ibrati.orgibrati.org/sei/docs/tese_863.docx · web viewinstituto brasileiro de terapia intensiva...

34
INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA IBRATI SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA SOBRATI MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA FELIPE LEITE NETO PERFIL DOS PACIENTES INTERNADOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PÚBLICA DO MARANHÃO

Upload: tranminh

Post on 26-Jan-2019

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATISOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATIMESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA

FELIPE LEITE NETO

PERFIL DOS PACIENTES INTERNADOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PÚBLICA DO MARANHÃO

Brasília-DF2015

FELIPE LEITE NETO

PERFIL DOS PACIENTES INTERNADOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PÚBLICA DO MARANHÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Terapia Intensiva, do Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva.

Orientador: Prof. Dr. Douglas Ferrari Carneiro

Brasília-DF2015

FELIPE LEITE NETO

PERFIL DOS PACIENTES INTERNADOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PÚBLICA DO MARANHÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Terapia Intensiva, do Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva.

Aprovada em: 30-08-2015

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Douglas Ferrari CarneiroInstituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI

Presidente (Orientador)

Prof. Dr. Edilson Gomes de OliveiraInstituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI

Examinador

Prof. Dr. Marttem Costa de SantanaInstituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI

Examinador

2

Dedico este trabalho ao ser supremo que até aqui tens me sustentado e iluminado para conseguir realizar mais uma vitoria na minha vida e posteriormente quero dedicar aos meus familiares e a equipe da UTI de Caxias e ao IBRATI por me proporcionar este mestrado profissionalizante.

AGRADECIMENTOS

3

Não existe coisa tão nobre quando se é grato, por isso quero externar minha

sincera e singela gratidão, em primeiro lugar a Deus, por me amar de uma forma

incondicional e por ter sido sempre fiel a mim, mesmo eu não merecendo.

Também quero agradecer duas pessoas que mesmo na sua simplicidade e

humildade soube me educar de uma forma tremenda e tudo que estou tornando-me

devo a vocês meus pais Francisco e Eliezy, amo vocês!

E por fim quero agradecer meus irmãos Elifran, Eline, Miquéias e o Rian pela

cumplicidade e companheirismo e ao meu querido orientador: Doutor Douglas

Ferrari que é sinônimo de sabedoria e ao meu nobre coorientador professor Marttem

Costa, pela paciência e orientação e a todos que fazem parte da Unidade de Terapia

Intensiva do hospital geral da cidade de Caxias-Ma.

4

Feliz o homem que encontrou a sabedoria, o

homem que alcançou o entendimento.

(Bíblia Sagrada)

5

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................07

2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................09

3 METODO.................................................................................................................11

4 RESULTADOS........................................................................................................13

5 REFERENCIAS.......................................................................................................22

6

1 INTRODUÇÃO

Segundo Abrahão (2010), a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um

ambiente complexo, em quer admite pacientes principalmente graves que

necessitam de assistência individualizada, com monitorização dos sinais vitais e

observação contínua. A mesma conta com equipamentos modernos e uma equipe

de enfermagem, equipe médica e entre outras equipes de profissionais

especializados para proporcionar aos pacientes um bem estar, amenizando o

sofrimento do mesmo.

A unidade de terapia intensiva é um local destinado para a internação de

clientes críticos, que possui ambientes individuais ou coletivos, dependendo da

gravidade, faixa etária, patologia (MOZACHI et al., 2009). Quando se fala em

ambientes individuais dependendo da patologia, quer dizer, pacientes com

queimaduras graves, imunodeprimidos, doenças infecto contagiosas por aerossóis

ou gotículas, onde a assistência requer mais atenção no uso de equipamentos de

proteção individual para proteção da equipe de profissionais e para o paciente.

