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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical EFEITO DO TRATAMENTO QUÍMICO EM SEMENTES E PARTE AÉREA NO CONTROLE DE DOENÇAS E NA QUALIDADE DE SEMENTES DE SOJA THALITA DE ALMEIDA MOURA CUIABÁ MT 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

EFEITO DO TRATAMENTO QUÍMICO EM SEMENTES E PARTE AÉREA

NO CONTROLE DE DOENÇAS E NA QUALIDADE DE SEMENTES DE

SOJA

THALITA DE ALMEIDA MOURA

CUIABÁ – MT

2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

EFEITO DO TRATAMENTO QUÍMICO EM SEMENTES E PARTE AÉREA

NO CONTROLE DE DOENÇAS E NA QUALIDADE DE SEMENTES DE

SOJA

THALITA DE ALMEIDA MOURA

Bióloga

ORIENTADORA: Profa. Dra. MARIA CRISTINA DE F. E ALBUQUERQUE

CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. DANIEL CASSETARI NETO

Dissertação apresentada à Faculdade de

Agronomia e Medicina Veterinária da

Universidade Federal de Mato Grosso para

obtenção do Título de Mestre em

Agricultura Tropical.

CUIABÁ-MT

2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

Título: EFEITO DO TRATAMENTO QUÍMICO EM SEMENTES E PARTE

AÉREA NO CONTROLE DE DOENÇAS E NA QUALIDADE DE SEMENTES

DE SOJA

Autora: THALITA DE ALMEIDA MOURA

Orientadora: Dra. MARIA CRISTINA DE FIGUEIREDO E ALBUQUERQUE

Co-orientador: Dr. DANIEL CASSETARI NETO

Aprovada em 20 de abril de 2012

Comissão examinadora:

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por tudo.

Aos meus pais Marcos Nazaré de Moura e Milva de Almeida Moura e meu

irmão Pedro Henrique de Almeida Moura, pelo apoio e incentivo no decorrer

dos meus estudos.

À Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Programa de Pós –

Graduação em Agricultura Tropical (PPGAT), pela realização do curso de

mestrado.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes),

pela bolsa de estudos.

Aos professores Maria Cristina de Figueiredo e Albuquerque e Daniel

Cassetari Neto, pela orientação e contribuição para meu desenvolvimento

profissional.

Aos amigos Luana Maria de Rossi Belufi e Rafael Noetzold, pelo apoio

fundamental na realização desta pesquisa.

A toda a equipe dos laboratórios de sementes e de fitopatologia, em especial

Vinícius Eduardo Rivelini, Bianca Hardman Alves, Rildânia Abadia Barcelos,

Sidnéa Caldeira e Roseli Muniz, pela colaboração na realização da

pesquisa.

Ao grupo Bom Futuro, por ter cedido a área experimental, e aos

funcionários, pelo auxílio na condução da pesquisa.

A todos aqueles que contribuíram para realização deste trabalho, muito

obrigada!

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SUMÁRIO

Página

EFEITO DO TRATAMENTO QUÍMICO EM SEMENTES E PARTE AÉREA

NO CONTROLE DE DOENÇAS E NA QUALIDADE DE SEMENTES DE

SOJA ................................................................................................................... 6

1 INTRODUÇÃO .................................................................................. ............... 8

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................ .............. 10

2.1 A cultura da soja ........................................................................ .............. 10

2.2 Desenvolvimento da planta de soja ........................................... .............. 10

2.3 Antracnose................................................................................. .............. 11

2.4 Mancha-alvo .............................................................................. .............. 12

2.5 Ferrugem Asiática da Soja......................................................... .............. 13

2.6 Tratamento de Sementes com Fungicidas para o Controle de

Doenças de Plantas ......................................................................... .............. 15

2.7 Uso de Fungicidas na Parte Aérea para Controle de Doenças ................ 16

2.8 Qualidade de Sementes ............................................................ .............. 17

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................. .............. 19

3.1 Local de Condução do Experimento .......................................... .............. 19

3.2 Variáveis de Campo .................................................................. .............. 25

3.3 Descrição dos Testes em Laboratório após a Colheita ............. .............. 28

3.4 Análise estatística ...................................................................... .............. 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................ .............. 31

4.1 Efeito do tratamento químico de sementes de soja Monsoy 9056 RR,

em condições de laboratório ........................................................................... 31

4.2 Tratamentos de Sementes e Parte Aérea com Fungicidas no Controle

de Antracnose em Soja .................................................................................. 34

4.2.1 Incidência de antracnose em soja nos estádios iniciais .................. 34

4.2.2 Incidência e severidade de antracnose em soja nos estádios

reprodutivos .................................................................................... 35

4.2.3 Sintomas nas vagens ...................................................................... 40

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4.3 Tratamento Químico de Sementes e Parte Aérea no Controle de

Mancha-Alvo em Soja .............................................................................. 43

4.3.1 Relações entre a área abaixo da curva do progresso da doença

(AACPD) da ferrugem e mancha – alvo e a produtividade da planta ....... 57

4.3.2 Desfolha e massa de mil sementes ................................................. 59

4.4 Qualidade das Sementes após a Colheita ................................................ 60

4.4.1 Germinação e vigor ......................................................................... 60

4.4.2 Qualidade sanitária das sementes .................................................. 68

5 CONCLUSÕES ................................................................................................ 68

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 69

7 ANEXO ............................................................................................................ 77

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EFEITO DO TRATAMENTO QUÍMICO EM SEMENTES E PARTE AÉREA

NO CONTROLE DE DOENÇAS E NA QUALIDADE DE SEMENTES DE

SOJA

RESUMO: O objetivo neste trabalho foi verificar o efeito da interação entre o

tratamento químico de sementes e fungicidas da parte aérea no manejo da

antracnose, mancha-alvo e ferrugem e as qualidades fisiológica e sanitárias

das sementes. Foram utilizadas sementes de soja da variedade Monsoy

9056 RR tratadas comcarbendazim + thiram, fludioxonil + metalaxil – m,

carbendazim + thiram + fluquinconazol, piraclostrobina + tiofanato metílico +

fipronil, tiofanato metílico + fluazinam, penflufen + carbendazim + thiram e

piraclostrobina + fluquinconazol e sementes sem tratamento. No

experimento em Campo Verde – MT, foram realizadas aplicações dos

tratamentos testemunha, epoxiconazol + piraclostrobina, azoxistrobina +

ciproconazol e protioconazol + trifloxistrobina na parte aérea. O

delineamento foi em blocos ao acaso com parcelas subdivididas, sendo oito

tratamentos de sementes e quatro de parte aérea em três repetições,

totalizando 24 parcelas para tratamento de sementes e 96 subparcelas com

os fungicidas de parte aérea. Os tratamentos de sementes proporcionam

maior efeito residual na redução do inóculo inicial da antracnose e mancha-

alvo em soja Monsoy 9056. Os tratamentos de parte aérea proporcionam o

melhor controle da ferrugem. A aplicação de fungicidas na parte aérea

proporciona sementes de maior vigor, viabilidade e sanidade, maiores

produtividades e massa de mil sementes, assim como menor área abaixo da

curva do progresso da doença e desfolha.

Palavras-chave: Glycine max, fungicidas de parte aérea, qualidade

fisiológica, qualidade sanitária.

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CHEMICAL TREATMENT EFFECT IN SEEDS AND AERIAL PARTS AT

CONTROLLING DISEASES AND QUALITY OF SOYBEAN SEEDS

ABSTRACT: The aim of this study was to investigate the effect of the

interaction in the chemical treatment of seeds and aerial parts fungicides in

dealing with anthracnose, leaf spots and rust spots and the sanitarian and

physiological qualities of these seeds. Monsoy 9056 RR soybean seeds

treated with carbendazim + thiram, fludioxonil + metalaxyl- m, carbendazim +

thiram + fluquinconazole, pyraclostrobin + thiophanate methyl + fipronil,

thiophanate methyl + fluazinam, penflufen + carbendazim + thiram and

pyraclostrobin + fluquinconazole were used, as well as untreated seeds. In

the experiment realized in Campo Verde - MT, epoxiconazole +

pyraclostrobin, azoxystrobin + cyproconazole and prothioconazole+

trifloxystrobin witness treatments were used on the aerial parts. The outline

was made in blocks with portions subdivided randomly, being eight seed

treatments and four aerial parts treatments in three repetitions, totaling 24

portions for seed treatment and 96 subportions with the aerial parts

fungicides. The seed treatments provide greater residual effect at initial

inoculum anthracnose and leaf spot reducing in Monsoy 9056 soybean.The

aerial treatments provide the best rust control. The application of fungicides

in the aerial parts provides seeds with higher stamina, viability and health

levels, higher productivity and a thousand seeds mass, as well as lower area

under the disease progress curve and defoliation.

Keywords: Glycine max, aerial parts fungicides, physiological quality,

sanitarian quality

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1 INTRODUÇÃO

A soja (Glycinemax L. Merrill) é a principal cultura do país, porém,

entre os principais fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos em

soja, estão as doenças (Julliatti, 2005). Entre elas, se destacam a

antracnose (Colletotrichum truncatum (Schw.) Andrus& Moore), a mancha-

alvo (Corynespora cassiicola(Berk. & Curt.) Wei.) e a ferrugem asiática

(Phakopsora pachyrhizi Sidow).

A antracnose ocorre principalmente em regiões de cerrado, é

responsável por afetar a fase inicial da formação das vagens, sendo

favorecida por elevados índices pluviais e alta temperatura (Galliet al., 2007).

Porém, o tratamento de sementes com fungicidas contribui

significativamente para seu controle, pois além da importância para a

qualidade sanitária, também atua de forma positiva na qualidade fisiológica

das sementes de soja (Lima et al., 2006; Brand et al., 2009).

Já a mancha-alvo pode ser disseminada por sementes e restos de

cultura e a infecção na folha é favorecida por alta temperatura e umidade,

podendo provocar severa desfolha em cultivares suscetíveis (Henning et al.,

2009). Apesar disso, existem poucas informações sobre a eficiência de

fungicidas no controle dessa doença (Soares, 2009).

A ferrugem asiática é disseminada pelo vento e a germinação de

esporos é favorecida na faixa de temperatura de 18° a 25 °C (Del Ponte et

al., 2006). Trata-se de uma das principais doenças da cultura, que teve a

primeira ocorrência no Brasil em 2001, e no período de 2001 a 2003, os

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prejuízos acarretados por ela no Brasil totalizaram US$ 3,694 bilhões

(Yiorinori e Lazzarotto, 2004). Na safra 2006/2007, as perdas em grãos

provocadas pela ferrugem asiática da soja e o custo de operação para seu

controle atingiram US$ 2,19 bilhões (Embrapa Soja, 2008).

Os microrganismos fitopatogênicos, disseminados a longa distância,

trazem prejuízos tanto ao rendimento quanto à qualidade das sementes

produzidas, e quando associados às sementes, prejudicam seu potencial

fisiológico. As plantas podem ser infectadas em todos os estádios, mas

quando o fungo é transmitido pela semente, os sintomas aparecem desde os

primeiros estádios da cultura, dificultando a adoção de medidas de controle,

pois elevam o potencial de inóculo e inviabilizam áreas de cultivo.

A utilização de fungicidas para controle de doenças tem se tornado

uma prática constante em áreas de cultivo de soja, principalmente no

controle de doenças fúngicas (Dallagnolet al., 2006). Entre os fungicidas

utilizados, destacam-se aqueles dos grupos dos benzimidazóis, triazóis e

estrobilurinas (Balardin, 2002). Embora haja diversos grupos de fungicidas

no mercado, o uso de estrobilurinas tem aumentado nos últimos anos não

apenas pela sua eficiência no controle de doenças, mas também pelo efeito

fisiológico proporcionado às plantas (Koehle et al., 2002; Venâncio et al.,

2004; Fagan et al., 2010).

O presente trabalho justifica-se pela necessidade de estudos sobre a

eficiência do tratamento químico das sementes e parte aérea da soja com

fungicidas no controle das doenças antracnose (C. truncatum), mancha-alvo

(C. cassiicola) e ferrugem (P. pachyrhizi), de modo a proporcionar maior

período residual, redução do progresso da doença e garantir sementes de

alta qualidade sanitária e fisiológica.

Portanto, os objetivos foram verificar o efeito do tratamento químico

das sementes e parte aérea na qualidade fisiológica e sanitária das

sementes colhidas; determinar os tratamentos que proporcionam maior

período residual; verificar a incidência e severidade da antracnose, mancha-

alvo e ferrugem; assim como verificar os tratamentos mais eficientes para

cada doença.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A cultura da soja

A cadeia produtiva da soja é de suma importância para a economia

brasileira, com as exportações tendo totalizado US$ 17,1 bilhões em 2011.

Além disso, a soja destaca-se como a principal cultura explorada no

mercado interno. Nos últimos anos, a área plantada com soja cresceu,

chegando a 24,2 milhões de hectares na safra 2010/2011, sendo o

crescimento estimulado pela demanda nacional e mundial (Embrapa, 2011).

Na safra 2009/2010, a cultura ocupou uma área de 23,6 milhões de

hectares e a produtividade média da soja brasileira foi de 2941 kg por

hectares (Embrapa, 2012). No entanto, o sucesso de todo esse complexo é

extremamente dependente das condições climáticas, sendo que a

ocorrência de secas, principalmente nos estados do centro-sul do país,

ocasiona queda na produção de soja (Farias et al., 2007).

Cerca de 40 doenças causadas por fungos, bactérias, nematoides e

vírus já foram identificadas no Brasil, limitando a obtenção de altos

rendimentos nas lavouras de soja. A importância de cada doença varia de

ano para ano e de região para região, dependendo das condições climáticas

de cada safra (Almeida et al., 2005). Entre as principais doenças fúngicas

que afetam a cultura da soja, destacam-se a antracnose, a mancha-alvo e a

ferrugem.

2.2 Desenvolvimento da planta de soja

Fehr e Caviness (1977) dividiram os estádios de

desenvolvimento da soja em vegetativos e reprodutivos. Os vegetativos são

designados pela letra V e os reprodutivos, pela letra R, com exceção dos

estádios VE (emergência) e VC (cotilédone), seguidos de índices numéricos

que identificam os estádios específicos nas duas fases do desenvolvimento

da planta. O estádio VE representa a emergência dos cotilédones, e o

estádio VC é quando os cotilédones estão completamente abertos e

expandidos.

