voz ribatejana edição 1 set 2011

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Em frente aos correios de Alverca tel: 21 958 45 37 Web: www.audiovital.pt :: número 19 :: ano 1 :: 31 de Agosto de 2011 :: quinzenário regional :: director Jorge Talixa :: preço 0,50 cêntimos :: Voz Ribatejana RESERVA DE MESAS 219 584 266 VAGAS LIMITADAS Estrada Nacional 10, nº 30, Alverca junto ao Estádio do Alverca, em frente ao Lar de São Pedro Ementa: - Variedade carnes grelhadas, incluindo Picanha, Maminha e Cupim - Guarnições variadas - Sobremesa e café. DOMINGO - Dia 04/09/201 1 a partir das 12 horas preço 8,5 euros por pessoa (bebidas não incluídas) Boa animação com música ao vivo, karaoke , música ambiente 1º CHURRASCO DO MARINA CAFÉ ALMOÇO/CONVÍVIO Alverca conquista Supertaça de Lisboa Protesto de utentes em Alhandra acaba com tiro e detenções pag.: 17 Dívidas do Ministério ameaçam obras e refeições nas escolas Insolvência fecha Redondel Festas anuais - Mais de 100 mil visitam cidade ribatejana foto: Pedro Batalha “O Redondel”, emblemático restaurante vila-franquense que funcionava na Praça de Toiros Palha Blanco, está fechado desde o passado dia 2. As dificul- dades financeiras levaram ao pedido de insolvência da firma responsável pela exploração e deixaram quatro pessoas no desemprego. Em Samora Correia, o supermercado Supersol fechou no dia 23 deixando mais 20 pessoas no desemprego. pag.: 5 Especial Cidade da Póvoa Nesta edição pag.: 9 Samora defende a Festa pag.: 15 Azambuja e Carregado abrem centros escolares pag.: 9 Campo Pequeno evoca José Falcão

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Page 1: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

Em frente aos correios de Alverca

tel: 21 958 45 37 Web: www.audiovital.pt

:: número 19 :: ano 1 :: 31 de Agosto de 2011 :: quinzenário regional :: director Jorge Talixa :: preço 0,50 cêntimos ::

Voz Ribatejana

RESERVA

DE

MESAS

219 584 266

VAGAS

LIMITADAS

Estrada Nacional 10,

nº 30, Alverca

junto ao Estádio do

Alverca, em frente ao

Lar de São Pedro

Ementa:

- Variedade carnes grelhadas, incluindo

Picanha, Maminha e Cupim

- Guarnições variadas

- Sobremesa e café.

DOMINGO - Dia 04/09/2011

a partir das 12 horas

preço 8,5 euros por pessoa

(bebidas não incluídas)

Boa animação com música ao vivo,

karaoke , música ambiente

1º CHURRASCO DO MARINA CAFÉ

ALMOÇO/CONVÍVIO

Alverca conquista

Supertaça de Lisboa

Protesto de utentes em

Alhandra acaba com

tiro e detenções

pag.: 17

Dívidas do Ministério

ameaçam obras e

refeições nas escolas

Insolvência fecha Redondel Festas anuais - Mais de 100 mil visitam cidade ribatejana foto: Pedro Batalha

“O Redondel”, emblemático restaurante vila-franquense que funcionava na Praça de Toiros Palha Blanco, está fechado desde o passado dia 2. As dificul-

dades financeiras levaram ao pedido de insolvência da firma responsável pela exploração e deixaram quatro pessoas no desemprego. Em Samora Correia,

o supermercado Supersol fechou no dia 23 deixando mais 20 pessoas no desemprego.

pag.: 5

Esp

ecial

Cid

ade da P

óvoa

Nest

a ediç

ão

pag.: 9

Samora defende a Festa

pag.: 15

Azambuja e Carregado

abrem centros escolares

pag.: 9

Campo Pequeno

evoca José Falcão

Page 2: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

ABERTURA

02

voz ribatejana #19

Jorge Talixa

As unidades de cuidados con-

tinuados são uma necessidade

evidente na região mas, por

isto ou por aquilo, os diversos

projectos previstos têm-se

defrontado com sucessivos

problemas e apenas a UCC da

Misericórdia de Arruda dos

Vinhos está a funcionar. Vila

Franca de Xira, Vialonga e

Forte da Casa são algumas das

localidades ainda à espera de

melhores perspectivas que

levem à concretização de

unidades vocacionadas para

acolher doentes em recuper-

ação e idosos que necessitem

de acompanhamento especia-

lizado e de fisioterapia. Todos

concordam que unidades deste

tipo são fundamentais para

aliviar a pressão sobre o satura-

do Hospital Reynaldo dos

Santos, mas os diversos

processos não têm corrido

bem.

O mais avançado é o projecto

de construção da UCC da

ABEI de Vila Franca de Xira,

na fronteira entre esta freguesia

e a das Cachoeiras. O edifício

está praticamente concluído

desde Dezembro, mas ninguém

se apercebeu a tempo que não

havia sistema de saneamento

na zona e só mais recentemente

foi alcançado um entendimento

entre a instituição e os Serviços

Municipalizados de Águas e

Saneamento para a partilha de

custos da rede necessária. Em

Vialonga, o projecto de criação

de uma UCC que se chegou a

desenhar foi abandonado pela

Fundação CEBI, confrontada

com as dificuldades em encon-

trar parceiros necessários e

com a decisão do anterior go-

verno de deixar de devolver os

valores de IVA das obras às

IPSS. Já no Forte da Casa, o

IAC articulou com a

bracarense Britalar a cons-

trução de uma UCC, mas as

dificuldades na obtenção de

apoios fazem com as obras te-

nham andado muito devagar.

Em recente reunião camarária

foi aprovada a revogação do

direito de superfície a favor do

Município e da CEBI de parte

do antigo Sanatório da

Flamenga. Maria da Luz

Rosinha explicou que a vinda

do imóvel à posse da Câmara

implicava o pagamento de uma

prestação mensal e que a autar-

quia avançou no pressuposto

de que a Fundação CEBI con-

cretizaria ali a instalação da

UCC. “A CEBI viu-se con-

frontada com a questão da

alteração do IVA. Todas as

instituições estão sujeitas a

IVA à tabela de 23%, sem po-

ssibilidade de reembolso.

Numa obra de 8 milhões de

euros, isso significa mais de 2

milhões, o que não era

suportável, tendo até em con-

sideração que os apoios da

administração central eram só

de 750 mil euros e o Município

tem um tecto para compartici-

par. Ficava para a instituição

um investimento da ordem dos

9 milhões de euros, o que era

muito pesado”, vincou a presi-

dente da edilidade vila-fran-

quense, esclarecendo que a

CEBI tem continuado a tentar

encontrar um parceiro, mas que

“não tem sido fácil”.

Por isso, Câmara, CEBI e

Direcção-Geral do Património

do Estado (DGPE) decidiram

suspender o processo. “Se

entretanto evoluir, poder-se-á

negociar”, acrescentou Maria

da Luz Rosinha, explicando

que outro problema foi o do

cálculo das prestações venci-

das. A autarquia tentou e con-

seguiu convencer a DGPE de

que as prestações mensais só

deveriam começar a contar a

partir de Janeiro de 2011, altura

em que se previa o arranque

das obras. “Qual não foi a

nossa surpresa quando, há dias,

apareceu um ofício em que

aceitavam a revogação da

cedência, mas pediam-nos 190

mil euros de prestações, tudo

desde o princípio”, sublinhou a

edil, frisando que “correu” para

a Direcção-Geral e aguarda,

agora, a posição do novo

secretário de Estado do

Tesouro, porque entende que a

Câmara só deve pagar os 30

mil euros respeitantes ao

primeiro semestre deste ano.

“Deixa-me alguma mágoa que

a Fundação CEBI não tenha

capacidade para fazer este

investimento tão importante

para o concelho”, observou,

por seu turno, a vereadora Ana

Lídia Cardoso, eleita da CDU,

questionando se a Câmara não

estará interessada em defender

a utilização daquele espaço

como Hospital de Retaguarda

no âmbito do Serviço Nacional

de Saúde, porque “é um espaço

que se degrada de dia para

dia”. Maria da Luz Rosinha

admitiu que, com a

“devolução” do Palácio da

Flamenga ao Património do

Estado esta questão da criação

de um Hospital de Retaguarda

voltará a colocar-se “com

maior incidência”. Embora

reconheça que o Estado não

deverá envolver-se directa-

mente num projecto desse tipo

e que o espaço já não está liga-

do ao Ministério da Saúde, a

presidente da Câmara de Vila

Franca diz que o Governo

poderá tentar cativar interesses

para investir na recuperação e

reutilização daquele edifício

centenário.

A necessidade de unidades de cuidados continuados é evidente

no concelho de Vila Franca de Xira, mas nenhum dos vários

projectos equacionados para Vila Franca, Vialonga e Forte da

Casa está a funcionar, por diversos problemas que entretanto

surgiram com as iniciativas da ABEI, da CEBI e do IAC.

Dentro de dois anos, deverá ser a Misericórdia de Vila Franca

a avançar para a criação de uma UCC nas actuais instalações

do Hospital Reynaldo dos Santos, associada a lares de idosos

e serviços de fisioterapia e consultas de especialidade.

A Comissão de Utentes de Saúde de Vialonga (CUSV) temdesenvolvido, ao longo dos anos, várias iniciativas em defesado aproveitamento para fins públicos do antigo Palácio daFlamenga. Agora, perante a devolução do espaço à adminis-tração central, a CUSV lamenta que, “depois de mais de 12anos de encerramento e muitas peripécias financeiras,económicas e políticas, com anúncios repetidos de “agora éque vai abrir””, o edifício onde já funcionou uma extensãohospitalar continue “desaproveitado e vandalizado”, demon-strando de forma “evidente o desleixo com que tem sidotratado um bem público, que a todos pertence”. No entenderda CUSV, a mais recente decisão da Câmara de Vila Francade revogar a cedência em direito de superfície constitui“mais um episódio ao estilo de entradas de leão e saídas decordeiro”.

Concelho de Vila Franca de Xira

Utentes lamentam 12 anos de“falsas expectativas” naFlamenga

Unidades de cuidados

continuados não andam

07 de Setembro’11

15h00

Salão

da Junta

de Freguesia

das

Cachoeiras

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Page 3: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

03

31 de Agosto de 2011

PRÓXIMA EDIÇÃO DO

VOZ RIBATEJANA

A 14 DE SETEMBRO NÃO PERCA!

O palácio seiscentista da

Flamenga, em Vialonga,

voltou a ser assaltado nos

últimos dias e até metade da

porta principal (metálica) do

edifício do Estado já foi

roubada, deixando todo o

interior do imóvel acessível.

Já em Fevereiro haviam sido

roubados cerca de 2000

azulejos do século XVII que

decoravam a capela dedica-

da a Santo António, avalia-

dos em 40 mil euros.

Nos últimos anos, depois da

desactivação da extensão do

Hospital de Vila Franca de

Xira que ali funcionou até

1989, o palácio tem sido

alvo de sucessivos roubos e

actos de vandalismo. Há

meia dúzia de anos, a

Câmara de Vila Franca

suportou uma operação de

barragem de portas e janelas

com tijolo, mas os roubos

continuaram. O velho palá-

cio do século XVII, um dos

mais importantes símbolos

do património de Vialonga,

lá está, sem vigilância, com

as paredes cobertas de graffi-

tis e agora também de porta

escancarada, permitindo

perceber que o interior está

completamente vandalizado

e coberto de montes de lixo e

restos dos materiais que

alguns se foram encarregan-

do de furtar.

O Voz Ribatejana procurou

obter mais esclarecimentos

junto da Direcção-Geral do

Tesouro e Finanças e da

Câmara de Vila Franca de

Xira mas ainda não teve

resposta.

J.T.

Portas

escancaradas

A obra de construção da

Unidade de Cuidados

Continuados da Associação

para o Bem-Estar Infantil de

Vila Franca de Xira ( a mais

avançada no concelho) está

praticamente pronta desde

Dezembro, mas a falta de uma

rede de esgotos na zona tem

impedido a abertura do serviço,

com capacidade para 30 camas.

Em Julho, os Serviços

Municipalizados de Águas e

Saneamento (SMAS) de Vila

Franca e a ABEI chegaram,

finalmente, a um entendimento

para a partilha de custos e as

obras deverão estar feitas até

final deste ano.

Manuel Martins, presidente da

ABEI, salienta que a institu-

ição desconhecia completa-

mente que aquela zona não era

servida por rede de esgotos e

que seria necessário construir

um ramal com centenas de

metros. Na reunião camarária

de 13 de Julho foi, entretanto,

aprovado um acordo entre o

Município e a ABEI, através do

qual os cerca de 222 mil euros

estimados para a realização da

obra de construção do ramal de

esgotos serão divididos entre

os SMAS e a instituição. A

ABEI deverá suportar cerca de

70 mil euros e os Serviços

Municipalizados de Águas e

Saneamento os restantes 152

mil.

Bernardino Lima, vereador da

CDU, estranhou como é que

ninguém se apercebeu da falta

desta rede de esgotos quando o

projecto foi aprovado. “Aquele

terreno foi cedido à ABEI e

não havia infra-estruturas de

saneamento que o servissem.

Daí que os SMAS se envolvam

na criação dessa infra-estrutu-

ra, que servirá não só aquele

equipamento mas outras situ-

ações que venham ser feitas

naquela área”, frisou, por seu

turno, Maria da Luz Rosinha,

presidente da Câmara vila-

franquense.

“Como é que se aprova um

projecto destes sem perceber

que não existia rede de esgotos

e que vai ter que ser feito um

investimento desta envergadu-

ra e como é que se tem o

equipamento concluído há 7

meses e não se tinha percebido

que não existia rede de esgo-

tos?”, questionou Ana Lídia

Cardoso, eleita da CDU.

O vice-presidente Alberto

Mesquita lembrou que aquela

zona está inserida no âmbito

das AUGI (áreas urbanas de

génese ilegal) e que a rede a

construir vai ligar à ETAR da

Quinta da Coutada. “Esta rede

já devia ter sido feita e ter em

conta o equipamento em causa,

mas não foi assim que aconte-

ceu e encontrámos esta

solução”, explicou. Já José

António Oliveira, membro do

conselho de administração dos

SMAS, acrescentou que foi já

depois da aprovação do alvará

para a obra da UCC que se

apurou que não existia rede de

saneamento.

Falta de esgotos atrasa

abertura da UCC da ABEI

Custos agravados

Inicialmente estimada em 1, 8 milhões de euros, esta UCC

deverá custar mais cerca de 1 milhão de euros, porque

entretanto surgiram novas exigências legais que a ABEI

teve que cumprir e suportar. Dos 2, 8 milhões de euros

agora previstos, a instituição recebe uma compartici-

pação de 750 mil euros da Administração Regional de

Saúde e cerca de 380 mil da Câmara de Vila Franca. O

restante será suportado pela ABEI. “São cerca de 1, 5 mil-

hões de euros, tivemos que recorrer à banca e a alguns

fundos próprios”, acrescenta Manuel Martins, lembran-

do que a UCC é uma grande carência no concelho, terá 30

camas e a gestão de vagas será feita por uma entidade

gestora nacional.

A obra da UCC do Instituto

de Apoio à Comunidade,

lançada no final do ano pa-

ssado, está ainda numa fase

muito inicial por dificuldades

de financiamento

Falta de financiamento

atrasa ampliação

da UCC de Arruda

A Misericórdia de Arruda dos Vinhos tem a única unidade de cuidados

continuados (UCC) a funcionar nesta região, com capacidade para 30

camas. Tendo em conta a notória carência de mais camas e a necessidade

de responder a novas exigências legais, a instituição arrudense elaborou

um projecto de ampliação da UCC para 70 camas, mas o processo tem-se

arrastado desde o final de 2010, porque a Unidade de Missão dos

Cuidados Continuados (UMCC) não garante o financiamento, apesar de se

tratar de uma iniciativa contemplada no acordo de compensações pela

mudança da localização do aeroporto.

Carlos Lourenço, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arruda dos

Vinhos (SCMAV), garante, em declarações ao Voz Ribatejana, que a insti-

tuição não abdica dos 750 mil euros de comparticipação e até está dispos-

ta a recorrer aos tribunais para os exigir. É que, embora a UMCC, diga que

as verbas estão esgotadas, o responsável da Misericórdia recorda que

vários projectos aprovados nas duas primeiras fases do programa não

chegaram a concretizar-se e que no acordo de compensações do Oeste

aprovado pelo governo cessante está claramente definido o apoio a esta

ampliação da UCC de Arruda. Um tema que vamos desenvolver na pró-

xima edição do Voz Ribatejana.

Page 4: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

04

voz ribatejana #19

Jorge Talixa

Com a conclusão das novas

instalações do Hospital

Reynaldo dos Santos, as anti-

gas instalações, situadas no

centro da cidade, deverão

regressar à posse da Santa Casa

da Misericórdia de Vila Franca

de Xira (SCMVFX). Embora

subsistam algumas dúvidas

sobre os direitos relativamente

à totalidade dos edifícios (ver

caixa), o certo é que a mesa

administrativa da SCMVFX

tem uma estratégia já definida

para o que pretende fazer

naquele extenso imóvel, voca-

cionado para actividades na

área da saúde e na área social.

Tendo em conta que tem uma

lista de espera da ordem das

240 pessoas para internamento

em lar e que é notória a falta em

Vila Franca de uma unidade de

cuidados continuados e de

serviços de consultas especia-

lizadas, os responsáveis da

SCMVFX têm ideias definidas

e estabeleceram já alguns con-

tactos com eventuais parceiros,

entre eles o próprio Grupo

Mello, que lidera o consórcio

actualmente responsável pela

gestão do Reynaldo dos Santos.

“Acho que Vila Franca de Xira,

pela natureza da sua população,

bastante idosa, bastante caren-

ciada também e, por razões

acrescidas agora pela crise

económica e social do País,

penso que a Santa Casa poderá

ter uma oportunidade única de

exercer ali aquelas que se

chamam as verdadeiras obras

de misericórdia, alargadas aos

próprios cuidados de saúde e

não só, para lhe permitir pers-

pectivar um futuro melhor”,

adiantou Carlos Caetano Dias,

provedor da Misericórdia vila-

franquense, em declarações ao

Voz Ribatejana, explicando que

a instituição já transmitiu à

Administração Regional de

Saúde a sua vontade de, con-

cluído este ciclo de mudança do

Hospital para as novas insta-

lações, poder articular e desen-

volver ali um projecto alargado

que abranja lares de idosos com

uma vertente social muito vin-

cada, unidade de cuidados con-

tinuados, centro de dia, hospital

de dia e consultas de especiali-

dade. “Pensamos também que

pode ser feito por etapas, devi-

do às dificuldades financeiras,

tem que ser por etapas e pode

ter também análises clínicas,

consultas especializadas, que

nunca houve em Vila Franca e é

um drama para as pessoas

pobres como é que vão às con-

sultas de especialidade fora

daqui. Pensamos numa unidade

com um cunho e uma orien-

tação muito social”, refere

Carlos Caetano Dias, explican-

do que tem havido contactos

com grupos privados com

experiência na área da saúde.

“É desejável que aquelas insta-

lações não fiquem muito tempo

paradas”, prossegue o provedor

da Misericórdia de Vila Franca,

salientando que outra compo-

nente muito importante é a de

lar, porque a capacidade de

resposta actual da SCMVFX

fica bastante aquém das nece-

ssidades (ver caixa). “Já temos

nos nossos lares cerca de 15

pessoas em cuidados continua-

dos praticamente, mas que não

correspondem a uma ver-

dadeira terapia de cuidados

continuados. Estamos a fazer

uma resposta social de lar o

melhor que podemos, com as

equipas médicas, com enfer-

magem, com fisioterapia, já

temos isso tudo, que não tí-

nhamos, mas fica muito aquém

dos meios de tratamento e de

diagnóstico que só as unidades

próprias podem ter. Acho que

ali (actuais instalações do hos-

pital) haverá todas as condições

para avançar para um processo

desses”, conclui Carlos

Caetano Dias.

Também a presidente da

Câmara de Vila Franca de Xira

já se referiu a esta possibilidade

e apoia a hipótese de criação de

uma UCC nas actuais insta-

lações do Reynaldo dos Santos.

“A defesa que tenho feito é que

deve ser uma UCC, que é bas-

tante necessária e que até pode

ser gerida pela mesma entidade

que gere o hospital. Não termos

nada a obstar”, observa Maria

da Luz Rosinha, frisando que

sabe que a Fundação CEBI

também contactou o Grupo

Mello a propósito da eventual

UCC de Vialonga, mas que

“não houve, no primeiro

momento, grande interesse da

parte do consórcio”.