O processo de implantação e implementação em nível nacional foi gradativo e

substanciado de forma mais consistente pelas práticas americanas na área da

atenção à saúde. O pressuposto primordial da especialidade é monitorizar as

funções orgânicas e diagnosticar alterações em fase primaria, intervindo de forma

decisiva no prognóstico dos pacientes graves, anteriormente com pouca ou

nenhuma chance de sobrevivência. Posteriormente, além de monitorização cardíaca

foram inseridos novos meios tecnológicos, como oximetria, monitorização

hemodinâmica, monitorização da pressão intracraniana, e outros procedimentos

invasivos ou não, que permitem uma ampla avaliação em tempo real das funções

orgânicas e intervenções antes inviáveis.

Em 2001 surgiu a segunda maior Sociedade Mundial de Unidade de Terapia

Intensiva e Emergência, a SOBRATI (Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva),

com características interdisciplinares, desenvolvendo uma formação qualificada de

7

multiprofissionais intensivitas, em que os mesmo estarão humanizando e

democratizando as unidades emergenciais e intensivas brasileiras (ABRAHÃO,

2010).

Tratando-se da enfermagem a equipe deve prestar cuidado de forma

holística, atentando para os possíveis fatores que desenvolve o agravamento das

patologias decorrentes da hospitalização em UTI, e buscar, com isso, prestar uma

assistência de qualidade e isenta de iatrogênias (HUDACK, 2008).

O campo da saúde está “constituído em torno da esfera pública de relações

que se estabelecem em torno da dor” (ESCOREL, 2010), e o sofrimento

desencadeado por uma situação emergencial se sobrepõe a toda e qualquer

discussão em torno do direito à atenção, porque remete diretamente ao direito

inalienável à vida.

Para tanto, o conhecimento sobre o perfil da clientela assistida em UTI é

importante, no intuito de oferecer dados consistentes que permitam melhor planejar

o processo de assistência à saúde dos pacientes. A importância desse

conhecimento está relacionada ao direcionamento da assistência prestada a esse

tipo de clientela, com especial atenção aos efeitos da terapia, ao prognóstico e

fatores de riscos aos quais estão expostos. No que tange à enfermagem, esses

dados podem auxiliar a projetar as ações de enfermagem, a serem implementadas

com pacientes em estado crítico, além de possibilitar a criação de instrumentos de

avaliação de indicadores de assistência e de mensuração da carga de trabalho da

enfermagem.

Elegemos como Objetivo geral investigar o perfil dos pacientes internados em

uma Unidade de Terapia Intensiva pública do Maranhão no primeiro semestre de

2014, tendo como os objetivos específicos: identificar idade e sexo dos pacientes

que foram internados; apontar as causas primárias clínicas e cirúrgicas da

internação dos pacientes e verificar o tempo médio de permanência do paciente na

Unidade no período e a procedência deste paciente.

8

2 REFERENCIAL TEORICO

Paiva et al., (2009) cometa que nos últimos anos, o crescimento da cirurgia

invasiva e dos procedimentos clínicos, diagnósticos e terapêuticos, vem

acompanhado da criação de unidades que contam, cada vez mais, com equipe

especializada de médicos, enfermeiros e outros profissionais, apoiados por

equipamentos para monitorização e intervenções de emergência. Com o passar do

tempo, multiplicaram as unidades de recuperação pós-operatória, de assistência

respiratória, as relacionadas ao choque e ao trauma e, por fim, as unidades, visando

ao suporte cardiopulmonar de pacientes clínicos ou cirúrgicos graves, as quais

deram origem às modernas Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Segundo Freitas (2010), o preâmbulo de novos tratamentos, o incremento

tecnológico, o aumento da expectativa de vida e o acréscimo do índice de

adoecimento por doenças crônicas, que necessitam de cuidados intensivos, em

algum momento, são fatores que têm determinado a rápida evolução de novas

especialidades. Por conseguinte, as UTIs têm sido uma estratégia para o

oferecimento de um suporte especializado de assistência à saúde, abrangendo o

uso de recursos tecnológicos e terapêuticos de ponta.