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A partir do VC, as subdivisões dos estádios são numeradas

sequencialmente - V1, V2, V3, V4, V5, V6, ...Vn, sendo n o número de nós

acima do nó cotiledonar, com folha completamente desenvolvida. Os

estádios reprodutivos abrangem quatro fases distintas, ou seja,

florescimento (R1 e R2), desenvolvimento da vagem (R3 e R4),

desenvolvimento do grão (R5 e R6) e maturação da planta (R7 e R8) (Farias

et al., 2007).

O crescimento e o desenvolvimento da soja são medidos pela

quantidade de massa seca acumulada na planta. A taxa de incremento de

matéria seca na planta de soja é pequena no início, porém, aumenta

gradativamente durante os estádios vegetativos de desenvolvimento até R1,

quando aumentam o desenvolvimento das folhas e a cobertura do solo.

Em torno de R2, a taxa diária de acúmulo de matéria seca na planta é

constante até o decréscimo gradativo durante o período de enchimento das

sementes logo após R6, terminando após R6.5. Entre R3 e R5.5, a matéria

seca transloca-se gradativamente para as vagens e grãos em formação. Em

R5.5, a massa seca é máxima nas partes vegetativas, quando se inicia sua

translocação para os grãos em formação. A taxa de crescimento das folhas,

pecíolos e hastes ocorre até aproximadamente R4.

A perda das folhas e pecíolos começa entre os estádios vegetativos

V4 e V5 nos nós vegetativos e pecíolos mais baixos, progredindo lentamente

para o ápice da planta logo após o estádio R6. A partir desse momento, a

perda de matéria seca torna-se rápida e contínua até o estádio R8, quando

normalmente todas as folhas do pecíolo caem (Herman, 1998).

É fundamental conhecer a duração das fases de desenvolvimento da

soja para a programação de práticas de controle de doenças, pois as

aplicações devem ocorrer em estágios de desenvolvimento bem definidos.

2. 3 Antracnose

A antracnose (C. truncatum) é responsável por afetar a fase inicial de

formação das vagens, favorecida por elevados índices pluviais e alta

temperatura (Galli et al., 2007). Pode estar presente na semente de soja e

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sobreviver em restos de cultura (Baird et al., 1997; Reis et al., 2011),

constituindo um dos principais problemas em lavouras nos cerrados

causados pelas condições climáticas de elevada precipitação e alta

temperatura (Henning et al., 2009).

O patógeno também pode causar sintomas desde os estádios iniciais

do desenvolvimento da planta, ocasionando lesões nos cotilédones, nas

hastes e nos ramos, os quais ficam tomados por pontuações escuras. Em

sementes de soja, tem sido observado aumento em sua ocorrência

principalmente quando ocorre atraso na colheita (Henning, 2005). Mas o

patógeno pode estar presente em folhas e hastes da planta desde o estádio

R5.2, sem apresentar aparecimento de sintomas da doença até o final do

ciclo (Klingelfuss e Yorinori, 2001).

Segundo MAPA (2011), não há variedades com resistência

comprovada ao fungo C. truncatum. A medida de controle mais adequada é

o uso de sementes livres do patógeno e tratadas com fungicidas para evitar

riscos de introdução do patógeno no campo por sementes infectadas ou

contaminadas. O tratamento de sementes com fungicidas

fludioxonil+mefenoxan (200 mL 10 kg/ ha) e thiabendazole + thiram (150 mL

10 kg/ha foi eficiente no controle de antracnose (Pereira et al., 2009), e

fungicidas do grupo dos triazóis e estrobilurinas pulverizados na parte aérea

reduziram a severidade da doença (Adami et al., 2006; Souza, 2009).

2.4 Mancha-alvo

A doença é causada pelo fungo Corynespora cassiicolae, e seu

primeiro relato em soja ocorreu nos Estados Unidos, em 1945 (Olive et al.,

1945). No Brasil, a doença foi identificada pela primeira vez no estado do

Paraná e em São Paulo (Almeida et al., 1976). Hoje, é encontrada em

praticamente todas as regiões de cultivo de soja do Brasil.

Este patógeno pode sobreviver em restos de cultura e ser

disseminado por sementes infectadas. Posteriormente, os sintomas nas

plantas são manchas nas folhas, que se iniciam com pontuações pardas,

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com halo amarelado, evoluindo para grandes manchas circulares castanho-

escuras, atingindo até 2 cm de diâmetro, sendo que temperaturas elevadas

favorecem a infecção (Embrapa, 2009). O patógeno se desenvolve em

temperaturas de 7ºC a 39 ºC, porém a temperatura ótima para germinação

de esporos é de 23 ºC (Melo e Reis, 2010). Nos cerrados, frequentemente é

necessário o controle dessa doença ou o uso de variedades resistentes ou

tolerantes (Almeida et al., 2005).

Conforme Cutrim e Silva (2003), existem espécies vegetais que

apresentam suscetibilidade ao patógeno da mancha-alvo, como trapoeraba

e assa-peixe, e o controle dessas espécies daninhas contribui para a

diminuição da fonte de inóculo no campo.

Embora não tenham sido determinados os danos ocasionados pela

doença, a soja é a única cultura para qual existem produtos registrados no

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa para o controle

dessa doença, sendo recomendados fungicidas do grupo das estrobilurinas,

triazóis e benzimidazol (Verzignassi et al., 2009).

2.5 Ferrugem Asiática da Soja

Doença causada pelo fungo Phakopsorapachyrhizi, com primeira

constatação no Paraguai e no estado do Paraná em 2001, se espalhando

rapidamente por todo o Brasil, Paraguai, Bolívia e partes da Argentina. Em

2003, o fungo disseminou-se em Goiás e Minas Gerais, Bahia e na maior

parte do Mato Grosso (Yorinori e Lazzarotto, 2004).

Os sintomas podem aparecer em qualquer estádio de

desenvolvimento da planta. O processo de infecção depende da

disponibilidade de água livre na superfície da folha, sendo necessário no

mínimo 6 horas, com máximo de infecção ocorrendo com 10 a 12 horas de

molhamento foliar. Os primeiros sintomas são caracterizados por minúsculos

pontos, mais escuros do que o tecido sadio da folha, de coloração

esverdeada a cinza-esverdeada com protuberância (urédias) na parte

abaxial da folha (Embrapa, 2009).

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Plantas com infecção severa apresentam desfolha precoce, que

compromete a formação e o enchimento de vagens e o peso final do grão,

acarretando perda de qualidade da semente e de rendimento de grãos

(Yang et al., 1991; Gallotti et al., 2005; Navarini et al., 2007; Yorinori et al.,

2009). Em diferentes regiões da Uganda, as perdas de produção atribuídas

à ferrugem asiática da soja mostraram que os graus de severidade da

doença foram diferentes para cada região de estudo, sendo as maiores

perdas observadas nas regiões mais quentes (Kawuki et al., 2003).

A incidência inicial da doença ocorre por influência do inóculo e das

condições climáticas de cada safra. Portanto, é necessário o monitoramento

da doença na lavoura e na região durante todo o ciclo, para que se possam

definir aplicações iniciais e reaplicações (Godoy e Henning, 2008). O

controle químico é o meio disponível atualmente para controlar a doença e

prolongar o ciclo da cultura, permitindo bons índices de rendimento de grãos

(Barros et al., 2008).

As condições climáticas das distintas regiões de cultivo da soja

podem exercer influência sobre a severidade da doença, assim, torna-se

difícil fazer uma recomendação genérica de controle que seja adequada a

todas as regiões. O controle da ferrugem asiática exige um conjunto de

estratégias, como utilização de cultivares precoce, plantio na época

recomendada, evitar prolongamento do período de semeadura,

monitoramento da lavoura desde o início da safra, resistência genética, além

do controle químico (Balardin, 2002; MAPA, 2011).

Os fungicidas registrados para controle da ferrugem pertencem ao

grupo dos triazóis, formulados sozinhos ou em misturas. Os programas de

aplicação de fungicidas no controle da ferrugem mostraram eficiência dos

fungicidas ciproconazol (triazol) + azoxistrobina (estrobilurina) quando

aplicados no estádio R1 e 25 dias após a primeira aplicação (Madalosso et

al., 2010). Entretanto, informações sobre a eficácia de fungicidas são cada

vez mais necessárias para orientar a correta utilização no campo (Godoy et

al., 2007; Pimenta et al., 2010).

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2.6 Tratamentos de Sementes com Fungicidas para o Controle de

Doenças

A formulação, a quantidade de ingrediente ativo e a dose dos

produtos utilizados no tratamento de sementes podem ter grande influência

na eficácia final do tratamento químico (Machado, 2000), assim como no

vigor das sementes e na ocorrência de fungos associados às sementes de

soja da variedade analisada (Gomes et al., 2009). O tratamento de lotes de

sementes de soja melhora o desempenho e a qualidade sanitária, como

verificado em sementes de soja tratadas com os fungicidas thiabendazol +

thiram e carbendazim+thiram (Pereira et al., 2011).

Os fungicidas fludioxonil + mefenoxan e thiabendazole + thiram foram

eficientes no controle de C. truncatume no desempenho fisiológico de

sementes de soja (Hamawaki et al., 2002; Oliveira e Rosa, 2009; Pereira,

2009). Quando tratadas com as combinações fludioxonil + mefenoxam,

azoxistrobina + metalaxil e Bacilluspumilus GB34, verificou-se que os

tratamentos proporcionaram proteção significativa no estabelecimento do

estande de plantas e contra as perdas de rendimento, principalmente em

condições de solo úmido e de baixa temperatura, menor que 15 ºC, com

benefícios econômicos quanto ao rendimento (Bradley, 2008).

O uso de fluquinconazol no tratamento de sementes foi benéfico no

sentido de atrasar a evolução da ferrugem e proporcionou diferenças

significativas com relação à severidade e à desfolha, quando comparado aos

demais tratamentos sem fluquinconazol. Mas a interação entre os

tratamentos de semente com fluquinconazol e os fungicidas aplicados na

parte aérea da soja não foi significativa. As aplicações foliares de fungicidas

na parte aérea foram mais eficientes no controle da ferrugem e

proporcionaram menores níveis de severidade e desfolha e maior

rendimento de grãos (Goulart et al., 2011).

O tratamento de sementes de soja no manejo da ferrugem deve ser

avaliado ao longo do tempo em diversas situações de pressão de inóculo,

clima, altitude, espaçamento, nutrição, épocas de semeadura e em

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diferentes variedades de soja, com o intuito de conhecer melhor a

importância desta nova ferramenta para o controle da ferrugem asiática e

outras doenças de parte aérea na cultura da soja (Goulart et al., 2009).

2.7Uso de Fungicidas na Parte Aérea para Controle de Doenças

O uso de fungicidas é um dos principais métodos de controle de

doenças de plantas, e seu uso foi intensificado por ser uma alternativa viável

que evita reduções de produtividade na presença da ferrugem. Porém, o uso

contínuo pode promover a seleção de fungos fitopatogênicos resistentes, o

que representa um dos maiores problemas do controle químico. Os

fungicidas apresentam mecanismos de ação protetores e sistêmicos: os

protetores não podem atuar sistematicamente dentro das plantas, pois são

fitotóxicos; e os sistêmicos agem de maneira específica, sendo absorvidos

pelas plantas, dentro das quais se translocam pelo xilema e alguns, também

pelo floema (Guini e Kimati, 2002). Para manter a eficiência e evitar a

resistência de fungos, é necessário o desenvolvimento de novos produtos

comerciais formulados com diferentes mecanismos de ação (Rodriguéz et

al., 2011).

A utilização de fungicidas para o controle de doenças na cultura da

soja teve início na safra 1996/1997 a partir do surto epidêmico do oídio e,

posteriormente, com o aumento da incidência das doenças de final de ciclo.

Com o surgimento da ferrugem no Brasil, em 2001, e a ausência de

cultivares resistentes para o controle dessa doença, novos produtos

químicos foram registrados (Embrapa, 2010).

A queda do rendimento de sementes provocada pela ferrugem e o

custo elevado com fungicidas para o controle da doença foram fatores

determinantes para a recomendação de fungicidas emergenciais como

azoxistrobina, difenoconazol, fluquinconazol e piraclostrobina na safra 2002.

Foram realizadas sete aplicações e, com o tempo, a eficácia e o período

residual desses tratamentos foram sendo reduzidos. Atualmente, o controle

é feito pela aplicação preventiva e curativa à base de triazol (Yorinori et al.,

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17

2010).

2.8 Qualidade de Sementes

As sementes são consideradas o mais importante insumo agrícola,

pois conduzem ao campo as características genéticas determinantes do

desempenho da variedade e contribuem decisivamente para o sucesso do

estabelecimento do estande desejado, fornecendo a base para a produção

rentável (Marcos Filho, 2005). Constituem o pilar do manejo integrado,

sendo responsáveis pela sustentabilidade da agricultura (Zambolim, 2005).

O desempenho da semente no campo depende do nível de qualidade

da semente (Delouche, 2005). Entretanto, a qualidade da semente envolve

atributos genéticos, fisiológicos, físicos e sanitários e inclui características

que determinam o potencial para uma emergência uniforme e com plântulas

normais em diversas condições ambientais (Marcos Filho, 2005). Entre os

atributos fisiológicos, o vigor das sementes é um dos principais a ser

considerado na implantação de uma lavoura (Scheeren et al., 2010).

Conforme a AOSA (1983), o vigor de sementes abrange as

propriedades que definem o potencial para emergência rápida e uniforme e

para o desenvolvimento de plântulas normais sob diversas condições

ambientais. Entre os vários fatores que afetam a qualidade das sementes,

sua associação com os microrganismos é uma preocupação crescente,

principalmente em países tropicais, devido às condições climáticas mais

diversificadas (Machado, 2000).

A condição sanitária é extremamente importante, considerando-se

que as sementes são veículos de agentes fitopatogênicos, que, quando

associados, podem ser levados ao campo, provocando redução da

germinação e do vigor, originando focos primários de doenças. Dessa forma,

grande parte das doenças de importância econômica que ocorrem na soja

são causadas por patógenos disseminados pelas sementes (Goulart, 2005).

