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A corrida da bolsa

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Para quem não vivia o dia-a-dia do mercado financeiro,a cena que víamos no jornal noturno parecia coisa de malu-cos: homens vestidos em cores vivas, gritando e gesticulan-do como possuídos, à beira de chegar às vias de fato. Esteera o antigo pregão da Bolsa de Valores de São Paulo. Comoera possível que se entendessem?

Esta imagem perturbadora confirmava a opinião do sen-so comum sobre o mercado de ações: uma mistura de cassi-no com ciência oculta, privilégio de iniciados. Poucos eramos que se aventuravam por este ambiente exótico, e menosainda os que conseguiam bons resultados.

Este espetáculo dos operadores aos berros não existemais. Foi substituído pela negociação eletrônica das açõeshá alguns anos. Sinal dos tempos.

No final do mês de junho estivemos na Bovespa para oevento comemorativo da adesão da WEG ao Novo Mercado(veja os detalhes nesta edição), no recinto onde antigamen-te acontecia o pregão viva-voz, mas agora transformado emum magnífico espaço para educação e disseminação de co-nhecimento sobre o mercado de capitais. Diariamente, a cadahora, centenas de alunos de escolas públicas e particulares,de São Paulo e arredores, conhecem este espaço e se famili-arizam com o mercado de ações. Infelizmente essas cenasnão aparecem nos noticiários. Outro sinal dos tempos.

Naturalmente que a descoberta da Bolsa de Valores pe-los poupadores brasileiros não foi causada pelo final do pre-gão viva voz. Este desapareceu porque os volumes negocia-dos hoje pela Bovespa são grandes demais para serem reali-

zados por um sistema tão pouco eficiente como o grito.Mas não deixa de ser significativo: saem os operadores es-tressados, entram as crianças e os adolescentes curiosos. ABolsa se abre, não é mais cassino e, se é ciência, cada vez émenos oculta. O brasileiro está se apaixonando pelo merca-do de ações, naquilo que nosso amigo Raymundo MaglianoFilho, presidente da Bovespa e um dos grandes responsáveispor esta mudança, chama de “Revolução Silenciosa”.

Uma excelente notícia para o Brasil. O mercado é o me-lhor instrumento jamais inventado para alocar capitais nasmãos mais competentes para fazê-lo render e se reproduzir.Um mercado de capitais forte é condição necessária para odesenvolvimento do país.

Ao mesmo tempo, aumentam as responsabilidades detodos os participantes deste mercado. Quem convive há maistempo com esse ambiente sabe que já tivemos várias opor-tunidades de ver o mercado de capitais ensaiando esta mu-dança de patamar antes, e que elas foram perdidas princi-palmente pela miopia dos envolvidos. Devemos todos, em-presas emissoras, investidores, reguladores e Bolsa, nos es-forçar para, desta vez, encontrar o ponto de equilíbrio entrea atratividade de curto e de longo prazo. Se conseguirmostodos atingir este equilíbrio, o país só tem a ganhar.

A WEG tem o compromisso sempre com a construçãode relacionamentos de longo prazo baseados na boa fé. Issose reflete em nosso relacionamento com o público investi-dor e é a base do equilíbrio dinâmico que buscamos emtodas as áreas da companhia.

Por um equilíbrio dinâmico

“ ”A Bolsa se abre, não é maiscassino e, se é ciência,cada vez é menos oculta.

Alidor LuedersDiretor Administrativoe de Relações com Invetidores

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4 Otimismo impulsiona a Bolsa de Valores

9 O pensamento de João Bosco Lodi

10 WEG adere ao Novo Mercado

13 Nuno Cobra em sintonia

14 Atletas ensinam lições de equilíbrio

16 Fornecimentos para os Jogos Pan-Americanos

19 Entre o investimento e a constância

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WEG em Revista é uma publicação da WEG. Av. Prefeito Waldemar Grubba, 3300, (47) 3372-4000, CEP 89 256-900, Jaraguá doSul, SC. www.weg.net, [email protected]. Conselho Editorial: Jaime Richter (diretor de Marketing e RH), Paulo Donizeti (gerentede Marketing), Edson Ewald (chefe de Marketing), Cristina Teresa Santos (jornalista responsável) e Caio Mandolesi (analista deMarketing). Edição: EDM Logos Comunicação (47) 3433-0666. Textos: Deise Rosa e Roberto Szabunia. Foto da capa: PeninhaMachado. As matérias da WEG em Revista podem ser reproduzidas à vontade, citando a fonte e o autor. Filiada à Aberje.

Você, leitor da WEG em Revista, pode participarcom sugestões, críticas e opiniões. Fale do quegostou, aponte o que pode melhorar, digaquais assuntos você gostaria que a revistaabordasse. É só mandar um e-mail [email protected]. Todas as cartas publicadasganham uma exclusiva caneta da WEG.

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Ficamos parceiros da WEG há cerca de 5 anos, especifica-mente no segmento de tintas em pó. E temos sido atendidos deforma extremamente competente, respeitosa e profissional, ape-sar de nosso pequeno volume de compra. Lembro de meu es-panto, seguido de confesso orgulho, quando me cientifiquei, anosatrás, de que a WEG não era uma empresa estrangeira, mas, aocontrário, uma empresa genuinamente nacional, fundada portrês técnicos empreendedores!

WEG em Revista é um instrumento poderoso de valorizaçãodo empreendedorismo brasileiro, uma vez que dissemina os ide-ais e exemplos extremamente positivos desta grande empresafundada e dirigida por brasileiros. Sentimo-nos orgulhosos emser parceiros da WEG!Rock J. Campos - Diretor Comercial da Newfabri Indústria eComércio de Produtos Eletromecânicos Ltda. – Sorocaba/SP

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A Bolsa de Valores ainda vai inva-dir a sua praia. Talvez até literalmen-te... Capas de revistas, reportagens deTV, ou conversas do happy hour nãofaltam sobre o tema, e uma campa-nha da Bovespa (Bolsa de Valores deSão Paulo) já leva o tema para qual-quer lugar.

Cada vez mais, o assunto é voga en-tre pessoas comuns, que buscam nomercado de capitais a formação de umpatrimônio a longo prazo. Se antesvocê a associava à eterna montanha-russa, lugar de fortes emoções, talvezdeva trocar essa imagem por outra.

O novo tipo de investidor enfrentaa corrida dos números como um ma-ratonista: com a perspectiva da longadistância. Os dois dosam a busca domelhor rendimento com a prudênciapara evitar excessos e exercitam a pa-ciência, disciplina e perseverança. Para

ambos, uma palavra é fundamental:equilíbrio.

Mas será possível falar em equilí-brio quando se trata de Bolsa de Valo-res? É o que a reportagem da WEG emRevista pesquisou. E descobriu que,nesta maratona, o equilíbrio precisaestar, antes de tudo, nos nervos e men-tes dos investidores.

A Bovespaem boa fase

O mercado de ações no Brasil viveum momento único em sua história,aproximando-se cada vez mais doque são as Bolsas de Valores em pa-íses desenvolvidos: fonte de financi-amento para empresas e opção deinvestimento a longo prazo para apopulação. O sinal mais evidentedestes novos tempos é a evolução do

Índice Bovespa (Ibovespa), que atin-giu o recorde de 55.932 pontos em5 de julho, o 27º do ano. Este núme-ro é o termômetro do mercado deações: acompanha a evolução depreços dos principais papéis negoci-ados na Bovespa, vem crescendo des-de 2003 e a previsão é que continuesubindo, o que significa otimismo nolongo prazo.

