12ª edição da revista contexto social

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Ano 1 - Número 12 - Abril/2014 - Distribuição nacional gratuita Longe se vai sonhando demais Viviane Senna Projetos inovadores em Londrina Amigos do Planeta na escola Passaporte para o mundo literário

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Ha um ano disseminando políticas, ações e iniciativas sociais promovidas pelo Poder Público e pelo Terceiro Setor

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Longe se vai sonhando demaisViviane Senna

Projetos inovadoresem Londrina

Amigos do Planetana escola

Passaporte para omundo literário

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divulgando as ações que promovemo desenvolvimento social do país

Há um ano

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Carta ao leitor

Em 20 anos de atividade, o Instituto Ayrton Senna já for-

mou cerca de 695 mil educadores e beneficiou quase 16 milhões

de crianças e jovens em 1.300 municípios de 25 estados. Nossa

matéria de capa mostra a trajetória e a estratégia adotada por Vi-

viane Senna para criar, implementar, sistematizar, avaliar e com-

partilhar soluções educacionais em grande escala que ajudam a

dar um novo rumo à educação brasileira.

Imagine usar a flor de hibisco vermelha para extrair corantes

alimentícios, tingir peças de roupa com frutos de jenipapo ou

utilizar a folha da taioba para repelir o mosquito da dengue. Essas

pesquisas estão sendo desenvolvidas por alunos de 16 a 18 anos

de duas escolas públicas do agreste alagoano.

O sucesso da campanha contra o câncer infantil criada pela

Ogilvy Brasil e o GRAACC foi tão grande que o que seria apenas

uma campanha pontual se transformou num movimento global.

Mônica, Cebolinha, Cascão, Menino Maluquinho, Snoopy, Hello

Kitty, Popeye, Olívia Palito, Garfield e outras dezenas de persona-

gens de desenhos animados de vários países rasparam a cabeça

em apoio à causa. É o movimento “Carequinhas”.

Para melhorar a experiência de cegos e pessoas com baixa

visão nos estádios, o Comitê Organizador da Copa do Mundo

de 2014 e a FIFA oferecerão um serviço pioneiro de narração

audiodescritiva em quatro estádios do Mundial. Narradores espe-

cialmente treinados fornecerão uma descrição adicional de todas

as informações visuais significativas para transmitir a aparência e

o ambiente do local da partida.

Em Vitória (ES), os principais parques da cidade foram

transformados em grandes salas de aula ao ar livre para cerca

de 5 mil crianças da rede municipal de ensino. Agora, além das

tradicionais atividades praticadas por frequentadores de parques,

como andar de bicicleta, caminhar e tomar sol, esses espaços ver-

des servirão de lousa para novos aprendizados.

O software Aproximar está quebrando barreiras para a in-

clusão social e educacional de autistas. Ele vem sendo utilizado

como suporte para a integração de estudantes com o transtorno

nos processos de interação social e pode ser aplicado em escolas

de todo o país que possuem programas de inclusão.

Essas são apenas algumas matérias da 12ª edição da revista

Contexto Social. Seja bem-vindo e tenha uma boa leitura.

Diretor:Paulo Pedersolli

Editor Chefe:Maurício Cardoso - 1314/[email protected]

Chefe de Reportagem:Jair Cardoso [email protected]

Serviços Editoriais:Luana Gonçalves de Araújo

Projeto Gráfico e Diagramação:Cláudia Capella

Webdesign:Luiz Augusto Garcia

Redes Sociais:Adriano Freire

Publicidade:Juliana Orem

Revisão:Denise Goulart

Agências de Notícias:Brasil, Sebrae, USP, RTS, PORVIR

Contexto Comunicação Gráfica e Social EIRELI-ME

Endereço:SHIN CA 9 Lt. 2 Bl. B Sala 15Lago Norte/DF - 71503-509

Telefones:(61) 8455-6760 / 8479-0846 / 9115-0273

Matérias e sugestões de pauta:[email protected]@gmail.com

Site:www.revistacontextosocial.com.br

Tiragem: 25.000 exemplares

Periodicidade: mensal

Exp

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ONG fiscalizaações do governo

JorgeGerdau:

Ÿ Sem educação o Brasil jamaisserá verdadeiramente livre

Ÿ A realidade mundial exige a integração empresarial-acadêmica

Cultura de paznas escolas

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Gol de Letrado craque Raí

Guardiões do Mar mobilizacooperativas de reciclagem

Autistas interagem comtecnologia touch

CNA e Sebrae unidosno semiárido

Edições anteriores

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Jovem amigo da criança

Uma boa ideia pode mudara vida de muitas crianças

Outubro Rosamobiliza o mundo

Cidadania comreflorestamento

As batidas deum coração

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2013

Ela comanda apolítica nacionalcontra a pobreza

A força das mulheresnos programas sociaisda Sudeco

Rota da Liberdade,turismo cominclusão social

www.facebook.com/contextosocialwww.twitter.com/contextosocial

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O mundocontra a AIDS

ISSN

2318-8464 Corrente do Bem

dissemina gentilezaÓculos que ajudam

cegos a enxergarCaia na rede dainclusão digital

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O perfil solidário de

Luigi BaricelliBolsa atleta para

paraolímpicos do DFBairro-Escola, o sucesso

da articulação comunitáriaUm olhar para a

cidadania está no ar

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Médicos sem fronteirase sem discriminação

Médicos sem fronteirase sem discriminação

BH quer levar cidadaniapara os viadutos

Problemas do sono jásão uma epidemia global

Handebol para cadeirantesconquista o mundo

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direitos eparticipação política

Mulheres,

Programa beneficiaáreas rurais do DF

Saúde na Escola trabalhahábitos alimentares

Atletas, e superatletas,com deficiência

ISSN

2318-8464

CAPAViviane Senna - Longe se vai sonhando demais 5

POLÍTICASParques de Vitória viram salas de aula 10Índio quer instituição de ensino superior 11Mato Grosso busca municípios sustentáveis 12SUS para mulheres vítimas de violência 13

TERCEIRO SETORAmigos do Planeta na Escola 14Movimento “Carequinhas” ganha o mundo 15Parceria bem-sucedida 16Comunicação inclusiva 17

GESTÃOAtendimento escolar para ciganos 18

INCLUSÃOSoftware auxilia ensino de autistas 19

ACESSIBILIDADEProjetos inovadores em Londrina 20

EDUCAÇÃOLiga pela Paz: educação social e emocional 22

SAÚDEReiki em hospitais públicos 23

AÇÃO SOCIALTratamento gratuito para portadores de Parkinson 24

COMUNICAÇÃOPrograma de rádio reflete preocupação dos quilombos 25

INTERCÂMBIOAprendendo e interagindo em rede 26

ARQUITETURAEdificações com soluções ambientais 28

SUSTENTABILIDADEEscola reduz consumo de água com projeto ambiental 29

CIÊNCIASQuímica sustentável no agreste 30

CULTURAPassaporte para o mundo literário 32

CIDADANIACrianças no mundo 33

INOVAÇÃONarração audiodescritiva para torcedores cegos 34

MOBILIZAÇÃOBlitz da gentileza 35

INICIATIVAJuiz lidera projeto com jovens infratores 36

ARTIGOGeração nem-nem mundial 37

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Capa

Longe se vai sonhando demaisViviane Senna

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Instituto Ayrton Senna

completa 20 anos de atividade

com quase 16 milhões de

crianças e jovens beneficiados

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“Longe se vai sonhando demais. Nada a temer senão o correr da luta. Nada a fazer se-não esquecer o medo. Abrir o peito à força numa procura.” Não é à toa que a canção Caçador de Mim, de Milton Nascimento, é a música preferi-da da presidente do Instituto Ayrton Senna (IAS), que este ano completa 20 anos de atividade. Vi-viane Senna abriu seu coração para combater a deficiência do ensino público brasileiro; chegou longe com seu sonho de promover educação de qualidade, esqueceu o medo, não correu da luta e hoje é uma das personalidades mais influentes no Brasil em questões relacionadas às políticas de desenvolvimento humano, especialmente aquelas que envolvem a educação.

Uma de suas grandes contribuições para o terceiro setor foi a quebra de paradigmas, derru-bando a cultura do assistencialismo e mostrando que é possível usar os recursos existentes para formar e capacitar gestores, professores e alunos. Deve-se também a Viviane Senna uma visão mais clara, no Brasil, da corresponsabilidade de todos os setores – público, privado e sociedade civil – pela construção articulada de um cenário de justi-ça social e desenvolvimento sustentável.

