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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
Programa de Pós - Graduação em Agricultura Tropical
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS DO CERRADO
FERNANDO MARTINOTTO
CUIABÁ - M T 2006
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
Programa de Pós - Graduação em Agricultura Tropical
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS DO CERRADO
FERNANDO MARTINOTTO
Engº Agrônomo
Orientadora: Profa. Dra. MARIA DE FÁTIMA BARBOSA COELHO
Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, para a obtenção de título de Mestre em Agricultura Tropical.
CUIABÁ - MT
2006
FICHA CATALOGRÁFICA
Martinotto, Fernando Avaliação do desenvolvimento inicial de espécies arbóreas nativas do Cerrado / Fernando Martinotto. – Cuiabá, MT : UFMT, 2006. 60 p. Orientador: Maria de Fátima Barbosa Coelho Dissertação (Mestrado) – UFMT Bibliografia. 1. Cerrado. 2. Espécies nativas. 3. Mandioca. I. Universidade Federal do Mato Grosso. II. Título.
CDD-574.52642 -582.16
FICHA CATALOGRÁFICA M386a Martinotto, Fernando Avaliação do desenvolvimento inicial de
espécies arbóreas nativas do cerrado / Fernando Martinotto. – 2006.
68p. : il. ; color. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal
de Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Pós-Graduação em Agricultura Tropical, 2006.
“Orientação: Profª Drª Maria de Fátima Barbosa Coelho”.
CDU – 581.9(81:251.3) Índice para Catálogo Sistemático 1. Cerrado – Espécies nativas 2. Cerrado – Espécies arbóreas 3. Mandioca – Cultura – Cerrado 4. Flora - Cerrado
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
Programa de Pós - Graduação em Agricultura Tropical
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
Título:
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS DO CERRADO
Autor: FERNANDO MARTINOTTO
Orientadora: Profa. Dra. MARIA DE FÁTIMA BARBOSA COELHO
Aprovado em
Comissão Examinadora:
_____________________________________ Profª. Dra. Maria de Fátima Barbosa Coelho
(Orientadora)
____________________________________ Profª. Dra. Helida Bruno Nogueira Borges
(Membro da banca I)
___________________________________ Profª. Dra. Maria de Fátima Loureiro
(Membro da banca II)
_________________________________ Profº. Dr. Marcio do Nascimento Ferreira
(Membro da banca III)
DEDICO
À minha família, em especial aos meus pais e a minha namorada, Ana
Gisela, por todo amor e encorajamento.
AGRADECIMENTOS
Aos professores Maria de Fátima Barbosa Coelho, Maria de Fátima
Loureiro, Hilton Ney Gaíva e Marcio do Nascimento Ferreira, pela
orientação, incentivo, confiança, apoio e amizade.
Ao meu irmão, Cristiano Martinotto, pela convivência, conselhos e valiosa
ajuda na minha formação profissional.
Ao Departamento de Agronomia da FAMEV, pela oportunidade de realizar
a Pós-Graduação em Agricultura Tropical.
Aos professores, aos colegas de mestrado e técnicos da UFMT, pelos
ensinamentos e grande amizade, desde os tempos da graduação.
A todos que, de uma forma ou de outra, colaboraram para o
encerramento desta etapa importante da minha vida e que,
embora não citados aqui, não deixam de merecer meu profundo
agradecimento.
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS DO CERRADO
RESUMO – O Cerrado apresenta inúmeras espécies vegetais arbóreas com grande potencial econômico, ecológico e social. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desenvolvimento inicial do angico-vermelho (Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan.), do cajueiro (Anacardium occidentale L.), cumbaru (Dipteryx alata Vogel.), jatobá (Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne), mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) e o tachi-branco (Sclerolobium paniculatum Vogel), como espécies arbóreas de uso múltiplo. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados, com parcelas subsubdivididas, com quatro repetições. Os tratamentos testados nas parcelas foram as espécies arbóreas; nas subparcelas; o consórcio com a mandioca (Manihot esculenta) e; nas subsubparcelas; a adubação com 200 g de superfosfato simples. Os blocos apresentaram bordadura externa. Foi utilizado o espaçamento fixo de 3 x 3 metros para as espécies arbóreas e de 1,0 x 0,6 metros para a mandioca. Foram avaliados a altura e o diâmetro do caule à altura do solo, sendo também feito um levantamento das pragas e doenças nas espécies em estudo. Houve uma taxa média de morte de mudas de 20,8% para o cumbaru, 13,5% para o tachi-branco, 5,2% para o jatobá, 2,1% para a mangaba, 1% para o angico, não tendo sido constatada perda de mudas de cajueiro. Verificou-se a ocorrência do coleóptero desfolhador (Chrysomelidae sp.) e mosca-branca (Bemicia sp.) em cajueiro e uma espécie não identificada (himenóptera) no jatobá. Foram observados sintomas de antracnose (Colletotrichum sp.) nas folhas do cajueiro e também o ataque de tatu (Priodontes sp.) às raízes da mandioca. Durante o período de desenvolvimento das espécies, o tachi-branco apresentou maiores taxas de crescimento relativo em diâmetro e altura, enquanto o jatobá e cumbaru apresentaram os menores valores. O tachi-branco apresentou a maior taxa de crescimento relativo quando submetido à adubação. A produtividade de mandioca não foi afetada pelas plantas arbóreas em fase inicial de desenvolvimento. Palavras-chave: cerrado, espécies nativas, mandioca.
EVALUATION OF THE INITIAL DEVELOPMENT OF NATIVE SPECIES ARBOREOUS OF THE CERRADO
SUMMARY – The Cerrado presents innumerable arboreous vegetal species with great economic, ecological and social potential. The objective of the present work was to evaluate the initial development of the angico-vermelho (Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan.); cashew (Anacardium occidentale L.); cumbaru (Dipteryx alata Vogel.); jatobá (Hymenaea stigonocarpa Mart. former Hayne); mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) and the tachi-branco (Sclerolobium paniculatum Vogel) as arboreous species of multiple use. The experimental delineation was used blocks entirely randomized, with sub-sub-divided plots, adopting four repetitions. The treatments tested in the plots had been to the arboreous species, in the sub-plots the trust with the cassava (Manihot esculenta) and in the sub-sub-plots the fertilization with 200g simple superphosphate. The blocks had presented external bordadura. Was used the fixed distance of 3 x 3 meters for the arboreous species and of 1.0 x 0.6 meters for the cassava. The height and the diameter of stem to the height of the ground had been evaluated, being also made a survey of the plagues in the species in study. It had an average tax of death of dumbs of 20,8% for cumbaru, 13.5% for the tachi-branco, 5.2% for jatobá, 2.1% for mangaba, 1% for the angico-vermelho, not being evidenced loss of cashew. How much to the plagues, attacks to the cashew for a leaf beetles had been evidenced (Chrysomelidae sp.) e fly-white (Bemicia sp.) and in jatobá for a hymenoptera not identified. How much to the illnesses attack of anthracnose was verified (Colletotrichum sp.) in leaves of the cashew. Also the attack of armadillo (Priodontes sp.) to the roots of the cassava was evidenced. During the period of development of the species, the tachi-branco presented greaters taxes of relative growth in diameter and height while jatobá and cumbaru present the lesser values. The tachi-branco presented the biggest tax of relative growth when submitted the fertilization. The cassava productivity was not affected by the arboreous plants in initial phase of development. key Word: cerrado, native plants, cassava.
ÍNDICE
101 INTRODUÇÃO......................................................................................
122 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................
122.1 Espécies nativas do Cerrado..........................................................
2.1.1 Angico-vermelho (Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan)......................................................................................... 13
192.1.2 Cumbaru (Dipterix alata Vog.)......................................................
252.1.3 Jatobá-do-cerrado (Hymenaea stignocarpa Mart.ex Hayne)....
272.1.4 Mangabeira (Hancornia speciosa Gomez).................................. 2.1.5 Tachi-branco (Sclerolobium paniculatum var. rubiginosum
(Mart. ex Tul.) Benth.)................................................................... 31
2.2 Análise do crescimento.................................................................. 36
373 MATERIAL E MÉTODOS.....................................................................
414 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................
505 CONCLUSÕES.....................................................................................
516 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................
607 ANEXOS...............................................................................................
1 INTRODUÇÃO
O cerrado constitui potencial fonte de exploração econômica,
desde que a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias viabilizem seu
aproveitamento. O Cerrado brasileiro possui uma flora riquíssima, porém,
esta biodiversidade, nas últimas décadas, vem sendo ameaçada pela
rápida ocupação com grandes monoculturas de grãos, principalmente a
soja, com altos insumos e investimentos em infra-estrutura (hidrovias,
rodovias e estradas de ferro) e pela pecuária extensiva de baixa
tecnologia, que ocupa mais de 60% das áreas agrícolas estabelecidas na
região central.
O consórcio de espécies florestais com cultivos agrícolas
tradicionais é uma das melhores formas de aproveitar ao máximo os
insumos agrícolas e recursos naturais disponíveis, diminuindo, dessa
forma, os custos de implantação e manutenção de plantios comerciais. No
caso de espécies nativas do Cerrado, não existem grandes estudos de
interação destas com cultivos agrícolas, o que limita ou dificulta a
aplicação deste sistema de cultivo.
A questão de deficiência de nutrientes no Cerrado e a
adaptabilidade das espécies nativas aos solos de baixa fertilidade devem
ser resolvidas por meio da comprovação da capacidade de espécies
individuais em responder a uma maior disponibilidade de nutrientes, bem
como da constatação das alterações que podem ser provocadas num
cerrado em solo distrófico, em condições naturais.
Tendo em vista o número reduzido de trabalhos sobre cultivo e
manejo de espécies arbóreas nativas do Cerrado, principalmente em
consórcio com cultivos agrícolas tradicionais, observa-se a importância de
se implementar estudos desta natureza.
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O objetivo deste trabalho foi estudar o desenvolvimento inicial de
espécies arbóreas de uso múltiplo, nativas do Cerrado, em consórcio com
a cultura da mandioca e sob adubação de cova com superfosfato simples.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O Cerrado, bioma típico da zona tropical, é uma formação savânica
que ocupava, originalmente, cerca de 2,0 milhões de km2,
correspondendo a 23,1% do território brasileiro, compreendendo o sul do
Mato Grosso, os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul e
Minas Gerais, o oeste da Bahia e o Distrito Federal. Estende-se ainda
para fora do Brasil Central, em “ilhas”, como no sul do Maranhão, norte do
Piauí, Rondônia e em um quinto do estado de São Paulo (Silveira, 1989).
Apesar das limitações impostas ao crescimento e ao
desenvolvimento das plantas pelo regime de chuvas e pelas
características do solo, o Cerrado apresenta surpreendente variabilidade
de espécies. Segundo Barbosa (1996), algumas destas espécies podem
constituir potenciais fontes de exploração econômica, desde que a
pesquisa de sistemas de cultivo, o manejo e o desenvolvimento de
tecnologias viabilizem seu aproveitamento.
A utilização de espécies nativas para reflorestamento ou
recomposição florística de áreas desmatadas é de grande importância
para reduzir o impacto ambiental e conservar a biodiversidade. O
conhecimento das exigências nutricionais e das relações ecológicas das
espécies, inclusive com cultivos agrícolas tradicionais em consórcio,
facilita o desenvolvimento de tecnologias, a obtenção de mudas sadias
destinadas a programas de formação de mata, bem como a utilização
econômica das espécies nativas para diversos fins (Gonçalves et al.,
1992).