Mas não foi só o Índice Bovespa queevoluiu: entre 2004 e junho de 2007,69 empresas entraram no mercado deações, por meio de IPOs (Initial PublicOffering, ou Oferta Pública Inicial), se-gundo dados da Bovespa. A estimati-va, de acordo com profissionais liga-dos ao mercado, é de que em torno de20 empresas façam novos IPOs até ofim do ano, quase a mesma quantida-de no ano passado inteiro. Só até 22de junho haviam sido 27.

A nova cara da

Bolsa

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A Bolsa de Valores deSão Paulo é a segunda quemais cresce entre os países

emergentes, perdendoapenas para a Bolsa de

Xangai, na China

2004. Quanto mais baixo o risco Bra-sil, mais perto o país está de obter oinvestment grade (grau de investimen-to), um selo das agências internacio-nais de classificação de risco para pa-íses que demonstram capacidade depagamento de dívidas.

“O risco Brasil é um termômetro dopaís no mercado internacional, e quan-to mais ganhamos credibilidade lá fora,mais investidores estrangeiros estarãodispostos a aplicar no mercado finan-ceiro doméstico”, afirma Lucy Souza,presidente da divisão paulista da As-sociação dos Analistas e Profissionaisde Investimento do Mercado de Capi-tais (Apimec-SP).

Outro fator importante é que o in-vestimento em Bolsa tem se tornadomais popular no Brasil, fruto de dois mo-vimentos: o programa de popularizaçãoda Bovespa e a queda dos juros que, ape-sar de ainda altos, diminuíram as possi-bilidades de ganho em renda fixa e pou-pança, o que tem levado muitas pessoasa buscar maior retorno na Bolsa.

“Estamos muito no começo ainda,mas a pista está pavimentada. Há pelomenos 10 a 15 anos de trabalho pelafrente, com relação às contas públicas,austeridade fiscal, educação, geraçãode renda e combate à corrupção”, dizHenrique Bastos, diretor secretário doInstituto Brasileiro de Relações com In-vestidores (IBRI).

Ainda em junho, o valor de merca-do das 367 empresas que hoje negoci-am ações na Bovespa rompeu a marcade 2 trilhões de reais pela primeira vezna história do mercado brasileiro. O va-lor equivale a 86,9%% do PIB (ProdutoInterno Bruto) do Brasil de 2006, seme-lhante à relação Bolsa/PIB existente nomercado europeu. Em maio, foram rea-lizados em média cerca de 130 mil ne-gócios por dia, que movimentaram dia-riamente R$ 4 bilhões. Há três anos, ovolume financeiro diário era um quintodisso.

O total de investidores pessoa físicaaumentou de 85 mil em 2002 para qua-se 245 mil atualmente. Ainda é pouco,pois representa apenas 0,2% da popu-lação adulta do país (nos EUA são 18%),mas é sinal de que a Bolsa tem se torna-do mais atraente como opção de inves-timento para as pessoas comuns.

O principal, e melhor, resultado des-se aquecimento do mercado de açõesé mais empresas com capital para in-vestir, já que um dos principais objeti-vos de uma companhia, ao iniciar avenda de ações em Bolsa, é obter re-cursos para financiar seu crescimento.Em vez de pedir empréstimo aos ban-cos e pagar juros, ela vende ações ecada comprador se torna sócio. A em-presa cresce, gera empregos e renda eo acionista ganha com a valorizaçãodas ações.

Em 2006, as empresas captaramcerca de R$ 120 bilhões em emissõesde ações, debêntures e outros instru-mentos financeiros. Os empréstimosconcedidos pelo BNDES (Banco Nacio-nal de Desenvolvimento Econômico eSocial) totalizaram R$ 52 bilhões, ouseja, menos da metade.

“O objetivo da Bolsa é aproximarquem tem recursos de quem precisadeles. E o mercado faz com que os re-cursos cheguem aos empreendimentos

Prédio da Bovespa

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que são os mais produtivos, que têmmais potencial”, afirma Pablo Sandler,PhD e diretor financeiro da M. AbuhabParticipações S.A.

O mercado ainda espera que o Ibo-vespa avance mais. “A expectativa é dechegar aos 60.000 pontos neste ano.É óbvio que uma crise, interna ouexterna, poderá afetar negativamen-te”, diz Adolir Albino Rossi, diretor deoperações da Corretora Manchester.

Bons fundamentosPor trás dos números da Bolsa no

Brasil há fundamentos, fazendo comque a atual boa fase do mercado deações esteja equilibrada sobre basessólidas.

Um dos fatores positivos do mo-mento é que a economia mundial vai

bem, com previsão de crescimen-to de cerca de 5% em 2007, se-

gundo relatório do FMI (Fundo Mo-netário Internacional) de abril. Parte

destes recursos é atraída para as Bol-sas de Valores de países emergentes,como Brasil e China. Na Bovespa, osinvestidores estrangeiros vêm lideran-do a movimentação financeira, com34,14% do total negociado em maio.

Outro fator que tem atraído inves-timentos estrangeiros é a percepçãode que a economia brasileira tem bonsíndices conjunturais. Desde 1995 oBrasil vive com uma taxa de inflaçãocontrolada. A balança comercial (di-ferença entre exportações e importa-ções) está positiva em US$ 46 bilhões.E o risco Brasil chegou aos 145 pon-tos dia 5 de junho, um número bemabaixo dos 382 pontos do fim de

• 367 empresas na Bolsa• US$ 1 trilhão• 84% do PIB

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007 “A popularização da Bolsa significa que mais pessoas irão participar dos bons

resultados que as empresas têm alcançado”, diz Théo Rodrigues, do INI.

A popularização da Bolsa de Valo-res traz um benefício extra, que é a re-dução da volatilidade (sobe-e-desce dospreços). “Quando tem mais gente nomercado de ações, os picos de comprae venda não ficam tão extremos. O ris-co de não encontrar quem compre (asações que você quer vender) é menor”,explica Lucas Brendler, analista de inves-timentos da corretora Geração Futuro.

O mercado de ações no Brasil ain-da precisa evoluir bastante. Mas, hoje,as pessoas físicas já representam24,42% das aplicações realizadas naBovespa (dados de maio). Em 1997,esse percentual era de 9,7%.

Grande parte deste novo cenário sedeve ao intenso trabalho de aproxima-ção com o público realizado pela Bolsa Campanha “Bovespa Vai à Praia”

de Valores de São Paulo com o progra-ma “Bovespa Vai Até Você”, iniciadoem setembro de 2002. A bordo de umafrota de oito vans, batizadas de Bov-móvel, ele leva orientações sobre inves-timento em ações a pessoas comunsem shoppings, clubes, portas de fábri-cas, universidades, teatros e até napraia (com a campanha “Bovespa Vaià Praia”).

Uma das grandes ferramentas depopularização são os clubes de inves-timentos, formados por grupos de pes-soas que se reúnem para investir emações. Eles são geridos pelas correto-ras, e permitem fazer aplicações a par-tir de R$ 100,00 por mês. Só em maioforam listados 80 novos clubes de in-vestimento na Bovespa.

É possível falar em equilíbrio quando se fala de Bol-sa de Valores?

A Bolsa de Valores é um investimento de renda variá-vel, sujeito às oscilações do mercado. Entretanto, váriosestudos mostram que, no longo prazo, aplicações em ren-da variável apresentam taxas de rentabilidade maiores queoutros investimentos. O que nós, da Bovespa, fazemosquestão de esclarecer é que se o investidor está pensandono futuro, o mercado de ações é, sim, uma atraente alter-nativa. Com conhecimento, estudo, análise das empresaslistadas e o auxílio de uma boa corretora de valores, o in-vestidor tem grandes chances de fazer boas aplicações.

Como o senhor avalia o momento que a Bovespavive atualmente, com sucessivos recordes de pontos?

