voz ribatejana 6 julho 2011

24
Em frente aos correios de Alverca tel: 21 958 45 37 Web: www.audiovital.pt Desenhador acusado de matar o pai responde em Benavente :: número 16 :: ano 1 :: 6 de Julho de 2011 :: quinzenário regional :: director Jorge Talixa :: preço 0,50 cêntimos :: pag.: 7 Voz Ribatejana Acordos com: ADSE | ARS | ACS PT | ADM | Multicare | Zurich | AXA | Fidelidade Mundial | Acidentes de Trabalho (Acordo com várias companhias de seguros) Edifício Planície - Rua do Curado Lojas 101 e 115 Vila Franca de Xira Tel: 263 270 272 - 912 247 171 [email protected] [email protected] Agora com mais um novo espaço de saúde e bem-estar Casquinha triunfa na Palha Blanco Vila Franca de Xira – Colete Encarnado junta muitos milhares António “Colorau” recebe pampilho Campinos também já vêm do Brasil Suplemento com tudo sobre o Colete Encarnado 2011 Tradição está bem viva! Tradição está bem viva! FINANCIAMENTOS | POUPANÇAS | SEGUROS GESTÃO DE CONDOMÍNIOS | ADMINISTRAÇÃO, MANUTENÇÃO E LIMPEZA ABRIU!! VAMOS ONDE PRECISAR! NÓS RESOLVEMOS! R. Dr Miguel Bombarda, Loja 26 Alhandra Tlf: 218 081 171 - [email protected] Pai julgado por matar o filho no Sobralinho pag.: 7 Foto Ana Serra

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Page 1: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

Em frente aos correios de Alverca

tel: 21 958 45 37 Web: www.audiovital.pt

Desenhador

acusado de matar

o pai responde

em Benavente

:: número 16 :: ano 1 :: 6 de Julho de 2011 :: quinzenário regional :: director Jorge Talixa :: preço 0,50 cêntimos ::

pag.: 7

Voz Ribatejana

Acordos com:

ADSE | ARS | ACS PT | ADM | Multicare | Zurich |

AXA | Fidelidade Mundial |

Acidentes de Trabalho

(Acordo com várias companhias de seguros)

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Xira Tel: 263 270 272 - 912 247 171

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Agora com mais um novo

espaço de saúde e bem-estar

Casquinha

triunfa na

Palha

Blanco

Vila Franca de Xira – Colete Encarnado junta muitos milhares

António

“Colorau”

recebe

pampilho

Campinos

também já

vêm do

Brasil

Suple

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Enca

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011

Tradição

está bem viva!

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JÁ ABRIU!!

VAMOS ONDE PRECISAR!NÓS RESOLVEMOS!

R. Dr Miguel Bombarda, Loja 26 Alhandra

Tlf: 218 081 171 - [email protected]

Pai julgado

por matar

o filho no

Sobralinho

pag.: 7

Foto

Ana S

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Page 2: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

ABERTURA

02

Jorge Talixa

O movimento cívico Pais em

Rede (PER), criado com o

objectivo de juntar pais e out-

ros familiares de cidadãos por-

tadores de deficiência em pro-

jectos comuns, pretende ser

reconhecido como parceiro

social. O 30º. núcleo local do

PER foi apresentado, no dia

24, em Vila Franca de Xira e a

associação anunciou que, até

final de 2012, pretende atingir

os 1600 pais com formação

específica para apoio aos seus

filhos deficientes, num projec-

to que considera pioneiro a

nível europeu. A sessão rea-

lizada no auditório da Junta

vila-franquense contou com

intervenções do professor de

filosofia Adelino Cardoso, do

director-geral da CerciPóvoa

Luís Carlos Santos, do sociólo-

go e docente universitário Luís

Capucha e da presidente do

Pais em Rede Luísa Beltrão.

Criado há pouco mais de um

ano e com estatutos aprovados

em Abril de 2010, o Pais em

Rede surge com o objectivo de

“promover a realização e

inclusão das pessoas portado-

ras de deficiência”, criando

uma rede de suporte centrada

na família e procurando

soluções práticas para os pro-

blemas das pessoas incapaci-

tadas. Promover o diálogo

entre todos os intervenientes,

influenciar decisões sobre as

políticas de reabilitação e pro-

mover a mudança de mentali-

dades a partir de dentro, são

outras das aspirações do PER.

O movimento cresceu rapida-

mente e já dispõe de 30

núcleos regionais e de 10 coor-

denações distritais. Os seus

três grandes objectivos passam

pela construção de uma rede

nacional com estatuto de par-

ceiro social na área da defi-

ciência, pela formação parental

através de escolas de pais e

outras acções e pela coorde-

nação de um diagnóstico

nacional relativo à situação das

pessoas com deficiência e às

suas famílias.

“São as forças vivas da comu-

nidade que têm que se juntar

para que a humanidade acon-

teça e para que nos sintamos

seres humanos em toda a sua

plenitude”, sublinhou Luísa

Beltrão, presidente do PER,

considerando que o conheci-

mento que o movimento já tem

da realidade nacional permite

perceber que “a situação é

trágica” no que diz respeito ao

apoio aos cidadãos deficientes

e às condições em que muitos

deles vivem. “A força da

família ainda é um dos nossos

grandes capitais e é isso que

temos que aproveitar”, vincou.

Em Março, o PER lançou um

novo projecto, as chamadas

“Oficinas de Pais”, com o

objectivo de dar formação em

três níveis: emocional, capaci-

tação parental e prestação de

ajuda. Já se realizaram seis

oficinas (quatro em Lisboa e

duas em Évora) cada uma

delas com cerca de 20 partici-

pantes e, a partir de Setembro,

arrancam mais 12 acções de

formação para pais – nas capi-

tais de distrito de Lisboa,

Porto, Évora, Vila Real, Viseu,

Beja e Faro realizam-se duas

acções até final do ano. O

objectivo é atingir os 1600 pais

com formação nesta área até

final de 2012.

Ana, uma das mães que já par-

ticipou numa acção deste

género, realçou o facto de par-

ticiparem pais de crianças e

jovens com os mais diversos

tipos de deficiência e com

diferentes idades. “É uma troca

de experiências muito impor-

tante para sabermos o que nos

espera”, referiu, frisando que

este é um projecto verdadeira-

mente pioneiro na Europa.

Luísa Beltrão acrescentou que

alguns dos pais com estes 3

níveis de formação vão,

depois, prestar ajuda em hospi-

tais e escolas e que já está

definido que alguns le-

ccionarão cadeiras específicas

em escolas superiores da área

da saúde a alunos de cursos

cujos formandos vão estar, no

futuro, ligados a esta temática

da deficiência.

A conferência

“Direitos Humanos e Direito à

Diferença – Desafios para a

plena cidadania” foi o tema

proposto para a sessão realiza-

da em Vila Franca, moderada

pelo vereador social-democra-

ta João de Carvalho. João

Veiga, um dos promotores do

núcleo vila-franquense,

começou por sublinhar que

“existe, efectivamente, uma

ligação entre o desenvolvi-

mento cultural de cada

sociedade e aquilo que cada

sociedade é em termos de di-

reitos daqueles que se apresen-

tam como mais vulneráveis”

(ver entrevista na página 3).

João de Carvalho vincou que

“a aceitação da diferença é

extraordinariamente impor-

tante para o desenvolvimento

de uma sociedade”, mas que,

culturalmente, ainda estabele-

cemos divisões, sempre o fize-

mos e ainda há dificuldades em

aceitar todos como iguais.

Frisando que todos temos

deformações e limitações, o

autarca do PSD salientou que

“a evolução da sociedade é a

forma como tratamos aqueles

que mais necessitam”.

Já Luís Carlos Santos apresen-

tou um conjunto de teste-

munhos de familiares de

cidadãos deficientes sobre as

dificuldades com que se

deparam no dia-a-dia e resu-

miu as múltiplas actividades

desenvolvidas pela

CerciPóvoa, frisando que

procura ser uma instituição

orientada para a escola dinâmi-

ca e inclusiva.

Adelino Cardoso, docente da

Universidade Nova de Lisboa,

faz também parte da comissão

de ética do Instituto Português

de Oncologia, realçou a neces-

sidade de se humanizar cada

vez mais, porque “todos mere-

cem um lugar próprio e uma

vida com dignidade”.

Vila Franca de Xira

Criado há pouco mais de 1 ano, o movimento cívico Pais em

Rede pretende unir familiares de crianças e jovens portadores

de deficiência, com o objectivo de melhorar as suas condições

de vida e de contribuir para a formação dos pais e dos técni-

cos que os acompanham. Em Vila Franca de Xira nasceu o

30º. núcleo nacional do Pais em Rede, apresentado numa con-

ferência realizada no passado dia 24.

Pais organizam-se para

ajudar filhos deficientes

voz ribatejana #16

A mesa com os cinco oradores

convidados para esta primeira

iniciativa do núcleo de Vila

Franca

Vila

Franca forma

30º. núcleo do

movimento Pais

em Rede

13 de Julho’11

15h00

Salão Nobre

dos Paços do Município

de Vila Franca de Xira

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263 2

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Page 3: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

Jorge Talixa

Voz Ribatejana - Como e por que é

que surge um núcleo do PER em

Vila Franca? Actuará no concelho

ou também na região envolvente?

João Veiga - Em Novembro do ano

transacto, o PER organizou um

colóquio, que decorreu na Fundação

Calouste Gulbenkian, subordinado

ao tema “A força dos pais”, em que

participaram pais, professores, médi-

cos, agentes sociais e decisores

políticos. Foi uma iniciativa de

excepcional qualidade humana e

científica, em que alguns de nós, pro-

motores do núcleo de Vila Franca de

Xira, tivemos a felicidade de partici-

par. O impacto desse evento foi o

grande responsável pela adesão ao

movimento PER. Inicialmente a

nossa participação fez-se através do

núcleo de Lisboa; contudo, concluí-

mos que o mais adequado seria

canalizar as nossas energias em prol

da constituição de um núcleo local.

Um outro elemento decisivo foi o

facto de alguns de nós sermos pais de

crianças com perturbações do espe-

ctro do autismo, a frequentar a

Unidade de Ensino Estruturado do

agrupamento Sousa Martins, o que

funcionou como um elemento de

união, dado as vivências e problemas

que partilhamos. Por último, o facto

de, apesar de haver vários membros

PER residentes no Concelho de Vila

Franca não existir uma “rede” que

colocasse essas pessoas em contacto,

no sentido de criar qualquer tipo de

sinergia. Sublinho “qualquer tipo”

uma vez que não há ainda uma agen-

da definida.

Quanto à abrangência, o nosso obje-

ctivo é actuar no âmbito do Concelho

de Vila Franca. A organização do

PER é sustentada por núcleos locais

e estes têm fundamentalmente um

âmbito concelhio. Num concelho

com a dimensão e complexidade do

nosso, ficaremos muito satisfeitos se

conseguirmos criar uma rede local.

Mais do que isso não é razoável

almejar.

O concelho de Vila Franca é apon-

tado frequentemente como um dos

que possui mais instituições e mais

respostas no domínio social.

Concorda com esta ideia ou ainda

há muito que fazer e melhorar na

área do apoio aos cidadãos defi-

cientes?

O Concelho de Vila Franca tem insti-

tuições de apoio social notáveis. Não

é por acaso que convidámos o Dr.

Luís Carlos Santos, director da

CERCIPóvoa para participar no

debate e que o Sr. Manuel Martins,

presidente da direcção do ABEI,

assistiu na primeira fila, o que muito

nos honrou. Contudo, quando se trata

de apoio aos cidadãos deficientes, o

problema é muito mais vasto do que

a mera existência de recursos.

Tratasse, como muito bem enfatizou

um dos nossos convidados de debate,

o Prof. Adelino Cardoso, de um

problema ético de responsabilidade e

cidadania. Só há uma forma de

encarar a problemática da deficiên-

cia: todos temos de ter a consciência

que estamos perante um dos grupos

mais vulneráveis da nossa sociedade,

que exige o melhor da nossa cons-

ciência moral.

Quais são os vossos objectivos pri-

oritários nesta região?

Os nossos objectivos dependerão da

vontade dos membros do núcleo e da

estratégia que venha a ser delineada

pela direcção nacional do PER.

Apesar de haver grande liberdade no

funcionamento das estruturas locais,

os seus planos de actividades devem

ser enquadrados numa perspectiva

mais vasta, de âmbito nacional.

Primeiro temos de criar a “rede” e

para isso necessitamos de adesão ao

movimento. Temos procu-

rado apresentá-lo aos

agentes sociais cuja acção

tenha alguma relação com

a intervenção junto de

pessoas com deficiência.

Fizemos essa aproxi-

mação às instituições

locais e aos agentes políti-

cos, a quem apresentámos

o nosso movimento.

Demos particular atenção

às associações de pais, através da

FAPXira, com quem temos mantido

uma relação privilegiada. Podemos

sistematizar os nossos objectivos

desta forma:

-Criar uma rede de suporte centrada

na família;

-Incentivar o desenvolvimento de

competências parentais;

-Encontrar soluções práticas para os

problemas das pessoas incapacitadas,

fazendo levantamentos de dados no

campo e relatórios centrados na pe-

ssoa, potenciando o diálogo com

todos os intervenientes de modo a

criar planos concertados e realistas;

-Influenciar decisões sobre as políti-

cas de reabilitação;

-Promover a mudança de mentali-

dades a partir de dentro.

Como é que um pai ou uma família

pode aderir ao PER e ao vosso

núcleo em particular?

A adesão pode fazer-se através do

sítio do PER na Internet, em

http://www.paisemrede.net/. As for-

malidades de adesão são e não é obri-

gatório o pagamento de quota; os

membros podem fazer doações, de

acordo com a sua vontade e possibi-

lidade. Podem aderir pais, amigos,

familiares, técnicos etc. Todos aque-

les para quem o problema da defi-

ciência tenha um significado particu-

lar são bem-vindos. Embora nos seja

remetido o contacto de correio elec-

trónico dos novos membros resi-

dentes no Concelho, se nos con-

tactarem directamente através

endereço [email protected],

passam de imediato a fazer parte da

nossa rede de contactos.

03

6 de Julho de 2011

- Manutenção e pinturas -

- Lavandaria -

- Engomadoria -

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Rua José Ferreira Tarré nº 7 Loja 1

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FORMIGUINHA DO ASSEIO Lda.EMPRESA DE LIMPEZAS

Luís Capucha, sociólogo vila-fran-

quense que é também professor do

ISCTE e presidente da Agência

Nacional de Qualificação, salientou,

no debate de dia 24, que o mercado

exclui e que a taxa de actividade dos

cidadãos deficientes é menos de

metade (49%) dos restantes cidadãos

e a taxa de desemprego de portadores

de deficiência duas vezes e meia supe-

rior à dos restantes cidadãos. O índice

de analfabetismo é, também, mais ele-

vado entre os deficientes. Segundo

referiu, dados de 2007 apontam para

21% de analfabetismo entre os

cidadãos deficientes com idades entre

os 25 e os 70 anos e de 3, 6% para os

restantes cidadãos.

“O mercado cria uma situação que

deforma e gera desigualdades”, vin-

cou, considerando que “é ao Estado

que compete promover a inclusão das

pessoas com deficiência. Se o Estado

falha tendem a desenvolver-se proble-

mas de exclusão social. Se o Estado é

forte, a comunidade é mais sustentáv-

el e mais coesa”, referiu.

Luís Capucha lembrou, também, que

a taxa de participação social, associa-

tiva e política dos cidadãos deficientes

é “baixíssima” e criticou alguns mo-

delos seguidos nas escolas, com o

excessivo, no seu entender, enquadra-

mento de alunos na figura das nece-

ssidades educativas especiais. É que,

segundo referiu, Portugal, de acordo

com os rácios europeus, deveria ter

cerca de 23 mil crianças e jovens

neste tipo de ensino apoiado e tem

cerca de 50 mil.

O sociólogo sublinha que “todas as

pessoas têm potencial”, mas que é

preciso saber ouvi-las e que “o direito

à igualdade deve prevalecer sobre o

direito à diferença. Cada um deve ter

a oportunidade de levar tão longe

quanto possível as suas capacidades”,

vincou.

Por outro lado, Luís Capucha consi-

dera que, por comparação com outras

realidades europeias, em termos de

inclusão escolar de pessoas com defi-

ciência “Portugal não está numa situ-

ação ideal, mas também não está

numa situação tão negativa. Foi um

caminho percorrido em grande parte

pelos pais das crianças que, a seguir

ao 25 de Abril, formaram as Cerci, os

núcleos da APPCDM e outros.

Seremos dos países mais desenvolvi-

dos da Europa na integração dos defi-

cientes. Estamos longe do que é dese-

jável, mas a situação também não é

tão negativa como por vezes se quer

fazer crer”, concluiu.

Sinais de

exclusão

Núcleo quer criar sinergiasO recém-criado núcleo de Vila Franca de Xira do PER pretende criar uma rede de apoio a cidadãos portadores de deficiência e aos seus familiares.

Em entrevista ao Voz Ribatejana, João Veiga, um dos dinamizadores da comissão instaladora, explica as origens e os objectivos do núcleo.

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domésticas | Escritórios,

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industriais e comerciais |

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961 863 946

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João Veiga é um dos

dinamizadores do núcleo de

pais vila-franquense

“Necessitamos de adesão ao movimentopara criar a rede”

PRÓXIMA EDIÇÃO DO

VOZ RIBATEJANA

A 20 DE JULHO NÃO PERCA!

Page 4: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

TODOS COM VOZ

04

Ficha técnica: Voz Ribatejana Quinzenário regional Sede da Redacção e Administração – Centro Comercial da Mina, Loja 3 Apartado 10040, 2600-126 Vila Franca de Xira Telefone geral – 263 281329 Correio Electrónico – [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Proprietário e editor – JorgeHumberto Perdigoto Talixa - Director – Jorge Talixa (carteira prof. 2126) Redacção – Miguel António Rodrigues (carteira prof. 3351), Carla Ferreira (carteira prof. 2127), Paula Gadelha (carteiraprof. 9865) e Vasco Antão (carteira de colaborador 895) Paginação - António Dias Concessionário de Publicidade – PFM – Radiodifusão Lda. Área Administrativa e Comercial – Júlio Pereira (9388 50 664) e Afonso Braz (936645773)Registo de Imprensa na ERC: 125978 Depósito Legal nº: 320246/10 Impressão CIC – Centro de Impressão Coraze Tiragem – 5000 exemplares

O MELHOR E O PIOR DA QUINZENA

Editorial

Unir Vila

FrancaA participação das tertúlias foi um dos pontos mais mar-

cantes da corrida de toiros que a RTP transmitiu, na

sexta-feira, para todo o Mundo, a partir da praça Palha

Blanco de Vila Franca de Xira. Largas centenas de ter-

tulianos deram, com a sua animação e o colorido das

suas camisolas, um ambiente único e particularmente

emotivo à Festa. Contribuíram, assim, de forma decisi-

va para passar uma boa imagem da aficion vila-fran-

quense e da paixão de muitos deles pela Festa dos

Toiros.

Já três dias antes se sentira um clima de forte ligação

entre os tertulianos na mostra realizada na Rua

Almirante Cândido dos Reis e na homenagem que as

autarquias locais prestaram às tertúlias da cidade.

São quase 40 grupos de amantes da tauromaquia espa-

lhados por outros tantos locais da cidade, que lhe dão

um colorido e um tipicismo muito próprio. Nem todas

têm conseguido manter o dinamismo de outras épocas,

mas demonstraram nestas iniciativas que estão bem

vivas, que envolvem muitas centenas de pessoas e que

podem dar contributos ainda mais decisivos para a vida

da cidade se para isso forem devidamente mobilizadas.

Há quem defenda a criação de uma comissão que repre-

sente as tertúlias de Vila Franca, há quem defenda uma

mostra mais alargada e há mesmo quem defenda uma

comissão de entidades locais que partilhe com a Câmara

a organização do Colete Encarnado. São tudo propostas

que merecem reflexão e certamente que, unidas, as von-

tades dos vila-franquenses podem dar outro andamento

e outra dinâmica à cidade. A tradição está cá, o

património também existe, o rio e a zona ribeirinha

caminham para ter outras condições, o forte associa-

tivismo local tem dado provas de que está bem vivo e o

comércio local também revela iniciativa. Tudo junto e a

remar para o mesmo lado pode elevar novamente o

papel de Vila Franca na vida desta região ribatejana.

