a voz do povo - ed 19 - 28 de março de 2013

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A VOZ 04 Quinta-feira 28 de Março de 2013 www.avozdopovobp.com Tiragem Sul Fluminense 5.000 exemplares R$1,00 - Edição nº 19 - Ano I - Semanal [email protected] DO POVO Este é o quarto selo para concorrer a uma câmera digital RELIGIÃO PÁGINA 11 Padre diz que Páscoa é a celebração da vida Regulamento na página 02 CASO JOÃO FELIPE PÁGINAS 05 a 08 fera A verdadeira face da Dentro do presídio, assassina confessa aparece com marcas de agressões e sem aplique Veja semelhanças entre o assassinato de João Felipe e o crime da Fera da Penha Vizinhos revelam: ‘Ela mantinha relacionamentos com vários homens’ Suzana passa a ser conhecida como ‘fera’ por sua frieza e falta de arrependimento Divulgação (Seap)

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19ª edição do semanário barrense 'A Voz do Povo', do dia 28 de Março de 2013, com a cobertura completa do caso de João Felipe Bichara, morto pela manicure Suzana na cidade de Barra do Piraí - RJ, há cerca de 100 quilómetros do Rio de Janeiro.

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Page 1: A Voz do Povo - ed 19 - 28 de Março de 2013

A VOZ 04

Quinta-feira 28 de Março de 2013

■ ■ ■ ■www.avozdopovobp.comTiragem Sul Fluminense 5.000 exemplaresR$1,00 - Edição nº 19 - Ano I - Semanal

[email protected] POVO

Este é o quarto selo para concorrer a uma câmera digital

RELIGIÃO PÁGINA 11

Padre diz que Páscoa é a celebração

da vidaRegulamento na página 02

CASO JOÃO FELIPE PÁGINAS 05 a 08

feraferaA verdadeira

face da■ Dentro do presídio, assassina confessa aparece com marcas de agressões e sem aplique

■ Veja semelhanças entre o assassinato de João Felipe e o crime da Fera da Penha

■ Vizinhos revelam: ‘Ela mantinha relacionamentos com vários homens’

■ Suzana passa a ser conhecida como ‘fera’ por sua frieza e falta de arrependimento

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Page 2: A Voz do Povo - ed 19 - 28 de Março de 2013

2. Quinta-feira - 28 de Março de 2013 JUNTOS, FAZEMOS HISTÓRIA

www.avozdopovobp.comLEITOR

As opiniões e juízos expressados nas colunas deste semanário são de inteira responsabilidade de seus autores, não representando, em hipótese alguma, a opinião do jornal quanto aos assuntos abordados.

Expediente: CML de Paula Empreendimentos CNPJ: 17.150.485/0001-00 Editor-chefe: Felippe Carotta. Editor-gráfi co (paginação): Elías Moura Barbosa da Silva. Gestora Comercial: Soraia Soares. Redação: Rua Paulo de Frontin, 139, sl 702, Centro. Barra do Piraí - RJ. Impressão: Gráfi ca Correio de Notícias - 5000 exemplares

Casa: 5qts,3bhs,2salões,copa,-mesanino,2coz,área laser,Gr-2car,ter mil mts² 300.000 fi nan-caixa - Ipiabas

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1) Para participar, basta colecionar os selos de 01 a 10, que serão publica-dos a partir desta edição. Ou seja, o leitor deverá adquirir os exemplares da VOZ durante dez semanas consecutivas para, então, participar do sorteio.

2) O décimo e último selo será publicado na edição 25 do jornal, que chegará às bancas no dia 10 de maio de 2013.

3) Conforme estabele-cido nas promoções ane-riores, o leitor que conse-guir juntar os dez selos promocionais deverá entregá-los diretamente na redação da VOZ, cito à Rua Paulo de Frontin, 139, sl 702, Centro (no prédio em frente a anti-ga delegacia) até as 13h do dia 16 de maio, quin-ta-feira. Os selos devem estar dentro de um enve-lope de carta normal, de-vidamente colados numa

folha branca com identi-ficação.

4) O sorteio será reali-zado na quinta-feira, 16 de maio, às 13h30 na redação. Já o nome do felizardo que faturar a câ-mera digital será divulga-do na edição 26 da VOZ, que chega às bancas em 17 de maio (um dia depois do sorteio).

Leia a VOZ, fique bem informado e ainda tenha a chance de ganhar um super prêmio. Participe e junte seus selos promo-cionais, uma câmera digi-tal está na parada, junte os 10 selos, e boa sorte!

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Todos os comentários publicados nesta seção são extraídos das nossas páginas na Internet. Frise-se que os comentários não representam a opinião do jornal, sendo a

responsabilidade do autor da mensagem.

Caso João Felipe (páginas 5 a 8)

Triste demais, desnecessário, e a mãe está destroçada. Que Deus a ajude, que aqueça seu coração com amor e que te abra-ce nessa hora tão difícil. Deus te abençoe, Aline!

Eliana Justiniano, via Facebook

É lamentável que essas coisas ainda aconteçam, é triste e de-sumano o que esta mulher fez. É nessas horas que falo que o código penal tem que ser mudado. Se este monstro fi zesse isso nos EUA, com certeza hoje ela estaria na cadeira elétrica, ou tomaria uma injeção letal. Quero transmitir a família que onde ele (João Felipe) estiver, estará olhando por vocês. Força e muita paz!

João Gabriel Baptista, via Facebook

Page 3: A Voz do Povo - ed 19 - 28 de Março de 2013

.3Quinta-feira - 28 de Março de 2013 JUNTOS, FAZEMOS HISTÓRIA www.avozdopovobp.com POLÍTICA

Ao comentar o lança-mento do Plano Nacio-nal de Consumo e Ci-dadania, a presidenta Dilma Rousseff disse, na segunda-feira, 25, que o governo pretende transformar a defesa do consumidor brasileiro em uma política de Es-tado. Lançado no último dia 15, o pacote esta-belece medidas para garantir a melhoria da qualidade dos serviços e dos produtos ofer-tados ao consumidor. As informações são da Agência Brasil.

“Estamos tomando medidas para fortale-cer os órgãos de fis-calização, melhorar o atendimento feito pelas empresas e garantir a qualidade dos produtos e dos serviços que são oferecidos. Queremos também, com essas me-didas, aumentar a trans-parência dos contratos e das contas e garantir que as empresas deem respostas mais rápidas para os problemas que surgirem”.

Durante o programa semanal “Café com a Presidenta”, ela lem-brou que uma das ações previstas no plano é a criação de uma lista de produtos considerados essenciais e que, se apresentarem defeito, deverão ter o problema resolvido na hora. Uma alternativa às empresas

será devolver o dinheiro referente ao produto, sem que o consumidor precise procurar o Pro-con ou a Justiça.

“Já aqueles produtos que não são essenciais, nós vamos construir uma política de estímu-los à criação de assis-tência técnica no país, o que é muito importante para o consumidor, mas que também garante emprego e renda para muitas pessoas que participarem da ativida-de de assistência técni-ca”.

Dilma ressaltou que o governo também preten-de criar regras em rela-ção a compras feitas pela internet, o chama-do comércio eletrônico. A ideia, segundo ela, é dar mais transparência e definir normas para o que chamou de direito de arrependimento do consumidor em relação à compra (quando o pro-duto não corresponde às expectativas).