A Bovespa está vivendo um ótimo momento. Todos

esses sucessivos recordes do Ibovespa são reflexos, emparte, da grande liquidez internacional. Há hoje, no mun-do, um volume gigantesco de recursos em busca de bonsprojetos. É preciso ressaltar que nós fizemos a nossa liçãode casa e nos preparamos para esse momento. Investimosem tecnologia, em transparência, em controle de riscos eem processos. O resultado é a confiança do investidor, quefaz a Bovespa ser o maior e o principal centro de negocia-ção de ações da América Latina.

Sua gestão na Bovespa é marcada pela preocupa-ção com a popularização do investimento em Bolsa.Quais os próximos passos nesta direção?

Temos duas direções. A primeira é a educação finan-ceira. Descobrimos que não adianta nada falar de investi-mento para quem não está com a vida financeira organi-

O futuro da BolsaO presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, avalia o

atual momento e diz o que pensa do futuro da Bolsa no Brasil.

Mais investidores, mais segurançaDIVULGAÇÃO

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O que mais assusta na Bolsa deValores é o sobe-desce dos preços dasações. Num dia você compra 10 açõespor R$ 100,00. No dia seguinte, suasmesmas dez ações podem valer R$80,00 ou R$ 120,00. É assim mesmo,o preço é regulado pela lei da ofertae da procura. Em certos momentos,quando há muita gente comprandodeterminado papel, o preço sobe. Emoutros, há muito mais gente venden-do e o preço cai. Por isso, a Bolsa éum investimento de longo prazo. Oinvestidor precisa ter tempo para es-perar a hora certa de vender seus pa-péis com um bom rendimento.

Mas, mesmo parecendocontraditório, essa eternaoscilação pode ser enca-rada sob a perspecti-va do equilíbrio. “Ofato de haver os-cilações no pre-

Mulheres e jovensO perfil dos investidores pessoa fí-

sica também caminha para novos equi-líbrios, com a ampliação da participa-ção de mulheres e jovens. É o que sevê com a criação de programas comoo Mulheres em Ação e a organizaçãonão governamental Ação Jovem doMercado Financeiro e de Capitais.

• As mulheres correspondiam a17,63% dos investidores em 2002.Hoje são 21,95%.

• Os jovens até 30 anos já correspon-dem a 43,2% do total de investi-dores.

Preços: a eterna busca de novos equilíbrios

zada. Para isso criamos, no ano passado, o programa Edu-car, que dá cursos e seminários sobre educação financeirae os tipos de investimento disponíveis. Outra preocupa-ção é com o futuro do planeta, com a responsabilidadesocioambiental. Pensando nisso, lançamos a Bolsa de Va-lores Sociais e Ambientais (BVS&A). É uma iniciativa pio-neira de captação de recursos para projetos sociais e am-bientais realizados por organizações não-governamentaisbrasileiras. Por meio do site www.bovespasocial.org.br aspessoas podem acessar uma lista de projetos e fazer adoação. A Bovespa se encarrega de repassar esses recur-sos, sem custo algum, e fiscaliza o trabalho das ONGs.

Qual o papel do Novo Mercado no crescimento daBolsa de Valores?

É fundamental. Como disse antes, nós nos preparamospara esse bom momento. Entre as medidas, destaco a cri-ação do Novo Mercado, que é o segmento máximo de go-vernança corporativa da Bovespa. É um ambiente de lista-gem no qual as companhias abertas aceitam, voluntaria-mente, seguir padrões de transparência e respeito ao aci-onista bem acima dos impostos pela legislação. É por tudoisso que o Novo Mercado é tido hoje pelo Banco Mundialcomo um modelo de governança corporativa a ser segui-do por outros países e por outros mercados.

O brasileiro está mudando o seu perfil, que semprefoi o da preferência pela poupança?

Sim, essa é uma mudança cultural que está em curso.Com a estabilização da economia, o controle da inflação ea queda gradual das taxas de juro, o brasileiro está desco-brindo a renda variável. Muitos jovens, donas-de-casa, es-tudantes e executivos já perceberam que a formação deuma poupança para a aposentadoria é algo fundamentalnos dias de hoje.

Como o sr. vê, ou gostaria de ver, o cenário do mer-cado de ações no Brasil daqui a dez anos?

O meu sonho é que o mercado de capitais brasileiroamplie a sua presença tanto entre o investidor individualquanto entre o empresário. Não existe economia forte semuma Bolsa de Valores forte.

No exterior, a primeira coisa que muitos pais fazempara os filhos é comprar ações. Aqui no Brasil, muitos ain-da preferem abrir uma caderneta de poupança para osrecém-nascidos. Essa mentalidade, ainda bem, está mu-dando.

Os empresários brasileiros já descobriram as vantagensde usar a Bolsa de Valores como fonte de captação de re-cursos. O futuro do nosso desenvolvimento, você verá, estáno crescimento do mercado de capitais.

ço das ações significa um movimentoconstante de busca de novos equilíbri-os”, explica Henrique Bastos, do IBRI.“A própria realização de um negócio (decompra e venda de ações) é o encontrode um ponto de equilíbrio, entre alguémquerendo comprar e alguém que-rendo vender”, completa.

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Evento do programa Mulheres em Ação

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No site da WEG você encontra links para ter mais informações sobre dicas de investimento, mulherese jovens na Bovespa e um glossário, além de uma entrevista exclusiva com o comentarista da GloboNews George Vidor. Acesse www.weg.net, clique em WEG EM REVISTA

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É momentode investir?

Para quem pensa em investir oujá é investidor, a orientação dos ana-listas é pensar no longo prazo. “Queminveste pensando no longo prazo vaiavaliar os fundamentos da empresa.Vai investir no negócio, se tornar só-cio, acreditando no desempenho nofuturo”, explica Lucas Brendler, da Ge-ração Futuro. Assim como o marato-nista, o investidor de longo prazo sepreocupa mais com a disciplina doque com as apostas. “A partir da horaem que se tem uma cultura de inves-timentos, todo momento é de entrarna Bolsa. Se tenho a disciplina de in-vestir todo mês, no fim das contasvou formar um preço médio, que a

cada período vaimudar a minharentabilidade. Dámais retorno doque ficar tentandoavaliar a hora de

entrar e sair”, acrescenta.Outra orientação é pesquisar mui-

to e ter os pés no chão na hora detomar decisões. “No momento atual,com a TV, todo mundo falando deBolsa de Valores, as pessoas ficam en-louquecidas. É bom colocar o pé nochão e fazer com cuidado, pois ospreços atingidos, em alguns casos, es-tão exuberantes”, diz Pablo Sandler.

EquilíbrioSe a oscilação dos preços das

ações faz parte da própria naturezada Bolsa de Valores, ela não é bem-vinda quando o assunto é a relaçãoentre pequenos e grandes investido-res. Neste quesito, quanto mais equi-líbrio, melhor. O mais importante pas-so nesta direção foi dado em 2000,pela Bovespa, com a criação dos Ní-veis Diferenciados de GovernançaCorporativa: Nível 1, Nível 2 e NovoMercado. A cada nível, as exigênciascom relação à transparência de infor-

mações divulgadas pelas empresas eeqüidade de direitos entre acionistassão maiores.

Uma empresa que adere ao NovoMercado, por exemplo, só pode emi-tir ações ordinárias, em que todos osacionistas têm direito a voto. E casoa empresa seja vendida, deve esten-der a todos os acionistas as mesmascondições de preço obtidas pelos con-troladores. “O Novo Mercado trouxemuito mais transparência na gestãodas empresas e respeito e segurançaao investidor minoritário, o que temdado maior tranqüilidade na hora deinvestir”, afirma Carlos Alberto deSouza Barros, presidente da ONGAção Jovem do Mercado Financeiro ede Capitais.