Misericórdia equaciona UCC e lar

para as actuais instalações do Hospital

Dentro de dois anos, o Hospital Reynaldo dos Santos já de-

verá estar a funcionar nas novas instalações, a Norte da

cidade de Vila Franca de Xira. A Santa Casa da Misericórdia

vila-franquense, proprietária dos actuais edifícios hospita-

lares, pensa desenvolver uma unidade de cuidados continua-

dos nos antigos imóveis do centro da cidade, associada a lares

para idosos, centros de dia e serviços de fisioterapia, consultas

de especialidade e análises clínicas.

Os dois lares da SCMVFX têm capacidade para 120 idosos,mas a centenária instituição social de Vila Franca de Xira temmais 240 pessoas em lista de espera para internamento em lar- cerca de 200 mulheres e mais de 40 homens. “Entendemosque a Santa Casa tem uma oferta hoje que não corresponde aessa procura. É necessário dar esse salto”, sublinha o prove-dor, vincando que muitas destas pessoas inscritas são pessoascarenciadas, com reformas baixas, que necessitam de

respostas.“Numa instituição que tem 120 vagas de resposta em lar ecerca de 240 pessoas em lista de espera, qualquer mais-valiade acréscimo será bem-vinda, porque é necessária. A ofertaque temos é muito pequena para a procura que existe. E aprocura hoje tem uma vertente diferente, a maioria das pe-ssoas que nos chegam são as que estão mais dependentes”,sustenta.

Grupo Mello abertoa negociaçõesVasco Luís de Mello, presidente da nova comissão execu-tiva do Hospital Reynaldo dos Santos, disse, ao VozRibatejana, que o Grupo Mello “está aberto a poderequacionar com a Santa Casa da Misericórdia de VilaFranca soluções para as actuais instalações”. O admin-istrador hospitalar sabe que, em 2013, estas instalaçõesserão devolvidas à SCMVFX e deixam de ser utilizadaspelo consórcio Escala Vila Franca que dirige. “Estamosabertos a dialogar, mas não temos nenhuma solução,nem pensámos em nada”, sublinha, frisando que estanova administração assumiu a direcção do Reynaldo dosSantos há pouco mais de 2 meses.

240 pessoas em lista de espera

Questões de propriedade

Maria da Luz Rosinha tem dito que tem indicações de que a

Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo

(ARSLVT) entende que a parte antiga das actuais instalações

do Reynaldo dos Santos pertence à Misericórdia e que a parte

nova, construída na década de 90, será propriedade da própria

ARS. A mesa administrativa da SCMVFX tem uma visão

completamente diferente, considerando que todo o imóvel é

pertença da instituição vila-franquense, conforme estará

expresso nos contratos existentes.

“Existem documentos oficiais da própria estrutura do Estado

que configuram a área como propriedade da Santa Casa. Por

outro, o contrato feito há mais de 20 anos consigna claramente

que mesmo as construções sujeitas a alterações ou modifi-

cações serão sempre propriedade da SCMVFX. Isso está no

contrato de arrendamento. As benfeitorias revertem a favor da

Santa Casa. O contrato assinado pelo provedor Orlando de

Almeida Vieira está muito bem feito”, sublinha Carlos

Caetano Dias.

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Aveiras celebra mês das vindimas

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associação para gerir os destinos deste projecto, vão receber os visitantes nas suas

vinhas para um conjunto de actividades que vão desde a vindima à preparação do

próprio almoço. Os interessados deverão fazer as suas reservas através do Posto

Turismo pelo número, 263 400 476 ou pelo e-mail: [email protected]

Page 5: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

05

31 de Agosto de 2011

RotRota dosa dos

AAvieirosvieiros

Jorge Talixa

O conhecido restaurante “O

Redondel” de Vila Franca de

Xira está encerrado desde o pa-

ssado dia 2, porque a empresa

que explorava o estabelecimento

entregou um pedido de insolvên-

cia no Tribunal do Comércio de

Lisboa. As dificuldades acentu-

aram-se nos últimos dois anos,

com a quebra de afluência da

restauração em geral que também

afectou, e muito, o restaurante

instalado no lado Sul da Praça de

Toiros Palha Blanco. Os quatro

funcionários ficaram sem

emprego e a Misericórdia de Vila

Franca de Xira terá que aguardar

a conclusão do processo em tri-

bunal para tentar encontrar outros

interessados na sua exploração.

Um desfecho triste, até porque a

Palha Blanco comemora os seus

110 anos já neste mês de

Setembro. O Voz Ribatejana

apurou que a firma Custódio

Heliodoro Sezões, que explorou

o Redondel durante muitos anos,

foi vendida em 2009 a um fun-

cionário da casa. As coisas não

correram bem, até pela fase

muito difícil que o País atravessa,

e o restaurante conhecido

mundialmente, pelos pratos que

oferecia e pela sua integração

original na conhecida praça de

toiros vila-franquense, foi defi-

nhando progressivamente. Nos

últimos meses estava reduzido a

quatro funcionários – dois na

cozinha, uma na copa e um ele-

mento a servir as mesas. Segundo

Carlos Caetano Dias, provedor

da Santa Casa da Misericórdia de

Vila Franca de Xira (SCMVFX),

o novo responsável da firma con-

tactou a instituição há alguns

meses solicitando uma redução

da renda. “A Santa Casa enten-

deu que reduzir a renda consti-

tuiria, a médio/longo prazo um

prejuízo, porque, quando

quisesse renegociar o aluguer

estaria, com certeza, aquele

património com um valor muito

mais baixo. O que concordámos

foi que o senhor até poder pagar

fosse pagando e, no momento em

que não pudesse, estávamos cá

para avaliar o que fazer”, expli-

cou Carlos Caetano Dias ao Voz

Ribatejana, frisando que o con-

trato existente expirava a 31 de

Dezembro de 2011 e que a

SCMVFX estava disponível para

encontrar soluções até lá. Não

esperava é que os novos donos da

firma optassem por este formato

do pedido de insolvência e por

fechar o restaurante sem aviso

prévio. No passado dia 4, a

SCMVFX recebeu uma carta a

comunicar o encerramento do

Redondel a partir de 2 de Agosto

e, nesse momento, já o processo

de insolvência estava em curso.

Os advogados das duas partes

chegaram, entretanto, a um con-

senso quanto à indicação do

administrador da insolvência e

Carlos Caetano Dias espera que o

processo seja rápido, de forma a

que a exploração do restaurante

possa ser novamente concessio-

nada. A firma ainda pagou a

renda de Junho, já não pagou

Julho, mas como existia um mês

de caução, a SCMVFX entende

que, em princípio, estão “quites”

relativamente a estes pagamen-

tos. Mas havia uma cláusula no

contrato que prevê uma inde-

mnização da SCMVFX no caso

do estabelecimento ser encerrado

antes do final do contrato. Carlos

Caetano Dias lamenta esta opção

e considera que teria sido melhor

suspender apenas o funciona-

mento do restaurante e colocar

um aviso de fecho para obras de

remodelação, que também são

necessárias. O Voz Ribatejana

tentou, nos últimos dias, contac-

tar os responsáveis da firma que

explorava o Redondel, mas tal

não se revelou possível até ao

fecho desta edição.

Funcionários em

grandes dificuldades

Os quatro funcionários do Redondel foram, também eles,

surpreendidos por este desfecho. Já tinham, segundo referi-

ram ao Voz Ribatejana, os salários de Junho e Julho em

atraso e o patrão comunicou-lhes, na noite de dia 2, que o

restaurante fechava a partir do dia seguinte. “Vieram sem

ordenado e sem subsídio de férias e sem carta para o subsí-

dio de desemprego”, contou uma familiar, frisando que

foram obrigados a recorrer à Autoridade para as Condições

do Trabalho (antiga Inspecção do Trabalho) e que só no

final de Setembro deverão ter acesso ao fundo de desem-

prego. “Ultimamente tinha menos frequência e havia muita

pressão sobre os funcionários. Diziam que não havia di-

nheiro e que havia muitas despesas. Os empregados

ficaram numa situação muito complicada”, referiu.

As crescentes dificuldades levaram a firma que explorava o restaurante Redondel a pedir a

insolvência e a fechar um dos mais conhecidos estabelecimentos de Vila Franca de Xira no passa-

do dia 2.

T2 T3 T4

junto ao

Parque Urbano

de Vila F. Xira

(Sta Sofia)

| cozinhas equipadas | acabamentos de luxo | pré-instalação de energia solar e

ar condicionado | aspiração central | parqueamento | terraços | arrecadação |

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a 500 metros do centro de Vila F. Xira

António José Inácio, presidente da Junta de

Freguesia do Forte da Casa, está a recuperar

bem do enfarte que sofreu em meados de Agosto.

Segundo Maria da Luz Rosinha, António José Inácio já

regressou a casa depois de algum tempo de internamen-

to hospitalar. O autarca tem 63 anos e, para além da

Junta, é também presidente do Instituto de Apoio à

Comunidade e director da Escola de Toureio José Falcão.

Insolvência fecha restaurante

emblemático de Vila Franca

Page 6: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

06

Ficha técnica: Voz Ribatejana Quinzenário regional Sede da Redacção e Administração – Centro Comercial da Mina, Loja 3 Apartado 10040, 2600-126 Vila Franca de Xira Telefone geral – 263 281 329Correio Electrónico – [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Proprietário e editor – Jorge Humberto PerdigotoTalixa - Director – Jorge Talixa (carteira prof. 2126) Redacção – Miguel António Rodrigues (carteira prof. 3351), Carla Ferreira (carteira prof. 2127), Paula Gadelha (carteira prof. 9865) e Vasco Antão (carteirade colaborador 895) Paginação - António Dias Colaboradores: Adriano Pires, Hipólito Cabeça, Paulo Beja Concessionário de Publicidade – PFM – Radiodifusão Lda. Área Administrativa e Comercial –Júlio Pereira (93 88 50 664) e Afonso Braz (936645773)Registo de Imprensa na ERC: 125978 Depósito Legal nº: 320246/10 Impressão CIC – Centro de Impressão Coraze Tiragem – 5000 exemplares

O Melhor e o Pior da Quinzena

Editorial

Insolvência

não é o

caminho!

A crise económica veio para ficar

e ameaça espalhar-se não só pela

Europa, como também pela

América. A região do Ribatejo e

Oeste acompanhada pelo Voz

Ribatejana não podia deixar de

sofrer as consequências da situ-

ação em que Portugal caiu. Se

durante alguns anos o impacto

ainda foi amortecido por alguma

capacidade de sobrevivência das

empresas, começam agora a multi-

plicar-se os processos de insolvên-

cia. E se o problema parecia

ameaçar mais sectores como a

construção civil e o imobiliário

espalha-se agora de forma ainda

mais preocupante.

Trazemos nesta edição o relato de

três casos entre muitos que vão

abalando a região. O Supersol de

Samora, o Redondel de Vila

Franca e a TNC de Alverca são

três exemplos de um caminho

muito perigoso que está a seguir a

nossa economia. Perigoso, porque

não se vê a organização e o estí-

mulo para que tudo isto dê a volta

e para que o País passe a conseguir

cumprir todos os seus compromi-

ssos.

É que o exemplo devia partir de

cima e o Estado devia tentar ser o

primeiro a cumprir atempada-

mente os seus compromissos.

Também nesta edição trazemos o

caso das dívidas do Ministério da

Educação às autarquias locais e

das dificuldades que estas têm em

continuar a assumir responsabili-

dades que directamente não são

suas. Se alguns municípios ainda

têm uma situação financeira equi-

librada que lhes permite “aguen-

tar” por mais algum tempo e man-

ter o equilíbrio financeiro apesar

dos 6 milhões de euros que tem

para receber da administração cen-

tral, outros já não o conseguem

fazer, porque as receitas e as trans-

ferências não param de descer.

Tudo isto acaba por se transformar

num ciclo vicioso, em que o

Estado não paga apesar dos mi-

lhares de milhões recebidos no

âmbito do plano da “Troika”, as

autarquias vão acumulando dívi-

das, as empresas não têm liquidez,

muitas vão para a insolvência,

cresce o desemprego e a

Segurança Social paga as respecti-

vas compensações. É preciso dar a

volta a tudo isto, inverter este sen-

tido de degradação e trabalhar com

responsabilidade, usando o que

temos no que é essencial como a

educação, a saúde e o emprego.

Jorge Talixa

Inquérito

A degradação da economianão pára de fazer vítimas.Também na região ribate-jana multiplicam-se os casosde insolvência. E muitosdeles revelam-se depois dasférias de Verão, com muitasempresas a esgotarem osúltimos cartuchos e a nãoencontrarem condições desobrevivência

Um jovem casal ribate-jano foi dado a conhecerao País, em meados deAgosto, com uma visitada ministra daAgricultura. Nelson eLinda, naturais daGlória do Ribatejo,inves-tiram 800 mileuros na modernizaçãoda exploração de tomateda Lezíria de VilaFranca a que dedicarama vida. Esperam oprimeiro filho e algunsjornalistas da capitaltentaram arrancar-lhespalavras de dúvida sobreo futuro na agricultura.Souberam tornear muitobem as perguntas e afir-maram que será o filhoa decidir o seu futuro,mas que a agriculturapode ser um bom modode vida se for feita deforma profissional.

TODOS COM VOZ

Maria Isabel Caetano, 71

anos

Isto prejudica a fruta toda. Apanhamos aqui

muito calor. No Verão é um calor aqui dentro

que não se suporta. Há uns anos, puseram

umas telhas que se via que já não eram novas,

eram transparentes, mas já estavam baças e

não faziam tanto mal e tanto calor como estas.

Agora, nos dias de muito calor, é muito difícil.

Acho que a Junta ou a Câmara deviam ver que isto

não era coisa para aqui. Afecta-nos muito.

O mercado, para a época que temos, não terá as condições

todas, porque não temos aqui frio para guardar as coisas. Mas anda limpinho, está mais

ou menos. Só falta essa parte do frio, o peixe não tem nada de frio e a gente aqui (fruta

e legumes), se tivéssemos uma coisa de frio para pôr umas coisas que sobram era bom.

Assim, não podemos ter aqui nada de sobras, porque não temos onde guardar.

Ainda vem muita gente ao mercado, sobretudo ao sábado de manhã. Está a diminuir,

mas isso acho que é geral. O mercado está bem localizado. As telhas é que fazem um

calor que não se pode aqui estar. É um calor debaixo das telhas que é um disparate. Não

sei quem é que foi o inventor disto.

Há 50 anos que vendo no mercado, primeiro no velho junto ao pelourinho e depois fi-

zeram este aqui.

voz ribatejana #19

Vendedores querem nova

cobertura do mercadoAs novas telhas transparentes colocadas, há cerca de 1 ano, no mercado retalhista de Alverca, têm gerado muitos protestos de vendedores e vis-

itantes. O calor, especialmente no Verão e em certas horas do dia, é quase insuportável e a forte incidência da luz sobre frutas e peixe também

acaba por contribuir para a sua mais acelerada deterioração. Alguns dos comerciantes do mercado já procuraram improvisar, até mesmo com

panos colocados sobre as bancas para evitar a luz do sol. Outro comprou mesmo umas telhas verdes que, por não serem transparentes, aju-

daram muito à protecção da respectiva banca e de espaços de venda vizinhos. Certo é que os vendedores reclamam uma solução mais definiti-

va, que até poderia passar pela extensão destas telhas verdes e interrogam-se de quem foi a ideia de colocar ali uma cobertura transparente que

tantos problemas tem causado.

Francisca Quaresma, 78 anos

Tiraram umas telhas feias e meteram estas, mas ficou aqui um sol

que as freguesas fogem daqui com o calor. Acho que deviam meter

destas telhas mais escuras. Eu não posso fazer isso, a reforma é

pequenina e, se hei-de ficar em casa, venho para aqui, mas não é

pelo que ganho.

Realmente estavam aqui umas telhas muito feias, estava mal, mas

estas são mais transparentes e é muito complicado. No Verão é ho-

rrível.

Eu estou sempre contente com

o mercado, contento-me

com pouco, para mim

está tudo bem, o que

precisa é de fregue-

sia, mas agora há

tantas superfícies

grandes que tiram a

venda aos pequeni-

nos. O pequeno está

tudo a fechar. Só ao

sábado é que temos

aqui mais um bocadinho

de movimento.

Page 7: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

07A grande maioria dos leitores do blog do Voz

Ribatejana considera que a Câmara vila-franquensedeve comprar a antiga Marinha de Vila Franca deXira. Setenta e oito por cento dos participantes achaque a autarquia deve gastar os oito milhões de eurospedidos pela administração central e encontrar novosdestinos para toda aquela área. Participaram 61

leitores neste inquérito. Já 11 dos votantes são contra.

Alverca

31 de Agosto de 2011

O problema da libertação do

espaço do antigo cemitério de

Alverca parece longe da res-

olução. Conforme noticiou o

Voz Ribatejana na sua edição

de 20 de Julho, os Bombeiros

Voluntários de Alverca

aguardam há anos que as autar-

quias locais cumpram a

promessa de cedência do

espaço para a ampliação do seu

quartel. Mas o processo está

muito atrasado e a falta de

meios associada ao melindre

da desactivação de um

cemitério onde permanecem

largas dezenas de campas e

jazigos complicam a situação.

Os vereadores da CDU

voltaram a abordar o tema na

recente reunião camarária real-

izada em Alverca, observando

que os bombeiros continuam

confrontados com a falta de

espaço para expandirem o

quartel e criarem uma área de

estacionamento. “Os desen-

volvimentos que estão à vista

levam-nos a crer que este

processo será prorrogado

indefinidamente no tempo,

pelo que solicitamos à autar-

quia que seja feito um crono-

grama para a desactivação

deste cemitério”, disse Nuno

Libório, lembrando que, em

2008, foi afixado um edital

pela Junta de Freguesia que

anunciava a desactivação e

avisava os familiares que deve-

riam dirigir-se aos seus

serviços para tratar dos proces-

sos de trasladação dos restos

mortais. “Passados 3 anos ver-

ificamos que o referido

cemitério se encontra comple-

tamente ao abandono e quanto

à exumação dos corpos nada

foi feito”, sustentou o eleito da

CDU.

Nuno Libório disse perceber as

preocupações expressas por

Afonso Costa, presidente da

Junta de Freguesia, em declar-

ações ao Voz Ribatejana.

“Passámos pelo local e não

gostámos nada do que vimos,

ainda existem muitas campas

por trasladar. Até podemos

perceber que possam estar em

causa questões financeiras,

mas quero recordar declar-

ações do vereador Alberto

Mesquita sobre o cemitério e

sobre uma solução para um

problema de trânsito com a

construção ali de uma rotun-

da”, vincou o autarca comu-

nista, estranhando que em

2008 estivesse tudo “bem

encaminhado” e que, três anos

depois, o processo de desacti-

vação do antigo cemitério

pouco tenha evoluído.

Maria da Luz Rosinha frisou

que a Junta de Alverca “vem há

bastante tempo a desenvolver

um conjunto de situações rela-

cionadas com as trasladações,

principalmente das campas. Há

uma situação ainda mais com-

plicada que são os jazigos.

Nalguns casos são verdadeiras

edificações e que trazem sem-

pre consigo um problema de

duas naturezas: a sensibilidade

das pessoas face aos seus entes

queridos e o problema da

ausência de condições para as

pessoas fazerem a mudança”.

Depois, a edil vila-franquense

admite que se coloque a

questão de como é se vai fazer

uma mudança desta enver-

gadura numa época de tão

grandes dificuldades finan-

ceiras. “O cemitério está no

âmbito das competências da

Junta de Freguesia, sobre isso

tem havido um entendimento

perfeito entre a Junta e a

Câmara. Os bombeiros pedi-

ram para fazer um levantamen-

to topográfico, para depois faz-

erem o projecto”, prosseguiu a

presidente da Câmara, recon-

hecendo que a situação vai

levar algum tempo a resolver.

“Não me pode pedir que eu

diga que a Câmara vai assumir

a mudança dos jazigos, porque

não vai, pelo menos nesta con-

juntura económica não vai. Aí

é diferença entre a demagogia

e a realidade e a realidade

cabe-me a mim, mesmo que

não seja simpática”, referiu.

Jorge Talixa

Morre em Valada para salvar a filha

Carlos Cardoso, de 37 anos, residente na freguesia das Cachoeiras, morreu, no passado dia

11, por afogamento na praia fluvial de Valada, no concelho do Cartaxo. Encontrava-se com

a filha de 11 anos, numa zona situada junto ao cais de Valada quando terão sido surpreen-

didos por um fundão. Carlos, que não sabia nadar, ainda terá conseguido empurrar a filha

para zona mais segura, mas acabou por desaparecer nas águas do Tejo. O corpo foi encon-

trado, cerca de 4 horas depois, por mergulhadores dos Bombeiros Municipais do Cartaxo.