Jorge Talixa

Voz dos leitores

Assim vai o Colete EncarnadoA tradição vai acabando, porque alguém

assim o vai fazendo. O Colete Encarnado não

é a senhora presidente, nem os vereadores.

Nem o folclore no desfile nas carruagens dos

cavalos. O Colete Encarnado não são só as

sardinhas, porque essas vão escasseando,

porque as que vão para as tertúlias são para

os amigos, quem vem de fora quase não as

vê. O Colete Encarnado não são só os espe-

ctáculos musicais. O melhor do Colete

Encarnado e o que mais emoção dá a Vila

Franca são os toiros. O Colete Encarnado são

os campinos, os toiros e todos aqueles que,

correndo o risco da própria vida, vão lá para

dentro enfrentar os toiros, são eles que dão

emoção ao Colete Encarnado, são eles que

trazem gente a Vila Franca, são as esperas

que são faladas em todo o País. Em que pen-

saram na hora de fazerem a manga, na multi-

dão não foi, porque o risco de acidentes nas

tronqueiras naquela zona vai ser muito

grande. Nos que brincam com os toiros, ne-

sses ainda pensaram muito menos, afinal

porque tomaram tal decisão? Vão dizer que é

por causa das lojas, temos pena mas eles ne-

ssas 3 horas nada vão vender, porque a con-

fusão vai ser grande, como de costume.

Um aficionado atento:

António Carlos

Bairro da Costa Branca, Vila Franca

A vida do campo é dura mas parece voltar aatrair cada vez mais pessoas convencidas

que o privilégio de viver em ambiente rural éúnico e que a agricultura tem futuro. Vemospor isso com satisfação o número significati-vo de crianças e jovens que, no passado fim-

de-semana, vestiram o Colete Encarnado eassumiram-se como potenciais futuros

campinos, garantindo que a profissão tam-bém tem futuro.

A chamada violência doméstica é umproblema crescente na sociedade por-tuguesa, motivada por diversos fa-ctores, que vão do alcoolismo a lacu-nas na formação da personalidade dealguns dos envolvidos. Nesta ediçãodo Voz Ribatejana abordamos doiscasos extremos que culminaram emhomicídios, mas divulgamos tambémo novo livro de Carlos Santos Oliveirasobre a problemática das relaçõesfamiliares. Matérias que nos devempreocupar porque a família deve con-tinuar a ser a base da sociedade por-tuguesa.

voz ribatejana #16

Estatuto Editorial

O Voz Ribatejana é um órgão de informação generalista

vocacionado para o acompanhamento de toda a região

Ribatejana, dando particular atenção aos municípios da

zona Sul do Ribatejo.

Aposta numa comunicação séria, isenta e plural, que vá

de encontro aos anseios e necessidades de informação

dos mais de 500 mil habitantes do Ribatejo e das

inúmeras comunidades daqui originárias espalhadas

pelo território nacional e pelo Mundo.

O Voz Ribatejana compromete-se a seguir e a aplicar

todas as regras deontológicas e a tratar todos de igual

forma, com equilíbrio e sem distinção de cor política,

raça, credo ou estatuto social.

O Voz Ribatejana dará especial atenção aos problemas

das comunidades mais desfavorecidas e apoiará dentro

das suas possibilidades as iniciativas da sociedade civil

que visam eliminar desigualdades e aumentar o progre-

sso social do nosso País.

O Voz Ribatejana dará também especial realce às

tradições ribatejanas e ao trabalho daqueles que se

envolvem na sua preservação e às iniciativas dos jovens,

percebendo que está neles o futuro desta região.

Page 5: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

05

6 de Julho de 2011

Jorge Talixa

Uma engenheira da Câmara

de Vila Franca de Xira foi

alvo de procedimento disci-

plinar devido a comentários

que publicou no facebook em

que se referia aos serviços da

autarquia. A técnica superior

da Divisão de Obras, Viaturas

e Serviços Municipais

(DOVSM) até, de alguma

forma, defendeu o Município

e justificou algumas dificul-

dades na reparação de

estradas e arruamentos, mas a

maioria PS entendeu que

poderia estar a violar o dever

de lealdade e a abordar publi-

camente matérias ligadas ao

funcionamento interno da

autarquia, conforme revelou o

Voz Ribatejana na sua edição

de 25 de Maio.

O assunto acabou por ser dis-

cutido, à porta fechada, na

penúltima reunião camarária

e a proposta socia-lista de

punir a funcionária com uma

repreensão por escrito foi

rejeitada com 6 votos contra

de CDU e coligação Novo

Rumo (PSD/CDS-

PP/PPM/MPT) e 5 a favor do

P S .

Sobrepôs-se, assim, o

entendimento de que deve

prevalecer o direito à liber-

dade de expressão da cidadã e

de que os impactos das redes

sociais como o facebook

ainda não são suficientemente

conhecidos.

Tudo aconteceu em 9 de

Março passado, quando a téc-

nica até estava de baixa por

ter sido sujeita a uma inter-

venção cirúrgica e resolveu

responder a alguns comen-

tários que circulavam no

facebook a propósito do mau

estado de algumas vias

municipais. Escreveu, então,

que “o pessoal da Câmara

Municipal de Vila Franca de

Xira que tapa os buracos

(brigada móvel) tem que tapar

buracos em 11 freguesias e

s ã o

a p e -

nas quatro pessoas com uma

única viatura”. Acrescentou

que esta mesma brigada está

sujeita a uma rotatividade

fixa entre freguesias “pelo

que, salvo raras excepções, só

voltam a estar presentes na

mesma freguesia após cerca

de nove a dez semanas”, mas

salientou que a Câmara tam-

bém fornece materiais às jun-

tas para que estas tapem

alguns buracos. Teceu ainda

algumas con-

s i d e r a ç õ e s

pouco rele-

vantes sobre o

facto da urbaniza-

ção da Quinta da

Piedade (Póvoa de

Santa Iria) nunca ter sido

definitivamente concluída.

Certo é que, poucos dias

depois, soube que estava

sujeita a um procedimento

disciplinar, a que respondeu.

Entretanto, a Concelhia do

PCP acusou a coligação PS-

PSD-CDS/PP que governa o

Município de “perseguição” a

trabalhadores da Câmara,

porque “até mensagens colo-

cadas em páginas pessoais

das redes sociais são uti-

lizadas para instauração de

processos disciplinares”. E,

em

resposta ao

Voz Ribatejana, a Câmara de

Vila Franca de Xira disse,

simplesmente, que “os recur-

sos humanos da autarquia são

uma área que apenas diz

respeito ao funcionamento

interno da Câmara

Municipal”.

Certo é que, já na última

sessão camarária, CDU e co-

ligação Novo Rumo

rejeitaram a proposta social-

ista de aplicar uma repreen-

são por escrito à funcionária

em causa.

Pedro Passos Coelho anunciou, logo

na sua tomada de posse, que não

nomearia novos governadores civis,

porque estas estruturas regionais serão

rapidamente extintas, conforme

promessa eleitoral do PSD. Os gover-

nadores civis em funções reagiram no

próprio dia apresentando a sua demi-

ssão. Embora se colocassem algumas

dúvidas sobre a manutenção de

funções básicas dos governos civis

como a coordenação da protecção

civil, o Governo esclareceu que, em

caso de problema, a actividade dos

governos civis será assegurada pelos

secretários distritais. A maior parte

dos governadores demissionários

disponibilizou-se, contudo, para asse-

gurar a coordenação da protecção civil

enquanto o Governo não concretiza o

novo modelo.

O alverquense António Galamba, que

durante quase dois anos exerceu

funções de governador civil de

Lisboa, tornou pública uma carta que

enviou ao novo ministro da

Administração Interna Miguel

Macedo, onde apresenta o seu pedido

de cessação de funções e recorda as

funções dos governos civis ao nível da

representação do Governo, da aproxi-

mação entre o cidadão e a adminis-

tração, da segurança pública e da pro-

tecção civil. “Ao longo dos últimos

meses, os governadores civis em

funções foram confrontados com uma

campanha mediática populista, cata-

lisada por partidos políticos como o

PSD e o CDS-PP, centrada na defesa

da extinção dos governos civis”, sus-

tenta António Galamba, lamentando

que essas afirmações tenham ignorado

que “os governos civis apresentam

uma sustentabilidade financeira inve-

jável, com capacidade de gerar

receitas próprias para o funcionamen-

to dos serviços prestados aos

cidadãos, para apoiar as forças de

segurança e contribuir para o equipa-

mento dos bombeiros voluntários de

cada distrito”.

No entender de António Galamba, as

posições assumidas por PSD e CDS-

PP também ignoram que “as dinâmi-

cas de um território como o do distrito

de Lisboa são supra-municipais e

exigem um olhar a esse nível para

poder conformar às soluções à reali-

dade das pessoas, das instituições e da

circulação dos bens. A sociedade por-

tuguesa está demasiado organizada

com base em modelos de comparti-

mentação do território quando as pe-

ssoas, as organizações e os fenómenos

sociais como a criminalidade, por

exemplo, estão em mobilidade.

Acresce que, no caso do distrito de

Lisboa, os cidadãos estão confronta-

dos com um risco sísmico, por vezes

negligenciado, que exige um trabalho

de planeamento, de preparação e de

criação de rotinas de acção com uma

dimensão supra-municipal”, susten-

ta.

Acrescenta, ainda, que o Governo

Civil do Distrito de Lisboa tem

especificidades próprias, pela

realidade exigente dos seus 16

municípios, pela dimensão dos

desafios de segurança, de segu-

rança rodoviária, de protecção

civil e de defesa da floresta

contra os incên-

dios e por dis-

por de um

amplo par-

que de

habitação

social na

Pontinha,

Odivelas e

de pro-

priedades

e m

Odivelas,

n a

Amadora e em

Loures.

Jorge Talixa

CDU e PSD rejeitam

repreensão a engenheira da

Câmara de Vila Franca O caso do processo disciplinar levantado a uma técnica superior da Câmara de Vila Franca de Xira por comen-

tários que publicou no facebook revelado pelo Voz Ribatejana acabou por dividir os eleitos municipais. A maio-

ria PS propôs uma repreensão por escrito, mas os votos contra da CDU e da coligação Novo Rumo (PSD/CDS-

PP/PPM/MPT) ilibaram a funcionária envolvida.

Extinção dos governos civis dá polémica

Comentários

no facebook

deram processo

disciplinar

Leitores concordam com a extinção dos governos civis

A maioria dos leitores do Voz Ribatejana que partici-

param no inquérito promovido no blog vozribate-jana.blogspot.com, concorda com a decisã0 do

Governo de extinguir os governos civis.

Pronunciaram-se 26 leitores, com 76% a apoiarem a

medida e 15% a manifestarem a sua discordância.

15%

não

76% sim

8% NS/NR

Assaltos por

esticão

preocupam

Arruda

Uma série de assaltos pelo

método de esticão verificados

nas últimas semanas está a

gerar muita preocupação na

vila de Arruda dos Vinhos. O

último caso deu-se na semana

passada e o Voz Ribatejana

sabe que a GNR já identificou

dois suspeitos, que estão sob

investigação. Responsáveis da

Guarda sublinham que há a

convicção de que este grupo,

oriundo de fora da vila, será o

autor dos vários furtos regista-

dos e as investigações

prosseguem no sentido de

reunir as provas necessárias.

Também em Arruda, uma ten-

tativa de assalto ao balcão do

Santander Totta gerou alarme

no passado dia 24. Um indiví-

duo, armado, tentou roubar a

agência bancária, mas devido

ao mecanismo de retardamento

da abertura do cofre acabou

por desistir dos seus intentos,

optando pela fuga numa viatu-

ra estacionada na zona. O Voz

Ribatejana apurou que um

cliente que acabara de sair da

agência se apercebeu da tenta-

tiva de assalto e alertou a GNR,

que chegou rapidamente ao

local, de onde o suspeito saíra

2 a 3 minutos antes. Os mil-

itares da Guarda encetaram,

então, a perseguição em

direcção a Vila Franca de Xira,

mas já não conseguiram

localizar o assaltante.

J.T.

António Galamba

Page 6: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

SOCIEDADE

06

Voz Ribatejana - Este seu

novo livro aborda a questão

do relacionamento entre pais

e filhos, em 20 histórias dis-

tintas. O que pretende trans-

mitir com elas e até que

ponto têm um fio condutor

entre si?

Carlos Santos Oliveira -

Penso, como diz a psicóloga

Susana Luís Gonçalves, que

tem colaborado comigo nas

apresentações desta obra, que

este livro funciona como um

“despertador”. Em meu enten-

der andamos todos a dormir e

negligenciamos as nossas

responsabilidades enquanto

pais, filhos e educadores. É

urgente despertarmos para a

realidade e cada família fazer

bem o seu trabalho de casa,

que consiste numa boa edu-

cação, em muito diálogo e

numa partilha fundamental: a

do Amor. Esta até parece ser

uma receita básica e simples,

mas o facto é que nós não a

conseguimos pôr em prática.

Só quando vemos passar na

televisão as imagens mediáti-

cas de jovens a agredirem e a

serem agredidos impiedosa-

mente nas escolas e noutros

espaços públicos é que leva-

mos as mãos à cabeça e nos

perguntamos: mas para onde é

que vão estes jovens?

Contudo, estas cenas repetem-

se todos os dias. Não há nisto

nada de original. Penso que

seria mais adequado pergun-

tarmo-nos: afinal o que é que

queremos fazer das nossas

vidas e das dos nossos filhos?

Respondendo à segunda parte

da pergunta, todas as histórias

deste livro têm um fio condu-

tor comum: a quebra do

respeito, da compreensão, da

autoridade, do Amor e da dig-

nidade no relacionamento

entre pais e filhos, o que dá

origem a uma espécie de guer-

rilha doméstica.

Acha que esta questão das

relações familiares, especial-

mente entre pais e filhos, é

um dos grandes problemas

da nossa sociedade. Porquê?

Sem dúvida que é um proble-

ma social muito grave. Sendo

a família a estrutura/instituição

fundamental da sociedade

humana, ao degradar-se vai

destruindo a ordem, a edu-

cação, os princípios e os va-

lores. Se no seio familiar, den-

tro da nossa própria casa, que

devia ser um lugar de afectos,

de protecção e de segurança,

as pessoas só convivem com o

conflito, as ameaças, as

agressões, a raiva e a falta de

entendimento e Amor, é natu-

ral que estes comportamentos

extravasem para a sociedade e

tenhamos que conviver no

nosso dia-a-dia cada vez com

mais ódio, mesquinhez, egoís-

mo e violência.

As histórias que reúne nesta

obra baseiam-se em factos

reais?

Sim, todas as histórias deste

livro têm por base factos reais.

É claro que a liberdade criativa

acaba por intervir no desen-

volvimento do texto, mas man-

tém intocável o que realmente

sucedeu. Provavelmente ao

fazerem a leitura dessas

histórias de vida, muitos

leitores acharão que as situ-

ações ali descritas são demasi-

ado absurdas e desumanas e

que não têm qualquer relação

com a realidade. Eu próprio

me surpreendi perante os fac-

tos e me interroguei nova-

mente ao escrevê-los: como foi

possível?

A verdade é que as histórias

deste livro são, no meu enten-

der, apenas o reflexo da nossa

incapacidade de sermos

humanos e vivermos com

respeito, dignidade e Amor.

A sua experiência profission-

al na área da justiça também

influenciou a vontade/neces-

sidade de abordar este tema?

É evidente que a minha exper-

iência como oficial de justiça

em tribunais de família e

menores há cerca de 10 anos,

em Ponta Delgada, na Ilha de

S. Miguel, nos Açores, e agora

em Vila Franca de Xira, teve

influência na minha vontade e

necessidade de abordar este

tema. É ali que nos chegam as

réplicas do verdadeiro ter-

ramoto social; as famílias

estão a desmoronar-se e a des-

fazer-se em pó. Chega a ser

chocante e emocionalmente

doloroso (muitas vezes já

chorei) conviver com tanta

desgraça. Por isso este meu

livro, como alguns outros que

anteriormente publiquei, pre-

tende que nos choquemos, ten-

hamos vergonha dos nossos

comportamentos e, sobretudo,

tomemos consciência que esta-

mos a agir mal e que é urgente

encontrarmos o caminho que

nos leve a ser felizes.

O problema da violência

familiar é especialmente pre-

ocupante na região de Vila

Franca de Xira?

A violência familiar na região

de Vila Franca de Xira é tão

preocupante como em qual-

quer outro lugar do nosso país

e do mundo. É claro que em

cidades como esta e tendo em

conta as suas dimensões popu-

lacionais, étnicas e

migratórias, existe sempre um

maior número de casos de vio-

lência no seio da família.

Mas uma verdade indesmen-

tível é que a violência familiar

tem vindo a alastrar e a aumen-

tar a nível nacional, o que deve

merecer toda a atenção e pre-

ocupação. Contudo, a meu ver,

mais preocupantes são os mil-

hares de crimes de violência

física e psicológica que são

praticados e não são denuncia-

dos, por medo, por cumplici-

dade e por vergonha.

O que é que a escrita signifi-

ca para si e que novos pro-

jectos tem em preparação?

Para mim a escrita é uma

forma de partilhar mensagens

com os leitores. É um meio de

fazer amigos, envolvê-los no

meu trabalho e juntos constru-

irmos livros. É por vezes a

possibilidade de contar as

histórias daqueles que me

pedem que escreva sobre as

suas vidas, como aconteceu

relativamente a alguns episó-

dios deste livro, “Os Filhos

Não São Maus”. Mas é, sem

qualquer dúvida, um grande

meio para exaltar ao sentimen-

to e fazer reflectir e exprimir-

me sobre o que acho ser funda-

mental: o Amor.

Quanto a projectos, existe a

possibilidade de publicar, até

ao final do ano, mais um livro

infanto-juvenil e, no próximo

ano, um romance que se

desenrola em Portugal e noutro

país da Europa e que atravessa

45 anos da história destes dois

países.

“A violência familiar

tem vindo a aumentar” Carlos Santos Oliveira, oficial de justiça num dos tribunais de Vila Franca de Xira, apresentou, no dia 25, na livraria-bar Mensagem Aberta, o seu novo livro. “Os Filhos Não São Maus” faz,

em 20 histórias distintas, uma importante reflexão sobre as relações entre pais e filhos na sociedade actual. Em entrevista ao Voz Ribatejana, Carlos Santos Oliveira explica o que pretende trans-

mitir com esta obra baseada em factos reais.

voz ribatejana #16

A bancada da coligação Novo Rumo (PSD/CDS-

PP/PPM/MPT) na Assembleia Municipal de Vila

Franca de Xira acha que o actual horário do

refeitório social não se coaduna com as necessi-

dades dos utentes. O executivo PS não tem a

mesma opinião e defende que essa alteração não

se justifica.

O assunto foi colocado na última sessão do órgão

deliberativo municipal por Ana Paula Bayer, lem-

brando que o refeitório social que o Município

tem a funcionar em Vila Franca se destina a servir

a população mais carenciada e que não é preciso

ser economista para “compreender que os tempos

que se avizinham serão penosos para muitas

famílias residentes no concelho”. Por isso, a coli-

gação Novo Rumo acha que o actual horário do

refeitório social (segunda a sexta das 11h15 às

11h45) não será o mais adequado e ajustado às

necessidades daqueles que mais precisam e

defende o alargamento do funcionamento deste

serviço para o período das 12h00 às 14h00 e, se

for julgado pertinente pelo executivo da edilidade,

também ao fim-de-semana. Ana Paula Bayer

mostra-se “convicta” de que esta mudança

aumentará o número de utentes, “permitindo que

muitos mais possam vir a usufruir” deste Direito

Universal à alimentação condigna.

Maria da Luz Rosinha sustentou que, quando a

Câmara decidiu integrar o refeitório social no

refeitório municipal, esse “foi o primeiro acto de

grande integração” e defendeu que, estando a

maioria dos utentes desempregados, não têm

problema em frequentar o refeitório social até às

11h45. Conceição Santos, vereadora com o

pelouro da Acção Social, acrescentou que “é pre-

ciso integrar aqueles que são socialmente mais

desfavorecidos” e que o horário actual está de

acordo com as disponibilidades dos utentes. De

acordo a edil, a Câmara tem procurado alargar o

apoio que dá a estas pessoas, pondo também à sua

disposição os balneários e oferecendo algumas

roupas “para que essa integração mais digna se

possa realizar”. Conceição Santos afiançou, tam-

bém, que se da avaliação permanente que se faz

do funcionamento do refeitório social se concluir

que é necessário introduzir alguma alteração

“seguramente será feita”.

