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2º SIMULADO MODELO ENEM - 2017 1ª SÉRIE Ciências Humanas e suas Tecnologias DIA Exame Nacional do Ensino Médio Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 90 Questões Duração: 5h Dia: 19/10 – quinta-feira Nome completo: Turma: Unidade:

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Page 1: 2º SIMULADO MODELO ENEM - 2017 - Centro … · 2017 – 3º SIMULADO ENEM – 1ª SÉRIE 1 1. Cartum do artista argentino Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido como Quino: Observando-se

2º SIMULADO MODELO ENEM - 20171ª SÉRIE

Ciências Humanas e suas Tecnologias

DIA

Exame Nacional do Ensino Médio

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

90 Questões

Duração: 5h

Dia: 19/10 – quinta-feira

Nome completo:

Turma: Unidade:

Page 2: 2º SIMULADO MODELO ENEM - 2017 - Centro … · 2017 – 3º SIMULADO ENEM – 1ª SÉRIE 1 1. Cartum do artista argentino Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido como Quino: Observando-se

CENTRO EDUCACIONAL

ORIENTAÇÕES PARA APLICAÇÃO DO SIMULADO ENEM – 3º TRI

1. A prova terá duração de 5hmin.

2. Só será permitida a saída de alunos a partir de 2 horas de prova. 3. O aluno não poderá sair para beber água ou ir ao banheiro antes de 3 horas de prova. 4. O aluno não poderá levar a prova para casa. Favor colocar o nome na capa da prova. 5. O preenchimento do gabarito deve ser feito com caneta AZUL. NÃO É PERMITIDO O USO DE

CANETAS COM PONTAS POROSAS. 6. O preenchimento incorreto do gabarito implicará na anulação da questão ou de todo o gabarito. 7. Durante a prova, o aluno não poderá manter nada em cima da carteira ou no colo, a não ser lápis,

caneta e borracha. Bolsas, mochilas e outros pertences deverão ficar no tablado, junto ao quadro. Não será permitido empréstimo de material entre alunos.

8. O aluno que portar celular deverá mantê-lo na bolsa e desligado, sob pena de ter a prova recolhida,

caso o mesmo venha a ser usado ou tocar. Caso não tenha bolsa, colocá-lo na base do quadro durante a prova.

9. O fiscal deve conferir o preenchimento do gabarito antes de liberar a saída dos alunos.

10. O gabarito da prova estará disponível no site a partir das 17 horas da quarta-feira, dia 25/10.

11. O prazo máximo para conferir qualquer dúvida sobre o gabarito da prova encerra dia 27/10,

quarta-feira. Isso deve ser feito diretamente com o professor ou com a Pedagoga da Unidade.

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1. Cartum do artista argentino Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido como Quino:

Observando-se a cena, pode-se afirmar corretamente que a comunicação entre as personagens ocorre pelo a) discurso indireto e que o policial comporta-se de maneira autoritária e truculenta ao abordar o motociclista. b) discurso indireto e que o motociclista sente-se constrangido, pois sabe que dirigir um automóvel é mais

prudente que dirigir uma moto. c) discurso indireto livre e que o motociclista refuta a advertência do policial, pois dirige cuidadosamente apesar

da deficiência visual. d) discurso direto e que o policial parece perplexo diante da solução incomum encontrada pelo motociclista para

conduzir a moto. e) discurso direto e que o motociclista reconhece sua situação irregular, pois não possui documentos que lhe

permitem dirigir veículos.

GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: [A] Não pode ser discurso indireto, uma vez que a tirinha mostra um diálogo. [B] Não pode ser discurso indireto, uma vez que a tirinha mostra um diálogo. [C] O discurso indireto livre dá uma liberdade ao personagem que não cabe em um veículo em que predomina mais a imagem do que as palavras. [D] Correta. O guarda se mostra espantado pelo fato de usar óculos, o motorista optou por para-brisa com lente. [E] O motorista tem a carta que prescreve o uso dos óculos, mas que foi trocado por um vidro com lente corretiva.

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

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A questão a seguirfocaliza uma passagem do romance Água-Mãe, de José Lins do Rego (1901-1957).

Água-Mãe Jogava com toda a alma, não podia compreender como um jogador se encostava, não se entusiasmava com a bola nos pés. Atirava-se, não temia a violência e com a sua agilidade espantosa, fugia das entradas, dos pontapés. Quando aquele back1, num jogo de subúrbio, atirou-se contra ele, recuou para derrubá-lo, e com tamanha sorte que o bruto se estendeu no chão, como um fardo. E foi assim crescendo a sua fama. Aos poucos se foi adaptando ao novo Joca que se formara nos campos do Rio. Dormia no clube, mas a sua vida era cada vez mais agitada. Onde quer que estivesse, era reconhecido e aplaudido. Os garçons não queriam cobrar as despesas que ele fazia e até mesmo nos ônibus, quando ia descer, o motorista lhe dizia sempre: — Joca, você aqui não paga. Quando entrava no cinema era reconhecido. Vinham logo meninos para perto dele. Sabia que agradava muito. No clube tinha amigos. Havia porém o antigo center-forward2que se sentiu roubado com a sua chegada. Não tinha razão. Ele fora chamado. Não se oferecera. E o homem se enfureceu com Joca. Era um jogador de fama, que fora grande nos campos da Europa e por isso pouco ligava aos que não tinham o seu cartaz. A entrada de Joca, o sucesso rápido, a maravilha de agilidade e de oportunismo, que caracterizava o jogo do novato, irritava-o até ao ódio. No dia em que tivera que ceder a posição, a um menino do Cabo Frio, fora para ele como se tivesse perdido as duas pernas. Viram-no chorando, e por isso concentrou em Joca toda a sua raiva. No entanto, Joca sempre o procurava. Tinha sido a sua admiração, o seu herói. 1Beque, ou seja, o zagueiro de hoje. 2 Centroavante.

(Água-Mãe, 1974.)

2. No dia em que tivera que ceder a posição, a um menino do Cabo Frio, fora para ele como se tivesse perdido

as duas pernas. Segundo o contexto, como se tivesse perdido as duas pernasrevela, com grande expressividade e força emocional, a) sensação de estar sendo injustiçado pela torcida. b) certeza de que ainda era melhor jogador que o novato. c) sentimento de impotência ante a situação. d) vontade de trocar o futebol por outra profissão. e) receio de sofrer novas contusões e ficar incapacitado.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: [A] A torcida não tem a ver com a escalação de um jogo, portanto, não há torcida injusta no caso. [B] O medo da juventude e das habilidades de Joca deixavam o centroavante atormentado, portanto, não tinha certeza de ser melhor jogador. [C] Correta. O centroavante só deixou o campo para Joca porque teve de acatar as ordens de seus superiores, por isso a sensação de impotência. [D] Em nenhum momento o desejo de abandonar o esporte foi mencionado no decorrer do conto. [E] A expressão perdido as duas pernas foi escolhida para melhor expressar o drama pelo qual o centroavante estava passando.

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3. Levando em consideração os elementos verbais e não verbais da charge e tomando como ponto de partida o

discurso “longe de mim ter preconceito, mas...”, o conectivo “mas” apresenta, como efeito de sentido, a) o contrassenso dos questionamentos presentes no discurso da interlocutora do indivíduo, que defende sua

tese quanto ao que é transgressão das leis. b) uma restrição feita pela jovem ao ponto de vista explicitado pelo homem em relação ao tratamento

dispensado aos homoafetivos ou aos heteroafetivos. c) a contradição na própria lógica argumentativa do personagem que generaliza a ideia de crime, sem o

encadeamento de premissas plausíveis para que delas se tire uma conclusão cabível. d) uma ressalva apresentada pela mulher diante da opinião emitida pelo falante que se pronunciou primeiro

sobre a forma como a sociedade vê a homoafetividade. e) uma oposição ao conceito de gênero enunciado pela voz masculina e o manifesto na contra-

argumentação da ouvinte.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Em “longe de mim ter preconceito, mas...”, o conectivo “mas” apresenta, como efeito de sentido, a contradição na própria lógica argumentativa do personagem que generaliza a ideia de crime, ao afirmar “Crime é crime! Se a vítima é gay ou hetero, dá no mesmo!”, sem o encadeamento de premissas plausíveis para que delas se tire uma conclusão cabível. O personagem apenas tece afirmações, sem que haja, em seu discurso, embasamento para tais. Ao ouvir a argumentação da outra personagem, ele não contra-argumenta, apenas afirma: “Dá sim! Dá sim!”, sem elencar nada que possa justificar seu ponto de vista.

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Texto para a próxima questão:

A sensível

Foi então que ela atravessou uma crise que nada parecia ter a ver com sua vida: uma crise de profunda piedade. A cabeça tão limitada, tão bem penteada, mal podia suportar perdoar tanto. Não podia olhar o rosto de um tenor enquanto este cantava alegre – virava para o lado o rosto magoado, insuportável, por piedade, não suportando a glória do cantor. Na rua de repente comprimia o peito com as mãos enluvadas – assaltada de perdão. Sofria sem recompensa, sem mesmo a simpatia por si própria.

Essa mesma senhora, que sofreu de sensibilidade como de doença, escolheu um domingo em que o marido viajava para procurar a bordadeira. Era mais um passeio que uma necessidade. Isso ela sempre soubera: passear. Como se ainda fosse a menina que passeia na calçada. Sobretudo passeava muito quando “sentia” que o marido a enganava. Assim foi procurar a bordadeira, no domingo de manhã. Desceu uma rua cheia de lama, de galinhas e de crianças nuas – aonde fora se meter! A bordadeira, na casa cheia de filhos com cara de fome, o marido tuberculoso – a bordadeira recusou-se a bordar a toalha porque não gostava de fazer ponto de cruz! Saiu afrontada e perplexa. “Sentia-se” tão suja pelo calor da manhã, e um de seus prazeres era pensar que sempre, desde pequena, fora muito limpa. Em casa almoçou sozinha, deitou-se no quarto meio escurecido, cheia de sentimentos maduros e sem amargura. Oh pelo menos uma vez não “sentia” nada. Senão talvez a perplexidade diante da liberdade da bordadeira pobre. Senão talvez um sentimento de espera. A liberdade.

(Clarice Lispector. Os melhores contos de Clarice Lispector, 1996.)

4. O emprego do adjetivo “sensível” como substantivo, no título do texto, revela a intenção de a) ironizar a ideia de sentimento, então destituído de subjetividades e ambiguidades na expressão da senhora. b) priorizar os aspectos relacionados aos sentimentos, como conteúdo temático do conto e expressão do que

vive a senhora. c) explorar a ideia de liberdade em uma narrativa em que o efeito de objetividade limita a expressão dos

sentimentos da senhora. d) traduzir a expressão comedida da senhora ante a vida e os sentimentos mais intensos, como na relação com

a bordadeira. e) dar relevância aos aspectos subjetivos das relações humanas, pondo em sintonia os pontos de vista da

senhora e da bordadeira.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A questão representa a importância e relevância da observação humana A narrativa explora a subjetividade da protagonista, analisa com profundidade as emoções provocadas pela crise por que passava, priorizando os aspectos relacionados aos seus sentimentos e conflitos, como se afirma em [B]. 5. De acordo com o fragmento do texto, de Ricardo Noblat, o autor defende a ideia de que o escritor deve a) escolher muito bem o assunto do texto. b) usar o texto como uma arma. c) cativar o leitor logo no início de um texto. d) saber escrever de acordo com as normas gramaticais. e) saber narrar uma história com início, meio e fim.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A opção [C] apresenta o objetivo principal de Ricardo Noblat: alertar o escritor sobre a necessidade de cativar a atenção do leitor logo no início do texto.

Somente uma bala

Vocês têm só uma bala na agulha para capturar a atenção dos leitores: as primeiras linhas de um texto. Se elas não forem capazes de despertar interesse, tchau e bênção. [...] O erro pode estar na escolha dos assuntos. Ou na qualidade dos textos. Ou nas duas coisas. Os assuntos podem ser atraentes. Se oferecidos por meio de textos medíocres, não serão lidos. Os textos podem ser gramaticalmente corretos e contar uma história com começo, meio e fim. Se não forem instigantes, bye, bye, leitores.

NOBLAT, Ricardo. A arte de fazer um jornal diário.São Paulo, Contexto, 2003, p. 86 (fragmento).

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6. Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã. Foi, pois, uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal, porém, conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos: – Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem! Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria, mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho – era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos. Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.

LISPECTOR, Clarice. Uma galinha. Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p. 30. Disponível em:

<http://www.releituras.com/clispector_galinha.asp>. Acesso em: 20 set. 2016. Adaptado.

No fragmento adaptado do conto “A galinha”, de Clarice Lispector, o elemento figurativo “ovo” torna-se marco importante na narrativa, pois a) traz para aquele grupo familiar o valor dessa ave doméstica, uma vez que ela viva poderia continuar dando

alimento para todos. b) é um momento de epifania para a menina, que percebe o quanto o animal poderia transformar a realidade de

sua vida, atribuindo-lhe outro significado. c) caracteriza-se como a simbologia de uma nova existência, contribuindo para tornar o viver de sua espécie

ainda mais insignificante. d) se constitui como um elemento fundamental para a mudança da percepção da galinha pela família, passando

aquela a ter, por algum tempo, uma nova condição existencial. e) se transforma no acontecimento revelador para a própria ovípara, que nota a sua incapacidade de reagir,

mediante a crença de que nasceu para alimentar o ser humano.

GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No fragmento adaptado do conto “A galinha”, de Clarice Lispector, o elemento figurativo “ovo” torna-se marco importante na narrativa, pois se constitui como um elemento fundamental para a mudança da percepção da galinha pela família: que, de ave de abate e futuro prato principal no almoço, tornou-se “ave de estimação” (“passou a morar com a família”), sua nova condição existencial. Texto para próxima questão.

Um novo app promete usar a tecnologia para aproximar médicos e pacientes. Batizado de Docpad, o aplicativo criado por brasileiros foi lançado no começo do mês.

Quem quiser usar o Docpad deve informar dados, como tipo sanguíneo e plano de saúde. Após o cadastro inicial, o usuário pode usar seu perfil para salvar e compartilhar exames, criar uma lista de médicos de sua confiança e marcar consultas com profissionais que também usem o aplicativo.

“Nossa ideia era criar um app que ajudasse as pessoas a cuidar da saúde de amigos e familiares”, explicou em entrevista a EXAME.com o diretor de tecnologia da ThinkTank, startup que está por trás do app.

BRASILEIROS criam app que aproximam médicos e pacientes. Disponível em:

<http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/brasileiros-criam-app-que-aproxima-medicos-e-pacientes>. Acesso em: 23 set. 2016.

7. Da leitura do texto, é correto afirmar que as novas tecnologias de informação e comunicação permitem

que as pessoas a) possam acompanhar, de forma mais sistemática, a sua saúde, tendo acesso mais rápido e prático aos seus

médicos e seus exames. b) tenham maior possibilidade de estar atentas ao bem-estar de seus familiares, por meio de um contato direto

com os profissionais que os assistem. c) se aproximem mais dos especialistas de sua confiança, podendo tirar dúvidas e conferir os serviços

oferecidos em seu plano de assistência médico-hospitalar, sem sair de casa. d) compartilhem os resultados das investigações a que foram submetidas, e até mesmo o tipo sanguíneo nas

redes sociais, para que sejam orientadas quanto aos melhores tratamentos e a quem podem recorrer. e) socializem com sua rede de amigos uma lista de personagens renomadas na área médica e de sistemas de

saúde que são considerados os mais atualizados.

