voz ribatejana 6 julho 2011
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
Em frente aos correios de Alverca
tel: 21 958 45 37 Web: www.audiovital.pt
Desenhador
acusado de matar
o pai responde
em Benavente
“
“
:: número 16 :: ano 1 :: 6 de Julho de 2011 :: quinzenário regional :: director Jorge Talixa :: preço 0,50 cêntimos ::
pag.: 7
Voz Ribatejana
Acordos com:
ADSE | ARS | ACS PT | ADM | Multicare | Zurich |
AXA | Fidelidade Mundial |
Acidentes de Trabalho
(Acordo com várias companhias de seguros)
Edifício Planície - Rua do Curado Lojas 101 e 115 Vila Franca de
Xira Tel: 263 270 272 - 912 247 171
[email protected] [email protected]
Agora com mais um novo
espaço de saúde e bem-estar
Casquinha
triunfa na
Palha
Blanco
Vila Franca de Xira – Colete Encarnado junta muitos milhares
António
“Colorau”
recebe
pampilho
Campinos
também já
vêm do
Brasil
Suple
mento
com
tudo s
obre o
Cole
te
Enca
rnado 2
011
Tradição
está bem viva!
Tradição
está bem viva!
FINANCIAMENTOS | POUPANÇAS | SEGUROS
GESTÃO DE CONDOMÍNIOS | ADMINISTRAÇÃO,
MANUTENÇÃO E LIMPEZA
JÁ ABRIU!!
VAMOS ONDE PRECISAR!NÓS RESOLVEMOS!
R. Dr Miguel Bombarda, Loja 26 Alhandra
Tlf: 218 081 171 - [email protected]
Pai julgado
por matar
o filho no
Sobralinho
pag.: 7
Foto
Ana S
err
a
ABERTURA
“
02
Jorge Talixa
O movimento cívico Pais em
Rede (PER), criado com o
objectivo de juntar pais e out-
ros familiares de cidadãos por-
tadores de deficiência em pro-
jectos comuns, pretende ser
reconhecido como parceiro
social. O 30º. núcleo local do
PER foi apresentado, no dia
24, em Vila Franca de Xira e a
associação anunciou que, até
final de 2012, pretende atingir
os 1600 pais com formação
específica para apoio aos seus
filhos deficientes, num projec-
to que considera pioneiro a
nível europeu. A sessão rea-
lizada no auditório da Junta
vila-franquense contou com
intervenções do professor de
filosofia Adelino Cardoso, do
director-geral da CerciPóvoa
Luís Carlos Santos, do sociólo-
go e docente universitário Luís
Capucha e da presidente do
Pais em Rede Luísa Beltrão.
Criado há pouco mais de um
ano e com estatutos aprovados
em Abril de 2010, o Pais em
Rede surge com o objectivo de
“promover a realização e
inclusão das pessoas portado-
ras de deficiência”, criando
uma rede de suporte centrada
na família e procurando
soluções práticas para os pro-
blemas das pessoas incapaci-
tadas. Promover o diálogo
entre todos os intervenientes,
influenciar decisões sobre as
políticas de reabilitação e pro-
mover a mudança de mentali-
dades a partir de dentro, são
outras das aspirações do PER.
O movimento cresceu rapida-
mente e já dispõe de 30
núcleos regionais e de 10 coor-
denações distritais. Os seus
três grandes objectivos passam
pela construção de uma rede
nacional com estatuto de par-
ceiro social na área da defi-
ciência, pela formação parental
através de escolas de pais e
outras acções e pela coorde-
nação de um diagnóstico
nacional relativo à situação das
pessoas com deficiência e às
suas famílias.
“São as forças vivas da comu-
nidade que têm que se juntar
para que a humanidade acon-
teça e para que nos sintamos
seres humanos em toda a sua
plenitude”, sublinhou Luísa
Beltrão, presidente do PER,
considerando que o conheci-
mento que o movimento já tem
da realidade nacional permite
perceber que “a situação é
trágica” no que diz respeito ao
apoio aos cidadãos deficientes
e às condições em que muitos
deles vivem. “A força da
família ainda é um dos nossos
grandes capitais e é isso que
temos que aproveitar”, vincou.
Em Março, o PER lançou um
novo projecto, as chamadas
“Oficinas de Pais”, com o
objectivo de dar formação em
três níveis: emocional, capaci-
tação parental e prestação de
ajuda. Já se realizaram seis
oficinas (quatro em Lisboa e
duas em Évora) cada uma
delas com cerca de 20 partici-
pantes e, a partir de Setembro,
arrancam mais 12 acções de
formação para pais – nas capi-
tais de distrito de Lisboa,
Porto, Évora, Vila Real, Viseu,
Beja e Faro realizam-se duas
acções até final do ano. O
objectivo é atingir os 1600 pais
com formação nesta área até
final de 2012.
Ana, uma das mães que já par-
ticipou numa acção deste
género, realçou o facto de par-
ticiparem pais de crianças e
jovens com os mais diversos
tipos de deficiência e com
diferentes idades. “É uma troca
de experiências muito impor-
tante para sabermos o que nos
espera”, referiu, frisando que
este é um projecto verdadeira-
mente pioneiro na Europa.
Luísa Beltrão acrescentou que
alguns dos pais com estes 3
níveis de formação vão,
depois, prestar ajuda em hospi-
tais e escolas e que já está
definido que alguns le-
ccionarão cadeiras específicas
em escolas superiores da área
da saúde a alunos de cursos
cujos formandos vão estar, no
futuro, ligados a esta temática
da deficiência.
A conferência
“Direitos Humanos e Direito à
Diferença – Desafios para a
plena cidadania” foi o tema
proposto para a sessão realiza-
da em Vila Franca, moderada
pelo vereador social-democra-
ta João de Carvalho. João
Veiga, um dos promotores do
núcleo vila-franquense,
começou por sublinhar que
“existe, efectivamente, uma
ligação entre o desenvolvi-
mento cultural de cada
sociedade e aquilo que cada
sociedade é em termos de di-
reitos daqueles que se apresen-
tam como mais vulneráveis”
(ver entrevista na página 3).
João de Carvalho vincou que
“a aceitação da diferença é
extraordinariamente impor-
tante para o desenvolvimento
de uma sociedade”, mas que,
culturalmente, ainda estabele-
cemos divisões, sempre o fize-
mos e ainda há dificuldades em
aceitar todos como iguais.
Frisando que todos temos
deformações e limitações, o
autarca do PSD salientou que
“a evolução da sociedade é a
forma como tratamos aqueles
que mais necessitam”.
Já Luís Carlos Santos apresen-
tou um conjunto de teste-
munhos de familiares de
cidadãos deficientes sobre as
dificuldades com que se
deparam no dia-a-dia e resu-
miu as múltiplas actividades
desenvolvidas pela
CerciPóvoa, frisando que
procura ser uma instituição
orientada para a escola dinâmi-
ca e inclusiva.
Adelino Cardoso, docente da
Universidade Nova de Lisboa,
faz também parte da comissão
de ética do Instituto Português
de Oncologia, realçou a neces-
sidade de se humanizar cada
vez mais, porque “todos mere-
cem um lugar próprio e uma
vida com dignidade”.
Vila Franca de Xira
Criado há pouco mais de 1 ano, o movimento cívico Pais em
Rede pretende unir familiares de crianças e jovens portadores
de deficiência, com o objectivo de melhorar as suas condições
de vida e de contribuir para a formação dos pais e dos técni-
cos que os acompanham. Em Vila Franca de Xira nasceu o
30º. núcleo nacional do Pais em Rede, apresentado numa con-
ferência realizada no passado dia 24.
Pais organizam-se para
ajudar filhos deficientes
voz ribatejana #16
A mesa com os cinco oradores
convidados para esta primeira
iniciativa do núcleo de Vila
Franca
Vila
Franca forma
30º. núcleo do
movimento Pais
em Rede
13 de Julho’11
15h00
Salão Nobre
dos Paços do Município
de Vila Franca de Xira
Perío
do
ab
erto
à i
nte
rven
ção
do
pú
blico
a p
arti
r d
as 1
8h
00
ww
w.c
m-v
fxir
a.p
t |
Tel.:
263 2
85 6
00
Jorge Talixa
Voz Ribatejana - Como e por que é
que surge um núcleo do PER em
Vila Franca? Actuará no concelho
ou também na região envolvente?
João Veiga - Em Novembro do ano
transacto, o PER organizou um
colóquio, que decorreu na Fundação
Calouste Gulbenkian, subordinado
ao tema “A força dos pais”, em que
participaram pais, professores, médi-
cos, agentes sociais e decisores
políticos. Foi uma iniciativa de
excepcional qualidade humana e
científica, em que alguns de nós, pro-
motores do núcleo de Vila Franca de
Xira, tivemos a felicidade de partici-
par. O impacto desse evento foi o
grande responsável pela adesão ao
movimento PER. Inicialmente a
nossa participação fez-se através do
núcleo de Lisboa; contudo, concluí-
mos que o mais adequado seria
canalizar as nossas energias em prol
da constituição de um núcleo local.
Um outro elemento decisivo foi o
facto de alguns de nós sermos pais de
crianças com perturbações do espe-
ctro do autismo, a frequentar a
Unidade de Ensino Estruturado do
agrupamento Sousa Martins, o que
funcionou como um elemento de
união, dado as vivências e problemas
que partilhamos. Por último, o facto
de, apesar de haver vários membros
PER residentes no Concelho de Vila
Franca não existir uma “rede” que
colocasse essas pessoas em contacto,
no sentido de criar qualquer tipo de
sinergia. Sublinho “qualquer tipo”
uma vez que não há ainda uma agen-
da definida.
Quanto à abrangência, o nosso obje-
ctivo é actuar no âmbito do Concelho
de Vila Franca. A organização do
PER é sustentada por núcleos locais
e estes têm fundamentalmente um
âmbito concelhio. Num concelho
com a dimensão e complexidade do
nosso, ficaremos muito satisfeitos se
conseguirmos criar uma rede local.
Mais do que isso não é razoável
almejar.
O concelho de Vila Franca é apon-
tado frequentemente como um dos
que possui mais instituições e mais
respostas no domínio social.
Concorda com esta ideia ou ainda
há muito que fazer e melhorar na
área do apoio aos cidadãos defi-
cientes?
O Concelho de Vila Franca tem insti-
tuições de apoio social notáveis. Não
é por acaso que convidámos o Dr.
Luís Carlos Santos, director da
CERCIPóvoa para participar no
debate e que o Sr. Manuel Martins,
presidente da direcção do ABEI,
assistiu na primeira fila, o que muito
nos honrou. Contudo, quando se trata
de apoio aos cidadãos deficientes, o
problema é muito mais vasto do que
a mera existência de recursos.
Tratasse, como muito bem enfatizou
um dos nossos convidados de debate,
o Prof. Adelino Cardoso, de um
problema ético de responsabilidade e
cidadania. Só há uma forma de
encarar a problemática da deficiên-
cia: todos temos de ter a consciência
que estamos perante um dos grupos
mais vulneráveis da nossa sociedade,
que exige o melhor da nossa cons-
ciência moral.
Quais são os vossos objectivos pri-
oritários nesta região?
Os nossos objectivos dependerão da
vontade dos membros do núcleo e da
estratégia que venha a ser delineada
pela direcção nacional do PER.
Apesar de haver grande liberdade no
funcionamento das estruturas locais,
os seus planos de actividades devem
ser enquadrados numa perspectiva
mais vasta, de âmbito nacional.
Primeiro temos de criar a “rede” e
para isso necessitamos de adesão ao
movimento. Temos procu-
rado apresentá-lo aos
agentes sociais cuja acção
tenha alguma relação com
a intervenção junto de
pessoas com deficiência.
Fizemos essa aproxi-
mação às instituições
locais e aos agentes políti-
cos, a quem apresentámos
o nosso movimento.
Demos particular atenção
às associações de pais, através da
FAPXira, com quem temos mantido
uma relação privilegiada. Podemos
sistematizar os nossos objectivos
desta forma:
-Criar uma rede de suporte centrada
na família;
-Incentivar o desenvolvimento de
competências parentais;
-Encontrar soluções práticas para os
problemas das pessoas incapacitadas,
fazendo levantamentos de dados no
campo e relatórios centrados na pe-
ssoa, potenciando o diálogo com
todos os intervenientes de modo a
criar planos concertados e realistas;
-Influenciar decisões sobre as políti-
cas de reabilitação;
-Promover a mudança de mentali-
dades a partir de dentro.
Como é que um pai ou uma família
pode aderir ao PER e ao vosso
núcleo em particular?
A adesão pode fazer-se através do
sítio do PER na Internet, em
http://www.paisemrede.net/. As for-
malidades de adesão são e não é obri-
gatório o pagamento de quota; os
membros podem fazer doações, de
acordo com a sua vontade e possibi-
lidade. Podem aderir pais, amigos,
familiares, técnicos etc. Todos aque-
les para quem o problema da defi-
ciência tenha um significado particu-
lar são bem-vindos. Embora nos seja
remetido o contacto de correio elec-
trónico dos novos membros resi-
dentes no Concelho, se nos con-
tactarem directamente através
endereço [email protected],
passam de imediato a fazer parte da
nossa rede de contactos.
03
6 de Julho de 2011
- Manutenção e pinturas -
- Lavandaria -
- Engomadoria -
- (recolhas e entregas grátis ao domicílo) -
Rua José Ferreira Tarré nº 7 Loja 1
ALVERCA
Tel: 219 577 809 - 916 438 041
FORMIGUINHA DO ASSEIO Lda.EMPRESA DE LIMPEZAS
Luís Capucha, sociólogo vila-fran-
quense que é também professor do
ISCTE e presidente da Agência
Nacional de Qualificação, salientou,
no debate de dia 24, que o mercado
exclui e que a taxa de actividade dos
cidadãos deficientes é menos de
metade (49%) dos restantes cidadãos
e a taxa de desemprego de portadores
de deficiência duas vezes e meia supe-
rior à dos restantes cidadãos. O índice
de analfabetismo é, também, mais ele-
vado entre os deficientes. Segundo
referiu, dados de 2007 apontam para
21% de analfabetismo entre os
cidadãos deficientes com idades entre
os 25 e os 70 anos e de 3, 6% para os
restantes cidadãos.
“O mercado cria uma situação que
deforma e gera desigualdades”, vin-
cou, considerando que “é ao Estado
que compete promover a inclusão das
pessoas com deficiência. Se o Estado
falha tendem a desenvolver-se proble-
mas de exclusão social. Se o Estado é
forte, a comunidade é mais sustentáv-
el e mais coesa”, referiu.
Luís Capucha lembrou, também, que
a taxa de participação social, associa-
tiva e política dos cidadãos deficientes
é “baixíssima” e criticou alguns mo-
delos seguidos nas escolas, com o
excessivo, no seu entender, enquadra-
mento de alunos na figura das nece-
ssidades educativas especiais. É que,
segundo referiu, Portugal, de acordo
com os rácios europeus, deveria ter
cerca de 23 mil crianças e jovens
neste tipo de ensino apoiado e tem
cerca de 50 mil.
O sociólogo sublinha que “todas as
pessoas têm potencial”, mas que é
preciso saber ouvi-las e que “o direito
à igualdade deve prevalecer sobre o
direito à diferença. Cada um deve ter
a oportunidade de levar tão longe
quanto possível as suas capacidades”,
vincou.
Por outro lado, Luís Capucha consi-
dera que, por comparação com outras
realidades europeias, em termos de
inclusão escolar de pessoas com defi-
ciência “Portugal não está numa situ-
ação ideal, mas também não está
numa situação tão negativa. Foi um
caminho percorrido em grande parte
pelos pais das crianças que, a seguir
ao 25 de Abril, formaram as Cerci, os
núcleos da APPCDM e outros.
Seremos dos países mais desenvolvi-
dos da Europa na integração dos defi-
cientes. Estamos longe do que é dese-
jável, mas a situação também não é
tão negativa como por vezes se quer
fazer crer”, concluiu.
Sinais de
exclusão
Núcleo quer criar sinergiasO recém-criado núcleo de Vila Franca de Xira do PER pretende criar uma rede de apoio a cidadãos portadores de deficiência e aos seus familiares.
Em entrevista ao Voz Ribatejana, João Veiga, um dos dinamizadores da comissão instaladora, explica as origens e os objectivos do núcleo.
Limpezas gerais e
domésticas | Escritórios,
condomínios | Limpezas
industriais e comerciais |
Gestão de condomínios
ANA RODRIGUES
961 863 946
R. Bento Jesus
Caraça
Lt. 48 - 4ºDto
Vila F. de Xira
João Veiga é um dos
dinamizadores do núcleo de
pais vila-franquense
“Necessitamos de adesão ao movimentopara criar a rede”
PRÓXIMA EDIÇÃO DO
VOZ RIBATEJANA
A 20 DE JULHO NÃO PERCA!
TODOS COM VOZ
“
04
Ficha técnica: Voz Ribatejana Quinzenário regional Sede da Redacção e Administração – Centro Comercial da Mina, Loja 3 Apartado 10040, 2600-126 Vila Franca de Xira Telefone geral – 263 281329 Correio Electrónico – [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Proprietário e editor – JorgeHumberto Perdigoto Talixa - Director – Jorge Talixa (carteira prof. 2126) Redacção – Miguel António Rodrigues (carteira prof. 3351), Carla Ferreira (carteira prof. 2127), Paula Gadelha (carteiraprof. 9865) e Vasco Antão (carteira de colaborador 895) Paginação - António Dias Concessionário de Publicidade – PFM – Radiodifusão Lda. Área Administrativa e Comercial – Júlio Pereira (9388 50 664) e Afonso Braz (936645773)Registo de Imprensa na ERC: 125978 Depósito Legal nº: 320246/10 Impressão CIC – Centro de Impressão Coraze Tiragem – 5000 exemplares
O MELHOR E O PIOR DA QUINZENA
Editorial
Unir Vila
FrancaA participação das tertúlias foi um dos pontos mais mar-
cantes da corrida de toiros que a RTP transmitiu, na
sexta-feira, para todo o Mundo, a partir da praça Palha
Blanco de Vila Franca de Xira. Largas centenas de ter-
tulianos deram, com a sua animação e o colorido das
suas camisolas, um ambiente único e particularmente
emotivo à Festa. Contribuíram, assim, de forma decisi-
va para passar uma boa imagem da aficion vila-fran-
quense e da paixão de muitos deles pela Festa dos
Toiros.
Já três dias antes se sentira um clima de forte ligação
entre os tertulianos na mostra realizada na Rua
Almirante Cândido dos Reis e na homenagem que as
autarquias locais prestaram às tertúlias da cidade.
São quase 40 grupos de amantes da tauromaquia espa-
lhados por outros tantos locais da cidade, que lhe dão
um colorido e um tipicismo muito próprio. Nem todas
têm conseguido manter o dinamismo de outras épocas,
mas demonstraram nestas iniciativas que estão bem
vivas, que envolvem muitas centenas de pessoas e que
podem dar contributos ainda mais decisivos para a vida
da cidade se para isso forem devidamente mobilizadas.
Há quem defenda a criação de uma comissão que repre-
sente as tertúlias de Vila Franca, há quem defenda uma
mostra mais alargada e há mesmo quem defenda uma
comissão de entidades locais que partilhe com a Câmara
a organização do Colete Encarnado. São tudo propostas
que merecem reflexão e certamente que, unidas, as von-
tades dos vila-franquenses podem dar outro andamento
e outra dinâmica à cidade. A tradição está cá, o
património também existe, o rio e a zona ribeirinha
caminham para ter outras condições, o forte associa-
tivismo local tem dado provas de que está bem vivo e o
comércio local também revela iniciativa. Tudo junto e a
remar para o mesmo lado pode elevar novamente o
papel de Vila Franca na vida desta região ribatejana.
Jorge Talixa
Voz dos leitores
Assim vai o Colete EncarnadoA tradição vai acabando, porque alguém
assim o vai fazendo. O Colete Encarnado não
é a senhora presidente, nem os vereadores.
Nem o folclore no desfile nas carruagens dos
cavalos. O Colete Encarnado não são só as
sardinhas, porque essas vão escasseando,
porque as que vão para as tertúlias são para
os amigos, quem vem de fora quase não as
vê. O Colete Encarnado não são só os espe-
ctáculos musicais. O melhor do Colete
Encarnado e o que mais emoção dá a Vila
Franca são os toiros. O Colete Encarnado são
os campinos, os toiros e todos aqueles que,
correndo o risco da própria vida, vão lá para
dentro enfrentar os toiros, são eles que dão
emoção ao Colete Encarnado, são eles que
trazem gente a Vila Franca, são as esperas
que são faladas em todo o País. Em que pen-
saram na hora de fazerem a manga, na multi-
dão não foi, porque o risco de acidentes nas
tronqueiras naquela zona vai ser muito
grande. Nos que brincam com os toiros, ne-
sses ainda pensaram muito menos, afinal
porque tomaram tal decisão? Vão dizer que é
por causa das lojas, temos pena mas eles ne-
ssas 3 horas nada vão vender, porque a con-
fusão vai ser grande, como de costume.