Ana Paula Bayer insistiu que se deveria reflectir

no alargamento do horário do refeitório social e

que se deveria também tentar criar formas de aju-

dar as pessoas a reconstruírem a sua vida. Maria

da Luz Rosinha lembrou que acompanha o fun-

cionamento do refeitório social há muitos anos e

que, muitas vezes, quem tem fome prefere levar

alimentos para casa a ir a um qualquer refeitório.

“O número de pessoas que recorrem ao refeitório

social é muito reduzido, são pessoas que conhece-

mos muito bem e que não tiveram oportunidade

de ter um projecto de vida, nalguns casos com

problemas de alcoolismo”, explicou a edil, frisan-

do que há no concelho um importante trabalho

social e que se procura prestar apoio num contex-

to de muita discrição.

A proposta da coligação Novo Rumo acabou por

ser rejeitada com 20 votos favoráveis de CDU,

Novo Rumo e Bloco de Esquerda e 23 contra do

PS.

J.T.

PSD quer alargar horários do refeitório social

Carlos Santos Oliveira apresenta livro em Vila Franca

Page 7: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

Jorge Talixa

Um desenhador projectista de

39 anos está a responder no

Tribunal de Benavente acusado

da prática de um crime de

homicídio qualificado sobre o

seu próprio pai. Na primeira

sessão do julgamento, realizada

na passada sexta-feira, disse

que o pai o agredia quando

estava embriagado e que naque-

la noite de 20 de Outubro pas-

sado apenas tentou defender-se

e imobilizá-lo. A mãe, que

assistiu a parte da luta entre pai

e filho, apresenta um relato

dife-rente e afiançou que,

depois do pai ter caído no chão

na sequência de um soco do

filho, este terá saltado repetida-

mente a pés juntos em cima da

cabeça e do peito do progenitor.

Certo é que, segundo o colecti-

vo de juízas, a vítima ficou com

o crânio parcialmente esmaga-

do e morreu em consequência

de asfixia originada por com-

pressão do pescoço e pela

entrada de sangue (ficou com a

cana do nariz partida) nas vias

respiratórias.

O caso ocorrido há 8 meses em

Glória do Ribatejo, no concelho

de Salvaterra, suscitou muita

revolta na zona e a sala de

audiências do Tribunal de

Benavente tinha, na sexta-feira,

cerca de 20 familiares e amigos

dos envolvidos. O filho,

Arsénio Dias, disse, em tribunal

que tudo terá começado depois

do pai (operário fabril de 59

anos que trabalhava na

Elevadores Fortis em Alverca)

lhe ter mandado desligar o

computador, o que ele cumpriu.

Admite que vivia em casa dos

pais e que não contribuía para

as despesas, diz que o pai tinha

mau feitio e o agredia regular-

mente, por vezes com ajuda dos

tios, mas não soube explicar por

que é que, nessas condições,

nunca saiu de casa. O relaciona-

mento no seio da família estava

de tal modo degradado que,

segundo o procurador Luís

Pires, havia 14 queixas dos pais

contra o filho pelo seu compor-

tamento agressivo. Arsénio diz

que só tinha conhecimento de

uma e que ele próprio também

apresentou queixas contra o pai

pelas alegadas agressões.

Certo é que naquela noite

ambos apresentavam taxas de

alcoolemia elevadas (o pai com

2, 35 gramas por litro de sangue

e o filho 1, 75 gramas) e terão

entrado em luta. O arguido diz

que depois de terem trocado

murros e pontapés tentou deixar

o local numa trotinete, mas que

o pai o abalroou, caindo os dois.

A luta prosseguiu, segundo o

desenhador terá durado quase

10 minutos e, a dada altura, o

pai terá caído e ficado inanima-

do. “Ao cair terá embatido com

a face no chão, ficou inanimado

e admiti que tivesse sofrido um

ataque cardíaco”, referiu o

arguido, garantindo que a partir

daí não voltou a bater-lhe.

Raquel Costa, presidente do

colectivo, estranhou contudo

que, nessas condições, a vítima

apresentasse o crânio parcial-

mente esmagado, três costelas

fracturadas e múltiplas lesões

nos pulmões e noutras partes do

corpo. “Talvez tenha batido

numa pedra ou fosse devido ao

acidente com a trotinete”, ten-

tou explicar o filho. As três

juízas e as advogadas con-

frontaram o arguido com várias

contradições e este manteve

que só procurou imobilizar o

pai e que nunca teve intenção

de o matar.

A mãe, Quitéria Augusto, apre-

sentou, contudo, um relato bas-

tante diferente, referindo que

Arsénio foi um bom filho

(único) até aos 17 anos, mas

que depois mudou a sua perso-

nalidade e tornou-se muito

agre-ssivo, embriagando-se fre-

quentemente. Os pais procu-

raram inúmeras vezes o auxílio

da GNR e chegaram a envolver

uma delegada de saúde, a quem

pediram o internamento do

filho num centro de reabili-

tação. “A Guarda ia lá a casa e

dizia que não podia fazer nada.

Penso que ele tem um pro-

blema qualquer no cérebro. Era

muito agressivo para mim e

para o pai”, sustentou a mãe,

afirmando que o filho lhe bateu

muitas vezes e que, naquela

noite, terá dito:”Matei o pai e a

seguir vais tu”. Segundo o rela-

to da progenitora, tudo

começou porque o filho (muito

embriagado) terá ameaçado o

pai com uma faca. A mulher diz

ter tentado salvar o marido, mas

que o filho não deixou,

empurrando-a várias vezes e

levando-a a perder os sentidos.

“Desde os 17 anos, batia-me

muita vez, foi uma vida muito

torturada. Foram 20 anos neste

sofrimento até que acabou

assim”, concluiu. Segundo

Raquel Costa, o exame feito

concluiu que Arsénio Dias não

tem anomalias psíquicas.

07

6 de Julho de 2011

Desenhador acusado

de matar o paiO Tribunal de Benavente está a julgar o caso de um desenhador da Glória do Ribatejo acusado de ter agredido o pai até à morte.

A vítima trabalhava numa fábrica de Alverca.

Benavente

Julgado por matar o

filho no Sobralinho

No Tribunal de Vila Franca de Xira decorre, entretanto, o

julgamento de Luís Espalha, septuagenário que, em

Agosto do ano passado, terá disparado um tiro de

caçadeira que atingiu mortalmente no abdómen um filho

de 42 anos. A vítima era motorista na transportadora Boa

Viagem e, segundo várias testemunhas, pai e filho tinham

um relacionamento difícil.

A sessão de dia 28 do julgamento foi preenchida com

audição de várias testemunhas. Sérgio Oliveira, de 44

anos, com alguma formação de primeiros socorros, estava

nas proximidades quando ouviu o disparo. Procurou

perceber o que se passava, telefonou para o 112 e abeirou-

se da vítima, que encontrou “enrolada” no chão do quin-

tal da família, ainda a respirar, mas quase inconsciente.

Pouco depois, a vítima terá entrado em “estado de

choque”. Nas proximidades estava a filha pequena e a

testemunha diz ter ouvido o septuagenário gritar: “Matei

um, mato dois ou três”. Já outra testemunha, David, con-

tou que tentou convencer o arguido a entrar e casa e a

largar a caçadeira, mas garantiu que não ouviu o idoso

ameaçar matar mais alguém.

Já Rute Teixeira, médica do INEM que acorreu ao local,

relatou que o corpo estava caído à frente da porta da casa

e que não foi possível salvar o motorista.

Inspectores da Polícia Judiciária estiveram, na quarta-feira, na

Câmara de Benavente e consultaram diversos processos dos

serviços de urbanismo. Em causa está a investigação de uma

denúncia de alegada corrupção e favorecimento feita, há quase

dois anos, por um empresário com residência na freguesia

benaventense de Santo Estêvão. As suas declarações suscitaram

bastante polémica, até porque foram feitas já numa fase de pré-

campanha eleitoral para as autárquicas de 2009. Segundo o Diário

de Notícias foram, agora, constituídos 5 arguidos.

António José Ganhão, presidente da Câmara de Benavente, diz

que esta visita da PJ “era há muito esperada e desejada e acontece

na sequência do processo de inquérito aberto pelo Ministério

Público, que acolheu uma denúncia efectuada por Pedro Mota,

advogado de Fernando António Marques”. Acrescenta o edil, que

esta denúncia “está ligada ao processo de notificação efectuada

(pela Câmara) ao senhor Fernando Marques para proceder à

demolição de barracão construído ilegalmente em terrenos da

Reserva Ecológica Nacional”.

Da participação feita pelo empresário terão resultado a investi-

gação e as buscas agora efectuadas. António José Ganhão confir-

ma que os inspectores estiveram na sua casa e no seu gabinete,

referindo que não levaram nada e que prosseguiram, depois, as

buscas nos serviços de obras e urbanismo.

A denúncia aludia a alegadas situações de tráfico de influências e

de favorecimento de determinados promotores. O executivo

camarário garantiu, na altura, que estava perfeitamente tranquilo

relativamente a qualquer eventual investigação das participações

feitas pelo empresário e que se limitou a cumprir a Lei na ordem

de demolição. António José Ganhão acrescenta que, já em Abril

de 2009, solicitou ao Ministério Público a possibi-lidade de ser

constituído arguido como forma de se poder defender de sus-

peições que considera “gravemente caluniosas e difamatórias”.

PJ investiga denúncia de corrupção

na Câmara de Benavente

Antigo inspector terá morto

ucraniana

Um antigo inspector da Polícia Judiciária, de 70 anos, terá

sido o autor do disparo que vitimou uma imigrante ucraniana

de 45 anos, que habitualmente limpava a sua casa. O caso

deu-se na manhã de dia 30 num prédio da Rua João Silva

Vitoriano, na Póvoa de Santa Iria e, segundo fonte policial, o

suspeito terá tentado, depois, pôr termo à vida, tendo sido

encaminhado em estado muito grave para o Hospital de São

José. Segundo testemunhos recolhidos pelo Correio da Manhã

em causa poderá estar uma alegada recusa da imigrante em

manter um relacionamento amoroso com o suspeito.

O artigo sobre urbanizaçõesinacabadas publicado na última ediçãodo Voz Ribatejana suscitou vários comen-tários no facebook. Participe também em:

www.facebookcom/vozribateana

Maria Rodrigues: "Se o

País não tem dinheiro como é que

acabam as casas? Só se os que se

põem para aí a divagar fizerem

empréstimos a custo Zero aos

construtores, isso é que era".

Maria de Lurdes

Santos: "Ou então os cons-

trutores ganharem um

pouco menos também e as

pessoas tinham mais acesso

a comprar"

Município de Vila Franca de Xira

E eu, Fernando Paulo Serra Barreira, Chefe da Divisão de Assuntos

Jurídicos, em substituição da Directora do Departamento de

Administração Geral, o subscrevi

Page 8: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

08

Censos 2011

voz ribatejana #16

Jorge Talixa

Os concelhos habitualmente

acompanhados pelo Voz

Ribatejana registaram, nos últi-

mos 10 anos, um crescimento

populacional muito significati-

vo, de acordo com os resulta-

dos provisórios do Censos

2011 agora divulgados. Vila

Franca de Xira foi o terceiro

município da Região de Lisboa

que mais aumentou a sua po-

pulação, Arruda foi o concelho

que mais cresceu na Região

Oeste e Benavente o que maior

aumento do número de resi-

dentes registou na Lezíria do

Tejo. Também Alenquer,

Azambuja, Cartaxo, Salvaterra

e Sobral de Monte Agraço têm

mais habitantes e apenas

Coruche perdeu população

comparativamente com 2001.

Este é um tema que vamos

abordar de forma mais desen-

volvida na edição de 20 de

Julho do Voz Ribatejana.

Para já podemos adiantar que,

segundo os resultados preli-

minares do Censos, o concelho

de Vila Franca de Xira atingiu

os 136 510 habitantes quando

há 10 anos tinha 122 908, o que

traduz um crescimento de 11

%. Entre os 18 municípios da

Área Metropolitana de Lisboa

apenas Mafra e Cascais cresce-

ram mais do que Vila Franca.

No que diz respeito às fregue-

sias vila-franquenses, São João

dos Montes, Sobralinho e

Vialonga são as que mais viram

aumentar a sua população,

seguidas pela Póvoa, por

Alverca e pela Castanheira.

Três freguesias mantêm a sua

população estabilizada – Vila

Franca, Cachoeiras e Forte da

Casa – e duas perderam habi-

tantes nestes 10 anos, são os

casos de Calhandriz e

Alhandra.

Na região destacam-se os

crescimentos de Arruda e de

Benavente, ambos na ordem

dos 30%. O Município arru-

dense tinha 10 350 habitantes

em 2001 e soma, agora, 13

408, liderando a larga distância

o aumento populacional na

Região Oeste. Já Benavente é

claramente o município que

mais cresce na Lezíria do Tejo,

passando de 23 257 habitantes

para 29 388.

Alenquer também regista um

aumento significativo, da

ordem dos 7%, passando dos

39 180 habitantes de 2001 para

os actuais 42 362. Importante é

também o aumento popula-

cional registado no concelho

de Azambuja, que passa de 20

837 para 21 776 residentes,

assim como no município de

Salvaterra, com um crescimen-

to de 20 161 moradores para 22

053. Sobral de Monte Agraço é

também uma zona de forte

crescimento, com o concelho a

subir de 8927 residentes para

10 158. Também o Cartaxo

ganhou população, passando

de 23 389 habitantes para 24

574.

Pior esteve apenas Coruche,

que tem procurado estancar

alguma perda de população

mas que, ainda assim, desceu

de 21 332 para 19 931 resi-

dentes.

A Assembleia Municipal de Vila

Franca de Xira aprovou, no dia 22,

uma proposta de moção do Bloco de

Esquerda que exorta a Câmara vila-

franquense a avançar com o proce-

sso de revisão do Plano Estratégico

Municipal, considerando que o

anterior já não se coaduna com a

realidade actual do País e da região.

Apresentado por João Machado, o

documento recolheu 12 votos

favoráveis do BE e da CDU e 30

abstenções do PS e da coligação

Novo Rumo (PSD/CDS-

PP/PPM/MPT). A proposta da ban-

cada bloquista recorda que há um

ano, em Junho de 2010, a

Assembleia Municipal vila-fran-

quense aprovou uma moção do BE

no mesmo sentido, que foi encami-

nhada para o executivo camarário,

considerando urgente avançar para a

revisão deste plano estratégico.

Considerando que os motivos se

mantêm e, nalguns casos, até “apre-

sentam sinais de agravamento”, o

BE sublinha que resta pouco mais

de meio mandato aos eleitos

autárquicos e que se torna cada vez

mais urgente rever este plano, aten-

dendo também a situações como a

do aterro e da pedreira de Arcena. O

documento aprovado solicita à

Câmara que desencadeie os proce-

dimentos necessários a esta revisão

“com a maior celeridade”.

Resultados provisórios doCensos 2011, fonte: INE

Região lidera crescimento da populaçãoOs concelhos do Ribatejo e do Oeste normalmente acompanhados pelo Voz Ribatejana são dos

mais crescem em termos populacionais no País, segundo o último Censos.

CDU alerta para

mato no rio de

Santo António

Assembleia aprova proposta do

BE para rever plano estratégico

A proliferação de canas e mato no leito do rio de Santo António, em

Alhandra, está a preocupar os vereadores da CDU. Ana Lídia Cardoso

disse, na última reunião camarária, que “o exagero na quantidade de

ervas e canas é evidente e constitui um obstáculo à circulação da água”.

Por isso, propôs que a Câmara aproveite o tempo seco para “fazer algu-

ma limpeza e desmatação”.

É que, de acordo com a vereadora da CDU, no Inverno, com caudais

muito maiores, poderão ocorrer situações em que o leito da ribeira se

mostre insuficiente para a passagem das águas devido aos obstáculos

existentes.

Francisco Vale Antunes, vereador responsável pelo pelouro da

Protecção Civil, sustentou que, nos últimos anos, já foram feitas duas

grandes acções de limpeza do leito do rio de Santo António. “Numa

delas retirámos cerca de 400 a 500 toneladas de inertes”, vincou, con-

siderando que, pela análise que tem sido feita, não se justificará, nesta

altura, uma operação de fundo no rio de Santo António. Segundo o edil,

está para já apenas prevista uma acção de limpeza da bacia de retenção

ali existente. “A vegetação cresce muito rapidamente e a nossa preocu-

pação são também as pessoas que ali deitam lixo”, acrescentou Vale

Antunes, explicando que limpezas de fundo têm sido feitas de dois em

dois anos.

A Associação de Dadores Benévolos

de Sangue da Póvoa de Santa Iria

promove, no próximo domingo,

mais uma acção de recolha de

sangue, que terá lugar na sede

da associação (Avenida Antero

de Quental, no bairro da

Chepsi), das 8h30 às 12h30.

no Concelho de Vila Franca de Xira

Page 9: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

09

Jorge Talixa

A transferência de 7 turmas da

Escola Álvaro Guerra para um

novo bloco da Escola Vasco

Moniz está a gerar alguma

polémica. A medida vai permi-

tir que todas as turmas do ensi-

no primário da área de Vila

Franca passem ter o chamado

horário normal, mas alguns

familiares contestam a

mudança da escola situada no

centro da cidade para a escola

do Bom Retiro e dizem que não

se coaduna com os seus

horários profissionais. O direc-

tor do Agrupamento Alves

Redol sublinha que estes

alunos, das antigas turmas da

tarde da Álvaro Guerra vão ter

muito melhores condições e

que o horário vai ser alargado

para corresponder às necessi-

dades das famílias e convocou

para hoje, dia 6 (18h00), uma

reunião com os pais e enca-

rregados de educação para

analisar outros problemas que

possam surgir.

Manuela Bogarim tem 4 netas

nas escolas de Vila Franca e

considera que algumas das

mudanças não fazem sentido,

frisando que há casos de cri-

anças que moram a 50 metros

da Álvaro Guerra e foram

transferidas para a Vasco

Moniz, enquanto outras que

residem na periferia da cidade

e até mesmo em Povos,

Alhandra e Castanheira e con-

tinuam na Álvaro Guerra. “Não

sei qual foi o critério da escol-

ha, mas sei que falamos de Vila

Franca, que eu me lembro de

ter 4 escolas primárias e agora

nem os miúdos que moram no

centro da cidade têm direito a

uma”, disse ao Voz Ribatejana,

admitindo que a Escola Vasco

Moniz “será nova e com me-

lhores condições”, mas pergun-

tando quem será responsável

pelo percurso das crianças até à

nova escola, “com todos os

perigos que espreitam”.

Frisando que as suas filhas e

genros trabalham em Lisboa e

saem diariamente de Vila

Franca por volta das 7h00,

Manuela Bogarim reclama

algumas medidas de apoio às

famílias. “Se ao menos a

Câmara desse transporte era

um descanso para os pais”,

sublinha.

Teodoro Roque tomou posse,

na quinta-feira, como director

do Agrupamento Alves Redol e

tem acompanhado o processo

das escolas Álvaro Guerra e

Vasco Moniz, que integram

este agrupamento. Segundo

referiu ao Voz Ribatejana, a

Álvaro Guerra tem funcionado

no chamado regime duplo, com

turmas de manhã (até às

13h00) e turmas de tarde, o

que, para além de não ser o

modelo previsto na Lei, peda-

gogicamente é pior para os

alunos. “Não tínhamos capaci-

dade resposta para o regime

normal (uma turma por sala),

coisa que se inverteu, agora,

com a remodelação da Vasco

Moniz que passa a incluir um

bloco de 10 salas para o 1º.

Ciclo”, explicou, frisando que,

com a orientação que tinha

para eliminar as situações de

horário duplo, isso só seria

possível transferindo crianças

da Álvaro Guerra para a Vasco

Moniz.

Em reuniões com a Câmara,

com a Associação de Pais da

Álvaro Guerra e com a

direcção do Agrupamento

Alves Redol chegou-se a um

consenso para a transferência

para a Vasco Moniz de todas as

7 turmas que tinham horário de

tarde, ficando ambas as escolas

a funcionar em regime normal.

“Pensamos que pedagogica-

mente é o mais adequado,

porque, no nosso entender,

essas crianças são aquelas que

foram mais prejudicadas e que

continuariam a ser, já que tin-

ham aulas apenas a partir das

13h15 e isso não é adequado

para crianças, que perdem o

período de maior atenção e

concentração, que é o período

da manhã, e tornando até mais

difícil o convívio familiar”,

refere Teodoro Roque, garanti-

ndo que o Agrupamento e a

Câmara estão atentos e a tomar

todas as iniciativas possíveis

para que a adaptação a este

novo modelo seja mais fácil.