Ao criar o Instituto Ayrton Senna, ela inovou ao aproximar o que há de melhor na gestão em-presarial com o que há de melhor no trabalho das organizações não governamentais. “Este sempre foi o nosso grande desafio: garantir oportunidades a todos para que desenvolvam seu potencial. Só assim teremos uma sociedade formada por cida-dãos mais preparados para viver com sucesso no globalizado mundo do século 21”, ressalta.

Sucesso

A trajetória de Viviane Senna na área social é a crônica de um sucesso anunciado. Em 1999, cinco aos após a fundação do IAS, ela foi indicada pela CNN/Time Magazine entre os “50 Futuros Lí-deres Latino-Americanos do Novo Milênio”. Três anos depois, em 2002, foi nomeada para o sele-to grupo Amigos Adultos do Prêmio das Crianças do Mundo, ao lado de Nelson Mandela, da rainha Silvia, da Suécia, e de José Ramos Horta, Nobel da Paz.

Em 2003, o trabalho comandado por Vi-viane Senna foi reconhecido internacionalmente pela UNESCO, que concedeu ao Instituto a chan-cela da Cátedra de Educação e Desenvolvimento Humano, feito inédito para uma ONG em todo o mundo.

Em 2012, o Instituto Ayrton Senna passou a integrar a rede Net Forward, um fórum interna-cional que reúne uma dezena de institutos e fun-dações capazes de inspirar propostas inovadoras para a atuação social privada com foco no desen-volvimento em todo o mundo.

Em 20 anos, Viviane Senna e sua organi-zação já formaram cerca de 695 mil educadores e beneficiaram quase 16 milhões crianças e jovens. A cada ano, o Instituto Ayrton Senna auxilia per-to de 2 milhões de alunos em 1.300 municípios de 25 estados. A estratégia bem-sucedida consiste em criar, implementar, sistematizar, avaliar e com-partilhar soluções educacionais em grande escala que ajudam a dar um novo rumo à educação bra-sileira.

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Capa

Em 20 anos, Viviane Senna

e sua organização já

formaram cerca de 695 mil

educadores e beneficiaram

quase 16 milhões de

crianças e jovens.

A cada ano, o Instituto

Ayrton Senna auxilia perto

de 2 milhões de alunos

em 1.300 municípios

de 25 estados

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“Não consigo aceitar

passivamente um estado

de coisas no qual você se depara com uma criança

pedindo esmola ou fazendo

malabarismo em sinais”

Depoimentos

A revista Contexto Social reuniu trechos de entrevistas con-cedidas por Viviane Senna para vários veículos de comunicação do país. Conheça a opinião da presidente do Instituto Ayrton Senna sobre educação, solidarie-dade, filantropia, desigualdade e outros temas ligados à questão social no Brasil.

Público X governamental

No Brasil, ainda achamos que temas como saúde e edu-cação são questões estatais. Na verdade, saúde, educação e uma série de outros temas são ques-tões públicas. E pública, como a palavra diz, é responsabilidade de todos nós. Acontece que no Brasil se colou o público como governamental, que são palavras completamente diferentes. Assim, a sociedade terceiriza o público para o governo e se sente isen-ta de qualquer responsabilidade pelo endereçamento das questões públicas.

Bem comum

Precisamos resgatar e mu-dar essa realidade. As pessoas devem se sentir responsáveis pelo bem comum. E as empresas são as mais avançadas nesse sentido. Elas vêm puxando esse movimen-to para descolar o público do go-vernamental e dar sua parcela de contribuição ao bem comum. Não é ocupar o lugar do Estado, é estar com o Estado, ambos somando e se responsabilizando por isso.

Consciência social

Se nós, que tivemos aces-so ao conhecimento, à saúde, à

oportunidade e que temos cons-ciência desta realidade não fizer-mos nada, quem vai fazer? Quem nada tem? Quem nada recebeu?

Corrente do bem

Precisamos disseminar esse vírus do bem. Não consigo acei-tar passivamente um estado de coisas no qual você se depara com uma criança pedindo esmo-la ou fazendo malabarismo em sinais. Eu vejo isso e me lembro de que ali estão 10 bilhões de neurônios sendo desperdiçados. Todos precisam se conscientizar disso e formar uma ampla cor-rente do bem.

Financiamento do Instituto

Uma parte dos recursos vem dos 100% dos royalties so-bre o uso de imagem do Ayrton e do Senninha, cedidos pela mi-nha família ao Instituto. Hoje, temos 240 produtos licenciados por essas duas marcas. Outra é gerada pelas alianças com cerca de 80 empresas socialmente res-ponsáveis, que possibilitam a im-plementação dos programas em larga escala.

Recursos públicos

Embora haja uma parceria com municípios e estados, não há repasse de recursos do governo para o Instituto e vice-versa. Nós oferecemos o know-how, mate-riais didáticos, formação para educadores e dimensionamos a estrutura necessária para a im-plantação do programa, de acor-do com as necessidades de cada uma das redes de ensino. Em contrapartida, toda a infraestrutu-ra e mão de obra são oferecidas pelas secretarias.

Como ajudar o IAS

Temos um espaço para as doações de pessoas físicas por-que muitos nos procuravam para abraçar a causa e não sabiam como fazê-lo. E porque ainda há muito por fazer pela educação do país. Agora, qualquer pessoa en-tra no nosso site (www.senna.org.br), cadastra-se e passa a ser um doador, um Fã de Carteirinha da Educação.

Filantropia

Filantropia não serve para o Brasil. Ela pode servir para os Estados Unidos ou para a Euro-pa, onde você tem um estado de bem-estar que cobre quase toda a população e o que sobra é uma pequena parcela com a qual você pode até se dar ao luxo de fazer filantropia.

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Capa

Larga escala

No Brasil não temos essa situação. Nosso estado de bem--estar não cobre quase ninguém, a maioria fica de fora. Então, te-mos que ter outro modelo de ope-ração no Brasil e pensar em larga escala, pois por aqui não é meia dúzia que estão de fora, é prati-camente todo mundo que está de fora. Não podemos aplicar estra-tégia de varejo para enfrentar pro-blemas de atacado.

Estratégia de atacado

Precisamos trabalhar em larga escala para qualificar o setor público a fazer o que eles já fazem, só que de maneira mais qualifica-da e com resultados. Por exemplo, você tem cidades que operam com 30%, 40% de resultado em termos de desempenho dos alunos; eles passam a funcionar com 90% de desempenho e, com isso, você ga-rante que todas as crianças daquele lugar passem a ter acesso a uma educação de qualidade e não ape-nas meia dúzia. É isso que o Institu-to Ayrton Senna ajuda a fazer.

Pobreza

O grande problema do Bra-sil não é exatamente a pobreza. É a equidade. Ainda que tenhamos melhorado muito, ainda somos um dos países mais desiguais do mun-do. Pesquisas mostram que a má qualidade da educação é responsá-vel por quase 50% da desigualda-de brasileira de renda. Para mudar a radiografia da desigualdade no Brasil, é preciso mudar a radiogra-fia da qualidade da educação no país. A educação é de boa quali-dade para poucos e de má quali-dade para quase todos. Precisamos transformar essa realidade.

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Os principais parques de Vitória – capital do Espírito Santo – foram transformados em grandes sa-las de aula ao ar livre para cerca de 5 mil crianças da rede municipal de ensino matriculadas nos 48 Cen-tros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e cinco Institutos Brincarte de Vitória. Agora, além das tradi-cionais atividades praticadas por frequentadores de parques – como andar de bicicleta, caminhar, correr, contemplar a natureza e tomar sol –, esses espaços verdes servirão de lousa para novos aprendizados.

Criado pela Gerência de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação, o projeto Pé na Cidade estimulará a relação com o patrimônio pú-blico e o engajamento dos alunos na construção de uma cidade cada vez mais sustentável.

Atividades

A ideia é enriquecer o currículo da educação infantil na perspectiva da integralidade. Para tanto,

viram salas de aulaParques de Vitória

o Pé na Cidade oferece atividades como capoeira, práticas radicais (slackline, túnel, tirolesa e rede de escalada), trilhas e o Fazendo Arte, projeto no qual as crianças decoram o parque, dando cor ao local, para fugir do verde das folhas e do marrom das pedras.

Elas também vão colorir os bancos da Con-cha Acústica do Parque Moscoso com os próprios tênis, pendurar os calçados nas árvores, fazer pintura e dobradura. O projeto inclui, ainda, aulas de can-to, dança e instrumentos (Vila Musical), contação de histórias e o Cientista por um Dia, com o planetário móvel.

“São experiências que envolvem todas as di-mensões da vida, reconhecem que as práticas edu-cativas vão além da sala de aula e compreendem a vida como um percurso de aprendizado e a lingua-gem como expressão dos modos de ser, de pensar e experimentar”, explica a secretária municipal de Educação em exercício, Maria do Carmo Starling de Oliveira.