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GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Da leitura do texto, pode-se afirmar que novas tecnologias de informação e comunicação, como o aplicativo Docpad, permitem que as pessoas possam acompanhar, de forma mais sistemática, a sua saúde, tendo acesso mais rápido e prático aos seus médicos e seus exames, pois, de acordo com o texto “o usuário pode usar seu perfil para salvar e compartilhar exames, criar uma lista de médicos de sua confiança e marcar consultas com profissionais que também usem o aplicativo”. 8.

No quarto quadrinho, a menina utiliza o termo “aí” como elemento coesivo para dar continuidade às ações que começou a descrever no terceiro quadrinho.Assinale a alternativa que contenha um elemento coesivo que possa substituir corretamente o termo “aí”, preservando o mesmo sentido da fala da personagem.

a) Entretanto b) Portanto c) Todavia

d) Então e) Afinal

GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O termo “aí” introduz a continuação daquilo que a menina estava descrevendo, dando sequência às ações mencionadas. Pode ser substituído por “Então”, que também carrega esse significado. “Entretanto” e “todavia” trazem uma ideia de adversidade. Já “Portanto” e “Afinal” carregam um sentido de conclusão.

A cena é cotidiana nos consultórios médicos: entre o “bom dia” e o “até logo”, dados pelo profissional, passam-se apenas 20, 15 e, às vezes, inacreditáveis três minutos. Quando muito, dá tempo apenas para o paciente falar dos sintomas mais aparentes, pegar na mão do médico uma lista de exames a ser feitos ou de remédios a ser tomados. Para que servem e quando mesmo devem ser tomados? Difícil lembrar, já que as explicações foram tão rápidas, que nem deu para memorizá-las, como se deveria. Também é evidente que o médico não teve tempo para avaliar, com a precisão necessária, o que foi prescrito.

Trata-se de uma realidade cada vez mais frequente, tanto no Brasil quanto em outros lugares do mundo. Inclusive em consultórios particulares, essas consultas, que mais se parecem com um drive-thru de lanchonete, são registradas. E isso contribui para as estatísticas judiciais que mostram aumento nos casos de erros médicos.

A PRAGA das consultas a jato. Istoé, e. 2196. Disponível em: <http://istoe.com.br/182300_A+PRAGA +DAS+CONSULTAS+A+JATO>.

Acesso em: 22 set. 2016. Adaptado.

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9. O texto evidencia uma denúncia relacionada com uma prática que vem se tornando comum entre os profissionais da área da saúde.

Para defender a ideia de que o paciente nem sempre sai seguro das orientações dadas pelo médico, o texto traz, como estratégia argumentativa, a) a exemplificação do tempo disponibilizado pelo especialista para cada consulta e a descrição do que ele

aborda em cada atendimento. b) a incapacidade médica de revisar o diagnóstico dado e o que prescreveu para cada pessoa que por ele

foi atendida. c) a comparação, por semelhança, entre o comportamento dos profissionais de saúde do Brasil e os de

outros países. d) uma suposta pergunta retórica, cuja resposta não é avaliada devidamente, resultando na dificuldade de o

paciente se apropriar de todas as informações necessárias naquele instante. e) a consequência da rapidez imprudente de alguns que atuam nessa aérea do conhecimento, que é o aumento

de processos jurídicos por erros médicos.

GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A imagem e o texto evidenciam o descaso da área de saúde junto à população. Para defender a ideia de que o paciente nem sempre sai seguro das orientações dadas pelo médico, o texto traz, como estratégia argumentativa, uma pergunta retórica: “Para que servem e quando mesmo devem ser tomados [os remédios]?”, cuja resposta não é avaliada devidamente, pois “as explicações [do médico] foram tão rápidas, que nem deu para memorizá-las, como se deveria”. 10. As charges podem fazer uma crítica social, cultural ou política.

Disponível em: http://tv-video-edc.blogspot.com

Essa charge revela uma crítica aos meios de comunicação, em especial à internet, porque a) questiona a integração das pessoas nas redes virtuais de relacionamento. b) considera as relações sociais como menos importantes que as virtuais. c) enaltece a pretensão do homem de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. d) descreve com precisão as sociedades humanas no mundo globalizado. e) concebe a rede de computadores como espaço mais eficaz para a construção de relações sociais. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Algumas pessoas preferem a interação social através das redes sociais, já que a internet possibilita a conexão com um maior número de pessoas em diferentes locais do mundo. Essa preferência acaba por prejudicar e desumanizar o contato entre as pessoas, crítica que pode ser percebida através dos recursos de linguagem adotados pelo chargista.

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11. O texto abaixo, pertencente a Gregório de Matos, apresenta todas as seguintes características:

Ardor em firme coração nascido; pranto por belos olhos derram

incêndio em mares de água disfarçado; rio de neve em fogo convertido:

tu, que em um peito abrasas escondido; tu, que em um rosto corres desatado; quando fogo, em cristais aprisionado; quando crista, em chamas derretido.

Se és fogo, como passas brandamente, se és fogo, como queimas com porfia?

Mas ai, que andou Amor em ti prudente! Pois para temperar a tirania,

como quis que aqui fosse a neve ardente, permitiu parecesse a chama fria.

a) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade temática da sensualidade e do refreamento, antíteses claras dispostas em ordem direta.

b) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida.

c) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, construção sintática simétrica por simetrias sucessivas, predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que tendem para o paradoxo.

d) Técnica naturalista, assimetria total de construção, ordem direta inversa, imagens que prenunciam o Romantismo.

e) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista evidente no uso das antíteses, dos anacolutos e das alegorias, construção assimétrica.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Podemos perceber, a partir da análise da poesia “Lágrimas de amor: fogo e neve”, o dualismo barroco presente nos versos de Gregório de Matos através da mistura de religiosidade e sensualismo, misticismo e erotismo, valores terrenos e aspirações espirituais, ideias dispostas por meio de metáforas, especialmente com o uso de paradoxos.

12. A exaltação da forma, o culto à linguagem permeada por metáforas, conflito entre o humanismo renascentista

e a tentativa de restauração de uma religiosidade medieval são características do a) classicismo. b) arcadismo. c) romantismo. d) barroco. e) condoreirismo. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Barroco caracteriza-se fundamentalmente por ser uma expressão do conflito entre o humanismo renascentista e a tentativa de restauração de uma religiosidade medieval, estabelecendo assim um paradoxo entre a fé, o espiritual e o material.

13. A questão cujo trecho apresenta características próprias do Barroco no Brasil é: a) “Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais

tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado.”

b) “Alma minha gentil, que te partiste/Tão cedo desta vida, descontente,/Repousa lá no Céu eternamente,/E viva eu cá na terra sempre triste./Se lá no assento etéreo, onde subiste,/Memória desta sida se consente,/Não te esqueças daquele amor ardente/Que já nos olhos meus tão puro viste.”

c) “Última flor do Lácio, inculta e bela,/És, a um tempo, esplendor e sepultura;/Ouro nativo, que, na ganga impura,/A bruta mina entre cascalhos vela.”

d) “Parece até que sobre a fronte angélica/Um anjo lhe depôs coroa e nimbo.../Formosa a vejo assim entre meus sonhos/Mais bela no vapor do meu cachimbo.”

e) “Lá na úmida senzala,/Sentado na estreita sala,/Junto ao braseiro, no chão,/Entoa o escravo o seu canto,/E ao cantar correm-lhe em pranto/Saudades do seu torrão.”

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No trecho do poema “A Jesus Cristo Nosso Senhor”, de Gregório de Matos, observa-se a lírica religiosa que obedece aos princípios fundamentais do barroco, com alusão a temas como o amor a Deus, a culpa e o arrependimento.

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O trecho a seguir diz respeito às próximas quatro questões:

"Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: a diferença radical entre este livro e o Pentateuco."

(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas).

14. Essa é a abertura do famoso romance de Machado de Assis. Dentro desse contexto, já dá para se ver o tipo

de narrativa que será explorada. A esse respeito, é correto afirmar que a) a narrativa decorre de forma cronologicamente correta, de acordo com a passagem do tempo: infância,

juventude, maturidade e velhice. b) a linearidade das ações apresenta cenas de suspense, dado o comportamento inusitado dos personagens. c) não há como prever o final da narrativa, já que seu enredo é, propositadamente, complicado. d) aação terá, como cenário, os diversos centros cosmopolitas do mundo. e) o autor usa o recurso do flashback devido à sua intenção de iniciar o romance pelo “fim”.

GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A presença de um enredo não linear é muito comum nas obras machadianas. Brás Cubas resolve escrever relatos de sua história após ter morrido, o que pode causar, em um primeiro momento, certo estranhamento do leitor. No trecho apresentado, o narrador-personagem explica porque optou pela inversão cronológica para escrever sobre sua história. 15. Em relação à questão anterior, infere-se que a linguagem dispõe de um recurso enriquecedor: a disposição

das palavras no espaço frasal. Sendo assim, que tipo de leitura pode-se fazer das duas expressões: “autor defunto” e “defunto autor”?

a) A colocação da palavra defunto após a palavra autor leva-nos a pensar que o segundo elemento está em fase final de carreira.

b) Defunto autor remete à ideia de que a pessoa irá escrever suas memórias dentro de um cemitério. c) Ambas as expressões transmitem a mesma ideia, com iguais valores semânticos. d) A expressão defunto autor aparece de forma metaforizada, original, privilegiando uma nova forma de

narração autobiográfica. e) Ambas as construções não têm expressão na obra biográfica de Machado de Assis.

GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Analisando “autor defunto” e “defunto autor”, percebemos que a posição das palavras proporciona a alteração de significados. Em “autor defunto”, pressupomos que se refere a um autor que já morreu, já em “defunto autor”, há a criação de uma forma metaforizada, pois um falecido conta a história de sua própria vida. 16. O autor em questão, no trecho, afirma que a) vai começar suas memórias pela narração de seu nascimento. b) vai adotar uma sequência narrativa invulgar. c) que o levou a escrever suas memórias foram duas considerações sobre a vida e a morte. d) vai começar suas memórias pela narração de sua morte. e) vai adotar a mesma sequência narrativa utilizada por Moisés.

GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Brás Cubas afirma que não será o primeiro a fazer isso, mas que começará sua narrativa pela sua morte (tempo psicológico, e não cronológico). 17. Definindo-se como um "defunto autor", o narrador a) pôde descrever sua própria morte. b) escreveu suas memórias antes de morrer. c) ressuscitou na sua obra após a morte. d) obteve em vida o reconhecimento de sua obra. e) descreveu a morte após o nascimento.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Afinal, escrever depois de morto é o único modo de poder relatar a própria morte.

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18. Quincas Borba, personagem criado por Machado de Assis, era autor de Humanitas, filosofia única, eterna,

comum, indivisível e indestrutível, que pregava a eterna luta do homem pela sobrevivência, ressaltando o

predomínio dos mais espertos. Existe uma máxima sobre a qual ele resume suas explanações sobre

essa filosofia, que é:

a) Devagar se vai ao longe.

b) Ao vencedor, as batatas.

c) Quem tudo quer tudo perde.

d) O essencial é invisível aos olhos.

e) Não se jogam pérolas aos porcos.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A Máxima do Humanitismo é “Ao vencedor, as batatas”. 19.

SONETO Obrei quanto o discurso me guiava,

Ouvi aos sábios quando errar temia;

Aos bons no gabinete o peito abria,

Na rua a todos como iguais tratava.

Julgando os crimes nunca os votos dava,

Mais duro, ou pio do que a lei pedia:

Mas devendo salvar ao justo ria,

E devendo punir aos réu chorava.

Não foram, Vila Rica, os meus projetos,

Meter em ferro cofre cópia de ouro,

Que farte aos filhos, e que chegue aos netos:

Outras são as fortunas, que me agouro,

Ganhei saudades, adquiri afetos,

Vou fazer deste bens melhor tesouro.

Analisando as características do poema, são o movimento literário ao qual ele pertence e o seu autor: a) Romantismo, de autoria de Gonçalves Dias.

b) Arcadismo, de autoria de Santa Rita Durão.

c) Arcadismo, de Tomás Antônio Gonzaga.

d) Simbolismo, de Alphonsus de Guimaraens.

e) Romantismo, de autoria de Álvares de Azevedo.

GABARITO: C

COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO:

O poema Soneto representa o Arcadismo, cujo autor é Tomás Antônio Gonzaga. É parte constituinte da mais

famosa lírica amorosa da literatura de língua portuguesa, Marília de Dirceu.

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Texto para a próxima questão.

Torno a ver-vos, ó montes; o destino Aqui me torna a pôr nestes outeiros, Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte, rico e fino. Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros Atrás de seu cansado desatino. Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, Aqui descanse a louca fantasia, E o que até agora se tornava em pranto Se converta em afetos de alegria.

Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos

inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.

20. Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, o

correto acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção é: a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja,

ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”. b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo

poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia. c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a

preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional. d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que

reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole. e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no

poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Arcadismo propõe uma literatura compromissada com a simplicidade. Nesse sentido, os escritores valorizam quatro palavras, que constituem o ideário árcade: clareza, razão, verdade e natureza.

Bons (in)ventos

Universitários mineiros se destacam no desenvolvimento de protótipos de aviões

Alessandra Ribeiro

“Urrú! É pão de queijo!”. O grito de comemoração tornou-se recorrente na premiação do campeonato anual promovido nos Estados Unidos pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE, na sigla em inglês), a AerodesignEastCompetition. O desafio consiste em projetar e construir aeronaves radio controladas, com capacidade de transportar cargas. Na última edição, encerrada em março, com a participação de 75 grupos das Américas, da Ásia e da Europa, duas equipes mineiras alcançaram o segundo lugar, em diferentes categorias: a Uirá, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), na classe “regular”, e a Trem Ki Voa, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), na “micro”.

Instituições mineiras de ensino superior figura manualmente na lista de vencedores da competição desde2006, quando o primeiro e o segundo lugares da classe “regular” ficaram, respectivamente, com as equipes Uai-So-Fly, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Tucano, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pouco antes, em 2004, o grupo CEAV-UAV, também da UFMG, havia conquistado o vice-campeonato. Nessa categoria, os participantes devem construir aeronaves

comdimensões totais de, no máximo, 4,45 metros, capazes dedecolar

na distância máxima de 61 metros, com o uso de motores elétricos

limitados à potência de 1000 watts. O uso de materiais compostos –

como fibra de carbono ou vidro – é vetado na estrutura dos aviões.

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Já na classe “micro”, os protótipos devem ter dimensões reduzidas e pesar, em média, 700 gramas. Além

disso, a equipe precisa transportar a aeronave dentro de um tubo de 15,3 centímetros de diâmetro. Quanto menor

o comprimento do tubo, mais pontos são ganhos. As aeronaves também têm de usar motores elétricos e decolar por lançamento manual. Foi nesta categoria que a Trem Ki Voa (TKV), da UFSJ, subiu pela primeira vez no pódio da AerodesignEastCompetition.

A equipe micro teve sua participação iniciada em 2010, por iniciativa de estudantes do curso de Engenharia Mecânica. “De lá para cá, participamos de todas as competições, sendo vice-campeões nacionais em 2012 e 2014 e vice-campeões mundiais em 2015”, conta o professor Cláudio Pellegrini, orientador do grupo, que conta com o apoio do Programa Santos Dumont, da FAPEMIG. O edital batizado com o nome do “pai da aviação”, natural de Minas Gerais, estimula o espírito empreendedor de alunos de graduação, por meio do financiamento de projetos focados em iniciação tecnológica. O apoio financeiro abrange a participação de equipes em competições de caráter educacional, como as promovidas pela SAE.