Um aficionado atento:
António Carlos
Bairro da Costa Branca, Vila Franca
A vida do campo é dura mas parece voltar aatrair cada vez mais pessoas convencidas
que o privilégio de viver em ambiente rural éúnico e que a agricultura tem futuro. Vemospor isso com satisfação o número significati-vo de crianças e jovens que, no passado fim-
de-semana, vestiram o Colete Encarnado eassumiram-se como potenciais futuros
campinos, garantindo que a profissão tam-bém tem futuro.
A chamada violência doméstica é umproblema crescente na sociedade por-tuguesa, motivada por diversos fa-ctores, que vão do alcoolismo a lacu-nas na formação da personalidade dealguns dos envolvidos. Nesta ediçãodo Voz Ribatejana abordamos doiscasos extremos que culminaram emhomicídios, mas divulgamos tambémo novo livro de Carlos Santos Oliveirasobre a problemática das relaçõesfamiliares. Matérias que nos devempreocupar porque a família deve con-tinuar a ser a base da sociedade por-tuguesa.
voz ribatejana #16
Estatuto Editorial
O Voz Ribatejana é um órgão de informação generalista
vocacionado para o acompanhamento de toda a região
Ribatejana, dando particular atenção aos municípios da
zona Sul do Ribatejo.
Aposta numa comunicação séria, isenta e plural, que vá
de encontro aos anseios e necessidades de informação
dos mais de 500 mil habitantes do Ribatejo e das
inúmeras comunidades daqui originárias espalhadas
pelo território nacional e pelo Mundo.
O Voz Ribatejana compromete-se a seguir e a aplicar
todas as regras deontológicas e a tratar todos de igual
forma, com equilíbrio e sem distinção de cor política,
raça, credo ou estatuto social.
O Voz Ribatejana dará especial atenção aos problemas
das comunidades mais desfavorecidas e apoiará dentro
das suas possibilidades as iniciativas da sociedade civil
que visam eliminar desigualdades e aumentar o progre-
sso social do nosso País.
O Voz Ribatejana dará também especial realce às
tradições ribatejanas e ao trabalho daqueles que se
envolvem na sua preservação e às iniciativas dos jovens,
percebendo que está neles o futuro desta região.
05
6 de Julho de 2011
Jorge Talixa
Uma engenheira da Câmara
de Vila Franca de Xira foi
alvo de procedimento disci-
plinar devido a comentários
que publicou no facebook em
que se referia aos serviços da
autarquia. A técnica superior
da Divisão de Obras, Viaturas
e Serviços Municipais
(DOVSM) até, de alguma
forma, defendeu o Município
e justificou algumas dificul-
dades na reparação de
estradas e arruamentos, mas a
maioria PS entendeu que
poderia estar a violar o dever
de lealdade e a abordar publi-
camente matérias ligadas ao
funcionamento interno da
autarquia, conforme revelou o
Voz Ribatejana na sua edição
de 25 de Maio.
O assunto acabou por ser dis-
cutido, à porta fechada, na
penúltima reunião camarária
e a proposta socia-lista de
punir a funcionária com uma
repreensão por escrito foi
rejeitada com 6 votos contra
de CDU e coligação Novo
Rumo (PSD/CDS-
PP/PPM/MPT) e 5 a favor do
P S .
Sobrepôs-se, assim, o
entendimento de que deve
prevalecer o direito à liber-
dade de expressão da cidadã e
de que os impactos das redes
sociais como o facebook
ainda não são suficientemente
conhecidos.
Tudo aconteceu em 9 de
Março passado, quando a téc-
nica até estava de baixa por
ter sido sujeita a uma inter-
venção cirúrgica e resolveu
responder a alguns comen-
tários que circulavam no
facebook a propósito do mau
estado de algumas vias
municipais. Escreveu, então,
que “o pessoal da Câmara
Municipal de Vila Franca de
Xira que tapa os buracos
(brigada móvel) tem que tapar
buracos em 11 freguesias e
s ã o
a p e -
nas quatro pessoas com uma
única viatura”. Acrescentou
que esta mesma brigada está
sujeita a uma rotatividade
fixa entre freguesias “pelo
que, salvo raras excepções, só
voltam a estar presentes na
mesma freguesia após cerca
de nove a dez semanas”, mas
salientou que a Câmara tam-
bém fornece materiais às jun-
tas para que estas tapem
alguns buracos. Teceu ainda
algumas con-
s i d e r a ç õ e s
pouco rele-
vantes sobre o
facto da urbaniza-
ção da Quinta da
Piedade (Póvoa de
Santa Iria) nunca ter sido
definitivamente concluída.
Certo é que, poucos dias
depois, soube que estava
sujeita a um procedimento
disciplinar, a que respondeu.
Entretanto, a Concelhia do
PCP acusou a coligação PS-
PSD-CDS/PP que governa o
Município de “perseguição” a
trabalhadores da Câmara,
porque “até mensagens colo-
cadas em páginas pessoais
das redes sociais são uti-
lizadas para instauração de
processos disciplinares”. E,
em
resposta ao
Voz Ribatejana, a Câmara de
Vila Franca de Xira disse,
simplesmente, que “os recur-
sos humanos da autarquia são
uma área que apenas diz
respeito ao funcionamento
interno da Câmara
Municipal”.
Certo é que, já na última
sessão camarária, CDU e co-
ligação Novo Rumo
rejeitaram a proposta social-
ista de aplicar uma repreen-
são por escrito à funcionária
em causa.
Pedro Passos Coelho anunciou, logo
na sua tomada de posse, que não
nomearia novos governadores civis,
porque estas estruturas regionais serão
rapidamente extintas, conforme
promessa eleitoral do PSD. Os gover-
nadores civis em funções reagiram no
próprio dia apresentando a sua demi-
ssão. Embora se colocassem algumas
dúvidas sobre a manutenção de
funções básicas dos governos civis
como a coordenação da protecção
civil, o Governo esclareceu que, em
caso de problema, a actividade dos
governos civis será assegurada pelos
secretários distritais. A maior parte
dos governadores demissionários
disponibilizou-se, contudo, para asse-
gurar a coordenação da protecção civil
enquanto o Governo não concretiza o
novo modelo.
O alverquense António Galamba, que
durante quase dois anos exerceu
funções de governador civil de
Lisboa, tornou pública uma carta que
enviou ao novo ministro da
Administração Interna Miguel
Macedo, onde apresenta o seu pedido
de cessação de funções e recorda as
funções dos governos civis ao nível da
representação do Governo, da aproxi-
mação entre o cidadão e a adminis-
tração, da segurança pública e da pro-
tecção civil. “Ao longo dos últimos
meses, os governadores civis em
funções foram confrontados com uma
campanha mediática populista, cata-
lisada por partidos políticos como o
PSD e o CDS-PP, centrada na defesa
da extinção dos governos civis”, sus-
tenta António Galamba, lamentando
que essas afirmações tenham ignorado
que “os governos civis apresentam
uma sustentabilidade financeira inve-
jável, com capacidade de gerar
receitas próprias para o funcionamen-
to dos serviços prestados aos
cidadãos, para apoiar as forças de
segurança e contribuir para o equipa-
mento dos bombeiros voluntários de
cada distrito”.
No entender de António Galamba, as
posições assumidas por PSD e CDS-
PP também ignoram que “as dinâmi-
cas de um território como o do distrito
de Lisboa são supra-municipais e
exigem um olhar a esse nível para
poder conformar às soluções à reali-
dade das pessoas, das instituições e da
circulação dos bens. A sociedade por-
tuguesa está demasiado organizada
com base em modelos de comparti-
mentação do território quando as pe-
ssoas, as organizações e os fenómenos
sociais como a criminalidade, por
exemplo, estão em mobilidade.
Acresce que, no caso do distrito de
Lisboa, os cidadãos estão confronta-
dos com um risco sísmico, por vezes
negligenciado, que exige um trabalho
de planeamento, de preparação e de
criação de rotinas de acção com uma
dimensão supra-municipal”, susten-
ta.
Acrescenta, ainda, que o Governo
Civil do Distrito de Lisboa tem
especificidades próprias, pela
realidade exigente dos seus 16
municípios, pela dimensão dos
desafios de segurança, de segu-
rança rodoviária, de protecção
civil e de defesa da floresta
contra os incên-
dios e por dis-
por de um
amplo par-
que de
habitação
social na
Pontinha,
Odivelas e
de pro-
priedades
e m
Odivelas,
n a
Amadora e em
Loures.
Jorge Talixa
CDU e PSD rejeitam
repreensão a engenheira da
Câmara de Vila Franca O caso do processo disciplinar levantado a uma técnica superior da Câmara de Vila Franca de Xira por comen-
tários que publicou no facebook revelado pelo Voz Ribatejana acabou por dividir os eleitos municipais. A maio-
ria PS propôs uma repreensão por escrito, mas os votos contra da CDU e da coligação Novo Rumo (PSD/CDS-
PP/PPM/MPT) ilibaram a funcionária envolvida.
Extinção dos governos civis dá polémica
Comentários
no facebook
deram processo
disciplinar
Leitores concordam com a extinção dos governos civis
A maioria dos leitores do Voz Ribatejana que partici-
param no inquérito promovido no blog vozribate-jana.blogspot.com, concorda com a decisã0 do
Governo de extinguir os governos civis.
Pronunciaram-se 26 leitores, com 76% a apoiarem a
medida e 15% a manifestarem a sua discordância.
15%
não
76% sim
8% NS/NR
Assaltos por
esticão
preocupam
Arruda
Uma série de assaltos pelo
método de esticão verificados
nas últimas semanas está a
gerar muita preocupação na
vila de Arruda dos Vinhos. O
último caso deu-se na semana
passada e o Voz Ribatejana
sabe que a GNR já identificou
dois suspeitos, que estão sob
investigação. Responsáveis da
Guarda sublinham que há a
convicção de que este grupo,
oriundo de fora da vila, será o
autor dos vários furtos regista-
dos e as investigações
prosseguem no sentido de
reunir as provas necessárias.
Também em Arruda, uma ten-
tativa de assalto ao balcão do
Santander Totta gerou alarme
no passado dia 24. Um indiví-
duo, armado, tentou roubar a
agência bancária, mas devido
ao mecanismo de retardamento
da abertura do cofre acabou
por desistir dos seus intentos,
optando pela fuga numa viatu-
ra estacionada na zona. O Voz
Ribatejana apurou que um
cliente que acabara de sair da
agência se apercebeu da tenta-
tiva de assalto e alertou a GNR,
que chegou rapidamente ao
local, de onde o suspeito saíra
2 a 3 minutos antes. Os mil-
itares da Guarda encetaram,
então, a perseguição em
direcção a Vila Franca de Xira,
mas já não conseguiram
localizar o assaltante.
J.T.
António Galamba
SOCIEDADE
“
06
Voz Ribatejana - Este seu
novo livro aborda a questão
do relacionamento entre pais
e filhos, em 20 histórias dis-
tintas. O que pretende trans-
mitir com elas e até que
ponto têm um fio condutor
entre si?
Carlos Santos Oliveira -
Penso, como diz a psicóloga
Susana Luís Gonçalves, que
tem colaborado comigo nas
apresentações desta obra, que
este livro funciona como um
“despertador”. Em meu enten-
der andamos todos a dormir e
negligenciamos as nossas
responsabilidades enquanto
pais, filhos e educadores. É
urgente despertarmos para a
realidade e cada família fazer
bem o seu trabalho de casa,
que consiste numa boa edu-
cação, em muito diálogo e
numa partilha fundamental: a
do Amor. Esta até parece ser
uma receita básica e simples,
mas o facto é que nós não a
conseguimos pôr em prática.
Só quando vemos passar na
televisão as imagens mediáti-
cas de jovens a agredirem e a
serem agredidos impiedosa-
mente nas escolas e noutros
espaços públicos é que leva-
mos as mãos à cabeça e nos
perguntamos: mas para onde é
que vão estes jovens?
Contudo, estas cenas repetem-
se todos os dias. Não há nisto
nada de original. Penso que
seria mais adequado pergun-
tarmo-nos: afinal o que é que
queremos fazer das nossas
vidas e das dos nossos filhos?
Respondendo à segunda parte
da pergunta, todas as histórias
deste livro têm um fio condu-
tor comum: a quebra do
respeito, da compreensão, da
autoridade, do Amor e da dig-
nidade no relacionamento
entre pais e filhos, o que dá
origem a uma espécie de guer-
rilha doméstica.
Acha que esta questão das
relações familiares, especial-
mente entre pais e filhos, é
um dos grandes problemas
da nossa sociedade. Porquê?
Sem dúvida que é um proble-
ma social muito grave. Sendo
a família a estrutura/instituição
fundamental da sociedade
humana, ao degradar-se vai
destruindo a ordem, a edu-
cação, os princípios e os va-
lores. Se no seio familiar, den-
tro da nossa própria casa, que
devia ser um lugar de afectos,
de protecção e de segurança,
as pessoas só convivem com o
conflito, as ameaças, as
agressões, a raiva e a falta de
entendimento e Amor, é natu-
ral que estes comportamentos
extravasem para a sociedade e
tenhamos que conviver no
nosso dia-a-dia cada vez com
mais ódio, mesquinhez, egoís-
mo e violência.
As histórias que reúne nesta
obra baseiam-se em factos
reais?
Sim, todas as histórias deste
livro têm por base factos reais.
É claro que a liberdade criativa
acaba por intervir no desen-
volvimento do texto, mas man-
tém intocável o que realmente
sucedeu. Provavelmente ao
fazerem a leitura dessas
histórias de vida, muitos
leitores acharão que as situ-
ações ali descritas são demasi-
ado absurdas e desumanas e
que não têm qualquer relação
com a realidade. Eu próprio
me surpreendi perante os fac-
tos e me interroguei nova-
mente ao escrevê-los: como foi
possível?
A verdade é que as histórias
deste livro são, no meu enten-
der, apenas o reflexo da nossa
incapacidade de sermos
humanos e vivermos com
respeito, dignidade e Amor.
A sua experiência profission-
al na área da justiça também
influenciou a vontade/neces-
sidade de abordar este tema?
É evidente que a minha exper-
iência como oficial de justiça
em tribunais de família e
menores há cerca de 10 anos,
em Ponta Delgada, na Ilha de
S. Miguel, nos Açores, e agora
em Vila Franca de Xira, teve
influência na minha vontade e
necessidade de abordar este
tema. É ali que nos chegam as
réplicas do verdadeiro ter-
ramoto social; as famílias
estão a desmoronar-se e a des-
fazer-se em pó. Chega a ser
chocante e emocionalmente
doloroso (muitas vezes já
chorei) conviver com tanta
desgraça. Por isso este meu
livro, como alguns outros que
anteriormente publiquei, pre-
tende que nos choquemos, ten-
hamos vergonha dos nossos
comportamentos e, sobretudo,
tomemos consciência que esta-
mos a agir mal e que é urgente
encontrarmos o caminho que
nos leve a ser felizes.
O problema da violência
familiar é especialmente pre-
ocupante na região de Vila
Franca de Xira?
A violência familiar na região
de Vila Franca de Xira é tão
preocupante como em qual-
quer outro lugar do nosso país
e do mundo. É claro que em
cidades como esta e tendo em
conta as suas dimensões popu-
lacionais, étnicas e
migratórias, existe sempre um
maior número de casos de vio-
lência no seio da família.
Mas uma verdade indesmen-
tível é que a violência familiar
tem vindo a alastrar e a aumen-
tar a nível nacional, o que deve
merecer toda a atenção e pre-
ocupação. Contudo, a meu ver,
mais preocupantes são os mil-
hares de crimes de violência
física e psicológica que são
praticados e não são denuncia-
dos, por medo, por cumplici-
dade e por vergonha.
O que é que a escrita signifi-
ca para si e que novos pro-
jectos tem em preparação?
Para mim a escrita é uma
forma de partilhar mensagens
com os leitores. É um meio de
fazer amigos, envolvê-los no
meu trabalho e juntos constru-
irmos livros. É por vezes a
possibilidade de contar as
histórias daqueles que me
pedem que escreva sobre as
suas vidas, como aconteceu
relativamente a alguns episó-
dios deste livro, “Os Filhos
Não São Maus”. Mas é, sem
qualquer dúvida, um grande
meio para exaltar ao sentimen-
to e fazer reflectir e exprimir-
me sobre o que acho ser funda-
mental: o Amor.
Quanto a projectos, existe a
possibilidade de publicar, até
ao final do ano, mais um livro
infanto-juvenil e, no próximo
ano, um romance que se
desenrola em Portugal e noutro
país da Europa e que atravessa
45 anos da história destes dois
países.
“A violência familiar
tem vindo a aumentar” Carlos Santos Oliveira, oficial de justiça num dos tribunais de Vila Franca de Xira, apresentou, no dia 25, na livraria-bar Mensagem Aberta, o seu novo livro. “Os Filhos Não São Maus” faz,
em 20 histórias distintas, uma importante reflexão sobre as relações entre pais e filhos na sociedade actual. Em entrevista ao Voz Ribatejana, Carlos Santos Oliveira explica o que pretende trans-
mitir com esta obra baseada em factos reais.
voz ribatejana #16
A bancada da coligação Novo Rumo (PSD/CDS-
PP/PPM/MPT) na Assembleia Municipal de Vila
Franca de Xira acha que o actual horário do
refeitório social não se coaduna com as necessi-
dades dos utentes. O executivo PS não tem a
mesma opinião e defende que essa alteração não
se justifica.
O assunto foi colocado na última sessão do órgão
deliberativo municipal por Ana Paula Bayer, lem-
brando que o refeitório social que o Município
tem a funcionar em Vila Franca se destina a servir
a população mais carenciada e que não é preciso
ser economista para “compreender que os tempos
que se avizinham serão penosos para muitas
famílias residentes no concelho”. Por isso, a coli-
gação Novo Rumo acha que o actual horário do
refeitório social (segunda a sexta das 11h15 às
11h45) não será o mais adequado e ajustado às
necessidades daqueles que mais precisam e
defende o alargamento do funcionamento deste
serviço para o período das 12h00 às 14h00 e, se
for julgado pertinente pelo executivo da edilidade,
também ao fim-de-semana. Ana Paula Bayer
mostra-se “convicta” de que esta mudança
aumentará o número de utentes, “permitindo que
muitos mais possam vir a usufruir” deste Direito
Universal à alimentação condigna.
Maria da Luz Rosinha sustentou que, quando a
Câmara decidiu integrar o refeitório social no
refeitório municipal, esse “foi o primeiro acto de
grande integração” e defendeu que, estando a
maioria dos utentes desempregados, não têm
problema em frequentar o refeitório social até às
11h45. Conceição Santos, vereadora com o
pelouro da Acção Social, acrescentou que “é pre-
ciso integrar aqueles que são socialmente mais
desfavorecidos” e que o horário actual está de
acordo com as disponibilidades dos utentes. De
acordo a edil, a Câmara tem procurado alargar o
apoio que dá a estas pessoas, pondo também à sua
disposição os balneários e oferecendo algumas
roupas “para que essa integração mais digna se
possa realizar”. Conceição Santos afiançou, tam-
bém, que se da avaliação permanente que se faz
do funcionamento do refeitório social se concluir
que é necessário introduzir alguma alteração
“seguramente será feita”.
Ana Paula Bayer insistiu que se deveria reflectir
no alargamento do horário do refeitório social e
que se deveria também tentar criar formas de aju-
dar as pessoas a reconstruírem a sua vida. Maria
da Luz Rosinha lembrou que acompanha o fun-
cionamento do refeitório social há muitos anos e
que, muitas vezes, quem tem fome prefere levar
alimentos para casa a ir a um qualquer refeitório.
“O número de pessoas que recorrem ao refeitório
social é muito reduzido, são pessoas que conhece-
mos muito bem e que não tiveram oportunidade
de ter um projecto de vida, nalguns casos com
problemas de alcoolismo”, explicou a edil, frisan-
do que há no concelho um importante trabalho
social e que se procura prestar apoio num contex-
to de muita discrição.
A proposta da coligação Novo Rumo acabou por
ser rejeitada com 20 votos favoráveis de CDU,
Novo Rumo e Bloco de Esquerda e 23 contra do
PS.
J.T.
PSD quer alargar horários do refeitório social
Carlos Santos Oliveira apresenta livro em Vila Franca
Jorge Talixa
Um desenhador projectista de
39 anos está a responder no
Tribunal de Benavente acusado
da prática de um crime de
homicídio qualificado sobre o
seu próprio pai. Na primeira
sessão do julgamento, realizada
na passada sexta-feira, disse
que o pai o agredia quando
estava embriagado e que naque-
la noite de 20 de Outubro pas-
sado apenas tentou defender-se
e imobilizá-lo. A mãe, que
assistiu a parte da luta entre pai
e filho, apresenta um relato
dife-rente e afiançou que,
depois do pai ter caído no chão
na sequência de um soco do
filho, este terá saltado repetida-
mente a pés juntos em cima da
cabeça e do peito do progenitor.
