a voz do povo - ed 02 - 01/12/12

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FOGO NA CAIXA D’ÁGUA Homem identificado como Dinho é suspeito de balear jovem no Morro da Caixa d’Água A VOZ DO POVO Barra do Piraí, 1º de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição 02 - R$1,00 SINISTRO! 04 BAIRRO DOMINADO POR TRAFICANTES Em entrevista exclusiva, comandante do 10º BPM revela que Roseira e Califórnia são as zonas vermelhas do tráfi co em Barra do Piraí 06 A VOZ PREMIADA Este é o segundo dos seus cinco selos para concorrer a dois tablets Veja o regulamento na página 02 PERIGO 02 FECHADA HÁ TRÊS ANOS, ESCOLA NA BOCA DO MATO PARECE CENÁRIO DE FILME DE TERROR VISITE O CANTÃO, ANTES QUE ACABE Investimentos em infraestrutura e saneamento básico passam batidos do bairro e moradores temem acabar esquecidos do mundo FORÇA FEMININA Vestida com o tradicional vermelho Dilma, Denise de Paula é eleita presidenta da sexta subseção da OAB em Barra do Piraí página 09 QUEM AJUDA AMIGO É Amigos se unem e pagam R$ 22 mil pelo translado do corpo de lutador barrense assassinado na Suíça. Sepultamento será em Dorândia. 05 11 05

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Segunda edição do semanário A Voz do Povo do município de Barra do Piraí - RJ

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Page 1: A Voz do Povo - Ed 02 - 01/12/12

FOGO NA CAIXA D’ÁGUAHomem identifi cado como Dinho é suspeito de balear jovem no Morro da Caixa d’Água

A VOZ DO POVOBarra do Piraí, 1º de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição 02 - R$1,00

SINISTRO! 04

BAIRRO DOMINADO POR TRAFICANTES

Em entrevista exclusiva, comandante do 10º BPM revela que Roseira e Califórnia são as zonas vermelhas do tráfi co em Barra do Piraí

06

A VOZ PREMIADAEste é o segundo dos seus cinco selos para concorrer a dois tablets

Veja o regulamento na página 02

PERIGO

02

FECHADA HÁ TRÊS ANOS, ESCOLA NA BOCA DO MATO PARECE CENÁRIO DE FILME DE TERROR

VISITE O CANTÃO,

ANTES QUE ACABE

Investimentos em infraestrutura e

saneamento básico passam batidos do bairro e moradores

temem acabar esquecidos do

mundo

FORÇA FEMININAVestida com o tradicional

vermelho Dilma, Denise de Paula é eleita presidenta da

sexta subseção da OABem Barra do Piraí

página 09

QUEM AJUDA AMIGO É

Amigos se unem e pagam R$ 22 mil pelo translado do corpo

de lutador barrense assassinado na Suíça. Sepultamento será

em Dorândia.

0511

na Suíça. Sepultamento será 05

Page 2: A Voz do Povo - Ed 02 - 01/12/12

A VOZ DESTA SEMANA 01.12.12

CNPJ: 17.150.485/0001-00Impressão: Gráfi ca Diário do Vale

Tiragem: 5.000 exemplares

Editor-chefe: Felippe CarottaEditor Gráfi co: Elías Moura B. da Silva

Gestora Comercial: Soraia Soares

www.facebook.com/avozdopovobpwww.avozdopovobp.com

[email protected](24) 7811-2573 / ID: 116*116316

Rua Paulo de Frontin, 139, 7º andar, sl 702, CentroBarra do Piraí - RJ, 27123-120

Resultado na edição do dia 29/12

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Felippe CarottaEditor-chefe

Histórias. Cada um de nós tem as suas. Alguns, gos-tam de contá-las; outros, as guardam como um tesouro, como a confi ssão de um pas-sado perdido ou o silêncio de um amor que se foi. Histó-rias são muitas, de gente que perdeu ontem e nunca mais encontrou, de quem pensou ter perdido e achou hoje, de quem caminhou para lon-ge e nem chegou perto. De gente comum, que perdeu o fi lho num acidente ou viu o primeiro neto nascer. Histó-rias mil, variadas, as minhas e as suas, tristes ou alegres, dramáticas ou de terror, de gente humana, pois só quem tem coração é capaz de cole-cioná-las.

O meu amor (às vezes de-siludido, confesso) pelo jor-

nalismo nasceu justamente do meu fascínio pelas histó-rias dos outros, pelos verbos expressados numa lágrima, ou pelo silêncio de um grito. É isso que nós, jornalistas, fazemos de melhor: ouvi-mos histórias e aprendemos a contá-las, ao mesmo tem-po em que, aos poucos, os personagens também vão se transformando num pouco da gente, em parte das nossas histórias.

Por exemplo, me recordo de uma moradora da Roseira que visitei, em 2008, numa reportagem sobre a (gran-de) enchente que inundou o bairro em novembro daquele ano. Ao chegar à casa da se-nhora, lembro de ter pergun-tado qual foi sua pior perda com a chuva, ao que ela res-pondeu: “Os móveis, a TV, o computador e o resto, eu tra-balho e recupero. Vou sentir

mais falta das lembranças que cada uma dessas coisas me trazia, do sofá onde meu fi lho sentava para estudar, e da televisão que o meu mari-do, já falecido, gostava tanto de assistir”.

Essa história me marcou pela revelação de que en-chentes carregam sonhos, como se a força da água in-vadisse o nosso imaginário e o inundasse, fazendo com que as paredes de dentro também fi quem encharca-das. É por isso que, como repórter e editor da VOZ, re-tornei à Roseira, para saber se a história de fato mudou com a dragagem do Rio Pi-raí (ler reportagem na página 5).

Nesta edição, há ainda muitas outras histórias: de mães que sonham com um futuro melhor para seus fi -lhos (página 4), de pessoas que precisam de ajuda (pági-na 11), de quem fez escolhas duvidosas ao longo da vida (página 9), e até de gente que vive cercada pelo medo (páginas 6 e 7). São histórias mil, de todos os jeitos e ta-manhos, emocionantes e dis-tintas, tão diferentes, mas, ao mesmo tempo, todas têm um ponto em comum: se pa-recem com as suas.

“Em todas as histórias que escrevo, estou sempre pensando o quanto essas pessoas são ou não dife-rentes de mim. O que temos em comum? Será que eles sentem o mesmo que eu, ou coisas diferentes que eu não sinto? E por que é diferente com cada

um de nós? É a minha curiosidade. (...) Eu acho que jornalismo pode ser uma forma de arte”.

Gay Talese, jornalista norte-americano

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Barra do Piraí, 1º de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 023 POLÍTICAROYALTIES ● Jovens barrenses participam de manifestação promovida por Cabral

‘Veta, Dilma!’

Rio de Janeiro

Desde que o projeto de lei 2.565, que prevê novas re-gras para distribuição dos royalties do petróleo, chegou à mesa da presidenta Dilma Rousseff (PT), no último dia 9, o governador Sérgio Cabral (PMDB) vem pressionando a Dama de Vermelho para que ela vete pelo menos parte do documento. A lei pode cau-sar, diz Cabral, um prejuízo de nada menos que R$ 3,4 bilhões aos cofres do Rio. Na tentativa de evitar esse rom-bo no orçamento do estado, o peemedebista liderou, na tar-de de terça-feira, 26, o mani-festo “Veta, Dilma!”, que reu-niu cerca de 200 mil pessoas pelas ruas da Candelária, no estado.

Rodeados por celebridades, como a apresentadora Xuxa Meneghel, e intelectuais, como a atriz Fernanda Montenegro, além de políticos de todos os cantos do Rio, estavam

os jovens de Barra do Piraí, que foram até a capital para participar do protesto. Dois ônibus saíram do município (um deles exclusivo para idosos), levando, inclusive, o prefeito eleito, Maércio de Almeida (PMDB), e seu vice, Norival Garcia da Silva Junior (PV) – que, óbvio, não perderiam a chance de aparecer ao lado de Jorge Picciani (PMDB) e outros “caciques” de peso, grifo nosso.