“Muitas vezes, o con-sumidor compra um produto e, quando re-cebe esse produto em casa, descobre que não é exatamente o que ele esperava. Ninguém gos-ta de comprar gato por lebre, você não acha? Então, nós queremos deixar tudo muito claro, porque o comércio ele-trônico está crescendo muito”.

Defesa do consumidor como política de Estado

CÂMARA ■ Presidente diz que mudança no dia das sessões dará mais tempo para que vereadores busquem recursos

‘É para o crescimento de BP’BARRA DO PIRAÍ

[email protected]

Anteontem, 26, entrou em vigor a mudança no dia das sessões ordinárias da Câmara Municipal. Ao in-vés das terças e quintas, as reuniões foram trans-feridas para as terças e quartas-feiras. E, ontem, 27, o presidente da Casa, Espedito Monteiro de Je-sus (PRB), explicou o por-quê da modifi cação. Em entrevista, o parlamentar frisou que se trata de uma medida que visa “o bem da cidade como um todo”.

De acordo com o repu-blicano brasileiro, a mu-dança possibilitará aos vereadores que tenham mais tempo livre para bus-car recursos para Barra do Piraí.

“Com as sessões sendo realizadas no esquema anterior, muitos colegas viajavam para Brasília, no intuito de conseguir ver-bas para o município, mas, tinham que interromper os trabalhos antes mesmo de concluí-los, pelo compro-misso com a sessão. Des-sa forma, às terças e quar-tas, teremos os últimos da semana mais livres para ir atrás das esferas estadual e federal, na tentativa de que recursos sejam desti-nados aos cofres barren-ses”, justifi cou.

Pastor Monteiro afi rmou, porém, que a alteração não diminuirá o tempo que os parlamentares passam na Casa. “O atendimen-to à população é diário.

Isso não muda em nada. Estamos à disposição de segunda à sexta-feira, e não apenas nos dias de sessão, conforme muitos pensam. Quem quiser fa-lar comigo, por exemplo, é só chegar, durante toda a semana, que certamente será atendido, não precisa nem marcar hora”, frisou.

Convite

Aproveitando o ensejo, o líder do Legislativo desta-cou a importância da pre-sença popular durante as sessões. “É fundamental que a população partici-pe, pois as reuniões são completamente abertas ao público. Nosso intuito é de fazer uma legislatura que esteja o mais próximo possível dos cidadãos, afi -nal, eles são os principais conhecedores das neces-sidades e defi ciências de Barra do Piraí. Jamais es-taremos de costas para o povo”, enfatizou.

E, para incentivar a par-ticipação de populares e dar mais conforto a quem vai à Câmara, Pastor Mon-teiro anunciou uma me-lhoria: “Melhoramos o sis-tema de ar condicionado que existia no plenário da Casa. Agora, o público que assiste às sessões não so-fre mais com aquele calor insuportável. As pessoas podem ir e participar tran-quilamente, com bastante conforto. Acredito que isso é o mínimo de atenção que podemos oferecer às pessoas”, encerrou.

Pastor Monteiro: ‘Com as sessões às terças e quartas, teremos os últimos dias da semana mais livres para ir

até as esferas estadual e federal’

Arquivo

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Page 4: A Voz do Povo - ed 19 - 28 de Março de 2013

4. Quinta-feira - 28 de Março de 2013 JUNTOS, FAZEMOS HISTÓRIA

www.avozdopovobp.comCIDADE

CÂMARA ■ Mais de 90% dos focos são encontrados dentro de residências; funcionário da Vigilância faz ‘provocação’ à VOZ

Dormindo com o ‘inimigo’BARRA DO PIRAÍ

[email protected]

A população já não aguen-ta mais os estragos que o mosquitinho da dengue vem causando. Na sema-na passada, o número de casos da doença chegou ao extremo, fazendo com que o prefeito Maércio de Almeida (PMDB) decretas-se uma epidemia na cida-de. Mas, ao que parece, não é só o poder público que tem culpa no cartório. Os moradores também po-dem ser um dos responsá-veis pela grande prolifera-ção do pernilongo, já que, segundo levantamento do Departamento de Vigilân-cia Epidemiológica, 93% dos focos (larvas do mos-quito) recolhidos como amostra estão dentro de residências.

Os dados foram divul-gados, nas redes sociais, por um funcionário do órgão, Marco Antônio de Almeida. De acordo com as informações, a grande maioria dos focos está nas casas – em nenhum outro ambiente monito-rado foram encontradas tantas larvas do mosqui-to. Em segundo lugar no “ranking” aparecem os terrenos baldios (4%), se-guidos de “outros” (2%) e comércio (1%).

Além de revelar a esta-tística em questão – cer-tamente tentando jogar a culpa da epidemia ex-clusivamente no colo da população, grifo nosso –, Marco Antônio utilizou o Facebook para fazer uma provocação à VOZ. Mos-trando a capa da edição de semana passada (Nº 18), com a manchete so-bre os casos da doença, o funcionário da Vigilância Epidemiológica postou uma foto em que apare-cem diversos tubos de ensaio, contendo larvas do mosquito que foram re-colhidas pelos agentes de endemia da prefeitura.

“É realmente difícil com-petir com o mosquito. Todas as amostras cole-tadas ontem (segunda-feira, 25), no bairro Caixa D’água, em residências

com moradores”, escre-veu ele, em sua página na rede social, fazendo alu-são à expressão “mosqui-to vai levando a melhor”, utilizada na manchete da VOZ.

Enquanto isso...

Enquanto a Prefeitura de Barra do Piraí se esfor-ça para convencer que faz o seu “dever de casa” no tocante à prevenção con-tra a dengue, pacientes que sofrem com suspeitas da doença lotam o Polo de Emergência, anexo à Santa Casa. Segundo fon-tes, no início da noite de segunda-feira, 25, o hall de entrada da unidade, bem como o pátio, esta-vam abarrotados de gente à espera de atendimento. “No mínimo 200 pessoas estavam aguardando, ti-nha paciente sentado em todos os cantos”, revelou a fonte.

A equipe de reportagem da VOZ esteve no local, por volta das 18h30, e testemunhou o caos no hospital. A todo o momen-to, desembarcavam novos pacientes, e os sintomas eram sempre aqueles que conduzem à suspeita de dengue.

“Estou passando mal desde cedo. Cheguei aqui era umas 16h, e até agora ainda não fui atendida. A cidade devia estar me-lhor preparada para a alta demanda de pacientes, já que a epidemia está aí”, relatou uma dona de casa, que pediu para não ser identifi cada.

NOTA DA REDAÇÃO: Procurada, via assessoria de imprensa, a secretária de Saúde, Sheila Filguei-ras, não se pronunciou so-bre o assunto. A ela, foram encaminhadas perguntas no tocante à preparação do Polo de Emergência para atender os pacientes com suspeita de dengue, porém, o que prevaleceu foi a “deselegância” de sempre por parte do De-partamento de Comuni-cação, que mais uma vez fi cou em silêncio.