Certo é que, segundo o colecti-
vo de juízas, a vítima ficou com
o crânio parcialmente esmaga-
do e morreu em consequência
de asfixia originada por com-
pressão do pescoço e pela
entrada de sangue (ficou com a
cana do nariz partida) nas vias
respiratórias.
O caso ocorrido há 8 meses em
Glória do Ribatejo, no concelho
de Salvaterra, suscitou muita
revolta na zona e a sala de
audiências do Tribunal de
Benavente tinha, na sexta-feira,
cerca de 20 familiares e amigos
dos envolvidos. O filho,
Arsénio Dias, disse, em tribunal
que tudo terá começado depois
do pai (operário fabril de 59
anos que trabalhava na
Elevadores Fortis em Alverca)
lhe ter mandado desligar o
computador, o que ele cumpriu.
Admite que vivia em casa dos
pais e que não contribuía para
as despesas, diz que o pai tinha
mau feitio e o agredia regular-
mente, por vezes com ajuda dos
tios, mas não soube explicar por
que é que, nessas condições,
nunca saiu de casa. O relaciona-
mento no seio da família estava
de tal modo degradado que,
segundo o procurador Luís
Pires, havia 14 queixas dos pais
contra o filho pelo seu compor-
tamento agressivo. Arsénio diz
que só tinha conhecimento de
uma e que ele próprio também
apresentou queixas contra o pai
pelas alegadas agressões.
Certo é que naquela noite
ambos apresentavam taxas de
alcoolemia elevadas (o pai com
2, 35 gramas por litro de sangue
e o filho 1, 75 gramas) e terão
entrado em luta. O arguido diz
que depois de terem trocado
murros e pontapés tentou deixar
o local numa trotinete, mas que
o pai o abalroou, caindo os dois.
A luta prosseguiu, segundo o
desenhador terá durado quase
10 minutos e, a dada altura, o
pai terá caído e ficado inanima-
do. “Ao cair terá embatido com
a face no chão, ficou inanimado
e admiti que tivesse sofrido um
ataque cardíaco”, referiu o
arguido, garantindo que a partir
daí não voltou a bater-lhe.
Raquel Costa, presidente do
colectivo, estranhou contudo
que, nessas condições, a vítima
apresentasse o crânio parcial-
mente esmagado, três costelas
fracturadas e múltiplas lesões
nos pulmões e noutras partes do
corpo. “Talvez tenha batido
numa pedra ou fosse devido ao
acidente com a trotinete”, ten-
tou explicar o filho. As três
juízas e as advogadas con-
frontaram o arguido com várias
contradições e este manteve
que só procurou imobilizar o
pai e que nunca teve intenção
de o matar.
A mãe, Quitéria Augusto, apre-
sentou, contudo, um relato bas-
tante diferente, referindo que
Arsénio foi um bom filho
(único) até aos 17 anos, mas
que depois mudou a sua perso-
nalidade e tornou-se muito
agre-ssivo, embriagando-se fre-
quentemente. Os pais procu-
raram inúmeras vezes o auxílio
da GNR e chegaram a envolver
uma delegada de saúde, a quem
pediram o internamento do
filho num centro de reabili-
tação. “A Guarda ia lá a casa e
dizia que não podia fazer nada.
Penso que ele tem um pro-
blema qualquer no cérebro. Era
muito agressivo para mim e
para o pai”, sustentou a mãe,
afirmando que o filho lhe bateu
muitas vezes e que, naquela
noite, terá dito:”Matei o pai e a
seguir vais tu”. Segundo o rela-
to da progenitora, tudo
começou porque o filho (muito
embriagado) terá ameaçado o
pai com uma faca. A mulher diz
ter tentado salvar o marido, mas
que o filho não deixou,
empurrando-a várias vezes e
levando-a a perder os sentidos.
“Desde os 17 anos, batia-me
muita vez, foi uma vida muito
torturada. Foram 20 anos neste
sofrimento até que acabou
assim”, concluiu. Segundo
Raquel Costa, o exame feito
concluiu que Arsénio Dias não
tem anomalias psíquicas.
07
6 de Julho de 2011
Desenhador acusado
de matar o paiO Tribunal de Benavente está a julgar o caso de um desenhador da Glória do Ribatejo acusado de ter agredido o pai até à morte.
A vítima trabalhava numa fábrica de Alverca.
Benavente
Julgado por matar o
filho no Sobralinho
No Tribunal de Vila Franca de Xira decorre, entretanto, o
julgamento de Luís Espalha, septuagenário que, em
Agosto do ano passado, terá disparado um tiro de
caçadeira que atingiu mortalmente no abdómen um filho
de 42 anos. A vítima era motorista na transportadora Boa
Viagem e, segundo várias testemunhas, pai e filho tinham
um relacionamento difícil.
A sessão de dia 28 do julgamento foi preenchida com
audição de várias testemunhas. Sérgio Oliveira, de 44
anos, com alguma formação de primeiros socorros, estava
nas proximidades quando ouviu o disparo. Procurou
perceber o que se passava, telefonou para o 112 e abeirou-
se da vítima, que encontrou “enrolada” no chão do quin-
tal da família, ainda a respirar, mas quase inconsciente.
Pouco depois, a vítima terá entrado em “estado de
choque”. Nas proximidades estava a filha pequena e a
testemunha diz ter ouvido o septuagenário gritar: “Matei
um, mato dois ou três”. Já outra testemunha, David, con-
tou que tentou convencer o arguido a entrar e casa e a
largar a caçadeira, mas garantiu que não ouviu o idoso
ameaçar matar mais alguém.
Já Rute Teixeira, médica do INEM que acorreu ao local,
relatou que o corpo estava caído à frente da porta da casa
e que não foi possível salvar o motorista.
Inspectores da Polícia Judiciária estiveram, na quarta-feira, na
Câmara de Benavente e consultaram diversos processos dos
serviços de urbanismo. Em causa está a investigação de uma
denúncia de alegada corrupção e favorecimento feita, há quase
dois anos, por um empresário com residência na freguesia
benaventense de Santo Estêvão. As suas declarações suscitaram
bastante polémica, até porque foram feitas já numa fase de pré-
campanha eleitoral para as autárquicas de 2009. Segundo o Diário
de Notícias foram, agora, constituídos 5 arguidos.
António José Ganhão, presidente da Câmara de Benavente, diz
que esta visita da PJ “era há muito esperada e desejada e acontece
na sequência do processo de inquérito aberto pelo Ministério
Público, que acolheu uma denúncia efectuada por Pedro Mota,
advogado de Fernando António Marques”. Acrescenta o edil, que
esta denúncia “está ligada ao processo de notificação efectuada
(pela Câmara) ao senhor Fernando Marques para proceder à
demolição de barracão construído ilegalmente em terrenos da
Reserva Ecológica Nacional”.
Da participação feita pelo empresário terão resultado a investi-
gação e as buscas agora efectuadas. António José Ganhão confir-
ma que os inspectores estiveram na sua casa e no seu gabinete,
referindo que não levaram nada e que prosseguiram, depois, as
buscas nos serviços de obras e urbanismo.
A denúncia aludia a alegadas situações de tráfico de influências e
de favorecimento de determinados promotores. O executivo
camarário garantiu, na altura, que estava perfeitamente tranquilo
relativamente a qualquer eventual investigação das participações
feitas pelo empresário e que se limitou a cumprir a Lei na ordem
de demolição. António José Ganhão acrescenta que, já em Abril
de 2009, solicitou ao Ministério Público a possibi-lidade de ser
constituído arguido como forma de se poder defender de sus-
peições que considera “gravemente caluniosas e difamatórias”.
PJ investiga denúncia de corrupção
na Câmara de Benavente
Antigo inspector terá morto
ucraniana
Um antigo inspector da Polícia Judiciária, de 70 anos, terá
sido o autor do disparo que vitimou uma imigrante ucraniana
de 45 anos, que habitualmente limpava a sua casa. O caso
deu-se na manhã de dia 30 num prédio da Rua João Silva
Vitoriano, na Póvoa de Santa Iria e, segundo fonte policial, o
suspeito terá tentado, depois, pôr termo à vida, tendo sido
encaminhado em estado muito grave para o Hospital de São
José. Segundo testemunhos recolhidos pelo Correio da Manhã
em causa poderá estar uma alegada recusa da imigrante em
manter um relacionamento amoroso com o suspeito.
O artigo sobre urbanizaçõesinacabadas publicado na última ediçãodo Voz Ribatejana suscitou vários comen-tários no facebook. Participe também em:
www.facebookcom/vozribateana
Maria Rodrigues: "Se o
País não tem dinheiro como é que
acabam as casas? Só se os que se
põem para aí a divagar fizerem
empréstimos a custo Zero aos
construtores, isso é que era".
Maria de Lurdes
Santos: "Ou então os cons-
trutores ganharem um
pouco menos também e as
pessoas tinham mais acesso
a comprar"
Município de Vila Franca de Xira
E eu, Fernando Paulo Serra Barreira, Chefe da Divisão de Assuntos
Jurídicos, em substituição da Directora do Departamento de
Administração Geral, o subscrevi
08
Censos 2011
voz ribatejana #16
Jorge Talixa
Os concelhos habitualmente
acompanhados pelo Voz
Ribatejana registaram, nos últi-
mos 10 anos, um crescimento
populacional muito significati-
vo, de acordo com os resulta-
dos provisórios do Censos
2011 agora divulgados. Vila
Franca de Xira foi o terceiro
município da Região de Lisboa
que mais aumentou a sua po-
pulação, Arruda foi o concelho
que mais cresceu na Região
Oeste e Benavente o que maior
aumento do número de resi-
dentes registou na Lezíria do
Tejo. Também Alenquer,
Azambuja, Cartaxo, Salvaterra
e Sobral de Monte Agraço têm
mais habitantes e apenas
Coruche perdeu população
comparativamente com 2001.
Este é um tema que vamos
abordar de forma mais desen-
volvida na edição de 20 de
Julho do Voz Ribatejana.
Para já podemos adiantar que,
segundo os resultados preli-
minares do Censos, o concelho
de Vila Franca de Xira atingiu
os 136 510 habitantes quando
há 10 anos tinha 122 908, o que
traduz um crescimento de 11
%. Entre os 18 municípios da
Área Metropolitana de Lisboa
apenas Mafra e Cascais cresce-
ram mais do que Vila Franca.
No que diz respeito às fregue-
sias vila-franquenses, São João
dos Montes, Sobralinho e
Vialonga são as que mais viram
aumentar a sua população,
seguidas pela Póvoa, por
Alverca e pela Castanheira.
Três freguesias mantêm a sua
população estabilizada – Vila
Franca, Cachoeiras e Forte da
Casa – e duas perderam habi-
tantes nestes 10 anos, são os
casos de Calhandriz e
Alhandra.
Na região destacam-se os
crescimentos de Arruda e de
Benavente, ambos na ordem
dos 30%. O Município arru-
dense tinha 10 350 habitantes
em 2001 e soma, agora, 13
408, liderando a larga distância
o aumento populacional na
Região Oeste. Já Benavente é
claramente o município que
mais cresce na Lezíria do Tejo,
passando de 23 257 habitantes
para 29 388.
Alenquer também regista um
aumento significativo, da
ordem dos 7%, passando dos
39 180 habitantes de 2001 para
os actuais 42 362. Importante é
também o aumento popula-
cional registado no concelho
de Azambuja, que passa de 20
837 para 21 776 residentes,
assim como no município de
Salvaterra, com um crescimen-
to de 20 161 moradores para 22
053. Sobral de Monte Agraço é
também uma zona de forte
crescimento, com o concelho a
subir de 8927 residentes para
10 158. Também o Cartaxo
ganhou população, passando
de 23 389 habitantes para 24
574.
Pior esteve apenas Coruche,
que tem procurado estancar
alguma perda de população
mas que, ainda assim, desceu
de 21 332 para 19 931 resi-
dentes.
A Assembleia Municipal de Vila
Franca de Xira aprovou, no dia 22,
uma proposta de moção do Bloco de
Esquerda que exorta a Câmara vila-
franquense a avançar com o proce-
sso de revisão do Plano Estratégico
Municipal, considerando que o
anterior já não se coaduna com a
realidade actual do País e da região.
Apresentado por João Machado, o
documento recolheu 12 votos
favoráveis do BE e da CDU e 30
abstenções do PS e da coligação
Novo Rumo (PSD/CDS-
PP/PPM/MPT). A proposta da ban-
cada bloquista recorda que há um
ano, em Junho de 2010, a
Assembleia Municipal vila-fran-
quense aprovou uma moção do BE
no mesmo sentido, que foi encami-
nhada para o executivo camarário,
considerando urgente avançar para a
revisão deste plano estratégico.
Considerando que os motivos se
mantêm e, nalguns casos, até “apre-
sentam sinais de agravamento”, o
BE sublinha que resta pouco mais
de meio mandato aos eleitos
autárquicos e que se torna cada vez
mais urgente rever este plano, aten-
dendo também a situações como a
do aterro e da pedreira de Arcena. O
documento aprovado solicita à
Câmara que desencadeie os proce-
dimentos necessários a esta revisão
“com a maior celeridade”.
Resultados provisórios doCensos 2011, fonte: INE
Região lidera crescimento da populaçãoOs concelhos do Ribatejo e do Oeste normalmente acompanhados pelo Voz Ribatejana são dos
mais crescem em termos populacionais no País, segundo o último Censos.
CDU alerta para
mato no rio de
Santo António
Assembleia aprova proposta do
BE para rever plano estratégico
A proliferação de canas e mato no leito do rio de Santo António, em
Alhandra, está a preocupar os vereadores da CDU. Ana Lídia Cardoso
disse, na última reunião camarária, que “o exagero na quantidade de
ervas e canas é evidente e constitui um obstáculo à circulação da água”.
Por isso, propôs que a Câmara aproveite o tempo seco para “fazer algu-
ma limpeza e desmatação”.
É que, de acordo com a vereadora da CDU, no Inverno, com caudais
muito maiores, poderão ocorrer situações em que o leito da ribeira se
mostre insuficiente para a passagem das águas devido aos obstáculos
existentes.
Francisco Vale Antunes, vereador responsável pelo pelouro da
Protecção Civil, sustentou que, nos últimos anos, já foram feitas duas
grandes acções de limpeza do leito do rio de Santo António. “Numa
delas retirámos cerca de 400 a 500 toneladas de inertes”, vincou, con-
siderando que, pela análise que tem sido feita, não se justificará, nesta
altura, uma operação de fundo no rio de Santo António. Segundo o edil,
está para já apenas prevista uma acção de limpeza da bacia de retenção
ali existente. “A vegetação cresce muito rapidamente e a nossa preocu-
pação são também as pessoas que ali deitam lixo”, acrescentou Vale
Antunes, explicando que limpezas de fundo têm sido feitas de dois em
dois anos.
A Associação de Dadores Benévolos
de Sangue da Póvoa de Santa Iria
promove, no próximo domingo,
mais uma acção de recolha de
sangue, que terá lugar na sede
da associação (Avenida Antero
de Quental, no bairro da
Chepsi), das 8h30 às 12h30.
no Concelho de Vila Franca de Xira
09
Jorge Talixa
A transferência de 7 turmas da
Escola Álvaro Guerra para um
novo bloco da Escola Vasco
Moniz está a gerar alguma
polémica. A medida vai permi-
tir que todas as turmas do ensi-
no primário da área de Vila
Franca passem ter o chamado
horário normal, mas alguns
familiares contestam a
mudança da escola situada no
centro da cidade para a escola
do Bom Retiro e dizem que não
se coaduna com os seus
horários profissionais. O direc-
tor do Agrupamento Alves
Redol sublinha que estes
alunos, das antigas turmas da
tarde da Álvaro Guerra vão ter
muito melhores condições e
que o horário vai ser alargado
para corresponder às necessi-
dades das famílias e convocou
para hoje, dia 6 (18h00), uma
reunião com os pais e enca-
rregados de educação para
analisar outros problemas que
possam surgir.
Manuela Bogarim tem 4 netas
nas escolas de Vila Franca e
considera que algumas das
mudanças não fazem sentido,
frisando que há casos de cri-
anças que moram a 50 metros
da Álvaro Guerra e foram
transferidas para a Vasco
Moniz, enquanto outras que
residem na periferia da cidade
e até mesmo em Povos,
Alhandra e Castanheira e con-
tinuam na Álvaro Guerra. “Não
sei qual foi o critério da escol-
ha, mas sei que falamos de Vila
Franca, que eu me lembro de
ter 4 escolas primárias e agora
nem os miúdos que moram no
centro da cidade têm direito a
uma”, disse ao Voz Ribatejana,
admitindo que a Escola Vasco
Moniz “será nova e com me-
lhores condições”, mas pergun-
tando quem será responsável
pelo percurso das crianças até à
nova escola, “com todos os
perigos que espreitam”.
Frisando que as suas filhas e
genros trabalham em Lisboa e
saem diariamente de Vila
Franca por volta das 7h00,
Manuela Bogarim reclama
algumas medidas de apoio às
famílias. “Se ao menos a
Câmara desse transporte era
um descanso para os pais”,
sublinha.
Teodoro Roque tomou posse,
na quinta-feira, como director
do Agrupamento Alves Redol e
tem acompanhado o processo
das escolas Álvaro Guerra e
Vasco Moniz, que integram
este agrupamento. Segundo
referiu ao Voz Ribatejana, a
Álvaro Guerra tem funcionado
no chamado regime duplo, com
turmas de manhã (até às
13h00) e turmas de tarde, o
que, para além de não ser o
modelo previsto na Lei, peda-
gogicamente é pior para os
alunos. “Não tínhamos capaci-
dade resposta para o regime
normal (uma turma por sala),
coisa que se inverteu, agora,
com a remodelação da Vasco
Moniz que passa a incluir um
bloco de 10 salas para o 1º.
Ciclo”, explicou, frisando que,
com a orientação que tinha
para eliminar as situações de
horário duplo, isso só seria
possível transferindo crianças
da Álvaro Guerra para a Vasco
Moniz.
Em reuniões com a Câmara,
com a Associação de Pais da
Álvaro Guerra e com a
direcção do Agrupamento
Alves Redol chegou-se a um
consenso para a transferência
para a Vasco Moniz de todas as
7 turmas que tinham horário de
tarde, ficando ambas as escolas
a funcionar em regime normal.
“Pensamos que pedagogica-
mente é o mais adequado,
porque, no nosso entender,
essas crianças são aquelas que
foram mais prejudicadas e que
continuariam a ser, já que tin-
ham aulas apenas a partir das
13h15 e isso não é adequado
para crianças, que perdem o
período de maior atenção e
concentração, que é o período
da manhã, e tornando até mais
difícil o convívio familiar”,
refere Teodoro Roque, garanti-
ndo que o Agrupamento e a
Câmara estão atentos e a tomar
todas as iniciativas possíveis
para que a adaptação a este
novo modelo seja mais fácil.
“Temos todo o conhecimento
dessas preocupações dos
encarregados de educação e já
muito fizemos no sentido de
poder ajudá-los”, sustenta o
director do Agrupamento Alves
Redol, explicando que “as
actividades escolares começam
às 9h00 mas estamos
disponíveis para começar a
receber crianças às 8h00. Por
outro, terminando as activi-
dades às 15h30, os alunos
podem fazer as actividades
extra-curriculares no espaço da
escola das 15h30 às 17h30 e
estamos a preparar, conjunta-
mente com o CBEI, instituição
que é parceira e que há muito
desenvolve a sua actividade
com a Escola Álvaro Guerra, a
possibilidade de se poder, sem-
pre que se justifique, fazer o
prolongamento até às 18h30”.
É que, segundo Teodoro
Roque, na Álvaro Guerra estas
crianças tinham um horário
muito mais complexo, porque
os familiares tinham que as
entregar por volta das 10h30
para as AEC, ir buscá-las às
12h30 para o almoço, entregá-
las às 13h15 para as aulas e ir
buscá-las ao fim da tarde.
“Agora há uma distância
maior, mas gostaria que pen-
sássemos que também nos
devemos preocupar com as
questões pedagógicas e em que
haja efectiva aprendizagem em
ambiente favorável.
As condições na Vasco Moniz,
a nosso ver, são muito boas, o
novo bloco tem excelentes
áreas de salas, tem um parque
infantil e toda a zona envol-
vente foi requalificada.
Algumas destas crianças vão
ficar mais distantes da residên-
cia, mas vão aprender num
recinto escolar com excelentes
condições”, observou, afastan-
do outra preocupação colocada
pelo Voz Ribatejana que pode-
ria ter a ver com a eventual
junção na mesma escola de
alunos do 1º. ao 3º. Ciclos.
“Na sequência da criação deste
agrupamento, os alunos mais
velhos da Vasco Moniz já estão
aqui na Escola Alves Redol.