O estudante Bruno Bar-bosa da Cruz, 16, mora-dor da Oficina Velha, disse que se surpreendeu com a magnitude do movimento convocado por Sérgio Ca-bral. “Eu não esperava que a passeata ‘Veta, Dilma!’ seria tão boa. Além de vi-ver um momento político histórico para o país, tive a oportunidade de conhecer inúmeras personalidades, como o presidente do meu time de coração (Vasco), Roberto Dinamite”, relatou

o jovem.Presença

E não foi somente a carava-na dos jovens que representou Barra do Piraí na Candelária. Segundo informações divulga-das pela prefeitura, nas redes sociais, cerca de 100 mora-dores do município marcaram presença no evento, entre os quais estava a militante Mar-cia Nogueira, moradora do Dr. Mesquita. “Fomos lutar por aquilo que é nosso, do povo do Rio. Agora, a expectativa é de que a presidenta Dilma ouça o clamor da população e faça justiça, vetando o projeto de lei”, declarou.

Ainda de acordo com o infor-mativo do governo municipal, a iniciativa da caravana barren-se partiu do prefeito José Luís Anchite, que, por questões de agenda, não pode ir ao Rio. O grupo teria desembarcado na Avenida Rio Branco, ponto de partida do encontro, por volta das 16h, de onde seguiu para a Candelária.

Reprodução/Internet

Mr. LockeO comentário desta semana no meio político foi o tal

do movimento “Veta, Dilma!”, convocado pelo governa-dor Sérgio Cabral (PMDB) – ver mais informações na reportagem ao lado.

◊ ◊ ◊

O prefeito eleito de Barra do Piraí, Maércio de Almei-da (PMDB), e seu vice, Norival Garcia da Silva Junior (PV), estavam igual “pinto no lixo” na Candelária, onde participaram da manifestação.

◊ ◊ ◊

Lá no Rio, Maércio marchou todo orgulhoso ao lado de seu “padrinho”, o todo-poderoso do PMDB, Jorge Picciani.

DisputaE, por falar em PMDB, corre

à boca pequena nos bastidores da Câmara Municipal que o partido teria decidido lançar como candidato à presidência o vereador Chico Leite, e não Gustavo Guy, como se imaginava.

Detalhe: caso a informação se confi rme, será a segunda pernada que Guy vai levar dentro da sigla, pois não é segredo pra ninguém que o moço alimentou até os últimos minutos a esperança de ser o vice de Maércio – o que, obviamente, não se concretizou.

Disputa IPor fi m, dizem as más línguas

que um racha interno tomou conta do PMDB nas conversações para defi nir se será Chico Leite ou Guy o candidato a presidente do Legislativo.

De olhoO vereador Pedrinho ADL

(PRB), reeleito para a próxima legislatura, promete continuar sendo uma pedra no sapato do Executivo.

E o parlamentar já anunciou mais uma das suas para evitar que Maércio e Dr. Junior façam o que bem entenderem na prefeitura.

Pedrinho afi rmou que fará valer uma lei de sua autoria, que proíbe o nepotismo (nomeação de familiares) no âmbito do governo municipal.

De olho IComo se sabe, o prefeito

José Luís Anchite deu umas escorregadas nesse quisito.

O parlamentar do PRB não conseguiu frear o Homem dos Suspensórios, mas garante que a farra não vai continuar.

Caso o vereador leve à frente seus planos de denunciar ao Ministério Público o descumprimento da Lei do Nepotismo, Dr. Junior pode ter problemas, já que uma fonte foi clara ao dizer que o moço pretende levar metade de sua família para a prefeitura.

De olho IIPedrinho, inclusive, já estaria

se movimentando para impedir que o futuro vice-prefeito descumpra a legislação vigente.

Independente de qualquer coisa, dizem que as secretarias de Agricultura e de Educação já estariam reservadas para parentes de Dr. Junior. Resta saber se Pedrinho terá, de fato, peito para impedir que assumam a cadeira.

Linha de frente: Jovens seguram faixa que registra representação de BP na Candelária

Page 4: A Voz do Povo - Ed 02 - 01/12/12

Barra do Piraí, 1º de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 02 4COMUNIDADE

ABANDONO ● Moradores da Boca do Mato denunciam descaso com prédio de escola municipal

‘Escola mal assombrada’Felippe Carotta

Barra do Piraí

O portão aberto e o mato alto, logo na entrada, são prenúncios do que as paredes escondem. No interior, teias de aranha por todos os lados, restos de roupas espalhados pelo chão. Banhei-ros e refeitório desativados, fi os desencapados, armários vazios. Em uma das salas, uma pare-de pintada com o desenho dos sete anões parece a última lem-brança de que, ali, funcionava um ambiente frequentado por alunos e professores. É esse o estado da Escola Municipal Pe-dro Alves Gomes, na Boca do Mato, constatado pela equipe de reportagem da VOZ, que este-ve no local, na terça-feira, 27, após denúncias de moradores do bairro quanto ao abandono do prédio.

Hoje apontada como “a es-cola mal assombrada”, por ter se transformado praticamente num cenário de fi lme de terror, a unidade de ensino teria sido desativada em 2009. Segundo relatos de populares, a prefeitu-ra alegou, na época, que o es-tabelecimento devia ser fechado devido às frequentes cheias do Ribeirão Sacra Família.

Desde então, os alunos foram

deslocados para escolas situa-das em bairros próximos, como Parque Santana e Chalet. Agora, os moradores da Boca do Mato prometem colocar a “boca no trombone” e procurar o governo municipal, exigindo que a Pedro Alves Gomes seja reaberta ou que, no mínimo, sua estrutura seja reformada, dando espaço a uma creche.

Pedido de mãe

Embora elogiem o serviço de transporte escolar prestado pela prefeitura, mães que moram na Boca do Mato garantem que é de extrema importância para a comu-nidade que a Escola Pedro Alves Gomes retome suas atividades. É o caso de Luciene Aparecida Vieira, 22, que, inclusive, foi aluna da uni-dade.

“Já estudei e até trabalhei nes-sa escola, sei o quanto era boa. Agora, sem ela, fi ca complicado para nós, mães, colocar nossos fi lhos para estudar fora do bair-ro, mesmo com ônibus gratuito. É muito difi cultoso sair com as crianças daqui e levá-las para o Parque Santana, por exemplo. A escola perto de casa facilita bastante, além de nos dar maior segurança, e é por isso que que-remos a volta da Pedro Alves Gomes”, afi rmou a jovem.

Rafaela Gonçalves Severino, 22, também mãe e moradora do bairro, concorda com a opi-nião de Luciene. “A escola faz muita falta, porque, querendo ou não, o trajeto até outro bair-ro é cansativo para a criança e para as mães. O ideal seria que a prefeitura se empenhasse em arrumar a nossa escola, porque é nosso direito ter educação de qualidade onde moramos”, rei-vindicou.

A dona de casa sugeriu que o governo aproveitasse o espaço em favor da comunidade. “Por que não transformar o prédio numa creche, ao invés de deixá-lo abandonado do jeito que está? Muitas jovens como eu gostariam de trabalhar, mas não podem, pois não têm onde ou com quem deixar seus fi lhos. Sem dúvidas, a criação da creche seria uma mão na roda”, frisou.

Por fi m, Rafaela recordou momentos que viveu na Pedro Alves Gomes, lamentando o abandono do local. “Minhas lem-branças dessa escola são muito boas, porque passei minha in-fância aqui. Era uma escola boa, a merenda era de qualidade, e eu adorava tanto os professores quanto a diretora. É uma pena que todas essas lembranças es-tejam se apagando com a ‘mor-te’ da escola”, encerrou.

Procurada na tarde de ter-ça-feira, 22, para comentar o abandono da Escola Muni-cipal Pedro Alves Gomes, a secretária de Educação, Anna Maria de Azevedo Rothe, não negou “fogo” e deu explica-ções precisas sobre o caso. A professora revelou que, ao contrário do que a população pensa, a prefeitura não foi a responsável pela desativação da unidade.

“O prédio foi interditado pela Defesa Civil, porque fi ca dentro do leito do rio (Sa-cra Família). Quando chove, a água vai até o teto. Além disso, apenas 45 crianças estudavam lá, e todas elas foram bem assistidas, sendo devidamente instaladas em outras escolas”, argumentou, acrescentando: “Transferi-mos, inicialmente, os alunos para o Conde Modesto Leal, no Parque Santana, com ônibus à disposição para o transporte. Depois, quando a escola do Guararema (Chalet) fi cou pronta, demos aos pais a opção de escolha”.