Um familiar que se encontrava no local sofreu problemas cardíacos e foi transportado para

o Hospital Reynaldo dos Santos de Vila Franca de Xira, para cuja morgue seguiu também

a vítima de afogamento. O comandante dos Bombeiros do Cartaxo frisou que há zonas da

margem ribeirinha de Valada interditas a banhos e fundões a alguns metros da areia que

podem ter mais de três metros de profundidade. Recomendou, por isso, muitas cautelas,

também porque o Tejo apresenta nesta época do ano correntes bastante fortes. Há cerca de

um ano já se verificara outra morte na mesma área. Carlos Cardoso deixa dois filhos

menores.

Libertação do cemitério

sem solução à vista

A nova cobertura do mercado de Alverca, instalada em 2009, está a gerar muitas críticas dos

vendedores, fartos de suportar as altas temperaturas originadas pelas placas transparentes, que

deixam passar muita luz, mas também muito calor. O problema foi colocado em recente reunião

camarária pelo presidente da Junta de Alverca, Afonso Costa, frisando que os vendedores se

queixam do excesso de luz e de calor, que “contribuem para uma rápida deterioração dos produ-

tos”.

Maria da Luz Rosinha vincou, por seu turno, que, quando a questão foi analisada pelos serviços

técnicos do Município, não se identificaram grandes problemas. A edil prometeu promover logo

que possível um contacto entre técnicos camarários e da junta. “É possível colocar uns cortina-

dos que se recolhem, do tipo persianas. E até podemos utilizar várias cores que dão uma certa

alegria ao espaço”, sugeriu a presidente da edilidade.

Fogo queima mato em Vialonga

Um incêndio de grandes proporções consumiu, na tarde do passado dia 15, dezenas de

hectares de mato nas encostas do Monte Serves e da Serra da Aguieira, na freguesia de

Vialonga. O alerta foi dados aos bombeiros cerca das 14h15 e o combate revelou-se particu-

larmente difícil, devido à irregularidade dos acessos, ao mato seco existente e ao vento.

Embora existam algumas casas na zona da Aguieira, os bombeiros garantiram que nunca

estiveram em perigo.

Foi preciso mobilizar 154 efectivos de 17 corporações de toda a região e as chamas foram

controladas ao final da tarde, também com um forte apoio de um heli-pesado Kamov. O fogo

chegou a dividir-se em duas frentes de grande dimensão e os bombeiros mantiveram uma vi-

gilância atenta nos dias seguintes para evitar reacendimentos.

Cobertura

transparente

aquece mercado

de Alverca foto: Adriano Pires

As placas mais escuras colocadas por um

vendedor atenuaram bastanr o problema

78% a

favor

18%

contra

2%

NS

Page 8: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

08

SOCIEDADE

voz ribatejana #19

SSAANNTTAA CCAASSAA DDAA MMIISSEERRIICCÓÓRRDDIIAADDEE VVIILLAA FFRRAANNCCAA DDEE XXIIRRAA

AA IInnssttiittuuiiççããoo tteemm ppaarraa aarrrreennddaarrnnoo cceennttrroo ddaa CCiiddaaddee::

11.. EEssccrriittóórriioo((11ºº aannddaarr))

ccoomm 3300mm22;;

CCoonnttaaccttooss:: RRuuaa GGoommeess FFrreeiirree,,nn..ºº 1133 (( TTeell..:: 226633 228877 330000 ))

Jorge Talixa

O que resta da primeira fábri-

ca portuguesa de curtumes

vai ser transformado num

hotel de 4 estrelas vocaciona-

do também para funcionar

como residência temporária

para idosos com algumas

posses. As demolições rea-

lizadas nas últimas semanas

em algumas áreas da chama-

da “Quinta da Fábrica” para o

desenvolvimento do novo

projecto estão, todavia, a

gerar alguma polémica. Os

vereadores da CDU dizem

que foram feitas sem a devida

autorização numa zona de

protecção especial da antiga

fábrica, do pelourinho de

Povos e do Senhor da Boa

Morte. Mas o executivo

camarário de Vila Franca

garante que as edificações

classificadas não foram afec-

tadas e que tem vindo a discu-

tir o assunto com o Igespar,

frisando que só é possível

recuperar vestígios da antiga

fábrica com um projecto que

gere mais-valias como este do

hotel.

A ideia de construir um hotel-

residência para idosos na

Quinta da Fábrica, na locali-

dade de Povos, já tem mais de

10 anos, mas defronta-se

desde 2002 com um conjunto

de exigências legais. O pro-

jecto contempla um edifício

de 5 pisos com uma área total

de construção de 18 906 me-

tros quadrados e, para além

das áreas de alojamento e

residência numa zona tran-

quila protegida pela encosta

do santuário do senhor da

Boa Morte, prevê uma pisci-

na e um pavilhão polivalente.

Segundo Bernardino Lima,

vereador da CDU, a 4 de

Agosto começaram no local

trabalhos de demolição que já

levaram ao derrube de “uma

parte do edifício do palácio e

de algumas instalações da

antiga fábrica de curtumes” e

foram movimentadas muitas

toneladas de terras. Por isso,

os eleitos comunistas dirigi-

ram um requerimento ao

executivo camarário onde

sustentam que parte destes

trabalhos foram feitos uma

zona de protecção especial da

antiga fábrica setecentista

(ver caixa) e questionam se

foi dada autorização para

estas demolições. Na respos-

ta, diz Bernardino Lima, a

Câmara confirma que emitiu

alvará para o empreendimen-

to, mas não esclarece se deu

autorização para estas

demolições. “Se não deu, que

atitudes tomará a Câmara

depois deste atentado ao

património do concelho?”,

questionou o autarca.

“Não sei a que atentado ao

património se refere atenden-

do ao estado em que o imóvel

que refere se encontra”, reage

Maria da Luz Rosinha, presi-

dente da edilidade vila-fran-

quense, salientando que, se

não forem criadas condições

para a sua reabilitação, estes e

outros edifícios históricos do

concelho acabarão por cair. A

eleita do PS defende que o

Estado não pode ter a este

respeito uma atitude cega e

surda que “nada permite

fazer” e tem que adoptar

uma postura realista. “A

intervenção na Quinta da

Fábrica, só para a recuper-

ação daquela parte históri-

ca ultrapassa 1 milhão de

euros, sem retorno”, expli-

ca Maria da Luz Rosinha,

frisando que, se não houver

condições para os promo-

tores retirarem algumas

mais-valias, “as coisas sim-

plesmente cairão”.

Alberto Mesquita, vice-

presidente da Câmara com

responsabilidades no

urbanismo, defende a

mesma filosofia e recorda

que este empreendimento

já tem projecto de arquite-

ctura aprovado desde 2002

e licença de construção de

2006, só que, entretanto,

surgiram também questões

colocadas pelo Instituto da

Água e pela Epal que foi

preciso ultrapassar. “Em

2002 também foi aprovado

pelo Ippar (hoje Igespar)

um estudo de recuperação

do património da Quinta da

Fábrica. Passados 10 anos,

esse estudo está desactualiza-

do e foi isso que dissemos,

esta semana, em reunião com

o director-regional do

Igespar, tentando que o estu-

do fosse alterado e fosse per-

mitida a demolição, no todo

ou em parte, reconstituindo

com fidelidade a traça origi-

nal”, defende Alberto

Mesquita, explicando que as

negociações com o Igespar

ainda estão a decorrer, mas

garantindo que tudo o que

está a ser feito está aprovado

pelo Município.

Já o social-democrata João de

Carvalho, responsável pelo

pelouro da cultura, também

participou na reunião com o

Igespar e assegura que “o que

foi deitado abaixo não per-

tence às áreas classificadas”,

esclarecendo que “o que está

classificado é o pequeno

palacete e aquele corpo prin-

cipal. O projecto está aprova-

do e o que veio abaixo não

está classificado. O que está

classificado não foi nada

demolido”, afiança, defen-

dendo também que “ou se faz

alguma intervenção e preser-

vamos alguma coisa ou não

temos nada”.

Utentes dos serviços de saúde do concelho de Benavente concen-

traram-se, no dia 23, frente à Administração Regional de Saúde de

Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), para reclamarem o efectivo cumpri-

mento do protocolo celebrado entre este organismo e a Misericórdia de

Benavente, que prevê a comparticipação das consultas efectuadas no

hospital desta instituição. Desde 1 de Julho que a ARSLVT deu

instruções aos centros de saúde para encaminharem os utentes de

Benavente para consultas do Hospital de Vila Franca de Xira, mas a

população e os autarcas de Benavente dizem-se discriminados, uma

vez que utentes residentes nos vizinhos municípios de Coruche e de

Salvaterra continuam a poder aceder a consultas comparticipadas no

Hospital da Misericórdia de Benavente.

No dia 3, cerca de 400 pessoas participaram numa reunião alargada

sobre a matéria promovida pela Comissão de Utentes do Concelho de

Benavente (CUCB) e decidiram lançar um abaixo-assinado, cujo

primeiro grupo de 1000 assinaturas foi agora entregue à ARSLVT.

Entretanto, o provedor da Misericórdia de Benavente reuniu com

responsáveis da ARSLVT e foi informado que as consultas de derma-

tologia e de fisioterapia voltariam a ser comparticipadas no Hospital de

Benavente por falta de capacidade de resposta no Hospital de Vila

Franca, mas as consultas de cardiologia e de cirurgia, também contem-

pladas no acordo assinado pelas duas entidades em Março, continuam

com as comparticipações suspensas. Norte Jacinto, provedor da

Misericórdia, garante que não foi isso que ficou assente nas negoci-

ações para o protocolo e a CUCB sustenta que os utentes de Benavente

não podem ser obrigados a percorrerem mais 20 a 40 quilómetros, su-

gerindo que a alteração da posição da ARSLVT pode ter a ver com o

facto do Hospital de Vila Franca ter entrado a 1 de Junho num modelo

de gestão privada, liderado pelo Grupo Mello.

Já Carlos Coutinho, vice-presidente da Câmara de Benavente, diz que

obrigar os utentes do concelho a efectuarem tratamentos de fisioterapia

no Hospital de Vila Franca “põe em causa a possibilidade de concili-

ação com os horários de trabalho e contraria o interesse público, aten-

dendo aos custos que o transporte e o retorno dos doentes envolvem,

quando existe em Benavente um serviço que funciona bem e com cus-

tos reduzidos”. A autarquia já pediu uma reunião urgente ao ministro

da Saúde para abordar esta matéria e o problema da falta de médicos

no concelho. “Não faz sentido os benaventenses ficarem excluídos de

um serviço de proximidade prestado pela sua Santa Casa da

Misericórdia, para beneficiar um grupo privado e pondo em causa a

própria viabilidade desta instituição secular”, acrescenta a CUCB, que

promete novas acções de protesto.

Fábrica com quase

300 anos classificada

em 2010

A primeira fábrica portuguesa de atanados (curtumes) foi

fundada nesta zona de Povos em 1729. Com autorização

régia de D. João V, foi construída pela família Mendes de

Faria e o complexo incluía amplos espaços fabris, residências

para artesãos e um solar onde viveu a família fundadora. A

Real Fábrica de Atanados manteve uma actividade intensa até

final do século XVIII, passando, depois, por diferentes fases

de laboração até à década de 40 do século passado. O conjun-

to da chamada “Quinta da Fábrica” entrou, então, em aceler-

ada degradação e sofreu um grave incêndio em 1999. Já em

Abril do ano passado, o conjunto da antiga Real Fábrica de

Atanados da Vila de Povos foi classificado como monumen-

to de interesse público por portaria assinada pelo então

secretário de Estado Elísio Summavielle. O despacho sublin-

ha que o complexo “representa um importante testemunho de

uma época específica da história nacional, ao relacionar-se

directamente com a política de industrialização levada a cabo

pelo rei D. João V”. E acrescenta que o imóvel tinha a forma

de um U irregular com uma capela integrada e possuía, ainda,

a chamada casa da torre, habitações para artesãos, estruturas

ligadas à produção de curtumes, áreas agrícolas e jardins. É

também importante pelo seu carácter pioneiro numa altura

em que se procurou resistir à invasão de couros curtidos em

Inglaterra.

Demolições na Quinta da

Fábrica dão polémica

As demolições realizadas, durante o mês de Agosto, na

chamada “Quinta da Fábrica”, em Povos, estão a gerar

controvérsia. O executivo camarário garante que os

trabalhos destinados á construção de um hotel não

afectaram em nada os edifícios classificados ligados à

primeira fábrica portuguesa de curtumes, ali instalada

em 1729. A CDU tem opinião contrária e recorda que

aquele espaço também está na zona de protecção espe-

cial da antiga fábrica, do pelourinho e do Senhor da

Boa Morte .

Utentes de Benavente

reclamam consultas

em Lisboa

Page 9: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

31 de Agosto de 2011

Jorge Talixa

A presidente da Câmara de Vila

Franca de Xira diz que a dívida

da Direcção Regional de

Educação de Lisboa e Vale do

Tejo (DRELVT) ao Município já

ultrapassa os 500 mil euros,

respeitantes ao fornecimento de

refeições a crianças do pré-esco-

lar, a transportes de alunos e à

chamada componente de apoio à

família (prolongamento de

horários). Sem conseguir obter

nenhum esclarecimento da tutela

da Educação sobre a regulariza-

ção destes pagamentos, Maria da

Luz Rosinha disse, esta semana,

que a autarquia terá que tomar

decisões em breve, que poderão,

“em último caso” passar “pelo

não fornecimento de refeições,

se não for dada nenhuma infor-

mação por parte da DREL”.

É que, segundo a autarca do PS,

a Câmara vila-franquense tem os

pagamentos em dia aos fornece-

dores de refeições, que são

sobretudo instituições particu-

lares de solidariedade social

locais, mas não quer deixar estas

IPSS em dificuldades se o atraso

do Ministério da Educação se

agravar e se não puder continuar

a assumir antecipadamente estes

valores. Até porque o Município

tem também cerca de 4 milhões

de euros para receber da

DRELVT respeitantes a obras

que fez em escolas dos 2º. e 3º.

Ciclos, que pagou, mas das quais

ainda não foi ressarcido, con-

forme prevêem os contratos-pro-

grama. A estes 4 milhões de

euros acrescem, assim, os 500

mil relacionados com refeições e

transportes. A administração

central deve mais 2 milhões à

autarquia que Maria da Luz

Rosinha diz que são a obras de

requalificação da zona ribeirinha

apoiadas por fundos comu-

nitários e a intervenções que

devem ser suportadas pela

Estradas de Portugal.

No que diz respeito às refeições

e transportes escolares, a presi-

dente da Câmara admite que a

situação é “deveras preocu-

pante” porque “não se consegue

obter nenhuma indicação acerca

de um plano de resolução deste

problema” e todas estas questões

podem gerar a “descapitalização

do Município”.

“Muitas situações há em que

municípios não estão a pagar às

entidades que fornecem as

refeições. Vila Franca de Xira

tem tudo pago, o que dizemos é

que não queremos pagar mais

sem saber o que vai acontecer a

esse dinheiro, que já disponibi-

lizámos e que já devíamos ter

recebido”, vincou Maria da Luz

Rosinha na última sessão

camarária. A autarca adiantou

que já pediu uma reunião ao

ministro Miguel Relvas, para

tentar perceber como é que o

Governo poderá resolver o pro-

blema dos 6 milhões de euros

que deve ao Município de Vila

Franca. E prevê que a Câmara

tenha que suspender algumas

obras porque não há previsões

sobre a regularização destes val-

ores. “Irei fazer um ofício ao

senhor ministro da Educação

dando conta da situação e dos

riscos que se correm. A

Associação Nacional de

Municípios está a acompanhar a

situação. Há câmaras em situ-

ação muito mais complicada,

não pelo volume, porque nós

somos dos que têm maior vo-

lume para receber, mas não quer-

emos chegar um dia a um

momento em que não haja li-

quidez para outros compromis-

sos directos”, rematou a presi-

dente da Câmara de Vila Franca,

frisando que não quer que a

tesouraria municipal atinja uma

situação de desequilíbrio ou que

venham a surgir alguma vez difi-

culdades para pagar salários aos

funcionários. A vereadora da

CDU Ana Lídia Cardoso tam-

bém se mostrou preocupada,

observando que a descentraliza-

ção de competências na área da

educação, da administração cen-

tral para as autarquias, devia ter

sido feita de outra forma “ou, se

calhar, não devia ter sido assum-

ida pelos municípios”, sustentou.

Gabinete do ministro tentatranquilizar

Várias outras câmaras têmdenunciado situações de atra-sos extremos no pagamento deverbas relacionadas com asrefeições e os transportes esco-lares e admitido que nãopoderão continuar a manterestes serviços se o Ministério daEducação não regularizar ospagamentos. As associações depais também já manifestaram asua preocupação com os riscosde suspensão de refeições etransportes. Uma responsáveldo gabinete do ministro NunoCrato afiançou que os paispodem ficar tranquilos porquenão há qualquer risco de faltade fornecimento de refeições.

Dívidas da Educação

ameaçam obras e refeiçõesO Ministério da Educação deve cerca de 4,5 milhões de euros à Câmara de Vila Franca. A

autarquia, que já anunciara a suspensão de obras em escolas dos 2º. e 3º. ciclos, admite agora

que vai ter que ponderar bem situações como os transportes e refeições escolares se a tutela da

Educação continuar a pagar o que lhe compete.

No concelho de Alenquer o regresso às aulas vai ficar

marcado pelo encerramento de sete escolas primárias,

mais três do que estava previsto inicialmente, e pela

inauguração do Centro Escolar do Carregado. Em

declarações ao Voz Ribatejana, Pedro Folgado, respon-

sável pela área da educação da Câmara de Alenquer

desvaloriza, no entanto, esta situação. Para Pedro

Folgado, “não houve lugar a surpresas”, porque toda

esta situação já “era previsível face à abertura do Centro

Escolar do Carregado”, refere, lembrando que havia

mesmo algumas “escolas suspensas” por falta de alter-

nativas de acolhimento. Segundo o responsável

autárquico “decorreu tudo tal como fora previamente

combinado com o Ministério da Educação”. No final do

anterior ano lectivo, Pedro Folgado disse, ao Voz

Ribatejana, que gostaria que as escolas da Paúla e de

Pereiro de Palhacana ficassem abertas. Ora estas escolas

permanecem abertas neste ano lectivo, mas rejeita que

tal se trate de uma vitória. “Não se trata de uma vitória

porque as escolas já se encontravam suspensas e a aber-

tura excepcional resulta da falta de capacidade das esco-

las de acolhimento”, referiu.. /O encerramento das esco-

las irá trazer mais custos para a câmara, já de si a braços

com problemas financeiros graves. Pedro Folgado

admite essa sobrecarga de custos mas diz que, neste

momento, “não pode ser quantificado na medida em

que ainda não temos conhecimento do valor a atribuir

pelo Ministério da Educação às autarquias com escolas

suspensas/encerradas” e anunciou, ao Voz Ribatejana,

que “foi pedido o agendamento de uma reunião com a

DREL, estando a autarquia a aguardar a sua efecti-

vação”. Folgado destaca o envolvimento de todos agru-

pamentos de escolas, as juntas de freguesia, os encar-

regados de educação e do Conselho Municipal de

Educação em todo este processo e refere que os fun-

cionários das escolas que vão encerrar têm o posto de

trabalho salvaguardado e “serão transferidos para os

agrupamentos aos quais as escolas pertenciam ou no

caso das três últimas, para o Centro Escolar do

Carregado”. Este está já em “fase de acabamento” e falta

apenas concluir os acessos exteriores. Contudo ainda

não existem datas concretas para a abertura do edifício.

A esse propósito, Pedro Folgado adianta apenas que

“deverá abrir no início do ano lectivo de acordo com o

estabelecido com o Agrupamento de Escolas do

Carregado”. O novo equipamento vai acolher no máxi-

mo 584 alunos e terá as valências de Jardim de Infância

e Escola Básica de 1º Ciclo.

O concelho de Azambuja perde, neste novo ano lectivo,

quatro escolas primárias e inaugura o Centro Escolar

Boavida Canada no dia 9. O encerramento das escolas

de Casais da Lagoa e Aveiras de Baixo não está isento

de polémica. O grande problema para a população é a

“quebra” de uma promessa da autarquia em construir na

freguesia um centro escolar.