Levantamento: Estatística da Vigilância Epidemiológica mostra que o mosquito está nascendo principalmente dentro das casas

Reprodução/Facebook (Marco Antônio Almeida)

Reprodução/Facebook (Marco Antônio Almeida)

‘Cutucada’: Funcionário da Vigilância Epidemiológica utiliza rede social para publicar foto em que ‘provoca’ este ilustríssimo jornal

Page 5: A Voz do Povo - ed 19 - 28 de Março de 2013

.5Quinta-feira - 28 de Março de 2013 JUNTOS, FAZEMOS HISTÓRIAwww.avozdopovobp.com CAPA

‘FRANKSTEIN DE SAIAS’ ■ Assassinato cometido por Suzana de Oliveira remete a um dos crimes mais ‘famosos’ do país

A Fera da BarraFELIPPE CAROTTA

CAROLINA ARAÚ[email protected]

Neide Maria Lopes. Esse é o nome de uma mulher que fi cou nacionalmente conhe-cida, no início da década de 60. Mas, não foi nenhum título de Miss Brasil ou atriz de radionovelas, atrações típicas da época, que lhe rendeu o estrelato. Muito pelo contrário. Ela se tornou famosa por cometer um dos crimes mais bárbaros que o país já assistiu. Depois de sequestrar a fi lha de seu amante na porta da escola, uma menininha de apenas quatro anos, Neide a matou, com um tiro à queima roupa. Não satisfeita, pegou o cor-po da garota e o incendiou, deixando-o, em seguida, num abatedouro, no bairro da Penha, Rio de Janeiro. A frieza e o calculismo da as-sassina lhe renderam a al-cunha de “Fera da Penha”, expressão que atravessa os anos e até hoje permanece viva na memória dos brasi-leiros.

Suzana do Carmo de Oli-veira Figueiredo, 22 – mes-ma idade que Neide tinha ao cometer o assassinato que a transformou na Fera da Penha, grifo nosso. Mais de 40 anos depois, uma manicure também ga-nha as páginas e manche-tes de inúmeros noticiários pelo Brasil, ao assassinar, em Barra do Piraí, o estu-dante João Felipe Eiras de Santana Bichara, de ape-nas seis anos. Os motivos? Quase os mesmos de Nei-de Maria: se vingar da famí-lia da vítima, supostamen-te por um relacionamento mal sucedido com o pai do menino, segundo declara-ções da própria Suzana à imprensa.

A manicure seguiu pratica-mente os mesmos passos da Fera da Penha: também ligou para a escola onde sua vítima estudava e, inventan-do uma história estapafúr-dia, conseguiu retirá-la da sala de aula, para, então, asfi xiá-la, com o auxílio de uma toalha. “Coloquei a toa-lha nele, tapando a via respi-ratória com a mão”, revelou Suzana, em entrevista ao

jornal Extra. A Fera da Barra não

ateou fogo no cadáver, mas, talvez, tenha feito pior. Ocultou o corpo dentro de uma mala, em sua casa, e, depois, foi consolar a família da vítima, como se nada tivesse acontecido. Fria, Suzana chegou a cho-rar e fi ngir emoção, quando a mãe da vítima recebeu as primeiras informações de que seu fi lho estaria mor-to. As semelhanças com o crime que fi cou conhecido como Fera da Penha cha-mam a atenção e até des-pertam o desejo de que, tal como um bicho, ela viva para sempre enjaulada.

Suzana de Oliveira, a Fera da Barra, está presa. Assim que chegou à carceragem do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu (Rio de Janeiro), para onde foi trans-ferida na noite de ontem, 26, teve que se despir de toda sua vaidade e foi obrigada a revelar sua verdadeira face (conforme mostra a foto pu-blicada na capa). De acordo com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), Suzana tinha um apli-que no cabelo que precisou ser retirado, pois as internas não podem utilizar esse tipo de acessório na cadeia.

Os rastros da Fera

A trama diabólica da Fera da Barra começou quando, na tarde de segunda-feira, 25, ela ligou para o Insti-tuto de Educação Nossa Senhora Medianeira – uma das escolas particulares mais tradicionais do mu-nicípio, de classe média-alta, grifo nosso. Se fa-zendo passar pela mãe do menino, a empresária Aline Santana Bichara, a manicu-re informou que mandaria um táxi buscá-lo, pois ele teria uma consulta médica agendada.

“Tentando convencer a escola de sua história, Su-zana fi ngiu-se de distraída, como se fosse a mãe de João Felipe, afi rmando que a babá tinha se enganado ao levá-lo para estudar, pois existia uma consulta médica marcada para aquela tarde. Ela chegou a dizer até que,

junto com o táxi, iria a madri-nha do menino”, relatou uma fonte.

Quando chegou à porta do colégio, a acusada novamen-te dissimulou, fi ngindo para o taxista que estava atenden-do um telefonema. “De forma ardilosa, ela pediu ao taxista que pegasse o garoto, pois sabia que seria reconhecida (por funcionários da escola)”, revelou o delegado José Ma-rio Salomão Omena, titular da 88ª Delegacia Legal, em entrevista à Rede Record de Televisão.

Do Medianeira, a mulher seguiu, a bordo do táxi, para o Hotel São Luiz, no Centro. Lá, deu entrada em um quarto – seu registro foi feito por um recepcionista identifi cado apenas como Eduardo, o Dudu. Dentro dos aposentos, Suzana teria asfi xiado João Felipe até ma-tá-lo, com o auxílio de uma toalha.

Para não gerar suspeita, a acusada ligou para outro taxista, solicitando uma corrida para levá-la até sua casa, situada na Rua Cris-tiano Otoni, no Centro. Já em sua residência, Suzana teria ocultado o cadáver da vítima dentro de uma mala. Depois, teria voltado nor-malmente para a rua e até oferecido ajuda aos fami-liares de João Felipe, sem imaginar que, horas mais tarde, toda sua farsa seria desbaratada.

Os traços de vingança, mesmo sentimento que movia a Fera da Penha, também foram identifi cados nesse caso. “Não tem uma lógica matar uma criança de seis anos de idade, a não ser atingir seus pais. Não tem motivo para rasgar roupa do morto, cortar e jogar no lixo”, disse o delegado Omena à equipe de reportagem do portal de notícias da Globo, o “G1”.

Taxista e recepcionista do hotel acabaram com o

‘teatro’ de Suzana

O recepcionista do hotel onde o crime aconteceu foi decisivo para que a acusada fosse descoberta. Ele reco-nheceu o menino, através de uma foto colocada na

internet, após o seu desa-parecimento, e falou com o taxista (que levou a mulher até em casa) sobre o caso. Ambos foram até a delega-cia e, lá, contaram ter visto Suzana com João Felipe.

Na DP, a mãe da criança ouviu os relatos do taxista e pediu que ele mostrasse o número de telefone da pessoa que o havia chama-do para buscar o menino. Ao ver o número, ela re-conheceu como sendo de Suzana, e a polícia foi atrás da então suspeita.

De acordo com a polícia, inicialmente Suzana negou envolvimento no seques-tro. No entanto, agentes do Serviço Reservado da PM (P2) foram até a sua casa e encontraram o corpo do menino, dentro de uma mala. Depois disso, sem saída, Suzana confessou o crime.

Investigações começaram quando João Felipe já

estaria morto

A família de João Felipe só se deu conta do drama em que estava mergulhada quando Aline Santana Bicha-ra, a mãe dele, foi buscá-lo na escola e não o encontrou. Pelo que se pode presumir, a partir de informações apu-radas, Suzana saiu do hotel, já com o menino morto, por volta das 16h – às 16h20 ela já teria chegado em casa com o corpo, confor-me contou o taxista que fez a corrida, na entrevista que o leitor confere no início da página a seguir, grifo nos-so. Ou seja, quando a mãe chegou ao Medianeira e deu por falta do fi lho, denuncian-do o caso à polícia, provavel-mente ele já estava morto.