Para Viana, (2011) Nas unidades de terapia intensiva, o grande objetivo é a

segurança de pacientes clinicamente instáveis, proporcionada pela vigilância

contínua e rigorosa da enfermagem, existindo maior relação enfermeiro/paciente em

comparação às demais unidades hospitalares. Estas unidades ocupam espaço

apropriado e, usualmente, dispõem de suporte tecnológico avançado para as

intervenções médicas de difícil execução em enfermarias comuns, como

ventiladores mecânicos, monitores cardíacos, utilização de drogas vasopressoras e

bloqueadores neuromusculares.

A recepção, nesses centros, fica aos cuidados de equipe permanente de

médicos e de pessoal da enfermagem, além de outros profissionais da saúde. A

9

equipe deve ter preparo e habilidade para o atendimento do tipo de doente em

questão e, obviamente, conhecimentos teóricos relacionados à área específica da

terapia intensiva. A experiência prática, consequente ao acompanhamento dos

doentes que passam pela unidade, é também fator importante do sucesso da UTI,

no que concerne à recuperação dos seus pacientes (PAIVA, et al., 2009)

O sistema de pontuação utilizado para categorizar os pacientes, contribui para

melhor compreensão de dois aspectos da terapia intensiva: a gravidade da doença e

a efetividade da terapêutica. Entretanto, essa capacidade de predição de resultados

não tem sido suficientemente consistente, sua contribuição deve ser um fator

colaborativo na tomada de decisões na unidade de terapia intensiva. (FREITAS,

2010)

Isso o faz um setor extremamente crítico e plural em uma instituição de

saúde. Sendo amplamente utilizado para a realização de diversos estudos para

analisar e identificar as melhores práticas de cuidado a esses pacientes, já que eles

estão em estado crítico necessitando de cuidados intensivos. (PEREIRA; SILA,

2009)

10

3 METODOLOGIAA pesquisa foi de caráter quantitativo. Tratou-se de estudo documental,

retrospectivo, do tipo descritivo, com a coleta de dados diretamente nos prontuários

disponíveis no arquivo da instituição, por meio de um formulário próprio, previamente

testado.

Foi desenvolvida no município de Caxias, localizado na região leste do estado

do Maranhão, distando 365 quilômetros da capital, com uma população aproximada

de 160.291 habitantes e uma superfície territorial equivalente a 436 km²,

correspondendo a 0,1732% da área do Estado, (IBGE, 2014).

A população do estudo foi composta por todos os pacientes que internaram

na UTI de um hospital público, no período de janeiro a julho do ano de 2014. A

referida unidade possui 10 leitos, para internação de pacientes em estado crítico de

vida. Foram excluídos do estudo os pacientes que permaneceram por menos de

vinte e quatro horas na unidade e os que possuíam prontuários incompletos para a

pesquisa. Do total de 130 internações na UTI Adulto, 103 prontuários atenderam aos

critérios para o estudo. Foram excluídos 53 prontuários, sendo 32 de pacientes que

permaneceram por menos de 24 horas na unidade e 21 por estarem incompletos

ilegíveis ou não localizados no Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) do

hospital.

Foi utilizado um caderno de registro próprio da unidade, que contém

informações sobre os pacientes que foram internados, como iniciais do nome,

número do prontuário, data de nascimento, unidade proveniente, diagnóstico de

internação e se teve alta ou óbito. Posteriormente, foram analisados os prontuários,

no arquivo da instituição. Para a caracterização dos pacientes internados na UTI

foram apresentadas as variáveis relativas ao sexo; idade; diagnóstico e tempo de

internação; unidade de procedência; desenvolvimento de infecções, seus focos e os

11

microrganismos mais prevalentes; bem como, taxa de mortalidade e respectivas

causas.

Com base nas publicações selecionadas durante a busca e obedecendo

rigorosamente aos critérios de inclusão e exclusão apresentados, realizou-se a

leitura do título e do resumo de cada artigo, para a obtenção da amostra final e o

tratamento e para a análise dos dados, utilizou-se distribuição de frequências

absoluta e relativa e análise por tabulação simples das variáveis. Foi construído um

banco de dados, em planilhas do programa Microsoft Office Excel 2007, os quais

foram analisados e apresentados por meio de estatística simples.