Questionada se existe pos-sibilidade da reabertura da Pedro Alves Gomes, a secre-tária disse que “não”. “Com 45 alunos e uma escola na-quele estado, o problema não

tem solução. Qualquer chuvi-nha inunda de água até o teto. Para atender o que as mães estão pedindo, seria necessá-rio que aquela estrutura fosse totalmente demolida e outra erguida no lugar”, avaliou.

Anna Rothe admitiu que o governo poderia pelo menos providenciar o fechamento devido do local. “Claro que a escola não pode fi car aberta, para não se transformar em ponto de marginalidade ou coisa do gênero. É perfeita-mente possível que o prefei-to José Luís Anchite mande colocar cadeados no portão e lacre de maneira correta as entradas, evitando, assim, maiores problemas para a co-munidade”, ponderou.

A última pergunta respon-dida pela líder da Educação foi em relação à escola da Boca do Mato ser transformada em creche. “Temos planos de creches em vários bairros, mas, lá, teria que ser feito em outra estrutura. Agora, como estamos às vésperas de uma transição de gover-no, creio que será necessá-rio que a população aguarde e converse com o próximo prefeito (Maércio de Almeida, do PMDB) sobre a situação”, fi nalizou.

Anna Rothe afi rma que escola foi interditada pela Defesa Civil

Felippe Carotta

Portão aberto: Ratos, aranhas e baratas já garantiram área vip nas dependências da escola, que também está com as portas laterais destrancadas

Page 5: A Voz do Povo - Ed 02 - 01/12/12

Barra do Piraí, 1º de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 025 CIDADEDRAGAGEM ● Secretária garante manutenção do Piraí, mas população ‘ribeirinha’ ainda teme

O dia depois de amanhãCarolina Araujo

Barra do Piraí

Durante muitos anos, a dra-gagem do Rio Piraí foi uma re-alidade distante. Ano após ano, os moradores das regiões ribeiri-nhas sonhavam com o feito, ao mesmo tempo em que viviam o pesadelo de perderem tudo com as enchentes. Foram décadas de sofrimento até que, no início do ano passado, a obra começou a ser executada pelo prefeito José Luís Anchite, com pompas de “salvadora da pátria”. Parecia, enfi m, o fi nal do tormento de dezenas de famílias, que sofriam vendo seus móveis, eletrodo-mésticos e até carros sendo leva-dos por enxurradas.

De fato, a dragagem resolveu parcialmente o problema, dizem os ribeirinhos. O medo entre eles, agora, é de que os benefícios do serviço acabem indo (literalmen-te) por água baixo, pela suposta falta de manutenção. Entrevista-da na segunda-feira, 26, a secre-tária do Ambiente, Madalena So-fi a de Oliveira, afi rmou que isso não vai acontecer.

Primeiramente, a arquiteta mencionou que a população ri-beirinha fi cou mais tranquila este ano. “Após o término da obra, verifi cou-se que mesmo as chu-vas mais intensas não preenche-ram em pleno a calha do rio. Isso trouxe uma melhoria considerá-vel à vida das famílias e comer-ciantes das regiões ribeirinhas, que, hoje, se sentem mais pro-

tegidos e longes do perigo de se-rem prejudicados pelas enchen-tes”, abordou.

Depois de rodear um pouco em torno do assunto, a gesto-ra ambiental garantiu que Barra do Piraí está em condições de enfrentar o período das cheias. “A manutenção da dragagem já está em execução, pois é ne-cessário retirar do leito do rio a vegetação, a carga orgânica etc. Sendo assim, estamos prepara-dos para as chuvas”, disse, res-saltando, porém, que “ninguém está 100% preparado para uma catastrofe natural”.

No lugar da certeza, a dúvida

Questionados sobre o que pen-sam das declarações da secre-tária, os ribeirinhos foram claros ao destacar que a dragagem lhes proporcionou segurança, mas não certezas. Por exemplo, o co-merciante Elias de Oliveira, dono de uma mercearia na Boca do Mato, revelou que o último pre-juízo que teve por conta das en-chentes foi em 2008.

“Há quatro anos, perdi quase R$ 30 mil em mercadorias. Gra-ças a Deus, desde a dragagem que essa situação não se repete. A expectativa é de que continue dando certo, no entanto, sabe-mos que, para isso, é fundamen-tal que seja feita a manutenção do leito do rio. Tomara que não se esqueçam”, torce o vendedor.

Já o aposentado Arizil Dias de Deus, morador do bairro, foi se-vero ao criticar a dragagem. “A

obra foi muito importante, mas acho que a manutenção foi dei-xada de lado. Pelo que vejo, o leito do Piraí está se estreitando novamente e, com isso, o perigo aumenta. Pessoas como eu, que já perderam tudo dentro de casa por causa da chuva, não podem voltar a correr esse risco”, ava-liou, enquanto apontava a altura que a água atingiu na última en-xurrada presenciada por ele.

Na Roseira, o sentimento de dúvida quanto à manutenção da obra é o mesmo, vide a de-claração do comerciante Marcelo Ramos. “A dragagem já está de-fi citária, e é só observar a quanti-dade de vegetação no leito do rio para constatar isso. Se o projeto não for devidamente continuado, daqui dois ou três anos terá que ser feito um novo trabalho, tão grande quanto o anterior, e, nes-se meio tempo, quem vai sofrer é a população”, opinou. “Nós ainda não estamos respirando alivia-dos, porque deveriam ter feito encostas no rio”, acrescentou o jovem.

Uma outra moradora da Rosei-ra, que pediu para não ser identi-fi cada, demonstrou medo de que a água suba e volte a ameçar sua casa. “Estamos tranquilos para este ano, mas inseguros quanto ao futuro. A última enchente pas-sou por cima do muro da minha casa, e não quero revivê-la nun-ca mais. Acho que o rio já fechou bastante, o leito está cheio de mato. Se não fi zerem a manu-tenção, vamos voltar a sofrer”, lamentou.

Carolina Machado

Madalena: ‘A manutenção da dragagem já está em execução’

OAB/BP ● Futura presidenta revela que sempre acreditou na força de sua chapa

Sexo frágil, que nada!Barra do Piraí

A segunda-feira, 26, foi um dia feliz na vida da advogada Denise de Paula, vencedora das eleições para a presidência da 6ª Subsec-ção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). As votação foi realizada na sede da entidade, localizada no Centro, e mobilizou inúmeros advo-gados a escolherem seus favoritos para compor a representação da categoria.

Poucas horas após o término da votação, o resultado: pela primeira vez, uma mulher estará no coman-do da OAB/BP. E, no dia seguinte, já como a futura presidenta, Deni-se recebeu a reportagem da VOZ, para uma entrevista em seu escri-

tório. Ela confessou, emocionada, que sempre botou fé na vitória – seus comentários foram emiti-dos sempre de maneira elegan-te, com muito fairplay, ou seja, o tal da etiqueta, grifo nosso.

“Com todo respeito aos meus adversários, Murilo Cézar Baptis-ta e Christopher Taranto, sempre acreditei que tinha boas propostas, sim, e sempre acreditei em mim e na chapa que representava”, assi-nalou.

Enquanto dava a entrevista, o telefone de Denise não parava de tocar, com pessoas felicitando sua vitória. Risos e sorrisos estampa-dos no rosto de quem conquista um lugar ao sol. Também, não era pra menos, pois se trata de uma luta

ganha: conforme já mencionado, Barra do Piraí nunca teve uma mu-lher à frente da OAB.

Questionada se acredita que a eleição da presidenta Dilma Rou-sseff (PT) quebrou paradigmas e abriu ainda mais espaço para o an-tigo “sexo frágil”, a advogada disse que sim.

“Muito ainda tem que ser feito para que a afi rmação da mulher seja uma realidade constante em nossos dias. Não acho que devemos nos comparar aos homens quando se fala da posição em cargos histo-ricamente conhecidos como mascu-linos, mas, sim, cada um conquistar seu lugar. Por fi m, creio que a pos-se da Dilma tenha sido um grande avanço nesse ponto”, analisou.