Segundo alguns moradores, a autarquia terá prometido

a construção de um centro escolar em Casais da Lagoa,

algo que viria a ser contrariado, com a câmara a preferir

a sede de freguesia em Aveiras de Baixo. Todavia,

segundo o presidente da Câmara, Joaquim Ramos,

enquanto existia um impasse gerado pela população,

saiu legislação que impossibilitou o recurso a fundos

comunitários para a implantação do centro, quer numa

ou noutra localidade. Agora e sem centro escolar, os

alunos destas escolas vão ser transferidos para o novo

complexo em Azambuja. O Centro Escolar Boavida

Canada abre a 9 de Setembro e terá capacidade para 400

alunos.

Mas a transferência dos alunos da freguesia de Aveiras

de Baixo para o novo edifício está a gerar polémica. José

Brás, um dos líderes do movimento popular que recla-

mou a construção do centro em Casais da Lagoa, tem

dúvidas quanto à capacidade de acolhimento do equipa-

mento. Diz que para a população o assunto ainda não foi

dado como consumado. “Ainda não baixámos os

braços. Não sei se é verdade ou mentira, só vendo é que

posso acreditar, mas a informação que tenho é que as

crianças não cabem todas no novo centro escolar e que

vão fazer deslocar crianças para aquela escola de con-

tentores”.

A vereadora com o pelouro da Educação Ana Maria

Ferreira nega a falta de capacidade de acolhimento por

parte da nova estrutura. “Não confirmo de todo que os

meninos dos Casais da Lagoa ou da freguesia de Aveiras

de Baixo ou das restantes escolas, que vão encerrar de

acordo com indicações do Ministério da Educação não

tenham lugar no Centro Escolar Boavida Canada”, disse

Este novo Centro Escolar custou perto de 2,5 milhões de

euros, foi comparticipado pela União Europeia em cerca

de 85 por cento e tem as valências de Escola Básica do

1º Ciclo e Jardim-de-Infância. Ao todo são 12 salas para

1ºciclo, 4 salas para Jardim-de-Infância e salas poliva-

lentes para actividades de tempos livres e prolongamen-

tos de horários. Tem ainda um centro de recursos com

biblioteca, ludoteca e sala multimédia, cozinha,

refeitório e campo de jogos exterior, bem como um

pavilhão com 224 m2.

Miguel António Rodrigues

Câmara garante

transportes

Bernardino Lima, vereador da CDU, quis saber, na últi-

ma reunião camarária, se estarão assegurados os trans-

portes para outras escolas dos alunos das primárias de

Cachoeiras e de Quintas, que fecham neste próximo ano

lectivo. Fernando Paulo Ferreira, vereador com o pelouro

da educação, explicou que, já no ano passado, relativa-

mente ao encerramento da escola da Calhandriz, foi esta-

belecido um protocolo entre a Câmara e a DREL para

que a autarquia assegurasse estes transportes. “Já oficiá-

mos a DREL para perceber que comparticipações vai dar

no caso das crianças das Cachoeiras e das Quintas que

necessitam desse transporte. Não temos ainda resposta,

mas os transportes estão garantidos e já estão tratados

com as juntas de freguesia”, afiançou o autarca do PS.

Alenquer fecha 7 primárias Azambuja abre centro escolar

09

Page 10: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

10

voz ribatejana #19

Jorge Talixa

O processo da TNC, transporta-

dora de Alverca ameaçada de

encerramento, conheceu muitos

desenvolvimentos nas últimas

semanas. Os trabalhadores

chegaram a bloquear a entrada

da vizinha TNC 2 e a organizar

uma concentração de 28 camiões

junto ao Tribunal do Comércio

de Lisboa, mas faltam ainda pa-

ssos decisivos que dependem,

agora, do tribunal, como a anu-

lação da assembleia que, em

Julho, decidiu encerrar a empre-

sa e a marcação de uma nova

assembleia para discutir a pro-

posta de recuperação prometida

pela antiga administradora.

Certo é que os 126 trabalhadores

da TNC mantêm-se unidos

desde meados de Julho e em

vigília permanente junto à entra-

da da empresa. Todo este proce-

sso tem sido acompanhado pelo

Sindicato dos Trabalhadores dos

Transportes Rodoviários e

Urbanos de Portugal, pelo mi-

nistro e pelo Ministério da

Economia e pela presidente e

pela Câmara de Vila Franca de

Xira.

Na passada quarta-feira, já

depois de terem iniciado um blo-

queio à TNC 2 (ver caixa), reali-

zou-se uma reunião importante

no Ministério da Economia,

onde os representantes das duas

TNC chegaram a um acordo de

princípio para a regularização

das dívidas que reclamam de

parte a parte: a TNC 2 reclama 2,

9 milhões da TNC e esta reivin-

dica 1, 6 milhões da TNC 2.

Com base nesse acordo, a TNC 2

comprometeu-se a entregar um

requerimento no Tribunal do

Comércio de Lisboa (TCL) em

que explica que não se opõe à

convocação de uma nova assem-

bleia de credores da TNC, que

permita apreciar e aprovar um

plano de viabilização. Com este

compromisso, os trabalhadores

da TNC levantaram o bloqueio à

vizinha TNC 2 e, no final da

tarde de quarta-feira, retiraram

os camiões que barravam o ace-

sso à segunda transportadora

desde a manhã de terça-feira.

Entretanto, a Comissão de

Trabalhadores da TNC apresen-

tou ao TCL documentação que

atesta a sua legitimidade legal

para intervir no processo e os

126 funcionários da transporta-

dora de Alverca esperam que o

juiz de turno marque rapida-

mente a nova assembleia, para

que a TNC retome a sua activi-

dade.

Depois do bloqueio da entrada

da TNC 2, do pedido que esta fez

à PSP para desimpedir o acesso e

de ter assumido publicamente

que estava disponível para

dialogar, representantes dos tra-

balhadores e das duas empresas

reuniram, ao fim da tarde de dia

23, na Câmara de Vila Franca.

Ficou agendada nova reunião

para quarta-feira no Ministério

da Economia, onde TNC e TNC

2 chegaram ao entendimento de

princípio quanto ao pagamento

das dívidas que reclamam uma à

outra “Tudo faremos para que

nestes dias que nos separam do

início do mês de Setembro possa

ser marcada a assembleia de cre-

dores, que permita a esta empre-

sa entrar novamente em activi-

dade”, sustenta Fernando

Fidalgo, coordenador do

STRUP, frisando que, depois de

mês e meio de paralisação da sua

actividade, a TNC não pode

demorar muito mais a retomar a

laboração, sob pena de perder

credibilidade junto dos clientes.

“O tempo útil para salvar a TNC

é muito curto. Esta empresa ou

recomeça rapidamente a laborar

ou então termina mesmo”, afir-

ma, acreditando que o plano de

viabilização, apoiado pelos tra-

balhadores, pelo Ministério da

Economia, pela Câmara de Vila

Franca e por alguns dos maiores

credores como o BES vai ser

aprovado.

Também Maria da Luz Rosinha,

presidente da Câmara de Vila

Franca de Xira, se mostra “satis-

feita” com o entendimento agora

alcançado, esperando que “seja

um passo para a reabilitação do

funcionamento da empresa e

para manter os postos de traba-

lho”, disse a edil na última

reunião camarária.

Cabe, agora, ao Tribunal do

Comércio apreciar os diversos

requerimentos juntos ao proce-

sso, entre eles uma petição da

comissão de trabalhadores que

reclama a nulidade da assem-

bleia que aprovou a liquidação

da empresa e um requerimento

do BES, que solicita a mesma

medida e a marcação de uma

nova assembleia.

Nova assembleia de credores

vai decidir futuroOs 126 trabalhadores da TNC aguardam a marcação de uma nova assembleia de credores, que

poderá ser decisiva para a sobrevivência da transportadora de Alverca. Ontem voltaram a exi-

gir celeridade junto ao Tribunal do Comércio de Lisboa.

Bloqueio pacífico

Perante o impasse do processo, os trabalhadores da TNC

decidiram, no dia 22, em plenário, bloquear o acesso à vizi-

nha TNC 2, como forma de pressionar a retirada do requeri-

mento desta firma, que punha em dúvida a legitimidade jurídi-

ca da comissão de trabalhadores. A iniciativa desenrolou-se de

forma pacífica a partir das 5h00 da manhã de dia 23, mas com

um intenso acompanhamento mediático, com sucessivos

directos nas televisões e muitas reportagens na imprensa e na

rádio. O bloqueio incidiu sobre a passagem (privada) de ace-

sso à TNC 2 e não afectou de modo nenhum a circulação na

Estrada Nacional 10, pelo que os efectivos da PSP presentes

se limitaram a acompanhar a situação e a garantir a fluidez da

circulação na EN 10.

A TNC 2 chegou a participar a situação ao Comando

Metropolitano de Lisboa da PSP, mas como o bloqueio foi

consumado num espaço privado, propriedade das duas empre-

sas em conflito, só uma decisão judicial poderia levar à inter-

venção policial para desimpedir o acesso. O Sindicato dos

Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de

Portugal (STRUP) acusava a TNC 2 de ter “dado o dito por

não dito”, depois de ter prometido não travar o processo de

viabilização perante o ministro da Economia. Acrescentava

que a TNC só poderá sobreviver e manter os seus 126 postos

de trabalho se o Tribunal do Comércio de Lisboa marcar ra-

pidamente uma nova assembleia de credores, conforme já foi

requerido pelo BES.

Dificuldades

começaram há 10

anos

Este é mais um capítulo de um processo intrincado que, de

certa forma, começou, em 2000, com o falecimento de José

Leal, fundador da TNC – chegou a ser uma das maiores trans-

portadoras portuguesas e a ter mais de 300 camiões. Os dois

filhos não se entenderam e dividiram a herança. A filha

prosseguiu com a TNC vocacionada para transportes interna-

cionais e o filho constituiu a TNC 2 para a logística nacional.

A primeira ter-se-á comprometido a pagar alguns direitos ao

irmão e, em 2010, a dívida já rondaria os 2, 9 milhões de

euros. O dono da TNC 2 pediu a penhora das contas da empre-

sa da irmã e esta, para poder continuar a laborar, pediu a

insolvência da TNC, com o intuito de a recuperar. A 11 de

Julho, os credores rejeitaram uma proposta de recuperação

apresentada pelo administrador de insolvência e aprovaram a

liquidação da TNC. Os trabalhadores resistiram ao encerra-

mento e, desde 13 de Julho, estão em vigília permanente na

entrada da empresa e já realizaram múltiplas iniciativas para

tentar recuperar a empresa.

As crescentes dificuldades económicas

atingiram também o supermercado

Supersol de Samora Correia, que fechou

portas no dia 23, deixando cerca de 20 fun-

cionários no desemprego. Os problemas da

empresa já eram conhecidos, mas a

decisão de encerramento surgiu com sur-

presa. Os trabalhadores mantiveram-se em

vigília junto às instalações, em protesto

pela forma como o processo foi conduzido.

O Supersol de Samora pertence a uma

cadeia de lojas do grupo “Bom Dia –

Sociedade de Gestão de Exploração de

Supermercados”, com sede no

distrito de Setúbal. O

supermercado de Samora, bem situado

entre a cidade e o Porto Alto, terá chegado

a facturar 1, 5 milhões de euros por mês,

mas o acumular de dívidas terá levado ao

pedido de insolvência.

“Que a situação estava má todos sabíamos,

mas não esperávamos que fosse assim à

última hora”, referiu uma das funcionárias

à Agência Lusa, frisando que os trabal-

hadores foram convocados, no dia 22, para

uma reunião com a administração, que lhes

comunicou que o estabelecimento fechava

logo a partir do dia seguinte.

Os trabalhadores em

protesto reclamavam cartas para poderem

recorrer ao Fundo de Desemprego, mas

havia também informação de que se man-

terão no quadro da empresa, sem receber

ordenado, enquanto o processo de

insolvência dá os primeiros passos no tri-

bunal. Prometem, por isso, continuar a

protestar junto às portas do supermercado

e a cumprir aí os horários de trabalho.

Alguns referem que ainda tiveram a esper-

ança que o supermercado fosse vendido a

outro grupo e mantivesse os postos de tra-

balho, mas duvidam, agora, da

concretização dessa possi-

bilidade.

ECONOMIA

Insolvência fecha Supersol de Samora Correia

caso TNC

Page 11: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

11

31 de Agosto de 2011

Jorge Talixa

A ministra da Agricultura visi-

tou, no dia 17, uma exploração

de jovens agricultores da Lezíria

de Vila Franca de Xira, onde

destacou o exemplo deste casal

natural da Glória do Ribatejo e

prometeu que, ainda em Agosto,

seriam pagos 25 milhões de

euros de comparticipações

nacionais em atraso a cerca de

4500 projectos de modernização

e investimento na agricultura.

Acompanhada pelo secretário de

Estado da Agricultura, por autar-

cas, deputados e dirigentes de

organizações agrícolas,

Assunção Cristas prometeu ten-

tar desbloquear mais verbas para

o Programa de Desenvolvimento

Rural (Proder) e realçou a apos-

ta que Nelson Monteiro (40

anos) e Linda Caneira (36)

fazem na agricultura, agora que

também esperam o primeiro

filho.

A titular das pastas da

Agricultura e do Ambiente fez

mesmo questão de andar na

máquina colhedora de tomate

recentemente adquirida pelo

casal de jovens agricultores.

Explicou que, nalguns casos os

valores em dívida pelo Estado já

tinham mais de 1 ano de atraso e

afiançou que o pagamento atem-

pado da componente nacional

nos projectos financiados pelo

Proder é uma prioridade do

Governo, até porque, neste caso,

vai permitir libertar cerca de 75

milhões de euros de compartici-

pação comunitária.

A ministra explicou que não

houve nenhuma alteração ao

orçamento do Ministério da

Agricultura, mas um trabalho de

levantamento de “verbas

desaproveitadas ou que ainda

não tinham projectos sufi-

cientes” que permitiu destinar

estes 25 milhões ao Proder. Até

final do ano promete tentar alo-

car mais 25 milhões de euros ao

Programa de Desenvolvimento

Rural (Proder) que vigora entre

2007 e 2014 e envolve 4, 5 mil

milhões de euros de ajudas aos

agricultores portugueses.

José Diogo Albuquerque,

secretário de Estado da

Agricultura, disse, ao Voz

Ribatejana, que, com estes 25

milhões, o Proder atinge uma

execução paga de 34% que “está

muito próxima da média

europeia”. Frisou que o objecti-

vo do Governo é assegurar

100% das comparticipações

nacionais porque são altamente

reprodutivas – num investimen-

to de 100, o agricultor paga 60%

e o Estado assume apenas 10%,

contando com 30% de fundos

comunitários e recebendo em

seguida 23% de IVA. “Estamos

a batalhar em todas as frentes

para não devolver nenhum din-

heiro a Bruxelas”, garantiu,

enquanto Assunção Cristas

prometia fazer tudo na discussão

do Orçamento de Estado de

2012 para que fiquem previstos

os 150 milhões de euros que se

estima necessários para exe-

cução regular do Proder.

Agriculturaprofissionaltem futuroNelson Monteiro e LindaCaneira empenharam avida numa exploração quejá vai em 160 hectares detomate para indústria.Produzem 90 a 100toneladas por hectare queentregam na vizinhafábrica da Idal. Esperamo primeiro filho, acredi-tam que a agricultura temfuturo se for feita deforma correcta e profi-ssional e abalançaram-se,em 2009, a um projecto deaquisição de toda amaquinaria necessária.Pediram um empréstimobancário e arriscaram uminvestimento de 800 mileuros, boa parte dos quaisdestinados à máquina co-lhedora de tomate, que foia última a chegar e con-segue fazer um trabalhoque, feito manualmentenuma exploração destadimensão, exigiria pertode 400 empregados.Concorreram ao Proder, oprojecto foi aprovado econtratualizado, masdesde o início do ano queesperavam os 300 mileuros a que têm direito eque o Governo prometepagar ainda em Agosto.A visita de dia 17 teve umintenso acompanhamentomediático e alguns jorna-listas das cadeias de tele-visão presentes insistiramem questionar Nelson eLinda sobre o futuro daagricultura e do seu filhoRafael. Os dois jovensagricultores foram muitoclaros, assegurando que aagricultura pode ser umbom modo de vida e podeter futuro se for feita deforma profissional. Eacrescentaram que será ofilho a decidir o seufuturo, que tambémpoderá passar pela agri-cultura.

Ministra destaca exemplo de casal

de jovens agricultores da LezíriaA ministra da Assunção Cristas defendeu, na Lezíria de Vila Franca, a aposta numa agricul-

tura moderna.

Agricultores sem declaração de calamidade

A ministra Assunção Cristas disse, ao Voz Ribatejana, que “é muito pouco provável” uma decla-

ração de calamidade na agricultura ribatejana, devido às chuvas fortes e persistentes que caíram

na região nos meses de Abril e Maio e que acabaram por destruir ou atrasar muitas culturas. A

titular da pasta da Agricultura frisou que nenhum dos casos até agora identificados preenche os

requisitos “muito precisos” previstos na Lei para que sejam accionados os mecanismos de apoio

previstos na chamada declaração de calamidade.

“Está a ser feito um trabalho em conjunto de identificação desses prejuízos, para ver até que

ponto podem entrar na categoria de calamidade ou não e, até agora, não foram identificados

ainda todos os casos, mas nenhum dos avaliados entra nessa categoria”, vincou a governante,

durante uma visita efectuada ontem a uma exploração de um casal de jovens agricultores voca-

cionada para o tomate e onde o proprietário Nelson Monteiro sublinhou que é muito importante

alargar os seguros às chamadas chuvas persistentes.

Recorde-se que, em Julho, a Federação de Agricultores do Distrito de Santarém e a Associação

de Produtores de Tomate estimou que os prejuízos, só nesta cultura, sejam superiores a 25 mi-

lhões de euros e levou estas preocupações ao gabinete do secretário de Estado da Agricultura,

pedindo uma declaração de calamidade.

Assunção Cristas afastou esse cenário, salientando que os critérios que presidem a essa decla-

ração não foram cumpridos e observou que, entretanto, o Governo tomou medidas para alargar

a algumas culturas, entre as quais a do tomate, a antecipação de ajudas da União Europeia.

J. T.

Ministratodo-o-terreno

Conhecida pelas suasprestações parlamentares na

bancada do CDS-PP, AssunçãoCristas assumiu, em Junho, as

pastas da Agricultura, doAmbiente e do Ordenamento do

Território. Pelouros complica-dos neste novo Governo.

Começou por se destacar aoabolir a obrigatoriedade de

uso de gravata nos serviços doMinistério, alegando que essa

medida permitirá uma signi-ficativa redução de custos de

energia gasta em ar condi-cionado. No dia 17, na Lezíria

de Vila Franca, numa dasprimeira saídas ao terreno,apresentou-se de calças de

ganga e muito disponível paradialogar e para sentir a vivên-

cia própria da agricultura.

O músico vila-franquense Paulo Brissos dá um concerto,

na noite do próximo sábado (3 de Setembro), no espaço

da Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Á-dos-

Bispos. O espectáculo tem início às 22h00 e Paulo Brissos,

que começou na música no Ateneu Vilafranquense, vai apre-

sentar alguns dos seus temas mais conhecidos. Haverá tam-

bém baile com o conjunto Raul e Eu + Empregados.

Page 12: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

12

TAUROMAQUIA

Campo

Pequeno

homenageia

José FalcãoReportagem fotográfica

de Ana Serra com

Francisco Serra

O matador de toiros vila-fran-

quense José Falcão foi home-

nageado, no passado dia 11, na

Praça de Toiros do Campo

Pequeno com o descerrar de

uma placa evocativa do per-

curso do toureiro, falecido há

exactamente 37 anos, na

sequência de uma colhida

sofrida em Barcelona. Na

oportunidade, durante o inter-

valo da corrida mista organiza-

da pela Sociedade do Campo

Pequeno, foi também descerra-

da uma placa de homenagem a

José Varela Crujo, cavaleiro

que morreu depois de uma co-

lhida verificada há 38 anos na

praça lisboeta. Na cerimónia

evocativa de José Falcão

esteve presente a sua filha

Carla e a corrida de home-

nagem contou com boas

prestações dos Grupo de

Forcados Amadores de Vila

Franca, de Tiago Santos (aluno

da Escola José Falcão) e de

Nuno Casquinha, que enfren-

tou o toiro mais difícil da

noite.

Na parte a cavalo da corrida de

dia 11 actuaram Tito Semedo

(confirmou a alternativa), Rui

Salvador, que teve uma lide

bem conseguida e Duarte

Pinto, que soube aproveitar o

melhor toiro da corrida. As

pegas estiveram a cargo dos

vila-franquenses Ricardo

Castelo, Ricardo Patusco e

Márcio Francisco.