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Políticas

os aspectos interculturais que ligam as sociedades indígenas a outros grupos pertencentes a diversas influências étnicas. Ele sustenta que o respeito incon-dicional aos aspectos culturais, históricos, sociais, a linguagem e os processos diferenciados de aprendizagem dos povos in-dígenas têm sua importância, pois são condutores do próprio processo de aquisição de co-nhecimento desses grupos.

“Essas variáveis devem ser consideradas e discutidas como um espectro mais amplo para se elevar as minorias étni-cas ao posto de atores sociais de extrema relevância para a cultura educacional de um país. A educação é um fator-chave para o seu processo de desen-volvimento”, destaca.

O Centro de Gestão e Es-tudos Estratégicos (CGEE) está conduzindo um projeto para a criação de uma instituição de ensino superior indígena. A ini-ciativa, demandada pelo Minis-tério da Educação, conta com o apoio dos vários povos que ha-bitam as terras já demarcadas pelo governo brasileiro na ba-cia do rio Negro, no Amazonas.

São quatro famílias lin-guísticas, de várias etnias, tota-lizando uma população de cerca de 20 mil pessoas. Atualmente, a região conta com uma rede de 238 escolas municipais de ensi-no fundamental e 13 escolas es-taduais de ensino médio, além de 131 professores indígenas frequentando a formação de ensino superior, 125 já gradu-ados e dez com pós-graduação.

O projeto de implantação do Instituto de Conhecimentos Indígenas do Rio Negro (ICIRN) prevê a realização de uma sé-rie de ações, como a análise da viabilidade técnica, identificação dos mecanismos legais, estrutu-rais e operacionais que permitem a criação do Instituto e a análise do projeto político-pedagógico do programa demandado.

Reunião

A primeira reunião com os diversos atores locais inte-ressados no tema aconteceu em São Gabriel da Cachoeira (AM). De acordo com o líder do projeto, José Hartur Setú-bal, a criação do Instituto de Conhecimentos Indígenas do Rio Negro deverá promover

Índio querinstituição de ensino superior

A criação do Instituto de

Conhecimentos Indígenas do

Rio Negro deverá promover

os aspectos interculturais que ligam as

sociedades indígenas a

outros grupos

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municípios sustentáveisMato Grosso busca

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Criado pelo Decreto nº 2.188, o Pro-grama Mato-grossense de Municípios Sus-tentáveis tem metas ambiciosas: fortalecer a economia local, melhorar a governança pública municipal, garantir segurança jurí-dica, promover a conservação dos recursos naturais e a recuperação ambiental e reduzir as desigualdades sociais.

O programa estadual é resultado da mobilização de mais de quinze municípios que há vários anos vêm desenvolvendo ações de regularização ambiental e promo-ção de cadeias produtivas sustentáveis em parceria com organizações da sociedade civil.

O programa começou a ser elabora-do em julho do ano passado por um comitê composto por 12 integrantes oriundos de consórcios intermunicipais, órgãos estadu-ais, federais e organizações da sociedade civil. Em novembro, o projeto do Programa de Municípios Sustentáveis foi finalizado e apresentado ao governador Silval Barbosa, que o oficializou através de decreto.

Desafios

Segundo Irene Duarte, coordenadora da Iniciativa Municípios Sustentáveis do Ins-tituto Centro de Vida (ICV), o decreto é um reconhecimento ao trabalho e à importância da sustentabilidade dos municípios. “É uma conquista importante, especialmente para o poder público local, que está há algum tem-po trabalhando na criação de um programa de municípios sustentáveis”, comemorou.

Mas ela ressalta que para que as me-tas sejam alcançadas, o estado deve superar uma série de desafios, entre eles, a mobi-lização de recursos e a operacionalização dos instrumentos do novo Código Florestal, especialmente o Cadastro Ambiental Rural (CAR). “O CAR precisa ter normas e pro-cedimentos especiais para sua realização pelos municípios e pequenas propriedades rurais”, aponta a coordenadora.

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Políticas

A Câmara dos Depu-tados aprovou projeto de lei que estabelece atendimento específico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para mulhe-res vítimas de violência do-méstica. Pela proposta, ficam instituídos na lei que regula as ações e serviços de saúde o oferecimento de atendimento psicológico e a cirurgia repara-dora a mulheres agredidas em casa.

O texto é originário da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violên-cia Contra a Mulher, que, em 2013, resultou em 13 projetos de lei que buscam assegurar direitos de vítimas de agressão. A matéria segue agora para apreciação no Senado.

Para a deputada Iara Bernardi (PT-SP), relatora do

projeto na Comissão de Segu-ridade Social e Família, o texto aumenta as garantias de aten-dimento à mulher. “Esse pro-jeto de lei, de origem do Se-nado Federal, visa colocar no aparato jurídico do SUS que a rede de saúde também esteja preparada e tenha o aparato necessário para atender essas mulheres”, explicou a parla-mentar, ressaltando que a me-dida cria uma verdadeira rede de atendimento às vítimas de violência, integrando o atendi-mento médico ao aparato jurí-dico e policial.

A deputada Janete Ro-cha Pietá (PT-SP) também ressaltou a importância da aprovação da matéria. “Agora,

vítimas de violênciaSUS para mulheres

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o SUS terá que garantir a uni-versalidade, integralidade, as-sistência à saúde, psicológica e também descentralização, nos municípios, do atendimento às mulheres que sofrem violência doméstica”.

Dentre os demais pro-jetos originários da CPMI da Violência contra a Mulher, um altera a Lei de Tortura e inclui nesse tipo de crime os casos de pessoas em situação de violên-cia doméstica ou familiar com emprego de violência ou grave ameaça. A matéria foi apro-vada no Senado, mas ainda precisa de análise pelos depu-tados.

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A terceira edição do pro-grama social Amigos do Plane-ta na Escola, parceria entre o Instituto Brasil Solidário, Casas Bahia e Palmeirinha Ação So-cial, intensificou as atividades desenvolvidas em colégios pú-blicos.

Além dos projetos reali-zados nas edições anteriores, como incentivo à leitura, saú-de, educação ambiental, arte e cultura, o programa reforçou a área de tecnologia com oficinas interativas por meio de tablets, projetores e internet sem fio.

“A ideia é que o aluno, durante a oficina, possa buscar na rede mais informações sobre o que está aprendendo, dinami-zando a aula e aumentando a participação dos estudantes com ferramentas com que estão acos-tumados”, explicou Luis Salvato-re, coordenador de projetos.

Todas as oficinas funcio-nam de forma integrada, desde a área de música, passando pelo incentivo à leitura, desenho e até a geração de renda estão inter-ligadas. Por exemplo, as sobras de retalhos utilizados na con-fecção de patchwork também produzem as telas utilizadas na oficina de Teatro de Sombras.

Brasil afora

Desde 2009, os profissio-nais que atuam no programa Amigos do Planeta na Escola percorrem o Brasil levando no-vas ferramentas de ensino para tornar a aprendizagem mais prazerosa e motivar professores em sala de aula.

Amigos do Planetana Escola

O Instituto Brasil Solidá-rio desenvolve, há mais de 15 anos, projetos sustentáveis que permitem ao beneficiado apren-der a se desenvolver sozinho e a multiplicar as ações vivenciadas nas várias áreas da educação. Todas as ações são gratuitas e buscam instruir e favorecer a formação do novo cidadão por meio de comprometimento, inovação e, principalmente, do

estímulo para uma mudança de atitude.

O resultado são histó-rias de conquistas como a vivenciada pelo jovem Gil Correia, morador de Balsas, no Maranhão. Participante da oficina de Comunicação/Fotografia em 2008, hoje ele é um fotógrafo profissional reconhecido e requisitado em sua cidade.

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Terceiro Setor

Para disseminar ainda mais o alcance do movimento, foi criado um site com todo o conte-údo exclusivo do projeto: filmes, vinhetas, tirinhas, desenhos, pôs-teres e outros materiais estão lá, criados e postados especialmen-te para o Mês Internacional de Combate ao Câncer – abril.

Movimento “Carequinhas”

Com o intuito de reduzir o preconceito que existe ao re-dor da doença, dezenas de per-sonagens dos desenhos anima-dos estão carecas para mostrar que criança com câncer deve ser vista como qualquer outra criança. A ação, em inglês cha-mada Bald Cartoons, já conta com mais de 40 personagens de desenhos animados.

Criada em novembro de 2013 pela Ogilvy Brasil e o GRAACC (Grupo de Apoio à Criança e ao Adolescente com Câncer) especialmente para o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil (23 de novem-bro), a campanha abordou o preconceito que as crianças ca-requinhas enfrentam no seu dia a dia e mostrou a todo o país os mais conhecidos personagens infantis de desenho animado em sua versão sem cabelos.