“Temos todo o conhecimento

dessas preocupações dos

encarregados de educação e já

muito fizemos no sentido de

poder ajudá-los”, sustenta o

director do Agrupamento Alves

Redol, explicando que “as

actividades escolares começam

às 9h00 mas estamos

disponíveis para começar a

receber crianças às 8h00. Por

outro, terminando as activi-

dades às 15h30, os alunos

podem fazer as actividades

extra-curriculares no espaço da

escola das 15h30 às 17h30 e

estamos a preparar, conjunta-

mente com o CBEI, instituição

que é parceira e que há muito

desenvolve a sua actividade

com a Escola Álvaro Guerra, a

possibilidade de se poder, sem-

pre que se justifique, fazer o

prolongamento até às 18h30”.

É que, segundo Teodoro

Roque, na Álvaro Guerra estas

crianças tinham um horário

muito mais complexo, porque

os familiares tinham que as

entregar por volta das 10h30

para as AEC, ir buscá-las às

12h30 para o almoço, entregá-

las às 13h15 para as aulas e ir

buscá-las ao fim da tarde.

“Agora há uma distância

maior, mas gostaria que pen-

sássemos que também nos

devemos preocupar com as

questões pedagógicas e em que

haja efectiva aprendizagem em

ambiente favorável.

As condições na Vasco Moniz,

a nosso ver, são muito boas, o

novo bloco tem excelentes

áreas de salas, tem um parque

infantil e toda a zona envol-

vente foi requalificada.

Algumas destas crianças vão

ficar mais distantes da residên-

cia, mas vão aprender num

recinto escolar com excelentes

condições”, observou, afastan-

do outra preocupação colocada

pelo Voz Ribatejana que pode-

ria ter a ver com a eventual

junção na mesma escola de

alunos do 1º. ao 3º. Ciclos.

“Na sequência da criação deste

agrupamento, os alunos mais

velhos da Vasco Moniz já estão

aqui na Escola Alves Redol.

Quando tomámos posse, pare-

ceu-me que não tinha sentido

ter os alunos mais velhos e o

bloco do 1º. Ciclo na Vasco

Moniz. Os alunos do 3º. Ciclo

já vieram para a Alves Redol e

aí vão continuar”, referiu

Teodoro Roque, frisando que,

de certa forma, o agrupamento

até se antecipa à nova filosofia

da tutela, que procura que os

alunos progridam do 1º. ao 6º.

ano numa escola e do 7º. ao

12º. noutra. “Devemos sempre

evitar transferências de alunos

entre escolas e essas transfer-

ências deverão ser sempre

acompanhadas por uma boa

integração”, conclui, salientan-

do que isso mesmo foi tido em

conta na transferência da

Álvaro Guerra para a Vasco

Moniz, em que mudam todas

as 7 turmas da tarde, para que

ao alunos mantenham referên-

cias e o contacto com os cole-

gas a que estavam habituados.

O objectivo de colocar todas as turmas em horário normal e a conclusão de um bloco com 10

salas para o ensino primário na Escola Vasco Moniz vai levar à transferência de perto de 300

alunos da Escola Álvaro Guerra para aquele estabelecimento do Bom Retiro. Alguns familiares

contestam a medida. O Agrupamento de Escolas garante que está a fazer tudo para ouvir e

responder às preocupações dos pais e que os alunos transferidos ficarão em muito melhores

condições.

Mudança de alunos gera

polémica em Vila Franca

6 de Julho de 2011

Horários duplos

preocupam CâmaraA questão das escolas primárias do concelho de Vila Franca que continuam a funcionar em

regime duplo – uma sala para duas turmas, uma de manhã, outra à tarde – gera preocupação nos

eleitos camarários. Ana Lídia Cardoso, vereadora da CDU, observou, na última sessão

camarária, que o problema afecta mais as freguesias de Alhandra, Sobralinho, São João dos

Montes, Forte da Casa, Vialonga e Vila Franca, lembrando que em Alhandra 93% dos alunos do

ensino primário estão em regime duplo e que só Alhandra, Sobralinho e São João dos Montes

têm 27 turmas nesta situação. Na freguesia de Vila Franca a situação não tem sido melhor, com

16 das 25 turmas do Agrupamento Alves Redol em regime duplo, no Forte da Casa são 14 em

21 turmas em regime duplo e em Vialonga cerca de 35%. A autarca comunista salientou que

estas são claramente as freguesias com maior necessidade de respostas e de investimentos no

ensino primário.

“A eliminação dos horários duplos tem sido uma preocupação do Município”, garantiu, por seu

turno, Fernando Paulo ferreira, vereador do PS com o pelouro da educação. Segundo explicou,

a abertura do novo bloco na Vasco Moniz (ver texto principal) vai permitir que todas as turmas

do Agrupamento Alves Redol passem a ter horário normal. Nesse sentido, a Álvaro Guerra de-

verá passar a dispor de ATL, o que não tem sido possível por falta de espaços.

Fernando Paulo Ferreira adiantou que no Sobralinho também vão avançar obras para mais salas

de ensino primário e que o Forte da Casa “é outra das prioridades”.

J.T.

Teodoro Roque defende que a

mudança será vantajosa para os

alunos

Na

próxima edição do

Voz Ribatejana abordare-

mos de forma desenvolvida a

tomada de posse da nova

direcção do agrupamento Alves

Redol, que envolve seis escolas

e 1900 alunos da freguesia

de Vila Franca.

Page 10: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

10

voz ribatejana #16

Jorge Talixa

A decisão da Junta da Póvoa de Santa iria

de actualizar as taxas que cobra pela ocu-

pação da via pública está a gerar contro-

vérsia. Comerciantes e alguma oposição

local falam de aumentos “exagerados” e

dizem que, nalguns casos, a diferença

será superior a 1000%. A Junta sustenta

que não é bem assim, que pela primeira

vez foi feito um levantamento rigoroso

das situações, que está a aplicar a Lei e

que os 34 cêntimos que definiu por

metro quadrado são muito inferiores a

valores cobrados noutros concelhos da

região.

O problema já foi colocado na

Assembleia de Freguesia, na Assembleia

Municipal e à própria Associação do

Comércio, Indústria e Serviços dos

Concelhos de Arruda e Vila

Franca (ACIS),

que tomou

p o s i ç ã o

p e r -

a n t e

a Junta e

tem vindo a

dialogar com os

autarcas povoenses.

Miguel Santos, presidente da ACIS,

disse, ao Voz Ribatejana, que contactou o

presidente da Junta da Póvoa e que este

lhe explicou que as taxas previstas no

regulamento não eram actualizadas há

anos. “Mas resultaram valores brutais de

aumentos pela ocupação da via pública.

Havia casos de pessoas que pagavam 40

e 50 euros e que passavam a pagar mais

de 1000”, sustenta o representante dos

comerciantes, frisando que a ACIS foi

alertada por diversos associados.

“O presidente da Junta disse que estavam

disponíveis para analisar eventuais recla-

mações. Assumiu esse compromisso pe-

rante a associação. E já tivemos o relato

de uma associada, que teria que pagar

mais de 1100 euros, que reclamou, fize-

ram uma reunião e acederam a reduzir

substancialmente a verba. Tiveram a sen-

sibilidade de reconhecer que os aumen-

tos são enormes”, sublinha Miguel

Santos, considerando, todavia, que esta

filosofia “não é compreensível” e que,

“quando aprovaram o novo regulamento

é que deveriam ter visto que não se podi-

am aplicar estes valores, que não são

razoáveis”.

Segundo o presidente da ACIS mais ne-

nhuma junta de freguesia do concelho de

Vila Franca está a cobrar valores que se

assemelhem pela ocupação da via públi-

ca. “O único caso que nos foi reportado

de valores exagerados é o da Póvoa.

Houve falta de sensibilidade. Se tivesse

havido essa razoabilidade evitar-se-ia

este problema”, salienta.

Junta

Jorge Ribeiro, presidente da junta

povoense, sustenta, por seu lado, que tem

havido alguma confusão nesta matéria,

porque em causa está apenas a actualiza-

ção das por ocupação da via pública e

não de afixação de publicidade. “É uma

coisa de elementar justiça que quem

ocupa o espaço público tenha que pagar

por ele. Foi feita uma actualização à

tabela e, tirando meia-dúzia de

casos, que estão a ser resolvi-

dos, não temos mais

questão nenhuma”,

garante o autarca,

frisando que tudo

isto tem que ser

visto caso a

caso e que, se

tivermos um

caso de

alguém que

pagava

10 e

passa apagar

100, não se

pode englobar

tudo num bolo

e passar a ideia

que há aumen-

tos de 300 ou de

1000 por cento.

É que, de acordo

com o presidente da Junta da Póvoa, foi

feito um “levantamento exaustivo” das

situações em toda a freguesia como

nunca tinha sido feito. “Havia gente que

nunca tinha pago a ocupação da via

pública e nunca tinha pago publicidade e,

agora, quando se apresenta para paga-

mento as pessoas reclamavam porque

nunca tinham pago”, sublinha, assegu-

rando que algumas situações que poderi-

am não estar correctas foram detectadas

e têm sido analisadas pela própria autar-

quia.

Essas anomalias terão sobretudo a ver

com erros na medição dos espaços e com

alguns erros de instrução dos processos.

“Houve situações em que havia más

medições. Uma coisa é a ocupação da via

pública. Outra coisa é a publicidade. Na

questão da publicidade nós passamos a

licença porque não podemos cobrar a

publicidade. E na questão da publicidade

há casos em que as pessoas pagavam

200, 300, 500 euros e passam a pagar 20,

que é o valor da licença”, explica Jorge

Ribeiro, frisando que desses casos

ninguém fala.

Já no que concerne à taxa de ocupação da

via pública, Jorge Ribeiro afiança que a

Junta está a cumprir o que está na Lei.

“O que fizemos foi definir um valor por

metro quadrado e tornar o regulamento

muito menos burocráti-

co. Tínhamos à

volta de

1 5 0

arti-

gos

e

agora o

regulamento

tem duas ou três

vezes menos artigos. O valor do metro

quadrado é igual para a sanefa, para a

bilha do gás ou para o toldo”, refere.

Diz o autarca do PS que foi, assim,

definido um valor de 34 cêntimos por

metro quadrado, que admite que seja

superior ao praticado por outras juntas

do concelho, mas afiança que é bastante

mais baixo que valores praticados, por

exemplo, em Azambuja e em Cascais.

No caso citado pela ACIS de redução

substancial do valor a pagar, Jorge

Ribeiro esclarece que o processo teria

sido mal instruído pela própria comer-

ciante.

A Estradas de Portugal (EP)

sustenta que está a cumprir ri-

gorosamente a Lei ao cobrar

taxas sobre a colocação de

painéis publicitários de esta-

belecimentos situados à beira

de estradas nacionais. O prob-

lema foi levantado, em Junho,

pela Assembleia Municipal de

Benavente, que acusou a EP de

estar a fomentar uma situação

de “dupla tributação”, uma vez

que a competência legal para

cobrar taxas de publicidade

junto a vias públicas é das

câmaras municipais, que habi-

tualmente a delegam nas juntas

de freguesia. O órgão delibera-

tivo municipal de Benavente

decidiu mesmo solicitar à

Câmara que procure que a

Associação Nacional de

Municípios intervenha rapida-

mente para clarificar esta situ-

ação, uma vez que há muitos

empresários locais confronta-

dos com facturas de 56 euros

por metro quadrado de suporte

publicitário.

O Gabinete de Comunicação

da Estradas de Portugal consi-

dera, todavia, que a taxa que a

empresa pública está a cobrar

enquadra-se totalmente na le-

gislação vigente. “A competên-

cia do licenciamento pertence,

de facto, às câmaras munici-

pais”, admite a EP, mas sublin-

ha também que nenhum licen-

ciamento camarário de publici-

dade à beira das estradas

nacionais pode ser feito sem

que previamente as autarquias

solicitem um parecer à

Estradas de Portugal. Este

parecer visa garantir que essa

publicidade não afecta a segu-

rança das pessoas e da circu-

lação rodoviária, que não apre-

senta disposições ou formatos

que possam confundir-se com

os da sinalização de trânsito e

que não prejudica a circulação

dos peões, sobretudo os de

mobilidade reduzida.

Tratando-se de um parecer

“obrigatório e vinculativo”, a

EP acha que configura uma

“autorização” e que, por isso,

“dá lugar ao pagamento de uma

taxa, uma vez que é prestado

um serviço público aos

utentes” e “é removido um

obstáculo legal ao comporta-

mento do particular, assim

como é utilizado um bem

público (estrada) para benefí-

cio privado e/ou individual”.

Os eleitos municipais de

Benavente têm um entendi-

mento diferente, consideram

que a Lei 97/88 é clara ao

atribuir às câmaras a com-

petência para licenciar esta

publicidade e cobrar as respec-

tivas taxas e que não fará senti-

do exigir dois pagamentos pela

mesma situação. Por outro, o

presidente da Junta de Samora

Correia acrescenta que o pare-

cer da EP deve vigorar pelo

menos por 10 anos se as

condições em que foi solicita-

do não se modificarem, con-

siderando que não se justifica

cobrar todos os anos por esse

parecer.

A Estradas de Portugal tem um

entendimento completamente

diferente porque, se a validade

das licenças camarárias rara-

mente ultrapassa os 12 meses,

a empresa que tutela as

estradas nacionais acha que os

seus pareceres devem acom-

panhar exactamente essa tem-

poralidade. “Caso os municí-

pios entendam que a licença

deverá ter um prazo superior a

um ou mais anos, a autorização

da EP secundará necessaria-

mente o limite temporal

definido pela Câmara”, afiança

a empresa.

Neste contexto, a EP entende

que a “dupla tributação” apon-

tada pelos autarcas de

Benavente “é uma falsa

questão”, já que “cada uma das

entidades se pronuncia no

âmbito das suas competências

próprias, não havendo lugar a

qualquer sobreposição de

poderes legais ou tributários”.

Novas taxas de ocupação da

via pública dão protestos

Póvoa de Santa Iria

A actualização da tabela de taxas pela ocupação de espaços públicos gerou muita controvérsia entre alguns comerciantes

e autarcas da Póvoa.

EP quer conter

publicidade ilegal

A Estradas de Portugal sublinha que, há pouco mais de 1 ano,

fez chegar a todos os 308 municípios portugueses uma carta

que procurava sensibilizar os autarcas para a necessidade de

solicitarem parecer à EP sempre que houvesse qualquer pedi-

do de afixação de publicidade nas margens das estradas

nacionais. Com essa iniciativa, a empresa diz que pretende

também “conter a proliferação de publicidade ilegal e disci-

plinar, por outro, a já existente, promovendo o cumprimento

rigoroso da Lei”.

EP garante que

está a cumprir a

Lei ao cobrar taxas

de publicidade

A Cercitejo participou no

programa da TVI “Agora é

que Conta”. A apresentado-

ra Leonor Poeiras visitou a

instituição de Alverca e

entregou pessoalmente um

cheque de apoio.

Miguel Santos

Jorge Ribeiro

Page 11: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

Jorge Talixa

O campino é talvez o maior símbo-

lo do Ribatejo. A profissão pareceu

ameaçada nas últimas décadas, com

a modernização das explorações,

com o progressivo abandono da

vida rural, com os jovens atraídos

por outras perspectivas. Mas a

campinagem mantém a sua força,

como atestaram os cerca de 60

campinos presentes no Colete

Encarnado. E foi muito significati-

vo ver que muitos jovens e até algu-

mas crianças fazem questão de

demonstrar que sonham ser

campinos e assegurar a con-

tinuidade desta profissão

emblemática. É certo que a meca-

nização leva muitas casas agrícolas

a reduzirem ao mínimo o número de

“homens a cavalo” e que as

ganadarias na Lezíria de Vila

Franca são agora 9, depois de já

terem sido 29 na década de 60, mas

o sector parece dar sinais de recu-

peração.

O orgulho de António Verdasca

aos 82 anos

António Verdasca só aos 26 anos

aprendeu a andar a cavalo e envere-

dou pela vida de campino, mas

hoje, aos 82, confessa que é com

muito orgulho que veste o colete

encarnado e o barrete verde e que só

no ano passado, por alguns proble-

mas nas pernas, deixou de andar a

cavalo e de ajudar os colegas a con-

trolar o gado. Foram 48 anos como

efectivo de uma das mais impor-

tantes casas agrícolas de Vale de

Figueira (Santarém) e mais alguns a

ajudar os colegas quando

necessário. Uma vida cheia de

“estórias” de um homem que não

quis faltar a mais um Colete

Encarnado para estar entre as

dezenas de colegas, que lhe trans-

mitiam palavras de carinho e de

respeito.

O avô de António Verdasca foi

maioral das vacas bravas na Casa

Infante. O neto já trabalhava na

agricultura, mas foi aos 26 anos que

foi desafiado por um encarregado a

substituir o maioral dos cavalos que

acabara de sair da casa agrícola.

“Perguntou-me e eu fui para maio-

ral dos cavalos. Comecei a aprender

e comecei a andar nisto, até ao ano

passado. Este ano é que já não me

pus a cavalo”, explicou ao Voz

Ribatejana, enquanto caminháva-

mos em direcção ao Monumento ao

Campino, na manhã do passado

sábado.

António Verdasca acha que o Colete

Encarnado não está melhor, está

diferente, mas que a tradição con-

tinua bem viva. “Os campinos não

são muitos mais. Anda aí rapaziada

vestida à campino que alguns não

são campinos, gostam disto, têm

cavalo para o dia de hoje, mas

amanhã uns vão para a escola e ou-

tros têm o seu emprego”, salienta,

admitindo que há poucos jovens

verdadeiramente interessados em

seguir carreira como campinos e

que, mesmo esses, têm dificuldade

em arranjar emprego, porque muitas

das casas agrícolas já só têm um ou

dois “homens a cavalo”, quando

chegaram a ter 9 ou 10. “Há aí um

lavrador, que é ganadeiro e tem

gado bravo, que só tem um homem

a cavalo e, depois, tem que pedir

aos outros para lhe irem fazer o tra-

balho”, sustenta, prevendo que esta

redução do número de campinos já

não avance mais, porque serão sem-

pre necessários homens experimen-

tados em andar a cavalo a conduzir

o gado. Mas, ao mesmo tempo,

reconhece, nas festas da região,

também participam muitos que no

dia-a-dia não andam no campo a

lidar com o gado, mas gostam de

vestir o Colete Encarnado e juntar-

se aos colegas nestas ocasiões.

Por outro lado, há alguns jovens

interessados. “Há meia-dúzia deles

que andam a estudar mas também já

andam a cavalo à ilharga do pai a

lidar com as vacas e com os toiros.

Amanhã, se eles quiserem, já sabem

como é”, refere.

Homenageado há 2 anos na grande

festa de Vila Franca, António

Verdasca sublinha que, para ele,

vestir a farda de campino “é um

símbolo e um orgulho”.

Campino aos 13 anos

Rui Santos é um dos que sonha em

ser campino e já aprende e ajuda a

família na Herdade da Adema, a sul

do Porto Alto, no concelho de

Benavente “Quero ser campino”,

assume, convicto, à conversa com o

Voz Ribatejana, explicando que

gosta muito de andar no campo com

os cavalos e com os toiros. Tenho

vivido neste meio e gosto. É um

bocadinho duro, mas também tem

coisas boas”, refere, observando

que o pai, o bisavó e o tio também

optaram pela vida de campino e que

está a pensar segui-lhes as pisadas.

“Não tenho medo dos toiros, às

vezes são complicados, mas não

temos medo deles”, acrescentou o

Rui Santos que, nos seus 13 anos,

assume que sente um grande orgu-

lho em participar no Colete

Encarnado como campino.

E, dois ou três metros ao lado,

descobrimos o André, irmão do Rui,

que também já anda perfeitamente a

cavalo nos seus 5 anos. “Gosto de

andar a cavalo, não tenho medo”,

afiançou ao Voz Ribatejana, afir-

mando que também gostaria de vir a

ser campino. “Gosto desta festa,

não tenho medo dos toiros”,

prosseguiu o pequeno André, minu-

tos antes de demonstrar todo o seu à

vontade no controle do cavalo a

caminho da Palha Blanco.

A campinagem tem futuro!Dos 5 aos 82 anos, uma profissão que atrai muitos ribatejanos. O tra-

balho no campo e a vida de campino ainda atrai bastantes jovens,

como ficou demonstrado no recente Colete Encarnado.