Quando tomámos posse, pare-
ceu-me que não tinha sentido
ter os alunos mais velhos e o
bloco do 1º. Ciclo na Vasco
Moniz. Os alunos do 3º. Ciclo
já vieram para a Alves Redol e
aí vão continuar”, referiu
Teodoro Roque, frisando que,
de certa forma, o agrupamento
até se antecipa à nova filosofia
da tutela, que procura que os
alunos progridam do 1º. ao 6º.
ano numa escola e do 7º. ao
12º. noutra. “Devemos sempre
evitar transferências de alunos
entre escolas e essas transfer-
ências deverão ser sempre
acompanhadas por uma boa
integração”, conclui, salientan-
do que isso mesmo foi tido em
conta na transferência da
Álvaro Guerra para a Vasco
Moniz, em que mudam todas
as 7 turmas da tarde, para que
ao alunos mantenham referên-
cias e o contacto com os cole-
gas a que estavam habituados.
O objectivo de colocar todas as turmas em horário normal e a conclusão de um bloco com 10
salas para o ensino primário na Escola Vasco Moniz vai levar à transferência de perto de 300
alunos da Escola Álvaro Guerra para aquele estabelecimento do Bom Retiro. Alguns familiares
contestam a medida. O Agrupamento de Escolas garante que está a fazer tudo para ouvir e
responder às preocupações dos pais e que os alunos transferidos ficarão em muito melhores
condições.
Mudança de alunos gera
polémica em Vila Franca
6 de Julho de 2011
Horários duplos
preocupam CâmaraA questão das escolas primárias do concelho de Vila Franca que continuam a funcionar em
regime duplo – uma sala para duas turmas, uma de manhã, outra à tarde – gera preocupação nos
eleitos camarários. Ana Lídia Cardoso, vereadora da CDU, observou, na última sessão
camarária, que o problema afecta mais as freguesias de Alhandra, Sobralinho, São João dos
Montes, Forte da Casa, Vialonga e Vila Franca, lembrando que em Alhandra 93% dos alunos do
ensino primário estão em regime duplo e que só Alhandra, Sobralinho e São João dos Montes
têm 27 turmas nesta situação. Na freguesia de Vila Franca a situação não tem sido melhor, com
16 das 25 turmas do Agrupamento Alves Redol em regime duplo, no Forte da Casa são 14 em
21 turmas em regime duplo e em Vialonga cerca de 35%. A autarca comunista salientou que
estas são claramente as freguesias com maior necessidade de respostas e de investimentos no
ensino primário.
“A eliminação dos horários duplos tem sido uma preocupação do Município”, garantiu, por seu
turno, Fernando Paulo ferreira, vereador do PS com o pelouro da educação. Segundo explicou,
a abertura do novo bloco na Vasco Moniz (ver texto principal) vai permitir que todas as turmas
do Agrupamento Alves Redol passem a ter horário normal. Nesse sentido, a Álvaro Guerra de-
verá passar a dispor de ATL, o que não tem sido possível por falta de espaços.
Fernando Paulo Ferreira adiantou que no Sobralinho também vão avançar obras para mais salas
de ensino primário e que o Forte da Casa “é outra das prioridades”.
J.T.
Teodoro Roque defende que a
mudança será vantajosa para os
alunos
Na
próxima edição do
Voz Ribatejana abordare-
mos de forma desenvolvida a
tomada de posse da nova
direcção do agrupamento Alves
Redol, que envolve seis escolas
e 1900 alunos da freguesia
de Vila Franca.
10
voz ribatejana #16
Jorge Talixa
A decisão da Junta da Póvoa de Santa iria
de actualizar as taxas que cobra pela ocu-
pação da via pública está a gerar contro-
vérsia. Comerciantes e alguma oposição
local falam de aumentos “exagerados” e
dizem que, nalguns casos, a diferença
será superior a 1000%. A Junta sustenta
que não é bem assim, que pela primeira
vez foi feito um levantamento rigoroso
das situações, que está a aplicar a Lei e
que os 34 cêntimos que definiu por
metro quadrado são muito inferiores a
valores cobrados noutros concelhos da
região.
O problema já foi colocado na
Assembleia de Freguesia, na Assembleia
Municipal e à própria Associação do
Comércio, Indústria e Serviços dos
Concelhos de Arruda e Vila
Franca (ACIS),
que tomou
p o s i ç ã o
p e r -
a n t e
a Junta e
tem vindo a
dialogar com os
autarcas povoenses.
Miguel Santos, presidente da ACIS,
disse, ao Voz Ribatejana, que contactou o
presidente da Junta da Póvoa e que este
lhe explicou que as taxas previstas no
regulamento não eram actualizadas há
anos. “Mas resultaram valores brutais de
aumentos pela ocupação da via pública.
Havia casos de pessoas que pagavam 40
e 50 euros e que passavam a pagar mais
de 1000”, sustenta o representante dos
comerciantes, frisando que a ACIS foi
alertada por diversos associados.
“O presidente da Junta disse que estavam
disponíveis para analisar eventuais recla-
mações. Assumiu esse compromisso pe-
rante a associação. E já tivemos o relato
de uma associada, que teria que pagar
mais de 1100 euros, que reclamou, fize-
ram uma reunião e acederam a reduzir
substancialmente a verba. Tiveram a sen-
sibilidade de reconhecer que os aumen-
tos são enormes”, sublinha Miguel
Santos, considerando, todavia, que esta
filosofia “não é compreensível” e que,
“quando aprovaram o novo regulamento
é que deveriam ter visto que não se podi-
am aplicar estes valores, que não são
razoáveis”.
Segundo o presidente da ACIS mais ne-
nhuma junta de freguesia do concelho de
Vila Franca está a cobrar valores que se
assemelhem pela ocupação da via públi-
ca. “O único caso que nos foi reportado
de valores exagerados é o da Póvoa.
Houve falta de sensibilidade. Se tivesse
havido essa razoabilidade evitar-se-ia
este problema”, salienta.
Junta
Jorge Ribeiro, presidente da junta
povoense, sustenta, por seu lado, que tem
havido alguma confusão nesta matéria,
porque em causa está apenas a actualiza-
ção das por ocupação da via pública e
não de afixação de publicidade. “É uma
coisa de elementar justiça que quem
ocupa o espaço público tenha que pagar
por ele. Foi feita uma actualização à
tabela e, tirando meia-dúzia de
casos, que estão a ser resolvi-
dos, não temos mais
questão nenhuma”,
garante o autarca,
frisando que tudo
isto tem que ser
visto caso a
caso e que, se
tivermos um
caso de
alguém que
pagava
10 e
passa apagar
100, não se
pode englobar
tudo num bolo
e passar a ideia
que há aumen-
tos de 300 ou de
1000 por cento.
É que, de acordo
com o presidente da Junta da Póvoa, foi
feito um “levantamento exaustivo” das
situações em toda a freguesia como
nunca tinha sido feito. “Havia gente que
nunca tinha pago a ocupação da via
pública e nunca tinha pago publicidade e,
agora, quando se apresenta para paga-
mento as pessoas reclamavam porque
nunca tinham pago”, sublinha, assegu-
rando que algumas situações que poderi-
am não estar correctas foram detectadas
e têm sido analisadas pela própria autar-
quia.
Essas anomalias terão sobretudo a ver
com erros na medição dos espaços e com
alguns erros de instrução dos processos.
“Houve situações em que havia más
medições. Uma coisa é a ocupação da via
pública. Outra coisa é a publicidade. Na
questão da publicidade nós passamos a
licença porque não podemos cobrar a
publicidade. E na questão da publicidade
há casos em que as pessoas pagavam
200, 300, 500 euros e passam a pagar 20,
que é o valor da licença”, explica Jorge
Ribeiro, frisando que desses casos
ninguém fala.
Já no que concerne à taxa de ocupação da
via pública, Jorge Ribeiro afiança que a
Junta está a cumprir o que está na Lei.
“O que fizemos foi definir um valor por
metro quadrado e tornar o regulamento
muito menos burocráti-
co. Tínhamos à
volta de
1 5 0
arti-
gos
e
agora o
regulamento
tem duas ou três
vezes menos artigos. O valor do metro
quadrado é igual para a sanefa, para a
bilha do gás ou para o toldo”, refere.
Diz o autarca do PS que foi, assim,
definido um valor de 34 cêntimos por
metro quadrado, que admite que seja
superior ao praticado por outras juntas
do concelho, mas afiança que é bastante
mais baixo que valores praticados, por
exemplo, em Azambuja e em Cascais.
No caso citado pela ACIS de redução
substancial do valor a pagar, Jorge
Ribeiro esclarece que o processo teria
sido mal instruído pela própria comer-
ciante.
A Estradas de Portugal (EP)
sustenta que está a cumprir ri-
gorosamente a Lei ao cobrar
taxas sobre a colocação de
painéis publicitários de esta-
belecimentos situados à beira
de estradas nacionais. O prob-
lema foi levantado, em Junho,
pela Assembleia Municipal de
Benavente, que acusou a EP de
estar a fomentar uma situação
de “dupla tributação”, uma vez
que a competência legal para
cobrar taxas de publicidade
junto a vias públicas é das
câmaras municipais, que habi-
tualmente a delegam nas juntas
de freguesia. O órgão delibera-
tivo municipal de Benavente
decidiu mesmo solicitar à
Câmara que procure que a
Associação Nacional de
Municípios intervenha rapida-
mente para clarificar esta situ-
ação, uma vez que há muitos
empresários locais confronta-
dos com facturas de 56 euros
por metro quadrado de suporte
publicitário.
O Gabinete de Comunicação
da Estradas de Portugal consi-
dera, todavia, que a taxa que a
empresa pública está a cobrar
enquadra-se totalmente na le-
gislação vigente. “A competên-
cia do licenciamento pertence,
de facto, às câmaras munici-
pais”, admite a EP, mas sublin-
ha também que nenhum licen-
ciamento camarário de publici-
dade à beira das estradas
nacionais pode ser feito sem
que previamente as autarquias
solicitem um parecer à
Estradas de Portugal. Este
parecer visa garantir que essa
publicidade não afecta a segu-
rança das pessoas e da circu-
lação rodoviária, que não apre-
senta disposições ou formatos
que possam confundir-se com
os da sinalização de trânsito e
que não prejudica a circulação
dos peões, sobretudo os de
mobilidade reduzida.
Tratando-se de um parecer
“obrigatório e vinculativo”, a
EP acha que configura uma
“autorização” e que, por isso,
“dá lugar ao pagamento de uma
taxa, uma vez que é prestado
um serviço público aos
utentes” e “é removido um
obstáculo legal ao comporta-
mento do particular, assim
como é utilizado um bem
público (estrada) para benefí-
cio privado e/ou individual”.
Os eleitos municipais de
Benavente têm um entendi-
mento diferente, consideram
que a Lei 97/88 é clara ao
atribuir às câmaras a com-
petência para licenciar esta
publicidade e cobrar as respec-
tivas taxas e que não fará senti-
do exigir dois pagamentos pela
mesma situação. Por outro, o
presidente da Junta de Samora
Correia acrescenta que o pare-
cer da EP deve vigorar pelo
menos por 10 anos se as
condições em que foi solicita-
do não se modificarem, con-
siderando que não se justifica
cobrar todos os anos por esse
parecer.
A Estradas de Portugal tem um
entendimento completamente
diferente porque, se a validade
das licenças camarárias rara-
mente ultrapassa os 12 meses,
a empresa que tutela as
estradas nacionais acha que os
seus pareceres devem acom-
panhar exactamente essa tem-
poralidade. “Caso os municí-
pios entendam que a licença
deverá ter um prazo superior a
um ou mais anos, a autorização
da EP secundará necessaria-
mente o limite temporal
definido pela Câmara”, afiança
a empresa.
Neste contexto, a EP entende
que a “dupla tributação” apon-
tada pelos autarcas de
Benavente “é uma falsa
questão”, já que “cada uma das
entidades se pronuncia no
âmbito das suas competências
próprias, não havendo lugar a
qualquer sobreposição de
poderes legais ou tributários”.
Novas taxas de ocupação da
via pública dão protestos
Póvoa de Santa Iria
A actualização da tabela de taxas pela ocupação de espaços públicos gerou muita controvérsia entre alguns comerciantes
e autarcas da Póvoa.
EP quer conter
publicidade ilegal
A Estradas de Portugal sublinha que, há pouco mais de 1 ano,
fez chegar a todos os 308 municípios portugueses uma carta
que procurava sensibilizar os autarcas para a necessidade de
solicitarem parecer à EP sempre que houvesse qualquer pedi-
do de afixação de publicidade nas margens das estradas
nacionais. Com essa iniciativa, a empresa diz que pretende
também “conter a proliferação de publicidade ilegal e disci-
plinar, por outro, a já existente, promovendo o cumprimento
rigoroso da Lei”.
EP garante que
está a cumprir a
Lei ao cobrar taxas
de publicidade
A Cercitejo participou no
programa da TVI “Agora é
que Conta”. A apresentado-
ra Leonor Poeiras visitou a
instituição de Alverca e
entregou pessoalmente um
cheque de apoio.
Miguel Santos
Jorge Ribeiro
Jorge Talixa
O campino é talvez o maior símbo-
lo do Ribatejo. A profissão pareceu
ameaçada nas últimas décadas, com
a modernização das explorações,
com o progressivo abandono da
vida rural, com os jovens atraídos
por outras perspectivas. Mas a
campinagem mantém a sua força,
como atestaram os cerca de 60
campinos presentes no Colete
Encarnado. E foi muito significati-
vo ver que muitos jovens e até algu-
mas crianças fazem questão de
demonstrar que sonham ser
campinos e assegurar a con-
tinuidade desta profissão
emblemática. É certo que a meca-
nização leva muitas casas agrícolas
a reduzirem ao mínimo o número de
“homens a cavalo” e que as
ganadarias na Lezíria de Vila
Franca são agora 9, depois de já
terem sido 29 na década de 60, mas
o sector parece dar sinais de recu-
peração.
O orgulho de António Verdasca
aos 82 anos
António Verdasca só aos 26 anos
aprendeu a andar a cavalo e envere-
dou pela vida de campino, mas
hoje, aos 82, confessa que é com
muito orgulho que veste o colete
encarnado e o barrete verde e que só
no ano passado, por alguns proble-
mas nas pernas, deixou de andar a
cavalo e de ajudar os colegas a con-
trolar o gado. Foram 48 anos como
efectivo de uma das mais impor-
tantes casas agrícolas de Vale de
Figueira (Santarém) e mais alguns a
ajudar os colegas quando
necessário. Uma vida cheia de
“estórias” de um homem que não
quis faltar a mais um Colete
Encarnado para estar entre as
dezenas de colegas, que lhe trans-
mitiam palavras de carinho e de
respeito.
O avô de António Verdasca foi
maioral das vacas bravas na Casa
Infante. O neto já trabalhava na
agricultura, mas foi aos 26 anos que
foi desafiado por um encarregado a
substituir o maioral dos cavalos que
acabara de sair da casa agrícola.
“Perguntou-me e eu fui para maio-
ral dos cavalos. Comecei a aprender
e comecei a andar nisto, até ao ano
passado. Este ano é que já não me
pus a cavalo”, explicou ao Voz
Ribatejana, enquanto caminháva-
mos em direcção ao Monumento ao
Campino, na manhã do passado
sábado.
António Verdasca acha que o Colete
Encarnado não está melhor, está
diferente, mas que a tradição con-
tinua bem viva. “Os campinos não
são muitos mais. Anda aí rapaziada
vestida à campino que alguns não
são campinos, gostam disto, têm
cavalo para o dia de hoje, mas
amanhã uns vão para a escola e ou-
tros têm o seu emprego”, salienta,
admitindo que há poucos jovens
verdadeiramente interessados em
seguir carreira como campinos e
que, mesmo esses, têm dificuldade
em arranjar emprego, porque muitas
das casas agrícolas já só têm um ou
dois “homens a cavalo”, quando
chegaram a ter 9 ou 10. “Há aí um
lavrador, que é ganadeiro e tem
gado bravo, que só tem um homem
a cavalo e, depois, tem que pedir
aos outros para lhe irem fazer o tra-
balho”, sustenta, prevendo que esta
redução do número de campinos já
não avance mais, porque serão sem-
pre necessários homens experimen-
tados em andar a cavalo a conduzir
o gado. Mas, ao mesmo tempo,
reconhece, nas festas da região,
também participam muitos que no
dia-a-dia não andam no campo a
lidar com o gado, mas gostam de
vestir o Colete Encarnado e juntar-
se aos colegas nestas ocasiões.
Por outro lado, há alguns jovens
interessados. “Há meia-dúzia deles
que andam a estudar mas também já
andam a cavalo à ilharga do pai a
lidar com as vacas e com os toiros.
Amanhã, se eles quiserem, já sabem
como é”, refere.
Homenageado há 2 anos na grande
festa de Vila Franca, António
Verdasca sublinha que, para ele,
vestir a farda de campino “é um
símbolo e um orgulho”.
Campino aos 13 anos
Rui Santos é um dos que sonha em
ser campino e já aprende e ajuda a
família na Herdade da Adema, a sul
do Porto Alto, no concelho de
Benavente “Quero ser campino”,
assume, convicto, à conversa com o
Voz Ribatejana, explicando que
gosta muito de andar no campo com
os cavalos e com os toiros. Tenho
vivido neste meio e gosto. É um
bocadinho duro, mas também tem
coisas boas”, refere, observando
que o pai, o bisavó e o tio também
optaram pela vida de campino e que
está a pensar segui-lhes as pisadas.
“Não tenho medo dos toiros, às
vezes são complicados, mas não
temos medo deles”, acrescentou o
Rui Santos que, nos seus 13 anos,
assume que sente um grande orgu-
lho em participar no Colete
Encarnado como campino.
E, dois ou três metros ao lado,
descobrimos o André, irmão do Rui,
que também já anda perfeitamente a
cavalo nos seus 5 anos. “Gosto de
andar a cavalo, não tenho medo”,
afiançou ao Voz Ribatejana, afir-
mando que também gostaria de vir a
ser campino. “Gosto desta festa,
não tenho medo dos toiros”,
prosseguiu o pequeno André, minu-
tos antes de demonstrar todo o seu à
vontade no controle do cavalo a
caminho da Palha Blanco.
A campinagem tem futuro!Dos 5 aos 82 anos, uma profissão que atrai muitos ribatejanos. O tra-
balho no campo e a vida de campino ainda atrai bastantes jovens,
como ficou demonstrado no recente Colete Encarnado.
COLETE ENCARNADO 2011
António Abreu “Colorau” foi este ano o
campino hoomenageado e recebeu o
Pampilho de Honra
Aos 82 anos, António Verdasca fez questão de
estar presente em mais um Colete Encarnado
Rui Santos tem 13 anos e já ajuda a
família no trabalho como Campino.
O pequeno André, de 5 anos, irmão do Rui,
também fez questão de se vestir a rigor e de
desfilar no Colete Encarnado
Foto Ana Serra
12 voz ribatejana #16
António Lúcio (textos e fotos)
O primeiro espectáculo da III Feira
Taurina de Novilhadas da Federação
Internacional de Escolas Taurinas, que
teve lugar na tarde de sábado, dia 25, em
Vila Franca de Xira, foi deveras agradá-
vel e teve bons momentos de toureio,
sendo que os 3 jovens bezerristas se
entenderam com erales de Falé Filipe e o
cavaleiro amador com um novilho de
Manuel Dias. Apesar do calor ainda
houve um conjunto de aficionados que
preferiram os toiros à praia e às filas de
trânsito mas, mesmo com preços a 2
euros, o aspecto das bancadas era deso-
lador, mas não tanto se atendermos ao
tipo de espectáculo.
Abriu praça o cavaleiro amador David
Gomes, que se entendeu com um novilho
de Manuel Dias que não colocou proble-
mas. Ainda em fase de aprendizagem,
este jovem mostrou-se bem montado,
com sentido de lide e procurando fazer
bem as coisas. Teve uma agradável
prestação. A pega foi concretizada ao
segundo intento por um dos jovens forca-
dos vila-franquenses.
De Salamanca veio Regio Rodriguez que
no seu primeiro desenhou alguns bons
lances à verónica e teve uma razoável
faena de muleta baseada na mão direita,
apesar de em alguns momentos se mostrar
pouco confiado e algo atabalhoado no
manejo dos trastos de tourear. No seu
segundo esteve esforçado e após uns
estatuários iniciais e sacou bons muleta-
zos em duas séries por ambos os pitons,
culminando assim uma faena de bons
momentos ante um erale de muito boas
condições.
Roman veio de Valência e deixou-nos as
mais gratas impressões pelo seu corte
toureiro e pela forma como lanceou de
mãos muito baixas à verónica. Ambas as
faenas de muleta tiveram sabor, embar-
cando bem os novilhos na flanela, corren-
do bem a mão para prolongar os passes e
dar-lhes maior profundidade. Houve
muletazos de grande qualidade, nomeada-
mente na faena ao seu segundo, e o bom
gosto do jovem toureiro foi patente. Teve
imensa classe naquilo que fez. Deu volta
com o ganadeiro após a lide do seu segun-
do.
