revista contexto #4

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Ano II • Edição Nº 4 Março / Abril - 2011 R$ 5,00 Mudar carreira de As circunstâncias que levam a novos caminhos profissionais Mais: • Sustentabilidade nas empresas • Caos no trânsito do Vale do Aço • Turismo em Mariana • Kart: nova opção de lazer em Ipatinga • Candeeiro Encantando

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Quarta edição da Revista Contexto

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Page 1: Revista Contexto #4

Ano II • Edição Nº 4Março / Abril - 2011R$ 5,00

Mudar carreirade As circunstâncias que levam a novos caminhos profissionais

mais:• Sustentabilidade nas empresas • Caos no trânsito do Vale do Aço • Turismo em Mariana • Kart: nova opção de lazer em Ipatinga• Candeeiro Encantando

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EDIÇÃO Nº 4 • MARÇO/ABRIL 201108• SERVIÇOSVegetarianos reclamam da falta de restaurantes especializados

10• CIDADESOs desafios e soluções para dinamizar o trânsito regional

14• MEIO AMBIENTEAs iniciativas das empresas regionais para promover a sustentabilidade

24• ECONOMIA E MERCADOMudar de profissão

30• SAÚDEDistúrbios do sono: problemas de saúde pública

33• ESPORTE E LAZERKart vira opção de lazer em Ipatinga

34• TURISMOOs encantos de Mariana, a primeira vila, cidade e capital mineira

36• ROTASExpedição percorre parques e reservas biológicas

40• CULTURAA musicalidade híbrida do Candeeiro Encantado

.................................

Revista Contexto é uma publicação da Ideia & Fato ComunicaçãoAv Castelo Branco, 610, sala 307 - Horto, Ipatinga / MG - Tel: (31) 3822 4421

Edição: Roberto SôlhaRedação: Márcio de Paula e Roberto SôlhaColaboradores: Edlayne de Paula e Luís Fernando Andrade Revisão: Luís Fernando Andrade

Capa: Jorge Inácio Fotografia: Grão FotografiaDiagramação: Ideia e Fato ComunicaçãoImpressão: Gráfica DamascenoComercial: Márcio de Paula • (31) 8759 8356

Comentários, sugestões e críticas: [email protected] w w.revistacontex to.com

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30• SAÚDEDistúrbios do sono: problemas de saúde pública

33• ESPORTE E LAZERKart vira opção de lazer em Ipatinga

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06 NOTAS DA REDAÇÃO

sAlÃO DO lIVRO ECOMIDA DI BUTECO

Dois grandes eventos irão movimentar a vida noturna e a cena cultural do Vale do Aço nesse primeiro semestre. O tradicional concurso Comida di Buteco, está de volta a Ipatinga e integra as programações do 47º aniversário da cidade. O evento acontecerá simultaneamente em 15 cidades entre os dias 15 de abril e 1º de maio. Em Ipatinga, serão 15 esta-belecimentos participantes.

De 5 a 10 de abril, Ipatinga tam-bém irá sediar o Salão do Livro. A quinta edição do evento será rea-lizada novamente no Centro Cul-tural do Shopping do Vale do Aço. Na programação, palestras, deba-tes, oficinas e exposições voltadas à literatura. Mais informações: sa-laodolivro.com.br

ATlAs

Já está disponível nas principais bancas da região o Atlas Pensar Vale do Aço. Elaborado pelo Instituto de Pesquisa Tabulare, o trabalho reúne quase 100 páginas de estudos inéditos sobre o perfil socioeconômico e a percepção dos moradores sobre os mais variados problemas, demandas e prioridades da Região Metropolitana e seus 26 municípios.

CARTóRIO OnlInE

A Rede Brasileira dos Cartórios pôs no ar o site www.car-torio24horas.com.br, que oferece comodidade para quem deseja tirar cópias da certidão de nascimento ou de casa-mento.

Através do site, é possível resolver essas e outras buro-cracias sem pegar senhas ou filas. Para pagar pelos serviços, basta imprimir um boleto bancário. O documento solicitado chega por Sedex.

EXPO UsIPA

A Expo Usipa já iniciou as vendas dos estandes para a edição de 2011. A exposição acontece entre os dias 20 e 23 de julho e irá abordar o tema “A estratégia competitiva para sua empresa”. Em um espaço de 15 mil metros quadrados, a mostra empresarial terá oito áreas onde serão distribuí-dos 214 estandes. Além de participarem da exposição, as empresas presentes no evento poderão agendar reuniões exclusivas no Encontro de Negócios, com os compradores das grandes indústrias da região.

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O que colocar no prato vazio? Na mesa, as opções de cardápio nos restaurantes do Vale do Aço são ricas, bonitas e colo-ridas. Mas, aos olhos de um

grupo específico de consumidores, a maior parte desses alimentos parece estar do-minada por um grupo específico de nu-triente: a proteína animal. Esta parcela de consumidores são os vegetarianos, que reclamam da falta de restaurantes espe-cializados na região.

Eles se dividem, basicamente, em três tipos. Entre eles, há os veganos, um gru-po de adeptos que, além da carne, exclui qualquer tipo de alimento de origem ani-mal, como ovos, mel, gelatina, leite e de-rivados. Alguns adeptos mais radicais não vestem nem mesmo calçados ou bolsas confeccionados a partir do couro animal. Existem também vegetarianos que optam pela dieta ovo-lacto-vegetariana. Outros grupos consomem variações desse grupo de alimentos.

A falta de opções de restaurantes es-pecializados é desmotivadora para os simpatizantes da filosofia vegetariana. A universitária Laura Pavel Baesso, de 24 anos, desistiu da dieta após três anos sem comer carne. Segundo ela, o excesso de atividades nas duas faculdades que cur-sava a fizerem ficar sem tempo para pre-parar a própria comida. “Na cantina, a mi-nha única opção de lanche era o pão de queijo. Em casa ficou difícil para a minha

mãe ter que preparar todos os dias duas opções de cardápio, uma para mim e ou-tra para o restante da família”, diz. Laura começou a dieta vegetariana no período em que estudou em Juiz de Fora. Moran-do em uma república e tendo que cuidar da própria alimentação, a estudante afir-ma que freqüentava vários restaurantes especializados próximo ao apartamento onde morava. “Eu fiquei impressionada com as opções. Até comida japonesa ve-getariana eu comia. Por incrível que pare-ça, acabei aumentando o meu cardápio”, conta a estudante.

Para os vegetarianos da região, o pro-blema maior é a dificuldade de encontrar pratos específicos com proteína vegetal e massa sem ovos e leite. Mesmos os pratos como saladas e sanduíche natural con-têm frango ou presunto nos ingredientes. “Eu acabei ficando de ‘saco cheio’ de ser vegetariana porque estava caminhando sozinha. Eu não queria ser xiita, mas es-perava contribuir para diminuir o impacto que a criação em larga escala dos animais causa no planeta. A minha preocupação era unicamente ambiental. Só que hoje em dia eu fico com preguiça, porque as pessoas não entendem e acham que você está fazendo aquilo só para emagrecer”, desabafa Laura.

O médico ortopedista Geraldo Coe-lho, vegano há 38 anos, também lamenta a falta de restaurantes especializados na região. “A comida do vegetariano é mui-

to simples. Mas eu sinto falta de um prato mais elaborado. E tenho muitos amigos vegetarianos que também gostariam de comer refeições vega-nas em lojas especializadas”, afirma.

OpçõEs

Já que não há restaurantes estrita-mente vegetarianos no Vale do Aço, os veganos optam pelas lojas especializa-das em produtos naturais. Uma delas está localizada no Centro de Timóteo e pertence à empresária Anunciação Resende Torres. No estabelecimento, além da variedade de tipos de soja ve-getal, o consumidor ainda pode encon-trar salsicha, bife, feijoada desidratada, salgados, bolos, doces, chocolates e vá-rios outros tipos de produtos sem leite, ovos e proteína animal.

A empresária afirma que chegou a manter um restaurante vegetariano, também no Centro do município. No entanto, as atribulações acumuladas por outros serviços a fizeram desistir do empreendimento. “Os meus clientes até hoje me cobram isso, porque ofere-cíamos uma variedade imensa de pra-tos: feijoadas, lasanhas, salpicão com substitutos da carne. O segredo é saber fazer essas refeições”, destaca a empre-sária, vegetariana há 25 anos.

Edlayne de paula

Vegetarianos reclamam da falta de restaurantes especializados no Vale do Aço

Você tem fome de que?

08 SERviÇOS

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CRECI PF 2389

IMÓVEISALUGUEL E VENDAS

(31) 3821.6000Rua Itajubá, 84 - Centro - Ipatinga/MG

www.mercantilimoveis.com

João Pereira de Oliveira • CRECI PF 5320Rodrigo Pereira Teixeira • CRECI PF 20259

O filme Escritores da Liberdade, estre-lado pela atriz Hillary Swank, ilustra muito bem o cotidiano escolar. O longa acom-panha as percepções diferentes de uma coordenadora e de uma professora sobre uma mesma realidade, a turma 203, que geram um conflito no gerenciamento pe-dagógico e envolve todas as instâncias da comunidade escolar: alunos, professores, coordenação, direção e superintendência de ensino. A trama do filme apresenta o cotidiano de uma escola americana que aderiu a um programa de Educação Vo-luntária. A partir desse programa, é for-mada uma turma com alunos de origem latina e negra, que tiveram algum envol-vimento em conflitos armados; alguns

Pensando bemsérgio pedro Duarte

Historiador, sociólogo e mestre em [email protected]

Escritores da Liberdade e a gestão escolar

Para estabelecer alianças, não se pode ficar preso à estrutura

formal das instituições

tinham passagem pela polícia. O conflito das ruas, em um determinado momento, vai para a sala de aula.

Várias são as lições extraídas do filme para a gestão escolar. Entre outros assun-tos, o filme trata do relacionamento de uma professora novata, em conflito com a supervisora por causa de um posicio-namento pedagógico sobre distribuição

e aquisição de livros didáticos e um tra-balho de campo. Para a supervisora, os recursos deveriam ser restringidos. Já a professora insiste no uso dos livros como forma de mudar o perfil da turma men-cionada.