COLETE ENCARNADO 2011

António Abreu “Colorau” foi este ano o

campino hoomenageado e recebeu o

Pampilho de Honra

Aos 82 anos, António Verdasca fez questão de

estar presente em mais um Colete Encarnado

Rui Santos tem 13 anos e já ajuda a

família no trabalho como Campino.

O pequeno André, de 5 anos, irmão do Rui,

também fez questão de se vestir a rigor e de

desfilar no Colete Encarnado

Foto Ana Serra

Page 12: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

12 voz ribatejana #16

António Lúcio (textos e fotos)

O primeiro espectáculo da III Feira

Taurina de Novilhadas da Federação

Internacional de Escolas Taurinas, que

teve lugar na tarde de sábado, dia 25, em

Vila Franca de Xira, foi deveras agradá-

vel e teve bons momentos de toureio,

sendo que os 3 jovens bezerristas se

entenderam com erales de Falé Filipe e o

cavaleiro amador com um novilho de

Manuel Dias. Apesar do calor ainda

houve um conjunto de aficionados que

preferiram os toiros à praia e às filas de

trânsito mas, mesmo com preços a 2

euros, o aspecto das bancadas era deso-

lador, mas não tanto se atendermos ao

tipo de espectáculo.

Abriu praça o cavaleiro amador David

Gomes, que se entendeu com um novilho

de Manuel Dias que não colocou proble-

mas. Ainda em fase de aprendizagem,

este jovem mostrou-se bem montado,

com sentido de lide e procurando fazer

bem as coisas. Teve uma agradável

prestação. A pega foi concretizada ao

segundo intento por um dos jovens forca-

dos vila-franquenses.

De Salamanca veio Regio Rodriguez que

no seu primeiro desenhou alguns bons

lances à verónica e teve uma razoável

faena de muleta baseada na mão direita,

apesar de em alguns momentos se mostrar

pouco confiado e algo atabalhoado no

manejo dos trastos de tourear. No seu

segundo esteve esforçado e após uns

estatuários iniciais e sacou bons muleta-

zos em duas séries por ambos os pitons,

culminando assim uma faena de bons

momentos ante um erale de muito boas

condições.

Roman veio de Valência e deixou-nos as

mais gratas impressões pelo seu corte

toureiro e pela forma como lanceou de

mãos muito baixas à verónica. Ambas as

faenas de muleta tiveram sabor, embar-

cando bem os novilhos na flanela, corren-

do bem a mão para prolongar os passes e

dar-lhes maior profundidade. Houve

muletazos de grande qualidade, nomeada-

mente na faena ao seu segundo, e o bom

gosto do jovem toureiro foi patente. Teve

imensa classe naquilo que fez. Deu volta

com o ganadeiro após a lide do seu segun-

do.

Pedro Noronha, de Vila Franca, mostrou

pormenores em toda a tarde. Parece-nos

um jovem com imensa margem de pro-

gressão, com um conceito de toureio mais

de filigranas e a ver-se que se sente a

gosto. Duas faenas distintas, melhor a

primeira no seu conjunto com alguns

bons muletazos e na segunda com mais

passes de adorno – trincheazos,

molinetes, afarolados – que toureio essen-

cial. Foi bastante acarinhado pelo públi-

co.

O novilho de Manuel Dias cumpriu e dos

seis de Falé Filipe cumpriram bem os

lidados em 3º, 5º e 6º lugares, sendo

merecida a chamada do ganadeiro à

arena. Na direcção do espectáculo esteve

Francisco Farinha, sem critério nos tem-

pos de lide, e a promover um anti-taurino

intervalo quando todos os artistas queri-

am era tourear, Foi assessorado pelo ve-

terinário Jorge Moreira da Silva.

Campinos já

vêm do Brasil

A tradição evoluiu e molda-se aos novos tempos. O tom da

pele de um dos campinos presentes no Colete Encarnado

chamou-nos a atenção. Procurámos descobrir a sua

história e, confessamos, foi com alguma surpresa que

percebemos que, afinal, entre os campinos ribatejanos

também já há brasileiros.

António Silva nasceu no Estado de Góias, no coração do

Brasil, há 32 anos. Aos 19 resolveu imigrar para Portugal

e trabalha, agora, como campino na Casa Alves Inácio, em

Benavente. “A minha vida toda foi nisto, mesmo no

Brasil”, explicou ao Voz Ribatejana, frisando que nasceu

numa zona de criação de gado e que já vinha habituado a

conduzir gado a cavalo. “Lá já lidava com gado e cavalos.

Vim para Portugal há 13 anos e procurei um trabalho no

mesmo ramo que tinha lá. Não há grande diferença, tudo

é gado, tudo é cavalo. Os colegas aceitaram-me bem, todos

me acolheram muito bem”, sublinha, ainda com sotaque

brasileiro muito presente, garantindo que o seu pensa-

mento é continuar em Portugal.

Sobre o Colete Encarnado, a opinião de António Silva é

muito boa, até porque lhe permite uns momentos dife-

rentes do dia-a-dia. “É a segunda vez que venho. É uma

festa boa, bonita, colorida. Belos cavalos, belas senhoras”,

confessa, com um sorriso matreiro, afinal “é tudo dife-

rente do nosso dia-a-dia”.

J.T.

Jovens valores despontam

em Vila Franca

Praça de Toiros de Vila Franca de

Xira – 25.06.11

Director: Francisco Farinha – Veterinário: Jorge M.Silva – Lotação: 200

Cavaleiro: David Gomes

Forcados: Juvenis de Vila Franca

Bezerristas: Regio Rodriguez (Salamanca), Roman (Valência), Pedro Noronha

(V.F.Xira)

Ganadarias: Manuel Dias (cavalo), Falé Filipe (pé)

Page 13: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

Pedro Cunha

ganha no Cabo

Pedro Cunha, aluno da Escola de Toureio

José Falcão, foi o vencedor do III troféu

Victor Mendes, realizado no dia 27 no

Tentadero do Cabo, no âmbito da Feira

Internacional de Escolas de Toureio.

136 de Julho de 2011

OLHO VIVO

O “refresco” do

campino

Andar dias inteiros a cavalo vestido a rigor com o traje de

campino não é fácil, sobretudo nos dias mais quentes, como

foi o caso do passado sábado. Um dia que António Abreu

“Colorau” não vai esquecer e em que recebeu o Pampilho

de Honra do Colete Encarnado. O campino de Vale Figueira

teve mesmo que se refrescar minutos antes de receber a

homenagem das mãos da presidente da Câmara Maria da

Luz Rosinha, conforme captou a objectiva da fotógrafa Ana

Serra. Uma imagem feliz. Se alguma cervejeira a descobre

ainda vai ilustrar campanhas de publicidade por esse país

fora.

Nuno

Casquinha

triunfa na

Palha BlancoO jovem matador de toiros vila-franquense Nuno Casquinha foi o

grande triunfador da corrida de domingo à tarde do Colete

Encarnado, sobretudo pela sua actuação no primeiro toiro, já que

o segundo pouco colaborou. Uma corrida onde os “salgueiros” pai

e filho tiveram uma prestação algo irregular e onde o espanhol

José Inácio Uceda Leal também não foi ajudado pelos toiros que

lhe calharam em sorte. A praça estava muito composta, com cerca

de três quartos das bancadas preenchidos. Na sexta-feira, a Corrida das Tertúlias chegou a todo o

mundo através da transmissão da RTP. Um espectáculo onde os Forcados Amadores de Vila Franca

de Xira estiveram particularmente em destaque. Não perca as reportagens desenvolvidas de Paulo

Beja das duas corridas do Colete Encarnado 2011 na edição de 20 de Julho do Voz Ribatejana.

Quatro feridos

ligeiros nas

largadas

As largadas de toiros do Colete Encarnado originaram

quatro feridos ligeiros. Segundo António Pedro Lopes,

comandante dos Bombeiros de Vila Franca de Xira, a

corporação assistiu e transportou ao Hospital

Reynaldo dos Santos dois feridos ligeiros colhidos na

largada de sábado e outros dois no decorrer da largada

da manhã de domingo. Tudo situações sem gravidade

de maior. Os bombeiros vila-franquenses assistiram

igualmente 4 pessoas que se sentiram mal quando se

encontravam nas bancadas a assistir aos espectáculos

do Colete Encarnado. Houve ainda um ou dois casos

de transporte para assistência de indivíduos mais

embriagados mas, segundo Pedro Lopes, esta terá sido

uma das edições mais calmas dos últimos anos no que

diz respeito ao trabalho dos bombeiros.

J.T.

Foto Ana Serra

Colóquio enche salão nobre

O colóquio “A Mulher e a Festa”, organizado no dia 25, encheu o salão nobre

da Câmara de Vila Franca. Participaram a autarca Maria da Luz Rosinha, a

cirurgiã Beatriz Montejo, a ganadeira Maria José Coballeda, ganadeira, a

empresária e apoderada Teresa Ojeda e a matadora de toiros Cristina enchez.

Adriano Pires

Page 14: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

14

Jorge Talixa

Aconteceu pela primeira vez mas registou uma

grande adesão e todos defendem a repetição nos

próximos anos da exposição de bancas e tasquinhas

das tertúlias de Vila Franca de Xira realizada, no dia

28, na Avenida Almirante Cândido dos Reis.

Organizada no âmbito das comemorações do Dia da

Cidade e da Semana da Cultura Tauromáquica, a ini-

ciativa juntou cerca de 20 tertúlias, que apresentaram

cartazes e outros objectos dos respectivos acervos e

alguns petiscos para oferecer aos visitantes. A ideia,

organizada sob o lema “Tertúlias na Rua”, resultou

muito bem, encheu a principal rua pedonal da cidade

e culminou com uma homenagem às tertúlias vila-

franquenses promovida pela Junta de Freguesia.

A tradição das tertúlias taurinas tem mais de 50 anos

em Vila Franca. Nos registos do Município estão

inscritos 36 espaços deste tipo, 23 deles participaram

na reunião preparatória deste evento e 20 fizeram-se

representar na mostra de dia 28. Três dias depois, as

tertúlias estiveram também especialmente em foco

na corrida de toiros nocturna transmitida pela RTP,

que lhes foi dedicada pela empresa Tauroleve e à

qual deram um colorido e uma animação muito espe-

cial. Entre os tertulianos há mesmo quem defenda a

eleição de uma comissão ou de um representante que

dialogue com as várias entidades locais e contribua

para unir mais as tertúlias em torno dos valores de

Vila Franca e da Festa Brava.

Tertúlia “O Campino” tem 38 anos

Na Rua Manuel da Silva Burrico, situada no Alto do

Mesquita, nasceu em Julho de 1977 a tertúlia “O

Campino”, criada por Carlos Santos. A continuidade

do sonho tem sido assegurada pela esposa Maria

Eduarda Santos, pelas duas filhas e pelo genro. José

Fernando, um dos membros da tertúlia, acha que esta

ideia de reunir as tertúlias neste espaço do centro da

cidade foi bem vista e que deve continuar “para as

pessoas saberem o que são as tertúlias, porque às

vezes estão em sítios que as pessoas não vão visitar e

aqui, na rua, sempre vão vendo alguma coisa do que

são as tertúlias”, disse ao Voz Ribatejana.

Por vezes, a forma de funcionamento de algumas

tertúlias e o facto de vedarem o acesso a visitantes

que não pertençam ao seu círculo restrito tem gerado

críticas. “Nós estamos sempre abertos ao público no

Colete Encarnado. Fora do Colete Encarnado esta-

mos abertos também, não totalmente ao público, para

familiares e alguns amigos que queiramos convidar e

para fazermos as nossas festas”, explica José

Fernando, garantindo que nos 3 dias do Colete a

tertúlia “O Campino” está aberta a toda a gente, que

pode comer e beber à vontade”.

Sobre a organização do Colete Encarnado, José

Fernando diz que não tem razões de queixa. “Este

ano foi diferente e espero que continue assim. Nós

estamos cá para divulgar o papel das tertúlias”, rema-

tou.

Já Mário Vicente pertence à tertúlia “Os Farras”, um

grupo aficionado criado em 1990. Inicialmente mais

vocacionado para a celebração dos carnavais, o

grupo de amigos decidiu constituir-se como tertúlia

taurina e desenvolve actividades muito diversifi-

cadas, desde as participações no Colete Encarnado,

na Feira de Outubro e nos carnavais, a momentos de

fado e de gastronomia. Tudo com o objectivo de

“perpetuar e engrandecer a Festa Brava em Vila

Franca”.

“Acho que esta é uma iniciativa muito positiva.

Devia era haver mais tempo, é relativamente pouco

tempo e, para tanto trabalho, vamos estar aqui 2

horas”, observou Mário Vicente, um dos membros de

“Os Farras” (sedeados na Rua Sousa Martins), con-

siderando que em anos futuros, num espaço mais

protegido, esta mostra das tertúlias poderá funcionar

durante alguns dias. “Embora Vila Franca já seja

conhecida pelo meio taurino, acho que nos devemos

mostrar mais e o pessoal vai aperceber-se que, real-

mente, existem as tertúlias. As pessoas aderem com

facilidade a estas iniciativas e hoje está-se a provar

isso”, acrescentou, em declarações ao Voz

Ribatejana.

Sobre o Colete Encarnado, Mário Vicente admite que

haja uma ou outra falha, mas compreende que “a

crise está a ser grande e a Câmara também terá que

cortar nalgumas coisas”. No entanto, defende que “a

rua principal devia ser ornamentada, porque ficava

com outro aspecto para quem atravessasse Vila

Franca. Mas, pronto, as dificuldades financeiras cada

vez surgem mais e eles têm que se retrair”, reco-

nhece, frisando que “talvez fosse apropriado criar

uma comissão para o Colete Encarnado com outra

iniciativa. Pode ser que de futuro as coisas se rea-

lizem”, concluiu

Mata Cavalos homenageia António Manuel

Caetano

Mais recente é a tertúlia “O Mata Cavalos”, criada

em 2005 em homenagem ao conhecido campino

António Manuel Caetano, falecido no ano anterior

com 54 anos. Amigos e familiares deste antigo

campino da Companhia das Lezírias procuraram um

espaço e instalaram a tertúlia na Rua Comendador

Miguel Esguelha. O nome deriva da alcunha que os

colegas deram a António Caetano pela sua com-

pleição física (chegou a pesar 130 quilos), que apeli-

davam com carinho de “Mata Cavalos”.

Leonel David, casado com uma sobrinha de António

Manuel Caetano, é um dos membros da tertúlia e

acha que esta primeira mostra da actividade das

tertúlias “é uma iniciativa de louvar, é pioneira em

Vila Franca e acho que é uma forma de divulgar as

tertúlias. Às vezes, de uma forma inconsciente, as

tertúlias desligam-se um bocado umas das outras e

isto é uma forma de se juntarem e de conhecerem

também um pouco de cada uma”, sublinha, vincando

que uma iniciativa deste tipo “pode vir a ter outra

dimensão e a durar mais tempo. Isto é um começo.

Mas para o objectivo que foi, é de louvar a iniciativa

da Câmara e da Junta”, sustenta, em declarações ao

Voz Ribatejana.

Segundo Leonel David, a tertúlia “Mata Cavalos”

está aberta a quem a queira visitar. Basta contactá-la

e os interessados podem mesmo recolher mais infor-

mação no site criado pelos tertulianos. “Penso que as

pessoas em Vila Franca ainda estão um pouco aca-

nhadas, não visitam tanto as tertúlias, pensam que é

a nível particular. A nossa tertúlia está a aberta a toda

a gente”, assegura.

No entender de Leonel David a relação de Vila

Franca com o campo e com os campinos está bem

viva e a Lezíria continua muito presente na vida da

cidade. Acha que as tertúlias também têm um papel

importante na preservação destas tradições e defende

que deveriam eleger um representante ou uma comis-

são que as represente perante as entidades locais.

“Era uma forma também de juntar mais as tertúlias.

Devia haver mais atenção às tertúlias e juntarem-se

mais umas com as outras”, propõe Leonel David, que

cita o exemplo da tertúlia “O Piriquita” de Arruda,

que promove vários eventos e corridas de toiros ao

longo do ano.

Mostra das tertúlias

foi um sucessoCerca de 20 tertúlias participaram na mostra realizada no dia 28.

Dinamizadores da Tertúlia “O Campino”

Muito boa disposição e petiscos na

Tertúlia “Os Farras”

Familiares homenageiam o campino

António Mnauel Caetano com a

Tertúlia “Mata Cavalos”

Page 15: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

15

6 de Julho de 2011

Para além da homenagem a todas as tertúlias que estiveram

presentes na exposição e nas tasquinhas organizadas na Rua

Almirante Cândido dos Reis, o dia 28 de Junho, Dia da

Cidade de Vila Franca de Xira, ficou também marcado pelos

galardões de mérito entregues à patinadora Inês Gigante e à

dirigente social Carla Pereira.

O presidente da Junta de Freguesia, José Fidalgo, salientou

que Inês Gigante é campeã nacional de patinagem artística há

10 anos consecutivos (ver caixa nesta página) e já alcançou

por duas vezes o quarto lugar em campeonatos do Mundo.

“Apesar de ser de Oeiras, vestiu sempre a camisola da União

Desportiva Vilafranquense e de Vila Franca”, vincou.

“As cidades são as pessoas e, jovens como a Inês, contribuem

em muito para engrandecer a comunidade vila-franquense a

todos os níveis”, afirma José Fidalgo, numa nota de impren-

sa distribuída pela autarquia a que preside.

Sobre Carla Pereira, homenageada com o galardão de Mérito

Social, José Fidalgo destacou o trabalho que tem desenvolvi-

do na Caritas de Vila Franca ao nível do apoio social à comu-

nidade. “Um trabalho que desenvolve há mais de duas

décadas. Nos tempos difíceis que vivemos, o trabalho de

profissionais como Carla Pereira assume um carácter ainda

mais relevante”, frisou José Fidalgo.

Inês Gigante e Carla

Pereira homenageadas

no Dia da

Cidade

Vila Franca de Xira

Foi através da treinadora Cristina

Marques que, a partir de 2006, Inês

Gigante passou a treinar em Vila Franca

e no Vilafranquense. Um “amor à

primeira” que leva a jovem patinadora a

reconhecer que sente uma forte ligação à

cidade e às suas tradições. Embora con-

tinue a residir em Oeiras, fez inclusiva-

mente o 12º. Ano em Vila Franca e, aos

19 anos, está a fazer o curso de Ciências

do Desporto na Faculdade de

Motricidade Humana.

Com muito trabalho e muita dedicação,

Inês Gigante é um caso sério na pati-

nagem artística e na modalidade de solo

dance. Desde os 9 anos que é campeã

nacional, somando um título como infan-

til, dois como iniciada, dois como cadete,

dois como juvenil e três como júnior. O

décimo título consecutivo foi alcançado

no final de Maio e, no próximo ano, Inês

Gigante estará nos seniores. Nos próxi-

mos meses disputará, ainda, o Mundial

no Brasil e, eventualmente, o Europeu

em França (as dúvidas resultam do prazo

apertado de uma semana entre as duas

competições). “Se for

às duas provas, sem

dúvida que o meu

objectivo é ser campeã

europeia e adoraria, será

o meu sonho, ser campeã

mundial”, confessa.

Inês Gigante treina cinco vezes

por semana em Vila Franca e faz

ainda mais um treino semanal quando

está mais perto das provas. “Não é nada

fácil conciliar treinos e estudos. Ainda

por cima eu sou de Oeiras e estudo no

Jamor. É extremamente complicado. Não

basta querer, é preciso trabalhar muito”,

admite, frisando que as condições na

UDV e no pavilhão José Mário Cerejo

“são boas, temos dois pavilhões, o princi-

pal e o secundário, o que é muito bom.

Enquanto num pavilhão normal, uma

modalidade tem que sair para entrar

outra, aqui podem estar dois desportos

em simultâneo”, sublinha.

