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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO Estado Nutricional Pré-Gestacional e a Incidência de Diabetes Gestacional em Gestantes Atendidas em Consultório Particular, Cuiabá/MT. MARINA THOMMEN PEREIRA BRESSANE CUIABÁ- MT 2016

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

Estado Nutricional Pré-Gestacional e a Incidência de Diabetes Gestacional em

Gestantes Atendidas em Consultório Particular, Cuiabá/MT.

MARINA THOMMEN PEREIRA BRESSANE

CUIABÁ- MT

2016

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

Estado nutricional pré-gestacional e a incidência de Diabetes Gestacional em gestantes

atendidas em consultório particular, Cuiabá/MT.

Marina Thommen Pereira Bressane

Cuiabá, MT

2016

Monografia apresentada ao

Programa de Especialização em

Nutrição Clínica para a obtenção

do título de especialista em

Nutrição Clínica.

Área de concentração: Nutrição

Professor: Ma. Luciana Sicca

Pasquali Garcia

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

Dedicatória

Ao meu esposo e meus pais, pelo

apoio incondicional, presença

constante em minha vida, pelos

incentivos ao estudo e por

acreditarem em mim.

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus pela sua luz, direção e sabedoria.

Ao meu marido, meu pai e minha mãe, pela paciência, apoio dedicados em

todos os momentos desta trajetória e inspiração na busca pelo aperfeiçoamento.

À Profª Luciana Sicca Pasquali Garcia, minha orientadora, pelo conhecimento

e orientações fundamentais para concretização deste estudo.

À Profª Leticia Martins Ignácio Souza e Profª Ana Paula Muraro pela atenção

e contribuições no desenvolvimento deste estudo.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

“Quanto mais aumenta nosso conhecimento, mais

evidente fica nossa ignorância.”

John F. Kennedy

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

RESUMO

O diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como a ocorrência de

intolerância à glicose, em variados graus, diagnosticada durante a gestação e podendo

persistir após o parto. O DMG não diagnosticado e/ou não tratado pode resultar em

intercorrências para a gestante (hipertensão arterial, pré-eclâmpsia, risco aumentado de

parto cesariano, etc.) e para o feto (óbito neonatal, macrossomia, distocias, aspiração de

mecônio, entre outras). Dentre os fatores de risco para o DMG pode-se citar: idade

superior a 35 anos; sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual;

história familiar de diabetes, deposição central excessiva de gordura corporal. Este

estudo observacional retrospectivo envolvendo 37 gestantes diagnosticadas com

alteração glicêmica durante a gestação e que consultaram com nutricionista clínico no

período de janeiro/2014 a janeiro/2016 teve como objetivo avaliar o perfil nutricional

das mulheres em idade fértil e a incidência de diabetes gestacional, a fim de elaborar

meios preventivos ou facilitar o controle glicêmico durante a gestação. Das 37 gestantes

avaliadas 62,2% tinham menos de 35 anos, 51,4% constavam com excesso de peso,

73% não praticavam atividade física, 94% consultaram com nutricionista no 3º trimestre

de gravidez e das que sabiam o sexo fetal, 43,2% estava gestante de feto feminino. O

melhor controle glicêmico tanto em jejum quanto pós-prandial 60/120 minutos após

teste oral de tolerância à glicose se deu nas gestantes sem excesso de peso e fisicamente

ativas durante a gestação.

O peso pré-gestacional é considerado um fator bem influente na saúde materna e

fetal, e o aumento dos casos de sobrepeso e obesidade no período pré-concepção está

associado a desfechos negativos sobre a saúde do binômio mãe-filho. O monitoramento

do peso pré-gestacional através do cálculo de IMC é um procedimento de baixo custo,

simples e útil para estabelecer intervenções nutricionais e garantir uma gestação com

menores fatores de riscos maternos e fetais.

Palavras-chave: diabetes gestacional, índice de massa corporal, controle glicêmico na

gestação.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

ABSTRACT

Gestational Diabetes Mellitus (GDM) is defined as any degree of glucose

intolerance with onset or first recognition during pregnancy. Undiagnosed or non-

treated GDM can result on many complications and adverse pregnancy outcomes that

threatens both mothers and their offspring (hypertensive disorders, cesarean deliveries,

fetal macrosomia, distocias, neonatal hypoglycemia, obesity, type 2 diabetes). Many

factors can contribute to the development of GDM as: age > 35 years old, overweight

and obesity, family history of diabetes, history of GDM on previous pregnancy,

excessive gestational weight gain.