Pedro Noronha, de Vila Franca, mostrou
pormenores em toda a tarde. Parece-nos
um jovem com imensa margem de pro-
gressão, com um conceito de toureio mais
de filigranas e a ver-se que se sente a
gosto. Duas faenas distintas, melhor a
primeira no seu conjunto com alguns
bons muletazos e na segunda com mais
passes de adorno – trincheazos,
molinetes, afarolados – que toureio essen-
cial. Foi bastante acarinhado pelo públi-
co.
O novilho de Manuel Dias cumpriu e dos
seis de Falé Filipe cumpriram bem os
lidados em 3º, 5º e 6º lugares, sendo
merecida a chamada do ganadeiro à
arena. Na direcção do espectáculo esteve
Francisco Farinha, sem critério nos tem-
pos de lide, e a promover um anti-taurino
intervalo quando todos os artistas queri-
am era tourear, Foi assessorado pelo ve-
terinário Jorge Moreira da Silva.
Campinos já
vêm do Brasil
A tradição evoluiu e molda-se aos novos tempos. O tom da
pele de um dos campinos presentes no Colete Encarnado
chamou-nos a atenção. Procurámos descobrir a sua
história e, confessamos, foi com alguma surpresa que
percebemos que, afinal, entre os campinos ribatejanos
também já há brasileiros.
António Silva nasceu no Estado de Góias, no coração do
Brasil, há 32 anos. Aos 19 resolveu imigrar para Portugal
e trabalha, agora, como campino na Casa Alves Inácio, em
Benavente. “A minha vida toda foi nisto, mesmo no
Brasil”, explicou ao Voz Ribatejana, frisando que nasceu
numa zona de criação de gado e que já vinha habituado a
conduzir gado a cavalo. “Lá já lidava com gado e cavalos.
Vim para Portugal há 13 anos e procurei um trabalho no
mesmo ramo que tinha lá. Não há grande diferença, tudo
é gado, tudo é cavalo. Os colegas aceitaram-me bem, todos
me acolheram muito bem”, sublinha, ainda com sotaque
brasileiro muito presente, garantindo que o seu pensa-
mento é continuar em Portugal.
Sobre o Colete Encarnado, a opinião de António Silva é
muito boa, até porque lhe permite uns momentos dife-
rentes do dia-a-dia. “É a segunda vez que venho. É uma
festa boa, bonita, colorida. Belos cavalos, belas senhoras”,
confessa, com um sorriso matreiro, afinal “é tudo dife-
rente do nosso dia-a-dia”.
J.T.
Jovens valores despontam
em Vila Franca
Praça de Toiros de Vila Franca de
Xira – 25.06.11
Director: Francisco Farinha – Veterinário: Jorge M.Silva – Lotação: 200
Cavaleiro: David Gomes
Forcados: Juvenis de Vila Franca
Bezerristas: Regio Rodriguez (Salamanca), Roman (Valência), Pedro Noronha
(V.F.Xira)
Ganadarias: Manuel Dias (cavalo), Falé Filipe (pé)
Pedro Cunha
ganha no Cabo
Pedro Cunha, aluno da Escola de Toureio
José Falcão, foi o vencedor do III troféu
Victor Mendes, realizado no dia 27 no
Tentadero do Cabo, no âmbito da Feira
Internacional de Escolas de Toureio.
136 de Julho de 2011
OLHO VIVO
O “refresco” do
campino
Andar dias inteiros a cavalo vestido a rigor com o traje de
campino não é fácil, sobretudo nos dias mais quentes, como
foi o caso do passado sábado. Um dia que António Abreu
“Colorau” não vai esquecer e em que recebeu o Pampilho
de Honra do Colete Encarnado. O campino de Vale Figueira
teve mesmo que se refrescar minutos antes de receber a
homenagem das mãos da presidente da Câmara Maria da
Luz Rosinha, conforme captou a objectiva da fotógrafa Ana
Serra. Uma imagem feliz. Se alguma cervejeira a descobre
ainda vai ilustrar campanhas de publicidade por esse país
fora.
Nuno
Casquinha
triunfa na
Palha BlancoO jovem matador de toiros vila-franquense Nuno Casquinha foi o
grande triunfador da corrida de domingo à tarde do Colete
Encarnado, sobretudo pela sua actuação no primeiro toiro, já que
o segundo pouco colaborou. Uma corrida onde os “salgueiros” pai
e filho tiveram uma prestação algo irregular e onde o espanhol
José Inácio Uceda Leal também não foi ajudado pelos toiros que
lhe calharam em sorte. A praça estava muito composta, com cerca
de três quartos das bancadas preenchidos. Na sexta-feira, a Corrida das Tertúlias chegou a todo o
mundo através da transmissão da RTP. Um espectáculo onde os Forcados Amadores de Vila Franca
de Xira estiveram particularmente em destaque. Não perca as reportagens desenvolvidas de Paulo
Beja das duas corridas do Colete Encarnado 2011 na edição de 20 de Julho do Voz Ribatejana.
Quatro feridos
ligeiros nas
largadas
As largadas de toiros do Colete Encarnado originaram
quatro feridos ligeiros. Segundo António Pedro Lopes,
comandante dos Bombeiros de Vila Franca de Xira, a
corporação assistiu e transportou ao Hospital
Reynaldo dos Santos dois feridos ligeiros colhidos na
largada de sábado e outros dois no decorrer da largada
da manhã de domingo. Tudo situações sem gravidade
de maior. Os bombeiros vila-franquenses assistiram
igualmente 4 pessoas que se sentiram mal quando se
encontravam nas bancadas a assistir aos espectáculos
do Colete Encarnado. Houve ainda um ou dois casos
de transporte para assistência de indivíduos mais
embriagados mas, segundo Pedro Lopes, esta terá sido
uma das edições mais calmas dos últimos anos no que
diz respeito ao trabalho dos bombeiros.
J.T.
Foto Ana Serra
Colóquio enche salão nobre
O colóquio “A Mulher e a Festa”, organizado no dia 25, encheu o salão nobre
da Câmara de Vila Franca. Participaram a autarca Maria da Luz Rosinha, a
cirurgiã Beatriz Montejo, a ganadeira Maria José Coballeda, ganadeira, a
empresária e apoderada Teresa Ojeda e a matadora de toiros Cristina enchez.
Adriano Pires
14
Jorge Talixa
Aconteceu pela primeira vez mas registou uma
grande adesão e todos defendem a repetição nos
próximos anos da exposição de bancas e tasquinhas
das tertúlias de Vila Franca de Xira realizada, no dia
28, na Avenida Almirante Cândido dos Reis.
Organizada no âmbito das comemorações do Dia da
Cidade e da Semana da Cultura Tauromáquica, a ini-
ciativa juntou cerca de 20 tertúlias, que apresentaram
cartazes e outros objectos dos respectivos acervos e
alguns petiscos para oferecer aos visitantes. A ideia,
organizada sob o lema “Tertúlias na Rua”, resultou
muito bem, encheu a principal rua pedonal da cidade
e culminou com uma homenagem às tertúlias vila-
franquenses promovida pela Junta de Freguesia.
A tradição das tertúlias taurinas tem mais de 50 anos
em Vila Franca. Nos registos do Município estão
inscritos 36 espaços deste tipo, 23 deles participaram
na reunião preparatória deste evento e 20 fizeram-se
representar na mostra de dia 28. Três dias depois, as
tertúlias estiveram também especialmente em foco
na corrida de toiros nocturna transmitida pela RTP,
que lhes foi dedicada pela empresa Tauroleve e à
qual deram um colorido e uma animação muito espe-
cial. Entre os tertulianos há mesmo quem defenda a
eleição de uma comissão ou de um representante que
dialogue com as várias entidades locais e contribua
para unir mais as tertúlias em torno dos valores de
Vila Franca e da Festa Brava.
Tertúlia “O Campino” tem 38 anos
Na Rua Manuel da Silva Burrico, situada no Alto do
Mesquita, nasceu em Julho de 1977 a tertúlia “O
Campino”, criada por Carlos Santos. A continuidade
do sonho tem sido assegurada pela esposa Maria
Eduarda Santos, pelas duas filhas e pelo genro. José
Fernando, um dos membros da tertúlia, acha que esta
ideia de reunir as tertúlias neste espaço do centro da
cidade foi bem vista e que deve continuar “para as
pessoas saberem o que são as tertúlias, porque às
vezes estão em sítios que as pessoas não vão visitar e
aqui, na rua, sempre vão vendo alguma coisa do que
são as tertúlias”, disse ao Voz Ribatejana.
Por vezes, a forma de funcionamento de algumas
tertúlias e o facto de vedarem o acesso a visitantes
que não pertençam ao seu círculo restrito tem gerado
críticas. “Nós estamos sempre abertos ao público no
Colete Encarnado. Fora do Colete Encarnado esta-
mos abertos também, não totalmente ao público, para
familiares e alguns amigos que queiramos convidar e
para fazermos as nossas festas”, explica José
Fernando, garantindo que nos 3 dias do Colete a
tertúlia “O Campino” está aberta a toda a gente, que
pode comer e beber à vontade”.
Sobre a organização do Colete Encarnado, José
Fernando diz que não tem razões de queixa. “Este
ano foi diferente e espero que continue assim. Nós
estamos cá para divulgar o papel das tertúlias”, rema-
tou.
Já Mário Vicente pertence à tertúlia “Os Farras”, um
grupo aficionado criado em 1990. Inicialmente mais
vocacionado para a celebração dos carnavais, o
grupo de amigos decidiu constituir-se como tertúlia
taurina e desenvolve actividades muito diversifi-
cadas, desde as participações no Colete Encarnado,
na Feira de Outubro e nos carnavais, a momentos de
fado e de gastronomia. Tudo com o objectivo de
“perpetuar e engrandecer a Festa Brava em Vila
Franca”.
“Acho que esta é uma iniciativa muito positiva.
Devia era haver mais tempo, é relativamente pouco
tempo e, para tanto trabalho, vamos estar aqui 2
horas”, observou Mário Vicente, um dos membros de
“Os Farras” (sedeados na Rua Sousa Martins), con-
siderando que em anos futuros, num espaço mais
protegido, esta mostra das tertúlias poderá funcionar
durante alguns dias. “Embora Vila Franca já seja
conhecida pelo meio taurino, acho que nos devemos
mostrar mais e o pessoal vai aperceber-se que, real-
mente, existem as tertúlias. As pessoas aderem com
facilidade a estas iniciativas e hoje está-se a provar
isso”, acrescentou, em declarações ao Voz
Ribatejana.
Sobre o Colete Encarnado, Mário Vicente admite que
haja uma ou outra falha, mas compreende que “a
crise está a ser grande e a Câmara também terá que
cortar nalgumas coisas”. No entanto, defende que “a
rua principal devia ser ornamentada, porque ficava
com outro aspecto para quem atravessasse Vila
Franca. Mas, pronto, as dificuldades financeiras cada
vez surgem mais e eles têm que se retrair”, reco-
nhece, frisando que “talvez fosse apropriado criar
uma comissão para o Colete Encarnado com outra
iniciativa. Pode ser que de futuro as coisas se rea-
lizem”, concluiu
Mata Cavalos homenageia António Manuel
Caetano
Mais recente é a tertúlia “O Mata Cavalos”, criada
em 2005 em homenagem ao conhecido campino
António Manuel Caetano, falecido no ano anterior
com 54 anos. Amigos e familiares deste antigo
campino da Companhia das Lezírias procuraram um
espaço e instalaram a tertúlia na Rua Comendador
Miguel Esguelha. O nome deriva da alcunha que os
colegas deram a António Caetano pela sua com-
pleição física (chegou a pesar 130 quilos), que apeli-
davam com carinho de “Mata Cavalos”.
Leonel David, casado com uma sobrinha de António
Manuel Caetano, é um dos membros da tertúlia e
acha que esta primeira mostra da actividade das
tertúlias “é uma iniciativa de louvar, é pioneira em
Vila Franca e acho que é uma forma de divulgar as
tertúlias. Às vezes, de uma forma inconsciente, as
tertúlias desligam-se um bocado umas das outras e
isto é uma forma de se juntarem e de conhecerem
também um pouco de cada uma”, sublinha, vincando
que uma iniciativa deste tipo “pode vir a ter outra
dimensão e a durar mais tempo. Isto é um começo.
Mas para o objectivo que foi, é de louvar a iniciativa
da Câmara e da Junta”, sustenta, em declarações ao
Voz Ribatejana.
Segundo Leonel David, a tertúlia “Mata Cavalos”
está aberta a quem a queira visitar. Basta contactá-la
e os interessados podem mesmo recolher mais infor-
mação no site criado pelos tertulianos. “Penso que as
pessoas em Vila Franca ainda estão um pouco aca-
nhadas, não visitam tanto as tertúlias, pensam que é
a nível particular. A nossa tertúlia está a aberta a toda
a gente”, assegura.
No entender de Leonel David a relação de Vila
Franca com o campo e com os campinos está bem
viva e a Lezíria continua muito presente na vida da
cidade. Acha que as tertúlias também têm um papel
importante na preservação destas tradições e defende
que deveriam eleger um representante ou uma comis-
são que as represente perante as entidades locais.
“Era uma forma também de juntar mais as tertúlias.
Devia haver mais atenção às tertúlias e juntarem-se
mais umas com as outras”, propõe Leonel David, que
cita o exemplo da tertúlia “O Piriquita” de Arruda,
que promove vários eventos e corridas de toiros ao
longo do ano.
Mostra das tertúlias
foi um sucessoCerca de 20 tertúlias participaram na mostra realizada no dia 28.
Dinamizadores da Tertúlia “O Campino”
Muito boa disposição e petiscos na
Tertúlia “Os Farras”
Familiares homenageiam o campino
António Mnauel Caetano com a
Tertúlia “Mata Cavalos”
15
6 de Julho de 2011
Para além da homenagem a todas as tertúlias que estiveram
presentes na exposição e nas tasquinhas organizadas na Rua
Almirante Cândido dos Reis, o dia 28 de Junho, Dia da
Cidade de Vila Franca de Xira, ficou também marcado pelos
galardões de mérito entregues à patinadora Inês Gigante e à
dirigente social Carla Pereira.
O presidente da Junta de Freguesia, José Fidalgo, salientou
que Inês Gigante é campeã nacional de patinagem artística há
10 anos consecutivos (ver caixa nesta página) e já alcançou
por duas vezes o quarto lugar em campeonatos do Mundo.
“Apesar de ser de Oeiras, vestiu sempre a camisola da União
Desportiva Vilafranquense e de Vila Franca”, vincou.
“As cidades são as pessoas e, jovens como a Inês, contribuem
em muito para engrandecer a comunidade vila-franquense a
todos os níveis”, afirma José Fidalgo, numa nota de impren-
sa distribuída pela autarquia a que preside.
Sobre Carla Pereira, homenageada com o galardão de Mérito
Social, José Fidalgo destacou o trabalho que tem desenvolvi-
do na Caritas de Vila Franca ao nível do apoio social à comu-
nidade. “Um trabalho que desenvolve há mais de duas
décadas. Nos tempos difíceis que vivemos, o trabalho de
profissionais como Carla Pereira assume um carácter ainda
mais relevante”, frisou José Fidalgo.
Inês Gigante e Carla
Pereira homenageadas
no Dia da
Cidade
Vila Franca de Xira
Foi através da treinadora Cristina
Marques que, a partir de 2006, Inês
Gigante passou a treinar em Vila Franca
e no Vilafranquense. Um “amor à
primeira” que leva a jovem patinadora a
reconhecer que sente uma forte ligação à
cidade e às suas tradições. Embora con-
tinue a residir em Oeiras, fez inclusiva-
mente o 12º. Ano em Vila Franca e, aos
19 anos, está a fazer o curso de Ciências
do Desporto na Faculdade de
Motricidade Humana.
Com muito trabalho e muita dedicação,
Inês Gigante é um caso sério na pati-
nagem artística e na modalidade de solo
dance. Desde os 9 anos que é campeã
nacional, somando um título como infan-
til, dois como iniciada, dois como cadete,
dois como juvenil e três como júnior. O
décimo título consecutivo foi alcançado
no final de Maio e, no próximo ano, Inês
Gigante estará nos seniores. Nos próxi-
mos meses disputará, ainda, o Mundial
no Brasil e, eventualmente, o Europeu
em França (as dúvidas resultam do prazo
apertado de uma semana entre as duas
competições). “Se for
às duas provas, sem
dúvida que o meu
objectivo é ser campeã
europeia e adoraria, será
o meu sonho, ser campeã
mundial”, confessa.
Inês Gigante treina cinco vezes
por semana em Vila Franca e faz
ainda mais um treino semanal quando
está mais perto das provas. “Não é nada
fácil conciliar treinos e estudos. Ainda
por cima eu sou de Oeiras e estudo no
Jamor. É extremamente complicado. Não
basta querer, é preciso trabalhar muito”,
admite, frisando que as condições na
UDV e no pavilhão José Mário Cerejo
“são boas, temos dois pavilhões, o princi-
pal e o secundário, o que é muito bom.
Enquanto num pavilhão normal, uma
modalidade tem que sair para entrar
outra, aqui podem estar dois desportos
em simultâneo”, sublinha.
Num desporto completamente amador
como a patinagem artística, em que não
há qualquer tipo de pagamento, os estí-
mulos
p a s s a m
pelo gosto
pela modalidade,
pela conquista de títulos e por algumas
palavras de reconhecimento. “Acho que é
um grande orgulho ver este reconheci-
mento da cidade de Vila Franca, é sempre
bom quando somos reconhecidos”, disse
Inês Gigante ao Voz Ribatejana, vincan-
do que “para todos efeitos representa Vila
Franca” e “é gratificante” sentir que as
pessoas reconhecem o seu esforço e o seu
trabalho. “É sempre bom, uma palavra e
um reconhecimento caem-nos sempre
bem. São mais importantes essas simples
palavras, esses gestos, do que propria-
mente um ordenado ao fim do mês”, con-
cluiu
Carla Pereira trabalha na Caritas de
Vila Franca de Xira há 25 anos, exa-
ctamente desde a criação na cidade
desta instituição de solidariedade
social ligada à paróquia. A atribuição
deste galardão de Mérito Social foi,
para ela, uma surpresa, que considera
que é mais um reconhecimento do tra-
balho da Caritas do que seu desempen-
ho pessoal. “Faço o melhor que posso e
que sei por uma instituição. Fiquei
espantada, não estava à espera, mas,
por outro, agrada-me porque ao reco-
nhecerem o meu trabalho também
reconhecem o trabalho da casa onde
estou há 25 anos. E, depois, é também
uma forma de homenagearem a
Caritas, que faz 25 anos este ano ”,
salientou.
Carla Pereira disse, ao Voz Ribatejana,
que nestes 25 anos sempre sentiu o
apoio das autarquias locais e dos
respectivos técnicos, mas sustenta que
as carências na comunidade são cada
vez mais complicadas. “Cada vez esta-
mos mais incapazes de responder às
muitas necessidades que surgem aos
mais diversos níveis. A nível alimentar
vamos conseguindo socorrer as
primeiras necessidades, mas há muito
mais coisas por fazer. As pessoas cada
vez têm mais problemas que, se não os
ajudarmos, também não conseguem
andar para a frente”, observou, expli-
cando que surgem cada vez mais os
problemas de rendas de casa por
pagar, de dívidas, de créditos. “Não
temos meios para isso”, vincou,
referindo que a Caritas vai tentando
atenuar algumas situações, contando
também com algum apoio de empre-
sas, como foi o caso recente da
Multiópticas, que ofereceu óculos para
pessoas carenciadas.
A Câmara de Vila Franca está a tentar
pôr de pé um projecto em que as pe-
ssoas que
beneficiam de apoio alimentar e têm
condições físicas para desempenharem
algumas tarefas passarão a ajudar
instituições locais. Carla Pereira acha
que é uma boa medida. “A Caritas está
disponível para enquadrar algumas
pessoas. Nós já vamos fazendo essa
experiência, apelando um bocadinho
ao voluntariado daquelas pessoas que
estão ali à espera de ser atendidas e
que não vão ajudar lá dentro a fazer os
sacos e a fazer a distribuição”, subli-
nha a coordenadora da Caritas vila-
franquense, considerando que pode
haver algumas dificuldades porque os
recursos humanos em instituições
como a Caritas são muito escassos e
estes enquadramentos têm que se fazer
com o devido acompanhamento. “Tem
que se fazer com algum rigor, se não
perde o sentido. Mas espero que esse
projecto resulte”, concluiu.