O inóculo presente na semente poderá resultar em aumento

progressivo da doença no campo, podendo reduzir o valor comercial da

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18

cultura (Henning, 2005). No campo, os fungos mais citados como de maior

frequência são Fusarium spp., Phomopsis spp. e Cercospora kikuchii, mas a

incidência de Phomopsis spp. e do total de fungos apresenta aumento com o

retardamento da colheita (Gondim et al., 2002).Também a presença de

Fusarium sp., Phomopsis sp. e de Colletotrichum sp. afeta negativamente a

germinação de sementes de soja (Galli et al., 2007). A infecção fúngica de

C. truncatum em sementes de soja reduz a germinação e mesmo a infecção

latente do patógeno sem algum sintoma aparente reduz a qualidade

fisiológica da semente (Begumet al., 2008).

Em geral, o tratamento de sementes de soja com fungicida químico,

isoladamente ou em combinação, reduz a incidência de fungos nas

sementes (Brand et al., 2009). O uso dos fungicidas fludioxonil + mefenoxan

e fludioxonil+mefenoxan e thiabendazole+thiram em tratamento de sementes

de soja proporcionou redução da incidência de C. truncatum em sementes e

desempenho fisiológico superior à testemunha (Pereira et al., 2009).

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19

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local de Condução do Experimento

O experimento foi conduzido na área experimental da Fazenda Santo

Antônio, Grupo Bom Futuro, localizada no município de Campo Verde, Mato

Grosso (15° 18’ 3.24” S e 54° 53’ 39.67” W, com altitude de 705 m) na safra

2010/2011, utilizando sementes de soja variedade Monsoy 9056 RR, cujas

principais características estão descritas na Tabela 1.

TABELA 1. Principais características da soja, variedade Monsoy 9056 RR,

utilizada no experimento, 2010/2011. Campo Verde – MT, 2010.

Fonte: Monsoy (2011).

O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com parcelas

subdivididas, constituído por oito tratamentos de sementes (Tabela 2) e

quatro tratamentos de parte aérea (Tabela 3), em três repetições, totalizando

24 parcelas de tratamento de sementes e 96 subparcelas (Figura 1). A

aplicação dos tratamentos da parte aérea foi realizada em três épocas, em

R1/R2, R3/R4 e R5. Cada parcela de tratamento de semente foi

representada por 5 linhas com 8 m de comprimento espaçadas de 0,45 m,

sendo subdividida em quatro subparcelas de 2 m de comprimento, que

representam os tratamentos da parte aérea. A área útil foi composta pelas

Monsoy-9056 RR Características

Grupo de maturação 9.0 Acamamento Resistente Altura da planta 90 cm Hábito de crescimento Determinado

Resistência às doenças

Cancro da haste Resistente Mancha olho-de-rã Resistente Míldio Moderadamente resistente Nematoide de galhas Suscetível Nematoide de cisto Suscetível Oídio Moderadamente suscetível Mancha-alvo Moderadamente suscetível Pústula bacteriana Resistente

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20

três linhas centrais, tanto na parcela, com 6 m de comprimento, quanto na

subparcela, com 1 m de comprimento.

TABELA 2.Tratamentos qímicos avaliados em sementes de soja,

variedade Monsoy 9056 RR, com respectivos grupos químicos

e doses dos fungicidas, 2010/2011. Campo Verde – MT.

* Dose de ingrediente ativo (i.a.) g/L. **Dose de produto comercial (p.c.) mL 100 kg-1

de sementes.

Ingrediente ativo (i.a.) Grupo químico Dose i.a/100 kg* p.c/100 kg**

1. testemunha ------- -------- 2. carbendazim + thiram benzimidazol

+dimetilcarbamato 150+350 200

3. fludioxonil + metalaxil-M fenilpirrole + acilalaninato

25+10 100

4. carbendazim + thiram + fluquinconazol

benzimidazol + dimetilcarbamato+ triazol

150+350+167

200 + 300

5. piraclostrobina + tiofanato metílico + fipronil

estrobilurina+ benzimidazol (precursor de)+ pirazol

25+225+250 100

6. tiofanato metílico + fluazinam

benzimidazol+ fenilpiridinilamina

500+500 500

7. penflufen + carbendazim + thiram

carboxamida+ benzimidazol+ dimetilcarbamato

308+150+350 30 + 10

8. piraclostrobina + fluquinconazol

estrobilurina+triazol 130+167 100

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21

TABELA 3.Tratamentos químicos na parte aérea em soja, variedade

Monsoy 9056 RR, químicos e doses, 2010/2011. Campo Verde

– MT, 2010.

PA - Parte aérea. *Dose de ingrediente ativo (i.a.) mg ha-1

. **Dose de produto comercial

(p.c.) mL/ha.

Tratamentos PA

Grupo químico Dose*

Dose**

1.testemunha ----- ---- ----- 2. epoxiconazol+ piraclostrobina

triazol+ estrobilurina

50 + 133 500

3. protioconazol + trifloxistrobina

Triazolinthione + estrobilurina

175 + 150 400

4. ciproconazol + azoxistrobina

estrobilurina+ triazol

200+80 300

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FIGURA 1. Croqui da área experimental. A – Parcelas com tratamentos de

sementes em blocos ao acaso na fase inicial do ciclo da cultura.

B – Delineamento em blocos ao acaso em esquema de parcelas

subdivididas a partir da primeira aplicação de fungicidas na parte

aérea.

6

4

3

5

2

8

7

1

3

5

6

4

1

2

8

7

7

1

3

8

II

5

I

2

6

4

III

6 1 3 2 71

2 4 3

3 3 2

4 1 4

4 2 51 1 4

4 4 2

1 2 1

3 3 3

1 1 2 2 3 4

4 1 1

2 4 2

3 3 3

7 2 62 8 1

4 4 2

3 3 3

1 1 4

8 2 4 1 5 4

4 4 3

1 3 2

3 2 1

2 3 1 2 2 4

4 1 2

1 4 1

2 3 3

5 2 8 3 6 3

1 2 1

3 1 4

4 4 2

33 7 4 4 4

1 3 3

2 2 2

PA4 1 1

A B

TS

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23

A descrição dos produtos avaliados (produto comercial) em

tratamentos de sementes e da parte aérea em soja (ANEXO A) foi baseada

em MAPA (2011).

O preparo convencional e a análise do solo foram realizados na

primeira quinzena de dezembro. A semeadura foi realizada em 21 de

dezembro de 2010 com semeadora Semeato de cinco linhas e espaçamento

de 0,45 m entre linhas. A densidade de semeadura foi de 16 sementes por

metro linear, com uma população final de 311.111 plantas ha-1.

Para verificar a qualidade das sementes utilizadas no experimento,

foram realizados inicialmente os testes de germinação, vigor e viabilidade

pelo tetrazólio, massa seca e comprimento de plântula (França Neto et al.,

1999), sanidade, pelo método “blotter test” (Brasil, 2009) modificado com uso

de restrição hídrica, conforme Machado et al. (2007), teor de água, pelo

método de estufa 105 ºC ± 3 ºC, e massa de mil sementes (Brasil, 2009).

A Tabela 4 mostra que a porcentagem de germinação inicial das

sementes utilizadas ficou acima do padrão para comercialização de

sementes de soja, 80% (BRASIL, 2011). O vigor das sementes (TZV 1-3) e

(TZVV 1 – 5), verificado pelo teste de tetrazólio, foi classificado como muito

alto, conforme França Neto et al. (1999).

TABELA 4. Germinação (TG), vigor (TZV) e viabilidade (TZVV) pelo teste

de tetrazólio, teor de água (TA) e massa de mil sementes

(MMS) de soja, Monsoy 9056 RR, 2010/2011. Cuiabá - MT,

2011.

Posteriormente, foi feito o tratamento químico das sementes utilizando

sacos de plástico de 2,0 L, dentro dos quais foram adicionados os fungicidas

de cada tratamento na dose correta para 2 kg de sementes. As sementes

foram colocadas dentro do saco e agitadas vigorosamente até a sua

completa cobertura com os fungicidas.

Tratamento TG (%)* TZV (%) 1-3

TZVV (%) 1-5

TA (%) MMS (g)

Testemunha 94 90 100 10,6 120,28

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24

Após submeter as sementes aos respectivos tratamentos, foram

retiradas amostras para os testes de germinação, crescimento de plântula e

sanidade para verificar em laboratório o efeito inicial dos tratamentos nas

sementes em condições de laboratório.

Em seguida, foi feita a semeadura com sementes não inoculadas

com Bradyrhizobium japonicum pelo fato de a área ser cultivada há oito

anos com soja. A adubação de base foi feita a lanço, sete dias após a

semeadura. A adubação foi composta por 64,3 kg de P205 (260 kg ha-1 de

superfosfato simples (20%)), 30 kg ha-1 de superfosfato triplo (41%) e 60 kg

de K20 (cloreto de potássio 60%). Aos 25 dias após a semeadura, foi feita a

aplicação foliar de cobalto e molibdênio nas dosagens de 240 mL ha-1 e 80 g

ha-1, respectivamente.

As pulverizações dos tratamentos fungicidas na parte aérea foram

feitas em três épocas da fase reprodutiva. A primeira aplicação foi feita , no

estádio R1/R2: plantas saindo do estádio R1 – início do florescimento, com

flor aberta em qualquer nó do caule e entrando em R2 – florescimento pleno,

uma flor aberta num dos dois últimos nós do caule, com folha

completamente desenvolvida. A segunda aplicação, no estádio R3/R4:

plantas em R3 - início da formação das vagens e em R4 vagens

completamente desenvolvidas. A terceira aplicação, no estádio R5.1/R5.2:

plantas em R5.1 - presença de grãos perceptíveis ao tato com até 10% de

granação e em R5.2 - com 11% a 25% de granação (Embrapa,2009).

As aplicações foram feitas com pulverizador costal pressurizado com

CO2, de pressão constante (50 psi), com barra de 2 m e quatro bicos tipo

cone vazio J5-2 (disco J5, diâmetro externo 15 mm) e um volume de calda

de 200 L ha-1, em condições climáticas favoráveis.

Foram coletadas informações dos dados climáticos de precipitação e

temperatura da área do experimento por meio da base de dados do Somar

Meteorologia referente ao período do experimento, safra 2010/2011.

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25

3.2 Variáveis de Campo

No campo, foi avaliada a incidência de antracnose em cotilédones nos

estádios V1, V2 e V3 (APÊNDICE A), nos estádios reprodutivos R3/R4, R4

e R5, e a severidade de antracnose, em R2, R3, R3/R4, R5, R5.3, R5.5 e

R6 e R6, conforme escala descrita por Cassetari Neto et al. (2010) (Tabela

5).

A incidência de mancha-alvo foi avaliada nos estádios R3/R4, R4 e

R5.2, e a severidade, em R2, R3/R4, R4, R5.2, R5.3, R5.5 e R6, seguindo a

escala diagramática de Soares et al. (2009) (Figura 2). A incidência e a

severidade da ferrugem foram avaliadas nos estádios R5.3, R5.5 e R6, de

acordo com a escala proposta por Embrapa (2009), Tabela 6, e a

quantificação da desfolha foi avaliada no estádio R7, com base na escala de

Hirano et al. (2010) (Figura 3).

TABELA 5. Escala descritiva para avaliação de severidade de antracnose

em soja, variedade Monsoy 9056 RR, 2010/2011. Campo

Verde – MT, 2010.

Nota Severidade

0 Ausência de sintomas 1 Lesão deprimida nos cotilédones 2 Lesão avermelhada nas nervuras das folhas do terço inferior 3 Lesão avermelhada e constrita nos pecíolos e haste 4 Lesão necrótica, aborto e deformação de vagens

Fonte: Cassetari Neto et al. (2010).

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26

1% 2% 5% 9% 19% 33% 52%

Fonte: Soares et al. (2009).

FIGURA 2. Escala diagramática para avaliação da severidade da mancha -

alvo em soja, variedade Monsoy 9056 RR, 2010/2011. Campo

Verde – MT, 2010.

TABELA 6. Escala para avaliação de severidade de ferrugem em soja,

variedade Monsoy 9056 RR, 2010/2011. Campo Verde – MT,

2010.

Fonte: Embrapa (2009).

Escala Padrão Severidade (% folhas)

0 Ausência de sintomas 0

1 Infecção leve até 10 2 Infecção moderada 11 a 25 3 Infecção severa 26 a 50 4 Infecção muito severa 51 a 75 5 Desfolha mais de 75

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27

100% 85% 65%

45% 15% 5% Fonte: Hirano et al. (2010).

FIGURA 3.Escala para quantificação de desfolha provocada por

doenças em soja, variedade Monsoy 9056 RR, 2010/2011.

Campo Verde – MT, 2010.

Foi calculada a Curva de Progresso da Doença (CPD) e determinada

a Área Abaixo da Curva do Progresso da Doença (AACPD*) proposta por

Campbell e Maden (1990). Para o cálculo da CPD, foram consideradas

todas as avaliações de severidade realizadas nos respectivos estádios

fisiológicos avaliados para cada doença.

AACPD = Σ [(yi + yi+1)/2] x (ti+1 – ti) (1)

Em que:

yi = severidade inicial da doença (%);

yi+1 = severidade final da doença (%); e

ti+1 - ti – intervalo de tempo entre as leituras inicial e final.

A colheita foi realizada manualmente no estádio R8, no dia 05 de

maio de 2011, sendo colhidas as vagens da área útil das subparcelas e

trilhadas com trilhadora mecânica. Posteriormente, foram realizadas a

limpeza e a homogeneização dos lotes. As sementes foram pesadas em

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balança eletrônica com uma casa decimal e foi determinado o teor de água e

de massa de mil sementes (Brasil, 2009). Depois, calculou-se o rendimento

de grãos, sendo o resultado expresso em kg ha-1corrigido para 13% de

umidade, base úmida.

3.3 Descrição dos Testes em Laboratório após a Colheita

A qualidade das sementes para cada parcela foi determinada pelos

testes de germinação, tetrazólio, massa seca e crescimento de plântula e

sanidade.

Teste de germinação: Foi feito segundo as prescrições das Regras para

Análise de Sementes – RAS (BRASIL, 2009), utilizando como substrato

papel toalha tipo Germitest na forma de rolo, umedecido com quantidade de

água equivalente a 2,5 vezes a massa do papel seco, em quatro

subamostras de 50 sementes. Os rolos foram colocados em sacos de

plástico e mantidos em germinador do tipo Mangelsdorf, a 25ºC, com

contagem do número de plântulas normais, anormais e sementes mortas

aos cinco e oito dias após a semeadura, computando-se ao final desse

período o percentual de plântulas normais.