The aim of this retrospective study was to determine the relationship of pre-

gestational body mass index (BMI) and the incidence of GDM on 37 pregnant women

that consulted a clinical nutritionist during prenatal care from January/2014-

january/2016, and by then elaborate preventive ways and improve glycemic control

during pregnancy.

From de 37 pregnant women evaluated, 62,2% were <35 years old, 51,4% were

overweight or obese, 73% were physically inactive, 94% consulted a clinical nutritionist

on their third trimester of pregnancy and for those that already knew the fetal sex,

43,2% were expecting girls. The best glycemic control either for fasting or post-prandial

60/120 minutes after the glucose challenge test (GCT) was performed by the pregnants

that had a pre-gestational normal weight and were physically active during pregnancy.

The pre-gestational weight is considered a big influent factor on both mother and

fetal’s health, and the increasing number of overweight and obesity on preconception

period is relevant to predict adverse outcomes during pregnancy. The monitoring of the

pre-pregnancy weight by BMI calculation is a low-cost, simple and useful procedure to

establish nutritional interventions and reduce maternal and fetal risks factors.

Key-words: gestational diabetes mellitus, body mass index, glycemic control during pregnancy.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 1- Critérios para diagnóstico de DMG segundo o HAPO e OMS.

13

Tabela 2- Característica das gestantes com diabetes gestacional atendidas

em consultório nutricional, Cuiabá, 2016.

17

Gráfico 1- Relação entre o peso pré-gestacional e valor de glicemia de

jejum das gestantes diagnosticadas com DMG, atendidas em consultório

nutricional (n=32).

19

Gráfico 2- Relação entre atividade física e excesso de peso pré-gestacional das

gestantes diagnosticadas com DMG, atendidas em consultório nutricional.

19

Gráfico 3- Relação entre a atividade física durante na gestação e a glicemia de

jejum das gestantes diagnosticadas com DMG, atendidas em consultório

nutricional (n= 32).

20

Gráfico 4- Relação entre a atividade física durante na gestação e alteração da

glicemia pós-prandial de 60 minutos após TOTG, das gestantes diagnosticadas

com DMG, atendidas em consultório nutricional (n= 22).

20

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

LISTA DE ABREVIATURAS

ADA American Diabetes Association

BMI Body Mass Index

DM Diabetes Mellitus

GCT Glucose challange test

DMG Diabetes Mellitus Gestacional

GDM Gestational Diabetes Mellitus

HAPO Hyperglicemia and Adverse Pregnancy Outcomes

IDF International Diabetes Federation

IMC Índice de Massa Corporal

OMS Organização Mundial da Saúde

SBD Sociedade Brasileira de Diabetes

SHG Síndrome Hipertensiva da Gravidez

TOTG Teste oral de tolerância à glicose

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 11

2. OBJETIVOS 14

2.1 OBJETIVOS GERAIS 14

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 15

3. METODOLOGIA 15

3.1 TIPO DE ESTUDO 15

3.2 COLETA DE DADOS 15

3.3 VARIÁVEIS 15

3.3.1 IDADE 15

3.3.2 PESO PRÉ-GESTACIONAL 15

3.3.3 VALOR DE GLICEMIA 15

3.3.4 ESTADO NUTRICIONAL 16

3.3.5 ATIVIDADE FÍSICA 16

3.3.6 IDADE GESTACIONAL 16

3.3.7 SEXO FETAL 16

3.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS 16

3.5 ASPECTOS ÉTICOS 16

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 16

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 23

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

11

1.0 INTRODUÇÃO

O Diabetes Mellitus (DM) não se define como uma única doença, mas um grupo

de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia resultante de

defeitos na secreção e/ou na ação do hormônio insulina (GALINDO; CAVALCANTI;

LYRA, 2006).

O DM pode ser classificado em sua maioria, em diabetes tipo 1 (DM1), diabetes

tipo 2 (DM2) e diabetes gestacional (DMG). O DM1 é caracterizado pela destruição das

células beta, ocasionando deficiência absoluta de insulina, de natureza auto-imune ou

idiopática. Já o DM2 cursa com resistência insulínica com relativa deficiência de

insulina, ou um defeito essencialmente secretório, com ou sem resistência insulínica

(GALINDO; CAVALCANTI; LYRA, 2006).