12

4 RESULTADOS

Gráfico 1- Pacientes críticos admitidos no primeiro semestre de 2014 na UTI pública do Maranhão segundo a faixa etária.

17 a 25 anos (16%)

26 a 35 anos (4%)

36 a 45 anos (6%)

46 a 55 anos (20%)

56 a 65 anos (14%)

66 a 75 anos (24%)

76 a 85 anos (10%)

Acima de 86 anos (6

%)

0

2

4

6

8

10

12

14

Em relação à demanda por faixa etária, a faixa (66 a 75 anos de idade),

concentra maior número de internações (24%), mostrando a importância dos

programas do Ministério da Saúde em relação ao idoso e, confirmando os estudos

realizados no país sobre o perfil de morbidade populacional e o padrão de utilização

de serviços de saúde em localidades urbanas pela população de idosos.

13

Gráfico 2- Pacientes críticos admitidos no primeiro semestre de 2014 na UTI pública do Maranhão segundo o sexo.

Masculino (54%) Feminino (46%)0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Em relação às características da amostra, 54% foram do sexo masculino e

46% do sexo feminino. Acredita-se que tal fato justifica-se devido que a população

masculina não cuida da sua saúde, estudos comparativos entre homens e mulheres

apontam que os homens adoecem mais que as mulheres pois não buscam

atendimento, muitos agravos poderiam ser evitados caso o homem procurasse

atendimento primário. (BRASIL, 2010)

14

Gráfico 3- Pacientes críticos admitidos no primeiro semestre de 2014 na UTI pública do Maranhão segundo a distribuição das disfunções orgânicas.

Neuro

lógica (

20%)

Respira

tória (1

2%)

Cardíac

a (8%)

Renal (

2%)

Hemato

lógica (

2%)

Hepáti

ca/Gast

rointestinal (

16%)

Outros (

10%)

Conjugados (

12%)

Pós opera

tório (1

8%)0

2

4

6

8

10

12

Em relação ao motivo clínico da admissão, a amostra foi classificada em 09

tipos de disfunção orgânica. Entre eles, a disfunção neurológica foi a que mais levou

a internação e a maioria dos pacientes que foram internados por disfunções

gastrintestinais e neurológicas eram pós-cirúrgicos.

15

Gráfico 04: Pacientes críticos admitidos no primeiro semestre de 2014 na UTI pública do Maranhão segundo a procedência do paciente.

Clínica médica (28%) Outro hospital (28%) Emergência (26%) Centro cirúrgico (18%)0

2

4

6

8

10

12

14

16

Este estudo avaliou a procedência do paciente ao ser admitido na UTI

podendo ser visto no gráfico nº04, onde foi identificado que 28% dos pacientes veio

proveniente da clínica médica, 28% veio proveniente de outra instituição de saúde,

26% veio proveniente da sala de emergencia e os 18% restantes vieram

proveniente do centro cirúrgico.

Segundo Knobel (2012), a probabilidade de um indivíduo se admitido em uma

unidade de tarapia intensiva é cada vez maior, uma vez que a população está

envelhecendo cada vez mais e as intervenções médicas invasivas são muito

frequentes.

16

Pinto (2011), argumenta que em geral, os pacientes admitidos na UTI são

proveniente de centros operatórios, pronto-socorros, hemodinâmica e unidades de

internação (clínica médica), mostrando que a realidade da UTI estudada é

compatível. A procedência do paciente de outra unidade hospitalar é devido a

urgência e emergência geral do munícipio ser centralizada no Hospital.

Gráfico 05: Pacientes críticos admitidos no primeiro semestre de 2014 na UTI pública do Maranhão segundo o diagnósticos clínicos.