Com posicionamentos divergentes, o conflito é instaurado. Tudo leva a crer que a supervisora fica presa à estrutura formal da escola. Entretanto, ficar protegido na estrutura formal, o que deve ser reconhe-cido e louvável, não resolve os problemas do dia a dia da instituição. Não se pode esquecer de que, na escola, a estrutura não formal permite ampliar o conheci-mento da realidade e poderá evitar gran-des conflitos na gestão escolar.

Uma boa aliança entre a coordenadora pedagógica e a professora poderia ter evitado o conflito presente no filme. Estudos mais re-centes têm demonstrado que o gestor não tem como administrar uma escola sem

aliar-se aos professores. Mas, para esta-belecer alianças, não se pode ficar pre-so à estrutura formal das instituições. É na estrutura informal, muitas vezes não mensurável, que o gestor encontra sub-sídio para conhecer as particularidades de cada professor. Esse conhecimento se torna indispensável para quem deseja administrar uma instituição de ensino e

alcançar os objetivos pedagógicos da aprendizagem.

O filme atenta para o fato de que a escola não é uma ilha nem uma prisão, mas uma organização complexa, que requer a unidade de todos em nome do projeto pedagógico. O grande desafio do gestor é conciliar os aspectos da for-mação individual, permitindo a realiza-ção dos sonhos e desejos de cada pro-fissional e, ao mesmo tempo, saber que, na escola, ninguém sozinho cumpre os objetivos da instituição escolar.

O gestor também deve levar em consideração, no exercício de sua fun-ção, que cada pessoa é única e traz consigo formação de valores e princí-pios sobre os quais constrói suas cren-ças e convicções. Respeitar as individu-alidades de cada colaborador e focar a atenção de todos nas crenças e valores da instituição é o maior desafio do ges-tor educacional. Para que esse desafio seja superado, o gestor deve conhecer elementos da subjetividade de cada profissional com o qual trabalha. Esse conhecimento o ajudará a respeitar, de fato, as diferenças individuais e formar um grupo focado nos objetivos do en-sino e da aprendizagem. O mérito do filme é retratar, de maneira equilibra-da, a convicção da professora ao lutar pelas suas crenças, e os desafios cons-tantes da gestão escolar.

09 ARTiGO

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10 ciDADES

ALtERNAtIVAs PARA COnTER O CAOs

Os desafios e soluções para dinamizar o trânsito regionalpor Roberto Sôlha

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O caos no trânsito, um proble-ma cotidiano das grandes capitais, torna-se cada vez mais uma realida-de das médias cidades brasileiras. No Vale do Aço, a crescente frota de veículos evidencia a malha ur-bana defasada e a necessidade de intervir para evitar que o ato de se locomover seja um transtorno para o cotidiano de toda a população. Para entender uma situação que en-volve motoristas, pedestres, ciclistas e poder público, a Revista Contexto ouviu secretários ligados à área de serviços urbanos dos municípios de Ipatinga e Coronel Fabriciano, as cidades regionais que mais sofrem com engarrafamentos e gargalos.

Para evitar que o trânsito se tor-ne uma tortura maior, é necessário o esforço conjunto do governo e da sociedade. As prefeituras locais, a exemplo do que acontece em boa parte dos municípios de médio por-te, dispõem de efetivo reduzido para lidar com o trânsito. No Vale do Aço, é cada vez mais premente a contra-

“A frota de Ipatinga é de 102 mil veículos. Além desse montante,

temos o tráfego que passa através da BR-381, uma das mais

movimentadas do país”,Rodrigo Gouvêa

tação de especialistas em tráfego e trânsito para equipar melhor os setores responsáveis. Os motoristas, por sua vez, ainda corroboram para o individualismo coletivo no uso do transporte. Nas páginas seguintes, apresentamos alternativas para con-tribuir com o debate e tornar o dia-a-dia no trânsito uma experiência menos desgastante.

FROtA CREsCENtE

Entre 2009 e 2010, a região con-viveu com os transtornos causados pela construção do gasoduto. Os quilômetros de congestionamento ocasionados por uma obra simples deixou claro o anacronismo da BR-381, que corta as três principais ci-dades do Vale do Aço. Ao mesmo tempo, os problemas sustentam o argumento de que a região precisa de alternativas para amenizar gar-galos críticos. A problemática, sem

dúvida, é desafiadora para gestores públi-cos, mas é inegável que ações sejam postas em práticas com urgência.

“O aumento da fro-ta é uma realidade em todo país, em função das facilidades para se financiar a compra de veículos. Somen-

te a frota de Ipatinga é de 102 mil veículos. Além desse mon-tante, temos um grande tráfego de veículos de fora, que passam diariamente pelo município pela BR-381, uma das mais mo-vimentadas do país”, observa o secretário municipal de Serviços Urbanos da Prefeitura de Ipatinga, Rodrigo Gouvêa Resende.

Ipatinga apresenta vários pon-tos de congestionamentos, como o acesso do Cariru ao Centro, no trecho do viaduto; a rotatória do Jardim Panorama; a Avenida Fer-nando de Noronha, no Bom Reti-ro, e a rotatória do Cidade Nobre, entre várias outras vias. Na ava-liação do secretário, para aliviar o tráfego pesado, é preciso que as ações sejam tomadas não só pelo poder público, mas também pela população. “A avaliação de possíveis intervenções visando a melhoria do trânsito é constan-te. A extensão do viaduto da Paz, por exemplo, é algo que traria be-nefícios e desafogaria o trânsito em vários bairros. Mas uma obra desse porte necessita de recursos que não dispomos”, explica.

O secretário também argu-menta sobre a necessidade de intensificar as campanhas edu-cativas para o uso mais criterioso dos veículos. “Em Ipatinga, temos um grande contingente de tra-balhadores atuando nas gran-des empresas. Percebemos que muitos vão para o trabalho em seu próprio veículo. O ideal seria que houvesse um rodízio entre os funcionários, para evitar aquela quantidade de veículos somente com o motorista a ocupá-lo. Ape-sar das campanhas educativas para induzir o uso consciente dos veículos, a maioria ainda prefere usar o carro somente para si. É uma questão comportamental”, diz o secretário.

Segundo ele, está em fase ini-cial a implantação de um sistema de integração do transporte co-letivo. O objetivo é torná-lo mais atrativo e, conseqüentemente, mais eficiente e apropriado para uma parcela maior de usuários que só andam de carro. “Estamos reavaliando horários e buscando alternativas para que o transporte coletivo ganhe mais adeptos em todo o município. Com isso, con-seguiríamos diminuir o fluxo de veículos e os impactos ambientais causados pelo tráfego pesado”, observa o secretário da Sesuma.

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Além de reavaliar o sis-tema de transporte cole-tivo, a PMI garante que es-tão em estudo novas ações para promover mudanças significativas no trânsito do município. Conforme Flávio Anício, diretor do Departa-mento de Transporte e Trân-sito da Sesuma, a prefeitura estuda a possibilidade de construir uma trincheira próxima à Praça Caratinga, no Centro, para que o tráfe-go flua melhor entre o Cari-ru e aquele trecho. Ele des-taca que a Avenida Sanitária também ajudará a reduzir o gargalo entre o Parque Ipa-nema e Canaã. Ainda em andamento, a obra terá uma via de 1.600 metros marge-ando o Ribeirão Ipanema.

“Todas essas ações te-rão efeito maior se houver a contrapartida de todos. A solução também passa pela conscientização das pesso-as. As obras, por si só, não irão sanar todos os proble-mas de trânsito. O exemplo disso é São Paulo, cidade onde o trânsito é caótico, embora a malha viária este-ja sempre acrescida de no-vas vias”, argumenta Anício.

Em Coronel Fabriciano, os proble-mas do trânsito parecem ser tão ou mais graves quanto os de Ipatinga. Embora compreenda uma população menor, as particularidades do município contri-buem para congestionar as ruas cada vez mais. Por efeito da frota crescente, a proporção de automóveis tende a causar novos transtornos. Com uma po-pulação de quase 104 mil habitantes, o município atualmente possui uma frota de 30 mil veículos, o que gera a média de um veículo para cada grupo de 3,4 habitantes.

Na avaliação de Lusia Rabello, secre-tária de Planejamento Urbano da Prefei-tura de Coronel Fabriciano, a frota cres-cente é apenas um dos agravantes ao trânsito. “A maior parte dos problemas está relacionada à maneira como Fabri-ciano foi sendo povoada. Ao contrário de Ipatinga, uma cidade planejada, Fa-briciano foi ocupada irregularmente. Ao

percorrermos o município, percebemos que há áreas que não deveriam ter sido ocupadas”, diz. A secretária observa que as conseqüências dessa ocupação são perceptíveis há mais tempo e sentidas não só no trânsito, mas em várias outras esferas.

“O crescente número de automóveis nas ruas causa um impacto grande por-que Fabriciano possui um traçado típico de cidades coloniais, ou seja, ruas estrei-tas e passeios quase inexistentes. Outra característica do município é que os des-locamentos diametrais convergem para o Centro. Ou seja, para se chegar a boa parte dos bairros é preciso passar pelo Centro. Isso gera grandes gargalos por-que o comércio é mais ativo exatamente na região central. Os congestionamen-tos que acontecem freqüentemente em Fabriciano costumam ser característica de cidades maiores, e não de municípios com 103 mil habitantes”, diz Lusia.

OBRAs

TRânsITO DE CIDADE gRANDE

12 ciDADES

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Para o município ganhar mais fluidez no trânsito, a secretária acredita que é preciso restringir o aces-so ao Centro, para evitar a entrada de veículos incom-patíveis com o seu traçado. Uma solução provável seria criar um contorno para per-mitir deslocamentos que não cruzem as principais ruas da região central. Outra alternativa para desafogar o trânsito do Melo Viana e do Centro seria ligar o bairro Silvio Pereira a BR-381 pela região do Caladinho. Dessa maneira, o acesso a Ipatin-ga ou a Timóteo ficaria mais ágil, desafogando a avenida Magalhães Pinto.