ASSINE O VOZ RIBATEJANA
2º a sua escolha:
6 meses 12 edições (7 euros)
3º: O seu pagamento:
Total a pagar:
cheque dinheiro vale postal
1º Os seus dados:
Nome:
Morada:
Código Postal:
12 meses 25 edições (12 euros)
Telefone:
Recorte e envie para:
Jornal Voz Ribatejana
Centro Comercial da Mina Loja 3, Apartado 10040
2600-126 Vila Franca de Xira
Tel: 263 281 329 [email protected]
CONDIÇÕES DE ENVIO - PORTUGAL“É também uma
homenagem à
Caritas”
“Não basta
querer, é preciso
trabalhar muito”
Kenpo no campo de Arruda
O campo de futebol municipal de Arruda recebe,
no próximo sábado, um grande evento de final de
época da Escola de Kenpo do Arrudense. A ini-
ciativa, com início às 9h00, integra também os
exames de graduação e vai envolver mais de 300
praticantes crianças e jovens.
Jorge Talixa
As medidas preventivas de sal-
vaguarda de espaços na zona
envolvente do Campo de Tiro
de Alcochete (CTA) para as
infra-estruturas do futuro aero-
porto internacional de Lisboa
expiraram no passado
dia 1 de
Julho e, segundo o presidente
da Câmara de Benavente, um
dos municípios mais afectados,
não podem ser prorrogadas. O
autarca da CDU disse, ao Voz
Ribatejana, que o novo
Governo poderá, se decidir
manter a intenção de construir
ali o futuro aeroporto, elaborar
um novo decreto-lei e estabele-
cer novas medidas preventivas,
mas legalmente não
p o d e r á
p r o r r o g a r
mais as
m e d i d a s
definidas em
2008 pelo
p r i m e i r o
governo de
J o s é
Sócrates.
Com um raio
de influência
de 25
quilómetros e abrangendo 11
municípios dos distritos de
Évora, Lisboa, Santarém e
Setúbal, as medidas preventi-
vas ainda em vigor foram bas-
tante contestadas pelos autar-
cas, sobretudo pelas enormes
dificuldades que colocam à
construção ou reconstrução de
imóveis em propriedades rurais
da região. António José
Ganhão diz, por isso, que o
concelho de Benavente – onde
se situa 81% da área do CTA e
que tem praticamente
todos os seus
504 quilóme-
tros quadra-
d o s
abrangi-
d o s
p e l a s
medidas pre-
ventivas – tem
sofrido imensos
prejuízos pelas inúmeras
condicionantes impostas pelo
Decreto-Lei 19/2008.
Decreto polémico
O diploma entrou em vigor a 1
de Julho de 2008 e consistia na
proibição ou na sujeição a
parecer obrigatório e vinculati-
vo de pretensões de criação de
novos núcleos populacionais;
de construção, reconstrução ou
ampliação de edifícios; de
instalação de explorações; de
alterações importantes do solo;
de derrube ou plantação de
árvores em maciço ou de insta-
lação de redes de comuni-
cações. Consoante os casos,
terão competência para emitir
parecer vinculativo a ANA-
Aeroportos e Navegação
Aérea, o Ministério da Defesa,
a Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional de
Lisboa e Vale do Tejo, a
Agência Portuguesa do
Ambiente e o Instituto da
Conservação da Natureza e da
Biodiversidade. Tudo com o
objectivo de “evitar a alteração
das circunstâncias e condições
existentes, com vista a garantir
as condições necessárias ao
planeamento, execução e ope-
ração do novo aeroporto,
respectivos acessos e activi-
dades complementares”.
16
voz ribatejana #16
ASSINE O VOZ RIBATEJANA
2º a sua escolha:
6 meses 12 edições (20 euros)
3º: O seu pagamento:
Total a pagar:
cheque dinheiro vale postal
1º Os seus dados:
Nome:
Morada:
Código Postal:
12 meses 25 edições (40 euros)
Telefone:
Recorte e envie para:
Jornal Voz Ribatejana
Centro Comercial da Mina Loja 3, Apartado 10040
2600-126 Vila Franca de Xira
Tel: 263 281 329 [email protected]
País:
CONDIÇÕES PARA O RESTO DA EUROPA
POLÍTICA
“
António José Inácio
defende escolha de
candidato do PS até
final do ano
António José Inácio acha que a concelhia de Vila Franca de
Xira do Partido Socialista deve concluir até final deste ano o
processo de escolha do futuro candidato à presidência da
Câmara, tendo em conta que Maria da Luz Rosinha não pode
voltar a concorrer e que a figura que vai encabeçar a lista do
PS deve ter um período alargado de apresentação e de conta-
cto com os eleitores. O autarca, que preside à Junta do Forte
da Casa, acha que a concelhia tem conduzido bem o processo
e que “as coisas estão a decorrer dentro da normalidade”.
Fernando Paulo Ferreira (actual vereador e líder da concelhia
socialista) e António José Inácio disputaram já por duas vezes
a liderança da principal estrutura local do PS e, nas eleições
realizada na Primavera de 2010, a lista encabeçada pelo
segundo aproximou-se da do vencedor. Ao que tudo indica,
Ferreira e Inácio voltarão a disputar a liderança concelhia em
Março de 2012.
“A concelhia há-de, com certeza, encontrar o melhor candida-
to para que, nas eleições de 2013, o PS possa ter um grande
resultado e que seja fruto de um consenso muito alargado em
torno desse mesmo candidato”, disse António José Inácio ao
Voz Ribatejana, admitindo que, nesta altura, poderá haver um,
dois, três ou mais nomes em cima da mesa. “Penso que o que
é importante é esta liberdade de expressão interna dentro do
PS e que se possa perfilar o melhor candidato que possa vir a
substituir a Maria da Luz Rosinha, porque foi e continuará a
ser até 2013 uma grande presidente de Câmara”, afirma.
António José Inácio acha, por isso, que é importante que os
munícipes possam começar a ter contactos mais directos com
esse candidato, pelo que defende que a escolha deve ser feita
já no final de 2011 ou no início de 2012, ainda na vigência da
actual comissão política concelhia.
“Tem havido alguns consensos entre mim e o vereador
Fernando Paulo, o presidente da comissão política actual, o
que tem permitido encontrarmos uma estratégia comum.
Esperamos que possa haver esse consenso alargado e, se
assim for, com certeza que os militantes ficarão com maior
satisfação”, sublinha o autarca do PS, prevendo voltar a con-
correr à concelhia em Março de 2012. “Não há nada em con-
trário que diga que não posso concorrer”, conclui.
J.T.
Medidas preventivas do futuro
aeroporto terminaram no dia 1 O novo Governo ainda está avaliar o processo da eventual construção de um novo aeroporto. Entretanto, as medidas preventi-
vas para salvaguarda de espaços aprovadas pelo primeiro governo de Sócrates em 2008 expiraram no passado dia 1. A Câmara
de Benavente continua a rejeitar a localização prevista para as pistas e impugnou a Declaração de Impacte Ambiental.
Benavente impugna
localização das pistas
A Câmara de Benavente espera também do novo Governo
uma nova atitude em relação à definição da plataforma
onde deverão ser construídas as duas novas pistas.
Segundo a edilidade, a NAER (empresa responsável pelos
estudos do novo aeroporto) deslocou as pistas cerca de 1, 5
quilómetros para Norte, aproximando-as da sede de
freguesia de Santo Estêvão e dos grandes empreendimen-
tos turísticos ali existentes. A Câmara benaventense deci-
diu, por isso, impugnar a Declaração de Impacte
Ambiental do futuro aeroporto, processo que está a correr
na Agência Portuguesa do Ambiente e que, diz o edil, teve
agora a fase em que os ministérios das Obras Públicas e do
Ambiente contestaram os argumentos da autarquia. O
Município sustenta a sua impugnação nas contradições
entre os estudos preliminares do Laboratório Nacional de
Engenharia Civil e a proposta final da NAER e na defesa
da ideia de que é possível encontrar localizações para as
pistas menos lesivas, ao nível do ruído, para a população
de Santo Estevão.
“Não queremos, nem aceitamos que a NAER tenha esco-
lhido uma localização da plataforma, aproximando-a de
investimentos importantes para o nosso concelho. O
Município de Benavente é prejudicado por esta localiza-
ção. O interesse público e sobretudo o interesse da nossa
população não pode deixar de ser defendido”, sustenta o
edil de Benavente, que admite mesmo levar o assunto a
instâncias europeias, se não forem reconhecidas as razões
da autarquia nos organismos nacionais. “Vamos
prosseguir esta luta e alguns dos membros do novo
Governo já estão informados das nossas preocupações.
Não temos nada contra a localização do aeroporto na área
do Campo de Tiro, mas há diferentes localizações nessa
área e possibilidades de haver menores impactos. Vamos
defender uma plataforma de localização das pistas sem
prejuízos para o Estado e sem prejuízos nem incómodos
para a nossa população e para o nosso processo de desen-
volvimento”, conclui António José Ganhão.
Vila Franca de Xira
Jorge Talixa
A nova direcção da JSD de
Vila Franca de Xira, liderada
por David Ferreira, tomou
posse no dia 24 de Junho,
numa sessão realizada no Club
Vilafranquense. Aos 19 anos,
estudante do ensino superior
na área da economia, David
Ferreira apresenta um discur-
so bastante pragmático e, ape-
sar do entendimento entre PS
e PSD para a gestão
camarária, não hesita em afir-
mar que o pelouro da juven-
tude faz muito para e com os
jovens.
Uma das primeiras medidas
que defende é a reformu-
lação profunda do modelo
de funcionamento das sete
casas da juventude geridas
pelo Município. “As casas da
juventude devem servir para
conferências, para sessões,
para salas de estudo e não
servem para nada disso,
servem para dizer que está lá o
prédio, que se tem uma casa
da juventude e não se faz ri-
gorosamente nada”, critica o
jovem dirigente social-demo-
crata, frisando que uma das
primeiras medidas que vai
defender é a criação de um sis-
tema de eleição de direcções
para cada uma das casas da
juventude compostas por
jovens.
“Os jovens do concelho vão a
votos e elegem a sua direcção.
O facto de ser uma direcção
jovem aproxima muito mais as
casas da juventude das pes-
soas e principalmente dos
jovens”, sublinha, consideran-
do que, actualmente, o pelouro
da juventude parece fazer
coisas para dizer que se faz e
não com o intuito de que as
pessoas se interessem por
elas.
“Um dos principais proble-
mas do pelouro da juventude
é a comunicação. Este foi o
Ano Internacional da
Juventude. Alguém em Vila
Franca se lembra disso? Creio
que não”, lamenta David
Ferreira, considerando que o
pelouro da juventude, quer
com o actual vereador, quer
com os anteriores, se tem
esquecido um bocado de
ouvir os jovens.
“Sinto que se faz muito pouco
pelos jovens, pior ainda faz-
se muito pouco para os
jovens. Os jovens servem
como arma de arremesso para
outros, seja para o PSD, seja
para o PCP ou para o PS. Seja
quem for. Servem de arma de
arremesso quando deviam
servir como o bem mais
importante de todos, porque é
do crescimento do País e da
população que estamos a falar.
Sempre senti, desde muito
novo, que somos um bocado
e s q u e c i -
dos.
F a l a m
em nós mas não nos ouvem e
falam em nós sem nunca pen-
sar em nós”, critica David
Ferreira, em declarações ao
Voz Ribatejana.
O novo líder da JSD vila-fran-
quense admite que é difícil
defender estas posições, até
porque o PSD está envolvido
na gestão do Município, mas
salienta que a “Jota” é com-
pletamente autónoma do par-
tido. “Temos ideias muito
próprias e não abdicamos
delas”, prossegue, vincando
que não tem problemas em
dialogar com aqueles que
dizem ter outras ideias políti-
cas. “É de ideias diferentes
que se faz o progresso”,
defende, lembrando que até
convidou o vereador socialista
Fernando Paulo Ferreira e a
presidente da Câmara para a
tomada de posse, mas que o
primeiro declinou o convite e
a autarca nem sequer respon-
deu. As restantes juventudes
partidárias locais também não
se fizeram representar. “A JSD
cá está para melhorar o que
precisa de ser melhorado, seja
em parceria com a JS, com a
JCP ou com a JP”, referiu,
lamentando que a nível
local ande “tudo dividi-
do”, porque, no fundo,
devem andar todos a
lutar pelo mesmo.
“Enquanto a juven-
tude e os partidos não
estiverem juntos vai
ser complicado melho-
rar as coisas”, afirma.
Certo é que a nova
direcção da JSD de Vila
Franca já definiu outras prior-
idades que passam pela cri-
ação de salas de estudo onde
professores universitários aju-
dem jovens universitários com
vontade de aprender as custo
zero. Depois, os “jovens
laranjas” querem alargar o
leque de conferências que se
realizam no concelho a temas
de interesse para a juventude e
a áreas como a ciência onde há
vários casos de especialistas
renomados residentes no
município. “A formação
política faz-se com a vida,
com o debate, com a criação
de ideias diferentes”, sustenta
David Ferreira, prometendo
apostar numa maior comuni-
cação e informação junto dos
jovens.
17
6 de Julho de 2011
JSD quer jovens a dirigir
as casas da juventudeCasas da juventude com direcções eleitas pelos próprios jovens, salas de estudo gratuitas e
mais comunicação para os jovens, são algumas das ideias preconizadas pela nova direcção da
JSD de Vila Franca.
Estar na política para
melhorar respostas às
necessidades dos
jovens
David Ferreira tem 19 anos, estuda economia no Instituto
Superior de Economia e Gestão e diz que se envolveu na vida
política essencialmente pelo grande gosto que tem pela cidada-
nia activa e por ajudar os outros, procurando formas de respon-
der melhor às necessidades dos jovens. “Foi muito por uma
necessidade de ajudar e de fazer para os outros aquilo que
nunca foi feito para mim, que me envolvi na vida política”,
explica, frisando que leu autores de todos os quadrantes políti-
Novo
líder David
Ferreira tomou
posse em Vila
Franca
Um toiro conduzido por campinos para as largadas da Festa da
Amizade e da Sardinha Assada terá sido distraído por um
indivíduo com um capote e acabou por gerar o pânico nal-
gumas ruas da vila, ferindo 5 pessoas e causando bastantes
danos. Gertrudes Lima, natural de Benavente, sofreu os
ferimentos mais graves e acabou por falecer, no final da
semana passada, no Hospital de são José. A senhora tinha
82 anos e o funeral realizou-se na passada sexta-feira.
Alguns dos lesados pretenderão accionar o seguro da festa.
18
voz ribatejana #16ECONOMIA
“
A crise económica e o seu
impacto nos sectores da cons-
trução e do imobiliário estive-
ram em foco no almoço temáti-
co organizado, no dia 28, pela
Adine (Associação de
Dinamização Empresarial) nas
suas instalações do Fórum da
Chasa, em Alverca. A iniciativa
contou com uma intervenção
de José Matos, secretário-geral
da Associação Portuguesa de
Comerciantes de Materiais de
Construção, presidente da
Primus e membro da direcção
da Confederação Portuguesa
da Construção e Imobiliário.
Perante mais de dezena de
empresários, quase todos eles
ligados ao sector da cons-
trução, autarcas e outros convi-
dados, Vítor Silva, presidente
da Adine, sublinhou que a
associação pretende, com esta
iniciativa, “ajudar a reflectir
sobre algumas mudanças que
são necessárias para as nossas
empresas”. O responsável da
Associação Empresarial
defendeu que a renovação
urbana poderá ser uma das
áreas que ajudará a animar o
sector da construção.
José Matos fez um enquadra-
mento geral da construção em
Portugal, frisando que teve
“um crescimento muito grande
até por volta de 2001”, atingin-
do uma dimensão “muito supe-
rior à média europeia. “Depois
passou a ter uma expressão
mais reduzida. A actividade do
sector tem-se, sistematica-
mente, reduzido e a sua com-
ponente principal, que era a
construção de edifícios para
habitação, tem baixado siste-
maticamente. E, pelos vistos,
em 2011, essa redução é para
continuar”, previu.
Já ao nível das obras públicas,
José Matos salientou que há
sempre flutuações ligadas ao
quadro comunitário de apoio e
às dificuldades de financia-
mento do Estado. Com o
Produto Interno Bruto a crescer
apenas cerca de 0, 8% ao ano,
o especialista convidado pela
Adine acha que Portugal tem
mesmo um problema de cresci-
mento “porque tem problemas
de investimento produtivo” e,
“se a economia não anda, não
há edifícios de comércio,
indústria ou serviços a serem
construídos”.
Segundo referiu, nos últimos
foram ainda as obras nas esco-
las lançadas pela Parque
Escolar a manter algum movi-
mento nas obras públicas. Já
no domínio da habitação, a
oferta é superior à procura, mas
José Matos lembrou que há
países em que os mercados da
segunda e mesmo da terceira
habitação têm crescido bas-
tante. Frisando que o endivida-
mento do Estado, das famílias
e das empresas cresceu muito e
que muito não se preocuparam
em produzir riqueza para
poderem pagar, José Matos
vincou que o País no seu con-
junto passou a consumir por
ano mais 10% do que produzia,
o que se tornou insustentável.
“Quando a economia se esgo-
tou e esta capacidade de cresci-
mento se esgotou, deixou de
haver procura suficiente.
Agora temos uma situação de
nó cego em que, para além da
dificuldade das pessoas em
comprarem porque há desem-
prego veio uma altura em que a
banca não acredita, não
empresta e também não pode
emprestar”, refere.
No meio de todo este ciclo
vicioso, José Matos acha que,
também de acordo com os
compromissos assumidos com
a troika, é necessário promover
e incentivar o arrendamento e
tomar muitas outras medidas
ao nível do apoio à eficiência
energética. O especialista sabe,
todavia, que o Governo estará
também a preparar medidas
que passarão pelo aumento das
taxas de IMI (Imposto sobre
Imóveis), por legislação que
deverá tornar mais céleres os
processos de despejo, por
reduções no Imposto sobre
Transacções e pela concen-
tração numa única entidade dos
processos de licenciamento.
“Irá haver um aumento da tri-
butação sobre o património
imobiliário”, prevê José Matos,
que julga que, dentro de 2
anos, todas estas medidas serão
reavaliadas.
Companhia das Lezírias faz 175
anos e apresenta lucros de 510
mil euros
A Companhia das Lezírias (CL), a maior empresa agrícola portuguesa, assinalou no dia 21, os
seus 175 anos de existência. Embora nada esteja clarificado sobre essa hipótese, a administração
liderada por António Sousa (nomeado em 2010 pelo anterior ministro da Agricultura António
Serrano) acha que “seria uma pena” a eventual opção pela privatização da CL, que alcançou em
2010 um lucro líquido de 510 355 euros, correspondente a cerca do dobro do resultado obtido
no ano anterior.
Também a direcção da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) já se pronunciou sobre
o futuro da Companhia das Lezírias, referindo que não vê qualquer vantagem na sua eventual
privatização. Luís Mira, secretário-geral da CAP, acha que uma concessão da exploração dos
perto de 20 mil hectares de terras da CL, que se estendem pelos municípios de Benavente, Vila
Franca de Xira e Salvaterra de Magos, poderá ser mais vantajosa para o Estado.
O último exercício da Companhia das Lezírias apresentou resultados favoráveis, com um resul-
tado líquido na ordem dos 510 mil euros, bastante superior aos 217 mil euros de 2009. A venda
da cortiça e o reforço da aposta no arroz foram os sectores mais rentáveis. Actualmente a CL dis-
põe de 8500 hectares de floresta certificada (6700 dos quais de montado de sobro), 1400 hectares
de arroz e 3800 cabeças de gado.
António Sousa, que anunciou no início do seu mandato, há cerca de um ano, que um dos grandes
objectivos é aumentar a rentabilidade da CL, considera que a melhoria dos resultados, associa-
da ao reforço do papel da empresa na sustentabilidade ambiental da região, são factores impor-
tantes para que o Estado mantenha estes 20 mil hectares na sua posse. Na cerimónia comemo-
rativa dos 175 anos da empresa, António Sousa disse que “será pena” uma eventual privatiza-
ção. E frisou que a CL “responde a duas grandes vertentes, a da protecção ambiental e da sus-
tentabilidade social” e que “mais que uma empresa” é uma instituição, “não só pela dimensão,
mas pela história e identidade”.
Agricultores pedem declaração
de calamidade para o tomate e
para a vinha
A Federação de Agricultores do Distrito de Santarém (FADS) e algumas adegas cooperati-
vas da região ribatejana pediram, no final de Junho, a declaração de estado de calamidade
pública para as culturas da vinha e do tomate, estimando que só neste último sector os pre-
juízos causados pela irregularidade climatérica ultrapassem os 25 milhões de euros. Já no
sector do vinho não há estimativas precisas dos prejuízos, mas a FADS calcula que 60% da
produção das vinhas ribatejanas também tenha ficado destruída pelas chuvas fortes de
Maio e Junho.
Por isso, esta federação regional, afecta à Confederação Nacional da Agricultura, vai pedir
à nova ministra Assunção Cristas que accione os mecanismos da declaração de estado de
calamidade na região ribatejana, que permitirão aos agricultores ter acesso a apoios
nacionais e comunitários. A FADS rejeita, todavia, a possibilidade de criação de linhas de
crédito especial para estes agricultores, considerando que só favorecem as entidades
bancárias.