É estimado que aproximadamente 415 milhões de adultos no mundo tenham

diabetes (INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION, 2015), e mais 318 milhões

de adultos tenham tolerância à glicose diminuída - uma condição de alto risco para o

desenvolvimento do diabetes, chamada também de pré-diabetes (FONSECA;

FONSECA, 2008).

Em 2015 estimou-se que um em cada onze adultos possui diabetes, sendo o

DM2 o tipo mais prevalente em países desenvolvidos, atingindo mais de 91% dos

adultos com a doença (INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION, 2015).

O diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como a ocorrência de

intolerância à glicose, em variados graus, diagnosticada durante a gestação e podendo

persistir após o parto (FORTI; FAÇANHA; FERRAZ, 2006).

A fisiopatologia do DMG pode ser explicada devido à resistência insulínica

fisiológica da gravidez por elevação de hormônios antagonistas da insulina na

circulação materna, como o hormônio lactogênio placentário, prolactina, estrógeno e

cortisol. E assim como ocorre no DM2, é possível verificar a presença de resistência

insulínica associada a uma queda relativa na função secretória da célula beta pancreática

(FORTI; FAÇANHA; FERRAZ, 2006).

O primeiro caso de diabetes gestacional foi descrito na tese de doutorado em

medicina do Dr. Heinrich G. Bennewitz, no ano de 1824. Tratava-se de uma gestante

que desenvolveu diabetes mellitus sintomática durante a gestação e cujos sintomas

(poliúria, polidipsia) e sinais (glicosúria) desapareceram após o parto. Entre 1825 e

1949 várias pacientes similares foram identificadas, sendo determinado o termo

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

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“glicosúria benigna da gestação”. Porém em 1949, Gilbert observou que as mulheres

que foram diagnosticadas com diabetes mellitus tipo 2 depois dos 50 anos de idade,

tinham tido uma má história obstétrica, com alta incidência de mortalidade perinatal e

fetos macrossômicos. Assim, a partir de 1949 o termo “glicosúria benigna da gestação”

deixou de ser aplicado e passou a denominar-se “pré-diabetes na gestação”, e em 1954

trocou-se por “diabetes meta-gestacional”. Finalmente em 1964, o diabetes gestacional

surgiu como um sub-tipo de diabetes mellitus, e desde então a incidência tem

aumentado cada vez mais (COELHO, 2014).

A análise de genes é bem relevante na história de desenvolvimento de diabetes,

já que se vêem diferenças significativas na prevalência e incidência do DMG entre

diversas raças, etnias e regiões (exemplo: afro-americanos, latinos, americanos

nativos, americanos asiáticos e habitantes das ilhas do Pacífico são considerados raças

étnicas de alto risco para desenvolvimento de DM2) (LIN et al, 2016).

Através de testes moleculares podem ser identificados polimorfismos (variantes

genéticas) em uma população e associá-los a processos patológicos a fim de facilitar o

diagnóstico, tratamento e prognóstico da patologia. A íntima correlação entre o DMG

e o DM2 sugere que o DMG seja uma patologia poligênica tal qual DM2, na qual

variantes em múltiplos genes interagem com fatores ambientais para causar a doença.

Portanto, os estudos a respeito da etiologia do DMG iniciaram-se avaliando variantes

dos genes que predispõem ao DM2 (MELO, 2013).

O DMG não diagnosticado e/ou não tratado pode resultar em intercorrências

para a gestante (hipertensão arterial, pré-eclâmpsia, risco aumentado de parto cesariano,

etc.) e para o feto (óbito neonatal, macrossomia, distocias, aspiração de mecônio,

hipoglicemia, entre outras) (BRAGA et al, 2011).

Estima-se que 1 a cada 7 nascimentos seja afetado pelo diabetes gestacional

(INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION, 2015), e os fetos expostos a elevados

níveis de glicose no útero possuem maior risco de desenvolverem diabetes tipo 2 no

futuro. (FETITA et al, 2006).