O sucesso foi tão grande que o que seria apenas uma campanha pontual se transfor-mou num movimento global. Mônica, Cebolinha, Cascão, Menino Maluquinho, Snoopy, Hello Kitty, Popeye, Olívia Pa-lito, Fantasma, Garfield e ou-tras dezenas de personagens de desenhos animados de vários países rasparam a cabeça em apoio à causa.

Mobilização

No Brasil, a campanha alcançou 120 milhões de pesso-as. Além disso, 91% das pessoas presentes nas redes sociais fo-ram impactadas e muitas delas trocaram seu avatar para apoiar o movimento Carequinhas.

O movimento também quer chamar a atenção para o fato de que, hoje, as chan-ces de cura do câncer infan-til são de cerca de 70%, se-gundo o GRAACC, quando o problema é detectado preco-cemente e tratado de forma adequada.

ganha o mundo

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ParceriaO Instituto Renault é o

principal parceiro da Associa-ção Borda Viva, centro de pro-moção humana onde a comuni-dade da Borda do Campo, em São José dos Pinhais (PR), é atendida com refeições nutriti-vas, formação profissional, ati-vidades socioeducativas e um espaço de convivência.

Antes de firmar essa parceria, o Instituto Renault analisou a realidade da região, constatou a existência de al-tos índices de criminalidade e desnutrição infantil e priorizou três eixos de atuação: alimen-tar, cultural e geração de renda. A parceria começou e 2010 e, desde então, o Instituto já ins-talou na região uma oficina de costura, uma cozinha social e cedeu um prédio para a insta-lação do Centro Municipal de Educação Infantil, entre outras iniciativas.

A cozinha social serve cerca de duzentas refeições por dia, especialmente para o

atendimento de crianças meno-res de 6 anos provenientes das áreas menos favorecidas da co-munidade. A Renault também fornece veículos para ajudar na mobilidade de crianças e no transporte do hortifruti cultiva-do pela associação e que com-põe o cardápio das refeições servidas diariamente.

Transformar

A Borda Viva desenvolve uma série de projetos destina-dos a crianças e jovens e ofe-rece cursos de capacitação pro-fissional às mulheres da região, como o Projeto de Costura e o Padaria-Escola, importantes ge-radores de renda para a comu-nidade.

A parceria com a asso-ciação faz parte do conceito ‘Transformar’, um compromisso do Instituto Renault para ajudar a mudar a realidade da popula-ção no entorno de sua fábrica, oferecendo uma nova possibi-

lidade de crescimento pesso-al, independência e dignidade através da economia solidária. Anualmente, os projetos da Borda Viva beneficiam mais de 80 mil pessoas, entre crianças, jovens e mulheres. O Instituto vem em busca da mudança, transformando a realidade de muitos com a consciência de que a nossa empresa precisa ser atenta aos problemas sociais, desempenhando seu papel e contribuindo positivamente para o bem-estar local.

Renault e Borda Viva

levam renda, alimentação

e dignidade à comunidade da

Bordado Campo

bem-sucedida

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Terceiro SetorComunicação

inclusivaO segmento de comunicação inclusiva

ganhou uma nova plataforma para atendimen-to de pessoas surdas: o sistema ICOM. A partir de uma central de tradução simultânea, o servi-ço utiliza o mesmo conceito de uma videocon-ferência, intermediando a comunicação entre intérprete, deficiente auditivo e ouvinte. A no-vidade foi apresentada pela AME (Associação Amigos Metroviários dos Excepcionais) durante a XIII Reatech – Feira Internacional de Reabili-tação, Inclusão, Acessibilidade e Paradesporto, realizada em São Paulo.

O sistema pode ser instalado, por exem-plo, em empresas, agências bancárias, aeropor-tos e shopping centers e funciona assim: quan-do o atendente de um desses locais precisa se comunicar com uma pessoa surda, ele aciona a central de tradução simultânea em libras – a língua brasileira de sinais –, que triangula a comunicação entre intérprete, surdo e ouvinte, possibilitando a prestação de um o atendimento rápido e eficiente.

Multimídia

Em uma versão multimídia, o ICOM pode ser apresentado também na forma de uma caixa holográfica, que, além da intermediação da co-municação, oferece opções de entretenimento, mensagens institucionais ou publicitárias. Tudo isso em 3D. Nesta primeira etapa, a central de tradução simultânea em libras vai funcionar das 7 às 19 horas. Mas, no futuro, estará disponível 24 horas por dia.

A AME é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que trabalha pela inclusão de pesso-as com deficiência. Além de soluções estratégi-cas para superar as diversas barreiras enfrenta-das pelas pessoas com deficiência, a associação mantém um Centro de Desenvolvimento Hu-mano que atende pessoas com deficiências de todas as idades, oferecendo atendimento com abordagem interdisciplinar.

Sistema triangula

comunicação entre

intérprete, ouvinte e

deficiente auditivo

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18

Ges

tão

Estimada em 900 mil pes-soas, a população cigana ainda não está completamente inserida no sistema escolar brasileiro. Para reverter esse quadro, o Ministério da Educação e lideranças ciga-nas se reuniram em Brasília para discutir a implementação das di-retrizes definidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).

Desde 2003, com a criação do Conselho Nacional de Promo-ção da Igualdade Racial (CNPIR), órgão da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igual-dade Racial (Seppir), uma par-cela dessa comunidade passou a contar com políticas públicas ela-boradas especificamente para os ciganos. Mas ainda é pouco. No

para ciganosAtendimento escolar

encontro, ficou estabelecido, entre outras metas, que as lideranças indicarão as rotas habituais dos povos ciganos em determinadas regiões para que a Secretaria de Educação Continuada, Alfabe-tização, Diversidade e Inclusão (Secadi) promova encontros com dirigentes educacionais dos mu-nicípios para orientá-los sobre as diretrizes do atendimento escolar das populações em situação de itinerância.

Tradição

Os ciganos chegaram ao Brasil em 1574, após serem ex-pulsos da Europa. Existem dois grandes grupos no país: os calons

(de origem ibérica) e os rom (do leste europeu). Alguns fixam mo-radia, outros cumprem rotas dos povos itinerantes. Mas todos têm características próprias que os identificam. “Nos identificamos pela família, trajes, linguagens e idiomas”, explica Carlos Amaral, líder comunitário da etnia calon, do município de Belo Horizonte: “A minha etnia fala chibre”, res-saltou.

Cláudio Iovanovitchi, líder comunitário de etnia matchuwaia, representante da Associação de Preservação da Cultura Cigana no Paraná, lamenta que a cultura e tradição dos ciganos ainda sejam alvo de preconceito em várias par-tes do país. “Sofremos preconcei-tos, somos hostilizados em alguns estados mais do que em outros”, afirmou.

Seus representantes se reu-niram com Thiago Thobias, dire-tor de políticas étnico-raciais da Secretaria de Educação Continu-ada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação, para discutir a im-plementação das diretrizes defini-das pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).

Durante a reunião com Thobias, estabeleceram, entre outras metas, indicar as rotas habituais dos povos ciganos em determinadas regiões para que a Secadi possa promover encon-tros com dirigentes educacionais de municípios e orientá-los sobre a Resolução nº 3, da Câmara de Educação Básica do CNE, que definiu as diretrizes para o aten-dimento escolar para as popula-ções em situação de itinerância.

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Inclusão

tos, um dos desenvolvedores do projeto. O software já pas-sou por processo de validação realizado por professores de escolas públicas do Distrito Federal. “O Aproximar é mui-to positivo, porque traz as tec-nologias mais recentes para auxiliar o professor dentro da sala de aula”, avalia Rudan Pereira de Souza, professor do Centro de Ensino Especial 1 de Taguatinga, que atende estudantes com transtorno do espectro autista.

Segundo a pedagoga e chefe do Núcleo de Transtor-no Global do Desenvolvimen-to da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Maraísa Borges Pereira, o Aproximar estimula a integração dos es-tudantes. “Não existia nenhu-ma ferramenta tecnológica para atender o ensino de ges-tos sociais aos autistas clássi-cos”, aponta a professora.

Software auxilia

O software Aproximar está quebrando barreiras para a inclusão social e educacio-nal de autistas. Desenvolvido por pesquisadores da Univer-sidade de Brasília (UnB), ele vem sendo utilizado como suporte para a integração de estudantes com o transtorno nos processos de interação social e pode ser aplicado em escolas de todo o país que possuem programas de inclu-são.

O Aproximar é um apli-cativo desktop que não ne-cessita de conexão com a in-ternet para ser executado. Ele funciona a partir de um sen-sor de movimentos chamado Kinect, que permite ao usuá-rio interagir com o computa-dor. O software é composto por um sistema de reprodu-ção de vídeos separados em duas categorias: de tarefa e motivacionais.