Massa de mil sementes: Processo feito conforme as RAS (Brasil, 2009),

com oito subamostras de 100 sementes pesadas em balança de precisão

com três casas decimais.

Teor de água: Foi utilizado o método de estufa 105 °C ± 3 °C por 24 horas,

com duas subamostras (Brasil, 2009).

Tetrazólio: O teste foi feito com 100 sementes subdivididas em duas

subamostras de 50 sementes previamente umedecidas em rolo de papel por

16 horas a 25ºC. Depois, as sementes foram colocadas em solução de

tetrazólio de 0,075% a 35ºC por 3 horas para coloração dos tecidos vivos.

As sementes foram avaliadas e separadas em vigorosas, viáveis e inviáveis

(Krzyzanowski et al.,1999; Brasil, 2009).

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Comprimento de plântula: Foi efetuado em substrato de papel na forma de

rolo, umedecido como descrito no teste de germinação. Foram usadas

quatro subamostras de 10 sementes posicionadas com a ponta da radícula

para a parte inferior do papel e colocadas em câmera de germinação a 25

+/- 1 °C e ausência de luz, por um período de cinco dias. As medidas de

comprimento de raiz e hipocótilo das plântulas normais foram feitas com o

auxilio de régua (Nakagawa, 1992).

Massa seca de plântulas: A determinação da matéria seca foi feita com as

plântulas normais oriundas do teste de comprimento de plântula após as

medições. Os cotilédones foram removidos e as plântulas colocadas em

sacos de papel separados por repetição. Em seguida, os sacos foram

colocados em estufa termoelétrica regulada a 80 °C durante 24 horas

(Nakagawa, 1992). As plântulas foram pesadas em balança de precisão de

0,001 g e foi determinada a massa total das plântulas normais. A massa foi

dividida pelo número de plântulas normais, resultando na massa média de

matéria seca por plântula, expresso em mg/plântula.

Blotter test: Após a aplicação dos tratamentos, as sementes foram

submetidas ao teste de sanidade pelo método do papel de filtro (blotter test),

segundo Neergaard (1979) e Goulart (1984), modificado com o uso de

restrição hídrica, conforme Machado et al. (2007). Foram distribuídas

duzentas sementes de cada tratamento (50 sementes/subamostra) em

placas de Petri de 13 cm contendo três folhas de papel de filtro qualitativo

previamente umedecidas com solução de NaCl a - 0,8 MPa (0,2 g de ágar

diluído em 1.000 mL de água e 10,3 g de NaCl). As sementes foram

incubadas por sete dias à temperatura de 22oC, sob fotoperíodo de 12 horas

de luz. Após o período de incubação, a ocorrência de sementes com fungos

foi observada sob microscópio estereoscópico, sendo os resultados

expressos em porcentagem de cada patógeno detectado.

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30

3.4 Análise estatística

Os dados, separadamente para cada variável, foram previamente

submetidos aos testes de normalidade (Lillefors) e de homogeneidade

(Cochran) e, posteriormente, realizada a análise de variância. As médias

foram comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Quando

necessário, os dados de porcentagem foram transformados para

arcsen ou para . Para a análise, foi usado o programa

estatístico SISVAR 4.2 (Ferreira, 2003).

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31

4RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1Efeito do tratamento químico de sementes de soja Monsoy 9056

RR, em condições de laboratório

Após a aplicação dos fungicidas nas sementes, observou-se pela

Tabela 7 que o percentual de germinação se manteve acima do padrão de

germinação de 80% em todos os tratamentos, sem diferenças significativas

(p < 0,05) entre eles.

TABELA 7.Médias de germinação (%) de sementes de soja Monsoy 9056

RR, após tratamento químico de sementes em laboratório,

Cuiabá – MT, 2011.

Tratamentos Germinação (%) Testemunha 93,5 a carbendazim + thiram 93,5 a fludioxonil + metalaxil-m 93,0 a carbendazim + thiram + fluquinconazol 93,0 a piraclostrobina + tiofanato metílico + fipronil 93,0 a tiofanato metílico + fluazinam 95,5 a penflufen + carbendazim + thiram 90,5 a piraclostrobina + fluquinconazol 94,5 a

CV (%) 2,72 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott- Knott(p<0,0,5). Dados originais.

A Tabela 8 mostra que o vigor das sementes de soja, quando

avaliado pelos testes de comprimento de raiz (CR), parte aérea (PA) e

massa seca de plântulas (MS), apresentou diferenças entre os tratamentos.

O fungicida carbendazim + thiram + fluquinconazol proporcionou

comprimento da parte aérea inferior à testemunha, porém o comprimento da

raiz foi semelhante à testemunha. Sementes tratadas com piraclostrobina +

fluquinconazol formaram plântulas com maior comprimento de raiz, mas nas

demais características, elas apresentaram resultados semelhantes aos

outros tratamentos, embora se destaque em relação à testemunha, na

massa seca de plântulas.

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TABELA 8.Vigor de sementes de soja Monsoy 9056 RR pelos testes de

comprimento de raiz (CR) e parte aérea (PA) da plântula e

massa seca de plântula após o tratamento de sementes. Cuiabá

– MT, 2011.

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott- Knott(p<0,0,5). Dados originais.

O efeito da piraclostrobina pode ser considerado imediato. Em torno

de três horas após a aplicação, a taxa fotossintética cresce de 3% a 10%, e

em sete dias pode alcançar de 17% a 56% em relação aos demais

tratamentos (Faganet al., 2010). A ação da piraclostrobina possivelmente

seja mais intensa sobre a respiração de manutenção dos processos vitais e

com menor atuação sobre o crescimento da planta. Essa ação

possivelmente influencie de forma direta na produção de fitomassa pelo

fato de aumentar a taxa de fotossíntese líquida (Azcon-Brito e Osmond,

1983).

Para a sanidade de sementes de soja (Tabela 9), todos os

tratamentos foram eficientes em relação à testemunha no controle de

patógenos, exceto piraclostrobina + tiofanato metílico + fipronil, que não

proporcionou efeito no controle de Fusarium sp. e de Macrophomina sp., e

epiraclostrobina + fluquinconazol para o controle de Fusarium sp.

Tratamento CR (cm)

PA (cm)

MS (g)

Testemunha 12,39 c 10,16a 0,214 b carbendazim+thiram 13,62 b 7,45 b 0,401 a fludioxonil+ metalaxil-m 14,08 b 9,28 a 0,303 b carbendazim+thiram +fluquinconazol 10,54 c 6,54 b 0,355 a piraclostrobina+tiofanato metílico + fipronil 13,29 b 10,15 a 0,344 a tiofanato metílico + fluazinam 14,54 b 9,93 a 0,299 b penflufen + carbendazim + thiram 12,53 c 8,14 b 0,263 b piraclostrobina + fluquinconazol 16,59 a 11,37 a 0,352 a

CV (%) 11,33 17,34 15,15

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33

TABELA 9. Incidência (%) de patógenos após o tratamento químico de

sementes de soja Monsoy 9056 RR, Cuiabá – MT, 2011.

Médias seguidas de mesma letra na colunanão diferem entre si pelo teste de Scott-Knott(p<0,0,5).Dados originais, mas para a análise, foram transformados em

.(Rhiz) Rhizoctonia sp., (Fus.)Fusariumsp., (Mac.)Macrophominasp.(Pho.)Phomopsis sp., (Coll.)Colloletotrichum sp.

Os patógenos Fusarium sp. E Phomopsis sp. são os de maior

incidência, identificados frequentemente em sementes de soja (Goulart,

2001; Gondin et al., 2002). São observadas reduções na incidência de

patógenos em sementes de soja quando tratadas com fungicidas (Gomes et

al., 2009; Pereira et al., 2009), proporcionando melhor qualidade sanitária

de sementes. Pode-se verificar, por meio dos testes de primeira contagem

de germinação, comprimento e massa seca de plântulas, que a qualidade

fisiológica foi superior à da testemunha (Brand et al., 2009).

Após a semeadura no campo, observa-se na Tabela 10 que o

estande inicial aos 14 dias foi semelhante para todos os tratamentos, mas

piraclostrobina + fluquinconazol possibilitou estande com 30,9% de plântulas

a mais do que a testemunha, o que na prática pode se refletir em diferenças

positivas no número de plantas, na competição com plantas daninhas e

ainda em maior rendimento de grãos.

Tratamento Rhiz. Fus. Mac. Pho. Coll.

Testemunha 5,0a 30,0a 4,0 a 15,0 a 9,0 a carbendazim + thiram 0,0 d 0,0 d 1,0 b 0,0 c 0,0 b fludioxonil+ metalaxil-M 0,0 d 8,0 c 0,0 b 0,0 c 0,0 b carbendazim+thiram+fluquinconazol 1,0 c 1,0 d 0,0 b 2,0 b 0,0 b

piraclostrobina+tiofanato metílico+ fipronil

0,0d 41,0 a 6,0 a 0,0 c 0,0 b

tiofanato metílico+fluazinam 0,0d 1,0 d 0,0 b 0,0 c 0,0 b

penflufen+carbendazim+thiram 0,0d 1,0 d 0,0 b 0,0 c 0,0 b piraclostrobina +fluquinconazol 3,0 b 16,0 b 0,0 b 0,0 c 0,0 b

CV (%) 27,55 30,02 25,80 17,37 10,93

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34

TABELA 10.Estande inicial de plântulas de soja, variedade Monsoy

9056RR, aos 14 dias após semeadura. Campo Verde – MT,

2010/2011.

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,0,5).

4.2 Tratamentos de Sementes e Parte Aérea com Fungicidas no

Controle de Antracnose em Soja

4.2.1Incidência de antracnose em soja nos estádios iniciais

A Tabela 11 mostra que o tratamento de sementes para o controle

da antracnose não proporcionou atraso no aparecimento de sintomas no

estádio vegetativo. Os primeiros sintomas de antracnose ocorreram no

estádio V1, não havendo diferenças de incidência do patógeno entre os

tratamentos nesta fase. Os sintomas de antracnose foram observados

apenas nos cotilédones e após sua queda, tendo o reaparecimento dos

sintomas ocorrido no início do florescimento. Os cotilédones permaneceram

na plântula até o estádio V3, 20 dias após a semeadura.

Tratamento Estande inicial (plântulas/metro linear)

Testemunha 11,64 a carbendazim +thiram 12,57 a fludioxonil+ metalaxil-m 14,94 a carbendazim+thiram +fluquinconazol 12,38 a piraclostrobina+tiofanatometílico+fipronil 14,33 a tiofanatometílico+fluazinam 12,81 a penflufen+carbendazim +thiram 14,50 a piraclostrobina+fluqui nconazol

15,24 a

CV (%) 13,82

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TABELA 11. Resultados médios de incidência (%) de antracnose em soja

Monsoy 9056 RR, nos estádios iniciais da cultura V1, V2 e V3,

safra 2010/2011. Campo Verde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott

(p<0,5). Dados originais, mas para análise, os mesmos foram transformados para

No teste inicial de sanidade, em laboratório, observou-se que os

tratamentos de sementes reduziram em 100% a incidência do patógeno em

relação à testemunha, Tabela 12, mas no campo, as plântulas não

permaneceram livres do patógeno. Provavelmente, este fato tenha ocorrido

devido a algumas condições favoráveis, como alta temperatura, Figura 5, e

frequentes precipitações. Em relação à temperatura do ar no decorrer dos

estádios V1, V2 e V3, os valores mínimos diários foram, em média, de 20

ºC, sendo a máxima de 28 ºC, e a precipitação acumulada, de 311,8 mm, o

que possivelmente contribuiu para a colonização do patógeno e

consequente manifestação da doença no campo. Conforme alguns autores,

a temperatura ótima para o desenvolvimento do C. truncatum varia de 20 a

25ºC (Chongo e Bernier, 2000; Grahan et al., 2006).

4.2.2 Incidência e severidade da antracnose em soja nos estádios

reprodutivos

A Tabela 12 mostra que, no decorrer do estádio reprodutivo, as

médias de incidência mais elevadas ocorreram nos estádios R4 e R5. Os

Tratamentos da parte aérea V1 V2 V3

Testemunha 3,66 a 2,33 a 4,00 a carbendazim+ thiram 3,00 a 4,66 a 4,00 a fludioxonil + metalaxil – m 5,33 a 2,33 a 2,00 a carbendazim+ thiram+ fluquinconazol 4,66 a 1,00 a 0,66 a piraclostrobina+tiofanato metílico + fipronil 3,00 a 1,66 a 1,66 a tiofanatometílico+fluazinam 2,00 a 2,33 a 1,66 a penflufen + cabendazim + thiram 2,33 a 3,00 a 1,00 a piraclostrobina + fluquinconazol 3,00 a 3,00 a 1,00 a

CV (%) 23,13 24,91 42,38

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fungicidas de parte aérea foram, em geral, eficientes no controle da

antracnose, proporcionando médias inferiores em relação à testemunha.

TABELA 12. Incidência (%) de antracnose em soja Monsoy 9056 RR, nos

estádios R3/R4, R4 e R5. Campo Verde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas de mesmas minúsculas na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). Os dados são originais, mas para a análise os mesmos foram

transformados em * Após a primeira aplicação de fungicidas. ** Após segunda aplicação de fungicidas. *** Após terceira aplicação de fungicidas.

Para severidade da antracnose, após a aplicação de fungicidas em

R1/R2, pode-se observar que as médias diferiram a partir do estádio R2.

Observa-se, na Tabela 13, que, no estádio R2, os fungicidas fludioxonil +

metalaxil e tiofanato metílico + fluazinam no tratamento de sementes,

quando associados à aplicação dos fungicidas epoxiconazol +

piraclostrobina (triazol + estrobilurina) e protioconazol + trifloxistrobina

(triazolinthione + estrobilurina), proporcionaram médias inferiores de

severidade. Entretanto, todos os fungicidas da parte aérea proporcionaram

efeito significativo em plantas provenientes dos tratamentos de sementes

com carbendazim + thiram e tiofanato metílico + fipronil. O período residual

do tratamento de sementes para o controle da antracnose foi observado até

o estádio R2 em interação com fungicidas de parte aérea, após esta fase, o

efeito observado foi proporcionado apenas pelos tratamentos da parte

aérea.