2.1 Espécies nativas do Cerrado
Quanto ao critério de seleção de espécies arbóreas nativas de
potencial econômico, ecológico e social para o presente trabalho, na
13
literatura são encontrados trabalhos com inventários de espécies e suas
respectivas aptidões. Dentre estes, destaca-se o de Ribeiro (1994) que,
em levantamentos com a população nativa da região dos Cerrados,
mostrou que existe mais de 150 espécies com potencial econômico.
Espécies nativas com potencial madeireiro, frutífero e medicinal devem
ser avaliadas em sistemas agroflorestais, visando tanto à recuperação de
áreas degradadas quanto o enriquecimento de áreas destinadas à
preservação ambiental.
2.1.1 Angico-vermelho (Anadenanthera macrocarpa (Bentham)
Brenan)
O angico-vermelho (Anadenanthera macrocarpa (Bentham)
Brenan) pertence à família Mimosaceae (Leguminosae-Mimosoideae).
Apresenta como sinonímia botânica Acacia angico Griseb.,
Anadenanthera colubrina (Veiloso) Brenan var. cebil (Griseb.) Altschul,
Niopa macrocarpa (Bentham) Britt. & Rose., Piptadenia macrocarpa
Bentham e Piptadenia macrocarpa Bentham var. cebil (Griseb.) Chad &
Hass.
De acordo com a região, recebe diferentes nomes vulgares: angico
(BA, CE, DF, MA, MG, MS, PE, RN e SE), angico-amarelo, angico-brabo
(BA), angico-branco (SP), angico-bravo (BA, PE), angico-castanho,
angico-cedro, angico-fava, angico-jacaré (BA), angico-mama-de-porco,
angico-manso (PE), angico-preto (BA, ES, MA, PR, SP), angico-preto-
rajado, angico-rajado, angico-rosa, angico-verdadeiro (PI), angico-de-
caroço (BA), angico-de-casca (SE), angico-de-curtume (PR), angico-do-
banhado, angico-do-campo, angico-do-mato, angico-dos-montes,
arapiraca, brincos-de-sagüi, brincos-de-sauí, cambuí-ferro, curupai,
guarapiraca, guarucaia e paricá. Na Argentina, cebil cobrado, na Bolívia,
cebil e no Paraguai, kurupa’y kuru.
É uma árvore perenifólia a semicaducifólia, comumente com 8 m a
20 m de altura e 30 cm a 50 cm de DAP, podendo atingir até 30 m de
altura e 90 cm de DAP, na floresta estacional. No Cerrado e na caatinga,
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o angico-vermelho apresenta porte menor, com altura variando de 3 m a
15 m. O tronco é reto ou tortuoso e fuste com até 13 m de altura.
Apresenta ramificação cimosa, dicotômica; copa abaulada com os galhos
apresentando acúleos e lenticelas. A casca possui espessura de até 30
mm, de coloração externa geralmente parda-grisácea e acinzentada e
com muitas variações em sua morfologia, podendo ser completamente
coberta de acúleos, escura, profundamente gretada, áspera,
apresentando arestas salientes; com poucos acúleos ou lisa, totalmente
desprovida de acúleos e ter fissuras longitudinais pouco profundas. A
casca interna é esbranquiçada. Suas folhas são bipinadas, com até 30
pares de folíolos opostos e 60-80 pares de foliólulos; pecíolo com
glândula preta elipsóide, localizada junto à inserção e mais algumas
menores, entre os últimos pares de folíolos. Apresenta flores
hermafroditas, brancas, pequenas, reunidas em capítulos globosos
axilares ou terminais. Seu fruto é um folículo achatado, deiscente,
coriáceo, castanho-avermelhado, com superfície rugosa e dotada de
pequenas excrescências, com 15 cm a 32 cm de comprimento por 2 cm a
3 cm de largura. Cada fruto contém 8 a 15 sementes. Suas sementes são
de coloração castanha a pardo-avermelhada escura, brilhante, orbicular,
lisa, sem asa, comprimida ou achatada, com pequena reentrância hilar,
com 2 cm de comprimento e 1,5 cm de largura (Carvalho, 1994; Lorenzi,
1998).
Sua floração ocorre de agosto a janeiro, sendo de agosto a
setembro no Distrito Federal, de agosto a dezembro no Ceará, de agosto
a janeiro em Pernambuco, em setembro no Piauí, de setembro a outubro
no Rio de Janeiro e no Paraná e de setembro a novembro em São Paulo.
A intensidade de árvores apresentando flores e frutos aos três anos de
idade, em Petrolina, PE, foi de 67% (Lima, 1982). Apresenta frutos
maduros de março a novembro, sendo de março a maio no Paraná, de
abril a outubro em São Paulo, em junho no Piauí, de julho a agosto no
Distrito Federal, em agosto na Bahia, de agosto a setembro no Espírito
Santo, de agosto a novembro em Pernambuco e em outubro no Mato
Grosso. A dispersão das sementes é autocórica.
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A. macrocarpa é uma espécie lenhosa, homeoídrica que, no auge
da seca, evita ao máximo a queda do potencial hídrico interno, com
conseqüente restrição dos processos metabólicos de fotossíntese e de
respiração (Barbosa 1980). Desta forma, a espécie pode ser incluída no
grupo das árvores áridas passivas, que são plantas perenes, lenhosas e
decíduas, diferindo das áridas ativas, que são lenhosas, sempre verdes,
que conseguem, mesmo limitadamente, realizar seus processos
metabólicos durante todo o período seco (Evenari, 1975; Medina et al.,
1985; Medina, 1995).
Segundo Silva (2000), os indivíduos juvenis de A. macrocarpa são
bem resistentes ao estresse hídrico, pois desenvolvem mecanismos
adaptativos, que os fazem tolerar vários meses de seca, tais como perda
total de folhas, sistema radicular tuberoso, entre outros. Este autor,
acompanhando durante 12 meses estes indivíduos, verificou que os
mesmos permaneciam, durante o período de estiagem (2-4 meses), com
o crescimento praticamente inalterado, retomando-o com a chegada das
chuvas.
É uma espécie secundária inicial, apresentando expressiva
regeneração natural via sementes. Na floresta primária ocorre somente
como árvore adulta. Pode ser encontrada em: a) floresta estacional
semidecidual, comum em áreas com afloramento rochoso; b) floresta
estacional decidual; c) floresta ombrófila densa (floresta atlântica); d)
cerrado; e) caatingal mata seca (Fernandes, 1992); f) pantanal mato-
grossense, onde é freqüente nas partes secas calcárias e g) campos
rupestres ou de altitude.
A espécie também tem sido observada na flora de áreas erodidas
de calcário bambuí, no sudoeste da Bahia (Lima, 1977). Das espécies
brasileiras de angico, é a que prefere as matas mais secas. Fora do
Brasil, habita a selva Misionera e a selva Tucumano-Boliviana.
Ocorre desde a Latitude 04°S (CE) a 24°20’S (Telêmaco Borba,
PR) no Brasil, atingindo o limite sul de sua área de distribuição a 27°S, na
Argentina. A área de ocorrência inclui Argentina (norte), Bolívia (sul),
Paraguai (leste) e Brasil, nos estados: Bahia, Ceará (todo), Espírito Santo,
Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul (sul), Mato Grosso,
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Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná (norte e oeste), Rio Grande do
Norte, Sergipe, São Paulo (oeste e norte), Tocantins e no Distrito Federal.
É, entre os angicos brasileiros, o que tem a maior abrangência geográfica,
sendo encontrado em altitudes que vão desde 17 m a 1.200 m. Quanto à
precipitação, vegeta em áreas com média anual de 500 mm a 2.000 mm,
com regime pluviométrico uniforme (Paraná sem estação seca
pronunciada) a estacional (chuvas concentradas no verão) nas regiões
Sudeste e Centro-Oeste ou chuvas de verão e de outono, no Nordeste. O
clima da região de sua ocorrência caracteriza-se por período seco de até
9 meses na região Nordeste, com deficiência hídrica rigorosa.
Temperatura média anual: 19°C a 29°C. Temperatura média do mês mais
frio: 13°C a 26°C. Temperatura média do mês mais quente: 21oC a 31oC.
Número de geadas por ano: até 18. Tipos climáticos (Kõppen): Cfa, Cwa,
Cwb. Af, Am, Aw e Bsh.
Quanto ao solo, o angico-vermelho é uma espécie calcícola
característica. Ocorre, indiferentemente, em solos secos e úmidos, porém,
profundos, mas, tolera solos rasos e compactados. Na região Nordeste,
ocorre nos solos de origem sedimentar, principalmente areníticos
calcários e aluviais. Em plantios experimentais, tem crescido melhor em
solo fértil, profundo bem drenado e com textura argilosa.
Coleta e beneficiamento: a coloração verde-amarronzada dos
frutos revela bom índice de maturação das sementes, que devem ser
colhidas quando da abertura espontânea do fruto, porque essa é a única
maneira de se evitar a perda constante de sementes (Souza et al., 1985).
Número de sementes por quilo: 6.500 sementes (Carvalho, 1976) a
23.000 sementes. Não há a necessidade de quebra de dormência. As
sementes apresentam faculdade germinativa inicial de 90% e,
armazenadas em embalagem plástica em câmara fria, aos 12 meses,
apresentaram germinação de 88%, enquanto as armazenadas em sala de
laboratório apresentaram uma germinação de 25% (Duarte, 1978).
Recomenda-se semear uma semente no recipiente, geralmente
saco de polietileno de dimensões mínimas de 20 cm de altura e 7 cm de
diâmetro, ou em sementeira. Sua germinação é do tipo fânero-epígea e a
emergência das plântulas ocorre entre 2 e 33 dias após a semeadura. De
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três a quatro semanas após a semeadura, quando atinge 4 cm a 6 cm de
altura, deve ser realizada a repicagem (quando germinadas em
sementeiras). Propaga-se por enxertia, pelo método da garfagem em
fenda cheia, apresentando, aos 30 dias, 100% de pegamento (Silva,
1982). Também podem ser usadas estacas de brotação do toco ou
radiciais. Estudos demonstram um tempo mínimo de viveiro de 5 meses.
Apresenta a capacidade de realizar associação simbiótica com
Rhizobium, sendo portadora de nódulos eficientes, coralóides (Faria et al.,
(1984); Vasconcelos, 1982).
Estudos com inoculação de fungos vesículo-arbusculares
demonstraram resultados significativos para altura, matéria seca de parte
aérea, taxa de crescimento relativo e razão do crescimento entre plantas
inoculadas e não inoculadas (Zangaro et al., 2003). Apresenta raiz
pivotante acentuada em relação às laterais. A planta jovem forma
tubérculo lenhoso pequeno, na raiz axial. Devido à rápida germinação e à
rusticidade, demonstra boas possibilidades de utilização em semeadura
direta no campo, mesmo em locais de solos pobres e erodidos de
encostas desnudas. Mudas maiores que 1,50 m são difíceis de
transplantar.