Sorridentes: Candidatos posam para foto durante votação que culminou com a vitória de Denise

Elías Moura

Page 6: A Voz do Povo - Ed 02 - 01/12/12

Barra do Piraí, 1º de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 02 6CAPA

BARRA DO PIRAÍNúmeros divulgados em agosto

passado pelo Grupo UN Notícias apontam que cerca de 56% dos assassinatos ocorridos no Brasil têm ligação direta ou indireta com o tráfi co de drogas. Só por esse in-dicador já é possível imaginar o ta-manho das “garras” dos trafi can-tes, que, encurralados pelos tiras nas capitais, estão migrando para o interior dos estados. E é aí que entra o município barrense. Em-bora não tenha índices alarmantes de violência, ele não escapou da rota do tráfi co. Pior. Segundo o co-mandante do 10º BPM (Batalhão de Polícia Militar), tenente-coronel Cesar Augusto de Souza Rosa, a cidade tem dois bairros considera-dos em situações críticas: Roseira e Califórnia.

A autoridade policial iniciou a en-trevista exclusiva explicando o que o comércio ilícito de drogas repre-senta em termos de criminalidade para Barra do Piraí. “A cidade tem seus percalços interioranos, po-rém, o crime mais registrado é o tráfi co”, assinalou. “Mas, estamos cuidando para que os índices não cheguem a níveis exacerbados como acontece no Rio de Janeiro, e uma das principais formas de combate é o trabalho inteligente da P2 (Serviço Reservado da Polí-cia Militar)”, acrescentou o coronel.

Cesar prosseguiu na aborda-gem de informações no tocante à atuação do tráfi co. “No município, temos poucas áreas em que os trafi cantes se omiziaram, ou seja, deixaram seus pontos antigos para montar a boca de fumo por lá. Es-tamos mapeando não apenas Bar-ra, mas toda a área do Batalhão, para identifi carmos esses pontos estratégicos”, levantou.

Onde mora o perigo

Ao traçar o “mapa da droga” no município, o coronel revelou os no-mes das duas localidades mais do-minadas. “Roseira e Califórnia são os bairros com os maiores índices de criminalidade do ponto de vista do tráfi co”, apontou, ressaltando que, em sua opinião, a relação en-tre essas áreas não tem nada a ver com pobreza ou classes sociais. “A maioria dos usuários de dro-gas são pessoas de classe média alta. E por que eles usam? Porque acham bacana, não sei. Será que têm uma boa relação com os pais? Também não sei. Tudo parte de uma base familiar”, acrescentou o

comandante.E como é a movimentação nes-

sa modalidade de comércio? “Em geral, os usuários ricos vão dentro dessas comunidades para comprar a droga. Quando eles não vão ao local, os chamados ‘aviõezinhos’ se deslocam até os pontos fre-quentados pelo pessoal da classe média alta e, lá, fazem seus negó-cios”, relatou o tenente.

Questionado se a melhor forma de combate é a morte dos trafi -cantes, o líder do 10º BPM respon-deu: “Não concordo. Prova disso é nós não temos alto de resistência na região, que seria o confronto entre a marginalidade e o policial. Aqui, o pessoal já sabe que o ser-viço do policial é prender, e não matar. Caso contrário, não condiz com o lema da corporação, que é o da proteção, além do nosso tra-balho social”.

Encerrando a entrevista, o co-mandante César Augusto frisou que a melhor maneira das comu-nidades combaterem o tráfi co é a denúncia. “As famílias que moram em regiões de atuação de trafi can-tes devem ligar e denunciar os ele-mentos, anonimamente. Assim, a Polícia Militar terá como identifi car o perigo e combatê-lo. Precisamos da ajuda da população”, arrema-tou.

Maconha em ‘alta’

Ainda durante a entrevista com o tenente-coronel Cesar Augusto, a VOZ teve acesso a estatísticas elaboradas pelo 10º BPM em rela-ção ao tráfi co no município barren-se. Por exemplo, no balanço deste ano (contabilizados os números de janeiro a outubro), a maconha foi a droga mais apreendida: exatos 2267,95 gramas da substância – o equivalente a quase 2,7 quilos, grifo nosso – foram recolhidos em operações policiais.

Em segundo lugar no ranking aparece a cocaína e, depois, o cra-ck (que, pelo visto, não é muito procurado por usuários na cidade). Detalhe: a alta procura pela maco-nha em Barra do Piraí refl ete uma tendência quase que mundial. De acordo com relatório divulgado em fevereiro passado pela Jife (Junta Internacional de Fiscalização a En-torpecentes), órgão ligado à ONU (Organização das Nações Unidas), a maconha continua sendo a dro-ga mais consumida na América do Sul entre pessoas de 15 a 64 anos.

No Brasil, segundo os novos da-dos, 20% da maconha consumida tem origem doméstica. A droga

DROGAS ● Segundo a PM, Roseira e Califórnia são os bairros mais dominados pelo tráfi co

O perigo bate à portacorrespondente aos outros 80%, de acordo com o Unodc (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), entra no país pelo Pa-raguai. Tem mais. O documento aponta, ainda, que, em 2010, as autoridades brasileiras apreende-ram nada menos que 155 tonela-das da droga.

Em entrevista à revista Veja, o médico do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), Ivan Mario Braun, opinou sobre o por que da maconha ser o en-torpecente mais badalado do mo-mento.

“Não nos surpreende que a ma-conha seja a droga mais consumi-da no Brasil e nos países vizinhos. O principal problema dessa droga, sem dúvidas, é a sua aceitação so-cial. Essa característica aumenta o uso de qualquer substância. O cigarro já foi visto como algo po-sitivo socialmente, mas hoje em dia não é mais. Além da aceitação social, o fácil acesso e o baixo cus-to da droga também contribuem para esse quadro”, analisou o especialista.

“A maioria dos trafi cantes são pobres ou pessoas que não ti-veram boas oportunidades na vida”. É muito comum ouvir fra-ses como essa por aí, mas, será que isso é verdade? Afi nal, existe relação entre tráfi co de drogas e pobreza? Em entrevista concedi-da esta semana, o professor do Unifoa (Centro Universitário de Volta Redonda) e doutor em So-ciologia, Vitor Barletta Machado, desmitifi cou o assunto.

“Existem trafi cantes localizados nas periferias, mas, muito mais pelo fato de serem áreas nas quais a presença do poder públi-co é quase nula, o que as torna espaços mais seguros para essa atividade. Temos uma rede de tráfi co que passa pelos bairros nobres das cidades, nas escolas particulares, sobre as quais muito pouco se fala nos noticiários e que é muito grande”, explicou.

O especialista seguiu propondo refl exões acerca do tema: “Há inúmeros jovens de famílias de classe média e alta que compram drogas e depois as revendem em seus círculos de amizade (como no fi lme ‘Meu nome não é John-ny’). Relacionar automaticamen-te pobreza com tráfi co é parte

do antigo preconceito com as classes populares, que já foram chamadas de ‘classes perigosas’. Existem bandidos no meio popu-lar do mesmo modo que existem entre os mais abastados”.

Indagado sobre os estudos de sua área que mencionam as causas e efeitos do desenvolvimento do tráfi co para a socie-dade, o professor disse que “se o trá-fi co está crescendo é porque existe de-manda”. “São vários os fatores que po-dem estar relaciona-dos ao aumento de tal procura, passan-do pelas chamadas drogas recreativas, utilizadas nas festas, até aquelas do consumo cotidia-no. Muitas vezes se fala sobre a falta de perspectivas para o fu-turo da juventude como um fator de estímulo, ou mesmo a falta de uma estrutura familiar. É preciso ressaltar que o homem sempre buscou meios de aliviar a sua rea-lidade, quer seja através do álco-

ol ou das mais variadas drogas”, ponderou.

O sociólogo fi nalizou falando sobre que medidas poderiam ser

adotadas pelo go-verno para comba-ter o tráfi co. “São as velhas conhecidas, educação, emprego, salário. Minimizar os fatores que podem estimular o consu-mo. Reprimir o trá-fi co é importante, mas somente como parte de uma políti-ca que consiga ser efi ciente na diminui-ção do consumo. Do contrário estaremos somente prendendo um grupo hoje ao mesmo tempo em que outro surge para ocupar o lugar vago.

Há que se considerar também que o combate à corrupção é parte do mesmo processo, não somente a corrupção política mais presente nas mídias, mas daquela corrup-ção cotidiana que permite que o consumo e o tráfi co continuem ocorrendo em nossas praças e esquinas”, encerrou Machado.