A pé actuaram Luís Procuna,

que protagonizou uma boa

lide, António João Ferreira

(desempenho marcado pela

colhida logo a abri a lide),

Nuno Casquinha (prejudicado

pelas dificuldades levantadas

pelo toiro) e Tiago Santos.

A jovem cavaleira tauromáquica azambujense Ana

Rita, que tirou a alternativa no passado dia 5 de Agosto

na Praça de Toiros do Redondo (Alentejo), tem soma-

do, desde então, triunfos em praças espanholas.

A 14 de Agosto actuou em Cantalpino de onde saiu em

ombros, depois de ter cortado duas orelhas e um rabo.

No dia seguinte, também em Espanha, em Navalvillar

de Pela, cortou igualmente duas orelhas.

A 16 de Agosto, igual performance, em Vitigudino,

onde cortou três orelhas, tendo também aqui saído em

ombros. A 20, em Madrigalejo, cortou duas orelhas e

um rabo. A 21, em Cella, Ana Rita cortou uma orelha.

Já no passado dia 24, em Jerez de los Caballeros,

voltou a cortar duas orelhas, tendo saído em

ombros.

Ainda por Espanha, no dia 3 de Setembro Ana

Rita estará em Casar – Caceres e a 8 de

Setembro actua em Casturera. A 9 de Setembro estará

em França, na praça da localidade de Dax e regressa a

Portugal para uma corrida, no dia 11, em Vila Viçosa.

No dia 14 regressa a Espanha e à localidade de

Higuera. Ana Rita deverá actuar também na inaugu-

ração da renovada Praça de Toiros de Azambuja, mar-

cada para 25 de Setembro.

MAR

Ana Rita soma triunfos

em EspanhaJovem

cavaleira de

Azambuja

Carla Falcão no

descerrar da placa

Rui Bento Vasques lembrou

o percurso de José Falcão

Page 13: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

14

REGIONAL

Vila Franca de Xira

Exposição “The Return Of The Real 15” de Rita

Castro Neves, até 11 de Setembro, no Museu do Neo-

Realismo, em Vila Franca de Xira;

Exposição “Biobibliográfica sobre Luiz Francisco

Rebello”, até 25 de Setembro, no Museu do Neo-

Realismo, em Vila Franca de Xira;

Exposição "Batalha pelo Conteúdo", até 30 de

Setembro, no Museu do Neo-Realismo, em Vila

Franca de Xira;

Exposição “Vidas e Obras de um só… Pessoa!”,

até 30 de Setembro, na Galeria de Exposições da

Biblioteca Municipal de Alverca do Ribatejo;

Exposição de Pintura

de Vassalo de

Miranda, até 24 de

Setembro, no Centro

Cultural do Bom

Sucesso, Alverca;

Exposição de

Ilustração, de 10 de Setembro a 23 de Outubro, na

Galeria do Museu de Alhandra;

Música no Museu -

mês de Setembro, pelas

16h00: dia 4 (Grupo Ré

Maior), dia 11 (Grupo

Popular de Música

Tradicional Portuguesa

- Vialonga), dia 18

(Grupo Etnográfico de

Alverca) e 25 (Grupo Coral Unidos Baixo Alentejo),

no Núcleo Museológico de Alverca;

Conversas sobre Património e História “O Vinho

de Carcavelos”, com Mário Lisboa, dia 10 de

Setembro, às 16h00, no Núcleo Museológico de

Alverca;

Passeio Pedestre, dia 10 de Setembro, em Alhandra.

Concertos de Carrilhão, dias 11 e 25 de Setembro,

entre as 10h e as 11h00, na Igreja dos Pastorinhos de

Alverca

4.ª Pedalada pelo Ambiente, dia 18 de Setembro.

Concentração: Junto à

estação da Castanheira

do Ribatejo. Início da

Pedalada: 09h00.

Percurso: Castanheira

do Ribatejo/Póvoa de

Santa Iria. Inscrição:

gratuita, até ao dia 15 de Setembro. Idade: a partir

dos 12 anos

Alenquer

Exposição de Pintura de Mário Casimiro, de 3 a 30

de Setembro, na Biblioteca de Alenquer.

Margens d’Arte – Pintar Alenquer, dia 3 de

Setembro, das 09h às

13h00, na Zona

Ribeirinha de

Alenquer;

Exposição de Pintura,

de 4 a 30 de Setembro,

no Museu João Mário,

Alenquer. Exposição

dos trabalhos realiza-

dos pelos alunos da

Universidade da Terceira Idade - pólo de Alenquer

Biblioteca em Movimento, até 30 de Setembro, a

Biblioteca Municipal de Alenquer vai à rua em

vários locais de Alenquer.

Tertúlia com o pintor Mário Casimiro, dia 16 de

Setembro, às 21h00, na Biblioteca Municipal de

Alenquer.

Tesouros no Rio – Feira de Velharias, dia 17 de

Setembro, das 09h às 17h00, na Zona Ribeirinha de

Alenquer;

Azambuja

Ciência Viva, dias 03 e 10

Setembro, das 17h às 19h00, no

Centro Cultural Páteo Valverde,

na Azambuja. Ateliers para

jovens e família. Às 21h00 -

Sessão nocturna de observação

astronómica;

III Concurso de Fotografia -

Água: Cultura e Património.

Encontram-se expostas no

Museu Municipal, até ao dia 30

de Setembro, as fotografias

concorrentes, para apreciação e votação do público.

(Quarta a Domingo das 14h00 às 18h30 / Museu

Municipal Sebastião Mateus Arenque);

Hora do Conto de Verão, dia 07 Setembro, às

10h30, na Biblioteca de Azambuja. Sessões para cri-

anças e jovens entre os 3 e os 12 anos;

Festa da Amizade Etno-Folclórica, dia 3 de

Setembro, em Casais de Britos. Org.: C.C.R.C.B.

(Grupo Tradicional “Os Casaleiros”);

Festejos Anuais em Honra de Santa Maria das

Virtudes, de 9 a 11 de Setembro, Org. Ass. Cultural

Recreativa de Virtudes;

XVIII Festival Infantil de Folclore de Azambuja,

dia 10 de Setembro, na Azambuja.

Organização: Rancho Ceifeiras e Campinos de

Azambuja;

Comemorações do 25º Aniversário do Centro

Cultural e Recreativo de Casais dos Britos, dia 17

de Setembro, Organização: Direcção e Secções do

C.C.R.C.B;

Benavente

Exposição Permanente

"Galeria de Trens" na

Galeria 1 do Palácio do

Infantado - Samora Correia.

Exposição “Faianças

Artísticas - Bordalo Pinheiro”, até 17 de Setembro,

na Galeria Bar do Palácio do Infantado, em Samora

Correia.

Feira de Benavente – Tasquinhas 2011, de 10 a 18

de Setembro, em Benavente. Gastronomia, Folclore,

Atletismo e Espectáculos.

XXIX Festival de Folclore, dia 10 de Setembro das

18h às 21h00, no Campo da

Feira de Benavente. Integrado

na Feira Anual de

Benavente .Organ ização :

Rancho Típico Saia Rodada

“15 Km de Benavente -

XXIV Edição” 5ª Caminhada

(5 Km), dia 18 de Setembro,

às 09h00. Meta junto ao

Parque 25 de Abril.

Organização: CUAB (Clube

União Artística

Benaventense);

Cinema - Filmes em

Setembro: Cine-Teatro de Benavente: dia 7, às 10h30

- Nanny McPhee e o Toque de Magia, às 21h15 - The

Fighter - O Último Round; dia 9, às 21h30 – Piratas

das Caraíbas;

Centro Cultural de Samora Correia: dia 10, às 21h30

– Piratas das Caraíbas; dia 14, às 10h30 - Nanny

McPhee e o Toque de Magia, às 21h15 – Biutiful;

XI Expo-Feira de Coleccionismo, dia 24 de

Setembro, às 09h00, no Centro Cultural de

Benavente. Organização: Núcleo Filatélico e

Numismático de Benavente.

Natura ComVida Passeio Pedestre - “Caminhada

do Coração”, dia 25 de Setembro, às 08h30.

Informações e Inscrições: Junta de Freguesia Samora

Correia.

coordenação António Preto

Senhora da

Ajuda em

festa de 4 a

10 de

Setembro

As tradicionais Festas em Honra de Nossa

Senhora da Ajuda realizam-se, nesta

localidade do concelho de Arruda dos

Vinhos (freguesia de Arranhó) entre 4 e 10

de Setembro, com um programa onde se

destacam as actividades religiosas e os

concertos com os Quinta do Bill e com

Quim Barreiros. O fogo de artifício, os

desfiles e concertos de bandas filarmóni-

cas e as provas de perícia automóvel e de

moto 4 são outros dos pontos altos das

festas.

Com uma tradição secular que deverá

remontar aos primeiros anos da nacionali-

dade portuguesa, as Festas de Nossa

Senhora da Ajuda são, habitualmente das

mais concorridas na região, devido ao

importante culto religioso. São anual-

mente organizadas pela Irmandade de

Nossa Senhora da Ajuda e as receitas des-

tinam-se a obras de manutenção da capela.

Este ano, o programa arranca já no dia 4

com passeio pedestre, atletismo (Grande

Prémio Nossa Senhora da Ajuda, a partir

das 9h30) e Pamplona (16h00). A vertente

profana prossegue no dia 7 com desfile da

banda da Misericórdia de Arruda. No

mesmo dia realiza-se, a partir das 22h00,

a procissão das velas entre a Capela de

Nossa Senhora da Ajuda e a Igreja

Paroquial de Arranhó. Na quinta-feira dia

8 haverá celebração religiosa na Igreja de

Arranhó (11h00), seguida de procissão

com a imagem da padroeira até à Capela

de Nossa Senhora da Ajuda, acompanhada

pelas bandas de Pinheiro da Bemposta e

Marcial de Bairros, com guarda de honra

pelos Bombeiros de Arruda e com a par-

ticipação do Regimento de Cavalaria da

GNR. A partir das 16h00 realizam-se con-

certos com as duas bandas participantes e,

já na madrugada de sexta-feira, à 1h00,

haverá fogo-de-artifício.

No dia 9 realiza-se uma nova procissão no

lugar de Nossa Senhora da Ajuda, às

17h00. Na parte profana destacam-se as

provas de perícia automóvel e moto qua-

tro (9h30) e o concerto com os Quinta do

Bill (22H00). No dia 10 haverá gincana de

bicicletas (10h30), espectáculo com Quim

Barreiros à tarde e baile de fim de festa a

partir das 22h00.

Agenda Cultural Arruda dos Vinhos

Dando sequência a uma histórica tradição

de há mais de cinco séculos, no período

compreendido entre os próximos dias 12 e

18 de Setembro, o Centro Cultural e

Desportivo de Penafirme da Mata

(CCDPM), conjuntamente com toda a

comunidade da freguesia de Olhalvo, uma

vez mais levam a efeito os tradicionais

festejos do Círio em Honra de Nossa

Senhora da Nazaréth. Trata-se do aconte-

cimento festivo mais antigo do concelho

de Alenquer e, no seu género, uma das

mais antigas festas do país que, nesta

localidade, tem lugar de 3 em 3 anos, em

sistema rotativo. Nos outros dois anos a

realização reparte-se pelas outras princi-

pais localidades da freguesia: Olhalvo e

Pocariça.

Consta que este relevante acontecimento

teve início no decorrer do ano de 1502 e

tudo indica que se encontra associado a

uma ou mais promessas feitas no período

dos Descobrimentos, cujo Círio ao logo

dos anos viria a transformar-se num acto

colectivo. Até a um passado recente, a ca-

ravana do Círio a Nossa Senhora da

Nazaréth processava-se à base de trans-

portes em carroças e galeras. Havendo a

necessidade de acompanhar o ritmo dos

tempos, os participantes no Círio pa-

ssaram a deslocar-se noutros meios de

transporte mais rápidos e confortáveis. A

festa é, inclusivamente, mais antiga do

que a própria freguesia de Olhalvo, pois

todas as localidades que a constituem

eram, até ao ano de 1612, parte integrante

da freguesia de Aldeia Gavinha.

Programa do Círio12 e 13 de Setembro – Peditório nos

lugares da freguesia14 – Partida da caravana do Círio rumo

à vila da Nazaré, com paragem paraalmoço no recinto do santuário do sen-

hor da Pedra/Óbidos.16 – Convívio musical no pavilhão do

CCD de Penafirme da Mata17 – Procissão evocativa da realização

das festas do Círio no Santuário daNazaré. Após o almoço a caravana

regressa a Penafirme da Mata18 – 16h00 – Tradicionais voltas do

Círio em Olhalvo, seguidas da recepçãona Igreja Paroquial e do regresso aPenafirme da Mata. À noite haverá

baile. As actividades são acompanhadaspela banda da Sociedade Filarmónica

Olhalvense.

Francisco Cipriano

Círio com tradição de

mais de 500 anos

O Grupo de Dança “Os Bons Amigos” dePenafirme da Ventosa promove, no próximo sába-do, nas instalações da Associação Recreativa daPortela de Vila Verde dos Francos, um festivalnacional de folclore com a participação de

agrupamentos de vários pontos do país.

Page 14: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

13A Sociedade Filarmónica Alverquense lançou

uma campanha no Facebook com o objectivo de angariar

meios para a reparação do pano e das bambolinas do palco do seu

auditório. Estas estruturas sofreram estragos graves motivados por

um acidente com luzes de palco ocorrido a 25 de Junho. A reparação

custa cerca de 11 500 euros e os amigos da SFRA podem contribuir

através de uma conta solidária aberta para o efeito.31 de Agosto de 2011

Reportagem fotográfica de

Pedro Batalha

O presidente da Câmara

Municipal de Benavente

apelou ontem a cuidados redo-

brados para que não aconteça

nenhum acidente grave na pas-

sagem de toiros pela rua prin-

cipal de Samora Correia agen-

dada para a tarde de hoje

(sábado), mostrando-se pre-

ocupado com a possibilidade

de algum incidente vir a ser

“usado” por organizações de

defesa dos direitos animais

contra as tradições taurinas

ribatejanas. Depois da morte

de uma idosa de 82 anos

durante uma espera de toiros

realizada na sede de concelho,

em Benavente, o autarca

admite que tem recebido

muitos e-mails de pessoas

incentivadas pelas associações

de defesa dos animais a “insur-

girem-se” contra realização

das largadas de toiros e corri-

das de toiros. Alguns deles têm

mesmo origem no Brasil e

pedem a António José Ganhão

que proíba estas actividades no

concelho.

Durante a inauguração de uma

exposição dedicada à figura do

campino que marcou o

arranque das festas anuais de

Samora Correia, António José

Ganhão observou que alguns

portugueses não compreendem

estas “tradições seculares”,

sobretudo as ligadas ao campo

e aos toiros. “Temos orgulho

nas nossas tradições e

ninguém nos tirará aquilo que

construímos ao longo de sécu-

los”, afirmou.

As Festas da cidade de Samora

integram duas corridas de

toiros, três entradas de toiros

acompanhadas por campinos e

lavradores a cavalo, várias

largadas num recinto fechado

do Largo 25 de Abril e a pa-

ssagem de toiros em pontas na

Avenida “O Século” marcada

para hoje às 18h30. “Há inimi-

gos da nossa festa que sabem

que este é um momento parti-

cularmente sensível. Temos

que ter todos os cuidados pos-

síveis para que não aconteça

nada de semelhante ao que

aconteceu em Benavente. É

algo que pode prejudicar seri-

amente as nossas tradições.

Devemos evitar que haja inci-

dentes num momento que é

muito bonito”, vincou.

Recorde-se que, em Junho, um

toiro conduzido por campinos

foi distraído por alguns espe-

ctadores, saiu da coluna em

que se integrava e causou

vários danos em Benavente,

acabando por originar alguns

feridos e por colher mortal-

mente uma idosa com dificul-

dades de mobilidade que ali se

encontrava. António José

Ganhão acha que todas estas

tradições devem ser mantidas

com cautelas reforçadas. “Não

podemos deixar perder aquilo

que séculos de história repre-

sentam”, disse, referindo que o

que responde aos autores dos

e-mails que tem recebido é que

há que respeitar as tradições e

que a legislação portuguesa

permite a realização de corri-

das e largadas de toiros.

As festas de Samora Correia

decorrem até dia 22 e inte-

gram, também, desfiles etno-

gráfico e de campinos e cav-

aleiros, festival de folclore,

provas de campinos, noite da

sardinha assada, o espectáculo

“Emoções Ibéricas” e muita

animação musical.

Mais de 100 mil nas Festas

de Samora CorreiaCâmarapede cautelasreforçadas para evi-tar acidentes gravesnas esperas

Sónia Martins

na sua terra

O grupo de Salvaterra de Magos ganhou o

concurso de pegas de Samora

A despedida das arenas do forcado João

dos Amadores do Ribatejo

Page 15: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

15

31 de Agosto de 2011

A tradicional procissão, as

largadas e corridas de toiros e a

gastronomia foram alguns dos

atractivos que levaram muitos

milhares de pessoas às Festas em

Honra de Nossa Senhora da

Salvação, realizadas em Arruda

de 12 a 18 de Agosto. No largo

fronteiro à Câmara Municipal,

aproveitando as características

muito próprias do chafariz pom-

balino, as largadas de toiros

atraíram sempre muitos especta-

dores, animados pela expectativa

de alguns momentos mais diver-

tidos. Quando algum dos toiros

resolve saltar para dentro do

tanque do chafariz o entusiasmo

vai ao rubro, mas nem sempre os

animais arriscam o “banho” e,

quando isso não acontece, são os

próprios participantes na largada

que se encarregam de refrescar o

toiro, conforme ilustra a foto.

Exposição mostra origens de

Arruda

Na galeria de exposições do

Posto de Turismo de Arruda,

situada mesmo ao lado do cha-

fariz, está patente até final de

Setembro a mostra “Arruda da

Pré-História à História” que re-

vela muita informação, por vezes

pouco conhecida, sobre os mais

antigos vestígios de ocupação

humana nesta região. As

pesquisas e escavações arque-

ológicas realizadas permitiram

descobrir vários pólos de ocu-

pação na época romana, mas há

vestígios muito mais antigos,

como a anta ou dólmen estudado

no final do século XIX na zona

das Antas (freguesia de Arruda)

composta por 12 estruturas de

pedra trabalhada, mas que entre-

tanto desapareceu, provavel-

mente pela actividade humana,

durante o século passado. De

qualquer forma os dados recolhi-

dos permitem perceber que o

monumento megalítico teria

cerca de 6000 anos, remontando

aos finais do quarto milénio ou

início do terceiro milénio Antes

de Cristo

Depois, em 1987, foi descoberto

o Sítio Arqueológico do Castelo,

num monte das proximidades da

localidade do Paço, na freguesia

de Arranhó. Ali foram encontra-

dos vários artefactos da Idade do

Ferro e os restos de uma torre

semicircular da Idade do Cobre.

Em vários locais do Município

de Arruda foram, também,

descobertos muitos vestígios

romanos, como pedras

funerárias, cerâmica e até

moedas. Existem também estru-

turas como pontes e alguns vestí-

gios de estradas romanas e de um

antigo forno cerâmico com cerca

de 2000 anos. Na época a zona

teria já uma importante função

de produção agrícola e tudo indi-

ca que o rio Grande da Pipa,

então com maior caudal, seria

utilizado para transportes até ao

Tejo.

J.T.

Cardosas em festa de

16 a 18 de Setembro

A localidade de Cardosas, no concelho de Arruda, vai estar em

festa de 16 a 18 de Setembro, com as tradicionais Festas em

Honra de São Miguel Arcanjo. O programa segue um figuri-

no semelhante aos anos anteriores, com realce para a proci-

ssão de domingo à tarde, a noite de largada de toiros e

sardinha assada na sexta-feira, o espectáculo com Flávio no

sábado à noite e 8º. Passeio de Vespas.

Novidade é o Passeio de BTT organizado, na manhã de sába-

do, pelo Clube Recreativo, Desportivo e Cultural de Cardosas

(concentração às 8h30 e partida às 9h15). Realce, também,

para as apresentações do Grupo de Hip Hop Unnamed Crew

(sexta à noite), do Grupo de Cavaquinhos da Associação de

Reformados de Alverca e do Grupo de Danças Orientais do

Arrudense (sábado à tarde), para o concerto da Banda da

Misericórdia de Arruda (18h30 de domingo) e para o desfile

da marcha popular do Arrudense (domingo à noite). Haverá

ainda bailes no sábado e no domingo, quermesse e gastrono-

mia no bar da comissão e outros estabelecimentos de

Cardosas.