É uma espécie heliófila, tolerando sombreamento leve na fase
juvenil, com mediana tolerância ao frio. As plantas jovens apresentam
inclinação do caule, que vai diminuindo gradativamente no decorrer do
desenvolvimento, principalmente em maciços homogêneos. Ocorrem
árvores tortuosas e bifurcadas. Apresenta brotação após corte, podendo
ser manejada pelo sistema de talhadia. Os ramos são persistentes,
necessitando de poda de condução e corte dos ramos.
Com relação aos métodos de regeneração, o angico-vermelho
pode ser plantado: a) em plantio puro a pleno sol, com bom
desenvolvimento e expressiva regeneração natural por sementes; b) em
plantio misto, associado com espécie pioneira de crescimento rápido para
melhorar sua forma e no tutoramento de espécies nativas secundárias-
clímaces ou c) em vegetação matricial, em faixas abertas na vegetação
arbórea e plantado em linhas. Em sistemas agroflorestais, a espécie é
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utilizada no sombreamento de pastagens, mais comumente na região
Nordeste, por apresentar copa ampla.
O crescimento do angico-vermelho é de moderado a rápido,
podendo atingir produtividades de até 25,55 m3.ha-1.ano-1. Ele pode ser
cortado a partir do 5º ano para mourões, do 6º ano para lenha (dimensões
de 8 cm a 12 cm de diâmetro) e do 20º ao 25º ano para madeira (na
região dos Cerrados, a partir de 30º ano).
Possui madeira de pesada a muito pesada (0,84 a 1,10 g/cm3), a
15% de umidade (Carvalho, 1994; Pereira, 1957); massa específica
básica: 0,620 t.m3 (Mendes et al., 1982). Alburno é branco-amarelado,
podendo exibir tonalidade rósea. O cerne é castanho-amarelado quando
recém-cortado, passando a castanho-avermelhado e escurecendo para
vermelho-queimado; apresenta abundantes veios ou manchas
arroxeadas, que são mais destacadas quando recém-cortada. Manchas
escuras de seu cerne produzem um belo aspecto.
Apresenta superfície pouco lustrosa e irregularmente áspera,
textura média, grã irregular a reversa. Cheiro imperceptível e gosto
ligeiramente adstringente. Madeira com elevada resistência mecânica e
alta durabilidade e alta resistência ao apodrecimento e baixa
permeabilidade a soluções preservantes. É utilizada em construção rural,
naval e civil, como vigas, caibros, ripas, marcos de portas e janelas, tacos
e tábuas para assoalho, esquadrias; em obras hidráulicas e externas
como carrocerias, estacas, esteios, postes, mourões, dormentes,
cruzetas, madeiramento de currais e outros usos para fabricação de
móveis, folhas faqueadas para lambris, peças torneadas, etc. Produz
lenha e carvão de boa qualidade; a madeira tem teor muito alto de lignina,
sendo considerada excelente para a produção de álcool e coque, mas,
inadequada para celulose e papel.
As sementes do angico-vermelho encerram, como componente
ativo fundamental, boa dose de alcalóide bufotenina. Quando ferido, o
tronco do angico-vermelho exsuda em abundância uma goma-resina
amarelada, sem sabor e cheiro, semelhante à goma arábica, com
aplicações industriais e medicinais. Apresenta tanino nos frutos e na
casca (13,6% a 20%), utilizados em curtumes.
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A casca é usada em medicina caseira, em infusão, xarope,
maceração e tintura e tem propriedades hemostática, depurativa,
adstringente e peitoral. O uso da resina e folhas, na forma de xarope e
chá, é considerado depurativo do sangue, recomendado para combate ao
reumatismo e à bronquite (Berg, 1986). Pode ser utilizado como planta
ornamental, em parques e na arborização rodoviária. É uma planta
apícola, fornecendo pólen e néctar (33% de açúcar) (Barros, 1960). Suas
folhas e galhos cortados são usados como forragem. Quando murchas,
as folhas tornam-se tóxicas ao gado. Quando fenadas ou secas,
constituem boa forragem. É recomendada na reposição de mata ciliar em
locais com ausência de inundação.
Os danos mais severos provocados pelas espécies de insetos que
ocorrem no angico-vermelho são causados por: 1) Oncideres dejeani,
“serrador”, (Coleoptera: Cerambycidae); o corte dos ramos da planta
prejudica o seu desenvolvimento; 2) Eburodacrys sexmaculata,
“coleóbroca”, abertura de galerias longitudinais no lenho, geralmente as
plantas atacadas secam e morrem (Gallo et al., 1978); 3) danos diversos
ocasionados por cupins e 4) ácaros (Vila & Flechtmann, 1970). Em
viveiro, é comum a ocorrência de tombamento (“damping-off’”).
2.1.2 Cumbaru (Dipteryx alata Vogel)
O cumbaru (Dipteryx alata Vogel), pertencente à família Fabaceae
(Leguminosae-Papilionoideae), apresenta como sinonímia botânica
Coumarouna alata (Vogel) Taubert. É conhecido por diversos outros
nomes vulgares, conforme as diversas regiões de ocorrência, como
barujo (MT), baruzeiro (DF), bugreiro (SP), chuva-de-ouro (SP), coco-
feijão, combaru (GO, MT), cumaru (BA, SP), cumarurana, baru (GO, MS,
MT, SP), emburena-brava, fava-de-cumaru (BA), feijão-coco, guaiçára
(SP), pau-cumaru e sucupira-branca (PI). Na Colômbia, congrio. É uma árvore perenifólia, comumente com 5 m a 10 m de altura e
15 cm a 40 cm de DAP, podendo atingir até 25 m de altura e 70 cm de
DAP. Seu tronco é tortuoso, com fuste curto, até 5 m de comprimento.
Apresenta ramificação dicotômica e irregular. A copa é baixa, larga, com
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esgalhamento grosso e folhagem verde-brilhante. Sua casca pode atingir
uma espessura total de até 15 mm, externamente áspera e levemente
fissurada, sendo a parte interna esbranquiçada. Apresenta folhas compostas, imparipenadas, com 4 a 7 pares de folíolos alado-peciolados.
Folíolos opostos ou alternos, com 6 a 12 cm de comprimento por 3,5 a 5
cm de largura. Suas flores possuem coloração lilás, reunidas em
inflorescência terminal de até 20 cm de comprimento. Seu fruto é uma
drupa monospérmica, de putâmem pétreo, duríssimo, de forma ovalada,
medindo 4-6 cm por 2-4,5 cm. Apresenta um pericarpo carnoso,
entremeado de densas fibras que partem do endocarpo, de baixa
permeabilidade à água, o que dificulta seriamente a liberação da semente
e a sua germinação. Suas sementes são elipsóides, lisas, de hilo branco,
oleaginosas, medindo 2,5-3,5 cm de comprimento por 0,7-1,2 cm de
largura. A cor varia do castanho-escuro a quase preto.
Quanto aos aspectos ecológicos, é uma espécie preferencialmente
alógama, isto é, de fecundação cruzada (Siqueira et al., 1982). Floresce
de outubro a maio, sendo de outubro a novembro no Piauí, de novembro
a dezembro no Distrito Federal e de novembro a maio em Goiás, Mato
Grosso e Minas Gerais. Seus frutos amadurecem de maio a outubro,
sendo de maio a julho no Mato Grosso, de agosto a setembro no Distrito
Federal e de setembro a outubro em São Paulo. A frutificação inicia-se
aos 6 anos de idade, em plantios. Sua dispersão (autocórica e zoocórica)
é irregular.
Pode ser encontrada no Cerrado e no Pantanal Mato-Grossense.
Sua distribuição ocorre desde a Latitude 06°S (MA) a 22°S (SP), no
Brasil, nos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais (norte,
oeste e centro), Mato Grosso do Sul, Mato Grosso (centro-sul), Piauí, São
Paulo (norte, oeste e centro-sul), Tocantins e no Distrito Federal. É
encontrada em altitudes que vão desde 140 m a 1.200 m do nível do mar.
Quanto à precipitação, as regiões de sua ocorrência apresentam médias
anuais desde 1.100 mm até 1.900 mm e regime pluviométrico estacional,
com chuvas concentradas no verão, com inverno seco. Estação seca com
até 6 meses de duração e déficit hídrico forte em Minas Gerais e na
região Nordeste (MA e PI). Vegeta onde a temperatura média anual de
21
20°C a 26°C, sendo que a temperatura média do mês mais frio de 16°C a
23°C e a temperatura média do mês mais quente de 22°C a 27°C. Tipos
climáticos (Kõppen): Cwa, Ame Aw.
O cumbaru ocorre naturalmente em solos secos, profundos ou não,
calcários ou ácidos, sendo espécie pouco exigente na fertilidade química
dos solos. Em plantios experimentais, tem crescido melhor em solo com
boa drenagem e com textura arenosa a franca.
Os frutos maduros são coletados no chão ou quando apresentam
coloração marrom-escuro. Para a obtenção das sementes, frutos
despolpados são quebrados com o auxílio de um torno fixo de oficina
mecânica. Um quilo de sementes pode ter de 600 a 700 unidades e um
quilo de frutos pode ter de 30 a 100 frutos (Lorenzi, 1992). A semente
apresenta dificuldade de germinação, devido à impermeabilidade do
invólucro do fruto. Para acelerar a germinação, deve-se retirar a semente
do fruto. As sementes são indiferentes à luz nas temperaturas constantes
de 16ºC, 33ºC e 40ºC (Melhem, 1975). Já Correa et al. (2000) observaram
percentuais elevados de emergência de plântulas, sob telado a 50% de
sombreamento. Fonseca et al. (1994) relatam níveis de emergência de
52,5% e 72,8% para sementes mantidas a sombra e a pleno sol,
respectivamente. Os autores concluíram que a emergência de plântulas
de cumbaru seria otimizada pela alta luminosidade, enquanto Felippe &
Silva (1984) citam a espécie como sendo espécie foto-indiferente no que
concerne à emergência de plântulas. Sementes têm sua germinação
maximizada quando submetidas a um período de pós-maturação de cerca
de 60 dias (Melhem, 1972).
As sementes contêm uma substância inibidora de germinação,
provavelmente um ácido orgânico alifático, que não influi na germinação
das sementes da própria espécie, mas inibe a de sementes de outras
espécies. Recomenda-se quebrar somente aqueles frutos cujas sementes
sacodem ao balançá-los, porque os outros não contêm sementes. Para
frutos recomenda-se escarificação em ácido sulfúrico, 50% durante
tempos de 6 e 12 horas (Albrecht, 1993). Suas sementes, por conterem
pouca água, conservam sua capacidade germinativa por 3 a 4 anos
(Melhem, 1972). As sementes em condições naturais, acondicionadas em
22
saco de papel, conservam sua cor, sabor, consistência e poder
germinativo pelo período de um ano.
Recomenda-se semear sementes de cumbaru em recipiente, saco
de polietileno com dimensão mínima de 20 cm de altura e 7 cm de
diâmetro ou laminado de 18 cm de altura e 8 cm de diâmetro. Fonseca et
al. (1994), estudando a profundidade de semeadura e influência da
luminosidade na germinação do cumbaru, concluíram que a profundidade
deve estar entre 1 e 3 cm, em ambiente com 100% de luminosidade.