Ao longo das ativida-des, os vídeos dão os coman-dos que devem ser reprodu-zidos pelo usuário. São sete gestos sociais: mandar beijo, fazer sim e não com a cabeça, levar as mãos à cabeça, fazer sinal de positivo, bater palmas e dar tchau. O sensor avalia se a atividade foi realmente executada e dispara um vídeo de motivação para o usuário.

Brincadeira

“A intenção é trabalhar como uma brincadeira de imi-tar em frente ao espelho”, ex-plica Alexandre Silva dos San-

ensino de autistas

Agê

ncia

UnB

“O Aproximar é muito positivo,

porque traz as tecnologias mais recentes para auxiliar o professor

dentro da sala de aula”

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20

Ace

ssib

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de

“Ainda estamos

tratando a questão

da acessibilidade

de modo

incipiente, mas

essa preocupação

das universidades

em desenvolver

projetos de

acessibilidade

é realmente

louvável

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Ace

ssib

ilida

de

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Acessibilidade

Uma cadeira de rodas movida a sopro; um bebedouro “inteligente” adaptado para ce-gos; uma escada de ônibus que promete melhorar a forma como pessoas com mobilidade reduzida acessam o transporte coletivo. Pa-rece mentira, mas não é. Os três projetos foram desenvolvidos por professores e estudantes de mes-trado e iniciação científica da Uni-versidade Estadual de Londrina (UEL) e da Universidade Norte do Paraná (Unopar).

A cadeira de rodas desen-volvida pelo Departamento de Engenharia Elétrica da UEL é re-sultado de 14 anos de estudos. Os canudos, acoplados na cadeira, possibilitam a movimentação do protótipo para frente, para trás e para os lados sem qualquer outro tipo de interação física além de sopros e sucções. Por essa carac-terística, ela se torna um meio de locomoção voltado especialmente para tetraplégicos e paraplégicos.

Desde 2000, mais de 20 pessoas participaram do projeto de construção da cadeira finan-ciado pela Fundação Araucária.

Projetos inovadoresem Londrina

O baixo custo do protótipo é um diferencial do projeto. Enquanto produtos importados custam até R$ 70 mil, uma cadeira com a tecnologia pesquisada pela UEL custa cerca de R$ 6 mil.

O bebedouro inteligente para deficientes visuais foi cria-do pelos alunos Paulo Henrique Ranutti, André da Silva, Éder Fer-reira e Josiel Bomfim. Equipado com sensores, o bebedouro iden-tifica e avisa quando o copo de água está cheio. Além do produto, os estudantes também patentea-ram um novo relevo em piso tátil – o desenho de uma gota – para possibilitar aos cegos a identifica-ção do bebedouro inteligente.

Degraus

O protótipo construído pe-los professores Denílson Teixeira e Rubens Alexandre da Silva Jú-nior, também da Unopar, prome-te facilitar o acesso aos ônibus do transporte coletivo em Londrina. Com mais de três metros de altu-ra, o equipamento consegue me-dir com precisão o esforço realiza-

do pelos passageiros ao entrarem nos veículos.

Hoje, apenas três degraus separam o asfalto do piso do ôni-bus – a altura total é de um me-tro. A ideia é oferecer dados para que os fabricantes modifiquem a estrutura dos coletivos ou, então, para que sejam feitas adaptações nos pontos de acesso. Para o as-sessor especial para pessoas com deficiência no município, Almir Escatambulo, as iniciativas são louváveis e mostram um aumento na preocupação com uma parcela importante de cidadãos.

“Ainda estamos tratando dessa questão de modo incipiente, mas essa preocupação das univer-sidades em desenvolver projetos de acessibilidade é realmente lou-vável. Essa é a verdadeira defini-ção de políticas públicas, que vêm não só do poder público, mas tam-bém da sociedade”, definiu.

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Acessibilidade

“Essa é a verdeira

definição de

políticas públicas,

que vêm não só

do poder público,

mas também da

sociedade”

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Edu

caçã

o

Liga pela Paz:

Administrado pela Secretaria de Educação de Ma-naus (AM), o projeto Liga pela Paz já formou e capa-citou milhares de profissionais, entre gestores, moni-tores e coordenadores do programa Mais Educação para atuar no trabalho de educação emocional e social com os alunos da rede municipal de ensino.

A Liga pela Paz abrange 110 escolas da rede municipal que atendem mais de 14 mil alunos. Seu objetivo é trabalhar a paz na escola, inserir a harmo-nia como disciplina curricular e mostrar a importân-cia do lado social. “A meta é atingir todas as escolas do município”, ressalta o coordenador do programa Mais Educação em Manaus, Anderson Rodrigues.

O programa é voltado para alunos do 1º ao 5º ano e, segundo Marcela Sales, monitora do Liga pela Paz em uma das escolas municipais, é impor-tante que o programa seja aplicado nos anos iniciais do ensino. “Trabalhamos o comportamento, o amor pelo próximo e a solidariedade. E é muito impor-tante que eles aprendam, desde cedo, a importância

do amor na escola, na família, na comunidade e na vida”.

Emoções

Para a coordenadora da área pedagógica do projeto, Maria Tereza Belchior, a educação emocional deve ter a mesma importância das demais disciplinas. “Nós trabalhamos com a emoção a vida toda, assim como as outras disciplinas, por isso é importante ser aplicada com responsabilidade, com compreensão e com conteúdo relevante”.

Ela ressalta que o programa dispõe de mate-rial pedagógico adequado para cada faixa etária do ensino escolar e que, antes de aplicar o conteúdo dos livros, os profissionais capacitados pela Liga identifi-cam as emoções dos alunos, conversam e elaboram uma estrutura de aula. O Liga pela Paz foi idealizado pela Organização Inteligência Relacional e começou a ser aplicado nas escolas municipais em fevereiro.

educação social e emocional

Educação emocional deve ter a mesma importância das demais disciplinas

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Saúde

A energia

percorre um

caminho no

corpo, mas, por

alguma razão,

bloqueamos esse

caminho. O Reiki

ajuda a desfazer

esses bloqueios

O Reiki, uma terapia com-plementar que usa as mãos para equilibrar a energia do corpo humano, está sendo usado com sucesso nos hospitais da rede pública do Distrito Federal para acelerar a evolução dos pacien-tes. A técnica é aprovada pelos internos e tem alcançado bons resultados.

A terapeuta holística Maria Tereza Cunha explica como fun-ciona a técnica. “O Reiki é uma das terapias que existem que trabalha o sistema de energia. A energia percorre um caminho no nosso corpo, mas, por alguma ra-zão, bloqueamos esse caminho. Nossa preocupação é, justamen-te, desfazer esses bloqueios para que o sistema flua livremente”.

No Hospital de Base de Brasília (HBDF), um dos maiores do Distrito Federal, 35 voluntá-rios trabalham em diferentes tur-nos na aplicação de Reiki. A te-rapia tem apresentado resultados tão positivos na recuperação dos pacientes que, no ano passado, a Secretaria de Saúde decidiu ofe-recer um curso para servidores públicos para que eles aprendes-sem a técnica e pudessem tam-bém aplicá-la.

Política nacional

Em 2006, foi criada uma política nacional para incenti-var a adoção de terapias com-plementares no Sistema Único de Saúde (SUS). Desde então, cada vez mais estados têm ado-tado essas práticas nos hospitais

Reiki

públicos e alcançado excelentes resultados. Em Fortaleza, por exemplo, no Hospital Gonzagui-nha, o tratamento é oferecido desde 2009.

O psicobiólogo Ricardo Monesi explica que o Reiki traz benefícios integrais aos pacien-tes. A conclusão é baseada em estudo feito em um grupo de idosos com quadro de estresse. “Nós tivemos uma melhora sig-nificativa nos níveis de estresse de todos os participantes que receberam o Reiki. Ele vem se apresentando como uma técnica na qual não existem registros de efeitos colaterais ou adversos. É uma técnica de fácil aprendizado e de fácil multiplicação”.

em hospitais públicos

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Açã

o so

cial

Duas vezes por semana, alunos do curso de Fisioterapia da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) se dedicam a um projeto de rea-bilitação neurofuncional com pacientes portadores do mal de Parkinson. Além da fisioterapia oferecida pelo projeto, a iniciativa promove aulas de dança e atividades culturais em parceria com a Universidade Federal (UFSC) e o Centro Catarinense de Reabilita-ção (CCR).

A Reabilitação Neurofuncional na Doença de Parkinson é um tratamento gratuito realizado por mestrandos em Fisioterapia do projeto de extensão do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte da Udesc. O projeto é coordenado pela fisioterapeuta e professora da Udesc Alessandra Swarowsky e acon-tece às terças e sextas-feiras no CCR, parceiro que apoia o projeto e oferece espaço para o tratamento e demais atividades.