Num desporto completamente amador

como a patinagem artística, em que não

há qualquer tipo de pagamento, os estí-

mulos

p a s s a m

pelo gosto

pela modalidade,

pela conquista de títulos e por algumas

palavras de reconhecimento. “Acho que é

um grande orgulho ver este reconheci-

mento da cidade de Vila Franca, é sempre

bom quando somos reconhecidos”, disse

Inês Gigante ao Voz Ribatejana, vincan-

do que “para todos efeitos representa Vila

Franca” e “é gratificante” sentir que as

pessoas reconhecem o seu esforço e o seu

trabalho. “É sempre bom, uma palavra e

um reconhecimento caem-nos sempre

bem. São mais importantes essas simples

palavras, esses gestos, do que propria-

mente um ordenado ao fim do mês”, con-

cluiu

Carla Pereira trabalha na Caritas de

Vila Franca de Xira há 25 anos, exa-

ctamente desde a criação na cidade

desta instituição de solidariedade

social ligada à paróquia. A atribuição

deste galardão de Mérito Social foi,

para ela, uma surpresa, que considera

que é mais um reconhecimento do tra-

balho da Caritas do que seu desempen-

ho pessoal. “Faço o melhor que posso e

que sei por uma instituição. Fiquei

espantada, não estava à espera, mas,

por outro, agrada-me porque ao reco-

nhecerem o meu trabalho também

reconhecem o trabalho da casa onde

estou há 25 anos. E, depois, é também

uma forma de homenagearem a

Caritas, que faz 25 anos este ano ”,

salientou.

Carla Pereira disse, ao Voz Ribatejana,

que nestes 25 anos sempre sentiu o

apoio das autarquias locais e dos

respectivos técnicos, mas sustenta que

as carências na comunidade são cada

vez mais complicadas. “Cada vez esta-

mos mais incapazes de responder às

muitas necessidades que surgem aos

mais diversos níveis. A nível alimentar

vamos conseguindo socorrer as

primeiras necessidades, mas há muito

mais coisas por fazer. As pessoas cada

vez têm mais problemas que, se não os

ajudarmos, também não conseguem

andar para a frente”, observou, expli-

cando que surgem cada vez mais os

problemas de rendas de casa por

pagar, de dívidas, de créditos. “Não

temos meios para isso”, vincou,

referindo que a Caritas vai tentando

atenuar algumas situações, contando

também com algum apoio de empre-

sas, como foi o caso recente da

Multiópticas, que ofereceu óculos para

pessoas carenciadas.

A Câmara de Vila Franca está a tentar

pôr de pé um projecto em que as pe-

ssoas que

beneficiam de apoio alimentar e têm

condições físicas para desempenharem

algumas tarefas passarão a ajudar

instituições locais. Carla Pereira acha

que é uma boa medida. “A Caritas está

disponível para enquadrar algumas

pessoas. Nós já vamos fazendo essa

experiência, apelando um bocadinho

ao voluntariado daquelas pessoas que

estão ali à espera de ser atendidas e

que não vão ajudar lá dentro a fazer os

sacos e a fazer a distribuição”, subli-

nha a coordenadora da Caritas vila-

franquense, considerando que pode

haver algumas dificuldades porque os

recursos humanos em instituições

como a Caritas são muito escassos e

estes enquadramentos têm que se fazer

com o devido acompanhamento. “Tem

que se fazer com algum rigor, se não

perde o sentido. Mas espero que esse

projecto resulte”, concluiu.

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CONDIÇÕES DE ENVIO - PORTUGAL“É também uma

homenagem à

Caritas”

“Não basta

querer, é preciso

trabalhar muito”

Kenpo no campo de Arruda

O campo de futebol municipal de Arruda recebe,

no próximo sábado, um grande evento de final de

época da Escola de Kenpo do Arrudense. A ini-

ciativa, com início às 9h00, integra também os

exames de graduação e vai envolver mais de 300

praticantes crianças e jovens.

Page 16: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

Jorge Talixa

As medidas preventivas de sal-

vaguarda de espaços na zona

envolvente do Campo de Tiro

de Alcochete (CTA) para as

infra-estruturas do futuro aero-

porto internacional de Lisboa

expiraram no passado

dia 1 de

Julho e, segundo o presidente

da Câmara de Benavente, um

dos municípios mais afectados,

não podem ser prorrogadas. O

autarca da CDU disse, ao Voz

Ribatejana, que o novo

Governo poderá, se decidir

manter a intenção de construir

ali o futuro aeroporto, elaborar

um novo decreto-lei e estabele-

cer novas medidas preventivas,

mas legalmente não

p o d e r á

p r o r r o g a r

mais as

m e d i d a s

definidas em

2008 pelo

p r i m e i r o

governo de

J o s é

Sócrates.

Com um raio

de influência

de 25

quilómetros e abrangendo 11

municípios dos distritos de

Évora, Lisboa, Santarém e

Setúbal, as medidas preventi-

vas ainda em vigor foram bas-

tante contestadas pelos autar-

cas, sobretudo pelas enormes

dificuldades que colocam à

construção ou reconstrução de

imóveis em propriedades rurais

da região. António José

Ganhão diz, por isso, que o

concelho de Benavente – onde

se situa 81% da área do CTA e

que tem praticamente

todos os seus

504 quilóme-

tros quadra-

d o s

abrangi-

d o s

p e l a s

medidas pre-

ventivas – tem

sofrido imensos

prejuízos pelas inúmeras

condicionantes impostas pelo

Decreto-Lei 19/2008.

Decreto polémico

O diploma entrou em vigor a 1

de Julho de 2008 e consistia na

proibição ou na sujeição a

parecer obrigatório e vinculati-

vo de pretensões de criação de

novos núcleos populacionais;

de construção, reconstrução ou

ampliação de edifícios; de

instalação de explorações; de

alterações importantes do solo;

de derrube ou plantação de

árvores em maciço ou de insta-

lação de redes de comuni-

cações. Consoante os casos,

terão competência para emitir

parecer vinculativo a ANA-

Aeroportos e Navegação

Aérea, o Ministério da Defesa,

a Comissão de Coordenação e

Desenvolvimento Regional de

Lisboa e Vale do Tejo, a

Agência Portuguesa do

Ambiente e o Instituto da

Conservação da Natureza e da

Biodiversidade. Tudo com o

objectivo de “evitar a alteração

das circunstâncias e condições

existentes, com vista a garantir

as condições necessárias ao

planeamento, execução e ope-

ração do novo aeroporto,

respectivos acessos e activi-

dades complementares”.

16

voz ribatejana #16

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CONDIÇÕES PARA O RESTO DA EUROPA

POLÍTICA

António José Inácio

defende escolha de

candidato do PS até

final do ano

António José Inácio acha que a concelhia de Vila Franca de

Xira do Partido Socialista deve concluir até final deste ano o

processo de escolha do futuro candidato à presidência da

Câmara, tendo em conta que Maria da Luz Rosinha não pode

voltar a concorrer e que a figura que vai encabeçar a lista do

PS deve ter um período alargado de apresentação e de conta-

cto com os eleitores. O autarca, que preside à Junta do Forte

da Casa, acha que a concelhia tem conduzido bem o processo

e que “as coisas estão a decorrer dentro da normalidade”.

Fernando Paulo Ferreira (actual vereador e líder da concelhia

socialista) e António José Inácio disputaram já por duas vezes

a liderança da principal estrutura local do PS e, nas eleições

realizada na Primavera de 2010, a lista encabeçada pelo

segundo aproximou-se da do vencedor. Ao que tudo indica,

Ferreira e Inácio voltarão a disputar a liderança concelhia em

Março de 2012.

“A concelhia há-de, com certeza, encontrar o melhor candida-

to para que, nas eleições de 2013, o PS possa ter um grande

resultado e que seja fruto de um consenso muito alargado em

torno desse mesmo candidato”, disse António José Inácio ao

Voz Ribatejana, admitindo que, nesta altura, poderá haver um,

dois, três ou mais nomes em cima da mesa. “Penso que o que

é importante é esta liberdade de expressão interna dentro do

PS e que se possa perfilar o melhor candidato que possa vir a

substituir a Maria da Luz Rosinha, porque foi e continuará a

ser até 2013 uma grande presidente de Câmara”, afirma.

António José Inácio acha, por isso, que é importante que os

munícipes possam começar a ter contactos mais directos com

esse candidato, pelo que defende que a escolha deve ser feita

já no final de 2011 ou no início de 2012, ainda na vigência da

actual comissão política concelhia.

“Tem havido alguns consensos entre mim e o vereador

Fernando Paulo, o presidente da comissão política actual, o

que tem permitido encontrarmos uma estratégia comum.

Esperamos que possa haver esse consenso alargado e, se

assim for, com certeza que os militantes ficarão com maior

satisfação”, sublinha o autarca do PS, prevendo voltar a con-

correr à concelhia em Março de 2012. “Não há nada em con-

trário que diga que não posso concorrer”, conclui.

J.T.

Medidas preventivas do futuro

aeroporto terminaram no dia 1 O novo Governo ainda está avaliar o processo da eventual construção de um novo aeroporto. Entretanto, as medidas preventi-

vas para salvaguarda de espaços aprovadas pelo primeiro governo de Sócrates em 2008 expiraram no passado dia 1. A Câmara

de Benavente continua a rejeitar a localização prevista para as pistas e impugnou a Declaração de Impacte Ambiental.

Benavente impugna

localização das pistas

A Câmara de Benavente espera também do novo Governo

uma nova atitude em relação à definição da plataforma

onde deverão ser construídas as duas novas pistas.

Segundo a edilidade, a NAER (empresa responsável pelos

estudos do novo aeroporto) deslocou as pistas cerca de 1, 5

quilómetros para Norte, aproximando-as da sede de

freguesia de Santo Estêvão e dos grandes empreendimen-

tos turísticos ali existentes. A Câmara benaventense deci-

diu, por isso, impugnar a Declaração de Impacte

Ambiental do futuro aeroporto, processo que está a correr

na Agência Portuguesa do Ambiente e que, diz o edil, teve

agora a fase em que os ministérios das Obras Públicas e do

Ambiente contestaram os argumentos da autarquia. O

Município sustenta a sua impugnação nas contradições

entre os estudos preliminares do Laboratório Nacional de

Engenharia Civil e a proposta final da NAER e na defesa

da ideia de que é possível encontrar localizações para as

pistas menos lesivas, ao nível do ruído, para a população

de Santo Estevão.

“Não queremos, nem aceitamos que a NAER tenha esco-

lhido uma localização da plataforma, aproximando-a de

investimentos importantes para o nosso concelho. O

Município de Benavente é prejudicado por esta localiza-

ção. O interesse público e sobretudo o interesse da nossa

população não pode deixar de ser defendido”, sustenta o

edil de Benavente, que admite mesmo levar o assunto a

instâncias europeias, se não forem reconhecidas as razões

da autarquia nos organismos nacionais. “Vamos

prosseguir esta luta e alguns dos membros do novo

Governo já estão informados das nossas preocupações.

Não temos nada contra a localização do aeroporto na área

do Campo de Tiro, mas há diferentes localizações nessa

área e possibilidades de haver menores impactos. Vamos

defender uma plataforma de localização das pistas sem

prejuízos para o Estado e sem prejuízos nem incómodos

para a nossa população e para o nosso processo de desen-

volvimento”, conclui António José Ganhão.

Vila Franca de Xira

Page 17: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

Jorge Talixa

A nova direcção da JSD de

Vila Franca de Xira, liderada

por David Ferreira, tomou

posse no dia 24 de Junho,

numa sessão realizada no Club

Vilafranquense. Aos 19 anos,

estudante do ensino superior

na área da economia, David

Ferreira apresenta um discur-

so bastante pragmático e, ape-

sar do entendimento entre PS

e PSD para a gestão

camarária, não hesita em afir-

mar que o pelouro da juven-

tude faz muito para e com os

jovens.

Uma das primeiras medidas

que defende é a reformu-

lação profunda do modelo

de funcionamento das sete

casas da juventude geridas

pelo Município. “As casas da

juventude devem servir para

conferências, para sessões,

para salas de estudo e não

servem para nada disso,

servem para dizer que está lá o

prédio, que se tem uma casa

da juventude e não se faz ri-

gorosamente nada”, critica o

jovem dirigente social-demo-

crata, frisando que uma das

primeiras medidas que vai

defender é a criação de um sis-

tema de eleição de direcções

para cada uma das casas da

juventude compostas por

jovens.

“Os jovens do concelho vão a

votos e elegem a sua direcção.

O facto de ser uma direcção

jovem aproxima muito mais as

casas da juventude das pes-

soas e principalmente dos

jovens”, sublinha, consideran-

do que, actualmente, o pelouro

da juventude parece fazer

coisas para dizer que se faz e

não com o intuito de que as

pessoas se interessem por

elas.

“Um dos principais proble-

mas do pelouro da juventude

é a comunicação. Este foi o

Ano Internacional da

Juventude. Alguém em Vila

Franca se lembra disso? Creio

que não”, lamenta David

Ferreira, considerando que o

pelouro da juventude, quer

com o actual vereador, quer

com os anteriores, se tem

esquecido um bocado de

ouvir os jovens.

“Sinto que se faz muito pouco

pelos jovens, pior ainda faz-

se muito pouco para os

jovens. Os jovens servem

como arma de arremesso para

outros, seja para o PSD, seja

para o PCP ou para o PS. Seja

quem for. Servem de arma de

arremesso quando deviam

servir como o bem mais

importante de todos, porque é

do crescimento do País e da

população que estamos a falar.

Sempre senti, desde muito

novo, que somos um bocado

e s q u e c i -

dos.

F a l a m

em nós mas não nos ouvem e

falam em nós sem nunca pen-

sar em nós”, critica David

Ferreira, em declarações ao

Voz Ribatejana.

O novo líder da JSD vila-fran-

quense admite que é difícil

defender estas posições, até

porque o PSD está envolvido

na gestão do Município, mas

salienta que a “Jota” é com-

pletamente autónoma do par-

tido. “Temos ideias muito

próprias e não abdicamos

delas”, prossegue, vincando

que não tem problemas em

dialogar com aqueles que

dizem ter outras ideias políti-

cas. “É de ideias diferentes

que se faz o progresso”,

defende, lembrando que até

convidou o vereador socialista

Fernando Paulo Ferreira e a

presidente da Câmara para a

tomada de posse, mas que o

primeiro declinou o convite e

a autarca nem sequer respon-

deu. As restantes juventudes

partidárias locais também não

se fizeram representar. “A JSD

cá está para melhorar o que

precisa de ser melhorado, seja

em parceria com a JS, com a

JCP ou com a JP”, referiu,

lamentando que a nível

local ande “tudo dividi-

do”, porque, no fundo,

devem andar todos a

lutar pelo mesmo.

“Enquanto a juven-

tude e os partidos não

estiverem juntos vai

ser complicado melho-

rar as coisas”, afirma.

Certo é que a nova

direcção da JSD de Vila

Franca já definiu outras prior-

idades que passam pela cri-

ação de salas de estudo onde

professores universitários aju-

dem jovens universitários com

vontade de aprender as custo

zero. Depois, os “jovens

laranjas” querem alargar o

leque de conferências que se

realizam no concelho a temas

de interesse para a juventude e

a áreas como a ciência onde há

vários casos de especialistas

renomados residentes no

município. “A formação

política faz-se com a vida,

com o debate, com a criação

de ideias diferentes”, sustenta

David Ferreira, prometendo

apostar numa maior comuni-

cação e informação junto dos

jovens.

17

6 de Julho de 2011

JSD quer jovens a dirigir

as casas da juventudeCasas da juventude com direcções eleitas pelos próprios jovens, salas de estudo gratuitas e

mais comunicação para os jovens, são algumas das ideias preconizadas pela nova direcção da

JSD de Vila Franca.

Estar na política para

melhorar respostas às

necessidades dos

jovens

David Ferreira tem 19 anos, estuda economia no Instituto

Superior de Economia e Gestão e diz que se envolveu na vida

política essencialmente pelo grande gosto que tem pela cidada-

nia activa e por ajudar os outros, procurando formas de respon-

der melhor às necessidades dos jovens. “Foi muito por uma

necessidade de ajudar e de fazer para os outros aquilo que

nunca foi feito para mim, que me envolvi na vida política”,

explica, frisando que leu autores de todos os quadrantes políti-

Novo

líder David

Ferreira tomou

posse em Vila

Franca

Um toiro conduzido por campinos para as largadas da Festa da

Amizade e da Sardinha Assada terá sido distraído por um

indivíduo com um capote e acabou por gerar o pânico nal-

gumas ruas da vila, ferindo 5 pessoas e causando bastantes

danos. Gertrudes Lima, natural de Benavente, sofreu os

ferimentos mais graves e acabou por falecer, no final da

semana passada, no Hospital de são José. A senhora tinha

82 anos e o funeral realizou-se na passada sexta-feira.

Alguns dos lesados pretenderão accionar o seguro da festa.

Page 18: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

18

voz ribatejana #16ECONOMIA

A crise económica e o seu

impacto nos sectores da cons-

trução e do imobiliário estive-

ram em foco no almoço temáti-

co organizado, no dia 28, pela

Adine (Associação de

Dinamização Empresarial) nas

suas instalações do Fórum da

Chasa, em Alverca. A iniciativa

contou com uma intervenção

de José Matos, secretário-geral

da Associação Portuguesa de

Comerciantes de Materiais de

Construção, presidente da

Primus e membro da direcção

da Confederação Portuguesa

da Construção e Imobiliário.

Perante mais de dezena de

empresários, quase todos eles

ligados ao sector da cons-

trução, autarcas e outros convi-

dados, Vítor Silva, presidente

da Adine, sublinhou que a

associação pretende, com esta

iniciativa, “ajudar a reflectir

sobre algumas mudanças que

são necessárias para as nossas

empresas”. O responsável da

Associação Empresarial

defendeu que a renovação

urbana poderá ser uma das

áreas que ajudará a animar o

sector da construção.

José Matos fez um enquadra-

mento geral da construção em

Portugal, frisando que teve

“um crescimento muito grande

até por volta de 2001”, atingin-

do uma dimensão “muito supe-

rior à média europeia. “Depois

passou a ter uma expressão

mais reduzida. A actividade do

sector tem-se, sistematica-

mente, reduzido e a sua com-

ponente principal, que era a

construção de edifícios para

habitação, tem baixado siste-

maticamente. E, pelos vistos,

em 2011, essa redução é para

continuar”, previu.

Já ao nível das obras públicas,

José Matos salientou que há

sempre flutuações ligadas ao

quadro comunitário de apoio e

às dificuldades de financia-

mento do Estado. Com o

Produto Interno Bruto a crescer

apenas cerca de 0, 8% ao ano,

o especialista convidado pela

Adine acha que Portugal tem

mesmo um problema de cresci-

mento “porque tem problemas

de investimento produtivo” e,

“se a economia não anda, não

há edifícios de comércio,

indústria ou serviços a serem

construídos”.

Segundo referiu, nos últimos

foram ainda as obras nas esco-

las lançadas pela Parque

Escolar a manter algum movi-

mento nas obras públicas. Já

no domínio da habitação, a

oferta é superior à procura, mas

José Matos lembrou que há

países em que os mercados da

segunda e mesmo da terceira

habitação têm crescido bas-

tante. Frisando que o endivida-

mento do Estado, das famílias

e das empresas cresceu muito e

que muito não se preocuparam

em produzir riqueza para

poderem pagar, José Matos

vincou que o País no seu con-

junto passou a consumir por

ano mais 10% do que produzia,

o que se tornou insustentável.

“Quando a economia se esgo-

tou e esta capacidade de cresci-

mento se esgotou, deixou de

haver procura suficiente.

Agora temos uma situação de

nó cego em que, para além da

dificuldade das pessoas em

comprarem porque há desem-

prego veio uma altura em que a

banca não acredita, não

empresta e também não pode

emprestar”, refere.

No meio de todo este ciclo

vicioso, José Matos acha que,

também de acordo com os

compromissos assumidos com

a troika, é necessário promover

e incentivar o arrendamento e

tomar muitas outras medidas

ao nível do apoio à eficiência

energética. O especialista sabe,

todavia, que o Governo estará

também a preparar medidas

que passarão pelo aumento das

taxas de IMI (Imposto sobre

Imóveis), por legislação que

deverá tornar mais céleres os

processos de despejo, por

reduções no Imposto sobre

Transacções e pela concen-

tração numa única entidade dos

processos de licenciamento.

“Irá haver um aumento da tri-

butação sobre o património

imobiliário”, prevê José Matos,

que julga que, dentro de 2

anos, todas estas medidas serão

reavaliadas.

Companhia das Lezírias faz 175

anos e apresenta lucros de 510

mil euros

A Companhia das Lezírias (CL), a maior empresa agrícola portuguesa, assinalou no dia 21, os

seus 175 anos de existência. Embora nada esteja clarificado sobre essa hipótese, a administração

liderada por António Sousa (nomeado em 2010 pelo anterior ministro da Agricultura António

Serrano) acha que “seria uma pena” a eventual opção pela privatização da CL, que alcançou em

2010 um lucro líquido de 510 355 euros, correspondente a cerca do dobro do resultado obtido

no ano anterior.