“Todas essas alternativas necessitam de verba do go-verno federal, mas acredito que o município está pas-sando por outra perspec-tiva, sob o ponto de vista administrativo. Nos últimos anos, as principais ações do governo foram destinadas a cuidar do básico - pavimen-tação, drenagem pluvial, pontes, etc. Hoje, já pode-mos pensar em obras como o Parque Linear, que se tor-nou uma ação vital para o bem estar da população”, conclui Lusia.

DEsAfIONa avaliação do arquite-

to e urbanista Rogério Bra-ga, professor de Desenho Urbano do curso de Arqui-tetura do Unileste, é inviável que os poucos arquitetos e engenheiros das prefeitu-ras entendam e resolvam todo tipo de problema ur-banístico.

Rogério argumenta que geralmente os órgãos públi-cos são carentes de pessoal qualificado, embora a de-manda por especialistas em trânsito tenda a aumentar.

Para o professor, antes de pensar em obras, é pre-ciso que a região considere a engenharia de trânsito como departamento do-tado de autonomia de pla-nejamento e gestão. “Dizer que não há mais o que fazer para conter o caos no trân-sito é, obviamente, tão inú-til quanto deixar a questão nas mãos da boa vontade dos usuários. Nem em Ouro Preto, entre outros sítios urbanos tombados, onde em princípio não se pode alterar o desenho urbano, isso não é verdade. Antes de

pensarmos em alterar fisi-camente a malha urbana, é preciso planejar e controlar mil coisas”, diz.

Segundo o arquiteto, é preciso priorizar, entre ou-tras ações, a gestão rodoviá-ria, direcionada aos trechos de rodovias federais e esta-duais que cortam a região, o controle de horários e de ti-pos de veículos autorizados a circular em zonas da ci-dade, e a gestão de marcos de atração urbana, como o Ipatingão.

“Em termos de luga-res com problemas, há os gargalos, como as pontes entre Fabriciano e Timóteo e entre Santana do Paraíso e Caratinga. Há a linha fér-rea com poucas passagens. Há a Usiminas, instalada no meio da planta da cidade e que obriga os motoristas a fazer grandes contornos. E tem as rodovias federais (BR-381 e 458) e estaduais (MG-232) que fazem passar pelo trânsito de Ipatinga gente que atravessa o Brasil. Problemas viários não fal-tam”, conclui.

13

AUTOnOMIA DE gEsTÃO

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14 mEiO AmbiENTE

Vinte anos depois, o Brasil vai voltar a sediar, em 2012, uma nova edição da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Informalmente, o encontro de autoridades, cientistas, especialistas e ambientalistas de todas as partes do mundo já está sendo chamado de Rio+20, numa referência à Eco/92, realizada na cidade do Rio de Ja-neiro em 1992, e considerada um marco na luta ambiental por introduzir novos conceitos de desenvolvimento susten-tável em escala global. Na época, mais de 160 representantes de Estado assinaram a Convenção Marco sobre Mudanças Climáticas, levando à conclusão de que todos os países, inde-pendentemente de seu tamanho, devem assumir sua parcela de responsabilidade na conservação e preservação das con-dições climáticas do planeta.

A próxima conferência internacional no Brasil foi apro-vada em dezembro de 2009 pela ONU, com o propósito de avaliar e renovar os compromissos assumidos na Eco/92. Será mais uma oportunidade de os países buscarem um entendi-mento em torno do combate aos gases de efeito estufa (GEE), com a participação da sociedade civil, empresários e autori-dades governamentais. Entre os temas a serem debatidos,

estão a contribuição da economia verde para o desenvolvi-mento sustentável e a eliminação da pobreza.

As “preocupações ecológicas”, que depois evoluíram para “questões ambientais” e “políticas ecologicamente corretas”, passaram a ser destacadas como bandeiras de lutas sociais nas décadas de 1960 e 1970, com a eclosão do movimento hippie e da mobilização “dos verdes” na Eu-ropa. Nas duas décadas posteriores, a temática ambiental passou a fazer parte das exigências para o credenciamen-to das indústrias e empresas em busca de novos merca-dos internacionais. No Brasil, a consolidação do processo industrial na segunda metade do século XX traz o enga-jamento cada vez mais nítido de grandes, médias e peque-nas empresas, em projetos de sustentabilidade ambiental. O Vale do Aço não fica fora desse foco e terá muito o que mostrar na Rio+20. Atualmente, as principais indústrias e empresas regionais, com atuação em vários setores econô-micos, desenvolvem programas ambientais e de responsa-bilidade social - alguns mais e outros menos conhecidos do público - que, somados, contribuem significativamente para elevar a qualidade de vida da população.

VItRINEs DA sUsTEnTABIlIDADE

Brasil volta a sediar conferência mundial sobre clima e empresas da região já têm o que mostrar na área de preservação ambiental

por Luís Fernando Andrade

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Parque Estadual do Rio Doce: parâmetro de gestão sustentável

Page 14: Revista Contexto #4

“Muito mais do que um modis-mo empresarial, a sustentabilidade é um paradigma determinante para o nosso futuro. Discutir, entendê-lo e aplicá-lo em nossos processos é fundamental para alcançar equilíbrio entre o progresso desenvolvimentis-ta e a preservação de nossos valores morais, sociais e ambientais.” As pa-lavras do diretor-presidente da Ceni-bra, Paulo Eduardo Rocha Brant, são definitivas para apresentar o grau de

prioridade das inúmeras ações socio-ambientais desenvolvidas pela em-presa nos municípios de sua abran-gência.

Os programas de sustentabilidade sempre marcaram a atuação da em-presa sediada em Belo Oriente, e são aprofundadas e ampliadas ao longo dos anos. Além de cumprir as exigên-cias legais, a Cenibra tem um traba-lho específico voltado para a preser-vação da biodiversidade regional. A

empresa mantém 102 mil hectares de Mata Atlântica como reserva natural e supera a marca de 350 mil mudas de espécies nativas plantadas para promover a recuperação ambiental de matas e nascentes.

Somente nas margens do rio Doce, na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Macedônia, mais de 200 mil mudas de espécies nativas foram plantadas ao longo de 30 quilômetros. A Lagoa a Lagoa da

LAGO NATURAL - A lagoa Marola compõe o sistema lacustre natural

do médio rio Doce, formado há cerca de 10 mil anos. A região abriga

aproximadamente 150 lagoas em fases diferenciadas de evolução e é

considerada “de relevância especial” para o Estado, particularmente por ser

um ambiente único. A lagoa Marola possui uma área de 37,2 hectares de lâmina d’água, que é utilizada pelos

sócios da Associação Atlética Cenibra (AAC) para a prática de lazer e pesca esportiva, além de promover a har-

monia paisagística do local.

valores ambientaisFo

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gaçã

o

Page 15: Revista Contexto #4

16 mEiO AmbiENTE

Água Suja (Belo Oriente) e a Lagoa da Prata (Santana do Paraíso) são também exem-plos de áreas, cujas matas ciliares estão sendo reabi-litadas pela Cenibra. Outro exemplo é o Projeto Mutum, desenvolvido desde 1990 na RPPN Fazenda Macedônia, que promove a reintrodu-ção, em seu habitat natural, de espécies de aves silves-tres nativas ameaçadas de extinção. Aves como mutum, macuco, jaó, inhambuguaçu, capoeira e jacutinga passa-ram a reintegrar a reserva e, com isso, o projeto passou a ser referência mundial para a comunidade científica.

Os projetos desenvolvidos na Fazenda Macedônia são referência

para a comunidade científica

Page 16: Revista Contexto #4

resíduos EM “OURO”A famosa expressão “jogar a sujeira para de-

baixo do tapete” não se aplica nos conceitos de sustentabilidade da Sucataço, cuja matriz está instalada no bairro Limoeiro, em Timóteo. Há pouco mais de 20 anos, quando havia dois lixões que atendiam as cidades da região, o empresá-rio Clóvis Ticon não se conformava em ver tanto desperdício de restos jogados na natureza, pelos moradores e as empresas, sem qualquer tipo de tratamento adequado ou preocupação ecológica. Então resolveu criar uma empresa que desenvolve tecnologia para reciclagem de resíduos industriais e descobriu um negócio altamente lucrativo, uma verdadeira mina de ouro em meio a tanta “coisa estragada”.

Naturalmente, o ramo de atuação da Sucataço está ligado aos mais avançados métodos de reu-tilização de materiais considerados inservíveis, como forma de diminuir o impacto ambiental do processo industrial. A empresa se encarrega de dar fim aos resíduos sólidos reciclados e industriais, garantindo uma saída ambientalmente adequa-da para os materiais e, principalmente, o seu rea-proveitamento em outros setores produtivos. Aço inox, aço carbono, ferro fundido, cobre, alumínio, bronze e material eletrônico são cuidadosamente separados, classificados e protegidos para serem reaplicados no mercado, com alto valor agregado.

Com a matriz instalada num terreno de 13 mil metros quadrados, sendo 4 mil metros quadrados na área de proteção permanente (APP) do entor-no do Parque Estadual do Rio Doce (PERD), a Su-cataço investe na organização do seu pátio e em novas tecnologias de reciclagem de plástico e de resíduos de construção. O objetivo é atender às exigências cada vez mais rigorosas da legislação ambiental brasileira, que obriga as indústrias a prestarem contas de suas peças produzidas, desde o início da linha de produção até o final da vida útil do material.

Como o bom exemplo deve vir sempre de casa, além de respeitar os limites do PERD, a empresa desenvolve o projeto “Sucataço Ambiental”, na Fa-zenda Quilombo, em Jaguaraçu. Na reserva natural de 300 hectares, próxima ao córrego da Lavrinha, já foram plantadas 20 mil mudas de árvores de madeira nobre, como mogno, jacarandá, sucupira e ipê, com apoio do programa Pró-Mata. A própria residência do empresário, construída com mate-riais recicláveis numa ampla área verde do bairro Limoeiro, é um exemplo de como a sustentabili-dade ambiental pode fazer parte do cotidiano das pessoas e contribuir para a melhoria da qualidade de vida das cidades.