No final de maio deste ano, as 119empresas que atualmente integramos Níveis Diferenciados representa-ram 66,29% da quantidade de negó-cios no mercado à vista.

Marcelo Müller tem apenas 30 anos e já contabiliza que, se quiser,daqui a sete anos pode começar a viver de renda, mantendo o mes-mo padrão de vida que tem hoje, graças ao investimento no mercadode ações. Formado em Economia e representante comercial da Bau-mann Aços, ele investe na Bolsa de Valores há 12 anos. Conta que, naépoca, pesquisou o desempenho de diversos investimentos, entre pou-pança, fundos DI e ações. “Analisei o desempenho de uma determi-nada carteira de ações desde a fundação da Bovespa. E vi que, nãoimporta a crise, a Bolsa vai oscilando, mas vai subindo, porque a eco-nomia cresce”, afirma. E acrescenta que isso acontece no longo pra-zo. “Tem que pensar de cinco anos para a frente”, diz.

Na época, Müller buscou uma corretora autorizada pela Bovespae entrou num clube de investimentos. Depois que adquiriu mais ex-periência com o mercado, criou sua própria carteira de ações, queadministra por meio da corretora. E ressalta que investe um poucotodo mês. Além disso, reinveste os dividendos. “O dividendo é queengrossa o caldo”, ilustra. Ao investir, se preocupa com a solidez daempresa e a liquidez do papel. “Olho muito para as estratégias daempresa e o perfil do seu presidente”, explica.

Um entusiasta do mercado

Marcelo investe em WEG,Petrobras, Vale do Rio Doce,Aracruz, Datasul, Schulz, Tupye Gerdau

DEISE ROZA

LUÍS MACHADO

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O que os países emergentes precisam fazer para atrairinvestidores?

Investidores institucionais dos países de economia avan-çada como os Estados Unidos devem investir cada vezmais fora de seu mercado doméstico, devido à satura-ção dos mercados de capital nesses países. Mas os paí-ses emergentes que desejam atrair estes investimentosconcorrendo com outras nações precisam adotar práti-cas para seduzir e proteger os investidores.

O senhor afirma que a governança corporativa dá confi-ança aos investidores. Poderia explicar melhor?

Claro. Apesar dos excessos cometidos pelos fundos dehedge e pelos bancos de investimentos, países necessi-tados de capital precisam aceitar as normas de transpa-rência contábil, probidade administrativa, prestação decontas, reformas econômicas e bancárias para atrair denovo os capitais que fugiram. A resposta para esses pro-

Mestre em sucessão familiarPioneiro na área de consultoria

empresarial no Brasil, João

Bosco Lodi escreveu mais de 20

livros sobre diversos temas

ligados à área, e verdadeiros

clássicos na área de gestão familiar, como “A Ética

na Empresa Familiar” e “A Empresa Familiar”.

Formado em Filosofia pela Universidade de Roma

e Universidade de São Paulo (USP), com pós-

graduação em Administração de Empresas pela

FGV, atuou como consultor nas áreas de

organização e reestruturação de grupos

empresariais, dentre eles a WEG, a primeira

empresa familiar não restrita a apenas um

fundador, mas sim três, com a qual trabalhou.

João Bosco Lodi faleceu no dia 23 de agosto de

2003, aos 67 anos. A entrevista a seguir é

baseada em artigos escritos por Lodi, disponíveis

no site www.lodiassociados.com.br, do Grupo

Lodi Consultoria, especialista em sucessão

familiar, da família de João Bosco Lodi.

blemas está na adoção dos Códigos de Melhores Prati-cas de Governança Corporativa. A Governança Corpora-tiva é uma idéia capital e de extrema atualidade. Sem aseriedade necessária, nosso país dificilmente aumentaráa sua credibilidade no cenário internacional.

Conflitos de herança e disputas societárias são freqüen-tes em empresas familiares. É possível reverter essequadro?

As famílias agem como clãs e têm formas próprias decontrolar as empresas familiares, quando comparadascom as empresas abertas profissionalizadas, como sãoas grandes corporações dos Estados Unidos e Europa.Esses controles são mais baseados em tradições, quan-do falamos de grandes famílias de segunda ou mais ge-rações. Para mudar, a família precisa elaborar um planode sucessão ligado ao planejamento de sucessão. Issoimplica em três decisões: os critérios para selecionar umsucessor, os papéis que os demais terão dentro e fora daempresa e o plano de aposentadoria ou de mudança depapel para o líder que se retira. Como essas difíceis deci-sões podem levar a desacordos, é importante definir umprocesso formal de decisão sobre busca de aconselha-mento profissional, seleção de consultores, conduta emcaso de litígio, formas de mediação e arbitragem.

Quais as principais características que devem ser leva-das em conta na escolha de um sucessor?

A competência do sucessor inclui o desempenho educa-cional, em que se desenvolvem qualidades como conhe-cimento, capacidades, receptividade à inovação, habili-dade para resolver problemas. A experiência com a em-presa familiar capacita o sucessor a desenvolver relaçõespessoais dentro da firma, compreender a sua cultura etodas as implicações do negócio. Mas a experiência ex-terna combinada com a interna ajuda o sucessor a de-senvolver uma identidade e se preparar para um grandeleque de problemas que poderão surgir. Uma lista deatributos desejáveis no sucessor inclui: habilidade finan-ceira, capacidade de marketing e vendas, visão estraté-gica, capacidade técnica, habilidade para tomada dedecisão e relacionamento interpessoal.

No contexto dos públicos da organização, qual o papeldos conselheiros?

No passado o conselheiro tinha a sua lealdade definidapela valorização do capital dos acionistas. Mas agora asociedade civil tem demandas não só do acionista inves-tidor, mas dos stakeholders, ou seja, dos empregados,fornecedores, credores, clientes e dos residentes no lo-cal das fábricas.

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Em junho, a WEG ingressou no nívelmais alto de transparência e governançacorporativa da Bolsa de Valores de SãoPaulo, com a entrada, no dia 22, no NovoMercado. Com isso, ela se une a outras68 empresas que cumprem regras de go-vernança mais exigentes do que a legis-lação brasileira.

Semanas antes, a empresa havia sidoreconhecida como a melhor para o acio-nista em rentabilidade no ranking Agên-cia Estado Empresas, elaborado pela con-sultoria Economática. A consultoria ana-lisou os papéis das 124 principais compa-nhias com ações listadas na Bovespa (Bol-sa de Valores de São Paulo). A pesquisarevelou que as ações da WEG valorizaram108,3% no ano passado, ou seja, três ve-zes mais do que o Ibovespa (que acom-panha o desempenho das cerca de 60ações mais negociadas). E mostrou aindaque a rentabilidade das ações da compa-nhia tem sido, em média, de 26% ao anoacima da inflação nos últimos dez anos.

Novo MercadoOs Níveis 1 e 2 e o Novo Mercado são

níveis diferenciados de governança cor-porativa criados pela Bovespa. A cadanível aumentam as exigências de boaspráticas de governança corporativa queas empresas precisam cumprir para ga-rantir mais transparência nas informaçõesprestadas pelas companhias e eqüidadenas relações entre investidores minoritá-rios e controladores.

Mesmo operando no mercado deações desde 1971, foi a partir de 2001 quea WEG reforçou sua atuação na Bolsa deValores. Naquele ano ela aderiu ao Nível1 da Bovespa e, desde então, vem dandoos passos necessários para chegar ao NovoMercado. Em 2005 formalizou o departa-mento de Relações com Investidores. Noano seguinte instituiu o Conselho FiscalPermanente. Até que, em junho deste ano,completou o processo.