Também a direcção da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) já se pronunciou sobre

o futuro da Companhia das Lezírias, referindo que não vê qualquer vantagem na sua eventual

privatização. Luís Mira, secretário-geral da CAP, acha que uma concessão da exploração dos

perto de 20 mil hectares de terras da CL, que se estendem pelos municípios de Benavente, Vila

Franca de Xira e Salvaterra de Magos, poderá ser mais vantajosa para o Estado.

O último exercício da Companhia das Lezírias apresentou resultados favoráveis, com um resul-

tado líquido na ordem dos 510 mil euros, bastante superior aos 217 mil euros de 2009. A venda

da cortiça e o reforço da aposta no arroz foram os sectores mais rentáveis. Actualmente a CL dis-

põe de 8500 hectares de floresta certificada (6700 dos quais de montado de sobro), 1400 hectares

de arroz e 3800 cabeças de gado.

António Sousa, que anunciou no início do seu mandato, há cerca de um ano, que um dos grandes

objectivos é aumentar a rentabilidade da CL, considera que a melhoria dos resultados, associa-

da ao reforço do papel da empresa na sustentabilidade ambiental da região, são factores impor-

tantes para que o Estado mantenha estes 20 mil hectares na sua posse. Na cerimónia comemo-

rativa dos 175 anos da empresa, António Sousa disse que “será pena” uma eventual privatiza-

ção. E frisou que a CL “responde a duas grandes vertentes, a da protecção ambiental e da sus-

tentabilidade social” e que “mais que uma empresa” é uma instituição, “não só pela dimensão,

mas pela história e identidade”.

Agricultores pedem declaração

de calamidade para o tomate e

para a vinha

A Federação de Agricultores do Distrito de Santarém (FADS) e algumas adegas cooperati-

vas da região ribatejana pediram, no final de Junho, a declaração de estado de calamidade

pública para as culturas da vinha e do tomate, estimando que só neste último sector os pre-

juízos causados pela irregularidade climatérica ultrapassem os 25 milhões de euros. Já no

sector do vinho não há estimativas precisas dos prejuízos, mas a FADS calcula que 60% da

produção das vinhas ribatejanas também tenha ficado destruída pelas chuvas fortes de

Maio e Junho.

Por isso, esta federação regional, afecta à Confederação Nacional da Agricultura, vai pedir

à nova ministra Assunção Cristas que accione os mecanismos da declaração de estado de

calamidade na região ribatejana, que permitirão aos agricultores ter acesso a apoios

nacionais e comunitários. A FADS rejeita, todavia, a possibilidade de criação de linhas de

crédito especial para estes agricultores, considerando que só favorecem as entidades

bancárias.

Certo é que, segundo a FADS, as chuvas fortes que surgiram nalguns períodos dos últimos

meses, por um lado, e o calor intenso do mês de Maio, por outro, afectaram gravemente a

agricultura ribatejana. Os prejuízos no sector do tomate, que ocupa cerca de 6000 pessoas,

serão superiores aos 25 milhões de euros e a Federação de Agricultores diz recear que, por

isso, Portugal não cumpra a quota anual de produção atribuída pela União Europeia, que

é de 1, 05 milhões de toneladas de tomate.

Já no caso da vinha, há adegas cooperativas, como a de Almeirim, que estimam que a co-

lheita deste ano fique a menos de metade dos anos anteriores. No caso da adega almeiri-

nense, no ano passado foram processados 20 milhões de quilos de uva e este ano esse

número poderá ficar abaixo dos 9 milhões.

Adine promove

reflexão sobre

dificuldades da

construção

Alverca

Page 19: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

19

1ª. Divisão Distrital de Lisboa – Série 1

6 de Julho de 2011

Torneio nacional

junta 500

andebolistas

Mais de 500 jovens praticantes e 32 equipas de todo o

País participam, de 7 a 10 de Julho, no Encontro

Nacional de Andebol, promovido Associação Desportiva

e Cultural de Benavente (ADCB) na categoria de minis-

masculinos. Trata-se de uma das maiores provas do

género organizadas em Portugal, com 112 jogos em qua-

tro dias distribuídos pelos pavilhões gimnodesportivos

do Porto Alto e de Samora Correia, pelos pavilhões

desportivos da Escola Secundária e da Casa do Povo de

Benavente e pelo pavilhão desportivo da Barrosa.A

ADCB tem grande tradição no andebol e a sua equipa

sénior masculina alcançou, na época finda, a subida à 2ª

Divisão Nacional. Tem funcionado como autêntico

“viveiro” de jogadores que, depois, fazem carreira em

clubes como Sporting, Benfica e Belenenses. Este

torneio/encontro nacional envolve uma organização de

grande envergadura ao nível de alojamentos, transportes

e refeições e tem o apoio das autarquias locais, da

Federação de Andebol de Portugal, da Associação de

Andebol de Santarém, do Agrupamento de Escolas

Duarte Lopes, da Escola Secundária de Benavente, da

GNR e dos Bombeiros Voluntários de Benavente.

Participam equipas distribuídas por todo o País, desde o

Peso da Régua ao Algarve, passando pelos Açores e pela

Madeira. Da região destacam-se o ADCB, o Benfica, o

Sporting e o Passos de Manuel.

Vilafranquense acaba

campeonato a ganharA União Desportiva Vilafranquense encerrou a sua participação no Campeonato da Divisão de

Honra da AFL (época 2010/2011) com uma excelente vitória no campo do Lourel, por 2-1. A

equipa de Vila Franca consolidou, assim, a quarta posição, 56 pontos, correspondentes a 16

vitórias, 8 empates e 8 derrotas. Pior nesta última jornada esteve o Vialonga que perdeu, em casa,

também por 2-1, com o Cacém e manteve o décimo-lugar, com 46 pontos. Uma jornada final dis-

putada no feriado de 23 de Junho, depois do atraso na conclusão do campeonato motivado pela

apreciação de questões disciplinares.

A próxima época está já em preparação e adivinha-se bem disputada, com o Alverca a juntar-se

ao Vilafranquense e ao Vialonga na Divisão de Honra de Lisboa.

Prémio Joaquim

Agostinho atravessa

região

A edição 2011 do Grande Prémio de Ciclismo

Joaquim Agostinho em ciclismo realiza-se de 7

a 10 de Julho com várias passagens pela região.

Participam 16 equipas e um pelotão de mais de

100 ciclistas, que na tarde de quinta-feira passarão

também pelo concelho de Vila Franca de Xira, cidade onde está insta-

lada uma meta-volante. A prova, organizada pela União Desportiva do

Oeste, arranca exactamente na quinta-feira, com uma etapa de 161

quilómetros entre o Ramalhal e Sobral de Monte Agraço. A partida

está marcada para as 12h50 e o percurso prevê passagens por Alenquer

(cerca das 14h30), Carregado (14h37), Vila Franca de Xira (cerca das

14h50) e Alverca. Os ciclistas seguem depois em direcção a Vialonga

e ao concelho de Loures, com chegada prevista para as 16h30 no

Sobral. Em Vila Franca, junto ao largo da Câmara, haverá uma meta-

volante.A segunda etapa corre-se na sexta-feira entre Manique do

Intendente e Carvoeira, numa distãncia de 179 quilómetros. A partida

dar-se-á às 11h30 e os ciclistas vão passar por Cartaxo, Vale de

Santarém, Aveiras de Baixo, Maçussa, Alcoentre e Merceana, antes da

meta instalada na Carvoeira.Para sábado estão programados mais 153

quilómetros entre Atouguia da Baleia e Vimeiro (partida às 12h00 e

chegada prevista para as 15h30). A última etapa, no domingo, será o

tradicional circuito de Torres Vedras, num percurso de 100 quilómet-

ros, com partida às 15h00.Participam 16 equipas nesta edição da prova

que homenageia a maior figura do ciclismo português. Dez são por-

tuguesas, entre elas o Cartaxo Capital do Vinho – Centro de Ciclismo

José Maria Nicolau. Nas 6 equipas estrangeiras destacam-se as

selecções da Rússia e de Marrocos.

Gala da Academia

Paula Manso junta

331 alunos

A gala anual da Academia Paula Manso juntou, no dia

19, 331 participantes e encheu uma tenda de circo com

capacidade para cerca de 1200 pessoas. Familiares e

amigos dos alunos da professora Paula Manso, com

actividades na Sociedade Filarmónica Recreio

Alverquense e nas instalações do Sobralinho, aplaudi-

ram o desempenho dos participantes e todos agradece-

ram o esforço e empenho dos professores.

Adriano Pires

A Assembleia e a Junta do

Sobralinho celebram, no

próximo dia 11, o 26º.

aniversário da criação da

freguesia. A sessão realiza-

se, a partir das 21h30, no

Palácio do Sobralinho.

Alverca

Alhandra conquista

nacionais de triatlo As equipas masculina e feminina do Alhandra Sporting Club sagraram-se campeãs nacionais

de triatlo, nos campeonatos disputados no passado fim-de-semana em Aveiro. Já na época

anterior, o Alhandra conseguira os títulos nacionais de clubes e, desta vez, superiorizou-se a

Sporting e “Águias” de Alpiarça na prova masculina e aos Águias de Alpiarça e ao Garmin

de Oeiras na masculina. O Campeonato Nacional de Clubes voltou a disputar-se no forma-

to de equipas de estafetas, onde cada atleta cumpriu uma prova na distância super-sprint

(300m de natação, 8600m de ciclismo e 2100m de corrida). O terceiro elemento da equipa

cruzou a linha de meta, definindo o resultado final da equipa. A prova masculina ficou mar-

cada por constantes mudanças na liderança. Pedro Mendes foi o primeiro elemento da equipa

do Alhandra, tendo passado o testemunho a João Amorim na terceira posição. João Amorim

e João Serrano (Águias de Alpiarça) isolaram-se e chegaram juntos à segunda corrida. Na

terceira posição, surgia nesta fase o Garmin Olímpico de Oeiras. No segmento de corrida

final, João Amorim conseguiu isolar-se e passar o testemunho a João Pereira com uma van-

tagem interessante. João Pereira (ainda recentemente foi 6º classificado no Campeonato

Europeu de Elites, disputado em Pontevedra) seguiu destacado e manteve a vantagem até à

meta final. No sector fem-

inino, Maria Areosa

(Garmin Olímpico de

Oeiras) teve um bom

começo de prova mas no

segmento de ciclismo, a

ainda juvenil Luísa

Condeço mostrou a sua

capacidade e deixou para

trás a concorrência. Atrás

formava-se um duo com

Melanie Santos (Alhandra

SC) e Ana Alarico (NS

Golegã). No segundo sec-

tor, Sara Tenrinho

(Alhandra SC) teve uma

boa prestação, anulando a

vantagem dos Águias de

Alpiarça. O segmento

final serviu para Raquel

Rocha (Alhandra SC)

aumentar a vantagem.

Outros resultados do Alhandra

· Campeão Nacional de Triatlo Csdetes Masculino(Luis Pedro Ferreira, Luís Gabriel Monteiro e

Alexandre Nobre)· Vice-Campeão Nacional de Triatlo Junior

Masculino (Luís Marafuz, Ivo Cristeta e RafaelRibeiro)

· Vice-Campeão Nacional de Triatlo JuvenilMasculino (Nuno Ribeiro, Alexandru Statiuc e João

Pais)4ºVice-Campeão Nacionalde Triatlo Juvenil Feminino

(Ana Amorim, Filipa Fialho e Ana Machado4º lugar Campeonato Nacional de Triatlo Cadetes

Masculino: (Ruben Tavares, Tiago Saraiva e GonçaloPitarma)

5º lugar Campeonato Nacional de Triatlo SeniorMasculino: (Pedro Gomes, César Andrade e Gustavo

Caraça)

Page 20: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

20

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Page 21: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

21

Hipólito Cabaço

A palavra automóvel surgiu

em França, em 1875, e deriva

do grego “autos”, que signifi-

ca “por si” e do latim

“mobilis”, que quer dizer

“móvel”. Não é possível deter-

minar um exacto momento na

história do automóvel que se

possa convencionar como o

início desta grande invenção.

Com efeito, os primeiros que

sugiram foram fruto de suces-

sivas aproximações e adap-

tações técnicas que, gradual-

mente, se foram aperfeiçoan-

do.

Em Portugal demos os

primeiros passos muito timi-

damente, primeiro numa per-

spectiva bastante egoísta, já

que a maior parte dos

automóveis desenvolvidos

serviam para os seus criadores

poderem entrar em com-

petições de forma mais

económica ou ostentando a

sua própria marca, mas, no

entanto, houve quem ambi-

cionasse produzir automóveis

à escala industrial, como foi o

caso do Entreposto, no final da

década de 70, ao lançar um

automóvel citadino, o Sado,

conforme vos descrevi no arti-

go anterior.

Portaro

+ RCV 4 cil. 2498 cc 5

velocidades 1510 quilos 120

kms/h

A história do Portaro começou

em 1974 quando a Sociedade

Electromecânica de

Automóveis decide construir

uma fábrica que tinha o objec-

tivo de produzir um jipe. Foi

escolhido para liderar este

projecto do primeiro todo-o-

terreno português o

empresário Hipólito Pires.

Este negociou com a Aro da

Roménia, que comprara à

Renault os direitos para pro-

duzir um jipe. O projecto em

si revestiu-se de um grande

desafio para os técnicos por-

tugueses que depressa

percebem que há uma regra

essencial a cumprir: “Tinham

que ser rigorosos mas prag-

máticos” - O carro tinha que

ser feito por um preço compet-

itivo.

Os motores Daihatsu foram os

escolhidos. Depois fizeram

evoluir toda uma série de

componentes em Portugal, que

viriam a resultar num veículo

mais evoluído do que o Aro

romeno. Prova disso já foi o

seu assinalável conforto que,

normalmente, os carros deste

tipo não possuem. Para isso

foi inegável a contribuição

dada pela suspensão indepen-

dente das rodas da frente e os

amortecedores de gás, particu-

larmente estudados para o

Portaro. E, também, o ter já

direcção assistida, feita em

Portugal. A caixa de 5 veloci-

dades era Daihatsu. E uma

coisa que pouca gente sabe é

que o primeiro motor turbo da

Daihatsu foi desenvolvido na

fábrica da Portaro. De 1975 a

1983, a Portaro prosperou,

chegando a ter 200 trabal-

hadores e a fazer mais de 2000

carros por ano. Nos últimos

nãos faziam-se séries especi-

ais da Daihatsu e do Portaro

na mesma linha de montagem,

o que tornava a operação bas-

tante rentável. Em 1990, a

Portaro fechou as suas portas,

depois de ter vendido quase

7000 veículos em território

nacional e de ter exportado

alguns milhares de unidades.

Devido à Lei da

Contingentação que protegia

os interesses da Renault, mais

uma vez a continuação de um

sonho de um veículo nacional

chegou ao fim. Foi uma pena.

A vertente militar também foi

contemplada e apresentada na

Exposição do Exército

Português, que esteve patente

na FIL em 1983. Esta versão,

denominada Portaro GVM, foi

integralmente concebida,

desenvolvida e produzida por

técnicos portugueses, de acor-

do com as normas da NATO.

A nível desportivo, destaca-se

a sensacional vitória no Rally

do Atlas (Paris-Agadir), em

Junho de 1982, e o décimo

lugar da geral no Paris-Dakar

de 1983.

AUTOMÓVEIS & HISTÓRIA

“Marcas portuguesas (4)

Enfield 8000

O Enfield 8000 foi um carro eléctrico lançado em 1971 e origi-

nalmente construído no Reino Unido por Enfield Automotive. A

empresa e a produção foram transferidas para a ilha grega de

Syros (uma nova empresa grega, Enfield-Neorion, com sede no

Pireu). O carro tinha uma velocidade máxima de 100 kms/h (62

ml) e uma autonomia de 80-145 km (50-90 ml). Toda a pro-

dução foi exportada para o Reino Unido (foram apenas fabrica-

dos cerca de 100 unidades). A empresa foi fechada em 1976,

alegadamente por interesses dos que lutavam contra o desen-

volvimento da produção de veículos eléctricos em todo o

mundo.

O E8000ECC usava baterias de 12 volts, no total de 8 em 2 gru-

pos de baterias ligadas em paralelo, daí a tensão total ser de 48

volts.

Características adicionais do E8000ECC

Corpo de alumínio de normas Rolls Royce – contra a corrosão.

Normas Rolls Royce interiores (couro, etc.)

As aerodinâmicas do E8000ECC não eram baseadas em princí-

pios tradicionais da indústria automóvel, mas sim em princípios

e em ideias herdadas do departamento de aeronáutica do MIT e

da sua participação no programa Apollo.

A ETQ-Electricidade e Técnicas de Qualidade Unipessoal, Lda.

é uma organização industrial com sede em Vila Franca de Xira

e que transforma carros de combustão em carros eléctricos sem

alteração estrutural dos mesmos. Visite o nosso site

www.etq.com.pt ou veja um Enfield 8000 em

www.youtube.com/watch?v=p4obA4vi=lk.

Page 22: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

Vila Franca de Xira

Exposição de pintura de Alexa

Jesus, António Maria, Manuel

Campino e Rogério Araújo , até 17 de

Julho, na Biblioteca de Vila Franca;

Exposição de Fotografia "Tejo, como

te Revejo" , de Pedro Inácio, até 6 de

Agosto, na Galeria Palácio Quinta da

Piedade.

Exposição do Centenário de Manuel

da Fonseca , até 9 de Outubro, no

Museu Neo- Realismo.

Exposição Comemorativa dos 200

Anos das Linhas de Torres Vedras ,

até 16 de Outubro, no Celeiro da

Patriarcal;

Exposição "Escola do Meu Tempo" ,

até 30 de Novembro, no Núcleo

Museológico de Alverca;

Workshops de Interpretação e

Teatro , no Centro Cultural do Bom

Sucesso, a decorrer até ao mês de

Agosto, dirigido a jovens dos 16 aos

19 anos.

Tardes de Conversa , dia 13 de Julho,

às 16h00, Lino de Macedo e o

Movimento Republicano, com Graça

Nunes, no Núcleo Museológico de

Alverca.

Alenquer

Exposição de artesanato . Trabalhos

realizados pelos participantes nos ate-

liers do sector de adultos da

Biblioteca Municipal durante o ano de

2010, Comemoração do Dia dos

Avós, dia 26 de Julho , na Biblioteca

de Alenquer.

À Noite na Biblioteca , dias 8 e 9 de

Julho, entre às 20h30 de dia 8 e as

11h00 de dia 9, na Biblioteca de

Alenquer. Crianças entre os sete e os

12 anos.

Comemoração dos 200 anos do Real

Celleiro Público . Conferência "A

instituição e o Edifício": oradores:

António Guapo, José Lourenço e

Joaquim Alexandre. Abertura da

exposição de conteúdos informativos

e artefactos representativos do Real

Celleiro , dia 9 de Julho, no Portal da

Rota da Vinha e do Vinho.

Feira do Campo - Produtos agrícolas,

biológicos e artesanais, dia 9 de

Julho, das 09h. às 19h00, no Parque

Vaz Monteiro.

Cinema: Filmes Julho: dias 8 e 9, às

21h30 e dia 10, às 17h00 “Velocidade

Furiosa 5”, no Auditório Damião de

Góis;

Arruda dos Vinhos

Exposição de Fotografia de Pedro

Cardoso , até 13 de Julho, na Galeria

Municipal;

Exposição Mostra de Artesanato

“Trabalhos de Patrícia Tomé” , até

31 de Julho, no Posto de Turismo.

Biblioteca em Movimento – Ateliers

de Férias para crianças, até 29 de

Julho.

Matiné com “Jorge César” , dia 24 de

Julho, às 15h00, no Clube Arrudense.

Azambuja

Música “À Luz da Lua” , todas as

noites de quinta-feira, dias 7, 14, 21 e

28 de Julho, às 22h00, no Jardim do

Museu Municipal Sebastião Mateus

Arenque, no Centro Cultural – Páteo

Valverde;

Férias de Verão , a decorrer até 29 de

Julho, das 09h30 às 16h45, para

jovens dos 06 aos 16 anos.

Benavente

Mostra de trabalhos “Aprendizagens

IV” dos alunos do Atelier de Pintura

do Centro Cultural de Samora, até 15

de Julho, do Centro Cultural.

Exposição “Rostos” de Luísa Peixe ,

até 16 de Julho, no Palácio do

Infantado.

Noites de Verão , (sexta para sábado),

às 21h30 durante o mês de Julho, no

Parque 25 de Abril, em Benavente.

Passeio Cicloturismo , dia 10 de

Julho, às 09h00. Organização: Clube

União Artística Benaventense.