Em se tratando de macrossomia fetal, estudos demonstram uma grande relação

entre o excessivo crescimento fetal e o desenvolvimento de obesidade e outras doenças

metabólicas associadas em idade jovem (ALBERICO et al, 2015; CASEY et al, 2015),

sendo o controle glicêmico materno de extrema importância até como medida

preventiva para essas patologias no futuro.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

13

O rastreamento para a intolerância à glicose deve ser feito já na primeira

consulta pré-natal, com a avaliação da glicemia de jejum. Caso o valor encontrado seja

acima de 126mg/dl, caracteriza um diabetes mellitus pré-gestacional. Se a glicemia

plasmática de jejum estiver entre 92mg/dl e 126mg/dl, caracteriza o diabetes

gestacional, porém este resultado deverá ser confirmado com uma segunda dosagem da

glicemia em jejum. Excluindo as gestantes com diagnóstico prévio de diabetes, é

recomendado que todas as gestantes sejam investigadas com teste oral de tolerância à

glicose (TOTG) entre a 24ª e a 28ª semana de gestação (SOCIEDADE BRASILEIRA

DE DIABETES, 2015).

Ainda não existe consenso quanto ao teste a ser utilizado para o diagnóstico de

DMG, e os critérios diagnósticos utilizados atualmente se baseiam nos resultados do

estudo “Hyperglicemia and Adverse Pregnancy Outcomes” (HAPO), ou nos critérios da

Organização Mundial da Saúde (OMS). O estudo HAPO demonstrou associação entre

os valores de glicemia materna e os desfechos perinatais, determinando o diagnóstico

com TOTG com ingestão de 75g de glicose e pontos de corte de glicemia ≥92mg/dl em

jejum, ≥180mg/dl após uma hora e ≥153mg/dl após duas horas. (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES, 2015). Já os critérios da OMS se baseiam nos mesmo

definidos para o diagnóstico de Diabetes Mellitus: ingestão de 75g de glicose e

glicemia de jejum ≥126mg/dl ou ≥140mg/dl após duas horas. Em ambos critérios, um

valor alterado já confirma o diagnóstico.

Tabela 1- Critérios para diagnóstico de DMG segundo o HAPO e OMS.

Glicemia plasmática HAPO 75g - TOTG OMS - 75g - TOTG

Jejum ≥92mg/dl ≥126mg/dl

1 hora (60 minutos) ≥180mg/dl -----

2 horas (120 minutos) ≥153mg/dl ≥140mg/dl

As pacientes devem ser reavaliadas 4 a 6 semanas após o parto e reclassificadas

como apresentando DM, glicemia de jejum alterada, tolerância à glicose diminuída ou

normoglicemia. Na maioria dos casos a tolerância à glicose retorna ao normal, porém há

10% a 63% de risco de desenvolver DM2 dentro de 5 a 16 anos após o parto.

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2015)

Dentre os fatores de risco para o DMG pode-se citar: idade superior a 35 anos;

sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual; história familiar de

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14

diabetes em parentes de primeiro grau; deposição central excessiva de gordura corporal

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2015). Portanto o peso pré-gestacional é

considerado um fator bem influente na saúde materna e fetal, e o aumento dos casos de

sobrepeso e obesidade no período pré-concepção está associado a desfechos negativos

sobre a saúde do binômio mãe-filho (SEABRA et al, 2011).

O Estado nutricional pode ser avaliado de acordo com o Índice de Massa

Corporal (IMC), cálculo antropométrico que leva em consideração o peso dividido pela

altura ao quadrado, com os critérios de classificação determinados pela Organização

Mundial da Saúde: IMC < 18,5kg/m2 (Baixo peso); IMC > 18,5 e até

24,9kg/m2(Eutrófico); IMC > 25 e até 29,9kg/m

2 (Sobrepeso) e

IMC > 30,0kg/m2 (Obeso) (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003). Na

população de gestantes brasileiras, o IMC superior a 25kg/m2 se relacionou a risco

aumentado de diabetes gestacional (BRAGA et al, 2011).

Sendo a obesidade considerada uma doença crônica cada vez mais crescente em

todo o mundo, caracterizada como problema de saúde pública grave e possuindo uma

estreita relação com alterações glicêmicas, se faz necessária uma atenção ao estado

nutricional da mulher em processo de engravidar.

Com o aumento da procura por terapia nutricional para melhora do perfil

glicêmico das gestantes em consultório particular, surgiu o interesse em relacionar o

perfil nutricional das mulheres em idade fértil e a incidência de diabetes gestacional, a

fim de elaborar meios preventivos ou facilitar o controle glicêmico durante a gestação.