Tratamentos da parte aérea R3/R4* R4** R5.1***

Testemunha 25,25 a 88,54 a 88,04 a epoxiconazol + piraclostrobina 2,14 b 20,00 b 31,50 b protioconazol+trifloxistrobina 0,45 c 6,09 c 19,66 c azoxistrobina+ciproconazol 0,37 c 7,84 c 20,08 c

CV (%) 23,27 24,37 22,48

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TABELA 13. Severidade (%) de antracnose em soja Monsoy 9056 RR, no

estádio R2. Campo Verde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas de mesma letra minúsculas na coluna e maiúsculas nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais, mas para a análise os

mesmos foram transformados para

Provavelmente, as condições climáticas no período reprodutivo

tenham sido favoráveis ao desenvolvimento da doença, em função da alta

temperatura e da distribuição das chuvas. Neste período, a temperatura

mínima se manteve em 19 ºC e a máxima, em 28,3 ºC, sendo a precipitação

acumulada, de 73 mm (Figuras 4 e 5). Além disso, o microclima

proporcionado pelo fechamento da copa das plantas pode ter favorecido o

aumento da pressão de inóculo, que estava presente na área de cultivo.

Tratamentos de parte aérea

Tratamentos de sementes

testemunha

epoxico nazol + piraclos trobina

protioco nazol + trifloxis trobina

azoxistro bina + ciproco nazol

Testemunha 6,66aA 6,66aA 6,00bA 6,00 aA

carbendazim+ thiram 5,00aA 6,00aA 8,66aA 4,66 aA fludioxonil + metalaxil – m 8,00aA 1,33cB 4,00bB 3,00 aB carbendazim+thiram+ fluquinconazol

6,66aA 6,00aA 4,33bA 7,33 aA

piraclostrobina+tiofanato Metílico +fipronil

7,66aA 7,33aA 7,66aA 7,00 aA

tiofanato metílico + fluazinam 7,66aA 4,00bB 3,00bB 4,33 aB penflufen + cabendazim +thiram

4,33aA 4,00bA 6,00aA 7,66 aA

piraclostrobina + fluquinconazol

6,33aA 7,66aA 9,33aA 5,00 aA

Médias 6,54 5,37 6,12 5,62

CV 1(%) 16,35

CV 2(%) 16,65

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FIGURA 4. Valores médios de temperatura mínima (°C) e Máxima na safra 2010/11, Campo Verde – MT (SOMAR, 2011).

FIGURA 5. Valores de precipitação pluvial acumulada (mm) na

safra 2010/11, Campo Verde – MT (SOMAR, 2011).

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No estádio R4, após três pulverizações, os tratamentos da parte

aérea proporcionaram redução média de 16, 33% de severidade em relação

à testemunha e, em R5, em torno de 65, 5% (Tabela 14). Em relação à

severidade, em plantas provenientes de sementes tratadas e aplicação de

fungicidas na parte aérea, a redução da severidade foi superior a 10% em

relação à testemunha. A maior intensidade de antracnose nos cerrados

pode ser atribuída à elevada precipitação e à alta temperatura (Almeida et

al., 2005).

TABELA 14. Severidade (%) de antracnose em soja Monsoy 9056 RR, no

estádio R5. Campo Verde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas nas linhas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais, mas para a análise, os

mesmo foram transformados para

Tratamentos da parte aérea

Tratamentos da semente

teste munha

epoxico nazol + piraclos trobina

protioco nazol + trifloxis trobina

azoxis trobina + ciproconazol

Testemunha 20,00 aA 11,66 aA 10,00 aA 16,00 aA

carbendazim+thiram 17,66 aA 15,00 aA 12,33 aA 13,33 aA

fludioxonil + metalaxil – m 18,33 aA 14,00 aA 12,33 aA 16,66 aA

carbendazim+thiram+fluquin conazol

13,33 aA 7,66 aA 13,33 aA 6,66 bA

piraclostrobina+tiofanato metílico + fipronil

21,00 aA 7,33 aB 11,66 aB 13,33 aB

tiofanato metílico + fluazinam 15,00 aA 12,33 aA 13,33 aA 15,00 aA

penflufem + cabendazim + thiram

7,66 aA 10,66 aA 11,66 aA 7,66 bA

piraclostrobina+fluquinconazol

13,33 aA 10,66 aA 11,66 aA 13,33 aA

CV 1(%) 14,64

CV 2(%) 21,13

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40

4.2.3Sintomas nas vagens

Os sintomas da antracnose nas vagens, Figura 6, ocorreram a partir

do estádio R5.3. Durante o processo de enchimento de grãos (a partir de

R5.1), as lesões se iniciam por estrias e evoluem para manchas negras

deprimidas. Sob elevada precipitação, ocorre abertura das vagens com

consequente germinação e apodrecimento dos grãos (Galliet al., 2007;

Cassetari Neto et al., 2010). O fungo C. truncatum tem forte capacidade de

infectar todas as estruturas das sementes, resultando na perda da qualidade

fisiológica, como germinação e vigor (Begumet al., 2008)

A partir do surgimento dos sintomas nas vagens, a severidade foi

avaliada apenas nesta estrutura. Neste estádio, os fungicidas da parte

aérea não apresentaram eficácia em relação à testemunha.

FIGURA 6.Sintomas de antracnose em vagens da soja Monsoy

9056 RR. A – Germinação de sementes em vagens na

fase de enchimento de grãos. B – Abortamento e

necrose em semente verde. C – Lesões escuras na

vagem.

Em R5.5, Tabela 15, o protioconazol + trifloxistrobinacomo

azoxistrobina + ciproconazol na parte aérea reduziram a severidade,

independentemente do tratamento de sementes e, em R6, Tabela 16, ainda

houve efeito dos tratamentos sobre a parte aérea.Também Adami et al.

(2006) observaram que azoxistrobina + ciproconazol pulverizados em R1 e

A B C

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41

R4/R5.1 em plantas de soja proporcionaram redução da severidade de

antracnose.

TABELA 15. Severidade (%) de antracnose em soja Monsoy 9056 RR,

estádio R5.5. CampoVerde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais, mas para a análise, os mesmos foram transformados

para

TABELA 16.Severidade de antracnose em soja em R6, variedade Monsoy

9056 RR, Campo Verde – MT. Campo Verde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas nas linhas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais, mas para a análise, os

mesmos foram transformados para

Tratamentos de parte aérea R5.5

testemunha 7,91 a epoxiconazol + piraclostrobina 8,45 a protioconazol+trifloxistrobina 6,58 b azoxistrobina+ciproconazol 7,29 b

CV (%) 10,11

Tratamento da parte aérea

Tratamentos das sementes

teste munha

epoxico nazol + piraclos trobina

protioco nazol + trifloxistrobina

azoxis trobina + ciproco nazol

testemunha 8,66aB 6,33 bB 16,00 aA 13,33 aB

carbendazim+ thiram 13,33 aA 15,00 aA 13,00 aA 15,33 aA

fludioxonil + metalaxil - M 3,00 bB 7,66 bB 16,00 aA 5,66 bB

carbendazim+ thiram+ fluquinconazol

8,33 bA 8,00 bB 6,00 bB 15,33 aA

piraclostrobina+tiofanato metílico + fipronil

8,33 bB 7,00 bB 17,00 aA 7,66 bB

tiofanato metílico +fluazinam 19,33 aA 7,33 bB 13,00 aA 18,33 aA

penflufen + cabendazim + thiram

12,66 aB 17,33 aA 7,66 bB 16,66 aA

piraclostrobina+ fluquinconazol

8,33 bA 7,00 bB 5,33 bA 8,33 bA

Médias 10,25 9,45 11,75 12,60

CV 1(%) 20,09

CV 2(%) 17,28

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42

Portanto, pode-se dizer que no final do ciclo da cultura a ação de

fungicidas triazóis e estrobilurinas de aplicação foliar é importante no

controle da antracnose, pois ainda apresenta efeito sobre o patógeno. Já o

tratamento de sementes possui efeito potencializando a ação dos fungicidas

de aplicação foliar nos estádios iniciais até R2.

De modo geral, observou-se que o progresso da doença foi maior

nos estádios R4 e R5 com sintomas nas folhas e hastes (Figuras 7 e 8). No

decorrer destes estádios, a precipitação acumulada foi 73,2 mm, variando

de 0 mm a períodos de 11,2 mm, a temperatura média mínima foi de 19 ºC

e a temperatura média máxima, de 28,2 ºC (Figuras 4 e 5). Essas condições

podem ter favorecido o desenvolvimento da antracnose no campo, pois o

ambiente favorável para o desenvolvimento do fungo no campo está entre

20 ºC e 25 ºC e longos períodos de molhamento foliar(Chongo e Barnier,

2000; Graham et al, 2006).

FIGURA 7.Curva do Progresso da Doença em plantas de soja Monsoy 9056

RR, provenientes de sementes tratadas e com aplicação de

fungicida na parte aérea dos tratamentos de sementes. Campo

Verde – MT, 2010/2011.

R1/R2 R2 R3/R4 R4 R5 R5.3 R5.5 R6

Estádios fenológicos

S

everid

ade

(%

)

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43

FIGURA 8.Curva do Progresso da Doença em plantas de soja Monsoy 9056

RR, provenientes de sementes tratadas e com aplicação de

fungicida na parte aérea dos tratamentos de sementes. Campo

Verde – MT, 2010/2011.

4.3 Tratamento Químico de Sementes e da Parte Aérea no Controle da

Mancha-Alvo em Soja

Os primeiros sintomas de mancha-alvo, pontuações amareladas,

foram observados desde o estádio V6/R1, 43 dias após o plantio (Figura 7).

Isso provavelmente ocorreu devido à interação entre temperatura ótima, em

torno de 23 °C, e ao período de molhamento foliar contínuo, condição

climática favorável para germinação de conídios de Corynespora cassiicola,

o que ocorreu nos últimos doze dias na presença da fonte de inóculo (Melo

e Reis, 2010).

R1/R2 R2 R3/R4 R4 R5 R5.3 R5.5 R6

Estádios fenológicos

S

everid

ad

e (

%)

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44

FIGURA 7. Sintomas iniciais de mancha-alvo em soja Monsoy

9056 RR. A – Molhamento na superfície foliar em

estádio inicial e pontuações amareladas. B –

Primeiros sintomas de Corynespora cassiicola.C e

D – Lesão inicial em forma de pontuações pardas

com halo amarelado, evoluindo para manchas

circulares.

Os tratamentos de sementes proporcionaram efeito significativo no

controle da mancha-alvo. Plantas oriundas de sementes tratadas com

fungicidas, exceto carbendazim + thiram, tiveram menor severidade do

patógeno do que a testemunha no estádio V6/R1; e fludioxonil + metalaxil-m

proporcionaram médias de severidade inferiores a 5% até o estádio R1

(Tabela 17).

A

C D

B

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45

Tabela 17. Severidade de mancha-alvo em soja Monsoy 9056 RR nos

estádios V6/R1 e R1, nos estádios iniciais, Campo Verde,

2010/ 2011.

Médias seguidas de mesmas letras na coluna não diferem entre si pelo Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais, mas para a análise, os mesmos foram transformados para

O tratamento com carbendazim + thiram com a adição de penflufen

foi mais eficiente do que carbendazim + thiram, o que indica ter sido o

mecanismo de ação do fungicida do grupo carboxamida eficiente pela ação

sistêmica do benzimidazol e dimetilcarbamato da formulação (Tabela 20). Os

tratamentos mais eficientes de sementes perderam o efeito residual na

planta no estádio V6/R1, tendo atrasado a evolução da doença,

apresentando níveis de severidade inferiores. O tratamento de sementes

com fludioxonil + metalaxil – M foi superior aos demais e apresentou efeito

residual até o estádio R1, fato devido à ação sistêmica do fungicida e à sua

atividade residual. Este fungicida, ao penetrar no tegumento da semente, é

translocado mais tarde para todas as partes da planta.

Após a primeira aplicação de fungicidas, observou-se que os

tratamentos de sementes diferiram no estádio R3/R4, porém não

apresentaram médias de severidade superiores à testemunha. Houve

interação significativa entre os tratamentos de sementes fludioxonil +

metalaxil – m, penflufen + carbendazim + thiram e piraclostrobina +

fluquinconazol com uma aplicação do fungicida foliar protioconazol +

trifloxistrobina (Tabela 18). Verificou – se também que, nas plantas oriundas

Tratamentos de semente Estádios

V6/R1 R1 Testemunha 1,03 a 1,46 a carbendazim + thiram 0,90 a 1,33 a fludioxonil + metalaxil – M 0,23 c 0,63 b carbendazim + thiram + fluquinconazol 0,66 b 1,63 a piraclostrobina + tiofanato metílico + fipronil 0,43 c 1,56 a tiofanato metílico + fluazinam 0,60 b 1,50 a penflufen + carbendazim + thiram 0,43 c 1,50 a piraclostrobina + fluquinconazol 0,40 c 1,33 a

CV (%) 7,84 9,31

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46

de sementes sem tratamento, as aplicações foliares não foram eficientes

para redução da severidade da mancha-alvo no estádio R3/R4.

TABELA 21. Severidade (%) de mancha-alvo em soja Monsoy 9056 RR, em

R3/R4. Campo Verde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas nas linhas não diferem entre si pelo Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais, mas para a análise, os mesmos

foram transformados para

Estes tratamentos de sementes permitiram evolução mais lenta da

mancha-alvo, mantendo as médias de severidade mais estabilizadas do

estádio R2 ao R3/R4, enquanto os demais tratamentos apresentaram

médias de severidade no estádio R5.2 e R5.3 mais elevadas (Figura 8).

Tratamento da parte aérea

Tratamentos das sementes

teste munha

epoxico nazol + piraclos trobina

protioco nazol + trifloxistrobina

azoxis trobina + ciproco nazol

Testemunha 13,33 bA 11,66aA 10,66aA 12,33Aa

carbendazim+ thiram 15,00 aA 10,00aB 7,00bB 10,66Ab

fludioxonil + metalaxil - M 11,66 bA 11,66aA 9,00bA 9,00aA

carbendazim+ thiram+ fluquinconazol

15,00 aA 8,66bB 12,00aA 12,00aA

piraclostrobina+ tiofanato metílico + fipronil

17,00 aA 10,00aB 8,33 aB 8,33 aB

tiofanato metílico +fluazinam

16,66 aA 7 ,66bB 7,00bB 11,00aB

penflufen + cabendazim + thiram

12,00 aA 10,00bA 8,33 bB 10,00aA

piraclostrobina+ fluquinconazol

13,00bA 13,00aA 5,00 bB 10,33aA

Médias 14,12 10,33 8,42 10,46

CV 1(%) 16,65

CV 2(%) 8,40

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47

FIGURA 8. Curva do progresso da doença (CPD) da mancha-alvo em soja

Monsoy 9056 RR, nos estádios reprodutivos. Campo Verde –

MT, 2010/2011.