Devem-se usar sementes para germinação e não os frutos. Porém,
segundo AGUIAR et al. (1993), tradicionalmente se trabalha com o fruto e
não com a semente do cumbaru. Sua germinação é do tipo fânero-
epígea. A semente inicia a germinação entre 4 a 60 dias após a
semeadura; quando semeado o fruto, entre 20 a 90 dias após a
semeadura. Possui germinação alta, até 95% para sementes e baixa, até
5% para o fruto. A repicagem deve ser feita entre 4 e 6 semanas após a
semeadura. Seu tempo total em viveiro mínimo é de seis meses. Tem a
capacidade de realizar associação simbiótica com Rhizobium. As mudas
devem ser mantidas a pleno sol, pois podem sofrer ataque de fungos
quando sob sombra (Siqueira et al., 1982).
É heliófila e não tolerante ao frio. Apresenta hábito de crescimento
variável, desde fuste retilíneo com crescimento monopodial a exemplares
levemente tortuosos e com presença de bifurcações a partir de 2 m de
altura. Possui capacidade de rebrota após o corte, apresentando desrama
natural razoável. Necessita de poda dos galhos para melhorar sua forma.
A altura da primeira bifurcação encontrada, 20 anos após plantio, variava
entre 5 m e 5,5 m (Aguiar et al., 1992). Recomenda-se o espaçamento de
3 m x 1,5 m, desde que seja efetuado um desbaste em torno de 10 anos
(Aguiar et al., 1992). O cumbaru pode ser plantado a pleno sol em plantio
puro, onde apresenta comportamento silvicultural satisfatório. Porém, há
grande variação em altura entre plantas.
O crescimento do cumbaru é moderado, podendo atingir
incremento médio anual de 7,30 m3.ha-1 aos dez anos. O índice de
sobrevivência em plantios é alto, acima de 80%.
23
Sua madeira é de pesada a muito pesada (0,90 a 1,20 g.cm-3), a
15% de umidade. A cor do alburno é branco-amarelado e o cerne
castanho-amarelado, de aspecto fibroso atenuado, realçando estrias
claras das linhas vasculares. Apresenta superfície pouco lustrosa,
compacta, grã irregular a reversa. Cheiro e gosto imperceptíveis. Quanto
às propriedades físico-mecânicas, a madeira possui retratibilidade média
e resistência mecânica entre média e alta. Madeira com alta resistência
ao ataque de organismos xilófagos, em condições favoráveis ao
apodrecimento. A vida média da madeira de cumbaru, em contato com o
solo, é inferior a 9 anos (Mucci et al., 1992). Apresenta baixa
permeabilidade às soluções preservantes, em tratamento sob pressão.
Madeira muito semelhante à do faveiro (Pterodon pubescens Bentham),
com as mesmas aplicações. Por estas características, é indicada para
obras hidráulicas, sendo também usada na construção de estruturas
externas, como estacas, esteios, postes, cruzetas, moirões, dormentes,
carrocerias e em pontes; na construção naval, na construção civil, como
esteios, ripas, caibros, tacos de assoalhos, marcos de porta e janelas,
tacos, forro, lambris e em implementos agrícolas, moenda manual para
cana, centro de rodas e tornearia. A lenha é de boa qualidade, mas é
inadequada para celulose e papel.
Além disso, as sementes desta espécie fornecem óleo de primeira
qualidade, sugerindo-se seu aproveitamento como fonte oleaginosa. Este
óleo é utilizado como aromatizante para o fumo e como medicinal. A
composição dos ácidos graxos deste óleo revela um teor relativamente
alto de ácido linoléico (Vallilo, 1990). A torta da polpa poderá ser
aproveitada como ração animal, bem como fertilizante, devido à presença
de elementos nutrientes essenciais, como potássio, fósforo e cálcio. Por
outro lado, a torta da semente, em vista do alto teor de proteína bruta,
poderá ter um emprego mais nobre no balanceamento de rações
dietéticas (Vallilo, 1990).
A polpa e a semente do cumbaru são altamente energéticas,
nutritivas e ricas em minerais, principalmente do elemento potássio,
sendo muito usadas no Cerrado. Cruas ou torradas, as amêndoas
(sementes), com sabor semelhante ao do amendoim, são bastante
24
apreciadas pela população regional. O teor protéico do cumbaru, cerca de
10%, é superior ao do coco-da-bahia (Almeida, 1987). Na época seca, a
polpa adocicada dos frutos, de sabor e aroma característico, é consumida
pelos bovinos e suínos em pastagens nativas no Cerrado e por aves
silvestres. Os frutos maduros caem da árvore no período em que as
espécies componentes da pastagem apresentam baixo teor nutritivo. Sua
utilização na culinária é feita na forma de paçoquinha, pé-de-moleque,
rapadurinha e tira-gosto (Almeida, 1987). As sementes do cumbaru
apresentam propriedades analépticas, diaforéticas e emenagogas, sendo
nutritivas e contendo óleo com propriedades medicinais (Correa, 1931).
Este óleo é usado em medicina popular para o tratamento de reumatismo
e é antiespasmódico (Berg, 1986). O cumbaru é plantado em praças e na
arborização urbana. No Mato Grosso, é considerada excelente espécie
para o plantio em calçadas, alamedas de praças e grandes áreas de lazer
(Guarim Neto, 1986). Indicada para o reflorestamento na reposição de
mata ciliar, em locais livres de inundação. É recomendada para sistema
silvipastoril, na arborização de pastagem, em pequenos bosques,
servindo tanto como alimento quanto para fornecimento de sombra para
os animais (Pereira, 1983).
A polpa do fruto é danificada por insetos, principalmente
Coleópteros e Lepidópteros. As mudas são atacadas por Cylindrocladium
sp. em viveiro, principalmente quando ficam à sombra. O fungo
Phomopsis sp. tem sido encontrado associado às sementes desta
espécies (Santos, 1996).
O cumbaru está na lista das espécies que correm perigo de
extinção no estado de São Paulo, sendo a sua conservação genética feita
por populações bases “ex situ” (Siqueira et al., 1986; Siqueira & Nogueira,
1992). Testes efetuados naquele estado evidenciaram variabilidade
genética entre procedências e entre progênies testadas (Siqueira et al.,
1986; Siqueira et al., 1982).
25
2.1.3 Jatobá-do-cerrado (Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne)
O nome jatobá refere-se às espécies arbóreas do gênero
Hymenaea, da família Caesalpiniaceae (Leguminosae - caesalpinioidae).
É conhecido também por outros nomes populares como jatobá-do-cerrado
(MS), jutaí, jatobá-capo (BA), jatobá-de-casca-fina, jitaí (BA), jutaicica.
É uma espécie arbórea, de ocorrência comum no cerrado e
cerradão (Almeida et al., 1998), com 4 a 6 m, podendo atingir até 10 m de
altura (Rizzini, 1971). Seu tronco pode chegar de 30 a 50 cm de diâmetro.
Suas folhas são compostas de dois folíolos glabros, coriáceas, de 8 a 15
cm de comprimento. Os frutos são em forma de vagens arredondadas,
com comprimento entre 6 e 18 cm e diâmetro entre 3 a 6 cm de cor
escura e possuem sementes envolvidas por uma polpa amarelo-pálida,
farinácea, adocicada, comestível, de sabor e aroma característicos.
Ocorre no Distrito Federal e nos estados de Goiás, Piauí, Bahia, Minas
Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, sendo comum
nas formações abertas do cerrado e campo cerrado (Corrêa, 1984;
Lorenzi, 1992).
Planta decídua, heliófita, seletiva xerófita, característica de
formações abertas do cerrado e campo-cerrado. Apresenta dispersão
ampla e um tanto irregular, porém, sempre em terrenos bem drenados.
Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis. Oliveira et al.
(2002) verificaram que os extratos aquosos e etanólico de frutos e folhas
apresentavam propriedades alelopáticas em sementes de alface,
persistindo este efeito até 90 dias no solo.
Floresce no período entre dezembro a março e fornece frutos de
julho a novembro (Almeida et al., 1987; Silva et al., 1994). Os frutos
amadurecem em agosto e setembro. Bulhão & Figueiredo (2002),
estudando a fenologia de leguminosas arbóreas, observaram que o jatobá
exibe raízes diagravitrópicas que crescem paralelamente à superfície do
solo, apresentando brotamento nas raízes nos meses subseqüentes à
exposição e à injúria provocada, evidenciando reprodução vegetativa. A
renovação das folhas é tardia na seca e a floração e a frutificação
26
ocorrem durante a estação chuvosa, seguidas pela dispersão dos
diásporos na estação seca subseqüente.
Para a coleta de sementes é recomendado colher os frutos
diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea ou recolhê-
los no chão logo após sua queda. Em seguida, deixá-los ao sol para secar
e facilitar a quebra manual e a retirada das sementes. Estas estão
envoltas em uma polpa farinácea que deve ser parcialmente retirada,
caso se destinem ao armazenamento ou remessa para outros locais. Um
quilograma de sementes contém aproximadamente 320 unidades. Sua
viabilidade em armazenamento é superior a quatro meses.
Para uma melhor germinação das sementes, recomenda-se a
imersão em água à temperatura ambiente por dois dias antes da
semeadura (Fowler & Bianchetti, 2000). Dignart (1998) recomenda a
escarificação mecânica das sementes e, em seguida, o plantio em areia a
uma temperatura de 25ºC constantes ou 25°C-30°C (noite-dia).
A exemplo de outras espécies vegetais, ele é afetado por agentes
causadores de doenças como a ferrugem, causada por Crossopsora
hymenaeae Dianese, Buriticá & Hennen sp. nov. (Dianese et al., 1994), a
mancha da folha causada por Erythrogloeum hymenaeae Petr. (Ferreira
et al., 1992), a associação de Pestalotia subcuticularis Guba com folhas
do jatobá (Arrhenius & Langenheim, 1986) e associação do fungo
Phomopsis sp. (Charchar et al., 2003).
Os frutos são comestíveis, possuindo polpa farinácea utilizados na
alimentação humana e animal. Esta polpa é bastante apreciada na
culinária regional, podendo ser consumida in natura ou utilizando sua
farinha para a elaboração de bolo, pão, biscoito, mingau, geléia e licor,
dentre outras iguarias (Almeida, 1998; Andersen & Andersen, 1988; Silva
et al., 1994). Recentemente, alguns estudos demonstraram que a farinha
de jatobá-do-cerrado possui elevado conteúdo de fibra alimentar total,
com grande potencial para a utilização na preparação de produtos como
“cookies” e “snacks” (Chang et al., 1998; Silva et al., 1999; Silva et al.,
1998).
Produz madeira, de excelente qualidade, muito dura e resistente,
com densidade de 0,9 g.cm3, moderadamente durável quando exposto,
27
com alburno distinto, sendo utilizada na construção civil e naval (Almeida
et al., 1998). Outrora foi muito utilizada na construção de embarcações, a
ponto de ser considerada, por decreto imperial do ano de 1799, como de
exploração restrita para esse fim. A sua madeira pode ser empregada
também nas construções civil e naval (Corrêa, 1984; Lorenzi, 1992).
A árvore é ornamental, principalmente pela forma característica de
sua copa, sendo própria para arborização urbana em geral e também
para a recuperação de áreas degradadas, já que é bastante procurada
pela fauna, tornando-se uma espécie apta para estas finalidades
(Almeida, 2001; Lorenzi, 1998).