Segundo informações apuradas, a primeira de-núncia dando conta do se-questro de João Felipe, feita pela família, foi registrada no 190 por volta das 17h30. A partir daí, policiais do 10º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Barra do Piraí de-ram início a uma caçada que terminou com a descoberta do corpo dentro da casa de Suzana e, consequentemen-te, de seu envolvimento dire-to no crime. ►

Na DP: De cabeça baixa Suzana dá entrevista coletiva a jornalistas de todo o país; no detalhe, a beleza de uma

jovem que se revelou assassina

Andressa Paganini (Diário do Vale)

Page 6: A Voz do Povo - ed 19 - 28 de Março de 2013

6. Quinta-feira - 28 de Março de 2013 JUNTOS, FAZEMOS HISTÓRIA

www.avozdopovobp.comCAPA

Uma das peças-chaves para que a polícia pudesse des-vendar o paradeiro de João Felipe e prender Suzana foi o depoimento do taxista Enéas Marcolino de Oliveira. Mo-rador do bairro Parque San-tana, o motorista foi quem transportou a acusada do hotel para sua casa, já com o cadáver do estudante. Em entrevista à VOZ, na tarde de anteontem, Enéas contou detalhes daquela tarde que, segundo ele, “jamais será es-quecida”.

“Por volta das 16h, eu es-tava no meu ponto de táxi, no Matadouro, e o recepcionista do hotel me ligou, pedindo uma corrida, pois havia uma passageira que estava aguar-dando. Nesse instante, ele passou o telefone para a mu-lher, que eu não sabia quem era. Após informar o valor da corrida, ela confi rmou o servi-ço e eu fui. Demorei cerca de 20 minutos para chegar ao Centro”, relatou.

“Quando cheguei ao esta-belecimento, por volta das 16h20, o recepcionista já

estava na porta de saída, se-gurando a mochila (suposta-mente do garoto) e uma bolsa ‘tiracolo’, que devia perten-cer à mulher. O menino es-tava coberto com um lençol, meio amarelado, e somente parte do corpo dele estava à mostra, do joelho pra baixo. Dava pra ver que ele estava apenas de meia. Durante o trajeto (entre o Centro e a Rua Cristiano Otoni), ela começou a dizer que era de Rio de Flores, que deixaria o garoto em casa e, depois, iria embarcar para Barra Mansa, no ônibus de 17h15”, conti-nuou o taxista.

Até então, Enéas disse que achou a situação estranha, mas, quando questionada, Suzana teria dito “que não era nada e que o menino es-tava apenas passando mal”.

“Quando chegamos à casa dela, parei o carro próximo de uma rampa. Ela disse que deixaria o menino dentro da residência e voltaria para me pagar e pegar as bolsas. Como meu carro tem apenas duas portas, o que difi culta

a descida do passageiro, ela saiu sacudindo bastante a criança. Aparentemente, o menino estava molengo, e só comecei a desconfi ar de algo quando percebi que, mesmo sendo sacolejado, ele não emitia nenhum som”, disse.

Terminada a corrida e re-cebido o pagamento pelo serviço, o chofer continuou normalmente o seu dia. Só quando chegou em casa, por volta das 20h, é que ele tomou ciência de que o caso era bem mais grave do que podia imaginar.

“O próprio recepcionista do hotel, o mesmo que solici-tou o táxi para a mulher, me ligou, perguntando o que eu achava que ele deveria fazer, pois havia fi cado sabendo do sequestro do menino. Então, eu contei que tinha achado a atitude da mulher meio estra-nha e que ligaria para o 190, através do qual fi z uma de-núncia”, recordou.

Enéas falou sobre a im-pressão que teve de Suza-na: “Logo depois de fazer a denúncia, eu fui para a DP,

de livre e espontânea vonta-de. Lá, dei meu depoimento. Fiquei transtornado, mais ainda porque vi a assassi-na e a achei muito fria, sem demonstrar qualquer arre-pendimento, nem chorar em nenhum momento”.

Perguntando se não des-confi ou que a criança no colo da mulher estava morta, no trajeto do Centro à Rua Cris-tiano Otoni, o taxista respon-deu: “Durante a viagem, não pensei que a criança estava morta, mas, sim, dormindo. Só comecei a desconfi ar de algo errado quando ela des-ceu do carro e o menino não emitiu nenhum som”.

Enéas encerrou a entre-vista com um desabafo emo-cionante. “Sou pai de dois fi lhos e avô de um menino, que tem oito anos de idade. É uma tristeza muito grande vi-venciar um caso como esse. Agora, só espero que sirva de alerta para que as escolas melhorem a segurança dos alunos, principalmente de crianças em horário de saí-da”, fi nalizou.

‘Pensei que a criança estava dormindo’, revela taxista

Caro

lina A

raújo

Hotel São Luiz: Versão do taxista confirma que João Felipe foi morto em um quarto do

estabelecimento

Acusada tenta envolver ‘terceiros’ no crime, mas delegado garante que ela agiu sozinha

Na manhã de anteontem, dia seguinte ao crime, o movimento de jornalistas foi intenso nas depen-dências da 88ª Delegacia Legal de Barra do Piraí. Era grande a expectativa da imprensa, bem como de populares, por uma possível entrevista cole-tiva com Suzana. E toda a ansiedade foi saciada quando ela apareceu, ainda com a mesma rou-pa de quando foi presa, e respondeu a inúmeras perguntas de repór teres presentes.

Suzana apresentou di-versas versões diferen-tes para o crime, entre elas a de que pediria res-gate para pagar uma dívi-da do irmão com trafican-tes (o que não chegou a acontecer). Ela também alegou que teria tido um caso amoroso com o pai

da criança, Heraldo Bi-chara Junior – filho do professor aposentado, ex-vereador, presidente do Rotary Club e autor da coluna de opinião da VOZ, Heraldo Bichara, grifo nosso .

Nessa versão dos fa-tos, ela diz que contou com a ajuda de um amigo taxista, identif icado ape-nas como Rafael, para executar o sequestro. De acordo com a manicure, tudo teria começado com um comentário que ela fez a esse homem, acer-ca dos supostos assédios de Heraldo. A mulher te-ria confidenciado ao tal taxista que estava com vontade de dar um susto no pai de João Felipe, ao que Rafael teria ajudado a planejar o sequestro.

Mas, segundo Suza-na, a situação fugiu do

controle quando ele (o taxista) teria resolvido extorquir a família e pe-dir dinheiro pelo resga-te. Ainda de acordo com Suzana, tudo teria saído dos conformes e a ordem para matar o estudan-te teria vindo de Rafael, que temia que a vítima os reconhecesse.

A acusada, então, uti-l izou uma toalha do pró-prio hotel para asfixiar a criança até a mor te. De-pois, levou o corpo até a casa dela e colocou em uma mala. Ela chegou a ventilar, ainda, que só cometeu o crime por ter sido ameaçada de mor te por Rafael. “Não agi sozi-nha, estou arrependida”, confidenciou a acusada aos jornalistas.