Após a segunda aplicação de fungicidas, no estádio R4, os

resultados de maior eficiência foram observados nas sementes tratadas com

penflufen + carbendazim + thiram, piraclostrobina + fluquinconazol, com uma

aplicação de epoxiconazol + piraclostrobina ou protioconazol +

trifloxistrobina (Tabela 22). Em geral, o tratamento das sementes foi

eficiente, independentemente do fungicida aplicado na parte aérea. O

tratamento das sementes com piraclostrobina + fluquinconazol foi eficiente

com aplicação de protioconazol + trifloxistrobina na parte aérea da cultura. O

tratamento das sementes sem aplicação na parte aérea não foi eficiente em

relação à testemunha, e plantas oriundas de semente sem tratamento

apresentaram níveis de severidade semelhantes em todos os tratamentos.

Apesar de o efeito residual do tratamento de sementes de forma

isolada ter permanecido até o estádio R1, após as aplicações de fungicidas

foi possível observar que, até o estádio R4, houve efeito do tratamento de

sementes, mas em interação com fungicidas da parte aérea. Porém,

permaneceram sem efeito os tratamentos de semente que não receberam

aplicação na parte aérea. O que pode ter ocorrido é um efeito protetor

V6/R1 R1 R1/R2

Estádios fenológicos

Se

ve

rid

ad

e (

%)

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48

proporcionado pelos tratamentos de semente e que, quando associado aos

fungicidas da parte aérea, alguns destes tratamentos se sobressaíram,

favorecendo a redução da severidade da mancha-alvo.

Tanto o tratamento das sementes com fungicidas dos grupos

carboxamida e benzimidazol associados ao fungicida de contato (Thiram)

como o tratamento de sementes e controle na parte aérea com triazóis e

estrobilurinas foram eficientes no manejo da mancha-alvo. O benzimidazol

no tratamento de sementes inibe a síntese de DNA, enquanto estrobilurinas

e triazóis na parte aérea inibem a síntese de ATP e bloqueiam a síntese do

ergosterol, substância importante para a manutenção da integridade da

membrana celular dos fungos. Esta é uma associação eficiente de fungicidas

devido a seu modo de ação.

TABELA 22. Severidade (%) da mancha-alvo em soja Monsoy 9056 RR, em

R4. Campo Verde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas nas linhas não diferem entre si pelo Scott - Knott (p≤0,05). Dados originais, mas para a análise, os

mesmos foram transformados para

Tratamento da parte aérea

Tratamentos das sementes

teste munha

epoxico nazol + piraclos trobina

protioco nazol + trifloxistrobina

azoxis trobina + ciproco nazol

Testemunha 16,00 aA 13,00 aA 12,66 aA 14,66 aA

carbendazim+ thiram 16,66 aA 12,66 aA 11,66 aA 14,00 aA

fludioxonil + metalaxil – m 12,33 aA 12,33 aA 13,33 aA 15,33 aA

carbendazim+ thiram+ fluquinconazol

17,00 aA 13,33 aA 15,00 aA 16,00 aA

piraclostrobina+ tiofanato metílico + fipronil

17,66 aA 15,00 aA 15,00 aA 11,66 aB

tiofanato metílico +fluazinam 16,66 aA 10,66 bB 10,00 bB 15,00 aA

penflufen + cabendazim + thiram

14,00 aA 8,33 bB 9,33 bB 10,00 bB

piraclostrobina+ fluquinconazol

16,00 aA 16,00 aA 5,00 cB 16,00 aA

Médias 14,54 12,66 11,50 14,08

CV 1(%) 10,39

CV 2(%) 7,39

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49

No estádio R5.2, os fungicidas dos grupos químicos mais eficientes

no estádio anterior apresentaram as menores médias de severidade da

mancha – alvo (Tabela 23).

TABELA 23. Severidade (%) de mancha-alvo após três aplicações de

fungicidas em soja Monsoy 9056 RR, no estádio R5.2.

Campo Verde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas nas linhas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais, mas para a análise, os

mesmos foram transformados para

Através da curva do progresso da doença (CPD) e da área abaixo

da curva do progresso da doença (AACPD) (Figura 11), observou-se desde

os estádios iniciais até o final do ciclo o efeito significativo do tratamento de

sementes com fungicida do grupo carboxamida, associado ao benzimidazol

(sistêmico) e ao de contato (thiram). Dessa forma, nota-se que o tratamento

de sementes se destaca como ferramenta importante no manejo da

mancha-alvo, favorecendo o atraso da evolução da doença. Além disso,

Tratamento da parte aérea

Tratamentos das sementes

teste munha

epoxico nazol + piraclos trobina

protioco nazol + trifloxistrobina

azoxis trobina + ciproco nazol

Testemunha 17,66 aA 16,66 aA 15,66 bA 18,33 aA

carbendazim+ thiram 12,66 aA 15,00 aA 11,66 cA 14,66 aA

fludioxonil + metalaxil – m 12,66 aB 12,66 bB 16,66 bA 17,66 aA

carbendazim+ thiram+ fluquinconazol

16,33 aA 14,33 aB 21,66 aA 16,33 aB

piraclostrobina+ tiofanato metílico + fipronil

19,33 aA 15,00 aB 13,00 cB 19,33 aA

tiofanato metílico + fluazinam

16,00 aA 11,33 bB 11,33 cB 16,00 aA

penflufen + cabendazim + thiram

10,00 aA 8,33 bB 8,66 dB 10,00 bA

piraclostrobina+ fluquinconazol

18,00 aA 18,00 aA 10,00 cB 18,66 aA

Médias 15,33 13,91 13,58 16,37

CV 1(%) 11,11

CV 2(%) 8,35

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Mertzet al. (2008) afirmaram que os benzimidazóis associados ao fungicida

de contato (thiram) proporcionam estande adequado, mesmo quando a

semeadura coincidiu com períodos de estiagem.

FIGURA 11. Curva do progresso da doença mancha-alvo durante o

estádio reprodutivo em soja Monsoy 9056 RR. Campo Verde

– MT, 2010/2011.

As menores áreas abaixo da curva do progresso da doença (AACPD)

observadas durante o ciclo foram proporcionadas pelos fungicidas

carbendazim + thiram no tratamento de sementes e pelos fungicidas

protioconazol + trifloxistrobina na parte aérea; pelos fungicidas fludioxonil +

metalaxil – m no tratamento de sementes e aplicação na parte aérea de

epoxiconazol + piraclostrobina; e pelo tratamento de sementes com

tiofanato metílico + fluazinam e aplicação dos fungicidas epoxiconazol +

piraclostrobina e protioconazol + trifloxistrobina na parte aérea e

piraclostrobina + fluquinconazol e pulverização de protioconazol +

trifloxistrobina (Tabela 24).

Se

ve

rid

ad

e (

%)

R2 R3.4 R4 R5.2 R5.3 R5.5 R6

Estádios fenológicos

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51

TABELA 24. Área abaixo da curva do progresso da doença (AACPD) da

mancha-alvo durante o ciclo da cultura da soja Monsoy 9056

RR, Campo Verde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas nas linhas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais, mas para a análise, os

mesmos foram transformados para

Observou-se que no estádio R5.5, Tabela 25, as médias de

severidade das plantas que não receberam aplicação foliar de fungicidas

foram menores. Destacou-se também com média inferior o tratamento de

sementes com fludioxonil + metalaxil – m com aplicação de epoxiconazol +

piraclostrobina. Isso provavelmente ocorreu devido à desfolha, que foi

expressiva neste estádio, causada pela alta severidade de doenças de final

de ciclo, como ferrugem e mancha-alvo. De modo geral, todos os fungicidas

aplicados na parte aérea atrasaram a desfolha, exceto os tratamentos das

semente com fludioxonil + metalaxil-m e piraclostrobina + fluquinconazol e

aplicação de epoxiconazol + piraclostrobina na parte aérea.

Tratamento da parte aérea

Tratamentos das sementes

teste munha

epoxico nazol + piraclos trobina

protioco nazol + trifloxistrobina

azoxis trobina + ciproco nazol

Testemunha 102,45aA 124,68aA 95,81Aa 124,95aA

carbendazim+ thiram 117,80aA 128,96aA 78,23bB 115,20aA

fludioxonil + metalaxil – M 78,57bB 76,67bB 124,40aA 127,68aA

carbendazim+ thiram+ fluquinconazol

113,93aA 126,95aA 103,37aA 132,33aA

piraclostrobina+ tiofanato metílico + fipronil

110,56aA 130,42aA 114,20aA 130,33aA

tiofanato metílico + fluazinam

101,41aA 91,07bB 74,68bB 125,22aA

penflufen + cabendazim + thiram

88,75 aA 91,25 bA 79,05bA 78,50aA

piraclostrobina+ fluquinconazol

100,77aA 102,41bA 72,95bB 117,03aA

Médias 101,71 109,01 92,79 118,92

CV 1(%) 15,74

CV 2(%) 16,83

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52

TABELA 25. Severidade (%) de mancha-alvo em soja Monsoy 9056 RR

no estádio R5.5, Campo Verde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas nas linhas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais, mas para a análise os

mesmos foram transformados para

4.4 Efeito do Tratamento Químico no Controle da Ferrugem em Soja

Os primeiros sintomas de ferrugem foram observados no estádio

R5.3 após as três aplicações de fungicidas, período em que as condições

climáticas favoreceram a incidência da doença com precipitações frequentes

e temperatura ideal. Conforme Del Ponte et al. (2006), a germinação de

esporos de Phakopsora pachyrhizi é favorecida na faixa de temperatura de

18° a 25 °C. Além da temperatura, a duração do período de molhamento

foliar é outro fator que contribui com o aparecimento dos sintomas da

ferrugem (Tsukahara et al., 2008). Durante a condução do experimento,

desde a emergência de plântulas até o final do ciclo, as médias de

Tratamento da parte aérea

Tratamentos das sementes

teste munha

epoxico nazol + piraclos trobina

Protioco nazol + trifloxistrobina

Azoxis trobina + ciproco nazol

Testemunha 2,33 aB 7,66 aA 4,00 aB 8,66 aA

carbendazim+ thiram 3,83 aB 9,33 aA 3,66 aB 9,33 aA

fludioxonil + metalaxil – M 0,66 aB 0,66 bB 8,33 aA 9,33 aA

carbendazim+ thiram+ fluquinconazol

0,33 aC 9,33 aA 3,00 aB 8,66 aA

piraclostrobina+ tiofanato metílico + fipronil

1,66 aB 8,66 aA 5,66 aA 8,00 aA

tiofanato metílico +fluazinam 0,16 aD 5,33 aB 3,00 aC 9,33 aA

penflufen + cabendazim + thiram

0,50 aB 9,00 aA 4,66 aA 7,00 aA

piraclostrobina+ fluquinconazol

1,16 aB 1,16 bB 5,00 aA 6,33 aA

Médias 1,33 6,39 4,66 8,33

CV 1(%) 20,10

CV 2(%) 20,26

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53

temperatura mínima foram de 16 °C e máxima, de 32,8 °C, tendo a

precipitação acumulada sido de 458,27 mm (Figuras 5 e 6).

A Tabela 26 mostra que tanto as sementes que não foram tratadas

quimicamente antes da semeadura (testemunha) quanto as plantas oriundas

de sementes tratadas tiveram redução significativa na incidência de

ferrugem após a aplicação de fungicidas na parte aérea. Todos os

tratamentos de sementes com aplicação de fungicidas na parte aérea foram

eficientes no controle da ferrugem no estádio R5.3, destacando-se

piraclostrobina + tiofanato metílico + fipronil.

TABELA 26.Incidência (%) de ferrugem em soja Monsoy 9056, no estádio

R5.3. Campo Verde – MT, safra 2010/2011.

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha não diferem entre si pelo teste de Scott Knott (p<0,05). Dados originais, mas para a análise, os

mesmos foram transformados para

Tratamento da parte aérea

Tratamentos das sementes

teste munha

epoxico nazol + piraclos trobina

protioco nazol + trifloxistrobina

Azoxis trobina + ciproco nazol

Testemunha 27,66 aA 4,00 aB 0,66 aB 1,33 aB

carbendazim+ thiram 21,33 bA 1,66 aB 1,00 aB 0,33 aB

fludioxonil + metalaxil – m 15,33 cA 4,66 aB 0,00 aB 1,33 aB

carbendazim+ thiram+ fluquinconazol

24,00 bA 1,66 aB 1,00 aB 1,33 aB

piraclostrobina+ tiofanato metílico + fipronil

4,00 dA 2,00 aA 0,00 aA 0,66 aA

tiofanato metílico +fluazinam

30,33 aA 3,33 aB 0,00 aB 3,33 aB

penflufen + cabendazim + thiram

26,33 aA 1,00 abi 1,00 aB 1,33 aB

piraclostrobina+ fluquinconazol

21,33 bA 2,00 aB 0,00 aB 1,33 aB

Médias 21,29 2,54 0,46 1,37

CV 1(%) 44,12

CV 2(%) 22,90

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54

Para a severidade da ferrugem, Tabela 27, as menores médias de

severidade no estádio R5.3 foram proporcionadas pelos fungicidas da parte

aérea, independentemente do tratamento das sementes. Nesse estádio, já

havia sido encerrado o efeito residual do tratamento das sementes.

TABELA 27. Severidade (%) de ferrugem em soja Monsoy 9056 RR, no

estádio R5.3. Campo Verde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). Dados originais, para análise, os mesmos foram transformados para arco seno raiz de x/100.