A resina produzida por essa espécie é utilizada na indústria e na
área farmacêutica (Almeida et al., 1998). A polpa é utilizada, ainda, na
medicina popular, como laxante e a resina é afrodisíaca e usada também
para curar cistites (Brandão, 1993). Gavilanes & Brandão (1992)
atribuíram propriedades tônicas à resina, quando misturada à cachaça.
2.1.4 Mangabeira (Hancornia speciosa Gomez)
É uma espécie frutífera de clima tropical, pertencente à ordem
Gentianales e à família Apocynaceae. Sua sinonímia botânica é Echites
glauca Roem. & Schult.
É uma árvore semidecídua, heliófita, xerófita, característica de
formações vegetais abertas, com altura mediana, atingindo de 2 a 10 m,
copa ampla e ramos numerosos, separados e bem formados, de córtice
levemente suberoso. Os ramos jovens são de coloração violácea, lisos
até um ano de idade, meio angulosos, curtos, com poucas folhas e
floríferos no ápice.
Seu caule é rugoso e áspero, com duas a três bifurcações na altura
média de 40 a 50 cm da base. Toda a planta exsuda látex de cor branca e
róseo-pálida (Braga, 1960).
As folhas são opostas, simples, uniformemente espaçadas,
coriáceas, elípticas, elíptico-lanceoladas, às vezes obtuso-subacuminadas
no ápice; com 3,5 a 10 cm de comprimento e de 1,5 a 5,0 cm de largura,
glabras nas duas faces, oliváceo-enegrescentes na face ventral e mais
28
descoradas na dorsal, com pecíolo de 9 a 12 mm, axilar, fino, glabro e
biglanduloso (Espíndola et al., 1999).
Apresenta inflorescência em dicásio terminal, com duas a quatro ou
até cinco flores hermafroditas, em forma de campânula. Ocasionalmente,
ocorrem flores isoladas. A corola é hipocatenforme, de pré-floração
contorcida, branca e rósea ou amarela, tubulosa, perfumada; o tubo
polínico possui de 3 a 4 cm de comprimento, com lobos de 1,0 a 1,5 cm;
os pedicelos, de 6 a 8 mm, desaparecem junto a um cálice de 1 a 2 mm
de comprimento, que pode ser glabro ou pubescente, com cinco lacínios
ovais, obtusos, de margem ciliada. O androceu possui cinco estames
epipétalos, com anteras lanceoladas de filetes curtos e deiscência rimosa.
O gineceu possui ovário pequeno, unicarpelar, pluriovular e glabro, com
estilete longo e estigma típico da família (em carretel) (Villachica et al.,
1996).
O fruto, do tipo baga, é elipsoidal ou arredondado, de 2,5 a 6,0 cm,
com exocarpo amarelo dotado de manchas ou estrias avermelhadas,
polpa bastante suave, doce, carnoso-viscosa, ácida, contendo,
geralmente, de 2 a 15 ou até 30 sementes discóides de 7 a 8 mm de
diâmetro, castanho-claras, delgadas, rugosas, com o hilo no centro. O
peso de 100 sementes com, aproximadamente, 50% de umidade é de
18,4 ± 0,8 g (Ferreira, 1973).
A mangabeira, em geral, apresenta duas florações e frutificações durante o ano. A primeira floração, que ocorre de agosto a outubro,
produz frutos no verão (entre janeiro e março) e é chamada de safra-
botão. A segunda produção, que ocorre de abril a junho (safra das flores),
é a de inverno e é menor porque os frutinhos caem em grande quantidade
devido às chuvas (Barros, 1967).
Vieira Neto (1994) relata que a frutificação ocorre praticamente
durante todo o ano, com maior intensidade entre novembro e junho.
Bezerra et al. (1997) determinaram a época de produção, em
Pernambuco, como sendo de dezembro a maio, com maior concentração
entre os meses de janeiro e abril.
É nativa do Brasil e encontrada em várias regiões do país, desde
os tabuleiros costeiros e baixadas litorâneas do Nordeste até os cerrados
29
das regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste. Fora do Brasil, essa frutífera
é praticamente desconhecida, embora se saiba que ocorre também na
Venezuela, Bolívia, Peru, Paraguai e, provavelmente, no Chaco argentino
(Monachino, 1945).
Ocorre em maior densidade em solos pobres e de textura arenosa,
predominantes na região do Cerrado e dos Tabuleiros Costeiros, indo
desde as areias quartzosas até os Podzólicos e Latossolos (Vieira Neto,
1993).
É observada em áreas com temperaturas médias anuais entre
24ºC e 26ºC e altitudes de até 1.500 m. A pluviosidade ideal para o seu
desenvolvimento pode estar entre 750 e 1.600 mm anuais, sendo
tolerante, contudo, a períodos de déficit hídrico.
A propagação sexuada da mangabeira é dificultada pelo fato de
suas sementes serem recalcitrantes e a polpa do fruto ter uma ação
inibitória sobre a germinação destas (Gricoletto, 1997; Lorenzi, 2002).
Devido ao elevado grau de recalcitrância, as sementes da
mangabeira devem ser plantadas imediatamente ou até 48 horas depois
de retiradas dos frutos, uma vez que, a partir do quarto dia, o poder
germinativo cai rapidamente (Espíndola et al., 1993). Oliveira & Valio
(1992) conseguiram conservar sementes de mangaba por nove semanas,
em sacos de polietileno, com umidade acima de 30%. No entanto, uma
queda brusca na germinação ocorreu quando o teor de umidade foi
reduzido para menos de 25%.
O curto período de armazenamento das sementes é um fator
limitante para a propagação sexuada da espécie, exigindo rápida
semeadura, a fim de evitar grandes perdas na capacidade de germinação.
Isso acarreta um prolongado tempo de viveiro, tendo a muda que esperar
até a próxima estação chuvosa para ser levada ao campo, aumentando,
assim, os custos de produção.
Quanto à propagação assexuada, não se tem obtido sucesso com
a propagação por estaquia da mangabeira (Borges & Zica, 1994).
Com relação à enxertia, em avaliações preliminares, Aguiar Filho et
al. (1998) verificaram que os tipos que proporcionaram os maiores índices
de pegamento foram os de borbulhia em placa, janela aberta e em T
30
invertido, com borbulhas retiradas de ramos com, aproximadamente, um
ano de idade. Relataram, ainda, que, aos oito meses após a semeadura,
mudas produzidas por sementes apresentavam diâmetro do caule apto
para a enxertia, indicando que elas necessitam de elevado tempo de
viveiro para serem propagadas por este método, que se torna inviável
pelo custo e pelo espaço necessário.
Soares et al. (2005) obtiveram resultados positivos quanto ao
cultivo in vitro e à micropropagação desta espécie. Técnicas de
micropropagação são indicadas para espécies quando suas
características botânicas impedem ou dificultam a propagação pelas vias
clássicas, como recalcitrância ou grande variabilidade genética, para a
mangabeira.
A mangabeira apresenta um grande potencial como planta frutífera
e como produtora de borracha. No entanto, com a inexistência de plantios
racionais e tecnificados, o extrativismo é, atualmente, sua única forma de
exploração, constituindo-se, assim, numa grande barreira para o
aproveitamento de todas as suas potencialidades.
Seus frutos apresentam excelente aroma e sabor, sendo uma das
mais populares produtoras de matéria-prima para a agroindústria entre as
frutíferas do Nordeste, sobretudo para a fabricação de sucos e polpas
congeladas (Lederman et al., 2000). Também se utilizam os frutos no
consumo in natura e para a produção de doces, xaropes, compotas,
licores, vinhos e vinagres (Barros, 1967; Braga, 1960). Como o fruto é
ácido, pode também ser usado no preparo de geléias. Com elevado
conteúdo de gomas, o que lhe confere propriedades funcionais de
agregação, retenção de sabor e inibição na formação de cristais, a
mangaba é particularmente utilizada na elaboração de sorvetes (Narain,
1990).
Estudos da composição nutricional de diversas frutas nativas do
Cerrado revelaram que a mangaba possui um elevado teor de proteína,
superior ao da maioria das espécies frutíferas. O elevado teor de ferro faz
com que ela seja também uma das frutas mais ricas nesse nutriente, além
de ser uma excelente fonte de ácido ascórbico (Narain, 1990).
31
Em algumas regiões, partes da planta são utilizadas na medicina
popular, tendo a casca propriedades adstringentes e o látex sendo
empregado contra a tuberculose, úlceras e herpes. O fruto verde é
venenoso e impróprio para o consumo, causando intoxicações que podem
levar à morte (Braga, 1960). Sua madeira é leve, esponjosa, pouco
resistente e de baixa durabilidade (Lorenzi, 1992).
A elevada qualidade do seu látex tornou a mangabeira objeto de
intensa exploração no período áureo da borracha. No entanto, o excelente
desempenho técnico e econômico da borracha de Hevea brasiliensis se
impôs sobre todas as demais espécies, fazendo com que suas produções
fossem completamente abandonadas (Wisniewski & Melo, 1982).
Devido a todas estas características, a mangabeira se apresenta
como uma espécie com grande potencial para ser utilizada em cultivos
comerciais e reflorestamento de áreas degradadas ou de baixa
capacidade de uso, podendo torná-las rentáveis.
2.1.6 Tachi-branco (Sclerolobium paniculatum var. rubiginosum
(Mart. ex Tul.) Benth.)
Pertence à famíla Caesalpinaceae (Leguminosae-
Caesalpinioideae), tendo por sinonímia botânica Sclerolobium
macrophyllum Vogel.
De acordo com sua região de ocorrência, recebe os seguintes
nomes vulgares: ajusta-contas (MT), angá (MG), arapacu, cachamorra
(PI), cangalheiro (MG), carvão-de-ferreiro (BA, MG, PA), carvoeira (RJ),
carvoeiro (DF,GO,MG), carvoeiro-do-cerrado (DF), jacarandá-canzil,
mandinga (PI), passariúva (SP), passuaré (SP), pau-pombo (MA, PI),
tachi, tachi-branco-da-terra-firme (AM, PA), tachi-branco-do-flanco
(Santarém,PA), tachi-pitomba (PA), taxirana, taxirana-do-cerrado (RO),
taxizeiro-branco, tinguizão velame (BA) e veludo (BA); no Peru, “ucsha-
cuiro” e, na Venezuela, guanillo rojo.
É uma árvore perenifólia. Os maiores indivíduos, observados nas
proximidades de Santarém-PA, têm 20 a 30 m de altura total e 70 a 100
cm de DAP (Carpanezzi et al., 1983).
32
Seu tronco é reto e cilíndrico e fuste com até 15 m de comprimento.
Apresenta dominância apical bem definida, do qual partem ramos não
grossos, em ângulos abertos, formando copa estreita. Sua casca tem uma
espessura média de até 10 mm, sendo a casca externa de coloração
branca a acinzentada, lisa a quase lisa, com cicatrizes provenientes da
queda dos ramos e a casca interna arroxeada com presença de seiva da
mesma cor. Suas folhas são alternas, imparipenadas, compostas de 4 a 7
pares de folíolos, com 7 cm a 13 cm de comprimento por 6 cm de largura,
acuminados, subcoriáceos, com pecíolos curtos. Suas flores são
amarelado-esverdeadas, numerosas, aromáticas, reunidas em panículas
terminais de até 40 cm de comprimento. Seu fruto é uma criptosâmara,
curto-pedunculada, comprimida, indeiscente. Suas sementes são
amarelo-esverdeadas, oblongas, alongadas, de até 1 cm de comprimento
com superfície lisa brilhante.