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Na Sucataço, os resíduos são reaproveitados em outros setores produtivos; abaixo, viveiro mantido pela empresa

Page 17: Revista Contexto #4

A sustentabilidade ambiental sempre es-teve presente nas ações desenvolvidas pelo Grupo Emalto. Uma das empresas do Vale do Aço mais reconhecidas no cenário nacional, especializada na produção de peças metáli-cas e caldeiraria, a Emalto realiza um cuida-doso trabalho de separação de resíduos e de educação ambiental, com envolvimento dire-to de seus funcionários e colaboradores.

“Sempre investimos em melhorias nos ambientes de trabalho, dando conforto aos trabalhadores, promovendo projetos sociais próprios, por meio da Fundação Emalto, ou

fomentando iniciativas sócio-culturais na re-gião”, explica Alexandre Torquetti Júnior.

Como parte de sua atuação sustentável, a Emalto promove a destinação correta de todos os resíduos industriais de sua linha de produção. De sucatas de aço carbono a latas de tintas e lentes de vidros, uma grande varie-dade de materiais inservíveis é reaproveitada em diversos outros segmentos, evitando ser despejada na natureza.

A empresa detém mais de 200 hectares de terra, sendo 140 hectares exclusivamente destinados para as ações de reflorestamento.

indústria E MEIO AMBIEnTE

18

Page 18: Revista Contexto #4

Além disso, a empresa investe em novas tecno-logias para eliminação de produtos danosos ao ambiente e no tratamento do esgoto doméstico. “Toda água utilizada na empresa é tratada e ca-nalizada, sendo devolvida ao rio Piracicaba mais limpa do que foi recebida”, destaca a empresa em seu site.

Um dos exemplos desse comprometimento com a qualidade de vida na região está na área de proteção ambiental (APA) Fazenda Vovô Laurindo, criada pelo Grupo Emalto. São 60 hectares de Mata Atlântica localizados no bairro Limoeiro, em Timó-teo, e outra área “filial”, também de 60 hectares, na cidade de Itaunina. A Fazenda Vovô Laurindo abriga atividades de educação ambiental e é res-ponsável pelo abastecimento de ovos, laticínios, carne suína e outros produtos hortifrutigranjeiros servidos no restaurante da empresa, onde mais de 300 pessoas se alimentam diariamente.

A Fazenda Vovô Laurindo, da Emalto: 60 hectares

de Mata Atlântica e educação ambiental

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UrbanidadesRogério Braga de Assunção

Arquiteto e [email protected]

Há 15 anos, a Bolha D`água existe paraque você se sinta assim: FELIZ.

Doze anos após sua criação, ain-da se discute a efetiva implantação da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA). Em termos de regulação urbano-ambiental, estamos atrasados em quase tudo: os Planos Diretores deveriam estar prontos em outubro de 2006, os Planos Metropolitanos em 2004, e por aí vão os atrasos. Boa parte do interesse atual, eu acho, é porque afinal percebemos que temos uma região metropolitana consolidada de fato, embora nós ainda não a tenha-mos devidamente regulamentada. Para o governo federal, a RMVA é ape-nas uma aglomeração urbana, porque

temos ou não temos uma Região Metropolitana do Vale do Aço?

O Vale do Aço não é contemplado com obras do PAC porque a RMVA

não está devidamente instituída

o governo de Minas ainda não a imple-mentou conforme os preceitos da pró-pria Constituição do Estado.

Um grande entrave à implantação legal é a falta de coesão entre os muni-cípios ou a falta de uma pressão políti-ca unificada. Um único ganho, talvez, é um valor unitário um pouco maior para

unidades habitacionais em cidades in-tegrantes de RMs. A maior perda sig-nificativa são as verbas e os recursos federais e estaduais perdidos por se-rem destinados exclusivamente à RMs devidamente instituídas. Por exem-plo: o Vale do Aço não é contemplado com diversos tipos de obras do PAC por falta desse enquadramento. Mas as perdas não se resumem aos recur-sos. A sobreposição de despesas que poderiam ser rateadas em conjunto também é outro prejuízo.

Além disso, falta definir exata-mente quais municípios fazem parte da RMVA. Até o governo de Minas se

engana freqüentemente quando inclui Bom Jesus do Galho como parte do Colar Metropolitano em seus documentos. O go-verno do Estado chama de Região Metropolitana

estendida uma coisa que não existe oficialmente, incluindo os municípios de Mesquita, Belo Oriente e Ipaba na RMVA. Na prática, não há especifica-ção do que seja ou para que serve o Colar Metropolitano. Nada diferencia os municípios do Colar, ou seus con-frontantes de outros municípios, nem

mesmo dos que integram a RMVA: Ipatinga, Coronel Fabriciano, Timó-teo e Santana do Paraíso. Faltam muitas definições básicas antes de uma efetiva implantação. Mas isso já começa a ser percebido, o que é um avanço, embora tardio.

É possível efetivar a implanta-ção do Conselho Metropolitano (uma demonstração de coesão) an-tes mesmo da regulamentação final da Região Metropolitana. Também é possível adiantar e implantar o Pla-no Diretor Metropolitano, enquanto não se definem os critérios para o funcionamento da Assembléia Me-tropolitana. Se os municípios qui-sessem, se uniriam e implantariam de fato a RMVA, porque cabe ao Es-tado de Minas Gerais regular apenas 50% dessa implantação, cabendo os outros 50% ao conjunto de municí-pios integrados. Na divisão dos 50% relativos aos municípios membros é que mora o problema da desarti-culação geral. Nos últimos anos tem sido justamente o governo estadual que mais se esforça pela efetivação da RMVA. Quase se pode dizer que só faltam os municípios da região se interessarem mais pelo assunto.

20 ARTiGO

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Page 21: Revista Contexto #4

Em Ipatinga, investir em Educaçãoé investir em desenvolvimento.A Educação em Ipatinga não para de melhorar e com investimentos da atual administração, o kit escolar trouxe economia para as famílias e mais motivação para milhares de estudantes. Foi oferecida mais capacitação para os professores, o convênio com as creches ampliado, mais de 600 vagas foram abertas para crianças de 0 a 5 anos e foi instalada internet gratuita para quase 25 mil alunos da rede municipal e creches conveniadas. Além disso, todas as 37 escolas da rede municipal foram reformadas ou ampliadas e receberam novos equipamentos, utensílios e materiais pedagógicos. Trabalhando com dedicação e seriedade, a Prefeitura está fazendo mais pela Educação. Porque com qualidade de ensino, a cidade fica muito melhor.

BIG

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Em Ipatinga, investir em Educaçãoé investir em desenvolvimento.A Educação em Ipatinga não para de melhorar e com investimentos da atual administração, o kit escolar trouxe economia para as famílias e mais motivação para milhares de estudantes. Foi oferecida mais capacitação para os professores, o convênio com as creches ampliado, mais de 600 vagas foram abertas para crianças de 0 a 5 anos e foi instalada internet gratuita para quase 25 mil alunos da rede municipal e creches conveniadas. Além disso, todas as 37 escolas da rede municipal foram reformadas ou ampliadas e receberam novos equipamentos, utensílios e materiais pedagógicos. Trabalhando com dedicação e seriedade, a Prefeitura está fazendo mais pela Educação. Porque com qualidade de ensino, a cidade fica muito melhor.

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24 EcONOmiA E mERcADO

Algumas escolhas que devemos fazer ao longo da vida são complicadas e até injustas. Logo ao sair da adolescên-cia, muitas vezes sem segurança emocional e vivência, so-mos obrigados a decidir qual profissão exercer. Após definir qual carreira trilhar, ainda há o período de graduação e a consequente atuação prática na área. Sobreviver a todas es-sas fases e continuar gostando da ocupação escolhida não é privilégio de poucas pessoas. Afinal, não são raros os ca-sos daquele primo que nasceu almejando ser médico e não se decepcionou, ou do vizinho que sempre quis lecionar e nunca se imaginou fazendo outra coisa da vida.

Por outro lado, o nosso convívio também é repleto de pessoas que ousaram mudar de profissão. Geralmente, es-sas pessoas pertencem a três perfis básicos: o inquieto por natureza, que possui um interesse por áreas distintas ou cuja primeira escolha profissional não traduziu seu talento; o experiente, que vislumbrou novas oportunidades em ou-tra área ou percebeu a possibilidade de fundir sua profissão à outra; por fim, o insatisfeito, cujos interesses e objetivos mudam com o avançar da idade, e que geralmente escolhe determinada profissão para atender o desejo dos pais.

Conforme estudo divulgado pelo IBGE em 2009, a par-cela que migra para outra carreira é expressiva. Dos brasilei-ros que trabalham, 53% atuam fora de sua área de forma-ção. Na avaliação de Júlio César Alvim, diretor acadêmico da Unipac Vale do Aço, a opção por mudar de profissão é uma característica do mundo contemporâneo e do dinamismo do mercado globalizado.

“Em todas as áreas de atuação, o profissional precisa se adequar a mudanças constantes e estar preparado para in-corporar novos conhecimentos e habilidades à sua carreira. Aliado a essa demanda natural por perfis generalistas, te-mos a instabilidade do mercado e sua frequente valorização e desvalorização por determinadas profissões. Esse panora-ma contribuirá para que mais pessoas reavaliem suas esco-lhas e pensem na possibilidade de cursarem novos cursos e trilharem outros caminhos”, avalia Alvim, ressaltando que o perfil do profissional especializado não será prejudicado em virtude da demanda por generalistas.