A TKV é “filha caçula” da equipe regular da UFSJ, a Coiote, criada em 2001. Três anos mais tarde, as duas se unificaram e decidiram adotar a alcunha Trem Ki Voa, uma referência (ou reverência) ao dialeto mineiro. Os nomes das equipes, aliás, demonstram o nível de criatividade dos participantes. Na mesma universidade, a Noiz Avua, que reúne estudantes das engenharias Civil, Mecatrônica e de Telecomunicações do campus Alto Paraopeba, estreou em 2012 na SAE Brasil Aerodesign, competição brasileira que garante a classificação ao desafio internacional. Já na primeira participação, o grupo recebeu menção honrosa por apresentar o melhor projeto não custeado. Desde então, já conseguiu patrocínios pontuais, um deles também viabilizado pelo programa da FAPEMIG.

“Para esses estudantes, o projeto e a construção de uma aeronave de carga não tripulada controlada a distância é uma oportunidade única de testar seus conhecimentos, de modo a desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe e integrar os conhecimentos adquiridos ao longo das várias unidades curriculares, por vezes tão distintas, de seu curso”, avalia Cláudio Pellegrini (...). O professor ressalta que isso vale, inclusive, para os estudantes sem formação específica em aeronáutica – caso das equipes da UFSJ. “A participação também desenvolve a autonomia no aprendizado, característica essencial em um mercado de trabalho em constante mudança”, acrescenta.

Fonte: MINAS FAZ CIÊNCIA, jun/jul/ago de 2015. P. 31-2.

21. No trecho a seguir,

“Na última edição, encerrada em março, com a participação de 75 grupos das Américas, da Ásia e da Europa,

duas equipes mineiras alcançaram o segundo lugar, em diferentes categorias: a Uirá, da Universidade

Federal de Itajubá (Unifei), na classe “regular”, e a Trem Ki Voa, da Universidade Federal de São João del-

Rei (UFSJ), na “micro”.”

“micro” exerce a função de adjetivo. Entretanto, não está explicito o substantivo que ele qualifica, que seria

a) classe.

b) avião.

c) edição.

d) grupo.

e) equipe.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O substantivo que o adjetivo “micro” qualifica é classe que está implícito na oração: (…) a Uirá, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), na classe “regular”, e a Trem Ki Voa, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), na (classe) “micro”.

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Texto para a próxima questão:

Apesar do apoio popular, é bastante difícil que ocorram alterações na forma de punir adolescentes infratores no médio prazo. Isso porque a maioridade penal em 18 anos (estabelecida pelo artigo 228 da Constituição Federal) é considerada um direito fundamental dos adolescentes. Por isso, Ministério Público Federal, Ordem dos Advogados do Brasil e especialistas argumentam que o artigo se trata de uma cláusula pétrea, que não pode ser alterada.

“É uma cláusula imutável. Para alterar a maioridade penal seria necessário fazer uma nova constituição”, diz Melina Fachin, professora de Direito Constitucional da UFPR.

Ainda que Câmara e Senado tenham interpretações diferentes e aprovem uma das Propostas de Emenda à Constituição (PECs), alterando o artigo 228 da Carta Magna, a decisão se estenderia ao Supremo Tribunal Federal.

Outra alternativa seria mudar pontos do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente], prevendo outras formas e períodos de punição aos menores de 18 anos. MPF e OAB também já se manifestaram contra a hipótese. “O ECA é uma norma infraconstitucional. Então, sua alteração também seria inconstitucional, porque haveria conflito com o que a Constituição disciplina”, observa Melina.

Além do viés constitucional, o doutor em sociologia e coordenador do Núcleo de Estudos de Violência da UFPR, Pedro Bodê, defende o ECA e questiona as intenções de alteração na legislação. “Mais uma vez, o jovem é tornado em bode expiatório da derrocada dos governos e falência das políticas públicas que eles representam. É transformar a vítima em réu”, afirma.

O deputado Fernando Francischini (PEN) discorda e se apega ao clamor público para justificar a redução. “A Constituição é feita para proteger a população. A gente não pode dizer que a Constituição é imutável, se a própria população quer mudá-la.”

Fonte: Câmara dos Deputados e Senado Federal. (Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/90-apoiam-reducao-da-idade-penal-c8e24o0vlosyiway5n00aryvi/ Acesso em: 27 maio de 2015.)

22. Ainda em relação ao texto, é correto afirmar: a) Na frase “Mais uma vez, o jovem é tornado em bode expiatório(...)”, a expressão em destaque significa que

“uma pessoa é culpada pela ocorrência de um fato, por ser a responsável por isso”. b) Em “Além do viés constitucional, o doutor em sociologia e coordenador do Núcleo de Estudos de Violência da

UFPR, Pedro Bodê, defende o ECA (...)”, o termo em destaque pode ser substituído por “além do aspecto constitucional...”

c) Em “Mais uma vez, o jovem é tornado em bode expiatório da derrocada dos governos e falência das políticas públicas (...)”, o vocábulo destacado significa “apogeu”, ”ápice”.

d) Na frase “A Constituição é feita para proteger a população.”, os vocábulos destacados são, respectivamente, substantivo e adjetivo.

e) Em “A gente não pode dizer que a Constituição é imutável, se a própria população quer mudá-la.”, a palavra grifada é um pronome possessivo.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: [A] Incorreta: a correta definição para a expressão “bode expiatório” é: pessoa que não é culpada pela ocorrência de um fato, mas que acaba sendo responsabilizada por ele. [C] Incorreta: “derrocada” significa “destruição” ou “decadência”. [D] Incorreta: “a população” também é substantivo. [E] Incorreta: a palavra grifada é um pronome pessoal oblíquo.

Cineclube em SP realiza feira de trocas mensalmente

1Noúltimo domingo (7), a associação Cineclube Socioambiental Crisantempo, localizada na Vila Madalena, bairro da zona oeste de São Paulo, realizou uma feira em que os moradores puderam trocar objetos entre si. 2A iniciativa busca incentivar o consumo 3consciente e levar para o espaço o conceito de economia solidária.

4A feira de trocas acontece uma vez por mês, sempre aos domingos. O grupo aconselha levar livros, roupas, CDs, DVDs, aparelhos eletrônicos, brinquedos, objetos de decoração, objetos em geral que estejam em bom estado.

Segundo os organizadores, o objetivo é “promover um espaço de reflexão sobre o consumo, trocar diversos tipos de objetos, saberes e sabores”. Por isso, também podem ser levados alimentos e plantas, além de “serviços e saberes”. Tudo para a troca de ideias e divulgação de utilidades.

O evento funciona da seguinte maneira: 5cada um coloca seus bens num local e utiliza uma etiqueta com seu nome. Após a organização dos espaços pessoais, os participantes circulam para conhecer os espaços dos outros e 6num determinado momento (ao tocar do sino) começam as trocas.

7O espaço também promove o desapego através da doação. Há uma área destinada apenas para doar objetos às instituições que necessitam. Para finalizar, acontece um lanche 8compartilhado com alimentos levados pelos próprios participantes. 9Uma10experiência colaborativa agradável, que questiona o 11individualismo imposto nas grandes cidades.

Fonte: http://cicIovivo.com.br/noticia/cinecIube-em-sp-realiza-feira-de-trocas-mensaImente/. Acessoem 03/10/2016.

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23. “No último domingo (7), a associação Cineclube Socioambiental Crisantempo, localizada na Vila Madalena, bairro da zona oeste de São Paulo, realizou umafeira em que os moradores puderam trocar objetos entre si.” (referência 1) “A feira de trocas acontece uma vez por mês, sempre aos domingos.” (referência 7)

Em relação aos artigos destacados nas duas passagens do texto, pode-se dizer que a) na primeira, usou-se o artigo definido para apresentar um elemento, e depois se usou o indefinido para

retomar esse elemento. b) na primeira, usou-se o artigo indefinido para apresentar um elemento, e depois se usou o definido para

retomar esse elemento. c) nas duas passagens, usou-se o artigo indefinido para não determinar o elemento sobre o qual se

está falando. d) nas duas passagens, usou-se o artigo definido para retomar a um elemento citado anteriormente. e) pretendeu-se, primeiramente, fazer uma referência a uma feira qualquer a fim de desprestigiá-la, ao passo

que na segunda sentença o objetivo foi valorizar o substantivo que acompanha o artigo.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os artigos indefinidos são “uma”, “umas”, “um”, “uns” e os definidos são “a”, “as”, “o” e “os”. Assim, na primeira passagem, usou-se o artigo indefinido “uma” para apresentar um elemento, e depois se usou o definido “a” para retomar esse elemento. 24.

Um dia conversarei com os meus mortos E todos os que morri (os muitos eus que fui)

reunidos inquietos sôfregos cada qual com um meu rosto na mão me contarão (sua) a minha história. Cassiano Ricardo. João Torto e a Fábula.

A respeito do texto de Cassiano Ricardo, é correto afirmar que a) o termo “mortos”, no primeiro verso, foi empregado como adjetivo, qualificando o eu lírico do poema. b) “contarão”, no último verso, foi grafado erroneamente, e a forma correta seria contaram, visto que não indica

uma ação futura. c) o eu lírico se evidencia fragmentado, marcado pela multiplicidade de personalidades ao longo da vida. d) o poema explora, sobretudo, a facilidade de se entender os acontecimentos que envolvem a

existência humana. e) o pronome pessoal “sua”, no último verso, foi empregado na tentativa de estabelecer contato direto com o

leitor.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O eu lírico se descreve como sendo vários “eus”, indicando que se divide em diversas personalidades ou fases da vida. “Meus mortos”, “todos os que morri” e “me contarão (sua) minha história” são trechos que fortalecem essa ideia, visto que evidenciam distintas partes de uma vida que comporão a história de vida do eu lírico. Textos para a próxima questão: Texto I

Um ato de criatividade pode gerar um modelo produtivo. Foi o que aconteceu com a palavra sambódromo, criativamente formada com a terminação -(o)dromo (=corrida), que figura em hipódromo, autódromo, cartódromo, formas que designam itens culturais da alta burguesia. Não demoraram a circular, a partir de então, formas populares como rangódromo, beijódromo, camelódromo.

AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008

Texto II

Existe coisa mais descabida do que chamar de sambódromo uma passarela para desfile de escolas de samba? Em grego, -dromo quer dizer “ação de correr, lugar de corrida”, daí as palavras autódromo e hipódromo. É certo que, às vezes, durante o desfile, a escola se atrasa e é obrigada a correr para não perder pontos, mas não se descoloca à velocidade de um cavalo ou de um carro de Fórmula 1.

GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 ago. 2012.

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25. Há, nas línguas, mecanismos geradores de palavras. Embora o texto II apresente um julgamento de valor sobre a formação da palavra sambódromo, o processo de formação dessa palavra reflete

a) o dinamismo da língua na criação de novas palavras. b) uma nova realidade limitando o aparecimento de novas palavras. c) a apropriação inadequada de mecanismos de criação de palavras por leigos. d) o reconhecimento da impropriedade semântica dos neologismos. e) a restrição na produção de novas palavras com o radical grego.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Neologismo é o processo em que novas palavras são criadas na língua ou adquirem um novo significado. A questão contrapõe dois fatores: a evolução da língua – reforçada pelo texto I – e a resistência auma inovação linguística – representada pelo texto II. A alternativa A mostra que, independentemente da resistência de um ou outro usuário da língua, a evolução linguística acontece e é um processo normal na linguagem.

As últimas do mineiro Zuenir Ventura

Talvez porque numa das vezes em que alguém bateu com a língua nos dentes um pescoço foi parar na forca,

Minas trabalha em silêncio, como se diz. Pode não ser verdade, mas é a versão, que acaba prejudicando mais do que favorecendo a imagem de um estado que, além das riquezas naturais e de uma poderosa tradição política, tem o maior patrimônio histórico-cultural do país. Numa época de predomínio do marketing, em que o importante é mostrar mais do que fazer, ficar calado no seu canto pode não ser um bom negócio.

Como afirma um amigo de Belo Horizonte, “temos os melhores grupos de dança do país, cantores e compositores excelentes, artistas plásticos e grupos teatrais de alta qualidade, mas não divulgamos, temos pudor de nos exibir, de mostrar ao país o que somos”.

Ele acredita que de fora se tem uma visão regionalista limitada à memória e à questão do patrimônio histórico, à longa tradição de pedra e cal da cultura mineira. Sem descuidar desse acervo (só de barroco estão ali 65% do patrimônio nacional), o desafio dos governantes mineiros é mostrar sem reserva o que Minas tem de mais moderno, cosmopolita e contemporâneo.

Mas acho que não será fácil assim. A não ser meu amigo Ziraldo, que adora se mostrar, tendo aliás razão para isso, que outro mineiro vocês imaginam chamando a atenção para o que está fazendo? Num artigo famoso, Guimarães Rosa listou 66 adjetivos com os quais são caracterizados seus conterrâneos. Eles vão de “acanhado, afável, desconfiado” até “sonso, sóbrio, taciturno, tímido”, passando por “precavido, pão-duro, perspicaz, quieto, irônico, meditativo”.

Fernando Sabino, que conhece a alma mineira como a dele próprio, tem várias histórias para ilustrar como seus conterrâneos ficam sempre na moita. Mineiro não gosta de revelar nem a identidade.

— Qual é o seu nome todo? — pergunta o carioca. — Diz a parte que você sabe — desconversa o mineiro. Nessa aqui o escritor conta o diálogo com um motorista mineiro em Nova York: — Ah, você também é de Minas? — Sou sim sinhô. — De onde? — De Minas mesmo. Se consegue esconder até de onde é, imagina quando lhe pedem uma opinião política. — Que tal o prefeito daqui? — O prefeito? É tal qual eles falam dele. — Que é que falam dele? — Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo que é prefeito. Há quem alegue que o que se diz em forma de anedota está longe de ser a verdade sobre Minas, são apenas

versões. Então me lembro do dia em que alguém reclamou de José Maria Alkmim: “Criei a frase ‘o que importa é a versão, não o fato’, e todo mundo atribui ela a você.”. Ao que ele respondeu: “Isso só confirma a frase.”

Portanto, imprima-se a versão.

26. A mudança na ordem das palavras acarreta alteração de sentido em: a) “poderosa tradição política” “tradição política poderosa”.

b) “pode não ser um bom negócio” “não pode ser um bom negócio”.

c) “ficam sempre na moita” “ficam na moita sempre”.

d) “Como afirma um amigo de Belo Horizonte” “Como um amigo de Belo Horizonte afirma”.

e) “desconversa o mineiro” ”O mineiro desconversa”.

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GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Apenas em [B] há alteração de sentido na oração. Na primeira, o advérbio de negação está relacionado ao verbo “ser”, portanto a intenção do autor é afirmar que existe a possibilidade de determinado negócio não ser bom; na segunda, o advérbio de negação está relacionado ao verbo “poder”, alterando o sentido da oração: nessa situação, afirma-se que determinado negócio não é positivo. Leia a tira a seguir e responda ao que se pede:

27. A tira “As cobras”, de autoria de Luis Fernando Verissimo, expõe a opinião da lesma Flecha acerca do machismo. Sobre isso, pode-se afirmar que

a) explicitamente, Flecha se revela machista. b) Flecha não possui, de fato, uma opinião formada a respeito da temática do machismo. c) Flecha defende, em seus dois momentos de fala, um único ponto de vista, que é contrário a

atitudes machistas. d) Flecha, através de uma opinião implícita, pode ser caracterizada como uma personagem que possui um

raciocínio machista. e) a partir das duas falas, de forma explícita, podemos perceber a defesa de pontos de vista conflitantes por

parte da lesma Flecha.

GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Na tira, a lesma Shirlei pergunta se Flecha é machista, e ele responde que para ele não existe diferença entre os sexos. No entanto, no último quadrinho, ele ainda acrescenta “aliás, típica”, referindo-se à pergunta de Shirlei. Ao afirmar isso, ele expressa um raciocínio machista implicitamente: o típica pode ser completado por “típica de mulheres”, o que revela uma visão que diferencia sim homens e mulheres, contradizendo sua fala de que não há diferença entre os sexos. Assim, através dessa opinião implícita, pode-se caracterizar Flecha como uma personagem de raciocínio machista. O próximo texto refere-se às duas questões que seguem:

Sarampo está eliminado do Brasil, afirma Comitê Internacional

Expectativa agora é que, até o final de 2016, País receba certificado de eliminação do sarampo pela Organização Mundial de Saúde

O sarampo está eliminado no Brasil. O anúncio foi feito durante visita ao Brasil da presidente do Comitê

Internacional de Especialistas de Avaliação e Documentação da Sustentabilidade do Sarampo nas Américas (CIE), Marceline Dahl-Regis. O último caso relatado no País foi no Ceará, em julho de 2015.

A expectativa agora é que, até o final de 2016, o Brasil receba o certificado de eliminação do sarampo pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – e, com isso, ficará reconhecida a eliminação da transmissão da doença em todo o continente americano, que será a primeira região do mundo onde isso acontece. O mesmo ocorreu, em 2015, com a rubéola e a síndrome da rubéola congênita.

Dahl-Regis elogiou o trabalho integrado e exitoso do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Ceará, parabenizando todo o processo de vigilância epidemiológica realizado durante a situação.

“O Ministério da Saúde, junto à Secretaria Estadual e municipais de Saúde no Ceará, buscaram sempre agir de forma oportuna para enfrentar e garantir a interrupção da cadeia de transmissão do sarampo. Isso demonstra a eficiência do trabalho integrado feito pelo monitoramento e a vigilância dentro do Sistema Único de Saúde do Brasil”, explicou o secretário executivo AntonioNardi, durante evento na Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

Fonte: Portal Brasil. Acesso em 04/07/2016.

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28. A notícia tem uma característica pertinente à linguagem jornalística, que é exatamente a veracidade em relação aos fatos divulgados, predominando o caráter objetivo, preconizado pelo discurso. Do texto lido, depreende-se que

a) apenas no continente americano, o sarampo foi erradicado. b) as áreas de maiores registros da doença foram nas regiões Norte e Nordeste. c) a rubéola e a síndrome da rubéola congênita estão sendo erradicadas. d) o Brasil não possui casos da doença desde julho de 2015. e) o Brasil é o primeiro país americano em que a erradicação da doença acontece.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A informação – que o continente americano é o primeiro lugar a erradicar o sarampo e sua transmissão – está contida, de modo explícito, no segundo parágrafo do texto. 29. Nos trechos “(...) com isso, ficará reconhecida a eliminação...” (2º parágrafo) e “Isso demonstra a

eficiência...” (4º parágrafo), as palavras sublinhadas referem-se, respectivamente, à/ao a) avanço do sarampo; eficiência do trabalho integrado da OMS. b) eliminação do sarampo; processo de vigilância epidemiológica. c) interrupção da transmissão da doença; trabalho da Secretária do Ceará. d) certificado de erradicação; oportunismo do Ministério da Saúde e secretarias. e) eficiência do trabalho integrado; eliminação da doença no continente americano.

GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A questão aborda o uso dos pronomes demonstrativos enquanto elemento coesivo, funcionando como recurso anafórico dentro do texto.

30. As charges, respectivamente, dos cartunistas Henfil (1982) e Dalcio (2011) estão separadas por quase trinta

anos de história, mas unidas na crítica a) ao preço, no mercado internacional, da madeira extraída das florestas brasileiras. b) à presença de capital estrangeiro na exploração de madeiras de florestas no país. c) à exportação ilegal, via países vizinhos, de madeira extraída das florestas brasileiras. d) ao desmatamento extensivo e indiscriminado das florestas brasileiras. e) ao uso recorrente de queimadas na eliminação de florestas no país.

GABARITO: D

COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Ambas as charges abordam, de modo crítico, a exploração predatória dos recursos naturais brasileiros. No primeiro texto, a crítica faz-se presente na linguagem não-verbal, em que se vê a destruição das riquezas naturais, simbolizadas pelas cores da bandeira nacional; quanto ao segundo texto, satiriza-se o código florestal do Brasil, recentemente promulgado, aludindo ao seu caráter mercadológico.

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Leia o seguinte trecho de uma entrevista concedida pelo então ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, para responder às próximas duas questões:

Entrevistador:- O protagonismo do STF dos últimos tempos tem usurpado as funções do Congresso? Entrevistado:- Temos uma Constituição muito boa, mas excessivamente detalhista, com um número imenso de dispositivos e, por isso, suscetível a fomentar interpretações e toda sorte de litígios. Também temos um sistema de jurisdição constitucional, talvez único no mundo, com um rol enorme de agentes e instituições dotadas da prerrogativa ou de competência para trazer questões ao Supremo. É um leque considerável de interesses, de visões, que acaba causando a intervenção do STF nas mais diversas questões, nas mais diferentes áreas, inclusive dando margem a esse tipo de acusação. Nossas decisões não deveriam passar de duzentas, trezentas por ano. Hoje, são analisados cinquenta mil, sessenta mil processos. É uma insanidade.

Veja, 15/06/2011.

31. Tendo em vista o contexto, a palavra do texto que sintetiza o teor da acusação referida na entrevista é a) “usurpado”. b) “detalhista”. c) “fomentar”. d) “litígios”. e) “insanidade”.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O trecho da entrevista, que tem como entrevistado Joaquim Barbosa, na época, ministro do Supremo Tribunal Federal, trata de uma interpretação que se fazia acerca da atuação do órgão em detrimento das funções atreladas ao Congresso. Como dito no início da passagem, a palavra que melhor a sintetizaria quanto ao seu tom crítico seria “usurpado”. 32. No trecho “dotadas da prerrogativa ou de competência”, a presença de artigo antes do primeiro substantivo e

a sua ausência antes do segundo fazem que o sentido de cada um desses substantivos seja, respectivamente,

a) figurado e próprio. b) abstrato e concreto. c) específico e genérico. d) técnico e comum. e) lato e estrito.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Além de definir ou indefinir, os artigos, enquanto categoria gramatical, podem especificar um substantivo, isto é, tratar de um ser/coisa, ou podem ainda generalizar, entendendo o substantivo enquanto uma categoria geral. Texto para as próximas três questões:

Não era e não podia o pequeno reino lusitano ser uma potência colonizadora à feição da antiga Grécia. O surto marítimo que enche sua história do século XV não resultara do extravasamento de nenhum excesso de população, mas fora apenas provocado por uma burguesia comercial sedenta de lucros, e que não encontrava no reduzido território pátrio satisfação à sua desmedida ambição. A ascensão do fundador da Casade Avis ao trono português trouxe esta burguesia para um primeiro plano. Fora ela quem, para se livrar da ameaça castelhana e do poder da nobreza, representado pela Rainha Leonor Teles, cingira o Mestre de Avis com a coroa lusitana. Era ela, portanto, quem devia merecer do novo rei o melhor das suas atenções. Esgotadas as possibilidades do reino com as pródigas dádivas reais, restou apenas o recurso da expansão externa para contentar os insaciáveis companheiros de D. João I.

Caio Prado Júnior, Evolução política do Brasil. Adaptado.

33. Infere-se da leitura desse texto que Portugal não foi uma potência colonizadora como a antiga Grécia,

porque seu a) peso político-econômico, apesar de grande para o século, não era comparável ao dela. b) interesse, diferentemente do dela, não era conquistar o mundo. c) aparato bélico, embora considerável para a época, não era comparável ao dos gregos. d) objetivo não era povoar novas terras, mas comercializar produtos nelas obtidos. e) projeto principal era consolidar o próprio reino, libertando-se do domínio espanhol.

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GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Na passagem “O surto marítimo que enche sua história do século XV não resultara do extravasamento de nenhum excesso de população, mas fora apenas provocado por uma burguesia comercial sedenta de lucros, e que não encontrava no reduzido território pátrio satisfação à sua desmedida ambição”, percebe-se a diferenciação de Portugal e Grécia, enquanto potências de suas épocas e suas principais características econômicas e sociológicas. 34. O pronome "ela" da frase "Era ela, portanto, quem devia merecer do novo rei o melhor das suas atenções",

refere-se a a) “desmedida ambição”. b) “Casa de Avis”. c) “esta burguesia”. d) “ameaça castelhana”. e) “Rainha Leonor Teles”.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Alguns fatores favorecem a interpretação de “ELA” remetendo “ESTA BURGUESIA”. Primeiro: o termo referido concorda em gênero e número; segundo: há a questão do contexto a somos levados. 35. No contexto, o verbo “enche”, destacado no texto,indica a) habitualidade no passado. b) simultaneidade em relação ao termo “ascensão”. c) ideia de atemporalidade. d) presente histórico. e) anterioridade temporal em relação a “reino lusitano”.

GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Apesar de se tratar de um texto histórico, em que os fatos descritos já ocorreram, o uso de um verbo no presente é justificável pelo fator temporalidade, em que “enche” alude a uma ação iniciada e devidamente concluída no passado. Abaixo, o poema “Receita de mulher”, de Vinícius de Moraes:

RECEITA DE MULHER As muito feias que me perdoem Mas beleza é fundamental. É preciso Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture* Em tudo isso (ou então Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa). Não há meio-termo possível. É preciso Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.

Vinicius de Moraes. * “haute couture”: alta costura.

36. No conhecido poema “Receita de mulher”, de que se reproduziu aqui um excerto, o tratamento dado ao tema

da beleza feminina manifesta a a) oscilação do poeta entre a angústia do pecador (tendo em vista sua educação jesuítica) e o

impudor do libertino. b) conjugação, na sensibilidade do poeta, de interesse sexual e encantamento estético, expresso de modo

provocador e bem-humorado. c) idealização da mulher a que chega o poeta quando, na velhice, arrefeceu-lhe o desejo sexual. d) crítica ao caráter frívolo que, por associar-se ao consumo, o amor assume na contemporaneidade. e) síntese, pela via do erotismo, das tendências europeizantes e nacionalistas do autor.

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GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Infere-se do texto “Receita de mulher” uma figura sensualizada do sexo feminino, percebida por meio da escolha léxica que projeta, no leitor, um jogo de imagens e conceitos. O apelo sexual caracterizou o estilo do poeta Vinícius de Moraes. 37. Tendo em vista o contexto, o modo verbal predominante no excerto e a razão desse uso são a) indicativo; expressar verdades universais. b) imperativo; traduzir ordens ou exortações. c) subjuntivo; indicar vontade ou desejo. d) indicativo; relacionar ações habituais. e) subjuntivo; sugerir condições hipotéticas.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Por tratar das vontades e subjetividades do poeta, os verbos caracterizam-se pelo modo subjuntivo, que transmite a ideia de possibilidade. 38. Going to university seems to reduce the risk of dying from coronary heart disease. An American study that

involved 10 000 patients from around the world has found that people who leave school before the age of 16 are five times more likely to suffer a heart attack and die than university graduates.

Word Report News.Magazine Speck Up.Ano XIV, nº 170. Editora Camelot, 2001.

Em relação às pesquisas, a utilização da expressão universitygraduates evidencia a intenção de informar que a) as doenças do coração atacam dez mil pacientes. b) as doenças do coração ocorrem na faixa dos dezesseis anos. c) as pesquisas sobre doenças são divulgadas no meio acadêmico. d) jovens americanos são alertados dos riscos de doenças do coração. e) maior nível de estudo reduz riscos de ataques do coração.

GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A expressão universitygraduates, em oposição a peoplewholeaveschoolatthe age of 16 indica que o nível de estudo está ligado à probabilidade de riscos de ataque do coração, já que a pesquisa realizada mostra que essa probabilidade é cinco vezes maior em quem só estudou até os 16 anos de idade em relação a quem se formou no ensino superior. 39. “Dear Mr. Fritz: This is to inform you that your certificate of deposit, account number 92-734-123, will mature on August 14. The current value of your account is $10.191,63, with an interest rate of 2.5 percent until maturity. Unless you instruct us otherwise, we will automatically renew your certificate of deposit for another year at the then prevailing interest rate. […]”

(Source: LOUGHEED, Lin. Longman preparation series for the new TOEIC test. Advanced Course. 4th ed. White Plains, NY: Pearson

Education, 2007, p.200.)

Baseado no texto acima, é possível afirmar que a carta é endereçada a a) um cliente do banco ou investidor. b) uma madrinha de casamento. c) uma garçonete de um restaurante. d) um amigo próximo. e) à sogra do gerente do banco.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No texto é mencionado números de contas valores em dinheiro. Na frase “wewillautomaticallyrenewyourcertificateofdeposit for anotheryearatthethenprevailinginterest rate” é claro de que se trata de um funcionário do banco informando a seu cliente sobre suas aplicações.

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40.

THE DEATH OF THE PC

The days of paying for costly software upgrades are numbered. The PC will soon be obsolete. And BusinessWeek reports 70% of Americans are already using the technology that will replace it. Merrill Lynch calls it “a $160 billion tsunami.” Computing giants including IBM, Yahoo!, and cash in on this PC-killing revolution. Yet, two little-known companies have a huge head start. Get their names in a free report from The Motley Fool called, “The Two Words Bill Gates Doesn t Want You to Hear...” Click here for instant access to this FREE report! BROUGHT TO YOU BY THE MOTLEY FOOL

Disponivel em: http://www.fool.com. Acesso em: 21 jul. 2010.

Ao optar por ler a reportagem completa sobre o assunto anunciado, tem-se acesso a duas palavras que Bill Gates nao quer que o leitor conheça e que se referem a) aos responsáveis pela divulgação desta informação na internet. b) às marcas mais importantes de microcomputadores do mercado. c) aos nomes dos americanos que inventaram a suposta tecnologia. d) aos sites da internet pelos quais o produto ja pode ser conhecido. e) às empresas que levam vantagem para serem suas concorrentes

GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Ao acessar a reportagem completa, o leitor encontra as duas palavras que se referem às duas empresas até então pouco conhecidas, mas que já têm grande vantagem: "Yet, twolittle-knowncompanieshave a hugehead start". Sabemos que as duas palavras se referem aos nomes das empresas pelo pronome their na frase seguinte: "Gettheirnames in a freereportfrom The MotleyFool". Na exposição "A Artista Está Presente", no MoMA, em Nova Iorque, a performer Marina Abramovic fez uma retrospectiva de sua carreira. No meio desta, protagonizou uma performance marcante. Em 2010, de 14 de março a 31 de maio, seis dias por semana, num total de 736 horas, ela repetia a mesma postura. Sentada numa sala, recebia os visitantes, um a um, e trocava com cada um deles um longo olhar sem palavras. Ao redor, o público assistia a essas cenas recorrentes.

ZANIN, L. Marina Abramovic, ou a força do olhar. Disponível em: http://blogs.estadao.com.br. Acesso em: 4 nov. 2013.