Serões de Verão em Samora, de 15

de Julho a 02 de Setembro, às 21h30

em vários locais da freguesia.

Cinema: Filmes em Julho; dia 06,

às10h30 “Capuchinho Vermelho - A

Verdadeira Historia”, às 21h30 “O

Delator”; Dia 13, às 15h30 “O Lugar

do Morto”; dia 15, às 21h30

“Velocidade Furiosa 5” no Cine-Teatro

de Benavente; Filmes em Julho; dia

06, às15h00 “O Lugar do Morto”; Dia

09, às 15h30 (Sessão Infantil) às

21h15 “Hop”; dia 13, às 10h30

“Capuchinho Vermelho - A Verdadeira

História” às 21h30 “Inimigos

Públicos”; dia 16, às 21h30

“Velocidade Furiosa 5” no Centro

Cultural - Samora.

Salvaterra de Magos

Festa em Honra do Sagrado Coração

de Maria , de 8 a 11 de Julho, em

Foros de Salvaterra.

Rotas Pedestres 2011 - Rota

Nocturna, dia 09 de Julho, em

Salvaterra, concentração, junto à

Câmara.

Sobral de Monte Agraço

“Noites na Praça” – Música ao vivo:

Mês de Julho, às 22h00: Dia 08 “Old

Stock”, Dia 15 “ Saxion”.

IV Audição da Escola de Música de

Emanuel Soares , dia 10 de Julho, às

16h00, no Cine -Teatro de Sobral.

Descobrir as Linhas ao Luar ,

Caminhada Nocturna por parte do

Troço Concelhio do GR30 - Grande

Rota das Linhas de Torres, dia 16 de

Julho, às 21h00, no Troço Concelhio

de Sobral.

Dia dos Avós , dia 25 de Julho, no

Campo da Feira.

Cinema – Filmes Julho: dia 9 de

Julho, às 21h30 “O Código Base”, no

Cine-Teatro de Sobral de Monte

Agraço.

Santarém

Exposição de Pintura “Corpos e

gestos” – A expressão em aguarela,

João André”, até 26 de Julho, na Casa

do Brasil.

Exposição de pintura: “A Toirada”,

da artista Mité, até 18 de Agosto, na

Casa do Brasil.

“Rota dos Órgãos” , dia 8 de Julho,

das 10h00 às 18h00, no Conservatório

de Música. Música – Ainda não vi-te

as mãos, estreia nacional, dia 9 de

Julho, às 21h30.

Noite de Fados , dia 9 de Julho, às

21h30, no Parque Aquático de

Santarém, organizada pela

Scalabisport.

coordenação de António Preto

Agenda Cultural

22

CULTURA

Uma das obras mais completas

sobre as Linhas de Torres foi

lançada, na quinta-feira, em

Vila Franca de Xira. Uma

parceria entre a Plataforma

Intermunicipal para as Linhas

de Torres, a Academia

Portuguesa de História e a

Rota das Linhas de Torres, que

conta com apoios do

Mecanismo Financeiro do

Espaço Económico Europeu e

está disponível por apenas 5

euros.

Jorge Talixa

Em 237 páginas, a monografia “As Linhas de

Torres Vedras – Um sistema defensivo a Norte de

Lisboa” faz um retrato exaustivo desta estrutura

que, em 1811, impediu a entrada das tropas de

Napoleão em Lisboa. A obra foi lançada, na quin-

ta-feira, em Vila Franca de Xira, no Celeiro da

Patriarcal, onde está patente até Outubro uma

grande exposição sobre as Linhas de Torres. O

projecto da Plataforma Intermunicipal para as

Linhas de Torres (PILT) foi coordenado pela

Academia Portuguesa de História e conta com

estudos de António Ventura, Alexandre de Sousa

Pinto e António Pedro Vicente.

“As Linhas de Torres foram um dos melhores sis-

temas de defesa militar do Mundo e um ponto de

viragem na Guerra Peninsular”, começou por sub-

linhar João de Carvalho, vereador com o pelouro

da Cultura na Câmara de Vila Franca de Xira na

cerimónia realizada na Patriarcal. O autarca do

PSD observou que o projecto de criação de uma

Rota Histórica ligada às Linhas de Torres prevê a

edição de um roteiro e de uma monografia “ambi-

ciosa que seja uma referência” no estudo da

história nacional. Para isso, a PILT procurou con-

tar com a colaboração de reconhecidos especialis-

tas e da Academia Portuguesa de História.

Trabalho de 4 anos

Manuela Mendonça, presidente da Academia

Portuguesa de História, lembrou que esta mono-

grafia resulta de uma proposta e de um protocolo

estabelecido há 4 anos com a PILT. “Foi um tra-

balho longo e paciente que, graças a Deus, chegou

a bom termo”, vincou. Já Miguel Monteiro,

secretário-geral da APH e coordenador do proje-

cto da monografia, realçou que esta obra “demon-

stra bem o extraordinário esforço que foi a cons-

trução destas linhas” e a forma “digníssima e hon-

rada com que estas seis câmaras (Arruda, Loures,

Mafra, Sobral, Torres e Vila Franca) celebraram as

Linhas de Torres”.

O investigador salientou que o general francês

Massena “percebeu que as Linhas de Torres eram

intransponíveis e preferiu retirar a morrer”.

Através do Mecanismo Financeiro do Espaço

Económico Europeu, esta monografia tem apoios

da Islândia, do Liechtenstein e da Noruega.

Lançada monografia das

Linhas de Torres

voz ribatejana #16

Três grandes

capítulos

Esta monografia sobre as Linhas de Torres está

dividida em três grandes capítulos. O primeiro, da

autoria de António Ventura, contextualiza as

Linhas de Torres e a terceira invasão francesa do

território português. O segundo, escrito por

Alexandre Sousa pinto, aborda a questão da estraté-

gia e da táctica do general Wellington na defesa de

Portugal. Já o terceiro capítulo, desenvolvido por

António Pedro Vicente, trata o impacto económico e

social das Linhas de Torres. O livro integra ainda

muitas ilustrações da época, biografias das principais

figuras da Guerra Peninsular e anexos com documentos dos generais Wellington e Massena.

A exposição sobre as Linhas de Torres inaugu-

rada em Junho vai estar patente no Celeiro da

Patriarcal até meados de Outubro

Foto Ana Serra

Page 23: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

23

6 de Julho de 2011

Alverca comemora, na próxima

quarta-feira, os 21 anos da sua ele-

vação a cidade. Na cerimónia

comemorativa, organizada pela

Junta de Freguesia alverquense,

serão homenageados como

galardões de mérito a antiga autar-

ca Maria Elisa

Raimundo, o diri-

gente social

A d e l i n o

Esperança, o

dinamizador

c u l t u r a l

J o a q u i m

Dias, o Grupo

Desportivo dos

Bombeiros de

Alverca e a empresa Utilar

de Elvira & Vieira. A iniciativa,

aberta a todos os interessados,

inclui ainda várias surpresas

prometidas pela organização.

Afonso Costa, presidente da Junta

de Alverca, sublinha que a cidade

sofreu muitas mudanças ao longo

dos anos. “Cresceu, primeiro de

forma mais desordenada e depois

de forma mais sustentada”, sublin-

ha o autarca do PS, vincando que

“as infra-estruturas tendem a acom-

panhar as necessidades duma po-

pulação cada vez mais exigente,

ciosa duma qualidade de vida a que

tem direito e a que há muito se

habituou”.

Lembrando que “muitas e diversas

gentes de Norte a Sul do país e

mesmo dos vários continentes,

escolheram Alverca para viver”,

Afonso Costa sustenta que a cidade

e a freguesia sempre

souberam acolher

na diferença,

respeitando

a diversi-

dade e con-

v i v e n d o

com as

diferentes cul-

turas. “A riqueza

do nosso património e

tradições não foram esquecidas. O

nosso passado orgulha-nos e dá-

nos força para fazer de Alverca

uma cidade cada vez mais próspera

e desenvolvida”, acrescenta.

Pela sua localização estratégica,

Alverca é um pólo de atracção de

muitas actividades e “continua a ser

destino preferencial de comércio e

serviços que aqui continuam a

procurar espaço de desenvolvimen-

to”.

A cidade é tam-

bém reconheci-

da pelo

dinamismo do

seu associa-

tivismo e

“continua a ter

um manancial de

solidariedade ines-

gotável, com instituições e cole-

ctividades, apostadas em minorar

os males dos mais

carenciados, idosos e isolados”.

Também por isso, a autarquia local

distingue anualmente alguns dos

que mais se destacam no trabalho a

favor da comunidade, realçando

o exemplo e procurando

reforçar a auto-estima

dos alverquenses.

Maria Elisa

Raimundo

Maria Elisa

Raimundo, de 76 anos,

vai receber, assim, o

Galardão de Mérito

Autárquico. Foi a única mulher

eleita para a primeira Assembleia

de Freguesia de Alverca, em 1976,

e a primeira mulher a integrar um

executivo da junta. Natural de

Lisboa, trabalhou durante 32 anos

nas Oficinas Gerais de Material

Aeronáutico, onde integrou a

comissão de trabalhadores. Dirigiu

a secretaria do Gabinete de Apoio

Técnico e chefiou a secção de pub-

licações técnicas e de biblioteca, até

à sua aposentação em 1987.

Integrou também a comissão

responsável pela análise e encami-

nhamento dos pedidos de acção

social dos funcionários. Fez parte

da primeira Assembleia de

Freguesia de Alverca, eleita em

1976 e, de 1979 a 1982, integrou

o executivo da junta, eleita na

lista da CDU, acompanhando

especialmente os assuntos de cariz

social. De 1988 a 1992 integrou,

também, a direcção dos

Bombeiros Voluntários de

Alverca e, em 1987, foi um

dos fundadores do Coral

Ares Novos.

Joaquim Dias

Joaquim Dias vai receber o

Galardão de Mérito Cultural.

Natural de Ponte de Sôr, onde

nasceu em 1949, fixou-se aos 14

anos no Entroncamento e passou a

trabalhar na área de remodelação

de pontes da CP. Já em 1970 assen-

tou praça e integrou a Força Aérea

Portuguesa, em Tancos e na Ota.

Quando deixou a vida militar fre-

quentou um curso de serralharia

civil e fixou-se em Alverca em

1974, onde trabalhou em diversas

empresas como a Dartal, a

Carmensol e a Sermague.

Apaixonado pelo folclore, fun-

dou, em 1996, o Grupo

Etnográfico Danças e

Cantares de Alverca, a que

se mantém ligado até hoje.

Adelino Esperança

Adelino Esperança é natural da

vila de Oiã, no concelho de Oliveira

do Bairro, onde nasceu em 1945.

No dia 13 vai receber o Galardão

de Mérito Social, especialmente

pelo seu percurso à frente da Casa

S. Pedro. Adelino Esperança con-

cluiu os seus estudos no Colégio de

Moscavide e foi funcionário das

Finanças. Mobilizado para o

serviço militar para Moçambique,

pela sua experiência profissional,

foi-lhe aí confiada a gestão de

materiais e equipamentos de várias

divisões do Exército. Regressou a

Portugal e fixou-se no concelho de

Vila Franca de Xira em 1971. Já em

1979 transitou para o Serviço de

Inspecção Tributária, donde se

aposentou.

Desde sempre muito atento às

questões sociais, integrou a lista de

corpos gerentes da Casa S. Pedro

de Alverca eleita para o triénio

1993/95, onde exerceu funções de

secretário. Em 1996 foi eleito vice-

presidente e assumiu, no ano

seguinte, a função de presidente da

Casa S. Pedro, em que foi sucessi-

vamente reeleito, deixando o cargo

13 anos depois, em Novembro do

ano passado. Ao longo destes

mandatos desenvolveu vários pro-

jectos de renovação das instalações

da instituição

vocacionada

para o

apoio à

terceira

idade.

Grupo

Desportivo

dos Bombeiros

Voluntários de Alverca

A ideia já era antiga e concretizou-

se, a 1 de Setembro de 1970, com a

criação do Grupo Desportivo dos

Bombeiros Voluntários de Alverca

(GDBVA). Foram 31 fundadores e

o grupo duplicou rapidamente os

aderentes até final desse ano. A

pesca desportiva foi a primeira

actividade, que ainda mantém

muitas raízes na colectividade,

reunindo uma média de 30 elemen-

tos. O atletismo (15 lugares no

pódio e 3 troféus na última época) e

o ténis-de-mesa são outras das

modalidades com grandes

tradições no GDBVA. Mais recente

é futsal, onde o Grupo chegou a

atingir a 1ª. Divisão Distrital de

Lisboa. Actualmente disputa

campeonatos inter-bombeiros e a

Taça Nacional de Bombeiros.

Utilar de Elvira & Vieira, Lda.

Constituída em 1939, a Cidla man-

teve o exclusivo do comércio do

gás em Portugal até 1960. No final

da década de 50 adoptou a desi-

gnação Gazcidla e, em Alverca,

junto ao mercado funcionava já,

então, uma loja de Gazcidla da

Recauchetagem do Ribatejo. Foi aí

que, em 1963, a jovem Elvira

Vieira conseguiu trabalho.

Passados 20 anos, o estabelecimen-

to mudou de mãos e foi adquirido

pela recém-criada Elvira & Vieira,

Lda, adoptando o nome de Utilar.

Nos anos 90, a empresa foi precur-

sora na instalação de gás canalizado

na urbanização da Quinta das

Drogas e a Elvira & Vieira, Lda

tem apostado no desenvolvimento

da actividade da Utilar, instalada na

Rua dos Bombeiros, mostrando

também sempre grande disponibi-

lidade para apoiar as instituições e

colectividades locais.

Alverca atribui 5 galardões

de mérito no Dia da Cidade Três personalidades, uma colectividade e uma empresa vão receber galardões atribuídos pela Junta de Freguesia de Alverca como reconhecimento pela actividade que têm desenvolvido.

Joaquim Gonçalves é o novo presidente dos Bombeiros de Arruda

A Associação de Bombeiros Voluntários de Arruda dos Vinhos tem

uma nova direcção, eleita no passado dia 1. O professor Joaquim

Gonçalves é o novo presidente da corporação, acompanhado pelos

vice-presidentes Rui Penedos e Acácio Raimundo.

Page 24: Voz Ribatejana 6 JULHO 2011

Jorge Talixa

Doze estabelecimentos de

Vila Franca de Xira são os

primeiros aderentes à cam-

panha “Faça Compras no

nosso comércio e estacione

grátis”, a funcionar desde o

passado dia 28. Uma iniciati-

va dinamizada pela

Associação do Comércio,

Indústria e Serviços dos

Concelhos de Vila Franca de

Xira e Arruda dos Vinhos

(ACIS) em parceria com a

Junta de Freguesia vila-fran-

quense, que visa atrair mais

visitantes para o comércio

local e atenuar um dos pro-

blemas mais vezes apontados

por clientes e comerciantes e

que tem a ver com as dificul-

dades para estacionar na

cidade.

Na prática, o acordo estabele-

cido entre a ACIS e a Junta

de Freguesia permite que as

lojas aderentes tenham ace-

sso a títulos de 1 hora de

estacionamento nos parques

25 de Abril (junto aos

bombeiros), do Flamingo

(junto ao hospital) e do Adro

(junto à igreja) por preços

muito mais baixos. Os com-

erciantes definem, depois,

um valor mínimo de compras

a partir do qual os seus

clientes terão direito a uma

destas senhas e a 1 hora de

estacionamento gratuito num

destes parques. O objectivo

será alargar o número de

estabelecimentos aderentes e

as alternativas de locais para

oferta de estacionamento.

Sublinha a ACIS que, num

inquérito que realizou, em

Janeiro, constatou que o

comércio e os serviços são

dos sectores económicos

mais lesados pelas dificul-

dades de estacionamento na

cidade de Vila Franca. “Urge

por isso criar soluções que

permitam, a curto prazo,

ultrapassar este obstáculo,

contribuindo para a

dinamização da cidade”, re-

fere a associação.

Miguel Santos, presidente da

ACIS, sublinha que esta cam-

panha “Compre em Vila

Franca de Xira – O comércio

oferece o estacionamento”,

terá vários efeitos positivos.

Desde logo a possibilidade

das pessoas ao estacionarem

nestes parques periféricos e

equidistantes “poderem per-

correr as ruas da cidade, ver

as montras e a apreciar o

património”. Para isso é tam-

bém importante que os

espaços públicos sejam cada

vez mais atractivos.

“O comércio local tem duas

características principais: a

proximidade e a confiança. E

cada vez mais os clientes pre-

tendem ganhar confiança. E

para as empresas iniciativas

deste tipo permitem fidelizar

mais clientes”, sustentou

Miguel Santos, frisando que

a ACIS sabe que esta cam-

panha não será a “solução”

para o problema do esta-

cionamento em Vila Franca,

mas é uma forma de gerar

mais uma dinâmica de

atracção em Vila Franca. “Ao

oferecer 1 hora de estaciona-

mento isso significa que vale

a pena ir a Vila Franca, do

mesmo modo que se vai a um

centro comercial e não se

paga a primeira hora. O

arranque é com 12 estabele-

cimentos aderentes, mas pre-

tendemos que sejam muitos

mais. Por esta discriminação

positiva outros virão por

acréscimo e outros perce-

berão que vale a pena”, con-

fia o presidente da ACIS.

Voz Ribatejana

ALVERCA

Comércio de Vila Franca oferece

estacionamento para atrair clientesCom o objectivo de captar mais clientes para o comércio de Vila Franca de Xira, a ACIS lançou

uma campanha de oferta de horas de estacionamento grátis nos parques geridos pela Junta de

Freguesia. A organização representativa dos comerciantes gostaria de envolver também os par-

cómetros geridos pela Câmara nesta iniciativa, mas nunca teve resposta para as propostas

feitas à edilidade desde Fevereiro.

Os 12aderentesCarla e Luísa - Institutode BelezaCasa PrimaveraCuarzo OurivesariasDeusa PerfumariaMensagem AbertaLivrariaNovo Oculista de LouresO ChurrascoO Forno Restaurante0 Tronco -ElectrodomésticosXiragoma – Lavandaria

Câmara não respondeu

Miguel Santos lamenta que a Câmara de Vila Franca de Xira

não tenha chegado a responder à proposta da ACIS para

envolver também nesta campanha os parquímetros do centro

da cidade. Os 3 parques geridos pela junta envolvem cerca de

330 lugares, mas se fossem incluídas as áreas de parquímetros

seriam mais cerca de duas centenas. “Pena temos que não te-

nhamos mais lugares de estacionamento aderentes, nomeada-

mente os subjacentes aos parquímetros geridos pela Câmara”,

confessa Miguel Santos, referindo que quer crer que a breve

prazo isso poderá também acontecer.

“É verdade que isso envolve algumas questões técnicas rela-

cionadas com os parcómetros, mas construímos mesmo uma

proposta de solução, para que a campanha tenha mais

impacto. Enquanto presidente da ACIS, acho que a Câmara só

terá a ganhar com uma iniciativa destas. Desde Fevereiro que

ficámos a aguardar um resposta. Houve novas abordagens

com o vereador, mas manteve-se esta ausência de resposta”,

lamenta, considerando que avançar com 330 lugares é muito

significativo, mas que a campanha poderá ser bastante mais

atractiva com mais parques e zonas de estacionamento

envolvidas.

Junta confia no projecto

José Fidalgo, presidente da Junta de Vila Franca de Xira, su-

blinha que é sabido que o sistema de rotatividade do esta-

cionamento dinamiza o comércio e os serviços no centro da

cidade. “É importante aproveitar todas as soluções que satis-

façam o interesse colectivo”, vincou o autarca do PS, lem-

brando que a introdução de parcómetros na Avenida Pedro

Vítor, há muito solicitada pelos comerciantes, resultou bem e

já permitiu melhorar a actividade comercial naquela zona.

Segundo José Fidalgo decorrem, ainda, negociações para a

futura gestão dos parques construídos pela Refer junto à

estação e que, se passarem à responsabilidade da junta,

poderão integrar-se também nesta campanha de oferta de

horas de estacionamento aos clientes do comércio local.

O presidente da Junta de Vila Franca diz que sente que os

empresários e o comércio local estão cada vez mais despertos

para a necessidade de articularem esforços. “Não é a traba-

lhar cada um no seu espaço que irão resolver os problemas”,

prosseguiu, frisando que as autarquias também devem trabal-

har para o interesse colectivo. O protocolo estabelecido prevê

que as lojas aderentes paguem as senhas de estacionamento

nos parques da junta a menos de 50% do seu custo habitual.

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