Os portadores de Parkinson são divididos em dois grupos, que, no mesmo dia, realizam fisioterapia e aula de dança. O projeto dura 10 meses, iniciando as atividades em fevereiro e encerrando em dezembro.

Socialização

A doença de Parkinson, ou mal de Parkin-son, foi descrita pela primeira vez em 1987 por James Parkinson. Ela é uma doença degenerati-va do sistema nervoso central que provoca tre-mores, rigidez muscular, dificuldades de locomo-ção e de coordenação e, em casos extremos, até a demência.

O mal de Parkinson é um dos distúrbios nervosos mais comuns entre os idosos e afeta tanto homens quanto mulheres. A doença tam-bém pode ocorrer em adultos jovens e é raro em crianças. Segundo Alessandra Swarowsky, esse tipo de atividade é fundamental para os portado-res de Parkinson. Ela ressalta que diversos estu-dos na literatura já constataram os benefícios da fisioterapia e da dança na doença de Parkinson. “Os pacientes relatam uma melhora na mobili-dade, qualidade de vida e no humor, além da socialização com outras pessoas”, explica a pro-fessora.

Tratamento gratuito para

portadores de Parkinson

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Com

unicação

busca pela educação de qualida-de. Afinal, a educação é estraté-gica para a consciência da iden-tidade coletiva e essencial para a conquista de seus direitos.

Olha o Onda

O Onda funciona desde 2008 e atualmente é desenvol-vido em oito escolas públicas do Distrito Federal, a maioria em re-giões de grande exclusão social. Em 2012, o programa de rádio “Liberdade é oportunidade”, de-senvolvido por adolescentes em conflito, foi premiado na 9ª Bienal Internacional do Rádio. Dentro da metodologia abordada pelo pro-jeto, os jovens têm a oportunida-de de conhecer sobre o direito à comunicação e de participar de iniciativas de educomunicação. Além da produção de programas de rádio, eles são responsáveis pela elaboração do conteúdo da revista Descolad@s, voltada para o público jovem.

Programa de rádioreflete preocupação dos quilombos

Jovens moradores do quilombo Mesquita, próximo ao Distrito Fe-deral, criaram um programa de rádio para divulgar sua cultura, costumes e tradições e acompa-nhar os investimentos na educação quilombola. A iniciativa faz parte do projeto “Onda: adolescentes em movimento pelos direitos”, co-ordenado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), organiza-ção não governamental que atua na garantia dos direitos humanos.

Entrevistas com estudan-tes, professores, lideranças e ha-bitantes mais antigos da região mostram a realidade da comu-nidade que existe há 200 anos e reúne mais de mil habitantes. São vozes de várias gerações dia-logando sobre seus anseios, suas tradições e os desafios para supe-rar suas dificuldades.

Temas como a luta pela terra e o próprio reconhecimento das características de uma comu-nidade quilombola ganham des-taque no programa, bem como a

O quilombo Mesquita fica em Goiás, perto da Cidade Oci-dental e a menos de 50 quilôme-tros da capital federal. O marmelo e o cultivo de outras frutas são as principais formas de produção da comunidade. Um dos costumes mais antigos é a catira, um estilo de música tradicional da região.

São vozes de várias gerações dialogando sobre seus anseios, suas tradições e os desafios para superar suas dificuldades

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Inte

rcâm

bio

interagindo em redeAprendendo e

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Inte

rcâm

bio

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IntercâmbioUm garoto da Bahia compartilha uma receita

de acarajé com um gaúcho que toma chimarrão. O estudante de uma comunidade ribeirinha da Amazônia assiste a vídeos com depoimentos de paulistas. Em Pernambuco, alunos leem artigos sobre mobilidade urbana e o uso da bicicleta no Paraná. Todas as trocas acontecem pela internet com a mediação de um professor. Essa é a ideia do Programa Aprender em Rede, uma iniciativa educacional do Instituto Crescer para promover e incentivar o intercâmbio de experiências re-gionais e culturais entre alunos de escolas pú-blicas e privadas.

A proposta surgiu a partir da necessida-de de utilizar a inovação e a tecnologia para auxiliar no processo de aprendizado. Com a autorização da escola e dos responsáveis pe-los alunos, professores de todo o país podem se inscrever no programa e assumir a tarefa de acompanhar os estudantes no desenvolvimento de um projeto que represente a realidade local de cada um deles.

Preparação

Durante dez semanas, os alunos irão organizar equipes, fazer pesquisas e escolher uma forma para compartilhar o conhecimento adquirido. As formas de compartilhamento va-riam: pode ser um livro, um vídeo, um álbum fotográfico ou até mesmo um artigo. No final, os professores compartilham os trabalhos dos seus alunos em uma comunidade do Aprender em Rede criada no Facebook. “O legal é que o professor deixe o aluno livre para escolher a forma com ele quer disseminar o conhecimen-to”, destaca Luciana Allan, diretora do Instituto Crescer.

Segundo ela, isso possibilita o desenvol-vimento de uma educação personalizada que desenvolve a autonomia dos estudantes e uti-liza ferramentas tecnológicas para colocá-lo em contato com outras culturas. “É muito mais inte-ressante para o aluno poder assistir a um vídeo de pessoas falando sobre o Amazonas do que ter a obrigação de decorar uma série de infor-mações”.

Etapas

O Aprender em Rede irá trabalhar com alunos do ensino fundamental até o médio. Cada etapa terá um tema que foi pensado para desenvolver habilidades e conhecimentos ne-cessários para as respectivas faixas etárias. No

fundamental 1, os alunos irão treinar conceitos como fração e princípios da alimentação sau-dável a partir da troca e do preparo de receitas regionais. Os alunos do fundamental 2 serão convidados a registrar o lugar em que vivem com o apoio de câmeras digitais, filmadoras e aparelhos celulares.

Para os estudantes do ensino médio, a atividade proposta é pesquisar sobre o uso da bicicleta na sua cidade, podendo escrever con-teúdos que auxiliem na mobilidade.

Segundo Luciana Allan, o Aprender em Rede mostra que é possível inserir a tecnologia no ensino de forma acessível, seja com o Fa-cebook ou com os próprios aparelhos celulares dos estudantes.

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Intercâmbio

O Aprender em Rede mostra que é possível inserir a tecnologia no ensino de forma acessível, seja com o Facebook ou com os próprios aparelhos celulares dos estudantes

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Arq

uite

tura

Você já pensou como seriam as ci-dades se os prédios possuíssem tecnolo-gia capaz de combater a poluição do ar? A ideia pode parecer insana, mas é essa a proposta da Skyscraper 2014, uma competição que premia projetos arquite-tônicos atuais e futuros que investem em recursos tecnológicos.

Em sua nona edição, a premiação ajudou a agregar uma série de arranha--céus que apresentam soluções tecnoló-gicas para problemas atuais, muitos de-les ambientais. A maioria dos edifícios foi planejada para cidades, embora alguns tenham sido pensados para lugares er-mos, como florestas ou desertos.

Terceiro colocado na competição, o Propagate Skyscraper: Carbon Dioxi-de Structure, dos arquitetos YuHao Liu e Rui Wu, trabalha com a hipótese do desenvolvimento de um material capaz de absorver o dióxido de carbono como forma de se autoalimentar. Assim, em-pregando tal material, a edificação assi-milaria o CO2, que se transformaria em um material sólido capaz de ser usado no setor construtivo.

Outro exemplo é o Rainforest Guardian Skyscraper, uma torre de água que serviria como estação para incêndios florestais, estação climática e laborató-rios de pesquisa científica e educação. A construção foi criada para ser implantada na Amazônia, evitando incêndios através da captura de água na estação chuvosa e irrigando a terra na estação seca.

Apesar de tais inovações ainda não estarem disponíveis, não é preciso esperar o futuro para ver edificações des-te porte e que de alguma maneira benefi-ciam o meio ambiente. Um exemplo clás-sico é o da Torre Agbar, em Barcelona, que integra valores sustentáveis da ar-quitetura bioclimática. O prédio tem 4,5 mil janelas para maximizar a ventilação natural e reduzir os custos de energia.

com soluções ambientaisEdificações

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Sustentabilidade

A conscientização ambiental dos alunos e professores da esco-la Dr. Wilson Guedes, em Praia Grande, no litoral paulista, redu-ziu em quase 60% o consumo de água nos últimos três anos. Mais do que isso: a mudança de pe-quenos hábitos ultrapassou os muros da escola e entrou nas ca-sas dos estudantes.