“Quem busca se especializar ao máximo em sua área continuará a ser reconhecido. Mas se esse profissional com-plementar seus conhecimentos, ele conseguirá combinar os dois perfis e, certamente, terá mais chances de sucesso”, argumenta o diretor acadêmico, que também possui uma carreira marcada por formações em diferentes áreas. De téc-nico em química, Alvim formou-se em engenharia mecâni-ca e, em seguida, mestrado em administração. “Todos esses cursos foram escolhidos por inquietação e pelas perspecti-vas que cada uma dessas áreas oferecia”, conta.

a ousadia de RECOMEçAR

Mudar de carreira é uma decisão difícil, arriscada e que requer coragem. No entanto, pesquisas mostram que a opção por novos desafios profissionais é cada vez mais freqüente. Independente das circunstâncias,

a certeza é de que nunca é tarde para reavaliar escolhas e buscar a realização por Roberto Sôlha

“A orientação de um profissional é esclarecedora

nos momentos de indecisão na carreira”, diz a psicóloga

Lídia Batista

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Quem nunca acordou sem vontade de ir trabalhar? Normal, acontece. Mas quando o desânimo de enfrentar um dia de trabalho torna-se cada vez mais frequente, talvez seja a hora de avaliar uma possível mudança na carreira. Em situações parecidas, consultar um psi-cólogo pode ajudar a definir áreas mais condizentes com as aptidões e interes-ses de cada um. “A orientação de um profissional também é válida para es-clarecer se a pessoa está passando por uma crise momentânea ou se realmen-te há uma insatisfação grave, que irá aumentar ainda mais sua frustração”, explica a psicóloga Lídia Batista, es-

pecialista em orientação profissional e coaching (treinamento para desen-volver competências individuais).

Para a piscóloga, quando um even-tual período de descontentamento se torna comum e leva ao questiona-mento frequente sobre a profissão escolhida, faz-se necessária uma rea-valiação mais aprofundada da carreira. “Nenhuma escolha está livre de ques-tionamentos e dúvidas. Os momentos de indecisão fazem parte da vida. Seja no casamento ou em diversas outras relações interpessoais, sempre ques-tionamos se aquilo é o melhor para nós. Na profissão, não seria diferente.

Mas quando esses questionamentos chegam ao ponto de interferir na pro-dução e no rendimento do profissional, o aconselhável é procurar orientação e estudar uma possível mudança de car-reira”, diz.

Alguns cuidados podem evitar que a nova escolha profissional seja frus-trante. Para a psicóloga Lídia Batista, o primeiro passo é conhecer a fundo as habilidades exigidas, o dia a dia e as di-ficuldades da profissão almejada. “Em seguida, procure conversar com quem trabalha na área para identificar os melhores benefícios que a ocupação pode trazer”, orienta.

as histórias de qUEM DECIDIU MUDARA REVISTA CONTEXTO conversou com pessoas que enfrenta-ram os riscos inerentes a quem opta por recomeçar sua vida profissional. Acompanhe a seguir histórias curiosas de perso-nagens que apostaram em novas carreiras para evitar a estag-nação e a frustração. Em comum, esse grupo demonstra que sempre é possível mudar de ideia, de vida ou de carreira.

As irmãs Karin (e) e Érika Puntigam passaram a ser

parceiras profissionais, apesar de serem formadas

em áreas diferentes

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As irmãs Érika e Karin Puntigam nunca pensaram em trabalhar juntas. Afinal, o que uma arquiteta e uma bi-óloga poderiam empreender em con-junto? No entanto, a quase improvável possibilidade de parceria profissional entre as irmãs acabou se tornando rea-lidade, em função da decisão de ambas em optar por novas carreiras.

Para Érika, a escolha por outros ru-mos profissionais se deu logo na uni-versidade. No sexto período de Enge-nharia Civil, decidiu que a Arquitetura era sua verdadeira vocação. Já gradu-ada neste curso, estagiou no Patrimô-nio Artístico e Cultural do município de Juiz de Fora, onde estudou. Nes-sa época, ela recebeu uma proposta

para atuar na área de interiores (de-sign, decoração, iluminação). “Como era uma proposta interessante, decidi aceitar. Acabei gostando e me identi-ficando ao ponto de resolver investir nesse ramo”, conta. Enquanto Érika ia acumulando experiência em diversas áreas da Arquitetura, sua irmã Karin fa-zia o caminho inverso.

Aos poucos, foi desanimando com as opções que a Biologia lhe oferecia. Ao todo, ela atuou três anos e meio como professora e consultora ambien-tal. Ao saber que sua irmã Érika pre-tendia investir em interiores, também resolveu apostar em outra ocupação. “Eu sempre me interessei por decora-ção. Morei em Vitória alguns anos e lá

procurei me inteirar sobre esse merca-do. Quando a minha irmã contou que queria abrir uma loja desse segmento, resolvi tentar. Hoje, não me vejo re-tornando à Biologia. Se eu não tivesse mudado de carreira, estaria frustrada”, conta Karin.

Atualmente, as irmãs Puntigam in-tegram a sociedade de uma loja espe-cializada em interiores. Após mais de um ano juntas no empreendimento, elas acreditam que a decisão de mu-dar é benéfica por diversas razões. “A opção por novas carreiras certamente nos deu mais segurança para arriscar e correr os riscos que evitam a estagna-ção. Só cresce quem não tem medo de errar”, diz Érika.

Durante quatro anos, o universo profis-sional de Renam Martins se resumiu basica-mente a observar e noticiar eventos do meio futebolístico. Em Ipatinga, ele trabalhou como repórter esportivo em um jornal e foi assessor de imprensa do principal time da cidade. Na época, o jornalista não se imaginava em outra ocupação que não fosse a de reportar os acon-tecimentos de dentro e fora das quatro linhas do campo. Após deixar o cargo de assessor, Renam passou em concurso público para ban-cário. Inicialmente atraído pela estabilidade, ele acabou gostando da dinâmica do novo emprego e em dois anos assumiu a gerência de atendimento da instituição onde trabalha.

“Ao fazer o concurso, não tinha ideia se iria me adaptar ao emprego. Eu não tinha a di-mensão do que é trabalhar em banco, mas a vivência no jornalismo foi benéfica. No banco, lido diretamente com os clientes e o fato de ter experiência com comunicação facilitou o en-tendimento com o público, ouvir com atenção e encontrar soluções para os problemas dos clientes”, diz, argumentando que mudar de profissão também lhe permitiu desenvolver capacidades até então escondidas.

Embora bem adaptado ao cargo de bancá-rio, Renam não quer largar o jornalismo. Du-rante o primeiro ano no banco, ele inclusive chegou a ser freelancer do jornal O Estado de São Paulo. “Na minha atual função, fica difícil conciliar as duas profissões, mas pretendo atu-ar paralelamente como jornalista assim que eu organizar melhor meus horários”, finaliza.

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De jornalista a bancário: o ex-repórter esportivo Renam Martins acredita que sua antiga profissão tenha ajudado na transição para a outra carreira

EcONOmiA E mERcADO

Page 26: Revista Contexto #4

A decisão de mudar de carreira pode surgir inespera-damente ou de maneira nada planejada. Foi o que aconteceu com Jorge Ferreira, graduado em áreas totalmente díspares. Sua primeira escolha foi pelo curso de Engenharia Eletrôni-ca. Depois de formado, traba-lhou em grandes empresas e durante nove anos foi funcio-nário de uma grande compa-nhia com sede regional. Aos poucos, sua atuação na em-presa passou a envolver outras atividades além da área técni-ca. “Comecei a intermediar e negociar questões trabalhistas e a me inteirar dos trâmites jurídicos. Eu sempre tive uma relação muito próxima com esta área, porque meu pai de criação era “bedel” do curso de Direito da UFMG. Quando a re-gião passou a ofertar o curso, fui aluno da primeira turma. A vida acabou conduzindo essa transição circunstancial para o Direito”, relata Jorge.

Atualmente, a maior parte de suas atividades profissio-nais são preenchidas pela ad-vocacia e como professor de Direito na Faculdade Pitágo-ras. Mas a engenharia não foi deixada de lado. Ele também é proprietário de uma empresa de metalurgia, atividade que o mantém vinculado à sua pro-fissão inicial. No entanto, Jor-ge se diz realizado no Direito. “O grande desafio do Direito é acompanhar as mutações da sociedade. Embora não tenha projetado essa mudan-ça de carreira, a advocacia se sobrepôs à engenharia. Aca-bei me fascinando por essa ciência que não depende de equações, mas obriga que o profissional entenda os fun-damentos de cada área a ser defendida”, conclui.

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Para Jorge Ferreira, a segunda escolha profissional lhe trouxe mais realização na carreira

Page 27: Revista Contexto #4

Com apenas 28 anos de idade, Deco Coelho é o típico caso de pessoa que já “fez de tudo um pouco”. Sua trajetória profissional, iniciada ainda na adoles-cência com o curso técnico de Mecânica e Manutenção, sempre foi marcada por decisões que o levaram para diferentes áreas do conhecimento. Para Deco, as transições bruscas sempre foram natu-rais e impulsionadas pelo objetivo de encontrar uma ocupação com a qual se identificasse. “Terminando o curso téc-nico, eu passei a dar aulas de tênis para crianças. Sempre me ocupei de ativida-des diferentes, era a melhor maneira para avaliar a profissão que eu queria escolher”, conta.

As ocupações escolhidas por Deco não foram poucas. A formação técnica o fez ingressar numa grande empresa re-gional, na qual trabalhou por seis anos. Durante esse período, optou por cursar Administração. A graduação permitiu-lhe outra aposta profissional: investir no mercado de ações. “Com a crise eco-nômica de 2009, preferi dar um tempo nas operações da Bolsa de Valores. Na mesma época, eu havia feito concurso para ingressar no Corpo de Bombeiros e não fui chamado de início. Paralelamen-te, eu estava trabalhando como instru-tor de autoescola, até que fui chama-do para fazer o curso preparatório dos bombeiros”, conta. Segundo Deco, ele nunca havia pensado em fazer carreira na corporação. A opção em fazer o con-curso foi influenciada pela indicação de um conhecido.

“Não tinha grandes pretensões como bombeiro, mas acabei me identi-ficando totalmente com o cotidiano da profissão. Por eu ser formado em Admi-nistração, poderia até atuar nessa área no próprio Corpo de Bombeiros, mas quero continuar prestando atendimen-tos. A correria e o inesperado fazem par-te da rotina de um bombeiro, e foi isso que me fez gostar tanto da profissão”, diz Deco, que já completou um ano na nova carreira. No entanto, ele não des-carta eventuais incursões pelas ciências exatas.

“Ainda quero voltar a investir na compra e venda de ações, uma ativida-de para a qual estudei e estou prepara-do. A vida é muito curta para ficar preso somente a uma ocupação”, conclui.