O fato de Suzana envol-ver uma segunda pessoa no crime foi analisado

pelo delegado Omena, que não acredita nessa hipótese. “Ela (a suspei-ta) está atirando para to-dos os lados, numa ten-tativa de dividir os seus atos e a responsabil ida-de (pelo crime). Todos os indícios e os fatos apu-rados pela investigação mostram que ela agiu so-zinha o tempo todo, des-de a premeditação do cri-me”, comentou o chefe de polícia, em entrevista coletiva à imprensa.

Suzana foi indiciada por homicídio triplamen-te qualif icado, com o agravante de a vítima ser uma criança e não ter chances de defesa. Con-tra ela, também pesa a acusação de ter oculta-do o cadáver da vítima. Se condenada, sua pena pode chegar a 30 anos de prisão.

Tumulto: Além da presença maciça de jornalistas, delegacia também foi cercada de populares,

durante entrevista coletiva do delegado Omena

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Page 7: A Voz do Povo - ed 19 - 28 de Março de 2013

.7Quinta-feira - 28 de Março de 2013 JUNTOS, FAZEMOS HISTÓRIAwww.avozdopovobp.com CAPA

Aulas no Medianeira só retornam semana que vem; advogada admite erro

No olho do furação e sendo “apedrejado” de todos os lados, principalmente por parte da opinião pública, está o Colégio Medianeira, sem dúvidas um dos mais tradicionais e caros de Bar-ra do Piraí – segundo uma fonte, as mensalidades chegam a R$ 600 para es-tudantes da faixa etária da vítima, somadas as ta-xas de apostila, grifo nos-so. João Felipe era aluno do curso de alfabetização.

Anteontem, nos portões de entrada da escola, fo-ram colocados pedaços de pano preto, em sinal de luto pela tragédia. Um aviso co-lado no portão principal alerta que as aulas foram suspensas até a próxima sexta-feira, 30, ou seja, só serão retomadas na sema-na que vem.

A advogada do estabele-cimento, Tânia Maria Fer-reira Moraes, falou à TV Re-cord. Questionada se houve erro por parte da escola, ao entregar a criança para um taxista mediante o telefo-nema falso de Suzana, a profissional tentou justifi-

car essa postura. “A forma como recebeu-

se a ligação, houve uma indução muito grande, por-que ela se identificou como mãe, falou de uma conhe-cida da família, chamada Manuela, que já estudou na escola. Além disso, existem alguns pais que têm o cos-tume de mandar taxis para buscar as crianças. Então, assim, como ela falou de forma tão convincente, e ainda ligou mais de uma vez... Dizer que não houve um erro, fica difícil de falar que não. Mas, foi uma indu-ção muito grande, e a gente está numa cidade peque-na”, argumentou.

Na noite de anteontem, a equipe de reportagem da VOZ ligou para o celu-lar que supostamente per-tence à diretora geral do Medianeira, Irmã Irena Bo-ritza. No entanto, nenhuma chamada foi atendida, nem retornada. A repercussão do caso para a escola está bastante negativa. Nas re-des sociais, por exemplo, não param de chover críti-cas à unidade.

Populares se reúnem na Praça Nilo Peçanha para rezar e pedir justiça

Por alguns minutos, no início da tarde de anteontem, um silêncio sepulcral tomou con-ta da Praça Nilo Peçanha, no Centro. Cerca de 400 pesso-as se reuniram para fazer pro-testos e orações em memória de João Felipe, Depois de per-correrem as principais ruas do Centro, os manifestantes se dirigiram, em marcha, para o bairro Matadouro, onde fi ca a 88ª Delegacia Legal.

Uma das organizadoras do ato, a ativista Alexandra Oliveira, destacou a importância da mo-bilização. “Se Barra do Piraí in-teira está sentindo a dor dessa tragédia, imagine só o coração da família e dos pais como não está dilacerado. Então, viemos para demonstrar solidariedade à família, para eles verem que não estão sozinhos nesse sofri-mento. E, é claro, também para pedir justiça e maiores medidas para evitar que crimes assim voltem a acontecer”, afi rmou. ►

Psicólogo dispara: ‘Escola foi irresponsável’

“Nem Freud explica”. Dian-te de uma tragédia como a que envolve a morte de João Felipe, uma criança de apenas seis anos, fi ca a impressão de que nem o pai da Psicanálise, Sigmund Freud, famoso por desven-dar os mistérios da mente, seria capaz de apresentar uma justifi ca palpável para a atitude da assassina. Mesmo assim, a equipe de reportagem da VOZ entre-vistou o psicólogo escolar, Rafael Nunes, que analisou alguns aspectos do caso.

Em princípio, o estudioso explicou do que se trata a vin-gança, sentimento que, se-gundo a investigação policial, motivou Suzana a cometer o crime. “Vingança é simples-mente o ato de satisfazer um desejo, nesse caso, o desejo de vingança. Confúcio, pen-sador e fi lósofo chinês, es-creveu que quando se trilha um caminho de vingança, se deve cavar duas covas, uma para a vítima e outra para a pessoa que anseia por ela. Nesse caso, é mais do que explícito que o seu objetivo foi alcançado, ou seja, a autora do crime conseguiu se vingar, porém, será julgada na forma da lei”, comentou.

“A vingança se atrela a um sentimento de raiva. E a raiva é um dos sentimentos que fazem parte da estrutura psí-quica do ser humano. A raiva, como o medo, nos motiva, como também nos castra”, acrescentou o especialista. De acordo com Rafael, a pai-xão, traço defi nidor dos cha-mados crimes passionais, deve ser levada em conside-ração, ainda mais num caso em que a acusada diz ter mantido um relacionamento amoroso com o pai da vítima.

“Vamos pensar um pouco. A palavra ‘paixão’ deriva do grego ‘pathos’. O ‘pathos’, nas línguas ocidentais, veio a se tornar o prefi xo ‘pato’, que, por exemplo, forma a palavra ‘patologia’. Conhecemos a patologia como estudo das doenças. Então, justamen-te, há milênios, o amor era tratado como doença, algo ruim, atento para as formas de amar existentes na socie-dade contemporânea. Dessa forma, explicamos o porquê

de uma mãe matar o próprio fi lho, o que ocorre devido ao fato de não existir o tal amor materno, mas, sim, uma forma de se amar que se confi gura como materno. Po-demos discutir várias formas de amar e veremos que cada pessoa ama o ser amado de uma forma única. Não existe o amor correto. Infelizmente, nesse caso, podemos estar diante do amor em sua pior forma possível”, ponderou.

Embora afi rme que os familiares de João Felipe po-dem sofrer diversos traumas em decorrência da tragédia, o psicólogo preferiu atentar para outro aspecto: “Deve-mos sempre exaltar a capa-cidade de resiliência do ser humano. O recomendado é a união e o apoio aos familia-res neste momento difícil”.

Ao comentar o fato de o Medianeira ter liberado a sa-ída do menino mediante o telefonema da “falsa mãe” (a acusada), o profi ssional não poupou críticas. “A postura da escola foi totalmente erra-da e irresponsável. Enquanto psicólogo escolar, isso é um analisador para a falta de or-ganização da instituição, que resultou na morte de um de seus alunos. Cobram-se altas mensalidades com pouco retorno. Chega a ser irônico como uma escola tão rígida em termos de disciplina para com os alunos pode liberar uma criança frente a um sim-ples telefonema”, polemizou.