É preconceituosa relação automática entre tráfico e pobreza, diz sociólogo

“Temos uma rede de tráfi co que passa pelos

bairros nobres das cidades, nas escolas particulares,

[...] que é muito grande”

- Vitor Barletta

Felippe Carotta

Cesar Augusto: ‘As famílias que moram em regiões de atuação de traficantes devem ligar e denunciar os elementos’

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Barra do Piraí, 1º de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 027 CAPA

É de se imaginar que o medo seja uma companhia frequente de pessoas que vivem em regiões domi-nadas pelo tráfi co. Em re-latos ouvidos pela equipe de reportagem da VOZ, moradores da Roseira, por exemplo, revelaram-se ca-breiros quanto a circular em determinadas áreas do bairro, principalmente à noite. Uma das zonas mais perigosas, dizem eles, é o local conhecido como “Atrás do Saco”, na cha-mada Roseira II.

Dona de casa e mãe de uma criança, uma mo-radora do bairro – que por motivos óbvios não será identifi cada, grifo nosso – afi rmou que sen-te medo de ir às ruas sem o clarão do dia. “Tem bas-tante tráfi co por aqui. Vivo um pouco assustada, por-que às vezes a gente acaba pagando o preço por causa de outras pessoas. Sair de casa à noite, então, nem pensar. De jeito nenhum. À noite é o momento deles (trafi cantes)”, revelou.

Abordados, a maioria

dos “roseirenses” não gos-ta nem de tocar no assun-to. “É complicado falar so-bre isso, né”, esquivou-se um idoso. Já o proprietário de um bar nas imediações do bairro afi rmou que toca seu negócio tranquilo, mas prefere não abusar. “O tráfi co está em todos os lugares, infelizmente. Mas, na Roseira, não posso dar o mole de, por exemplo, fi car aberto até de ma-drugada. Fecho o bar no horário certo, para evitar problemas”, contou o co-merciante.

Já na Califórnia, distrito de Barra do Piraí, a inse-gurança é ainda maior. De acordo com moradores lo-cais, algumas ruas do lo-cal chegar a ser bloquea-das por ordens do tráfi co. “Aqui, o bicho está pegan-do, porque está parecendo aquelas comunidades do Rio, onde os trafi cantes fecham ruas, intimidam as pessoas etc. A polícia precisa agir rápido, antes que a situação se agrave e fi que insustentável”, desa-bafou um morador.

‘Tenho medo de sair de casa à noite’, desabafa moradora da Roseira

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‘Atrás do Saco’: Área na Roseira é apontada por moradores como o lugar onde o couro come e ninguém vê

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SHOW DE BOLA por MAUROA R E D E S

Na coluna Nós e Você, pu-blicada na edição passada da VOZ, o jovem Felipe Eiras, morador do Cantão, falou so-bre o abandonado da quadra existente no bairro. É triste o caminho que o desporto bar-rense tomou. Apenas alguns anos atrás, éramos o orgulho do estado e, por que não dizer, do país. Atualmente, o setor agoniza, pedindo socorro de pires na mão, moribundo, pa-recendo apenas esperar o gol-pe de misericórdia.

Não, não é um lamento tolo. Bastar olhar à nossa volta: en-quanto outros municípios bem menores que BP, com arreca-dações inferiores, conseguem fazer pelo menos alguma coi-sa, nossa cidade parou, faliu dentro do desporto regional.

Vejamos mais. Tínhamos, eu disse “tínhamos”, um basque-te de excelência, um futsal de encantar, tênis, vôlei, atletis-mo, handebol etc. E o que te-mos hoje de que podemos nos orgulhar? Nada, nada e nada.

Cadê o basquete? Acabou. O vôlei? Acabou. O handebol, os interbairros, os jogos estudan-tis? Tudo, tudo acabado. Saída tem, jeito tem – e muito. Em primeiro lugar, é necessária vontade política, e não essa politicagem vergonhosa que vemos hoje. Em segundo, as instituições sérias, voltadas para o esporte, se unirem para reivindicar mudanças urgentes na atual legislação, além da criação do Conselho Municipal do Esporte e de uma comissão permanente na Câmara volta-da para o desporto.

Tomara que o prefeito eleito, Maércio de Almeida, cumpra o prometido em campanha, e realmente faça o Orçamento Participativo. Se não desmem-brar a Secretaria de Espor-te que pelo menos coloque à frente da pasta um gestor que vá implementar políticas públi-cas efetivas para o setor.

Maércio, ouça o grito de so-corro do esporte de Barra do Piraí. “Portela é uma águia al-taneira e não pode voar a vida inteira de baixo de um beija fl or”. Não deixe mais nosso município ser humilhado pelos vizinhos. Desculpem o desa-bafo, mas, é triste ver a rea-lidade das cidades próximas, enquanto a nossa é... Melhor nem falar nada.

● Opinião do Colunista ● Intermunicipal do Areal

No último fi m de semana, 24 e 25, foram realizadas as semifi nais do Campeonato do Areal, com dois jogos sensa-cionais. No primeiro, a equipe Fênix, da casa, enfrentou a do Premier, de Bacia de Pedra, (Vassouras) – vale lembrar que esse time se destaca no esporte regional por participar de competições em diversos municípios.

O jogo transcorreu de forma muito competitiva e com os nervos à fl or de pele, como já é de praxe em uma semifi nal. O bacana da disputa foi a le-aldade por parte de ambos os grupos, mas, no fi nal, preva-leceu a experiência da equipe de Vassouras, que venceu por 2 x 1.

Os destaques da partida foram o goleiro Jean (Fênix), com belas defesas, e o meia Henrique (Premier), que bri-lhou na armação das princi-pais jogadas.

No segundo jogo, outro clás-sico, diga-se de passagem, duas equipes do mesmo bair-ro e da mesma rua: o Grêmio, do folclórico Zé Carlos, contra o habilidoso Titãs, que acabou levando a melhor no primeiro tempo, abrindo três gols de vantagem.

Bem que os craques do Grê-mio tentaram correr atrás do prejuízo, porém, o máximo que conseguiram foi diminuir a vantagem do adversário, marcando um gol. Ou seja, o jogo terminou com o placar de 3 x 1 a favor do Titãs.

O destaque do Grêmio foi o veterano Jerônimo, que demonstrou em campo o vi-gor de um menino. No Titãs, quem se sobressaiu foi o en-saboado Max.

Neste domingo, 2, a festa da fi nal começa às 9h, com vários eventos antecedendo o esperado momento da partida entre Titãs x Premier, prevista para as 14h. Parabéns para o público e à população do Areal por mais essa bonita festa.

● I Copa A Voz do Povo de Futsal

Já está em estudo (com praticamente tudo defi nido) a realização da I Copa A Voz do Povo de Futsal. A ideia é fa-zer uma primeira fase voltada para atletas adultos, prepa-rando as equipes para dispu-tarem a Copa TV Rio Sul de Futsal, em março do ano que vem.

● Royal representa BP em torneio da Ferj

O Royal S.C vai representar Barra do Piraí no torneio ofi cial da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro), na catego-ria Sub-17. A competição con-tará com mais três municípios da região: Valença, Volta Re-donda e Barra Mansa.

O torneio servirá, ainda, para marcar o inicio da prepa-ração da equipe do Royal para a Copa Rio 2013, na mesma categoria (que compreenda atletas nascidos entre 96 e 97).

Se tudo correr como plane-jado, segundo o responsável pelo projeto, Zada, é possível que times como Cruzeiro e São estejam na mesma chave do município barrense.

Alô, Vitinho, bora lá prepa-rar esse time!

● RAPIDINHAS

Campeão juvenil da I Copa Integração do Vale, realizada em parceria da Ferj com a LDBP

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Divulgação

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Barra do Piraí, 1º de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 029 POLICIALVIOLÊNCIA ● Jovem é baleado no Morro da Caixa d’Água

Tentativa de homicídioBarra do Piraí

De acordo com fontes ofi ciosas, na quarta-fei-ra, 28, o jovem Leonardo Cunha, 21, ia tranquila-mente pra casa quando foi atingido por dois tiros. A tentativa de homicídio aconteceu no Morro da Caixa D’Água, e a vítima teria fi cado internada na Santa Casa por apenas 24 horas, sendo liberada em

seguida. Até o momento, não se sabe o que pode ter motivado o crime.