O nutricionista pode facilmente avaliar o estado nutricional da paciente através

de medidas antropométricas e a classificação de IMC, cálculo de fácil aplicabilidade,

baixo custo e caráter pouco invasivo. Portanto é interessante a avaliação e

acompanhamento por tal profissional de modo a orientar sobre o ganho de peso

adequado na gestação e mudanças alimentares para prevenir ou tratar as alterações

metabólicas, especialmente em relação à glicemia.

2.0 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Analisou-se a associação entre o estado nutricional pré-gestacional e a incidência

de Diabetes Gestacional em gestantes atendidas em consultório particular

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15

2.2 ESPECÍFICOS

Identificaram-se as gestantes com diagnóstico de Diabetes Gestacional;

Classificou-se o estado nutricional pré-gestacional de acordo com o IMC;

Comparou-se o estado nutricional pré-gestacional com o aparecimento de

Diabetes Gestacional

3.0 MÉTODOS

3.1 TIPO DE ESTUDO

Tratou-se de um estudo observacional retrospectivo, cujos dados foram obtidos dos

prontuários das mulheres em idade fértil diagnosticadas com alteração glicêmica

durante a gestação e que consultaram com nutricionista clínico no período de

janeiro/2014 a janeiro/2016. Foram excluídas gestantes com diabetes mellitus pré-

gestacional.

3.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada através dos prontuários das gestantes atendidas em

consultório nutricional no período de janeiro/2014 a janeiro/2016. A admissão no

estudo ocorreu com as pacientes que se enquadraram nos critérios previamente

estabelecidos.

3.3 VARIÁVEIS

3.3.1 Idade

A idade foi obtida através do cálculo da diferença existente

entre a data da consulta e a data de nascimento, sendo

expressa em anos de vida.

3.3.2 Peso pré-gestacional

O peso pré-gestacional foi definido como o relatado pela

paciente na primeira consulta do pré-natal.

3.3.3 Valor de glicemia

A glicemia alterada comparada a valores de referência

caracterizou o diagnóstico de Diabetes Gestacional, feito pelo

médico que solicitou o exame.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

16

3.3.4 Estado nutricional

O estado nutricional foi classificado de acordo com o Índice

de Massa Corporal em Eutrofia (18,5-24,9kg/m2), Sobrepeso

(25,0-29,9kg/m2) e Obesidade (acima de 30,0kg/m

2)

3.3.5 Atividade física

A freqüência da realização e o tipo da atividade física, se

existente, foi relatada pela paciente na consulta com o

nutricionista.

3.3.6 Idade gestacional

A idade gestacional foi calculada de acordo com a diferença

da data da consulta e a data da última menstruação, expressa

em semanas de gestação e classificadas por trimestre: 1º

trimestre (até 12ª semana de gestação), 2º trimestre (13ª a 24ª

semana de gestação) e 3º trimestre (25ª a 40ª semana de

gestação).

3.3.7 Sexo Fetal

O sexo fetal, se sabido, foi informado pela gestante, sendo

observado através de exame de ultrassom ou sexagem.

3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICAS

Os dados coletados foram analisados estatisticamente no programa Epi Info® 7,

e as variáveis contínuas descritas por média e desvio-padrão. Para todos os testes

estatísticos, o valor p <0,05 foi considerado significativo.

3.5 ASPECTOS ÉTICOS

O projeto de pesquisa foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa do Hospital Universitário Julio Muller (HUJM)/Cuiabá/MT, sob parecer

1.547.203.

4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram avaliadas trinta e sete (37) gestantes, que passaram por consulta com

nutricionista clínico em consultório particular durante o pré-natal. Todas as gestantes

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

17

foram encaminhadas ao nutricionista por médico obstetra ou endocrinologista devido à

alteração glicêmica em exames pré-natais de rotina ou no TOTG, o qual detectou o

diabetes gestacional. A consulta se dividiu em cinco etapas: coleta de dados pessoais,

história clínica, anamnese alimentar, medidas antropométricas (peso pré-gestacional,

peso atual, altura, IMC) e outras informações relevantes (idade gestacional e sexo fetal,

quando sabido). O perfil das gestantes está apresentado na Tabela 2.