Floresce de dezembro a abril, no Maranhão e no Piauí. Seus frutos
estão maduros de dezembro a maio, sendo em dezembro no Pará e de
abril a maio no Piauí. A floração e a frutificação iniciam-se aos 5 anos de
idade, em plantios. A dispersão das sementes é autocórica.
É espécie pioneira agressiva, colonizadora de terrenos marginais e
margens das estradas que, freqüentemente, inicia a sucessão secundária
em áreas abertas, pela germinação intensa de suas sementes dormentes
no banco do solo. Sua distribuição é aparentemente facilitada pela ação
do homem (após incêndios da vegetação e criação de gado). Com
freqüência, forma grupamentos moderadamente densos, os “tachizais”.
Não é árvore de vida muito curta; em Belterra, PA, árvores com 25 anos
não mostram sinais de decrepitude. É própria do cerradão e da floresta
estacional semidecidual. Na Amazônia, ocorre na vegetação secundária
da floresta ombrófila densa sendo, notoriamente, uma espécie da terra
firme. No Nordeste brasileiro é muito comum nos cerradões do Piauí e
Maranhão, chegando a uma rara e curiosa disjunção do Cerradão, nas
chapadas do Araripe e da Ibiapaba no Ceará (Fernandes & Bezerra,
1990) e nos encraves vegetacionais (Fernandes, 1992). Nas chapadas,
nos estados do Maranhão e Piauí, há áreas com grande densidade desta
espécie e outras áreas onde ela quase não aparece. Na Chapada
33
Grande, no Piauí, foram contadas até 40 árvores grandes por hectare
(Jenrich, 1989).
Ocorre desde a Latitude de 08°N (Venezuela) a 22°30’S (Brasil, em
São Paulo), sendo encontrada na Guiana, Guiana Francesa, Peru,
Suriname, Venezuela e no Brasil, nos estados do AC, AM, AP, BA
(centro, sudoeste), CE (noroeste), GO, MA, MG (norte e centro), MS, MT,
PA, PI, RJ, RO, RR, SP (oeste), TO e no Distrito Federal. É encontrada
em regiões com 15 m a 1.200 m de altitude, com temperatura média
anual de 19°C a 27°C, tipos climáticos (KAw, AL Am e Cwa) e
precipitação média anual de 950 mm a 2.800 mm com regime
pluviométrico estacional, com chuvas concentradas no verão e inverno
seco. Estação seca de até 6 meses, com déficit hídrico moderado ou forte
na região Nordeste (CE, MA e PI) e região central de Minas Gerais.
Quanto ao solo, o tachi-branco ocorre naturalmente nos cerradões de
solos mais arenosos, ácidos, de baixa fertilidade e drenados. É apto para
solos de arenosos a argilosos e para terrenos trabalhados de
terraplanagem (subsolo). Em plantios experimentais, na região Norte, tem
crescido melhor em solos de textura muito argilosa e areias quartzosas.
Quanto à coleta de sementes, os frutos após a coleta são postos
em ambiente ventilado. As sementes são, então, extraídas manualmente.
Apresenta cerca de 11.000 sementes por quilo, em média. As sementes
apresentam dormência mecânica. Para superá-la, recomenda-se imergir
as sementes em água fervente, desligando-se, simultaneamente, a fonte
de calor, deixando-as imersas até a água atingir a temperatura ambiente.
Outro método seria a remoção da porção do tegumento na extremidade
oposta ao eixo embrionário, ou escarificação com H2SO4 concentrado, por
10 minutos, seguida de lavagem em água corrente (Carvalho &
Figueredo, 1991).
Sementes, sem o poder germinativo inicial conhecido,
armazenadas em tamboretes em câmara fria (T = 3-5°C e IJR 92%),
apresentaram 48% de germinação, quatro anos após o armazenamento.
Recomenda-se semear três sementes em recipiente, geralmente
saco de polietileno, com dimensões mínimas de 20 cm de altura e 7 cm
de diâmetro. A germinação é do tipo faneroepígea e inicia-se entre 10 a
34
60 dias após a semeadura. Não sendo realizado o tratamento correto de
quebra de dormência, a germinação é irregular, prolongando-se por até 6
meses. Faculdade germinativa variável, geralmente entre 50% e 100%.
Duas a três semanas após a germinação, deve-se realizar a repicagem,
com altura aproximada de 4 cm. Segundo Felfili et al. (1999), a maior
produção de matéria seca, tanto para a planta inteira quanto para raiz,
caule e folhas foi obtida quando as mudas estavam sob a condição de
50% de sombreamento.
O tachi-branco aceita poda radicial. O tempo total necessário para
que as mudas atinjam o tamanho ideal para plantio, com altura de 20 a 25
cm, é de cinco a seis meses, a contar da semeadura. As mudas, em
viveiro, apresentam nódulos nas raízes, devido à associação com
bactérias do gênero Rhizobium (Carpanezzi et al., 1983). Estudos com
fungos micorrízicos arbusculares em mudas demonstraram um aumento
na taxa de sobrevivência destas (Caldeira et al., 1998).
Na Amazônia, recomenda-se, como o substrato dos recipientes,
mistura de Latossolo Amarelo textura muito argilosa (80% a 90% de
argila), areia e matéria orgânica curtida (composto), nas proporções de
3:1:1, respectivamente e também adubação NPK (15:30:15), com 3 g
peso seco) por litro de substrato (Carpanezzi et al., 1983).
É uma espécie heliófila. Há maior mortalidade das árvores
plantadas em sombra seletiva na floresta primária do que a pleno sol,
indicando má adaptação à baixa luminosidade (Yared, 1990). Não tolera o
frio. Apresenta arquitetura similar à dos eucaliptos em maciço, um tronco
com boa forma, dominância apical bem definida e excelente vigor. O
tachi-branco não rebrota da cepa após corte. Apresenta boa derrama
natural sob plantio denso. Em espaçamentos mais largos, deve sofrer
poda dos galhos. Em plantios com espaçamento de 3 m x 2 m, os tratos
culturais podem ser abandonados com um ano, uma vez que as copas
das plantas recobrem rapidamente o solo. Recomenda-se plantar o tachi-
branco a pleno sol, em plantios puros densos, para energia ou para
revegetação. Esta espécie pode, ainda, ser plantada em plantio misto, no
tutoramento de espécies secundárias tardias ou de clímax.
35
O crescimento do tachi-branco é rápido. É notório o elevado valor
de crescimento, alcançando incrementos anuais da ordem de 2,5 m altura
e 3,4 cm de diâmetro, a pleno sol. Esses valores são superiores ao de
freijó (Cordia goeldiana) e morototó (Didymopanax morototoni). Vale
ressaltar, ainda, sua boa performance na região do cerrado do Amapá, o
que não tem sido comum a outras espécies florestais, a não ser Pinus
caribaea var. Hondurensis e Acacia mangium (Yared, 1990). Maiores
rendimentos volumétricos poderão ser obtidos por meio de técnicas de
manejo adequadas e programas de melhoramento genético. Prevê-se
uma rotação de 5 a 10 anos para energia e entre 15 a 20 anos para
madeira.
Sua madeira é considerada de média a pesada (0,65 a 0,81 g.cm3),
a 15% de umidade e massa específica básica de 0,6 a 0,7 g.cm3
(Tomaselli et al., 1983). A cor do alburno é bege-amarelo-claro, pouco
diferenciado do cerne. Cerne amarelo-claro-oliváceo, irregular. Sua
superfície é irregularmente lustrosa, textura média, grã tipicamente
reversa. Cheiro e gosto são indistintos. Madeira com baixa resistência
natural ao apodrecimento. Usada, principalmente, na confecção de
mourões, esteios, na construção civil e em embalagens. Troncos novos,
geralmente bem retos, são usados para caibros. A madeira tem muito boa
reputação popular como fonte energética, para a produção de lenha e de
carvão vegetal, sendo também recomendada para a produção de álcool e
coque (Paula, 1980). O poder calorífico da madeira é de 4.580 kcal.kg e o
do carvão de 7.690 kcal.kg (Tomaselli et al., 1983). Apresenta alto teor de
lignina (Paula, 1980) e é inadequada para celulose e papel. É
recomendada para parques e arborização de rodovias e indicada também
para a recuperação de solos degradados, marginais e erodidos, sendo
considerada opção para melhoria das propriedades do solo, no pousio. É
tida como espécie com grande potencial para a recuperação de áreas
degradadas, possuindo madeira com características semelhantes às do
eucalipto quanto ao poder calorífico para lenha e carvão (Tonini et al.,
2006).
Apresenta boa deposição de folhagem, o que deve melhorar
consideravelmente o teor de matéria orgânica do solo. É também indicada
36
para plantio em áreas com o solo permanentemente encharcado (Torres
et al., 1992).
2.2 Análise do crescimento
A análise do crescimento de uma espécie permite estudar a sua
capacidade de adaptação às condições climáticas da região ou
determinar o efeito de manejo, adubações, estresses ou outros
tratamentos sobre esta espécie. Segundo Santos et al. (2004), emprego
de modelos matemáticos, como os que relacionam a taxa de crescimento
relativo (TCR) e os fatores climáticos, pode fornecer subsídios
importantes para a interpretação das respostas das plantas ao meio e ao
manejo a que foram submetidas.
O crescimento pode ser analisado por meio de medidas de
comprimento do organismo ou de órgãos desses organismos. A grande
vantagem dessa unidade é que a planta é mantida viva, o que é
imprescindível em certo tipo de experiência em fisiologia e também
quando se trabalha com um pequeno número de plantas (Felippe, 1986).
Radford (1967) afirma, ainda, que a TCR é o índice fisiológico mais
apropriado para comparar efeitos de diferentes manejos agronômicos, por
ser relativo e não depender de pressuposições matemáticas.
3 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado em uma área localizada na Fazenda
Experimental da UFMT, no município de Santo Antônio de Leverger,
situado nas coordenadas geográficas 15°47’11’’S e 56°04’17’’W, a 178,87
m de altitude (Bombled, 1976).
O solo da área do experimento foi amostrado para a realização de
análise físico-química e classificado como Latossolo Amarelo Eutrófico,
Câmbico, A moderado, textura argilosa, fase Cerrado, relevo plano
(Couto, 2000).
O clima da região é classificado como tropical quente subúmido
(Ferreira, 1997).
A área utilizada para a instalação do experimento era utilizada para
o cultivo de pastagens. Foi realizada uma gradagem pesada na área e,
logo após, foram feitos sulcos profundos, na distância de 3 metros um do
outro. Nestes, foram preparadas covas de 30 X 30 cm para o plantio das
mudas de espécies arbóreas (Figura 1 no anexo B).
Os dados meteorológicos coletados durante a condução do
trabalho encontram-se na Figura 1.