“A WEG já tinha as práticas do Novo

Mercado incorporadas na sua atuação.A empresa sempre teve uma governan-ça corporativa muito forte. Agora estáapenas formalizando. Então, é uma mu-dança bastante tranqüila”, explica LuisFernando Moran de Oliveira, gerente deRelações com Investidores. O Novo Mer-cado traz vantagens para a organizaçãoe os acionistas. “Os principais benefíciossão a maior exposição da empresa nomercado, maior visibilidade entre os in-vestidores estrangeiros e o reconheci-mento das melhores práticas que nós játínhamos”, diz. “A maior liquidez (circu-lação das ações), com mais visibilidade,beneficia todos os acionistas”, acrescen-ta. A liquidez é a capacidade de comprarou vender um investimento com o míni-mo de esforço, sem afetar seu preço.

As boas práticas de governança cor-porativa são uma importante proteçãopara os acionistas. “Desde que ingresseino Conselho, defendi arduamente a en-trada da WEG no Novo Mercado. A em-presa estava madura para isso. E o mer-

O melhor para o acio

Os executivos da WEG Nildemar Secches, presidente do Conselho de Administração; Alidor Lueadministrativo financeiro; e Décio da Silva, presidente executivo acionam a entrada da empresa

FOTOS PERCIO LIMA

cadres sendizpreno

As principais regras d• Conversão de todas as ações preferenciais em

direito a voto e pagam dividendos. As ações preferência na distribuição de dividendos, m

• Tag Along de 100%. Isso significa que se aminoritários terão as mesmas condições de pcontroladores do capital.

• Divulgação de demonstrações financeiras de• Conselho de Administração com mínimo de

cado de até 2 (dois) anos, permitida a reeleiçto) dos membros deverão ser conselheiros in

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O ranking das melhores

A pesquisa para a definição do ranking das me-lhores para os acionistas usa sete critérios, desen-volvidos pela Economática. De acordo com a equi-pe da consultoria, os critérios avaliam dados comorentabilidade, relação entre o preço da ação e olucro obtido pela empresa, retorno do investidorcom dividendos, variação das cotações na Bolsa,volatilidade (sobe-e-desce) e liquidez (facilidade decomprar e vender) dos papéis. Outro critério ava-lia o quanto o mercado está disposto a pagar pe-los papéis, calculando a relação entre o preço daação com relação ao valor patrimonial da ação (P/VPA). Exemplo: Um P/VPA de 80% indica que a em-presa vale em Bolsa 80% do valor de seu Patrimô-nio Líquido.

A Economática fornece um sistema para análi-se de investimentos em ações que é utilizado poranalistas das maiores instituições financeiras domundo. Ela acompanha o desempenho das açõesde 2.170 empresas em oito países das Américas.

• Favorece a perpetuação.

• Estimula a profissionalização dagestão.

• Confere mais visibilidade.

• Exige disciplina de gestão.

“A WEG já encarou a Bolsacomo fonte de recursos para inves-timentos, mas não tem sido esse ofoco. Porém, a empresa quer teressa opção para se, e quando, fornecessário”, acrescenta Luis Fernan-do Moran de Oliveira, gerente deRelações com Investidores.

O desempenhodas ações

O desempenho das ações da WEGteve uma grande evolução nos últimosanos. Hoje são realizados, em média,404 negócios por dia com ações da em-presa, movimentando aproximadamen-te R$ 9,3 milhões diários. Há dois anos,eram 46 negócios e R$ 1,5 milhão pordia. Segundo o presidente da WEG,Décio da Silva, existe a intenção de que,no futuro, as ações da companhia pas-sem a fazer parte da carteira do Ibo-vespa ou do IBrX-50, o que significa es-tar entre os papéis mais negociados daBolsa no Brasil. “São os índices que omercado mais olha”, explica Luis Fer-nando de Oliveira.

O Ibovespa retrata o comportamen-to dos principais papéis negociados naBovespa. As ações integrantes da cartei-ra teórica deste índice respondem pormais de 80% do número de negócios edo volume financeiro negociado na Bo-vespa. O índice IBrX-50 é composto pe-los 50 papéis mais líquidos (mais nego-ciados) da Bovespa. “Para a WEG é im-portante fazer parte de um destes índi-ces, pois a maior parte dos fundos deinvestimentos tem um dos dois comoreferência”, defende Oliveira.

Décio da Silva recebe os cumprimentos doex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, aoreceber o prêmio da Agência Estado

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do premia essa atitude. Os investido-se sentem mais protegidos, mais pre-

ntes, e isso eleva o valor das ações”,Ana Teresa do Amaral Meirelles, re-

esentante dos acionistas minoritáriosConselho de Administração da WEG.

do Novo Mercadom ordinárias. As ações ordinárias dãopreferenciais, como diz o nome, dão

mas não têm direito de voto.a empresa for vendida os acionistaspreço (na venda de suas ações) que os

e acordo com padrões internacionais.5 (cinco) membros e mandato unifi-

ção. No mínimo, 20% (vinte por cen-ndependentes.

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A WEG se preocupa com a adoçãode boas práticas de governança corpo-rativa desde sua fundação, em 1961.Por ser uma empresa familiar com trêsfundadores (Eggon João da Silva, Wer-ner Voigt e Geraldo Werninghaus), jána década de 1970 começou a se pre-ocupar com a sucessão e a separaçãoentre os interesses das famílias e os daempresa.

Em 1985 foi criada uma holdingpara concentrar o capital dos acionis-tas majoritários (as famílias dos três fun-dadores). Em 1989 foi feita a sucessãona presidência da empresa, com umaeleição entre os diretores. O processolevou ao cargo Décio da Silva, filho doentão presidente Eggon João da Silva,escolhido por ser considerado o execu-tivo mais bem preparado para o cargo.

Conselhode Administração

No mesmo ano foi criado o Conse-lho de Administração independente,em que nenhum dos membros exercefunção executiva na empresa. Afinal, oConselho tem a função de definir o pla-nejamento estratégico, orientar a dire-toria executiva e avaliar a gestão dopresidente. Atualmente, o Conselho

Governançacorporativa

Governança corporativa é amaneira como uma organiza-ção se governa em benefício detodos os sócios. É tanto melhorquanto mais justa for a relaçãoentre as partes envolvidas,como acionistas minoritários econtroladores. Segundo o Ins-tituto Brasileiro de Governan-ça Corporativa (IBGC), a expres-são é designada para abrangeros assuntos relativos ao poderde controle e direção de umaempresa.

Ela é importante porque,cada vez mais - com o cresci-mento do número de empre-sas com ações em Bolsa de Va-lores -, existe a separação en-tre quem é dono da empresa(seus acionistas) e quem gerea empresa (a gestão executiva).De acordo com o IBGC, a boagovernança proporciona aosproprietários (acionistas ou co-tistas) a gestão estratégica desua empresa e a efetiva moni-toração da direção executiva.“A empresa que opta pelasboas práticas de governançacorporativa adota como linhasmestras transparência, presta-ção de contas e eqüidade”, afir-ma o IBGC.

As principais ferramentasque asseguram o controle dapropriedade sobre a gestão sãoo Conselho de Administração,a Auditoria Independente e oConselho Fiscal.

Segundo a diretora execu-tiva do IBGC, Heloísa Bedicks,têm aumentado a procura e ointeresse das empresas famili-ares pela governança corpora-tiva. Para ela, a principal con-tribuição da governança corpo-rativa para as empresas famili-ares é na perpetuidade da fa-mília no negócio.

conta com representantes das famíliasdos fundadores, um representante dosacionistas minoritários, Ana Teresa doAmaral Meirelles, e um presidente ex-terno: Nildemar Secches, presidente daPerdigão. O vice-presidente é EdgarBaumer, ex-membro da diretoria daempresa, e o integrante mais recente éMoacyr Rogério Sens, que, aposenta-do pela WEG no ano passado, foi o pri-meiro engenheiro da companhia.