Insuficiência

Respira

tória Agu

da (18%)

AVC Isquêm

ico (1

4%)

Pneumonia

(12%)

Traumati

smo Cran

ioencef

álico (1

0%)

Insuficiência

Renal

Crônica

(8%)

Insuficiência

Cardio Conge

stiva (8%)

AVC Hemorrá

gico (8

%)

Lesão

Explorat

ória

Politrau

ma (4%)

Infarto Agu

do do Miocár

dio (4%)

Parada C

árdio Resp

iratória

(4%)

DPOC (4%)

0123456789

10

No gráfico nº 05 pode-se observar que dos 50 pacientes internados na UTI

por patologias clínicas, a UTI estudada apresentou grande variedade de casos,

constituindo de uma infinidade de diagnósticos de base, tal fato se deu devido ao

caráter geral do mesmo.

17

Dentre dos diagnóstico apresentados no sistema respiratório entra a

Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) onde apresentou um grande índice em

porcenteagem no estudo, como a patologia de base que segundo Carvalho e

Ferreira (2013), é uma condição patológica primária ou secundária a outras

condições não pulmonares, é a uma causa frequente de internação hospitalar e

mortalidade nas Unidade de Terapia Intensiva, principalmente por necessitar de

Ventilação mecânica.

E ainda segundo o mesmo autor acima supracitado a IRpA grave é definia

como a incapacidade dos pulmões de exercerem suas funções básicas de

ventilação e oxigenação, resultando em prejuizo das trocas gasosas.

Outra patologia que apresentou dados significativos foi o Acidente Vascular

Cerebral Isquêmico evidenciado na pesquisa com 07 dos pacientes internado na

UTI.

Gráfico 06: Pacientes críticos admitidos no primeiro semestre de 2014 na UTI pública do Maranhão segundo o desfecho clínico.

Melhoria clínica (28%) Óbito (54%) Transferência (18%)0

5

10

15

20

25

30

Desfecho clínico

Zimmerman et al., (2011), ele comenta que a taxa de óbito esperada nas

UTIs, guardando as devidas particularidades de cada setor, encontra-se entre 25 a

18

30%. Assim, a taxa encontrada neste estudo, pode ser considerada bastante alta, o

que pode ser justificada pela gravidade dos pacientes admitidos.

Gráfico 07: Pacientes críticos admitidos no primeiro semestre de 2014 na UTI pública do Maranhão segundo o tempo de permanência na UTI.

Até 1 semana (72%) De 1 a 2 semanas (24%) Mais de 2 semanas (4%)0

5

10

15

20

25

30

35

40

Em relação ao tempo médio de internação a média foi de 4,9 dias, dentro da

média nacional, onde o maior número de óbitos ocorreu na primeira semana de

internação sendo este tempo estendido de horas a até 52 dias de permanência.

19

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo realizado vem demonstrar a importância dos dados

epidemiológicos para melhor estruturação das Unidades de Terapia Intensiva e dos

recursos humanos para um melhor atendimento ao paciente crítico e obter

resultados satisfatórios. Dessa forma, por meio desse estudo, pode-se concluir que

o maior índice de internações é do sexo masculino e a faixa etária mais acometida é

dos 66 aos 75 anos o que vem de encontro com o numero de habitantes do

município de 160.291 mil habitantes sendo destes 45% sexo masculino.

A disfunção orgânica de maior ocorrência foi a neurológica seguida de

gastrintestinal, no entanto, a maior causa de óbito foi devido a disfunção

circulatória, . O tempo médio de internação foi de até 07 dias, com índice de

mortalidade de 54%.

A caracterização de pacientes de UTI pode auxiliar nas diretrizes das

admissões e altas dessa unidade, pois, o conhecimento do perfil dos doentes

críticos favorece o estabelecimento de critérios objetivos para essa finalidade. A

aplicação de critérios objetivos para admissão e alta da UTI pode promover o uso

dos leitos de forma mais racional e evitar a exposição do paciente a riscos

desnecessários. Dessa forma, conhecer os pacientes e esses critérios é, para o

enfermeiro, informação essencial para planejar e organizar a assistência nas UTIs e

nas unidades hospitalares que recebem os pacientes na sequência do tratamento.