Arruda reedita festas e

revela história

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A localidade de Virtudes, no concelho de Azambuja, acolhe mais uma

edição da sua conhecida Feira Medieval já no próximo dia 11

(11h00). A iniciativa integra-se nas festas anuais em honra de Santa

Maria das Virtudes e resulta de uma organização da Associação

Cultural e Recreativa de Virtudes com o apoio da Junta de Freguesia

de Aveiras de Baixo e da Câmara Municipal de Azambuja. O even-

to procura reconstituir uma grande feira que ali se realizava, durante

dois dias, na Idade Média e vai já na sua 18ª. edição.

A sala de ensino primário

que funcionava em

Adoseiros, na freguesia arru-

dense de S. Tiago dos

Velhos, encerra neste ano

lectivo. Já no ano anterior

fechou no concelho de

Arruda dos Vinhos a escola

primária de Cardosas. Um

número especialmente eleva-

do de novas inscrições, que

vai bastante além do previsto

na Carta Educativa, faz,

todavia, com que as escolas

primárias da vila de Arruda

iniciem o novo ano lectivo

com a sua capacidade prati-

camente esgotada.

“Quando fizemos a obra do

Centro Escolar do Casal

Telheiro foi já a pensar que

estávamos a respirar durante

muitos anos. O que é certo é

que todas as estatísticas

foram ultrapassadas.

Tivemos na freguesia de

Arruda um grande aumento

de crianças no primeiro ciclo

e temos as nossas instalações

completamente cheias e com

algumas salas já a serem

adaptadas para sala de aula”,

explica Gertrudes Cunha,

vereadora com o pelouro da

Educação na Câmara de

Arruda.

E será que o problema não se

vai agravar nos próximos

anos, quis saber o Voz

Ribatejana. A autarca arru-

dense acha que não. “Vamos

ver, até porque entram umas

crianças e saem outras. E

temos ali (Casal Telheiro)

um espaço que está adaptado

se quisermos fazer um

segundo patamar de salas de

aula, se nos virmos com

grande necessidade disso.

Para já não há necessidade”,

assegura.

Recorde-se que o concelho

de Arruda foi dos que mais

cresceu em termos demográ-

ficos (29%) nos últimos 10

anos, atingindo em 2011 os

13 500 habitantes, mais de

metade dos quais na fregue-

sia sede de concelho.

Já no que diz respeito ao

fecho da sala de Adoseiros,

que já funcionava a título

excepcional como comple-

mento da Escola de S. Tiago,

Gertrudes Cunha adianta que

está a decorrer o projecto de

ampliação de S. Tiago, cuja

obra deverá estar concluída

em 2012. Segundo referiu,

estava previsto que a obra

arrancasse em Dezembro de

2010, mas o processo atrasou

devido a uma recusa de visto

do Tribunal de Contas. Nessa

altura, os alunos de S. Tiago

foram transferidos tempo-

rariamente para instalações

adaptadas na colectividade

de À-do-Mourão, mantendo-

se alguns na sala de

Adoseiros. “Este ano houve

menos inscrições na escola

de S. Tiago e as professoras

decidiram não repartir os

meninos, mantendo-os todos

no mesmo espaço”, observou

a edil, esclarecendo que

todas as crianças da primária

e do jardim-de-infância de S.

Tiago ficam, assim, proviso-

riamente no espaço adaptado

de À-do-Mourão. Quando as

obras de remodelação da

antiga Escola de S. Tiago

estiverem concluídas passam

todos para essas instalações.

Segundo Gertrudes Cunha

foi necessário lançar um

segundo concurso cuja

tramitação está a decorrer,

prevendo o arranque das

obras muito em breve.

J.T.

Crescimento

inesperado enche

escolas de Arruda

dos Vinhos

Page 16: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

16

voz ribatejana #19

Jorge Talixa Depois do excelente quarto

lugar obtido, na época passada,

na Divisão de Honra da

Associação de Futebol de

Lisboa (AFL), a União

Desportiva Vilafranquense

volta a revelar ambição nesta

nova temporada e promete

jogar para os cinco primeiros

lugares. O campeonato adivi-

nha-se muito disputado, uma

vez que, para além de

Vilafranquense e Vialonga,

conta este ano também com o

Alverca e com equipas que

desceram da III Nacional como

o Odivelas e o Tojal. Se juntar-

mos Loures, Malveira, e

Bucelenses, percebemos que a

Divisão de Honra de Lisboa

promete.

Paulo Eira continua à frente da

equipa técnica da UDV e a

estrutura técnica e de se-

ccionistas manteve-se. O

plantel também traduz uma

política de continuidade.

Saíram 3 elementos (Bexiga,

Praia e Carlitos) que vão jogar

para o Cartaxo e para o

Carregado, equipas que jogam

nos nacionais. Em contraparti-

da, o Vilafranquense foi buscar

dois jogadores com experiên-

cia nos nacionais, o avançado

Milton (ex-Oeiras) e o defesa

central Rui Arroja (ex-Real),

contratou 3 elementos do

Samora Correia, conseguiu o

concurso de Bruno, um ex-

júnior do Belenenses e pro-

moveu três jovens dos juniores

(José Semedo, Teo e Nelson),

estando mais dois ex-juniores

em observação.

“Vamos ter um plantel de

25/26 jogadores, formado

numa perspectiva de con-

tinuidade da boa época que a

equipa fez o ano passado”,

disse José António Russo,

coordenador-geral do futebol

da União Vilafranquense, ao

Voz Ribatejana, prevendo que

o próximo campeonato “vai ser

muito mais competitivo e equi-

librado” e que “o desafio será

mais intenso e mais competiti-

vo”.

Por isso, a UDV gostaria de

“fazer igual ou melhor” do que

na época passada e José Russo

acha que o plantel “é mais

equilibrado e tem várias

soluções para cada posição”.

Fazer uma época tranquila é o

primeiro objectivo definido,

mas se a oportunidade surgir, o

Vilafranquense não descura a

possibilidade de lutar pela

subida aos nacionais. “Já o ano

passado acabou por acontecer

alguma luta nesse sentido, ficá-

mos a quatro pontos e acabá-

mos por entrar na luta. Este ano

a nossa ideia é fazer uma época

tranquila, praticar bom futebol

e garantir uma presença nos

cinco primeiros lugares”,

assume o coordenador do fute-

bol do Vilafranquense.

Numa fase de crise económica

em que escasseiam os apoios e

com as dificuldades financeiras

que afectam o clube, a UDV

conseguiu manter uma política

de contenção e até reduzir os

gastos com a equipa principal

de futebol. “Para as condições

do clube, qualquer equipa é

cara em termos relativos, mas

esta é uma equipa ainda mais

barata do que a do ano passado.

Fez-se um esforço, os

jogadores percebem que o fute-

bol não é o que era há uns anos

atrás e garantimos apenas sub-

sídios de transporte e de ali-

mentação”, explica José Russo,

depositando também algumas

expectativas na melhoria das

receitas de bilheteira tendo em

conta o campeonato bem dis-

putado que se perspectiva.

A União Desportiva Vilafranquense procura um campeonato tranquilo na nova época da Divisão de Honra de Lisboa, mas quer

lutar por um lugar nos cinco primeiros.

Vilafranquense quer disputar

5 primeiros lugares

Apresentação sábado

frente ao Benavente

O jogo de apresentação da nova equipa sénior do

Vilafranquense está marcado para as 17h00 do próximo sába-

do, no campo do Cevadeiro. Já hoje, a UDV faz um jogo

treino, ao fim da tarde, com a Arepa (Associação Recreativa

do Porto Alto). Os treinos do plantel do Vilafranquense inicia-

ram-se no dia 17.

Primeira jornada no dia 11

A Divisão de Honra de Lisboa arranca no próximo dia 11,

com jogos agendados para as 17h00. O Vilafranquense recebe

o Ponterrolense, o Alverca tem uma deslocação complicada à

Lourinhã e o Vialonga também jogo fora, no campo do Tires.

Já a I Divisão de Lisboa tem a sua primeira jornada agendada

para 18 de Setembro. O Juventude da castanheira começa por

receber o Murteirense e o Povoense visita o Arneiros. O

União e Recreio de Vila Nova da Rainha recebe o MTBA.

Obras do sintético já começaram

As obras de construção do relvado sintético do Vilafranquense começaram em meados de

Agosto, mas decorrem, ainda, com alguma lentidão, porque os trabalhos da EDP que

decorrem nas proximidades ainda não permitiram o acesso ao campo de máquinas de

maior porte. Certo é que, segundo garantiu Maria da Luz Rosinha na última sessão

camarária em resposta à CDU, prevê-se que a obra do sintético fique pronta até final de

Setembro.

Joaquim Pedrosa, presidente da UDV, disse, por seu turno, ao Voz Ribatejana, que é tam-

bém essa a indicação que tem e que, se assim for, “atrapalha um bocado o arranque da

época dos escalões mais jovens e terá que treinar tudo no relvado”, admite o dirigente do

clube, frisando que, com a perspectiva de ter o relvado sintético pronto, valerá a pena mais

estas semanas de espera. “Fica tudo como estava em termos de balneários, não vai haver o

projecto que tinha sido aprovado, porque custava 1, 2 milhões de euros e a Obriverca só se

comprometeu a pagar 500 mil”, explica Joaquim Pedrosa, vincando que, nestas condições,

o projecto de remodelação vai ser reformulado e reduzido para que fique dentro dos 500

mil euros, porque o clube

não tem meios para mais.

“Tivemos uma reunião com

o senhor Eduardo

Rodrigues e com a Câmara,

ficou anulado o projecto dos

1, 2 milhões e acordou-se

dar já início ao sintético,

que é prioritário. O resto da

obra vai ser estudado”,

referiu.

No que diz respeito às bom-

bas de combustível previs-

tas para a beira da EN 10, o

processo também desaceler-

ou. Depende, ainda, da

demolição dos velhos edifí-

cios ali existentes. “Não está

definido quem é que fará a

demolição. Em Setembro

retomaremos as conversas

com a Câmara para ver a

melhor solução”, conclui

Joaquim Pedrosa.

J.T.

DESPORTO

PedroTorrãoreforçaUDV

O internacional PedroTorrão é o último reforçoda UDV para a próximaépoca. Depois de um per-curso intenso na I Ligap o r t u g u e s a( C a m p o m a i o r e n s e ,Alverca, U. Leiria e Beira-Mar), jogou, ultimamenteem Chipre. Aos 34 anosresolveu dedicar a partefinal da sua carreira aoclube da sua terra natal.

Page 17: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

17O Centro Cultural e Recreativo “Os Camponeses” de Canados organiza, de 9 a12 de Setembro, os tradicionais festejos em Honra do Mártir S. Sebastião. O pro-grama integra bailes, convívios musicais, jogos tradicionais e solenidades reli-giosas. Já em Olhalvo, as Festas em Honra do Mártir S. Sebastião e de NossaSenhora da Encarnação decorrem de 8 a 11 de Setembro. Incluem tasquinhas,concertos musicais, bailes, actividades taurinas e solenidades religiosas.

Francisco Cipiriano31 de Agosto de 2011

Jorge Talixa

Fazer uma “época tranquila” é o

grande objectivo da equipa principal

de futebol do Alverca, de regresso à

Divisão de Honra da Associação de

Futebol de Lisboa, depois de ter ganho

a série 2 da I Divisão Distrital, numa

época marcada também pela conquista

da Taça Centenário da AFL. Para esta

nova época, o Futebol Clube de

Alverca manteve a estru-

tura base da equipa

anterior, promoveu

quatro juniores e

contratou três

jogadores experientes, reunindo um

plantel ambicioso de … elementos.

Toda a preparação desta nova época foi

tratada com o treinador Paulo Gomes,

mas, no dia 4 de Agosto, a direcção do

FCA foi surpreendida pela comuni-

cação do técnico de que resolver a

aceitar um convite para integrar a

estrutura de formação do Sporting,

deixando, por isso, o Alverca. Em

comunicado distribuído nessa quinta-

feira, a direcção do FCA lamenta

a decisão de Paulo Gomes,

frisando que “apanhou

todos de surpre-

s a ” ,

visto que a preparação da nova

época fora “totalmente planificada”

de acordo com Paulo Gomes.

“Lamentamos que isto tenha acon-

tecido numa fase tão adiantada da

época, criando ao clube, como é

óbvio, uma situação algo delicada”,

acrescenta a nota dos responsáveis

do Alverca.

Dois dias depois, o FCA anunciava,

contudo, que o problema estava

ultrapassado, com a con-

tratação de Ricardo

M o n s a n t o ,

j o v e m

técnico que já treinou as

equipas seniores A e B do

Torreense e com “um

enorme currículo em clubes

como Estoril-Praia,

Torreense, Oeiras e Real”.

Os treinos arrancaram,

assim, no dia 11 e os dois

primeiros jogos de

preparação decorreram

logo no fim-de-semana

seguinte (ver caixa). O

FCA aposta na con-

tinuidade de uma equipa

ganhadora, reforçada com

quatro jovens dos escalões

de formação do clube e

com a contratação de Pedro

Oliveira (ex-Tojal) e

Afonso (ex-Sacavenense),

ambos com experiência na

III Divisão Nacional e de

Celso (ex-Bucelenses).

Depois da inesperada mudança de treinador, a equipa principal de futebol do Alverca regressou ao trabalho no

passado dia 11. Dez dias depois, conquistou o primeiro título da época ao vencer a Supertaça da AFL.

Alverca procura época

tranquila na Divisão

de Honra de Lisboa

O Futebol Clube de Alverca teminscrições abertas para as suasmúltiplas actividades amadoras.Destaque para o Hóquei emPatins, onde o clube promove oensino gratuito da patinagem,emprestando os patins. Asinscrições estão abertas para cri-anças dos 3 aos 8 anos e as aulasrealizam-se às segundas, quartas esextas das 17h30 às 19h00 e aossábados das 9h00 às 11h30.Os interessados podem contactar asecretaria do clube através do 21958 09 56 ou contactar oendereço: [email protected]. A patinagem artísticatambém tem inscrições abertaspara as suas diferentes variantes,com treinos de segunda a sábado.Já na natação, o FCA tem aulas deaprendizagem para crianças dos 4aos 6 anos e dos 6 aos 10 anos, deaperfeiçoamento inicial e de com-petição, que decorrem nas PiscinasMunicipais de Alverca. O FutebolClube de Alverca dispõe, ainda, devárias classes da secção de ginás-tica com inscrições abertas (ginás-tica geral, aeróbica, aerostep,danças latinas, ballet e GAP), declasses de exibição e de com-petição de hip hop e de classes dekrav maga, modalidade que é con-siderada um dos sistemas de defe-sa pessoal mais eficientes.O karaté é outra secção em foco,com inscrições abertas na secre-taria do clube e aulas de segundaa sexta das 19h30 às 20h45, deterça a quinta das 18h20 às 19h25e aos sábados das 16h30 às 18h30.Saliência, ainda, para o ténis, comaulas de iniciação e aperfeiçoa-mento no Polidesportivo do BairroSoda Póvoa, para o tiro com arcocom aulas nas noites de terça.Quinta e sexta-feira e para o BTT,com inscrições na secretaria doFCA ou através do endereço [email protected].

Inscriçõesabertas

O Futebol Clube de Alverca

conquistou, no dia 21, a

Supertaça da Associação de

Futebol de Lisboa, batendo,

na final, o Pêro Pinheiro por

uma bola zero. O jogo,

muito disputado, realizou-se

no campo do Sacavenense e

pôs frente-a-frente o

campeão da Divisão de

Honra de Lisboa e o Alverca,

enquanto vencedor da Taça

Centenário da AFL.

Os homens de Alverca mar-

caram logo aos 15 minutos

por Gonçalo Marques e

tiveram arte e engenho para

garantir a vitória perante

uma equipa que, na tempo-

rada que agora se inicia, vai

jogar na III Divisão

Nacional. A equipa

alverquense é treinada por

Ricardo Monsanto, jovem

técnico que substitui Paulo

Gomes, vai disputar o

campeonato da Divisão de

Honra da AFL juntamente

com o Vilafranquense e o

Vialonga e, no dizer dos seus

responsáveis, procura uma

época tranquila.

Alverca vence Supertaça

Page 18: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

18

voz ribatejana #19

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PRAZERES DUARTE

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Agradecimento e Missa de

30º Dia

Sua Filha e restante Família na

impossibilidade de o fazerem

directamente agradecem a todas

as pessoas de suas relações e

amizade que a acompanharam à

sua última morada, ou que de

qualquer forma manifestaram o

seu pesar. Participam ainda que

dia 15/09/2011 pelas 18:30 horas

na Igreja dos Pastorinhos de

Alverca será celebrada Missa

pelo seu eterno descanso.

Agradecendo desde já a todas as

pessoas que se dignarem assistir

a este piedoso acto. Paz à sua

alma.

Tratou: Agencia Funerária

Machado & Victor, Lda.

219 580 770 – Alverca do

Ribatejo *219 560 189 – Forte

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na impossibilidade de o

fazerem directamente

agradecem a todas as pe-

ssoas de suas relações e

amizade que o acompa-

nharam à sua última mora-

da, ou que de qualquer

forma manifestaram o seu

pesar. Paz à sua Alma

Tratou: Agência Funerária

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219 580 770 - Alverca do

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zerem directamente agra-

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ou que de qualquer forma

manifestaram o seu pesar.

Paz à sua Alma.

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vêm, por este meio,

agradecer a todas as pe-

ssoas que acompanharam

a sua ente querida à sua

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Tratou: Agência Funerária

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vêm, por este mio,

agradecer a todas as pe-

ssoas que acompanharam

a sua ente querida à sua

última morada, bem como

assim a todos aqueles

que lhes manifestaram o

seu pesar.

Tratou: Agência Funerária

Machado, Lda.

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ALUGAPóvoa de Sta Iria

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r/c 3 assoalhadas

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AGRADECIMENTO

À CASA

DE SÃO PEDRO

DE ALVERCA

A família de Jacinto

Gomes Mouro vem por

este meio agradecer muito

reconhecidamente a todo o

pessoal da Casa de São

Pedro de Alverca o cari-

nho, o humanismo e o

profissionalismo com que

trataram o seu ente querido

até ao fim dos seus últimos

dias.

A todos onosso muito

obrigado.

Page 19: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

Festas da Póvoa apostam na prata

da casa em ano de contençãoAs Festas Anuais da Póvoa de Santa Iria têm uma tradição já com mais de 20 anos. A organi-

zação é da responsabilidade da Junta de Freguesia que, este ano, aposta muito na “prata da

casa” e na manutenção dos principais aspectos do programa. Trazer “grandes nomes” à Póvoa

é uma opção que não convence os organizadores, apostados em manter o equilíbrio do evento.

Nos próximos anos, com a criação de um novo espaço para as festas, o programa poderá ser

mais ambicioso.

Bandas jovenstiveram poucaadesãoAlguns dos povoenses inquiridos pelo Voz Ribatejanadefenderam que as festas da cidade deveriam ter maisespectáculos e mais actividades para os jovens. Outrospropuseram mais cultura e mais bandas filarmónicas.Jorge Ribeiro confessa que, nos dois últimos anos, aorganização contou com a presença de algumas ban-das jovens da freguesia. “Foi uma das coisas que

tentámos potenciar, mas adesão não foi aquelaque gostaríamos e não o consi-derámos no

programa deste ano”, explica, admitindoque chegou a equacionar-se um concerto

com bandas filarmónicas para a tarde de sába-do, mas que a ideia depois não avançou, porque

havia dúvidas se a corrida de toiros seria à tarde.“Acolhemos tudo aquilo que são sugestões. Todos osdias há pontos altos na festa, temos a presença dascolectividades que se dão a conhecer, uma componenteimportante que são as tasquinhas, junto ao palco, e umconjunto de stands de exposição”, conclui.

Destaquesdo programa

Quinta-feira – 1 de Setembro19h00 – Abertura das Festas

21h00 – Apresentação do Ginásio Viva Fit21h30 – Actuação dos Cavaquinhos do

Bragadense22h30 – Espectáculo com Ricardo e Henrique

Sexta-Feira – 2 de Setembro 21h30 – Festival de folclore

22h00 – Noite da sardinha assada01h00 – Largada de Toiros

Sábado – 3 de Setembro 18h00 – Largada de Toiros

21h00 – Benção dos barcos avieiros21h00 – Espectáculos de dança com hip hop,

dança do ventre, salão, flamenco, ballet e PetitGym

22h00 – Corrida de Toiros

Domingo – 4 de Setembro11h00 – cortejo equestre pelas ruas da cidade

17h00 – Procissão21h30 – Actuação da Academia Vanessa Silva

23h00 – Espectáculo com Flávio Serrinha 00h30 – Fogo de Artifício

Novo espaço

em perspectiva

O recinto das festas é uma das limitações

da iniciativa, porque os acessos não são

bons, há algum pó e faltam infra-

estruturas de apoio. “Estamos

com a expectativa de, no próx-

imo ano, podermos realizar

a festa noutro espaço,

tendo em conta aquilo que se

perspectiva em termos de

requalificação daquela zona”, rev-

elou Jorge Ribeiro ao Voz Ribatejana,

vincando que em causa está um espaço

situado mais próximo da estação, que terá

outro piso e servirá, ao longo do ano, para

múltiplas utilizações, incluindo estacionamento.