De modo geral, os tratamentos das sementes associados às

aplicações de fungicidas na parte aérea foram eficientes no controle da

ferrugem em relação às sementes sem tratamento com fungicidas aplicados

na parte aérea. Verificou-se que não ocorreram diferenças na incidência de

ferrugem entre os tratamentos das sementes. O efeito residual já não se

manifestou. O tratamento das sementes foi eficiente principalmente como

proteção, mas seu efeito se reduziu ao longo do tempo.

Tratamento de parte aérea

Tratamentos de sementes

teste munha

Epoxico nazol + piraclos trobina

protioco nazol + trifloxistrobina

azoxis trobina + ciproco nazol

Testemunha 26,66 aA 1,06 aB 0,03 aB 0,04 aB

carbendazim+ thiram 26,66 aA 0,16 aB 0,06 aB 0,06 aB

fludioxonil + metalaxil – m 25,00 aA 5,33 aB 0,00 aC 0,01 aC

carbendazim + thiram + fluquinconazol

33,33 aA 0,10 aB 3,33 aB 1,73 aB

piraclostrobina+ tiofanato metílico + fipronil

20,66 aA 6,66 aB 0,00 aB 0,06 aB

tiofanato metílico + fluazinam

26,33 aA 2,83 aB 0,00 aB 0,76 aB

penflufen + carbendazim + thiram

26,66 aA 0,26 aB 0,16 aB 0,26 aB

piraclostrobina + fluquinconazol

23,33 aA 0,70 aB 0,00 aB 0,00 aB

Médias 26,08 2,14 0,45 0,37

CV 1(%) 44,12

CV 2(%) 22,90

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55

A Tabela 28 mostra que, nos estádios R5.5 e R6, as menores médias

de incidência foram proporcionadas pelos fungicidas aplicados na parte

aérea da cultura, e todos foram eficientes com relação à testemunha. Os

triazóis e estrobilurinas ou a associação de ambos têm sido eficientes no

manejo da ferrugem, sendo o tratamento das sementes uma ferramenta

importante no manejo integrado da doença (Navarini et al., 2007; Scherm,

2009; Goulart et al., 2011; Rezende e Juliatti; 2010).

TABELA 28. Incidência (%) de ferrugem em soja Monsoy 9056 RR, nos estádios R5.5 e R6, Campo Verde – MT, safra 2010/2011.

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).

A Tabela 29 mostra que a severidade nos estádios R5.5 e R6 foi

baixa por causa da aplicação de fungicidas, e todos foram eficientes, mas

os fungicidas protioconazol + trifloxistrobina e azoxistrobina + ciproconazol

aplicados na parte aérea se destacaram em relação à testemunha. Segundo

Silva et al. (2007), os fungicidas do grupo dos triazóis (ciproconazol) e sua

mistura com fungicida do grupo das estrobilurinas (ciproconazol +

azoxistrobina) apresentam controle eficiente sobre a ferrugem asiática. De

acordo com Scherm et al. (2009), triazóis sozinhos apresentam melhor

desempenho que estrobilurinas isoladas.

Tratamentos R5.5 R6 Testemunha 83,33 a 27,25 a

epoxiconazol + piraclostrobina 16,00 b 10,83 b

protioconazol + trifloxistrobina 9,00 b 5,50 b

azoxistrobina + ciproconazol 8,36 b 5,25 b

CV (%) 24,37 22,90

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56

TABELA 29. Severidade (%) de ferrugem em soja Monsoy 9056 RR,

nos estádios R5.5 e R6. Campo Verde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas de mesmas letras na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott- Knott (p≤0,05). Dados originais, mas para a análise, os mesmos foram transformados para arco seno raiz de x/100.

O desenvolvimento da doença no decorrer do ciclo, como visto pela

curva de progresso da doença (CPD) (Figura 12) e pela área abaixo da

curva do progresso da doença (AACPD) (Tabela 30), confirma a eficiência

dos tratamentos aplicados na parte aérea para o controle da ferrugem.

FIGURA 12.Curva do progresso da doença (CPD) da ferrugem nos

estádios reprodutivos da cultura, Campo Verde – MT, safra

2010/2011.

Tratamentos R5.5 R6

Testemunha 88,54 a 88,04 a epoxiconazol + piraclostrobina 20,00 b 31,50 b protioconazol+piraclostrobina 6,09 c 19,66 c azoxistrobina+ciproconazol 7,84 c 20,08 c

CV (%) 24,37 22,48

Severi

dad

e (

%)

R4 R5 R5.3 R5.5 R6

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57

TABELA 30. Área abaixo da curva do progresso da doença (AACPD) de

ferrugem em soja Monsoy 9056 RR, durante o ciclo da cultura.

Campo Verde - MT, 2010/2011.

Tratamentos AACPD

Testemunha 1637,270 a epoxiconazol + piraclostrobina 442,206 b protioconazol+piraclostrobina 211,537 c azoxistrobina+ciproconazol 236,716 c

CV (%) 22,92 Médias seguidas das mesmas letras na vertical não diferem entre si pelo teste de Scott -Knott (p≤0,05).

4.4.1 Relações entre a área abaixo da curva do progresso da doença

(AACPD) da ferrugem e mancha-alvo e produtividade da planta

A AACPD da antracnose não apresentou diferenças significativas

independentemente dos fungicidas. Os dados da AACPD da ferrugem

refletiram as diferenças proporcionadas pelos tratamentos da parte aérea no

decorrer do ciclo, sendo que os tratamentos das sementes, apesar de

potencializar o efeito dos fungicidas pulverizados na parte aérea, não

proporcionaram diferenças na AACPD.

Com relação à AACPD da mancha-alvo, foram observadas

diferenças dos fungicidas da parte aérea e dos tratamentos de semente,

assim como a interação entre ambos, favorecendo a redução da doença

(Figuras 13 e 14). Para ferrugem, a maior AACPD foi proporcionada pela

testemunha e isso afetou diretamente a produtividade de soja, o que explica

o menor rendimento de sementes desse tratamento.

Os tratamentos fungicidas na parte aérea proporcionam o

retardamento da senescência, pois ocorre inibição da síntese de etileno

(Venâncio et al., 2004). Como a planta realizará fotossíntese por um período

maior, os processos fisiológicos de maturação das sementes continuam

ocorrendo normalmente.

Na soja, a maior demanda de nitrogênio ocorre do início do

florescimento até o enchimento de grãos, período de alta atividade

fotossintética. Em plantas de soja tratadas com estrobilurinas, há aumento

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58

da atividade da enzima nitrato redutase, que, aliada ao aumento da

fotossíntese líquida, proporciona incrementos no metabolismo do nitrogênio,

que, por sua vez, auxilia no aumento da produtividade e da massa de mil

sementes (Fagan et al., 2010). O incremento na atividade enzimática nitrato

redutase deve-se ao modo de ação das estrobilurinas (Koehle et al., 2002).

Além disso, as estrobilurinas proporcionam maior acúmulo de fitomassa

seca e maior produtividade em relação à testemunha e em relação à

estrobilurina azoxistrobina (Soares et al., 2011).

FIGURA 13. Efeitos dos fungicidas de parte aérea na área abaixo da curva

do progresso da doença (AACPD) relativa da mancha-alvo e

ferrugem e produtividade (sacos/ha) em soja Monsoy 9056RR,

Campo Verde – MT, 2010/2011.

(sacos/h

a)

(AA

CP

D)

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59

FIGURA 14. Efeito dos tratamentos de sementes na área abaixo da curva do

progresso da doença (AACPD)relativa da mancha-alvo em

soja Monsoy 9056 RR, durante o ciclo da cultura, Campo Verde

– MT, 2010/2011.

4.4.2Desfolha e massa de mil sementes

Em R6, apenas tratamentos aplicados na parte aérea proporcionaram

redução significativa na desfolha em relação à testemunha (Figura 15). Os

maiores rendimentos foram observados também nas parcelas que

receberam tratamentos na parte aérea. Os fungicidas protioconazol +

trifloxistrobina e azoxistrobina + ciproconazol proporcionaram maior massa

de mil sementes, o que pode ter ocorrido em função da menor média de

desfolha observada, portanto, quanto maior a desfolha, menor é a massa de

mil sementes. Também Barros et al. (2002) afirmaram haver decréscimo

na produção de grãos em função da desfolha. Essa perda ocorreu devido à

redução da área foliar para realizar fotossíntese, o que interfere

negativamente na qualidade das sementes.

(AA

CP

D)

mancha

-alv

o

Sacos/ha

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60

FIGURA 15. Desfolha (%) e massa de mil sementes (g) de soja Monsoy

9056 RR.

4.5 Qualidade das Sementes após a Colheita

4. 5.1 Germinação e vigor

As condições climáticas dos cinco dias anteriores à colheita foram

temperatura mínima 15,2 ºC, máxima 30,4 ºC e precipitação acumulada de

2,1 mm. O teor de água das sementes após a colheita apresentou variação

na umidade, de 10,0 a 11,9%, porém não houve diferenças significativas

entre os tratamentos pelo teste de Scott-Knott (<0,05).

A Tabela 31 mostra que, pelo teste de germinação, foi possível

verificar interação entre os fungicidas da parte aérea e os tratamentos de

sementes, que proporcionaram médias de germinação superiores em

relação à testemunha, exceto o tratamento de sementes com tiofanato

metílico + fluazinam e o fungicida epoxiconazol + piraclostrobina.

Desfo

lha (%

)

Massa d

e M

il S

em

ente

s (

g)

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61

TABELA 31. Germinação de sementes (%) de soja Monsoy 9056 RR,

provenientes de plantas tratadas com fungicidas. Campo Verde

– MT, 2010/2011.

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas nas linhas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais.

As sementes provenientes de plantas que não receberam aplicação

de fungicidas na parte aérea apresentaram declínio nas médias de

germinação, não alcançando os padrões mínimos de 80% estabelecidos

para comercialização (Brasil, 2011). No campo, as plantas sem tratamento

com fungicidas na parte aérea sofreram desfolha antes que os demais

tratamentos que receberam aplicação de fungicidas na parte aérea,

ocasionando redução da área foliar, o que pode ter favorecido a

antecipação do processo de maturação fisiológica das sementes.

Provavelmente, a desfolha e suas consequências foram um dos fatores

que influenciaram a redução da germinação destes tratamentos após a

colheita.

Tratamentos da parte aérea

Tratamentos das sementes

teste munha

epoxico nazol + piraclos trobina

protioco nazol + trifloxistrobina

azoxis trobina + ciproco nazol

Testemunha 66,50 aB 86,16 aA 84,33 aA 83,33 aA

carbendazim+ thiram 70,33 aB 82,83 aA 83,66 aA 86,16 aA

fludioxonil + metalaxil – m 52,00 bB 90,16 aA 81,66 aA 78,83 aA

carbendazim+ thiram+ fluquinconazol

51,50 bB 87,50 aA 85,83 aA 82,16 aA

piraclostrobina+ tiofanato metílico + fipronil

61,33 aB 86,00 aA 83,33 aA 84,83 aA

tiofanato metílico +fluazinam

41,00 bB 64,16 bA 87,00 aA 82,33 aA

penflufen + carbendazim + thiram

57,66 bB 71,16 aA 81,16 aA 84,33 aA

piraclostrobina+ fluquinconazol

69,83 aA 69,83 aA 86,83 aA 79,50 aA

Médias 58,79 79,78 84,20 82,68

CV 1(%) 12,14

CV 2(%) 9,73

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A exposição das sementes de soja a períodos alternados de alta e

baixa umidade devido à ocorrência de chuvas frequentes ou a flutuações

diárias de baixa e alta umidade relativa do ar ocasiona sua deterioração

(França Neto et al, 2005).

A viabilidade das sementes, pelo teste de tetrazólio, ficou acima de

88%, Tabela 32, e não houve interação significativa entre os tratamentos

das sementes e os tratamentos da parte aérea. As sementes tratadas com

tiofanato metílico + fluazinam e penflufen + carbendazim + thiram

apresentaram viabilidade inferior aos demais tratamentos, mas acima de 80

%. Todos os fungicidas da parte aérea proporcionaram sementes com

viabilidade superior à testemunha.

TABELA 32.Viabilidade (%) de sementes de soja, Monsoy 9056 RR

pelo teste de tetrazólio, Campo Verde – MT, 2010/2011.

Tratamentos das sementes Viabilidade (1-5)

Testemunha 96,33 a

carbendazim +thiram 93,50 a fludioxonil + metalaxil-m 93,91 a

carbendazim+thiram+fluquinconazol 94,00 a

piraclostrobina+tiofanto metílico+fipronil 93,33 a tiofanato metílico + fluazinam 88,33 b

penflufen+ carbendazim+thiram 89,08 b

piraclostrobina+fluquinconazol 93,50 a

CV (%) 5,89

Tratamentos da parte aérea

Testemunha 90,62 b epoxyconazol + piraclostrobina 93,37 a protioconazol + trifloxistrobina 93,08 a

azoxistrobina + ciproconazol 93,01 a

CV (%) 4,54 Médias seguidas das mesmas letras minúsculas na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais.

O vigor das sementes, pelo teste de tetrazólio, foi igual para todos os

tratamentos, e as médias ficaram entre 70 a 83%. Apenas sementes

tratadas com piraclostrobina + tiofanato metílico apresentaram média acima

de 80%, considerada de alto vigor (França et al., 1998).

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A Tabela 33 mostra o vigor pelo teste de comprimento da plântula,

comprimento da raiz e massa seca da plântula. Todos os tratamentos da

parte aérea apresentaram resultados superiores ao da testemunha. Já os

tratamentos das sementes não interferiram no crescimento das plântulas

após a colheita.

TABELA 33. Comprimento (cm) de raiz de plântulas de soja Monsoy 9056

RR, Campo Verde – MT, 2010/2011.

Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais, mas para a análise, os mesmos foram transformados para

4.5.2 Qualidade sanitária das sementes

A Tabela 34 mostra que, pelo teste de sanidade, foi possível

detectar vários fungos nas sementes provenientes de diferentes

tratamentos. As principais ocorrências foram de F. semitectum, Cercospora

kikuchii, Aspergillus sp., C. truncatum e Phomopsis sojae. A incidência de P.

sojae ocorreu em baixos níveis mesmo em sementes provenientes de

plantas sem tratamento na parte aérea. Os fungos C. truncatum e

Aspergillus sp. ocorreram em baixos níveis e não comprometeram a

qualidade das sementes.