Tabela 2: Característica das gestantes com diabetes gestacional atendidas em

consultório nutricional, Cuiabá, 2016. n (%)

Idade

37 100

< 35 anos 23 62,2

≥ 35 anos 14 37,8

Idade gestacional

1º trimestre 2 5,4

2º trimestre 0 0

3º trimestre 35 94,6

IMC

Eutrófico 18 48,6

Sobrepeso 11 29,7

Obesidade 8 21,6

Sexo Fetal

Feminino 16 43,2

Masculino 13 35,1

Não sabido 8 21,6

Prática de atividade física

Sim 10 27

Não 27 73

Cerca de 51,4% das mulheres iniciaram a gestação com desvio ponderal,

segundo avaliação do estado antropométrico pré-gestacional. Quanto à classificação

do estado nutricional de acordo com o IMC, 48,6% eram eutróficas, 29,7% sobrepeso

e 21,6% obesas. A idade materna média foi de 32,8 anos e a idade gestacional média

foi de 30,5 semanas.

Nem todas as gestantes atendidas possuíam na consulta os exames bioquímicos

com os valores da glicemia em jejum e/ou pós-prandial, resultando em trinta e duas

(32) gestantes com a glicemia de jejum relatada, vinte e duas (22) gestantes com a

medida de glicemia 60 minutos após o TOTG e vinte (20) gestantes com a medida de

glicemia 120 minutos após o TOTG. A média de glicemia de jejum foi de 88mg/dl, e a

média das pós-prandiais tanto de 60 quanto 120 minutos após TOTG foi de 185mg/dl.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

18

Quanto à atividade física, 73% relataram não praticar durante a gestação e

apenas 27% relataram ser fisicamente ativas, sendo a caminhada em terreno plano,

hidroterapia, pilates, natação e musculação as atividades relatadas, tendo inclusive em

alguns casos, a prática combinada de modalidades.

Das 29 gestantes que já sabiam o sexo fetal, 43,2% estavam grávidas de meninas

e 35,1% de meninos.

É preocupante o estado nutricional das gestantes avaliadas, já que a maioria foi

diagnosticada com excesso de peso (sobrepeso ou obesidade) antes da gestação,

aumentando o risco de desenvolver DMG e também outras doenças, como a Síndrome

Hipertensiva da Gravidez (SHG), já que as duas condições clínicas compartilham

fatores de risco semelhantes (OLIVEIRA; GRACILIANO, 2015), aumentando o risco

para a saúde materna/fetal.

O desenvolvimento do DMG e a alteração glicêmica característica é prejudicial

ao feto durante a gestação e mesmo após o parto. O pobre controle glicêmico é um

importante fator de risco para macrossomia, independentemente do IMC pré-

gestacional (ALBERICO et al, 2014). Há fortes indícios também que diabetes durante

a gestação predispõe a prole a desenvolver obesidade e tolerância anormal à glicose

mais tarde na vida, independentemente de transmissão genética, devido à redução da

massa pancreática, defeito na angiogênese do órgão e hiperinsulinismo (FETITA et al,

2006).

Para as gestantes, o risco de desenvolver DM2 no futuro é altíssimo, já que cerca

de um terço das gestantes portadoras de DMG desenvolverá diabetes ou intolerância à

glicose no seguimento pós-parto (PEREIRA, 2014).

Neste estudo, o peso pré-gestacional adequado/eutrófico relacionado a valores

adequados de glicemia de jejum (<92mg/dl) foi estatisticamente significativo (p=0,04)

conforme mostra o gráfico 1.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

19

Gráfico 1- Relação entre o peso pré-gestacional e valor de glicemia de jejum

das gestantes diagnosticadas com DMG, atendidas em consultório nutricional

(n=32).

Outro fator extremamente importante é o ganho de peso durante a gestação, pois

mesmo que o peso pré-gestacional seja adequado (eutrófico), um ganho de peso

excessivo na gestação aumenta o risco de desenvolver sobrepeso/obesidade nos

próximos 15 anos (GONÇALVES et al, 2012). Este fator ainda é agravado nas

mulheres com excesso de peso pré-gestacional que mantém a retenção de peso no pós-

parto.

Apesar de não ter se demonstrado estatisticamente significativo (p= 0,11),

podemos deduzir no presente estudo que a baixa adesão à prática de atividade física

durante a gravidez pode refletir a ausência do hábito antes de engravidar, justificando

em parte o excesso de peso pré-gestacional, conforme mostrado no Gráfico 2.