Segundo relatos de populares, Leonardo foi atingido na Rua João Moreira de Vasconcelos, próximo ao número 166. Os disparos acertaram o quadril dele. Moradores locais revelaram, ainda, que o autor dos “pipocos” seria um rapaz identifi ca-do apenas como Dinho.

O jovem foi socorrido

por moradores e levado para a Santa Casa. Em visita ao setor de interna-ção do hospital, na tarde de anteontem, a reporta-gem da VOZ apurou que Leonardo passa bem e, inclusive, já teve alta. Ele saiu do local acompanha-do por uma menina, dis-se uma funcionária. Até o fechamento desta edição, nenhum suspeito havia sido preso. O caso está sendo investigado.

Nós e Vocêwww.facebook.com/avozdopovobp

SOLIDARIEDADE ● Amigos de lutador barrense assassinado na Suíça pagam translado do corpo para o Brasil

Corrente do BemZurique/Barra do Piraí

O sofrimento da família de Vagner Luís Cardoso, 34, para conseguir enter-rá-lo está, enfi m, próxi-mo de terminar. Graças à solidariedade dos ami-gos do lutador barrense, assassinado na Suíça no sábado, 17, o corpo do atleta tinha previsão de chegar ao Brasil ontem, 30 (até o fechamento desta edição, o desem-barque ainda não havia ocorrido). Segundo infor-

mações divulgadas pela imprensa nacional, eles se juntaram e pagaram 10 mil francos suíços – o equivalente a cerca de R$ 22 mil, grifo nosso – pelo translado.

De acordo com notícias veiculadas por jornais como “O Globo”, Vagner será sepultado em Do-rândia, distrito de Barra do Piraí, onde sua famí-lia reside. A iniciativa dos amigos de se unirem para pagar o transporte do corpo surgiu depois que parentes da vítima afi r-

maram que não tinham recursos para custear o serviço.

A prima da vítima, Mo-nica Andrea Barbosa, foi entrevistada pela im-prensa nacional e revelou que a previsão era de que o corpo deixasse a Suíça anteontem, 29. Quando chegasse ao país, ainda precisaria passar pelo IML (Instituto Médico Le-gal) do Rio, antes de ser liberado para sepulta-mento em Dorândia.

Vale lembrar que, conforme divulgado na

edição 01 da VOZ, o lutador foi morto em Zurique por uma mu-lher, que permanece presa. Ainda segundo informações veicula-das na imprensa na-cional, o lutador já fez a segurança de Leonel Messi. Na ocasião, o argentino recebeu o Troféu Bola de Ouro, como melhor jogador do mundo, em Zurique. Ele era pai de uma me-nina brasileira, de 14 anos, e de um menino suíço, de 2.

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Page 10: A Voz do Povo - Ed 02 - 01/12/12

Barra do Piraí, 01 de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 01 10OPINIÃO

A Voz das Comunidadespor Federação das Associações de Moradores

● Como estava previsto, fo-ram realizadas as eleições para a escolha da nova Diretoria da Associação de Moradores do Chalet e Guararema, domingo passado, 25, no Salão do Au-gustão, na comunidade local. Tendo sido eleita por aclamação e empossada pela Comissão Eleitoral formada pelos senhores Edemundo Paulino Pinto, primei-ro secretário da Famor/BP; Car-los Augusto Rufi no, assessor de Segurança da Famor/BP; e pela conselheira Rosemari Rosa Te-les, que procederam supervisio-nando todo o processo eleitoral na comunidade, que se transfor-mou numa grande festa cívica, onde a diretoria liderada pelo Sr. Elves Costa Santos, como presi-dente, e Sr. Carlos Augusto Nas-cimento, como vice-presidente, se observou que toda Diretoria eleita e empossada, seus mem-bros são pessoas bem prepara-das e dispostos a desempenhar bem seus papéis e obrigações com muita força de vontade, pois, todos se apresentaram conscientes de suas obrigações. Quando apresentaram um tra-balho, que a Comissão Eleitoral tomou como referência para as demais Associações de Morado-res na íntegra como deve ser o trabalho de uma Associação de Moradores. Ainda, tristemente, registramos o abandono total da comunidade pelo Poder Público, que se tornou um desafi o da nova diretoria, ora empossada, que todos juntos prometeram lutar com todas as forças para que os problemas sejam resol-vidos, tendo a Diretoria marca-do uma reunião para a última quinta-feira, 30, quando come-çaram o trabalho pelo bem da comunidade e com todo apoio da Famor/BP por determinação da nossa Diretoria.

● Damos a seguir o conteúdo

do trabalho inicial da nova dire-toria: Associação de Moradores é...(Por quê? Parar quê)

1 – Associação de moradores é a UNIÃO e ORGANIZAÇÃO de moradores, podendo ser de uma rua, quarteirão, etc.;

2 – É uma das maneiras es-senciais de solidariedade entre os moradores;

3 - É um espaço comunitário do povo na base, para trabalhar juntos e unidos por melho-res condições de vida;

4 – É uma das ferramentas do povo organizado que toma cons-

ciência de sua dignidade com ser humano;

5 – É aquela que organiza as lutas e mobiliza os moradores para enfrentar os problemas concretos que surgem da neces-sidade do nosso dia-a-dia;

6 – A associação de morado-res é o espaço privilegiado que faz crescer a consciência e to-dos nós, que desejamos cons-truir uma sociedade igualitária e justa, onde se possa realmente exercer a cidadania.

● A importância de uma As-sociação de Moradores: É papel da Associação de Moradores rei-vindicarem junto ao Poder Públi-co e Órgãos competentes, os di-reitos do povo que paga os seus impostos. E é importante lem-brar que ao reivindicar os seus direitos, os MO-RADORES NÃO ESTÃO PEDINDO NENHUM FA-VOR. A Associação de Morado-res é um instrumento de todos os moradores do bairro e tem o dever de exigir a satisfação das necessidades que o mesmo apresentar. Assim cabe, tam-bém, defi nir junto da população residente, quais destas lutas são as mais prioritárias: segurança, transportes, recolhimento do lixo, posto de saúde, etc. A As-sociação é uma ferramenta, que o povo tem a seu favor. É um es-paço de luta ao serviço do bem comum do bairro e da cidade. Não deverá ser nunca um meio de dominação do desejo popu-lar, mas sim, um espaço onde a população reunida e organizada encontra meios e criam méto-dos e condições para atingir um determinado fi m.

● Conselho Municipal de Edu-cação tem o seu atendimento diário, à Rua Tiradentes, nº 122, Centro, Barra do Piraí/RJ, Tel.: (24) 2443-2545/2442-1302(fax), e-mail: [email protected] e as reuniões de plenárias (aberta ao público): segundas feiras às 18 h 30 min.

● Reunião da Famor/BP: Informamos que a nossa reunião mensal de DEZEMBRO/2012, será no dia 08/12/2012, às 16:00 horas, nas dependências do SE-NAT, à Rua Tiradentes, nº 132, na subida do Cemitério. Forta-leçam a nossa Federação com a sua presença e participação. Nosso endereço (escritório): Rua Tiradentes, nº 50 – Sala 101 – Centro. Tel.: (24) 2442-2929.

Educação: estamos longe do idealpor Professor Heraldo Bichara

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) teve o seu resultado divulgado na última semana, e várias escolas, não só da rede pública, como da privada (particular), fi caram chupando o dedinho, tentan-do justifi car de todas as for-mas possíveis o ocorrido, isso é, seus nomes distantes no ranking. Vejo tudo com a cla-reza de trinta e cinco anos de-dicados ao magistério, e não me surpreendo.

Os livros sumiram e, hoje, só as apostilas, que são resumos do resumo resumido. O profes-sor tem que ser malabarista, e um especialista em vestibular. O foco é a universidade, quan-do o ensino técnico é de fato a saída. As escolas públicas não têm como concorrer com as particulares, salvo honrosas exceções. O professor da rede pública é pessimamente re-munerado, e muitos não têm um Plano de Cargos e Salários porque os governos entendem a Educação como gasto, e não Investimento.