As mudas foram produzidas no viveiro da Fazenda Experimental da
UFMT, no segundo semestre de 1998, a partir de sementes coletadas,
neste mesmo período, na Fazenda Invernada, localizada no município de
Chapada dos Guimarães, MT, exceto o cajueiro, cujas sementes foram
coletadas no município de Rosário Oeste, MT. Foram utilizadas sacolas
plásticas de 2 litros cheias com substrato composto por terra-preta, areia
e casca de arroz carbonizada. (2:2:1). No plantio da mandioca, utilizaram-
se manivas da cv. Liberata, obtidas no município de Santo Antônio de
Leverger, MT, com cerca de 20 a 25 cm de comprimento.
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0
50
100
150
200
250
300
350
jan/99 mar mai jul
set
novjan
/00 mar mai julse
tnov
T °CUR %Precipitação (mm)
FIGURA 1. Dados meteorológicos obtidos durante o período da execução
do trabalho. Estação Meteorológica da Fazenda Experimental da FAMEV-UFMT, Santo Antônio do Leverger, MT.
O experimento foi instalado em fevereiro de 1999, seguindo-se o
delineamento de blocos casualizados (4 repetições), com parcelas
subsubdivididas. As parcelas foram constituídas por: 1) angico-vermelho
(Anadenanthera macrocarpa); 2) cajueiro (Anacardium occidentale) 3)
cumbaru (Dipteryx alata); 4) jatobá (Hymenaea stygonocarpa); 5)
mangabeira (Hancornia speciosa) e 6) tachi-branco (Sclerolobium
paniculatum).
Nas subparcelas foram avaliados: 1) cultivo intercalar com
mandioca (Manihot esculenta) e 2) cultivo solteiro. Nas subsubparcelas
foram avaliados: 1) adubação de cova com 200 g de superfosfato simples
no plantio das espécies arbóreas e 2) sem adubação.
As parcelas foram compostas por quatro linhas de seis plantas
cada, totalizando 24 plantas úteis. Os blocos apresentaram bordadura
externa. Foi utilizado um espaçamento de 3 x 3 metros, para as espécies
arbóreas e de 1 x 0,6 metro, para a mandioca. Nas Figuras 2 e 3
observa-se o detalhamento da parcela experimental e a distribuição das
espécies nos blocos, respectivamente.
39
Sem Mandioca Com Mandioca
FIGURA 2. Detalhe da parcela experimental das espécies arbóreas. (X – Plantas adubadas com 200 g. de Superfostato Simples e O – Plantas não adubadas).
FIGURA 3. Distribuição das espécies em estudo no experimento.
Foram avaliados o estabelecimento das mudas e o crescimento
das plantas, medidos por meio do diâmetro do caule ao nível do solo,
com paquímetro digital e altura das plantas, com trena. Foram avaliadas
também as condições fitossanitárias apresentadas pelas plantas, em
função da incidência de organismos prejudiciais, como insetos, ácaros,
fungos, bactérias e nematóides. Para isso, foram feitos monitoramentos
40
periódicos, permitindo observar e determinar a diversidade de
organismos presentes no experimento.
Para a avaliação da produtividade foram determinadas as
quantidades produzidas por meio de pesagens e contagens,
considerando-se a produção dos componentes, individualmente e a
produção global, tanto da biomassa total como dos produtos específicos.
Durante todo o período de condução do experimento, foram
realizados diversos tratos culturais, como roçadas, coroamento, capina
química, controle de formigas cortadeiras, capina da mandioca, etc.
Com os resultados da altura e diâmetro, foram obtidas as taxas de
crescimento relativo total das espécies arbóreas, por meio da fórmula de
Hunt (1978) (eq.1).
TCR = (LN p2) - (LN p1) eq.1
(T2 - T1) em que: LN = logaritmo neperiano; TCR = taxa de crescimento relativo
(cm.cm-1.mês-1); p1 e p2 = altura ou diâmetro acumulado nos tempos T1
e T2.
A análise estatística dos dados avaliados foi realizada para a taxa
de crescimento relativo e para a produção de biomassa da mandioca,
com o auxílio do programa estatístico SAEG (Ribeiro Junior, 2001).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ocorreu um bom estabelecimento das mudas a campo (Figura 4),
com uma taxa média de mortalidade de mudas de 20,8% para o
cumbaru, 13,5% para o tachi-branco, 5,2% para o jatobá, 2,1% para a
mangaba, 1% para o angico, não sendo constatada perda de mudas de
cajueiro.
79,286,5
94,8 97,9 99 100
0
20
40
60
80
100
120
Cumbarú Tachi Jatobá Mangaba Angico Cajueiro
Espécies arbóreas
% d
as m
udas
pla
ntad
as
FIGURA 4. Percentagem média de plantas estabelecidas no campo.
Com base nas análises de variância dos dados (Quadros 1 e 2 em
anexo), constatou-se que ocorreram diferenças significativas para
diâmetro e altura, pelo teste de F, a 5% de probabilidade, entre as
diferentes espécies em estudo (Figura 5 e 6). Também houve diferença
significativa para adubação e consórcio para o tachi-branco (Figura 7).
O cultivo intercalar de mandioca influenciou negativamente o
desenvolvimento inicial de tachi-branco, não afetando as demais
espécies. Quanto à adubação, apenas o tachi-branco apresentou
resposta significativa (Figura 7). Segundo Dias et al. (1991), mudas de
42
tachi-branco (Sclerolobium paniculatum) também responderam
positivamente à adição de fósforo. Esta espécie apresentou maior taxa de
crescimento relativo e, provavelmente, por esta razão foi também mais
sensível à competição com a mandioca e a ausência de adubação.
As diferenças entre espécies ocorreram devido ao comportamento
diferenciado de crescimento de cada uma delas, destacando-se, dessa
forma, o fator genético da planta. Neste aspecto, se destacaram o tachi-
branco e o angico, que apresentaram um maior desenvolvimento em
diâmetro e o tachi-branco e a mangaba revelaram um maior
desenvolvimento em altura em relação às outras espécies em estudo.
Este crescimento diferenciado das espécies em estudo pode ser
mais bem visualizado nas Figuras de 8 a 15, nas quais se tem a taxa de
crescimento relativo entre os intervalos das avaliações de crescimento.
As espécies que apresentaram menor desenvolvimento em
diâmetro foram jatobá-do-cerrado, seguido do cumbaru e, em altura, o
jatobá-do-cerrado foi o que apresentou menor desenvolvimento.
cd
cc
a
a
a
a
cd
c
d
bcb
c
bbbb
c c c c
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0,12
0,14
consórciocom
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consórciosem
adubação
semconsórcio
comadubação
semconsórcio
semadubação
TCR
em
Diâ
met
ro (c
m.c
m-1
.mês
-1)
JatobáTachiCumbarúMangabaAngicoCajueiro
FIGURA 5. Taxa de crescimento relativo médio para diâmetro das
espécies arbóreas em estudo, aos dezoito meses após o plantio (*Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade).
43
bc
b
b
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0
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consórciocom
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comadubação
semconsórcio
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Altu
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.mês
-1)
JatobáTachiCumbarúMangabaAngicoCajueiro
FIGURA 6. Taxa de crescimento relativo médio para altura das espécies
arbóreas em estudo, aos dezoito meses após o plantio (*Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade).
Segundo vários autores, estudos com espécies florestais de clímax
têm demonstrado pouca ou nenhuma resposta a adubações com P,
havendo até casos de redução de crescimento sob adubações mais
pesadas (Lima, 1995; Rocha, 1995; Faria et al., 1996; Lima et al., 1995,
1996), evidenciando um baixo requerimento deste nutriente por algumas
espécies, principalmente pelas de crescimento lento, como as de cerrado.
Resende et al. (1999), estudando cinco espécies pioneiras, uma
espécie clímax exigente em luz e três clímax tolerantes à sombra,
verificaram que espécies de clímax mostraram-se pouco sensíveis ao
suprimento de P, refletindo um baixo requerimento na fase de mudas.
44
0,117 a
0,089 b
0,122 a
0,101 b
0
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Tachi - Branco
TCR
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-1)
consórcio com adubaçãoconsórcio sem adubaçãosem consórcio com adubaçãosem consórcio sem adubação
FIGURA 7. Taxa de crescimento relativo médio para diâmetro para o
tachi-branco (*Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade).
Conforme Lambers & Poorter (1992) e Marschner (1991), espécies
de crescimento lento apresentam baixa resposta ao fornecimento de
nutrientes, também uma característica de adaptação a solos pouco
férteis, como ocorre em solos do Cerrado. Uma melhor resposta de
algumas espécies à melhoria da fertilidade do solo pode ser devido à
maior taxa de crescimento, requerendo, desse modo, maior quantidade
de nutrientes para atender à demanda nutricional, permitindo a expressão
do potencial de produção de biomassa das espécies de crescimento
inicial mais acentuado (Silva et al., 1997a).
Uma outra hipótese para a não influência da aplicação do P sobre
o crescimento inicial das espécies arbóreas em estudo pode ser a forte
adsorção deste nutriente às partículas de argila do solo, devido a uma
baixa fertilidade natural do mesmo. Pode-se inferir, dessa forma, que a
dosagem utilizada neste caso pode ter sido menor do que a necessária
para tornar o nutriente disponível às plantas.
Nas Figuras 2 a 9 (anexo B) podem ser vistos aspectos das
espécies em estudo no campo.
45
0,00
0,02
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0,12
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JatobáTachiCumbaruMangabaAngicoCajueiro
FIGURA 8 Taxa de crescimento relativo médio, em diâmetro, das
espécies arbóreas em cultivo com a mandioca e adubadas. Santo Antônio do Leverger, MT, 2000.
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JatobáTachiCumbaruMangabaAngicoCajueiro
FIGURA 9. Taxa de crescimento relativo médio, em diâmetro, das
espécies arbóreas em cultivo com a mandioca sem adubação. Santo Antônio do Leverger, MT, 2000.
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0,02
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JatobáTachiCumbaruMangabaAngicoCajueiro
FIGURA 10. Taxa de crescimento relativo médio, em diâmetro, das
espécies arbóreas solteiras adubadas. Santo Antônio do Leverger, MT, 2000.
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JatobáTachiCumbaruMangabaAngicoCajueiro
FIGURA 11.Taxa de crescimento relativo médio, em diâmetro, das
espécies arbóreas solteiras e sem adubação. Santo Antônio do Leverger, MT, 2000.
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JatobáTachiCumbaruMangabaAngicoCajueiro
FIGURA 12. Taxa de crescimento relativo médio, em altura, das espécies
arbóreas em cultivo com a mandioca e adubadas. Santo Antônio do Leverger, MT, 2000.
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JatobáTachiCumbaruMangabaAngicoCajueiro
FIGURA 13. Taxa de crescimento relativo médio, em altura, das espécies
arbóreas em cultivo com a mandioca sem adubação. Santo Antônio do Leverger, MT, 2000.
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JatobáTachiCumbaruMangabaAngicoCajueiro
FIGURA 14. Taxa de crescimento relativo médio, em altura, das espécies
arbóreas solteiras adubadas. Santo Antônio do Leverger, MT, 2000.
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JatobáTachiCumbaruMangabaAngicoCajueiro
FIGURA 15. Taxa de crescimento relativo médio, em altura, das espécies
arbóreas solteiras e sem adubação. Santo Antônio do Leverger, MT, 2000.