Certo é que, segundo a FADS, as chuvas fortes que surgiram nalguns períodos dos últimos
meses, por um lado, e o calor intenso do mês de Maio, por outro, afectaram gravemente a
agricultura ribatejana. Os prejuízos no sector do tomate, que ocupa cerca de 6000 pessoas,
serão superiores aos 25 milhões de euros e a Federação de Agricultores diz recear que, por
isso, Portugal não cumpra a quota anual de produção atribuída pela União Europeia, que
é de 1, 05 milhões de toneladas de tomate.
Já no caso da vinha, há adegas cooperativas, como a de Almeirim, que estimam que a co-
lheita deste ano fique a menos de metade dos anos anteriores. No caso da adega almeiri-
nense, no ano passado foram processados 20 milhões de quilos de uva e este ano esse
número poderá ficar abaixo dos 9 milhões.
Adine promove
reflexão sobre
dificuldades da
construção
Alverca
19
1ª. Divisão Distrital de Lisboa – Série 1
6 de Julho de 2011
Torneio nacional
junta 500
andebolistas
Mais de 500 jovens praticantes e 32 equipas de todo o
País participam, de 7 a 10 de Julho, no Encontro
Nacional de Andebol, promovido Associação Desportiva
e Cultural de Benavente (ADCB) na categoria de minis-
masculinos. Trata-se de uma das maiores provas do
género organizadas em Portugal, com 112 jogos em qua-
tro dias distribuídos pelos pavilhões gimnodesportivos
do Porto Alto e de Samora Correia, pelos pavilhões
desportivos da Escola Secundária e da Casa do Povo de
Benavente e pelo pavilhão desportivo da Barrosa.A
ADCB tem grande tradição no andebol e a sua equipa
sénior masculina alcançou, na época finda, a subida à 2ª
Divisão Nacional. Tem funcionado como autêntico
“viveiro” de jogadores que, depois, fazem carreira em
clubes como Sporting, Benfica e Belenenses. Este
torneio/encontro nacional envolve uma organização de
grande envergadura ao nível de alojamentos, transportes
e refeições e tem o apoio das autarquias locais, da
Federação de Andebol de Portugal, da Associação de
Andebol de Santarém, do Agrupamento de Escolas
Duarte Lopes, da Escola Secundária de Benavente, da
GNR e dos Bombeiros Voluntários de Benavente.
Participam equipas distribuídas por todo o País, desde o
Peso da Régua ao Algarve, passando pelos Açores e pela
Madeira. Da região destacam-se o ADCB, o Benfica, o
Sporting e o Passos de Manuel.
Vilafranquense acaba
campeonato a ganharA União Desportiva Vilafranquense encerrou a sua participação no Campeonato da Divisão de
Honra da AFL (época 2010/2011) com uma excelente vitória no campo do Lourel, por 2-1. A
equipa de Vila Franca consolidou, assim, a quarta posição, 56 pontos, correspondentes a 16
vitórias, 8 empates e 8 derrotas. Pior nesta última jornada esteve o Vialonga que perdeu, em casa,
também por 2-1, com o Cacém e manteve o décimo-lugar, com 46 pontos. Uma jornada final dis-
putada no feriado de 23 de Junho, depois do atraso na conclusão do campeonato motivado pela
apreciação de questões disciplinares.
A próxima época está já em preparação e adivinha-se bem disputada, com o Alverca a juntar-se
ao Vilafranquense e ao Vialonga na Divisão de Honra de Lisboa.
Prémio Joaquim
Agostinho atravessa
região
A edição 2011 do Grande Prémio de Ciclismo
Joaquim Agostinho em ciclismo realiza-se de 7
a 10 de Julho com várias passagens pela região.
Participam 16 equipas e um pelotão de mais de
100 ciclistas, que na tarde de quinta-feira passarão
também pelo concelho de Vila Franca de Xira, cidade onde está insta-
lada uma meta-volante. A prova, organizada pela União Desportiva do
Oeste, arranca exactamente na quinta-feira, com uma etapa de 161
quilómetros entre o Ramalhal e Sobral de Monte Agraço. A partida
está marcada para as 12h50 e o percurso prevê passagens por Alenquer
(cerca das 14h30), Carregado (14h37), Vila Franca de Xira (cerca das
14h50) e Alverca. Os ciclistas seguem depois em direcção a Vialonga
e ao concelho de Loures, com chegada prevista para as 16h30 no
Sobral. Em Vila Franca, junto ao largo da Câmara, haverá uma meta-
volante.A segunda etapa corre-se na sexta-feira entre Manique do
Intendente e Carvoeira, numa distãncia de 179 quilómetros. A partida
dar-se-á às 11h30 e os ciclistas vão passar por Cartaxo, Vale de
Santarém, Aveiras de Baixo, Maçussa, Alcoentre e Merceana, antes da
meta instalada na Carvoeira.Para sábado estão programados mais 153
quilómetros entre Atouguia da Baleia e Vimeiro (partida às 12h00 e
chegada prevista para as 15h30). A última etapa, no domingo, será o
tradicional circuito de Torres Vedras, num percurso de 100 quilómet-
ros, com partida às 15h00.Participam 16 equipas nesta edição da prova
que homenageia a maior figura do ciclismo português. Dez são por-
tuguesas, entre elas o Cartaxo Capital do Vinho – Centro de Ciclismo
José Maria Nicolau. Nas 6 equipas estrangeiras destacam-se as
selecções da Rússia e de Marrocos.
Gala da Academia
Paula Manso junta
331 alunos
A gala anual da Academia Paula Manso juntou, no dia
19, 331 participantes e encheu uma tenda de circo com
capacidade para cerca de 1200 pessoas. Familiares e
amigos dos alunos da professora Paula Manso, com
actividades na Sociedade Filarmónica Recreio
Alverquense e nas instalações do Sobralinho, aplaudi-
ram o desempenho dos participantes e todos agradece-
ram o esforço e empenho dos professores.
Adriano Pires
A Assembleia e a Junta do
Sobralinho celebram, no
próximo dia 11, o 26º.
aniversário da criação da
freguesia. A sessão realiza-
se, a partir das 21h30, no
Palácio do Sobralinho.
Alverca
Alhandra conquista
nacionais de triatlo As equipas masculina e feminina do Alhandra Sporting Club sagraram-se campeãs nacionais
de triatlo, nos campeonatos disputados no passado fim-de-semana em Aveiro. Já na época
anterior, o Alhandra conseguira os títulos nacionais de clubes e, desta vez, superiorizou-se a
Sporting e “Águias” de Alpiarça na prova masculina e aos Águias de Alpiarça e ao Garmin
de Oeiras na masculina. O Campeonato Nacional de Clubes voltou a disputar-se no forma-
to de equipas de estafetas, onde cada atleta cumpriu uma prova na distância super-sprint
(300m de natação, 8600m de ciclismo e 2100m de corrida). O terceiro elemento da equipa
cruzou a linha de meta, definindo o resultado final da equipa. A prova masculina ficou mar-
cada por constantes mudanças na liderança. Pedro Mendes foi o primeiro elemento da equipa
do Alhandra, tendo passado o testemunho a João Amorim na terceira posição. João Amorim
e João Serrano (Águias de Alpiarça) isolaram-se e chegaram juntos à segunda corrida. Na
terceira posição, surgia nesta fase o Garmin Olímpico de Oeiras. No segmento de corrida
final, João Amorim conseguiu isolar-se e passar o testemunho a João Pereira com uma van-
tagem interessante. João Pereira (ainda recentemente foi 6º classificado no Campeonato
Europeu de Elites, disputado em Pontevedra) seguiu destacado e manteve a vantagem até à
meta final. No sector fem-
inino, Maria Areosa
(Garmin Olímpico de
Oeiras) teve um bom
começo de prova mas no
segmento de ciclismo, a
ainda juvenil Luísa
Condeço mostrou a sua
capacidade e deixou para
trás a concorrência. Atrás
formava-se um duo com
Melanie Santos (Alhandra
SC) e Ana Alarico (NS
Golegã). No segundo sec-
tor, Sara Tenrinho
(Alhandra SC) teve uma
boa prestação, anulando a
vantagem dos Águias de
Alpiarça. O segmento
final serviu para Raquel
Rocha (Alhandra SC)
aumentar a vantagem.
Outros resultados do Alhandra
· Campeão Nacional de Triatlo Csdetes Masculino(Luis Pedro Ferreira, Luís Gabriel Monteiro e
Alexandre Nobre)· Vice-Campeão Nacional de Triatlo Junior
Masculino (Luís Marafuz, Ivo Cristeta e RafaelRibeiro)
· Vice-Campeão Nacional de Triatlo JuvenilMasculino (Nuno Ribeiro, Alexandru Statiuc e João
Pais)4ºVice-Campeão Nacionalde Triatlo Juvenil Feminino
(Ana Amorim, Filipa Fialho e Ana Machado4º lugar Campeonato Nacional de Triatlo Cadetes
Masculino: (Ruben Tavares, Tiago Saraiva e GonçaloPitarma)
5º lugar Campeonato Nacional de Triatlo SeniorMasculino: (Pedro Gomes, César Andrade e Gustavo
Caraça)
20
CLASSIFICADOS
“
voz ribatejana #16
Nos piores
momentos
oferecemos-lhe as
melhores condições
(Com crédito
até 30 meses)
Funerais
Trasladações
Artigos
Religiosos
FloristaSERVIÇO PERMANENTE
Rua Henrique Ferreira Ruivo nº 23 Alverva (junto ao antigo mercado)
Telef.:219 573 454 Fax: 219 585 251 - Telem: 962 148 518 / 19 / 20 / 21
www.funerariaalverquense.pt
Sede Praça D. Afonso V nº 5B
2615-357 ALVERCA DO RIBATEJO
Telef: 21 9580770 - 96 4008659 - 96 5249749
Filial: R. Padre Américo nº85 c/v Esqª
2625-394 FORTE DA CASA
Telef: 21 9560189 - 96 5240138 - Fax: 21 9531857
mail: [email protected]
Site: www.agenciamachadovictor.comEm frente aos correios de Alverca
tel: 21 958 45 37 Web: www.audiovital.pt
ALVERCA DO
RIBATEJO
GRAÇA MARIA
RODRIGUES
SIMÕES
Agradecimento
Seu Filho, Marido, Pais,
Irmãos e restante família
na impossibilidade de o
fazerem directamente
agradecem a todas as pe-
ssoas de suas relações e
amizade que a acompa-
nharam à sua última mora-
da, ou que de qualquer
forma manifestaram o seu
pesar. Paz à sua Alma
Tratou: Agência Funerária
Machado & Victor, Lda.
219 580 770 Alverca do
Ribatejo * 219 560 189
Forte da Casa
Rua José Dias Silva 47 - Vila Franca de Xira
Rua República 147-B - Póvoa Santa Iria
Travessa Figueira 1-A - Santa Iria Azóia
CALHANDRIZ
CESALTINA ROSA
RAMALHO LOPES
RIBEIRO
Agradecimento
Seu Marido, Filha, Pais e
restante família na impo-
ssibilidade de o fazerem
directamente agradecem a
todas as pessoas de suas
relações e amizade que a
acompanharam à sua últi-
ma morada, ou que de
qualquer forma manifes-
taram o seu pesar. Paz à
sua Alma
Tratou: Agência Funerária
Machado & Victor, Lda.
219 580 770 Alverca do
Ribatejo * 219 560 189
Forte da Casa
PENICHE (centro) p/ férias
ALUGA-SE T3 todo mobilado
à semana - quinzena - mensal
meses Julho/Agosto/Setembro
Tel.: 918 915 365
ANUNCIE
NO
VOZ
RIBATEJANA
comercial.vozribatejana
@gmail.com
ou ligue
938 850 664
VILA FRANCA
DE XIRA
Inocência Ribeiro
dos Santos
Agradecimento
Sua filha, netos e restante
família, na impossibili-
dade de o fazerem a todos
e pessoalmente, vêm, por
este meio, agradecer,
muito reconhecidamente,
a todas as pessoas que os
apoiaram neste momento
de grande dor e que acom-
panharam a sua ente
querida à sua última mora-
da.
BEM HAJAM
Tratou: Agência Funerária
Vilafranquense Tel e Fax:
263 272 083 Vila Franca
Requisitos
Férias Portimão
Aluga-se apartamento
3 ass. R/C c/ quintal
Última quinzena de Julho, e
mêses de Agosto e Setembro
263 275 563 . 963 777 333
21
Hipólito Cabaço
A palavra automóvel surgiu
em França, em 1875, e deriva
do grego “autos”, que signifi-
ca “por si” e do latim
“mobilis”, que quer dizer
“móvel”. Não é possível deter-
minar um exacto momento na
história do automóvel que se
possa convencionar como o
início desta grande invenção.
Com efeito, os primeiros que
sugiram foram fruto de suces-
sivas aproximações e adap-
tações técnicas que, gradual-
mente, se foram aperfeiçoan-
do.
Em Portugal demos os
primeiros passos muito timi-
damente, primeiro numa per-
spectiva bastante egoísta, já
que a maior parte dos
automóveis desenvolvidos
serviam para os seus criadores
poderem entrar em com-
petições de forma mais
económica ou ostentando a
sua própria marca, mas, no
entanto, houve quem ambi-
cionasse produzir automóveis
à escala industrial, como foi o
caso do Entreposto, no final da
década de 70, ao lançar um
automóvel citadino, o Sado,
conforme vos descrevi no arti-
go anterior.
Portaro
+ RCV 4 cil. 2498 cc 5
velocidades 1510 quilos 120
kms/h
A história do Portaro começou
em 1974 quando a Sociedade
Electromecânica de
Automóveis decide construir
uma fábrica que tinha o objec-
tivo de produzir um jipe. Foi
escolhido para liderar este
projecto do primeiro todo-o-
terreno português o
empresário Hipólito Pires.
Este negociou com a Aro da
Roménia, que comprara à
Renault os direitos para pro-
duzir um jipe. O projecto em
si revestiu-se de um grande
desafio para os técnicos por-
tugueses que depressa
percebem que há uma regra
essencial a cumprir: “Tinham
que ser rigorosos mas prag-
máticos” - O carro tinha que
ser feito por um preço compet-
itivo.
Os motores Daihatsu foram os
escolhidos. Depois fizeram
evoluir toda uma série de
componentes em Portugal, que
viriam a resultar num veículo
mais evoluído do que o Aro
romeno. Prova disso já foi o
seu assinalável conforto que,
normalmente, os carros deste
tipo não possuem. Para isso
foi inegável a contribuição
dada pela suspensão indepen-
dente das rodas da frente e os
amortecedores de gás, particu-
larmente estudados para o
Portaro. E, também, o ter já
direcção assistida, feita em
Portugal. A caixa de 5 veloci-
dades era Daihatsu. E uma
coisa que pouca gente sabe é
que o primeiro motor turbo da
Daihatsu foi desenvolvido na
fábrica da Portaro. De 1975 a
1983, a Portaro prosperou,
chegando a ter 200 trabal-
hadores e a fazer mais de 2000
carros por ano. Nos últimos
nãos faziam-se séries especi-
ais da Daihatsu e do Portaro
na mesma linha de montagem,
o que tornava a operação bas-
tante rentável. Em 1990, a
Portaro fechou as suas portas,
depois de ter vendido quase
7000 veículos em território
nacional e de ter exportado
alguns milhares de unidades.
Devido à Lei da
Contingentação que protegia
os interesses da Renault, mais
uma vez a continuação de um
sonho de um veículo nacional
chegou ao fim. Foi uma pena.
A vertente militar também foi
contemplada e apresentada na
Exposição do Exército
Português, que esteve patente
na FIL em 1983. Esta versão,
denominada Portaro GVM, foi
integralmente concebida,
desenvolvida e produzida por
técnicos portugueses, de acor-
do com as normas da NATO.
A nível desportivo, destaca-se
a sensacional vitória no Rally
do Atlas (Paris-Agadir), em
Junho de 1982, e o décimo
lugar da geral no Paris-Dakar
de 1983.
AUTOMÓVEIS & HISTÓRIA
“Marcas portuguesas (4)
Enfield 8000
O Enfield 8000 foi um carro eléctrico lançado em 1971 e origi-
nalmente construído no Reino Unido por Enfield Automotive. A
empresa e a produção foram transferidas para a ilha grega de
Syros (uma nova empresa grega, Enfield-Neorion, com sede no
Pireu). O carro tinha uma velocidade máxima de 100 kms/h (62
ml) e uma autonomia de 80-145 km (50-90 ml). Toda a pro-
dução foi exportada para o Reino Unido (foram apenas fabrica-
dos cerca de 100 unidades). A empresa foi fechada em 1976,
alegadamente por interesses dos que lutavam contra o desen-
volvimento da produção de veículos eléctricos em todo o
mundo.
O E8000ECC usava baterias de 12 volts, no total de 8 em 2 gru-
pos de baterias ligadas em paralelo, daí a tensão total ser de 48
volts.
Características adicionais do E8000ECC
Corpo de alumínio de normas Rolls Royce – contra a corrosão.
Normas Rolls Royce interiores (couro, etc.)
As aerodinâmicas do E8000ECC não eram baseadas em princí-
pios tradicionais da indústria automóvel, mas sim em princípios
e em ideias herdadas do departamento de aeronáutica do MIT e
da sua participação no programa Apollo.
A ETQ-Electricidade e Técnicas de Qualidade Unipessoal, Lda.
é uma organização industrial com sede em Vila Franca de Xira
e que transforma carros de combustão em carros eléctricos sem
alteração estrutural dos mesmos. Visite o nosso site
www.etq.com.pt ou veja um Enfield 8000 em
www.youtube.com/watch?v=p4obA4vi=lk.
Vila Franca de Xira
Exposição de pintura de Alexa
Jesus, António Maria, Manuel
Campino e Rogério Araújo , até 17 de
Julho, na Biblioteca de Vila Franca;
Exposição de Fotografia "Tejo, como
te Revejo" , de Pedro Inácio, até 6 de
Agosto, na Galeria Palácio Quinta da
Piedade.
Exposição do Centenário de Manuel
da Fonseca , até 9 de Outubro, no
Museu Neo- Realismo.
Exposição Comemorativa dos 200
Anos das Linhas de Torres Vedras ,
até 16 de Outubro, no Celeiro da
Patriarcal;
Exposição "Escola do Meu Tempo" ,
até 30 de Novembro, no Núcleo
Museológico de Alverca;
Workshops de Interpretação e
Teatro , no Centro Cultural do Bom
Sucesso, a decorrer até ao mês de
Agosto, dirigido a jovens dos 16 aos
19 anos.
Tardes de Conversa , dia 13 de Julho,
às 16h00, Lino de Macedo e o
Movimento Republicano, com Graça
Nunes, no Núcleo Museológico de
Alverca.
Alenquer
Exposição de artesanato . Trabalhos
realizados pelos participantes nos ate-
liers do sector de adultos da
Biblioteca Municipal durante o ano de
2010, Comemoração do Dia dos
Avós, dia 26 de Julho , na Biblioteca
de Alenquer.
À Noite na Biblioteca , dias 8 e 9 de
Julho, entre às 20h30 de dia 8 e as
11h00 de dia 9, na Biblioteca de
Alenquer. Crianças entre os sete e os
12 anos.
Comemoração dos 200 anos do Real
Celleiro Público . Conferência "A
instituição e o Edifício": oradores:
António Guapo, José Lourenço e
Joaquim Alexandre. Abertura da
exposição de conteúdos informativos
e artefactos representativos do Real
Celleiro , dia 9 de Julho, no Portal da
Rota da Vinha e do Vinho.
Feira do Campo - Produtos agrícolas,
biológicos e artesanais, dia 9 de
Julho, das 09h. às 19h00, no Parque
Vaz Monteiro.
Cinema: Filmes Julho: dias 8 e 9, às
21h30 e dia 10, às 17h00 “Velocidade
Furiosa 5”, no Auditório Damião de
Góis;
Arruda dos Vinhos
Exposição de Fotografia de Pedro
Cardoso , até 13 de Julho, na Galeria
Municipal;
Exposição Mostra de Artesanato
“Trabalhos de Patrícia Tomé” , até
31 de Julho, no Posto de Turismo.
Biblioteca em Movimento – Ateliers
de Férias para crianças, até 29 de
Julho.
Matiné com “Jorge César” , dia 24 de
Julho, às 15h00, no Clube Arrudense.
Azambuja
Música “À Luz da Lua” , todas as
noites de quinta-feira, dias 7, 14, 21 e
28 de Julho, às 22h00, no Jardim do
Museu Municipal Sebastião Mateus
Arenque, no Centro Cultural – Páteo
Valverde;
Férias de Verão , a decorrer até 29 de
Julho, das 09h30 às 16h45, para
jovens dos 06 aos 16 anos.
Benavente
Mostra de trabalhos “Aprendizagens
IV” dos alunos do Atelier de Pintura
do Centro Cultural de Samora, até 15
de Julho, do Centro Cultural.