“Como representante dos minori-tários, minha preocupação é procurargarantir as melhores práticas de gover-nança corporativa e a proteção dos in-vestidores”, afirma Ana Teresa.

Todos os membros das três famíli-as recebem informações e treinamen-to para desenvolver a mentalidade deacionista. E quem vier a fazer parte doConselho passa por um programa es-pecífico para o cargo. “Todos os fami-liares dos fundadores da WEG, no de-correr dos últimos 30 anos, tiveramoportunidade de participar de váriosencontros, nos quais o tema ‘ser acio-nista’ é discutido. Nestas ocasiões, jáforam ouvidos professores convidadosde destaque nacional nesta área”, con-ta Miriam Voigt Schwartz, sucessora dofundador Werner Voigt no Conselho deAdministração.

Empresa familiar e sucessão

Nildemar Secches, presidente do Conselho deAdministração da WEG, afirma que seu principalpapel na função é estimular o corpo executivo abuscar novas oportunidades de mercado e dar umadireção estratégica aos negócios. “Outra função dizrespeito à preservação da cultura da companhia.No caso de uma empresa como a WEG, é transferiros valores e conhecimento do negócio de seus fun-dadores para a nova geração de executivos”, acres-centa. “Os grandes valores que os fundadores noslegaram foram uma relação extremamente ética ede transparência nos negócios e uma política de tratamento igualitário en-tre todos os acionistas. Ou seja, eles adotam as melhores práticas de Gover-nança Corporativa mesmo antes da existência do nome e de ser uma de-manda do mercado”, destaca.

Direção estratégicaPERCIO LIMA

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Quando se fala em equilí-brio, tema desta edição darevista, Nuno Cobra Ribeiroé referência. Pós-graduadoem Educação Física pela USP,foi um dos primeiros a tra-tar de conceitos como a in-teligência emocional. É au-tor do livro “A Semente da

Vitória”, que ficou por três anos seguidos entre osdez mais vendidos da revista Veja. Foi preparadorfísico de atletas como Ayrton Senna e Christian Fit-tipaldi e de executivos como Abílio Diniz (do grupoPão de Açúcar). Aqui, ele fala sobre a importânciado equilíbrio para o esporte e a vida.

O senhor defende a tese de que se pode trabalhar a mentee o espírito por meio da atividade física. Como?

É impressionante o efeito da atividade física na nossasaúde física, mental e emocional! É de tal grandeza e detal importância, que chega a ser uma responsabilidadeprimária o homem voltar à sua natureza de animal domovimento que ele é. A atividade física está no contextode nossa vida, com tal força e tal maneira, que se nósnão realizarmos esse movimento, que hoje tem que serfeito de forma mais artificial, nós vamos acabar adqui-rindo um desequilíbrio no nosso organismo, e isso vaipromover uma enfermidade. Não é uma questão de gos-tar ou não, é uma questão de fazer. A atividade físicanos eleva espiritualmente, promove um contato muitoíntimo com nós mesmos e, principalmente, com a natu-reza. Ela traz ao homem mais segurança, mais confian-ça, melhora todos os processos metabólicos, de capta-ção de mais energia dos alimentos, sua absorção e di-gestão, aumenta as glândulas sudoríparas que irão de-sintoxicar nosso organismo etc.

É possível levar uma vida equilibrada mesmo com as exi-gências dos dias de hoje?

Não só é possível como é mais necessário do que antes,pois estar em equilíbrio há 50 anos era bem mais fácil.Hoje em dia a pessoa não têm descanso na mente, poisacaba de um lado, começa do outro. São muitos estímu-los, extrema competitividade, exigência e cobranças quenão acabam mais. Então, é fundamental que a pessoabusque a atividade física, porque quando você está seocupando de seu corpo físico descansa o cérebro. É a

Sintonia de corpo e menteoportunidade do seu corpo reaver o equilíbrio perdidocom tanta tarefa e tanta exigência. Busque momentosde paz, boceje, espreguice-se, relaxe mais, respire! Este-ja atento a seu corpo e às suas necessidades, durma maiscedo, alimente-se de maneira leve e equilibrada, fazen-do-se uma pessoa melhor para você mesmo e para aspessoas que te cercam.

Quais exercícios o senhor sugere para contribuir para oequilíbrio físico e emocional?

Exercícios em barra fixa, paralelas, corrida e caminhada,de acordo com o momento cardiovascular de cada um,além de relaxamento e meditação.

O senhor tem uma teoria chamada Teoria dos Sacos.Como ela influencia o equilíbrio emocional das pessoas?

Essa teoria eu criei percebendo o comportamento daspessoas. Deus, quando nos criou, nos deu dois recipien-tes: um é onde colocamos as coisas boas que nos aconte-cem, as chamadas positividades, e no outro colocamosaqueles momentos que ficaram acentuados em nós, nos-sas falhas, o nosso lado ruim, a que chamamos de negati-vidade. Como a nossa sociedade contribui mais para des-truir do que construir o indivíduo, acentuando seus erros,o saco da negatividade vai se enchendo muito. Devido aisso, os pais devem sempre exaltar os pontos positivosdos filhos, preenchendo o saco de positividades. Nuncaexaltar os pontos negativos de cada um, pois a vida já seencarrega de encher o saco de negatividades. Quando cadasaco se enche, ele vaza para sua vida.

Como diminuir a pressão e a preocupação na hora de en-frentar os desafios como uma competição importante?

O estado de relaxamento é essencial quando praticamosuma atividade esportiva, já que a questão mental é oque diferencia o campeão. O diferencial será seu equilí-brio emocional, sua autoconfiança e sua capacidademental. Em qualquer esporte, o poder de não pensar, deapenas deixar fluir a habilidade motora é essencial, poiso pensamento traz dúvida, medo, insegurança, inibindoe travando o movimento espontâneo. O atleta pleno entraem um estado de quase transe, um estado mental dife-renciado de grande concentração e baixa ansiedade. Ésob este estado que os atletas realizam aqueles lancesespetaculares. É claro que a resistência e a habilidadefísica também são essenciais ao campeão. Porém, entreestes três fatores essenciais, o mental, o físico e o técni-co, o primeiro é o que faz a maior diferença.

No site da WEG você encontra mais um trecho da entrevista.Acesse www.weg.net, clique em WEG EM REVISTA

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Junho deste ano, Circuito Mare Nostrum de natação, etapa de Barce-lona, na Espanha. Vários nadadores brasileiros participam em prepara-ção para os XV Jogos Pan-Americanos. Felipe Lima, de Cuiabá, sente umacontratura muscular na coxa, logo na primeira prova, por excesso deesforço. No lugar dele, o que você faria?a) Abandonaria a competição.b) Completaria a prova e, depois de descanso e fisioterapia, continuaria

competindo. Afinal, é a preparação para o Pan.c) Se esforçaria para vencer a etapa.

Para ajudar na sua decisão, veja as lições de alguns atletasque vão competir no Pan-Americano deste ano e a importân-

cia de um princípio universal na natureza: o equilíbrio.

ConcentraçãoSamuel Leandro Lopes, de Jaraguá do Sul/SC, cidade-sede da WEG,

vai disputar o tiro esportivo na modalidade carabina deitado. Isso signi-fica mirar cada tiro no centro de um pequeno alvo colocado a 50 metrosde distância. É preciso ser um mestre em concentração: corpo e menteem equilíbrio e focados num só objetivo. Ele ensina que o segredo estáno autocontrole, que envolve atenção a cada detalhe.

