ - luzia

2 B FACHADA - Carlos T

3 HEAVY, THEWhat makes a good man

4 CAT POWER - Ruin

5 BEACH HOUSE - Myth

6 GRIZZlY BEAR - Yet again

7 lIARS - No. 1 against the rush

9 SUPERNADAArte quis ser vida

9 AlT-j - Breezeblocks

10 DRUMS, THE – Money

11 BlACK KEYS, THElonely boy

12 Dj RIDE - Here before

13 MEMÓRIA DE PEIxEFish n’ chick

14 DjANGO DjANGOHail bop

15 MATTHEW DEARHer fantasy

16 WAlKMEN, THE - Heaven

17 BlASTED MECHANISM Bringing light

18 PATTI SMITH - April fool

19 UTTER - The walking dead

20 A NAIFA - Gosto da cidade

POST-IT

01 outubro > 05 outubro

UNI_FORM1984

THE SOFT PACKBobby Brown

SEAPONYProve To Me

PAULO SOUSA

[email protected]

Steven Ellison, também co-nhecido por FlyLo, tem 28 anos e é um dos cérebros mais reconhecidos na elec-trónica experimental. A sua avó escrevia canções e a sua tia-avó era Alice Coltra-ne, viúva de John Coltrane. Viaja pelas entranhas do hip hop, pelo jazz, pelo dub, pela pop, por onde lhe ape-

tecer. Qualquer caminho pode ser trilhado por este californiano, rei e senhor do seu império.“Until the Quiet Comes” é o quarto trabalho de estúdio de Flying Lotus e chegou às lojas no primeiro dia de Ou-tubro. É um disco noctur-no, cerebral, que nos abre janelas para um mundo de sonhos. Este é um território onde FlyLo divaga conforta-velmente e embora seja um disco de sonoridades calmas

CD RUM

Flying LotusUntil the Quiet Comes

e tranquilas, permanecem quase sempre pequenas doses de ansiedade ema-nadas pelas batidas instá-veis e pelas linhas de baixo inquietas. Com a etiqueta da Warp, a mesma editora dos Boards of Canada e de Aphex Twin, este caminho sinuoso é partilhado com Erykah Badu, Laura Dar-lington, Niki Randa, Thom Yorke e Thundercat, todos eles a agasalharem-nos com a voz.

“Until the Quiet Comes” é uma busca incessante pela tranquilidade, que nos leva por vezes por rios revoltos e por outras, por outros mais

serenos. É um disco impos-sível de não ser escutado vezes e vezes sem conta. Ainda bem que a chuva veio com o Outono.

DR

AGENDA CULTURALBRAGA5 de OutubroSEMIBREVE - Roly Porter + Flicker / emptyset + joanie lemercier / Mouse on MarsTheatro Circo

6 de OutubroSEMIBREVE - Ryoji Ikeda / Most people have been trained to be bored / Ben Frost

11, 12 e 13 de OutubroFestival de OutonoVários locais

12 de OutubroBraga RUMo ao jazzKIKO & The jazz RefugeesSalão Medieval - Reitoria UM

13 de OutubroFusão AcústicaWe Trust + Best YouthSalão Medieval - Reitoria UM

5 de OutubroWAYWe Are Young10 Years get physical BerlimParque Campo da Vinha

GUIMARÃES4 de OutubroSEMIBREVEPole + p.ma / Vladislav Delay + AGF / Grischa lichtenbergerCCVF

7 de OutubroSofia EscobarCCVF

FAMALICÃOTEATROA Boca do InfernoCasa das artes

LEITURA EM DIAOs Portõesjohn ConnollyBertrand

Amar e CuidarMaria Elisa DominguesA Esfera dos livros

Uma ida à pesca diferente… Satoshi Itayalivros Horizonte

Jesus Cristo Bebia Cerveja Afonso CruzAlfaguara

Para ouvir de segunda a sexta

(9h30/14h30/17h45) na RUM ou em

podcast: podcast.rum.pt Um espaço

de António Ferreira e Sérgio Xavier.

Cama de GatoKurt Vonnegut (Bertrand)

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PÁGINA 18 // 02.OUT.12 // ACADÉMICO

DESPORTO

alguns elementos de ambas as claques envolveram-se em desacatos, obrigando à inter-venção da polícia que acabou por acalmar os ânimos. O Freamunde também não teve melhor sorte, uma vez que perdeu por 0-2, frente ao Sporting B. Na 4ª jornada do campeona-to nacional de andebol, o FC Porto ganhou ao ABC, por 32-29 Já o Fafe saiu vencedor na sua deslocação a Avanca, com uns sólidos 32-24. O Xico Andebol registou, a se-gunda derrota, ao perder no Pavilhão do Águas Santas, por 33-24.

desempatar o jogo a favor dos gilistas. Na próxima jornada, tanto o Gil Vicente como o Moreirense têm pela frente formações madeirenses o Gil vai a casa do Nacional; por sua vez, a equipa de Moreira de Cónegos recebe o Maríti-mo. Enquanto a Académica joga em casa com o Guima-rães, o Braga será o anfitrião da partida com o Olhanense. Na 2ª Liga os resultados dos emblemas do Minho não têm sido os melhores. O SC Braga B e o Vitória de Guimarães B não foram além do nulo. No final da partida, e dando continuidade ao pobre jogo,

FILIPA SANTOS SOUSA

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A 5ª jornada da Liga ZON Sagres trouxe consigo dois dérbis minhotos. No due-lo entre os ‘eternos rivais’ o Sporting de Braga venceu, ao fim de sete anos, o Vitória de Guimarães, por 2-0, no Es-tádio D.Afonso Henriques. A equipa da casa ainda teve 30 minutos iniciais de algum domínio, com algumas oca-siões para marcar, mas Éder e Hugo Viana assinalaram o resultado final. A raça do Vi-tória não foi suficiente para superar um Braga de bolsos

cheios pela participação na Liga dos Campeões. A melhor partida, ou pelo menos a mais emocionante, desta ronda do campeona-to disputou-se em Barcelos, onde o Gil Vicente levou a

dérbis minhotos preencheram o fim de semana desportivo

melhor sobre o Moreirense, por 4-3. A primeira parte foi um regalo para quem gosta de futebol: seis golos divi-didos equitativamente por ambas as equipas. Coube a Halisson, aos 78 minutos,

versidade do Minho estavam longe de imaginar um final, no mínimo.... Dramático. Os da casa a vencer por 3-1 a um minuto e 50 segundos do fim, deixaram a equipa adversária aproximar-se e fazer o 3-2. Passados alguns segundo, e a jogar em 5x4, o Dramático fez o golo do empate. O treinador dos bracarenses arriscou tudo e colocou mais um homem no ataque. Tática que saiu furada, uma vez que, na sequência de uma perda de bola, o Dramático fez o 3-4 a 29 segundos para o final. Derrota injusta de uma equipa que tem feito uma boa campanha esta época.

espaçoscbraga/aaumby DVS

Foi dramático quanto baste. Não bastava o adversário se chamar Dramático de Cascais. As pessoas que se deslocaram ao Pavilhão desportivo da Uni-

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O bracarense Éder abriu a contagem no dérbi minhoto

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