41. O texto apresenta uma obra da artista Marina Abramovic, cuja performance se alinha a tendências

contemporâneas e se caracteriza pela a) inovação de uma proposta de arte relacional que adentra um museu. b) abordagem educacional estabelecida na relação da artista com o público. c) redistribuição do espaço do museu, que integra diversas linguagens artísticas. d) negociação colaborativa de sentidos entre a artista e a pessoa com quem interage. e) aproximação entre artista e público, o que rompe com a elitização dessa forma de arte.

GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Artista e público se aproximam, rompendo o distanciamento que existe entre o expectador e a obra de arte. 42. O rap, palavra formada pelas iniciais de rhythm and poetry (ritmo e poesia), junto com as linguagens da

dança (o break dancing) e das artes plásticas (o grafite), seria difundido, para além dos guetos, com o nome de cultura hip hop.

O break dancing surge como uma dança de rua. O grafite nasce de assinaturas inscritas pelos jovens com sprays nos muros, trens e estações de metrô de Nova York. As linguagens do rap, do break dancing e do grafite se tornaram os pilares da cultura hip hop.

DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005 (adaptado).

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Entre as manifestações da cultura hip hop apontadas no texto, o break se caracteriza como um tipo de dança que representa aspectos contemporâneos por meio de movimentos a) retilíneos, como crítica aos indivíduos alienados. b) improvisados, como expressão da dinâmica da vida urbana. c) suaves, como sinônimo da rotina dos espaços públicos. d) ritmados pela sola dos sapatos, como símbolo de protesto. e) cadenciados, como contestação às rápidas mudanças culturais. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O break é uma dança de improviso que trabalha com movimentos aleatórios e dinâmicos. 43. .

A origem da obra de arte (2002) é uma instalação seminal na obra de Marilá Dardot. Apresentada

originalmente em sua primeira exposição individual, no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte, a obra constitui um convite para a interação do espectador, instigado a compor palavras e sentenças e a distribuí-las pelo campo. Cada letra tem o feitio de um vaso de cerâmica (ou será o contrário?) e, à disposição do espectador, encontram-se utensílios de plantio, terra e sementes. Para abrigar a obra e servir de ponto de partida para a criação dos textos, foi construído um pequeno galpão, evocando uma estufa ou um ateliê de jardinagem. As 1500 letras-vaso foram produzidas pela cerâmica que funciona no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, num processo que durou vários meses e contou com a participação de dezenas de mulheres das comunidades do entorno. Plantar palavras, semear ideias é o que nos propõe o trabalho. No contexto de Inhotim, onde natureza e arte dialogam de maneira privilegiada, esta proposição se torna, de certa maneira, mais perto da possibilidade.

Disponível em: www.inhotim.org.br. Acesso em: 22 maio 2013 (adaptado).

A função da obra de arte como possibilidade de experimentação e de construção pode ser constatada no trabalho de Marilá Dardot porque a) o projeto artístico acontece ao ar livre. b) o observador da obra atua como seu criador. c) a obra integra-se ao espaço artístico e botânico. d) as letras-vaso são utilizadas para o plantio de mudas. e) as mulheres da comunidade participam na confecção das peças.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O observador realmente participa escolhendo palavras e sentenças e distribuindo-as pelo campo através dos vasos. 44. A taxa de obesidade entre crianças de menos de cinco anos de idade sofreu uma expansão sem precedentes

e a Organização Mundial da Saúde (OMS) apresenta recomendações drásticas para frear a tendência. Dados divulgados nesta segunda-feira, 25, em Genebra revelam que, entre 1990 e 2014, pelo menos 41 milhões de crianças nessa faixa de idade estão acima do peso. Em apenas 15 anos, o número de casos registrados aumentou em 10 milhões de crianças. Hoje, a taxa é de 6,1% de toda a população na faixa etária estudada. [...] Na América Latina, a taxa de obesidade entre as crianças é superior à média mundial e chega a 8%. “Muitas crianças estão crescendo em ambientes que incentivam ganhar peso”, alerta o informe da OMS. “Levados pela globalização e urbanização, a exposição a comidas não saudáveis é cada vez maior”, indicou.

(Disponível em:http://atarde.uol.com.br/brasil/noticias/1741472-em-15-anos-dobra-obesidade-entre-criancas-nos-paises-emergentes )

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A prática de atividades físicas é fundamental para a saúde da população, sendo que sua necessidade é confirmada pelas pesquisas e divulgada frequentemente nas diversas mídias. Entre as práticas corporais que poderiam ser ofertadas às crianças, de modo a minimizar os fatores apresentados na pesquisa da OMS estão a) esportes competitivos de alto rendimento que auxiliam na eliminação de calorias pela solicitação

metabólica atuante. b) esportes de aventura, pois o contato com o meio ambiente e a solicitação de força colaboram para a

redução de peso. c) atividades recreativas como jogos e brincadeiras, pois atendem às necessidades dessa faixa etária e

produzem movimento corporal. d) condicionamento físico em academias populares, para aproximar as crianças da atividade física estruturada e

sistêmica, produzindo praticantes no futuro. e) caminhadas e corridas de rua, pois a atividade aeróbia promove bom gasto calórico.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A reportagem apresenta uma nota da OMS referente a crianças de 5 anos de idade, apontando o hábito alimentar não saudável e a incidência de obesidade infantil. (A) Alternativa incorreta. As crianças são apresentadas aos esportes por volta dos 10 anos de idade. Assim, descartam-se os distratores da alternativa A. (B) Alternativa incorreta. As crianças são apresentadas aos esportes por volta dos 10 anos de idade. Assim, descartam-se os distratores da alternativa B. (C) Alternativa correta. Apresenta uma atividade compatível com a faixa etária, ou seja, fase pré-escolar, período em que as crianças ainda não são apresentadas aos esportes, o que só ocorrerá por volta dos 10 anos de idade. D) Alternativa incorreta. É descartada pela questão maturacional da população da pesquisa que não apresenta estrutura física para a prática de academia. (E) Alternativa incorreta. A alternativa apresenta atividades naturais como corridas e caminhadas, porém não é indicada para crianças menores de 5 anos de idade, pois não se motivam a manter a atividade por longos períodos. Nessa idade a brincadeira e as atividades lúdicas são as mais adequadas. 45. Na modernidade, o corpo foi descoberto, despido e modelado pelos exercícios físicos da moda. Novos

espaços e práticas esportivas e de ginástica passaram a convocar as pessoas a modelarem seus corpos. Multiplicaram-se as academias de ginástica, as salas de musculação e o número de pessoas correndo pelas ruas.

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Caderno do professor: educação física. São Paulo, 2008.

Diante do exposto, é possível perceber que houve um aumento da procura por a) exercícios físicos aquáticos (natação/hidroginástica), que são exercícios de baixo impacto, evitando o

atrito (não prejudicando as articulações), e que previnem o envelhecimento precoce e melhoram a qualidade de vida.

b) mecanismos que permitem combinar alimentação e exercício físico, que permitem a aquisição e manutenção de níveis adequados de saúde, sem a preocupação com padrões de beleza instituídos socialmente.

c) programas saudáveis de emagrecimento, que evitam os prejuízos causados na regulação metabólica, função imunológica, integridade óssea e manutenção da capacidade funcional ao longo do envelhecimento.

d) exercícios de relaxamento, reeducação postural e alongamentos, que permitem um melhor funcionamento do organismo como um todo, bem como uma dieta alimentar e hábitos saudáveis com base em produtos naturais.

e) dietas que preconizam a ingestão excessiva ou restrita de um ou mais macronutrientes (carboidratos, gorduras ou proteínas), bem como exercícios que permitem um aumento de massa muscular e/ou modelar o corpo.

GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto permite inferir que a prática de exercícios e academias de ginástica estão sendo procurados para o aumento da massa muscular e/ou modelação do corpo. Além disso, sabe-se que, atualmente, há uma busca por “dietas que preconizam a ingestão excessiva ou restrita de um ou mais macronutrientes”.

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46. A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes e por missionários portugueses que visitaram a costa a partir do século XV, consta também na ampla documentação sobre a região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como as vendedoras ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico da região.

HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e representações em mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA. S. (Org.). Identidades, memórias e histórias em terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006.

A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a uma característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela a) restrição à realização do comércio ambulante por africanos escravizados e seus descendentes. b) convivência entre homens e mulheres livres, de diversas origens, no pequeno comércio. c) presença de mulheres negras no comércio de rua de diversos produtos e alimentos. d) dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente de origem dos escravizados. e) entrada de imigrantes portugueses nas atividades ligadas ao pequeno comércio urbano.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto retrata uma característica da cultura africana que foi trazida para o Brasil pela escravidão, e se tornou uma das maiores características escravistas brasileiras: o chamado escravismo de ganho (escravos que faziam serviços urbanos, como o comércio ambulante). O destaque do texto é que tanto na África quanto no Brasil esse trabalho era exercido de maneira significativa pelas mulheres.

47. Esse mapa foi executado por Giacomo Gastaldi, em 1556 e editado na República de Veneza no ano de 1565.

Considerando seu conhecimento sobre o território brasileiro e o que está representado no mapa, é correto afirmar que

a) havia um bom conhecimento da fauna e da flora brasileiras, o que pode ser observado nas figuras desenhadas e na localização e distribuição dos animais e das formações vegetais.

b) não era certo representar indígenas e brancos em interação, trocando bens florestais na zona litorânea, pois esse tipo de relação ocorreu no interior, onde se situavam as florestas.

c) a representação correta do relevo e da hidrografia nas terras interiores revelava as ações de exploração do terreno, que estava preparando a ocupação das terras pelo colonizador.

d) os detalhes do litoral revelam um maior conhecimento dessa parte do território, enquanto o interior representado era mais fruto de imaginação do que de conhecimento.

e) o mapa representa, no limite do trecho conhecido (no poente), um vulcão em atividade, atualmente inativo. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A colonização da América portuguesa foi essencialmente litorânea, pois se baseou na produção canavieira e açucareira, com o intuito de abastecer os mercados europeus, garantindo lucros à metrópole. A cana-de-açúcar se adaptou melhor nas terras litorâneas, principalmente na região norte.

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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48.

A primeira missa no Brasil é um momento emblemático do início da colonização portuguesa na América, celebrada poucos dias após a chegada e desembarque dos portugueses na costa brasileira, imortalizada pela narrativa na Carta de Pero Vaz de Caminha e no óleo sobre tela de Victor Meirelles. A ocupação de fato demorou um pouco mais a acontecer. Dentre as razões para seu início, temos a) o aumento do comércio de especiarias com o Oriente, levando à maior necessidade de

mercados consumidores. b) a descoberta de metais preciosos na colônia portuguesa, acelerando o interesse da metrópole na exploração

de sua colônia. c) a probabilidade da tomada das terras por corsários ingleses que vinham atrás do contrabando de escravos

indígenas para outras colônias. d) a necessidade de tomar posse e defender suas terras para evitar a vinda de exploradores sem o

conhecimento da coroa portuguesa. e) a construção das feitorias para armazenar pau-brasil e carregar navios, promovendo a migração de um

grande contingente de portugueses para povoar e cuidar das novas vilas. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Somente a alternativa [D] está correta. A questão remete ao período denominado Pré-Colonial, 1500-1530, entre a viagem de Cabral em 1500 à viagem de Martim Afonso de Souza em 1530. Neste período não ocorreu ocupação portuguesa no Brasil, pois o país ibérico priorizou o comércio das especiarias no oriente, deixando o Brasil em segundo plano. Na viagem de Cabral em 1500, havia uma preocupação em defender as terras lusitanas demarcadas pelo Tratado de Tordesilhas diante da possibilidade de invasões. 49. “O primeiro passo no sentido de viabilizar a empresa açucareira e, portanto, a colonização no Brasil foi a

adoção do sistema de capitanias hereditárias, já utilizado por Portugal nas ilhas do Atlântico. Tratava-se da adoção de largas faixas de terra aos capitães-donatários, regulamentada pelas cartas de doação e forais.”

Vicentino, Claudio. História geral e do Brasil. volume único. – São Paulo: Scipione, 2005. p. 161.

Sobre a adoção das Capitanias Hereditárias, afirma-se que representou a) uma tentativa bem sucedida da Coroa Portuguesa em administrar sua colônia da América. b) uma alternativa adotada pelo governo português que originou a grande propriedade no Brasil. c) um fracasso, já que todas as capitanias não se desenvolveram, causando prejuízo à Coroa Portuguesa. d) um estímulo para extração de metais preciosos na América portuguesa desde o início do século XVI. e) um modelo de minifúndio semelhante ao aplicado nas colônias da América Inglesa. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Somente a alternativa [B] está correta. Não encontrando riqueza fácil no Brasil, entre 1500-1530, Portugal deixou o Brasil em segundo plano priorizando o comércio das especiarias no Oriente. A colonização propriamente dita começou com a implantação das Capitanias Hereditárias em 1534, com a divisão do Brasil em grandes faixas de terras entre o litoral e a linha de Tordesilhas, culminado nas grandes propriedades que tanto caracterizam o Brasil.

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50. As relações entre a metrópole e a colônia foram regidas pelo chamado pacto colonial, sendo este aspecto uma das principais características do estabelecimento de um sistema de exploração mercantil implementado pelas nações europeias com relação à América.

Com relação ao Brasil, do que constava esse pacto? a) As colônias só poderiam produzir artigos manufaturados. b) A produção agrícola seria destinada, exclusivamente, à subsistência da colônia. c) A produção da colônia seria restrita ao que a metrópole não tivesse condições de produzir. d) A colônia poderia comercializar a produção que excedesse às necessidades da metrópole. e) Portugal permitiria a produção de artigos manufaturados pela colônia, desde que a matéria-prima fosse

adquirida da metrópole. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O pacto colonial versava que a colônia deveria ser uma fonte de lucro para a sua metrópole. Sendo assim, tudo de produtivo que já existisse ou fosse produzido na colônia pertencia exclusivamente à metrópole. Por isso, a colônia deveria estar pronta para produzir o que a metrópole determinasse. 51. .

“Folga nego, Branco não vem cá!

Se vié Pau há de levá!.”

(Do Folclore alagoano. Citado por Freitas, Décio, op.cit., pág. 27.)

O quilombo dos Palmares representou um dos mais importantes movimentos de resistência dos negros contra a escravidão no Brasil. No período colonial, o surgimento de inúmeros quilombos relaciona-se ao fato de que a) a vivência nos quilombos significava a superação do tratamento hostil que recebiam no mundo escravo e a

esperança de construção de uma sociedade baseada em relações sociais igualitárias. b) muitos negros, mesmo tendo um sentimento de gratidão para com os senhores, nutriam a esperança de

construir uma real experiência de liberdade. c) os próprios senhores estimularam os agrupamentos de negros fugitivos, tendo em vista a construção de uma

melhor interação social com a massa de escravos. d) o quilombo dos Palmares, ao buscar obter vantagens materiais com as elites locais, perdeu seu caráter

combativo, o que levou à sua destruição. e) no interior do quilombo predominava uma estrutura de produção com base na propriedade privada da terra e

dos instrumentos de trabalho, o que revelava a existência de uma sociedade de privilégios. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O quilombo representava para o negro escravo a possibilidade da vida em comunidade e o escape da vida de repressão que ele vivia junto aos seus senhores. Por isso, houve a formação de vários quilombos durante o período colonial brasileiro. 52. Leia o excerto de uma peça teatral, de 1973.