“Há vários fatores que você precisa controlar: a respiração, os braços,o dedo no gatilho, o olho no alvo e na mira, as pernas”, relata. “Com aprática exaustiva, esse controle se torna inconsciente. É o que faz comque o equilíbrio corpo e mente seja cada vez mais natural”, afirma. Háde se pensar ainda nas condições adversas. Samuel competiu nos Esta-dos Unidos sob temperaturas de 1 a 2 graus centígrados. E não podiapermitir que o corpo tremesse de frio na hora de atirar. “No final daprova, eu já não conseguia mais controlar os espasmos. Mas o controleestá na mente. Eu ficava repetindo pramim mesmo: o frio está na perna, nãono braço”, relembra. Samuel detém orecorde brasileiro da modalidade.

Talento em proldo conjunto

Como equilibrar o jogo de um timerepleto de talentos e, por outro lado,caracterizado justamente pelo jogo deequipe? “Com muito treino, distribui-ção de jogadas e um grupo homogê-neo, sem que alguém se sobressaia.” Afórmula do equilíbrio é dada por Fofão,levantadora e capitã da Seleção Brasi-leira de Vôlei. O time, hoje, é conside-rado um dos melhores do mundo e fa-vorito em qualquer competição de queparticipe. Esta posição, para a capitã

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Fofão, se deve justamente ao equilíbrio existente no grupo: “Todas asjogadoras estão preparadas para entrar a qualquer momento, formandoum time de 12 titulares”, compara. Por isso, a expectativa quanto à par-ticipação nos Jogos Pan-Americanos é a melhor possível: “Estamos cons-cientes das dificuldades que enfrentaremos nos Jogos, mas apostamosno grupo equilibrado para alcançar um bom resultado”.

Esforço e cuidadoComo manter o equilíbrio entre o esforço para obter um alto rendi-

mento e o cuidado para não exagerar e acabar com uma contusão séria? Éa linha que separa a persistência da teimosia. O maratonista VanderleiCordeiro de Lima, forte concorrente ao ouro no Pan, explica: “Esse equilí-brio só se alcança com disciplina e com o trabalho de equipe multidiscipli-nar: você tem que saber ouvir seu corpo, mas também seu técnico, seumédico, seu fisioterapeuta, seu nutricionista, e por aí vai”, afirma.

Vanderlei deu uma lição de equilíbrio emocional ao Brasil nas Olimpí-adas de Atenas, em 2004. Ele liderava a prova e tinha todas as chancesde vencer, quando foi agarrado por um manifestante escocês que inva-diu a pista. Em alguns segundos, o atleta venceu a frustração e a quebrada concentração e continuou na prova, chegando em terceiro. Da próxi-ma vez em que você sentir que alguém “atrapalhou a sua corrida”, lem-bre do Vanderlei.

Fazer escolhasQuerer ganhar todas é receita para o desequilíbrio. Às vezes, a chance

da vitória está em saber qual é a prioridade e fazer escolhas, abrir mão dealgumas coisas para focar todos os seus esforços no objetivo principal.Felipe Lima, único representante de Mato Grosso no Pan, primeiro lugar

no ranking brasileiro dos 50 e 100 me-tros peito, só tem 22 anos, e já é pro-fessor no assunto. Ao sofrer a contratu-ra muscular na coxa, decidiu largar acompetição, em vez de insistir. “Nãoquis arriscar”, ensina. Agora, Felipe estápreparado para o Pan, com a coxa mui-to bem, obrigado. E ainda faz fisiotera-pia todos os dias, como prevenção.

O atleta tem também um segredopara se preparar emocionalmente paraas provas. “Eu faço a visualização do queeu quero. Vejo toda a prova na minhacabeça, até a vitória e o pódio. Quandochega a hora é só entrar e fazer o quevocê já treinou, mostrar o que quer”,explica. “Tem que estar bem consigomesmo, focado e não pensar negativa-mente”, acrescenta.

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Na água ou no solo, emcompetição ou na infra-

estrutura, a marca WEG estápresente nestes Jogos Pan-Americanos. Produtos WEG

estão aplicados em elevadoresna Vila Olímpica, veículos deturismo e equipamentos de

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A qualidade das tintas WEG está naságuas dos Pan-Americanos, aplicadanum catamarã utilizado como barco deapoio às competições de vela. A coman-dante deste barco é a velejadora Adria-na Kostiw, atleta olímpica brasileira, re-cordista sul-americana e forte candida-ta à medalha de ouro na classe lasernestes Jogos.

O veleiro de 30 pés foi construídoem Fortaleza/CE, e está sendo apresen-tado ao mercado Rio-São Paulo. Alémde ser utilizado no apoio aos Jogos Pan-Americanos, o barco vai participar daRegata Ilha de Caras em Angra dos Reis,da Regata Santos/Rio e da Semana deVela de Ilhabella. Também será utiliza-do para treinamento, eventos empresa-riais, aulas de vela e vivência a bordo.

O negócio foi fechado na revendapaulista Náutica Tintas, que também fezo acompanhamento da pintura. As tin-tas utilizadas são de alta performance eoferecem resistência e durabilidade,além de não agredir o meio ambiente.

Além de marcar presença nas com-petições, a bordo do catamarã de Adri-ana Kostiw, a WEG está presente na in-fra-estrutura turística do Rio de Janei-ro. A empresa participa da moderniza-ção de uma das principais atrações tu-rísticas da cidade, o bonde de Santa Te-resa, fornecendo produtos para o novosistema de tração elétrica dos bondes.Os 15 veículos da frota serão equipa-dos com motores elétricos de induçãoe inversor de freqüência da WEG.

A tração elétrica total ou parcial éuma alternativa mais eficiente e ecolo-gicamente correta, na avaliação do ge-rente de Projetos e Engenharia de Au-tomação da WEG, Valter Luiz Knihs. "Te-mos inúmeros projetos em andamentoe vários fornecimentos de equipamen-tos e soluções para locomotivas, carros,ônibus e navios em plena operação",acrescenta Knihs.

Entre estes projetos está um ônibusmovido a hidrogênio (célula de combus-tível), em parceria com a montadoraBusscar, de Joinville/SC, e o Instituto dePós-Graduação da Universidade Federaldo Rio de Janeiro.

O bonde de Santa Teresa

Os famosos bondes do bairro cari-oca de Santa Teresa começaram a cir-cular no século XIX, movidos a tração

animal. Posteriormente passaram a uti-lizar energia elétrica. Eles transportamturistas e moradores para um passeiona cidade, que começa no Centro doRio, no Largo da Carioca, passa sobreos Arcos da Lapa e segue a rota do tem-po no sobe-e-desce das famosas ladei-ras de Santa Teresa. As ruas estreitas esinuosas por onde passam os bondes -os únicos que ainda circulam em todoo Brasil - são mais uma peculiar atra-ção do bairro.

Elevadores na Vila do Pan

Inversores CFW-10 e MPW da WEGestão instalados nos elevadores dosprédios da Vila Olímpica do Pan-Ame-ricano. Os elevadores são fabricadospela ThyssenKrupp e os produtos WEGsão aplicados nos operadores de por-tas e no acionamento da tração.

A paulistana Adriana Kostiwcresceu na beira da represa deGuarapiranga/SP, onde ela via oavô nadar todas as manhãs. Come-çou a praticar esportes a vela aos9 anos de idade, quando seu pai aensinou a velejar de windsurfe.