Rafael encerrou seu ra-ciocínio mencionando o que se pode esperar da segu-rança nas escolas em ge-ral daqui pra frente. “Maior organização e controle de seus alunos e funcionários. Controle não de uma forma opressora, mas que ofere-ça conforto e propicie um ambiente de aprendizagem saudável. Sim, deveriam ter mais rigidez. O meu fi lho es-tuda em uma escola públi-ca que é rígida em relação à liberação dos alunos, e os pais geralmente enviam um comunicado escrito em sua caderneta, que é confi rma-do via telefone. Não existe essa história de qualquer telefonema servir para libe-ração de um aluno, isso é um absurdo”, arrematou.

Fechado: Direção do Medianeira estende panos pretos em sinal de luto e suspende as aulas até dia 30

Preces: Centenas de populares rezam pela memória de João Felipe, por sua família e clamam por justiça

Elías

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Caro

lina A

raújo

Page 8: A Voz do Povo - ed 19 - 28 de Março de 2013

8. Quinta-feira - 28 de Março de 2013 JUNTOS, FAZEMOS HISTÓRIA

www.avozdopovobp.comCAPA

Mãe e fi lho: separados pela

tragédia

‘O entra e sai de homens na casa da Suzana era grande’, revela uma vizinha da acusadaÉ numa pequena vila,

situada na Rua Cristiano Otoni, no Centro, que fica a casa da manicure Su-zana do Carmo de Olivei-ra Figueiredo, assassina confessa de João Felipe. Na tarde de anteontem, a equipe de reportagem da VOZ foi até o local, para descobrir, junto aos vizi-nhos, como era o dia a dia da mulher que matou uma criança de apenas seis anos de idade.

Nenhum deles aceitou se identificar, mas, topa-ram falar sobre a rotina de Suzana. *Maria, uma das moradoras da vila, re-velou que, além de mani-cure, ela trabalhava como

“sacoleira”. “Ela vendia roupas e parecia ter mui-tos clientes. Sempre muito vaidosa, fazia questão de estar bem vestida. Algu-mas pessoas da vila já ti-veram problema com ela, mas eu nunca. Ela não dava muita confiança pra gente”, contou.

Também vizinha de Su-zana, *Sónia confidenciou que já “bateu de frente” com ela. “Ela nunca deu problemas para ninguém. Mesmo com as crianças, que sempre ficam brincan-do aqui no corredor, nunca pareceu violenta. As crian-ças brincam na rua, e ela nunca destratou nenhu-ma delas, mas também

não dava muita confiança. Eu fui a única que já tive problemas com a Suzana, porque, um dia, falei que ela trazia muitos homens pra cá, e a vila é um lugar de família. Então, ela virou pra mim e disse: ‘Você ago-ra está cuidando da minha vida?’. Não gostou do que falei e, desde então, fica-mos sem nos falar. Apenas nos cumprimentávamos, o básico”, falou.

Sónia sugeriu que a acu-sada de matar João Felipe tinha meios obscuros de conseguir dinheiro. “Eu nunca fiz unha com ela, porque não ia muito com a sua cara. Pra mim, al-guém bancava ela, algum

homem, porque manicu-re não tem dinheiro para pagar uma casa dessas sozinha, e aqui o aluguel não é barato”, conjectu-rou. Outros vizinhos foram ouvidos e disseram que Suzana morava no local há cerca de dois anos e que seu único problema era o “entra e sai de homens em sua casa, principalmente à noite”.

Ah, antes de finalizar, um detalhe: a casa de Suzana foi pichada com protestos recriminando seu envolvimento no as-sassinato de João Felipe. Diversos palavrões foram escritos na parede frontal da residência.

Palavrões: Populares picham casa onde Suzana vivia e se dirigem a ela como ‘vagabunda’ e ‘maldita’

Caro

lina A

raújo

Enterro de João Felipe reúne multidão

Solidariedade: Dezenas de pessoas participam do enterro de João Felipe, que foi sepultado anteontem no Cemitério Recanto da Paz

Andressa Paganini (Diário do Vale)

Reprodução/Facebook

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.9Quinta-feira - 28 de Março de 2013 JUNTOS, FAZEMOS HISTÓRIAwww.avozdopovobp.com ESPORTE

Todo mundo aqui sabe como é vida em cidade pequena. Todos vivem num infindável Big Bro-ther, onde tudo se avolu-ma, tudo sensacionaliza e nada é realmente do jeito que nós pensamos ser. E é impossível dis-sertar sobre qualquer coisa sem vir a nossa mente o garoto João Fe-lipe, brutalmente assas-sinado essa semana em Barra do Piraí City. Não pretendo, aqui, entrar no mérito da questão, apon-tar culpados, dizer que a infeliz da Suzana merece uma coça com bambu de quina até as arestas se arredondarem. Não gosto de fazer isso, mas toda essa onda de violência que toma conta de Barra do Piraí é visivelmente um problema social que uma hora iria nos atingir.

Existe na cidade como em todo lugar com mais de duas pessoas – Pi-nheiral está fora – os que nasceram para viralatar com maestria, professo-res na arte do viralata-mento viral e que sempre dirão que o país, a cida-de e o estado estão una mierda mesmo chovendo mais dinheiro que maná em Israel. E obviamente Barra do Piraí passa por um tímido, porém visível crescimento se compa-rado aos nossos últimos (sem exagerar) vinte anos. Empresas geram mão de obra, pessoas se mudam, o barbeiro corta mais cabelo, o ambulan-te vende mais, a cidade enche mais, os espaços diminuem, a correria au-menta e o clima pacato some aumentando consi-deravelmente o estresse

de todos os habitantes. Mais do que nunca faz-se necessário uma política que vise não deixar que essa nova realidade se torne algo nocivo à Terri-nha.

Há duas semanas ven-do sendo bastante criti-cado por conta de uma opinião minha acerca de uma nova modalida-de desportiva, como se tivesse o poder de “cus-pir o pensar e tacharem de crime”, mas mesmo sendo contra a alcunha dada à modalidade ja-mais seria contrário ao seu caráter filantrópico e sempre apoiarei qual-quer iniciativa que vise à conscientização e o de-salienamento de nossa juventude previamente sentenciada.

O projeto social do pro-fessor Nélson aqui mos-

trado semana retrasada é algo que de grande va-lia. Uma ação que através das artes marciais tem por objetivo a educação, visando à prevenção, evitando que aqueles garotos ali presentes se-quer conheçam a vida do crime. Só quem não cur-te essa ideia são os ge-rentes de boca de fumo que buscam candidatos a aviõezinhos. E projetos como esse devem sim explodir em toda cidade, pelo bem estar social.

Nosso prefeito relaxa-do, incapaz de arrumar aquele buraco que existe na Química antes que al-guém capote lá dentro ou fazer algo que não seja pintar faixas de pedes-tres no centro da cidade bem que poderia investir uma verbinha em quem o ajuda na segurança e de-

senvolvimento da cidade como o professor Nélson, Mário (professor de capo-eira no CIEP 310) e tan-tos outros cidadãos que dedicam parte de seu tempo ao que de mais puro pode existir. Custear na compra de quimonos, bolas de futebol, coletes e essas coisas é bem mais vantajoso que in-vestir num serviço essen-cial como a guarda muni-cipal, mas sem o mínimo de treinamento. Não digo que deva extinguir a guar-da, mas se o treinamento sai dispendioso, o inves-timento em projetos so-ciais não.