“Com isso pensamos num modelo diferente para as

festas da Póvoa. A expectativa que temos é que as próx-

imas terão outras condições”, prevê, apontando para uma

reflexão conjunta entre os eleitos da Junta e da Assembleia de

Freguesia, eventualmente alargada também á própria população.

Jorge Talixa

A cidade da Póvoa de Santa

Iria está em festa já a partir de

1 de Setembro, com mais uma

edição das Festas em Honra da

Nossa Senhora da Piedade. São

quatro dias de muita animação,

centrada sobretudo no recinto

situado entre a linha-férrea e o

Tejo. Diariamente passam

pelas festas da Póvoa entre 50

mil a 70 mil pessoas e, apesar

das críticas de alguns povoen-

ses, que defendem um progra-

ma mais ambicioso, mais cul-

tural e mais virado para a

juventude, a Junta de Freguesia

da Póvoa sublinha que “o orça-

mento é limitado” e que tem

procurado sobretudo manter as

principais facetas que dão

nome à festa e divulgar os

artistas e as associações locais.

“Tentamos todos os anos que

haja festas na Póvoa. É preciso

que as pessoas se lembrem que

estamos a falar de uma festa

que é organizada por uma

freguesia, que tem um orça-

mento limitado. Nos tempos

que correm não nos parece

razoável, não havendo recursos

financeiros, gastar dezenas ou

centenas de milhares de euros

para realizar este tipo de fes-

tividades”, sublinha Jorge

Ribeiro, presidente da Junta da

Póvoa, em declarações ao Voz

Ribatejana, frisando que a

autarquia faz questão de man-

ter a tradição de realização das

festas, mas, tendo em conta as

dificuldades existentes, procu-

ra outras perspectivas, como a

divulgação do que se faz na

freguesia.

Embora admita que as festas

têm algumas receitas com a

venda de terrados e o aluguer

de espaços para divertimentos,

Jorge Ribeiro explica que, nor-

malmente, não chegam para

pagar as despesas, até porque

nos últimos anos passou a ser

necessário pagar à PSP, aos

bombeiros e à EDP, pelo

aluguer de um posto de trans-

formação e pelo consumo. Por

outro lado, as entradas para a

grande maioria das iniciativas

são gratuitas e a organização

mantém a tradição da oferta de

sardinha, pão e vinho na noite

de sexta-feira.

Para envolver mais os eleitos e

permitir que compreendam

melhor as dificuldades de orga-

nização de um evento deste

tipo, foi criada no seio da

Assembleia de Freguesia uma

comissão de acompanhamento,

que já reuniu por duas vezes

para conhecer as opções e as

dificuldades existentes.

“Tentamos potenciar no pro-

grama aquilo que é da Póvoa,

continuamos a ter a compo-

nente tauromáquica, este ano a

Tertúlia Passe por Alto organi-

za a sua segunda corrida, que

tem o nosso apoio.

Continuamos com parte reli-

giosa, não só na procissão, mas

também na bênção dos barcos

avieiros, que este ano se realiza

outra vez à noite. Mantemos a

sardinha, pão e vinho gratuitos.

Todos os dias a festa tem

momentos altos”, realça o

autarca do PS, destacando a

preocupação de reunir vários

grupos de dança da freguesia,

os Cavaquinhos do

Bragadense, a banda do

Grémio Povoense e músicos

como Ricardo e Henrique e

Flávio Serrinha, que também

têm ligações à Povoa.

Jorge Ribeiro acha que trazer

um ou dois grandes nomes do

panorama nacional não seria

decisivo para um maior suces-

so da festa e sublinha que

alguns já cobram 10 a 20 mil

euros, o que está fora do

alcance de uma festa que tem

um orçamento situado entre os

50 e os 60 mil euros. “Temos

sempre um registo de 50 mil a

70 mil pessoas em todos os

dias da festa. Para uma festa

realizada na fase final do

Verão, acho que é um registo

muito bom. Organizamos uma

festa que conta com o apoio de

algumas empresas, mas que

cada vez é menor. A Câmara

apoia em termos logísticos,

mas deixou de participar em

termos financeiros. Há pessoas

que perguntam por que é que

não temos cá o Tony Carreira,

mas o cachet do Tony Carreira

são 60 a 70 mil euros, com o

orçamento da festa é impossí-

vel”, sublinha.

EESSPPEECCIIAALL CCIIDDAADDEE DDAA PPÓÓVVOOAAPPoorr ooccaassiiããoo ddaass ffeessttaass aannuuaaiiss ddaa NNoossssaa SSeennhhoorraa ddaa PPiieeddaaddee,, uumm oollhhaarr ddee ddeessttaaqquuee ppaarraa aa ffrreegguueessiiaa ddaa PPóóvvooaa

Page 20: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

20

voz ribatejana #19

Isabel Silva, 49

anos, comerciante

Nascia na Póvoa há 49 anos. Acho que

a Póvoa não tem progredido nada, antes

pelo contrário. Tem crescido só em casas

e pessoas, mas em infra-estruturas e espaços

verdes e em coisas boas para a terra, atractivas,

não tem crescido nada. Só tem muitos prédios, é dormitório. Tudo

isso não foi acompanhado pelos serviços necessários em nada. Acho

que a Póvoa não tem tido presidentes de junta à altura, nem pessoal

de chefia. Deviam ser mais exigentes. Devia haver mais amor pela

terra. O Forte da Casa tem crescido, porque tem alguém com pulso,

que se tem movimentado.

Sinto o problema do estacionamento, sou da opinião que deve haver

parquímetros nestas zonas. Segurança não há, eu própria fui assalta-

da no meu estabelecimento, deram-me um murro e tiraram-me o

fio. Não há segurança, não há nada. Há muita coisa a mudar. A

Póvoa devia começar por ter um encarregado geral dos trabal-

hadores, um engenheiro paisagista jovem, um recém-licenciado era

óptimo, porque estão cheios de ideias.

Os povoenses inquiridos pelo Voz Ribatejana gostam da cidade em que residem, mas são muito críticos em

relação às lacunas que encontram na Póvoa em domínios tão distintos como os espaços verdes, a segu-

rança, o estacionamento, os transportes ou os serviços públicos. A requalificação da zona ribeirinha é um

desejo assumido mas cuja concretização suscita ainda muitas dúvidas e as festas, dizem, precisam de atra-

ctivos mais fortes.

Povoenses vêem muitas

lacunas na cidade

Carlos Rocha,

54 anos,

administrativo

Resido na Póvoa há 10 anos, mas é só

casa-trabalho e trabalho-casa. Faltam

sempre algumas coisas. É um bom sítio

para viver, simplesmente a nível de trans-

portes rodoviários está muito mal. Tem o

comboio, mas só quando trabalha. Nas

estradas também não tem alternativas, a

EN 10 está outra vez cheia, a auto-estrada

também não resolve grande coisa.

Também há muitas dificuldades de esta-

cionamento, o crescimento não foi acom-

panhado por estacionamento.

Não preciso normalmente de recorrer aos

serviços públicos aqui da zona, mas

reconheço que isto está um bocado aban-

donado em termos de jardins, porque cor-

tam a relva, mas deixam ficar o lixo. Não

sei se a responsabilidade é da junta.

Festas comprograma“repetitivo”As Festas Anuais da Póvoa nãoentusiasmam os inquiridos peloVoz Ribatejana. Isabel silva achaque o programa é “repetitivo,medíocre”. A comerciantepovoense defende que “a Póvoajustifica mais” e considera queera importante enriquecer o pro-grama com mais actividades cul-turais, com bandas filarmónicas econcertos. Já Carlos Rocha tam-bém acha que é preciso levar àsfestas “mais qualquer coisa quelhes dê força”. O morador daPóvoa sugere mais actividades emúsica para os jovens, masreconhece que o local onde serealizam os festejos não é o maisindicado, sobretudo porque falta oestacionamento e há alguma inse-gurança. Isabel Silva tambémconsidera o espaço das festas“mauzinho” e propõe maisespaços e momentos de apresen-tação das colectividades e associ-ações locais.

Os povoenses apreciam muito a

zona ribeirinha da cidade, gostariam

de a ver requalificada, mas ainda

duvidam da concretização das obras

prometidas. “Estou cá para ver”, diz

Isabel Silva ao Voz Ribatejana,

admitindo que a reabilitação de toda

aquela área será “uma mais-valia

muito grande para a Póvoa, era cinco

estrelas. Vamos ver se andam”. A

comerciante acha que se devem

fazer fundamentalmente espaços

verdes atractivos nas áreas próximas

do rio. “De prédios já está a Póvoa

cheia. Precisa é de melhorar as

condições da zona ribeirinha e desta

parte velha”, diz.

Carlos Rocha ainda está menos opti-

mista, recorda uma alegada prome-

ssa de ligar a Póvoa à zona da Expo

por um passeio ribeirinho e acha que

isso só será uma realidade “no dia de

são nunca à tarde”. O residente na

Póvoa diz estar “saturado” dos

políticos e das promessas que não se

cumprem..

Ver para

crer na zona

ribeirinha

cidade da Póvoa

Page 21: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

21

31 de Agosto de 2011

Voz Ribatejana – Este

mandato tem sido muito

marcado pelas extremas difi-

culdades financeiras que o

País vive e as autarquias não

são excepção. Até que ponto

isso tem condicionado o

desempenho e até que ponto

o executivo da Junta tem

cumprido os seus compro-

missos eleitorais?

Jorge Ribeiro – Temos um

Programa Eleitoral que está

perfeitamente definido. E esta-

mos aqui a cingir-nos àquilo

que é a actividade da Junta de

Freguesia. Com mais ou menos

dificuldades temos conseguido

cumprir aquilo que é o

Programa Eleitoral.

Trabalhamos muito à base da

questão das manutenções, va-

rrição, zonas verdes, pequenas

requalificações, arranjos

urbanísticos, colocação de

equipamentos urbanos. Temos

que nos conseguir adaptar à

realidade económico-finan-

ceira, que é conjuntural.

Procurando cumprir essen-

cialmente aquilo que é da

vossa responsabilidade dire-

cta?

Com certeza. Não podemos

assumir as responsabilidades

de outros. Nomeadamente,

com a Câmara temos compro-

missos conjuntos, compromi-

ssos políticos no Programa

Eleitoral, mas financeiramente

não conseguimos chegar lá.

Quando falamos, por exemplo,

da requalificação da zona

ribeirinha, é impossível a Junta

investir ali dinheiro, porque

não o tem e temos que nos cin-

gir às nossas competências

directas.

Este ano tivemos menos din-

heiro da Câmara, mas tivemos

a possibilidade do protocolo da

Cimpor, que permitiu a

aquisição de equipamentos.

Substituímos uma carrinha que

já tinha 15 anos e que nos cus-

tava milhares de euros de

manutenção. Comprámos uma

carrinha nova e um tractor

corta relva.

De quanto foi essa redução

nas transferências da

Câmara?

Foi na ordem dos 14%. Em

contraponto tivemos essa verba

de cerca de 60 mil euros da

Cimpor para investimento.

A densidade demográfica da

freguesia e o facto de estar

longe da sede de concelho são

questões pesadas na dis-

tribuição de verbas do

Município?

O principal problema não tem a

ver com as verbas que recebe-

mos do Município. O maior

problema tem a ver com os

critérios que estão definidos

pela administração central, que

diferenciam em muito as

freguesias. Não é possível uma

freguesia com as nossas carac-

terísticas e uma cidade com 30

mil habitantes receber 115 mil

euros do Governo, quando há

freguesias em termos similares

que recebem três vezes mais.

Isto deve-se à chamada

‘cláusula travão’. Tivemos um

crescimento muito rápido entre

1991 e 2001. Fomos a fregue-

sia que mais cresceu no País,

na ordem dos 65%, mas o

crescimento financeiro não

acompanhou o crescimento

populacional, só podia crescer

7, 5% ao ano. Estamos ainda a

recuperar. Se em vez de receber

116 mil recebêssemos 300 mil

euros como recebem outras

freguesias, de Norte a Sul do

País, com estas características

e algumas com dimensão infe-

rior em termos populacionais,

porque privilegia-se mais a

área do que os habitantes. Nós

trabalhamos é para as pessoas,

não é para a área. O principal

problema tem a ver com uma

Lei que está ultrapassada e ba-

liza as coisas mal. Se rece-

bêssemos 300 mil euros da

administração central não tín-

hamos problemas nenhuns.

D e n t r o

d a s

vossas responsabilidades

directas, uma das questões

mais sensíveis é a da

manutenção dos espaços

públicos. Nesse domínio já

existiam e continuam a ouvir-

se críticas?

Temos uma freguesia muito

populosa, a que acresce o facto

de termos uma estação de com-

boios que movimenta 14 a 15

mil pessoas por dia, que vêm

de outras freguesias. Isso faz

parte do dia-a-dia dos grandes

meios urbanos. Gostamos que

assim seja, porque temos a

freguesia mais viva. E fazemos

um esforço todos os dias para

manter a cidade o mais limpa

possível e com o melhor trata-

mento das zonas verdes. Agora,

há uma situação que temos

apelado muito às pessoas, para

que nos ajudem a manter a

cidade limpa. Muitas vezes

deixam os sacos do lixo ao pé

dos contentores e o lixo acaba

por se espalhar. As pessoas às

vezes não tratam bem aquilo

que têm.

Faltará um bocado de auto-

estima das pessoas e de va-

lorização da sua cidade?

Se calhar 75% da popu-

lação trabalha fora da

cidade e não vive o

seu dia-a-dia.

Temos tentado

contrariar um

pouco essa ideia

de sermos dor-

mitório, com

activi-

dades,

com bem-estar, com qualidade

de vida.

Mas os povoenses inquiridos

pelo Voz Ribatejana quei-

xam-se de falta de serviços

públicos, de transportes, de

espaços verdes, de infra-

estruturas…

Serviços públicos não con-

seguimos ter mais neste

momento, mas temos hoje

cartórios, que não tínhamos há

seis anos, agora temos dois.

Gostávamos muito de ter uma

repartição de finanças, mas foi-

nos sempre vedado.

Continuamos a pugnar.

Tivemos, desde 2005, um par-

que escolar completamente

renovado. Se calhar somos a

freguesia com parque escolar

melhor apetrechado. Foi con-

struída a nova esquadra da PSP.

Temos um centro de saúde, que

teve dificuldades com a alte-

ração dos horários e nós, com o

trabalho que fizemos, fomos

bem sucedidos e ajudámos a

resolver. Hoje está a funcionar

de forma satisfatória. Temos

falta de médicos, é uma pre-

ocupação e esperamos que

possa haver reforço.

Outra questão que colocam é

que a Póvoa e a Junta deviam

ser mais reivindicativas per-

ante a Câmara?

A Póvoa é reivindicativa. É

uma crítica que não acolho.

Tive desde sempre e tenho uma

boa relação com a presidente

da Câmara. Trabalhamos em

conjunto, trabalhamos em

parceria. Na Póvoa de Santa

Iria têm sido investidos mi-

lhões de euros nos últimos

anos. Se calhar da nossa parte

não temos conseguido passar

essa mensagem. Sabemos o

traba-lho que desenvolvemos.

Articulamos os projectos que

são trabalhados em parceria.

Continuamos a reivindicar.

Tenho a consciência tranquila e

o que fazemos com a Câmara é

um trabalho de parceria.

À frente da Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria desde

2005, Jorge Ribeiro foi um dos mais jovens autarcas a assumir

a liderança de uma junta do concelho. Apostou na moderniza-

ção dos serviços e das instalações e numa postura de colabo-

ração com a Câmara de Vila Franca. Pequena, mas densa-

mente povoada, a freguesia da Póvoa debate-se com proble-

mas sérios de falta de serviços e de estacionamento e aguarda

ainda o arranque das obras de requalificação da sua extensa

frente ribeirinha. Em entrevista ao Voz Ribatejana, Jorge

Ribeiro salienta os grandes investimentos feitos nos últimos

anos na freguesia e o trabalho feito pela Junta ao nível da

requalificação dos espaços públicos e dos equipamentos, mas

sublinha que a colaboração das pessoas é muito importante

para a sua manutenção. O autarca do PS realça a excelente

cooperação com a Câmara, mas acha que os 30 mil habitantes

da freguesia justificavam mais verbas da administração cen-

tral.

A falta de estacionamento é um problema crónico na Póvoa de

Santa Iria. Jorge Ribeiro reconhece que “estruturalmente” a

cidade “foi mal desenhada” em termos de disponibilidade de

estacionamento. “Estamos a tentar criar lugares onde eles não

existem. Marcámos, nos últimos 3 meses, mais de 3000

lugares, criámos passadeiras, reforçámos passadeiras e tentá-

mos organizar o estacionamento. Havia zonas que não eram

marcadas há mais de 15 anos e zonas da Póvoa onde nunca

houve marcações”, vincou o autarca do PS, admitindo que

gostaria que a obra do auto-silo do centro da Quinta da

Piedade tivesse andado mais depressa. “É uma obra feita por

um privado, que tem as dificuldades financeiras que são co-

nhecidas. Está a decorrer a um ritmo muito lento, gostaríamos

que tivesse outra força, mas não depende de nós”, sublinha.

Já na zona antiga da cidade, Jorge Ribeiro acha que é impor-

tante introduzir um factor de rotatividade de estacionamento e

instalar alguns parquímetros. O projecto Eco-Bairros, de

requalificação desta área, contempla essa possibilidade, já

proposta pela Junta. “Parquímetros na zona antiga viriam per-

mitir uma melhor acessibilidade aos serviços e comércio. No

resto o que temos feito é reforçar as marcações e organizar”,

conclui.

A freguesia da Póvoa tem 9 parques infantis, alguns dos quais,

reconhece o presidente da Junta, estão degradados. “Não tem

a ver com desleixo, tem a haver com uma questão de

manutenção. E muitas vezes também com a má utilização que

é feita por gente que já não tem idade para os usar e que os usa

de forma abusiva. Temos um levantamento feito pela Câmara

e a recuperação de todos os parques infantis está estimada em

200 mil euros. É uma verba que a Junta não tem condições

para conseguir suportar”, salienta Jorge Ribeiro. A Junta

povoense tem um orçamento anual da ordem de 1 milhão de

euros, dos quais consegue canalizar cerca de 240 mil para

todo o tipo de investimentos. “Em conjunto com a Câmara

vamos, com certeza, conseguir requalificar os parques infan-

tis”, prevê o eleito socialista, que admite algumas dúvidas

quanto à existência de tantos parques infantis numa freguesia

territorialmente pequena, mas também sublinha que muitos

deles são verdadeiros pontos de encontro da população dos

respectivos bairros. “É uma decisão política que é preciso

assumir, mas acabar com alguns destes parques seria também

acabar com a zona de lazer do próprio bairro. Em termos de

manutenção, temos aqui um custo elevado, se não tivermos a

colaboração das pessoas. É impossível recuperar para, depois,

miúdos de 15/16 anos estragarem no dia seguinte”, alerta.

“Têm sido

investidos

milhões na

Póvoa”

Parques infantis

exigem 200 mil euros

3000 lugares marcados

JorgeRibeiro, presi-dente da Junta deFreguesia daPóvoa, em entre-vista

Page 22: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

22

voz ribatejana #19

Voz Ribatejana - Que ba-

lanço faz do desempenho do

executivo da Junta nestes

primeiros dois anos de

mandato?

Paulo Rodrigues - A Póvoa de

Santa Iria é uma cidade jovem,

que duplicou os seus residentes

em pouco mais de uma década,

nomeadamente com o apareci-

mento de novas urbanizações

como o Casal da Serra e a 2ª

fase da Quinta da Piedade.

Mediante esta grande alteração

era exigível que a Junta de

Freguesia se adaptasse a esta

nova realidade, às novas nece-

ssidades da freguesia, bem

como comunicar mais e melhor

com a sua população. Em vez

disso, temos uma freguesia

com pouca capacidade de

resposta aos principais proble-

mas da população, pouco

reivindicativa perante as actu-

ais necessidades da freguesia e

com pouca obra apresentada.

A oferta de equipamentos

públicos desportivos de utiliza-

ção colectiva /polidesportivos e

parques infantis é muito insufi-

ciente, tendo em conta a

dimensão e quantidade de

juventude existente na fregue-

sia. Grande parte dos parques

infantis que existem, estão em

mau estado de conservação e

utilização.