Exposição “Rostos” de Luísa Peixe ,
até 16 de Julho, no Palácio do
Infantado.
Noites de Verão , (sexta para sábado),
às 21h30 durante o mês de Julho, no
Parque 25 de Abril, em Benavente.
Passeio Cicloturismo , dia 10 de
Julho, às 09h00. Organização: Clube
União Artística Benaventense.
Serões de Verão em Samora, de 15
de Julho a 02 de Setembro, às 21h30
em vários locais da freguesia.
Cinema: Filmes em Julho; dia 06,
às10h30 “Capuchinho Vermelho - A
Verdadeira Historia”, às 21h30 “O
Delator”; Dia 13, às 15h30 “O Lugar
do Morto”; dia 15, às 21h30
“Velocidade Furiosa 5” no Cine-Teatro
de Benavente; Filmes em Julho; dia
06, às15h00 “O Lugar do Morto”; Dia
09, às 15h30 (Sessão Infantil) às
21h15 “Hop”; dia 13, às 10h30
“Capuchinho Vermelho - A Verdadeira
História” às 21h30 “Inimigos
Públicos”; dia 16, às 21h30
“Velocidade Furiosa 5” no Centro
Cultural - Samora.
Salvaterra de Magos
Festa em Honra do Sagrado Coração
de Maria , de 8 a 11 de Julho, em
Foros de Salvaterra.
Rotas Pedestres 2011 - Rota
Nocturna, dia 09 de Julho, em
Salvaterra, concentração, junto à
Câmara.
Sobral de Monte Agraço
“Noites na Praça” – Música ao vivo:
Mês de Julho, às 22h00: Dia 08 “Old
Stock”, Dia 15 “ Saxion”.
IV Audição da Escola de Música de
Emanuel Soares , dia 10 de Julho, às
16h00, no Cine -Teatro de Sobral.
Descobrir as Linhas ao Luar ,
Caminhada Nocturna por parte do
Troço Concelhio do GR30 - Grande
Rota das Linhas de Torres, dia 16 de
Julho, às 21h00, no Troço Concelhio
de Sobral.
Dia dos Avós , dia 25 de Julho, no
Campo da Feira.
Cinema – Filmes Julho: dia 9 de
Julho, às 21h30 “O Código Base”, no
Cine-Teatro de Sobral de Monte
Agraço.
Santarém
Exposição de Pintura “Corpos e
gestos” – A expressão em aguarela,
João André”, até 26 de Julho, na Casa
do Brasil.
Exposição de pintura: “A Toirada”,
da artista Mité, até 18 de Agosto, na
Casa do Brasil.
“Rota dos Órgãos” , dia 8 de Julho,
das 10h00 às 18h00, no Conservatório
de Música. Música – Ainda não vi-te
as mãos, estreia nacional, dia 9 de
Julho, às 21h30.
Noite de Fados , dia 9 de Julho, às
21h30, no Parque Aquático de
Santarém, organizada pela
Scalabisport.
coordenação de António Preto
Agenda Cultural
22
CULTURA
“
Uma das obras mais completas
sobre as Linhas de Torres foi
lançada, na quinta-feira, em
Vila Franca de Xira. Uma
parceria entre a Plataforma
Intermunicipal para as Linhas
de Torres, a Academia
Portuguesa de História e a
Rota das Linhas de Torres, que
conta com apoios do
Mecanismo Financeiro do
Espaço Económico Europeu e
está disponível por apenas 5
euros.
Jorge Talixa
Em 237 páginas, a monografia “As Linhas de
Torres Vedras – Um sistema defensivo a Norte de
Lisboa” faz um retrato exaustivo desta estrutura
que, em 1811, impediu a entrada das tropas de
Napoleão em Lisboa. A obra foi lançada, na quin-
ta-feira, em Vila Franca de Xira, no Celeiro da
Patriarcal, onde está patente até Outubro uma
grande exposição sobre as Linhas de Torres. O
projecto da Plataforma Intermunicipal para as
Linhas de Torres (PILT) foi coordenado pela
Academia Portuguesa de História e conta com
estudos de António Ventura, Alexandre de Sousa
Pinto e António Pedro Vicente.
“As Linhas de Torres foram um dos melhores sis-
temas de defesa militar do Mundo e um ponto de
viragem na Guerra Peninsular”, começou por sub-
linhar João de Carvalho, vereador com o pelouro
da Cultura na Câmara de Vila Franca de Xira na
cerimónia realizada na Patriarcal. O autarca do
PSD observou que o projecto de criação de uma
Rota Histórica ligada às Linhas de Torres prevê a
edição de um roteiro e de uma monografia “ambi-
ciosa que seja uma referência” no estudo da
história nacional. Para isso, a PILT procurou con-
tar com a colaboração de reconhecidos especialis-
tas e da Academia Portuguesa de História.
Trabalho de 4 anos
Manuela Mendonça, presidente da Academia
Portuguesa de História, lembrou que esta mono-
grafia resulta de uma proposta e de um protocolo
estabelecido há 4 anos com a PILT. “Foi um tra-
balho longo e paciente que, graças a Deus, chegou
a bom termo”, vincou. Já Miguel Monteiro,
secretário-geral da APH e coordenador do proje-
cto da monografia, realçou que esta obra “demon-
stra bem o extraordinário esforço que foi a cons-
trução destas linhas” e a forma “digníssima e hon-
rada com que estas seis câmaras (Arruda, Loures,
Mafra, Sobral, Torres e Vila Franca) celebraram as
Linhas de Torres”.
O investigador salientou que o general francês
Massena “percebeu que as Linhas de Torres eram
intransponíveis e preferiu retirar a morrer”.
Através do Mecanismo Financeiro do Espaço
Económico Europeu, esta monografia tem apoios
da Islândia, do Liechtenstein e da Noruega.
Lançada monografia das
Linhas de Torres
voz ribatejana #16
Três grandes
capítulos
Esta monografia sobre as Linhas de Torres está
dividida em três grandes capítulos. O primeiro, da
autoria de António Ventura, contextualiza as
Linhas de Torres e a terceira invasão francesa do
território português. O segundo, escrito por
Alexandre Sousa pinto, aborda a questão da estraté-
gia e da táctica do general Wellington na defesa de
Portugal. Já o terceiro capítulo, desenvolvido por
António Pedro Vicente, trata o impacto económico e
social das Linhas de Torres. O livro integra ainda
muitas ilustrações da época, biografias das principais
figuras da Guerra Peninsular e anexos com documentos dos generais Wellington e Massena.
A exposição sobre as Linhas de Torres inaugu-
rada em Junho vai estar patente no Celeiro da
Patriarcal até meados de Outubro
Foto Ana Serra
23
6 de Julho de 2011
Alverca comemora, na próxima
quarta-feira, os 21 anos da sua ele-
vação a cidade. Na cerimónia
comemorativa, organizada pela
Junta de Freguesia alverquense,
serão homenageados como
galardões de mérito a antiga autar-
ca Maria Elisa
Raimundo, o diri-
gente social
A d e l i n o
Esperança, o
dinamizador
c u l t u r a l
J o a q u i m
Dias, o Grupo
Desportivo dos
Bombeiros de
Alverca e a empresa Utilar
de Elvira & Vieira. A iniciativa,
aberta a todos os interessados,
inclui ainda várias surpresas
prometidas pela organização.
Afonso Costa, presidente da Junta
de Alverca, sublinha que a cidade
sofreu muitas mudanças ao longo
dos anos. “Cresceu, primeiro de
forma mais desordenada e depois
de forma mais sustentada”, sublin-
ha o autarca do PS, vincando que
“as infra-estruturas tendem a acom-
panhar as necessidades duma po-
pulação cada vez mais exigente,
ciosa duma qualidade de vida a que
tem direito e a que há muito se
habituou”.
Lembrando que “muitas e diversas
gentes de Norte a Sul do país e
mesmo dos vários continentes,
escolheram Alverca para viver”,
Afonso Costa sustenta que a cidade
e a freguesia sempre
souberam acolher
na diferença,
respeitando
a diversi-
dade e con-
v i v e n d o
com as
diferentes cul-
turas. “A riqueza
do nosso património e
tradições não foram esquecidas. O
nosso passado orgulha-nos e dá-
nos força para fazer de Alverca
uma cidade cada vez mais próspera
e desenvolvida”, acrescenta.
Pela sua localização estratégica,
Alverca é um pólo de atracção de
muitas actividades e “continua a ser
destino preferencial de comércio e
serviços que aqui continuam a
procurar espaço de desenvolvimen-
to”.
A cidade é tam-
bém reconheci-
da pelo
dinamismo do
seu associa-
tivismo e
“continua a ter
um manancial de
solidariedade ines-
gotável, com instituições e cole-
ctividades, apostadas em minorar
os males dos mais
carenciados, idosos e isolados”.
Também por isso, a autarquia local
distingue anualmente alguns dos
que mais se destacam no trabalho a
favor da comunidade, realçando
o exemplo e procurando
reforçar a auto-estima
dos alverquenses.
Maria Elisa
Raimundo
Maria Elisa
Raimundo, de 76 anos,
vai receber, assim, o
Galardão de Mérito
Autárquico. Foi a única mulher
eleita para a primeira Assembleia
de Freguesia de Alverca, em 1976,
e a primeira mulher a integrar um
executivo da junta. Natural de
Lisboa, trabalhou durante 32 anos
nas Oficinas Gerais de Material
Aeronáutico, onde integrou a
comissão de trabalhadores. Dirigiu
a secretaria do Gabinete de Apoio
Técnico e chefiou a secção de pub-
licações técnicas e de biblioteca, até
à sua aposentação em 1987.
Integrou também a comissão
responsável pela análise e encami-
nhamento dos pedidos de acção
social dos funcionários. Fez parte
da primeira Assembleia de
Freguesia de Alverca, eleita em
1976 e, de 1979 a 1982, integrou
o executivo da junta, eleita na
lista da CDU, acompanhando
especialmente os assuntos de cariz
social. De 1988 a 1992 integrou,
também, a direcção dos
Bombeiros Voluntários de
Alverca e, em 1987, foi um
dos fundadores do Coral
Ares Novos.
Joaquim Dias
Joaquim Dias vai receber o
Galardão de Mérito Cultural.
Natural de Ponte de Sôr, onde
nasceu em 1949, fixou-se aos 14
anos no Entroncamento e passou a
trabalhar na área de remodelação
de pontes da CP. Já em 1970 assen-
tou praça e integrou a Força Aérea
Portuguesa, em Tancos e na Ota.
Quando deixou a vida militar fre-
quentou um curso de serralharia
civil e fixou-se em Alverca em
1974, onde trabalhou em diversas
empresas como a Dartal, a
Carmensol e a Sermague.
Apaixonado pelo folclore, fun-
dou, em 1996, o Grupo
Etnográfico Danças e
Cantares de Alverca, a que
se mantém ligado até hoje.
Adelino Esperança
Adelino Esperança é natural da
vila de Oiã, no concelho de Oliveira
do Bairro, onde nasceu em 1945.
No dia 13 vai receber o Galardão
de Mérito Social, especialmente
pelo seu percurso à frente da Casa
S. Pedro. Adelino Esperança con-
cluiu os seus estudos no Colégio de
Moscavide e foi funcionário das
Finanças. Mobilizado para o
serviço militar para Moçambique,
pela sua experiência profissional,
foi-lhe aí confiada a gestão de
materiais e equipamentos de várias
divisões do Exército. Regressou a
Portugal e fixou-se no concelho de
Vila Franca de Xira em 1971. Já em
1979 transitou para o Serviço de
Inspecção Tributária, donde se
aposentou.
Desde sempre muito atento às
questões sociais, integrou a lista de
corpos gerentes da Casa S. Pedro
de Alverca eleita para o triénio
1993/95, onde exerceu funções de
secretário. Em 1996 foi eleito vice-
presidente e assumiu, no ano
seguinte, a função de presidente da
Casa S. Pedro, em que foi sucessi-
vamente reeleito, deixando o cargo
13 anos depois, em Novembro do
ano passado. Ao longo destes
mandatos desenvolveu vários pro-
jectos de renovação das instalações
da instituição
vocacionada
para o
apoio à
terceira
idade.
Grupo
Desportivo
dos Bombeiros
Voluntários de Alverca
A ideia já era antiga e concretizou-
se, a 1 de Setembro de 1970, com a
criação do Grupo Desportivo dos
Bombeiros Voluntários de Alverca
(GDBVA). Foram 31 fundadores e
o grupo duplicou rapidamente os
aderentes até final desse ano. A
pesca desportiva foi a primeira
actividade, que ainda mantém
muitas raízes na colectividade,
reunindo uma média de 30 elemen-
tos. O atletismo (15 lugares no
pódio e 3 troféus na última época) e
o ténis-de-mesa são outras das
modalidades com grandes
tradições no GDBVA. Mais recente
é futsal, onde o Grupo chegou a
atingir a 1ª. Divisão Distrital de
Lisboa. Actualmente disputa
campeonatos inter-bombeiros e a
Taça Nacional de Bombeiros.
Utilar de Elvira & Vieira, Lda.
Constituída em 1939, a Cidla man-
teve o exclusivo do comércio do
gás em Portugal até 1960. No final
da década de 50 adoptou a desi-
gnação Gazcidla e, em Alverca,
junto ao mercado funcionava já,
então, uma loja de Gazcidla da
Recauchetagem do Ribatejo. Foi aí
que, em 1963, a jovem Elvira
Vieira conseguiu trabalho.
Passados 20 anos, o estabelecimen-
to mudou de mãos e foi adquirido
pela recém-criada Elvira & Vieira,
Lda, adoptando o nome de Utilar.
Nos anos 90, a empresa foi precur-
sora na instalação de gás canalizado
na urbanização da Quinta das
Drogas e a Elvira & Vieira, Lda
tem apostado no desenvolvimento
da actividade da Utilar, instalada na
Rua dos Bombeiros, mostrando
também sempre grande disponibi-
lidade para apoiar as instituições e
colectividades locais.
Alverca atribui 5 galardões
de mérito no Dia da Cidade Três personalidades, uma colectividade e uma empresa vão receber galardões atribuídos pela Junta de Freguesia de Alverca como reconhecimento pela actividade que têm desenvolvido.
Joaquim Gonçalves é o novo presidente dos Bombeiros de Arruda
A Associação de Bombeiros Voluntários de Arruda dos Vinhos tem
uma nova direcção, eleita no passado dia 1. O professor Joaquim
Gonçalves é o novo presidente da corporação, acompanhado pelos
vice-presidentes Rui Penedos e Acácio Raimundo.
Jorge Talixa
Doze estabelecimentos de
Vila Franca de Xira são os
primeiros aderentes à cam-
panha “Faça Compras no
nosso comércio e estacione
grátis”, a funcionar desde o
passado dia 28. Uma iniciati-
va dinamizada pela
Associação do Comércio,
Indústria e Serviços dos
Concelhos de Vila Franca de
Xira e Arruda dos Vinhos
(ACIS) em parceria com a
Junta de Freguesia vila-fran-
quense, que visa atrair mais
visitantes para o comércio
local e atenuar um dos pro-
blemas mais vezes apontados
por clientes e comerciantes e
que tem a ver com as dificul-
dades para estacionar na
cidade.
Na prática, o acordo estabele-
cido entre a ACIS e a Junta
de Freguesia permite que as
lojas aderentes tenham ace-
sso a títulos de 1 hora de
estacionamento nos parques
25 de Abril (junto aos
bombeiros), do Flamingo
(junto ao hospital) e do Adro
(junto à igreja) por preços
muito mais baixos. Os com-
erciantes definem, depois,
um valor mínimo de compras
a partir do qual os seus
clientes terão direito a uma
destas senhas e a 1 hora de
estacionamento gratuito num
destes parques. O objectivo
será alargar o número de
estabelecimentos aderentes e
as alternativas de locais para
oferta de estacionamento.
Sublinha a ACIS que, num
inquérito que realizou, em
Janeiro, constatou que o
comércio e os serviços são
dos sectores económicos
mais lesados pelas dificul-
dades de estacionamento na
cidade de Vila Franca. “Urge
por isso criar soluções que
permitam, a curto prazo,
ultrapassar este obstáculo,
contribuindo para a
dinamização da cidade”, re-
fere a associação.
Miguel Santos, presidente da
ACIS, sublinha que esta cam-
panha “Compre em Vila
Franca de Xira – O comércio
oferece o estacionamento”,
terá vários efeitos positivos.
Desde logo a possibilidade
das pessoas ao estacionarem
nestes parques periféricos e
equidistantes “poderem per-
correr as ruas da cidade, ver
as montras e a apreciar o
património”. Para isso é tam-
bém importante que os
espaços públicos sejam cada
vez mais atractivos.
“O comércio local tem duas
características principais: a
proximidade e a confiança. E
cada vez mais os clientes pre-
tendem ganhar confiança. E
para as empresas iniciativas
deste tipo permitem fidelizar
mais clientes”, sustentou
Miguel Santos, frisando que
a ACIS sabe que esta cam-
panha não será a “solução”
para o problema do esta-
cionamento em Vila Franca,
mas é uma forma de gerar
mais uma dinâmica de
atracção em Vila Franca. “Ao
oferecer 1 hora de estaciona-
mento isso significa que vale
a pena ir a Vila Franca, do
mesmo modo que se vai a um
centro comercial e não se
paga a primeira hora. O
arranque é com 12 estabele-
cimentos aderentes, mas pre-
tendemos que sejam muitos
mais. Por esta discriminação
positiva outros virão por
acréscimo e outros perce-
berão que vale a pena”, con-
fia o presidente da ACIS.
Voz Ribatejana
“
“
ALVERCA
Comércio de Vila Franca oferece
estacionamento para atrair clientesCom o objectivo de captar mais clientes para o comércio de Vila Franca de Xira, a ACIS lançou
uma campanha de oferta de horas de estacionamento grátis nos parques geridos pela Junta de
Freguesia. A organização representativa dos comerciantes gostaria de envolver também os par-
cómetros geridos pela Câmara nesta iniciativa, mas nunca teve resposta para as propostas
feitas à edilidade desde Fevereiro.
Os 12aderentesCarla e Luísa - Institutode BelezaCasa PrimaveraCuarzo OurivesariasDeusa PerfumariaMensagem AbertaLivrariaNovo Oculista de LouresO ChurrascoO Forno Restaurante0 Tronco -ElectrodomésticosXiragoma – Lavandaria
Câmara não respondeu
Miguel Santos lamenta que a Câmara de Vila Franca de Xira
não tenha chegado a responder à proposta da ACIS para
envolver também nesta campanha os parquímetros do centro
da cidade. Os 3 parques geridos pela junta envolvem cerca de
330 lugares, mas se fossem incluídas as áreas de parquímetros
seriam mais cerca de duas centenas. “Pena temos que não te-
nhamos mais lugares de estacionamento aderentes, nomeada-
mente os subjacentes aos parquímetros geridos pela Câmara”,
confessa Miguel Santos, referindo que quer crer que a breve
prazo isso poderá também acontecer.
“É verdade que isso envolve algumas questões técnicas rela-
cionadas com os parcómetros, mas construímos mesmo uma
proposta de solução, para que a campanha tenha mais
impacto. Enquanto presidente da ACIS, acho que a Câmara só
terá a ganhar com uma iniciativa destas. Desde Fevereiro que
ficámos a aguardar um resposta. Houve novas abordagens
com o vereador, mas manteve-se esta ausência de resposta”,
lamenta, considerando que avançar com 330 lugares é muito
significativo, mas que a campanha poderá ser bastante mais
atractiva com mais parques e zonas de estacionamento
envolvidas.
Junta confia no projecto
José Fidalgo, presidente da Junta de Vila Franca de Xira, su-
blinha que é sabido que o sistema de rotatividade do esta-
cionamento dinamiza o comércio e os serviços no centro da
cidade. “É importante aproveitar todas as soluções que satis-
façam o interesse colectivo”, vincou o autarca do PS, lem-
brando que a introdução de parcómetros na Avenida Pedro
Vítor, há muito solicitada pelos comerciantes, resultou bem e
já permitiu melhorar a actividade comercial naquela zona.
Segundo José Fidalgo decorrem, ainda, negociações para a
futura gestão dos parques construídos pela Refer junto à
estação e que, se passarem à responsabilidade da junta,
poderão integrar-se também nesta campanha de oferta de
horas de estacionamento aos clientes do comércio local.
O presidente da Junta de Vila Franca diz que sente que os
empresários e o comércio local estão cada vez mais despertos
para a necessidade de articularem esforços. “Não é a traba-
lhar cada um no seu espaço que irão resolver os problemas”,
prosseguiu, frisando que as autarquias também devem trabal-
har para o interesse colectivo. O protocolo estabelecido prevê
que as lojas aderentes paguem as senhas de estacionamento
nos parques da junta a menos de 50% do seu custo habitual.
*Na
co
mp
ra d
e u
mp
ac
k d
e 1
0 s
es
sõ
es