20

Diante das informações obtidas neste estudo, entende-se que a forma de

acompanhamento das doenças que acometem os pacientes atendidos em UTI

precisa ser aprimorada. Tendo em vista a natureza do estudo, considerou-se uma

das limitações importantes a precariedade dos registros.

Conclui-se que este estudo pode contribuir para o planejamento e/ou criação

de instrumentos de avaliação e metodologia para a assistência de enfermagem e

obter ganhos na evolução do quadro clínico do cliente em tratamento intensivo,

minimizando, dentre outros, a mortalidade e os índices de infecção hospitalar. Por

outro lado, sugere-se o desenvolvimento de estudos semelhantes, acrescidos de

dados relativos ao uso de suporte tecnológico, no intuito de buscar-se ampliar dados

sobre a caracterização da clientela e o impacto disso para o processo assistencial à

saúde e processo de trabalho em Unidades de Terapia Intensiva.

21

REFERÊNCIAS

ABRAHÃO, Ana Lucia Capucho Lorena. A Unidade de Terapia Intensiva. In: CHEREGATTI, Aline Laurenti; AMORIM, Carolina Padrão. Enfermagem em unidade de terapia intensiva. 2. Ed. São Paulo: Martinari, 2012.520p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: Princípios e Diretrizes – Brasília : Ministério da Saúde, 2010.

CARVALHO, C. R. R.; FERREIRA, J. C. Insuficiência Respiratória. In: CARVALHO C. R. R. Fisioterapia respiratória. São Paulo: Atheneu, 2013. P. 99-111.

ESCOREL, S. Os dilemas da equidade em saúde: aspectos conceituais. 2010.

Freitas ERFS. Perfil e gravidade dos pacientes das unidades de terapia intensiva: aplicação prospectiva do escore APACHE II. Rev Latinoam Enferm. 2010;18(3):317-23.

HUDAK ; GALO. Cuidados Intensivos de Enfermagem. 7° edição. São Paulo: Guanabara Koogan, 2008.1013p.

KNOBEL, Elias, et al. Organização e Funcionamento das UTIs. In: KNOBEL, Elias. Terapia intensiva: enfermagem. São Paulo: Editora Atheneu, 2012.1341p.

MOZACHI, Nelson, et al. O Hospital. In: MOZACHI, Nelson; SOUZA, Virginia Helena Soares de. O hospital: manual do ambiente hospitalar. 3. Ed. Curitiba: Os autores, 2009. cap. 1.

Paiva SAR, Matai O, Resende NO, Campana AO. Análise de uma população de doentes atendidos em unidade de terapia intensiva – estudo observacional de

22

sete anos (1992 – 1999). Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2009. Abril/Junho, 14:2:73-80.

PEREIRA, K. F. B.; SILA, W. A. Perfil epidemiológico de clientes internados no CTI de um hospital de grande porte em BH. Sociedade Terapia Intensiva (SOBRATI): dissertação de mestrado, 2009.

PINTO, Carolina Ferreira; Critérios de admissão e alta na UTI, p. 1137-1145; in: Enfermagem em UTI: cuidando do paciente crítico/organizadores Katia Grillo Padilha, Maria de Fátima Fernandes Vattimo, Sandra Cristine da Silva, Miako. – Barueri, SP: Manoele, 2011.

Viana RAPP. Sepse para enfermeiros - As horas de ouro: identificando e cuidando do paciente séptico. Porto Alegre: Artes médicas; 2011.

Zimmerman JE, Kramer AA, Douglas SM, Malila FM. Acute Physiology and Cronic Health Evaluation(APACHE) IV: Hospital mortality assessment for today’s critical ill patients. Critical Care Medicine. 2011; 34(5): 1297-310.

23

24