Embora formado em Administração, a profissão de bombeiro acabou sendo a escolha de Deco Coelho

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29 ARTiGO

Certa vez ouvi um gestor co-mentar: “Estamos trabalhando bastante e isso é tudo! Sobrevi-vemos até aqui sem adotar ne-nhuma estratégia!” Em partes, eu concordo com ele. De nada adiantaria a estratégia se não hou-vesse demanda pelos produtos e serviços da empresa. Podemos até entender a ausência de estra-tégia como uma virtude, um sinal de flexibilidade na organização ou que se pode trabalhar com uma formatação menos burocrática. A

A essência da estratégia

A vantagem competitiva é, na melhor das hipóteses, uma situação temporária

ausência de estratégia não preci-sa ser associada ao total fracasso organizacional principalmente quando se trata de pequenas e médias empresas.

Entendo que alguns seg-mentos são mais conservadores e atualizam-se de forma menos ágil, mas dificilmente são estáti-cos. Entretanto, para progredir é importante analisar as mudanças no mercado e, cada vez mais, ter um olhar para fora, buscar alter-nativas, acompanhar tendências e se atualizar. Sendo assim, não estamos longe de pensar estrate-gicamente, pois pensar no contex-to da organização e no ambiente em que esta se insere é o primeiro passo para desenhar a estratégia corporativa.

Criar um plano estratégico que torne a empresa competitiva e rentável é altamente desafiador. O diferencial de hoje pode não garantir o sucesso de amanhã, pois a vantagem competitiva é,

na melhor das hipóteses, uma si-tuação temporária. Frente a esse pensamento, pode-se perguntar: afinal, o que é estratégia? A es-tratégia pode ser vista como um conceito múltiplo que tem a ver com a competição para o futuro e não a competição no presen-te. Chega um momento em que é preciso definir quem somos e o que fazemos bem. Esta é a es-sência da estratégia! A ordem é identificar tendências, intensificar discussões sobre o foco, detalhar

o caminho a seguir e criar um plano estratégico.

Este plano diz respeito tanto à organização como

ao ambiente, pois a organização usa a estratégia para lidar com as mudanças de ambiente.

Para que a estratégia seja con-sistente e eficaz, é necessário de-finir também o posicionamento, que é o fruto das escolhas estra-tégicas que a organização deve fazer. Na medida em que são defi-nidas questões que dizem respei-to ao mercado, cliente, produtos, serviços e proposta de valor, esse posicionamento agrega mais consistência à formulação da es-tratégia.

Às empresas que não tem estratégia definida, o importan-te é refletir sobre a adesão a um novo padrão para enfrentar os desafios atuais e, se necessário, identificar um parceiro para rea-lizar este projeto. Afinal, exige-se que as empresas se tornem gra-dativamente mais competitivas, atualizadas e em sintonia com o mercado.

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Page 29: Revista Contexto #4

Segundo a mitologia antiga, a noi-te é a mãe do sono e o seu irmão gê-meo é a morte. O tom aparentemen-te tenebroso desse dito poderia ficar guardado eternamente nos livros e nas memórias poéticas dos historiado-res, não fosse uma dura constatação do mundo contemporâneo: nos dias de hoje, as pessoas cada vez mais dor-mem mal e menos. O resultado desta disfunção do organismo, então, acaba se transformando num pesadelo para toda a vida e até levando, no limite ex-tremo, à perda da própria vida.

Ninguém duvida que uma boa noite de sono garanta energia para um dia inteiro de atividades, seja no trabalho, na escola ou no ambiente familiar. Mas a verdade, segundo es-pecialistas, é que exatamente o ritmo estafante do cotidiano interfere, mui-tas vezes, na qualidade do sono ne-cessário para o corpo repousar e re-tomar o seu funcionamento normal, ocasionando uma série de malefícios graves à saúde. Desde as mais co-muns, como ronco, bruxismo, apnéia e insônia, até síndromes de maior complexidade, como sonambulismo,

epilepsia noturna e narcolepsia, os chamados distúrbios do sono exacer-bam problemas médicos, psiquiátri-cos e psicossociais de variados níveis.

Atualmente, mais de 80 distúrbios do sono estão catalogados por enti-dades que estudam o assunto. O mais comum deles, a apnéia obstrutiva do sono, já é considerado um sério pro-blema de saúde pública. Mas no Bra-sil, infelizmente, a União, os Estados e os Municípios não reconhecem a gravidade desses males para a popu-lação. No Vale do Aço, há raríssimas exceções, como a Prefeitura de Ipa-tinga, que inicia uma parceria para oferecer tratamento na rede pública, e também a Prefeitura de Timóteo, que estuda oferecer o atendimento em convênios com clínicas especiali-zadas.

“O reconhecimento da apnéia como questão de saúde pública, por parte dos governos, diminuiria signi-ficativamente os custos com a saúde, na medida em que permitiria a ação primária de prevenção contra certas doenças crônicas”, argumenta o mé-dico Sandro do Carmo de Carvalho,

especialista em Medicina do Sono, Geriatria e Gerontologia. Segundo ele, 50% dos casos de diabetes tipo 2 e de hipertensão são originários da apnéia, que pode provocar tam-bém enfartos, derrames cerebrais e arritmias cardíacas. Além disso, há o aumento do número de acidentes de trânsito, muitas vezes ocasionados pela síndrome de sonolência diurna excessiva, e cerca de 40% dos casos de impotência sexual por diminuição de libido estão associados à baixa qualidade do sono.

Semelhante ao posicionamento contundente do médico Sandro de Carvalho, diversos estudiosos e in-tegrantes da Associação Brasileira do Sono também criticam a apatia dos poderes públicos para tratar de um assunto que alcança dimensões alarmantes na sociedade. Apesar dos avanços registrados na primeira década do século XXI, como a libera-ção da importação de medicamentos para o tratamento de narcolepsia, ainda falta muito a ser feito para que o governo combata os distúrbios do sono com a atenção necessária.

PEsADElOs DA vida moderna

Cada vez mais comuns, os distúrbios do sono viram problemas de saúde pública não reconhecidos pelos governos

30 SAÚDE

por Luís Fernando Andrade

Page 30: Revista Contexto #4

alimento essencial para uma vida de qualidade

medicina avança contra a apnéia

RIsCOs AMEAçAM O RElógIO BIOlógICO

“Pode-se dizer que o sono é um alimento. A pessoa que não dorme bem fica cansada no outro dia e não consegue produzir adequa-damente suas tarefas. O sono interfere diretamente no desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e so-cial da pessoa”, diz Sandro de Carvalho, diretor do Ins-tituto de Medicina do Sono, fundado no Vale do Aço em 2007.

O sono representa um esta-do reversível de desligamen-to da percepção do ambien-te e com modificação do nível de consciência, envol-vendo complexos mecanis-mos fisiológicos. Durante o sono, são identificados dois estados distintos: o sincro-nizado (ou sono não REM), que predomina na primeira metade da noite, e o des-sincronizado (ou sono REM – rapid eyes movement),

caracterizado pela alta fre-quência das ondas cerebrais e também denominado de “sono dos sonhos”.O estudo aprofundado so-bre a importância do sono foi iniciado na década de 1940. O primeiro laboratório especializado no tema foi criado nos anos 1970, nos Estados Unidos, para estu-dar especificamente a nar-colepsia – uma doença neu-rológica que faz com que as

pessoas durmam a qualquer momento, em razão de um déficit da produção de ore-xina (neurotransmissor que faz ficar acordado). Na déca-da seguinte, a Medicina do Sono passou a ser estudada no Brasil. No mundo todo, as pesquisas sobre os dis-túrbios ganharam impulso e novas tecnologias passaram a ser desenvolvidas para au-xiliar na avaliação e no trata-mento dos pacientes.

No Instituto de Medicina do Sono, que funciona no bairro Veneza I, em Ipatin-ga, é disponibilizada toda a tecnologia para a avaliação e o tratamento dos pacien-tes. A unidade oferece, por exemplo, a polissonografia, o exame mais completo para estudar o assunto. Ele forne-ce informações simultâneas sobre várias funções duran-te o sono completo de uma noite. Conforme os especia-listas, os distúrbios do sono têm grande impacto familiar

e no paciente. A apnéia do sono, especialmente, precisa ser encarada como “um caso sério de saúde pública”. Essa desordem do sono se ma-nifesta em crianças, jovens, adultos e idosos e pode ser tratada e prevenida. A apnéia é a parada ou in-terrupção total da passagem do ar nas vias respiratórias por mais de 10 segundos, acompanhado de um micro despertar que dura de 3 a 15 segundos, e da queda da oxigenação do sangue. Inva-

riavelmente, leva a pessoa a fragmentar o seu sono. As conseqüências são dores de cabeça, sonolência diurna, irritabilidade, dificuldade no aprendizado, depressão, aci-dentes no trânsito ou no tra-balho, queda do rendimento e diminuição da libido.Um dos grandes avanços no tratamento da apnéia do sono veio com o aparelho conhecido como CPAP nasal (traduzindo do inglês, pres-são positiva contínua das vias aéreas). A contribuição

deste equipamento para a qualidade de vida dos pa-cientes de apnéia é bastante considerável, pois ele con-trola o fluxo de ar e a pres-são necessária para a manu-tenção regular da respiração durante o sono. O problema é que o aparelho é importa-do dos EUA e custa cerca de R$ 7 mil, o que dificulta sua aquisição. Uma vez mais, o Estado, que poderia intervir para baratear os custos des-se equipamento, fecha os olhos para essa realidade.

Mesmo com toda informação acumulada nas últimas décadas, não se sabe ao certo a função do sono. Uma das hipóteses mais aceitas é que ele se destina à recuperação pelo organismo de um possível débito energético estabelecido durante o dia. Ain-da assim, não dá para definir a carga horária ideal de sono, pois há diversos fatores que podem afetar a sua qualidade, como idade, ritmo cotidiano, lumino-

sidade e temperatura ambiente, ingestão de álcool e drogas ou patologias crônicas. O importan-te, de fato, é cada um conhecer bem e saber respeitar o seu pró-prio relógio biológico.O Vale do Aço, região siderúrgi-ca e altamente urbanizada, apre-senta uma série de fatores de ris-cos que propiciam o surgimento e o agravamento dos distúrbios do sono. Muitos metalúrgicos, garçons, taxistas e guardas de

segurança, sofrem da síndrome do sono em trabalhadores de turnos, gerada pelas constantes mudanças dos horários reserva-dos para o descanso. Poluição do ar, obesidade, sedentarismo, má alimentação, consumo de álcool, histórico familiar e uso excessivo de medicamentos também estão presentes no dia a dia regional e potencializam a disseminação dos distúrbios en-tre a população.