A unidade educacional foi diminuindo o consumo de água gradativamente graças à educação ambiental e melho-rias estruturais com a adoção de equipamentos de baixo consu-mo. Segundo a Sabesp, a escola economizou 57,81% de água de 2010 para 2013, passando dos 4.351 milhões de litros para 1.836 milhões de litros consumidos.

Além dos equipamentos de baixo consumo, a escola uti-liza a grade curricular para cons-cientizar as crianças sobre a im-portância da preservação desse bem tão precioso. A educação ambiental foi inserida no dia a dia dos alunos no começo de 2013 com o projeto ‘Sustentabi-lidade’, que trabalha a economia

Escola reduzconsumo de água com

projeto ambiental

Sustentabilidade

de água, reciclagem de materiais e alimentos.

Reflexo

Juntos, alunos e professores criaram formas criativas para tra-balhar o assunto em sala de aula. Nas aulas de Matemática, por exemplo, os alunos criaram gráfi-cos que simulam a quantidade de água que eles gastam diariamente em suas casas e o desperdício ge-rado por banhos demorados ou la-var a louça com a torneira aberta.

Os ensinamentos refle-tiram no dia a dia das crianças dentro e fora da escola. “Apren-demos que não podemos es-covar os dentes com a torneira aberta e lavar a calçada com a mangueira”, explica a pequena Eulália Ferreira Cavalcante Cruz, de apenas 8 anos. Ela conta que seu pai deixou de lavar o carro com a mangueira depois que ela explicou as formas de economi-zar água. “A água é tudo para a gente. Sem a água nós não te-mos suco, refrigerante, comida. Não temos nada”, alertou.

“Aprendemos que não podemos escovar os dentes com a torneira aberta e lavar a calçada com a mangueira. A água é tudo para a gente. Sem a água não temos suco, refrigerante, comida. Não temos nada”

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Ciê

ncia

s

Imagine usar a flor de hibisco vermelha para extrair corantes alimentícios, tingir peças de roupa com frutos de jenipapo, utilizar a folha da taioba para repelir o mosquito da dengue ou extrair de forma prática e econômica o óleo de coco. Essas quatro pesquisas são desenvolvidas por adolescentes entre 16 e18 anos, alunos das Escolas Estaduais Izaura Antônia de Lisboa, em Arapiraca, e Nossa Senhora da Conceição, em Lagoa da Canoa, ambas no agreste alagoano, e foram apresentados na tradicional Feira Brasilei-ra de Ciências e Engenharia (Febrace), da Uni-versidade de São Paulo (USP).

Conduzido e inspirado por Nadja Alves, professora de química e coordenadora dos pro-jetos nas duas escolas, os estudos se destacam pelo uso de matéria-prima típica da região e pelo seu aspecto sustentável.

Pesquisas

A pesquisa desenvolvida pelas alunas Gleyce Taynar e Mikaelle Arielle, ambas da Esco-la Izaura Antônia de Lisboa, utilizou o jenipapo como corante natural de tecidos. A descoberta se deu por acaso. Inicialmente, as jovens pesquisa-vam sobre as propriedades nutritivas e medici-nais do fruto. “No entanto, quando começamos a ler mais sobre o tema, descobrimos que, quanto mais verde o fruto, mais se extrai o corante azul, enquanto as sementes geram a coloração amare-la”, explica Gleyce.

Química sustentável

A pesquisa foi tão bem-sucedida que as meninas encontraram uma parceira para o pro-jeto: a artesã Eliane Freitas, que faz uso dos corantes naturais nas peças que confecciona. “Ao conhecer a pesquisa das meninas, vi que tinha encontrado o que precisava: um corante natural, resistente, de baixo custo e que pode ser usado sem perigo por pessoas com alergia”, comemora.

Dengue

Outra pesquisa que aborda corantes natu-rais é o estudo da extração do corante alimen-tício natural a partir da flor de hibisco verme-lho. Os estudantes Carlos André Lima e Carlos Henrique da Silva, da Escola Estadual Nossa Senhora da Conceição, explicam que o corante do hibisco pode substituir produtos industriali-zados, como o molho de tomate e o colorau. “Além de ser natural e saboroso, o hibisco tem o diferencial de ser rico em antocianinas, que pre-vinem doenças como o câncer”, ressalta Carlos André.

O uso da folha da taioba no combate ao mosquito da dengue também desperta curiosi-dade. A pesquisa constatou que o extrato da taioba aquecido a 45 graus elimina as larvas do mosquito em um minuto. “A folha desidratada, usada como incenso, também é um excelente repelente do mosquito”, afirma Afonso Pereira, aluno da Escola Izaura Antônia de Lisboa.

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Ciê

ncia

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Ciências

“Além de ser natural e

saboroso, o hibisco tem

o diferencial de ser rico

em antocianinas, que

previnem doenças

como o câncer”

no agreste

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Ciências

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Cul

tura

Alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal ganharam passa-portes para viajar no mundo literá-rio da II Bienal do Livro e da Leitura de Brasília e adquirir novas obras para o acervo de suas escolas.

O sistema funcionou as-sim: um servidor escolhido pela escola recebeu o passaporte e fi-cou responsável pelas aquisições

Passaporte para o

mundo literário

literárias, recebimento e ateste no verso das notas fiscais. Alunos e professores da mesma instituição acompanharam a visita à Bienal e selecionaram os títulos para com-por o acervo.

Os recursos foram previa-mente creditados na conta-corren-te da unidade educacional execu-tora tendo como base de cálculo

o número de alunos matriculados. A lógica do passaporte literário é idêntica à de um passaporte nor-mal. Ele foi carimbado na entrada, recebeu as notas fiscais das com-pras e carimbado na saída.

Não tem preço

“A participação da criança na escolha do livro que fará par-te da biblioteca de sua escola não tem preço, e o passaporte literário viabilizou essa oportunidade”, res-saltou o governador Agnelo Quei-roz. Segundo o secretário de Edu-cação, Marcelo Aguiar, o governo investiu R$ 4 milhões na iniciativa que resultou na aquisição de cerca de 200 mil novos livros.

Transparência

Paralelamente à Bienal, o governo lançou a 1ª edição do concurso cultural “A juventude do campo ligada na transparência”, que mobilizará as 75 escolas rurais da rede pública de ensino do DF para incentivar o uso dos instru-mentos de transparência, o contro-le social e o exercício da cidadania nos ambientes educacionais.

Voltado aos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental das escolas do campo, o concurso premiará os três melhores traba-lhos, o professor de cada estudan-te premiado e a escola rural à qual pertencer o vencedor em primeiro lugar. Para participar, o estudante deve criar um desenho inédito e original sobre o tema do concurso. Cada escola escolherá o desenho que irá representá-la na disputa.

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Cidadania

Indira Ranamagar, John Wood e Malala Yousafzai são os três indicados ao “Prêmio Crianças do Mundo 2014”, iniciativa que visa envolver meninas e meninos ao redor do globo em discussões como direitos das crianças e ado-lescentes, democracia, participação e mobilização social. Eles foram indicados por organizações que atuam pela promoção do direito à infância e por escolas, crianças e adolescentes de 110 países envolvi-dos no processo da premiação.

Anualmente, um júri for-mado por milhões de pessoas com menos de 18 anos de ida-de de diferentes países do mun-do elege formalmente três heróis que lutam pelos seus direitos. Este ano, a iniciativa tem como tema “Direitos e democracia para um milhão de meninas”, que apre-senta, além da discussão do prê-mio, questões e ações específicas sobre equidade de gênero.

O processo eletivo aconte-ce em quase 60 mil escolas espa-lhadas pelo mundo, onde garotos e garotas, em parceria com seus educadores, realizam apresenta-ção sobre os candidatos e discu-tem como os indicados atuam pela promoção dos direitos da infância. Ao final do processo, são espalha-das urnas e cédulas oficiais, que depois são encaminhadas à cen-tral organizadora do prêmio, na Suécia. Com todos os votos so-mados, têm-se a escolha do herói. Os outros dois nomeados recebem o título de amigo da criança. Na maior votação até o momento, em 2009, participaram 7,1 milhões de meninos e meninas.

Criançasno mundo

Os heróis

Indira Ranamagar

Indira Ranamagar luta há 20 anos pelos filhos de prisionei-ros no Nepal. Ela, que viveu em condições de pobreza extrema, lutou por muito tempo para con-seguir ir à escola e, desde peque-na, sabia que queria ajudar outras pessoas que passavam por dificul-dades semelhantes.

John Wood

Há mais de 15 anos, John Wood luta pela efetivação

do direito das crianças à educa-ção. O candidato deixou impor-tante cargo na empresa Micro-soft para desenvolver ações de combate à pobreza, oferecendo a crianças de todo o mundo a oportunidade de frequentar a escola.