Nassau

Como Governador-Geral do Pernambuco, a minha maior preocupação é fazer felizes os seus moradores. Mesmo porque eles são mais da metade da população do Brasil, e esta região, com a concentração dos seus quase 350 engenhos de açúcar, domina a produção mundial de açúcar. Além do mais, nessa disputa entre a Holanda, Portugal e Espanha, quero provar que a colonização holandesa é a mais benéfica. Minha intenção é fazê-los felizes… sejam portugueses, holandeses ou os da terra, ricos ou pobres, protestantes ou católicos romanos e até mesmo judeus.

Senhores, a Companhia das Índias Ocidentais, que financiou a campanha das Américas, fecha agora o balanço dos últimos quinze anos com um saldo devedor aos seus acionistas da ordem de dezoito milhões de florins.

Moradores Viva! Já ganhou! (...) Viva ele! Viva!

Chico Buarque de Holanda e Ruy Guerra. Calabar: o elogio da traição, 1976. Adaptado.

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Sobre o fato histórico ao qual a obra teatral faz referência, é correto afirmar que a) as bases religiosas da colonização holandesa no nordeste brasileiro produziram uma organização

administrativa que privilegiava a elite luso-brasileira, ao oferecer financiamento com juros subsidiados e parcelas importantes do poder político aos grandes proprietários católicos.

b) a grande distância entre as promessas de tolerância religiosa e a realidade presente no cotidiano dos moradores da capitania de Pernambuco deu-se porque os dirigentes da companhia holandesa impuseram o calvinismo como religião oficial e perseguiram as demais religiões.

c) a presença da Companhia das Índias Ocidentais no nordeste da América portuguesa trouxe benefícios aos proprietários luso-brasileiros, como o financiamento da produção, mas reproduziu a lógica do colonialismo, ao concentrar a riqueza no setor mercantil e não no produtivo.

d) a felicidade prometida pelos invasores holandeses não pôde ser efetivada em função da lógica diplomática presente na relação entre Portugal e Holanda, pois se tratava de nações inimigas desde o século XV, em virtude da disputa pelo comércio oriental.

e) as promessas dos invasores holandeses se confirmaram, e a elite ligada à produção açucareira e ao comércio colonial foi amplamente beneficiada, principalmente pelo livre comércio, o que explica a resistência desses setores sociais ao interesse português em retomar a região invadida pela Holanda.

GABARITO C: COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A presença holandesa no Brasil colonial, através do governo das Companhias das Índias Ocidentais, ajudou por desenvolver a capitania de Pernambuco, em especial na produção de açúcar. Mas a presença holandesa não modificou o panorama social da Colônia, beneficiando, assim, as elites. 53. .

A cena ilustrada na imagem pode ser relacionada corretamente à a) rivalidade existente entre escravos pretos e pardos, uma vez que apenas os segundos tinham acesso a esse

tipo de trabalho livre. b) existência do trabalho livre e assalariado para os escravos que conseguiam reunir, à sua própria custa, os

recursos para executarem esse empreendimento. c) reserva dessa atividade apenas para homens, pelo caráter extremamente cansativo que esse trabalho

apresentava. d) predominância do trabalho do escravo urbano sobre o escravo rural, resultante da decadência da economia

agrícola brasileira durante o século XIX. e) oportunidade para a reunião de um pequeno pecúlio por parte dos escravos, com o qual poderiam até

comprar sua alforria, depois de muitos anos de trabalho compulsório. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Somente a alternativa [E] está correta. Havia diversas atividades realizadas pelos escravos tanto no mundo rural quanto no urbano. Havia os escravos de ganho e os escravos de aluguel. Havia uma diferença entre essas duas modalidades de escravidão. Escravo de ganho era obrigado a dar boa parte do que arrecadava para seu dono, enquanto os escravos de aluguel eram alugados diretamente por seus senhores ou por intermédio de agências locadoras. Os escravos de ganho poderiam juntar algum dinheiro para comprar sua carta de manumissão ou alforria.

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54. No período de 1580 a 1640, Portugal foi governado pelo Rei Felipe II, que era também rei da Espanha. Isso se deveu ao fato de o rei português, D. Sebastião, ter morrido, em 1578, na batalha de Alcácer-Quibir, sem deixar herdeiro; e seu sucessor, o Cardeal D. Henrique, que tinha 70 anos, veio a falecer em janeiro de 1580, ocasionando a crise dinástica e a disputa que levaria o rei espanhol ao trono português. Essa época é conhecida como

a) Período Pré-colonial. b) Período Regencial. c) União Ibérica. d) Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. e) Período Colonial. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Após a morte de D. Sebastião, o trono português ficou vago, devido ao fato de ele não ter descendentes. Um tio-avô seu, já idoso e cardeal da Igreja Católica, assumiu o trono, mas faleceu dois anos depois, deixando novamente o governo português sem líder. Começou, então, uma disputa pelo trono português que foi vencida por D. Filipe II, rei da Espanha. O período no qual D. Filipe II governa Espanha e Portugal ao mesmo tempo é conhecido como “União Ibérica”. 55. Observe a figura abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a relação comercial praticada

entre a Metrópole portuguesa e a sua colônia brasileira.

a) Acordo Monopolista. b) Pacto Colonial. c) Acordo Real. d) Pacto Continental. e) Pacto Geral. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Somente a alternativa [B] está correta. O pacto colonial pode ser considerado o esteio da colonização, a colônia não possuía autonomia e vida própria e sua função era complementar a economia metropolitana, importava manufaturados e exportava produtos tropicais. 56. Leia atentamente os seguintes excertos:

“[...] uma das principais causas da dizimação dos índios, afora as doenças trazidas pelos europeus, foram os massacres e a eliminação deliberada dos nativos pelos portugueses. Isso resultou no fato de que apenas aproximadamente 300.000 índios, cerca de 5 por cento dos 6 milhões que compunham a população indígena em 1500, sobreviveriam para as “comemorações” dos quinhentos anos da chegada de Cabral a suas terras”.

JANCSÓ, István (Coord.) Rebeldes brasileiros – homens e mulheres que desafiam o poder. São Paulo:

Casa Amarela, [s.d.]. fasc. 9. p. 261 (Caros amigos)

“Entre os dias 26 de março e 22 de abril [de 2016], os indígenas Aponuyre, Genésio, Isaías e Assis Guajajara, todos da Terra Indígena (TI) Arariboia, no Maranhão, foram assassinados. Com pouca fiscalização e sem sinal de investigação dos culpados, os indígenas Guajajara que vivem na área – já demarcada e habitada também por índios Awá isolados – sofrem com a constante pressão de madeireiros e temem por sua segurança”.

COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPT. Em um mês, quatro indígenas Guajajara foram assassinados no Maranhão. Publicado em 27 de

abril de 2016. Acessado em 11 de maio de 2017.Disponível em: https://www.cptnacional.org.br/index.php/publicacoes/noticias/conflitos-no-campo/3191-em-um-mes-quatroindigenas-guajajara-foram-assassinados-no-maranhao

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Considerando os excertos acima, é correto afirmar que a) os conflitos que ainda ocorrem entre indígenas e população não indígena se dão exclusivamente pela ação

predatória, promovida pelos índios, sobre os recursos naturais protegidos por lei. b) as tensões geradoras dos massacres e a dizimação da população nativa brasileira ainda perduram nos

tempos atuais, apesar da atual proteção do Estado sobre as populações indígenas. c) o interesse dos capitalistas em obter maiores lucros com a exploração da terra dos índios e de seus recursos

nunca foi motivação para os conflitos que dizimaram e ainda diminuem a população indígena. d) os eventos de violência contra a população indígena, em diversas áreas do país, se dão porque essa

população não é aceita pelo Estado quando tenta integrar-se ao modelo social, justo e inclusivo, do mundo civilizado.

e) os conceitos de bárbaro e selvagem, atribuídos aos nativos brasileiros, não impediram a população e o estado brasileiro de valorizar e respeitar o índio como um cidadão.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Apesar de a Constituição de 1988 amparar as populações indígenas, garantido, inclusive, seu direito à posse das terras que já habitam, o Estado brasileiro ainda se mostra incapaz de proteger as populações indígenas, em especial nas áreas com grande presença de madeireiros. 57. "Eu, el-rei D. João lII, faço saber a vós, Tomé de Sousa, fidalgo da minha casa que ordenei mandar fazer nas

terras do Brasil uma fortaleza e povoação grande e forte na Baía de Todos-os-Santos. (...)Tenho por bem enviar-vos por governador das ditas terras do Brasil."

"Regimento de Tomé de Sousa", 1549

As determinações do rei de Portugal estavam relacionadas a) à necessidade de colonizar e povoar o Brasil para compensar a perda das demais colônias agrícolas

portuguesas do Oriente e da África. b) aos planos de defesa militar do império português para garantir as rotas comerciais para a Índia, Indonésia,

Timor, Japão e China. c) a um projeto que abrangia conjuntamente a exploração agrícola, a colonização e a defesa do território. d) aos projetos administrativos da nobreza palaciana visando à criação de fortes e feitorias para atrair

missionários e militares ao Brasil. e) ao plano de inserir o Brasil no processo de colonização escravista semelhante ao desenvolvido na África e

no Oriente. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os Governadores-Gerais possuíam as preocupações pertinentes à defesa do território, bem como a exploração agrícola, no que se refere ao plantio da cana-de-açúcar e à consolidação da colonização do território. 58.

Essa gravura ilustra as práticas rituais dos indígenas brasileiros, presenciadas e descritas pelo cronista Hans Staden (1548 - 1555). A partir dessa imagem, evidenciou-se ao mundo ocidental a existência da a) antropofagia charrua. b) antropofagia caingangue. c) antropofagia bororo. d) antropofagia tapuia. e) antropofagia tupinambá.

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GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: É uma questão apenas de localização e identificação cultural referente ao povo tupinambá, que habitava a costa brasileira e que possuíam hábitos diferentes dos europeus, tais como a antropofagia. 59. Após a expulsão dos holandeses do Brasil, em 1654, as relações entre a colônia e a metrópole portuguesa

caracterizaram-se pela a) prosperidade econômica, tanto da colônia como da metrópole, em função da expansão do

mercado açucareiro. b) estabilidade financeira de ambas, uma vez que não houve o pagamento de indenizações nos tratados de paz. c) menor opressão da metrópole sobre a colônia, em virtude da extinção do pacto colonial. d) crise econômica decorrente da concorrência do açúcar holandês das Antilhas, afetando a metrópole e

a colônia. e) superação da dependência econômica de Portugal e Brasil em relação à Inglaterra. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A expulsão dos holandeses, um episódio consolidado na Insurreição Pernambucana, produziu por consequência a crise do açúcar brasileiro em decorrência da concorrência holandesa nas Antilhas. 60. "Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles não é possível fazer, conservar

e aumentar fazenda, nem ter engenho corrente." (ANTONIL, "Cultura e opulência do Brasil". Belo Horizonte: Itatiaia, 1982, p. 89.)

É possível afirmar corretamente que a) a escravização dos negros africanos permitiu que os índios deixassem de ser escravizados durante o

período colonial. b) o trabalho manual era visto como degradante pelos senhores brancos, e a escravidão, uma forma de lhes

garantir uma vida honrada no continente americano. c) apesar dos vultosos lucros obtidos com o tráfico, a adoção da escravidão de africanos explica-se pela melhor

adequação dos negros à rotina do trabalho colonial. d) extremamente difundida na Região Nordeste, a escravidão teve um papel secundário e marginal na

exploração das minas de metais e pedras preciosas no interior do Brasil. e) diante das condições de vida dos escravos, os jesuítas criticaram duramente a escravidão dos negros

africanos, o que provocou diversos conflitos no período colonial. BARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O trabalho manual (escravo) era visto como degradante pelos senhores brancos, e a escravidão, uma forma de lhes garantir uma vida honrada e um lugar na sociedade brasileira durante o Período Colonial. 61. Apesar do aumento da produção no campo e da integração entre a indústria e a agricultura, parte da

população da América do Sul ainda sofre com a subalimentação, o que gera conflitos pela posse de terra que podem ser verificados em várias áreas e que frequentemente chegam a provocar mortes. Um dos fatores que explica a subalimentação na América do Sul é

a) a baixa inserção de sua agricultura no comércio mundial. b) a quantidade insuficiente de mão de obra para o trabalho agrícola. c) a presença de estruturas agrárias arcaicas formadas por latifúndios improdutivos. d) a situação conflituosa vivida no campo, que impede o crescimento da produção agrícola. e) os sistemas de cultivo mecanizado voltados para o abastecimento do mercado interno.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A estrutura fundiária da América do Sul é marcada pela sua desigual distribuição, nascida desde o período colonial, a terra era somente obtida por aqueles que tinham renda ou posses, excluindo grande parte dos trabalhadores de origem indígena ou negra (escrava até o final do século XIX no Brasil). Dessa forma, a perpetuação de latifúndios improdutivos, somente para especulação imobiliária, eleva a tensão no meio rural e origina conflitos pela posse da terra e pela segurança alimentar.

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62. Entre 2004 e 2008, pelo menos 8 mil brasileiros foram libertados de fazendas onde trabalhavam como se fossem escravos. O governo criou uma lista em que ficaram expostos os nomes dos fazendeiros flagrados pela fiscalização. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, regiões que mais sofrem com a fraqueza do poder público, o bloqueio dos canais de financiamento agrícola para tais fazendeiros tem sido a principal arma de combate a esse problema, mas os governos ainda sofrem com a falta de informações, provocada pelas distâncias e pelo poder intimidador dos proprietários. Organizações não governamentais e grupos como a Pastoral da Terra têm agido corajosamente acionando as autoridades públicas e ministrando aulas sobre direitos sociais e trabalhistas.

“Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo”. Disponível em: http://www.mte.gov.br. Acesso em: 17 mar. 2009 (adaptado).

Nos lugares mencionados no texto, o papel dos grupos de defesa dos direitos humanos tem sido fundamental, porque eles a) negociam com os fazendeiros o reajuste dos honorários e a redução da carga horária de trabalho. b) defendem os direitos dos consumidores junto aos armazéns e mercados das fazendas e carvoarias. c) substituem as autoridades policiais e jurídicas na resolução dos conflitos entre patrões e empregados. d) encaminham denúncias ao Ministério Público e promovem ações de conscientização dos trabalhadores. e) fortalecem a administração pública ao ministrarem aulas aos seus servidores. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As organizações que conscientizam os trabalhadores rurais têm um papel fundamental em comunicar as autoridades, como Ministério Público, sobre o trabalho escravo ainda presente no Brasil. Esse trabalho escravo se dá a partir da chamada servidão por dívida, na qual muitos trabalhadores contraem dívidas em seu deslocamento para as fazendas, sendo obrigados a trabalhar em condições precárias para pagá-las.

63. No presente, observa-se crescente atenção aos efeitos da atividade humana, em diferentes áreas, sobre o meio ambiente, sendo constante, nos fóruns internacionais e nas instâncias nacionais, a referência à sustentabilidade como princípio orientador de ações e propostas que deles emanam. A sustentabilidade explica-se pela

a) incapacidade de se manter uma atividade econômica ao longo do tempo sem causar danos ao meio ambiente.

b) incompatibilidade entre crescimento econômico acelerado e preservação de recursos naturais e de fontes não renováveis de energia.

c) interação de todas as dimensões do bem-estar humano com o crescimento econômico, sem a preocupação com a conservação dos recursos naturais que estivera presente desde a Antiguidade.

d) proteção da biodiversidade em face das ameaças de destruição que sofrem as florestas tropicais devido ao avanço de atividades como a mineração, a monocultura, o tráfico de madeira e de espécies selvagens.

e) necessidade de se satisfazer as demandas atuais colocadas pelo desenvolvimento sem comprometer a capacidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades nos campos econômico, social e ambiental.

GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O termo sustentabilidade vem sendo abordado na agenda de diversos países no mundo nas últimas três décadas. A sustentabilidade na utilização dos recursos naturais e energéticos se dá na manutenção desses recursos para as próximas gerações. Novas tecnologias amenizam os impactos humanos, como o uso de energia solar e eólica, a reciclagem de diversos produtos na indústria, a reutilização de água em processos agrícolas e industriais etc.

64. Antes, eram apenas as grandes cidades que se apresentavam como o império de técnica, objeto de

modificações, suspensões, acréscimos, cada vez mais sofisticadas e carregadas de artifício. Esse mundo artificial inclui, hoje, o mundo rural.

SANTOS, M. A Natureza do Espaço. São Paulo: Hucitec, 1996.

Considerando a transformação mencionada no texto, uma consequência socioespacial que caracteriza o atual mundo rural brasileiro é a) a redução do processo de concentração de terras. b) o aumento do aproveitamento de solos menos férteis. c) a ampliação do isolamento do espaço rural. d) a estagnação da fronteira agrícola do pais. e) a diminuição do nível de emprego formal. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As transformações ditas no texto passam pelo avanço tecnológico, originado no pós Segunda Guerra Mundial e que foi implementado em diversos países do chamado “Terceiro Mundo”. A década de 60 foi marcada pela Revolução Verde, que inseriu novas tecnologias no campo como: fertilizantes, agrotóxicos, maquinários e técnicas como a de calagem – correção de solos ácidos típicos do Centro-Oeste brasileiro com o uso de calcário - levando a incorporação de terras, antes pouco férteis e que agora há alta produtividade.

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65. Os lixões são o pior tipo de disposição final dos resíduos sólidos de uma cidade, representando um grave problema ambiental e de saúde pública. Nesses locais, o lixo é jogado diretamente no solo e a céu aberto, sem nenhuma norma de controle, o que causa, entre outros problemas, a contaminação do solo e das águas pelo chorume (líquido escuro com alta carga poluidora, proveniente da decomposição da matéria orgânica presente no lixo).

RICARDO, B.; CANPANILLI, M. Almanaque Brasil Socioambiental 2008. São Paulo, Instituto Sociambiental, 2007.

Considere um município que deposita os resíduos sólidos produzidos por sua população em um lixão. Esse procedimento é considerado um problema de saúde pública porque os lixões a) causam problemas respiratórios, devido ao mau cheiro que provém da decomposição. b) são locais propícios à proliferação de vetores de doenças, além de contaminarem o solo e as águas. c) provocam o fenômeno da chuva ácida, devido aos gases oriundos da decomposição da matéria orgânica. d) são instalados próximos ao centro das cidades, afetando toda a população que circula diariamente na área. e) são responsáveis pelo desaparecimento das nascentes na região onde são instalados, o que leva à

escassez de água.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A grande quantidade de lixo, sendo depositada em terrenos baldios que acabam se transformando em lixões, são áreas de proliferação de baratas, ratos e outras pragas urbanas, que propagam doenças como a leptospirose, podendo afetar a população que reside próximo a essas áreas, considerando, assim, locais de problema de saúde pública. Além disso, como resultado da ação de decomposição da matéria orgânica presente nos lixos, o chorume tem um alto teor de contaminação dos solos e das águas ao entorno desses lixões.

66. As cidades industrializadas produzem grandes proporções de gases como o CO2, o principal gás causador do

efeito estufa. Isso ocorre por causa da quantidade de combustíveis fósseis queimados, principalmente no transporte, mas também em caldeiras industriais. Além disso, nessas cidades concentram-se as maiores áreas com solos asfaltados e concretados, o que aumenta a retenção de calor, formando o que se conhece por “ilhas de calor”. Tal fenômeno ocorre porque esses materiais absorvem o calor e o devolvem para o ar sob a forma de radiação térmica.

Em áreas urbanas, devido à atuação conjunta do efeito estufa e das “ilhas de calor”, espera-se que o consumo de energia elétrica a) diminua devido à utilização de caldeiras por indústrias metalúrgicas. b) aumente devido ao bloqueio da luz do sol pelos gases do efeito estufa. c) diminua devido à não necessidade de aquecer a água utilizada em indústrias. d) aumente devido à necessidade de maior refrigeração de indústrias e residências. e) diminua devido à grande quantidade de radiação térmica reutilizada. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O efeito estufa e as “ilhas de calor” causam o aumento da temperatura local, impondo a necessidade de maior refrigeração, tanto em indústrias cujas máquinas devem operar em certas faixas de temperatura, quanto em residências, a fim de garantir conforto térmico aos seus habitantes. Logo, haverá aumento do consumo de energia elétrica. 67. Uma empresa norte-americana de bioenergia está expandindo suas operações para o Brasil para explorar o

mercado de pinhão manso. Com sede na Califórnia, a empresa desenvolveu sementes híbridas de pinhão manso, oleaginosa utilizada hoje na produção de biodiesel e de querosene de aviação.

MAGOSSI, E. O Estado de São Paulo. 19 maio 2011 (adaptado).

A partir do texto, a melhoria agronômica das sementes de pinhão manso abre para o Brasil a oportunidade econômica de a) ampliar as regiões produtoras pela adaptação do cultivo a diferentes condições climáticas. b) beneficiar os pequenos produtores camponeses de óleo pela venda direta ao varejo. c) abandonar a energia automotiva derivada do petróleo em favor de fontes alternativas. d) baratear cultivos alimentares substituídos pelas culturas energéticas de valor econômico superior. e) reduzir o impacto ambiental pela não emissão de gases do efeito estufa para a atmosfera.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Com o melhoramento genético das sementes de pinhão, as condições do clima tornam-se secundárias para o aumento da produção, já que essas sementes estarão adequadas a diferentes tipos de climas e solos, ampliando as regiões produtoras para fora dos estados do sul do Brasil.

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68. Como os combustíveis energéticos, as tecnologias da informação são, hoje em dia, indispensáveis em todos os setores econômicos. Através delas, um maior número de produtores é capaz de inovar, e a obsolescência de bens e serviços se acelera. Longe de estender a vida útil dos equipamentos e a sua capacidade de reparação, o ciclo de vida desses produtos diminui, resultando em maior necessidade de matéria-prima para a fabricação de novos.

GROSSARD, C. Le Monde Diplomatique Brasil. Ano 3, no 36, 2010 (adaptado).

A postura consumista de nossa sociedade indica a crescente produção de lixo, principalmente nas áreas urbanas, o que, associado a modos incorretos de deposição, a) provoca a contaminação do solo e do lençol freático, ocasionando, assim, graves problemas socioambientais,

que se adensarão com a continuidade da cultura do consumo desenfreado. b) produz efeitos perversos nos ecossistemas, que são sanados por cadeias de organismos decompositores

que assumem o papel de eliminadores dos resíduos depositados em lixões. c) multiplica o número de lixões a céu aberto, considerados atualmente a ferramenta capaz de resolver de forma

simplificada e barata o problema de deposição de resíduos nas grandes cidades. d) estimula o empreendedorismo social, visto que um grande número de pessoas, os catadores, têm livre

acesso aos lixões, sendo assim incluídos na cadeia produtiva dos resíduos tecnológicos. e) possibilita a ampliação da quantidade de rejeitos que podem ser destinados a associações e cooperativas de

catadores de materiais recicláveis, financiados por instituições da sociedade civil ou pelo poder público. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Com a obsolescência programada, o consumo é intensificado, aumentando a quantidade de dejetos que serão lançados nos lixões, localizados próximos aos centros urbanos, contaminando lençóis freáticos e os solos. Dessa forma, o intenso consumo favorece a proliferação de doenças e degradação do meio ambiente.

69. A interface clima/sociedade pode ser considerada em termos de ajustamento à extensão e aos modos como

as sociedades funcionam em uma relação harmônica com seu clima. O homem e suas sociedades são vulneráveis às variações climáticas. A vulnerabilidade é a medida pela qual uma sociedade é suscetível de sofrer por causas climáticas.

AYOADE, J. O. Introdução a climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010 (adaptado).

Considerando o tipo de relação entre ser humano e condição climática apresentado no texto, uma sociedade torna-se mais vulnerável quando a) concentra suas atividades no setor primário. b) apresenta estoques elevados de alimentos. c) possui um sistema de transportes articulado. d) diversifica a matriz de geração de energia. e) introduz tecnologias à produção agrícola.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O setor primário é dependente das condições climáticas, sendo assim, podemos relacionar a vulnerabilidade social à falta de alimentos gerados por problemas de seca ou chuvas intensas, pois diminuiria drasticamente a oferta de alimentos, acarretando numa crise alimentícia que iria atingir diretamente tanto a população rural como também a urbana.

70. Os dois principais rios que alimentavam o Mar de Aral, Amurdarya e Sydarya, mantiveram o nível e o volume

do mar por muitos séculos. Entretanto, o projeto de estabelecer e expandir a produção de algodão irrigado aumentou a dependência de várias repúblicas da Ásia Central da irrigação e monocultura. O aumento da demanda resultou no desvio crescente de água para a irrigação, acarretando redução drástica do volume de tributários do Mar de Aral. Foi criado na Ásia Central um novo deserto, com mais de 5 milhões de hectares, como resultado da redução em volume.

TUNDISI, J. G. Água no século XXI: enfrentando a escassez. São Carlos: Rima, 2003.

A intensa interferência humana na região descrita provocou o surgimento de uma área desértica em decorrência da a) erosão. b) salinização. c) laterização.

d) compactação. e) sedimentação.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O desvio dos dois rios para a irrigação do cultivo de algodão fez com que este deslocamento de grande volume de água para o uso agrícola intensificasse o processo de salinização, que consiste na concentração de sais minerais devido à elevada evapotranspiração ou retirada de grandes volumes d’água, ou seja, com a retirada do solvente, a água, o soluto, os sais minerais, ficam mais concentrados, acarretando a expansão dos desertos.

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71. No mapa, estão representados os biomas brasileiros que, em função de suas características físicas e do modo de ocupação do território, apresentam problemas ambientais distintos. Nesse sentido, o problema ambiental destacado no mapa indica

a) desertificação das áreas afetadas. b) poluição dos rios temporários. c) queimadas dos remanescentes vegetais. d) desmatamento das matas ciliares. e) contaminação das águas subterrâneas.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A Caatinga está entre os biomas mais vulneráveis num cenário de aumento das temperaturas globais, uma vez que a vulnerabilidade do bioma aos efeitos das mudanças climáticas representa um forte fator de pressão para a desertificação na região. Associadas a esse fator, atividades antrópicas de remoção da vegetação de Caatinga para a produção de carvão vegetal, como por exemplo na chapada do Araripe (entre Piauí, Ceará e Pernambuco), aumentam a pressão na área de clima semiárido do Nordeste. Esses dois fatores fazem do Nordeste uma região sujeita a um acelerado processo de desertificação. 72. Na charge há uma crítica ao processo produtivo agrícola brasileiro relacionada ao

AMARILDO. Disponível em: www.amarildo.com.br. Acesso em: 3 mar. 2013.

a) elevado preço das mercadorias no comércio. b) aumento da demanda por produtos naturais. c) crescimento da produção de alimentos. d) hábito de adquirir derivados industriais. e) uso de agrotóxicos nas plantações.

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GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A charge fala sobre o “perigo” de consumir produtos agrícolas (frutas e legumes). A crítica ao modelo brasileiro que podemos relacionar com a mensagem da charge é o alto nível de agrotóxicos, que pode ser visto como um risco à saúde. 73. A questão ambiental, uma das principais pautas contemporâneas, possibilitou o surgimento de concepções

políticas diversas, dentre as quais se destaca a preservação ambiental, que sugere uma ideia de intocabilidade da natureza e impede o seu aproveitamento econômico sob qualquer justificativa.

PORTO-GONÇALVES, C. W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006 (adaptado).

Considerando as atuais concepções políticas sobre a questão ambiental, a dinâmica caracterizada no texto quanto à proteção do meio ambiente está baseada na a) prática econômica sustentável. b) contenção de impactos ambientais. c) utilização progressiva dos recursos naturais. d) proibição permanente da exploração da natureza. e) definição de áreas prioritárias para a exploração econômica. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A proposta do texto não teve um cunho sustentável (uso racional dos recursos), teve uma ideia de natureza intocada, em que a preservação deriva da não utilização de seus recursos. 74. Tanto potencial poderia ter ficado pelo caminho, se não fosse o reforço em tecnologia que um gaúcho

buscou. Há pouco mais de oito anos, ele usava o bico da botina para cavoucar a terra e descobrir o nível de umidade do solo, na tentativa de saber o momento ideal para acionar os pivôs de irrigação. Até que conheceu uma estação meteorológica que, instalada na propriedade, ajuda a determinar a quantidade de água de que a planta necessita. Assim, quando inicia um plantio, o agricultor já entra no site do sistema e cadastra a área, o pivô, a cultura, o sistema de plantio, o espaçamento entre linhas e o número de plantas, para então receber recomendações diretamente dos técnicos da universidade.

CAETANO, M. O valor de cada gota. Globo Rural, n. 312, out. 2011.

A implementação das tecnologias mencionadas no texto garante o avanço do processo de a) monitoramento da produção. b) valorização do preço da terra. c) correção dos fatores climáticos. d) divisão de tarefas na propriedade. e) estabilização da fertilidade do solo. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto mostra como os dados mais precisos podem gerar medidas mais eficazes (e com menos perdas) no processo agrícola, permitindo que o dono da terra possa monitorar suas atividades e gerir sua produção.

Pesca industrial provoca destruição na África O súbito desaparecimento do bacalhau dos grandes cardumes da Terra Nova, no final do século XX - O que ninguém havia previsto -, teve o efeito de um eletrochoque planetário. Lançada pelos bascos no século XV, a pesca e depois a sobre pesca desse grande peixe de água fria levaram ao impensável. Ao Canadá o bacalhau nunca mais voltou. E o que Ocorreu no Atlântico Norte está acontecendo em outros mares. Os maiores navios do mundo seguem agora em direção ao sul, até os limites da Antártida, para competir pelos estoques remanescentes.

MORA, J. S. Disponível em: www.diplomatique.com.br. Acesso em 14 jan. 2014.

75. O problema exposto no texto jornalístico relaciona-se à a) insustentabilidade do modelo de produção e consumo. b) fragilidade ecológica de ecossistemas costeiros. c) inviabilidade comercial dos produtos marinhos. d) mudança natural nos Oceanos e mares. e) vulnerabilidade social de áreas pobres. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A questão mostra como a pesca predatória simplesmente acabou com a população de bacalhau em algumas partes do mundo e reduziu drasticamente em outras.

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76. Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa.

ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro; Zahar, 1985

A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a) a) legado social. b) patrimônio politico. c) produto da moralidade.

d) conquista da humanidade. e) ilusão da contemporaneidade.

GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O filósofo e sociólogo Adorno possui uma visão bem crítica acerca da sociedade ocidental capitalista. Para ele, o capitalismo modificou os aspectos da cultura, tornando-a mais um objeto de consumo. Neste sentido, aspectos tradicionais da cultura são trocados por “produtos vendáveis” que estão presentes em todas as formas de lazer e entretenimento do sujeito contemporâneo, nas músicas, livros, entre outros. Adorno vai defender que a liberdade de escolha é algo que acaba sendo imposto, visto que a sociedade encaminha o indivíduo a gostar das mesmas coisas (cultura de massa).

77. Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo

acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado).

Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao a) valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo. b) rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos. c) afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana. d) romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem. e) redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão.