Se pelo menos um de nossos Tiriricas da Câ-mara desacomodasse e resolvesse usar a caneta já seria um belo passo. Com tantas empresas chegando e quadras po-

liesportivas abandonas na cidade, um abono fis-cal sob a troca justa de patrocínio aos nossos projetos sociais seria um passo largo que salvaria o cofre do governo por gerações. É mais jogo in-vestir cem reais em cada garoto com materiais que mil num preso que não teve a oportunidade de ser alguém.

Estou vestindo a cami-sa e convido você barren-se cansado dessa onda de violência a fazer sua parte. Talvez você nunca seja atingido por conta de lacuna assistencial existente na Pérola do Vale, mas é um proble-ma que culmina a longo prazo. Quem sabe um dia seu filho, neto, bisneto não seja vítima desse problema. Ou o causa-dor... vai saber.

■ Dione, Presley e João Felipe. Três que sucedem vários

Por JoMariano

Reprodução/Facebook

Atleta: João Felipe era vice-campeão de Jiu-Jitsu na categoria mirim

Page 10: A Voz do Povo - ed 19 - 28 de Março de 2013

10. Quinta-feira - 28 de Março de 2013 JUNTOS, FAZEMOS HISTÓRIA

www.avozdopovobp.comMUNDO

CATÓLICOS ■ Papa vai celebrar missa da Páscoa em casa de recuperação para jovens

Mais um gesto de humildadeAgência Brasil

MUNDO

O papa Francisco vai cele-brar a missa da Páscoa, no próximo domingo, 28, no Instituto Penal para Meno-res de Casal del Marmo, em Roma. A informação foi con-fi rmada pela Santa Sé, por intermédio da assessoria de imprensa. A missa será ce-lebrada às 17h30, horário local (14h30 de Brasília).

Com a celebração do Instituto Penal de Casal del Marmo, o papa mantém um hábito que começou em Buenos Aires, capital argen-tina, quando era cardeal. Ele costumava escolher lugares nos quais estavam doentes ou marginalizados para fa-zer a missa da Páscoa.

O Vaticano informou que as celebrações da Semana Santa vão ocorrer normal-mente. No mesmo dia em que Francisco celebrará a missa na casa de recupe-ração de jovens, também haverá cerimônia na Praça São Pedro. De manhã, o papa vai celebrar na Basíli-ca de São Pedro a tradicio-nal Missa Crismal.

De acordo com o co-municado da Santa Sé, a missa que será celebrada pelo papa é uma espécie de reprodução da Última Ceia de Jesus, caracteriza-da pelo gesto do lava-pés – quando o celebrante, no caso Francisco, deverá lavar os pés de um dos fi -éis, como fez Jesus Cristo ao lavar os pés dos discí-pulos.

Na época em que era ar-cebispo de Buenos Aires, o então cardeal Mario Jorge Bergoglio celebrava essa missa em prisões, hospi-tais ou casas de recupera-ção de pessoas marginali-zadas, segundo o Vaticano.

Pensando em voz altapor Felippe Carotta*

Contrição, agonia, dor, redenção. Palavras que evocam uma sensação de silêncio são sempre mais utilizadas para defi nir os traços de expressão dos dias da Semana Santa. Na tradição católica, a épo-ca marca os últimos mo-mentos da vida de Jesus, os instantes fi nais de seu caminho rumo à cruz. Do encontro com Maria à insti-tuição da Eucaristia, Cristo vai passando pelos últimos minutos de sua vida, que já eram, em si, a antecipa-ção do próprio calvário.

Nós também, dia a dia, vamos vivendo peque-nas e grandes paixões, sofrimentos que duram muito mais que três dias, espinhos que nos fazem chorar lágrimas de san-gue. Há aqueles que são feridos pela crucifi cação de seus sonhos. Sobem as ladeiras da vida com suas cruzes pesadas so-bre os ombros, sem saber em que monte serão, fi nal-mente, pendurados ou em que lugar algum bom Ciri-neu os ajudará na escala-da. Esses, sofrem com o deboche dos que pensam ter conseguido a glória, mas que, no fundo, não passam apedrejadores de si mesmos.

Há aqueles que carre-gam coroas de espinhos por dentro, chagas que não são visíveis a olho nu. As palavras deles são amargas como vinagre e suas desilusões trans-formam-se em lanças, que são mais perigosas do que qualquer arma de fogo. Eles têm a verdade da mentira estampada

no rosto e, com um beijo na face, são capazes de trair quem mais os ama na vida.

Há aqueles que trazem, pregadas no coração, es-peranças. Querem se trans-formar em alguém que pos-sa enxugar o suor do rosto cansado dos caminhantes, mas para isso precisam da promessa do paraíso, do perdão no momento em que só a morte era aguar-dada. Esses, erraram mui-to, mataram muitos sorri-sos e sepultaram asas, no entanto, desejam tornar a sujeira de suas águas no vinho da salvação. Der-ramaram sangue e viram inocentes pagarem por cri-mes que não cometeram, e, hoje, têm a intenção de não lavar as mãos nos mo-mentos em que, para fazer o que é certo, for essencial sujá-las.

Há aqueles que, sem escolha, se lançaram, por conta própria, às mãos de quem irá negá-los antes mesmo que o galo cante três vezes. Há os que se doam aos pés de nossas cruzes. A esses, a gratidão eterna está garantida.

Paixões essas, umas pe-quenas, outras gigantes, todas eternas. Sepulcros escuros, para onde somos lançados antes da hora, cheios de medo, insegu-ros, muitas vezes sem motivo. O que nos resta é o esforço e a prece para que, num terceiro dia qual-quer, também nós possa-mos ressuscitar.

*Felippe Carotta é jor-nalista e editor-chefe da VOZ

A paixão de todos nós

Rito: Papa Francisco celebra a tradicional missa do Domingo de Ramos, na praça de São Pedro, no Vaticano

Reprodução/UOL Notícias (Andrew Medichini/AP)

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Page 11: A Voz do Povo - ed 19 - 28 de Março de 2013

.11Quinta-feira - 28 de Março de 2013 JUNTOS, FAZEMOS HISTÓRIAwww.avozdopovobp.com ESPECIAL

A Voz das Comunidadespor FAMOR-BP

As comunidades es-tão alarmadas com os acontecimentos desta semana. Pri-meiro com a epide-mia de dengue, que se alastrou por to-das as localidades causando desespero em algumas, como na Roseira, Lago Azul e Muqueca.

Felizmente, depois de muitas reclama-ções, o carro do fu-macê, que há muito tempo não era vis-to circulando pelos bairros combatendo o maldito mosquito, fato que lamenta-mos, reapareceu. A não aplicação de tal procedimento preju-dicou o combate pre-ventivo, permitindo que o vetor causa-dor da doença avan-çasse, resultando na situação alarmante que hoje assola nos-so município. É nos-so dever cobrar dos responsáveis, provi-dências urgentes, no sentido de reverter esta situação, dado fim ao caos em que se encontra o siste-ma de saúde de Bar-ra do Piraí.

Outro aconteci-

mento que marcou foi o brutal crime que aconteceu na última segunda-feira, onde um inocente anjinho teve sua vida ceifa-da por uma monstru-osa criatura. Como entender tamanha fatalidade a não ser considerá-la um ato perverso praticado com requintes de selvageria.