Malala Yousafzai

A jovem paquistanesa luta pelos direitos das meninas à edu-cação, discutindo abertamente a questão desde os 11 anos de ida-de, quando o Talibã impediu que meninas frequentassem a escola no vale do Swat.

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Inov

ação

Narração audiodescritiva para

Para melhorar a experiência de cegos e pes-soas com baixa visão nos estádios, o Comitê Orga-nizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 e a FIFA oferecerão um serviço pioneiro de narração audiodescritiva em quatro estádios do Mundial.

A audiodescrição é semelhante à narração de rádio, mas com ênfase na experiência do estádio. O narrador especialmente treinado fornece uma descri-ção adicional de todas as informações visuais signi-ficativas, como linguagem corporal, expressão facial, entorno, lances, uniformes, cores e qualquer outro aspecto importante para transmitir a aparência e o ambiente do local da partida.

“O serviço de audiodescrição fala como a torci-da está se portando, quais são as brincadeiras e como o juiz corre. Algumas coisas que ninguém acha que são importantes porque estão todos vendo”, diz Anderson Dias, presidente da Urece Esporte e Cultura para Ce-gos, ONG parceira da FIFA e do COL que trabalha com projetos especiais para pessoas com deficiência visual.

torcedores cegosDetalhes

“Na audiodescrição de avaliação de voluntá-rios, ouvi o gol do Ronaldo na final da Copa do Mun-do de 2002 e ouvi que o Oliver Kahn fica no chão, chateado, triste, e o Ronaldo sai comemorando de braços abertos. Isso se perde nas transmissões de TV e rádio”, completa Dias, que foi bicampeão mundial e campeão paraolímpico de futebol de 5, em Atenas 2004.

A narração audiodescritiva será disponibi-lizada em português em quatro estádios da Copa do Mundo: Belo Horizonte (Mineirão), Brasília (Estádio Nacional Mané Garrincha), Rio de Janei-ro (Maracanã) e São Paulo (Arena Corinthians). Serão dois locutores por jogo e a narração será transmitida por radiofrequência e captada em fo-nes de ouvido individuais. Torcedores cegos ou com baixa visão podem sentar-se em qualquer lu-gar do estádio.

Serviço será

disponibilizado

em quatro

estádios da

Copa do

Mundo

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Mobilização

gentilezaBlitz da

Em Timóteo, município de 81 mil habitantes situado no interior de Minas Gerais, estudantes e in-tegrantes do Conselho Municipal da Juventude ocu-param a principal avenida da cidade para disseminar a prática da gentileza. A blitz distribuiu panfletos e adesivos com mensagens de gentileza como forma de incentivar novas relações no trânsito e no cotidiano de todos.

Segundo o presidente do Conselho da Juven-tude, João Paulo Lessa, ao longo do ano, a Cam-panha da Gentileza compreenderá diversas ações educativas com o propósito de germinar a ideia de que ser gentil vale a pena. “Precisamos tratar com gentileza não só as pessoas, mas os espaços urbanos, como escolas, praças e vias públicas”, enfatiza Lessa. A campanha mobilizou alunos da Fundação Emalto e integrantes do Conselho Municipal da Juventude, do coletivo Conteúdo Avulso e da Fundação Aperam. No material distribuído à população, eles exaltaram os benefícios gerados por simples atos de gentileza.

Reflexão

“Gentileza é um modo de agir, um jeito de ser, uma maneira de enxergar o mundo. Ser gentil é uma qualidade diretamente relacionada com caráter, va-lores e ética. Gentileza é uma virtude que pertence à família do amor, capaz de desarmar e de reverter situações desfavoráveis”. De acordo com os orga-nizadores da campanha, ser gentil está diretamente relacionado com o desejo de construir uma cidade mais humana e melhor para todos, com mais opor-tunidades, respeito e carinho para tratar as pessoas.

“Propomos uma reflexão sobre o modo como temos nos relacionado com as pessoas e com a nossa cidade, e como podemos fazer para torná-la melhor”, explica João Paulo Lessa. Ele ressalta que para con-cretizar o desejo de construir uma cidade mais huma-na e melhor para todos basta que cada um faça a sua parte, praticando suas atividades do dia a dia com respeito aos valores e à ética.

“Gentileza é

uma virtude

que pertence

à família do

amor, capaz

de desarmar

e reverter

situações

desfavoráveis”

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Inic

iativ

a

neficia somente jovens menores de 18 anos que te-nham cometido delitos sem violência ou grave ame-aça. Entram nesta lista atos como brigas no colégio e vandalismo contra o patrimônio público.

Os adolescentes não são obrigados a fazer os cursos. Caso prefiram, podem prestar serviço à co-munidade ou cumprir alguma outra forma de sanção imposta pela justiça. Os pais aprovaram a iniciativa. “É uma boa oportunidade, ela vai fazer o curso de corte e costura e aprender uma profissão”, disse a mãe de uma garota. Outra diz que o filho trabalha o dia inteiro, cometeu um erro, se arrependeu e agora só quer trabalhar e fazer faculdade de educação fí-sica. “Então, fazer um curso de informática, que ele gosta bastante, será bom”, avaliou.

A iniciativa do juiz Evandro Rizzo, da comarca de Sombrio (SC), promete ser um marco no trata-mento a adolescentes infratores na região que terão a oportunidade de frequentar um curso profissionali-zante e serem encaminhados a uma vaga de empre-go. O projeto idealizado pelo magistrado começou a ser planejado em julho de 2013, com participação de representantes dos municípios de Balneário Tutelar e Sombrio. Concluída, a proposta foi encaminhada ao Executivo dos dois municípios, parceiros na oferta dos cursos e acompanhamento pelos profissionais, e aprovada pelas câmaras de vereadores.

Nesta primeira etapa, serão oferecidos cursos de vendas, informática e corte e costura, com uma aula por semana de duas horas e duração de seis me-ses. “Nossa preocupação é a recuperação de vocês”, disse Evandro Rizzo aos adolescentes e pais durante a solenidade de lançamento do projeto.

De olho

Mas que ninguém pense que ele está disposto a passar a mão na cabeça de infratores. “O resultado depende de vocês e quem não aproveitar terá outras sanções”, salientou Rizzo ao pedir a colaboração dos pais no acompanhamento dos filhos. O programa be-

Juiz lidera projeto comjovens infratores

Primeira etapa

oferecerá cursos de

vendas, informática e

corte e costura

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Artigo

Geração nem-nemmundial

Existe uma evidência preocu-pante que aponta para o crescimento da população da geração nem-nem, composta por jovens que nem traba-lham nem estudam. Essa é uma ten-dência não só no Brasil, mas mundial, conforme mostra pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizada em 40 países. Em pelo menos 30 nações, houve au-mento do fenômeno. Em países como Espanha e Irlanda, os índices chegam a 20% dos jovens nessas condições, uma taxa considerada muito preocu-pante pela organização.

Conhecidos também pela sigla em inglês Neet (neither in employ-ment, nor in education or training), o perfil desses jovens aumenta por motivos diferentes, de acordo com o país. A crise mundial que afetou as nações europeias é a grande causa para o comprometimento da oferta de trabalho, como nos casos da Turquia e da Grécia, entre outros, em que a taxa de desemprego na faixa etária é mui-to grande. Já no México, por questões culturais, 77% das garotas não tra-balham, preferindo se dedicar à vida familiar.

O assunto vem chamando a atenção desde o ano passado, quan-do uma campanha publicitária da Benetton, na Itália, destacava o “De-sempregado do ano”, utilizando fotos de jovens. O objetivo era chamar a atenção para a falta de oportunidades para esse grupo de pessoas e também para o desânimo deles em relação aos cargos com baixa remuneração, prefe-rindo esperar até surgir oportunidades melhores.

No Brasil, os números mos-tram que o crescimento econômico da década passada não foi suficiente para melhorar as condições de emprego dos jovens. Apesar de conviver com uma taxa de desemprego baixa, em torno

de 6%, o país ainda convive com ín-dice alto para a população nem-nem: 19% dos jovens entre 15 e 24 anos. O número de mulheres negras é duas ve-zes maior do que o de homens nessa situação. Entre as causas estão o baixo nível social e os casos de gravidez na adolescência, que as afastam da esco-la e da atividade laboral.

O CIEE, em seu papel de facili-tar a inserção do jovem no mundo do trabalho, atua com a intenção de di-minuir esses índices, abrindo oportu-nidades de estágio e, principalmente, de aprendizagem, que tem nesse gru-po seu público-alvo. Nesses 50 anos de atuação, 13 milhões de jovens já foram encaminhados para empresas, entidades e órgãos públicos.

Autor: LUIZ GONZAGA BERTELLI, é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.

O perfil desses

jovens aumenta

por motivos

diferentes,

de acordo

com o país

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