Gráfico 2- Relação entre atividade física e excesso de peso pré-gestacional das

gestantes diagnosticadas com DMG, atendidas em consultório nutricional.

A prática de atividade física regular na gestação contribui para um melhor

controle glicêmico, controle do ganho de peso materno e, conseqüentemente, a

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

20

diminuição da incidência de macrossomia fetal, devendo ser recomendada para todas

as gestantes diabéticas, na ausência de contraindicações (WEINERT et al, 2011).

Traçando um paralelo entre a atividade física e a glicemia de jejum, pode-se

verificar que as gestantes ativas possuíam melhor valor de glicemia de jejum em

relação às gestantes inativas, observado no gráfico 3. E as maiores alterações da

glicemia pós-prandial de 60 minutos após o TOTG também se deram nas gestantes

inativas, mais que nas gestantes ativas, conforme o gráfico 4.

Gráfico 3- Relação entre a atividade física durante na gestação e a glicemia de

jejum das gestantes diagnosticadas com DMG, atendidas em consultório

nutricional (n= 32).

Gráfico 4- Relação entre a atividade física durante na gestação e alteração da

glicemia pós-prandial de 60 minutos após TOTG, das gestantes diagnosticadas com

DMG, atendidas em consultório nutricional (n= 22).

Neste estudo as médias de glicemia em jejum (88 mg/dl) e pós-prandial após 120

minutos do TOTG (185mg/dl) foram superiores aos valores de alguns estudos, como o

Metformin In Gestational Diabetes, o qual valores inferiores a 88 mg/dL para a glicemia

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE …

21

de jejum e inferiores a 115 mg/dL para a glicemia 120 minutos pós-prandial resultaram em

menor número de complicações materno-fetais (WEINERT et al, 2011), reiterando aí

a necessidade de uma intervenção inicial de dieta individualizada e prática de

atividade física, e posteriormente caso não se atinja um bom controle glicêmico, o uso

de medicações.

Não foi possível avaliar a relação da alteração glicêmica com a presença do feto

masculino neste estudo, pois aproximadamente 21% das gestantes não sabiam sexo

fetal e das que sabiam, 43,2% esperavam feto do sexo feminino. A presença do feto

masculino parece estar associada a uma discreta piora da função das células-beta

pancreáticas e a um aumento da glicemia pós-prandial, se comparado ao feto feminino

(RETNAKARAN et al, 2015).

O fato de o TOTG para confirmação do DMG ser solicitado apenas no final do

segundo e início do terceiro trimestre de gestação dificulta a conduta para prevenção,

restando apenas cuidados para controle da glicemia até o parto, muitas vezes próximo.

Daí se faz importante que desde o período pré-concepção a mulher em vias de

engravidar seja estimulada a adquirir hábitos de vida mais saudáveis, como a

instituição de uma alimentação saudável e equilibrada aliada à prática de atividade

física regular e encorajada a perder peso, caso se encontre com valor de IMC acima do

ideal, especialmente se possui histórico de diabetes na família ou em gestações

anteriores.

O preparo da mulher para a concepção pode contribuir para um melhor

planejamento da gestação futura, reduzindo a probabilidade de alterações glicêmicas

na gestação. Quanto antes for diagnosticado o DMG, maiores as chances de melhor

controle glicêmico, e conseqüentemente, maior a prevenção para o desenvolvimento

de DM2 nas futuras gerações. O acompanhamento pós-parto também se faz de suma

importância para garantir a perda de peso adequada e menor retenção ponderal,

reduzindo assim a possibilidade de resistência insulínica relacionada à alta

adiposidade.

Com este estudo conclui-se que o desenvolvimento de diabetes gestacional não

está relacionado somente ao excesso de peso pré-gestacional, mas também a vários

outros fatores modificáveis (dieta, atividade física freqüente, ganho de peso adequado

na gestação) e não modificáveis (história familiar de diabetes mellitus, sexo fetal). O

fator genético é de grande significância no metabolismo da glicose, explicando em

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parte a ocorrência de DMG também em gestantes com peso pré-gestacional normal.

Porém vale ressaltar que dentre os fatores modificáveis, o monitoramento do peso pré-

gestacional é um procedimento de baixo custo, simples e útil para estabelecer

intervenções nutricionais e garantir uma gestação com menores fatores de riscos

maternos e fetais.

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23

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