Tratamentos da parte aérea Comprimento da raiz (cm)

Testemunha epoxiconazol + piraclostrobina protioconazol+piraclostrobina azoxistrobina+ciproconazol

9,82 b 10,50 a 10,66 a 10,73 a

CV (%) 9,11

Tratamentos da parte aérea Massa seca (g)

Testemunha 0,1729 b epoxiconazol + piraclostrobina 0,2025 a protioconazol+piraclostrobina 0,2154 a azoxistrobina+ciproconazol 0,2158 a

CV (%) 20,79

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TABELA 34.Incidência (%) de Phomopsis sojae em sementes de soja

após a colheita da soja Monsoy 9056 RR, Cuiabá–MT, 2011.

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas nas linhas não diferem entre si pelo Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais.

A Tabela 35 mostra que plantas provenientes de sementes tratadas

com fludioxonil + metalaxil – m e carbendazim + thiram + fluquinconazole,

que receberam os tratamentos protioconazol + trifloxistrobina ou

azoxistrobina + protioconazol na parte aérea, apresentaram baixa

incidência de F. semitectum nas sementes produzidas. Apesar da presença

de F. semitectum, observou-se que o vigor e a germinação não foram

afetados em sementes provenientes de plantas que receberam tratamentos

das semente e da parte aérea (Tabelas 31 e 33) .

Tratamento da parte aérea

Tratamentos das sementes

teste munha

epoxico nazol + piraclos trobina

protioco nazol + trifloxistrobina

azoxis trobina + ciproco nazol

Testemunha 0,87 aA 0,12 aB 0,00 bB 0,00 aB

carbendazim+ thiram 0,00 cA 0,00 aA 0,00 bA 0,00 aA

fludioxonil + metalaxil – m 0,50 bA 0,00 aB 0,00 bA 0,00 aB

carbendazim+ thiram+ fluquinconazol

0,00 cA 0,00 aA 0,00 bA 0,25 aA

piraclostrobina+ tiofanato metílico + fipronil

0,50 bA 0,37 aA 0,87 bB 0,00 aA

tiofanato metílico +fluazinam

1,25 aA 0,00 aB 0,00 bB 0,00 aB

penflufen + cabendazim + thiram

0,00 cA 0,00 aA 0,37 bA 0,00 aA

piraclostrobina+ fluquinconazol

0,12 aB 0,00 aB 0,87 bA 0,00 aB

Médias 0,41 0,06 0,26 0,03

CV 1(%) 23, 71

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TABELA 35.Incidência (%) de Fusarium semitectum em sementes de soja

Monsoy 9056 RR, após a colheita, Cuiabá – MT, 2011.

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas nas linhas não diferem entre si pelo Scott-Knott (p≤0,05). Os dados da tabela e para a análise são originais.

De modo geral, observou-se que a incidência de P. sojae e F.

semitectum pode não ter sido a causa isolada para reduzir a germinação.

Entretanto, a redução na germinação das sementes provenientes de

tratamentos que não receberam fungicidas na parte aérea e a testemunha

pode ter sido favorecida pela presença dos fungos, que, em interação com

fatores climáticos de temperatura e precipitação e ausência da proteção

química dos fungicidas, podem ter propiciado maior deterioração das

sementes no campo. Conforme Henning (2005), a presença de fungos como

Phomopsis sp., Fusarium sp., Cercospora kikuchii e C. truncatum em

interação com a umidade favorece a deterioração das sementes no campo,

contribuindo para a redução do vigor e da germinação.

Segundo Goulart (2005), F. semitectum pode causar problemas na

germinação em laboratório semelhantes ao Phomopsis sojae. Desse modo,

Galli et al. (2007), ao analisarem sementes provenientes de plantas

inoculadas com C. truncatum e um isolado de Phomopsis sojae, verificaram

Tratamento da parte aérea

Tratamentos das sementes

teste munha

epoxico nazol + piraclos trobina

protioco nazol + trifloxistrobina

azoxis trobina + ciproco nazol

Testemunha 16,87bA 16,62aA 12,37 cB 13,37 bB

carbendazim+ thiram 12,75bB 9,87bC 6,87 dC 16,87 aA

fludioxonil + metalaxil – m 14,12bA 13,37bA 7,87 dB 7,12 cB

carbendazim+ thiram+ fluquinconazol

14,50bA 12,62bB 8,00 dC 7,25 cC

piraclostrobina+ tiofanato metílico + fipronil

21,25aA 12,25bC 11,37 cC 15,87aB

tiofanato metílico +fluazinam 20,87aA 19,87aA 12,37 cB 19,37aA

penflufen + cabendazim + thiram

22,62aA 19,75aA 15,75 bB 14,00 bB

piraclostrobina+ fluquinconazol

22,87aA 20,75aA 23,37 aA 12,37 bB

Médias 18,23 15,64 12,25 13,28

CV 1(%) 13,17

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que ocorreu alta infecção por Fusarium spp., e a incidência de Phomopsis

esteve relacionada com a incidência de Fusarium spp. Observaram ainda

que Fusarium sp. e C. truncatum interferem negativamente na germinação

de sementes de soja.

A incidência de Cercospora kikuchii, Tabela 36, nas sementes foi

relativamente baixa. Os tratamentos da parte aérea com azoxistrobina +

ciproconazol e protioconazol + piraclostrobina, independentemente dos

tratamentos das sementes com fungicidas, proporcionaram as menores

médias de incidência. Em relação à influência de Cercospora kikuchii na

germinação, Galli et al. (2005), ao analisarem sementes de soja inoculadas

com o patógeno em níveis de 0 a 100% de infecção, verificaram que ele

não prejudicou a germinação das sementes.

TABELA 36. Incidência (%) de Cercospora kikuchii em sementes de soja

Monsoy 9056 RR, após a colheita, Cuiabá – MT, 2011.

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas nas linhas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). Dados originais.

A incidência de patógenos após a colheita se deu por espécies que

ocorrem com frequência em sementes de soja, mas relativamente baixa

Tratamento da parte aérea

Tratamentos das Sementes

teste munha

epoxico nazol + piraclos trobina

protioco nazol + trifloxistrobina

azoxis trobina + ciproco nazol

Testemunha 0,87 bB 1,50 bB 3,50 aA 3,87 aA

carbendazim+ thiram 0,37 bA 2,25 bB 0,50 bB 1,00 cB

fludioxonil + metalaxil – m 0,12 bA 5,37 aA 0,12 bB 0,00 cB

carbendazim+ thiram+ fluquinconazol

0,50 bB 6,00 aA 0,37 bB 5,12 aA

piraclostrobina+ tiofanato metílico + fipronil

0,00 bA 1,12 bA 0,62 bA 0,12 cA

tiofanato metílico +fluazinam

0,00 bB 0,37 bB 0,00 bB 3,25 aA

penflufen + cabendazim + thiram

0,12 bB 4,62 aA 0,12 bB 0,62 cB

piraclostrobina+ fluquinconazol

5,12 aA 4,25 aA 5,12 aC 2,25 bB

CV 1(%) 34,99

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para Cercospora kikuchii e Phomopsis sojae. Pela incidência dos patógenos

observados, a redução do vigor e da germinação provavelmente não foi

ocasionada apenas pela presença destes patógenos nas sementes, mas

pela interação entre todos os patógenos e fatores ambientais no campo.

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7 CONCLUSÃO

Para o controle de antracnose em soja Monsoy 9056 RR, o melhor

tratamento de semente ocorreu com fludioxonil + metalaxil – m e os

fungicidas de parte aérea protioconazol + trifloxistrobina, seguidos de

azoxistrobina + ciproconazol e epoxiconazol + piraclostrobina. O efeito

residual dos tratamentos de sementes para antracnose não influencia na

incidência inicial do patógeno, mas em relação à severidade da doença,

proporcionou efeito até o estádio R2, 65 dias após a semeadura, em

interação com tratamentos da parte aérea.

Para a mancha-alvo, o tratamento de semente mais eficiente ocorreu

com carbendazim + thiram e os fungicidas de parte aérea protioconazol +

trifloxistrobina, seguidos de azoxistrobina + ciproconazol e epoxiconazol +

piraclostrobina. O efeito residual dos tratamentos de sementes de forma

isolada é verificado até o estádio R1, 58 dias após a semeadura, até onde

proporciona redução da incidência, mas até o estádio R4, observa-se efeito

residual dos fungicidas em interação com os tratamentos da parte aérea,

levando à redução da severidade.

Já para a ferrugem, o controle mais eficiente foi proporcionado pelos

fungicidas da parte aérea protioconazol + trifloxistrobina, seguidos de

azoxistrobina + ciproconazol e epoxiconazol + piraclostrobina.

Todos os fungicidas aplicados na parte aérea favorecem a redução

nas médias de desfolha, área abaixo da curva do progresso da doença

(AACPD), maior produtividade e massa de mil sementes.

A interação entre os tratamentos químicos de sementes e fungicidas

da parte aérea proporcionou sementes com médias superiores de

germinação e de melhor qualidade sanitária, com redução na incidência de

Phomopsis sojae e Cercospora kichukii.

Os fungicidas pulverizados na parte aérea proporcionaram sementes

de maior vigor e viabilidade.

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TSUKAHARA, R. Y.; HIKISHIMA, M.; CANTERI, M. G. Relações entre o clima e o progresso da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) em duas micro-regiões do Estado do Paraná. Semina – Ciências Agrárias, v. 29, n.1, 2008, p. 47 – 52. VERZIGNASSI, J. R.; POLTRONIERI, L.S.; BENCHIMOL, R. L. Mancha-alvo em mogno africano no Brasil. Summa Phytopathologica, v. 35, n.1, 2009, p. 70-71. http://www.scielo.br/pdf/sp/v35n1/v35n1a15.pdf VENANCIO, W. S.; RODRIGUES, M. A. T.; BEGLIOMINI, et al. Efeitos fisiológicos de fungicidas sobre plantas. 1. Efeitos fisiológicos do fungicida pyraclostrobin. Revisão Anual de Patologia de Plantas, Passo Fundo, v. 12, 2004, p. 317-341. YANG, X. B.; TSCHANZ, A. T.; DOWLER, W. M. et al. Development of yild loss models in relation to reductions of components of soybean infected with Phakopsora pachyhizi. Phytopathology, v. 81, n. 11, 1991, p. 1420-1426. http://www.apsnet.org/publications/phytopathology/backissues/Documents/1991Articles/Phyto81n11_1420.pdf YORINORI, J. T.; LAZZAROTTO, J.J. Situação da ferrugem asiática da soja no Brasil e na America do Sul. 1. Ed. Londrina: Embrapa Soja, 2004. 27p. YORINORI, J. T.; YUYAMA, M. M.; SIQUERI, F.V. Doenças da soja. In: Boletim de Pesquisa de Soja 2009. Rondonópolis: 2009. ZAMBOLIN, L. Sementes: qualidade fitossanitária. In: BOREM, A. Melhoramento de espécies cultivadas 2.ed. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2005. 502p.

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ANEXO

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ANEXO A

Descrição dos produtos avaliados (p.c) para tratamento de sementes

(AGROFIT, 2011):

Carbendazim + thiram (Derosal Plus): fungicida sistêmico e de contato,

indicado exclusivamente para o tratamento de sementes de algodão, arroz,

feijão, milho e soja. Classe Toxicológica III (Medianamente Tóxica) e

Classificação Ambiental II (Muito Perigoso ao Meio Ambiente).

Fludioxonil + metalaxil (Maxim Xl): fungicida de contato de amplo espectro

com atividade residual. Tem limitada absorção pela semente e uma pequena

translocação dentro da plântula. Metalaxill-M penetra no tegumento da

semente e é sistematicamente translocado para todas as partes da planta

durante a germinação. Classificação Toxicológica III (Medianamente Tóxico)

e Classificação Ambiental II (Muito Perigoso ao Meio Ambiente).

Carbendazim + thiram + fluquinconazol(Atento): fungicida sistêmico para

o tratamento de sementes de soja. É recomendado para o manejo da

ferrugem asiática da soja. Seu uso não substitui o uso de fungicidas foliares.

Classificação toxicológica III (Medianamente Tóxico) e Classificação

Ambiental III (Muito Perigoso ao Meio Ambiente).

Piraclostrobina + tiofanato metílico + fipronil (Standak Top): é um

fungicida sistêmico, de contato e de ação protetora. É uma mistura pronta de

fungicida e inseticida. Classificação Toxicológica II (Altamente Tóxico) e

Classificação Ambiental II (Muito Perigoso ao Meio Ambiente).

Tiofanato metílico + fluazinam (Certeza): Fungicida sistêmico e de

contato, utilizado para tratamento de sementes de feijão e soja.

Classificação Toxicológica I (Extremamente Tóxico) e Classificação

Ambiental II (Muito Perigoso ao Meio Ambiente).

BYF (Penflufen): fungicida do grupo carboxamida, produto em Suspensão

Concentrada para tratamento de sementes. Classe Toxicológica e demais

informações não definidas (molécula em estudo). Este produto foi adicionado

ao fungicida Carbendazim + Thiram.

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BAS70002: Nova combinação de ingrediente ativo em teste, ainda não

comercializado. Produto em Suspensão Concentrada para tratamento de

sementes. Classe Toxicológica e demais informações não definidas

(molécula em estudo).

Descrição dos produtos avaliados (p.c) para tratamento de parte aérea

(AGROFIT, 2011):

Epoxiconazol (Opera): apresenta ação de proteção, devido à sua ação na

inibição da germinação dos esporos, desenvolvimento e penetração dos

tubos germinativos. Dependendo do patógeno, também possui ação curativa

e erradicante, pois contém em sua formulação o ingrediente ativo

epoxiconazol, fungicida de ação sistêmica. Classificação Toxicológica II

(Altamente Tóxico) e Classificação Ambiental II (Muito Perigoso ao Meio

Ambiente).

Protioconazol + trifloxistrobina (Fox): fungicida mesossistêmico e

sistêmico aplicado na cultura do algodão, feijão, soja e trigo. Classificação

Toxicológica I (Extremamente Tóxico) e Classificação Ambiental II (Muito

Perigoso ao Meio Ambiente).

Azoxistrobina + ciproconazol (Priori Xtra): fungicida sistêmico, usado em

aplicações preventivas para o controle de doenças da parte aérea das

culturas de café, milho, soja e do trigo. Classificação Toxicológica III

(Medianamente Tóxico) e Classificação Ambiental II (Muito Perigoso ao Meio

Ambiente).