GABARITO: C COMENTÁRIO /RESOLUÇÃO: O texto de Maquiavel se relaciona ao pensamento político renascentista ao ressaltar o domínio do livre-arbítrio sobre a sorte. Dessa maneira, Maquiavel apresenta o princípio básico defendido pelos renascentistas, que era a utilização da razão como principal instrumento para compreender o universo e a natureza.

78. O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da

corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse resultado dos padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto).

FRAGA, P. Ninguém é inocente. Folha de S. Paulo. 4 out. 2009 (adaptado).

O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que é moral constitui uma ambiguidade inerente ao humano, porque as normas morais são a) decorrentes da vontade divina e, por esse motivo, utópicas. b) parâmetros idealizados, cujo cumprimento é destituído de obrigação. c) amplas e vão além da capacidade de o indivíduo conseguir cumpri-las integralmente. d) criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual deve se submeter. e) cumpridas por aqueles que se dedicam inteiramente a observar as normas jurídicas.

GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto da Folha de São Paulo trata da ambiguidade do povo brasileiro que, apesar de ter plena noção dos comportamentos éticos e morais corretos, não os segue plenamente. As normas morais são calcadas em preceitos criados pelo homem, que determinam como “como se deve viver” em comunidade. Essas normas, através do consenso, se materializam em leis em que os homens se submetem. Sendo assim, a alternativa correta é a letra D. A letra B não pode ser considerada correta, pois as normas morais não são parâmetros idealizados cujo cumprimento é destituído de obrigação. A obrigatoriedade existe, o homem a pode descumprir ou a burlar, entretanto, sabemos o que é considerado certo e errado. Tanto é assim, que as pessoas podem não fazer, mas reconhecem, têm a noção clara, como está no texto.

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79. Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens que se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.

A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel define o homem como um ser a) munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros. b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política. c) guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes. d) naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais. e) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O escritor florentino Nicolau Maquiavel teve uma importância inovadora como fundador da política moderna ao separar ética de política. Maquiavel acreditava que a natureza humana é essencialmente má e os indivíduos deveriam conseguir ganhos a partir do menor esforço. Como cita no texto, os homens “duma maneira geral, são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro”, portanto, sempre guiados por interesses. 80. O cidadão norte-americano desperta num leito construído segundo padrão originário do Oriente Próximo, mas

modificado na Europa Setentrional antes de ser transmitido à América. Sai debaixo de cobertas feitas de algodão cuja planta se tornou doméstica na Índia. No restaurante, toda uma série de elementos tomada de empréstimo o espera. O prato é feito de uma espécie de cerâmica inventada na China. A faca é de aço, liga feita pela primeira vez na Índia do Sul; o garfo é inventado na Itália medieval; a colher vem de um original romano. Lê notícias do dia impressas em caracteres inventados pelos antigos semitas, em material inventado na China e por um processo inventado na Alemanha.

LINTON. R. O homem: uma introdução à antropologia. São Paulo: Martins. 1959 (adaptado).

A situação descrita é um exemplo de como os costumes resultam da a) assimilação de valores de povos exóticos. b) experimentação de hábitos sociais variados. c) recuperação de heranças da Antiguidade Clássica. d) fusão de elementos de tradições culturais diferentes. e) valorização de comportamento de grupos privilegiados. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO:

81. Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e não necessários; outros, nem naturais nem

necessários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos trazem dor se não satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou parecem geradores de dano.

EPICURO DE SAMOS. Doutrinas principais. In: SANSON, V F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974.

No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim a) alcançar o prazer moderado e a felicidade. b) valorizar os deveres e as obrigações sociais. c) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação. d) refletir sobre os valores e as normas dadas pela divindade. e) defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Assim como é costume do Enem, essa questão também é iniciada por uma citação. O filósofo agora citado é Epicuro de Samos, apesar de ser menos conhecido do que Platão ou Aristóteles, ele também é um importante filósofo, e essa questão vem resgatar suas reflexões. Para responder a essa questão, espera-se que o candidato não só conheça Epicuro como saiba quais são suas principais ideias filosóficas. Entre as principais delas, Epicuro procurou pensar os desejos e os prazeres como formas de alcançar a felicidade de forma segura e tranquila. É importante não confundir as ideias de Epicuro a qualquer forma de hedonismo: para ele o prazer e, por conseguinte, o desejo estão relacionados à Natureza, como, por exemplo, à saúde e às necessidades do corpo; ele preza a tranquilidade e foge dos excessos, assim como dos desejos frívolos e artificiais. O conhecimento das ideias de Epicuro, assim como e conjuntamente com a análise do trecho escolhido levariam o candidato à alternativa correta.

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82. O rap, palavra formada pelas iniciais de rhythm and poetry (ritmo e poesia), junto com as linguagens da dança (o break dancing) e das artes plásticas (o grafite), seria difundido, para além dos guetos, com o nome de cultura hip hop. O break dancing surge como uma dança de rua. O grafite nasce de assinaturas inscritas pelos jovens com sprays nos muros, trens e estações de metrô de Nova York. As linguagens do rap, do break dancing e do grafite se tornaram os pilares da cultura hip hop.

DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005 (adaptado).

Entre as manifestações da cultura hip hop apontadas no texto, o break se caracteriza como um tipo de dança que representa aspectos contemporâneos por meio de movimentos a) retilíneos, como crítica aos indivíduos alienados. b) improvisados, como expressão da dinâmica da vida urbana. c) suaves, como sinônimo da rotina dos espaços públicos. d) ritmados pela sola dos sapatos, como símbolo de protesto. e) cadenciados, como contestação às rápidas mudanças culturais.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O hip-hop emergiu em meados da década de 1970 nos subúrbios negros e latinos de Nova Iorque. Esses subúrbios, verdadeiros guetos, enfrentavam diversos problemas de ordem social, como pobreza, violência, racismo, tráfico de drogas, carência de infraestrutura e de educação, entre outros. Os jovens encontravam na rua o único espaço de lazer, e geralmente entravam num sistema de gangues, as quais se confrontavam de maneira violenta na luta pelo domínio territorial. As gangues funcionavam como um sistema opressor dentro das próprias periferias - quem fazia parte de algumas das gangues, ou quem estava de fora, sempre conhecia os territórios e as regras impostas por elas, devendo segui-las rigidamente. 83. Pirro afirmava que nada é nobre nem vergonhoso, justo ou injusto, e que, da mesma maneira, nada existe do

ponto de vista da verdade, que os homens agem apenas segundo a lei e o costume, nada sendo mais isto do que aquilo. Ele levou uma vida de acordo com essa doutrina, nada procurando evitar e não se desviando do que quer que fosse, suportando tudo, carroças, por exemplo, precipícios, cães, nada deixando ao arbítrio dos sentidos.

LAÉRCIO, D. Vidas e sentenças dos filósofos ilustres. Brasília: Editora UnB, 1988.

O ceticismo, conforme sugerido no texto, caracteriza-se por a) desprezar quaisquer convenções e obrigações da sociedade. b) atingir o verdadeiro prazer como o princípio e o fim da vida feliz. c) defender a indiferença e a impossibilidade de obter alguma certeza. d) aceitar o determinismo e ocupar-se com a esperança transcendente. e) agir de forma virtuosa e sábia a fim de enaltecer o homem bom e belo. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto começa falando que não há decisão real, que tudo vem da lei e dos costumes, de forma que ele mostra uma indiferença sobre definições, juízos de valores de certo e errado. E segue a vida sem certeza de nada. Logo, isso se adapta à letra C, correta. 84. A favela é vista como um lugar sem ordem, capaz de ameaçar os que nela não se incl uem. Atribuir-lhe

a ideia de perigo é o mesmo que reafirmar os valores e estruturas da sociedade que busca viver diferentemente do que se considera viver na favela. Alguns oficiantes do direito, ao defenderem ou acusarem réus moradores de favelas, usam em seus discursos representações previamente formuladas pela sociedade e incorporadas nesse campo profissional. Suas falas se fundamentam nas representações inventadas a respeito da favela e que acabam por marcar a identidade dos indivíduos que nela residem.

RINALDI, A. Marginais, delinquentes e vítimas: um estudo sobre a representação da categoria favelado no tribunal do júri da c idade do Rio de Janeiro. In: ZALUAR, A.; ALVITO, M. (Orgs.). Um século de favela. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1998.

O estigma apontado no texto tem como consequência o(a) a) aumento da impunidade criminal. b) enfraquecimento dos direitos civis. c) distorção na representação política. d) crescimento dos índices de criminalidade. e) ineficiência das medidas socioeducativas.

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GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O conceito de estigma faz referência a uma desaprovação de características ou posições pessoais, que vão contra normas culturais, e levam frequentemente à marginalização. As representações do imaginário coletivo relacionam os moradores da favela com criminalidade e violência, produzindo um efeito de não reconhecimento do direito de cidadania política, o que gera uma perda dos direitos civis. 85. . TEXTO I

Ela acorda tarde depois de ter ido ao teatro e à dança; ela lê romances, além de desperdiçar o tempo a olhar para a rua da sua janela ou da sua varanda; passa horas no toucador a arrumar o seu complicado penteado; um número igual de horas praticando piano e mais outra na sua aula de francês ou de dança.

Comentário do Padre Lopes da Gama acerca dos costumes femininos [1839] apud SILVA, T. V. Z. Mulheres, cultura e literatura brasileira. Ipotesi — Revista dos Estudos Literários, Juiz de Fora, v. 2. n. 2, 1998.

TEXTO II

As janelas e portas gradeadas com treliças não eram cadeias confessas, positivas; mas eram, pelo aspecto e pelo seu destino, grande gaiolas, onde os pais e maridos zelavam, sonegadas à sociedade, as filhas e as esposas.

MACEDO, J.M. “Memória da Rua do Ouvidor [1878]”. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 maio 2013 (adaptado).

A representação social do feminino comum aos dois textos é o(a) a) submissão de gênero, apoiada pela concepção patriarcal de família. b) acesso aos produtos de beleza, decorrência da abertura dos portos. c) ampliação do espaço de entretenimento, voltado às distintas classes sociais. d) proteção da honra, medida pela disputa masculina em relação às damas da corte. e) valorização do casamento cristão, respaldado pelos interesses vinculados à herança. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os textos apresentam mulheres que não têm liberdade de escolha, que vivem sob a tutela de seus pais ou maridos e que são educadas para os afazeres domésticos. Dessa maneira, são relegadas a um regime de submissão de gênero, não tendo as mesmas possibilidades de inserção social que os homens. 86.

KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl.

Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução)

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais. b) estabelecer uma postura proativa da sociedade. c) provocar a reflexão sobre essa realidade. d) propor alternativas para solucionar esse problema. e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.

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GABARITO: C COMENTÁRIO /RESOLUÇÃO: A imagem do artista gráfico Pawla Kuczynskiego tem como objetivo provocar a reflexão sobre a triste realidade do trabalho infantil, já que retrata o contraste entre dois meninos de idade aparentemente semelhantes, sendo que enquanto um brinca, o outro trabalha. Muitas vezes a arte nos serve para refletirmos a respeito da realidade. Na ilustração apresentada, o artista apresenta uma situação de duas crianças que possuem uma relação dissonante com o objeto “trem”: enquanto uma é obrigada a puxar um trem “em tamanho real” (retratando o trabalho infantil), a outra somente brinca com seu trem “de mentirinha”. Tal ilustração revela as contradições da sociedade: enquanto as crianças de uma classe social são obrigadas a trabalhar, as outras podem brincar. 87. .

A África também já serviu como ponto de partida para comédias bem vulgares, mas de muito sucesso, como Um príncipe em Nova York e Ace Ventura: um maluco na África; em ambas, a África parece um lugar cheio de tribos doidas e rituais de desenho animado. A animação O rei Leão, da Disney, o mais bem-sucedido filme americano ambientado na África, não chegava a contar com elenco de seres humanos. LEIBOWITZ, E. “Filmes de Hollywood sobre África ficam no clichê”. Disponível em: http://noticias.uol.com.br.

Acesso em: 17 abr. 2010. A produção cinematográfica referida no texto contribui para a constituição de uma memória sobre a África e seus habitantes. Essa memória enfatiza e negligencia, respectivamente, os seguintes aspectos do continente africano: a) a história e a natureza. b) o exotismo e as culturas. c) a sociedade e a economia. d) o comércio e o ambiente. e) a diversidade e a política.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto ressalta filmes em que a África é vista em uma visão estereotipada, ressaltando seu exotismo e um olhar etnocêntrico desse continente. Por outro lado, tais filmes negligenciam a riqueza cultural dos povos africanos, assim como sua contribuição para a história do homem, construindo uma memória sobre a África partindo de pressupostos preconceituosos e etnocêntricos. Filmes que retratam “tribos doidas” estão enfatizando exatamente o exotismo da sociedade. Isso significa negligenciar a riqueza cultural desses povos que, por serem diferentes, são precipitadamente considerados como inferiores. 88. .

http://escolasimetria.com.br/images/enem2014/questao19.png

A discussão levantada na charge, publicada logo após a promulgação da Constituição de 1988, faz referência ao seguinte conjunto de direitos: a) Civis, como o direito à vida, à liberdade de expressão e à propriedade. b) Sociais, como direito à educação, ao trabalho e à proteção à maternidade e à infância. c) Difusos, como direito à paz, ao desenvolvimento sustentável e ao meio ambiente saudável. d) Coletivos, como direito à organização sindical, à participação partidária e à expressão religiosa. e) Políticos, como o direito de votar e ser votado, à soberania popular e à participação democrática.

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GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os direitos sociais do brasileiro foram expressamente escritos na Constituição de 1988, chamada também de “Constituição cidadã” devido ao seu caráter democrático em um ambiente ainda sombreado pelos anos da ditadura militar. Os direitos sociais englobam uma série de outros pontos, apresentados justamente na letra B, pois as demais alternativas variam de organização políticas até objetivos econômicos. 89. . TEXTO I

Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós mesmos na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação.

TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987 (adaptado).

TEXTO II

Um cidadão integral pode ser definido nada menos que pelo direito de administrar justiça e exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto ao tempo de exercício, de tal modo que não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos intervalos de tempo prefixados.

ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.

Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.) quanto para Aristóteles (no século IV a.C.), a cidadania era definida pelo(a) a) prestígio social. b) acúmulo de riqueza. c) participação política.

d) local de nascimento. e) grupo de parentesco.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O conceito de cidadania na antiguidade era relacionado ao poder político vigente em uma sociedade. A democracia contemporânea permite que qualquer um seja cidadão desde que esteja em conformidade com a lei. Na antiguidade, o caráter participativo dentro da política determinava quem poderia ser cidadão. Em Athenas, por exemplo, somente os homens nascidos naquela pólis e que fossem maiores de 20 anos poderiam ser cidadãos.

90. O cartum evidencia um desafio que o tema da inclusão social impõe às democracias contemporâneas.

Esse desafio exige a combinação entre a) participação política e formação profissional diferenciada. b) exercício da cidadania e políticas de transferência de renda. c) modernização das leis e ampliação do mercado de trabalho. d) universalização de direitos e reconhecimento das diferenças. e) crescimento econômico e flexibilização dos processos seletivos. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A charge ironiza a maneira como a sociedade encara a inclusão dos deficientes, uma vez que cumpre a lei que diz que todos devem ser tratados igualmente sem qualquer distinção, mas não reconhece essa diferença na prática que pode ser observada pela falta de acessibilidade ao cadeirante para chegar onde estão as vagas de emprego para deficientes.

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