Na rede particular, na qual os professores são melhor re-munerados (nem todos), a coi-sa fl ui melhor. Porém, vejo que ensinamos muito conteúdo de forma errada, obedecendo a lei. Como a ótica é o vestibular, um aluno, por exemplo, que pretende cursar Direito, tem que estudar a mesma matéria do que vai para a Engenharia. Assim, tem que aprender con-teúdos de grande complexida-de que jamais usará na vida.

O certo seria considerarmos três áreas distintas: a Tecnoló-gica, a Biomédica e a Humana, com conteúdos específi cos, sem deixar de lado os que são importantes de maneira geral, mas com o grau de difi culda-de menor. Infelizmente não é assim, e bola pro mato, que o jogo é de campeonato, vence a equipe de melhor elenco e mais bem preparada. Enquan-to perdurar o foco na universi-dade, será sempre assim, num país que usa cotas para distin-guir tudo.

Nos Estados Unidos, que conheço bem, pois tenho três fi lhos lá residentes, e quatro netos, o acesso à universidade é muito diferente, a começar por não ter vestibular. Existem escolas públicas de ótimo ní-vel, na maioria melhores do que as particulares. Meu neto

estuda numa, na cidade onde mora, que possui 40 mil habi-tantes, e a High School (Ensi-no Médio) tem 2,5 mil alunos num prédio moderníssimo de cinco andares. A High School, repito, o Ensino Médio, tem a duração de quatro anos, en-quanto no Brasil são três.

Como ele quer estudar Di-reito, fez aplicações em várias faculdades, e, para ser aceito, em primeiro lugar levam em consideração o seu mérito es-colar, seguido de suas ativida-des comunitárias e esportivas. Nessas escolas há cursos com classes regulares chamadas de honors e advanced, em que o grau de difi culdade é maior, dentro dos quatro anos, e que a nota de aproveitamento tem que ser entre 8,5 e 9,0. Meu neto fez e conseguiu tudo de graça.

Na escola, se pretende ir para a Universidade, que é o caso dele, é aplicada uma pro-va que versa sobre uma reda-ção de tema livre, e ele falou da doença da avó, minha es-posa, sob a orientação de um professor, e mais questões de Matemática, escrita e leitu-ra. O resultado é conhecido em fevereiro, e enviado para as Faculdades. Harvard, que é a sua escolha, custa U$ 6 mil dólares por ano, mas seu histórico, que é o fator pri-mordial, pode conceder um excelente desconto, e até uma bolsa integral, dependendo da análise.

A vantagem é que depende do aluno, fi cando a questão fi nanceira para ser examinada num segundo momento, ob-servada a renda familiar. Veja, a escola de meu neto é pú-blica, mantida pela prefeitura (que diferença em relação ao nosso país, quanto mais aqui no nosso terreiro).

Mas, há as Community Col-leges, mais em conta, e com a possibilidade de um bom aproveitamento, transferir-se depois de dois anos para uma instituição mais renomada. Finalizando, frequento os Es-tados Unidos há 15 anos, co-nheço bem o que se faz lá em Educação, onde não tem greve porque o professor é bem re-munerado e considerado como tal. Não tenho a menor dúvida quando tenho que olhar a nos-sa realidade: “Estamos longe do ideal”.

C@rta do LeitorEnvie a sua VOZ para

[email protected]

Olá, equipe A VOZ DO POVO!

Fiquei conhecendo o jornal esta semana e parabenizo-lhes. Que seja realmente um porta-voz dos anseios da nossa cidade e seu povo. Minha sugestão: nas horas vagas, sou cantor, composi-tor, músico e poeta.

Todos esses títulos ganhei por merecimento: fui dez vezes finalista em festivais e concursos de música, aqui e região, um dos três fina-listas do “Concurso para a escolha do Hino da Associa-ção dos Aposentados e Pen-sionistas de Volta Redonda”, e autor do “Hino Municipal e Oficial de Pinheiral”, por unanimidade, vencido em concurso. Sou eclético em minhas composições.

O título de poeta veio atra-vés da “Câmara Brasileira de Jovens Escritores”, com sede no Rio, e já fui selecionado várias vezes, a nível de Bra-sil, tendo poesias publica-das em livros e algumas no site: www.camarabrasileira.com (digitar: Paulo Marcelo Ribeiro de Araujo).

Tenho, ainda, músicas no site www.myspace.com/paulomarcello, e no Youtube (digitar: Paulo Maribeiro). Sou também autor de “The Elvis Hymn” (Tributo à Elvis Presley), cujo CD encontra-se no acervo agregado de Elvis, na mansão Graceland, em Memphis, nos Estados Unidos.

Infelizmente aqui na Bar-ra os artistas da cidade não tem muita mídia nos meios de comunicação, por isso, faço a minha sugestão e agradeço se for atendido. Todo este meu relato é ver-dadeiro.

Ano que vem vou lançar um disco musical temático sobre Barra: nunca ninguém na história desta cidade fez. A única homenagem musical oficializada em registro é o nosso hino municipal, muito lindo, e que muitos barren-ses não conhecem devido à pouca divulgação, principal-mente por quem tem a obri-gação de divulgar.

No mais, parabéns e muito sucesso!

Paulo Maribeiro, via e-mail

Page 11: A Voz do Povo - Ed 02 - 01/12/12

Barra do Piraí, 1º de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 0211 INTERAÇÃO

CULTURA ● Estado destaca Jongo da Tia Marina como um dos principais ‘patrimônios’ do município

Bate forte o tambor!Barra do Piraí

Quem pensa que o município barrense não tem cultura está redondamente enganado. Pelo menos, o contrário dessa tese é comprovado no “Mapa de Cultu-ra do Rio de Janeiro”, divulgado, quarta-feira, 28. O estudo, enco-mendado pelo Governo do Estado, revela histórias e personagens da cidade (repletos de cultura), que a maioria da população desconhece, trazendo alguns destaques, como a Tia Marina, responsável por tra-zer a cultura do jongo para Barra do Piraí.

Segundo texto publicado no site do Mapa, Tia Marina “tem 91 anos, mora na cidade há mais de 70, mas nasceu em Conservatória, distrito de Valença, onde o Qui-

lombo São José faz todo ano uma festa em 13 de maio. À frente de seu grupo de jongo, sempre com-parecia. Já foi muito ‘tirar o jongo’ em cidades como São Paulo, Volta Redonda e Vassouras. Hoje o gru-po que ela criou se mantém com 10 componentes, liderados por seus fi lhos Marcelo e Rosângela. O integrante mais jovem tem 10 anos. Eles batem o caxambu – o tambor grande – e dois candon-gueiros – os pequenos”.

A página online segue recordan-do a trajetória da idosa: “Tambo-res que Tia Marina ganhou de um músico de chorinho de Volta Re-donda, Carlos Henrique Machado Freitas, que também gravou uma composição dela, O Limão, no CD O Vale dos Tambores.

Ela mesma foi à cidade e subiu ao palco para cantar. ‘O teatro es-

tava lotado de branco, todo mun-do querendo me abraçar’, lembra, emocionada. A roda ofi cial do grupo ocorre no dia 31 de maio em comemoração ao aniversário da Tia Marina, matriarca de uma família de 13 fi lhos (dos quais só sete ainda estão vivos), 17 netos e 16 bisnetos. Para eles, ela não se cansa de cantar: ‘Eu joguei a prata n’água/ Ela boiou e foi ao fundo/ Eu jurei e fui buscar/ Meu caxam-bu no fi m do mundo”.

Mais destaques

E Tia Marina não é a única a fi -gurar em lugar de gala no Mapa de Cultura da Secretaria Estadu-al de Cultura. Igrejas, prédios da estação e fazendas histórias são os principais destaques aponta-dos pela pesquisa. A Catedral de

Santana, de 1881, e a Igreja de São José, de 1867 (localizada no distrito do Turvo), são indicados no documento, além do prédio da antiga estação, inaugurado em 1864 com a presença do impera-dor Dom Pedro II.

Tem mais. Lugares icônicos como o Chafariz da Carioca, na Santana, e a Ponte Metálica tam-bém participam do cartão postal elaborado para o município, que conta, também, com destaques do calibre da Casa da Princesa – que hoje está praticamente jogada às traças, grifo nosso – e a Sociedade Musical União dos Artistas.