Page 31: Revista Contexto #4

Sono SagradoA rotina do administrador ipatinguen-se Luciano Campos Rocha passou por uma drástica mudança a partir de 2008. Em razão de um tratamento contra um linfoma, ele foi obrigado a tomar altas doses de cortisona e teve um ganho de peso acentuado, com o aumento da cir-cunferência do pescoço e do abdome. Como conseqüência, o ronco normal e suportável que o acompanhava desde a infância evoluiu para um quadro grave de apnéia do sono.Luciano conta que já havia adquirido um certo vício de dormir tarde, mesmo tendo que acordar cedo para trabalhar. Mas com a apnéia, dormir virou motivo de preocupação para seus pais durante a noite e a sua rotina diária passou a ser extenuante. “Na apnéia, a pessoa pensa que dorme, mas nunca chega a atingir o

sono profundo. Com isso, o rendimento cotidiano cai, a irritabilidade aumenta e afeta o próprio convívio familiar e so-cial”, relata o administrador.Em agosto de 2008, Luciano fez o exame de polissonografia, por recomendação de um otorrinolaringologista. Os resul-tados foram alarmantes: de sete horas de avaliação durante o sono, foram registrados apenas 13% de sono REM (cerca de 55 minutos), com impressio-nantes 103 micro despertares por hora dormida. O sono de Luciano era um ver-dadeiro martírio para seus pais, José In-grácio da Rocha e Nilce Helena Campos Rocha. “Praticamente, ninguém dormia direito aqui em casa, pois ele entrava em apnéia a todo momento. Tínhamos que ficar vigiando para ele não sufocar”, relembra sua mãe.

Antes de diagnosticar a apnéia, Lucia-no se incomodava com as reclamações sobre o seu ronco, achava tudo uma chateação e exagero por parte dos fa-miliares. Até que passou a reparar que estava mais sonolento durante o dia, chegando a dormir em pleno serviço e até no carro, felizmente, quando estava parado num sinal vermelho. Após a po-lissonografia, ele adquiriu um aparelho CPAP, que modificou para melhor a sua rotina. “Notei a diferença desde o pri-meiro dia que usei o CPAP. Hoje consigo dormir a noite toda e assistir a um filme inteiro. Além disso, perdi peso e melho-rei a minha concentração diária”, atesta Luciano, que depois de quase dois anos de noites mal dormidas redescobriu o sentido literal da expressão “o sono é sagrado”.

• - • Não durma de barriga vazia, mas evite refeições pesadas antes de dormir.• - • Evite dormir em ambientes claros, pois a luminosidade inibe a produção de melatonina, hormônio que regula o sono.• - • Certifique-se de que o colchão e o travesseiro estão adequados e a sua postura, correta, para uma boa noite de sono.• - • Aparelhos eletrônicos, como computador, televisão e videogame, provocam excitação e devem ser evitados à noite.• - • Calor ou frio excessivos perturbam o sono. Temperatura abaixo de 17 graus causa sonhos desagradáveis e calor acima de 29 graus provoca mais despertares e movimentação durante a noite.

DICAS PARA DORMIRBEM

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Page 32: Revista Contexto #4

Ao longo de quase três décadas, o Kartódromo Emer-son Fittipaldi sediou grandes eventos e se tornou referên-cia no país. Nos últimos anos, porém, os amantes do espor-te passaram a ter a opção de experimentar a emoção de percorrer os 1.200 metros da pista do kartódromo. Com o serviço de aluguel de karts, o kartismo está se difundindo ainda mais na região e tornou-se uma opção de lazer per-

feita para quem gosta de esportes radicais. Desde janeiro, uma nova frota de karts está à disposição do público. São 10 veículos apropriados para corredores iniciantes, mas que chegam a atingir até 80 km/h de velocidade.

Antes de correr, os participantes recebem as orientações e o equipamento completo de segurança. Depois, é deixar a adrenalina bater e se divertir acelerando nas curvas e retas

velocidade e adrenalina

serviço: Radical Kart Funcionamento: de quarta a sexta, de 14h às 22h; sábados e domingos, de 10h às 21hparticipantes: mínimo quatro pilotos por vezpreço: R$ 40 (15 minutos) e R$ 75 (meia hora)Informações: 3824 7502

do kartódromo. “Andar de kart é uma experiência que não dá para ser descrita. Só estando na pista para saber. Quem corre uma vez, sempre quer voltar”, diz Enildo Batista, dire-tor da Radical Kart, empresa que oferece o aluguel de karts.

Kart vira opção de lazer em Ipatinga

33 ESpORTE E lAzER

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Page 33: Revista Contexto #4

O circuito de cidades históricas mi-neiras é rota obrigatória para conhecer as tradições do Estado. Embora as princi-pais cidades que integram esse circuito sejam familiares – todos já ouviram falar de Diamantina, Tiradentes ou São João Del Rei -, alguns municípios acabam es-quecidos ou deixados de fora da rota de muitos viajantes. É o caso de Mariana, muitas vezes eclipsada pela badalada e famosa Ouro Preto, sua vizinha.

Embora mais calma e discreta, Ma-riana é repleta de atrações a serem vi-sitadas e descobertas por uma parcela maior de visitantes, a começar pela variedade de museus à altura de sua riqueza histórica. O Museu Arquidio-cesano de Arte Sacra, por exemplo, está instalado em uma das mais belas construções da cidade e possui um dos mais ricos acervos de arte sacra do Brasil. Já o Museu da Música, o único

do gênero no país, reúne o mais im-portante acervo latino-americano de música sacra manuscrita. Em seu acer-vo estão partituras, documentos raros dos séculos XVIII e XIX, instrumentos musicais e livros. É palco de concertos, atividades de formação, oficinas e ex-posições permanentes.

Considerada a primeira cidade planejada de Minas, Mariana também impressiona pela beleza de suas igre-jas. Em especial, as igrejas da Praça Minas Gerais, um dos mais impor-tantes conjuntos arquitetônicos do período colonial. Na praça, também se localizam outros monumentos his-tóricos, como o pelourinho e a antiga Casa da Câmara e Cadeia. Nos últimos anos, a cidade passou por reformas que deixaram seu Centro Histórico mais conservado e que podem lhe garantir o título de Patrimônio Cul-

tural e Histórico da Humanidade – atualmente, a concessão está sendo estudada pela Unesco.

O reconhecimento, certamente, faria justiça à primeira cidade mi-neira, cuja ocupação data de 1696, a partir da chegada de bandeirantes em busca de ouro e pedras precio-sas. Além de primeira cidade, Ma-riana ocupa a posição de primeira capital e primeira sede do bispado em Minas Gerais. Ao visitante, a mais antiga das cidades históricas ainda reserva cachoeiras, bons bares e res-taurantes e estrutura adequada para receber os turistas. Basta iniciar o roteiro a partir da Secretaria de Cul-tura, na Rua Direita do Centro Histó-rico. No local há um centro de apoio aos visitantes, que oferece todas as informações necessárias para conhe-cer Mariana.

ONDE tuDO COMEçOUOs encantos de Mariana, a primeira cidade de Minas

34 TuRiSmO

O traçado poligonal e ovalado realça a beleza da igreja São Pedro dos Clérigos

A Casa de Câmara e Cadeia e o pelourinho compõem parte da riqueza da Praça Minas Gerais

Nas ruas, a venda depedras preciosas remete ao passado de Mariana

Mina da Passagem: a maior mina de ouro aberta à visitação pública no mundo

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Page 34: Revista Contexto #4

35 ARTiGO

Se perguntarmos, uns aos outros, o que é o amor, certamente encon-traremos muitas respostas, as mais distintas possíveis. Porém, não seria surpreendente perceber que mesmo as mais divergentes estejam corre-tas e façam pleno sentido. O amor é uma experiência individual, não é de fácil descrição, uma vez que não há palavras para tudo o que sentimos. Entretanto, como muitos relatam a vivência do amor, deve haver alguma interseção entre esses sentimentos.

Camões, em 1500, já dizia que tão contrário a si é o mesmo amor.

Um outro olharAmanda de sá Borges

Psicóloga especialista em Psicologia Clí[email protected]

O que é o amor?

A demanda por ser amado e desejado é fonte que alimenta a vida

As discussões sobre o tema não co-meçaram aí. O Banquete, de Platão, já permeava uma das mais belas discus-sões sobre o amor. Segundo a expli-cação de Sócrates, para comemorar o nascimento de Afrodite, deusa grega da beleza, seus pais, Dione e Zeus, promoveram um belo banquete. Além de vários deuses, encontrava-se na festa Recurso, o esperto, filho de Prudência. Enquanto todos banque-teavam, surge Pênia, a pobreza, para mendigar as sobras e senta-se à porta da celebração. Embriagado, Recurso vai ao jardim de Zeus e lá adormece. Ao vê-lo adormecido, Pênia deseja um filho seu. Os dois acabam conce-bendo Eros, o deus do Amor.

Por ter sido concebido no dia do nascimento de Afrodite e em uma festa em sua homenagem, Eros ama e procura o que é belo, é devoto da beleza. Sendo filho da Pobreza, está longe de ser delicado e belo. Ao con-trário do que todos costumam pen-sar, é um mendigo que vive sem leito nem conforto. Por outro lado, de sua herança paterna, é bravo, audaz, tra-ma maquinarias e é excelente caça-

dor (por isso as flechas do Cupido). É também grande feiticeiro, mago e sofista. Em função do paradoxo de sua origem, é capaz de nascer e morrer no mesmo dia, e também de renascer, não sendo mortal nem imortal. Não é miserável, mas não vive na completa opulência.