A população se en-contra em estado de comoção, com as comunidades ater-rorizadas pelo triste episódio que abalou a vida de nossa cida-de. Vamos apelar ao criador do universo que olhe por nosso município, para que nos livre de outras tragédias.

A Federação das Associações de Mo-radores de Barra do Piraí (Famor/BP) co-munica que a nossa próxima reunião será no dia 13 de abril do corrente, na Rua Ti-radentes, 132, Cen-tro. Convidamos to-das as comunidades a participarem, bem como lideranças en-volvidas e demais in-teressados.

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PÁSCOA ■ Padre explica que, para os católicos, a data representa a celebração da vitória da vida sobre a morte

Maior festa litúrgica da IgrejaBARRA DO PIRAÍ

[email protected]

Para muito além dos ovos de chocolate, tradicionalmente comercializados nesta épo-ca do ano, a Páscoa tem seu principal sentido nas religiões cristãs. Em entrevista à equi-pe de reportagem da VOZ, na tarde de anteontem, 26, o vi-gário paroquial do Setor San-tana, padre Deivi Santana de Oliveira, falou sobre os funda-mentos das celebrações que marcam a data.

De acordo com o sacer-dote, a Páscoa tem grande importância para os cristãos. “A tradição da Páscoa cristã tem como ápice a celebração da vitória da vida sobre a mor-te, ou seja, a ressurreisção de Jesus Cristo. Ao aparecer vivo e ressuscitado para os discípulos, que estavam de-solados e assustados com sua morte, Cristo confi rma tudo que ele havia anunciado e dá testemunho de seu total compromisso com o Pai e a humanidade”, explicou.

O religioso deu detalhes acerca dos ritos e cerimô-nias que formam o período chamado de Semana Santa pelos católicos. “A Semana Santa, que começa no Do-mingo de Ramos e culmina com a celebração da Páscoa, é uma época em que todos os cristãos são chamados a re-fl etir sobre os ensinamentos de Jesus Cristo e dos últimos momentos de sua vida terre-na”, disse.

Entre as solenidades rea-lizadas durante esses sete dias, algumas contêm um maior grau de importância e signifi cado. “O tríduo pascal compreende a noite da Quin-ta-feira Santa, a Sexta-feira da Paixão e a Vigília Pascal, que acontece de sábado para domingo. Essas três cerimô-nias são o auge não só da

Semana Santa, mas de toda a vida litúrgica da Igreja Católi-ca”, apontou.

‘Cada dia da Semana Santa tem um signifi cado’

Padre Deivi deu uma ver-dadeira aula sobre a Páscoa, explicando o que cada dia do tríduo pascal representa dentro da liturgia católica. “Na Quinta-Feira Santa, Jesus nos deixa o mandamento do amor, como o aspecto predo-minante para seus discípulos. O lava-pés nos ensina a mis-são do serviço, de estar no mundo como luz para os po-bres, marginalizados, menos favorecidos etc. Já através da instituição da eucaristia, Jesus nos deixa um sinal de aliança e consequentemente de entrega e amor a toda a humanidade”, ponderou.

“A Sexta-Feira da Paixão também é muito importante, pois nela celebramos o auge da missão de Cristo, toda sua entrega na ‘obediência perfeita ao pai’, conforme as palavras de São Paulo. Je-sus assume todas as dores, incompreensões e injustiças para nos dar a graça da sal-vação”, prosseguiu o sacer-dote, para, então, encerrar suas explicações.

“Por fi m, a Vigília Pascal é considerada a maior de todas as celebrações litúrgi-cas, porque nela nós celebra-mos o mistério da salvação. Por isso há um número maior de leituras e ritos. É um me-morial, e ao mesmo uma atu-alização, de tudo aquilo que a Sagrada Escritura ensina. As-sim como as mulheres foram ao sepulcro, ungir seu cor-po, e encontraram os anjos anunciando a ressurreisção, passamos a noite em claro, na expectativa da vida nova que vai chegar ao raiar de um novo dia”, arrematou.

Domingo de Ramos: Celebração marca o início da Semana Santa, que culmina com a celebração da

Páscoa

Reprodução/Internet (jaimebatistadasilva.blogspot.com.br)

Page 12: A Voz do Povo - ed 19 - 28 de Março de 2013

12. Quinta-feira - 28 de Março de 2013 POR RENAN ANDRADE

[email protected] CLOSE

■ CLOSE DA SEMANA Parabéns pra você

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O destaque desta se-mana vai para esse grupo de fãs da cantora Claudia Leitte. No domingo, 17, foi comemorado uma data conhecida como Dia dos Fãs da Cláudia Leitte. No Sul Fluminense, o agito ro-lou em alto estilo, com um show mega especial para os fãs da região, que acon-teceu em Volta Redonda. O show fez parte da progra-mação do “VR Elétrico”.

Na foto, representando

Barra do Piraí, aparecem o colunista que vos fala e a comerciária Raphaela Guimarães. Vida de fã é assim: viver atrás do trio, buscando o sorriso de quem se ama. Já para o dia 24 de abril deste ano, estamos organizando um churrasco, em Barra Man-sa, que será uma confra-ternização entre os fãs da CL de toda a região, além de São Paulo e de Belo Ho-rizonte.

31/03 – Fechando o mês de março com chave de ouro, vai rolar a festa para o DJ Rafael Martins, popu-larmente conhecido como Earth Shaker. Ele vem de-senvolvendo um trabalho brilhante nas boates da região. Quem manda um super beijo e deseja toda a felicidade do mundo é sua namorada, Carolina Piller. Aquele abraço, DJ! Sucesso e mais sucesso, sempre.

26/03 – Na terça-feira, quem colheu flores no jardim da vida foi a leito-ra Miriam da Silva. Pro-fissional competente, ela é uma das gerentes da loja Magazin Paris, esta-belecimento tradicional no ramo de vestuário, em Barra do Piraí. Dona de um sorriso encantador e uma humildade inve-jável, Miriam se destaca por onde passa. Um beijo, amiga!

23/03 – O ilustre aniversa-riante do último sábado foi o jovem Leonardo Barreto, funcionário da gigante bra-sileira do petróleo, a Petro-bras. Ele é morador do bair-ro Ofi cina Velha e tem entre suas maiores paixões o Fluminense. Dando um rolé pelo Facebook do cara, dá pra perceber que ele tam-bém é chegado em fazer um sonzinho na companhia dos amigos. Parabéns, Leonar-do! Felicidades.

Flopando & Arrasando

ArrasouA solidariedade de

todo o povo barren-se à família do estudante João Felipe Bichara, de apenas seis aninhos, as-sassinado brutalmente esta semana (ver deta-lhes nas páginas de 05 a 08). Foi emocionante acompanhar um ato de oração, realizado ante-ontem, na Praça Nilo Pe-çanha, no qual centenas de pessoas se reuniram para rezar pela memó-ria da vítima, bem como clamar por justiça e paz. Parabéns à responsável pela iniciativa, a ativista Alexandra Oliveira.

FlopouO “carnaval” que

uns e outros fi ze-ram em torno da tragédia envolvendo João. Uma coisa é sentir a inevitável tristeza provocada pelo caso, outra é ver pessoas tentando se promover em cima disso. Não concordo com as criticas que fi ze-ram a Alexandra Oliveira, pois foi a única que to-mou a iniciativa de, pelo menos, convocar a mobili-zação. Um tanque de rou-pa pra lavar é o que esse povo precisa.

ArrasouA solidariedade de