Mais tarde passou a compe-tir, escolhendo a classe Europa.Acabou trocando para a classe470, especialmente para compe-tir na Olimpíada de Atenas. Em2003, em parceria com Fernan-da Oliveira, classificou-se em 13ºlugar no Mundial da Croácia, ga-rantindo vaga para a Olimpíada,onde ficaram em 17º lugar. Emmarço deste ano, a dupla ven-ceu a seletiva nacional classifi-catória para o Pan.

Entre os muitos títulos de Adriana, destacam-se: pentacampeã paulista,pentacampeã pré-olímpica, vice-campeã brasileira, bicampeã sul-brasileira,campeã sul-americana e tricampeã da Semana de Vela do Rio de Janeiro...

Veleiro com tintas WEG

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DIVULGAÇÃO/ZDL

Saiba quais produtos foram aplicados na pintura do catamarã usado como barco de apoio nos Jogos Pan-Americanos, e conheça as características de cada linha. Acesse www.weg.net e clique em WEG em Revista.

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A íntegra das matérias desta página você lê no site www.weg.netA íntegra das matérias desta página você lê no site www.weg.netW

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Ao longo do ano, a WEG deve trocar mais de 400 deseus computadores a fim de atender aos requisitos do novosistema de gerenciamento de informações e processos doGrupo. Para promover o reaproveitamento destes equipa-mentos, a WEG criou o projeto Inclusão Digital em parceriacom as secretarias de Educação estadual e municipal. Naprimeira etapa do projeto, 278 computadores serão distri-buídos, beneficiando cerca de 21 mil alunos da rede públi-ca de Jaraguá do Sul/SC, cidade-sede da empresa. Escolasnos municípios onde a WEG tem filiais (Blumenau, Guara-mirim, São Bernardo do Campo, Guarulhos e São Paulo) eas da rede pública das demais cidades da microrregião deJaraguá também recebem computadores. 27/06

WEG Tintasno Coatings Care

A unidade detintas da WEG é asétima empresado Brasil a aderirao programa Coatings Care, queauxilia os fabricantes da indústriade tintas a administrar suas respon-sabilidades em relação a saúde, se-gurança e cuidados com o meioambiente.

Mais de 600 indústrias ao re-dor do planeta já aderiram ao Co-atings Care, considerado o maisimportante programa de conscien-tização e compromisso que osagentes de toda a cadeia produti-va de tintas podem assumir emâmbito mundial. 02/07

Segurança e confiabilidadeLançada na maior feira de elétrica da América Latina (FIEE), a nova linha

de Motores WEG à Prova de Explosão ajuda na movimentação de cargas derisco na área petroquímica. Segundo Tiago Mengarda, analista de vendastécnicas da WEG, a linha Motofreio à Prova de Explosão apresenta caracte-rísticas próprias para operar em áreas de risco que necessitam de frenagensrápidas. "O equipamento possui grau de proteção IPW66, exclusivo sistemade vedação W3SEAL e isolamento WISE (WEG Insulation System Evolution)",enfatiza. 13/06

Inclusão digital: aperte esta tecla

A WEG fechou um fornecimentode dois conjuntos WMagnet System+ Inversor de Freqüência com a Ha-bitasul Empreendimentos Imobiliári-os, empresa responsável pelo abas-tecimento de água de Jurerê Interna-cional.

Especialmente desenvolvido paraaplicações que exigem alto rendimen-to, peso e volume reduzidos, torquesuave e baixo nível de vibração e ruí-do, o WMagnet Drive System vai atuarno acionamento de bombas centrífu-gas de água do sistema de saneamen-to de uma das praias mais movimen-tadas de Florianópolis. 20/06

Alimentos100% protegidos

A luta contraa contamina-

ção de fun-gos e bac-térias é um

dos maioresdesafios que a

indústria alimentí-cia enfrenta no Brasil. Cabe tambémao produtor se responsabilizar pelotransporte das mercadorias até o des-tino. Pensando num aliado para as em-presas de transportes, a WEG Tintascriou um sistema de revestimento an-timicrobiano. Adequadas para os seg-mentos de saúde e alimentação, as tin-tas NobaC inibem a proliferação de fun-gos e bactérias, além de oferecer umasuperfície uniforme de alta resistênciaquímica e fácil limpeza. 13/06

DREAMSTIME

Eficiênciagarantida na praia

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Não me lembro do que possa terdespertado em mim a vontade de pra-ticar esportes. Será que foi o presenteque alguém me deu no aniversário, umpar de raquetes de pingue-pongue, comrede e bolinha? Talvez. Como não tinhamesa, aquilo só serviu para me deixarcom vontade de jogar.

Mas antes de jogar pingue-ponguevirtual eu já tinha ingressado a contra-gosto no mundo das artes marciais, porinsistência de minha mãe. Ela achavaque pagar aulas de judô para eu apa-nhar de meninos maiores ajudaria naformação de meu caráter, e me inscre-veu na mesma academia do colegui-nha do grupo escolar que eu odiava eque mais tarde se tornaria traficante.

Desisti do judô antes mesmo depedir à minha mãe para costurar umzíper na blusa de meu quimono, a qualinsistia em ficar aberta. Alguém sem-pre me derrubava antes de eu termi-nar de dar o nó na faixa branca. Masnão foi esse o motivo, e sim descobrirque os meninos de faixa mais colori-da que a minha acabavam brigandona rua no velho estilo irlandês de so-cos e pontapés.

Como eu era do tipo que vivia mer-gulhado nos pensamentos, aos onze

Minha vida esportiva

anos decidi tentar natação. Aquilo ren-deu as três únicas medalhas que ganheihonestamente. Além disso, nadar fezbem para minha auto-estima. Paraquem aos dois anos de idade se afogouno lava-pés da piscina de um hotel, osimples fato de não precisar ser ressus-citado cada vez que saía da água já erauma prova de superação.

A quarta medalha veio em um tor-neio de xadrez organizado por um pri-mo com dificuldade para completar agrade de participantes. Após duas au-las eu tinha aprendido que, no xadrez,o peão vai à pé porque não confia nocavalo, que vive dando guinadas. Esta-va pronto para competir. Meu primeiroadversário faltou, o segundo não veio,o terceiro ficou doente e o quarto...Bem, o quarto veio e ganhei dele.

Era um velhinho senil, íntimo da ra-inha, com quem conversava o jogo in-teiro. Em voz alta, dizia a ela tudo o quepretendia fazer e o que eu faria em se-guida. Fui seguindo suas instruções evenci, depois de ouvir como eu poderialevá-lo a um xeque-mate. Minha sortelevou-me a disputar o terceiro lugar,quando finalmente fui derrotado. Comomeu primo tinha comprado uma me-dalha a mais, fiquei em quarto lugar.

Se não fosse pelo incentivo e pelainsistência de pais, amigos e professo-res eu teria ficado longe dos esportes.Tive até um professor que se recusou aaceitar o atestado médico que arranjeicom uma colega para escapar da edu-cação física. Ele não abriu mão de mi-nha presença na quadra e ainda deubronca em minha colega, filha de umconhecido ginecologista.

Até com fisiculturismo eu me envol-vi, achando que bastava comprar e lero curso do Mr. América para ficar da-quele jeito, cheio de bolotas pelo cor-po. Eu ainda não sabia que nos espor-tes e na vida nada acontece sem inves-timento, equilíbrio e constância. Porquerer resultados rápidos, vivia pulan-do de um extremo ao outro, sem paci-ência para esperar pelos resultados.

Essa minha característica de pular deum extremo ao outro deve ter sido oque levou os meninos do bairro a meconvidarem para jogar no gol. Ou tal-vez por ser eu o único que tinha umabola de capotão? Não sei. O que sei éque eles eram muito prestativos. Iam atéminha casa para avisar que o jogo iriacomeçar e pacientemente indicavam olugar exato onde eu deveria ficar no gol.Atrás do goleiro.