Tudo o que consegue o escapa, não sendo nem rico nem pobre. Não é tão sábio como o pai nem comple-tamente tolo como a mãe, buscando em alguns momentos o saber e, em outros, consentindo em sua igno-rância. Dentre todas suas caracterís-

ticas, o Amor pode ser descrito como o que não é. E certo de sua incompletude e insuficiência, deseja.

Desde o nosso nascimento, o que nos movimenta é o amor e, para além dele, o desejo de sermos amados. O que nós so-mos é consequência da pessoa que desejamos ser para conseguirmos o amor do outro. É impossível um ser humano viver e se estruturar sozi-nho. Ninguém está livre do olhar do outro. A demanda de ser amado e desejado pelo outro é fonte que alimenta a vida. Amamos o que há de nós no outro.

Mas também reconhecemos no outro algo de valioso que não temos – e que desejamos. Perce-ber isso é admitir que somos in-completos, assim como Eros. Esse reconhecimento nos impulsiona na aventura pela busca do que nunca vamos encontrar plena-mente, mas que estaremos sem-pre buscando.

Todas as verdades sobre o amor, mesmo que opostas, ainda sim se-rão verdades. Cada versão tem nas mãos o poder de, nesse eterno pa-radoxo, nascer, morrer e renascer. E, a cada dia, construir a sua verdade.

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Page 35: Revista Contexto #4

36 ROTAS

Documentar e divulgar as principais áreas de preservação ambiental do país. Estes são os prin-cipais objetivos da expedição Rotas Verdes Brasil, o mais novo trabalho da Fauna e Flora Documen-tários. Durante sete meses, o documentarista de natureza, Fernando Lara, estará em campo produ-zindo imagens de mais de 30 parques e reservas biológicas do País. Serão 18 mil quilômetros de estradas, passando por 20 estados brasileiros. Todo este trabalho será realizado a bordo de uma moto-cicleta.

As imagens, entrevistas, impressões e roteiros da expedição serão catalogadas e documentadas no livro digital “Rotas Verdes Brasil”. A obra será disponibilizada gratuitamente pela internet, com detalhes e imagens de toda a expedição. O obje-tivo é divulgar os parques e as reservas biológicas, além de promover a importância de proteger estas áreas ambientais.

A expectativa de Fernando Lara, fundador da F&F Documentários, é que a expedição comece em abril, no Parque Estadual do Rio Doce (Perd). A par-tir daí, toda a trajetória da Rotas Verdes Brasil po-derá ser acompanhada pela internet, por meio do site oficial www.rotasverdesbrasil.com.br, e tam-bém pela Revista Contexto, uma das apoiadoras do projeto. Nas próximas edições, serão divulgados detalhes e fotos da expedição.

O ipatinguense Fernando Lara é documentarista há mais de 10 anos. Em seu portfólio, estão traba-lhos no Pantanal, nas Amazônias brasileira e boli-viana, na Colômbia além de países africanos como Uganda, Quênia, Tanzânia e Ruanda. O profissional também já registrou as belezas do Parque Estadual do Rio Doce, por onde a expedição irá começar. Nas próximas páginas, uma prévia do que será a expedi-ção Rotas Verdes Brasil, com fotos de trabalhos rea-lizados anteriormente por Fernando Lara em várias regiões do Brasil, incluindo Amazônia e Pantanal.

por Edlayne de Paula

Expedição Rotas Verdes Brasil irá percorrer cerca de 30 parques e reservas biológicas do país

18 mil quilômetros de motocicleta

Page 36: Revista Contexto #4

biguatinga, a ave-cobra do Pantanal

jacarÉ Pedra na amaZônia

Page 37: Revista Contexto #4

quilombo indaiÁ em antônio dias (mg)

caÇador de caPivari (mg)

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iguana no Pantanal sul

cascavel na serra do cocais

Page 39: Revista Contexto #4

Se a música da banda Candeeiro Encantado precisasse ser definida em apenas uma palavra, talvez a mais in-dicada fosse “híbrido”. O grupo timo-tense aposta em uma rica fusão de ritmos e elementos elaborados a par-tir de uma minuciosa pesquisa. Ao ver e ouvir o show da banda, a impressão é de estar diante de uma proposta nova, que se propõe a sair do lugar comum. Esta fórmula é um dos gran-des méritos do Candeeiro Encantado.

A pluralidade se configura a par-tir do perfil da banda, composta por músicos de escolas diferentes. O gui-tarrista Junior Endrik possui forma-ção erudita.

Já o baterista e ritmista Wemer-son Rodrigues (Geléia) é estudioso dos cultos afro-brasileiros, os tam-bores de Minas e percussão em ge-ral. Por sua vez, o baixista Gilles se criou no jazz e no rock, e o vocalista Caio Nabuco começou sua carreira

cantando música nordestina, mas há algum tempo se dedica a uma ampla pesquisa sobre as matrizes da músi-ca brasileira. A banda procura não se limitar a rótulos e a um gênero espe-cífico, como explica o vocalista.

“No Candeeiro Encantado, busca-mos dialogar gêneros que represen-tam a diversidade da nossa música, como baião, xote, xaxado, samba, umbigada e maracatu, com a lingua-gem contemporânea e elementos da

40 culTuRA

Gilles, Juninho, Geléia e Caio Nabuco: hibridez sonora

por Márcio de Paula

CANDEEIRO ENCANtADODIálOgO EnTRE O AnCEsTRAl E O MODERnO

Page 40: Revista Contexto #4

música eletrônica e do rock. A nos-sa proposta é promover esse diálo-go entre o ancestral e o moderno. Conceitualmente, é saber de onde viemos, onde estamos e pra onde vamos, em termos musicais,” diz Nabuco.

Nas letras do Candeeiro, perce-be-se uma necessidade imperiosa de questionar e alertar sobre as re-lações do homem com a natureza, com o modelo de sociedade adota-da e com o próprio homem. O vo-calista explica que a inquietação e inconformidade vêm da perspectiva da banda sobre a contemporanei-dade. “Abordamos temas que falam de um futuro muito incerto e obs-curo. Eu não vejo esse futuro com bons olhos se continuarmos nesse caminho. Temos pouquíssimo tem-po para mudar tudo, porque está claro que isso vai ruir, aliás, já esta ruindo,” diz. Essa perspectiva pode ser facilmente identificada na can-ção Pensando Bem: “Quem nos ga-rante que num instante, não pode estar tudo desfeito...”

REgIOnAlIsMO

A releitura dos ritmos regionais e tradicionais do Brasil sempre este-ve ligada aos movimentos musicais considerados inovadores do nosso país. A partir da “defesa” do regional, bandas como Chico Science e Nação Zumbi, Lenine e o movimento Tro-picália conseguiram se afirmar em âmbito nacional e encontraram sua própria originalidade. Embora man-tenham uma estreita relação com as raízes de nossa história musical, os in-tegrantes do Candeeiro afirmam que não há marcas que os identifiquem dentro de um cenário regional.

Para eles, a intenção é que o som da banda seja absorvido de maneira plural, em qualquer parte do mun-do. Formado em 2007, o Candeeiro atualmente se ocupa das gravações de seu primeiro álbum, a ser lança-do nesse primeiro semestre. O tem-po de maturação até a gravação do disco foi importante para se chegar a um conceito, segundo os músicos. O grupo não teve pressa para colocar o

pé na estrada, e sim, a consciência de pesquisar, experimentar e promover um som que o diferencie.

O nome Candeeiro Encantado foi escolhido pela identificação com o lampião que tem a função de levar luz onde há escuridão. Para o guitar-rista Juninho Endrik o som da banda possui uma identidade que não veio ao acaso. “Trabalhamos com a busca de conceitos, priorizando a autentici-dade e a confluência dos elementos,” argumenta.

Apesar de transitar por vários es-tilos, a banda timotense consegue fazer um som autoral que flui de maneira orgânica. A particularidade do timbre do vocalista Caio Nabuco, somado à guitarra roqueira e cheia de brasilidade de Juninho, encon-tram equilíbrio na agressividade do baixo de Gilles e no vigor da bateria tocada por Geléia. Aliado às letras de conteúdo reflexivo, o Candeeiro Encantado tem tudo para ser um expoente da cena cultural da terra do aço para além das montanhas de Minas Gerais.

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42 SOciAl

No dia 3 de março, foi reali-zada, no auditório da Fundação ArcelorMittal (Aperam), a cerimô-nia de posse da nova diretoria da Aciati/CDL. A entidade represen-ta a engrenagem socioeconômica que move o município e o novo presidente Híler Felix está ciente dos desafios de sua gestão. Entre eles, o de restabelecer o estacio-namento rotativo no centro co-mercial e ampliar o número de associados. A fomentação do tu-rismo é outro assunto na pauta de discussão e a Aciati/CDL preten-de participar ativamente desse processo. “Uma das prioridades é inserir a nossa cidade no Circuito Mata Atlântica. Precisamos criar parcerias, buscar apoio junto ao poder público e a iniciativa priva-da, organizar uma pauta de even-tos, promover fóruns e debates para incrementar o turismo na nossa cidade, afinal, é uma impor-tante fonte de renda, emprego e lazer”, destaca Híler.

Para reforçar a segurança no município, a entidade estuda a implantação do programa Olho Vivo. Entre o empresariado local, é grande a expectativa pela insta-lação de um Centro de Distribui-ção. Segundo Híler, a área está em fase de negociação com a Prefei-tura de Timóteo e fica próxima à futura alça de acesso à BR-381. “O Centro de Distribuição vai trazer progresso, gerar demanda por mão-de-obra e emprego para a cidade, com efeitos positivos para toda a região”, conclui. A nova diretoria é composta por 24 em-presários, que permanecerão dois anos no mandato. Após a posse, foi oferecido um coquetel aos convidados.

aciati/cdl EMPOssA nOVA DIRETORIA

Alexandre Jr, Patrícia e Sr. Torquetti

Djalma e Dayse

Renata e Marta

Robson Rodrigues e Eliane Assis

Derlaine, Tânia e Rita

Flávio Leal, Carlos e Everaldo

Lídia, Sônia, Cleber, Jader e Maicon

Wander Luís e Hiler Félix, o presidente da Aciati/CDL

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