Para que esta cidade se assuma

com uma identidade e cultura

própria, e não só como um dor-

mitório, é necessária a disponi-

bilização de um conjunto de

serviços públicos mais alarga-

dos, bem como a promoção de

mais actividades de cultura e

lazer, necessidades perante as

quais a resposta tem sido nula.

A revitalização do núcleo

histórico, tanto a nível comer-

cial como residencial, é

urgente, pois a quantidade de

habitações degradadas e devo-

lutas, bem como de estabeleci-

mentos comerciais encerrados,

é já preocupante, tornando o

núcleo histórico desta cidade

numa zona muito degradada,

abandonada e pouco convidati-

va. Nesta matéria os resultados

são também nulos.

Na verdade, a Póvoa é uma

cidade mas não tem as infra-

estruturas básicas exigíveis à

condição de cidade. E também

não tem tido autarquias (tanto

Junta como Câmara) à altura de

construir ou exigir a quem de

direito a superação dessas lacu-

nas nesta cidade.

Naturalmente, só pode ser

negativo o balanço da

prestação desta Junta de

Freguesia.

A autarquia local tem revela-

do algumas dificuldades na

gestão/manutenção dos

espaços públicos. Acha que

com os meios de que dispõe

podia fazer mais ou deveria

exigir mais meios da Câmara

para uma freguesia com a

importância da Póvoa?

Fruto das políticas do PS no

governo – e do actual ainda há

menos a esperar, a avaliar pela

memória do cavaquismo – as

autarquias têm sido bastante

penalizadas com os sucessivos

cortes financeiros. No entanto,

a população da Póvoa não

deixou de pagar impostos para

ver a sua freguesia com menos

recursos financeiros, o que vê é

a administração central cada

vez mais a dirigi-los para os

grandes grupos económicos,

em prejuízo da população.

O que se passou nesta freguesia

e concelho foi a resignação, o

frete e o clientelismo perante o

Governo da mesma cor (PS). É

lógico que com estas políticas

as dificuldades na gestão do

espaço público são crescentes.

É necessária uma coordenação

e maximização dos recursos

existentes muito eficiente. No

entanto, mediante tais dificul-

dades acrescidas, nada mudou

a nível de gestão dos recursos.

Parece que esta Junta não dá

mais…

O estacionamento continua a

ser um problema na fregue-

sia, porquê?

Infelizmente, o estacionamento

não é um problema só da

Póvoa. É um problema de

todos os grandes núcleos

urbanos. Hoje culpam-se as

pessoas e apelidam-nas de

comodistas, porque “todos

querem ter carro e há casas

com três automóveis por

habitação”. Mas esta desculpa,

além de falsa, é um argumento

grosseiro dos governantes para

fugirem às suas responsabili-

dades.

A verdade é que muitas

famílias têm mais do que um

automóvel, porque não existe

uma política séria de trans-

portes públicos e os mesmos

não se coadunam às reais

necessidades da maioria da

população.

Por outro lado, os preços dos

transportes públicos não são

assim tão apetecíveis, originan-

do que depois de contas feitas

as famílias optem por levar o

automóvel para dentro das

cidades. Mas, o cerne da

questão está no mau planea-

mento urbanístico, ou mesmo

na falta dele, sobretudo nos

últimos dez/ quinze anos, que

fez das urbanizações recentes

verdadeiros “cortiços” de

betão. Veja-se a diferença entre

a primeira e a última fases da

Quinta da Piedade.

Voz Ribatejana - Que ba-

lanço faz do desempenho do

executivo da Junta nestes

primeiros dois anos de

mandato?

Nuno Caroça - A Junta de

Freguesia tinha a obrigação

de fazer mais e melhor ao

nível do bem-estar dos

Povoenses e para a afirmação

da Póvoa de Santa Iria

enquanto Cidade. Na gestão

corrente da Cidade observa-

mos muitas lacunas, por

exemplo, na manutenção dos

espaços verdes, na limpeza e

na conservação de equipa-

mentos públicos, no respeito

pela segurança dos peões

(veja-se a degradação de pa-

ssadeiras e a existência de

duplas marcações que desde

2009 denunciamos) e na

segurança da circulação de

viaturas - com Regulamento

de Trânsito aprovado desde

2009 ainda não assistimos à

colocação de sinalização ver-

tical, veja-se a 2ª Fase da

Quinta da Piedade. Não

vimos também nenhuma

estratégia para a Cidade,

antes assistimos à tomada de

medidas avulsas. É necessário

atrair comércio, serviços e

actividades de dinamização

da Cidade, para fixar as pe-

ssoas à Póvoa, para que

empreendedores escolham a

Póvoa para abrir/manter os

seus negócios, criando/man-

tendo empregos e receber

mais visitantes. Este

Executivo, apesar de neste

mandato ter 7 elementos, não

demonstra melhoria quantita-

tiva nem qualitativa do traba-

lho desenvolvido. A Cidade

merece uma gestão

visionária, séria, cuidada,

apaixonada e totalmente ded-

icada e em contacto perma-

nente com as pessoas.

A autarquia local tem reve-

lado algumas dificuldades

na gestão/manutenção dos

espaços públicos. Acha que

com os meios de que dispõe

podia fazer mais ou deveria

exigir mais meios da

Câmara para uma freguesia

com a importância da da

Póvoa?

É certo que estamos a viver

momentos difíceis, com

cortes à despesa corrente e ao

investimento público. É

necessário fazer mais e mel-

hor com menos recursos. A

meu ver é possível fazer

muito mais. É este o grande

desafio que se impõe a quem

gere entidades públicas. O

problema da Póvoa de Santa

Iria é que, mesmo nos anos

das chamadas “vacas gordas”,

não se conseguiu impor per-

ante

a

Câmara de Vila Franca de

Xira e isso foi/é da respon-

sabilidade de quem

esteve/está no executivo da

Junta. Hoje o que importa

decidir é se os meios exis-

tentes no concelho não

podem ser partilhados entre

freguesias, ou que meios da

Câmara podem ser utilizados

quando sejam necessários na

Póvoa, o que leva a exigir um

rigoroso le-vantamento de

recursos e uma permanente

comunicação e articulação

entre freguesias e município.

Até mesmo para evitar des-

perdícios de recursos que

aconteceram no pa-ssado.

Estou-me a lembrar do que

aconteceu poucos meses

antes das últimas eleições

(2009), em que a Junta pintou

alguma sinalização horizontal

e, passadas duas semanas, a

Câmara asfaltou as ruas alvo

dessa pintura. Os recursos

públicos não podem ser des-

perdiçados desta forma.

O estacionamento continua

a ser um problema na

freguesia, porquê?

Um dos grandes problemas

da Cidade é a falta de esta-

cionamento ou a fraca acessi-

bilidade a estacionamentos

existentes. Hoje é normal

haver 2 ou mais automóveis

por habitação, o que nas

zonas de maior densidade

populacional se torna uma

verdadeira dor de cabeça.

Veja-se o caso da Quinta da

Piedade. O que deve ser feito

será o de reavaliar e reinven-

tar arranjos exteriores que,

face às actuais necessidades,

se encontram ultrapassados,

com o objectivo de criar

novas bolsas de estaciona-

mento, e onde elas existem,

como é o caso do parque de

estacionamento junto ao

muro oeste da Quinta

Municipal, onde se deveria

abrir uma passagem de acesso

à Av. Dom Vicente Afonso

Valente. E não posso deixar

de referir que a falta de esta-

cionamentos provoca um

grave problema de segurança,

veja-se o estado das pracetas

em que, à noite, um carro de

bombeiros dificilmente con-

seguirá entrar.

“Esta Junta não

dá mais…”

Paulo Rodrigues foi o cabeça-de-lista da CDU nas últimas

eleições para a freguesia da Póvoa de Santa Iria. Em entre-

vista ao Voz Ribatejana sustenta que o executivo da Junta tem

pouca obra feita e reivindica pouco perante as múltiplas

necessidades da freguesia.

“Não vimos

estratégia para

a cidade”

Nuno Caroça encabeçou a lista da coligação Novo Rumo

(PSD/CDS-PP/PPM/MPT) nas últimas eleições para a

freguesia da Póvoa de Santa Iria. Em entrevista ao Voz

Ribatejana aponta muitas falhas à gestão da Junta de

Freguesia e acusa o executivo liderado por Jorge Ribeiro

de não ter nenhuma estratégia para a cidade e de não

saber criar condições para atrair comércio, serviços e

actividades de dinamização.

PauloRodrigues,

ementrevista

NunoCaroça, ementrevista

Moradores dos bairros vão ser ouvidosA Junta da Póvoa vai lançar, na segunda quinzena de Setembro e durante o mês de Outubro, uma iniciativa original de auscultação da população.Com o objectivo de recolher opiniões sobre as intervenções prioritárias e de envolver mais as pessoas na vida da comunidade, as reuniões vãorealizar-se nos principais bairros da cidade. Servirão também para recolher contributos para a elaboração do orçamento da Junta para 2012.

cidade da Póvoa

Page 23: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

23

Voz Ribatejana – A Passo por Alto

surge porque a tauromaquia tem

alguma tradição e um leque signi-

ficativo de aficionados na Póvoa ou

a sua fundação vai além disso e

resulta da necessidade de um grupo

de amigos de fazerem alguma coisa

pela terra?

Henrique Medley - Nasce como

resultado de várias condicionantes.

Nasce não só porque a Póvoa tem

tradições taurinas: nos anos 40

realizaram-se corridas de toiros junto

ao Palácio da Quinta da Piedade; são

conhecidas, também, as largadas de

toiros na então rua São João de Deus

(hoje rua 28 de Setembro); bem assim

o tresmalhar de toiros, relativamente

aos curros que atravessavam a Póvoa,

de madrugada, a caminho do Campo

Pequeno. Por outro lado, com a morte

do João Cachené, a sua Tertúlia

Burladero ficou desactivada e, vai daí,

eu, com o João Marques, o Rui

Benavente e o António Cavaco,

encetámos esta “loucura” que está, e

quer contribuir para a cultura desta

terra. Um espaço que faz igualmente

falta à nossa juventude.

Que balanço faz destes primeiros

anos de actividade?

Um balanço extremamente positivo.

Começámos do nada. Com o empenho

de muitos temos hoje uma bonita sede

social, onde antes estava uma casa

devoluta, com o tecto a cair! Com esta

obra viemos inclusive dar vida a um

dos mais antigos núcleos residenciais

desta nossa terra. Actualmente já con-

tamos com cerca de duas centenas de

associados.

O apoio e o envolvimento da popu-

lação e das forças vivas locais tem

estado dentro das vossas expectati-

vas ou esperavam mais?

Quando se fala em apoios, numa situ-

ação como esta… todos não são de

mais! A população e o comércio local

têm correspondido bem às nossas ini-

ciativas, o que muito nos agrada. A

Junta de Freguesia, na pessoa do pres-

idente Jorge Ribeiro, em termos logís-

ticos, tem estado ao nosso lado.

Sentimos que não fazem mais porque

não podem.

Como é que uma tertúlia tão jovem

se abalança a organizar corridas de

toiros com as figuras que a Passo

por Alto tem levado e vai levar no

dia 3 à Póvoa?

Pois…é um empenho em prol daquilo

que gostamos e nos anima, como é o

facto de estarmos a contribuir para a

defesa da Festa Brava. A Póvoa, bem

como as localidades vizinhas,

nomeadamente Vialonga e Forte da

Casa, mostraram bem a sua aficion

marcando excelente presença na nossa

Corrida do ano passado. Este ano, nos

troféus de melhor lide e melhor pega,

vamos homenagear dois povoenses

que têm contribuído ao longo das suas

vidas, para a festa dos toiros: António

João “Russo” e Joaquim Sequeira.

Que outras iniciativas tem a tertúlia

ao longo do ano para divulgar as

tradições tauromáquicas?

Organizámos garraiadas e uma festa

campera. Temos também levado a

cabo – almoços ou jantares – tendo

por companhia

figuras do

toureio. O canal

televisivo Touro

Bravo está

igualmente ao

dispor dos

a s s o c i a d o s ,

para acompan-

har corridas

em directo.

Temos feito

i g u a l m e n t e

excursões a algumas corridas.

Na corrida do Colete dedicada

às Tertúlias, marcámos pre-

sença no sector 4 com cerca de

cinquenta associados.

Até final deste ano que outras ini-

ciativas tem a Passo por Alto calen-

darizadas?

Até final deste ano estão agendadas

várias iniciativas. Para além da

Corrida de Toiros, realizamos a

Garraiada em finais de Setembro, iní-

cio de Outubro. Os almoços mensais

para associados e amigos, no primeiro

sábado

de cada mês. Noites de animação

(Karaoke, fado, etc…) e a festa de

Natal. Este ano já promovemos o

Festival da Lambujinha e os festejos

dos santos Populares, com a exibição

de marchas, entre outras iniciativas,

como disso é exemplo a festa

campera, por ocasião do nosso aniver-

sário.

31 de Agosto de 2011

Criada em 2008 por um grupo de amigos aficionados, a Tertúlia Passe por Alto tem revelado dinamismo e contribuído para animar a

vida da Póvoa de Santa Iria. Nasceu com o objectivo de preservar e divulgar a cultura local e de promover o convívio entre os seus

membros e organiza actividades tão diversas como corridas de toiros e garraiadas, mas também festas campera, um festival gas-

tronómico da lambujinha, noites de animação com karaoke e festejos dos santos populares. Criar condições para promover a práti-

ca desportiva entre os jovens é outro desafio que a Passe por Alto quer abraçar muito em breve. Em entrevista ao Voz Ribatejana, o

presidente da associação, Henrique Medley, fala das origens e dos projectos da tertúlia povoense, que já tem cerca de 200 associados.

Corrida de toirosno dia 3A Tertúlia Passe por Altoorganiza, na noite do próxi-mo dia 3 (sábado), a sua IIGrande Corrida de Toiros.Numa praça instalada próxi-mo do cais da Póvoa deSanta Iria, o espectáculoconta com os cavaleiros LuísRouxinol, António BritoPais, Pedro Salvador eMarcelo Mendes. As pegassão da responsabilidade dosgrupos de forcadosamadores de Vila Franca deXira e de Alenquer.

Modalidades em

perspectiva

A Passe por Alto e a Solvay Portugal vão assinar, em breve,

um protocolo para a cedência à tertúlia povoense do antigo

campo de ténis, espaço onde os responsáveis da associação

querem começar a promover várias modalidades desportivas.

A ideia tem o apoio da Câmara de Vila Franca de Xira, que já

se comprometeu a ajudar com maquinaria e pessoal nas obras

necessárias. Para além do ténis, a Passe por Alto pretende,

também, estabelecer parcerias com várias entidades para

desenvolver a formação noutras modalidades como futsal,

ginástica, andebol e basquetebol, entre outras. A Passe por

Alto corresponde, assim, aos objectivos que presidiram à sua

constituição e ao seu próprio emblema, onde destaca facetas

como a paixão pela tauromaquia, a gastronomia, o desporto e

as letras.

Henrique Medley, presidente da Tertúlia Passe por Alto em entrevista

“Queremos contribuir para

a cultura desta terra”

DR. JOSÉ BRANCO

PSICÓLOGO CLÍNICO

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de Lisboa Nº7, Loja B

Informações e marcações:

961 285 155

Na próxima edição do Voz Ribatejana não perca orescaldo das festas da Póvoa e um trabalho desenvolvi-do sobre os projectos de requalificadção da zonaribeirinha e de reabilitação da zona antiga da cidade.

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2600-126 Vila Franca de Xira

Tel: 263 281 329 [email protected]

CONDIÇÕES DE ENVIO - PORTUGAL

Page 24: Voz Ribatejana Edição 1 SET 2011

A depressão motivada pela

recente separação da mulher,

mãe do seu filho pequeno,

poderá ter estado na origem da

decisão de Anildo, pedreiro de

41 anos residente na Póvoa de

Santa Iria, de se atirar para a

frente do comboio intercidades

que passava na estação desta

cidade cerca das 11h15 da pa-

ssada quinta-feira. O acto

tornou-se ainda mais arrepiante

porque o homem decidiu pegar

no filho de 6 anos ao colo,

provocando a morte dos dois,

trucidados pelo comboio. As

imagens do sistema de vigilân-

cia, segundo as autoridades,

não deixam dúvidas de que foi

mesmo um suicídio, em que

Anildo resolveu arrastar tam-

bém o filho Duarte.

Avançam-se, agora, muitas

conjecturas sobre as razões que

levam a acto ao mesmo tempo

desesperado e cruel. Sabe-se

que a esposa saíra de casa há

cerca de 1 mês e que Anildo se

mostrava, desde então, algo

deprimido. Residia na Avenida

D. Vicente Afonso Valente, na

urbanização do Casal da Serra,

e nada fazia esperar uma ati-

tude deste tipo.

O homem deixou o carro junto

ao prédio, seguiu a pé até à

estação da Póvoa, onde com-

prou dois bilhetes para Vila

Franca de Xira e aproximou-se

do cais de embarque. Passava

ali a cerca de 140 quilómetros

por hora o Intercidades que lig-

ava Castelo Branco a Lisboa e

que Anildo terá escolhido para

pôr termo à vida.

Os restos mortais foram retira-

dos por bombeiros do Corpo

Voluntário de Salvação Pública

da Póvoa de Santa Iria e a cir-

culação ferroviária só retomou

a normalidade na Linha do

Norte cerca de 2 horas depois.

Anildo, de origem cabo-ver-

diana, trabalhava como enca-

rregado de obras. Duarte, o

filho, treinava na escolinha de

futebol da Academia do

Sporting na Póvoa.

J.T.

Voz Ribatejana

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Agora com mais um novo

espaço de saúde e bem-estar

Suicida-se com

filho ao coloProvavelmente deprimido pela recente separação da esposa,

um homem de 41 anos decidiu pôr termo à vida na estação de

comboios da Póvoa e arrastou com essa decisão um filho de

apenas 6 anos.

A Junta de Freguesia

convida todos os

leitores do jornal “Voz

Ribatejana” para as

Festas da Póvoa 2011,

que se realizam nos

dias 1, 2, 3 e 4 de

Setembro.

A Junta de Freguesia

CALHANDRIZ 931 192 997

[email protected]

Uma acção de protesto contra os aumentos nas tarifas de transportes

protagonizada, ontem, em Alhandra, por cerca de 15 utentes acabou

por gerar um conflito aceso entre os manifestantes e a polícia. Dois

deles foram mesmo detidos e um dos agentes fez um disparo intim-

idatório para o ar com o objectivo de afastar os manifestantes que,

segundo a PSP, rodeavam os polícias. Os detidos foram, ainda

ontem, presentes ao Tribunal de Vila Franca de Xira, que determinou

que ficam sujeitos a termo de identidade e residência (TIR) enquan-

to decorre o inquérito.

A CDU de Vila Franca de Xira já criticou a actuação policial neste

caso, denunciando as alegadas “brutais agressões efectuadas pela

PSPde Alhandra sobre cidadãos pacíficos e ordeiros que, após serem

agredidos e ofendidos pela PSP, foram detidos”. Uma nota divulga-

da pelo gabinete de apoio aos vereadores da CDU na Câmara local

contesta também “os brutais procedimentos de opressão e violência

exercida pela PSP”.

Bem diferente é o relato do Comando Metropolitano de Lisboa da

PSP que sustenta que “durante os procedimentos policiais de identi-

ficação e de retirada” dos cerca de 15 indivíduos que obstruíam a

linha-férrea junto à estação de Alhandra, “com intenção clara de

obstar a tal actuação, os agentes foram rodeados por seis manifes-

tantes, sendo um dos polícias agredido”.

Por isso, diz o Comando Metropolitano, “para cessar tal conduta e

como os polícias estavam em inferioridade numérica, o outro agente

policial, depois de advertir verbalmente os intervenientes de que iria

disparar, terá efectuado um disparo para o ar com a sua arma, tendo

cessado de imediato a agressão e sendo detido o agressor”.

Acrescenta a PSP que, quando este manifestante era conduzido sob

detenção para a viatura policial, outro terá tentado impedir que tal

acontecesse e foi também detido. Com a chegada de mais meios poli-

ciais, a linha foi desimpedida e retomada a circulação de comboios.

Os detidos, com 33 e 64 anos, foram presentes a tribunal na tarde de

ontem. Segundo a PSP podem ser acusados da prática de crimes de

coacção, de desobediência e de tentativa de agressão a agentes poli-

ciais. O Comando Metropolitano adianta que manifestações de

carácter semelhante ocorreram, também ontem de manhã, no Cais do

Sodré e no Monte do Estoril “sem quaisquer incidentes”.

Jorge Talixa

Protesto dá tiro e

detenções em Alhandra