49
No cultivo intercalar da mandioca (Figura 16), foi avaliado o peso
das raízes, ramas e folhas, por ocasião da colheita e não foi observada
diferença significativa, a 5%, para o cultivo solteiro e o cultivo
consorciado com as espécies arbóreas para nenhuma das características
avaliadas, conforme Quadros 3A, 4A e 5A.
2,952,78
3,17
2,13
3,473,74
2,56
1,77
2,23
1,721,99
2,39
1,6
2,14
0,26 0,30,18 0,24 0,35 0,23 0,27
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4M
AND
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A
ANG
ICO
CAJ
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Peso
méd
io p
or p
lant
a (k
g)
PESO RAIZ
PESO RAMA
PESO FOLHA
FIGURA 16. Peso médio de raízes, rama e folhas de mandioca em cultivo
solteiro (mandioca) e consorciado (cumbaru, tachi-branco, jatobá, mangava, angico-vermelho e cajueiro).
Observou-se, neste trabalho, o ataque severo de algumas pragas
às espécies arbóreas em estudo (Figura 10, Anexo B). Os ataques do
coleóptero às folhas de cajueiro ocasionaram grandes danos à espécie.
Estes danos induziram um superbrotamento, uma vez que a gema apical
era completamente destruída. Também foi constatada, nas folhas desta
espécie, a ocorrência de mosca-branca. Notaram-se, também, ataque de
lagartas às folhas do jatobá, de formigas-cortadeiras (saúva) em cumbaru
e tachi-branco e de tatu às raízes da mandioca.
Em campo, foi registrada incidência de lesões necróticas em
folhas e ramos jovens de cajueiro, com sintomas de antracnose
(Colletothrichum sp.).
5 CONCLUSÕES 1. A mandioca é uma espécie que poderá ser cultivada na fase inicial do
desenvolvimento de jatobá, cumbaru, mangava, angico e cajueiro,
sem prejudicar o crescimento dessas espécies.
2. Nas condições do presente estudo, apenas o tachi-branco respondeu à
adubação fosfatada, com maior desenvolvimento em diâmetro.
3. Durante o período de desenvolvimento das espécies, o tachi-branco
apresentou maiores taxas de crescimento relativo em diâmetro e
altura, enquanto o jatobá e o cumbaru apresentaram os menores
valores.
4. O cultivo solteiro e o cultivo consorciado com as espécies arbóreas em
fase inicial de crescimento não alteraram a produção de biomassa de
ramos, folhas e raízes de mandioca.
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SIQUEIRA, A. C. M. F.; NOGUEIRA, J. C. B. Essências brasileiras e sua conservação genética no Instituto Florestal de São Paulo. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 4, n. 4, p. 1187, mar. 1992. SIQUEIRA, A. C. M. F.; NOGUEIRA, J. C. B.; MORAIS, E.; KAGEYAMA, P. Y.; MURGEL, J. M. T.; ZANDARIN, M. A. O cumbaru - Dipteryx alata Vog., estudo de diferentes procedências e progênies. Boletim Técnico do Instituto Florestal, São Paulo, v. 40A, p. 281-290, dez. 1986a. SOARES, Fernanda Pereira ; PAIVA, Renato ; OLIVEIRA, Lenaldo Muniz de ; PAIVA, P. D. O. . Calogênese in vitro de segmentos caulinares de mangabeira (Harcornia speciosa Gomes). In: XV Congresso Brasileiro de Floricultura e Plantas Ornamentais, 2005, Fortaleza. Horticultura brasileira, 2005. v. 23. p. 632-632. SOUZA, S. M.; LIMA, P. C. F. Maturação de sementes de angico (Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan). Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 7, n. 2, p. 93-99, 1985. TOMASELLI, I.; MARQUES, L. C. T.; CARPANEZZI, A. A.; PEREIRA, J. C. D. Caracterização da madeira de tachi-branco-da-terra-firme (Sclerolobium paniculatum Vogel), para energia. Boletim de Pesquisa Florestal, Curitiba, n. 6/7, p. 33-44, jul./dez. 1983a. TONINI, H.; ARCO-VERDE, M. F. ; SCHWENGBER, D.; MOURÃO JUNIOR, M. Avaliação de espécies florestais em área de mata no estado de Roraima. Cerne, Lavras, v. 12, n. 1, p. 8-18, jan./mar. 2006 TORRES, R. B.; MATTHES, L. A. F.; RODRIGUES, R. R.; LEITÃO FILHO, H. F. 1992. Espécies florestais nativas para plantio em áreas de brejo. O Agronônico, Campinas, v. 44, n. 1/3, p. 13-16, jan./dez. 1992. VALLILO, M. I.; TAVARES, M.; AUED, S. Composição química da polpa e da semente do fruto do cumbaru (Dipteryx alata Vog.) - caracterização do óleo da semente. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 115-125, dez. 1990. VASCONCELOS, I. Associação simbiótica entre microorganismos e espécies florestais do Nordeste. In: SEMINÁRIO SOBRE ATUALIDADES E PERSPECTIVAS FLORESTAIS: associações biológicas entre espécies florestais e microorganismos para aumento da produtividade econômica dos reflorestamentos, 7., 1982, Curitiba. Anais... Curitiba: EMBRAPA-URPFCS, 1982. p. 53-66. (EMBRAPA-URPFCS. Documentos, 12). VIEIRA NETO, R. D. Cultura da mangabeira. Aracaju: Embrapa-CPATC, 1994. 16 p. (Circular Técnica, 02). VIEIRA NETO, R. D. Mangabeira (Hancornia speciosa Gomes). In: SIMPÓSIO NACIONAL DE RECURSOS GENÉTICOS DE FRUTEIRAS NATIVAS, 1992, Cruz das Almas. Anais... Cruz das Almas: Embrapa-CNPMF, 1993. p. 109-116. VILA, W. M.; FLECHTMANN, C. H. W. Ácaros em essências florestais. Silvicultura em São Paulo, São Paulo, v. 7, p. 99-102, 1970. Villachica, H. 1996. Frutales y hortalizas promisorios de la amazonia. In: Secretaria Pro-Tempore, Tratado de Cooperacion Amazonica. (CoopAmaz) 44:189–194.
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ANEXOS
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ANEXO A
QUADRO 1. Análise de variância para taxa de crescimento relativo, em diâmetro, das espécies arbóreas. REP = repetição; ESP = Espécie; CONS = consórcio; ADUB = adubação.
Fontes de variação GL Soma de quadrado Quadrado médio F Sig.
Total 95 0,5743506E-01 Total de redução 88 0,5726696E-01 0,6507610E-03 27,10 0,0001REP 3 0,1874044E-02 0,6246815E-03 26,01 0,0004ESP 5 0,4015127E-01 0,8030254E-02 334,41 0,0000ESP*REP 15 0,2450044E-02 0,1633363E-03 6,80 0,0080CONS 1 0,1342237E-03 0,1342237E-03 5,59 0,0500ESP*CONS 5 0,8504730E-03 0,1700946E-03 7,08 0,0115ESP*CONS*REP 15 0,2059824E-02 0,1373216E-03 5,72 0,0133ADUB 1 0,5688202E-04 0,5688202E-04 2,37 0,1677ADUB*REP 3 0,1287476E-03 0,4291587E-04 1,79 0,2371ESP*ADUB 5 0,3205512E-02 0,6411025E-03 26,70 0,0002ESP*ADUB*REP 15 0,2695436E-02 0,1796957E-03 7,48 0,0060ESP*CONS*ADUB 5 0,2279565E-03 0,4559130E-04 1,90 0,2129ESP*CONS*ADUB*REP 15 0,3432549E-02 0,2288366E-03 9,53 0,0029Resíduo 7 0,1680916E-03 0,2401308E-04
Número de Dados = 96 Média Geral = 0,67039E-01 Coef. de Variação = 7,3096
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QUADRO 2. Análise de variância para taxa de crescimento relativo, em altura, das espécies arbóreas. REP = repetição; ESP
= Espécie; CONS = consórcio; ADUB = adubação.
Fontes de Variação GL Soma de Quadrado Quadrado Médio F Sig. Total 95 0,5063930E-01 Total de Redução 88 0,4927720E-01 0,5599681E-03 2,88 0,0704 REP 3 0,1269828E-02 0,4232760E-03 2,18 0,1790 ESP 5 0,3666423E-01 0,7332847E-02 37,68 0,0001 ESP*REP 15 0,2152143E-02 0,1434762E-03 0,74 ****** CONS 1 0,2876598E-04 0,2876598E-04 0,15 ****** ESP*CONS 5 0,5655195E-03 0,1131039E-03 0,58 ****** ESP*CONS*REP 15 0,3452697E-02 0,2301798E-03 1,18 0,4320 ADUB 1 0,5105023E-06 0,5105023E-06 0,00 ****** ADUB*REP 3 0,2751962E-03 0,9173208E-04 0,47 ****** ESP*ADUB 5 0,1262563E-02 0,2525126E-03 1,30 0,3630 ESP*ADUB*REP 15 0,1448889E-02 0,9659258E-04 0,50 ****** ESP*CONS*ADUB 5 0,4873249E-03 0,9746498E-04 0,50 ****** ESP*CONS*ADUB*REP 15 0,1669526E-02 0,1113017E-03 0,57 ****** Resíduo 7 0,1362098E-02 0,1945855E-03
Número de Dados = 96 Média Geral = 0,59511E-01 Coef. de Variação = 23,440
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QUADRO 3. Análise de variância para peso de raízes de mandioca cultivadas intercaladas com as 6 espécies arbóreas e em monocultivo.
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc ESP 6 0,667461 0,111244 1,159 0,3645 erro 21 2,015145 0,095959 Total 27 2,682607 CV (%) = 15,57 QUADRO 4. Análise de variância para peso de ramas de mandioca cultivadas
intercaladas com as 6 espécies arbóreas e em monocultivo. FV GL SQ QM Fc Pr>Fc ESP 6 0,168250 0,028042 0,578 0,7435 erro 21 1,018500 0,048500 Total 27 1,186750 CV (%) = 12,86 QUADRO 5. Análise de variância para peso de folhas de mandioca cultivadas
intercaladas com as 6 espécies arbóreas e em monocultivo. FV GL SQ QM Fc Pr>Fc ESP 6 0,012424 0,002071 0,233 0,9611 erro 21 0,186992 0,008904 Total 27 0,199416 CV (%) = 8,42
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ANEXO B
Detalhes das espécies em estudo nas parcelas.
FIGURA 17. Cumbaru (Dipterix alata Vog.).
FIGURA 18. Angico-do-cerrado (Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan).
65
FIGURA 19. Jatobá-do-cerrado (Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne).
FIGURA 20. Mangabeira (Hancornia speciosa Gomes).
66
FIGURA 21. Cajueiro (Anacardium occidentale L.).
FIGURA 22. Tachi-branco (Sclerolobium paniculatum var. rubiginosum (Mart.
ex Tul.) Benth.).
67
FIGURA 23. Mandioca (Manihot esculenta Crantz.).
FIGURA 24. Colheita e avaliação do cultivo intercalar com mandioca.
68
FIGURA 25. Ataque de coleóptero desfolhador Chrysomelidae sp. às folhas e gemas apicais do cajueiro (A) e ataque de Lepdoptera às folhas de jatobá (B).
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