Eventos como “Café, Cachaça e Chorinho”, “Festival Vale do Café” e “Festival de Inverno” preenchem a agenda fi xa de atividades cul-turais do município. Na categoria “Gente”, Tia Marina é acompanha-da pelo fotógrafo Pedro Simões, considerado o profi ssional com o maior acervo de memória fotográ-fi ca da cidade. Para visualizar o Mapa de Cultura completo, aces-se: mapadecultura.rj.gov.br

CANTÃO ● Moradores reclamam de ‘eterna’ valeta e clamam por melhorias no bairro

Um tesouro enterrado

Barra do Piraí

Gerações e gerações foram criadas no bairro do Cantão, no conhecido estereótipo brasilei-ro de pé descalço, correndo no chão de terra batida e subindo em árvores, famílias trabalhan-do para ganharem seus sus-tentos e idosos pegando sol na varanda, ouvindo os pássaros cantarem.

Mas, com o passar dos anos, todos estamos acostumados a ver as mudanças em nossas ruas e bairros, através de in-vestimentos do governo, o que, para o azar de quem mora lá, não acontece naquele Cantão esquecido do município, que, durante anos a fi o, não recebe mudanças, muito menos evolu-ção.

Gente antiga da comunidade, como o idoso Vicente Teixeira, que já mora no bairro há cerca de 40 anos, afi rma que nunca viu melhorias signifi cativas e importantes para o bem-estar daquela população. “Moro no

Cantão há muitos anos, e nun-ca vi mudanças. A valeta aberta em frente a minha casa conti-nua a mesma não é de hoje”, afi rmou.

Já Sebastião de Oliveira Pi-nho, morador do local há 26 anos, desabafa: “Nunca vi nada de mudanças aqui. Prometem todo ano e nunca fazem nada”. A indignação dos moradores é visível, pois desejam ver o seu bairro incluído na “tartaruga” da evolução, que, ali, estagnou-se.

Nem o cheiro dos investimen-tos feitos em diversas áreas pelo governo José Luís Anchite passou por lá. Pelo contrário, o único cheiro que se sente no ar é o da água parada da valeta.

‘Valão’

A água praticamente parada, suja, com mau cheiro e lixo. Esse é o retrato descrito da vala aberta que, há anos, existe no Cantão – tida por muitos como o principal problema do bairro. Os “antigos” confi rmam que “é limpa, sim, mas tinham que acabar com ela”. O fato de a água estar parada, facilitando a proliferação de ratos e animais peçonhentos, assusta quem por ali passa.

“Não é difícil acabar com a valeta, até porque tem uma galeria atrás e ela passava por lá. O problema é que, ao invés de a água estar descendo, está

subindo”, explicou Vicente, de-monstrando-se um bom enten-dedor do assunto.

Como já se conhece e se sabe, a dengue é uma associa-ção quase direta quando se fala de água parada. Pior. Trata-se de uma doença que pode afetar a saúde de todos. Mas, mesmo convivendo todos os dias com aquele “poço sem fundo”, Seu Vicente revelou que (por sorte) nunca teve complicações. “Criei meus fi lhos aqui e, até hoje, nunca ninguém teve problemas de nada”, recordou.

E, por falar em saúde, Sebas-tião revelou que é outra área bastante precária no Cantão – e no município em geral, grifo nosso. Por conta disso, diz o idoso, ele procura se cuidar em Volta Redonda.

Fazenda?!

Mas, a questão crucial que encuca a mente dos moradores do Cantão é: “Por que não exis-te um investimento por parte do poder público para acabar com a valeta e asfaltar as ruas?”. A resposta para essa pergunta (ou uma verdade absoluta) sim-plesmente não existe.

Segundo informações apura-das, a história remonta alguns séculos atrás, quando os barões eram donos de grandes fazen-das, que, como se sabe, fazem parte da história do Sul Flumi-

nense. Fala-se que o Cantão era uma dessas fazendas, hoje transformada em bairro, onde famílias pagam seus impostos como todos os cidadãos – ou não.

Uma fonte, que preferiu não se identifi car, relatou que nem todos os moradores pagam o famoso IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), enquanto outros tantos não conseguem fugir do carnêzinho.

A história dos donos de fa-zendas, que venderam seus ter-renos ou simplesmente foram

desapropriados, tem muito que se lhe diga – e os governos, tanto estadual quanto mu-nicipal, parecem seguir a velha máxima ensinada por nossos pais e avós, de que “não se deve mexer nas coi-sas dos outros”, grifo nosso.

NOTA DA REDAÇÃO: Procu-rado na quarta-feira, 28, para comentar o assunto, o prefeito Zé Luiz não foi localizado. A re-portagem da VOZ ligou para o celular dele diversas vezes, mas não foi atendida.

Felippe Carotta

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Kass

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Ide

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Imundice: Sujeira na vala é tão grande que pra ficar completa só falta dinheiro boiando

Sorriso: Alegria de Tia Marina explica por que ela é um patrimônio histórico

Page 12: A Voz do Povo - Ed 02 - 01/12/12

DANDO CLOSE por RENANANDRADE

● CLOSE DA SEMANARodac/BP comemora 50 anos com nova loja

Um verdadeiro tapete ver-melho foi estendido para que empresários, políticos e fi gu-ras infl uentes de Barra do Pi-raí desfi lassem na inaugura-ção da nova sede da Rodac, concessionária da Wolksva-gem. A festa de lançamen-to – lindíssima, por sinal – aconteceu quarta-feira,28, no prédio da nova loja, loca-lizada na Muqueca.

Nomes como o presidente do Grupo Rodac, Sérgio Noel, e o gerente da sede barren-se, Sandro Mendonça, mar-caram presença na gala, que contou, ainda, com a partici-pação do prefeito José Luís Anchite e de outros “gigan-tes” do varejo local.

O evento começou por volta das 20h30, com uma missa presidida pelo padre Miguel Francisco da Silva, da Matriz de São Benedito. Logo após, começaram os discur-sos dos executivos ligados

à empresa, seguidos, é cla-ro, da fala de Zé Luiz – que, como sempre, não dispensa a oportunidade de dar um show de carisma no micro-fone.

O ponto alto da noite foi a apresentação de um dos mais recentes lançamentos da Wolks, o popular Fusca, só que em versão completa-mente modernizada, repagi-nada e repleta de glamour.

Os convidados obviamente fi caram babando encima da máquina e aproveitaram para tirar uma onda com o pos-sante, sendo clicados ao lado dele. A festa terminou com um coquetel oferecido pela Rodac, em altíssimo estilo.

Um close merecido para grupo empresarial da Rodac, que fortalece o comércio de Barra do Piraí, gera empre-gos e contribui muito para o crescimento econômico do município.

Edmar SoaresEdmar Soares

Edmar Soares

PARABÉNS PRA VOCÊ!

25/11 – A semana começou bem com o aniversário da advogada Iza-bel Barreto, do Centro. Aos 25 anos, a jovem é formada em Direito, pela UBM, e está cursando sua segunda faculdade, na USS. Em breve, Iza-bel será também psicóloga. Gata e meiga defi nem a moça, que merece todos os nossos parabéns.

26/11 – Quem colheu fl ores na segunda-feira foi a professora de Educação Física e personal trainer, Flávia Tavares. Graduada há 22 anos, ela trabalha nos colégios José Costa, Arlindo Rodrigues e Nilo Peçanha. Aos 46 anos, Flávia esbanja saúde e uma boa forma de deixar qualquer um de queixo caído. Aquele beijo!

26/11 – A segunda-feira foi de co-memoração também para a comer-ciante Rosimere Guimarães – que, por sinal, vem a ser minha mãe. Ela que é proprietária do restaurante “Oficina da Mama”, na Of. Velha, comemorou ao lado de seus três filhos: Renan, Ronan e Ramon. O trio manda um super bei-jo a “melhor mãe” do mundo.

27/11 – Na terça-feira, o aniversariante foi o amigo João Carlos Medeiros, mais conhecido como Dico. O jovem trabalha na HouseFilm Auto Center, mas sua grande pai-xão é o filhão João Claudio. A gente deseja tudo de bom na sua vida!

28/11 – Chegar aos 55 anos com tanta alegria e alto astral não é pra qualquer um, Marta Freire?! Parabéns a ela, que é casada com Marinho e madrasta do Rogerinho, integrante do famoso grupo de pagode Revelação. Marta, um grande beijo. Desejo que você continue sendo esta pessoa que irradia felicidade por onde passa.